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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE COXIM JOSÉ DA SILVA SANTOS JUNIOR ESTUDO DAS POPULAÇÕES DE CLADOCERA (DAPHNIDAE, SIDIDAE E MOINIDAE) E ALGUNS FATORES LIMNOLÓGICOS EM LAGOAS MARGINAIS DO RIO TAQUARI, COXIM - MS. Coxim – MS 2007

Jose Da Silva Junior

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITRIA DE COXIM

    JOS DA SILVA SANTOS JUNIOR

    ESTUDO DAS POPULAES DE CLADOCERA (DAPHNIDAE, SIDIDAE E MOINIDAE) E ALGUNS FATORES LIMNOLGICOS EM LAGOAS MARGINAIS DO

    RIO TAQUARI, COXIM - MS.

    Coxim MS 2007

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL UNIDADE UNIVERSITRIA DE COXIM

    JOS DA SILVA SANTOS JUNIOR

    ESTUDO DAS POPULAES DE CLADOCERA (DAPHNIDAE, SIDIDAE E MOINIDAE) E ALGUNS FATORES LIMNOLGICOS EM LAGOAS MARGINAIS DO

    RIO TAQUARI, COXIM - MS.

    Coxim MS 2007

    Trabalho de Concluso de Curso, apresentado ao curso de Cincias Biolgicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, como parte dos requisitos para obteno do grau de licenciado em Cincias Biolgicas. Orientadora: Prof. Dr. Adriana Maria Gntzel

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus por ter permitido a realizao deste trabalho. minha famlia, que me ensinou que todos somos dignos de um sonho.

    minha orientadora, Adriana Gntzel, pelo apoio e pacincia na realizao do estudo. Aos meus colegas de turma pelo incentivo durante a execuo do trabalho.

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais, Jos da Silva Santos e Salvina Glria P. T. dos Santos.

  • SUMRIO

    1. INTRODUO.....................................................................................................................02

    1.1. Caractersticas Gerais.......................................................................................................02

    1.2. Distribuio Geogrfica de Sididae, Daphnidae e Moinidae no Brasil..........................04

    2. OBJETIVOS..........................................................................................................................05

    3. CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO.................................................................06

    4. MATERIAIS E MTODOS..................................................................................................10

    4.1. Local e periodicidade de coleta nas lagoas marginais.....................................................10

    4.2. Dados abiticos................................................................................................................10

    4.2.1. Precipitao pluviomtrica e nvel hidrolgico do rio Taquari..............................10

    4.2.2. Caracterizao fsica e qumica da gua das lagoas marginais...............................10

    4.3. Anlise quantitativa e qualitativa de Cladocera...............................................................11

    5. RESULTADOS E DISCUSSO...........................................................................................12

    5.1. Variao na precipitao pluviomtrica e no nvel hidrolgico do rio Taquari..............12

    5.2. Caractersticas fsicas e qumicas da gua.......................................................................12

    5.2.1. Profundidade local..................................................................................................13

    5.2.2. Transparncia da gua.............................................................................................14

    5.2.3. pH............................................................................................................................15

    5.2.4. Temperatura da gua...............................................................................................16

    5.2.5. Condutividade eltrica............................................................................................17

    5.2.6. Oxignio dissolvido................................................................................................17

    5.2.7. Nitrognio e fsforo total........................................................................................18

    5.2.8. Material em suspenso............................................................................................20

  • 5.2.9. Clorofila a...............................................................................................................21

    5.3. Composio e riqueza de espcies...................................................................................22

    5.4. Abundncia relativa e densidade numrica de Cladocera................................................24

    5.5. Ocorrncia de Cladocera em lagoas marginais de trs bacias hidrogrficas (bacia do

    Taquari-MS, bacia do Cuiab-MT e bacia do Mogi-Guau-SP) e sua relao com as

    variveis ambientais................................................................................................................27

    6. CONSIDERAES FINAIS.................................................................................................31

    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...................................................................................32

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1: Coordenadas geogrficas e altitude das trs lagoas marginais do rio Taquari,

    Coxim- MS.................................................................................................................................07

    TABELA 2: Valores mnimos e mximos dos parmetros limnolgicos medidos nas trs

    lagoas marginais do rio Taquari, Coxim-MS, entre junho/2005 e junho/2006.........................13

    TABELA 3: Lista das espcies de Cladocera encontradas nas trs lagoas entre junho de 2005

    e junho de 2006..........................................................................................................................25

    TABELA 4: Ocorrncia das espcies de Cladocera, das famlias Daphniidae, Moinidae e

    Sididae, em diferentes estudos...................................................................................................27

    TABELA 5: Algumas caractersticas fsicas e qumicas das lagoas de diferentes estudos......30

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1: rea de estudo na Bacia do Alto Rio Taquari......................................................07

    FIGURA 2: Aspecto da regio litornea da lagoa do Buritizinho, Coxim-MS.......................08

    FIGURA 3: Aspecto geral da lagoa do Ribeiro, Coxim-MS..................................................08

    FIGURA 4: Aspecto geral da lagoa do Deda, Coxim-MS.......................................................09

    FIGURA 5: Variao na precipitao pluviomtrica e no nvel hidrolgico do rio Taquari

    entre junho/2005 e junho/2006..................................................................................................12

    FIGURA 6: Valores de profundidade local para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................14

    FIGURA 7: Valores de transparncia da gua para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................15

    FIGURA 8: Valores de pH para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006......16

    FIGURA 9: Valores de temperatura para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................16

    FIGURA 10: Valores de condutividade eltrica para as trs lagoas estudadas entre junho/2005

    e junho/2006...............................................................................................................................17

    FIGURA 11: Valores de oxignio dissolvido para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................18

    FIGURA 12: Valores de nitrognio total para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................19

    FIGURA 13: Valores de fsforo total para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................19

  • FIGURA 14: Valores de material em suspenso inorgnico para as trs lagoas estudadas entre

    junho/2005 e junho/2006...........................................................................................................20

    FIGURA 15: Valores de material em suspenso orgnico para as trs lagoas estudadas entre

    junho/2005 e junho/2006...........................................................................................................21

    FIGURA 16: Valores de clorofila a para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e

    junho/2006.................................................................................................................................22

    FIGURA 17: Variao na abundncia relativa de Cladocera das espcies encontradas na lagoa do

    Buritizinho, entre junho/2005 e junho/2006....................................................................................25

    FIGURA 18: Variao na abundncia relativa de Cladocera das espcies encontradas na lagoa do

    Deda, entre junho/2005 e junho/2006.............................................................................................26

    FIGURA 19: Variao na densidade numrica das famlias de Cladocera nas lagoas do Buritizinho e

    do Deda, entre junho/2005 e junho/2006.................................................................................................26

  • RESUMO

    A Classe Cladocera abrange pequenos microcrustceos, que so animais principalmente de gua doce, os quais apresentam ampla distribuio na regio litornea de lagos, particularmente onde ocorre abundante vegetao macroftica. Este estudo teve por objetivo fazer um levantamento da biodiversidade de Cladocera das famlias Daphniidae, Moinidae e Sididae e analisar a variao na abundncia dos organismos entre os perodos de

    seca e chuva, em trs lagoas marginais do rio Taquari: Buritizinho, Ribeiro e Deda. Nestas lagoas, foi feita a caracterizao fsica e qumica da gua e coleta dos organismos associados a

    macrfitas na regio litornea, entre junho/2005 e junho/2006. A lagoa do Deda foi a que apresentou maior biodiversidade, com 7 espcies, a lagoa do Buritizinho apresentou 2 espcies e a lagoa do Ribeiro no apresentou nenhum representante no perodo estudado. Houve variao na composio de espcies em anos distintos nos corpos de gua estudados e diferenas na abundncia das famlias entre as lagoas do Buritizinho e do Deda, predominando os Sididae na primeira e os Daphnidae e os Moinidade na ltima.

    Palavras-chave: Cladocera, lagoas marginais, macrfitas aquticas, biodiversidade,

    caracterizao fsica e qumica da gua.

  • 2

    1. INTRODUO

    1.1. Caractersticas gerais dos Cladocera O grupo dos Cladocera pertence classe Branchiopoda, que abrange pequenos animais microcrustceos, os quais so predominantemente dulccolas, existindo poucas espcies marinhas. Os Cladocera tambm so conhecidos por pulgas dgua, devido a forma do corpo e

    a movimentos saltitantes realizados por estes indivduos durante a locomoo (INFANTE, 1988).

    Em todo o mundo, h cerca de 600 espcies, sendo que em torno de 150 espcies existe no Brasil. A maioria deles alcana de 0,5 a 3,0 mm de comprimento, porm alguns podem chegar a 18,0 mm, como Leptodora kindtii, um predador de regies temperadas.

    Nos Cladocera, o corpo transparente ou amarelado, possuindo apndices com 5 ou 6 pares de patas, para captura de alimentos, e 2 pares de antenas ceflicas, utilizadas na locomoo. O primeiro par de antenas (antnulas) menor, e servem para orient-los atravs de finas cerdas sensitivas. Apresentam trax e abdmen fundidos em um tronco, onde esto inseridos os apndices, os quais terminam em uma estrutura denominada ps-abdmen,

    contendo uma garra terminal. Possuem uma carapaa quitinosa, dobrada na poro dorsal, dando a impresso de estrutura bivalva. A cabea compacta, contendo o olho composto, e

    um ocelo pequeno, na parte posterior ao olho.

    Estes microcrustceos podem se reproduzir tanto sexuada quanto assexuadamente. A reproduo assexuada ocorre por partenognese. Na sexuada, a fertilizao geralmente ocorre na cmara incubadora, uma estrutura localizada na regio dorsal do corpo (ROCHA & GNTZEL, 1999). O ciclo de vida pode variar de 1 a 2 semanas (ESTEVES, 1998). Muitos Cladocera sofrem mudanas sazonais na morfologia do corpo, atravs de sucessivas geraes produzidas pela partenognese, fenmeno este denominado ciclomorfose (comum em algumas espcies do gnero Daphnia) (ROCHA & GNTZEL, op. cit.). Dentro do grupo dos Cladocera existem indivduos planctnicos, bentnicos e rastejadores (ROCHA & GNTZEL, op cit.), e as espcies litorneas mais freqentes em gua doce pertencem s famlias Chydoridae e Macrothricidae (ESTEVES, op cit.). Existem ainda algumas espcies com hbito tipicamente limntico, como alguns indivduos das famlias Sididae, Daphnidae, Moinidae e Bosminidae (WISNIEWSKI et al. 2000).

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    A maioria dos Cladocera prefere viver na regio litornea de lagos, onde se alimentam basicamente de perifton e detritos, por filtrao ou raspando o material aderido vegetao. Contudo alguns indivduos, como os dos gneros Polyphemidae e Leptodomidae, so predadores e estes s foram registrados em regies temperadas (ESTEVES, op. cit.). Os Cladocera podem apresentar alta produtividade secundria e representam, juntamente com outros grupos que compem o zooplncton, o elo intermedirio da cadeia alimentar, atravs do qual a energia armazenada na matria orgnica produzida pelos produtores primrios flui para os nveis trficos superiores, chegando at peixes, aves aquticas e o homem. Alm disso, os Cladocera so organismos largamente utilizados como fonte natural de alimento para larvas e alevinos de peixes em aqicultura, pois em laboratrio

    o seu cultivo rpido e fcil, sem contar o elevado aumento populacional que ocorre naturalmente (ROCHA & GNTZEL, op. cit.). Os Cladocera atuam, ainda, como indicadores das condies ambientais (WISNIEWSKI et al. op. cit.).

    Em lagos temperados, a temperatura influencia fortemente o desenvolvimento de populaes de Cladocera. Nesses ambientes, durante a primavera e o vero, so geralmente observadas as maiores densidades populacionais. J em lagos tropicais, como a temperatura permanece elevada durante todo o ano, outros fatores regulam a populao de Cladocera, como o regime de precipitao, que em regies tropicais tem perodos geralmente bem delimitados. Assim, no perodo das chuvas ocorrem profundas alteraes no corpo dgua, que afetam diretamente a comunidade zooplanctnica (ESTEVES , op. cit.). As lagoas marginais so ambientes onde os Cladocera se desenvolvem bem. Isto se deve ao fato de serem ambientes rasos, com grande desenvolvimento de margem e, quase sempre, abrigam uma comunidade de macrfitas bem desenvolvida. Alm disso, as lagoas marginais fornecem uma grande variedade de hbitats, sofrem considervel flutuao anual no nvel da gua e acumulam grande quantidade de detritos orgnicos, ou seja, apresentam condies favorveis ocorrncia de diversas espcies de Cladocera (WISNIEWSKI et al. op cit.).

  • 4

    1.2. Distribuio Geogrfica de Sididae, Daphnidae e Moinidae no Brasil

    Na Amrica do Sul, 178 espcies de Cladocera so encontradas, sendo que no Brasil h uma ampla distribuio das famlias existentes (ELMOOR-LOUREIRO, 1998). Segundo esta autora, a famlia Sididae est representada no Brasil por 5 gneros (Diaphanosoma, Latonopsis, Pseudosida, Sida e Sarsilatona), com espcies distribudas nos estados do Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal, Minas Gerais, So Paulo, Rio Grande do Sul, Acre,

    Mato Grosso do Sul, Par, Piau e Pernambuco. A famlia Daphnidae representada por 4 gneros (Daphnia, Ceriodaphnia, Simocephalus e Scapholeberis) com as espcies distribudas nos estados do Acre, Amazonas, Par, Maranho, Piau, Pernambuco, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, So Paulo, Rio Grande do Sul e Alagoas. A famlia Moinidae representada por 2 gneros (Moina e Moinodaphnia), com espcies distribudas nos estados do Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso do Sul, So Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Acre, Amazonas, Par, Piau e Minas Gerais.

  • 5

    2. OBJETIVOS

    Realizar o levantamento da biodiversidade de Cladocera (Daphnidae, Sididae e Moinidae) de trs lagoas marginais do rio Taquari;

    Caracterizar a variao sazonal na composio e abundncia de Cladocera (Daphnidae, Sididae e Moinidae) em trs lagoas marginais do rio Taquari, durante o perodo seco e chuvoso;

    Caracterizar as lagoas estudadas quanto s caractersticas fsicas e qumicas da gua.

  • 6

    3. CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO

    O rio Taquari um dos principais da regio Centro-Oeste, com uma extenso aproximada de 787 km, percorrendo desde o sul do estado de Mato Grosso at o Pantanal da Nhecolndia, desembocando no rio Paraguai (MMA/PNMA, 1997). As nascentes do rio Taquari esto localizadas na Chapada das Emas e no Planalto do Taquari (altitude de 860 m), numa rea semi-rida de Cerrado que se transforma em Savana inundada a jusante do afluente Coxim, onde o rio Taquari passa a fazer parte do Pantanal. O rio Jauru, que nasce na Serra das Araras, Chapada das Emas, e o rio Coxim, que nasce na Chapada de So Gabriel, Planalto de

    Maracaju-Campo Grande, so seus principais afluentes na regio de planalto. A bacia do Taquari abrange cerca de 78000 Km2 nos estados de Mato Grosso e Mato

    Grosso do Sul, sendo que um percentual de 36% da bacia se localiza no Pantanal. Nesta regio possvel distinguir dois perodos bem distintos: o seco e o chuvoso. A precipitao anual mdia varia entre 800 a 1600 mm, e a temperatura mdia anual fica por volta dos 26C. Na Tabela 1 esto os valores das coordenadas geogrficas e da altitude das trs lagoas marginais ao rio Taquari que foram objeto deste estudo. A Figura 1 mostra a localizao das trs lagoas na bacia do rio Taquari. A lagoa do Buritizinho (aqui tratada como Lagoa 1) considerada isolada neste estudo por no sofrer influncia do rio Taquari no perodo de chuvas, embora esteja ligado a ele atravs de um canal bastante estreito. Grande parte da rea da lagoa colonizada por macrfitas, sendo sua superfcie predominantemente coberta por populaes de macrfitas enraizadas e submersas do gnero Mayaca e enraizadas com folhas flutuantes, principalmente Eichhornia azurea (Figura 2).

    A lagoa do Ribeiro (aqui tratada como Lagoa 2) apresenta conectividade com o rio Taquari, atravs de um canal, sendo influenciada por ele apenas no perodo chuvoso. Na lagoa

    2 encontram-se principalmente as macrfitas Eichhornia azurea e Salvinia spp (Figura 3). A lagoa do Deda (aqui tratada como Lagoa 3) est permanentemente conectada ao rio, e na superfcie marginal da lagoa ocorrem as espcies de macrfitas Eichhornia azurea, E. crassipes, Salvinia auriculata, S. biloba, Lemna sp e Azolla sp (Figura 4).

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    Tabela 1. Coordenadas geogrficas e altitude das trs lagoas marginais do rio Taquari, Coxim-MS.

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3 Coordenadas geogrficas 182538S -544944W 18259S -545041W 182558S -54518W Altitude (m) 194 210 196

    Figura 1 - rea de estudo na Bacia do Alto-Mdio Rio Taquari. Os nmeros 1, 2 e 3 indicam as trs lagoas marginais: Lagoa do Buritizinho, Lagoa do Ribeiro e Lagoa do Deda, respectivamente.

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    Figura 2 Aspecto da regio litornea da lagoa do Buritizinho, Coxim-MS

    Figura 3 Aspecto geral da lagoa do Ribeiro, Coxim-MS

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    Figura 4 Aspecto geral da lagoa do Deda, Coxim-MS

  • 10

    4. MATERIAIS E MTODOS

    4.1 Local e periodicidade de coleta nas lagoas marginais A amostragem dos organismos foi realizada em um ponto localizado na regio

    litornea das lagoas, atravs de coletas bimensais, entre junho/2005 e junho/2006. Neste mesmo perodo foram feitas medidas mensais das variveis fsicas e qumicas da gua e da altura da rgua nas trs lagoas. A localizao geogrfica das lagoas foi obtida atravs de um GPS.

    4.2 Dados abiticos

    4.2.1 Precipitao pluviomtrica e nvel hidrolgico do rio Taquari

    As mdias mensais dos valores de precipitao pluviomtrica da regio estudada e das leituras da rgua do rio Taquari foram obtidos atravs do Servio Geolgico do Brasil (disponvel em http://www.cprm.br).

    4.2.2 Caracterizao fsica e qumica da gua das lagoas marginais Foram realizadas, nos locais de coletas, medidas de oxignio dissolvido, pH, condutividade eltrica e temperatura da gua, atravs de potencimetros especficos para medidas a campo (Oxmetro YSI 55; Condutivmetro, marca Tecnopon, modelo MPC 150P e potencimetro para medida de pH, marca Tecnopon, modelo MPC 210P). Com relao s medidas de clorofila a e material em suspenso, as amostras de gua foram armazenadas em garrafas de polietileno de 2 litros e mantidas em caixa de isopor com gelo, para posterior anlise em laboratrio. A filtragem para as anlises de slidos suspensos e particulados e clorofila a, foi realizada no mesmo dia da coleta e os filtros foram mantidos no freezer, para serem analisados posteriormente. A determinao do material em suspenso particulado total, orgnico e inorgnico, foi realizada atravs da tcnica gravimtrica descrita em TEIXEIRA et al. (1965) e as concentraes de clorofila a pelo mtodo da extrao em etanol a quente (NUSH, 1980). Foi feito o acondicionamento de amostras, para determinao da concentrao de nutrientes (nitrognio e fsforo), em frascos de polietileno e houve fixao com cido

  • 11

    sulfrico. As amostras foram mantidas em caixa de isopor com gelo para posterior anlise em laboratrio, atravs de tcnicas descritas em APHA-AWWA-WPCF (1985).

    4.3 Anlise qualitativa e quantitativa de Cladocera Amostragens quali-quantitativas de Cladocera foram realizadas em um ponto

    localizado na regio litornea das lagoas. Os animais associados a macrfitas aquticas (Eichhornia azurea) foram coletados com uma bandeja (60 x 40 cm), lavando-se as macrfitas com gua gaseificada (para narcotizao dos organismos com saturao de CO2) e filtrando-se a amostra em rede de 50 m de abertura de malha. As amostras foram colocadas em frascos de polietileno e fixadas com formol 4%.

    No laboratrio ocorreu a triagem dos Cladocera das amostras e a identificao at gnero e/ou espcie, atravs de um microscpio estereoscpico, com o auxlio principalmente do guia de identificao de Cladocera Lmnicos do Brasil (ELMOOR-LOUREIRO, 1998). A abundncia relativa de Cladocera foi estimada a partir de contagens dos organismos em subamostras de 20 ml a 40 ml (de acordo com a densidade populacional), retiradas aps homogeneizao das mesmas.

  • 12

    5. RESULTADOS E DISCUSSO

    5.1 Variao na precipitao pluviomtrica e no nvel hidrolgico do rio Taquari

    De acordo com a Figura 5, os meses mais secos estiveram concentrados entre junho e agosto/2005 e entre maio e junho/2006. De modo geral, o nvel hidrolgico do rio Taquari aumentou com a elevao nos valores de precipitao pluviomtrica, a partir de setembro/2005, atingindo seu valor mximo em maro/2006.

    0,0

    2,0

    4,0

    6,0

    8,0

    10,0

    12,0

    jun/0

    5jul

    /05

    ago

    /05

    set/0

    5o

    ut/0

    5n

    ov

    /05

    dez/

    05jan

    /06

    fev

    /06

    mar

    /06

    abr/0

    6m

    ai/0

    6jun

    /06

    mm

    0,00,51,01,52,02,53,03,54,04,5

    m

    Precipitao pluviomtrica (mm) Nvel do rio (m)

    Figura 5 - Variao na precipitao pluviomtrica e no nvel hidrolgico do rio Taquari entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2 Caractersticas fsicas e qumicas da gua No Anexo 1 so encontrados os valores mensais dos parmetros limnolgicos

    medidos nas lagoas do Buritizinho, Ribeiro e Deda, entre junho/2005 e junho/2006. Na Tabela 2 esto indicados os valores mnimos e mximos destes parmetros no mesmo perodo.

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    Tabela 2 - Valores mnimos e mximos dos parmetros limnolgicos medidos nas trs lagoas marginais do rio Taquari, Coxim-MS entre junho/2005 e junho/2006.

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Profundidade local (m) 0,9 1,7 0,8 3,0 1,4 3,2 Transparncia da gua (m) 0,9 total 0,8 2,0 0,2 0,8 Temperatura (C) 21,5 30,5 21,9 31,9 22,3 33,0 pH 3,7 8,4 3,4 5,8 5,4 7,3 Condutividade eltrica (S.cm-1) 5,9 12,0 3,4 18,9 23,9 39,4 Oxignio dissolvido (mg/L) 1,6 5,5 3,7 7,6 4,1 7,9 Nitrognio total (g/L) 800,0 6.500,0 200,0 3.800,0 500,0 5.500,0 Fsforo total (g/L) 12,8 124,0 10,2 102,4 35,6 128,7 Clorofila a (g/L) 2,8 45,1 0,6 130,7 11,4 47,4 Slidos suspensos inorgnicos (mg/L) 0,0 4,0 0,0 38,0 6,0 96,0 Slidos suspensos orgnicos (mg/L) 0,0 4,0 0,0 8,0 0,0 24,0

    5.2.1 Profundidade local Nas lagoas do Ribeiro e do Deda, a profundidade foi maior entre os meses de

    junho a setembro/2005 e abril e junho/2006 (Anexo 1 e Figura 6). Isto se observa devido influncia vinda do rio, que est conectado a essas lagoas permanentemente, sendo que no perodo de chuva h um maior fluxo de gua nos canais que as ligam ao rio, elevando a profundidade local dessas lagoas.

    Na lagoa do Buritizinho os valores foram relativamente constantes durante o perodo de estudo, o que se justifica pelo fato de no estar conectada ao rio. Nesta lagoa, o aumento na profundidade causado principalmente pela entrada de gua da chuva.

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    00,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    33,5

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

    5no

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    Met

    ros

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 6 Valores de profundidade local para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2.2 Transparncia da gua Os valores mais baixos na transparncia da gua foram obtidos na lagoa do Deda. Isto se deve principalmente a entrada de materiais inorgnicos alctones vindos do rio, que se intensifica no perodo de chuva, deixando a gua da lagoa pouco transparente (Anexo 1 e Figura 7). Na lagoa do Buritizinho, por estar isolada do rio, a transparncia permaneceu alta na maior parte do estudo, com pequenas variaes, devido s influncias da bacia de drenagem e de materiais autctones, principalmente orgnicos, resultantes da decomposio das plantas aquticas, presentes em vrios pontos da lagoa. A transparncia da gua na lagoa do Ribeiro sofreu grande variao. Essa lagoa sofre influncia de materiais suspensos vindos do rio, da bacia de drenagem e de materiais orgnicos da prpria lagoa, o que justifica as grandes variaes na transparncia da gua entre os perodos de seca e chuva.

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    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

    5no

    v/05

    dez/0

    5jan/

    06fev

    /06

    mar

    /06ab

    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    Met

    ros

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 7 Valores de transparncia da gua para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2.3 pH Os valores de pH permaneceram cidos na maior parte do perodo estudado (Anexo 1 e Figura 8). Isto se evidencia por dois motivos principais: o solo da regio cido, influenciando os valores encontrados e o processo de decomposio nas lagoas leva a produo de cidos orgnicos, resultantes da formao de substncia hmicas, que se observa com maior intensidade nas lagoas do Buritizinho e do Ribeiro, que possuem maior quantidade de macrfitas em relao lagoa do Deda. Na lagoa do Deda foram observados os maiores valores de pH, o que justificvel pelo fato desta lagoa possuir menor nmero de plantas aquticas e maior influncia do rio, que contm maior quantidade de material em suspenso na gua, provenientes de outras regies, criando um ambiente de maior tamponamento na gua em relao s outras duas lagoas.

    Os valores mais cidos foram obtidos no perodo de chuva, em funo do aumento da taxa de decomposio neste perodo.

  • 16

    0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

    5no

    v/05

    dez/0

    5jan/

    06fev

    /06

    mar

    /06ab

    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 8 Valores de pH para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2.4 Temperatura da gua Devido s lagoas estudadas estarem na mesma regio geogrfica, os valores de temperatura sofreram variaes semelhantes nas trs lagoas no perodo de estudo (Anexo 1 e Figura 9).

    Na Lagoa do Buritizinho, o valor mnimo de temperatura da gua registrado foi 21,5C, e o valor mximo, 30,5C. Na Lagoa do Ribeiro, a temperatura da gua variou entre 21,9C e 31,9C. Na Lagoa do Deda, a temperatura da gua variou entre 22,3C e 33,0C.

    05

    1015

    2025

    3035

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

    5no

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    dez/0

    5jan/

    06fev

    /06

    mar

    /06ab

    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    C

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 9 Valores de temperatura para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

  • 17

    5.2.5 Condutividade eltrica Os maiores valores de condutividade eltrica foram obtidos na lagoa do Deda, que possui alta concentrao de materiais em suspenso, vindos principalmente com a gua do rio, tendo assim uma maior quantidade de ons nesta lagoa quando relacionada s lagoas do Buritizinho e do Deda (Anexo 1 e Figura 10). As lagoas do Buritizinho e do Ribeiro, por possurem menor concentrao de materiais suspensos, possui menor quantidade de ons na gua e, portanto, tm menores valores de condutividade eltrica em relao lagoa do Deda.

    05

    1015202530354045

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

    5no

    v/05

    dez/0

    5jan/

    06fev

    /06

    mar

    /06ab

    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    S.Cm

    -1

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 10 Valores de condutividade eltrica para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2.6 Oxignio dissolvido A lagoa do Buritizinho apresentou os menores valores de oxignio dissolvido no perodo estudado (Anexo 1 e Figura 11). Tal caracterstica se relaciona ao isolamento desta lagoa quando comparada ao rio Taquari. Este isolamento leva a um acmulo de material orgnico na gua, que dever ser decomposto na prpria lagoa, utilizando grande parte do oxignio produzido pelas plantas daquele ambiente e deixando pouco oxignio dissolvido na gua.

    Nas lagoas do Ribeiro e do Deda os valores obtidos foram elevados, principalmente no perodo de seca. No perodo de chuva, houve uma reduo na

  • 18

    quantidade de oxignio dissolvido, o que se relaciona provavelmente com o aumento da taxa de decomposio e a diminuio da produtividade primria neste perodo.

    0123456789

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

    5no

    v/05

    dez/0

    5jan/

    06fev

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    mar

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    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    mg/

    L

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 11 Valores de oxignio dissolvido para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2.7 Nitrognio e fsforo total As maiores concentraes de fsforo ocorreram na lagoa do Deda durante a maior parte do estudo (Anexo 1 e Figura 12). Estes altos valores influenciaram a taxa de produtividade primria nesta lagoa, que apresentou os maiores valores de clorofila a em relao s lagoas do Buritizinho e Ribeiro. A concentrao de nitrognio total variou muito durante o perodo estudado, com uma maior quantidade na lagoa do Deda (Anexo 1 e Figura 13).

  • 19

    0,01000,02000,03000,04000,05000,06000,07000,0

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

    t/05

    out/0

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    dez/0

    5jan/

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    mar

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    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    g/L

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 12 Valores de nitrognio total para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    020406080

    100120140

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

    5se

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    dez/0

    5jan/

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    mar

    /06ab

    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    g/L

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 13 Valores de fsforo total para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

  • 20

    5.2.8 Material em suspenso Os valores de material em suspenso estiveram mais elevados na lagoa do Deda (Anexo 1 e Figuras 14 e 15). Devido ao fato desta lagoa se manter conectada permanentemente com o rio Taquari, ela recebe maior quantidade de material alctone, principalmente inorgnico, quando comparada s outras lagoas. A lagoa do Buritizinho, por no receber material alctone vindo do rio, apresentou valores baixos. A quantidade de material em suspenso nesta lagoa se deve principalmente a quantidade de material autctone orgnico e sedimentos vindos da bacia de drenagem, que elevam a quantidade de partculas slidas na gua. Na lagoa do Ribeiro os valores encontrados foram intermedirios em relao as lagoas do Buritizinho e do Deda. O percurso de gua no canal que liga a lagoa ao rio sofre alteraes entre os perodos de seca e chuva. No perodo de chuva, o rio, por estar cheio, despeja suas guas na lagoa e no perodo de seca, pelo fato da lagoa estar em uma regio mais alta que o rio, ocorre o inverso, ela quem escorre suas guas no rio.

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    jun/05 jul/0

    5

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    out/0

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    mai/

    06jun/

    06

    mg/

    L

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 14 Valores de material em suspenso inorgnico para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

  • 21

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

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    5no

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    06fev

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    mar

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    r/06

    mai/

    06jun/

    06

    mg/

    L

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 15 Valores de material em suspenso orgnico para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.2.9 Clorofila a A lagoa do Deda, apesar de ter baixos valores de transparncia, apresentou uma

    maior quantidade de clorofila a em relao s outras lagoas estudadas, o que pode estar relacionado com valores mais altos de nutrientes na lagoa, principalmente fsforo, que necessrio ao desenvolvimento do fitoplncton (Anexo 1 e Figura 16).

    As lagoas do Buritizinho e do Ribeiro apresentaram valores de clorofila a mais baixos que a lagoa do Deda, isto se deve a menor concentrao de nutrientes, principalmente nitrognio e fsforo, que foi menor nestas lagoas durante a maior parte do perodo de estudo. Os valores de clorofila a encontrados nas lagoas do Buritizinho e do Ribeiro foram maiores no perodo de seca, o que se relaciona com o acmulo de fsforo aps o perodo chuvoso, que favorece o crescimento da comunidade fitoplanctnica. Alm disso, no perodo de seca a transparncia da gua maior, facilitando assim o processo de fotossntese pelas plantas aquticas.

  • 22

    020406080

    100120140

    jun/05 jul/0

    5

    ago/0

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    06jun/

    06

    g/L

    Lagoa 1 Lagoa 2 Lagoa 3

    Figura 16 Valores de clorofila a para as trs lagoas estudadas entre junho/2005 e junho/2006.

    5.3 Composio e riqueza de espcies A comunidade de Cladocera, das famlias Sididae, Daphnidae e Moinidae, das lagoas marginais do rio Taquari, foi representada por 8 txons, destacando-se a famlia Daphnidae com 5 txons, seguida por Sididae com 2 txons e Moinidae com 1 txon (Tabela 3). Observou-se a predominncia de espcies tipicamente litorneas. Entre os 11 gneros destas famlias com ocorrncia no Brasil, cinco gneros foram registrados neste estudo, no tendo sido observada a presena dos gneros Diaphanosoma, Sida e Sarsilatona, entre os Sididae, Scapholeberis e Daphnia, entre os Daphnidae, e Moinodaphnia, entre os Moinidae.

    Esses resultados foram diferentes daqueles obtidos em 2004/2005 por JUNIOR (2005). Neste estudo, no foi registrada a presena de Diaphanosoma e Sarsilatona (Sididae) e de Moina minuta (Moinidae), como no estudo anterior, porm novos txons foram registrados: Latonopsis australis (Sididae), Simocephalus iheringi, S. serrulatus, Simocephalus cf. kerhervei (Daphnidae) e Moina rostrata (Moinidae). As espcies, cuja presena foi registrada em ambos os perodos de estudo foram: Pseudosida ramosa (Sididae), Ceriodaphnia cornuta e S. latirostris (Daphnidae).

    Ao contrrio do que foi observado no primeiro ano de pesquisa (2004/2005) por JUNIOR (2005), nenhum Cladocera das famlias Sididae, Moinidae e Dapnhidae foi registrado na lagoa do Ribeiro, entre junho/2005 e junho/2006. Neste ano de estudo, ocorreu um aumento no volume de chuvas na regio, contribuindo com a elevao nas

  • 23

    concentraes de material inorgnico em suspenso na gua da lagoa (GNTZEL, 2006), o que pode ter causado interferncia no processo de filtrao destes microcrustceos.

    Alm disso, a lagoa apresenta baixa oferta de alimento, o que pode ser constatado pelas baixas concentraes de material orgnico e de clorofila a, durante parte do perodo, o que pode ter levado a uma reduo na fecundidade e sobrevivncia destes organismos.

    Uma outra hiptese que pode ser levantada para justificar a ausncia destes organismos na lagoa do Ribeiro a presso de predao por peixes e invertebrados sobre a comunidade de Cladocera. Como os Sididae e os Daphnidae do gnero Simocephalus so microcrustceos de maior tamanho, quando comparados com os Chydoridae, que so os Cladocera mais abundantes da lagoa, e tambm como h maior acesso dos peixes lagoa do Ribeiro, atravs do Ribeiro dos Veados e do rio Taquari, pode ter ocorrido maior presso de predao sobre estes Cladocera nessa lagoa.

    A maior riqueza de espcies das trs famlias estudadas foi registrada na lagoa do Deda. provvel que este resultado esteja relacionado com as condies desfavorveis existentes na lagoa 1 no perodo chuvoso, quando os teores de oxignio dissolvido na gua so bastante reduzidos. Esta hiptese parece ser corroborada pelos resultados obtidos por GNTZEL (2006), que observou que a riqueza de espcies de Cladocera foi diretamente correlacionada com as concentraes de oxignio dissolvido (r= 0,796; p

  • 24

    5.4 Abundncia relativa e densidade numrica de Cladocera

    Lagoa 1 Buritizinho

    No primeiro ms de coleta (junho/2005), foram encontradas duas espcies: Pseudosida ramosa e Latonopsis australis, com predominncia de Latonopsis australis, que teve uma abundncia relativa de 90% (Figura 17). Em agosto/2005, foi registrada somente a espcie de Sididae, Pseudosida ramosa. No ms de outubro/2005, foram encontradas as espcies: Pseudosida ramosa, com uma abundncia de 70%, e Simocephalus latirostris, com abundncia relativa de 30%. Em dezembro/2005, 100% dos indivduos encontrados foram representados pela espcie de Sididae, Latonopsis australis. No ms de fevereiro/2006, foi detectada a espcie Pseudosida ramosa, com 80% de abundncia relativa, os 20% restantes foram preenchidos por Latonopsis australis. O maior nmero de indivduos por metros cbicos foi encontrado no ms de junho/2005, onde estiveram presentes os organismos da famlia Sididae: Pseudosida ramosa e Latonopsis australis.

    Lagoa 3 Deda

    No primeiro ms de coleta (agosto/2005), 100% dos indivduos encontrados foram representados pelas espcies de Daphnidae, Simocephalus serrulatus (50%), Ceriodaphnia cornuta (35%) e Simocephalus iheringi (15%) (Figura 18), sendo que neste ms foi registrado o maior nmero de espcies, bem como maior quantidade de indivduos (Figura 19). Em outubro/2005, foi registrada somente a espcie Ceriodaphnia cornuta. A espcie de Moinidae, Moina rostrata, que apareceu pela primeira e nica vez no estudo, constituiu 50% dos indivduos encontrados em fevereiro/2005; a espcie Latonopsis australis completou os 50% restantes na abundncia relativa. No ms de abril/2006, foram encontradas as espcies de Daphnidae: Ceriodaphnia cornuta, com uma abundncia relativa de 50% e Simocephalus cf. kerhervei, tambm com abundncia relativa de 50%. Em junho/2006, 70% dos Daphnidae encontrados foram representados por Ceriodaphnia cornuta e 30%, por Simocephalus latirostris.

    O ms que apresentou uma maior quantidade de Cladocera por metro cbico, foi o agosto/2005. Foram encontrados indivduos pertencentes a famlia Daphnidae: Ceriodaphnia cornuta, Simocephalus serrulatus e S. iheringi.

  • 25

    Os Chydoridae foram os Cladocera mais abundantes na lagoa do Deda (GNTZEL, 2006), mas foram substitudos pelos Daphnidae nos meses mais chuvosos.

    Nesta lagoa, GNTZEL (2006) observou que o nmero de indivduos foi diretamente correlacionado com as concentraes de oxignio dissolvido (r= 0,715; p

  • 26

    Lagoa 3 - Deda

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    ago/05 out/05 dez/05 fev/06 abr/06 jun/06

    Abu

    nd

    nci

    a R

    elat

    iva

    Latonopsis australis Simocephalus iheringiSimocephalus serrulatus Simocephalus kerherveiSimocephalus cf. latirostris Ceriodaphnia cornutaMoina rostrata

    Figura 18 - Variao na abundncia relativa de Cladocera das espcies encontradas na lagoa do Deda, entre junho/2005 e junho/2006.

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    L1 L3 L1 L3 L1 L3 L1 L3 L1 L3 L1 L3 L1 L3

    jun-05 ago-05 out-05 dez-05 fev-06 abr/06 jun-06

    Indi

    vd

    uo

    s/m3

    Sididae Daphnidae Moinidae

    Figura 19 - Variao na densidade numrica das famlias de Cladocera nas lagoas do Buritizinho e do Deda, entre junho/2005 e junho/2006.

  • 27

    5.5 Ocorrncia de Cladocera em lagoas marginais de trs bacias hidrogrficas (bacia do Taquari-MS, bacia do Cuiab-MT e bacia do Mogi-Guau-SP) e sua relao com as variveis ambientais.

    As espcies de Cladocera, encontradas nas lagoas marginais do rio Taquari, foram comparadas com espcies de outras bacias hidrogrficas brasileiras (Tabela 4).

    Tabela 4 Ocorrncia das espcies de Cladocera, das famlias Daphniidae, Moinidae e Sididae, em diferentes estudos.

    JUNIOR, 2007

    NEVES, et al., 2003

    WISNIEWSKI, et al., 2000

    Lago

    a do

    Bu

    ritiz

    inho

    Lago

    a do

    R

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    ro

    Lago

    a do

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    Lago

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    Lago

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    Lago

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    eo

    Lago

    a Qu

    ilm

    etro

    Lago

    a Pi

    aba

    Famlia Daphniidae Ceriodaphnia cornuta + + + + + + +

    Simocephalus iheringi +

    S. cf. kerhervei +

    S. latirostris + +

    S. serrulatus + + + + +

    Famlia Moinidae Moina rostrata +

    Famlia Sididae Latonopsis australis + + +

    Pseudosida ramosa + + +

    As lagoas do Deda e Souza Lima apresentaram uma maior biodiversidade das famlias aqui estudadas, com a ocorrncia de quatro espcies na Souza Lima e sete na Lagoa do Deda, apresentando as espcies Ceriodaphnia cornuta, Simocephalus serrulatus e Latonopsis australis em comum. Essas lagoas apresentaram valores de transparncia da gua, temperatura e oxignio dissolvido semelhantes.

  • 28

    A espcie mais freqente foi Ceriodaphnia cornuta, sendo observada nas lagoas do Deda, Souza Lima, Campo, Inferno, leo, Quilmetro e Piaba. Tais lagoas apresentaram valores diferentes de algumas caractersticas fsicas e qumicas, principalmente oxignio dissolvido, temperatura e materiais em suspenso (Tabela 5). Segundo VILLALOBOS & GONZALEZ (2006) este crustceo est adaptado para tolerar baixas concentraes de oxignio dissolvido e variaes amplas de temperatura. Alm disso, C. cornuta pode estar presente em uma grande variedade de corpos de gua, pois capaz de manter altas taxas de crescimento sob condies de escassez de alimento de boa qualidade, ou na presena de alimento com qualidade nutricional baixa, chegando at, em determinados casos, consumir cianobactrias. Todas essas caractersticas justificam sua ampla distribuio nas regies tropicais.

    A segunda espcie mais freqente foi Simocephalus serrulatus. Esta espcie vive preferencialmente em guas rasas, nas regies litorneas com vegetao bntica e flutuante (ELMOOR-LOUREIRO, 1998), como o caso das lagoas marginais de plancie de inundao.

    O Cladocera Latonopsis australis uma espcie especialmente litornea (ELMOOR-LOUREIRO, 1998), que foi comum s lagoas do Buritizinho, Deda e Souza Lima. Os valores de pH, oxignio dissolvido e condutividade eltrica foram bastante distintos (Tabela 5), indicando que essa espcie tolera amplas variaes dessas variveis.

    Pseudosida ramosa foi uma espcie encontrada nas lagoas do Buritizinho, Souza Lima e Piaba, que apresentam algumas caractersticas fsicas e qumicas distintas e variveis ao longo do tempo. Segundo FREITAS & ROCHA (2005), a temperatura ambiental tem uma forte influncia sobre o desenvolvimento embrionrio de Pseudosida ramosa. Para o desenvolvimento ps-embrionrio, o melhor desempenho foi obtido, por esses autores, a 25 0,5 oC, j que os animais atingiram um maior comprimento, maior longevidade e mostraram uma tendncia de maior fecundidade total. As lagoas do Buritizinho, Souza Lima e Piaba apresentaram uma variao de temperatura entre 16,4 a 30,7 C, de modo que a temperatura pode ter sido um fator importante na distribuio de Pseudosida ramosa nessas lagoas. A espcie Pseudosida ramosa tambm tem sido registrada em lagoas com valores baixos de pH (ELMOOR-LOUREIRO, 1998; WISNIEWSKI, et al. 2000), condutividade eltrica e oxignio dissolvido (WISNIEWSKI, et al. 2000). possvel que tais condies sejam mais favorveis ao desenvolvimento dessa espcie, embora isso no possa ser um fato conclusivo, uma vez que NEVES et al. (2003) encontraram essa espcie em uma lagoa

  • 29

    marginal ao rio Cuiab com maior variao de condutividade eltrica e pH, bem como valores mais prximos da condio neutra.

  • 30

    Tabela 5 Algumas caractersticas fsicas e qumicas das lagoas de diferentes estudos.

    JUNIOR, 2007

    NEVES, et al., 2003

    WISNIEWSKI, et al., 2000

    L

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    r

    o

    P

    i

    a

    b

    a

    Transparncia (m)

    0,9-total 0,8-2,0 0,2-0,8 0,2-0,8 total total total total total

    Temperatura (C)

    21,5-30,5

    21,9-31,9 22,3-33,0 27,7-30,7 16,1-16,2 15,9 17,5 19,2 16,4-16,7

    pH

    3,7-8,4 3,4-5,8 5,4-7,3 7,0-7,4 5,8 5,6 6,1-7,4 7,1 5,4-5,6

    Material em suspenso orgnico

    (mg.L)

    0,0-4,0 0,0-8,0 0,0-24,0 - 1,5-1,7 4,0 2,5-4,0 5,0 1,0-3,0

    Material em suspenso

    inorgnico (mg.L)

    0,0-4,0 0,0-38,0 6,0-96,0 - 5,0-7,0 1,0 0,5-1,0 4,5 1,0-3,0

    Condutividade eltrica (S.cm-1)

    5,9-12,0 3,4-18,9 23,9-39,4 5,0-71,9 20,0 20,0 20,0 30,0 10,0

    Oxignio dissolvido (mg.L-1)

    1,6-5,5 3,7-7,6 4,1-7,9 6,6-8,1 1,9-2,3 0,5 3,4-4,1 6,0 3,3-3,8

  • 31

    6. CONSIDERAES FINAIS

    Houve variao na composio de espcies das famlias de Cladocera em anos distintos, nas lagoas estudadas;

    Houve diferena entre as famlias predominantes em cada lagoa, sendo que os Sididae foram os mais abundantes na lagoa 1 e os Daphnidae e Moinidae na lagoa 3. Esta diferena pode ser atribuda caracterstica predominantemente lntica e pela maior abundncia de macrfitas da lagoa 1;

    Um ecossistema aqutico, como uma lagoa marginal a um rio, um sistema muito dinmico e varivel e sofre influncia de regimes hidrolgicos (seca e chuva) que alteram a composio de espcies num estudo em longo prazo;

    Faltam estudos em nvel de ecossistema, bem como conhecimentos sobre as tolerncias ambientais de espcies que permitam elucidar as relaes entre os organismos e o meio. Este estudo integra um projeto que abrange vrias comunidades e o meio abitico, buscando compreender melhor o funcionamento do ecossistema como um todo.

  • 32

    7. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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  • 33

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  • 34

    SERAFIM Jr., M.; LANSAC-THA, F.A.; PAGGI, J.C.; VELHO, L.F.M.& ROBERTSON, B. Cladocera fauna composition in a river laggon system of the upper Paran river flodplain, with a new record for Brazil. Braz. J. Biol. 63 (2): 349-356, 2003.

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  • 35

    ANEXO I. Valores mensais dos parmetros limnolgicos das trs lagoas marginais do rio Taquari, Coxim, MS, entre junho de 2005 e junho de 2006.

    Lagoa do Buritizinho jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06

    Profundidade local (m) 1,3 0,9 1,7 1,0 1,2 1,3 1,1 - 1,2 1,5 1,1 1,1 1,1 Transparncia da gua (m) 1,3 0,9 1,7 1,0 1,2 1,3 1,0 - 1,2 1,5 1,1 1,1 1,1 pH 6,0 5,9 6,0 6,5 6,3 8,4 6,9 5,6 5,8 4,8 3,7 5,5 4,9 Condutividade eltrica (S.cm-1) 5,9 6,3 6,8 12,0 6,5 11,0 7,0 7,6 10,1 7,0 7,7 6,4 Temperatura da gua (oC) 23,1 21,7 24,0 27,3 27,8 28,3 29,4 29,9 30,5 28,8 26,2 22,4 21,5 Oxignio dissolvido (mg/L) 4,6 4,5 5,5 3,8 1,6 4,1 2,6 1,6 1,9 2,5 2,7 4,2 3,3 Nitrognio total (g/L) 6500,0 1000,0 3300,0 - 800,0 1900,0 900,0 2100,0 1200,0 1400,0 1700,0 5100,0 - Fsforo total (g/L) 124 38,9 41,0 - 12,8 20,4 45,2 39,6 39,8 32,0 51,3 74,4 - Material em suspenso total (mg/L) 3,0 6,0 2,0 2,0 6,0 4,0 0,0 8,0 4,0 6,0 5,6 4,0 1,0 Material em suspenso inorgnico (mg/L) 1,0 4,0 0,0 0,0 4,0 0,0 0,0 4,0 4,0 2,0 2,2 0,0 0,0 Material em suspenso orgnico (mg/L) 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 4,0 0,0 4,0 0,0 4,0 3,3 4,0 1,0 Clorofila a (g/L) 17 21,7 45,1 22,9 30,7 22,9 - - 2,8 16,2 26,8 32,4 -

    Lagoa do Ribeiro jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06

    Profundidade local (m) 1,2 1,2 1,4 0,8 1,3 1,7 3,0 1,7 - 2,0 1,6 1,8 1,5 Transparncia da gua (m) 1,2 1,2 1,4 0,8 1,3 0,4 1,1 1,7 0,3 2,0 1,6 1,8 1,5 pH 5,8 5,5 5,3 5,7 - 5,6 5,5 5,2 5,8 3,4 - 3,9 5,1 Condutividade eltrica (S.cm-1) - - - 3,4 5,2 8,0 8,3 5,9 18,9 5,6 5,0 5,5 7,2 Temperatura (oC) 23,9 22,1 23,9 26,2 27,2 30,5 29,5 27,9 31,9 26,8 24,7 21,9 22,1 Oxignio dissolvido (mg/L) 6,5 7,4 6,3 7,6 5,3 4,8 3,7 4,1 7,5 4,0 5,7 7,1 6,2 Nitrognio total (g/L) 3800,0 800,0 200,0 - 2100,0 - 2900,0 2400,0 500,0 2100,0 2500,0 2900,0 - Fsforo total (g/L) 40,0 87,4 60,2 - 10,2 - 46,3 63,9 65,7 31,7 102,4 52,4 - Material em suspenso total (mg/L) - 3,0 9,0 - 21,0 40,0 8,0 4,0 44,0 6,0 4,3 5,0 8,0 Material em suspenso inorgnico (mg/L) - 1,0 9,0 - 19,0 32,0 0,0 2,0 38,0 2,0 4,3 1,7 6,0 Material em suspenso orgnico (mg/L) - 2,0 0,0 - 2,0 8,0 8,0 2,0 6,0 4,0 0,0 3,3 2,0 Clorofila a (g/L) 20,4 5,27 14,7 1,7 3,6 1,7 - - 16,7 0,6 58,9 130,7 -

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    ANEXO I. cont. Valores mensais dos parmetros limnolgicos das trs lagoas marginais do rio Taquari, Coxim, MS, entre junho de 2005 e junho de 2006.

    Lagoa do Deda jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06

    Profundidade local (m) 1,4 1,5 1,4 1,4 1,4 2,1 3,2 2,2 2,2 2,0 1,6 1,7 1,7 Transparncia da gua (m) 0,4 0,5 0,4 0,4 0,3 0,2 0,3 0,4 0,3 0,5 0,8 - 0,5 pH 7,3 7,2 7,1 6,9 - 6,6 6,5 5,8 6,4 5,6 5,4 5,9 5,9 Condutividade eltrica (S.cm-1) - - - 28,4 32,6 23,9 34,3 39,4 30,3 36,7 36,5 33,0 38,0 Temperatura (oC) 26 24,3 27,3 28,3 29,3 30,4 33,0 31,8 32,2 30,1 29,1 22,3 23,0 Oxignio dissolvido (mg/L) 7,9 5,9 7,6 6,4 5,0 4,5 4,1 4,2 4,7 4,0 4,8 5,8 6,4 Nitrognio total (g/L) 3200,0 4300,0 4000,0 - 1400,0 5500,0 - 1800,0 1900,0 2200,0 3600,0 500,0 - Fsforo total (g/L) 35,6 128,7 116,5 - 95,4 126,3 85,2 83,3 83,9 74,8 52,6 71,3 - Material em suspenso total (mg/L) 20,0 22,0 50,0 30,0 30,0 120,0 20,0 16,7 36,0 14,0 7,4 6,0 13,0 Material em suspenso inorgnico (mg/L) 17,0 12,0 44,0 26,0 22,0 96,0 8,0 10,0 34,0 12,0 6,3 6,0 8,0 Material em suspenso orgnico (mg/L) 3,0 10,0 6,0 4,0 8,0 24,0 12,0 6,7 2,0 2,0 1,1 0,0 5,0 Clorofila a (g/L) 11,4 27,9 47,3 47,4 43,0 47,4 - - 20,1 30,1 24,8 20,1 -

    PARTE PR-TEXTUAL DO TCCTCCJos pronto