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"A~FACULDADE DE
I
AGRONOMIA
~U.RGSUNIVERSIDADE FEDERALDO RIO GRANDE DO SUL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO' SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO
EMILIANO SANT AROS A
Matrícula 1114/01-7
COOPERA TIV A VINÍCOLA AURORA LTDA.
.
randes vinhos feitos popequenas famílias.
AGRREL2006-040
PORTO ALEGRE, maio de 2006.
#
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--
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE AGRONOMIA
AGR 99003 - ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO
EMILlANO SANTAROSA00115646 (nO, do cartão)
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIOSUPERVISIONADO
Submetido como parte dos requisitos para obtenção do Grau deEngenheiro Agrônomo
pela Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,Porto Alegre (RS), Brasil
Tutor do Estágio: Professor Dr. Paulo Vitor Dutra de SouzaOrientador do Estágio: EngO Agrônomo Valdemir Bellé
COMISSÃO DE ESTÁGIOS:
Prof.(a): Maria Jane Cruz de Meio Sereno
Prof.(a): Mari Lourdes Bernardi
Prof.: Lair Angelo Baum Ferreira
,. Prof.: Elemar Antonino Cassol
Prof.: Josué Sant' Ana
Prof(a): Lúcia Brandão Franke
PORTO ALEGRE, maio de 2006
2
~
~
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Cooperativa Vinícola Aurora Ltda. pela oportunidade da realização
do estágio, em especial ao EngOAgrônomo Valdemir Bellé pela sua orientação técnica.
Também, agradeço a todos os professores da Faculdade de Agronomia da
UFRGS, pelo conhecimento técnico passado ao longo do curso, em especial, ao
Professor Dr. Paulo Vitor Dutra de Souza por seus ensinamentos e orientação na área de
Viticultura.
,.
3
~--- ~
~
APRESENTAÇÃO
o Estágio Curricular Obrigatório foi realizado na área Técnica Agrícola da
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda., situada no município de Bento Gonçalves - RS, no
período de 03 de Janeiro a 24 de Fevereiro de 2006, perfazendo um total de 360
(trezentos e sessenta) horas de estágio.
A opção por fazer estágio na área de Viticultura deveu-se ao grande valor que
esta cultura apresenta para região da Serra Gaúcha, sendo muito importante do ponto de
vista sócio-econômico e cultural da região. A cultura da uva e a produção de vinhos
contribuem com bastante expressão para o desenvolvimento da região, pois constitui
uma das principais atividades e fonte de renda no meio rural. Além disso, a região
possui Vinícolas que apresentam elevado reconhecimento Nacional e Internacional, pela
sua tradição na produção de vinhos finos de qualidade e características enológicas
únicas.
A escolha pela Viticultura também foi motivada por eu ser natural de Carlos
Barbosa, cidade localizada na Serra Gaúcha, que também apresenta expressiva produção
de uvas. A cidade é muito próxima das principais áreas de cultivo, sendo município
vizinho de Garibaldi, Bento Gonçalves, e próximo ao Vale dos Vinhedos, a 7Km da
cidade. Também por eu ser descendente de Italianos, o contato com a cultura e a
tradição da região despertou em mim um grande interesse não apenas pela produção de
uva, mas também pela área de Fruticultura em geral.
..O local de estágio, Cooperativa Vinícola Aurora Ltda., foi escolhido por ser a
maIOr Cooperativa Vinícola do Brasil, que tem como associados mais de 1.200
produtores rurais e um expressivo trabalho técnico na área de Vitivinicultura, tanto na
assistência técnica, como na tecnologia de produção de vinhos. Também, por ser uma
Vinícola de grande nome e participação no mercado de vinhos e espumantes.
Além disso, do ponto de vista Profissional, no futuro, eu desejo trabalhar nesta
área para poder contribuir, utilizando os conhecimentos técnicos Agronômicos
adquiridos na Faculdade de Agronomia da UFRGS, para o avanço e desenvolvimento
do meio rural e de toda produção agrícola, do ponto de vista sócio-econômico e
ambiental.
4
~-----
,.........--
SUMÁRIO
1. Introdução 8
2. Descrição do meio fisico e sócio-econômico da região 9
2.1. Caracterização do clima 9
2.2. Características do relevo, vegetação e recursos hídricos 10
2.3. Caracterização dos principais solos da região 12
2.4. Características Sócio-Econômicas da Região 13
2.5. Características e importância do Agronegócio regionaL 17
3. Descrição da Instituição de Realização do estágio 19
4. O cultivo da videira (estado da arte) 22
5. Descrição das atividades realizadas no estágio 24
5.1. Assistência técnica 24
5.2. Projeto "Vinhos Top ".. 25
5.2. Controle de pragas e doenças da videira 29
5.3. Determinação do ponto de colheita"""'"''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''
40
5.4. Colheita 45
5.5. Recebimento e classificação de uvas 48
5.6. Atividades de escritório ...: 51. 5.8. Outras atividades ",,,,,,,,,,, 52
6. Conclusão ... ... ... ... ... ... ... ... .,. ... , ,"""""
54
7. Análise crítica , 55
8. Referências bibliográficas """'''''''''''''''''''''''''''''''''' 56
ANEXO A - TABELA DE GRAU DE REFERÊNCIA POR VARIEDADE 57
ANEXO B - RELATÓRIO DE ANÁLISE DA UVA 58
5
---""
,..........--
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Dados climáticos do município de Bento Gonçalves. "'''''''''''''''''''''''''''''''''' 10
Tabela 2: Índice de desenvolvimento sócio-economico (idese) para o município de
Bento Gonçalves "'"''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''",'"''''''''''''''''''
15
Tabela 3: Estimativa da população e situação de domicílio para o município de Bento
Gonçalves. "''''''''''''""""''''''''
" 16
Tabela 4: Valor do PIB total, agropecuária, indústria e serviços para o município de
Bento Gonçalves 17
Tabela 5: Valor da produção animal e vegetal do RS, da região encosta superior do
nordeste e do município de Bento Gonçalves. 18
Tabela 6: Estabelecimentos com informação de uso de assistência técnica, irrigação,
adubos e corretivos, controle de pragas e doenças, conservação do solo, energia
elétrica.""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""""'"
19
Tabela 7: Correção do grau glucométrico conforme a temperatura do mosto. 44
.
6
~ i
--
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Mapa do relevo do rs 11
Figura 2: Mapa da Serra Gaúcha. , 14
Figura 3: Vinhedo selecionado."""
..."" '''''''''''''''' '''' '"''
"... ...,..'''''' """"" ''''''''''''''
26
Figura 4: Vinhedo selecionado 2.'" """ """'''''''''''' """"
., .."..""""
'''''''''''''' 27
Figura 5: Mancha de "óleo" de míldio '''''' 31
Figura 6: Sintomas de míldio no cacho""""''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''
31
Figura 7: Sintoma de antracnose no ramo''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''
31
Figura 8: Sintoma de antracnose nas bagas. '"'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 32
Figura 9: Podridão do cinzenta do cacho "" 32
Figura 10: Sintoma de podridão amarga no cacho. ""'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 32
Figura 11: Sintoma de podridão da uva madura no cacho"'"''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''
33
Figura 12: Escurecimento interno típico da fusariose""""'"''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''
33
Figura 13: Refratômetro. , 42
Figura 14: Medida do grau glucométrico no vinhedo. , 42
Figura 15: Mostímetro 43
Figura 16: Leitura do grau glucométrico com o mostímetro 43
Figura 18: Produtor durante a colheita. "'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' 47
Figura 19: Caixas de uva no caminhão 47
.
Figura 20: Descarregamento ( uva na garola). , 50
Figura 21: Nota de recebimento e classificação da uva 50
7
,
--
1.INTRODUÇÃO
No presente relatório é feita uma descrição das principais atividades realizadas
durante o estágio na Cooperativa Vinícola Aurora Ltda. Este também apresenta uma
descrição das características da região, como meio fisico, sócio-econômico,
características do clima, solos, importância do agronegócio, além de uma descrição do
local de estágio e outros aspectos de importância.
O estágio teve como objetivo a aquisição de maior conhecimento técnico e
experiências práticas ligadas à Viticultura, principalmente através do contato direto com
produtores rurais no campo. Também teve como objetivo aprender como atua um
Engenheiro Agrônomo em uma Cooperativa, conhecer a estrutura da mesma e testar os
conhecimentos obtidos durante a Faculdade de Agronomia.
.
8
, i
~
2. Descrição do meio físico e sócio-econômico da região
2.1. Caracterização do clima
A região da Serra Gaúcha apresenta clima Subtropical tipo Ctb (Mesotérmico
úmido), segundo a classificação climática de KÕEPENN, caracterizando-se por
temperaturas amenas, sendo que a média é de 17,2°C, oscilando de 21,7°C de
temperatura média no mês de fevereiro até 12,9°C no mês de julho.
O regime Pluviométrico é de 1.736mm, bem distribuídos ao longo do ano, com
média de 145mm/mês. A maior ocorrência de chuvas acontece em Setembro, tendo
média de 185mm de precipitação.
A evapotranspiração gira em tomo de 809mm por ano, sendo a média de
67mm/mês. Devido a quantidade de precipitação pluviométrica ser maior que a
evapotranspiração, a região não apresenta período de déficit hídrico ao longo do ano,
diminuindo a probabilidade de ocorrência de secas e seus conseqüentes danos às
culturas agrícolas.
Por ter o clima subtropical, com temperaturas amenas, é freqüente a ocorrência
de geada na região, principalmente durante o inverno, onde as temperaturas caem
consideravelmente. As geadas se formam precocemente em abril e intensificam sua
ocorrência de maio a agosto, podendo surgir manifestações tardias em setembro e
outubro. A ocorrência de geadas fora de época (tardias) acabam por prejudicar as
,. culturas agrícolas, no caso da videira, durante sua fase inicial de desenvolvimento
(brotação) e diminuem o rendimento da produção.
A chuva de granizo também é um evento climático importante que pode
ocorrer eventualmente na região, prejudicando consideravelmente os cultivos agrícolas
e que nos últimos anos tem ocorrido com maior freqüência.
9
-J
Tabela 1: Dados climáticos do município de Bento Gonçalves.
Município:Bento Gonçalves - RS
Latitude: 29,15 5 Longitude: 51,53 W Altitude: 640 m Período: 1961-1990
Mês T P ETP ARM ETR DEF EXC(OC) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)
Jan 21,8 140 110 100 110 O 30Fev 21,7 139 99 100 99 O 40Mar 20,3 128 92 100 92 O 36Abr 17,5 114 64 100 64 O 50Mai 14,5 107 44 100 44 O 63Jun 12,8 157 32 100 32 O 125Jul 12,9 161 33 100 33 O 128
Ago 13,6 165 38 100 38 O 127Set 14,9 185 46 100 46 O 139Out 17,0 156 65 100 65 O 91Nov 18,9 140 82 100 82 O 58Dez 20,7 144 103 100 103 O 41
TOTAIS 206,6 1.736 809 1.200 809 O 927MÉDIAS 17,2 145 67 100 67 O 77
Fonte:CNPUV IEMBRAP A
~
2.2. Características do relevo, vegetação e recursos hídricos
Relevo.A Encosta Superior do Nordeste está encravada entre a Encosta Inferior do
Nordeste e os campos do Planalto, sendo conhecida populannente como a Serra
Gaúcha.
A formação geológica da região é o basalto, originado de atividade vulcânica. O
relevo apresenta-se ondulado a montanhoso, onde as altitudes variam de 300 a 600
metros nos vales, até 800 metros nos limites com o planalto. A região é recortada
profundamente por rios que formam vales estreitos.
Devido a maior declividade do relevo é necessária a adoção de práticas
conservacionistas de solo, mantendo cobertura vegetal, utilizando terraços e patamares,
com objetivo de evitar a erosão do solo e seus conseqüentes danos, como, a perda de
fertilidade e o assoreamento dos rios.
10
~- J
Vegetação
A vegetação desta região se mostra transitória entre tlorestas latifoliadas e
pinhais. As latifoliadas ocupam as partes inferiores, sendo bem exuberantes, passando
para tlorestas mistas e com pinhais nas partes mais elevadas, nas encostas mais suaves e
em vales largos.
Recursos hídricos
A região está inserida dentro da Bacia hidrográfica Taquari-Antas que abrange
uma superfície de 26.277,09 km2. Localiza-se em partes das regiões do Planalto Médio,
Campos de Cima da Serra, Encosta Superior do Nordeste e Encosta Inferior do
Nordeste. Limita-se ao norte com a bacia do Apuae-Inhandaua; ao sul com as bacias do
Caí e Baixo Jacuí; a oeste com a bacia do Alto Jacuí e Pardo; e a leste com o Estado de
Santa Catarina.
É composta pelos Rios Taquari, das Antas, Buriti, Tainhas, Camisas, da Telha,
Ituim, Turvo, da Prata, Carreiro, Guaporé, Forqueta e o Arroio de Fão.
O Rio Taquari e seu principal formador, o Rio das Antas, oriundo do extremo
nordeste, recebe em sua bacia grande volume de água proveniente de índices
pluviométricos superiores a 2.000 mm. Possui declives muito acentuados, com seu leito
escavado em vales apertados, nas regiões mais elevadas do Estado. As nascentes do
Taquari-Antas estão a mais de 1.200 m de altitude (VIEIRA, 1984).
A vegetação característica desta bacia é composta pela Floresta Ombrófila
Mista. Savana e Floresta Estacional Decidual.
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Figura I: mapa do relevo do RS.
11
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-
2.3. Caracterização dos principais solos da região
Na região da Encosta Superior do Nordeste, em relevo ondulado a montanhoso,
são encontrados os Cambissolos Húmicos (Unidade Farroupilha) associados com
Alissolos (Unidade Carlos Barbosa) e Neossolos Litólicos (Unidade Caxias), cuja as
características serão descritas abaixo:
Neossolo Litólico distrófico típico (Unidade Caxias) - são solos de formação
muito recente e encontrado nas diversas condições de relevo e drenagem. São rasos ou
profundos, apresentando no perfil uma seqüência de horizontes AR, ou A-C-R, ou H-C.
Apresentam um horizonte A ou O assentado sobre a rocha parcialmente alterada
(horizonte C) ou a rocha inalterada (camada R). A saturação por bases é baixa (- 50%).
Ocorrem nos relevos mais acentuados da Encosta Superior do Nordeste e Campos de
Cima da Serra.
Os Neossolos Litólicos, devido à sua pequena espessura, baixa capacidade de
infiltração e armazenamento de água; e por ocorrerem em regiões de relevo forte
ondulado a montanhoso, em geral com pedregosidade e afloramento de rochas; e por
terem baixas tolerâncias de perdas de solo por erosão hídrica, apresentam fortes
restrições para culturas anuais. São mais indicados para a fruticultura e reflorestamento,
juntamente com práticas de conservação de solo.
.Cambissolo Húmico Alúminico típico (Unidade Farroupilha) - São solos em
processo de transformação, razão pela qual não são enquadrados em classes de solo
mais desenvolvidos. São rasos a profundos, apresentando no perfil uma seqüência de
horizontes A-Bi-C. Os Cambissolos Húmicos são alumínicos (AI trocável + 4cmolc/Kg;
saturação por AI + 50%), portanto extremamente ácidos e apresentam horizonte
superficial A húmico, com médio teor de MO.
São encontrados na Região da Encosta Superior do Nordeste, em relevo
ondulado.Apresentam aptidão para culturas anuais e fruticultura de pequena extensão,
bem como silvicultura. Devido ao relevo acidentado, forte acidez e baixa
disponibilidade de nutrientes, o uso agrícola desses solos exige práticas
conservacionistas intensivas e aplicação de elevados níveis de corretivos e fertilizantes.
12
~-- -J
~
Alissolo Hipôcromico órtico nitossólicos (Unidade Carlos Barbosa) - são
solos mediamente profundos a profundos, apresentando um perfil com seqüência de
horizontes A-B-C, onde o horizonte B é do tipo nítico, com baixo gradiente textural em
relação ao horizonte A.
São solos com elevada acidez, o que se deve aos altos teores de AI trocável (+4
cmolclkg) e alta saturaçã09 por AI (+50%), associada com baixa saturação de bases (-
50%) e argilas de CTC média a alta (T + 20 cmolclkg). Estas características estabelecem
uma condição de baixa fertilidade química e elevada toxidez por alumínio para as
culturas.
Os Alissolos Hipocrômicos órticos nitossólicos, originados de riolito, por
ocorrem em relevo mais acidentado apresentam limitações à mecanização, além de
suscetibilidade à erosão. Podem ser utilizados para culturas anuais em lavouras de
pequena extensão, olericultura, fruticultura e silvicultura.
2.4. Características Sócio-Econômicas da Região
Histórico
.
A região foi povoada por imigrantes europeus, principalmente Italianos, durante
o século 19. Os italianos começaram a chegar por volta qe 1875 onde ocuparam as
terras mais altas da Serra do Rio Grande do Sul. Muitos aspectos da cultura italiana
podem ser percebidos por toda a região.
Nas cidades colonizadas por imigrantes italianos, as plantações de videiras
ocupam grande área, principalmente nas cidades pequenas, onde é possível ver a
produção de vinho nas pequenas propriedades rurais. Nessas zonas vinícolas, a cultura
italiana é bastante marcante, sobretudo no dialeto "Talian", falado pela população e nos
pratos italianos, como a polenta. Festas de dança e tradições italianas ocorrem
iTeqüentemente, atraindo muitos turístas para região.
13
~
Dados Regionais da Serra Gaúcha-RS
População Total (2005): 810.321 habitantes
Área (2005): 8.087,0 km2
Densidade Demográfica (2005): 100,2 hab/km2
Taxa de analfabetismo (2000): 4,26 %
Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 74,59 anos
Coeficiente de Mortalidade Infantil (2004): 12,97 por mil nascidos vivos
PlBpm(2003): R$ mil 14.031.483
PIB percapita(2003): R$ 17.656
Exportações Totais (2005): U$ FOB 1.215.949.698
Municípios da Serra Gaúcha
Fazem parte da região o município de Antônio Prado, Bento Gonçalves, Boa
Vista do Sul,Campestre da Serra,Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Coronel Pilar,
Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guabiju
,Guaporé,lpê, Montauri, Monte Belo do Sul, Nova Araçá, Nova Bassano ,Nova Pádua,
Nova Prata, Nova Roma do Sul, Paraí, Protásio Alves ,Santa Tereza ,São Jorge ,São
,~
Marcos ,São Valentim do Sul ,Serafina Corrêa ,União da Serra ,Veranópolis ,Vila
Flores e Vista Alegre do Prata.
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' 4...
- ' 1- ' .'--.I"' J- ". ";."'r-''''''''' I - . .. 'I ",-- -v.-y-,- ~/ -r ~ '\ " I' ~~'. - i... .~! - '\ tFigura 2: mapa da Serra Gaúcha.
14
-- -
,...........--
Município de Bento Gonçalves
o município de Bento Gonçalves encontra-se em meio a vales e montanhas, na
Serra Gaúcha, a 125 km de Porto Alegre (capital do Estado do RS). Localiza-se a uma
latitude 29°10'17" Sul e a uma longitude 51°31'09" Oeste, estando a uma altitude de 691
metros. A cidade é reconhecida como a capital brasileira do vinho ~ o segundo maior
pólo moveleiro do país. Está em 1° lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
no Estado do Rio Grande do Sul e em 6° lugar no Brasil, de acordo com a Organização
das Nações Unidas (ONU). Possui uma área de 381,55 km2.
Índice de Desenvolvimento Sócio-econômico (Idese) para Bento Gonçalves -2002
O Idese varia de zero a um e permite que se classifique o Estado, os municípios
ou regiões em três níveis de desenvolvimento: baixo (índices até 0,499), médio (entre
0,500 e 0,799) ou alto (maiores ou iguais que 0,800). Na tabela 2 são apresentados os
índices de desenvolvimento sócio-econômico para o município de Bento Gonçalves, na
qual podemos verificar como o município apresenta-se entre as melhores colocações
dentro do ranking dos 496 municípios do RS, em termos de educação, renda, saúde,
.
saneamento e domicílio, sendo um indicativo da alta qualidade de vida na região
Serrana do estado.
Tabela2: Índice de desenvolvimento sócio-economico (idese) para o município de BentoGonçalves.
EducaçãoSaneamento
DomicíliosSaúde IDESE
(fonte: FEE, 2002)
15
~-- --
,...........-
~~,~~,~.~~
~III
População e situação de domicílio
A população total do município de Bento Gonçalves é de 97.762 habitantes, dos
quais cerca de 90% reside no meio urbano e apenas 10% reside no meio rural, conforme
apresentado na tabela 3.
Tabela3: Estimativa da população e situação de domicílio para o município de BentoGonçalves.
Total Urbana
89.170
(fonte: FEE, 2005)
Produto Interno Bruto (PIB)
A região da Serra Gaúcha caracteriza-se pela produção de móveis, malhas,
equipamentos de cozinha, uvas e vinhos, maçãs, ônibus e caminhões, bem como
serviços, principalmente o turismo. Abrange cerca de 15% da população e 25% do PIB
total do RS. Dentre as suas cidades mais representativas e conhecidas, citam-se: Caxias
. do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Flores da Cunha, Gramado e Canela.
Na tabela 4 é apresentado o valor do PIB para o município de Bento Gonçalves,
bem como a contribuição das atividades agropecuária, indústria e serviços para a
economia do município.
A maior contribuição para a economia do município vem da atividade industrial,
o que pode ser relacionado ou justificar a maior parte da população residir no meio
urbano, onde as oportunidades de emprego e renda são maiores que no campo.
16
~-- -
Agropecuária (R$ mil) 128.650
Indústria (R$ mil) 869.547
Serviços (R$ mil) 495.912
Administração Pública (R$ mil) 127.275
Valor Bruto Total (R$ mil) 1.494.109
PIB (R$ mil) 1.676.458
PIB per capita (R$) 17.022
,.......--
Tabela 4: Valor do PIB total, agropecuária, indústria e serviços para o município de
Bento Gonçalves.
(Fonte: FEE).
2.5. Características e importância do Agronegócio regional
Na região serrana do Rio Grande do Sul, predominam pequenas propriedades
(minifúndios) com culturas diversificadas e estrutura familiar de produção agrícola
sendo, na sua grande maioria, descendentes de imigrantes italianos.
A matriz produtiva da região tem como base, nas áreas de colônia e na região
das Hortênsias, a fruticultura, olericultura, bovino cultura de leite e avicultura. No
Planalto das Araucárias, o destaque é a bovino cultura de corte, ovino cultura,
reflorestamento e fruticultura. Na região mais próxima do Planalto, a matriz produtiva
.-
gira em tomo da suinocultura, avicultura, bovino cultura leiteira, e milho. O valor da
produção agrícola pode ser visto na tabela 5.
A uva é a cultura de maior destaque na região, com o cultivo de aproximadamente
30 mil hectares de videiras, além do pêssego, com cerca de 3.200 ha, e o caqui, com
1.150 ha. A maçã (12.587 ha) e o alho também têm importância para a matriz produtiva
da Serra, pois os dois municípios com maior produção se encontram na região de
Vacaria e São Marcos, respectivamente. Outros grandes destaques na região são as
agroindústrias familiares, que agregam valor aos produtos, gerando emprego e renda
para mais de 270 famílias rurais envolvidas.
A região da Serra Gaúcha conta com a atuação de 210 extensionistas rurais,
incluindo Engenheiros Agrônomos, Veterinários, Zootecnistas, Engenheiros Florestais,
17
~~--- -
IValor da produção (mil reais)
I Mesorregiões,I
IVegetal Animali Microrregiões e
I II Municípios Total
Total Lavouras TotalDe grande
porte
Totais16
169 907 3 854 115 3 585 874 2315 792 1 104 976
Nordeste Rio-
I
Grandense 809 374 393 040 321 853 416 334 104 309
BentoIGonçalves 25 639 I 19 242 18 123 6397 1832
I
II!
~
Técnicos Agrícolas e Agropecuários, e extensionistas de bem-estar social, além de
profissionais de apoio administrativo (tab. 6).
Do total de 145.472 agricultores familiares, 48.510 são assistidos pela extensão
rural, sendo 22.796 homens, 17.714 mulheres e 8.000 jovens. O maior número de
grupos formados é de mulheres (493), envolvendo 11.662 integrantes. Também se
destacam os grupos de produtores (323), que reúnem 8.340 agricultores, e os de jovens
(24), dos quais participam 580 jovens rurais.
A Região da Serra Gaúcha, juntamente com a Campanha e Serra do Sudeste,
constituem as 3 regiões vitivinícolas do Rio Grande do Sul, responsáveis pela maior
produção de uva e vinho do Brasil. A Encosta Superior da Serra do Nordeste é
responsável por mais de 70% da produção nacional de uvas e em tomo de 85% da
produção de vinhos (Kuhn et aI. 1986).
Na região tradicional da Serra Gaúcha, cujo cultivo de uvas data do final do
século XIX, a principal área de cultivo de uvas para elaboração de vinhos finos está
localizada sobretudo na margem esquerda do Rio das Antas, em Bento Gonçalves,
Monte Belo do Sul, Garibaldi, Farroupilha, Caxias do Sul e municípios vizinhos. A
atividade envolve milhares de produtores.
Tabela 5: Valor da produção animal e vegetal do RS, da região Encosta Superior doNordeste e do município de Bento Gonçalves.
IJ
Fonte: IBGE, 1995-1996
18
~--- -
Estabelecimentos com declaração de uso de
Mesorregiões,
I
ControleMicro rreg iões
Adubos e I
dee Assistência Conservação Energia
Municípios técnica corretivospragas
do soloIrrigação
elétricae
doenças
I
309
.Totais 205 504 351 5841404001 192 601 26814 855
I .Nordeste Rlo-
Grandense 21417 34 694 39 693 8941 3784 31 481I
""'-'--
~
Tabela 6: Estabelecimentos com infonnação de uso de assistência técnica, irrigação,adubos e corretivos, controle de pragas e doenças, conservação do solo, energia elétrica.
! Bento II
GonçalvesI
Fonte: IBGE, 2005.
12~I
15321 15941 169\ 81
I
1330
I
3. Descrição da Instituição de Realização do estágio -
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda.
Histórico
IJ
A Cooperativa Vinícola Aurora Ltda. foi fundada no dia 14 de Fevereiro de
1931, a partir da reunião de dezesseis famílias de produtores de uva do município de
Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Apenas um ano mais tarde, a cooperativa já
contabilizava a produção coletiva de 317 mil quilos de uva.
Atualmente possui o título de maior cooperativa vinícola do Brasil, com mais de
1.200 famílias associadas, responsáveis pela produção média de 46 milhões de quilos de
uvas, que resultam em aproximadamente 35 milhões de litros de vinhos anuais. Conta
com capacidade de estocagem superior a 70.000.000 de litros de vinho e a área
construí da de 110.000m2.
19
~----
,........---
Seu parque industrial está em constante modernização, utilizando alta tecnologia
nas unidades de produção e adotando rigorosos padrões no controle de qualidade da
produção de vinhos.
Toda a produção dos agricultores é feita sob orientação direta dos técnicos que,
diariamente, estão em contato com o produtor, fornecendo toda a assistência técnica
necessária. A equipe técnica do setor agrícola conta com trabalho do EngOAgrônomo
Valdemir Bellé, do EngOAgrônomo João Rigo e dos técnicos Pavan e Márcio.
Uma eqUIpe de técnicos enólogos também se responsabiliza pelo
acompanhamento permanente de todo processo industrial e pela qualidade final dos
produtos.
A Cooperativa Vinícola Aurora já recebeu diversas premiações internacionais,
todas com a chancela da OIV - Organização Internacional do Vinho, devido à qualidade
diferenciada de seus produtos. Além disso, possui uma forte marca no mercado e uma
grande variedade de produtos, como suco, vinhos e espumantes.
Localização
A Cooperativa Vinícola Aurora está localizada no município de Bento
Gonçalves - RS - Brasil. Apresenta 3 unidades de recebimento de uvas e vinificação,
sendo que a principal delas, a Matriz, localiza-se na Rua Olavo Bilac, 500, no Bairro
Cidade Alta.
.,
A empresa também mantém dois Centros Tecnológicos de Viticultura - um
localizado em Pinto Bandeira, no qual são realizados experimentos, pesquisas e eventos
relacionados à viticultura e outro no município de Bom Princípio, no qual é realizada a
propagação de mudas de videira.
Tecnologia
A preocupação com o desenvolvimento de uma tecnologia brasileira da uva e do
vinho é antiga. A Cooperativa Vinícola Aurora não tem economizado em investimentos
capazes de melhorar a qualidade de sua produção. Há muitos anos ela criou um
Departamento Agrícola onde passou a fornecer mudas a seus associados, a tal ponto que
hoje, quando um produtor manifestar o interesse em implantar um novo varietal, são os
técnicos da Aurora, em última análise, que opinarão sobre a variedade de vinha mais
20
~ --
,.........-
adequado para o local. Através da análise do solo, do levantamento da predominância
dos ventos, do cálculo da média de insolação, do microclima da região, é que se decidirá
qual a variedade mais adequada e capaz de obter a melhor produtividade e qualidade.
Os insumos necessários para o cultivo são adquiridos pela Cooperativa e
repassados ao agricultor. Mudas de diferentes castas e procedências são importadas e,
nas estufas dos Centros Tecnológicos, reproduzidas e multiplicadas para serem
entregues aos viticultores, para implantação de novos vinhedos ou para substituição dos
antigos.
É nos laboratórios destes centros que a empresa utiliza recursos sofisticados,
visando adaptar e desenvolver variedades isentas de viroses ou enfermidades, antes de
distribuí-Ias aos viticultores da região. Com a tecnologia de vinificação explorada ao
máximo, de acordo com os padrões mais sofisticados do universo vitivinícola mundial,
a Aurora investe pesado no aprimoramento da matéria-prima.
Produtos elaborados pela Aurora:
Varietais Aurora
Linha Espumantes Aurora
Prestige
Sangue de Boi
Reserva Aurora
..
Espumantes Marcus James
Marcus James
Frei Damião
Mosteiro
Conde de Foucauld
Espumantes Conde de Foucauld
Keep Cooler Classic
Keep Cooler Black, Suco de Uva Aurora Natural
CIos des Nobles
Saint Germain
Grappas
Linha Licoroso
Country Wine
Katzenberg
Casa De Bento
Suco Casa De Bento
Katz Wein
21
~ -~
~
4. O cultivo da videira (estado da arte)
A videira é uma planta pertencente à família Vitaceae, cujas principais
cultivares comerciais estão no gênero Vitis, em especial nas espécies V. vinifera e V.
labrusca. As espécies V. rupestris, V. berlandieri e V. rotundifo lia, entre outras, têm
sido utilizadas em cruzamentos para a obtenção de porta-enxertos.
A videira adaptou-se e foi difundida por diversas regiões do País. Atualmente as
áreas cultivadas com uva concentram-se nas regiões Sul e Sudeste, onde Rio Grande do
Sul, São Paulo, Santa Catarina e Paraná são os principais Estados produtores. Outro
importante pólo vitícola está no vale do Rio São Francisco, onde produz-se uvas finas
de mesa (www.mipfrutas.ufv.br).
Espécies e cultivares
Videiras européias (Vitis vinifera) - cultivares de melhor qualidade para vinhos. São
plantas exigentes quanto às condições climáticas, preferindo clima seco, com baixa
umidade relativa do ar. Ex:
TINTAS - Pinot Noir, Cabemet Sauvignon, Merlot
BRANCAS - Riesling Itálico, Gewurztraminer, Chardonnay....
Videiras americanas (Vitis Labrusca e Vitis bourquina) - apresentam rusticidade e
resistência a doenças, toleram melhor o clima com alta umidade relativa. São boas para
elaboração de vinho de mesa, suco e consumo 'in natut:a'. São as cultivares mais
. produzidas na Serra Gaúcha devido a melhor adaptação ao clima da região.
Ex: Isabel, Concord, Niágara Branca, Niágara Rosada e Bordô.
Vitis bourquina: Herbemont e Jacquez.
Videiras Híbridas - provenientes de cruzamento. Ex: Seibel, Seyve Villard, Rúbea e
Moscato Embrapa (Kuhn et aI, 1986).
o vinhedo
Para instalação do vinhedo deve-se evitar baixadas úmidas e solos compactados,
muito argilosos, com problemas de drenagem. Escolher de preferência exposição Norte,
22
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.
.,..
.
.
I
.
I
I
I
t
para melhor aproveitamento de insolação.A videira prefere solo profundo e bem
drenado (Bellé et aI, 2002)
Deve-se fazer adubação de correção e manutenção. A adubação de correção é
feita para corrigir as deficiências de nutrientes e neutralizar a acidez do solo. Utiliza-se
calcário, fósforo e potássio, de quatro a seis meses antes do plantio. A adubação de
manutenção é repor os elementos retirados pela planta durante a fase vegetativa:
nitrogênio, fósforo e potássio. Micronutrientes também podem ser utilizados,
especialmente boro (Sousa et aI, 1996).
o sistema de condução dos vinhedos pode ser de forma horizontal, como no
caso da latada, ou de forma vertical, como é o easo dos sistemas de espaldeira.
o sistema latada é o mais difundido na Serra Gaúcha, porque proporciona altas
produções e permite uma grande expansão vegetativa da planta. É utilizado
principalmente para as variedades americanas.
O sistema em espaldeira é o mais utilizado para produção de vinhos finos,
porque proporciona menor produtividade em favor da maior qualidade da uva para
vinificação. Permite maior insolação e aeração do vinhedo, com menor incidência de
doenças fúngicas.
É importante que se mantenha a cobertura do solo no vinhedo, principalmente
em regiões de maior declividade, evitando a erosão. A cobertura do solo pode ser feita
com o plantio de aveia branca ou preta durante o período de dormência da videira. Outra
prática comum é a utilização de herbicidas na fileira e roçado entre as filas, facilitando
os tratos culturais e evitando a erosão (Bellé et aI, 2002).
. A poda é uma prática muito importante para regular a produção com o
crescimento vegetativo da planta, mantendo um equilíbrio. A poda de formação tem a
finalidade de dar forma a planta, de acordo com o sistema de condução, sendo concluída
no terceiro ano (Kuhn et aI, 1986).
A poda de inverno tem o objetivo de preparar a planta para próxima produção,
mantendo um equilíbrio entre a parte vegetativa e a produção de frutos. A época
depende do clima da região; no caso da Serra Gaúcha poda-se mais tarde devido a
ocorrência de geadas tardias.
Há grande variabilidade de sistemas de poda, em função da cultivar, clima, solo
e porta-enxerto. Mas, podem ser agrupados em poda curta (cordão esporonado) e mista
(vara e esporão). A poda é considerada curta quando o esporão tem até três gemas
23
-- - - -
~
francas, e mista quando pennanecem esporões e varas na mesma planta. A poda mista é
o sistema mais difundido para cultivares viníferas na Serra Gaúcha.
Entre a diversidade de sistemas de poda, ainda pode-se citar os seguintes: Guyot,
Bordalês, Mendocino, Cazenave-Marcon, Palmeta, V, Y ou pérgola, T ,Royat e Gobelet
(CNPUV-EMBRAPA).
A poda verde realizada durante o ciclo vegetativo da planta objetiva eliminar a
brotação de ramos mal situados, obtendo-se uma melhor aeração .e insolação do
vinhedo, além de diminuir a incidência de doenças. As operações da poda verde
consistem em desbrota, desfolha e desponta, sendo executadas durante a floração (Sousa
et aI, 1996).
A questão de doenças e pragas da videira serão descritas no item 5.2.
No período de colheita é importante ter o conhecimento que a qualidade da uva é
o fator principal para obtenção de um bom vinho. A maturação e o estado sanitário são
os dois fatores que mais interferem na qualidade da uva para vinificação.
Para se detenninar o estágio de maturação da uva, é interessante acompanhar os
teores de açúcar e da acidez do mosto.
Deve-se tomar cuidado para que a uva colhida não esteja podre ou verde, pois
originará um vinho de má qualidade e poderá sofrer alterações (Bellé et aI, 2002).
5. Descrição das atividades realizadas no estágio
5.1. Assistência técnica..
A atividade mais importante no estágio foram as visitas técnicas, realizadas
diariamente, com objetivo de oferecer assistência técnica agronômica aos associados da
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda., a qual consistia, principalmente, em fazer o
acompanhamento da maturação da uva, fazer o monitoramento de doenças (aspectos
fitossanitários da uva), determinação do ponto de colheita e avaliação e seleção dos
melhores vinhedos (Projeto Vinhos Top).
As visitas técnicas eram programadas de acordo com a localização das
propriedades dos associados, nas diferentes localidades de Bento Gonçalves e outros
municípios próximos, como Pinto Bandeira, São Valentim do Sul, Monte Belo e
24
~--- ~
,...........-
Veranópolis. Entre as diferentes localidades estavam: o Distrito de Tuiuty, Vale Aurora,
Eulália, São Valentim, Lageadinho, Vale dos Vinhedos, Burati, entre outros.
Devido ao grande número de associados, essas visitas eram programadas para
que todos pudessem receber assistência técnica. Num mesmo dia procurava-se fazer
visitas técnicas em produtores localizados perto um do outro, numa mesma localidade,
para que houvesse uma otimização do tempo e uso de combustível.
A maioria das visitas eram feitas com o acompanhamento do EngOAgrônomo da
Cooperativa, juntamente com o estagiário. Em alguns casos, quando o técnico não
pudesse comparecer, essa atividade era realizada apenas pelos estagiários. A locomoção
até as propriedades era feita com carros do Setor Agrícola da Cooperativa. Os materiais
utilizados a campo eram: planilhas de campo, refratômetro, mostímetro, trena, balde,
sacos plásticos, tesouras de poda, canivete e máquina fotográfica.
A seguir serão descritas as principais atividades realizadas durante as visitas
técnicas aos produtores de uva, associados à Cooperativa Vinícola Aurora Ltda.
5.2. Projeto "Vinhos Top"
O estagiário teve a oportunidade de trabalhar no Projeto Vinhos Top, que tem
como objetivo fazer a seleção dos melhores vinhedos segundo critério técnicos de
qualidade pré-estabelecidos.
A meta da Cooperativa com este projeto é elaborar na safra de 2006, um volume
de vinho fino TOP (cerca de 500 mil litros) a partir de um conjunto de variedades
. viníferas estabelecidas pelo Departamento Técnico-enológico da Cooperativa, cujo grau
glucométrico seja igualou maior àquele estabelecido como referência para cada
variedade (ANEXO A), e cujo padrão de qualidade das uvas esteja enquadrado no
conceito A das Normas de Safra para 2006.
Os trabalhos a campo, realizados pelo estagiário e um técnico, consistiam em
fazer o levantamento dos vinhedos, coletando dados e avaliando-os. As informações
eram colocadas em uma planilha para posterior cadastramento na Cooperativa.
Informações como: dados gerais, área, sistema de condução, porta-enxerto, variedade,
produção, previsão de safra, grau glucométrico da última colheita, adubação, manejo
(poda verde, manejo do solo, cobertura), espaçamento, exposição, orientação solar,
25
quantidade e espaçamento entre arames, quantidade de cachos/planta, quantidade de
varas (ramo de 2 anos ou mais) em 10m e adubação.
Além do levantamento de dados do vinhedo, também era realizada uma conversa
informal com produtor com objetivo de extrair informações a respeito do manejo do
solo, adubação e aplicação de produtos fitossanitários.
Critérios para seleção dos vinhedos:
. Localização - Exposição: Meia encosta e orientação Norte, Nordeste ou
Noroeste;
. Idade - Sanidade: A partir da 4° produção e sem virose
Sistema de condução: Verticais (espaldeira, Y, Lira) ou Latada Aberta.. Manejo da copa: Com a realização de poda verde
Adubação: Sem adubação nitrogenada.. Porta-enxerto: Preferencialmente 101-14; 420-A ou 3309
Nos vinhedos selecionados (ex: figo 3 e figo 4) também foi feita semanalmente a
coleta de cachos para análise de amadurecimento fenólico (por amostragem), para
monitoramento e formação de um banco de dados quanto à qualidade de uvas
processadas.
,~
Figura 3: Vinhedo selecionado, Pinto Bandeira, 21/02/2006.
26
~ -
Figura 4: Vinhedo selecionado 2, Veranópolis, 31/01/2006.
o estagiário era responsável pela coleta dos cachos nos vinhedos, utilizando uma
metodologia de coleta definida através de uma reunião, realizada juntamente com os
Engenheiros Agrônomos da Cooperati va e os técnicos do laboratório de análise.
A coleta era feita de forma aleatória, de modo que representasse as condições da
uva em determinado vinhedo. Eram coletados 4 cachos/ha em di ferentes pontos do
parreiraL colocados em um saco plástico e devidamente itlentificado com o nome do
" produtor, localidade, variedade, sistema de condução, porta-enxerto e data de coleta.
Essas amostras, diariamente, eram colocadas em uma caixa de papelão e
enviadas para o laboratório de análise ENOLAB de Flores da Cunha.
O estagiário era responsável pela coleta, identificação e encaminhamento das
amostras para laboratório, fazendo contatos, quando necessário, com o laboratório
ENOLAB.
O estagiário montou um banco de dados para ter o controle das amostras
enviadas, onde cada produtor tinha um cadastro e o número total de amostras coletadas
em seu vinhedo.
Quando as análises das amostras estavam prontas, eram avaliadas pelos técnicos
do setor, acompanhando a maturação e qualidade da uva dos vinhedos selecionados.
27
- -
,...........--
Essas análises, mais completas, serviam de auxilio para a decisão do ponto colheita dos
vinhedos selecionados para o programa.
A análise feita em laboratório trazia uma série de dados indicativos da qualidade
da uva (ANEXO B), que seria posteriormente processada para vinificação.
Muitos vinhedos, mesmo com o manejo adequado, apresentavam problemas de
atraso na maturação da uva, conforme discutido no item colheita da uva. O principal
problema era o baixo teor de açúcar num período em que a uva já dev~ria estar madura,
ao mesmo tempo em que aumentava a incidência de podridão devido aos dias de chuva
e alta umidade. A decisão de colher ou esperar mais alguns dias, conforme a previsão do
tempo, tomara-se um dos pontos fundamentais para a qualidade da safra e para o
rendimento do associado.
No caso do vinhedo ser selecionado para o projeto, era explicado ao produtor
todas as normas de safra e condições na qual a uva deveria ser entregue na vinícola,
para a elaboração de vinhos finos. Também eram passadas todas informações a respeito
do pagamento diferenciado por estar dentro dos padrões técnicos estabelecidos pela
Cooperativa e estar entregando uma uva de maior qualidade para o processamento.
Os produtores participantes do projeto eram instruídos a seguir as normas de safra
para o projeto Vinhos Top, conforme descritas abaixo:
..
~-~ -1
. Entregar a planilha da aplicação de defensivos da cultura da videira 10 dias antes
da colheita;
A principal seleção da uva seria feita no vinhedo;.. Quanto ao grau mínimo seria adotado o grau referência por variedade, conforme
Anexo A;
. Todos os critérios de classificação da uva deveriam ser obrigatoriamente A;
A colheita deveria ser feita pela manhã;.. A colheita seria agendada e a descarga seria feita com hora marcada;
A quantidade de uva por dia seria de aproximadamente 20.000kg;.. A quantidade de uva nas caixas seria de no máximo 15kg;
No transporte de uva a cobertura deveria ser com lona clara, evitando não.
.encostar a lona na uva;
A cada entrega de uva as caixa deveriam ser limpas e higienizadas.
28
.........--
5.2. Controle de pragas e doenças da videira
Outra atividade de extrema importância, realizada no estágio, foi o
monitoramento e acompanhamento das recomendações para o controle de pragas e
doenças da videira. Diariamente, o setor agrícola recebia a visita dos associados que
vinham em busca de assistência técnica. O principal motivo era em virtude da grande
incidência das doenças fúngicas que atacam a videira, durante a época. de maturação da
uva, e acabam prejudicando a produção.
Também diariamente, a campo, era realizado o monitoramento das doenças
fúngicas e feito as recomendações necessárias para seu controle. Em casos onde a
recomendação era a aplicação de produto fitossanitário, sempre se tinha o cuidado de
recomendar um produto registrado para cultura da uva, conforme tabela do Ministério
da Agricultura, bem como, respeitar o período de carência dos produtos.
As principais doenças verificadas nos parreirais da região durante as visitas
técnicas, ou seja, as que tiveram maior incidência durante a época de maturação da uva
foram: Míldio, Podridão cinzenta da uva (Botrytis cinerea), Podridão da uva
madura (Glomerella cingulata), Podridão amarga (Greeneria uvicola) e Podridão
ácida.
A serra gaúcha apresenta muitos problemas para o cultivo da uva devido às
condições climáticas da região, com alto regime pluviométrico e alta umidade relativa
do ar, que de uma forma geral, são as condições favoráveis para o desenvolvimento de
..
patógenos. A grande área ocupada pelo cultivo da uva tamb,ém prejudica sua produção,
facilitando a dispersão dos patógenos de um vinhedo para outro. Na maior parte das
safras de uva, é feito uma grande quantidade de aplicações de produtos fitossanitários,
sendo média de uma aplicação por semana, devido à alta incidência de doenças fúngicas
nos parrelrals.
A ocorrência das doenças está relacionada às condições do clima. A grande
quantidade de chuvas provoca o acúmulo de lâmina da água sobre as folhas, facilitando
a dispersão e penetração do patógeno na planta. Além disso, dias nublados prejudicam o
acúmulo de açúcar e a maturação adequada da uva.
No caso da safra 2006, o que pode ser observado foi a grande dificuldade dos
produtores em controlar as doenças no parreiral, pois mesmo com a aplicação de
produtos fitossanitários, a produção foi prejudicada pela incidência de podridões na uva.
29
~-- --
~
Uma seqüência de dias nublados e chuvas nos meses de janeiro e fevereiro permitiram o
desenvolvimento dos patógenos e sua rápida dispersão nos parreirais. As variedades de
uva branca e as variedades com cacho muito compacto foram as mais prejudicadas,
sendo que as variedades mais suscetíveis são as viníferas.
Muitos produtores tiveram que antecipar a colheita, mesmo a uva não estando no
ponto ideal de teor de açúcar, devido aos danos causados pelas podridões. Em questão
de poucos dias, era notório o aumento das doenças nos vinhedos e os danos causados na
produção. O produtor era instruído a fazer uma limpeza e seleção dos cachos para serem
entregues na Cooperativa, resultando no aumento de mão-de-obra e perda de
rendimento para o associado. Se a uva fosse entregue com podridões, o que prejudicaria
o processo de vinificação na indústria, o associado poderia ser penalizado, conforme
será discutido no item 5.2.1.
As doenças fúngicas constituem-se num dos principais problemas em todas as
regiões produtoras de uva do Brasil. Onde as condições climáticas são favoráveis ao
desenvolvimento destes patógenos, o controle pode atingir 30% do custo de produção
da uva. O diagnóstico correto da doença é o primeiro passo para o seu controle. A partir
do conhecimento do patógeno, é possível estabelecer o método mais adequado e eficaz
de controle e reduzir ao mínimo seus danos.
Abaixo serão abordadas, de uma forma geral, as principais formas de controle
das doenças e pragas da videira, bem como, outras informações importantes adquiridas
durante o estágio a respeito da aplicação de produtos fitossanitários.
Controle das Doenças Fúngicas
..A ordem cronológica de ocorrência das doenças, de acordo com as condições
pré-disponentes para cada patógeno é escorio se, antracnose, míldio, podridões do cacho
e mancha das folhas. Principais doenças da videira:
Míldio -Plasmopara viticola (fig.5 e figo6)
Oídio - Uncinula necator
Antracnose - Elsinoe ampelina (fig. 7 e fig 8)
Escoriose - Phomopsis viticola
Podridão cinzenta da uva -Botryotinia fuckeliana (Botrytis cinerea) (fig. 9)
Podridão da uva madura - Glomerella cingulata (fig. 11)
Podridão Amarga - Melanconium.fuligineum = Greeneria uvicola (fig. 10)
Podridão ácida, Viroses e Doenças da madeira ou podridão descendente
Fusariose -Fusarium oxysporumfsp. herbemontis (fig. 12)
30
~ -
Figura 5: Mancha de "óleo" de míldio
Figura 6: Sintomas de míldio no cacho
.,
Figura 7: Sintoma de antracnose no ramo
31
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.~.I.IIIII
- ~.
Figura 8: Sintoma de antracnose nas bagas.
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..
Figura 9: Podridão do cinzenta do cacho.
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~
Figura 10: Sintoma de podridão amarga no cacho.
32
- -
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.
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.
.
.
.II
Figura 11: Sintoma de podridão da uva madura no cacho.
... Figura 12: Escurecimento interno típico da fusariose.
Todas essas doenças devem ser controladas preventivamente, para evitar perdas
na produção e assegurar o adequado desenvolvimento vegetativo para o ciclo
subseqüente.
Porém, é importante que se faça a utilização de diferentes métodos de controle
das doenças, com a finalidade de obter otimização na redução da incidência e
severidade das mesmas, alcançando boa produtividade com menor impacto ao meio
ambiente.
- ~
33
.
.
.
.
...
---
Prevenção:
. evitar áreas recém desmatadas, propícias a podridões readiculares
escolher áreas bem drenadas, com pouca declividade.. evitar terrenos expostos a ventos frios (implantar quebra-vento)
exposição do vinhedo que proporcione boa insolação. (ex: exposição.
.norte)
utilizar mudas sadias
. desinfestação de ferramentas e implementos
Eliminação de plantas ou partes vegetais doentes.. Eliminação dos restos de poda
Rotação de cultura.
Na implantação e condução do vinhedo recomenda-se:
Proteção:
. Usar sistemas de sustentação altos (1 m do solo no mínimo)
Realizar poda verde.Realizar a limpeza e desbaste dos cachos para uvas demesa
Evitar o excesso de nitrogênio na adubação
Utilizar quebra-ventos
Evitar ferimentos nas raízes, os quais facilitam a entrada de fungos
Utilização de variedades resistentes, imunes ou tólerantes (Normalmente, as
cultivares americanas e híbridas são mais tolerantes aos principais patógenos.
Com relação ao Fusarium oxysporum, os porta-enxertos Paulsen 1103 e Richter
99, apresentam certa resistência.)
Devido à alta severidade das doenças, o método de controle mais utilizado na
cultura da videira é o de proteção, ou seja, prevenção do contato direto do patógeno com
a planta hospedeira, evitando sua penetração.
--#
34
............-r- --
~
~
.
II.
~
A eficiência da proteção depende das características do produto (fungicida) e da
estratégia de aplicação. O produto, o método, a época e o número de aplicações são
aspectos que devem ser considerados.
Do ponto de vista prático no controle Fitossanitário, devem ser consideradas: a
ordem cronológica de ocorrência das doenças; a eficácia e o preço dos produtos
disponíveis; a preservação ecológica e, principalmente a saúde do produtor e do
consumidor utilizando-se produtos menos tóxicos e observando o período de carência
dos defensivos empregados (EMA TER/RS, 2003).
Nas condições ambientais do Rio Grande do Sul, as pulverizações devem ser
iniciadas logo após a brotação.
Durante o mês de outubro até meados de novembro (pré-floração à fecundação),
recomenda-se a utilização de produtos mais eficazes com ação sistêmica ou de
profundidade.
Após a fecundação, do grão de chumbinho até a colheita, o uso de produtos
cúpricos, em pulverizações espaçadas de 15 a 20 dias, pode ser suficientes para manter a
sanidade do parreiral se a precipitação não for muito elevada e freqüente.
No caso da safra 2006, devido à maior ocorrência de chuvas e dias nublados
consecutivos, os produtores eram obrigados a fazer aplicação mais fTeqüente dos
fungicidas. Mesmo assim, a produção foi prejudicada devido a alta incidência e
severidade das podridões da uva. Os produtores anteciparam a colheita, mesmo a uva
não estando no ponto ideal, para minimizar as perdas devido às doenças.
Os tratamentos pós-colheita são importantes para manter a folhagem ativa, até o
período de senescência normal. Com isso, a planta acurÍmla reservas necessárias a.,
brotação e frutificação para o ciclo subseqüente. Na Serra Gaúcha é comum a aplicação
de calda bordalesa neste período.
O tratamento de inverno é pouco utilizado pelos viticultores do RS, mas é uma
prática recomendada para redução de inóculo das doenças, além de reduzir a população
de pragas, principalmente cochonilhas da parte aérea. Pode-se aplicar calda sulfocálcica
na concentração de 4°Bé. Pode causar ação corrosiva sobre os arames do parreiral.
O fungicida mais utilizado pelos produtores da Serra Gaúcha é a calda bordalesa
para o controle do míldio, acarretando em altas concentrações de cobre no solo. Essas
altas concentrações de cobre interferem no desenvolvimento radicular e absorção de
nutrientes.
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o número de aplicações é muito variável, de acordo com as condições
climáticas. De um forma geral pode ser aplicada a cada 15-20 dias ou reaplicar após
ocorrer precipitação de 20 a 25 mm. O cobre pode causar fitotoxicidade em clima frio e
úmido, principalmente nas brotações novas e durante a floração, afetando a polinização
(fecundação).
Controle de insetos praga
As recomendações de controle de insetos praga, durante o estágio, foram
acompanhadas pelo estagiário de acordo com as diferentes situações no campo. Alguns
produtores buscavam assistência técnica no escritório da Cooperativa, levando partes de
planta (ramos, folhas e cachos) para serem diagnosticados pelos técnicos do setor
agrícola. Alguns insetos mais importantes e seu controle serão abordados abaixo.
Nos últimos anos, muitos produtores têm encontrado dificuldade na implantação
de novos parreirais devido a presença de insetos como a pérola-da-terra (Eurhizococcus
brasiliensis) e a filoxera (Daktulosphaira vitifoliae), que são pragas de difícil controle e
responsáveis pelo declínio e morte das plantas. Além destes insetos, em parreirais
adultos, a presença de cochonilhas da parte aérea, ácaros, cigarrinhas e insetos que
atacam as bagas no período de pré-colheita como lagartas, gorgulho, vespas e abelhas,
devem merecer atenção dos produtores.
Embora os diversos métodos de controle sejam recomendados, o mais utilizado
pelos produtores é a utilização de porta-enxerto resistentes e a aplicação de produtos
IJquímicos.
Pérola-da- Terra (Eurhizococcus brasiliensis)
. Utilizar mudas de boa procedência e livres de viroses
Utilizar porta-enxerto resistente como 39-16 e o 43-43.. Controlar as plantas hospedeiras do inseto presentes na área (ex: língua-
de-vaca)
. Realizar adubação do parreiral
Evitar a utilização de equipamentos como a enxada rotativa, evitando a.dispersão do inseto
Preservar a sanidade das folhas da videira, após a colheita das uvas.
36
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Os inseticidas devem ser aplicados no solo, podendo ser dividida em duas
aplicações, uma em novembro, quando inicia o ataque das ninfas, e outra em janeiro. O
thiamethoxam, na formulação granulada, deve ser aplicado sobre o solo, incorporando o
produto em seguida. O imidacloprid deve ser diluído em água e regado no solo, na
região do sistema radicular, aplicando de 2 a 4 litros de calda por pé. O tratamento deve
ser realizado por mais de uma safra, pois a redução na população do inseto não tem sido
significativa.
Filoxera (Daktulosphaira vitifoliae)
A maneira mais eficiente para evitar os danos do inseto á através do emprego de
porta-enxertos resistentes como o Paulsen 1103, 101-14 e 420 A. Embora cultivares
americanas produzam quando cultivadas como pré-ftanco, sempre recomenda-se o uso
de plantas enxertadas.
A forma galícola, quando ocorre em plantas matrizes de porta-enxertos, deve ser
controlada sistematicamente (a intervalos quinzenais) a partir do aparecimento dos
sintomas.
Cochonilhas
Danificam as plantas através da sucção de seiva, provocam fitotoxicidade devido
à injeção de enzimas digestivas e facilitam o aparecimento da fumagina.
.
Cochonilha parda- Parthenolecanium persicae
A poda de inverno ajuda a eliminar o inseto dos ramos infestados. Após a poda,
utilizar um inseticida associado com 1% de óleo mineral ou vegetal. Controle deve ser
direcionado a fase de ninfa, que geralmente ocorre no. início da brotação. Tratamento de
inverno com calda sulfocá1cica auxilia no controle.
Cochonilha algodão - Icerya schrottkyi
Ataque é de pouco indivíduos, permitindo sua eliminação manualmente.
Cochonilha do tronco - Hemiberlesia lataniae
Recomenda-se o controle químico em infestações elevadas, fazendo previamente
uma limpeza da casca, pois o inseto se localiza sob o ritidoma.
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Ácaros
Ácaro branco - Polyphagotarsonemus latus
Emprego de acaricidas específicos em elevada infestação. Pode ser empregado o
enxofre, direcionando às brotações novas, mas cuidar com a fitotoxicidade.
Ácaro rajado - Tetranychus urticae
Controle é feito eliminando as plantas hospedeiras da praga. Os produtores
utilizam a ervilhaca como cobertura morta, realizando a dessecação no início da
brotação. Os ácaros presentes nesta planta acabam migrando para videira, causando
danos a cultura.
Evitar a utilização exagerada de adubos nitrogenados e o emprego de produtos
pouco seletivos aos inimigos naturais. O controle químico deve ser direcionado para
face inferior das folhas.
Cigarrinha-das-fruteiras - Aethalion reticulatum
Como o inseto apresenta hábito gregário, as ninfas são facilmente destruí das
manualmente o que pode ser feito no momento da poda de inverno. Com relação ao
controle químico, alguns viticultores preferem carregar conjuntamente com o material
da poda, um pequeno pulverizador manual com capacidade para um ou dois litros,
contendo solução inseticida para pulverizar nas colônias do inseto.
O tratamento deve ser repetido após 20 a 30 dias, com o objetivo de atingir as
ninfas que eclodiram após a aplicação, visto que os produtos não atuam sobre as
posturas.
Besouros desfolhadores da videira Maecolaspis aenea, M trivialis e M
geminata
O controle normalmente é realizado com a aplicação de inseticidas, podendo ser
necessário mais de uma pulverização dependendo da intensidade de ataque.
Formigas Cortadeiras
As formigas cortadeiras, tanto as saúvas (Atta spp.) quanto as quenquéns
(Acromyrmex spp.) causam sérios danos à videira devido ao corte de folhas, brotos e
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cachos. O ataque de formigas é prejudicial em qualquer fase do ciclo, porém, o dano é
maior na fase de formação da planta, quando paralisa o crescimento.
Dentre os principais métodos de controle das formigas cortadeiras, destacam-se
as iscas formicidas e o emprego de inseticidas em pó.
Controle de viroses
. Enrolamento da folha
. Entrenós curtos
. lntumescimento dos ramos
De um modo geral, o controle de viroses é feito através do uso de material de
propagação sadio e controle de vetores.
O controle das viroses da videira somente é viável, no campo, através da
utilização de material propagativo sadio (mudas, estacas e gemas) do porta-enxerto e da
produtora.
No Brasil ainda não está definido se as espécies de cochonilhas que ocorrem nos
vinhedos transmitem vírus. Mesmo assim, como tem sido constatada a disseminação de
viroses, especialmente nas regiões vitícolas tradicionais, deve-se fazer o controle
eficiente desses insetos.
Recomendações específicas para controle de pragas e de doencas
. Adubação equilibrada, especialmente a nitrogenada que favorece o desenvolvimento
vegetativo e por conseqüência o sombreamento e a criação de microclimas!li
favoráveis ao desenvolvimento de doenças, princjpalmente podridões e afetando a
maturação;
. Manejo da copa das parreiras para melhorar a aeração e insolação interna da copa;
Evitar o estresse das plantas - que compreende aquelas ocorrências não.convencionais para o universo fisico-químico-biológico das mesmas, principalmente
os estresses nutricionais e hídricos, que podem ser suprimidos pela escolha do local
do vinhedo e pelo monitoramento das propriedades fisicas e químicas do solo;
Manejo da resistência de doenças, pragas e plantas daninhas:../ Não utilizar produtos com modo de ação único, isoladamente;
./ Restringir o número de aplicações por ciclo vegetativo e de preferência não
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aplicá-Ios na seqüência;
./ Aplicar a dose recomendada pelo fabricante e respeitar a recomendação
técnica da empresa;
./ Fazer aplicações preventivas raCIOnaIS e evitar aplicações curativas e/ou
erradicantes;
./ Fazer o manejo integrado de doenças e pragas;
../ Aumentar a diversidade química dos tratamentos fitossanit~os;
Respeitar a carência dos produtos e os intervalos mínimos entre as aplicações e a
.colheita para vinificação;
Manter o equipamento de aplicação de produtos fitossanitários bem calibrado e em
.bom estado de conservação;
Aplicar produtos fitossanitários que tenham baixo impacto ambienta!.
. Para evitar acúmulo residual de calda bordalesa nos cachos é aconselhado não
realizar aplicações direcionadas aos mesmos a partir do início da maturação.
Cuidados com embalagens de agroquímicos: É imprescindível fazer a triplice
lavagem e a inutilização das embalagens, após a utilização dos produtos, não permitindo
que possam ser utilizadas para outros fins. É necessário observar a legislação para o
descarte de embalagens. As embalagens, após triplice lavagem, devem ser destinadas a
urna central de recolhimento para reciclagem. Tríplice lavagem significa enxaguar três
vezes a embalagem vazia, tomando possível a reciclagem do material usado na
fabricação da embalagem de produtos fitossanitários.
5.3. Determinação do ponto de colheita
Durante o estágio, urna das principais atividades realizadas pelo estagiário foi a
avaliação do ponto ideal de colheita, que era feita durante as visitas técnicas aos
produtores, em diferentes vinhedos e variedades de uva.
A determinação correta do ponto de colheita é uma atividade de muita
importância, pois está diretamente relacionada com a qualidade da uva que será
destinada à elaboração dos vinhos, influenciando no processo de vinificação e qualidade
40
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final dos produtos. Além disso, o ponto de colheita também irá influenciar na
rentabilidade do produtor de uva, uma vez que, o associado receberá o pagamento do
lote de acordo com a quantidade e qualidade da uva entregue na vinícola.
Uvas destinadas à elaboração de vinhos devem ser colhidas segundo critérios
que determinam o ponto ótimo de maturação, visando a obtenção de máxima qualidade.
Diferentes critérios são utilizados para a determinação do ponto ideal de colheita
da uva:
. Medida do teor de açúcar (grau glucométrico)
Conjugação da medida de açúcares e ácidos;.. Conjugação da medida de açúcares e pH.
o critério mais utilizado é a medida do teor de açúcar, devido a sua facilidade de
ser realizado no campo (dentro do próprio vinhedo), sendo um método simples e rápido
de ser efetuado.
Os outros critérios, como teor de ácidos, pH, antocianas, são menos utilizados
por serem determinados em laboratório, mediante uma análise mais completa da uva
..
(ANEXO B), o que acaba aumentando os custos e diminuindo sua praticidade de uso. A
determinação ponto de colheita da uva através de análise laboratorial, apenas foi feita
para os vinhedos pré-selecionados e de maior potencial de qualidade.
O critério de controle mais utilizado é o grau glucométrico (teor de açúcar), que
é medido em escala de graus Babo, que representa a percentagem de açúcar existente
em uma amostra de mosto (caldo da uva), ou em escala de graus Brix, que representa o
teor de sólidos solúveis totais na amostra, 90% dos-oquais são açúcares. Esta medida
pode ser feita diretamente no vinhedo, com a ajuda de um equipamento de bolso
chamado refratômetro. O mesmo dispõe de uma lente graduada, através da qual pode-se
ler a percentagem de açúcar do mosto (Fig. 13 e Fig. 14).
Quando se utiliza o refratômetro, devem-se fazer diversas medidas em diferentes
locais do vinhedo e fazer sua média, para que a amostra realmente seja representativa.
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Figura 13: Refratômetro.
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Figura 14: Medida do grau glucométrico no vinhedo, Bento Gonçalves, 26/0112006.
42
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rA medida do teor de açúcar do mosto pode ser também efetuada com o auxílio
de um densímetro (também conhecido como mostímetro) graduado em °Brix ou em
°Babo (Fig. 15). Deve-se, para tanto, colher amostras de uvas representativas de todo o
vinhedo, esmagá-Ias, colocar o mosto em uma proveta de 250 mL , colocar o
mostímetro e efetuar a medida (Fig. 16).
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Figura 15: Mostímetro.
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Figura 16: Leitura do grau glucométrico com o mostímetro, Bento Gonçalves, 10/0 1/06.
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Para detenninar o teor de açúcar, utilizando o mostímetro, deve-se levar em
consideração a temperatura do mosto, pois o grau de açúcar é variável de acordo com a
temperatura. Deve-se usar a seguinte tabela:
Tabela 7: Correção do grau glucométrico confonne a temperatura do mosto.
TEMPERATURAeC) CORREÇÃO
17,5 °c.""""".".'''''''.'''..'''''''''.''''''''''''''''''''''
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29,5"'...'"''''.''.'''''''''''..''''''''''''..''''''''''.'''''
+ 0,6
31,5 , + 0,7
Fonte: Nonnas operacionais/Cooperativa Vinícola Aurora Ltda.
O grau glucométrico relacionado ao ponto ideal de colheita varia de acordo com
a variedade de uva, sendo que cada variedade possui uma medida de teor de açúcar que
serve como referência (tabela 1). Se o teor de açúcar medido no mosto for maior que o
valor de referência, serve como um bom indicativo para se tomar a decisão da colheita.
Fatores de influência
A decisão do ponto ideal de colheita não é detenninada apenas pelo teor de
açúcar e acidez, mas também pelas condições climáticas, principalmente umidade
relativa do ar e precipitação pluviométrica na fase final de maturação da uva e a
intensidade de doenças fúngicas no vinhedo (aspecto fitossanitário).
A região da Serra Gaúcha apresenta elevado regime pluviométrico e alta
umidade relativa do ar, o que acaba aumentando a incidência de doenças fúngicas na
videira, principalmente na fase de maturação da uva, prejudicando a produção.
É comum na Serra os produtores terem que antecipar a colheita da uva devido
aos danos causados pelas doenças, principalmente as podridões, que será devidamente
discutido no item 5.6., mesmo que a uva ainda não tenha atingido o teor de açúcar ideal.
Devido a rápida dispersão do patógeno dentro do vinhedo, a decisão de colher
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antecipadamente a uva pode significar grande diferença em termos de produtividade e
renda, uma vez que a uva com podridão não é aproveitada pela Cooperativa e pode até
penalizar o produtor, que receberá menos pela uva.
5.4. Colheita
A safra de uva 2006 teve sua colheita atrasada devido ao clima, que apresentou
pouco calor no início do período vegetativo da videira, no mês de setembro,
prejudicando a brotação e o desenvolvimento inicial da cultura. Além disso, a
ocorrência de muita chuva e uma seqüência de dias nublados nos meses de janeiro e
fevereiro prejudicou a maturação da uva.
Durante as visitas técnicas pode-se observar a presença de grande quantidade de
cachos desparelhos (desuniformes) em termos de maturação, apresentando algumas
bagas ainda verdes e outras já maduras, provavelmente devido ao dano causado por
excesso de chuvas no período de floração ou deficiência de boro.
Outro ponto importante, foi a grande incidência de doenças fúngicas da videira,
obrigando muitos produtores a anteciparem a colheita da safra 2006, mesmo que a uva
não estivesse no ponto ideal de colheita. Os produtores durante a colheita eram
instruídos a fazer a limpeza e seleção dos cachos com podridões, dificultando e dando
maior mão-de-obra para colher. Mesmo assim, muitos cachos de uva foram entregues
apresentando podridões e prejudicando o processo de vinificação na Cooperativa.
Devido aos períodos chuvosos durante a fase de maturação das uvas, verificou-
se com freqüência a colheita antecipada das uvas, em relação ao ponto ótimo de
colheita. Essa prática foi adotada pelo viticultor para evitar perdas de colheita causadas
por podridões do cacho, que impõe limites à qualidade das uvas destinadas à
agroindústria.
A safra de uva 2006 também foi prejudicada pela ocorrência de granizo em
algumas localidades da região. Os vinhedos atingidos pelo granizo apresentavam danos
em todas as partes da planta, nos ramos, folhas e frutos. As folhas ficam completamente
danificadas, diminuindo consideravelmente a área foliar responsável pela fotossíntese.
Os cachos atingidos tomam-se imprestáveis para o processo de vinificação podem
facilitar o desenvolvimento de patógenos. Muitas bagas caem ao solo, diminuindo a
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produtividade consideravelmente. Os ramos apresentam lesões que podem prejudicar a
produção do ano seguinte, devendo ser substituídos.
Houve casos em algumas localidades, em que os produtores perderam mais de
30% da produção em virtude dos danos causados pelo granizo.
Outro fator que influenciou a safra de uva 2006 foram os danos causados ainda
pela seca no verão de 2005. Por se tratar de uma cultura permanente, o estresse
ocasionado pela seca de 2005 prejudicou a diferenciação das gemas no verão, causando
o desequilíbrio da safra posterior (2006).
O acompanhamento da colheita, durante as visitas técnicas em algumas
propriedades, também foi realizado pelo estagiário. Algumas recomendações a respeito
da colheita e transporte da uva eram passadas aos associados.
Alguns cuidados básicos por ocasião da colheita são indispensáveis para que a
uva chegue à indústria em boas condições para ser processada. A qualidade da uva é o
principal fator para obtenção de um bom vinho, sendo que a maturação e o estado
sanitário da uva são os dois fatores que mais interferem e devem ser observados para
que se determine o ponto ideal de colheita (conforme item 5.1.1). Para se determinar o
estágio de maturação da uva, é interessante acompanhar os teores de açúcar e acidez do
mosto. Deve-se tomar o cuidado para que a uva colhida não esteja com podridão ou
verde, pois originará um vinho de má qualidade e poderá sofrer alterações.
A colheita deve ser efetuada preferencialmente em dias secos e nublados ou ao
ralar do dia, pois nesse momento a uva encontra-se fresca. Além disso, esse é o
momento de menor incidência de insetos no vinhedo, como abelhas, marimbondos e
vespas.
A colheita deve ser preferencialmente manual, de modo a evitar ou diminuir ao
máximo o número de grãos rachados ou danificadQs (Fig. 17). O acondicionamento
deve ser em caixas plásticas de no máximo 20Kg (Fig. 18), tendo o cuidado de não
enchê-Ias demasiadamente, evitando assim o esmagamento da uva pela compressão de
um recipiente sobre o outro, com escorrimento de mosto e conseqüente avinagramento.
O uso de caixas plásticas tem ainda a vantagem de facilitar a lavagem e higienização
das mesmas, bem como facilitar o transporte até a unidade processadora. Lotes de
diferentes origens devem ser separados a fim de permitir o processamento adequado à
qualidade da uva.
A uva é uma fruta que resiste pouco ao transporte a longas distâncias, de modo
que o mesmo deve ser evitado. Durante o transporte deve-se dar preferência a utilização
46
1-
de lonas de coloração clara, evitando o aumento demasiado de temperatura da carga e a
conseqüente perda de qualidade.
A Cooperativa Aurora apresenta uma área com sombrite reservada para a espera
de caminhões carregados de uva, diminuindo a incidência de insolação sobre a carga e
evitando o aquecimento da fruta enquanto aguardam para serem descarregados.
A uva também resiste muito pouco ao armazenamento, sendo que ao chegar à
indústria, deve ser imediatamente processada.
Figura 17: Produtor durante a colheita, Bento Gonçalves, 25/0112006.
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Figura 18: Caixas de uva no caminhão, Bento Gonçalves, 21/02/2006.
47
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5.5. Recebimento e classificação de uvas
Outra atividade realizada pelo estagiário foi acompanhar o recebimento de uvas e
sua classificação.
A data e local de entrega das uvas na Cooperativa era feita conforme um
cronograma estabelecido pelos técnicos. Assim, cada variedade possuía um ou mais dias
da semana específicos para ser entregue, ajustado conforme o andamento da safra.
Quanto ao local, as variedades viníferas eram recebidas na Matriz, enquanto as
variedades americanas (comuns) eram recebidas na Unidade 2 da Cooperativa.
No recebimento era feito a pesagem dos caminhões, que depois seguiam para
descarregar as caixas de uva no pavilhão. A classificação da uva era feita por um
técnico, de acordo com padrões de qualidade estabelecidos para a elaboração de vinhos.
A atividade do estagiário consistia em verificar a qualidade da uva que estava sendo
entregue, quais as variedades e informar ao setor agrícola.
A remuneração que cada associado recebe depende da variedade, da quantidade (kg)
e grau glucométrico (Grau Babo) do lote de uva, além dos critérios de classificação
descritos abaixo:
1. Grau glucométrico - quantidade de açúcar da uva
No recebimento, é verificado o teor de açúcar da uva utilizando o mostímetro. É
feita uma amostragem representativa de acordo com a quantidade de uvas que está
sendo descarregada.
.A cada 100 caixas de uva entregue é retirada aleatoriamente uma caixa para
verificação do teor de açúcar. Caso achar necessário ou discordar da leitura, o
produtor tem direito a mais uma caixa para ser amostrada. Após as leituras, é feito
uma média sobre o total de amostras realizadas, estabelecendo o teor de açúcar
representativo para o determinado lote de uvas.
2. Sanidade:
A sanidade é dos fatores de maIOr influência na qualidade do produto, pOIS
compreende a medida do nível de ataque microbiológico das uvas. O ataque
microbiológico acaba produzindo compostos depreciadores da qualidade dos vinhos.
Neste parâmetro será avaliada a presença de:
. podridão cinzenta (botritis);
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III
. podridão da uva madura (glomerela);
podridão ácida;.. fermentação acética.
Uva amassada;.
3. Uniformidade de maturação:
A uniformidade de maturação também é um item importante na: determinação da
qualidade da uva, pois implica na padronização do lote e a sua influência no desvio
da qualidade final do vinho. Neste parâmetro será avaliada a presença de:
. uva imatura;
. uva murcha;
. uva escaldada;
colheita em várias etapas;.
4. Presença de matérias estranhas:
As matérias estranhas constituem todos aqueles elementos que não podem ser
classificados como uva e porventura são encontrados nas caixas. Neste parâmetro
será avaliada a presença de:
1. resíduos de pesticidas (principalmente calda bordalesa);
2. folhas;
3. uva seca;
4. outros;
.
5. Ausência de odor ácido, avinagrado
6.Caixas plásticas limpas e furadas
7.Se as uvas estão aprovadas para vinificação
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" >-Figura 19: Descarregamento (uva na garola), Cooperativa Vinícola Aurora, 16/02/2006.
Cõõp:VinlcolA'AUrD~A Ltda - MatrizRua Olavo Bllji'c.ario Cidade AltaFone (54)455-2000 Fax (54)455-2001
ÇGC 87.547.188/0001-70 TE.010/000057E95700-000 Bento Goncalvee ~
51 te htt~: / /WWW.vin1colaaurora..com.bI
PLACA: JFF2525 NOTA; 01/400003 PRODUTOR:
VARIEDADE; 110 CABERNET SAOVIGNON CAIXAS: 20 CAD.VITICOLA: OI1~7!OO:
DATA E~TP~DA: 02/01/2006DATA SALDA: 02/01/2006
HORA ENTRADA: 16:17:41HOR~ SALDA: 16:21:31
PESO NA ENTR/\r.:,'\:
PESO NA SALDAPESO LIQUIDJ
4 , 600 KC4.1Gl> :<.l
440 K(--------------------------------------------.-.--------------.-----.---
.' DATA DA COLHEITA: 02/01/2C<:>6 ENTREGA C?E CRONOGRAMA Sllr.(X) Nao, ~
CAIXAS FLAS:rCAS LIMPAS Sim(X) Nao( )
~.:JSENCIA DE ?ODR::10ESNO CACHO:MATURAÇAO UNIFOR!1E:BAGAS INTEGRAS LIVRES PROD.QUIMJCOS:AJSENCIA DE FOLHAS E GA~HOS:AJSENCIA DE ODOR ACIDO, AVINAGRADO:
"A(X) E( ) C( )A(X) E( ) C( >A(X) E( ) C( )A( ) BOO C( )A( ) B( ) C(X)
~P20.VADO PARA VINIF:CACAO: Sim(X) Nao ( )
OBSERVACOES:NnTINHA P.~. TESTE
GAROLP. -> :1 GRAU BABO ~EDlDO -> 17
Figum 20: Nota de recebimento e classificação da uva
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5.6. Atividades de escritório
Entre as atividades de escritório, o estagiário teve participação nas reuniões do
Setor Agrícola, controle e cadastro dos produtos fitossanitários usados pelos associados,
elaboração de planilhas de campo e elaboração de apresentações para o Projeto Vinhos
Top.
Era comum acontecer reuniões do Setor Agrícola, onde se reunia todo pessoal
técnico do setor agrícola, para planejar e discutir o andamento da safra, em termos de
como estava a produção e qualidade da uva produzida.
Reuniões onde eram discutidas as Normas de Safra, documento entregue aos
produtores indicando todos os padrões de colheita e recebimento de uva, assim como o
dia da semana e local que deveria ser entregue cada variedade de uva.
Reuniões para discutir e apresentar projetos, como por exemplo, o Projeto
Vinhos Top e o Projeto de pesquisa de comparação e regionalização dos vinhedos, com
parceria da EMBRAP A.
Houve reuniões para definir metodologia de coleta e análise da uva, que seria
feito em vinhedos selecionados, para fazer o acompanhamento mais detalhado da
maturação da uva.
Em todas as reuniões houve a presença do estagiário, que teve a oportunidade de
participar e dar opiniões a respeito dos temas discutidos.
No escritório também foi feito pelo estagiário o controle dos produtos
.
fitossanitários. Durante os meses de janeiro e fevereiro os associados entregavam na
Cooperativa a Planilha de Aplicação de Defensivos, na qual deviam registrar todos os
produtos utilizados no vinhedo, data de aplicação, dose aplicada e variedade de uva.
Esta Planilha de Aplicação é uma forma de controle adotada pelo Setor Agrícola
para monitorar se os produtos aplicados estão de acordo com o recomendado e
registrado para cultura, bem como, verificar se a dose que está sendo aplicada é a
indicada.
Os associados entregavam as planilhas ao estagiário que as cadastrava e
verificava se os produtos e doses aplicadas estavam corretas, de acordo com os produtos
registrados pelo Ministério da Agricultura. Em caso de alguma irregularidade o
estagiário deveria informar aos técnicos.
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o estagiário também foi responsável por elaboração de planilhas de campo, com
o objetivo de facilitar e organizar as informações das visitas técnicas. Planilhas na qual
eram descritos o nome do associado, localidade, variedade de uva, data, grau
glucométrico da uva e avaliação geral do vinhedo (fig. 6). Também uma planilha para o
controle das visitas técnicas, onde era pego a assinatura dos associados, registrando a
presença dos técnicos no campo.
A elaboração de duas apresentações no formato Power P.oint, também foi
realizada pelo estagiário. As apresentações eram a respeito do Projeto Vinhos Top e
Qualidade de uva, que serão utilizadas pelo EngOAgrônomo chefe do Setor Agrícola
como um modelo para a apresentação dos projetos.
No escritório do Setor Agrícola foi cedida ao estagiário uma mesa de trabalho
para quando não estivesse trabalhando no campo. Diariamente, o setor recebia a visita
dos produtores, que vinham em busca de assistência técnica, para tirar dúvidas a
respeito da incidência de doenças no parreiral, normas de safra e recebimento de uvas.
o estagiário pode ter contato direto com os produtores rurais, auxiliando na medida do
possível.
5.8. Outras atividades
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Durante o período de estágio também ocorreu a ,oportunidade do estagiário
participar de visitas ao Centro Tecnológico de Viticultura, onde encontra-se uma grande
quantidade de vinhedos de diferentes variedades e diferentes sistemas de condução e
manejo. A área é destinada a pesquisa da própria C00perativa e ao desenvolvimento de
novas tecnologias em viticultura. A visitas foram com o objetivo de avaliar as condições
do vinhedo quanto a fitossanidade e coletar alguns cachos para análise.
o estagiário participou de um dia de campo e uma palestra na EMBRAP A- Uva
e Vinho localizada em Bento Gonçalves. Esses eventos contaram com a participação
dos técnicos das principais Vinícolas da região.
O dia de campo tratou a respeito de novas variedades de uva, entre elas: BRS
Rúbea, BRS Lorena e BRS Violeta. Essas variedades destinadas a elaboração de sucos e
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vinho de mesa apresentam diferencial quanto a resistência a doenças, maior teor de
açúcar, aroma, coloração e produtividade.
A palestra tratou a respeito do controle da Pérola-da- Terra. Praga que está sendo
um grande problema para viticultura e que nos últimos anos tem aumentado sua
dispersão consideravelmente, causando muitos danos à cultura.
Fora da época do estágio, mas que tem relação com o local de realização do
mesmo, o estagiário participou do Evento Vitis Aurora, nos dias. 08/12/25005 até
10/1212005. Neste evento anual são divulgados aos produtores de toda região as novas
tecnologias em viticultura, além de palestras a respeito do tema.
O estagiário também participou de um curso de Higienização das Cantinas de
Vinho, realizado dentro da própria Cooperativa, fazendo anotações e passando para o
setor agrícola as informações coletadas.
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6. Conclusão
A realização do estágio na área de Viticultura, na Cooperativa Vinícola Aurora
Ltda., foi de extrema importância para o avanço dos conhecimentos técnicos do
estudante, contribuindo para sua formação profissional como Engenheiro Agrônomo.
O conhecimento da estrutura e funcionamento de uma Cooperativa de grande
porte, bem como, as diversas experiências adquiridas durante a assistência técnica aos
produtores servirá de ferramentas para atuação como profissional, auxiliando para o
desenvolvimento de seu futuro local de trabalho.
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7. Análise crítica
A realização do estágio foi uma oportunidade única, que serviu para enriquecer
os conhecimentos adquiridos durante a Faculdade de Agronomia da UFRGS. Abaixo
serão abordados alguns pontos positivos e negativos a respeito do mesmo:
Pontos Positivos
.
. o contato com os produtores ruraIS a campo, através das visitas técnicas,
proporcionou uma soma de experiências técnicas e de vivência para o estudante.
. o estudante pode aprender como funciona, na prática, a assistência técnica
agronômica. Aprendendo a se comunicar com os produtores quando se faz uma
visita técnica.
. Bom relacionamento de trabalho e recepção por parte do pessoal da Cooperativa,
principalmente do setor agrícola, no qual o estagiário pôde dar opiniões a
.respeito dos diversos assuntos.
Oportunidade de testar os conhecimentos adquiridos durante a Faculdade de
.Agronomia da UFRGS.
Contato com a realidade de trabalho e o modo de aplicação das técnicas
agronômicas, na prática.
. Oportunidade de conhecer a estrutura e funcionamento de uma grande
Cooperati va.
. Ampliação do conhecimento e experiências relacionadas à Ciência Agronômica.
Pontos Negativos
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. Período de estágio muito curto. O ideal sena ter feito por mais tempo,
acompanhando todo manejo e recomendações ao longo do ciclo vegetativo da
videira, não apenas na fase final, de maturação e colheita.
. O estágio poderia ser realizado pelos estudantes com maior antecedência, isto é,
mais no início do curso de Agronomia.
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8. Referências bibliográficas
. Bellé, Valdemir et aI. A videira. Informativo técnico. Bento Gonçalves:
Cooperativa Vinícola Aurora Ltda., 2002. 23 p.
. EMA TERJRS-ASCAR. Recomendações para o manejo das doenças fúngicas
e pragas da videira. Porto Alegre: EMA TER/RS-ASCAR; Embrapa Uva e
Vinho, 2003.72 p.
. EMBRAPA-CNPUV. Capacitação Técnica em Viticultura. Disponível em
http://www.cnpuv.embrapa.br. acesso em 14/04/2006.
. FEE (Fundação de Economia e Estatística) - Dados estatísticos do Rio Grande
do Sul. Disponível em http://www.fee.tche.br. acesso em 13/04/2006.
. Guerra, Celito Crivellaro et aI. Conhecendo o essencial sobre uvas e vinhos.
Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2005. 67 p.
. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - Censo Agropecuário.
Disponível em http://www.ibge.gov.br. acesso em 14/04/2006.
. Kuhn, Gilmar Barcelos et aI. O cultivo da videira: informações básicas.
2.ed.ver. Bento Gonçalves, EMBRAPA-CNPUV, 1986. 42p.
. Sousa, Julio Seabra Inglez et aI. Uvas para o Brasil. Piracicaba: FEALQ, 1996.
791 p.
. Streck, Edemar Valdir et aI. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre:
EMA TER/RS; UFRGS, 2002. 108 p.
56
variedade Grau
ANCELLOTTA 18
ARILOBA 16
BACARINA OU OTHELO 15
BONARDA 17
BORDO 14
CABERNET FRANC 18
CABERNET SAUVIGNON 18
CARMENERE 18
CHARDONNAY 17
CONCORD 14
COUDERC 16
COUDERC13 16
EGIODOLA 16
FLORA 19
FRENCH COLOMBARD 15
GAMAY 15
GEWURZTRAMINER 16
HERBEMONT 16
SABEL 16
_ORENA 18
AALBEC 17
MLVASIA 16
~ALVASIA BIANCA 16
1ARZEMINA 17
IERLOT 18
10SCATO ALEXANDRIA 15
OSCATO BRANCO 15
OSCATO BRANCO R21TALlA 16
OSCATO GIALLO 16
DSCATO HAMBURGO 16
variedade Grau
MOSCATO HIBRIDO 106-378 16
MOSCATO HIBRIDO 106-93 16
MOSCA TO NAZARENO 15
NIAGARA BRANCA 15
NIAGARA ROSADA 15
PETIT SYRAH 16
PEVERELA 16
PINOT BLANC 16
PINOT NOIR 16
PINOTAGE 18
PROSECCO 15
RIESLlNG ITALlCO 16
RIESLlNG RENANO 16
RUBEA 14
RUBICABERNET 17
SANGIOVESE 17
SAUVIGNON BLANC 17
SEIBEL 18
SEIBEL 10096 18
SEIBEL 5455 18
SEMILLON 16
SEYVE VILLARD 12375 16
SEYVE VILLARD 18402 16
SEYVE VILLARD 5276 16
TANNAT 1845 18
TEMPRANILLO 17
TREBIANO 16
VERNACCIA 17
ZEPERINA 18
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I
-ANEXO A - TABELA DE GRAU DE REFERÊNCIA POR VARIEDADE
Tabela de Grau Referência por Variedade
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Descrição da AmostraCA31A5 CA41A7
Produtor Rene Cusin Celino RigonVariedade Merlot MerlotLocalidade Monte Belo Pinto BandeiraPorta-enxerto P1103 P1103Condução Latada LatadaData da colheita 13/fev 13/fevEstado sanitário Verde Alguns grãos podresData de recebimento 14/fev 14/fevAnálise u.d.m
Acidez Total g/L 8,26 6,53Acidez Volátil g/L 0,05 0,08Ácido Cítrico mg/L - -Ácido Gluconico g/L 0,00 0,00Ácido Málico g/L 4,13 3,22Açúcares Redutores g/L 173,61 185,11Álcool Potencial %vol. 10,2 10,9 - -APA mg/L 196,97 215,82
Babo g/100L 15,8 16,6
Densidade g/L 1,0798 1,0844pH - 3,21 3,49
Potássio g/L 1,51 1,99
Ipt - 32,8 46,9Antocianos mg/L 651,3 994,1420 nm 2,57 4,98520 nm 6,42 13,87620 nm 1,16 2,11Intensidade - 8,99 18,85 - -Tonalidade - 0,40 0,36 - -
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1
ANEXO B - RELATÓRIO DE ANÁLISE DA UVA
Relatório de Análise Uva
W 04/2006
Empresa: Cooperativa Vinícola Aurora Ltda.Data: 14/02/2006
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