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JOSE MOHAMED JANENE (Petições 109.21 512006, Fax, e 112.33712006, original) Processaineiito Inicial

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JOSE MOHAMED JANENE (Petições 109.21 512006, Fax, e 1 12.33712006, original)

Processaineiito Inicial

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DE : RWLFOGOIçRWOjFIDqS NO. DE FAX : 43-3289527 09 FIGO. 20:36 07:@3Fm P l A EYCELENT~SSIMO SENHOR M I N I S T R ~ ~ A Q U I M BARBOSA DD. REUTOR I30 INQU~RITO 2245.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Coordenadoria de

Processamento Inicial O810812006 18:09 10921 5

1111111 1111111111 111111111111111111111111111111 11111 11111 11111111

JOSE MOHAMISD JANENÉ, já qualificado nos autos acima epigrafados, por seus procuradores ao h1 assinados, vem A presença de Vo:;sa Excelência, na fonna e no prazo definidos pelo k. 4O, da Lci no 8.038/90, apresentar sua MANIPESTAÇÃO EM FACE DA DENÚNCW fazendo-o nos temo:: a . . sçguir expressos:

. ,

. . Consta da denúncia que o MANIFESTANTE:

:

a) haveria ~iartiupado de uma estmtura criminosa voltada para prática cos crimes de cc~mpção passiva e branqueamento de capitais; b) que o recebimento de vantagem indeGda tinha como contraprestação o apoio poiítico do Partido Progressista - PP ao Governo Federai c) que os recebimentos eram concretizad8s com o emprego de operações de lavagem de dinheiro através do recebimento do numerário em espécie pelo Sr. João Cláudio Gcnú ou por müo das empresas Bônus Banvai e Natimat.

: i

fi sobre esses fatos que passa a se pronunciar o hiANIFES'rANTE. . .

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NO. DE FFIX : 43-30289527 09 FIGO. ai36 07:04FIM P2 8. /

m .

XI - DOS CIOS DA DENÚNCIA. : . .

Toda denúncia d e ~ e ser um projeto de sèntença penal condenatóh.

Tal projeto, contudo, deve ser sério, contando com um mínimo de requisitos pari o seu curso ser assegurado. . ,

No Brasil, tais reqiusitos vêm no aft 41 do C ó d p de Processo Pcnal:

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do &.to crin&oso, com todas as suas circunstâncias, a qualificaçao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classficação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas.

@ Onde está a rigorosa descrição da conduta do MANIFESTAN+IE?

A W , quais foram as condutas do MANIFESTAN1E que ensejaram as impumçõc::? . .

O fato é que o art 41 não foi respeitado c a ,peça acusatória deve ser objeto rle -imediata , .

Nesse sentido, aliás, é a juisprudência desta Corte Suprema, representada no seguin :e precedente:

, .

INQUÉIUTO. LEI No 8.137/90, ARTS. l0 e 2". DENÚNCLC~ REQUISITOS. CPP, ART. 41. CRIME SOCETAIUO. 1. O entendimento jurisprudencial, segundo o qual a peça acusatória, nos crimes societários, pode ser oferecida sem que haja descriçgo pormenorizada da conduta de cada sócio, nã,, autoriza o oferecimento de denúncia genérica. 2. Denúncia que, ao narrar os fatos, deixa de demonstrar quaiquer liame entre o acusado e a conduta a ele imputada, tom:% impossível o exem'cio do direito 3 ampla defesa. Imprescindivel a descrição da a580 ou omissão delituosa praticada pelo acusado, sobretudo por não ocupar qualquer cGgo addnisuativo n:; associação e ostentar posição de um, dentre muitos, de seusi integrantes. . . 3. O sistema jurídico penal brasfieiro não admite imputação por responsabilidade penal objetiva. 4. Denúncia rejeitada em relação ao denunciado que detém forc por prerrogativa de função. 5. Remessa dos autos ao jdzo de origem para, em relação aos demais denunciados, decidir pelo recebimento ou rejeição da denúncia, como entender de *to. @q 1656/SP; Relatora L&. ELI,EN GRACE; DJ 27-02-2004)

! ;

É o que basta para to- s e m mão o prosseguimerito da marcha penal fustigada.

INA c*-L. 58~~29 urw. E h u ~ m v O o r n c a H . e a . 2

m ~ F ~ * ~ ~ ~ ) ~ s z ~ s s z ~ . ~ ~ ~ o ~ ~ o . LOSDPA~ BT~W m P-h , A , , W U L M ~ N , ~ ~ ~ \ C - ~ , , " * ~ L "ru . ' :v :a =-r nnn rn< . .n :-. ---r=

-- --

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- - --

DE : RWLFOMISFIDUO?RDOS NO. DE FAX : 43-30289527

09 Fn;0. 2036 07:04Fm P3

I ' ADÒ~FO GOIS ADVOGADOS AÇSOCIADOS

I / I I

!

. ,

. . Nega a denúncia quc o MANIFESTANTE praticou O delito de compç2o pass:va (art. 317 do Códigc) Penal). . , .

. .

Esse tipo tem a s e g , ~ t c dicç2o: . .

Att. 317. Soiicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razao dela, vantagem iadevida, ou aceitar promessa cle tal vantagem: Pen:r - reclus~o, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

A acusação sena de recebimento de vantagem indevida para garantk o apoio poiíuc o do Partido Progressista ao Governo Federai.

É um equívoco.

I? um absurdo. . .

Não há em qualquer ponto da inicial qualquer referência devidamente provada de que o MANTFESTANTE recebeu qualquer proveito iliato para si.

. .

Da mesma f o m , não existe qualquer prova de que tenha o MANlmSTANi?! percebido qualquer 1,antagem para tcrceuos.

Seu comportamento parlamentar 6 exemplar c está sendo alvejado por um:i

campanha impicdosa de scus adversáxios, que fabncarn acusações que, por equívoco, o Ministério Público toma por dignas de apuração.

Tudo quanto h4 conrma ele são suuosi~óea, baseadas no comportamento da bancada

As suposições levantadas são no sentido de que o Pamdo Progressista teria solicitado ou rccebido vantagem econômica para votx alùihado com a base governista ou aumentar seu número de deputados são absolutamente , . infundadas.

. .

Em vátias votações tdevantes, o PP votou em dissonância com o Governo, do rncsmo modo que, mi outxas tantas csteve com este.

l i :

O PP esteve do lado de sempre: do progresso do Brasil, desimportando se o Presidente atentc por rala ou Fcmando Henrique Cardoso.

. .

Essa independência tem sido olimpicamente. igrioxada pelas acusações que a midia faz públicas diutumauiente. i i 1

. .

I T a m b h foi por esta <ia d. Procuradoria-Geral da Gpública

RU* WBhRb. 586.2' m. E U m i C a ~ m ~ O O H . B R . &F1x<43)31249527. C E P 8 6 0 1 @ 5 3 0 . ~ iST-m P d

3 JANENE M I \ N I F E S T A W PREIW. A nrNr lhl?%n mlr., .* .-

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Analisando-se o j~áfico abaixo, se percebe que, a bancada do PP nem sempre votou alinhada com o Governo dando liberdade ti seus parlamentares para votarem de acordo com suas consciências:

. . .. . . . . &" 9 g. $9. .$+e&$%,,. $a &#@flc~$-- 0 o f 3 & 9

pB iP GpR@%&'@&' \@'8 &a,&@& a ,+ ,\ ,e i. A<$)&&<.&O&#~~'-$~~~~ .$ ou o PP tema C 0 dlG

, FFB'=PP] .- Agiu o PP dentro da Lei, que, bem ou mal, permite a troca de siglas e o teposicionamento de parlamentares diante do comportamento de seus p&zs, <m das necessidades estratégicas eleitorais regionais.

, ,

Aliás, mesmo segundo esse prisma, cabe tegisaat que segundo dados coletados <\a Mesa da Câmara, a Vanaçao de Deputados Fcderais na bancada do PP t absolutamente des!xezivel.

No total, se Hiarani ao Partido Progressista 26 Deputados ao longo desta legislaturi, no entanto, deutatain o p d d o outros 25 pariameiirares e um Deputado renuiiciou ar> mandato.

Foram eleitos 49 e hoje a bancada 6 composta pelo mesmo número de Deputados Federais, havendo estabilidade durante esta iegislatwa, conforme se vê do gráfict, abamo:

-- - -

I- - -EVOLlJC$O DA BANCADA DO PP DESDE A ELEIÇÃO

L . . -- - -. J

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NO. DE FAX : 43-30289527 09 m. 20136 07 :mM P5 DE : RDOLFOEOISRWO~DF

I ' 1 LFO GOIS ADVOGAWS ~ O C I A O O S

I I Não obstante, reconhece o MANIFESTANSf! que o Partido Progressista obteve W3IKSOS para pagíuncnto dc honorários advocaticios para defesa do mandato de um dos membros de sua bancada.

Tal situação, todavia, não ~ o d e s e r considerada como modalidade de corni~ç&, pois, d6m de consistit fato patentemente iícito, não existe o eicmento típico de ser "indevida" a suposta vantagem.

Daí que se possa ri:conhecer, ex hgo, a improcedência da acusação. . .

Imptocedénáa que acompanha a questão da imputação do crime de "lavagem de dinheiro". '

Di a denúncia quc a "lavagem de diaheiro" teria sido realizada de duas formas: . .

a) recebimento de dinheiro em espécie por João Cláudio Genú; e b) depósitosna conta das apresas Bônus Banval e Natimar.

Nenhuma procede.

Conforme consta de sua dcfesa lançada na representação que tem em andamenio contra si na Câmara. dos Deputados, tegistra o MANIFFSTANlE:

. .

a) que o Pamdo Progressista é, por caraceeifstica, um partido de maior atuaçâo no IcgisIativo, já que, não possuindo neahwn govcmarlor eleito, os seiis maiores iídert:~ são Deputados Federais; b) que por a t a razão o PP tem por uadição, apoiar seus par1amentart:s custeando as despesas decorrentes da contutação de advogados para defcsa de seus mandatos; c) que em arzáo de disputa política regional, o Deputado Ronivon Sardagj passou a receber forte ataque por meio de ações judiciais que tiveram por origem denúncias formuladas por adversários; d) que, no início, eram poucas ações, no entanto, com o tempo estai cumeqaram a w avoiwnu, chegando i 36 p~cesxis , tramitando perante o STF, o TSE e o 'IRE/AC; e) que para a defesa de seus interesses o Deputado Ronivon Santiago havii contratado o advogado Dr. Paulo Goyaz, na entanto, em razão do aumento do número de proccssos, o refcrido parlarneritar passou a ter dificuldades par;, custear s~ dciesa; 0 que, por esta raz~o,-~rocutou o Partido Pmgr~sísta para que ihc ajudasse i .

dcfgldcr seu nmdato; g) que nesta mesma época, os partidos discuriam alianças políticas pma a: eleiçfies municipais ç PP e PT tenravarn estender a aliança realizada nacionalmente para o h b i t o regiond, h) que uma das dXculdades, no entanto, era exatamente a disputa poiítica no Estado do Acre, já que, sendo forças antagônicas naqueie Estado da Federação, os p d d o s vism &euidades na celebraçãq dc aliança, o que começava. a se refletir até mesmo no âmbito f e d d ,

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DE : C I D O L F M ~ O I Ç F I D U ( ~ ~ ~ NO. M FFIX i 43-30289527 09 RGü. 20'36 07:%RM ffi

I' A D ~ L F O GOIS ADVOGAOOS'AÇSOC~ADOÇ

. . i) que no centro do conflito estava justamente o Depumdo Ronivon Santizg3, jj. que a quase totalidade das açdes que respondia teve por basc dent'wcias formuladas por integrantes do Partido dos Trabalhadores; j) que, por essa razão, buscando o entendimento, acertou-se com o Fr naciimal que este aj-daria no pagamento dos hofioldtios advocatícios para a defesr do Dcputado Ilonivon Santiago, num total de R$700.000,00; i) que, em que pesc ser o MANIFRSlAXTE ex-líder do Partido na Câmara, este rccebkncnto foi acordado durante reidão da Executiva do PP; m) que, cni outras pakmas, foi o Parti&> quem acotdou no receb 'mto dos valores dertiiados ao pagamento dos ho~iorários do Dr. Paulo Goyaz e não o MANTFES'TANTE agindo por conta própria.

Todo este roteiro prwa a oricem e a destinacão - ambas =guiares - do dinhtiro referido na denúncja, de sorte que não pode ser considerada tipificada como "lavagem de dinheiro" a conduta - sempre iícita - do MANIFASTANTE.

No que t a w ao suposto "branqueamento de capitais" realizado atravbs das empresas Bônus Hanvai e r\ arimai: o iMANIFESTANTE não possui nenhuma relação com tal iiícito. . .

Basta uma simple:; espiadela da própria denúncia para se perceber que a sua única vinculação com o;: fatos nanados neste inquédto se deu por conta da a h a ç ã o de João Cláudio Genii de que este antes de receba as quantias j& descritas ç o n h a v 1 a operação com o M A i i T M f f i , nada mais.

Não existe um seqiier elemento, ainda que indiciátio que aponte o MANIFESTAN?X como recebedor das quantias depositadas nas refeddas emptesas.

Resta &o, portarito, que, mais uma vez, a denúncia fere de morte o principio da correlação imputa.~do ao MANIFESTANTE a prática dc fato uiminoso stm qualquer lastro ou .iuporte probatório e impingindo ao MANIFESTANTE o ônus la rcali7iaçito de uma prova negativa, razão pela qual, tamb6m sobre cste aspecto deve ser rejeitada a denúnci~ contra si ofertada.

Por fim, quanto :io dcbm de quaddha, o Dkxxiado, conforme amplamente demonstrado acima. jamais praticou os cnmcs que lhe foram imputados na denúncia.

Iap, o delito do art. 288 cai por terra, p o r falta de "crimes" a justificarem o enquadramento na íipificação legai.

Ademais, V tipo penal eKcomento tem como elemento subjetivo o dolo, consubstanciado na vontadc de associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha cu bando, com a finalidade cspedfica da prática de crimes.

F&, portanto, para a respectiva conliguração, liame subjeávo entrc os agentes, cotn um h específico dd: agir.

N o caso em anáiis~:, o rclacionarnenco existente entrc o MANWJJ.S'I'ANTE e t i s

Deputados Pedro Gmea e Pedxo Henry é de natureza pessoal c poiítica.

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DE : R D O L F O M I S A D V O ~ R D ~ NO. DE FRX j 43-30269527 09 FIGO. 2026 07:07RM P7 I ' I I

. ~ D ~ L F o GOIÇ ADVOGADOS ASSOCIADOS I

Todos fazem panc do mesmo partido, havendo ocupado posições de destaque na esautura partid6ri:r.

Quanto ao Sr. J o ã ~ Cláudio Genú, trata-se de assessor da liderança do parado cor1 o qual o MANIFESTANTE mannnha relacionamento esporádico.

A verdade é quc a indusão pelo Ministério Público de Joao Cláudio Genú coa0 agente do crime de fomação de quadrilha teve por objetivo, apenas e tão sometite, somar o níunero niínimo para a conngutação do delito em questão.

Joiio Ciáudio Genii sempre foi e ainda é simp1e.s hinúonáno que atende a liderança do Partido Progressista e foi neste caso mero emissário para o recebimento dos valores pagos pelo PT para o custeio da defesa do Deputado Ronivon Santiago.

Esta colenda Com: tem o seguinte entendimento:

WEAS CORPUS - CASO "AB~LIO DINIZ" - CRIMES CONTRA O PATRIM~NIO, CONTRA A PAZ PT~BLICA, CONTRA A ADMINISTRA^ P ~ B U C A E CONTRA A PESSOA - DELITOS PRATICADOS EM CO-AUTORIA - CONDENAÇ~O - PENA IN CONCRETO ATRIBUIDA EM IGIJAL QUANTIDADE PARA TODOS OS &US - DECIS>LO PU3NAMENTE MOTIVADA - FUNDAMENTAÇ~,~ PROPORCIONAL AO RIGOR UTILIZADO NA APLIC@,O DA PENA - INOCORRÊNCIA D E OFENSA AO ART. 29 110 CÓDIGO PENAL - INADMISSIBILIDADE DA DISCUSSAO, BM W E A S CORPUS, DOS CRIT~RIOS D E f ~ ~ 0 1 . E PESSOAL SUBJACENTES A DOSIMETRZA DA PENA - P ~ T E N D I D A DESOU(ACTEBIZA~ DO CRIME DE QUADRILHA - INADMISSIBILIDADE - PEDIl3O INI>EFERIDO. IMI~OSIÇÃO DE PENA CRIMINAL - RIGOR PENAL - NECESSIDADE, DE MOTIVAÇÃO DO ATO DECIS~RIO - Os sentenciados tem direito público subjetivo à fundamentação individualizadom das penas que venham a sofrer por efeito l e condenaçáo criminal - Satisfaz integralmente a exigemia conititucional de motivação dos atos decisórios a condenaçio penal, que, ao optar pelo limite máximo das penas impostas, expbe os elementos de fato em que se apoiou o juízo de espec a1 exai:erbação da pena, explicitando dados da reaiidade objetiva aos quais se conferiu, com extrema adequação, a pertinente valoração judicial procedida com estrita observância d>s parámetros fixados pelo otdenamento positivo. - A juriepmd2ncia do 3upremn TtihcnS Fed;;.2 - üãiáiiio-se á e decisão penal condenatória que se revela impregnada, em toda a sua estrutura fornid, de coerência lógico-jwidica - tem ressaltado ser inviável o habeae corpus, quando utilizado para impugnar o ato de fixaç:io da pena, quc, apoiado nas diretrizes dos ans. 59 e 68 do Código Pen.4 tenha derivado de valotação efetuada pelo Tribunal r10

que conceme ao grau de cdpabdidade dos agentes.

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- --

DE : ADoLFOGO I SRDUOiADOS NO.DE FAX : 43-30289527 09 AGO. 21106 07:08AM P8

I

I P DOLFO GOIS ADVOGADOS ASSOCIADOS

I ' m M E DE QUADRILHA - ELEXVfENTOS D S ' Y CONFIGURACÃQ TÍPICA. - 0 crime de auadriiha comti& moclalidad elit sa f iara&

E 3 -:a do delito de quadiillia ou bando deriva da coni m u n t e s elementos caracterizadores : (a\ concurso necessá& &pelo menos auatro (4) pessoas (IRT 582/348 - RT 565/406\. @J b i i d a d e especifica dos %entes voltada ao co rne t imen t~h &&os R 102/614 - RT 600/383) e (c) exipência & estabilidade e de germanência da associacão criminosa (Ia 589j328 - RT 588/323 - RT 615/272). - A existência de motivasa &Uca subiacente ao co desc aracteriza o elemento subjetivo do tipo consubstanciado n~

288 do CR eis aue. para a coni i~racão do delito & g&rilha, basta a vontade de associacão criminosa - manifesta&, % s a i s de três pessoas -. dirimda à vrática de d e l i i ~ inde t e m - 'nados. sejam estes. ou não. da mesma espkcie. - Q

Y crime de auadrilha é iuridicamente independente daaueles que - mtiam a ser praticados pelos e n t e s reunidos na S O C ~ I S

d e l i í 1 1 1 t ~ monomamente. ainda que os crimes Data os auais foi oganizado o bando seauer venham a ser cometidos. - c &

m i b r o s s ~ i a da u a exi,cução foi o bando constituído expõem-se. nos temos do a& ao Cbdiao Penal. em &de do cometimento desse ou io i,k&o criminal rega do cúmulo material nela cancurso &gs (R'JJ 104/104 - R m 128/325 - RT 505/352). CRIME DE QUADRILHA ARMADA (CP, ART. 288, PAR. ~ N I C O ) . - A utilização de arma por qualquer membro i a quaciriiha constitui elemento evidenciador da maior peric:ulosidade do bando, expondo todos que o integram à causa especial de aumento de pena prevista no art. 288, parágrafo único, do Código Penal. Para efeito de configuração do delito eie quadrilha amada, basta que um só de seus integrantes esteja a

O pomu armas. PERSECUÇAO PENAL - CONDENAÇÂO - ALEGAGO CIE INEXIST&NCIA DE JUSTA CAUSA - NECESSIDADE C E REEKAME DA M A d U DE FATO - INADMISSIBKIDADE EM SEDE DE HABIEAS CORPUS. - Toma-se inviável reconhecer, em sede de habeas corpus, a ausência de justa causa para a persecuuo criminis, se UleMste certeza objetiva quanto à alegação de divórcio entre a condenação penal decretada e os elementos de fato em que se apoiou a decisão judiciai. É que a interpretação do conjunto nrnhathnn 5 3 ~XLT-: 2~.1)í5fuii&<0 dua aiementos de convicç!io < - - - '----- não se revelam possíveis na via estreita do habeas corpus. (HC .72992/SP; Reiator Min. CELSO DE MELLO; DJ 1411-1996)

nu* Cms,eAS35.2* -DAR E W - ~ G O M BR I% J~**<43)33249527 ~wü6010590. WHDIUVI ESTW DO P ~ A N A

8 JANENC MANI~ZST~CAO~RÉVIAA M N U N C U F O W U L A D A F ~ O I N W ~ W 2249

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a AD LFO GOIS ADVOGADOS ASSOCIADOS

I N - DO PEDIDO

As:iim sendo, peias razõcs acima aduzidas, sem delongas vãs, espei,a o MANIFTSTAN'IE que seja a denúncia reieitada de plano.

A d o l d z G 6 i s -/PR 22165

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HORA : 08/08/20I16 18:08 NOME : PROTOCOLCI STF FAX : 61-33216;'07 T E L : 61-32173fj23

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. C ADOLFO GOIS ADVOGADOS ASSOCIADOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO JOAQUIM BARBOSA DD. RELATOR DO INQU~~RITO 2245.

A

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Cooicleiiacloiia cle

Pioressaiiieiito It~irial

14/08/2006 14:49 112337

11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111

JOSE MOHAMED JANENE, já qualificado nos autos acima epigrafados, por seus procuradores ao final assinados, vem à presença de Vossa Excelência, na forma e no prazo definidos pelo art. 4", da Lei no 8.038/90, apresentar sua MANIFESTAÇÁO EM FACE DA DENÚNCIA, fazendo-o nos termos a seguir expressos:

Consta da denúncia que o MANIFESTANTE:

a) haveria participado de uma estrutura criminosa voltada para prática dos crimes de corrupçâo passiva e branqueamento de capitais; b) que o recebimento de vantagem indevida tinha como contraprestação o apoio político do Partido Progressista - PP ao Governo Federal. c) que os recebimentos eram concretizados com o emprego de operações de lavagem de dinheiro através do recebimento do numerário em espécie pelo Sr. João Cláudio Genú ou por meio das empresas Bônus Banval e Natimar.

É sobre esses fatos que passa a se pronunciar o MANIFESTANTE.

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ADOLFO GOIS ADVOGADOS ASSOCIADOS

11 - DOS vfc~os DA DEN~NCIA.

Toda denúncia deve ser um projeto de sentença penal condenatória. I Tal projeto, contudo, deve ser sério, contando com um mínimo de requisitos para o seu curso ser assegurado.

No Brasil, tais requisitos vêm no art. 41 do Código de Processo Penal: I Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas.

Onde está a rigorosa descrição da conduta do MANIFESTANTE? I Afinal, quais foram as condutas do MANIFESTANTE que ensejaram as imputações? I O fato é que o art. 41 não foi respeitado e a peça acusatória deve ser objeto de reieicão imediata.

Nesse sentido, aliás, é a jurisprudência desta Corte Suprema, representada no seguinte precedente:

INQU~~RITO. LEI No 8.137190, ARTS. 1" e 2". DENÚNCIA. REQUISITOS. CPP, ART. 41. CRIME S O C I E T ~ I O . 1. O entendimento jurisprudencial, segundo o qual a peça acusatória, nos crimes societários, pode ser oferecida sem que haja descrição pormenorizada da conduta de cada sócio, não autoriza o oferecimento de denúncia genérica. 2. Denúncia que, ao narrar os fatos, deixa de demonstrar qualquer liame entre o acusado e a conduta a ele imputada, torna impossível o exercício do direito i ampla defesa. Imprescindível a descrição da ação ou omissão delituosa praticada pelo acusado, sobretudo por não ocupar qualquer cargo administrativo na associação e ostentar posição de um, dentre muitos, de seus integrantes. 3. O sistema jurídico penal brasileiro não admite imputação por responsabilidade penal objetiva. 4. Denúncia rejeitada em relação ao denunciado que detém foro por prerrogativa de função. 5. Remessa dos autos ao juizo de origem para, em relação aos demais denunciados, decidir pelo recebimento ou rejeição da

-

denúncia, como entender de direito. (Tnq 1656/SP; Relatora Min. ELLEN GRACIE; DJ 27-02-2004)

É o que basta para tornar sem razão o prosseguimento da marcha penal fus@da.

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T E b ' F A X ( 4 3 1 3 3 2 4 9 5 2 7 . CEP 8 6 0 1 0530. LONDRINA. ESTADO DO PARANA. JANENE- DEFESA. INQUERITO 2245

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111 - DO MÉRITO

Alega a denúncia que o MANIFESTANTE praticou o delito de cormpção passiva (art. 317 do Código Penal).

Esse tipo tem a seguinte dicção: I Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

A acusação seria de recebimento de vantagem indevida para garantir o apoio político do Partido Progressista ao Governo Federal.

É um equívoco. I É um absurdo. I Não há em qualquer ponto da inicial qualquer referência devidamente provada de que o MANIFESTANTE recebeu qualquer proveito ilícito para si.

Da mesma forma, não existe qualquer prova de que tenha o MANIFESTmTE percebido qualquer vantagem para terceiros.

Seu comportamento parlamentar é exem~lar e está sendo alvejado por uma campanha impiedosa de seus adversários, que fabricam acusações que, por equívoco, o Ministério Público toma por dignas de apuração.

Tudo quanto há contra ele são su~osicóes, baseadas no comportamento da bancada de seu partido.

As suposições levantadas são no sentido de que o Partido Progressista teria solicitado ou recebido vantagem econômica para votar alinhado com a base governista ou aumentar seu número de deputados são absolutamente infundadas.

Em várias votações relevantes, o PP votou em dissonância com o Governo, do mesmo modo que, em outras tantas esteve com este.

O PP esteve do lado de sempre: do progresso do Brasil, desimportando se o Presidente atente por Lula ou Fernando Henrique Cardoso.

Essa inde~endência tem sido olimpicamente ignorada pelas acusações que a mídia faz públicas diu~namente.

Também foi por esta da d. Procuradoria-Geral da República. r /

RUA CAMBARA. 585. ZP ANDAR. EWIL:[email protected]. ~~L/FaX(43)33249527. CEP 8601 0530. LONDRINA. ESTADO D" ~ a a n ~ A

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Analisando-se o gráfico abaixo, se percebe que, a bancada do PP nem sempre votou alinhada com o Governo dando liberdade a seus parlamentares para votarem de acordo com suas consciências:

COMPARATIVO DE APOIO A OtUWAÇAO W GOV- ( 2003 - 2004 )

95% -

85% -

75% -

65% -

55% -

45%

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ou o PP tenha C 0 - PTB - PP ( Agiu o PP dentro da Lei, que, bem ou mal, permite a troca de siplas, e o reposicionarnento de parlamentares diante do comportamento de seus partidos, ou das necessidades estratégicas eleitorais regionais.

Aliás, mesmo segundo esse prisma, cabe registrar que segundo dados coletados na Mesa da Câmara, a variação de Deputados Federais na bancada do PP é absolutamente desprezível.

No total, se fiaram ao Partido Progressista 26 Deputados ao longo desta legislatura, no entanto, deixaram o partido outros 25 parlamentares e um Deputado renunciou ao mandato.

Foram eleitos 49 e hoje a bancada é composta pelo mesmo número de Deputados Federais, havendo estabilidade durante esta legislatura, conforme se vê do gráfico abaixo:

EVOLUÇÃODABANCADADOPP DESDE A ELEIÇÃO

RUA CAMEARA. 565.2' ANDAR. E - M A I L A D ~ & ~ O ~ S ~ R R A . C O M ~ TEL/FAX(43)33249527. CEP 8601 0-530. LONDRINA. ESTADO DO PARANA.

JANENE-DEFESA- INOU!%lTO 2245 -- ~ ~~~~~~ ~

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Não obstante. reconhece o MANIFESTANTE que o Partido Pro~essista obteve & - recursos para pagamento de honorários advocaticios para defesa do mandato de um dos membros de sua bancada.

Tal situação, todavia, não vode ser considerada como modalidade de corrupcão, pois, além de consistir fato patentemente lícito, não existe o elemento típico de ser "indevida" a suposta vantagem.

Daí que se possa reconhecer, ex logo, a improcedência da acusação.

Improcedência que acompanha a questão da imputação do crime de "lavagem de dinheiro".

Diz a denúncia que a "lavagem de dinheiro" teria sido realizada de duas formas:

a) recebimento de dinheiro em espécie por João Cláudio Genú; e b) depósitos na conta das empresas Bônus Banval e Natimar.

Nenhuma procede.

Conforme consta de sua defesa lançada na representação que tem em andamento contra si na Câmara dos Deputados, registra o MANIFESTANTE:

a) que o Partido Progressista é, por caractensáca, um partido de maior atuação no legislativo, já que, não possuindo nenhum governador eleito, os seus maiores líderes são Deputados Federais; b) que por esta razão o PP tem por tradição, apoiar seus parlamentares . - custeandò as despesas decorrentes dãcontratação de advogados para defesa de seus mandatos; c) que em razão de disputa política regional, o Deputado Ronivon Santiago passou a receber forte ataque por meio de ações judiciais que tiveram por - - origem denúncias formuladas por adversários; d) que, no início, eram poucas ações, no entanto, com o tempo estas começaram a se avolumar, chegando a 36 processos, tramitando perante o STF, o TSE e o TRE/AC; e) que para a defesa de seus interesses o Deputado Ronivon Santiago havia contratado o advogado Dr. Paulo Goyaz, no entanto, em razão do aumento do número de processos, o referido parlamentar passou a ter dificuldades para custear sua defesa; f) que, por esta razão, procurou o Partido Progressista para que ihe ajudasse a defender seu mandato; g) que nesta mesma época, os partidos discutiam alianças políticas para as eleições municipais e PP e PT tentavam estender a aliança realizada nacionalmente para o âmbito regional; h) que uma das dificuldades, no entanto, era exatamente a disputa política no Estado do Acre, já que, sendo forças antagônicas naquele ~ s t a d o da ~ e d e r a ~ ã o , os partidos viam dificuldades na celebração de aliança, o que começava a se refletir até mesmo no âmbito federal;

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i) que no centro do conflito estava justamente o Deputado Ronivon Santiago, já que a quase totalidade das ações que respondia teve por base denúncias formuladas por integrantes do Partido dos Trabalhadores; j) que, por essa razão, buscando o entendimento, acertou-se com o PT nacional que este ajudaria no pagamento dos honorários advocatícios para a defesa do Deputado Ronivon Santiago, num total de R$700.000,00; 1) que, em que pese ser o MANIFESTANTE ex-líder do Partido na Câmara, este recebimento foi acordado durante reunião da Executiva do PP; m) que, em outras palavras, foi o Partido quem acordou no recebimento dos valores destinados ao pagamento dos honorários do Dr. Paulo Goyaz e não O

MANIFESTANTE agindo por conta própria.

Todo este roteiro prova a origem e a destinacão - ambas regdares - do dinheiro referido na denúncia, de sorte que não pode ser considerada tipificada como "lavagem de dinheiro" a conduta - sempre lícita - do MANIFESTANTE.

No que tange ao suposto "branqueamento de capitais" realizado através das empresas Bônus Banval e Natimar o MANIFESTANTE não possui nenhuma relação com tal ilícito.

Basta uma simples espiadela da própria denúncia para se perceber que a sua Única vinculaçâo com os fatos narrados neste inquérito se deu por conta da a f i a ç ã o de João Cláudio Genu de que este antes de receber as quantias já descritas confirmava a operação com o MANIFESTANTE, nada mais.

Não existe um sequer elemento, ainda que indiciáno que aponte o MANIFESTANTE como recebedor das quantias depositadas nas referidas empresas.

Resta claro, portanto, que, mais uma vez, a denúncia fere de morte o princípio da correlação imputando ao MANIFESTANTE a prática de fato criminoso sem

.a qualquer lastro ou suporte probatório e impingindo ao MANIFESTANTE o Ônus da realização de uma prova negativa, razão pela qual, também sobre este aspecto deve ser rejeitada a denúncia contra si ofertada.

Por fim, quanto ao delito de quadrilha, o Denunciado, conforme amplamente demonstrado acima, jamais praticou os crimes que lhe foram imputados na denúncia.

" Logo, o delito do art. 288 cai por terra, por falta de crimes" a justificarem o enquadramento na tipificação legal.

Ademais, o tipo penal em comento tem como elemento subjetivo o dolo, consubstanciado na vontade de associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, com a finalidade específica da prática de crimes.

Exige, portanto, para a respectiva configuração, liame subjetivo entre os agentes, com • um fim específico de agir.

No caso em análise, o relacionamento existente entre o MANIFESTANTE e os Deputados Pedro Correa e Pedro Henry é de natureza pessoal e política.

RUA CAMBARA. 5 8 5 . 2 @ ANDAR. EMNL:ADO T E r / F A X ( 4 3 ) 3 3 2 4 9 5 2 7 . CEP 8601 0530. L 0

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Todos fazem parte do mesmo partido, havendo ocupado posições de destaque na estruma partidária.

Quanto ao Sr. João Cláudio Genú, trata-se de assessor da liderança do partido com o qual o MANIFESTANTE mantinha relacionamento esporádico.

A verdade é que a inclusão pelo Ministério Público de João Cláudio Genú como agente do crime de formação de quadrilha teve por objetivo, apenas e tão somentc, somar o número mínimo para a configuração do delito em questão. I João Cláudio Genú sempre foi e ainda é simples funcionário que atende a liderança do Partido Progressista e foi neste caso mero emissário para o recebimento dos valores pagos pelo PT para o custeio da defesa do Deputado Ronivon Santiago. I Esta colenda Corte tem o seguinte entendimento: I

HABEAS CORPUS - CASO "ABÍLIo DINIZ" - CRIMES CONTRA O PATRIM~NIO, CONTRA A PAZ PÚBLICA, CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CONTRA A PESSOA - DELITOS PRATICADOS EM CO-AUTORIA - CONDENAÇÃO - PENA IN CONCRETO ATRIBUIDA EM IGUAL QUANTIDADE PARA TODOS OS RÉuS - DECISÃO PLENAMENTE MOTIVADA - FUNDAMENTAÇÃO PROPORCIONAL AO RIGOR UTILIZADO NA APLICAÇÃO DA PENA - I N O C O R ~ N C I A DE OFENSA AO ART. 29 DO CÓDIGO PENAL - INADMISSIBILIDADE DA DISCUSSÃO, EM HABEAS CORPUS, DOS CRIT~~RIOS DE ÍNDOLE PESSOAL SUBJACENTES A DOSIMETRIA DA PENA - PRETENDIDA DESCARACTERIZAÇÃO DO CRIME DE QUADRILHA - INADMISSIBILIDADE - PEDIDO INDEFERIDO. IMPOSIÇÃO DE PENA CRIMINAL - RIGOR PENAL - NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DO ATO DECIS~RIO. - Os sentenciados têm direito público subjetivo h fundamentação individualizadora das penas que venham a sofrer por efeito de condenação criminal. - Satisfaz integralmente a exigência constitucional de motivação dos atos decisórios a condenação penal, que, ao optar pelo limite máximo das penas impostas, expõe os elementos de fato em que se apoiou o juízo de especial exacerbação da pena, explicitando dados da realidade objetiva aos quais se conferiu, com extrema adequação, a pertinente valoração judicial procedida com estrita observância dos parâmetros fixados pelo ordenamento positivo. -A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - tratando-se de decisão penal condenatória que se revela impregnada, em toda a sua estrutura formal, de coerência lógico-jurídica - tem ressaltado ser inviável o habeas corpus, quando utilizado para impugnar o ato de fixação da pena, que, apoiado nas diretrizes dos arts. 59 e 68 do Código Penal, tenha derivado de valoração efetuada pelo Tribunal no que conceme ao grau de culpabilidade

RUA CAMBAR&. 585.2' ANDAR. E~~~UCADO&[email protected], ~ ~ V F A X ( 4 3 ) 3 3 2 4 9 5 2 7 . CEP 8 6 0 1 0530. LONDRINA. ESrADO DO PARANA.

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ADOLFO GOIS ADVOGADOS ASSOCIADOS 19 CRIME DE QUADRILHA - ELEMENTOS DE SUA CONFIGURACÃO TIPICA. - O crime de quadrilha constitui modalidade delituosa que ofende a ~ a z ~ública. A configuracão típica do delito de quadrilha ou bando deriva da coniupacão dos secuintes elementos caracterizadores : (a) concurso necessário de pelo menos quatro (4) pessoas (RT 582/348 - RT 565/406). (b) finalidade específica dos a-ntes voltada ao cometimento de delitos (RTI 102/614 - RT 600/383) e !c) exicência de estabilidade e de permanência da associa~ão criminosa (RT 580/328 - RT 588/323 - RT 615/272). - A existência de motivacão política subiacente ao comportamento delituoso dos aFentes não descaracteriza o elemento subjetivo do t i ~ o consubstanciado no art. 288 do CP. eis que. para a confipracão do delito de quadrilha. basta a vontade de associa~ão criminosa - manifestada por mais de três Dessoas -, dirimda A ~rá t ica de delitos indeterminados. sejam estes. ou não. da mesma espécie. - O

w crime de quadrilha é juridicamente inde~endente daqueles que venham a ser praticados pelos apentes reunidos na societas delinquentium (RTJ 88/468). O delito de auadrilha subsiste autonomamente. ainda que os crimes para os quais foi orcanizado o bando sequer venham a ser cometidos. - Os membros da quadrilha aue praticarem a infracão ~ e n a l para cuja execucão foi o bando constituído expõem-se. nos termos do art. 69 do Códipo Penal. em virtude do cometimento desse outro ilícito criminal. A regra do cúmulo material pelo concurso de crimes (RTT 104/104 - RTT 128/325 - RT 505/352). CRIME DE QUADRILHA ARMADA (CP, ART. 288, PAR. ÚNICO). - A utilização de arma por qualquer membro da quadrilha constitui elemento evidenciador da maior periculosidade do bando, expondo todos que o integram i causa especial de aumento de pena prevista no art. 288, parágrafo

0 único, do Código Penal. Para efeito de configuração do delito de quadrilha armada, basta que um só de seus integrantes esteja a portar armas. PERSECUÇÃO PENAL - CONDENAÇÃO - ALEGAÇÃO DE INEXIST~~NCIA DE JUSTA CAUSA - NECESSIDADE DE REEXAME DA MAT~RIA DE FATO - INADMISSIBILIDADE EM SEDE DE HABEAS CORPUS. - Toma-se inviável reconhecer, em sede de habeas corpus, a ausência de justa causa para a persecutio criminis, se inexiste certeza objetiva quanto A alegação de divórcio entre a condenação penal decretada e os elementos de fato em que se apoiou a decisão judicial. É que a interpretação do conjunto probatório e o exame aprofundado dos elementos de convicção não se revelam possíveis na via estreita do habeas corpus. (HC 72992/SP; Relator Min. CELSO DE MELLO, DJ 14-11-1996)

RUA CAMBARA. 585. 2' ANDAR. EUAIL:ADOLFOGO~S~RRA.COM.BR. TEWFAX(43)33249527. CEP 860 1 D530. LONDRINA. ESTADO D O PARANA.

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IV - DO PEDIDO

Assim sendo, pelas razões acima aduzidas, sem delongas vãs, espera o MANIFESTANTE que seja a denúncia~ieitada de plano.

Adolfo

RUA CAMBARA. 585.2' ANDAR. E-MIUCADOUOGOlS@'ERRA.COM.BR. T E W F A X ( 4 3 ) 3 3 2 4 9 5 2 7 . CEP 8 6 0 1 6530. LONDRINA. W A D O DO PARANA.

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INQ N." 2245 - APENSO N." Il.3

Em de de 2006, ao Exmo. S Joaquim Barbosa. Eu,

Camarinha do Plenário, lavrei