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I Farmácia Vitis José Pedro Silva Carvalho

José Pedro Silva Carvalho - Repositório Aberto · 2019. 6. 5. · As dietas dos dias de hoje ... Figura 31 – Urna dos questionários de satisfação 58. XII Índice de tabelas

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I

Farmácia Vitis

José Pedro Silva Carvalho

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I

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia Vitis

Abril de 2015 a Julho de 2015

José Pedro Silva Carvalho

Orientador : Dra. Patrícia Ferreira

______________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutor Paulo Lobão

______________________________

Setembro de 2015

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

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II

Declaração de Integridade

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado,

nº __________, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta

integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo,

mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou

partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores

pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas

palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________

de ______

Assinatura: ______________________________________

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III

Agradecimentos

Este percurso não era possível sem o apoio de algumas pessoas que se tornaram

num pilar para mim e que, de alguma forma, o tornaram mais especial.

Ao Dr. Afonso e à Dra. Patrícia Ferreira, por todos os ensinamentos, pelos sorrisos e

o à vontade que me proporcionaram durante todo o meu estágio, o meu mais sincero

obrigado.

À Raquel, à Marta, Jorge, à D. Ana e à Margarida, pela paciência, por me ensinarem

a lidar com várias situações, por todas as gargalhadas e companheirismo, o meu obrigado.

Ao Professor Doutor Paulo Lobão, pela sua orientação e prestação exemplar

enquanto orientador de estágio, o meu obrigado.

À Associação de Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

(AEFFUP) e à International Pharmaceutical Students’ Federation (IPSF), por tudo o que

me ensinaram, por me fazerem evoluir, por me testarem nos mais variados ambientes, por

me aventurarem e me fazer experimentar novas culturas, por me tornarem naquilo que sou

hoje, o meu grande e honesto obrigado.

À Tuna de Farmácia do Porto (TFP), por todos os bons momentos, por todas as

canções e serenatas às donzelas, por fazer parte da minha vida, por ter estado presente

nas melhores e nas piores situações, pelos sorrisos, pela amizade, pela música e por terem

tornado o meu percurso académico inesquecível e marcante, o meu sincero obrigado.

Aos meus amigos e namorada, pelo apoio incondicional, por todos os momentos que

passamos juntos, pela amizade, pelo carinho e pelos momentos inesquecíveis que

passamos e iremos passar, o meu mais sincero obrigado.

À minha família, por serem quem são, por serem amigos, por serem únicos, por

serem insubstituíveis, o meu maior e mais sincero obrigado.

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IV

Resumo

Este relatório de estágio é o culminar de um longo percurso de cinco anos,

reflexo de uma profunda e contínua aprendizagem durante o curso de Ciências

Farmacêuticas pela muy nobre Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

O estágio representa o derradeiro desafio, onde todo o conhecimento

adquirido ao longo do curso é aplicado. Durante o estágio aprendi a lidar com várias

situações do dia-a-dia e adquiri conhecimentos a nível da gestão da farmácia, a

nível organizacional e a nível científico. Além disso, tive a oportunidade de entender

o complexo projeto que uma farmácia representa, onde a responsabilidade e o bom

senso são palavras-chave.

O principal desafio da farmácia comunitária, enquanto futuro farmacêutico, é

o contacto com o doente e a aplicação de um bom conhecimento e

aconselhamento, garantindo que o utente saia mais instruído, mais satisfeito e mais

seguro. É acerca destes ensinamentos, sobre o contacto com o doente e a gestão

organizacional mencionada anteriormente, que se baseia a primeira parte deste

relatório.

Numa segunda parte deste relatório descrevo uma componente mais

científica, que tive a oportunidade de desenvolver ao longo do estágio. Esta

componente diz respeito a projetos realizados na farmácia, que não só considero

que foram uma oportunidade de enriquecer o meu conhecimento, como também

uma mais valia para a farmácia.

Dentro deste capítulo desenvolvi um rastreio cardiovascular, com o intuito de

mostrar à população o papel do farmacêutico numa perspetiva de melhoria contínua

da saúde pública, do utente individual e população em geral. Além disso, realizei

um inquérito de satisfação dos utentes da Farmácia Vitis, de forma a garantir uma

qualidade contínua no estabelecimento. Por último, de forma a complementar a

minha formação contínua durante este período, decidi aprofundar o meu

conhecimento em suplementos alimentares e o devido aconselhamento em

diversas situações relacionadas com o tema.

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V

Índice de conteúdos

Declaração de Integridade .......................................................................................................... II

Agradecimentos ........................................................................................................................... III

Resumo ........................................................................................................................................... IV

Índice de conteúdos ..................................................................................................................... V

Lista de abreviaturas ................................................................................................................. VIII

Índice de figuras ............................................................................................................................ X

Índice de tabelas .......................................................................................................................... XII

Parte I................................................................................................................................................ 1

1. A Farmácia Vitis ........................................................................................................................ 1

1.1. Localização e estrutura externa ................................................................................ 1

1.2. Estrutura interna e horário de funcionamento ...................................................... 1

1.3. Equipa .............................................................................................................................. 2

2. Gestão da Farmácia .............................................................................................................. 3

2.1. Sistema informático ...................................................................................................... 3

2.2. Encomendas ................................................................................................................... 4

2.2.1. Realização de encomendas ................................................................................ 4

2.2.2. Receção e conferência de encomendas ......................................................... 5

2.2.3. Armazenamento. .................................................................................................... 7

2.2.4. PV e controlo .......................................................................................................... 8

2.2.5. Fornecedores e Devoluções ............................................................................... 9

2.3. Receituário e faturação ................................................................................................ 9

2.3.1. Receita médica e regras de prescrição ........................................................... 9

2.3.2. Regime de comparticipação ............................................................................. 12

3. Dispensa de Medicamentos e de Produtos de Saúde ............................................... 13

3.1. Medicamentos sujeitos a receita médica .............................................................. 13

3.2. Medicamentos genéricos .......................................................................................... 14

3.3. Medicamentos não sujeitos a receita médica ...................................................... 15

3.4. Medicamentos com legislação especial................................................................ 16

3.4.1. Estupefacientes e psicotrópicos ..................................................................... 16

3.4.2. Medicamentos manipulados ............................................................................ 17

3.5. Outros produtos farmacêuticos .............................................................................. 17

3.5.1. Medicamentos veterinários .............................................................................. 17

3.5.2. Produtos cosméticos e de higiene corporal ................................................ 17

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VI

3.5.3. Dispositivos médicos ......................................................................................... 18

3.5.4. Suplementos alimentares ................................................................................. 19

3.5.5. Produtos de nutrição específica ..................................................................... 19

4. Cuidados e serviços farmacêuticos ............................................................................... 19

4.1. Medição da PA ............................................................................................................. 19

4.2. Medição dos valores da glucose no sangue ........................................................ 20

4.3. Medição do colesterol total e triglicerídeos ......................................................... 20

4.4. Medição do INR ............................................................................................................ 20

4.5. Testes de gravidez ...................................................................................................... 21

4.6. Dispensador Semanal ................................................................................................ 21

5. Programas em que a FV participa ................................................................................... 22

5.1. VALORMED ................................................................................................................... 22

PARTE II ......................................................................................................................................... 23

1. Risco Cardiovascular ......................................................................................................... 23

1.1. Introdução ..................................................................................................................... 23

1.2. Fatores de risco cardiovasculares ......................................................................... 23

1.2.1. Obesidade ............................................................................................................. 24

1.2.2. Hipertensão arterial ............................................................................................ 25

1.2.3. Hiperglicémia e diabetes ................................................................................... 25

1.3. Rastreio Cardiovascular ............................................................................................ 26

1.3.1. Planeamento ......................................................................................................... 26

1.3.2. Divulgação e promoção ..................................................................................... 26

1.3.3. O rastreio, os parâmetros analisados e o material utilizado ................... 27

1.3.4. Resultados ............................................................................................................ 27

1.3.5. Conclusões ........................................................................................................... 28

2. Inquérito de satisfação ...................................................................................................... 30

2.1. Objetivo .......................................................................................................................... 30

2.2. O inquérito .................................................................................................................... 31

2.3. Divulgação e promoção ............................................................................................. 31

2.4. Resultados .................................................................................................................... 31

2.5. Conclusões ................................................................................................................... 34

3. Suplementação alimentar e dietas.................................................................................. 34

3.1. Dieta ................................................................................................................................ 35

3.2. Efeito dos alimentos no nosso organismo .......................................................... 35

3.3. Índice glicémico – saciedade e adição .................................................................. 36

3.4. As dietas dos dias de hoje ........................................................................................ 37

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VII

3.5. Dieta hipocalórica ....................................................................................................... 37

3.6. Dieta hiperproteica ...................................................................................................... 38

3.6.1. Risco da dieta hiperproteica ............................................................................ 39

3.7. Suplementos alimentares ......................................................................................... 39

3.7.1. Multivitamínicos ................................................................................................... 39

3.7.2. Crómio .................................................................................................................... 41

3.7.3. Ácido linoleico conjugado ................................................................................ 42

3.7.4. Hepatoprotetor ..................................................................................................... 43

3.7.5. Ácido eicosapentanóico e ácido docosahexanóico .................................. 43

3.8. Guidelines de aconselhamento para suplementação nutricional .................. 44

Bibliografia .................................................................................................................................... 45

Anexos ........................................................................................................................................... 52

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VIII

Lista de abreviaturas

ADSE – Direção Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da

Administração Pública

AGL – Ácidos gordos livres

CNP – Código Nacional do Produto

DCI – Denominação Comum Internacional

DM – Diabetes Mellitus

DT – Diretor Técnico

FEFO – First Expired First Out

FIFO – First in First Out

FV – Farmácia Vitis

IG – Índice glicémico

IMC – Índice de massa corporal

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e dos Produtos de Saúde I.P.

IS – Inquérito de Satisfação

IVA – Imposto sob o valor acrescentado

MG – Medicamento genérico

MNSRM – Medicamento não Sujeito a receita médica

MSRM – Medicamento sujeito a receita médica

OTC – Over-the-counter

PA – Pressão arterial

PV – Prazo de validade

PVF – Preço de venda à farmácia

PVP – Preço de venda ao público

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IX

RC – Rastreio cardiovascular

RCV – Risco Cardiovascular

TG – Triglicerídeos

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X

Índice de figuras

Figura 1 – Índice de Massa Corporal na população masculina 29

Figura 2 – Índice de Massa Corporal na população feminina 29

Figura 3 – Perímetro da cintura na população masculina 29

Figura 4 – Perímetro da cintura na população feminina 29

Figura 5 – Pressão arterial na população masculina 30

Figura 6 – Pressão arterial na população feminina 30

Figura 7 – Níveis de glucose na população masculina 30

Figura 8 – Níveis de glucose na população feminina 30

Figura 9 – Respostas obtidas do inquérito de satisfação por género 32

Figura 10 – Respostas obtidas do inquérito de satisfação por faixa etária 32

Figura 11 – Respostas obtidas relativamente ao atendimento da FV 33

Figura 12 – Respostas obtidas relativamente às condições, serviços e 33

imagem da Farmácia Vitis

Figura 13 – Respostas obtidas relativamente à avaliação geral da FV 33

Figura 14 – O IG mede o efeito dos alimentos nos níveis de glucose no sangue 35

Figura 15 – Alterações da glucose no plasma e no apetite 36

Figura 16 – Localização exterior da farmácia 52

Figura 17 – Área de atendimento ao público 53

Figura 18 – Zona de receção de encomendas 53

Figura 19 – Gabinete de atendimento personalizado 53

Figura 20 – Zona de armazenamento de medicamentos 53

Figura 21 – Zona de armazenamento de psicotrópicos e estupefacientes 54

Figura 22 – Receita médica renovável 55

Figura 23 – Receita médica não renovável 55

Figura 24 – Receita médica manual 55

Figura 25 – CoaguCheck®XS Plus 56

Figura 26 – Refroton Plus® 56

Figura 27 – BlisterPack® - Dispensador semanal (interior) 56

Figura 28 – BlisterPack® - Dispensador semanal (exterior) 56

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XI

Figura 29 – Design utilizado para fins promocionais do rastreio cardiovascular 57

Figura 30 – Questionário utilizado no rastreio cardiovascular 57

Figura 31 – Urna dos questionários de satisfação 58

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XII

Índice de tabelas

Tabela 1 – Valores de referência para o colesterol total e triglicerídeos 20

Tabela 2 – Valores de referência para o INR 21

Tabela 3 – Valores de IMC e respetiva classificação 24

Tabela 4 – Valores do perímetro da cintura e os riscos associados 25

Tabela 5 – Exemplo de alguns alimentos e do seu índice glicémico 35

Tabela 6 – Efeitos fisiológicos do CLA 41

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

1

Parte I

1. A Farmácia Vitis 1.1. Localização e estrutura externa

A Farmácia Vitis (FV) localiza-se na rua da Boa Nova, no número 121,

pertencente à freguesia de Valadares, no conselho de Vila Nova de Gaia, distrito

do Porto. A farmácia encontra-se na parte inferior de uma casa habitacional.

Fisicamente conta com uma porta frontal de vidro com abertura automática

para entrada de utentes e duas montras, uma de lado esquerdo e a segunda do

lado direto, as quais são utilizadas para colocação de material publicitário. Na parte

lateral da farmácia existe ainda uma porta que é utilizada para a receção de

encomendas (Anexo I).

1.2. Estrutura interna e horário de funcionamento

Internamente, a FV está dividida em 6 zonas principais: zona de atendimento,

gabinete de apoio ao utente, sanitários, local de receção de encomendas, escritório

e área de armazenamento.

Atualmente é constituída por quatro balcões e uma ampla área com lineares

de exposição de fácil acesso ao público. Estes lineares estavam essencialmente

divididos em duas partes – a parte esquerda dedicada a produtos de bebé e mãe e

a parte direita dedicada a produtos de dermocosmética. Dentro da mesma área era

possível verificar também duas gondolas redondas que sofriam uma maior rotação

e variação de produtos consoante a promoção/época do ano.

A zona de atendimento predispõe de dois balcões com quatro postos de

trabalho, dos quais faz parte um computador, rato, teclado e um leitor ótico de

códigos de barras. Por baixo do posto encontram-se também gavetas com alguns

medicamentos que têm uma maior saída de forma a facilitar o acesso aos mesmos.

Atrás dos balcões existe também uma área à vista dos clientes, onde estão

expostos certos medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM), como

revitalizantes, suplementos alimentares, anti-gripais, anti-flatulência, entre outros.

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2

Existe ainda atrás do balcão uma divisão com consultório/área de apoio ao

utente, destinada à realização de testes de bioquímica, a consultas de podologia

ou nutrição, medição de pressão arterial (PA), primeiro curativo (situações de

feridas recentes em que as pessoas se dirigem à farmácia), onde o utente pode

dialogar com os funcionários se assim o entender, para reuniões e formações.

Num espaço mais interior da farmácia, normalmente apenas frequentado

pelos funcionários, é onde se encontra as gavetas para armazenamento de MSRM

e poucos MNSRM. Na parte superior do móvel que suporta as gavetas encontra-se

também gavetas mais altas onde se armazenam os xaropes, os pós, as carteiras,

as ampolas e por fim os soros e iodos.

É ainda possível encontrar um armário dedicado aos géis, pomadas e cremes.

Para além deste armário existem mais destinados ao armazenamento dos produtos

que se encontram em maior quantidade de forma a facilitar a sua arrumação.

No que diz respeito às normas de segurança, a FV possui um circuito fechado

de videovigilância, extintores devidamente sinalizados e sujeitos a inspeção

periódica e também indicações de saída. Por fim, a farmácia dispõe também de um

gabinete pertencente à direção técnica e de instalações sanitárias (Anexo II)

Relativamente ao horário de funcionamento, a FV encontra-se à disposição

do público de segunda a sexta-feira, das 9:00 às 20:00, e aos sábados das 9:00 às

13:00. Ao Domingo a FV encerra, sendo considerado o dia de descanso semanal

dos funcionários. A FV encontra-se integrada no regime de rotatividade dos dias de

serviço e nesses dias a farmácia está aberta 24 horas, pelo que o serviço prestado

fora do horário de funcionamento realizado através de uma janela inserida na porta

de entrada.

1.3. Equipa

Na FV as tarefas não eram distribuídas especificamente por ninguém. A

equipa desempenhava as tarefas de forma rotativa e contava com cerca de sete

pessoas no total:

Dra. Patrícia Ferreira – Diretora Técnica (DT)

Dr. Afonso Neves – Farmacêutico Substituto

Dra. Alida Queirós – Farmacêutica Substituta

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

3

Marta Cunha – Técnica Auxiliar de Farmácia

Jorge Moura – Técnico Auxiliar de Farmácia

Raquel Queirós – Técnica Auxiliar de Farmácia

Margarida Amaral – Estagiária

2. Gestão da Farmácia

2.1. Sistema informático

O sistema informático disponível na FV é o WinPhar® da empresa Simphar,

SA. Trata-se de um sistema bastante intuitivo, sendo fundamental para o bom

funcionamento da farmácia, uma vez que permite realizar todas as ações diárias,

como o atendimento, a receção e preparação de encomendas, realização e

regularização de devoluções, gestão de stock, verificação de prazos de validade

(PV), entre outras ações. Além disto, é um sistema que permite uma incrível

rastreabilidade de processos, pois cada utilizador é munido de um login e de uma

password, que deve introduzir para realizar qualquer tipo de ação, pelo que é fácil

de detetar quem a realizou. Permite, além do já enunciado, fazer um balanço de

vendas por produto, por utilizador, fazer médias de movimentos por hora, por

terminal e por dia, colocar avisos e sugestões possíveis de visualizar durante a

venda e consultar as informações disponíveis na Autoridade Nacional do

Medicamento e dos Produtos de Saúde I.P. (INFARMED) acerca de medicamentos

– tudo isto traz vantagens na gestão da farmácia e na motivação dos seus

colaboradores. Possui uma linha de apoio disponível 24h que permite a resolução

de problemas através de controlo remoto do terminal principal da farmácia. O

WinPhar® encontra-se instalado em todos os computadores existentes na farmácia,

sendo um deles o terminal zero, que se encontra no “armazém”, o posto que deve

ser ligado primeiramente para sofrer atualizações (relativas ao próprio sistema e

também informações ligadas ao INFARMED, como por exemplo, atualizações de

preços e de percentagem de comparticipações) e desligado em último lugar, na

opção de encerrar o dia.

Nos dias que correm, uma eficiente gestão de stock é imperativa para o bom

funcionamento da farmácia, bem como para o controlo de despesas. Esta gestão

serve para evitar perdas de dinheiro investido e gastos desnecessários, sendo que

a DT, que é a responsável pelas compras, tem em conta a sazonalidade dos

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4

produtos, e, com o auxílio do WinPhar©, a quantidade existente, o volume de

compras dos utentes e ainda mais as promoções e condições dos fornecedores,

conseguindo assim avaliar o que comprar e quanto comprar, para fomentar o lucro

da farmácia.

Além do ponto de vista económico, a atualização e correta manutenção de

stock permite também aumentar a produtividade da farmácia, reduzindo o tempo

desperdiçado aquando do atendimento para conferir a existência do produto, pois

caso este esteja devidamente atualizado é possível, com o uso do programa

informático, consultar o stock atual e informar o cliente da existência ou não do que

este procura.

2.2. Encomendas

2.2.1. Realização de encomendas

Na FV são feitas, diariamente, três encomendas, uma diária para a

Medicanorte, Medicamentos do Norte, Lda. realizada pelo modem e duas, uma da

parte da manhã e outra da parte da tarde, para a OCP Portugal – Produtos

Farmacêuticos, S.A.. A encomenda para a Medicanorte era a maior, a que nós

chamávamos a “encomenda diária”. Esta era uma encomenda processada pelo

software de gestão farmacêutica WinPhar®, de acordo com os produtos que foram

vendidos desde a última encomenda realizada, as suas vendas mensais/anuais e

o stock mínimo e máximo de forma a elaborar um pedido de encomenda mais

assertivo. Este pedido seria posteriormente verificado e corrigido pelo utilizador

responsável pela encomenda que, tal como referi anteriormente, a maior parte das

vezes era tarefa da DT. Após a confirmação da encomenda, esta seria então

enviada informaticamente para o fornecedor pré-definido. As encomendas

transmitidas por modem devem ser realizadas num horário pré-definido para assim

garantir a sua entrada no sistema.

As encomendas realizadas pela OCP eram utilizadas como segunda fonte ou

para encomendas mais pontuais. Sempre que o nosso fornecedor principal

(Medicanorte) não dispunha dos medicamentos que pretendíamos encomendar

seria segunda opção encomendar à OCP.

Durante o atendimento, podem ainda surgir situações que exijam a consulta

de disponibilidade ou a realização de uma encomenda imediata de determinado

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

5

produto, a qual pode ser realizada através de uma chamada telefónica diretamente

para o fornecedor. Este contacto é também realizado quando não se conhece o

produto ou o código nacional do produto (CNP), pois o telefonista consegue aceder

às suas informações apenas pelo nome, enquanto, na farmácia, é necessário o

produto ter uma ficha criada no Winphar® para tal efeito.

Existe ainda uma terceira modalidade de encomendas, realizadas mais

frequentemente para produtos sazonais, produtos com elevada rotatividade ou

marcas com que a farmácia trabalhe, que são realizadas através dos delegados de

informação médica dos laboratórios. Estes fazem visitas regulares à farmácia,

visitas essas sempre sujeitas a marcação prévia, com o intuito de dar a conhecer

novos produtos, ou auxiliar na gestão de compras da farmácia, oferecendo

condições de compra mais apelativas para a farmácia, através de descontos e/ou

bonificações. Neste caso específico, a encomenda é formalizada por uma nota de

encomenda, ficando o duplicado na farmácia para futura conferência dos produtos

no momento da entrega.

2.2.2. Receção e conferência de encomendas

Na minha opinião, a receção é um dos passos mais importantes na formação

de um farmacêutico. A maior parte dos estudantes que iniciam o seu estágio

curricular começam a sua jornada na farmácia a fazer receção de encomendas,

pois é nesta fase que se confere o preço de venda da farmácia (PVF), o preço de

venda ao público (PVP), os PV, o stock e onde existe todo o processo de

adaptação. A receção da encomenda começa com a entrega dos produtos pelo

motorista responsável, sendo necessário dar o nome e assinar por parte do

responsável que esta a receber, eletrónica ou manualmente (neste caso é

necessário carimbar).

Os produtos normalmente vêm em caixas de plásticos ou cartão dependendo

do fornecedor, estando sempre selados por uma fita plástica em volta e com a fatura

no seu interior ou exterior, estando neste último caso adjacente à caixa, envolvida

num plástico.

Após a receção da encomenda, o responsável pela mesma deverá dar

entrada da encomenda, com a fatura sempre presente, utilizando o sistema

informático. No Winphar® o utilizador deverá selecionar o menu de receção de

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6

encomendas e também o fornecedor ao qual a encomenda foi requisitada. Quando

uma encomenda é feita por modem, a receção pode ser conferida através do

programa de gestão farmacêutica uma vez que os medicamentos e as respetivas

quantidades pedidas estão memorizadas no computador. Quando a encomenda é

feita por telefone, o sistema informático não tem memorizado o pedido, sabendo

apenas que existe uma reserva de um certo produto. Nestes casos deverá criar-se

manualmente a encomenda na opção receção direta que aparece no menu de

seleção das encomendas. Em ambos os casos, todos os produtos a que se está a

dar entrada deverão ser lidos ou pelo leitor ótico, ou manualmente escrevendo o

CNP, mesmo quando as caixas são semelhantes e existem multiplicados das

mesmas, de forma a evitar erros. Deve-se ainda, quando se está a dar entrada,

estar atento às quantidades enviadas, à data de validade do produto, ao PVP, ao

PVF, a existência de bonificações e às margens, pois, caso se trate de um produto

não marcado, os chamados NETT, a farmácia, tendo em conta o PVF e o imposto

sob o valor acrescentado (IVA), pode alterar o preço, imprimindo no fim uma

etiqueta autocolante, com o código de barras que contém o CNP, a taxa de IVA e

o PVP.

Requer também especial atenção os casos em que existem reservas

encomendadas. Nestes casos o produto deverá ser igualmente adicionado ao stock

visto que passa a existir mais um produto mas, nestes casos, em vez de ser

armazenado no sítio habitual, deverá ser armazenado num espaço dedicado às

reservas. No caso de ser uma reserva paga, o utilizador confirma o recibo e

armazena-o num espaço dedicado a reservas pagas. No caso de ser uma reserva

que não está paga, esta deverá ir para um outro espaço dedicado a reservas que

não foram pagas. Nestes casos, o produto mantém-se armazenado um tempo

limitado de forma a promover a rotatividade do produto e evitar que o produto não

seja para abate fiscal.

No final da leitura de todos os produtos e conferidos os pontos acima referidos,

deverá finalizar-se a encomenda mas, antes disto, é necessária a confirmação do

preço total final e dos produtos recebidos para que estejam de acordo com a fatura

enviada pelo fornecedor. Ambos os valores deverão coincidir e, em casos de

produtos com bonificação, isto é, com alguma percentagem de desconto ou dos

quais são, por exemplo, comprados três e oferecido um a custo zero, deverão ser

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Relatório de Estágio

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feitos cálculos para que o preço total não se altere. Nestes casos, o preço total de

um certo montante do mesmo produto deverá ser divido pelo número de produtos,

incluindo o que veio a custo zero, para que o preço total não se altere.

No fim da receção da encomenda separa-se a fatura original ficando

arquivada para fins de contabilidade.

2.2.3. Armazenamento.

Após a receção e entrada da encomenda, os produtos passam a estar sob a

alçada da farmácia, tornando-se responsável por garantir as condições necessárias

para que a estabilidade do medicamento não se altere. São necessários ter em

conta alguns aspetos para obter um armazenamento correto do medicamento,

entre elas:

Espaço disponível: os produtos deverão ser armazenados em gavetas

dedicadas ao seu armazenamento. Estas gavetas estão organizadas por ordem

alfabética e deverão garantir sempre, pelo menos, uma unidade de cada

medicamento disponível na farmácia. Quando o espaço disponível não é suficiente

para armazenar todas as unidades de um medicamento específico, as restantes

são armazenadas num armário dedicado aos “excedentes” que se encontram

igualmente por ordem alfabética de modo a facilitar a reposição de stock sempre

que necessário.

Condições de estabilidade: a farmácia, como já foi mencionado anteriormente,

deverá garantir as condições de armazenamento essenciais como a temperatura

ambiente, humidade relativa, luminosidade e ventilação, as quais devem ser

adequadas à preservação das características físico-químicas dos produtos. Para

tal, a FV possui nas suas instalações ar condicionado, de forma a manter a

temperatura e a humidade relativa dentro dos parâmetros legais/estabelecidos,

sendo que a temperatura não deverá exceder os 25ºC e a humidade relativa os 60-

70%. São feitas medições regulares (de hora a hora) a ambos os parâmetros para

assegurar a estabilidade das mesmas e dos medicamentos.

No caso dos medicamentos de armazenamento específico, como os de

frigorífico, são imediatamente retirados das caixas e armazenados

convenientemente, entre 2 e 8ºC. Todas estas regras permitem que a farmácia

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esteja em cumprimento com o artigo 14º do Decreto-Lei (DL) nº 307/2007, de 31 de

Agosto [1] que impede a venda e existência de produtos em maus estado ou fora

do prazo de validade.

Características do produto: o produto é armazenado num determinado local,

consoante as suas características, isto é, se for um medicamento não sujeito a

receita médica, este estará essencialmente disposto na área de atendimento ao

público, para que possam despertar interesse no utente e sejam mais facilmente

adquiridos. Quanto aos MSRM, estes estão guardados numa área fora do alcance

dos utentes. Por fim, os medicamentos psicotrópicos, devido às suas

características e aos requisitos legais que os mesmos implicam, encontram-se

numa gaveta à parte, fora do alcance dos utentes e identificados para que sejam

facilmente visualizados pelo funcionário da farmácia (Anexo III).

2.2.4. PV e controlo

O armazenamento dos medicamentos que chegam à farmácia é

maioritariamente feito de acordo com o PV. O facto de o PV vencer traz implicações

financeiras à farmácia uma vez que, quando o medicamento expira, a farmácia fica

impedida de o vender e tenta devolver o produto de forma a obter uma troca por

outro produto. Caso contrário ele é colocado para abate fiscal. Assim, para evitar

que tal aconteça, a farmácia gere o armazenamento através do método do First

Expired First Out (FEFO), isto é, o medicamento que está mais próximo de expirar

é o primeiro a ser vendido e, para que isto aconteça o responsável pelo

armazenamento da encomenda tem que verificar sempre o PV do medicamento

que está a arrumar de forma a perceber se deverá coloca-lo atrás ou à frente dos

medicamentos já disponibilizados, sendo que quanto mais à frente estiver mais

próximo está de expirar e mais rápido terá de ser vendido.

No caso dos produtos a serem armazenados não predisporem de um PV, o

responsável deverá armazena-los pelo método do First In First Out (FIFO) sendo

que neste caso, o primeiro a ser vendido deverá ser o produto que se encontra há

mais tempo na farmácia [1].

Assim, todos os meses começava por imprimir uma lista diretamente do

WinPhar© que me fornecia os dados relativamente aos produtos cujo PV estaria a

três meses de vencer. Se o PV do produto mais perto de expirar não estiver de

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acordo com os dados fornecido pelo sistema, será tarefa do responsável, atualizar

no Winphar© o PV. No caso do PV do produto mais próximo de expirar estiver de

acordo com os dados fornecidos pelo Winphar©, este deverá ser devolvido ou, no

caso de se tratar de um produto Over The Counter (OTC) / MNSRM, poderá ser

colocado numa zona mais visível ao utente ou então colocado numa promoção para

cativar o utente a comprar.

2.2.5. Fornecedores e Devoluções

Por vezes, surgem situações como: a falta de um produto que veio faturado,

o envio de produtos diferentes dos encomendados, o PVP diferente do definido pelo

INFARMED, uma embalagem danificada ou com PV extremamente curto ou

expirado, efetuando-se, nestes casos, uma devolução ao fornecedor. Ao nível do

sistema informático é criada a nota de devolução, introduzido o nome do fornecedor

e número da fatura em questão, a designação, código, preço de custo e PVP dos

produtos a reclamar e o motivo da devolução. A nota de devolução é impressa em

triplicado, sendo que, o original e o duplicado são rubricados, carimbados e

enviados ao fornecedor, o triplicado é arquivado. Caso o fornecedor aceite o motivo

da devolução, emite posteriormente, uma nota de crédito ou envia o produto em

falta acompanhado de uma guia de remessa. Por fim, é necessário aceder à nota

de devolução que se encontra arquivada a nível informático e proceder à sua

regularização, de acordo com a resposta obtida pelo fornecedor. A devolução dos

produtos tem que ser inserida também no Portal das finanças, indicando a

designação e quantidade do produto devolvida. É emitida uma guia de transporte

para o departamento de finanças que é impressa em triplicado, seguindo duas

cópias, carimbadas e rubricadas, para o respetivo fornecedor a quem se está a

fazer a devolução e uma cópia que fica guardada na Farmácia.

2.3. Receituário e faturação

2.3.1. Receita médica e regras de prescrição

Para que seja possível a dispensação de certos medicamentos por parte do

farmacêutico ao utente, é fulcral haver um documento que funcione tanto como um

meio de comunicação entre o médico e o farmacêutico bem como uma autorização

para a dispensação de um certo medicamento para um determinado utente. Para

que isto seja possível é essencial haver uma prescrição por parte do médico,

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através de uma receita médica [2]. A receita médica em Portugal (Anexo IV), nos

dias que correm, são maioritariamente apresentadas sob o formato eletrónico,

prescritas, segundo o artigo 120 da Lei nº11/2012, de 8 de Março [3], por

Denominação Comum Internacional (DCI) ou nome da substância ativa, permitindo

ao médico prescrever um medicamento pela sua composição e não pela marca,

contribuindo também para um maior poder de escolha do utente. Esta prescrição

para além de conter a DCI, deverá também conter a dosagem, a forma

farmacêutica, o número de unidades e o código de barras referente ao grupo de

medicamentos que possuem as mesmas características (medicamentos do mesmo

grupo homogéneo ou com o mesmo Código Nacional de Prescrição Eletrónica

Médica (CNPEM)), possibilitando o utente de escolher o medicamento/laboratório

que preferir [2].

Para que uma prescrição esteja correta é necessário que a siga as seguintes

regras de prescrição [4]:

- A prescrição de um medicamento inclui obrigatoriamente a respectiva DCI

da substância activa, a forma farmacêutica, a dosagem, a apresentação e a

posologia;

- O médico pode indicar, na receita, justificações técnicas que impeçam a

substituição do medicamento prescrito com denominação comercial, sendo estas:

a) Prescrição de medicamento com margem ou índice terapêutico

estreito, de acordo com a informação prestada pelo INFARMED,I.P.;

b) Fundada suspeita, previamente reportada ao INFARMED, I.P., de

intolerância ou reação adversa a um medicamento com a mesma

substância ativa, mas identificado por outra denominação comercial;

c) Prescrição de medicamento destinado a assegurar a continuidade de

um tratamento com duração estimada superior a 28 dias.

Para além destas regras de prescrição, o mesmo diploma estabelece que a

receita eletrónica deverá conter os seguintes elementos e que, se estes não se

verificarem na receita, o farmacêutico poderá recusar o aviamento da mesma: a)

número da receita; b) local de prescrição; c) Identificação do médico prescritor; d)

nome e número de utente ou de beneficiário de subsistema; e) Entidade financeira

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responsável; f) Referência ao regime especial de comparticipação de

medicamentos (se aplicável); g) DCI da substância ativa; h) Dosagem; i) Forma

farmacêutica, dimensão da embalagem, número de embalagens; i) Assinatura do

prescritor. Se todas estas condições se verificarem, significa que a receita se

encontra legal e passível de aviar.

Existem dois tipos de receitas, uma com uma validade de 30 dias desde a sua

data de emissão, para casos pontuais ou para uma medicação que não necessite

de continuação e outra com uma validade até 6 meses desde o dia da sua emissão

[2] (Anexo IV). Esta última é necessária quando existe uma medicação crónica e

continuada de forma a evitar que o utente necessite de voltar ao médico para pedir

nova receita, chamadas receitas de caráter renovável. Estas receitas de caráter

renovável (com validade de 6 meses) podem conter até três vias, sendo que cada

via deverá ter a indicação de “1ª via”, “2ª via” e ou “3ª via”. Em cada receita é

possível prescrever no máximo quatro medicamentos desde que não tenham a

mesma substância ativa, dosagem, forma farmacêutica ou agrupamento de forma

farmacêutica, até um total de 4 embalagens por receita. No máximo pode-se

prescrever duas embalagens por medicamento e se o medicamento prescrito for

apresentado sob uma forma unitária, então é possível prescrever até quatro

embalagens desse mesmo produto.

Para além da receita eletrónica, ainda é possível prescrever-se através da

receita manual (Anexo IV), mas esta deverá cumprir certos requisitos para que a

mesma seja válida e legal. Assim, para que uma receita manual esteja válida, é

necessário que apresente a identificação do médico prescritor (com a respetiva

vinheta), que apresente uma exceção que justifique a utilização da receita manual

entre elas: a) falência informática; b) inadaptação do prescritor; c) prescrição no

domicílio; d) até 40 receitas/mês, é necessário também que contenha os dados do

utente, a identificação do medicamento, deverá conter também, se aplicável, as

comparticipações especiais (que serão abordadas posteriormente no relatório), a

data de prescrição da receita e por fim, a receita não pode conter rasuras ou

caligrafias diferentes, bem como a utilização de esferográficas diferentes ou a

utilização de lápis. A receita manual, ao contrário da receita eletrónica, não pode

ser renovável [5].

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Hoje em dia, encontra-se em vigor a Nova Receita Eletrónica, com a qual tive

poucas oportunidades de trabalhar, uma vez que a implementação da mesma no

Winphar® se encontrava ainda em fase de teste dando origem a falhas de

comunicação com o servidor, impossibilitando o aviamento da receita por este novo

método. No entanto, com o passar do tempo, esta nova receita eletrónica irá ser

implementada na FV de forma permanente, trazendo vantagens não só para o

farmacêutico e para o médico, mas também para o utente [6]. A nova receita

eletrónica passará a ser prescrita pelo médico através do Cartão de Cidadão do

utente e haverá acesso ao histórico do utente. Para além disto, este sistema será

inovador e sustentável uma vez que acabará com o desperdício de enormes

quantidade de folhas, tinteiros e impressoras [6].

2.3.2. Regime de comparticipação

De acordo com o Decreto-Lei Nº 48-A/2010, de 13 de maio [7], sujeito a

algumas alterações pelos DL nº 106-A/2010, de 1 de outubro [8] e DL nº19 /2014,

de 5 de fevereiro [9] o regime de comparticipação do Estado no preço dos

medicamentos é fixado de acordo com os escalões: A (95%), B (69%), C (37%) e

D (15%). Estes escalões permitem-nos determinar a comparticipação de cada

medicamento.

A comparticipação do medicamento existe para que o utente não tenha que

pagar o valor total de cada medicação, tendo assim uma comparticipação em maior

parte do Sistema Nacional de Saúde, providenciando assim uma repartição dos

encargos dos doentes com a sua saúde. Desta forma, o SNS, através de

Subsistemas de comparticipação é capaz de pagar parte do medicamento. Os

subsistemas que cobrem a maior percentagem da população portuguesa são o 01

(Regime de comparticipação geral) e o 48 (Regime de comparticipação geral para

pensionistas ou reformados). Existem ainda outros subsistemas do SNS como o 21

(Lúpus e hemofilia), 62 (Comparticipação por Despacho ou Portaria de Regime

Geral), 66 (Comparticipação por Despacho ou Portaria de Regime de Reformado

ou Pensionista), 46 (Regime de comparticipação para migrantes) entre outros.

Subsistemas como a Direção Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes

da Administração Pública (ADSE), a Assistência na Doença aos Militares (ADM) e

forças de segurança (Serviço na Assistência e na Doença-GNR e PSP) atualmente

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Relatório de Estágio

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são comparticipados através do Regime de Comparticipação Geral, no entanto tem

que ser indicado o número de beneficiário do Subsistema. Para além da

comparticipação do Estado, é ainda possível haver uma percentagem acrescida

com uma comparticipação por complementaridade. Esta complementaridade pode

existir enquanto direito do empregado por certos empregadores como o caso da

EDP-Savida, Caixa Geral de Depósitos e SAMS, ou então todos os que beneficiam

de um seguro privado como a Medis® e Multicare®. Nestes casos em que existe

uma comparticipação do SNS e outra por complementaridade, é necessário fazer

uma cópia da receita, em que a original é remetida ao SNS e a cópia para a

entidade de comparticipação complementar. Em alguns casos é requerido uma

fotocópia do Cartão de Cidadão na parte posterior da receita.

Nos utentes que beneficiam de um regime especial de comparticipação, a

comparticipação do estado é acrescida de 5% no escalão A e 15% nos escalões B,

C e D.

Existe ainda uma comparticipação especial no caso de pessoas com Diabetes

Mellitus (DM). Assim, regimes de preços e comparticipações para tiras de teste de

glucose, cetonemia, cetonúria, agulhas, seringas e lancetas foram estabelecidos

através da Portaria nº 364/2010, de 23 de Junho [10], atualizada pelo Despacho nº.

4294-A/2013 [11]. Desta forma, com a apresentação de uma receita prescrita com

o devido código de prescrição e produto, o utente terá uma comparticipação de 85%

nestes produtos, excetuando as agulhas e lancetas que são comparticipadas a

100%.

3. Dispensa de Medicamentos e de Produtos de Saúde

3.1. Medicamentos sujeitos a receita médica

Certos medicamentos disponibilizados na farmácia são sujeitos a receita

médica para evitar qualquer tipo de malefício no doente. Para que um medicamento

seja considerado sujeito a receita médica, é necessário que se verifique pelo menos

uma das seguintes situações [12]:

a) Possa constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente;

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b) Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam

utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins

diferentes daquele a que se destinam;

c) Contenham substâncias ou derivados, cuja atividade seja indispensável

aprofundar;

d) Se destine a ser administrados por via parentérica (injetável)

Enquanto MSRM é também necessário que esteja incluído na embalagem o

PVP. Durante o meu estágio, ao desempenhar as funções de farmacêutico deparei-

me com as mais variadas situações em que a receita médica era necessária.

Sempre que apresentada, lidei com a situação da forma como me foi instruída, isto

é, analisei de forma particular tudo o que a receita continha, verificando se todos os

dados disponíveis estavam de acordo com as normas, para que se tratasse de uma

receita válida. Após esta verificação, era necessário focar na medicação que se

encontrava na receita de forma a lidar com a situação do utente o melhor possível

e verificar de antemão a patologia associada. Para além disto, um passo muito

importante é perguntar ao utente se toma alguma medicação adicional porque, no

caso de o fazer, enquanto farmacêutico é necessário verificar possíveis interações

com a medicação presente na receita. Como último passo, tinha sempre em

consideração a medicação que o utente iria tomar, instruindo-o acerca da utilização

e conservação do mesmo de forma a promover um uso racional do medicamento

[13].

3.2 . Medicamentos genéricos

Segundo o Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de Agosto, referente ao Estatuto

do Medicamento, define-se medicamento genérico (MG) como “medicamento com

a mesma composição qualitativa e quantitativa em substâncias ativas, a mesma

forma farmacêutica e cuja bioequivalência com o medicamento de referência haja

sido demonstrada por estudos de biodisponibilidade apropriados.” e deverá estar

identificado na embalagem o seu nome, dosagem, forma farmacêutica e a sigla

“MG” [14]

Quando surgiram, os MG revolucionaram a dispensa de medicamentos, uma

vez que contêm a mesma substância ativa, dose e forma farmacêutica que os

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medicamentos de marca, trazendo ainda a vantagem de apresentarem um preço

de venda inferior, permitindo ao utente mais opções de escolha e claro, poupar.

É obrigação do farmacêutico apresentar ao utente as várias possibilidades e

MG (portanto, do mesmo grupo homogéneo), facilitando ao utente a escolha do

laboratório preferido ou que lhe convém [3].

Durante o meu estágio foi possível constatar que uma boa parte da população

já deixou de ver o MG como taboo ou de achar que não faria o mesmo efeito que o

medicamento de marca. Havia situações também em que o utente estava a tomar

MG, pensando que estes eram os de marca. E claro, existia ainda uma boa parte

da população que não acreditava nos MG e que continuava a optar pelos

medicamentos de marca. De forma geral, os utentes optavam principalmente por

MG exceto em algumas situações.

3.3 . Medicamentos não sujeitos a receita médica

Os medicamentos que não preencham nenhum dos requisitos acima

referidos, são designados de MNSRM e, tal como o nome indica, não necessitam

de receita médica para serem dispensados. No entanto, estes mesmos

medicamentos podem constatar na receita prescrita pelo médico, como

aconselhamento. Os MNSRM são também vendidos noutros locais devidamente

autorizados pelo INFARMED para o efeito. No entanto, a dispensa de alguns

MNSRM é feita apenas em farmácia. Os MNSRM não são comparticipáveis exceto

em casos previstos na legislação, estando portanto dispensados do regime de

preços utilizado nos MSRM [15].

Durante o estágio na farmácia tive a possibilidade de lidar com casos em que

o paciente não trazia receita consigo e o propósito de ir à FV era essencialmente

afeções menores, como constipações, dores de cabeça, problemas

gastrointestinais, entre outros. Nestas situações tomava sempre o maior cuidado

para entender o problema do utente para lidar da melhor forma possível. Nunca

dispensava uma ajuda por parte de um elemento da equipa da FV toda a vez que

me surgiam dúvidas, uma vez que a venda destes medicamentos, mesmo que não

sujeitos a receita médica, é da total responsabilidade do farmacêutico, e este

deverá fazê-lo de forma a assegurar o bem-estar e segurança do doente.

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3.4 .Medicamentos com legislação especial

3.4.1. Estupefacientes e psicotrópicos

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são essenciais para o

tratamento de algumas patologias e, quando utilizadas corretamente, trazem

inúmeros benefícios para a saúde do doente. O grande problema desta classe de

medicamentos é o risco associado à sua utilização indevida e os malefícios que

podem trazer ao doente se não forem utilizados de forma controlada e

supervisionada. Este risco existe devido às propriedades destas substâncias que

poderão criar habituação e dependência, tanto física como psicológica, levando à

contrafação, venda e consumo ilegal. A entidade responsável pela supervisão e

fiscalização do uso de substâncias psicotrópicas e estupefacientes em Portugal é

o INFARMED [16].

Assim, estas substâncias deverão ser utilizadas sob o espectro medicinal e

terapêutico, através do cumprimento estrito de recomendações clínicas, sendo

considerados e utilizados como medicamentos úteis e não como drogas.

Devido ao controlo a que este tipo de medicamentos está sujeito, todo o

circuito encomenda entrada na farmácia utente, tem normas mais específicas

do que os restantes medicamentos. Aquando da chegada de psicotrópico ou

estupefaciente é apresentada um requisição com o respetivo duplicado ao

funcionário que está a receber a encomenda, que deverá ser assinada e carimbada,

sendo o original arquivado na farmácia e o duplicado enviado para o fornecedor.

Quanto à dispensa e receituário, as receitas de psicotrópicos e estupefacientes

devem estar prescritos isoladamente, isto é, sem conter outros medicamentos,

podendo seguir as mesmas regras que as restantes prescrições em relação ao

número de embalagens por receita. Relativamente ao ato de dispensação do

psicotrópico ou estupefaciente, o farmacêutico deve solicitar ao requerente o nome,

data de nascimento, o número e data de emissão do documento de identificação e

morada, bem como o nome do doente e respetiva morada. Após a conclusão da

venda, deve manter-se a cópia da receita na farmácia durante três anos. Para

controlo de receituário, é obrigação da farmácia enviar ao INFARMED, até ao dia 8

do segundo mês a seguir à dispensa, a listagem de todas as receitas aviadas da

qual constem os dados do requerente [2].

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Relatório de Estágio

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3.4.2. Medicamentos manipulados

Um medicamento manipulado é toda a fórmula magistral ou preparado oficinal

preparado e dispensado sob a responsabilidade do farmacêutico. O farmacêutico

responsável pela preparação do manipulado deve garantir a qualidade e a

segurança do mesmo, no que concerne às doses da(s) substância(s) ativa(s) e de

qualquer interação que coloque em causa a ação do medicamento ou a segurança

do utente [17 e 18]

A comparticipação de um medicamento manipulado é de 30%, pelo que a sua

formulação deve constar no Formulário Galénico ou na Farmacopeia Portuguesa

ou na lista de medicamentos manipulados que consta no anexo do nº3 do despacho

nº18694/2010 [19].

Embora a FV disponha do material e espaço necessários para a preparação

de manipulados, este tipo de medicamentos são solicitados com pouca frequência.

Durante o meu estágio não surgiu oportunidade de preparar qualquer manipulado.

3.5 . Outros produtos farmacêuticos

3.5.1. Medicamentos veterinários

O regime jurídico dos medicamentos farmacológicos de uso veterinário

encontra-se descrito no Decreto-Lei nº 184/97, de 26 de Julho [20]. Este diploma

define que um medicamento veterinário é todo o medicamento destinado aos

animais que possua propriedades curativas ou preventivas das doenças e dos seus

sintomas, do homem ou do animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico

ou a restaurar, corrigir ou modificar as suas funções orgânicas.

Durante o meu estágio foram várias as vezes em que os utentes solicitaram

medicamentos de uso veterinário e foi possível verificar que os medicamentos com

maior saída eram os antiparasitários e os anticoncecionais. prescritos para

humanos. É realmente algo que não fazia parte do meu conhecimento e que me

suscitou bastante interesse.

3.5.2. Produtos cosméticos e de higiene corporal

De acordo com o Decreto-Lei n.º 189/2008, de 24 de Setembro [21], o produto

cosmético é definido como qualquer substância ou mistura destinada a ser posta

em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente

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epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou

com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou

principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em

bom estado ou de corrigir os odores corporais.

Embora os produtos cosméticos sejam não sujeitos a receita médica, estes

não devem prejudicar a saúde humana quando aplicados em condições normais.

A FV oferece uma vasta gama de produtos cosméticos e, apesar do público que

mais frequentava a farmácia ser de uma faixa etária mais avançada, a rotatividade

destes produtos não deixava de existir. Estes produtos têm vindo a ganhar cada

vez mais importância devido à crescente preocupação com alguns problemas de

pele. Desta forma, esta área exige uma grande preparação e conhecimentos

dermatológicos, para que seja feito um aconselhamento adequado e acertado.

Sempre que lidava com este tipo de situações, recorria muitas vezes a um dos

restantes funcionários para que me informassem sobre qual seria o produto mais

adequado. No entanto, posso afirmar que ao longo do meu estágio fui aprendendo

de forma regular os vários tipos de produtos cosméticos e o respetivo

aconselhamento. É também de realçar que, enquanto produtos cosméticos, estes

são um dos produtos mais importantes na farmácia, devido à margem de lucro

aplicada sobre os mesmos.

3.5.3. Dispositivos médicos

Um dispositivo médico é definido como qualquer instrumento, aparelho,

equipamento, software, material ou artigo utilizado para o bom funcionamento do

corpo humano, cujo principal efeito pretendido não seja alcançado por meios

farmacológicos, imunológicos ou metabólicos e que seja utilizado em seres

humanos para fins de diagnóstico, controlo e tratamento de uma doença, lesão ou

deficiência, para estudo substituição ou alteração da anatomia ou de um processo

fisiológico e por último, para controlo da conceção [22]. São exemplos de

dispositivos médicos os dispositivos de ostomia, sacos coletores de urina,

compressas de gaze hidrófila, testes de gravidez, dispositivos de imobilização de

membros, entre outros [23].

Durante o meu estágio na FV foram algumas as vezes que me requisitaram

aconselhamento para determinadas situações em que um dispositivo médico era

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

19

necessário. Na maior parte das situações trataram-se de dispositivos de

imobilização de membros onde teríamos de verificar que não haveria excesso de

pressão nem implicaria quaisquer riscos para o doente. Ocorreram outras situações

em que o pedido era bastante específico e seria necessário averiguar qual o

produto que melhor se adequava à situação, como no caso dos sacos de ostomia

onde era indispensável garantir o tamanho adequado e encomendá-los

corretamente ao fornecedor.

3.5.4. Suplementos alimentares

O Decreto-Lei nº136/2003, de 28 de Junho [24] caracteriza um suplemento

alimentar como uma substância ou mistura de substâncias que contêm fontes

concentradas de nutrientes ou substâncias com efeito nutricional ou fisiológico. Os

suplementos alimentar, ao contrário do que o paciente comum crê, não podem ser

utilizados como substituto de alimentação diária, mas sim como um complemento

para quem necessita de certos nutrientes que se encontram em falta. Apesar da

venda destes produtos depender na maior parte das vezes do farmacêutico e não

do doente, é necessário alertar as pessoas para os possíveis malefícios que uma

toma não controlada e excessiva de suplementos pode fazer.

3.5.5. Produtos de nutrição específica

Este tipo de produtos encontra-se legislado pelo Decreto-Lei n.º74/2010, de

21 de Junho [25] e consistem em produtos alimentares que contêm uma

composição específica, para compensar possíveis deficiências em nutrientes

quando o seu aporte não é suficiente. Durante o meu estágio curricular tive algum

contacto com estes produtos e a possibilidade de dar aconselhamento adequado a

clientes.

4. Cuidados e serviços farmacêuticos

4.1. Medição da PA

A PA é um dos maiores fatores de risco cardiovasculares, portanto é

necessário ter o maior cuidado e monitorizar estes valores, mesmo quando não

estão aumentados. O rastreio e diagnóstico de uma possível hipertensão arterial

pode vir a ser suficiente para prolongar a vida de muitos pacientes. Enquanto

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20

estagiário da FV tive a possibilidade de realizar diversas vezes esta medição,

inclusivé no rastreio cardiovascular que elaborei.

4.2. Medição dos valores da glucose no sangue

A medição da glucose está principalmente relacionada com a DM tipo 2 e

como forma de rastreio/diagnóstico desta doença. Enquanto estagiário da FV

realizei um rastreio cardiovascular onde tive a oportunidade de praticar a utilização

de lancetas e leitura de resultados.

4.3. Medição do colesterol total e triglicerídeos

São fatores de risco cardiovascular o nível aumentado de colesterol total e o

de triglicerídeos (TG). Desta forma, a FV dispõe de um serviço de medição de

colesterol e TG, uma vez que é de extrema importância o controlo deste parâmetro

para o diagnóstico precoce de possíveis dislipidémias. Estes valores devem ser

determinados de preferência com um jejum de 12 horas (no caso dos TG) (tabela

1). Esta medição é feita a partir do aparelho Refroton Plus® (Anexo V).

4.4. Medição do INR

O International Normalized Ratio (INR) é a medida estandardizada do tempo

de protrombina. Esta medida é essencialmente feita para controlar pacientes que

estejam a fazer uma terapêutica de anticoagulantes orais. Quando o valor do INR

se encontra perto do mínimo significa que o paciente se encontra em risco de

trombose, enquanto que o valor máximo significa que o paciente está em risco de

fazer hemorragias espontâneas (Tabela 2). Para a medição deste parâmetro a FV

detém o CoaguCheck®XS Plus (Anexo V).

Parâmetro Valor de Referência (mg/dL)

Colesterol total <190

Triglicerídeos <150

Tabela 1 – Valores de referência para o colesterol total e triglicerídeos [26]

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

21

4.5. Testes de gravidez

Estes testes baseiam-se numa reação antigénio-anticorpo entre a hormona

Gonadotrofina Coriónica Humana (ᵦ-HCG) presente na urina da mulher e o

anticorpo do próprio teste. Esta hormona é detetável no soro ou na urina da mulher

a partir do sétimo ao décimo dia após a conceção. É aconselhável a realização do

teste com a primeira urina da manhã, pois é uma urina mais concentrada e por isso

transmite um resultado mais credível. É questionado à cliente se deseja fazer o

teste na Farmácia, e em caso afirmativo é encaminhada para o gabinete de

atendimento personalizado e é-lhe explicado como se processa o teste. Sendo

assim, se a HCG estiver presente na urina da mulher, ocorre o aparecimento de

duas bandas (controlo e teste) ou sinal mais ou menos (dependendo da marca do

teste de gravidez), indicando um resultado positivo.

4.6. Dispensador Semanal

Atualmente este é um serviço prestado na Farmácia Vitis e é extremamente

útil para idosos polimedicados, que sozinhos não consigam administrar a

medicação corretamente. Um farmacêutico prepara a medicação dos utentes que

aderem a este serviço consoante a guia de medicação prescrita pelo médico com

a respetiva posologia para cada medicamento. É no dispensador da marca

Blisterpack® (Anexo V) que os comprimidos são acondicionados em

compartimentos individualizados pelos dias da semana e pelas diferentes refeições

do dia, ilustradas por imagens como ajuda para quem não consegue ler. Este

serviço traz vantagens não só para o cliente como para a Farmácia que consegue

fidelizar mais pessoas. Durante o meu período de estágio foi-me dada a

INR Descrição

Próximo de 1 Indivíduos saudáveis

2 – 3

Indivíduos a fazer tratamento anticoagulante oral para prevenção e tratamento de

tromboses venosas, embolias pulmonares e sistémicas.

3 – 4,5

Indivíduos com próteses valvulares mecânicas e embolias sistémicas

recidivantes

Tabela 2 – Valores de referência para o INR [27]

Tabela 2 – Valores de referência para o INR [27]

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22

possibilidade de preparar esta medicação semanal várias vezes. Apesar de ainda

não ser um serviço com muita adesão, acredito que seja imprescindível em

algumas situações e, mesmo que o lucro deste serviço não seja significativo,

orgulha-me ver estas iniciativas na farmácia, a pensar simplesmente no conforto,

bem-estar e saúde do doente.

5. Programas em que a FV participa

5.1. VALORMED

Este programa tem como objetivo a recolha de medicamentos fora da validade

e que os utentes já não usam, para assim serem eliminados da maneira correta,

evitando problemas ambientais. Apercebi-me que os utentes já estão educados

para esta situação e trazem regularmente à FV os medicamentos que pretendem

deitar fora. Quando os caixotes da VALORMED® estão cheios devem ser

encerrados e preenchida a ficha que vem anexada a este, para que assim um

distribuidor, no nosso caso a Medicanorte ou OCP, o possa levantar.

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Relatório de Estágio

23

PARTE II

1. Risco Cardiovascular

1.1. Introdução

Desde o momento que comecei a estagiar na FV tive um especial interesse

em fazer um rastreio cardiovascular (RC). Achava importante e interessante saber

qual o estado de saúde da população portuguesa. É sabido que a causa de morte

mais comum em Portugal é a doença cardiovascular/do aparelho circulatório

representando cerca de 30%, do número de óbitos verificados no país todos os

anos [28].

Desta forma, enquanto futuro farmacêutico, decidi prosseguir com este RC

para garantir aos pacientes um serviço diferenciado pontual, não só para averiguar

a condição da sua saúde mas também para a melhorar, se assim fosse o caso, com

o devido aconselhamento farmacêutico.

Hoje em dia, a evolução verificada na área do medicamento levou à produção

constante e inovadora de fármacos que ajudam a repor ou a melhorar os níveis dos

parâmetros bioquímicos medidores do risco cardiovascular. São exemplo disso os

anti-hipertensores, os antidiabéticos, anticoagulantes, anticolesterolemiantes, entre

outros. Desta forma, foi também objetivo deste rastreio averiguar até que ponto

estes parâmetros estavam controlados através de medicamentos e de que forma a

sua medicação estaria a ser eficaz.

1.2. Fatores de risco cardiovasculares

Os fatores de risco cardiovasculares são todos os hábitos, ações e estilos de

vida que podem aumentar o risco para a ocorrência de uma doença cardiovascular

[29]. Os fatores de risco cardiovasculares são classificados como modificáveis, no

caso de hábitos ou parâmetros que podem ser alterados pelo doente, como o

colesterol, a PA, os níveis de glucose, ser ou não fumador, entre outros, e os não

modificáveis, como é o caso da idade e do género. [30].

Durante o RC que elaborei foquei-me em alguns dos fatores de risco de

doenças cardiovasculares mais conhecidos e estudados

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24

- Fatores modificáveis: a obesidade, através do cálculo do Índice de Massa

Corporal (IMC); o perímetro da cintura; a PA e a glicémia

– Fatores não-modificáveis: idade e género [30].

1.2.1. Obesidade

A Organização Mundial de Saúde descreve obesidade como a acumulação

excessiva e descontrolada de gordura que pode colocar em perigo e ser prejudicial

para a saúde [31]. Esta condição deve-se essencialmente ao consumo

desequilibrado de calorias no balanço, entre as calorias ingeridas e as calorias

gastas. Existem duas razões principais que podem levar à obesidade: um aumento

da ingestão de alimentos de elevado teor energético e a inatividade física.

A obesidade passa por ser uma condição associada a um elevado risco de

mortalidade que é igualmente capaz de afetar a pessoa tanto a nível físico como

psicológico. Esta mortalidade está relacionada com o facto de a obesidade estar

associada a várias patologias como a DM tipo 2, dislipidémia, hipertensão arterial

e consequentemente aterosclerose [32]

É possível saber se o peso de um indivíduo está dentro dos parâmetros

necessários para que seja considerado saudável ou não saudável. Para fazer esta

avaliação são utilizados dois parâmetros essenciais: o IMC e o perímetro da cintura

[33] (Tabelas 3 e 4).

Designação IMC (kg/m2) Classificação

Magreza severa <16,00 III

Magreza média 16,00 – 16,99 II

Magreza moderada 17,00 – 18,49 I

Normal 18,50 – 24,99 Peso normal

Pré-obesidade 25,00 – 29,99 Pré-obesidade

Obesidade 30,00 – 34,99 I

Obesidade 35,00 – 39,99 II

Obesidade >= 40,00 III

Tabela 3 – Valores de IMC e respetiva classificação [34]

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Relatório de Estágio

25

Designação Cut-off point Risco de complicações

metabólicas

Perímetro da cintura >94 cm (H) ; >80 cm (M) Aumentado

Perímetro da cintura >102 cm (H) ; >88cm (M) Muito aumentado

1.2.2. Hipertensão arterial

A Organização Mundial de Saúde define hipertensão arterial como a condição

na qual os vasos sanguíneos estão sob constante pressão [35].

Estima-se que a hipertensão arterial é uma das principais causas de morte

por doença cardiovascular, representando cerca de 7.5 milhões de mortes por ano,

tornando-a num dos maiores riscos cardiovasculares de hoje em dia. Este fator de

risco está na origem de diversas doenças, como falência cardíaca, enfarte, acidente

vascular cerebral, entre outros [36].

Os níveis de pressão arterial, para além de poder ser controlada através de

uma abordagem farmacológica, podem ser muito mais reduzidos se a população

adotar também uma terapia não farmacológica, como por exemplo, a prática de

exercício físico, um menor consumo de sal e a alteração dos hábitos alimentares.

Para que os resultados a nível global sofressem um decréscimo, foram sendo

instauradas ao longo do tempo políticas que reduziam o consumo de sal [36].

1.2.3. Hiperglicémia e diabetes

Em 2008 foi responsável por cerca de 1,3 milhões de mortes no mundo e é

um dos parâmetros com os quais mais precaução se deve ter [36]. Um dos grandes

problemas da diabetes é a constante falta de deteção precoce e a falta de

preocupação dos doentes, que pode resultar em complicações mais graves, como

por exemplo ataques cardíacos, enfartes, falência renal, cegueira e até mesmo

amputações, devido a necroses que se desenvolvem nos membros periféricos. É,

portanto, necessário haver uma deteção rápida e atempada desta doença de forma

a reduzir os riscos de doença cardiovascular [36].

Tabela 4 – Valores do perímetro da cintura e os riscos associados [34]

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26

Assim sendo, os objetivos deste rastreio passaram não só pelo estudo dos

valores de alguns fatores de risco, mas também por proporcionar aos utentes da

FV a possibilidade da realização de um check-up à sua saúde e relembrar a

importância dos mesmos.

1.3. Rastreio Cardiovascular

Tal como foi referido anteriormente, o interesse crescente em conhecer o

estado de saúde dos utentes da FV e perceber quais os riscos cardiovasculares

associados a cada estilo de vida e a cada pessoa em particular, levaram-me a tomar

esta iniciativa. É ainda de realçar que após uma vasta pesquisa sobre a

dispensação de medicamentos da FV, se concluiu que os medicamentos

responsáveis pela redução de risco cardiovascular constituíam um dos grupos de

medicamentos mais dispensados. Posto isto, sabia que era uma oportunidade que

me iria enriquecer, uma vez que me proporcionava situações reais e dados reais,

em tempo real.

1.3.1. Planeamento

O RC realizado na FV foi planeado com a devida antecedência para que a

organização do mesmo decorresse de forma correta e nas condições devidas.

Atempadamente recorri à ajuda dos farmacêuticos responsáveis da farmácia com

o intuito de averiguar a possibilidade de utilizar o material existente na farmácia

durante o RC. Felizmente a resposta foi positiva e gostaria de realçar a

disponibilidade constante e a vontade de ajudar que existiu sempre que necessário,

por parte de toda a equipa da FV.

A preparação deste RC obedeceu a alguns deadlines de forma a priorizar

aquilo que era mais importante e urgente. Desta forma, trabalhei para esta atividade

metodicamente e obedecendo às datas estipuladas.

1.3.2. Divulgação e promoção

Para que o RC resultasse seria necessário recorrer à promoção e divulgação

do mesmo. Uma vez que a FV se encontrava localizada numa área onde os

habitantes estariam numa faixa etária mais avançada, esta divulgação teve de ser

realizada através da distribuição de panfletos, anexação de cartazes (Anexo VI) em

pontos estratégicos da farmácia e através de uma promoção “boca-a-boca”. Ainda

assim, uma vez que a FV se encontra a reativar a página do facebook optamos por

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Relatório de Estágio

27

partilhar a notícia do RC nesta página oficial de forma a dinamizar a FV nos meios

sociais.

1.3.3. O rastreio, os parâmetros analisados e o material utilizado

Após a averiguação do material disponibilizado, concluiu-se que os fatores de

risco cardiovasculares possíveis de analisar seriam: idade, género, tabagismo, o

consumo de álcool, IMC, perímetro abdominal, PA e glucose.

Tal como referido anteriormente, todo o material necessário para as medições

foi disponibilizado pela FV, incluindo as luvas, etanol, o algodão e as tiras de

glicémia com o respetivo aparelho de medição de glucose e medidor da PA.

Para além de todo o equipamento utilizado, foi igualmente importante a

utilização de uma ficha de resultados onde foram assinalados todos os valores e

respostas fornecidas pelo paciente em questão, mantendo sempre o questionário

anónimo (Anexo VI).

1.3.4. Resultados

No total obtiveram-se 26 participantes no RC, contando com 10 homens e 16

mulheres. Uma vez que a amostragem se encontrava relativamente dividida, achei

que seria interessante ver os resultados comparando a população masculina com

a feminina. Analisando por parâmetros de risco separadamente, é possível

constatar que, no que diz respeito ao IMC, mais de metade da população (tanto

masculina como feminina) se encontra em valores de sobrepeso, verificando-se

ainda uma maior tendência para a obesidade por parte da população masculina.

No que diz respeito ao perímetro da cintura, existe um valor acentuado na

população feminina, verificando-se mais de 50% com um valor muito aumentado.

Já na população masculina verificou-se uma maior perseverança dos valores

normais, o que se torna num facto interessante visto que o IMC de 70% da

população masculina se encontra fora dos parâmetros normais.

A PA foi medida a todos os utentes que se sujeitaram ao rastreio, quer

tomassem medicação para a hipertensão arterial quer não tomassem. Neste ensaio

decidi tratar dos dados partindo cada uma das populações em quatro grupos – os

utentes com a PA controlada e que não tomam medicação; com PA controlada e

que tomam medicação; PA descontrolada e que não tomam medicação; PA

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descontrolada e que tomam medicação. No que diz respeito aos resultados deste

ensaio, devo confessar que os resultados foram inesperados. Por um lado, é de

louvar que de entre todos os utentes rastreados, nenhum se encontrava

simultaneamente com sintomas de hipertensão arterial e sem tomar medicação

para a PA. Por outro lado, é possível observar, na população masculina, o efeito

exatamente contrário, isto é, vários indivíduos com medicação para a hipertensão

arterial, descontrolados, o que significa que estavam com uma PA superior à dos

valores de referência. Apesar destes resultados serem mais acentuados na

população masculina, o mesmo se passa na população feminina, com 31% da

população descontrolada a tomar medicação.

O ensaio dos níveis da glucose procedeu-se de igual forma da PA, verificando

quem se encontrava com níveis de glucose descontrolados/controlados com/ou

sem medicação para a diabetes. Neste caso, os resultados são bastante positivos,

verificando-se algo que não se constatou no caso da PA – o número de pessoas

com valores descontrolados é menor.

1.3.5. Conclusões

É sabido que hoje em dia uma grande parte da população encontra-se com

pelo menos um parâmetro com valores elevados, factos que estes resultados vêm

comprovar. Na amostra estudada é possível constatar que menos de metade da

população apresenta um IMC e perímetro de cintura adequados, principalmente

nas pessoas mais idosas. É igualmente interessante verificar que existe uma ligeira

diferença entre os dois grupos, verificando-se piores resultados na população

feminina.

No que diz respeito à PA e glucose, confesso que já esperava ter resultados

como os obtidos, no que diz respeito à existência de uma grande parte de ambas

as populações em medicação para as duas patologias. O que menos esperava era

a existência de uma modesta percentagem de pessoas com uma destas patologias

descontroladas e sem medicação. São resultados como estes que nos fazem

questionar a razão pela qual existem tantos extremos, desde uma pessoa com a

utilização exagerada de medicamentos a um paciente sem medicação, por falta de

diagnóstico, ou desinteresse. É aqui que o farmacêutico mais tempo tem de investir,

em querer ajudar e cuidar dos pacientes confrontando-os, questionando-os e

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Relatório de Estágio

29

aconselhando-os de forma a obterem um estilo de vida mais saudável. Por vezes,

basta uma pequena abordagem para convencer o utente a medir a pressão arterial,

ato este que é suficiente para uma primeira fase de diagnóstico.

Apesar dos resultados obtidos e das conclusões tiradas, o número de pessoas

rastreadas e a falta de informação sobre o estado físico e psicológico, bem como o

seu estilo de vida, tornam esta informação em algo não muito profundo ou correto.

No entanto, estas medições são sempre importantes para o utente verificar o seu

estado de saúde.

25%

44%

31%

IMC população feminina

Normal Sobrepeso Obeso

30%

30%

40%

IMC população masculina

Normal Sobrepeso Obeso

50%

30%

20%

Perímetro população masculina

Normal Aumentado Muito Aumentado

13%

25%63%

Perímetro população feminina

Normal Aumentado Muito Aumentado

Fig. 1 – IMC na população masculina

Fig. 3 – Perímetro da cintura na população

masculina

Fig. 6 – Pressão arterial na população feminina

Fig. 4 – Perímetro da cintura na população

feminina

Fig. 6 – Pressão arterial na população feminina

Fig. 1 – IMC na população feminina

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30

2. Inquérito de satisfação

2.1. Objetivo

Durante o meu período de estágio reparei que na FV, os clientes por vezes

tinham diferentes opiniões e reações para diferentes situações. Isto é, notei que, tal

como em qualquer estabelecimento, surgiam clientes que por vezes não

demonstravam um contentamento habitual, o que me levou a questionar qual seria

a sua opinião geral e como poderia a farmácia melhorar. Quando propomos a um

cliente que nos dê a sua opinião acerca do funcionamento da farmácia, esperamos

que o seu feedback seja o mais sincero, de forma a podermos melhorar a qualidade

do estabelecimento, o atendimento e a gestão da farmácia. Desta forma, propus à

direção técnica a elaboração de um inquérito de satisfação (IS).

6%

63%31%

0%

0%

20%

40%

60%

80%

Medicação S/ medicação

Pressão ArterialPopulação masculina

Controlado (%) Descontrolado (%)

60%

10%

30%

0%0%

20%

40%

60%

80%

100%

Medicação S/ medicação

Pressão ArterialPopulação feminina

Controlado (%) Descontrolado (%)

80%

10%

0%

10%0%

50%

100%

Medicação S/ medicação

Níveis de glucosePopulação masculino

Controlado (%) Descontrolado (%)

6%

75%13%

6%

0%

50%

100%

Medicação S/ medicação

Nível de glucose População Feminino

Controlado (%) Descontrolado (%)

Fig. 6 – Pressão arterial na população feminina

Fig. 6 – Pressão arterial na população feminina

Fig. 7 – Níveis de glucose na população

masculina

Fig. 7 – Níveis de glucose na população

masculina

Fig. 8 – Níveis de glucose na população

feminina

Fig. 8 – Níveis de glucose na população

feminina

Fig. 5 – Pressão arterial na população

masculina

Fig. 6 – Pressão arterial na população feminina

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Relatório de Estágio

31

2.2. O inquérito

Este inquérito apresentava vários pontos relevantes e inerentes à FV. Para

que a confidencialidade fosse máxima, optou-se por um questionário anónimo, de

forma a evitar qualquer tipo de julgamento por parte do farmacêutico e para não

condicionar a resposta do participante, aumentando a sua sinceridade.

O inquérito foi realizado durante um dia após o qual, os resultados foram

recolhidos e tratados estatisticamente.

2.3. Divulgação e promoção

O IS foi divulgado a todos os clientes que se dirigiram à farmácia. Foi também

partilhado na página oficial do facebook da FV.

Após o preenchimento do IS, o cliente era conduzido até a uma caixa selada

(Anexo VII) que continha uma identificação da mesma e uma única abertura para a

introdução do questionário.

2.4. Resultados

O IS contou com duas partes distintas, cada uma com duas perguntas. A

primeira parte dedicou-se à razão que levou o cliente a ir à farmácia (pergunta 1) e

a disponibilidade do(s) medicamento(s) (pergunta 2) solicitado(s) no ato de compra.

A segunda parte dedicou-se à avaliação propriamente dita por parte do cliente em

relação ao atendimento (pergunta 3) e ao espaço (pergunta 4) da FV. Por fim,

incluímos uma pequena caixa de texto no final do inquérito para que os clientes nos

deixassem as suas sugestões.

Durante o tempo em que o IS esteve disponível, foram preenchidos 36

inquéritos, tendo sido 16 por pessoas do sexo masculino e 20 do sexo feminino. Foi

verificado ainda que a faixa etária que mais participou no IS foi dos 18-64 anos,

com 22 pessoas sendo as outras 14 pessoas com idade >65 anos (Fig. 9 e 10).

Neste caso considerei que o género não seria tão relevante como no caso do

rastreio cardiovascular e, por essa razão, apresentarei os resultados tendo em

conta os 36 participantes como um todo. É igualmente necessário referir que os

resultados do inquérito estão apresentados pelo número e não pela percentagem

de respostas.

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32

A primeira parte do inquérito, tal como referido anteriormente, dizia respeito

ao ato de compra do cliente e, apesar de 36 questionários entregues, apenas 28

responderam às duas questões que contemplavam nesta parte. Não obstante, na

primeira pergunta, que questionava o motivo pelo qual o cliente se deslocou à

farmácia, obteve-se um total de 17 respostas “Para comprar medicamentos para

mim” e 11 respostas “Para comprar medicamentos para outrem”. Quanto à segunda

pergunta, acerca da disponibilidade do produto pretendido na hora, das 28 pessoas

que responderam, apenas duas assinalaram a opção “tenho que voltar à farmácia

noutro dia”.

No que diz respeito à segunda parte do inquérito, verificou-se que a maioria

dos clientes se encontravam mais que satisfeitos, tanto a nível da qualidade do

atendimento, como também das condições e imagem da FV. No entanto, é de

realçar alguns dos pontos menos positivos do inquérito como o tempo de espera

para ser atendidos com 31% (11) “satisfatório” e 3% (1) “não satisfatório”, os

produtos disponíveis com 19% (7) “satisfatório” e 3% “(1) “não satisfatório” e a

privacidade do atendimento com 14% (5) “satisfatório” e 3% (1) “não satisfatório.

Na parte da avaliação geral da FV, isto é, no estabelecimento como um todo,

os resultados foram bastante positivos, uma vez que cerca de 91% dos

participantes ficaram divididos entre o “bom” e o excelente” o que significa que a

FV se encontra num bom caminho no que diz respeito à satisfação do cliente. Ainda

foi possível constatar que nenhum participante classificou a FV como “não

satisfatório”, o que é igualmente bastante positivo (Fig. 11-13).

22

14

Faixa etária

18-64 >=65

16

20

Género

Masculino Feminino

Fig. 9 – Número de respostas obtidas

do IS por género

Fig. 9 – Número de respostas obtidas

do IS por género

Fig. 10 – Número de respostas

obtidas do IS por faixa etária

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

33

A caixa de texto no final do inquérito – sugestões – foi preenchida apenas por

10, dos 36 participantes. Dentro destes 10 comentários, apenas três sugestões

foram relevantes para a análise de dados, entre elas o alargamento do horário de

funcionamento aos sábados, mais especificamente, a abertura durante a tarde, a

possibilidade de se obter mais descontos sobre os produtos e a disponibilidade dos

medicamentos da farmácia.

0% 8%

33%58%

Avaliação Geral

Não Satisfatório Satisfatório Bom Excelente

0 0 0 1 1 14 2 4 3

11

5

11 1310

149 8

21 21 2218

15

22

0

10

20

30

40

Simpatia dosProfissionais

Apresentação Clareza nasinformações

AconselhamentoTempo de Espera Privacidade

Atendimento

Não Satisfatório Satisfatório Bom Excelente Total

0 0 0 12 2 37

14 15 17 1420 19 16 14

0

10

20

30

40

Imagem Instalações Horário de Atendimento Produtos Disponíveis

Farmácia

Não satisfatório Satisfatório Bom Excelente Total

Fig. 11 – Respostas obtidas relativamente ao atendimento da FV

Fig. 11 – Respostas obtidas relativamente ao atendimento da FV

Fig. 12 – Respostas obtidas relativamente às condições, serviços

e imagem da FV

Fig. 12 – Respostas obtidas relativamente às condições, serviços

e imagem da FV

Fig. 13 – Respostas obtidas relativamente à

avaliação geral da FV

Fig. 13 – Respostas obtidas relativamente à

avaliação geral da FV

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34

2.5. Conclusões

Após a análise dos resultados, é com satisfação que podemos afirmar que a

FV, de uma forma geral, teve uma avaliação bastante positiva. Todos os pontos

menos satisfatórios anteriormente mencionados foram discutidos com a direção

técnica da farmácia que decidiu que iria, de facto, implementar melhorias nesses

aspetos. O tempo de espera será melhorado com a ajuda de um sistema de senhas

mais ativo e controlado e através do reforço do número de pessoas no atendimento.

Quanto à quantidade de produtos disponíveis, a situação é muito provavelmente

reflexo da disponibilidade de medicamentos do fornecedor principal e por, muitos

deles se encontrarem frequentemente rateados. Para além disto, ter apenas dois

fornecedores, pode ser inconveniente para a farmácia, pois diminui a probabilidade

de algum deles ter determinado medicamento disponível.

Quanto às sugestões, a FV encontra-se aberta à comunidade ao sábado de

manhã devido ao facto dos trabalhadores da FV terem uma manhã ou tarde de

folga durante a semana, compensando de certa forma essa folga ao trabalharem

durante a manhã de sábado. O número de membros da equipa da FV não é

suficiente para abrir durante a tarde de sábado e, pelas razões acima referidas, a

adoção de um novo horário não será por agora considerada.

Apesar das sugestões não serem possíveis de alcançar num futuro próximo,

não deixam de ser considerações que poderão ser tidas em conta. Com muita

certeza afirmo que este questionário de satisfação serviu e irá servir como uma

base para uma melhor adaptação e otimização da FV que, um dia mais tarde,

adotará algumas das sugestões deixadas pelos nossos clientes.

3. Suplementação alimentar e dietas

Desde cedo que as noções de alimentação, dieta e gestão de peso despertam

o meu interesse, quer por querer compreender a influência que determinados

alimentos podem ter no nosso organismo, ao nível de ganho ou perda de peso, mas

também nos efeitos que alguns tipos de dietas podem ter no que diz respeito a

carências vitamínicas e de minerais. Aliado a este interesse, noto uma curiosidade

crescente na sociedade sobre a imagem e necessidade de obter o peso ideal,

muitas vezes recorrendo à indústria farmacêutica para obter os resultados

esperados mais eficazmente mas, principalmente, porque podem utilizar os seus

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

35

produtos para combater alguns efeitos adversos e faltas de nutrientes resultantes

de algumas dietas.

3.1. Dieta

Define-se dieta como os hábitos alimentares de um indivíduo no seu dia-a-

dia. Estes hábitos alimentares poderão ser saudáveis, permitindo uma vida

saudável e equilibrada a cada pessoa. Contudo, quando se opta por dietas muito

restritivas ou estilos alimentares muito diferentes dos que estamos habituados, o

nosso bem-estar e saúde podem ser prejudicados. Assim sendo, a dieta

desequilibrada pode trazer desvantagens para o bem-estar e saúde da pessoa.

Para entender o funcionamento e sucesso dos vários tipos de dietas, é

igualmente importante compreender o corpo humano, como este reage consoante

o tipo de alimentos ingeridos e evitar défices e carências de nutrientes. [37]

3.2. Efeito dos alimentos no nosso organismo

Os vários tipos de alimentos ingeridos provocam respostas específicas no

nosso organismo, principalmente a nível de alterações de glucose no sangue

(glicémia), ou seja, alterações na quantidade

de açúcar transportada para a corrente

sanguínea após essa ingestão. Uma das

formas possíveis de compreender esta ação

é através da análise do Índice Glicémico (IG).

O IG indica-nos a velocidade com que um

hidrato de carbono é digerido e absorvido,

influenciando os valores de glucose no

sangue. Existem alimentos que contêm

hidratos de carbono de absorção rápida, que causam um pico de glucose no

sangue pouco tempo após a sua ingestão e alimentos com hidratos de carbono de

absorção lenta que ao serem lentamente absorvidos e digeridos não vão criar

variações ou picos de glucose tão acentuados, mantendo níveis aproximadamente

constantes [38] (Fig.14). Os valores de IG dos vários alimentos já se encontram

definidos e tratam-se de valores relativos com base no valor de IG da água (100)

[39] (Tabela 5).

Fig. 14 – O IG mede o efeito dos alimentos

nos níveis de glucose no sangue [38]

Fig. 14 – O IG mede o efeito dos alimentos

nos níveis de glucose no sangue [38]

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36

A insulina é a principal hormona envolvida na

redução da glicémia, uma vez que facilita a entrada

de moléculas de glucose nas células. O aumento da

glucose no sangue faz aumentar a libertação de

insulina para que a mesma seja capaz de contrariar

esta variação. Por outro lado, quando a glucose no

sangue é moderada/baixa, a libertação de insulina

é muito menor, o que nos permite concluir que,

alimentos que desencadeiam baixa resposta de

insulina no sangue são considerados de baixo valor

glicémico, e os que desencadeiam resposta com

grande extensão, de alto valor glicémico.

3.3. Índice glicémico – saciedade e adição

O IG associado a cada alimento influencia a forma como o corpo irá reagir.

No caso dos alimentos com IG elevados, vão ser absorvidos de forma tão rápida

que acabarão por provocar um pico de glucose no sangue dando origem a uma

breve hiperglicémia que rapidamente

retorna a níveis abaixo do basal,

provocando uma hipoglicémia

momentânea. A constante ingestão de

alimentos com IG elevado provoca

níveis de glucose no sangue instáveis,

tendo um perfil meramente definido por

picos extremos. Cada vez que se atinge

o pico hipoglicémico, o apetite do

indivíduo aumenta, aumentando a

vontade de consumir alimentos muito

calóricos [40 e 41].

De forma a estudar os fenómenos

fisiológicos envolvidos na regulação do

apetite foram desenvolvidos vários

estudos nesta matéria que comprovaram a estimulação cerebral que existe quando

um indivíduo sente vontade de comer, sensação despoletada pela dopamina.

Tabela 5 – Exemplo de alguns

alimentos e do seu índice glicémico [39]

Tabela 5 – Exemplo de alguns

alimentos e do seu índice glicémico

[3]

A

A

B

A

B

A

Fig. 15 – Alterações da glucose no plasma (A) e

apetite (B) após ingestão dos batidos preparados.

Existem diferenças entre os batidos de baixo IG e

alto IG após 4h.

Fig. 15 – Alterações da glucose no plasma (A) e

apetite (B) após ingestão dos batidos preparados.

Existem diferenças entre os batidos de baixo IG e

alto IG após 4h.

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

37

No estudo desenvolvido por Belinda S Lennerz et.al foram avaliados 12

indivíduos com excesso de peso e obesos com idade entre os 18 e os 35 anos,

para determinar se a dopamina estava envolvida nos centros de prazer e

recompensa. Para tal, foram fornecidos batidos semelhantes a cada um dos

indivíduos com a diferença de que alguns dos batidos eram de alto IG e outros de

baixo IG. Após a ingestão destes batidos, os autores repararam que os indivíduos

que consumiram os batidos com alto IG tiveram picos de açúcar no sangue que

diminuíram ao fim de 4 horas (Fig. 15A). No momento que os níveis de glucose

voltaram ao normal, verificou-se que os participantes tiveram episódios de fome

excessiva (Fig. 15B) Nesse momento foi feita uma ressonância magnética cerebral

funcional que mostrou níveis elevados de atividade numa região do cérebro

específica, no Núcleo Accumbens que está associado a mecanismos de

dependência, como o tabaco, cocaína, anfetaminas e ecstasy. [42]

3.4. As dietas dos dias de hoje

Hoje em dia, o aparecimento constante de dietas inovadoras que permitem a

perda de peso substancial num curto espaço de tempo, resulta numa ida cada vez

mais frequente e regular de pessoas à farmácia em busca de produtos que as

auxiliem nesse processo.

É legítimo afirmar que atualmente as dietas preferidas das pessoas e que

demonstram cumprir os seus objetivos de uma forma mais rápida são as seguintes:

hipocalórica e a hiperproteica com baixo teor em hidratos de carbono.

3.5. Dieta hipocalórica

A dieta hipocalórica tem por base a redução de energia total que o nosso

corpo precisa ao longo do dia. Se o intake de energia de um indivíduo for maior do

que a energia que ele gasta com atividades basais e exercício físico, esse excesso

de energia é acumulado sob a forma de gordura. Desta forma, se o indivíduo

consumir menos calorias do que as que necessita, o corpo irá suportar-se utilizando

a energia armazenada da gordura, permitindo que a pessoa perca gordura e peso

gradualmente.

O problema das dietas hipocalóricas transversal à maior parte das dietas é,

considerando que há uma grande redução de valor energético total, o facto de

levarem o indivíduo a um limite que o seu corpo não está preparado para aguentar.

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38

Neste caso, o acompanhamento por um profissional de saúde torna-se imperativo.

Os indivíduos que decidem seguir este tipo de alimentação partem do pressuposto

que quanto menos alimentos ingerirem, mais rapidamente vão emagrecer,

chegando a haver situações em que a privação é levada ao extremo e os indivíduos

“passam fome”. Se o nosso corpo não recebe os nutrientes necessários, a curto e

a longo prazo irão notar-se repercussões [43].

A restrição calórica poderá levar a alguns distúrbios principalmente cardíacos

e endoteliais [44 e 45]. A constante restrição calórica faz com que o corpo procure

a energia que necessita nas suas reservas, verificando-se um aumento de ácidos

gordos livres (AGL) no plasma e triglicerídeos (TG) no plasma. Os TG e AGL estão

principalmente armazenados nos adipócitos, no entanto, existe alguma

percentagem onde estes se encontram alojados em órgãos diferentes, como o

coração e o fígado [46]. Assim, uma elevada concentração de TG poderá influenciar

o bom funcionamento dos órgãos. Um estudo já demonstrou que uma dieta

hipocalórica/restrição nutricional elevada provoca um aumento de AGL no plasma

e um aumento de TG no miocárdio, associados a uma diminuição da função

miocárdica diastólica [44 e 47].

3.6. Dieta hiperproteica

Uma dieta é considerada hiperproteica quando a quantidade ingerida deste

macronutriente é inferior aos valores diários recomendados. Esta é considerada

uma das dietas mais utilizadas hoje em dia, demonstrando efeitos rápidos e

notórios, o que a torna numa ferramenta de perda de peso bastante utilizada.

A saciedade é uma das componentes-chave da dieta, que ajuda a pessoa a

perder peso. Já foi, inclusive, verificado que existem macronutrientes que saciam o

apetite mais que outros. Por exemplo, a proteína é o macronutriente que mais

provoca saciedade, seguido dos hidratos de carbono. Esta saciedade provoca a

diminuição do intake energético pelo indivíduo que, ao ingerir menor energia, irá

criar um balanço negativo energético, que leva à diminuição de peso. Foi já

estudado que, quanto maior a quantidade de aminoácidos que se encontram no

plasma, mais saciado o indivíduo se encontra, enquanto que uma concentração

baixa de aminoácidos no plasma causa um aumento do apetite [48 e 49].

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

39

3.6.1. Risco da dieta hiperproteica

O grande risco da dieta hiperproteica e com a qual o paciente deverá ter o

maior cuidado é a sobrecarga da função renal e hepática. Uma ingestão frequente

e abundante de proteínas vai aumentar a quantidade de ácidos nos rins

(principalmente os sulfatos e fosfatos). Para além disso, existem estudos que

verificam que a função renal fica afetada, provocando alteração na filtração

glomerular resultando consequentemente em albuminúria, valores de pH alterados

e valores ácido úrico aumentados [50 e 51]. Este tipo de dietas sobrecarrega

igualmente o fígado, notando-se um aumento dos valores das transaminases [52].

Outro problema da dieta hiperproteica é o tipo de proteínas que o indivíduo

ingere, uma vez que existem fontes de proteína que contêm igualmente gorduras

saturadas e elevadas concentrações de colesterol. O objetivo pode ser cumprido,

com a perda de peso, mas se as proteínas ingeridas não forem monitorizadas,

alguns parâmetros considerados de risco cardiovascular, como a hiperlipidemia e

hipercolesterolemia poderão aumentar.

3.7. Suplementos alimentares

Os suplementos alimentares são definidos como uma adição de nutrientes

concentrados a uma dieta normal, de forma a obter efeitos fisiológicos e nutricionais

[53]. Os suplementos alimentares são variados e podem apresentar-se sobre a

forma de um ingrediente ou combinação de ingredientes, tais como: vitaminas,

minerais, aminoácidos, entre outros [54].

Os suplementos alimentares são utilizados para diferentes fins, para garantir

que o intake dos nutrientes e energia diária são atingidos, para prevenir o risco de

certas doenças ou, por exemplo, para suplementar a possível falta de nutrientes

aquando de uma adoção de uma dieta de emagrecimento.

Desta forma, irei apresentar alguns suplementos que poderão ser utilizados

em complementaridade com a dieta hipocalórica e hiperproteica, tendo em conta a

informação anteriormente partilhada.

3.7.1. Multivitamínicos

Os multivitamínicos são provavelmente o suplemento alimentar mais utilizado

pelas pessoas hoje em dia. Os multivitamínicos têm várias funções como combater

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a fadiga, aumentar a concentração, ajudar a obter um melhor descanso e ajudar a

melhorar a performance cerebral e memória.

Uma das principais desvantagens das dietas é o esforço inicial de adaptação

que o indivíduo tem de fazer, não só pelo facto de não estar habituado ao plano

alimentar, mas também pelas restrições alimentares verificadas nas dietas

diminuírem sempre o intake de energia que, por sua vez, diminuem o aporte

energético e vitamínico. É no que diz respeito a este cansaço inicial que os

multivitamínicos se revelam importantes, uma vez que a sua constituição inclui

vitaminas e minerais que estarão em menor concentração no corpo algumas das

quais a função está relacionada com o aumento da concentração, como é o caso

do complexo vitamínico B (principalmente vitamina B12 e B9), vitamina C e vitamina

D.

Existem estudos que comprovam a relação entre a diminuição do complexo

vitamínico B e o estado da cognição do doente [55 e 56], através do aumento de

homocisteína que tem um papel importante na cognição. Além disso, vários estudos

foram realizados para verificar a relação entre a vitamina B12 e o humor, estando

esta vitamina inversamente proporcional ao estado de espírito da pessoa [57]. O

mesmo ocorre com a vitamina B9.

Relativamente à vitamina C ela é tida também como um potenciador do bem-

estar físico e do humor, por se encontrar presente nos neurónios para prevenir um

stress oxidativo destas células e, assim, melhorar o funcionamento do SNC [58].

Para completar a informação anteriormente descrita, em 2012, foi realizado

um estudo randomizado por dupla-ocultação para testar os multivitamínicos e os

seus efeitos na cognição do indivíduo. Neste estudo, cerca de 116 participantes

conseguiram manter-se regulares com a toma dos comprimidos, com um total de

59 no grupo placebo e 55 no grupo multivitamínico. Após a análise dos resultados,

verificaram-se várias melhorias, principalmente a nível energético (menos fadiga e

mais alerta) e a nível do humor/stress (mais relaxado e calmo) [59].

Os estudos realizados até agora indicam vantagens na ingestão de cada

vitamina e na mistura destas vitaminas através do uso de suplementos. É por estes

resultados que os suplementos vitamínicos são hoje considerados um bom suporte

para a melhoria do bem-estar e reposição de nutrientes.

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

41

São inúmeros os multivitamínicos comercializados hoje em dia, todos eles

com algumas especificações e orientados para um certo tipo de condição. São

exemplos de multivitamínicos expostos na farmácia o Centrum®, Neurozan®,

Pharmaton® e o ExstressMemo® da Nutradvance®.

3.7.2. Crómio

O crómio é um mineral essencial que se encontra presente no pão, no queijo,

carnes brancas e em algumas especiarias e que ajuda a regular diferentes

mecanismos e sensações do indivíduo. São exemplos destes mecanismos a

regulação da glucose, a atenuação do aumento de peso e regulação do apetite.

Além destas funções o crómio é capaz de normalizar a função e níveis da glucose

bem como do metabolismo dos lípidos [60].

O papel do crómio no apetite resulta da sua interação nos transportadores de

glucose (GLUT4) que se encarregam de transportar a glucose da corrente

sanguínea para dentro das células. Assim, o crómio pode estar envolvido na

translocação da GLUT4, por ativação da sinalização intracelular, aumentando o

transporte de glucose [61]. Tal como visto anteriormente, o crómio ao regularizar e

normalizar os níveis de glicémia, previne picos de valores de glucose no sangue,

diminuindo assim o apetite. Para além de regular a vontade de comer, o crómio

está também envolvido no controlo do colesterol, por interferir no seu metabolismo,

inibindo a enzima 3-hidroxi-3-metil-glutaril-CoA redutase.

Verificamos assim que o crómio se trata de um mineral capaz de regular e

ajudar o indivíduo, por reduzir alguns valores de fatores de risco como também

ajuda a cumprir o objetivo da dieta [62]

O crómio que é comercializado hoje em dia pode ser apresentado sob várias

formas: cloreto, nicotinato e picolinato de crómio. Devido à maior absorção do

crómio sob a forma de picolinato [63], este torna-se no produto mais vendido e mais

comercializado. Existem alguns destes suplementos de venda na farmácia como o

BioActivo Crómio® [64] e o Total Apetit Control® da Nutradvance®.

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42

3.7.3. Ácido linoleico conjugado

O ácido linoleico conjugado (CLA) é um

dos ácidos gordos polinsaturados que existe

na natureza, conjuntamente com outros

ácidos linoleicos com uma conformação

diferente [65]. Os efeitos fisiológicos do CLA

são variados, tendo sido feitos vários estudos

nesse sentido ao longo dos anos. Os mais

destacados até hoje são o efeito anticarcinogénico, antidiabético, a capacidade de

reduzir massa gorda e o efeito anti-hipertensor (Tabela 6). O CLA pode ser

encontrado na nossa alimentação diária, estando essencialmente presente na

carne de vaca e nos produtos lácteos.

O efeito anti-obesidade do CLA tem vindo a ser estudado nos últimos 40 anos

sendo que, na maioria dos ensaios clínicos realizados com esta substância,

verificou-se que existe uma redução da massa gorda corporal. Vários estudos

atribuem estes efeitos ao aumento da lipólise e da beta-oxidação dos aminoácidos

nos adipócitos que ajudam na redução da massa gorda [67]. Outros autores

acreditam também que o CLA produz um efeito anti-obesidade por ativação dos

recetores ativados pelo proliferador de peroxissomas (PPAR) [67 e 68] que estão

envolvidos no metabolismo de ácidos gordos. Esta ativação irá desencadear um

catabolismo aumentado dos ácidos gordos, diminuindo a massa gorda. Vários

ensaios clínicos em humanos também evidenciaram a redução da gordura corporal

em obesos, através de uma dieta equilibrada e complementada com suplementos

de CLA [69].

Um dos produtos mais comercializados hoje em dia é o BioActivo CLA®.

Tendo em conta que, de acordo com vários estudos, a dose diária de CLA deverá

estar entre os 3-6g/dia [70], no caso deste produto, o indivíduo não deverá exceder

3/4 comprimidos por dia, uma vez que cada comprimido contém 1600mg. O produto

desta natureza mais disponível na FV é o Total Fat Burner® da Nutradvance®.

O CLA apresenta muitos (potenciais) benefícios para o bem-estar do doente,

não só na diminuição de peso, como também na melhoria de outros fatores de risco

como a DM e hipertensão.

Tabela 6 – Efeitos fisiológicos do CLA [66]

Tabela 6 – Efeitos fisiológicos do CLA [66]

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

43

3.7.4. Hepatoprotetor

A carência de hidratos de carbono e principalmente a sobrecarga de proteína

existente numa dieta hiperproteica, implica um esforço acrescido por parte do

fígado. As proteínas são um macronutriente de difícil metabolização, ao contrário

dos hidratos de carbono e que, quando em excesso, sobrecarregam o fígado,

provocando uma alteração nas transaminases [52 e 71]. É por esta razão que

existem diversos casos em que, após o início da dieta hiperproteica, os indivíduos

apresentam como sintoma dores abdominais. Normalmente, estas dores derivam

da inflamação e esforço aplicado pelo fígado na metabolização das proteínas

ingeridas em excesso.

Nestes casos, um hepatoprotetor pode ser suficiente para o tratamento e

prevenção de quaisquer dores abdominais.

O suplemento hepatoprotetor mais requisitado nas farmácias de hoje em dia

é o cholagutt® - produto composto por extrato de plantas, tais como a alcachofra,

que ajuda a proteger e a renovar o fígado, e o cardo mariano, responsável pela

proteção do fígado contra agentes nocivos. Outro produto bastante vendido na FV

é o Hepa® da dieta+ da Nutradvance® que tem como principais funções a proteção

e estimulação da proteção hepática e faz parte da gama de produtos que

promovemos, bem como a sua dieta.

3.7.5. Ácido eicosapentanóico e ácido docosahexanóico

É sabido que os ácidos gordos são nutrientes essenciais para o bom

funcionamento do corpo humano, sendo os ómega-3 dos mais conhecidos e mais

estudados atualmente. Existem dois tipos principais de ómega-3: o ácido

eicosapentanóico (EPA) e o ácido docosahexanóico (DHA). Estas duas moléculas

derivam do ácido linolénico e fazem parte da classe dos ácidos gordos ómega-3.

Estes dois nutrientes existem em abundância na Natureza, estando presentes

essencialmente em nozes, sementes, legumes e alguns óleos vegetais. Por serem

essenciais ao corpo humano, torna-se indispensável introduzi-los na nossa dieta

diária, eficazmente. Uma das suas principais propriedades é a proteção contra

alguns riscos cardiovasculares, uma vez que influenciam e ajudam a diminuir a

pressão arterial e a prevenir coágulos sanguíneos, diminuindo assim o risco de

trombose. Desta forma, para pessoas obesas, a ajuda de uma suplementação com

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ómega-3 pode ser fundamental, não só para melhorar o rendimento da dieta, mas

também para ajudar na diminuição de certos valores de fatores de risco

cardiovascular [72].

Na farmácia vitis o suplemento de ómega-3 principal é o NutraOmega3® da

Nutradvance®.

3.8. Guidelines de aconselhamento para suplementação nutricional

Durante o meu estágio em farmácia comunitária deparei-me com diversas

situações em que o utente me informava sobre a dieta que estava a experimentar

e me pedia conselhos. Tal como descrito anteriormente, constatei que estas dietas

colocam muitas vezes o bem-estar do doente em perigo, e que estes recorrem

frequentemente à farmácia em busca de opções e informação sobre suplementos

que previnam certos riscos e melhorem os resultados da dieta.

De forma a proporcionar e prestar um melhor aconselhamento farmacêutico

decidi elaborar guidelines (Anexo VIII) de aconselhamento para suplementação

nutricional, no qual estariam mencionados os suplementos mais indicados para

tipos de dieta e o propósito de cada um.

É sabido que o preço dos suplementos alimentares não é acessível para a

população em geral o que, por vezes, influencia na decisão dos produtos a comprar.

Um cliente com capacidade financeira não terá problemas em levar um conjunto de

suplementos alimentares aconselhados devidamente pelo farmacêutico, mas o

mesmo não se verifica com um cliente sem essa capacidade e que possivelmente

optaria por levar apenas um produto. Por esta razão decidi estabelecer prioridades

de venda de suplementos alimentares que considero serem mais fulcrais no bem-

estar do cliente e no sucesso da dieta.

Adicionalmente, a farmácia mantém uma parceria com a Nutradvance®, que

oferece uma dieta personalizada e os produtos que devem acompanhar a mesma.

Assim sendo, decidi elaborar este documento de forma a ajudar o paciente e ao

mesmo tempo potenciar as vendas destes produtos na FV.

Estas guidelines foram elaboradas como um guia/suporte para a venda destes

produtos e acredito que a elaboração das mesmas tenha sido uma mais valia para

a farmácia.

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

45

Bibliografia

[1] Ministério da Saúde. Decreto-Lei nº 307/2007, de 31 de Agosto de 2007. Regime

jurídico das farmácias de oficina. Diário da República: 1.ª série. Nº168.

[2] INFARMED: Normas relativas à dispensa de medicamentos e produtos de

saúde. Acessível em:

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MEDICAMENTOS_USO_H

UMANO/PRESCRICAO_DISPENSA_E_UTILIZACAO/Normas_dispensa.pdf

[acedido em 01 de Agosto de 2015].

[3] Lei nº 11/2012, de 8 de março. Estabelece as novas regras de prescrição e

dispensa de medicamentos, procedendo à sexta alteração ao regime jurídico dos

medicamentos de uso humano, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de

agosto, e à segunda alteração à Lei n.º 14/2000, de 8 de agosto.

[4] Administração Central do Sistema de Saúde: Regras de prescrição e de

dispensa de medicamentos – disposições transitórias. Acessível em:

http://www.acss.min-

saude.pt/Portals/0/Circular%20Informativa%20Conjunta%20N%C2%BA%2001-

INFARMED-ACSS.pdf [acedido em 02 de Agosto de 2015].

[5] Portaria nº 46/2012, de 13 de Fevereiro. Primeira alteração à Portaria n.º

198/2011, de 18 de maio, que estabelece o regime jurídico a que obedecem as

regras de prescrição eletrónica de medicamentos egras de prescrição eletrónica de

medicamentos.

[6] Nova Receita Eletrónica: Regras e conceitos. Acessível em:

http://www.receitaeletronica.pt [acedido em 05 de Agosto de 2015]

[7] Decreto-Lei n.º 48-A/2010, de 13 de Maio. Aprova o regime geral das

comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, altera as regras a que

obedece a avaliação prévia de medicamentos para aquisição pelos hospitais do

Serviço Nacional de Saúde, procedendo à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º

195/2006, de 3 de Outubro, e modifica o regime de formação do preço dos

medicamentos sujeitos a receita médica e dos medicamentos não sujeitos a receita

médica comparticipados, procedendo à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º

65/2007, de 14 de Março.

[8] Decreto-Lei n.º 106-A/2010, de 1 de Outubro. Adopta medidas mais justas no

acesso aos medicamentos, combate à fraude e ao abuso na comparticipação de

medicamentos e de racionalização da política do medicamento no âmbito do

Serviço Nacional de Saúde (SNS) e altera os Decretos-Leis n.os 176/2006, de 30

de Agosto, 242-B/2006, de 29 de Dezembro, 65/2007, de 14 de Março, e 48-

A/2010, de 13 de Maio.

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46

[9] Decreto-Lei n.º 19/2014, de 5 de Fevereiro. Procede à quarta alteração ao

Decreto-Lei n.º 48-A/2010, de 13 de maio, que aprova o regime geral das

comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, e à terceira alteração ao

Decreto-Lei n.º 112/2011, de 29 de novembro, que aprova o regime da formação

do preço dos medicamentos sujeitos a receita médica e dos medicamentos não

sujeitos a receita médica.

[10] Ministério da Saúde. Portaria n.º 364/2010, de 23 de Junho. Regime de

comparticipação especial para doentes com DM. Diário da República; 1.ª série.

Nº120.

[11] Ministério da Saúde. Despacho n.º 4294-A/2013. Atualização no regime de

comparticipação especial para doentes com DM

[12] Estatuto do Medicamento. Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto.

[13] Ordem dos Farmacêuticos: Código Deontológico da Ordem dos

Farmacêuticos. Acessível em:

http://www.ceic.pt/portal/page/portal/CEIC/UTILIDADES_INFORMACAO/NORMA

TIVO/NACIONAL/CodigoDeontologico_OF.pdf [acedido em 06 de Agosto de 2015]

[14] Ministério da Saúde. Decreto-Lei n.º176/2006, de 30 de Agosto. Regime

jurídico dos medicamentos de uso humano. Diário da República; 1.ª série. Nº167

[acedido em 06 de Agosto de 2015]

[15]INFARMED: Estatuto do Medicamento. Acessível em:

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/LEGISLACAO/LEGISLACA

O_FARMACEUTICA_COMPILADA/TITULO_III/TITULO_III_CAPITULO_I/035-

E_DL_176_2006_9ALT.pdf [acedido em 09 de Agosto de 2015]

[16] INFARMED: Estupefacientes e psicotrópicos. Acessível em:

https://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PUBLICACOES/TEMATIC

OS/SAIBA_MAIS_SOBRE/SAIBA_MAIS_ARQUIVO/22_Psicotropicos_Estupefaci

entes.pdf [acedido em 10 de agosto de 2015]

[17] Decreto-Lei n.º 95/2004, de 22 de Abril. Regula a prescrição e a preparação de

medicamentos manipulados

[18] Portaria n.º 594/2004, de 2 de Junho. Aprova as boas práticas a observar na

preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e hospitalar.

[19] Despacho n.º 18694/2010, 18 de Novembro. Estabelece as condições de

comparticipação de medicamentos manipulados e aprova a respectiva lista.

[20] Decreto-Lei n.º 184/97, de 26 de Julho. Regime jurídico dos medicamentos de

uso veterinário farmacológicos

[21] Decreto-Lei n.º 189/2008, de 24 de Setembro. Estabelece o regime jurídico dos

produtos cosméticos e de higiene corporal, transpondo para a ordem jurídica

nacional as Directivas n.os 2007/53/CE, da Comissão, de 29 de Agosto,

2007/54/CE, da Comissão, de 29 de Agosto, 2007/67/CE, da Comissão, de 22 de

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

47

Novembro, 2008/14/CE, da Comissão, de 15 de Fevereiro, e 2008/42/CE, da

Comissão, de 3 de Abril, que alteram a Directiva n.º 76/768/CEE, do Conselho,

relativa aos produtos cosméticos, a fim de adaptar os seus anexos II, III e VI ao

progresso técnico.

[22] Decreto-Lei n.º 145/2009, de 17 de Junho. Estabelece as regras a que devem

obedecer a investigação, o fabrico, a comercialização, a entrada em serviço, a

vigilância e a publicidade dos dispositivos médicos e respectivos acessórios e

transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2007/47/CE, do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 5 de Setembro.

[23] INFARMED: Dispositivos médicos na farmácia. Acessível em:

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/DISPOSITIVOS_MEDICOS/

AQUISICAO_E_UTILIZACAO/DISPOSITIVOS_MEDICOS_FARMACIA [acedido

em 11 de agosto de 2015]

[24] Ministério da Saúde. Decreto-Lei nº 136/2003, de 28 de Junho de 2003.

Suplementos alimentares. Diário da República: 1.ª série. Nº147.

[25] Ministério da Agricultura, do desenvolvimento Rural e das Pescas. Decreto-Lei

n.º74/2010, de 21 de Junho. Regulamentação de produtos dietéticos para

alimentação especial. Diário da República; 1ª série. Nº118.

[26] Sociedade Portuguesa de Cardiologia: Valores de referência do colesterol total

e triglicerídeos. Acessível em:

http://www.spc.pt/spc/Microsites/Passaporte/kit/passaporte/colesterol/valores.aspx

[acedido em 15 de agosto de 2015]

[27]CoaguCheck®: Valores de INR. Acessível em:

http://www.coaguchek.net/br/index.php?target=/pt/patients/centro_de_informacoes

/faq/0 [acedido em 15 de agosto de 2015]

[28] Base de Dados Portugal Contemporâneo: Óbitos por algumas causas de

morte. Acessível em:

http://www.pordata.pt/Portugal/%C3%93bitos+por+algumas+causas+de+morte+(p

ercentagem)-758 [acedido em 17 de agosto de 2015]

[29] National Heart, Lung, and Blood Institute: Definição de fatores de risco

cardiovasculares, Acessível em http://www.nhlbi.nih.gov/health/health-

topics/topics/hd [acedido em 17 de agosto de 2015]

[30] Chiazor EI, et al. (2015). A Systematic Review of Community Pharmacists’ Interventions in Reducing Major Risk Factors for Cardiovascular Disease. Value in Health Regional Issues vol.7: 9-21.

[31] Organização Mundial de Saúde: Definição de obesidade. Acessível em:

http://www.who.int/topics/obesity/en/ [acedido em 17 de agosto de 2015].

[32] National Heart, Lung, and Blood Institute: Riscos associados à obesidade.

Acessível em: http://www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/obe/risks.

[acedido em 17 de agosto de 2015].

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48

[33] Whitlock G et.al (2009) Body-mass index and cause-specific mortality in

900 000 adults: collaborative analyses of 57 prospective studies. The Lancet

373(9669): 1083-1096.

[34] Direção-Geral da Saúde: Avaliação Antropométrica no Adulto. Acessível em:

http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/media/1204/avalia%C3%A7%C3%A3o-

antropom%C3%A9trica-no-adulto.pdf [acedido em 18 agosto de 2015]

[35] Organização Mundial de Saúde: Definição de hipertensão arterial: Acessível

em: http://www.who.int/topics/hypertension/en/ [acedido em 25 de agosto de 2015]

[36] Organização Mundial de Saúde (2011) Global Atlas on cardiovascular disease

prevention and control.

[37] University of Maryland: Obesidade e perda de peso. Acessível em:

http://umm.edu/health/medical/reports/articles/weight-control-and-diet [acedido em

28 de Agosto de 2015]

[38] Zimmerman M, Snow B (2012). Carbohydrates. In: Zimmerman M, Snow B,

eds. Essentials of Nutrition: A Functional Approach. 1st ed, 165-231.

[39]Harvard Medical School: Índice glicémico. Acessível em:

http://www.health.harvard.edu/healthy-

eating/glycemic_index_and_glycemic_load_for_100_foods [acedido em 29 de

Agosto de 2015]

[40] Atkinson, FS, Foster-Powell K, & Brand-Miller JC (2008). International Tables

of Glycemic Index and Glycemic Load Values: 2008. Diabetes Care, 31(12), 2281-

2283. doi: 10.2337/dc08-1239

[41] Ludwig, DS, Majzoub, JA, Al-Zahrani A, Dallal GE, Blanco I, Roberts SB (1999).

High Glycemic Index Foods, Overeating, and Obesity. Pediatrics, 103(3), e26-e26.

[42] Lennerz BS, Alsop DC, Holsen LM, Stern E, Rojas R, Ebbeling CB, Ludwig DS

(2013). Effects of dietary glycemic index on brain regions related to reward and

craving in men. The American Journal of Clinical Nutrition, 98(3), 641-647.

[43] Greco M, Chiefari E, Montalcini T, Accattato F, Costanzo FS, Pujia A, Gulletta

E (2014). Early Effects of a Hypocaloric, Mediterranean Diet on Laboratory

Parameters in Obese Individuals. Mediators of Inflammation, 2014, 8.

[44] Hammer S, van der Meer R W, Lamb HJ, Schär M, de Roos A, Smit JWA,

Romijn JA (2008). Progressive Caloric Restriction Induces Dose-Dependent

Changes in Myocardial Triglyceride Content and Diastolic Function in Healthy Men.

The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 93(2), 497-503.

[45] Buscemi S, Verga S, Tranchina MR, Cottone S, Cerasola G (2009). Effects of

hypocaloric very-low-carbohydrate diet vs. Mediterranean diet on endothelial

function in obese women. European Journal of Clinical Investigation, 39(5), 339-

347.

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

49

[46] Unger RH, Orci L (2001). Diseases of liporegulation: new perspective on obesity

and related disorders. The FASEB Journal, 15(2), 312-321.

[47] Jonker JT, Djaberi R, van Schinkel LD, Hammer S, Bus MTJ, Kerpershoek G,

Lamb HJ (2014). Very-Low-Calorie Diet Increases Myocardial Triglyceride Content

and Decreases Diastolic Left Ventricular Function in Type 2 Diabetes With Cardiac

Complications. Diabetes Care, 37(1), e1-e2.

[48] Soenen S, Westerterp-Plantenga MS (2008). Proteins and satiety: implications

for weight management. Current Opinion in Clinical Nutrition & Metabolic Care,

11(6).

[49] Mellinkoff SM, Frankland M, Boyle D, Greipel M (1956). Relationship Between

Serum Amino Acid Concentration and Fluctuations in Appetite. Journal of Applied

Physiology, 8(5), 535-538.

[50] Juraschek SP, Appel LJ, Anderson CAM, Miller Iii ER (2013). Effect of a High-

Protein Diet on Kidney Function in Healthy Adults: Results From the OmniHeart

Trial. American Journal of Kidney Diseases, 61(4), 547-554.

[51] Frank H, Graf J, Amann-Gassner U, Bratke R, Daniel H, Heemann U, Hauner

H (2009). Effect of short-term high-protein compared with normal-protein diets on

renal hemodynamics and associated variables in healthy young men. The American

Journal of Clinical Nutrition, 90(6), 1509-1516.

[52] Mutlu EA, Keshavarzian A, Mutlu GM (2006). Hyperalbuminemia and elevated

transaminases associated with high-protein diet. Scandinavian Journal of

Gastroenterology, 41(6), 759-760.

[53] Comissão Europeia: Suplemento alimentar. Acessível em :

http://ec.europa.eu/food/safety/labelling_nutrition/supplements/index_en.htm

[Acedido em 2 de Setembro de 2015

[54] Food and Drug Administration: Definição de suplemento alimentar. Acessível

em: http://www.fda.gov/Food/DietarySupplements/ [Acedido em 2 de Setembro de

2015]

[55] Miller AL (2003). The methionine-homocysteine cycle and its effects on

cognitive diseases. Alternative medicine review : a journal of clinical therapeutic,

8(1), 7-19.

[56] Elias MF, Robbins MA, Budge MM, Elias PK, Brennan SL, Johnston C, Nagy

Z, Bates CJ (2006). Homocysteine, Folate, and Vitamins B6 and B12 Blood Levels

in Relation to Cognitive Performance: The Maine-Syracuse Study. Psychosomatic

Medicine, 68(4).

[57] Baldewicz TT, Goodkin K, Blaney NT, Shor-Posner G, Kumar M, Wilkie FL,

Eisdorfer C (2000). Cobalamin level is related to self-reported and clinically rated

mood and to syndromal depression in bereaved HIV-1+ and HIV-1− homosexual

men. Journal of Psychosomatic Research, 48(2), 177-185.

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50

[58] Harrison FE, May JM(2009). Vitamin C function in the brain: vital role of the

ascorbate transporter SVCT2. Free Radical Biology and Medicine, 46(6), 719-730.

[59] Sarris J, Cox KH, Camfield D, Scholey A, Stough C, Fogg E, Pipingas A (2012).

Participant experiences from chronic administration of a multivitamin versus placebo

on subjective health and wellbeing: a double-blind qualitative analysis of a

randomised controlled trial. Nutrition Journal, 11(1), 110.

[60] Paiva AN, Lima JG, Medeiros ACQ, Figueiredo HAO, Andrade RL, Ururahy

MAG, Almeida MG (2015). Beneficial effects of oral chromium picolinate

supplementation on glycemic control in patients with type 2 diabetes: A randomized

clinical study. Journal of Trace Elements in Medicine and Biology, 32, 66-72.

[61] Anderson RA, Cheng N, Bryden NA, Polansky MM, Cheng N, Chi J, Feng J

(1997). Elevated Intakes of Supplemental Chromium Improve Glucose and Insulin

Variables in Individuals With Type 2 Diabetes. Diabetes, 46(11), 1786-1791.

[62] Lukaski HC, Siders WA, Penland JG (2007). Chromium picolinate

supplementation in women: effects on body weight, composition, and iron status.

Nutrition, 23(3), 187-195.

[63] DiSilvestro RA., Dy E (2007). Comparison of acute absorption of commercially

available chromium supplements. Journal of Trace Elements in Medicine and

Biology, 21(2), 120-124

[64]BioActivo Cromio®: Informação do produto. Acessível em:

http://www.pharmanord.pt/products/details/bio-cromio [Acedido a 9 de Setembro

de 2015]

[65] Lehnen T, da Silva M, Camacho A, Marcadenti A, Lehnen A (2015). A review

on effects of conjugated linoleic fatty acid (CLA) upon body composition and

energetic metabolism. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 12(1),

36.

[66] Koba K, Yanagita T (2013). Health benefits of conjugated linoleic acid (CLA).

Obesity Research & Clinical Practice, 8(6), 525-532.

[67] Kennedy A, Martinez K, Schmidt S, Mandrup S, LaPoint K, McIntosh M (2010).

Antiobesity Mechanisms of Action of Conjugated Linoleic Acid. The Journal of

nutritional biochemistry, 21(3), 171-179.

[68] Brown JM, Boysen MS, Jensen SS, Morrison RF, Storkson J, Lea-Currie R,

McIntosh MK (2003). Isomer-specific regulation of metabolism and PPARγ signaling

by CLA in human preadipocytes. Journal of lipid research, 44(7), 1287-1300.

[69] Gaullier JM, Halse J, Høye K, Kristiansen K, Fagertun H, Vik H, Gudmunsen

O. (2004). Conjugated linoleic acid supplementation for 1 year reduces body fat

mass in healthy overweight humans. American Journal of Clinical Nutrition, 79(6),

1118-25.

[70] Iwata T, Kamegai T, Yamauchi-Sato Y, Ogawa A, Kasai M, Aoyama T, Kondo

K (2007). Safety of Dietary Conjugated Linoleic Acid (CLA) in a 12-weeks Trial in

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

51

Healthy Overweight Japanese Male Volunteers. Journal of Oleo Science, 56(10),

517-525.

[71] Delimaris I (2013). Adverse Effects Associated with Protein Intake above the

Recommended Dietary Allowance for Adults. ISRN Nutrition, vol. 2013.

[72] Zimmerman M, Snow B (2012). Lipids. In: Zimmerman M, Snow B, eds.

Essentials of Nutrition: A Functional Approach. 1st ed, 233-281

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52

Anexos

Anexo I – Localização exterior da Farmácia Vitis

Fig. 16 – Localização exterior da Farmácia Vitis

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

53

Anexo II – Espaço interior da Farmácia Vitis

Fig. 17 – Área de atendimento ao público

Fig. 20 – Zona de armazenamento de medicamentos

Fig. 18 – Zona de receção de encomendas Fig. 19 – Gabinete de apoio

personalizado

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54

Anexo III – Armazenamento de psicotrópicos

Fig. 21 – Zona de armazenamento dos psicotrópicos e

estupefacientes

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

55

Anexo IV - Tipos de receita médica em Portugal

Fig. 22 – Receita médica renovável Fig. 23 – Receita médica não-renovável

Fig. 24 – Receita médica manual

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56

Anexo V – Equipamento disponível na Farmácia Vitis

Fig. 25 – CoaguCheck®XS Plus Fig. 26 – Refroton Plus®

Fig. 27 – BlisterPack® - Dispensador semanal

(interior)

Fig. 28 – BlisterPack® - Dispensador semanal

(exterior)

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

57

Anexo VI – Rastreio Cardiovascular

Fig. 29 – Design utilizado para fins promocionais

– cartaz, panfletos e página oficial do facebook

da FV

Fig. 28 – Design utilizado para fins promocionais

– cartaz, panfletos e página oficial do facebook

da FV

Fig. 30 – Questionário utilizado no rastreio

cardiovascular

Fig. 29 – Questionário utilizado no rastreio

cardiovascular

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58

Anexo VII – Questionário de Satisfação

Fig. 31 – Local para colocar os questionários de

satisfação depois de preenchidos

Fig. 30 – Local para colocar os questionários de

satisfação depois de preenchidos

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José Pedro Silva Carvalho

Relatório de Estágio

59

Anexo VIII – Guidelines para venda de suplementos

Fig. 32 – Guidelines de apoio a vendas de

suplementos da Nutradvance®

Fig. 30 – Local para colocar os questionários de

satisfação depois de preenchidos

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1

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Farmácia Jimenez Trilleros

José Pedro Silva Carvalho

ERASMUS

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Prácticas tuteladas en oficina

de farmacia

Farmacia Jiménez Trilleros

José Pedro Silva Carvalho

15 de Enero – 15 de Abril, 2015

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

i

Prácticas, de 3 meses, en oficina de farmacia incluidas en el Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

Local: Farmacia Jiménez Trilleros – Calle Juan Alonso 6, 28047 Madrid

Período: Enero - Abril 2015

Elaborado por: ________________________________________________

(José Pedro Silva Carvalho)

Farmacéutico Titular: _________________________________________________

(Juan Antonio Trilleros Jimenez)

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ii

DECLARACIÓN DE INTEGRIDAD

Yo, José Pedro Silva Carvalho (13857576), alumno de Mestrado Integrado em

Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto declaro

que he actuado con absoluta integridad en esta memoria.

En este sentido, se confirma que no incurrí en plagio (el acto por el cual una persona,

incuso por omisión, asume la autoría de una obra intelectual o partes de ellas).

Más se establece que todas las frases tomadas de trabajos anteriores se hacen

referencia o se escriben con nuevas palabras, y en este caso se coloca la cita

bibliográfica de la fuente.

Madrid, ____ de __________________ de _________

Firma: ________________________________________________________________

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

iii

Agradecimientos

Este período de 3 meses no podría ser tan especial sin la presencia, compañía

y amistad que algunas personas demostraron:

- À Juan Trilleros, por todo, por todos los enseñamientos, por ser quien

es, por representar la profesión farmacéutica como nunca he visto antes,

por la capacidad increíble y voluntad enorme de transmitir sus

enseñamientos a mí, por toda la amistad y suporte que me ha dado

hasta ahora, muchas gracias. Te agradezco por todo.

- À Pilar Estaire por su constante buena disposición y sonrisa, por

escucharme siempre que fue necesario, por la felicidad que transmitió

todos los días, por me enseñar y por todo el entusiasmo que ha

compartido conmigo en el cambio y disposición de la Farmacia, muchas

gracias.

- À Tatiana Cuenca por las tardes en la farmacia, por las conversaciones

buenas y malas, por el compañerismo, por su sonrisa y enseñamientos,

muchas gracias.

- À Dani por alegrar el día, mismo que por una hora, muchas gracias.

- À mis amigos Francisco Costa, Joana Pinto y Miguel Martins, por toda la

aventura que hemos pasado juntos. No sería igual sin vosotros. Guardo

para siempre en mi memoria cada momento que pasamos, la amistad

que fortalecemos y las cosas que creamos. Muchas gracias por todo.

- À Michaela Le, mi compañera de piso australiana, por todo que pasamos

juntos, por tu amistad y, mismo que lejos, una grande amiga. Muchas

gracias.

- Y claro, à mis padres y hermano, por todo el suporte que me han dado

durante estos inolvidables 3 meses. Mismo lejos vosotros han sido una

fuerza gigante para mí. À los insustituibles, increíbles, los mejores del

mundo, muchas gracias, por todo.

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iv

Resumo

Durante mucho tiempo el farmacéutico ha sido considerado apenas un

vendedor, un hombre que sabía de medicinas y las dispensaba apenas. Pues

hoy, hoy no lo veo así. Hoy, el farmacéutico es una figura importante, una figura

inminente para la salud del paciente. Mucho más que las capacidades de venta,

un farmacéutico es hoy, uno de los primeros recursos (si no el primero recurso)

del paciente cuando está enfermo. La sociedad de hoy tiene farmacéuticos

preparados y capacitados para aconsejar y que visan el bienestar del paciente.

Con todo el conocimiento técnico-científico el farmacéutico está habilitado para

resolver problemas y cuidar de sus pacientes. Así, el farmacéutico es una visión

global, puede tener características menores que lo distingan entre diferentes

países, pero su concepto es el mismo en todo el mundo.

Esta experiencia me ha ayudado entonces a comprender como vive la

sociedad española y como es la interacción entre el farmacéutico y el paciente.

Durante mis prácticas yo he comprendido que el farmacéutico fuera de mi

país hace el mismo que en Portugal: se preocupa con las personas, con su

bienestar, con su salud, con la sonrisa de los pacientes - y hazlo por gusto. Esta

memoria relata lo que yo hice durante mi periodo de prácticas realizado en

Madrid por 3 meses, adonde tuve la oportunidad de crecer y aprender mucho,

preparándome para el futuro.

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

v

Índice

Agradecimientos ................................................................................................. iii

Resumo .............................................................................................................. iv

Índice de abreviaturas ....................................................................................... vii

Índice de imágenes .......................................................................................... viii

Índice de tablas .................................................................................................. ix

1. Farmácia Jimenez Trilleros .......................................................................... 1

1.1. Localización ´ ........................................................................................ 1

1.2. Horário .................................................................................................. 1

1.3. Caracterización del espacio físico de la farmácia ................................. 1

1.4. El equipo ............................................................................................... 2

2. Gestión de la farmácia ................................................................................. 2

2.1. Sistema informático ............................................................................... 2

2.2. Gestión y recepción de compras ........................................................... 3

2.3. Almacenamiento ................................................................................... 3

2.4. Control de fechas de caducidades ........................................................ 4

2.5. Devoluciones ......................................................................................... 5

3. Dispensación ............................................................................................... 5

3.1. Receta médica y receta eletrónica ........................................................ 5

3.1.1. Simbología ...................................................................................... 8

3.1.2. Aportación del paciente .................................................................. 8

3.2. Dispensación de medicamento que necesitan de receta médica ........ 11

3.3. Medicamentos psicótropos y estupefacientes ..................................... 11

3.3.1. Dispensación de medicamento psicótropos ................................. 11

3.3.2. Dispensación de medicamentos estupefacientes ......................... 12

3.4. Visado de inspección .......................................................................... 13

3.5. Medicamentos no sujetos a receta médica ......................................... 13

3.6. Productos sanitários ............................................................................ 14

4. Facturación de recetas .............................................................................. 15

4.1. Revisión de recetas ............................................................................. 15

4.2. Registro informático ............................................................................ 16

4.3. Presentación y envio ........................................................................... 16

5. Farmacovigilancia ...................................................................................... 16

6. Sigre – Medicamento y Medio Ambiente ................................................... 18

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vi

7. Conclusión ................................................................................................. 19

Bibliografía ....................................................................................................... 20

Anexos ............................................................................................................. 22

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vii

Índice de abreviaturas

ATEP – Accidente de trabajo y enfermedad profesional

COFARES – Compañía Farmacéutica Española Sociedad Anónima

COFM – Colegio Oficial de Farmacéuticos de Madrid

FEFO – First Expired First Out

SISCATA – Sistema de Cálculo del Tope de Aportación

SNS – Sistema Nacional de Salud

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viii

Índice de imágenes

Figura 1 - Símbolos y señales presentes en envases ..................................................................... 8

Figura 2 - Símbolo de medicamento sujeto a receta médica ...................................................... 11

Figura 3 - Símbolo de receta de psicotrópico .............................................................................. 11

Figura 4 - Símbolo de medicamento estupefaciente .................................................................. 11

Figura 5 - Estanteria de la Farmacia ............................................................................................ 22

Figura 6 - Exterior de la Farmacia ................................................................................................ 22

Figura 7 - Pantalla del Farmanager® ........................................................................................... 22

Figura 8 - Símbolo del Farmanager® ........................................................................................... 22

Figura 9 - Tarjeta Sanitaria .......................................................................................................... 23

Figura 10 - Receta oficial ............................................................................................................. 23

Figura 11 - Receta de ISFAS ......................................................................................................... 23

Figura 12 - Receta MUGEJU......................................................................................................... 23

Figura 13 - Receta de MUFACE .................................................................................................... 23

Figura 14 - Libro Recetario .......................................................................................................... 23

Figura 15 - Libro de estupefaciente ............................................................................................ 23

Figura 16 - Tarjeta Amarilla ......................................................................................................... 23

Figura 17 - El Sigre ....................................................................................................................... 23

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ix

Índice de tablas

Tabla 1 – Tipos de aportaciones y topes…………………………………………………………………………………..9

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1

1. Farmácia Jimenez Trilleros

1.1. Localización ´

La Farmacia Jimenez Trilleros está localizada en la Calle Juan Alonso,

perteneciente à la zona de Carabanchel de la ciudad de Madrid. La farmacia se

encuentra en un espacio muy cerco de la parada de metro de Carabanchel y del

Hospital Central de la Defensa Gomez Ulla, que tiene la ventaja de atraer

personas a la farmacia. Constaté que los clientes de la farmacia son, en

mayoría, clientes fidelizados pero sin mucha capacidad financiera, razón que

lleva à la venda desigual entre medicamentos sujetos a receta médica y

medicamentos no sujetos a receta médica. El estabelecimiento é visto con una

cruz verde de farmacia en la portada con un horario disponible en la puerta de la

farmacia así como el horario de las farmacias de guardia.

1.2. Horário

La farmacia Jimenez Trilleros se encuentra abierta al público, sin

interrupción, de las 9:30h a las 21:30h, con un total de 12 horas. No dispone de

un servicio nocturno y se encuentra cerrada a los fines de semana y días de

fiesta.

1.3. Caracterización del espacio físico de la farmacia

La farmácia Jimenez Trilleros, físicamente, está dividida en 3 partes: la

zona de atendimiento al público, una parte para la gestión total y burocrática de

la farmacia y los aseos (Anexo I).

La zona de atendimiento al público es la parte adonde los clientes aguardan

por su vez con sillas disponibles y son atendidos. Este espacio tiene también una

báscula automática que fornece el peso, altura, IMC, porcentaje de gordura y

presión arterial. Además, existe también publicidad de algunas medicinas no

sujetas a receta médica y que se cambian de acuerdo con la época y el punto

SIGRE, que hace una recoja selectiva de embalajes y restos de medicinas, para

reciclaje. El área de atendimiento al público se encuentra separada por un

mostrador, por razones de seguranza, pero al mismo tiempo disminuyendo el

contacto entre el farmacéutico y el cliente. Por detrás del mostrador se

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2

encuentran estanterías, con acceso único para el farmacéutico, con productos

no sujetos a receta médica como los dentífricos, cremas, geles de baño, cepillas,

vitaminas, medicinas para la gripe y resfriados y otros.

En el área de gestión, que no está al alcance del público, se encuentra

todos los medicamentos que están sujetos a receta médica, en orden alfabética

y según su forma farmacéutica.

En esta parte se puede encontrar la nevera que sirve para almacenar

medicamentos que necesitan de una temperatura específica, entre 2-8ºC. Hay

también dos puestos de trabajo para que sea posible la realización de las tareas

de gestión y facturación. En estos puestos están también guardados los libros

oficiales: Real Farmacopea Española, Formulario Nacional, libro de

estupefacientes y libro recetario.

1.4. El equipo

En la farmacia trabajan 3 profesionales, todos farmacéuticos. El licenciado

Juan Antonio Trilleros Jimenez es titular de la farmacia Jiminez Trilleros, y el

restante equipo consta con las farmacéuticas Tatiana Alonso y Pilar Estaire.

Es importante referir que se trata de una farmacia que colabora activamente

con el enseño recibiendo todos los años diferentes internos. En general, las

relaciones interpersonales entre todos era muy buena y ejemplar, con espirito de

entreayuda y con una disponibilidad constante de todo el equipo para esclarecer

y enseñar desde el más simples problema hasta el más complexo. Todos las

tareas que he hecho han sido siempre verificado y visionados por el farmacéutico

de turno.

2. Gestión de la farmacia

2.1. Sistema informático

Lo sistema informático adoptado por la Farmacia Jimenez Trilleros es el

Farmanager®, de Sysfar® (Anexo II). Este sistema, como otro cualquier sistema

de gestión farmacéutica, es muy importante para un buen funcionamiento del

estabelecimiento, pues permite ejecutar una grande cuantidad de tareas

destinadas al farmacéutico y que son esenciales del día a día de la oficina de

farmacia. Este sistema es muy práctico una vez que posibilita una gestión

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3

facilitada, permitiendo hacer pedido de medicinas, verificación del stock,

cumplimiento de las vendas como también interacciones entre medicamentos

[1].

Durante el periodo que pasé en la farmacia Jimenez Trilleros, tuve la

oportunidad de ejecutar todas las tareas y de aprender a controlar el sistema,

ayudando siempre que necesario y teniendo un control total de los productos que

se encontraban disponibles.

2.2. Gestión y recepción de compras

El farmacéutico es responsable por garantir que los medicamentos

comprados y pedidos vienen directamente de laboratorios o de almacenes

legalmente autorizados, como también tiene la responsabilidad de garantir que

los productos adquiridos están legalmente autorizados por autoridades de salud

españolas.

Para la adquisición de medicinas, la farmacia disponía de dos opciones:

COFARES (Compañía Farmacéutica Española Sociedad Anónima) y

CECOFAR. La existencia de dos distribuidoras era esencial en termos de

compensación, para el caso de una de ellas no tener el producto deseado.

Como descrito anteriormente, el Farmanager® consigue hacer una gestión

de todas las medicinas y por eso, permite también al farmacéutico que analice

diariamente las necesidades de compra de los medicamentos a pedir.

En este caso, todos los días eran cuatro pedidos, dos por la mañana y dos

por la tarde. Durante mis prácticas tuve la tarea de inspeccionar cualitativamente

todos los productos que llegaban, verificando su aspecto, condiciones de

transporte, conservación y caducidad. En el final estaba igualmente responsable

por introducir los códigos (por lo tanto, el medicamento) en la base de datos del

sistema informático. Cuando algún producto recuestado por el cliente no se

encontraba en la farmacia, era necesario recoger el teléfono y contactar

directamente el proveedor y saber si el producto estaba disponible.

2.3. Almacenamiento

Para diferentes medicinas existen diferentes condiciones de

almacenamiento. Así, la temperatura de materias-primas, productos para el uso

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humano y medicamentos, está entre 15 y 26ºC y por eso, pueden ser

almacenadas a la temperatura ambiente, evitando diferencias grandes de

temperatura y de calor o humidad. Además, son necesarias las condiciones

apropiadas de luz. Algunos productos necesitan de condiciones especiales como

es el caso de medicamentos de nevera que, como el nombre indica, necesita de

ser almacenado a una temperatura entre 2-8ºC [2].

Felizmente, la farmacia Jimenez Trilleros, no tiene cualquier problema con

la temperatura de almacenamiento, una vez que existe calefacción en el invierno

y enfriamiento en el verano y una nevera para productos de refrigeración. Es

también útil decir que, los valores de temperatura deben ser registrados

diariamente, con la temperatura máxima y mínima para posterior confirmación.

Todo este proceso es hecho después de la recepción y verificación de

todos los productos que llegaran en la encomienda.

La organización y disposición de las medicinas sigue la regla First Expired,

First Out (FEFO), que indica que las medicinas que están próximas de caducar

son colocadas en la delantera de la estantería para que sea la primera a ser

vendida y dispensada.

2.4. Control de fechas de caducidades

La verificación de las caducidades é hecha a todos los productos que se

encuentran en la farmacia. Así, siempre que llega una nueva encomienda y se

insiere el número de envases para actualizar el stock es necesario actualizar

también las caducidades de este producto. Con esto, cuando si recibe un

producto cuyo inventario es mayor que cero, debe hacerse una confirmación de

que la caducidad que está en el ordenador, es menor que la caducidad del nuevo

medicamento. Si la caducidad del medicamento que llegó es menor que la

caducidad que si encuentra en el ordenador, es necesario cambiar la fecha.

Consecuentemente, todos los meses, es generada automáticamente una

lista que sale por el ordenador con todas las caducidades de los productos

existentes en la farmacia. Tuve la oportunidad durante mis prácticas de garantir,

comprobar y separar todos los productos que caducaban en el mes siguiente. Si

la caducidad que estaba en la base de datos del ordenador se encontrar

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

5

incorrecta, es necesario cambiarla directamente en el sistema informático

(Farmanager®).

2.5. Devoluciones

Todos los productos recibidos que se encuentran en un estado impropio,

que no tienen interés o que corresponden a errores del proveedor son devueltos

el más rápido posible y es pedida la devolución del valor pago o entonces otro

producto en mejores condiciones.

Existen variados motivos que funcionan como justificación para hacer una

devolución de un producto en el almacén: a) embalaje defectuoso o en mal

estado; b) producto caducado; c) error en el envío.

Para hacer la devolución de productos que confirmen una das alineas

anteriores, es necesario entregar al almacén (cuando viene a buscar las cubetas)

una parte del albarán adonde está indicado el número de pedido y el costo total

en una bolsa de plástico con el nombre de la farmacia, el nombre del proveedor

y el medicamento. Claro que antes del envío deberemos verificar que este

producto ya no consta en el programa informático, de forma a evitar errores de

stock.

3. Dispensación

La dispensación de productos farmacéuticos es una de las acciones más

importantes de un profesional de farmacia. Tiene este papel importante porque

son estas situaciones que crían un contacto más próximo con el cliente y adonde

su participación y consejos son fundamentales.

Existen dos tipos de medicinas en la farmacia: los que necesitan de receta

médica para dispensarlo y los que son de venta libre, sin necesidad de receta

médica.

3.1. Receta médica y receta eletrónica

Hasta 2014, las recetas eran prescritas de forma manual pero desde este

año que el Colegio Oficial de Farmacéuticos de Madrid (COFM) implementó la

receta electrónica en la Comunidad Autónoma de Madrid (CAM). La receta

electrónica “se trata de un sistema informatizado que permite al médico transmitir

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directamente su receta médica a la farmacia, en lugar de escribirla en la receta

habitual. Esta receta electrónica no necesita papel.

Las recetas se envían a la farmacia de forma inmediata por un sistema

informatizado privado y seguro.” [3].

Este sistema es así más práctico, permitiendo al cliente la simples

presentación de su Tarjeta Sanitaria (Anexo III) para obtener todas las medicinas

necesarias y prescritas por el médico.

Las recetas electrónicas son específicas de cada comunidad. Esto significa

que, si un paciente trae una receta electrónica de la Comunidad de Castilla y

León, por ejemplo, a una farmacia localizada en Madrid, esta receta no es válida

y las medicinas no pueden ser dispensadas.

Como las manuales, la receta electrónica proporciona 10 días para recoger

los medicamentos. [4] Sin embargo, si el tratamiento es crónico, la receta puede

ser automáticamente renovada y las medicinas pueden ser recogidas 5 días

antes de que se acabe la medicación (que normalmente contiene una cuantidad

suficiente para 28 días).

El caso de la receta médica en papel (Anexo III), es organizada por dos

partes, el cuerpo destinado al farmacéutico, y la parte de la información del

paciente, donde el medico prescrito indica los medicamentos con la información

del tratamiento.

Para que una receta médica sea válida es necesario que contenga datos

básicos obligatorios completos, relacionados con el usuario, medico prescriptor,

y el medicamento prescripto [5].

Datos del paciente:

a) Nombre, dos apellidos y año de nacimiento;

b) En caso de una receta médica de asistencia sanitaria pública, el

paciente tiene que dar su código de identificación personal que se encuentra

en su tarjeta sanitaria individual, asignado por el Servicio de Salud o

Administración competente. En caso de un paciente extranjero, que no tenga

tarjeta sanitaria, deberá colocarse el número de su tarjeta sanitaria europea

o entonces el número de pasaporte;

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

7

c) En casos de recetas médicas de asistencia sanitaria privada, es

necesario apuntar el número de DNI o NIE del paciente, o entonces el número

del pasaporte. Si el paciente es menor, es necesario el número de unos de

los documentos mencionados arriba de sus padres o tutor.

Datos del medicamento prescripto:

a) Indicación del nombre del principio activo o del medicamento;

b) Dosis y forma farmacéutica con la mención de los destinatarios,

como lactantes, niños o adultos;

c) Si necesario, la forma de administración;

d) Unidades de medicamento por envase;

e) Número de envases a dispensar;

f) Posología: el número de medicina por toma, la frecuencia y la

duración del tratamiento.

Datos del médico prescriptor:

a) El nombre y dos apellidos;

b) La población y dirección donde ejerza;

c) Número de colegiado del médico o el código de identificación

asignado por las Administraciones competentes, cuando la receta es del

Sistema Nacional de Salud;

d) Firma, una vez cumplimentados los datos de consignación

obligatoria y la prescripción objeto de la receta.

Otros datos:

a) Fecha de prescripción con el día, mes y año: esta es la fecha en el

que se cumplimenta la receta;

b) Fecha prevista de dispensación con el día, mes y año: esta es la

fecha a partir de la cual corresponde dispensar la receta y la cual se puede

dispensar la medicina. Estos casos ocurren en pacientes con medicación

crónica que acuden la farmacia para coger la medicina antes de acabarlos.

c) Número de orden: este número indica el orden de dispensación en

casos de tratamiento sucesivo o tratamientos crónicos.

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3.1.1. Simbología

Un factor muy importante en la farmacia y del farmacéutico, es el

reconocimiento de los símbolos que se encuentran en los embalajes de los

medicamentos y en las recetas. El reconocimiento de estos símbolos permite al

farmacéutico, de una forma intuitiva, saber de qué tipo de medicinas está

tratando. Puede encontrarse en la figura 1 señales y acrónimos que parecen con

frecuencia [6].

Existe también la sigla “EXO” que acostumbra estar en todas las embalajes

que no sean financiadas pelo Servicio Nacional de Salud, pero que necesitan de

receta médica (como es el caso de los anticonceptivos orales).

3.1.2. Aportación del paciente

En el Real Decreto-Ley 16/2012 [7], de 20 de abril describe todos las

medidas que deben ser tomadas para garantizar la sostenibilidad del Sistema

Nacional de Salud y mejorar la calidad y seguridad de sus prestaciones.

Además, indica todos los valores y tipos de aportación que la populación

española tiene.

La aportación se encuentra dividida en dos tipos: La de los activos y la de

los pensionistas.

La aportación de los activos es de 40% del PVP (TSI 003) cuando su renta

es inferior a 18.000€ al año, 50% del PVP (TSI 004) cuando la renta es mayor o

igual a 18.000€ y menor que 100.000€ y por fin, 60% (TSI 005) cuando la renta

es superior a 100.000€. En el caso de los pensionistas, en general, tienen que

Figura 1 - Símbolos y señales presentes en envases

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

9

abonar 10% del PVP del medicamento o producto sanitario (excepto los que

tienen una renta superior de 100.000€). Este abono tiene un límite máximo que

depende de los rendimientos mensuales del paciente. Después del límite

máximo ser atingido, lo paciente no tiene que abonar nada más por los

medicamentos hasta el final del mes. Así, en general, todos los pensionistas

tienen un código de aportación igual (TSI 002) pero con topes diferentes, excepto

los pensionistas con rendimiento anual de 100.000€ que tienen la misma

aportación que los activos (TSI 005) pero con un límite máximo de 60€

mensuales [7]. Puede encontrarse las especificaciones de varios tipos de

aportaciones y el límite mensual de aportación en la tabla 1.

Existen también otros tipos de aportaciones que no han sido dichas

anteriormente como:

a) Síndrome toxico que no tienen aportación;

b) Accidente de trabajo y enfermedad profesional (ATEP) para las recetas

de accidentes de trabajo o enfermedad profesional;

Tabla 1 - Tipos de aportación y topes

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c) NOFIN para las recetas de medicamentos y productos sanitarios no

financiados;

d) DAST para las recetas de medicamentos y productos sanitarios en la

asistencia sanitaria transfronteriza: los usuarios deben abonar el importe

íntegro [5].

Aportación de recetas de Entidades Especiales de la Seguridad Social

Las recetas de entidades especiales de la Seguridad Social no están

incluidas en el financiamiento directo y efectuado por el Servicio Nacional de la

Salud y los organismos que las emiten tienen sus convenciones con el Consejo

General de los Colegios Oficiales de Farmacéuticos.

Así, existen las siguientes entidades especiales:

ISFAS (Instituto Social de las Fuerzas Armadas)

Las recetas del ISFAS son amarillas (Anexo IV). El beneficiario de este tipo

de régimen tiene una aportación de 30% del PVP del producto, excepto las

especialidades y productos de costo reducido, con una aportación de 10%.

MUFACE (Mutualidad General Funcionarios Civiles del Estado)

Las recetas de este tipo tienen un color azul y blanco (Anexo IV) y las

condiciones del beneficiario son las mismas que los beneficiarios de ISFAS.

MUGEJU (Mutualidad General Judicial)

Las recetas son de color blanco (Anexo IV) y tienen también las mismas

condiciones de las anteriores.

Para que haya un control con las aportaciones y los topes que cada cliente

tiene que pagar, un sistema ha sido creado con ese objetivo – SISCATA que

significa “el Sistema de Cálculo del Tope de Aportación (SISCATA), una

aplicación informática desarrollada por la Consejería de Sanidad, que permite a

las Oficinas de Farmacia de la Comunidad de Madrid conocer “on-line” la

cantidad exacta que debe abonar por cada receta cada usuario, sea pensionista

o no, en base al tipo de aportación, su límite y el gasto mensual acumulado” [9].

Esto sirve para agilizar el proceso así como no haber dudas relativamente al tipo

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11

de aportación ni a la cuantidad que el paciente tiene que pagar por mes, evitando

que se abone más dinero.

3.2. Dispensación de medicamento que necesitan de receta médica

La utilización de la receta médica es necesaria para medicamentos que

presenten un embalaje con un símbolo de un círculo como en la imagen 2.

Este símbolo indica que es una substancia de especialidad farmacéutica

que necesita de un control mayor que los productos no sujetos a receta médica.

Para que la farmacia dispense las medicinas es necesario que el cliente traja la

receta prescrita por un médico especialista y que legalmente puede prescribirla.

3.3. Medicamentos psicótropos y estupefacientes

La potencial peligrosidad a la que puede conducir el abuso de las

sustancias estupefacientes y psicotrópicas, la imposibilidad de prescindir de las

mismas para usos terapéuticos y científicos así como la preocupación por la

magnitud y la tendencia creciente de la producción, la demanda y el tráfico ilícito

de estas sustancias hace necesaria una especial actuación de en la intervención,

control y vigilancia en todos los campos, desde la producción al consumo.

Hemos visto que un medicamento sujeto a receta médica tiene un símbolo

en el envase que lo identifica. El mismo ocurre con los estupefacientes y

psicótropos, que tienen un símbolo específico, como puede verificarse en la

imagen 3 y 4 abajo.

3.3.1. Dispensación de medicamento psicótropos

Los medicamentos psicótropos son muy distintos de los otros

medicamentos, principalmente al nivel de recetario. La receta de un psicótropo

debe contener solamente un producto, el mismo psicótropo y apenas un envase.

Figura 2 - Símbolo de medicamento sujeto a receta médica

Figura 3 - Símbolo de receta de psicotrópico Figura 4 - Símbolo de medicamento estupefaciente

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12

Este tipo de receta requiere un control muy grande y por esta razón, para garantir

que los medicamentos son dispensados según una receta médica, la receta

traída por los pacientes se queda en la farmacia por dos años [10]. Además, el

control es tan aumentado que el farmacéutico tiene obligatoriamente que apuntar

el Documento Nacional de Identidad en margen inferior izquierdo. En el final,

después de la dispensación, los datos y la información tiene que ser escrita en

el Libro de Recetario (Anexo V).

3.3.2. Dispensación de medicamentos estupefacientes

En el Servicio Madrileño de Salud, es obligatorio que la receta en papel

incluía la leyenda “Receta Oficial de Estupefacientes”. Esta es la primera

diferencia entre una receta de estupefaciente y una receta simples.

Las condiciones de prescripción son muy específicas. En cada receta

deberá estar prescrita solamente un solo medicamento, sin superar un máximo

de 4 envases por receta. Además, todos los medicamentos que están en la

receta deberán ser dispuestos para inmediata administración en del paciente,

con un máximo de medicación para 3 meses.

Para que una receta sea válida, es necesario que cumpla algunos

requisitos. En el caso de tratarse de una receta en suporte de papel, la

dispensación [11] es válida solamente si cumplir lo siguiente:

a) Estar identificadas como “Receta Oficial de Estupefacientes”

b) Tener consignados todos los datos obligatorios establecidos en la

normativa reguladora de la receta médica en general y de estupefacientes

en particular

c) No presentar enmiendas ni tachaduras en los datos de consignación

obligatoria, a no ser que hayan sido salvados por nueva firma del médico

prescriptor y su sello médico del Servicio Madrileño de Salud

d) Presentarse para su dispensación antes de transcurrido su plazo de

validez que será de diez días naturales contados a partir de la fecha de

prescripción.

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

13

Además, todos los medicamentos estupefacientes que entran y sales de la

farmacia son registrados en el Libro Oficial de Estupefacientes [12] de la farmacia

(Anexo V).

3.4. Visado de inspección

Algunos medicamentos y productos farmacéuticos requieren un control

especial y solamente pueden ser dispensadas a un paciente si esta traja una

receta con un sello visado de inspección relativamente al producto que vine a

comprar. Como existe un apoyo y soporte financiero por el Estado, es

necesario que se justifique la utilización de estos productos por parte del

paciente [13]. El visado debe tener una identificación del área, nombre y firma

del inspector que autoriza, así como el número de envases autorizados y fecha,

que no puede ser anterior a la prescripción ni posterior a la de dispensación.

Así, los medicamentos que están obligados a tener el visado son:

Medicamentos de Especial Control Médico;

Medicamentos de diagnóstico hospitalario;

Medicamentos provistos de cupón precinto diferenciado;

Tiras reactivas;

Vacunas bacterianas y extractos hiposensibilizantes individualizados;

Especialidades farmacéuticas que llevan en su composición carnitina;

Productos dietéticos financiados por el Sistema Nacional de Salud

(SNS);

Absorbentes para incontinencia de orina y colectores femeninos;

Medias elásticas terapéuticas de compresión normal.

3.5. Medicamentos no sujetos a receta médica

La misma forma que ocurre en Portugal, ni todos los medicamentos son

coparticipados por el SNS. Así, tenemos el medicamento no sujeto a receta

médica que pueden ser dispensados por el farmacéutico sin la necesidad de

traer una receta médica para el efecto. En estos casos, el farmacéutico tiene que

utilizar sus conocimientos técnico-científicos para ayudar en la venta y también

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claro, para esclarecer dudas que puedan existir por parte del paciente en la

utilización del producto.

En España, los medicamentos son también divididos en “medicamentos

publicitarios” que son los que están destinados al alivio o tratamiento de

síndromes o síntomas menores. Por eso, el farmacéutico es el responsable por

la dispensación y es obligado a certificarse si el paciente está realmente enfermo

o si es alérgico a algún medicamento, o si está en tratamiento con otros

fármacos, así como prestar un servicio y consejos profesionales al paciente,

elucidándolo acerca de la posología del medicamento.

Cuando trabajamos en una farmacia es posible verificar que mucha gente

pide medicamentos no sujetos a receta médica y que muchos de ellos, aunque

informados, solicitan medicamentos que no son apropiados para la patología.

Son estas situaciones para que es necesario un farmacéutico, para ayudar y dar

consejos, terminando con la automedicación.

3.6. Productos sanitários

Un producto sanitario es definido como “cualquier instrumento, dispositivo,

equipo, material u otro artículo, utilizando solo o en combinación, incluidos los

programas informáticos que intervengan en su funcionamiento, desinado por el

fabricante a ser utilizado en seres humanos con fines de:

- Diagnóstico, prevención, control, tratamiento o alivio de una enfermedad;

- Diagnóstico, control tratamiento, alivio o compensación de una lesión o de

una deficiencia;

- Investigación, sustitución o modificación de la anatomía o de un proceso

fisiológico;

- Regulación de la concepción.”

Este tipo de artículos eran vendidos con frecuencia en la farmacia Trilleros

Jimenez, principalmente a personas más viejas, incapacitadas de hacer algo.

Dentro de este grupo, existen también los productos con el nombre “Efectos

y Accesorios”, que son productos sanitarios de fabricación seriada que se

obtienen en régimen ambulatorio que tiene como objetivo ayudar al enfermo en

los efectos indeseados de tratamientos terapéuticos. Este tipo de producto

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

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necesita de un cupón-precinto de la Asistencia Sanitaria de la Seguridad Social

(A.S.S.S.) cuando solicitados a este organismo la inclusión en la financiación de

este producto. Para su dispensación en oficina de farmacia, es necesario adherir

el cupón-precinto a la receta en el momento de su entrega al beneficiario.

4. Facturación de recetas

Una de las grandes tareas de la gestión farmacéutica, es la facturación de

recetas. Cuando un farmacéutico viene para la parte trasera de la farmacia,

empieza las funciones gestoras y en este caso confirma la validad de las recetas,

verificando que todo en este documento se encuentra valido. Como en Portugal,

las recetas son enviadas a la agencia de autoridad responsable de

medicamentos y al sistema nacional de salud, para que pueda recibir el abono.

Este abono proviene de la participación que las farmacias hacen todos los

meses, esto es, los pacientes compran las medicinas con la coparticipación del

Estado y la farmacia es la entidad que paga la restante parte de la medicina

antes del SNS enviar el abono en el final del mes.

Por este motivo, es necesario garantir que las recetas recibidas han sido

bien dispensadas, sin errores. Siempre que una receta no se encuentra bien

regularizada, lo valor aspectado de abono no existe, haciendo con que la

farmacia perca dinero.

4.1. Revisión de recetas

Para que el abono ocurra, es necesario que la dispensación de las recetas

ha sido bien hecha. Por eso, antes de enviar las recetas para la entidad

reguladora, el equipo de la farmacia revisa todas las recetas. Si alguna receta no

fue bien dispensada, es posible que el farmacéutico contacte el paciente para

que vuelva a la farmacia y haga una corrección de la dispensación o que traga

una receta nueva.

Así, para evitar este tipo de errores, cuando se revisa las recetas tenemos

que revisar parámetros muy importantes como la fecha, la dosis y forma

farmacéutica, los datos del paciente, número de envases, datos del médico, sello

de la farmacia, firma de farmacéutico y del médico y visados de inspección

(cuando aplicable).

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4.2. Registro informático

Después de revisadas las recetas, ellas son agrupadas en bloques de 25 y

separadas consonante la entidad: SISCATA, MUFACE, MUGEJU, ISFAS, que

por su vez, van a ser agrupadas por grupos de facturación. Así se separan las

recetas en cajas de cartón y están listas para el envío [14].

4.3. Presentación y envío

Al final del mes, todos los grupos de recetas que han sido dispensados

deben ser introducidas en cajas de mil, cajas estas fornecidas por el COFM que

antes de enviadas deberán contener el nombre de la farmacia y el mes de

facturación. Las cajas son distintas consonante el tipo de recetas prescritas. Así,

tenemos una caja de “SISCATA” para las recetas de siscata y cajas de

“Contingencia” – una caja para ISFAS y MUFACE y otra caja con un color

diferente para las recetas normales de contingencia de la receta electrónica.

Cada caja puede contener un máximo de 1000 recetas y están separadas

también por activos y pensionistas. Así, siempre que la farmacia atinge una caja

con 1000 recetas, debe entregarlas. Cuando la caja no atinge 1000 recetas,

estas deberán ser entregadas en el último día de facturación [15].

Además, las cajas con 1000 recetas pueden ser entregues todos los meses

después del día 10 hasta el último día de facturación.

Como hemos visto anteriormente, las recetas tienen que ser entregues en

determinado día del mes, pero existen excepciones en que las recetas tienen

que ser guardadas en la farmacia por un cierto periodo de tiempo. Son casos de

estos como las recetas de psicótropos que deberán ser mantenidas en la

farmacia por 2 años, las recetas de estupefacientes por 5 años (cuando son las

recetas antiguas o privadas), recetas privadas de uso humano por 3 años,

recetas veterinarias por 3 años y magistrales por 1 año y 3 meses [15].

5. Farmacovigilancia

Todos los medicamentos, aunque tengan información en el folleto de

información, pueden suscitar reacciones adversas no expectables al paciente.

Con el intuito de controlar reaccionas adversas de un medicamento en Madrid,

existe el Centro de Farmacovigilancia de la Comunidad de Madrid. Esta entidad

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

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se encuentra encargada por implantar, desarrollar y potenciar el Programa de

Noficación Espontánea de Sospechas de Reacciones Adversas a Medicamentos

en la Comunidad Madrileña. Este programa, tiene como principal objetivo la

identificación, cuantificación, evaluación y prevención de riesgos asociados a

medicamentos que están ja en el mercado y son comercializados para el uso

humano. Así, para que este control sea posible, es necesario la colaboración de

los varios profesionales de salud, como el farmacéutico, que por indicación de

sus casos clínicos puede reportar reacciones sospechas para el bienestar y

salud del paciente.

La notificación de las sospechas varía consonante el tipo de medicamentos.

Si un medicamento es nuevo y reciente en el mercado, entonces todas las

sospechas de reacciones adversas y que lo farmacéutico creé que derivan de

esa medicina, deben ser reportadas. En el caso de un medicamento que no es

reciente, entonces este programa estimula la notificación de reacciones más

específicas [16] como:

- Sospechas de reacciones adversas clínicamente significativas o graves,

como riesgo de fallecimiento, causa de ingreso en un hospital por un

periodo prolongado o que hayan producido incapacidad significativa o

permanente;

- Sospechas de reacciones adversas no descritas en la información del

medicamento;

- Malformaciones congénitas que se sospeche que hayan sido causadas

por un medicamento.

La notificación de reacciones adversas se hace mediante la tarjeta amarilla

(Anexo VI) que es un documento obligatorio en la farmacia de oficina y que ha

sido elaborada para ser cumplimentada en el menor tiempo posible. Después de

completar la tarjeta esta deberá ser enviada para el Centro de Farmacovigilancia

de la Comunidad de Madrid [16].

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6. Sigre – Medicamento y Medio Ambiente

SIGRE es una entidad que ha sido puesta en marcha desde 2001. Esta

iniciativa apareció con el objetivo de reciclar y ayudar el medio ambiente a través

de la separación de productos farmacéuticos sin utilización. Este proyecto cuenta

con la ayuda de las farmacias de oficina y empresas de distribución farmacéutica

[17].

Es importante referir que el SIGRE (Anexo VII) es una entidad oficial sin

ánimo de lucro, que ha sido creada por tres asociaciones españolas

responsables por tres grandes áreas de farmacia: El Consejo General de

Colegios Oficiales de Farmacéuticos (farmacia de oficina), la farmaindustria

(industria farmacéutica) e el fedifar (federación de distribuidores farmacéuticos)

[17].

El Sigre tiene dos grandes objetivos – medioambiental y sanitario.

Medioambiental porque reduciendo los perjuicios medioambientales que

los envases y restos de medicamentos pueden ocasionar, mediante la

prevención de los residuos en origen y el correcto tratamiento medioambiental

de los residuos generados. Sanitario porque intenta reducir la acumulación de

medicamentos en hogares, de forma a sensibilizar el ciudadano sobre los riesgos

derivados del consumo inadecuado [17]

Durante mis prácticas tuve la oportunidad de ver clientes que venían

regularmente a la farmacia diciendo que traían una bolsa con medicamentos

solamente para colocarlos en el Sigre. Es bonito ver que ya existe una conciencia

de la comunidad para el reciclaje del medicamento.

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

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7. Conclusión

El pueblo español me mostró una simpatía extrema así como una grande

alegría y es siempre importante vivenciar algo diferente, para crecer y aprender.

Durante estos 3 meses, conocí otra realidad, tuve la oportunidad de trabajar en

una farmacia de oficina extranjera, algo que ni toda la gente puede hacerlo. Fue

una oportunidad única pues aprendí mucho, tanto al nivel personal como

profesional. Tengo el orgullo de decir que mi primer contacto con la farmacia de

oficina ha sido en España, mismo antes de hacerlo en Portugal lo que me ha

traído unas habilidades y perspectivas diferentes. Honestamente, no cambiaba

nada.

Tuve también la suerte de hacer las prácticas en una farmacia fantástica

con gente increíble y que me enseñó muchas cosas, preparándome para el

futuro. Con un equipo como este y una farmacia como Trillero Jimenez, es fácil

que nos quedemos enamorados por la profesión, pues era posible ver todos los

días por la mañana sus sonrisas y alegría con que hablaban con los pacientes.

Estos 3 meses fueran una experiencia inolvidable y un entrenamiento para

lo que me espera en el futuro. En estos 3 meses tuve que adaptarme, vivir solo

por la primera vez, enfrentar diversas situaciones que no esperaba, en una

cultura diferente, personas diferentes, con una lengua diferente. Y el mejor de

todo, es que llevo conmigo un enseñamiento de vida.

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Bibliografía

[1] SysFar Sistemas: http://www.sysfar.com/servicio-soluciones-informaticas-

farmacias.html [accedido en 12 de marzo de 2015].

[2] Farmacéutico online - Condiciones de almacenamiento:

http://www.farmaceuticonline.com/es/el-medicamento/610-medicamentos-

como-conservarlos?start=2 [accedido en 18 de marzo de 2015].

[3] Comunidad de Madrid – Receta electrónica:

http://www.madrid.org/cs/Satellite?c=CM_InfPractica_FA&cid=1354263003465

&language=es&pagename=ComunidadMadrid%2FEstructura [accedido en 18

de marzo de 2015].

[4] Colégio Oficial de Farmacéuticos de Madrid:

http://www.madrid.org/cs/Satellite?c=CM_InfPractica_FA&cid=1354263003465

&language=es&pagename=ComunidadMadrid%2FEstructura [accedido en 20

de marzo de 2015].

[5] Real Decreto-Ley 1718/2010, de 17 de diciembre. La receta médica y

órdenes de dispensación.

[6] Portal Farma – Símbolos y siglas:

http://www.portalfarma.com/Ciudadanos/ipmedicamentos/nocionesgenerales/D

ocuments/Siglas+y+simbolos+envase.pdf [accedido en 22 de marzo de 2015].

[7] Real Decreto-Ley 16/2012, de 20 de abril. Medidas urgentes para garantizar

la sostenibilidad del sistema Nacional de Salud y mejorar la calidad y seguridad

de sus prestaciones.

[8] Comunidad de Asturias – tipos de aportación:

https://www.asturias.es/Astursalud/Ficheros/AS_Tramites/Copago/Tabla%20res

umen%20copago%20farmac%C3%A9utico.pdf [accedido en 23 de marzo de

2015].

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[9] Comunidad de Madrid:

http://www.madrid.org/cs/Satellite?cid=1354187577843&language=es&pageid=

1354187569127&pagename=PortalSalud%2FPTSA_Generico_FA%2FPTSA_p

intarGenericoServiciosFAQ&vest=1156329829857 [accedido en 26 de marzo

de 2015].

[10] Agencia Española de Medicamentos y Productos Sanitarios:

Estupefacientes y Psicótropos. Disponible en:

http://www.aemps.gob.es/medicamentosUso

Humano/estupefacientesPsicotropos/home.htm [accedido en 29 de marzo de

2015].

[11] Colegio Oficial de Farmacéuticos de Madrid – Estupefacientes:

http://www.cofm.es/Utilidades-/Estupefacientes-

/recursos/doc/Utilidades/Estupefacientes/12557_181218122013111952.pdf

[accedido en 30 de marzo de 2015].

[12] Colegio Oficial de Farmacéuticos de Madrid – Libro de contabilidad de

estupefacientes:

http://www.cofm.es/recursos/doc/25694_1821822015133927.pdf [accedido en 1

de abril de 2015].

[13] Peinado I, Fernández R, Borobio A, Ríos P, Estebvan M, Grillo F, Martínez

M (2009). Manual Prácticas Tuteladas en Oficina de Farmacia. 2º edición

[14] Envió y facturación de recetas:

http://www.cursoderechofarmaceutico.es/documentacion/bloque3/bloque3_647

2854637.pdf [accedido en 04 de Abril de 2015].

[15] Concierto entre la Consejería de Sanidad de la Comunidad de Madrid y el

Colegio Oficial de Farmacéuticos de Madrid, Anexo 4.

[16] Portal de Salud de la Comunidad de Madrid – Farmacovigilancia:

http://www.madrid.org/cs/Satellite?cid=1163519345665&pagename=PortalSalu

d/Page/PTSA_pintarContenidoFinal [accedido 08 de abril de 2015].

[17] El Sigre: http://www.sigre.es/sigre/objetivos/ [accedido en 09 de abril de

2015].

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Anexos

Anexo I – La Farmácia Jimenez Trilleros

Anexo II - Farmanager

Figura 6 - Exterior de la Farmacia Figura 5 - Estanteria de la Farmacia

Figura 8 - Símbolo del Farmanager®

Figura 7 - Pantalla del Farmanager®

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Anexo III – Tarjeta sanitaria y receta de papel

Figura 9 - Tarjeta Sanitaria

Figura 10 - Receta oficial

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Anexo IV – Tipos de receta especiales

Figura 11 - Receta de ISFAS

Figura 13 - Receta de MUFACE

Figura 12 - Receta MUGEJU

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José Pedro Silva Carvalho Ano letivo 2014/2015

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Anexo V – Libros de registro

Figura 14 - Libro Recetario

Figura 15 - Libro de estupefaciente

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Anexo VI – Farmacovigilancia

Anexo VII - Sigre

Figura 16 - Tarjeta Amarilla

Figura 17 - El Sigre