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Joyce Igarashi Camilo PERFIL HIGIENICO SANITARIO DA PRODUC;;.ii.O DO FRANGO ORGANICO Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenyao do mula de Especialista, no Curso de Especializa9ao em Higiene e Inspe9ao de Produtos de Origem Animal, Faculdade de Cie!ncias Biol6gicas e da Saude, Universidade Tuiuti do Parana. Orientador: Prof. Or. Jose Mauricio Fran9a Curitiba 2006 •CHAMPAGNATI

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Joyce Igarashi Camilo

PERFIL HIGIENICO SANITARIO DA PRODUC;;.ii.O

DO FRANGO ORGANICO

Monografia apresentada como requisito parcialpara a obtenyao do mula de Especialista, no Cursode Especializa9ao em Higiene e Inspe9ao deProdutos de Origem Animal, Faculdade deCie!ncias Biol6gicas e da Saude, UniversidadeTuiuti do Parana.

Orientador: Prof. Or. Jose Mauricio Fran9a

Curitiba2006

•CHAMPAGNATI

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SUMARIO

DEDICATORIA.

AGRADECIMENTOS ....

lISTA DE QUADROS

lISTA DE TABELAS .

lISTA DE FIGURAS .

RESUMO ..

ABSTRACT..

1 INTRODUi;AO ..

2 REVISAO DE lITERATURA ..

2.1 CONCEITO ..

2.2 HISTORICO DAS RAi;AS ..

2.3 SISTEMAS DE CRIAi;AO E PRODUi;AO ...

2.3.1 Sistema Alternativo (frango verde) ..

2.3.2 Sistema Convencional..

2.3.3 Sistema Caipira ou Colonial..

2.4 MANEJO ..

. ii

. iii

.................. vi

. vii

. viii

. ix

. x

2.4.1 Bern estar animal..

2.5 NUTRIi;Ao ..

2.5.1 Seguran,a Alimentar ...

2.6 PROFILAXIA ..

2.7 CUSTOS DE PRODUi;AO ..

2.8 MERCADO CONSUMIDOR..

. 1

. 3

. 3

. 3

. 5

. 5

. 5

. 5

. 6

. 8

. 8

....................... 9

. 9

. 9

2.8.1 Perfil do consumidor organico ..

2.9 CARACTERisTICAS DO PRODUTO FINAL ..

. 10

. 11

. 13

. 13

. 18

. 20

. 21

. 22

2.10 ABATE E PROCESSAMENTO ..

2.10.1 Achados de inspe,ao ..

2.11 PRODUTOS ..

2.12 SUPPRODUTOS ..

2.13 RESiDUOS ...

2.14 EMBALAGEM.. . 23

2.15 CERTIFICADORAS .25

2.15.1 IBD - Instituto Biodinamico .. . 26

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2.15.2 AAO - Associa,ao de Agricultura Organica.. . 26

2.15.3 Assesoar - Associa,ao de Estudos, Orienta,ao e Assistencia Rural... ..26

2.15.4 ABIO - Associa,ao de Agricultores BioI6gicos... ....27

2.15.5 ANC - Associa,ao de Agricultura Natural de Campinas.. ...27

2.15.6 Coolmeia - Cooperativa Ecologica.. ..27

2.15.7 MOA- Fundayao Mokiti Okada... . 27

3 CONCLUSOES.... . 28

REFERENCIAS.. . 29

~~OO.... ...~

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LIST A DE QUADROS

QUADRO 1 - DADOS TECNICOS DA PRODU<;AO DE FRANGODE CORTE EM DIFRENTES SISTEMAS DE PRODU<;AO 6

QUADRO 2 - COMPARATIVO DE CUSTOS DE PRODU<;AO(R$IKG FRANGO VIVO) - AGOSTO DE 2003 ...

vi

. 10

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L1STA DE TABELAS

TABELA 1 - RENDIMENTO DE ABATE, CONSIDERANDOO TOTALPROCESSAMENTO, PARA DUAS LlNHAGENS COMERCIAISDE AVES COLONIAlS, LABEL ROUGE (LR)E EMBRAPA 041 (E041)... . 16

vii

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LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - AREA DE PASTEJO COM ACESSO AOS GALPOES ..

FIGURA 2 - AREA DE PASTEJO COM LOCAlS DE SOMBRAS ...

.. 7

. 7

FIGURA 3 - QUANTO MAIS CARO VOCE PAGARIA POR UM FRANGOORGANICO? 13

FIGURA 4 - ORGANOGRAMA PARA A DETERMINA<;:AO DO RENDIMENTODE FRAN GO DE CORTE... . 17

FIGURA 5 - FiGADO COM PRESEN<;:A DE NODULOS DE GORDURA.. . 18

FIGURA 6 - FiGADO (CORTE LONGITUDINAL) ..

FIGURA 7 - BA<;:O .

. 19

............. 19

FIGURA 8 - BA<;:O (CORTE LONGITUDINAL) ..

FIGURA 9 - EMBALAGEM DA EMPRESA FRANGORGANICO ..

. .20

..... .24

viii

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RESUMO

A prodUl;ao de frango organico implica em normas e procedimentos para 0 padraode qualidade orgfmicQ, 0 qual tern apresentado urn relevante crescimento, devido asua demanda par produtos mais saudaveis e que zelem pela seguranc;a alimentar,no entanto, estas normas ainda encontram uma sarie de entraves que impedem 0

seu rapido desenvolvimento.

Palavras~chave: norm as, procedimentos, qualidade orgimico. seguranc;a alimentar.

ix

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ABSTRACT

The production of organic chicken implies in norms and procedures for thestandard of organic quality, which has presented an excellent growth, had itsdemand for more healthful products and that they watch over for the alimentarysecurity, however, these norms still find a series of impediments that they hinderits fast development.

Keywords: norms, procedures, organic quality, alimentary security.

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1 INTRODUr;;ii.O

Quando S8 pensa em urn prod uta orgflnico, veern S8 a mente

automaticamente a ideia de um produto "mais limpo", ista e, livre de agrot6xicos,

produtos quimicos ou qualquer outro contaminante. Atualmente, os alimentos

recebem tant05 produtos t6xicos e passam par uma serie de processos de

transforma<;ao ate chegar aD consumidor que acabam provocando uma mudan<;a

nos habitos alimentares preocupando-se e muito com a seguran<;8 dos alimentos.

E cada vez maior 0 numero de pessoas que estao buscando uma alimenta<;ao

mais saudavel, na tentativa de resgatar urn tempo que ainda era passive I ter a mesa

alimentos frescos, de boa qualidade bio16gica e livre de agrot6xicos. Estudos

comprovaram que 0 consumo continuo de alimentos de origem vegetal au animal

que receberam medicamentos em sua produgao elou cria9aO, provocam uma

resistencia bacteriana ocasionando uma serie de comprometimentos no organismo

que acabam colocando em risco a seguran9a alimentar.

Muitas sao as diferen9as do frango classificado como organico e as

classificados como convencionais au industria is. Dentre elas, podemos citar a tempo

de abate, a modo de criagao, a nutri9aO sem aditivos alimentares, a qualidade da

carne, 0 bem estar animal, restri980 ou nao de linhagens, entre outras que serao

descritas no presente trabalho.

Mas a realidade do frango organico, assim como de quase todos os produtos

certificados como organicos, nao sao das mais simples, existem inumeras

dificuldades encontradas nesse modelo de produ9ao. Ora nao sao reconhecidos

como organicos, ora nao conseguem a respaldo necessaria dos 6rgaos oficiais que

a permitam criar leis, decretos, instrugoes normativas que regulamentem os produtos

organicos. Assim mesmo, diante de tantos empecilhos, a criag80 organica vem

sobrevivendo de forma extraordinaria e com isso conquistando 0 seu espayo e

fidelizando os seus consumidores.

Para se assegurar que um produto e organico e que cumpriu em todas as

suas etapas a pratica que rege 0 modelo organico, 0 produto precisa de um selo, a

qual e fornecido pelas certificadoras credenciadas (IBD, MOA, AAO,enlre outras).

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Na inspec;:ao, poucas sao as les6es encontradas por motivos de

enfermidades. Mais freqCtentemente ocorrem condenac;:6es por acumulo de gordura

nos 6rgaos devido a idade de abate ocorrer entre 85 a 90 dias normalmente, e

tambem devido a essas linhagens serem de conformayao lenta.

Diante de todas as quest6es citadas, os modelos de produc;:ao organica sao

uma alternativa absolutamente segura para a produl'ao de alimentos que atendam

as expectativas desse contingente crescente de consumidores. E com 0 tempo e

com 0 fortalecimento desse modele de produc;:ao 0 que se espera e que os

consumos de produtos organicos sejam viitVeis economicamente para que haja um

consumo maior por parte de toda a populac;:ao.

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2 REVISAO DE LlTERATURA

2.1 CONCEITO

o frango organico e 0 frango produzido em condi96es naturais e alimentados

com rac;:oes fabricadas com materias-primas organicas, isto 8, sem antibi6ticos,

quimioterapicos, promotores de crescimento, harmonics au quaisquer Qutros

produtos que possam prejudicar a saude humana, conforme a INSTRU<;AO

NORMATIVA N" 007, de 17/05/99, do Minislerio da Agricultura, e inspecionados por

uma Certificadora Credenciada.

As rav8s destinadas a esse modele de criac;ao, apresentam linhagens

especificas (BioFach, 2003).

2.2 HISTORICO DAS RA<;:AS

Apes realizar uma revisao hist6rica a respeito da galinha caipira, Gessuli

(1999) relatou que existem muitos indicios de que a galinha foi introduzida no Brasil

muitos anos antes do descobrimento, atrav8S dos corsarios franceses e que a

avicultura caipira passui mais de 500 anos de adaptac;ao aD Brasil, uma vez que nacarta enviada ao rei de Portugal por Perc Vaz de Caminha, escrivao de Pedro

Alvarez de Cabral a galinha foi descrita como um dos primeircs animais domesticos

que chegaram em nossas terras recem descobertas.

Silva & Nakano (1997) citados por Hellmeister Filho (2002), comentaram que

entre 1900 a 1930, a avicultura passou por um periodo chamado "colonial", onde as

aves eram criadas totalmente soltas, sem criterios de produl'ao. Entre 1930 e 1940,

surgiu 0 periodo de "romantismo", onde a beleza das aves passava a ser valorizada,

de acordo com as variadas cores das penas, tamanho da ave e formac;c3o de cristas

e barbelas. Durante os anos de 1940 a 1960, ocorreu a fase de escassez alimentar

devido a segunda guerra mundial e, tambem, segundo Silva & Nakano (2001),

existiram mudanc;as na sociedade que passou a valorizar a ecologia e a natureza,

que se iniciou a fase de "aptidao mista", onde as aves para prcdw;;:ao de carne e

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ovos eram criadas com acesso livre a areas de pastagens (Hellmeister Filho 2002).

De acordo com 0 mesmo autor, a lase de 1960 a 1970 passou a ser conhecida como

a periodo de "especializac;ao das rac;as", surgindo al a sistema totalmente confinado,

utilizado ate os dias atuais, com um forte incremento tecnol6gico, uma vez que as

aves ja eram criadas dentro de galp6es.

A criac;ao de aves em sistemas semi-intensivos com acesso a pasto onde

consomem sementes, capins, insetos e tambem rac;ao, denominados "Free Range

Chicken", iniciou na Europa enos Estados Unidos, chegando posteriormente em

nosso pais.

Lana (2001) comentou que em 1988 loi introduzida no Brasil a linhagem de

galinha caipira francesa "Label Rouge", dando 0 primeiro passo para 0

desenvolvimento da avicultura alternativa, que hoje no pais representa pouco mais

de 1% do mercado avicola e seu crescimento ainda nao acompanha 0 potencial do

mercado consumidor que e cada vez mais exigente em alimentos saudflVeis e de

qualidade. Segundo Dematte Filho & Mendes (2001), a cria,ao alternativa de

Frangos no Brasil vem crescendo desde a decada de 90. Os empresarios dedicados

a essa atividade estao se multiplicando, abrangendo um leque de iniciativas

baseadas em motivos ecol6gicos e principalmente na busca por saude.

As linhagens de Frangos encontradas no mercado para criac;ao alternativa sao

a: Label Rouge Pesadao, Label Rouge Pesco,o Pelado, Paraiso Pedres, Colonial

041 (Embrapa), Master Griss, entre outras. Balis (2001) comenta que na Europa,

mais especificamente na Franc;a, existem onze diferentes tipos de Frangos caipiras

produzidos. Bastianelli (2001) comentou que na Franc;a, existem tambem diferentes

tipos de certificac;c3o para a comercializac;c3o dos mesmos.

o frango caipira e um produto diferenciado, e e 0 resultado do cruzamento de

rac;as pesadas de corte com ragas semipesadas de postura, ° que 0 caracteriza

como menos exigente e mais resistente a adversidades que 0 frango de corte

industrial. Gessulli (1999) e Carrijo et al (2001), citados por Silva et al (2003),

comentam que comparando diferentes linhagens, a Label Rouge, desenvolvida na

Franga e uma das linhagens de frango caipira ou colonial de corte, on de foi aliada a

produtividade encontrada no frango industrial com a rusticidade do frango caipira da

terra (capoeira).

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2,3 SISTEMAS DE CRIA<;:AO E PRODU<;:AO

As aves caipiras sao criadas livres, porem estao muito alem de cria-Ias soltas.

No sistema orgimico pode haver a produ~aode alimentos organicos dentro da

propriedade, indicando formas alternativas de alimenta-Ios, reduzindo

conseqOentemente 0 custo desta alimentagao. Neste sistema, integramos a animal,o vegetal e 0 solo. 0 vegetal nutre 0 animal, 0 animal nutre 0 solo, 0 solo nutre 0

vegelaL

Alem do frango organico, 0 qual ja foi definido anteriormente, Dematte Filho &

Mendes (2001) descreve 0 sistema de produ~ao alternativo (frango verde),

convencional e a caipira au colonial.

2.3.1 Sistema AlternativQ (frango verde) - sem restric;ao de linhagem, explorac;c3o

intensiva ou nao, criac;ao sem usa de antibioticos, anticoccidianos, promotores de

cresci mento, quimioten3picos, e ingredientes de origem animal.

2.3.2 Sistema Convencional - linhagens de alta taxa de crescimento e eficiemcia

alimentar, criac;ao em sistema intensivo, sem restric;6es ao uso de antibi6ticos,

anti coccidian os, promotores de crescimento, quimioterapicos, e ingredientes de

origem animal.

2,3,3 Sistema Caipira ou Colonial - Oficio circular DOIIDIPOA 007/99, linhagens de

crescimento lento, proibic;ao de promotores de crescimento.

No quadro 1, pode~se observar dad os como densidade, idade de abate, peso

medio, CA, ganho de peso, mortalidade e IEP (indice de eficiencia de produ~ao),

Busca-se um IEP para 0 frango caipira que esteja situado entre 0 IEP do

convencional e 0 IEP do frango alternativo, para tentar dar viabilidade a este tipo de

frango. E a capacidade deste frango de responder naturalmente sem a adiC;ao de

antibi6ticos no seu processo produtivo, mesmo do seu ponto de vista terapeutico,

assim caso isto ocorra ele deve ser condicionado a um abate convencional (BioFach,

2003),

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6

QUADRO 1 - DADOS TECNICOS DA PRODU~Ao DE FRANGO DE CORTE EMDIFRENTES SISTEMAS DE PRODU~AO

VerdeConvencional

Caipira(2)(Alternativo)(1 )

UuI/03)(1) Uu1/03)

13 12Densidade (aves/m2) 13,5 (e 4m2 de area

externa/ave)

Idade de abate (dias) 45,1 85-9048,2

Peso media (kg) 2,455 2,2502,525

Conversao Alimentar 1,936 > 2,702,12

Ganho de Peso54,20 25,71 52,38(g/dia)

Mortalidade3,54 4 5,96(%1

I.E.P. 271,2 >91,4 232

FONTE. BloFach, 2003(1) Resultados obtidos de integradoras(2) Honka M. Elink, exceto conversao alimentar e IEP.

2.4 MANEJO

o manejo para prodw;ao do frango organico difere principalmente do manejo

do frango convencional no ponto onde se deve fornecer a ave, uma area de pasteja

(Figura 1), 0 qual oeorre a partir dos 25 dias, segundo Figueiredo et al (2001). 0

manejo dos piquetes devera 5er Feita de modo a manter a cobertura vegetal. Erecomendado 0 usa de arvores ao redor dos galp6es enos piquetes com 0 intuito de

promover sombreamento, melhorando 0 microclima local, cuidando-se para que as

mesmas nao impegam a circulagao de ar, conforme mostra a Figura 2 a seguir.

Os pintinhos devem ser adquiridos de incubadoras de boa procedencia,

devendo vir vacinados com as vacinas obrigatorias.

Segundo 0 Sr. Eduardo Pandolfo, proprietario do Frangorganico, ate os 21

dias 0 frango e chamado de convencional e so mente depois de empenado econsiderado organico seguindo 0 protocolo.

o material utilizado como cama dos aviarios deve ser livre de substancias

quimicas. fato que pode ocorrer caso existam aparas de madeira que receberam

tratamento quimico.

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A pratica de debicagem, a corte das asas e dedos das aves sao proibidas no

sistema organico de produC;ao, pois neste sistema leva-se muito em conta 0 bern

estar dos animais.

2.4.1 Bem estar animal

COSTA, 2003, relacionou alguns dos problemas ligados ao bem estar animal

em criac;oes intensivas, entre os quais podemos citar 0 aumento de reac;oes de

panico, pela densidade e pelo stress constante; diminuiC;<3oexagerada da locomoc;ao

ocasionando efeitos negativos em musculos, ass as e articulayoes de pernas e pes,

proporcionando grande incidencias de artrites e osteoartrites.

2.5 NUTRIt;:AO

Um frango para ser organico, tem que ter no minimo 80% da sua alimentayao

(base seca) com origem organica e deve ser total mente isenta de transgenicos, isto

vale tanto para 0 farelo quanta para 0 milho, e nao deve tambem conter nenhum teor

de herbicida (BioFach, 2003).

Os frangos caipiras sao alimentados com rac;ao balanceada, complementada

com pastagem, frutas, verduras, hortalic;as, insetos e tuberculos, ou seja,

alimentayao mista, rayao e pasto. A alimentaC;<3o do frango caipira tem que ser

exclusivamente de fontes vegetais sendo proibido 0 usa de promotores de

crescimento de qualquer tipo ou natureza.

A alimentayao fornecida aos animais do Frangorganico consiste em se

fornecer 50 kgs de farelo de soja em todas as fases, inicial (ate 30 dias), crescimento

(de 31 a 60 dias) e final (de 61 a 90 dias). 0 milho e fornecido na quantidade de 90

kgs na fase inicial, 110 kgs na fase de crescimento e 130 kgs na fase final. 0 nccleo,

na fase inicial corresponde a 5,8 kgs e e 0 mesmo utilizado na criac;ao convencional,

e nas fases seguintes, crescimento e final, e utilizado na proporc;ao de 6,6 kgs e dai

sim e urn nucleo de crescimento organico au natural, isto e, sem promotores de

cresci mento, sem antibi6ticos, mas com vitaminas.

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2.5.1 Seguran9a Alimentar

A preferencia de muitos consumidores de produtos organicos, diz respeito

principalmente a seguranya alimentar que esses produtos oferecem.

Urn grande problema na criac;:c3ode Frangos convencionais vern sendo 0 usa

indiscriminado de antibi6ticos (eritromicina, salinomicina, virginamicina),

quimioterapicos, ion6foros, entre Qutros, como promotores de crescimento. Assim

esses aditivas alimentares usados durante praticamente todo 0 seu cicio de

produyao podem gerar uma resistencia bacteriana cruzada ande 0 consumo dessa

carne continuamente pelos seres humanos chegam a desencadear uma serie de

doen9as neurol6gicas e end6crinas (BioFach, 2003).

2.6 PROFILAXIA

Quando retiramos os aditivos alimentares, que sao os antibi6ticos e as

promotores de crescimento, ocorrem perdas de eficiencia de produ~ao de pelo

menos 10% a 20%. Assim sendo, quando retiramos uma virginamicina ou

salinomicina ha uma perda muito grande na produ~ao e com isso torna-se

necessaria a pesquisa de aditivos naturais e controles para clostridioses e enterites

inespecificas (BioFach, 2003).

Tendo em vista essa necessidade de se possuir um aditivo natural de bom

espectro, e que 0 Sr. Eduardo Pandolfo, proprietario do Frangorganico, chegou a um

consenso de que pelo menos para ele 0 grande segredo para 5e evitar doengas, e

assim se reduzir consideravelmente as mortalidades e as quebras de produgao,

consiste em se administrar 0 alho, probiotico que previne 0 aparecimento de vermes

e doen~as do aparelho respiratorio, na propor~ao de 0,1% em todas as fases de

crescimento e de levedo de cerveja na propor~ao de 0,2% durante as primeiros 60

dias e na propor~ao de 0,1% nos proximos 30 dias que antecedem 0 abate.

2.7 CUSTOS DE PRODUi;AO

Como jil fai mencionado anteriormente, 0 frango organica tenda que receber

no minima 80% de base seca de origem organica na sua aljmenta~ao contribui para

que a custo de produ~ao se eleve consideravelmente, pais se estima que a milho e a

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10

farelo de soja organicos custem de 40 a 100% a mais do que urn grao convencional.

Assim, este tator cria uma escala de agrega9ao de custos absurda no que S8 refere

a produC;03o do frango organico. No quadro 2, podemos visualizar as custos de

produyao nos diversos sistemas de prodUy80.

QUADRO 2 - COMPARATIVO DE CUSTOS DE PRODUi;AO (R$/KG FRANGOVIVO) - AGOSTO DE 2003

Convenciona!Verde Orgimico

(alternative)

1- Cuslo ra<;ao 0,551 0,954 1,503

2- Custo pintos 1 dia O,1BB 0,2010,201

3- Custo integrado O,10B 0,127 0,152

4- QuIros custos 0,069 0,113 0,113

TOTAL 0,917 1,395 1,969

Obs. custos do frango org:mlco foram baseados em uma hnhagem de conforma<;ao (hnhagembranca/mais barata) e nao rustica de crescimento lento. Assim um frango orga:nico vai 5er maiscarD do que esses valores.FONTE: BioFach, 2003,

2.8 MERCADO CONSUMIDOR

Os fatores importantes para 0 consumidor de produtos organicos variam em

fun9210 do pais, da cultura e dos produtos que se ana lisa. Todavia, observando

paises como Alemanha, Inglaterra, Australia, Estados Unidos, Fran9a e Dinamarca,

percebe-se que existe uma tendencia de 0 consumidor orgimico privilegiar, em

primeiro lugar, aspectos relacionados a saude e sua liga9ao com os alimentos, em

seguida ao meio ambiente e, par ultimo, a questao do sabor dos alimentos organicos

(Darolt, 2001).

No Brasil, parece existir uma tendemcia semelhante. Uma pesquisa

indiretamente ligada a essa tematica, que trata da questao ambiental mais geral, foi

realizada pelo IBOPE. Em Curitiba, uma pesquisa realizada nas feiras organicas

confirma que a principal razao para 0 consum~ de produtos organicos e a questao

da saude. Os resultados mostram que 0 consumidor associa a produyao organica

com uma agricultura sem agrot6xico (42,9%) e com urn processo natural de cultivo

(33,3%) (Darolt, 2001).

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II

Em relaryao a avaliaryEio dos produtos organicos quanta a qualidade,

quantidade, diversidade e regularidade, as resultados mostraram que os

consumidores consideram como problema em primeiro Jugar a falta de regularidade,

depois a pouca diversidade e, em seguida, a pouca quantidade. No que diz respeito

a qualidade, naD e a 56 a aparencia que e levada em considerac;:ao. A maioria dos

consumidores considera "born" os produtos orgimicos, fatar que esta relacionado aD

valor biol6gico dos produtos, al8m do saber e frescor dos alimentos organicos. EmrelaC;:8oa diversidade, muitos consumidores declaram que ainda e difleil manter uma

dieta organica pela falta de produto, sobretudo frutas, cereais e produtos de origem

animal. Alem dis SO, e necessiuio urn esforc;o complementar de deslocamento para

comprar os produtos que faltam.

Apesar de a maioria dos consumidores (62,7%) considerar os prec;:os dos

produtos organicos mais elevados em relaC;:<3oaos convencionais, 0 consumo

continua crescendo. E interessante observar que, quando se faz uma comparaC;:8o

de prec;:os entre consumidores de feiras convencionais e organicas, nao existe

diferenc;:a de percepC;:<3oentre os prec;:os. Ja nas redes de supermercados, onde as

margens de prec;:ossao extrema mente altas e os produtos organicos necessitam ser

embalados para serem diferenciados dos convencionais, os consumidores

costumam redamar dos altos prec;:osdos produtos organicos (Darolt, 2001).

2.8.1 Perfil do consumidor organico

Sobre 0 consumo da carne de frango, houve um aumento, em n[vel mundial,

devido a alterac;:oes nos habitos alimentares, com a substituic;:ao das carnes

vermelhas pelas carnes brancas, em virtude do seu baixo tear de gordura e pelo seu

prec;:oreduzido. A carne de frango atinge as expectativas e desejos de uma grande

parcela da populac;:ao mundial que esta cada vez mais preocupada em consumir

alimentos saudaveis e seguros (Bolis, 2002).

Bolis (2002) realizou pesquisa em 7 cidades brasileiras, atraves de entrevistas

aplicadas par uma equipe a 1.000 consumidores, em dais a tres supermercados

escolhidos aleatoriamente em cada uma das cidades: Florianopolis (SC), Campo

Grande (MS), Recife (PE), Curitiba (PR), Maringa (PR), Silo Paulo (SP) e Campinas

(SP). 0 question"rio continha quest6es, sobre os tipos de produtos organicos

consumidos, criterios de escolhas dos produtos carneos, nivel de conhecimento

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quanta ao frango organicQ, opiniao dos entrevistados sobre S8 pagariam mais caro

pelo frango organico.

A maioria das pessoas (59%) consumia produtos organicos, distribuidos entre

os tipos de produtos: verduras (40,63%), legumes (21,52%), frutas (19,29%), carnes

(10,57%), a,ucar (4,08%) e todas as categorias (3,89%).

Quanta aD grau de informayEio sabre 0 frango org2lnico, 38% disseram que

naD saberiam conceitua~lo. Sabre as sistemas de produc;:ao, 66% sabiam que a

frango convencional recebe antibi6ticos, mas apenas 19% responderam

corretamente que 0 frango naD recebe harmonics. Pelo desconhecimento das

pessoas em relay80 ao frango organico, e necessaria promover uma am pia

conscientiza<;:c3o dos consumidores quanta aDs sistemas de prodw;:ao.

o fatar preyo mostrou-se 0 principal criteria de escolha de produtos carneos,

participando em 49,9% das respostas, isolado (22%) ou associado a marca,

qualidade, embalagem ou composivao do produto. 55% dos entrevistados pagariam

mais caro por um frango orgimico e desses, 32,24% pagariam 10% mais caro,

30,94% pagariam ate 5% mais care, 21,83% pagariam 20% mais caro, 12,37%

pagariam 50% mais care e apenas 2,62% pagariam mais de 50% acima do prevo do

frango convencional, como mostra a Figura 3 a seguir. Como 0 prevo final do frango

organico sera mais elevado, essa informav8o deve ser levada em consideravao para

que esse produto seja economicamente viavel.

Pelos resultados dessa pesquisa, constatou-se que os entrevistados

valorizavam mais a marca e a presenva de algum selo de qualidade, preocupando-

se menos com prevo. Estavam dispostos a pagar um premio de prevo por um

produto que acreditavam ser mais saudavel. Nao tinham fortes preferencias entre 0

frango caipira e 0 frango alternativo sem antibi6ticos, 0 que desejavam era carne de

frangos isenta de antibi6ticos e promotores de crescimento.

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FIGURA 3 - QUANTO MAIS CARO VOCEPAGARIA POR UM FRANGO ORGANICO?

21,83

32,24

FONTE: BioFach, 2003 .

• at85%-10%.20%50%

• mais de 50%

2.9 CARACTERisTICAS DO PRODUTO FINAL

Como em qualquer produc;ao organica, nao menes diferente, 0 frango

organico, 0 que S8 deseja, sao alimentos mais naturais e livres de produtos

transgenicos, residuos de antibi6ticos, dioxinas e Qutros, prejudiciais a saude (Valle,2003). No sistema agroecol6gic%rganico de produ<;ao de aves busca-se produzir

alimentos saudaveis, de elevado valor nutricional e isentos de contaminantes,

preservando a biodiversidade em que S8 insere 0 sistema produtivo (Arenales,

2003).

Para S8 assegurar que urn produto e organico e que cumpriu em todas as

suas eta pas a pratica que rege 0 modele organico, 0 prod uta precisa de urn selo, 0

qual e fornecido pel as certificadoras credenciadas.

2.10 ABATE E PROCESSAMENTO

As pequenas propriedades podem facilmente se capacitar para produzir com

eficiencia, porem a indicac;ao que as mesmas poderiam abater e comercializar seus

produtos de maneira isolada esbarra em diversos problemas, entre eles a

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manuten<;:ao da qualidade do produto, escala de produ<;ao, competencia comercial,

competitivldade, entre Qutros, Portanto, 0 sistema adequado en valve uma relar;:ao de

parceria entre as segmentos de produ<;ao, industrializar;:c3o e comercializa<;:ao,

visando uma distribui<,;:ao equitativa do retorno econ6mico gerado pelo sistema.

A escala de prodU'Yc30 depende da expectativa de demanda, que esta em

fun<;ao do tipo de mercado (grandes redes, varejo, feiras, etc.) e da abrangencia de

comercializa<;ao. Com rela<;:ao a empresa, a1em de considerar a demanda, a escala

de produ,ao depende da capacidade de investimento, expectativa de retorno

econ6mico e do portfolio de produtos a serern ofertados. Para as produtores, a

escala, alem da capacidade de investimento, esta diretamente relacionada com a

retorno econ6mico da atividade.

Na elaborac;ao do prajeto deve-se considerar as exig€mcias de mercado, que

aliada a qualidade do prod uta e prec;o, exige volume e freq[u~ncia de abastecimento.

Portanto, a logistica de transporte e distribui9ao e urn fator a ser considerado na

determina,ao da escala de produ,ao.

o abate e processamento de carcac;as de aves abrangem atividades de

contrale desenvolvidas dentro do abatedouro, desde 0 momento em que as aves

chegam a plataforma de recepc;ao, ate a obtenc;ao do prod uta final. Uma cadeia

ininterrupta de medidas higienicos-sanitarias, de seguranc;a dos alimentos e de frio,

assegura 0 controle de microrganismos patogenicos.

Independentemente do volume de abate, os pre-requisitos basicos para a

manutenc;ao da qualidade do produto e preserva9ao do meio ambiente devem ser

atendidos. As plantas de abate, processamento, armazenamento e tratamento de

efluentes devem ser submetidas aos orgaos competentes, sejam eles municipal,

estadual ou federal. Aparentemente este e 0 maior gargalo para a produC;2Io de

produtos orgElnicos, pois exige altos investimentos, bern como escala de produc;ao.

Os abatedouras devem, preferencialmente, ser exclusivos para este tipo de

abate ou, quando isso nao for possivel, estabelecer turnos especificos, sob contrale

do sistema de inspeC;Elo, com identificaC;<3o dos lotes praduzidos, ate a embalagem

final. Antes do inieio do abate, devem ser realizados as procedimentos de limpeza e

desinfeeCY<3opara eliminar residuos de substancias proibidas como, por exemplo,

troca de agua de escaldadeira, pre-chiller e chiller.

Varias empresas eomercializam equipamentos para atender a demanda de

pequenos abatedouros. Para a abate de 200 aves/dia, como e a caSD do abatedouro

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de Tijucas do Sui - Frangorgfmico, por exemple, pade-s8 utilizar de equipamentos

manuais, tais como sangria, escaldadeira, depenadeira rotativa, calha de

eviscerac;ao, chiller de resfriamento, mesas de corte e embalagem, etc. 0

congelamento e estocagem e realizado atraves de freezers au pequenas camaras.

Esta estrutura normalmente reeebe inspety80 municipal ou estadual e tern par

objetivo atender ao municipio cnde fo; instalada, au municipios vizinhos. Embora S8

verifique 0 aparecimento de varias plantas de abate desta natureza, deve-s8

ressaltar que existe dificuldades para garantir a qualidade do produto e uma escala

de produc;ao adequada.

A implantac;ao de um abatedouro com a capacidade de abate entre 500 e

1.000 aves/hera, cnde varias eta pas do processo pod em ser automatizadas,

possibilita atender nao s6 a expectativa do mercado e do consumidor, atraves de

prey:o, escala de produy:ao e qualidade do produto, mas tambem do produtor, em

termos de retorno econ6mico. Seria adequada a busca pela Inspey:ao Federal, que

possibilita maior abrangencia de comercializay:ao.

o rendimento de abate esta relacionado com a estrutura e eficiencia da planta

de abate e do manejo nas diversas etapas do processo e da estrategia de

comercializay:ao, isto e, na relay:ao inteiro/corte. 0 rendimento medio oscila entre 72

a 82%, sem considerar absory:ao de agua ou inclusao de tempero. Na Tabela 1 e

Figura 4 sao apresentadas, respectivamente, a composiy:ao media de uma ave,

considerando todas as eta pas do abate e 0 organograma para a determinay:ao do

rendimento de carca9a.

o rendimento de abate difere entre as diversas linhagens disponiveis no

mercado, sendo que a escolha depende da estrategia de definiy:2Io dos produtos a

serem comercializados e dos indices de eficiencia, considerando os aspectos de

produy:ao e abate, de cada linhagem.

Com base nestas informay:oes e possivel estimar a produy:ao media diaria dos

produtos e residuos gerados a partir de urn determinado volume de aves abatidas.

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TABELA 1 - RENDIMENTO DE ABATE, CONSIDERANDO 0 TOTALPROCESSAMENTO, PARA DUAS LlNHAGENSCOMERCIAIS DE AVES COLONIAlS, LABEL ROUGE(LR) E EMBRAPA041 (E041)

Item LR E041 Item LR E041

Frango vivo (Kg) 100,00 100,00 Sobrecoxa 15,20 14,46

Sangue 3,74 3,75 Pele Sobrecoxa 3,85 3,75

Pena 6,04 7,55 OS50 Sobrecoxa 1,85 1,89

Carcaya 1 90,23 88,59 File sobrecoxa 8,98 8,75

Cabeya 2,31 2,60 Retalho 0,52 0,48

Pata 3,59 3,75 Peito 21,37 19,81

Carcarya II 84,33 82,24 Peilo sem pete 18,42 16,69

Carcarya III 73,33 70,73 Pete 2,95 3,12

Visceras 8,96 8,59 File de peito 11,13 9,97

Carayao 0,48 0,47 OS50 do peito 3,67 3,58

Figado 1,67 1,66 Filetino 8,97 8,45

Moeta 2,96 1,81 Sassami 3,35 3,28PescOl;o 4,51 5,53 Retalho 1,25 1,28CMS· 3,26 4,21 As. 8,09 7,75

Osso 1,25 1,32 Coxa da Asa 3,62 3,48

CoxafSobrecQxa 25,72 24,63 Panta da Asa 4,43 4,21

Coxa 10,55 10,17 Tulipa 3,35 3,17

Pele da coxa 0,72 0,85 Pontinha 1,08 1,05

Osso da coxa 2,66 2,75 OS50 0,17 0,22

File da coxa 6,29 5,89 Dorsa 11,9 11,65

Retalho 0,88 0,87 Retalho 2,14 2,12

CMS· 6,25 6,15

Osso 3,56 3,68(Fonte. Blofach, 2003)'eMS - Carne mecanicamente separada - valores estimados

Outro aspecto importante e a necessidade de manter uma rela<;:ao adequada de

frango inteiro e cortes, pais 0 primeiro sempre sera uma exigencia do mercado e 0

segundo apresenta maior valor agregado.

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2.10.1 Achados de Inspe~ao

o principal achado de inspe<;ao no abatedouro de Tijucas do Sui esta

relacionado com acumulo de gordura no figado e ba<;o (adiposidades), que se

caracteriza pel a deposi9ao de gordura no intersticia, podendo dar origem a uma

degenerac;:aogorduros8, que e uma infiltrac;:aode gordura no interior do parenquima

celular.

Como neste sistema de cria,ao as aves sao abatidas somente com 85 a 90

dias, elas consomem muito mais energia e protefna do que as aves do sistema

convencional, e aliadas aD crescimento lento da linhagem, estao mais propensas a

deposi,ao de gorduras nos orgaos como 0 figado e ba,o, e tambem a deposi~ao de

gordura cavitaria e abdominal.Pode-se observar na figura 5 que 0 figado nao apresenta aspecto de

infiama,ao, nao caracterizando, portanto lesces de aspecto inflamatorio.

Ao corte, nota-s8 visivelmente que estes granulos apresentam caracterfsticas

de gordura, nao apresentando pus em seu interior (Figura 6).

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o b8yO tambem foi acometido neste caso, apresentando urn aumento consideravel

no seu volume (Figura 7).

FIGURA 7 - BA<;:O

511:11-2

FONTE: FRANGORGANICO, 2006.

Ao corte longitudinal, pod em os mais uma vez notar que nao ha presenga de reagao

inflamatoria em seu interior (Figura 8).

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FIGURA 8 - BA 0 (CORTE LONGITUDINAL)

20

Oearre de vez em quando 0 aparecimento de vermes intestinais, e a medida

tom ada se refere ao refor90 do alho na ra9ao. Nesle caso, alem da presen9a dos

vermes na al9as intestinais, 0 figado tam bern e acometido de manchas, a qual

denominamos de manchas vermin6ticas. 0 6r98o e condenado S8 esta lesac for

encontrada.No frango organico a ocorrencia de ascite e praticamente nula, pais sendo

uma linhagem de conforma9ao lenta, nao ha uma alta demanda de oxigenio, sendo

assim, nao ha urna sobrecarga nos pulm6es e corayao, induzindo desta forma, a

falhas cardfacas, danos vasculares, hipoproteinemias, e secundariamente falhas

renais, que resultam na reten9ao de eletr6litos (Julian, 1990; Maxwell el aI., Scheele

et aI., 1991).

2.11 PRODUTOS

I

Alem da analise das tendencias de mercado, 0 desenvolvimento da industria

de alimentos deve-se basear na analise do consumidor, 0 que ele deseja hoje e 0

que desejara no futuro. Varios indicativQs apontam para urn futuro consumidor mais

preocupado com a qualidade e conveniencia, menos resistente a mudanc;:as e pronto

para experimentar novas opc;:6es, menos tiel a marcas e com habitos urbanizados.

Os novos mercados emergentes serao consequencia dos anseios desse novo

FONTE: FRANGORGANICO, 2006.

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C'~ ,,'0•••.

consumidor, e a industria avicola devera ter agilidade e eficiencia para adaptar-s iJJ1IJ'·!>'

novas realidades de mercado.

Constata-se, nas ultimas decadas, uma acelerada altera930 na forma de

consumo da carne de frango no mercado internacional. Numa primeira fase 0 frango

inteiro perdeu espa~o para a frango em partes e, posteriormente, ambos perderam

espa~o para os produtos processados. Esse cenario mostra um processo de

substituigao do produto 'in natura' pelo produto elaborado, ao qual e agregado valor

e maior conveniemcia e praticidade para 0 consumidor.

2.12 SUBPRODUTOS

o rendimento de abate depende da estrategia de comercializa~ao, isto e, da

rela~ao inteiro/corte, e oscila entre 72 a 82%, sem considerar abson;:ao de agua au

inclusao de tempero. Isto significa que a abate gera grande quantidade de

subprodutos e de residuos. 0 aproveitamento, reciclagem e reutiliza<;:ao desses

subprodutos sao de grande interesse da industria, uma vez que se trata de produtos

ricos, sob a ponto de vista nutritivo e funcional, dadas as condi<;:oes de sua obten<;:ao

e tratamento. Par outro lado, a gestao adequada dessas materias ajuda a minimizar

a impacto das industrias carneas sabre a meio ambiente.

A utiliza<;:ao dos subprodutos, na industrializa<;:ao, em geral, e condenada

devido a problemas de contamina<;:ao microbiologica. Oessa forma, e preciso

encontrar sistemas de higieniza<;:ao que nao prejudiquem as propriedades

nutricionais e funcionais dos subprodutos que possam ser destin ados a industria

alimenticia. Com exce~ao dos materiais classificados como de risco, nao existe

restri~ao para 0 usa de subprodutos, que sejam considerados aptos para 0 consumo

humano, no processo de industrializa~ao.

Os principais subprodutos gerados no processo de abate sao: pele, gordura e

carne mecanicamente separada (eMS), que podem ser utilizados na produgao de

embutidos; tais como mortadela, salsicha, etc.: e a cartilagem, ossos moidos,

cabega e pes, que podem ser utilizados para a produgao de ingredientes de ragao

para animais de estimagao (gato, cachorro, etc.).

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22

2.13 RESiDUOS

o processamento e (au) tratamente dos residues e efluentes do abatedouro

tem sido uma das grandes preocupag6es da industria avicola, principalmente em

decorreneia das restrig6es que 0 rnercado consumidor vern impendo as questoes de

meie ambiente e da sua reutilizag8o.

A transformag80 de residuos da industria carnea tern side para a obteng8o de

alimentos para os pr6prios anima is. 0 surgimento de enfermidades como a

Encefalopatia Espongiforme, ou vaca louca, tern determinado restrig6es a utiliza9ao

desses subprodutos na alimenta980 animal. Porem, deve-se ressaltar que 0

problema nao esta relacionado com a utilizary80 e sim com a qualidade do produto.

Esta situagao representa para a industria uma questao a ser estudada: como reeidar

e aproveitar os subprodutos de mane ira segura e economicamente rentavel.

Os principais produtos gerados com a utilizag80 dos residuos sao as farinhas

de pena, sangue, visceras e carne e 6leo. A maioria das integragoes tem utilizado

estes produtos como ingrediente na formulag8o das ragoes. 0 61eo tambem pode

ser utilizado como combustivel na caldeira.

2.14 EMBALAGEM

o maior problema nesta etapa e a possibilidade de transferencia de

contaminagoes das superficies de trabalho e dos equipamentos ao produto. Tern

sido constatados aumentos significativos nas contagens microbian as das carca9as

durante a estagio de embalagem, sendo, geralmente, atribuido a contaminag8o dos

equipamentos de pesagem, sele980 das carcagas e tambem a higiene deficiente.

Inicialmente as embalagens eram utilizadas apenas para dar seguran9a e

garantir que 0 produto chegasse em boas condi90es ate 0 consumidor final.

Atualmente, tem um papel fundamental para a apresenta,ao do produto no

mercado, pois e urn mecanismo de propaganda eficiente quando bern explorado.

Menos de 10% dos produtos expostes no supermercado tem apoio da propaganda e

este numero cai para quase zero, quando se considera as pequenas e medias

empresas. Nesse sentido, a venda destes produtos se vale unica e exclusivamente

das embalagens para conquistar 0 consumidor. Tres segundos e 0 tempo que 0

produto tern para atrair a atenryao de quem esta passando pelo corredor de uma loja

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de supermercado, sendo que 85% sao as chances da venda se efetlvar caso °consumidor pegue 0 produto nas maos para avalia-lo mais detalhadamente.

Considerando que os produtos oriundos do frango apresentam grande semelhan,a

entre as empresas, a embalagem tem importante papel de diferencia-Io e habituar 0

consumidor a compra de deterrninada marca.

A embalagern nao pode ser vista apenas como um material, mas como urn

sistema, pois esta e a fronteira entre 0 ambiente interne e externo da empresa. 0

sistema de embalagem e 0 conjunto de opera.y6es, materiais e acess6rios que sao

utilizados na industria com finalidade de conter, proteger e conservar os diversos

produtos e transporta-los aos pontos de venda ou utiliza980, atendendo as

necessidades dos consumidores e/ou clientes a urn custo adequado. A fun9ao eproteger contra a a930 de fatares ambientais: oxigenio, luz, umidade, odores

estranhos, microrganismos, insetos e outros e, da perda da qualidade intrinseca:

perda de peso, perda de aroma, outros. A prote,ao depende de cuidados na

produ,ao, estocagem e transporte.

As embalagens podem ser classificadas em prim arias e secundarias,

dependendo da fun93o. A embalagem prima ria e aquela que acondiciona 0 produto

e sera a apresenta9aO em nivel de gondola, enquanto a embalagem secunda ria eutilizada para 0 armazenamento e transporte dos produtos. As caixas de papelao,

celulose e ate sacos plasticos podem ser utilizadas como embalagem secundiuia.

Algumas empresas que trabalham com produtos resfriados tambem se

utilizam de caixas plasticas. 0 tipo de material a ser utilizado esta em fun,ao do

custo que este agrega ao produto final e pelas propriedades dos materiais.

Como embalagem primaria existem as bandejas, onde normalmente sao

acondicionados os cortes e miudos, que sao envolvidos par um filme termo

encolhivel contendo todas as informa96es sabre a empresa e 0 produto. 0 saco

plastico e mais utHizado para 0 frango inteiro, embora alguns cortes tambem ten ham

este tipo de apresenta98o. Os produtos congelados devem ser acondicionados em

embalagens leitosas enquanto os resfriados em embalagem transparente.

Mais do que uma importante ferramenta de marketing, as embalagens

tambem cumprem a fun9aO de transmitir informa96es obrigat6rias sobre 0 produto,

previstas pel a Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria (Anvisa) do Ministerio da

Saude, alem de identificar a procedencia e ressaltar os atributos complementares do

produto.

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De acordo com a Resolu,ao n' 040 de 21/03/2001 da ANVISA, as empresas

produtoras de alimentos deverao calocar nos rotulos a composi<;:ao nutricional (valorcal6rico, proteinado, etc.) dos produtos comercializados no mercado interno. Tendo

em vista estas 8xigencias e tambem agregar mais valor aos produtos, e que 0

Frangorganico mudara a sua embalagem atual (Figura 9).

FIGURA 9 - EMBALAGEM DA EMPRESAFRANGORGANICO

Para os alimentos cameos as informag6es necessarias sao:

1) A identifica,ao minima: Pais de origem do produto, nascimento, cria,ao e

abate das aves; Estabelecimento de abate - SIF; Marca do produto; Nome e

c6digo de produto; Data de prodw;:aoe au vencimento e Prazo de validade.

2) Identifica,ao Adicional desejavel: C6digo de lote; Hora de embalagem ou

produ,ao, receitas, Sistema de c6digo de barras.

3) Identifica,ao especial para nichos mercadol6gicos: Selos de qualidade

(Produto natural, colonial, org;mico), Identifica,ao dos produtores e ou seus

endere,os e Dados de rastreabilidade.

A forma e tamanho da embalagem sao outros fatores que devem ser avaliados

pela empresa. A padroniza,ao do peso e um fator limitante para alguns mercados,

pois reduz a manipula,ao do produto, reduzindo a necessidade de mao-de-obra.

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Pesos padr6es diferenciados tambem e um apelo do consumidor, principalmente

com relayao a produtos com maior grau de industrializayao ou pre-preparados.

As embalagens para acondicionamento de produtos conge lad os tem como

principais objetivos a proteyao contra a desidratayao e oxiday8o e, por isso, deve-se

utilizar materiais de baixa permeabilidade ao vapor de agua e ao oxigenio. Tambem

e recomendado evitar espayos vazios dentro da embalagem, que contribuem para a

queima pelo frio, assim como e desejavel uma baixa permeabilidade aos

componentes volateis do aroma. Alem dessas caracteristicas e imprescindivel uma

boa resistEmcia mecanica, flexibilidade e elasticidade a baixas temperaturas para se

evitar rasgamentos e furos durante todas as etapas de produc;ao, estocagem e

comercializay8o do produto congelado.

o relacionamento entre as empresas de embalagem e processamento vem

mudando rapidamente em funyao das novas exigencias do mercado consumidor em

relayao a qualidade, que em parte depende do mecanismo de acondicionamento do

produto, e das necessidades da industria em reduzir 0 custo e atrair 0 consumidor.

Algumas empresas de embalagem vern trabalhando em parceria com a

agroindustria, criando e testando produtos personalizados.

Os projetos de embalagem nascem em funyao das necessidades e desejos dos

consumidores, fatores estes criticos a serem vencidos pela empresa, po is a maioria

dos consumidores passam a ser leais as marcas ao longo do tempo, principalmente

quanto a marca passa a ser urn diferencial do produto.

2.15 CERTIFICADORAS

Sao muitas as certificadoras que atuam no Brasil, por exemplo: lBO, CMO,

MO, Skal Brasil, FVO, OIA Brasil, dentre outras.

No Brasil, entretanto, ate 0 momenta nao ocorreu uma regulamentayao oficial

das normas de produyao organica e as entidades certificadoras nao sao

credenciadas no Ministerio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento, nem em outros

orgaos oficiais nacionais. Nao existe, portanto, uma lei que regulamente esses

modelos de produyao organica, nem uma fiscalizaC;ao efetiva dos processos de

produyao das empresas. Isto acarreta uma serie de dificuldades no reconhecimento

e confiabilidade desses produtos no mercado, pois existem produtos com declara,ao

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26

"organico" no rotulo, sem 0 selo de qualquer certificadora organica. Na produgao

animal, isto e mais complicado, pois 0 OIPOA (Departamento de Inspegao de

Produtos de Origem Animal) do S.I.F. (Servigo de Inspegao Federal do Ministerio da

Agricultura), que e 0 6r98.0 respons8vel pela aprovac;:ao dos rotulos dos produtos,

naG autoriza a coloca9ao de selos de certificaryao organica, par naG reconhecer

oficialmente as normas de produyao organica. A falta dessa padronizac;;8.o acarreta

entendimentos diferentes par parte dos tecnicos respons8veis pela aprova98o dos

retulos nas diversas regioes do pais.

No abatedouro de Tijucas do Sui, 0 Frangorganico, a certificadora e a rede

Ecovida, a qual, tem seus principios baseados no Instituto Biodinamico (IBO).

Serao descritos a seguir, algumas das principais ceriificadoras de produtos

organicos.

2.15.1 IBO - Instituto Biodinamico

Fundado em 1982, a Instituto Biodinamico de Botucatu, Sao Paulo, promove a

disseminayao dos principios e praticas da agricultura biodinamica e organica,

atraves de atividades como inspeyao, certifica9c3o da propriedade, da produgao, do

processamento e de insumos. Conta com dois eredeneiamentos internaeionais, 0

que permite que seu eertificado seja aeeito nos tres principais bloeos econ6micos.

No Brasil, atualmente existem 250 projetos certificados pelo IBO dos quais

participam mais de 2000 produtores, totalizando 60 mil hectares de produgilD

agroecol6giea.

2.15.2 AAO - Associagao de Agricultura Organica

Criada em 1989, a AAO tem sua sede no Parque da Agua Branca, em Sao

Paulo. Alem de promover uma feira semanal de produtos organicos no parque, criou

um selo pr6prio, 0 qual possibilitou que a venda dos produtos organieos par ela

certificados atingisse atualmente seis eadeias de supermercados no Estado de Sao

Paulo.

2.15.3 Assesoar - Associagao de Estudos, Orientagao e Assistencia Rural

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Com sede em Francisco Beltrao, no sud oeste do Parana, a Assesoar, a ~ p3~\\~'

de possuir cursos permanentes de formac;ao de agricultores ecol6gicos, certifica,

produz sementes organicas e fornece toda orientac;ao tecnica necessaria para a

conversao. Atua ha mais de 30 anos na regiao que mais produz alimentos organicos

no Brasil.

2.15.4 ABIO - Associa,ao de Agricultores Biol6gicos

Criada em 1985, a partir da 1a Feira de Produtos Organicos do Brasil, em

Nova Friburgo, Rio de Janeiro, hoje e responsavel pela certifica9ao de 120 unidades

produtivas. Coordena duas feiras de produtos organicos, urna no Rio de Janeiro e

outra em Niter6i.

2.15.5 ANC - Associa,ao de Agricultura Natural de Campinas

Atua desde agosto de 1991, certificando produtos agroecol6gicos na regiao

de Campinas, Sao Paulo. Participa do CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente), realiza pesquisas, cursos tecnicos e tres feiras na cidade de Campinas.

2.15.6 Coolmeia - Cooperativa Ecol6gica

Fundada em 1978, a Coolmeia certifica e fornece um selo propriO aos

agricultores do Rio Grande do SuI, presta assessoria atraves de cursos, palestras e

projetos para propriedades rurais ecologicas, coordena uma feira em Porto Alegre e

administra um restaurante e uma lanchonete so com alimentos organicos produzidos

pelos agricultores cooperados.

2.15.7 MOA- Funda,ao Mokiti Okada

Desenvolvendo a agricultura natural desde 1979, a Fundac;ao capacita

produtores de todo a Brasil, America Latina, Europa e Africa.

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3 CONCLUSOES

o frango orgtmico e urn produto que vern a cada dia conquistando os

consumidores que zelam pelo consumo de um alimento saudilVel, assim,

consumidores para 0 frango orgfmico existem, valorizam saude e estao dispostos a

pagar pelo produto diferenciado, mas dentro de urn limite, Mas a desinforma,ao eum fatcr limitante a ex pan sao do mercado. E preciso encontrar urn equilibria que deviabilidade a produyao do frango orgimico, para 5ef, ao mesmo tempo, lucrativa para

produtores e comercializadores e vantajosa para as consumidores.

Diversos modelos de produC;8o alternativa e orgfmica devem ser incentivados,

sem restric;6es desnecessarias, para que as adaptac;Oes possam ser praticadas. A

ampla proibic;ao dos promotores de crescimento sera uma realidade na avicultura,

pois 0 usa indiscriminado de antibi6ticos e promotores de crescimento acarreta

numa resistencia bacteriana e com isso afetam a seguran<;a alimentaL

Para que haja uma seguran<;a de que estes produtos foram mesmo "criados"

no modele organico de produ<;ao, existem as certificadoras, no entanto devemos

lembrar de que estas certificadoras ainda nao sao credenciadas no Ministerio da

Agricultura, Pecuaria e Abastecimento, ou em outro 6rgao oficial, 0 que de fato

dificulta 0 reconhecimento e a confiabilidade no produto declarado como organico.

Mas ja foi dado 0 primeiro passo em rela~ao a regulamenta~ao desses produtos com

a cria,ao da Instru,ao normativa nO007, de 17 de Maio de 1999,

Apesar dos entraves da produ~ao de alimentos organicos, os quais agregam

valores de uma produ~ao de alimentos saudaveis e ecol6gicos, a tend€mcia desses

alimentos sera de ser mais valorizada por uma sociedade rna is equilibrada, mais

justa e mais sadia.

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ANEXOS

ANEXO I: INSTRUC;:AO NORMATIVA N' 007, DE 17 DE MAIO DE 1999.

30

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INSTRUCAO NORMATIVA N' 007 DE 17 DE MAIO DE 1999

Dispoe sobre normas para a produgao de produtos orgimicos vegetais e anima is.

o MINISTRO DE EST ADO DA AGRICULTURA E DO

ABASTECIMENTO, no uso da atribui9ao que Ihe confere 0 art. 87, Paragrafo unico,

inciso II, da Constituigao e,

Considerando a crescente demanda de produtos obtidos por sistema

ecologica, biol6gico, biodinamico e agroecol6gico, a exigencia de mercado para as

produtos naturais e 0 significativo aporte de sugestoes nacionais e internacionals

decorrentes de consulta publica sobre a materia, com base na Porta ria MA nO 505, de

16 de oulubra de 1998, resolve:

Art. 10 Estabelecer as normas de produgao, tipificagao, processamento,

envase, distribuir;;:ao, identificac;ao e de certificagao da qualidade para as produtos

organicos de origem vegetal e animal, conforme as Anexos a presente lnstru~ao

Normativa.

Art. 2° Esta lnstru9ao Normativa entra em vigor na data de sua

publica9ao.

NORMAS DISCIPLINADORAS PARA A PRODU<;:Ao TIPIFICA<;:AO,

PROCESSAMENTO, ENVASE, DISTRIBUI<;:AO, IDENTIFICA<;:Ao E CERTIFICA<;:AO

DA QUALIDADE DE PRODUTOS ORGANICOS, SEJAM DE ORIGEM ANIMAL OU

VEGETAL

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1. DO CONCEITO

1.1 Considera-se sistema organico de produc;ao agropecuaria e industrial, todo aquele

em que S8 adotam tecnologias que atimizem a usa de recurSDS naturais e s6cia-

economicos, respeitando a integridade cultural e tendo par objetivo a auto-sustentaC;30

no tempo e no espa<;o, a maximizaC;3o dos beneficios socia is, a minimizacao da

dependencia de energias nao renovaveis e a elimina9ao do emprego de agrot6xicos e

Qutros insumos artificiais t6xicos, organismos geneticamente modificados-

OGM/transgenicos ou radia<;6es ionizantes em qualquer fase do processo de prodUry30,

armazenamento e de consumo, e entre as mesmas, privilegiando a preserva<;ao da

saude ambiental e humana, assegurando a transparencia em lodos os estagios da

produc;ao e da transtormavao, visando:

a) a oferta de produtos saudaveis e de elevado valor nutricional, isentos de qualquer

tipo de contaminantes que ponham em risco a saude do consumidor, do agricultor e do

meio ambiente;

b) a preservavao e a ampliac,;:ao da biodiversidade dos ecossistemas, natural ou

transformado, em que se insere 0 sistema produtivo;

c) a conservavao das condic,;:oes tisicas, quimicas e biol6gicas do solo, da agua e do ar;

ed) 0 tomento da integravao efetiva entre agricultor e consumidor final de produtos

organicos, e 0 incentiv~ a regionalizavao da produc,;:ao desses produtos organicos para

os mercados locais.

1.2 Considera-se produto da agricultura organica, seja "in natura" ou processado, todo

aquele obtido em sistema organico de produc,;:ao agropecuaria e industrial. 0 conceito

de sistema organico de produc.;:ao agropecuaria e industrial abrange os denominados

ecol6gicos, biodinamico, natural, sustentavel, regenerativo, biol6gico, agroecol6gico e

permacultura. Para efeito desta Instruc.;:ao considera-se produtor org6anico, tanto °produtor de materias-primas como ° process ad or das mesmas.

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2. DAS NORMAS DE PRODUC;;AO ORGANICA

Considera-se unidade de produyao, a propriedade rural que esteja sob sistema

organico de produyao. Quando a propriedade inteira nao for convertida para a produ<;ao

orgfmica, a certificadora devera assegurar-se de que a produ9clO convencional esla

devidamente separada e passive Ide insperyclo.

2.1 DA CONVERSAo

Para que urn prod uta receba a denominaC;;3o de organico, devera ser proveniente de

urn sistema cnde len ham sido aplicadas as bases estabelecidas na presente instruC;;30,

par urn periodo variavel de acordo com a utiliza9ao anterior da unidade de prodw;:ao e a

siluar;;:3o ecol6gica atual, mediante as analises e a avaliar;:3o das respectivas

instituigoes certificadoras (Anexo 1).

2.2 DAS MAQUINAS E DOS EQUIPAMENTOS

As maquinas e as equipamentos usados na unidade de produva.o nao podem conter

residuos contaminantes, dando-se prioridade ao uso exclusivo a produvao orgimica.

2.3 SOBRE OS PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL E OS RECURSOS NATURAlS

(PLANTAS, SOLOS E AGUA)

Tanto a fertilidade como a atividade biol6gica do solo e a qualidade das aguas, deverao

ser mantidas e incrementadas mediante, entre outras, as seguintes condutas.

a) prote<;ao ambienlal;

b) manutenvao e preservavao de nascentes e mananciais hidricos;

c) respeito e protevaa a biodiversidade;

d) sucessao animal-vegetal;

e) rotagaa e/au assaciag30 de culturas;

f) Cultivo minimo;

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g) Sustentabilidade e incremento da materia organica no solo;

h) Manejo da materia organica;

i) Utilizac;:ao de quebra-ventos;

j) Sistemas agroflorestais; e

k) Manejo ecologico das pastagens.

2.3.1 0 manejo de pragas, doenc;:as e de plantas invasoras devera se realizar mediante

a adoc;:ao de uma au varias condutas, de acordo com os Anexos II e III, desta Instruc;:ao,

que possibilitem:

a) incremento da biodiversidade no sistema produtivo;

b) selec;:ao de especies, variedades e cultivares resistentes;

c) emprego de cobertura vegetal, viva ou morta, no solo;

d) meios mecanicos de controle;

e) rotac;:ao de culturas;

D alelopatia;

g) controle biologico (excetuando-se OGMfTransgenicos);

h) integrac;:ao animal-vegetal; e

i) outras medidas mencionadas nos Anexos II e Ill, da presente Instruc;:ao.

2.3.1.1 E vedado 0 usa de agrot6xico sintetico, seja para combate ou prevenc;:ao,

inclusive na armazenagem.

2.3.1.2 A utilizac;:ao de medida nao organica para garantir a produc;:ao ou

armazenagem, desqualifica 0 produto para efeito de certificac;:ao, de acordo com 0

subitem 2.1 da presente Instruc;:ao.

2.3.2 As sementes e as mudas deverao ser oriundas de sistemas organicos.

2.3.2.1 Nao existindo no mercado sementes oriundas de sistemas organicos adequadas

a determinada situayao ecologica especifica, 0 produtor podera lanyar mao de produtos

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existentes no mercado, desde que avaliadas pela instituiyao certificadora, excluindo-se

todos os organismos geneticamente modificados (OGMlTransgenicos).

2.3.2.2 Para culturas perenes, nao havendo disponibilidade de mudas org6anicas, estas

poderao ser oriundas de sistemas convencionais, desde que avaliadas pela instituir;;:ao

certificadora, excluindo-se todos os organismos geneticamente

modificados/transgenicos e de cultura de tecido vegetal, quando as tecnicas

empregadas conduzam a modificar;;:6es geneticas ou induzam a variantes soma-clonais.

2.3.3 Os produtos oriundos de atividades extrativistas s6 serao certificados como

organicos, caso 0 processo de extrar;;:ao nao comprometa 0 ecossistema e a

sustentabilidade do recurso explorado.

2.4 PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

Os produtos orgimicos de origem animal devem provir de unidades de produr;;:ao,

prioritariamente auto-suficientes quanto a gerar;;:ao de alimentos para os anima is em

processo integrado com a produyao vegetal, conforme ° Anexo IV, da presente

Instrur;;:ao para a efetivar;;:ao da sustentabilidade, esses sistemas devem obedecer aos

seguintes requisitos:

a) respeitar 0 bem-estar animal;

b) manter um nrvel higienico em todo 0 processo criatorio, compativel com as normas

de saude publica vigentes;

c) adotar tecnicas sanitarias preventivas sem 0 emprego de produtos proibidos;

d) contemplar uma alimentaC;:30 nutritiva, sadia e farta. Incluindo-se a agua, sem a

presenr;;:a de aditivos quimicos e/ou estimulantes, conforme ° Anexo IV, da presente

Instrur;;:c3o;

e) dispor de instalar;;:6es higienicas, funcionais e confortaveis;

1) praticar um manejo capaz de maximizar uma produr;;:ao de alta qualidade biol6gica e

economica; e

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g)utilizar ra,as, cruzamentos e 0 melhoramento genetico (nao OGM/transgenicos),

compativeis tanto com as condic;:oes ambientais e como estimulo a biodiversidade.

2.4.1 Entende·se par bern eslar animal, permanecer 0 mesmo livre de dar, de

sofrimento, angustia e viver em urn ambiente em que possa expressar proximidade com

o comportamento de seu habitat original: movimentac;:ao, territoriedade, vadiagem,

descanso e ritual reprodutivo.

2.4.2 Os insumos permitidos e proibidos na alimentac;:ao animal estao especificados no

Anexo IV, da presente Instruyao.

2.4.3 0 transporte, pre-abate e 0 abate dos animais devem seguir principios

humanitarios e de bern eslar animal, assegurando a qualidade sanitaria da carcac;:a.

2.4.4 Excepcionalmente, para garantir a saude OU quando houver risco de vida de

animais, na inexistencia de substituto permitido, poder-se-ao usar medicarnentos

convencionais.

2.4.4.1 E obrigat6rio comunicar a certificadora 0 usa desses medicamentos, bern como

registrar as sua administrayao, que deve respeitar 0 que estabelec;:a 0 subitem 2.4.4,

desta Inslruyao. 0 periodo de carencia estipulado pel a bula do produto a ser cumprido

devera ser multiplicado pelo fator Ires, podendo ainda ser ampliado de acordo com a

instltuiyao certificadora.

2.4.4.2 Sao permitidas todas as vacinas previstas por Lei.

2.4.5 Preferencialmente, a aquisiyao dos animais deve ser felta em criayoes organicas.

2.4.5.1 No caso de aquisi98.0 de animais de propriedades convencionais, estes devem

prioritariamente ser incorporados a unidade produtora organica, com a idade minima

em que possam ser recriados sem a presen9a materna.

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2.4.5.2 Os anima is adquiridos em criar;:oes convencionais devem passar per quarentena

tradicional, ou outra a ser definida pela certificadora.

3. DO PROCESSAMENTO

Processamento e 0 conjunto de tecnicas de transformayao, conservar;:ao e envase de

produtos de origem animal e/ou vegetal.

3.1 Somente sera permitido 0 uso de aditivos, coadjuvantes de fabricar;:ao e outros

produtos de efeito brando (nao OGM/transgenicos), conforme mencionado no Anexo V

da presente Instrur;:ao, e quando autorizados e mencionados nos rotulos das

embalagens.

3.2 As maquinas e os equipamentos utilizados no processamento dos produtos

organicos deverao estar comprovadamente limpos de residuos contaminantes,

conforme estabelece os termos desta Instrur;:ao e seus anexos.

3.3 Em todos os casos, a higiene no processamento dos produtos orgimicos sera fator

decisive para 0 reconhecimento de sua qualidade. Para efeito de certificar;:ao, as

unidades de processamento devem cumprir tambem as exigencias contidas nesta

lnstruc;:ao e nas legislar;:oes vigentes especificas.

3.3.1 A higienizar;:ao das instalar;:oes e dos equipamentos devera ser feita com produtos

biodegradaveis, e caso esses produtos nao estejam disponiveis no mercado, devera

ser consultada a certificadora.

3.4 Para 0 envase de produtos organicos, deverao ser prierizadas embalagens

produzidas com materias comprovadamente biodegradaveis e/ou reciclaveis.

3.5 Podera ser certificado como produto processado organico, aquele cujo componente

principal seja de origem organica.

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3.5.1 Os aditivos e os coadjuvantes de fabrica<;ao de origem nao organica, serao

permitidos em percentuais a serem definidos pelas certificadoras e pelo Orgao

Colegiado Nacional, conforme estabelece 0 Anexo V, da presente Instru<;ao.

3.5.2 E obrigatorio explicltar no rotulo do produto, os tipos e as quantidades de aditivos,

os coadjuvantes de fabrica<;ao e outros produtos de origem nao oprg6anica nele

contidos, sempre de acordo com 0 subitem 3.1, da presente Instru<;ao.

4. DA ARMAZENAGEM E DO TRANSPORTE

Os produtos organicos devem ser identificados e mantidos em local separado dos

demais de origem desconhecida, de modo a evitar possfveis contaminar;oes seguindo 0

que prescreve 0 Anexo VI, da presente Instru<;ao.

4.1 A higiene e as condir;oes do ambiente de armazenagem e do transporte sera fator

necessario para a certifica<;ao de sua qualidade organica.

4.2 Todos os produtos orgimicos devem estar devidamente acondicionados

5. DA IDENTIFICA~AO

Alem de atender as normas vi gentes quanta as informar;oes que devem constar nas

embalagens, os produtos certificados deverao conter urn "selo de qualidade" registrado

no Orgao Colegiado Naclonal, especifico pra cada certificadora, atendendo as

condir;oes previstas no Anexo VII da presente Instruyao, alem das contidas abaixo:

a) sera mencionado no rotulo a denomina<;ao "produto organico", e

b) 0 nome e a numero de registro da certificadora junto ao 6rgaa Colegiado Nacional.

No casa de produta a granel, 0 mesma sera acompanhado do certificado de qualidade

organica.

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6. DO CONTROlE DA QUALIDADE ORGANICA

A certificayao e 0 controle da qualidade organica serao realizados por instituiyoes

certificadoras credenciadas nacionalmente pelo Or9aO Colegiado Nacional, devendo

cad a instituic;ao certificadora manter 0 registro atualizado dos produtores e dos produtos

que fieam sob suas responsabllidades.

7. DA RESPONSABILIDADE

Os produtos certificados assumem a responsabilidade pela qualidade organica de seus

produtos e devem permitir a acesso da certificadora a todas as instalayoes, atividades e

informac;:6es relativas ao seu processo produtivo.

7.1 A instituiyao certificadora cabe a responsabilidade pelo contrale da qualidade

orgimica dos produtos certificados, permitindo 0 acesso do Or9aO Colegiada Estadual

au do Distrito Federal a todos os atos, procedimentos e infermac;:5es pertinentes ao

processo de certificac;:ao.

8. DOS ORGAOS COlEGIADOS

8.1 0 orgao Colegiado Nacional sera composto paritariamente per 5 (cinco) membros

do Poder Publico, titular e suplente e 5 (cinco) membros de Organizac;:5es Nao-

Governamentais, titular e suplente, que tenharn reconhecida atuac;:ao junto a sociedade

no ambito da agricultura organica, de forma a respeitar a paridade de urn representante

por regiao geografica, chegando a um total de ate 10 (dez) membros.

8.1.1 A escolha dos rnembros das organizac;:5es governamentais, sera de

responsabilidade exclusiva do Ministerio da Agricultura e do Abastecirnento.

8.1.2 A escolha dos membros das organizac;:6es nao-governamentais obedecera asistematica propria dessas organizaryoes.

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8.2 Os orgaos Colegiados Estaduais e do Distrito Federal serao compostos

paritariamente par 5 (cinco) membros do Poder Publico, titular e suplente e 5 (cinco)

membros de Organizayoes Nao-Governamentais, titular e suplente, que ten ham

reconhecida atuac;ao junto it sociedade no ambito da agricultura organica, chegando a

um total de ate 10 (dez) membras.

8.2.1 A escolha dos membros das organiza90es governamentais, nas Unidades

Federativas sera de responsabilidade exclusiva das Delegacias Federais de Agricultura.

8.2.1.1 A escolha dos membros das organizac;oes nao-governamentais obedecera asistematica propria dessas organizac;6es.

8.3 Cabe ao Orgao Colegiado Nacional fiscalizar as atividades dos orgaos Colegiados

Estaduais e do Distrito Federal, de acordo com as normas vi gentes.

8.4 Cabe aos Orgaos Colegiados Estaduais e do Distrito Federal, fiscalizar as

atividades das certificadoras locais. As que nao cumprirem a legislac;ao em vigor serao

passiveis de san90es, de acordo com as normas vigentes.

8.5 Ao orgao Colegiado Nacional compete a deferimento e a indeferimento dos pedidos

de registro das entidades certificadoras encaminhados pelos orgaos colegiados, citados

no subitem acima.

8.6 Aos orgaos Colegiados Estaduais e do Oistrito Federal compete a fiscalizac;ao e a

controle, bem como a encaminharnento dos pedidos de registro das entidades

certificadoras para 0 Orgao Colegiado Nacional.

8.6.1 Na inexistencia de 6rgaos Colegiados Estaduais e do Distrito Federal, a Orgao

Colegiado Nacional cumprira estas atribuiryoes.

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9. DAS ENTIDADES CERTIFICADORAS

9.1 Os produtos de origem vegetal au animal, processados au "in natura" para serem

reconhecidos como orgfmicos devem ser certificados por pessoa juridica, sem fins

lucrativQs, com sede no territ6rio nacional, credenciada no Org80 Colegiado Nacional, e

que tenha seus documentos socia is registrados em 6r980 competente da esfera

publica.

9.2 As institui<;6es certificadoras adotarao 0 processo de certificag80 mais adequado as

caracteristicas da regi210 em que atuam, desde que observadas as exigencias legais

que trata da produgao organica no pais e das amarradas pelo 6rgao Colegiado

Nacional.

9.2.1 A importar;;:ao de produtos organicos certificados em seu pais de origem, ficara

condicionada as exigEmcias sanitarias, fitossanitarias e de inspec;:ao animal e vegetal,

de conformidade com as leis vigentes no Brasil, complementada com previa analise e

autoriza9ao de uma certifrcadora credenciada no 6rgao Colegiado Nacional.

9.3 As instituic;:oes certificadoras para serem credenciadas devem satisfazer as

seguintes requisitos:

a) requerer ° credenciamento atraves dos 6rgaos Colegiados Estaduais e do Distrito

Federal;

b) anexar c6pias dos documentos requeridos, devidamente registrados em cartorio;

c) descrever detalhadamente seu processo de certifica9ao com ° respectiv~

regulamento de funcionamento, demonstrando suas etapas, inclusive, os mecanismos

de auto-regulac;:ao etica;

d) apresentar as suas Normas Tecnicas para aprovac;:ao do 6rgao Colegiado Nacional;

e) descrever as sanc;:oes que poderao ser impostas, em caso de descumprimento de

suas Normas; e

f) comprovar a capacidade propria ou de alguma contratada para realizar as analises,

se necessarias, no processo de certificac;:c3o.

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9.4 As instituj~6es certificadoras devem dispor na sua estrutura interna, dos seguintes

membros:

a) Comissao Tecnica: corpo de tecnicos responsaveis pel a avalia~ao da eficacia e

qualidade da produg"a;

b) Conselho de Certifica~ao: responsavel pela analise e aprova~ao dos pareceres

emitidos pela Comissao Tecnica; e

c) Conselho de Recursos: que decide sobre apela~5es de produtores e outros

interessados.

9.4.1 Aos integrantes de quaisquer das estruturas mencionadas nas alineas a, bee do

subitem 9.4, e vedada a participat;ao em mais de uma das alineas, tanto como pessoa

fisica ou juridica

9.4.2 Sao obrigat;oes das certificadoras:

a) manter atualizadas todas as infarmat;oes relativas a certificat;ao:

b) realizar quantas visitas forem necessarias, com 0 minima de uma par ano, para

manter atualizadas as informat;oes sobre seus produtares certificados;

c) promover a capacita~o e assumir a responsabilidade pelo desempenho dos

integrantes da comissao tecnica;

d) no caso de destina~ao para 0 comercio exterior nao comercializar produtos e

insumos, nem prestar servigos de consultarias, assistencia tecnica e elaboragao de

projetos;

e) no caso de destinagao para comercio interne nao comercializar produtos e insumos;

f) manter a confiabilidade das informag6es quando solicitadas pelo produtor organico; e

g) cumprir as demais determinag6es estabelecidas pelos Colegiados Nacional,

Estaduais e do Distrito Federal.

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10. DAS DISPOSI<;OES GERAIS

Os demais alos necessarios para a completa operacionalizaryc3o da presente InstruC;:8o

Normativa serao estabelecidos pela Secretaria de Oefesa Agropecuaria, do Ministerio

da Agricultura e do Abastecimento.

ANEXOI

DO PERloDO DE CONVERSAO

1. Produc;:ao vegetal de Gulturas anuais: para a unidade de prodUyc30 em conversao

devera ser obedecido urn periodo minima do 12 meses de manejo organico, para que a

produc;:ao do cicio subseqOente seja considerada como organica.

2. ProdUC;:c30vegetal de Gulturas perenes. Para a unidade de produc;:ao em conversao

devera ser obedecido urn periodo minima de 18 meses de manejo organico, para que a

col he ita subseqOente seja certificada.

3. Produc;c3o vegetal de pasta gem perene: para a unidade de produc;:ao em conversao

devera ser obedecido um periodo minima de 12 meses de manejo organico ou de

pousio.

Observa~ao: Os periodos de conversao acima mencionados poderao der ampliados

pela certificadora em funyao do uso anterior e da situayao ecologica da unidade de

prodUlyao, desde que seja julgada a conveni€mcia.

ANEXO II

ADUBOS E CONDICIONADORES DE SOLOS PERMITIDOS

1. Da propria unidade de produ,ao (desde que livres de contaminantes):

Composto organico;

Vermicomposto;

Restos org€micos;

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Esterco: solido ou liquido;

Restos de cultura;

Aduba<;ao verde;

Bioferlilizantes;

Fezes humanas, somente quando compostadas na unidade de produC;ao e nao

empregadas no cultivo de olericolas:

Microorganismos beneficos ou enzimas, desde que nao sejam OGM/transgenicos; e

Qutros residuos orgimicos.

2. Obtidos fora da unidade de produ<;ao

a) Somente se autorizados pela cerlificadora

Vermicomposlo;

Esterco composto ou esterco liquido;

Biomassa vegetal,

Residuos industriais, chifres, sangue, po de 0550, pelos e penes, tortas, vinhac;a e

semelhantes, como complementos da adubac;ao;

Algas e derivados, e oulros produtos de origem marinha;

Peixes e derivados;

P6 de serra, cascas e derivados, sem contaminac;ao por conservantes;

Microorganismos, aminoacidos e enzimas, desde que nao sejam:

QGM/transgenicos;

Cinzas e carvoes vegetais;

PO de rocha;

Bioferlilizantes;

Argilas ou ainda vermiculita,

Compostagem urbana, quando oriunda de coleta seletiva e comprovadamente livre de

substancias t6xicas.

b) Somente se constatado a necessidade de utilizaC;ao do adubo e do condicionador,

atraves de analise, e se os mesmos estiverem livres de substancias t6xicas:

Termofosfatos;

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Adubos potassicos - sulfato de potassio, sulfato duplo de potassio e magnesio, este de

origem mineral natural;

Micronutrientes;

Sulfato de magnesia;

Acido b6rico, quando nao usado diretamente nas plantas e solo;

Carbonato, como fonte de micronutrientes; e

Guano.

ANEXO III

PRODU<;:AO VEGETAL

1. Meios contra doenyas fungicas:

Enxofre simples e suas preparayoes, a criterio da certificadora;

P6 de pedra;

Um teryo de sulfato de aluminio e dois teryos de argila (caulim ou benton ita) em soluc;:ao

a1%;

Sais de cobre, na fruticultura;

Pr6polis;

Cal hidratado, somente como fungicida;

lodo;

Extratos de plantas;

Extratos de compostos e plantas;

Vermicomposto;

Calda bordaleza e calda sulfocalcica, a criterio da certificadora; e

Homeopatia.

2. Meios contra pragas

Preparados viroticos, fungicos e bacteriol6gicos, que nao sejam OGM/transgEmicos, e

s6 com permissao especifica da certificadora,

Extraias de insetos;

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Extratos de plantas;

Emulsoes oleosas (sem inseticida quimico sintetico);

Sabao de origem natural;

PO de cafe;

Gelatina;

P6 de rocha;

Alcool eUlico;

Terras diatomaceas, ceras naturais, propolis e 61eos essenciais, a criteria da

certificadora;

Como solventes: alcool, acetona, 61eos vegetais e minerais;

Como emulsionante: lecitina de soja, naD transgenica;

Homeopatia.

3. Meios de captura, meios de protec;ao e outras medidas biol6gicas:

Contrale biol6gico;

Feromonios, desde que utilizados em armadilhas;

Armadilhas de insetos com inseticidas permitidos no item 2, do Anexo III;'

Armadilhas anticoagulantes para roedores,

Meies repelentes mecanicos (armadilhas e Qutros simi lares);

Repelentes naturais (materiais repelentes e expulsantes);

Metodos vegetativos, quebra~vento, plantas companheiras e repelentes;

Preparados que estimulem a resistencia das plantas e que inibam certas pragas, e

doenyas, tais como; plantas medicinais, pr6polis, calcario e extratos de algas, benton ita,

p6 de pedra e similares;

Cloreto de calcio;

Leite e derivados; e

Extratos de produtos de origem animal

4. Manejo de plantas invasoras:

Sementes e mudas, isentas de plantas invasoras,

Tecnicas mec€tnicas;

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Alelopalia;

Cobertura marta e viva;

Cobertura inerte, que naD cause contaminay8o e poluiryao a criterio da instituiyao

certificadora;

Solarizac;ao;Contrale biol6gico como manejo de plantas invasoras

ANEXOIV

PROOU<;:AO ANIMAL

1.Condutas desejadas:

Maximizayao da captaC;80 e usa de energia solar,

Auto-suficiencia alimentar organica;

Diminuir a depend€mcia de recursos externos no processo produtivo;

Associac;:ao de especies vegetais e anima is;

Criac;ao a campo;

Abrigos naturais com arvores;

Quebra-ventos;

Conserva9ao das forragens com silagem ou fenayao (desde que de origem organica);

Mineralizac;ao com sal marinho;

Suplementos vitaminicos; 61eo de figado de peixe e levedura;

Aditivos permitidos: algas calcinadas, plantas medicinais, plantas aromaticas, soro de

leite e carvao vegetal;

Suplementagao com recursos alimentares, provenientes de unidade de produyao

organica;

Aditivos para arragoamento: leveduras e misturas de ervas e algas;

Aditivos para silagem: agucar mascavo, cereais e seus farelos, soro de laticinio e sa is

minerais;

Homeopatia, fitoterapia e acupuntura.

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2. Tecnicas permitidas sob 0 contra Ie da certificadora:

Usa de equipamentos de preparo de solo que nao impliquem na alterayao de sua

estrutura, na formayao de pastagens e objetivos de forragens, graos, raizes e

tuberculos;

Aquisiyao de alimentos nao certificados organicos, equivalente a ate 20% e 15% do

total da materia seca de alimentos para animais monogastricos e para animais

ruminantes, respect iva mente;

Aditivos, 6leos essenciais, suplementos vitamfnicos e sa is minerais;

Suplementos de aminoacidos;

Amochamento e castrayao; e

Inseminayao artificial.

3. Tecnicas proibidas:

Uso de agrot6xicos nas pastagens e culturas de alimentos para os animais;

Restriyoes especificadas nos Anexos II e 111,quanto it prodwyao vegetal;

Uso do fogo no manejo de pastagens,

Confinamentos que contrariam 0 item 2.4 e suas subdivis6es desta Instruyao e demais

tecnicas que, restrinjam 0 bem estar animal;

Uso de aditivos estimulantes sinteticos na alimentayao na engorda e na reproduyao;

Oescorna e outras mutilay6es;

Presenya e manejo de animais geneticamente modificados;

Promotores de crescimento sintetico;

Ureia;

Restos de abatedouros na alimentayao;

Qualquer tipo de esterco para ruminantes ou para monogastricos da mesma especie;

Aminoacidos sinteticos; e

Transferemcia de embri6es.

4. Insumos que podem ser adquiridos fora da unidade de prodw;:ao, segundo a especie

animal e sob orientayao da assistencia tecnica e contrale da certificadora:

Silagem, feno, palha, raizes, tuberculos, bulbos e restos de culturas orgimicas;

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Cereais e oulros graos e seus derivados;

Residuos industriais sem contaminantes;

Melal'o;Leile e seus derivados;

Gorduras animais e vegetais; e

Farinha de osso calcinada ou autoclavada e farinha de peixe

5. Higiene e desinfecc;:ao:

Adotar programas sanitarios com bases profilatica e preventiva;

Realizar limpeza e desinfecc;:6es com agentes comprovadamente biodegradaveis,

sabao, sais minerais soluveis, permanganato de potassio ou hipoclorito de sadio, em

soluc;:ao 1 :100, Cal, soda caustica, acidos minerais simples (nrtrico e fosfarico),

oxidanles minerais em enxagues multiplos, creolina, vassoura de fogo e agua.

ANEXOV

ADITIVOS PARA PROCESSAMENTO E OUTROS PRODUTOS

QUE PODEM SER USADOS NA PRODUi;AO ORGANICA

Nome

Agua pot;,vel

Cloridrato de calcio

Carbonato de calcio

Hidr6xido de calcio

Sulfato de calcio

Carbonato de potassio

Di6xide de carbone

Nitrogemio

Etanol

Acido de tanino

Albumina branca de ovo

Caserna

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Oleos vegetais

Gel de dioxido de silicone au solU9ao

Coloidal

Carbona ativo

Talco

Betonina;

Caolinita;

Perlita;

Cera de abelha;

Cera de carnauba;

Microorganismos e enzimas (nao OGM/transgenicos)

Condi90es especiais

Agente de coagular;;:ao

Antiumectante

Agente do coagulam

Agente de coagula9ao

Secagem de uvas

Solvente

Auxilio de filtragem

ANEXOVI

DA ARMAZENAGEM E DO TRANSPORTE.

Os produtos organicos devem ser mantidos separados de produtos nao organicos;

Todos os produtos deverao ser adequadamente identificados durante to do 0 processo

da armazenagem e transporte;

o Orga~ Colegiado Nacional devera estabelecer padr6es para a preven9ao e controle

de poluentes e contaminantes;

Produtos organicos e na~ organicos nao poderao ser armazenados ou transportados

juntos; exceto quando claramente identificados embalados e fisicamente separados;

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A certificadora devera regular as forras e os padr6es permitidos para a

descontamina9aO, limpeza e desinfec9ao de todas as maquinas e equipamentos, onde

os produtos orgtmicos sao mantidos, manuseados ou processados;

As condi90es idea is do local de armazenagem e do transporte de produtos sao fatores

necessarios para a certifica9ao de sua qualidade org§mica.

ANEXO VII

DA ROTULAGEM

A pessoa fisica ou juridica legal mente responsavel pela produ9ao ou processamento do

produto devera ser claramente identificada no r6tulo, conforme se segue:

1. Produtos de um s6 ingrediente poderao ser rotulados como "produto organico",

desde que certificado;

2. Produtos compostos de mais de um ingrediente, incluindo aditivos, em que nem

todos os ingredientes sejam de origem certificada organica, deverao ser rotulados da

seguinte forra:

a) os produtos compostos que apresentarem um minima de 95% de ingredientes de

origem organica certificada, serao rotulados como produtos organicos;

b) os produtos compostos que apresentarem 70% de ingredientes de origem organica

certificada, serao rotulados como produtos com ingredientes organicos, devendo

constar nos r6tulos as propor96es dos ingredientes organicos e nao organicos;

c) os produtos compostos que nao atenderem as exigEmcias contidas nas alfneas "a e

b" anteriormente mencionadas, nao serao rotulados como organicos.

Agua e sal adicionados, nao poderao ser incluidos no calcuto do percentual dos

ingredientes organicos;

Todas as materias-primas deverao estar listadas no r6tulo do produto em ordem de

peso percentual, de forma a ficar claro quais os materiais de origem certificada organica

e quais os que nao sao; e

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Todos os aditivos deverao estar listados com 0 seu nome completo. Quando 0

percentual de ervas e condimentos for inferior a 2%, esses poderao ser listados como

"temperos"