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Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa de Pós-graduação em Produtos Bioativos e Biociências Juliana Silva Nascimento De Novais Caracterização da matéria prima vegetal e atividade biológica das folhas de Senna alata (L.) Roxb. Em acessos na caatinga (BA) e restinga (RJ), Brasil MACAÉ-RJ, 2017

Juliana Silva Nascimento De Novais Caracterização da

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Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa de Pós-graduação em Produtos Bioativos e Biociências

Juliana Silva Nascimento De Novais

Caracterização da matéria prima vegetal e atividade

biológica das folhas de Senna alata (L.) Roxb. Em acessos

na caatinga (BA) e restinga (RJ), Brasil

MACAÉ-RJ, 2017

Universidade Federal do Rio de Janeiro Programa de Pós-graduação em Produtos Bioativos e Biociências

Juliana Silva Nascimento De Novais

Caracterização da matéria prima vegetal e atividade

biológica das folhas de Senna alata (L.) Roxb. Em acessos

na caatinga (BA) e restinga (RJ), Brasil

Dissertação a ser apresentada pela aluna Juliana Silva

Nascimento de Novais ao Programa de Pós Graduação

em Produtos Bioativos e Biociencias, da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Campus UFRJ Macaé, como

requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em

Ciências.

Orientador: Prof Dr Gilberto Dolejal Zanetti

Co-orientação: Prof. Drª Elaine dos Anjos da Cruz da

Rocha

Macaé, RJ 2017

CARACTERIZAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA VEGETAL E ATIVIDADE

BIOLÓGICA DAS FOLHAS DE SENNA ALATA (L.) ROXB. EM ACESSOS

NA CAATINGA (BA) E RESTINGA (RJ), BRASIL

Juliana Silva Nascimento de Novais

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Produtos Bioativos e Biociencias da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Ciências.

Aprovada em 30 de Outubro de 2017.

_______________________________________________ Prof Dr Arídio Mattos Junior

_______________________________________________

Prof Dr Edison Luis Santana de Carvalho

_______________________________________________ Prof Dra Michelle Frazão Muzitano

________________________________________________

Orientador: Prof Dr Gilberto Dolejal Zanetti

_______________________________________________ Coorientadora: Profa Dra Elaine dos Anjos da Cruz da Rocha

Macaé, RJ 2017

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me presenteado com o dom da vida. Gostaria de agradecer a diversas pessoas pela ajuda, apoio, contribuição,

atenção e paciência, sem os quais tornaria a realização desse trabalho imensamente árduo. Estas são:

Meu esposo, por apoiar, participar e está sempre disposto a me ajudar em uma participação direta na concretização dos meus sonhos. Pela paciência durante incontáveis horas em que tive que está no laboratório ou escrevendo durante madrugadas. Pelo amor que ameniza a dor e torna tudo possível.

À minha mãe e minha irmã pelo amor incondicional, pelas palavras doces e duras de amor e de encorajamento, por sempre se fazerem tão presentes mesmo a distância sendo um abismo.

Sou grata ao meu orientador Gilberto Zanetti por nunca escolher o caminho mais fácil ou conveniente, mas por sempre escolher o caminho certo. Por ter acreditado em mim quando eu própria não podia. Pelo carinho e amizade dispensados a mim. Por cumprir de maneira graciosa e exemplar o sentido da palavra “mentor” na sua definição mais completa. Pela sua brilhante capacidade científica. Pela sua incansável dedicação no desenvolvimento da carreira de cada um dos seus alunos. Pelas suas aulas que iam além do assunto proposto, de forma didática e interessante. Pelo exemplo de inspiração.

Agradeço também a minha coorientadora Elaine da Rocha, por generosamente abrir as portas do seu laboratório e compartilhar seu conhecimento e recurso no desenvolvimento desse trabalho. Por ter me abraçado e por não ter medido esforços em me ajudar e apoiar. Por não olhar simplesmente naquilo que se investiga, mas se preocupar de forma generosa com quem está investigando. Pelo exemplo de paciência, sabedoria e liderança.

Aos técnicos e amigos do Instituto de ciência e tecnologia de Macaé, em especial, Jobert e Jéssyca, que foram sempre presentes durante esses anos e me ajudaram no desenvolvimento desse trabalho.

Aos docentes, Denise, Edison e Michelle, por me ensinarem que além de cérebros brilhantes haviam corações generosos e dispostos a ajudar. Por toda auxílio, conselhos e apoio no desenvolvimento desse estudo. Ao professor Arídio que aceitou contribuir com esse trabalho.

Agradeço universidade de Taubaté em especial a colaboração da professora Josseara Beralto, que mesmo sem me conhecer me apoiou no que foi preciso para concluir os experimentos.

A equipe da secretaria de coordenação do PRODGRADBIO, principalmente, a Andreia e o Leonardo pela atenção, paciência e carinho.

Enfim a todas as pessoas que contribuíram direta e indiretamente na realização desse trabalho e que porventura tenham sido omitidas, meus sinceros agradecimentos.

RESUMO

NOVAIS, Juliana Silva Nascimento. Caracterização da Matéria prima vegetal e atividade biológica das folhas de Senna alata (L.) Roxb. em acessos na caatinga (BA) e restinga (RJ), Brasil. Macaé, RJ, 2017. Dissertação (Mestrado em ciências) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Macaé, 2017.

Senna alata (L.) Roxb. é uma leguminosa arbustiva da família Fabaceae introduzida na caatinga e na restinga do Brasil. Essa espécie possui utilização tradicional para fins medicinais o que motivou este estudo que visa caracterizar as folhas e identificar, comparativamente, as atividades biológicas de Senna alata (L.) Roxb. em acessos na caatinga (BA) e restinga (RJ). Após a coleta, o material foi desidratado e levado a pó. Obtiveram-se extratos etanólicos a 40 % por maceração e, este extrato bruto seco, foi resuspenso em diferentes solventes de acordo com o ensaio a ser realizado. Optou-se pelo extrato etanólico a 40 % uma vez que os acessos apresentaram maior teor extrativo nesta concentração de solventes. As folhas nos dois acessos apresentaram morfo-anatomia semelhante pelas técnicas farmacopeias, destacando-se como marcador os tricomas tectores e a presença de estômatos nas duas faces da epiderme. Também se obteve resultados de pureza satisfatórios aos padrões farmacopeicos. Detectou-se flavonoides, saponinas hemolíticas, antraquinonas e mucilagem para os dois acessos e taninos apenas no acesso da restinga. O teor total de polifenois e de flavonoides foi semelhante nos dois acessos. O perfil cromatográfico foi obtido em cromatoplacas de sílica gel com sistema eluente constituído por hexano: acetato de etila (1:1) e vanilina sulfúrica mantida a 100º C por 5 minutos como agente cromogênico, revelando 2 bandas semelhantes para os acessos. A determinação da atividade antibacteriana por bioautografia demonstrou que os dois acessos inibiram o crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. A atividade alelopática frente a diásporos de Lactuca sativa demonstrou potencial alelopático em extratos nas concentrações a partir de 0,5 %, sujerindo atividade inseticida e herbicida.

O extrato dos acessos não demonstrou citotoxidade nas concentrações 50 e 100 μg/mL

pelo método de {brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil tetrazólio]}, nas concentrações testadas. A atividade anti-inflamatória avaliada pela dosagem de óxido nítrico e fator de necrose tumoral alfa por células intraperitoneais de camundongo Swiss, induzido por lipopolissacarídeo e o polissacarídeo Zymosan. Observou-se um potencial efeito anti-inflamatório sobre macrófagos peritoneais quando estimulados com lipopolissacarídeo e tratados com os 2 acessos na concentração 100 µg/mL, e em macrófagos estimulados por Zymosan, após tratamento a partir de 50 µg/mL do acesso caatinga e 100 µg/mL do acesso restinga. Os extratos apresentam baixa toxidez aguda via intraperitoneal em camundongos Swiss, com concentração letal de 40 e 60 g/kg nos acessos da caatinga e restinga, respectivamente e os níveis de lactato desidrogenase mantiveram-se normais. Os resultados obtidos foram semelhantes para os acessos de Senna alata na caatinga e restinga, sendo que os extratos estudados revelaram baixa toxidez e resultados promissores nas atividades biológicas testadas, conferindo para as folhas de à Senna alata potencialidade real no desenvolvimento de um fitoterápico. Palavras chaves: Fabaceae; Senna alata; Farmacobotânica; Plantas medicinais; Atividades biológicas; Anti-inflamatório; Toxidez; Citotoxidade.

ABSTRACT

NOVAIS, Juliana Silva Nascimento. Characterization of vegetable raw materials and biological activity of the leaves of Senna alata (L.) Roxb. in access in the caatinga (BA) and restinga (RJ), Brazil. Macaé, RJ, 2017. Dissertation (master of science)-Federal University of Rio de Janeiro, Macaé, 2017.

Senna alata (L.) Roxb. is a shrubby legume of the Fabaceae family introduced in the caatinga and the restinga areas of Brazil. This species is traditionally used for medicinal purposes. Therefore this study aims to compare the characterization and identification of leaves, the biological activities of Senna alata (L.) Roxb. in access from the caatinga (Bahia) and restinga (Rio de Janeiro). After collection, the material was dehydrated and taken to dust. Ethanolic extracts were obtained at concentration of 40% by maceration. This crude extract, was ressuspended in various solvents according to the test being performed. We opted for the 40% ethanolic extract once the hits presentedthe most extractive content in this concentration of solvents. The leaves showed morpho-anatomy by using Pharmacopoeias techniques, including tectores and estomatic trichomes types. It was also observed satisfactory results of purity according to Pharmacopeia standards. It were detected flavonoids, haemolytic saponins, anthraquinones and mucilage for both access and tannins only in resting access. The total content of polyphenols and flavonoids was similar both accesses. The chromatographic profile was retrieved from cromatoplates of silica gel with eluent system of hexane: ethyl acetate (1:1) and sulfuric vanillin at 100 ºC for 5 minutes as chromogenic agent, revealing two similar bands to both accesses. The determination of antibacterial activity obtained by bioautography showed that the two approaches accesses inhibited the growth of Staphylococcus aureus and Escherichia coli. Alelopatic activity, were evaluated in Lactuca sativa diaspores and showed allelopathic potential in extracts at concentrations of 0.5 %, which suggested insecticide and herbicide activity. The cytotoxic potential was evaluated by {bromide [3-(4.5-dimetiltiazol-2yl)-2.5-diphenyl tetrazolium]} and both accesses were not cytotoxic at tested concentrations. The in vitro anti-inflammatory activity was evaluated by determination of nitric oxide and tumor necrosis factor alpha produced by intraperitoneais mouse cells induced by lipopolysaccharide and Zymosan polysaccharide. The results indicated that both accesses of Senna alata have an effective anti-inflammatory activity on peritoneal macrophages at 100 µg/mL after lipopolysaccharide stimulation. Using the Zymosan stimuli, it was observed an anti-inflammatory activity with 50 µg/mL of in the caatinga access and at 100 µg/mL of restinga access. The extracts feature low acute toxicity after intraperitoneal administration in Swiss mice, with lethal dose at 40 mg/kg and 60 mg/kg for access of the caatinga and restinga, respectively. The lactate dehydrogenase levels remained normal. The results were similar to those of Senna alata in caatinga and restinga, being extracts studied revealed low toxicity and promising results on biological activities tested, giving to the leaves of the Senna alata real capability in developing a phytotherapeutic. Key words: Fabaceae; Senna alata; Farmacobotânica; Medicinal plants; Biological activities; Anti-inflammatory; Toxicity; Cytotoxicity.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Aspecto geral de Senna alata (L.) Roxb..................................................................... 23

Figura 2 Estruturas químicas encontradas em Senna alata (L.) Roxb...................................... 25

Figura 3 Estrutura química básica da antraquinona.................................................................. 25

Figura 4 Transformação de {brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil tetrazólio]} (MTT) em { E, Z- 1- (4,5-dimetiltiazol-2-il) -1,3-difenilformasan } (Formasan)............ 31

Figura 5 Aspecto geral das folhas de Senna alata (L.) Roxb.................................................... 53

Figura 6 Venação da folha de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga................................... 54

Figura 7 Venação da folha de Senna alata (L.) Roxb. acesso restinga.................................... 55

Figura 8 Aspecto geral das folhas desidratadas de Senna alata (L.) Roxb.............................. 55

Figura 9 Secção paradérmica da lamina foliar de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga..... 56

Figura 10 Secção paradérmica da lamina foliar de Senna alata (L.) Roxb. acesso restinga...... 57

Figura 11 Glanulometria por tamisação das folhas em pó de Senna alata (L.) Roxb................. 61

Figura 12 Reta obtida a partir da curva padrão de ácido gálico no ensaio de quantificação de fenolicos totais de Senna alata (L.) Roxb. nos acesso caatinga e restinga................ 68

Figura 13 Gráfico obtido a partir da curva de calibração realizada com rutina na obtenção do teor total de flavonoides nos extratos das folhas de Senna alata (L.) Roxb. nos acessos caatinga e restinga........................................................................................

69

Figura 14 Representação do perfil cromatográfico obtido para os extratos etanólicos a 40 % a partir das folhas de Senna alata (L.) Roxb., sobre cromatofolhas de sílica gel G 60 F254.......................................................................................................................

71

Figura 15 Germinabilidade (%) de Lactuca sativa L. frente extratos de Senna alata (L.) Roxb. obtidas na caatinga (A) e na restinga (B) nas concentrações de 0,5, 1 e 2 %.................................................................................................................................

74

Figura 16 Teste de viabilidade do extrato de Senna alata (L.) Roxb. das soluções extrativas dos acessos catinga e restinga nas concentrações de 50 µg/mL e 100 µg/mL em macrófagos pelo método de 3-(4,5dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil tetrazolio................... 76

Figura 17 Inibição da citocina TNF-α após tratamento com extrato hidroetanólico de Senna alata (L.) Roxb, caatinga e restinga, das células RAW-264-7, estimuladas com LPS 78

Figura 18 Produção de óxido nítrico os grupos tratados com Senna alata(L.) Roxb.................. 79

Figura 19 Inibição da citocina TNF-α após tratamento com extrato hidroetanólico de Senna alata (L.) Roxb. caatinga e restinga, das células RAW-264-7, estimuladas com Zymosan...................................................................................................................... 81

Figura 20 Produção de NO nos grupos tratados com Senna alata (L.) Roxb. nos acessos de restinga e caatinga...................................................................................................... 82

Figura 21 Potencial tóxico de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga e restinga..................... 83

Figura 22 Liberação da LDH em soro sanguíneo de camundongos Swiss tratados com extratos de Senna alata (L.) Roxb............................................................................... 84

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Microorganismos utilizados nos ensaios de bioautografia........................................ 39

Tabela 2 Características macroscópicas das folhas de Senna alata (L.) Roxb....................... 54

Tabela 3 Características microscópicas em das folhas de Senna alata (L.) Roxb. nos acessos restinga e caatinga......................................................................................

56 Tabela 4 Descrição macroscópica e organoléptica das folhas em pó de Senna alata (L.)

Roxb............................................................................................................................ 60

Tabela 5 Determinação físico-química referente à pureza das folhas de Senna alata (L.) Roxb............................................................................................................................ 63

Tabela 6 Determinação do teor extrativo dos extratos hidroetanólicos obtidos a partir das folhas de Senna alata (L.) Roxb..................................................................................

64 Tabela 7 Triagem fitoquimica dos extratos etanólicos a 40% obtidos a partir das folhas de

Senna alata (L.) Roxb. dos acessos restinga e caatinga............................................ 65

Tabela 8 Conteúdo de fenólicos totais de Senna alata caatinga e restinga em mg de ácido gálico/g por amostra....................................................................................................

68 Tabela 9 Conteúdo de flavonoides totais de Senna alata caatinga e restinga em mg de

rutina/g por amostra.................................................................................................... 70

Tabela 10 Tabela 10 Halos de inibição obtidos em bioautografia dos extratos de Senna alata (L.) Roxb., acesso caatinga e restinga, frente a Staphilococcus aureus e Escherichia coli........................................................................................................... 73

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A3P Programa da agenda ambiental na administração pública

AAs Ácido acetilsalicílico

AcOEt Acetato de Etíla

AINEs Anti-inflamatórios não esteroidais

AIEs Anti-inflamatórios esteroidais

ANOVA Análise de variância

ARMDS Antirreumáticos modificadores da doença

AVC Acidente vascular cerebral

Ca Caatinga

CCD Cromatografia de camada delgada

CEUA Comissão de ética no uso de animais

CONAMA Conselho nacional do meio ambiente

CP Controle positivo

DC Células dendríticas

DL50 Dose letal de 50 %

DMSO Dimetilsufoxido

DMSO-c Dimetilsulfoxido completo

EtOH Etanol

FMS Fenazina metosulfato

IE Índice estomático

Ig Imunoglobulina

IkB Inibidor de Kappa B

IL-2 Imugnoglobina 2

I.p Intra peritoneal

LDH Lactato desidrogenase

LES Lúpus eritematoso sistêmico

LPS Lipopolissacarideo

MTS Tetrazólio

MTT {Brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2il)-2,5-difenil tetrazólio]}

NAD Difosfopiridino nucleotídeo

NF-KB Fator nuclear kappa B

NO Óxido nítrico

OMS Organização mundial da saúde

PA Padrão analítico

PIB Produto interno bruto

PBS Tampão fosfato salino

PNPMF Programa nacional de plantas medicinal e fitoterápico

PNPIC Política nacional de práticas integrativas e complementares

Re Restinga

Rf Fator de retenção

PRRs Receptores de reconhecimento padrões

SUS Sistema único de saúde

TNFα Fator de necrose tumoral-alfa

UFC Unidade formadora de colônia

UV Ultra violeta

XTT 2,3-bis (2-metoxi-4nitro-5-sulfofenil)-5-[(fenilamino)carbonil]-2H-hidróxido de

tetrazólio

Zy Zymosan

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14

1.1 Caatinga x Restinga ............................................................................... 18

1.2 Família Fabaceae .................................................................................. 19

1.3 Senna alata (L.) Roxb. ........................................................................... 22

1.4 Emprego medicinal de Senna alata (L.) Roxb. ....................................... 23

1.5 Substâncias químicas no gênero Senna e Senna alata (L) Roxb. .......... 23

1.6 Atividades biológicas .............................................................................. 26

1.6.1 Atividade antimicrobiana em bioautografia ...................................... 27

1.6.2 Alelopatia: interferências sobre comunidades vegetais.................... 28

1.6.3 Atividade citotóxica pelo método MTT ............................................. 30

1.6.4 O processo inflamatório e o estimulo por lipopolissacarídeo (LPS) e

zymosan (Zy) ....................................................................................................... 31

1.6.5 Toxidez aguda ................................................................................. 35

1.7 A importância de estudos sobre Senna alata como medicinal ................ 36

2. OBJETIVOS ................................................................................................ 38

2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 38

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 38

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 39

3.1 Material vegetal ...................................................................................... 39

3.2 Solventes, reagentes e substâncias referência utilizadas ...................... 39

3.3 Micro-organismos .................................................................................. 39

3.4 Cultura de Macrofagos ........................................................................... 39

3.5 Animais .................................................................................................. 40

3.6 Análise morfo-anatômica das folhas de Senna alata .............................. 40

3.6.1 Análise Morfológica ......................................................................... 40

3.6.2 Análise Anatômica ........................................................................... 41

3.7 Determinação do teor de extrativos ........................................................ 42

3.8 Análise físico-química das folhas pulverizadas de Senna alata .............. 43

3.9 Análise fitoquímica dos extratos das folhas de Senna alata ................... 44

3.9.1 Determinação do pH dos extratos ................................................... 45

3.9.2 Determinação de antraquinona ........................................................ 45

3.9.3 Determinação de saponinas ............................................................ 45

3.9.4 Determinação de saponinas hemolíticas ......................................... 45

3.9.5 Determinação de flavonoides .......................................................... 46

3.9.6 Determinação de mucilagem ........................................................... 46

3.9.7 Determinação de taninos ................................................................. 47

3.9.8 Determinação do teor de polifenois totais ........................................ 47

3.9.9 Determinação do teor de flavonoides totais ..................................... 47

3.9.10 Perfil cromatográfico dos extratos em cromatografia de camada

delgada (CCD) ..................................................................................................... 48

3.10Determinação de atividades biológicas dos extratos das folhas de

Senna alata......... ............................................................................................... 48

3.10.1 Determinação da atividade antibacteriana ..................................... 48

3.10.2 Determinação da atividade alelopática .......................................... 49

3.10.3 Viabilidade celular pelo MTT .......................................................... 49

3.10.4 Avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro ............................. 50

3.10.5 Determinação da toxidez intraperitoneal aguda ............................. 51

3.11 Análise estatística dos resultados ........................................................ 52

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 53

4.1 Morfo-anatomia e caraterização organoléptica das folhas de Senna alata .

............................................................................................................... 53

4.1.1 Análise macroscópica ...................................................................... 53

4.1.2 Análise microscópica ....................................................................... 56

4.1.3 Análise macro-microscópica e organoléptica das folhas em pó ....... 59

4.2 Análise físico-química ............................................................................ 62

4.3 Determinação do teor extrativo .............................................................. 64

4.4 Triagem fitoquímica dos extratos ........................................................... 65

4.4.1 Determinação de polifenois totais .................................................... 67

4.4.2 Determinação de flavonoides totais ................................................. 69

4.4.3 Perfil cromatográfico em cromatografia de camada delgada ........... 71

4.5 Atividades biológicas .............................................................................. 73

4.5.1 Atividade antibacteriana .................................................................. 73

4.5.2 Atividade alelopática ........................................................................ 74

4.5.3 Viabilidade celular pelo método MTT ............................................... 76

4.5.4 Atividade anti-inflamatória in vitro com LPS ..................................... 77

4.5.5 Atividade anti-inflamatória in vitro com Zymosan ............................. 80

4.5.6 Toxidez aguda ................................................................................. 83

5. CONCLUSÕES ........................................................................................... 86

REFERENCIAS ............................................................................................... 88

14

1. INTRODUÇÃO

A valorização da medicina tradicional nos mais diferentes países

começou a ser mais estimulada quando a Organização Mundial de Saúde

(OMS), no ano de 1978, reconheceu e recomendou as plantas como

medicinais, como medida para minimizar a falta de medicamentos,

principalmente no atendimento primário à saúde (Akerelle, 1988; Gottlieb,

1993). A utilização de plantas com objetivos medicinais é bastante difundida

em todo o mundo. Na Alemanha, por exemplo, já no final do século passado,

70 % dos médicos em clínica geral prescreviam fitoterápicos (Blumentahl,

1998). No Brasil, conforme Veiga Junior (2008) as plantas medicinais são muito

utilizadas em diversas formas de tratamentos de saúde, apesar da

disponibilidade de medicamentos alopáticos. Sempre é ressaltado que há a

necessidade de aliar esse conhecimento popular a estudos científicos para

minimizar situações preocupantes que a falta de informações pode gerar, tanto

para a população quanto para a ciência, a exemplo dos possíveis efeitos da

automedicação (Ferreira et al., 2005; Aquino, 2008).

Em 2006, foram publicadas políticas governamentais voltadas para o

setor de plantas medicinais e, desde então, o governo federal do Brasil, em

parceria com um número elevado de prefeituras, têm estruturado programas

para o uso de fitoterápicos por meio do decreto 5813/2006, a exemplo da

Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicas (PNPMF), portaria

interministerial 2960/2008 e a Política Nacional de Práticas Integrativas e

complementares (PNPIC), portaria 971/2006, integrado ao Sistema Único de

Saúde (SUS). Essas iniciativas foram tomadas com o objetivo claro de

contribuir consideravelmente para o uso racional de fitoterápico, e na promoção

de ações efetivas que constitui na distribuição de medicamentos fitoterápicos.

Tais políticas trazem como diretrizes, dentre outras ações, o incentivo à

pesquisa sobre as plantas medicinais, priorizando a biodiversidade do país,

motivando as instituições de pesquisas e as indústrias farmacêuticas buscarem

estratégias para avançar etapas na obtenção de novos fitomedicamentos,

obedecendo ao controle de qualidade (Brasil, 2014; Brasil, 2016).

Existem requisitos de qualidade que a produção de medicamentos

obrigatoriamente obedece, os quais passam, por exemplo, pela avaliação dos

componentes empregados na sua produção. Para cumprir essas exigências, a

15

Farmacopéia Brasileira, inclui monografias de diversas plantas utilizadas como

medicinais destacando experimentos e as padronizações necessárias que

garantem minimamente a qualidade dessas plantas como drogas vegetais

numa linha de produção de medicamentos (Farmacopeia Brasileira, Ed. V,

2010).

Mais de 70 espécies vegetais que ocorrem no Brasil possuem

monografias publicadas na quinta edição da Farmacopeia Brasileira (2010),

onde são apresentados os critérios para definir a identidade, bem como pureza

e teor de constituintes químicos. Ressalta-se que a preparação de uma

monografia oficial sobre determinada planta medicinal exige estabelecer as

características botânicas, químicas, farmacológicas e toxicológicas, além de

estudos científicos mais detalhados, incluindo a analise morfo-anatômica, a

padronização química e testes de pureza nos procedimentos de fabricação de

um fitoterápico a partir de drogas vegetais (Simões e Schenkel, 2001; Maciel et

al., 2002; Veiga e Pinto, 2005; Brasil, 2014). As análises físico-químicas, por

exemplo, são procedimentos que aperfeiçoam a qualidade na produção de

medicamentos e, consequentemente, imprimem uma maior segurança na

qualidade na obtenção de um fitoterápico (Abifito, 2003; Brasil, 2014; Kroes,

2014).

O estudo farmacobotânico em conjunto com avaliações físico químicas,

contribui no controle de qualidade, padronização das composições química das

drogas, tornando o seu uso eficaz e seguro, pois é comum que espécies

distintas, pertencentes a diferentes famílias, sejam confundidas e empregadas

para um mesmo fim terapêutico pelo fato de apresentarem características

morfológicas semelhantes ou nome popular comum. Assim é que as análises

morfo-anatômicas fornecem subsídios que contribui na padronização dos

insumos e permitem a diferenciação entre as amostras, inclusive entre

espécies botanicamente próximas (Amaral et al., 2005; Kremer et al., 2005).

Por outro lado, tem-se de ter claro que o perfil químico e

consequentemente a atividade biológica de plantas medicinais pode ser

afetado pelas condições de cultivo, manufatura, comercialização e distribuição.

A biossíntese dos metabólitos secundários sofre variações em função de

diferenças fisiológicas, genéticas no qual se encontra o vegetal. Também,

horário de colheita, condições de armazenagem, secagem, métodos de

16

extração, a forma como é feito o processamento e o tipo embalagem interfere

no resultado final utilizada (Sahoo et al., 2010; Folashade et al., 2012).

Além de possíveis falsificações e equívocos com a droga vegetal que se

fará uso em uma pesquisa ou na linha de produção de um medicamento,

destaca-se que a época, local e condição em que uma droga é coletada são

fatores de suma importância no que se refere a quantificação de seus

metabólitos secundários. Estudos relatam que a quantidade e, às vezes, até

mesmo a natureza dos constituintes químicos ativos não é constante durante

todo o ano, nem em todos os locais em que a planta ocorre naturalmente ou é

cultivada. É comum o relato de variações sazonais no conteúdo de

praticamente todas as classes de metabólitos secundários. A temperatura, luz,

disponibilidade de água também estão diretamente envolvidos na composição

química das plantas (Grace, 1998; Hogedal, 2000; Agerbirk, 2001; Tattini,

2004; Voltolino e Santos, 2011).

Para garantir que os medicamentos disponíveis no mercado

farmacêutico sejam seguros e eficazes é necessário que estes cumpram as

normas técnicas para a produção e o controle de qualidade. Na indústria

farmacêutica, o controle de qualidade das drogas de origem vegetal é de

fundamental importância para garantir a qualidade do produto final, e,

consequentemente, do medicamento comercializado ao paciente. Além dos

ensaios para aprovação, todos os medicamentos devem passar também por

estudos de estabilidade, conforme determinado pela resolução RE nº 01 de 29

de julho de 2005 (Brasil, 2005; Oliveira, 2009). Nos procedimentos rotineiros de

análise

da qualidade, geralmente é preconizado o emprego de metodologias em

controle físico-químico e farmacobotânica, sendo necessária à correlação entre

os parâmetros analisados e a finalidade a que se destina o medicamento. O

controle de qualidade procura avaliar as drogas, quanto a identificação correta

(parte usada e espécie botânica), pesquisas qualitativa e quantitativa de

marcadores químicos (muitos deles, princípios ativos) e de impurezas e

falsificações, segundo as monografias das farmacopeias e publicações

científicas. Na ausência de parâmetros estabelecidos, padrões de drogas são

utilizados para comparação (Simões et al., 2001). Para isso são feitos muitos

tipos de teste tais como: índice de intumescência, densidade relativa, testes de

17

pureza e impurezas, teste de metais pesados, chumbo, umidade, perda por

secagem, cinzas totais, saponinas. Todos os procedimentos devem ser

realizados de acordo com os protocolos das farmacopeias e darão resultados

que devem ser padronizados para cada droga vegetal diante de suas

singularidades (Brasil, 2010).

O uso popular e mesmo tradicional não são suficientes para validar as

plantas medicinais como medicamentos eficazes e seguros (Simões et al.,

2001). Neste sentido, as plantas medicinais não se diferenciam de qualquer

outro produto sintético. Se a intenção é utilizar uma planta medicinal como

medicamento, ela deve ter sua ação comprovada e sua toxicidade potencial

avaliada cientificamente como qualquer outro medicamento (Brandão, et al.,

2006; Melo et al., 2007; Brandão et al., 2009a). Contudo, a partir do

estabelecimento dos parâmetros de qualidade para a matéria-prima, e

considerando-se um planejamento adequado e um controle do processo de

produção do produto final, a qualidade do medicamento estará, em grande

parte, assegurada. Portanto, a qualidade da matéria-prima vegetal é a

determinante inicial da qualidade do fitoterápico, mas não garante a eficácia, a

segurança e a qualidade do produto final (Oliveira, 2009). Ressalta-se ainda

que o controle de qualidade de drogas vegetais deve ser realizado em todas as

etapas que envolvem a produção das mesmas, como parte do cultivo racional

(solo, luminosidade, temperatura, irrigação), colheita e pós colheita,

embalagem e armazenagem adequadas, para que o produto final atenda aos

requisitos de qualidade para um medicamento (Brasil, 2005; Oliveira, 2009).

Questões como as descritas acima demarcam o quanto é importante

considerar tanto o manejo, como o local onde a planta é cultivada, por

constituírem determinantes importantes para garantir a qualidade, a eficiência e

a eficácia de um medicamento, podendo interferir diretamente na quantidade e

características dos metabolitos secundários presentes na planta (Souza et al.,

2010). Nesse sentido, este trabalho traz um estudo comparativo

farmacobotânico, físico-químico, fotoquímico e biológico de Senna alata (L.)

Roxb. de acessos da caatinga (BA) e da restinga do Brasil.

18

1.1 Caatinga x Restinga

O Brasil abriga vários biomas, como por exemplo, a restinga e a

caatinga. A Caatinga ocorre exclusivamente em território brasileiro, com

abrangência de 70 % da região nordeste e ainda parte de Minas Gerais,

totalizando 11 % do território nacional (Giulietti et al., 2003; Leal et al., 2003;

Araújo e Sobrinho, 2009). Na linguagem tupi, caatinga significa Mata Branca

(caa = Mata + tinga = branca). A razão para esta denominação reside no fato

dessa vegetação apresentar-se verde somente em pequenas épocas de chuva,

o que é raro. No restante do ano, a caatinga é vista sem folhas, normalmente

em vegetação baixa, o que permite que a vista penetre sem dificuldade até

grande distância, sobressaindo a cor clara dos caules que ficam

esbranquiçados na ausência da folhagem (Maciel et al., 2010).

Outras características peculiares das plantas da caatinga são

encontradas na presença de caules e raízes suculentas que armazenam água

e nutrientes, além do ciclo de vida dessas plantas que em geral é curto e

comumente há dormência nas sementes. Essas plantas, em grande número

são utilizadas pelos sertanejos como alimentos, remédios, plantas forrageiras e

fontes de madeira e de energia (Maciel et al., 2010; EMBRAPA, 2012).

Giulietti, 2003, afirmou que apesar desse bioma encontrar-se bastante

alterado, especialmente nas terras mais baixas, contém uma variedade de tipos

vegetacionais, com elevado número de espécies vegetais e remanescentes de

vegetação ainda bem preservada, que incluem um número expressivo de

táxons endêmicos.

Diferente da caatinga, em um espaço geográfico formado por depósitos

à linha da costa, onde se encontram diferentes comunidades que recebem

influência marinha, encontra-se a restinga. Essa vegetação está localizada ao

longo da faixa litorânea, na Zona Costeira (mais de 8,5 mil Km de extensão em

terras brasileiras), elas são marcadas por uma grande variedade de paisagens

que se repetem ao longo do litoral (EMBRAPA, 2012).

O CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) em 2002, na

resolução 3303/2002, art.2°, definiu restinga como:

19

Depósito arenoso paralelo a linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, também consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do substrato do que do clima. A cobertura vegetal nas restingas ocorre mosaico, e encontra-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivos e abóreo, este último mais

interiorizado. (CONAMA, 2002, resolução 3303/2002, art. 2°)

Assim é que a restinga pode ser encontrada como resultado de

diferentes fenômenos naturais, onde as principais formações deste bioma que

ocorrem no extenso litoral brasileiro encontram-se de São Paulo a Alagoas

(Amaral, 2008). Frequentemente faz-se referência ao fato das restingas no

Brasil apresentarem poucos endemismos, o que comumente é justificado pelo

fato das áreas da planície costeira ser relativamente recentes do ponto de vista

geológico (Rizzini, 1979; Araújo e Henriques, 1984, Silva, 1990). No Rio de

Janeiro, a restinga está formada a partir de sedimentos depositados pelo mar,

trazidos ou da plataforma continental ou por retrabalhado nos sedimentos

quem vem pelos rios depositados na praia (Silva, 1990).

Conforme autores como Irwin e Barneby (1982), citado por Rodrigues e

colaboradores (2005), apesar das variabilidades geológicas e climáticas,

existem espécies vegetais que são comumente encontradas tanto na caatinga

quanto na restinga, e outras espécies vegetais são introduzidas nestes biomas,

como é o caso de Senna alata. Essa coexistência em biomas diferentes

acarreta algumas peculiaridades à pesquisa, pelo fato de os vegetais

apresentarem características específicas de acordo o ambiente onde estão

inseridos (Souza et al., 2010).

1.2 Família Fabaceae

A família botânica Fabaceae é popularmente conhecida como

leguminosa, e constitui-se na terceira maior família de angiospermas, com

19325 espécies abrigadas em 727 gêneros (Lewis et al., 2005). É comum

encontrá-las em uma grande extensão do globo terrestre, principalmente em

regiões com condições tropicais de alta temperatura e umidade, estando

também presente em menor número nas regiões temperadas (Lima et al.,

1994). As leguminosas são reconhecidas por ser uma família de “múltiplo uso”,

o que provavelmente está relacionado com sua elevada diversidade em

20

espécies. O potencial econômico dessa família é amplamente conhecido, pois

muitas espécies fornecem madeiras, óleos e resinas de boa qualidade.

Produzem matéria prima para perfumes, tinturas e fármacos, sendo muitas

espécies utilizadas como ornamental. É comum também o consumo dos seus

frutos. Além disso, devido associação que fazem com bactérias capazes de

fixar nitrogênio, diversas espécies desta família são empregadas como adubo

natural (Lewis e Owen, 1989; Costa et al., 2008).

Uma particularidade das espécies que constituem a família Fabaceae

está na plasticidade de hábitos de crescimento, o que incluem ervas, lianas e

plantas arbustivas de diferentes tamanhos. O caule apresenta folha composta

ou recomposta e as suas flores são tipicamente chamativas para atrair

polinizadores, além disso, essa família é normalmente reconhecida devido a

presença de frutos com formato de vagem (Judd, 2002).

Para Fabaceae são reconhecidas as subfamílias: Caesalpinioideae,

Mimosoideae e Papilionoideae (ou Faboideae), conforme Lorenzi (2002) e Judd

(2002). Nesse trabalho destaca-se a subfamília Caesalpinoidea que possui

aproximadamente 154 gêneros e 2800 espécies, com ocorrências nas regiões

tropicais e subtropicais, principalmente na América do Sul, África tropical e

sudeste da Ásia, sendo pouco representada na América do norte e em outras

regiões temperadas (Cowan, 1981; Lewis, 1987; Lewis e Polhill, 1998, Judd,

2002). No Brasil foram catalogados aproximadamente 178 gêneros e

aproximadamente 1550 espécies (Barroso et al., 1978; Lorenzi, 2002).

De acordo com Lewis e Polhill (2005), existem 4 tribos atualmente

aceitas para Caepinoideae: Caesalpinieae, Cassieae, Cercideae e Detarieae. A

espécie vegetal que trata esse estudo, Senna alata, pertence a tribo Cassieae

que compreende seis gêneros (Apuleia, Cassia, Chamaecrista, Dialium,

Martiodendron e Senna) muito similares, principalmente Cassia e Senna,

(Lorenzi, 2002; Costa et al., 2008). Irwin e Barneby (1982) fizeram

diferenciações indispensáveis a serem observadas e incluídas nas chaves de

identificação para estes dois gêneros. Senna distingue-se de Cassia

principalmente pelos filetes retos, mais curtos ou até duas vezes o

comprimento das anteras, pelas anteras basifixas e pela presença de nectários

extraflorais na maioria das espécies. Por outro lado, Senna difere de

Chamaecrista principalmente pela ausência de bractéolas (excepcionalmente

21

presentes), pelo androceu zigomorfo e pelos legumes que podem ser

indeiscentes (Lorenzi, 2002).

O gênero Senna é monofilético e é o segundo maior gênero da tribo

Cassieae com aproximadamente 300 espécies de distribuição pantropical, das

quais cerca de 200 espécies são americanas (Irwin e Barneby, 1982; Lewis,

2005). No Brasil tem-se cerca 80 espécies, das quais, 26 ocorrem

exclusivamente neste país (Souza e Bortoluzzi, 2012). O trabalho realizado por

Irwin e Barneby (1982), o mais abrangente para o gênero, caracteriza o mesmo

pelas flores amarelas, normalmente assimétricas, sem bractéolas no pedicelo,

androceu heteromórfico e anteras basifixas, bem como folhas comumente com

nectários entre os pares de folíolos e frutos predominantemente indeiscentes.

Segundo Lewis e colaboradores (2005), o gênero possui muitas

espécies com propriedades medicinais. Outras têm sua madeira empregada na

construção civil ou como ornamental, no paisagismo e arborização de ruas,

parques e jardins, devido a grande beleza no período do seu florescimento

(Lorenzi, 2002). Varias espécies de Senna são utilizadas na medicina popular.

A maioria delas foi descritas e classificadas cientificamente pelos botânicos

Irwin e Barneby, Philip Miller (Mill), pelo médico e botânico escocês William

Roxburgh (Roxb.) e pelo alemão Carl Ludwig Willdenow (Will) também

botânico, médico e farmacêutico. Entre as espécies catalogadas por esses

autores, destaca-se S. alexandrina, S. corymbosa, S. didymobotrya, S. italica,

S. reticulata, S. spectabilis e S. sophera, todas com nome popular como sene,

fedegoso ou cássia. As folhas da maioria destas plantas citadas são utilizadas

como laxante por apresentar antraquinonas em sua constituição química

(Ibrahim e Osman, 1995; Khan et al., 2001; Somchit et al., 2003; Ordoñez et al.,

2004; Barrese et al., 2005; Plantamed, 2016).

Dentre estas espécies, há destaque para Senna alexandrina, também

cognominada de Cassia angustifolia, descrita pelo botânico inglês de origem

escocesa Philip Miller (Mill). Senna alexandrina é popularmente conhecida

como Sene, e é considerada como planta medicinal, com vasta utilização em

fitoterapia sendo prescrito para as atividades laxativa, purgativa e em

tratamento de constipação intestinal, além de possuir componentes que

auxiliam no combate de verme e alivio de flatulência. Nativa no Egito, onde é

cultivada comercialmente, S. alexandrina também cresce em vários outros

22

locais do oriente, no entanto o potencial dos seus constituintes químicos não se

revela quando cultivado fora das condições climáticas adaptativas (Blumenthal

et al., 1998; Heber, 2004; ANVISA, 2016).

1.3 Senna alata (L.) Roxb.

Senna alata (L.) Roxb. (Figura 1), pertence à família Fabaceae. Nativa

do norte da América do Sul, essa espécie vegetal se tornou cosmopolita

tropical, com vasta distribuição geográfica na África, Ásia, além de toda a

América tropical, onde é cultivada desde os Estados Unidos da América até a

Argentina. Esta planta é também conhecida pela sinonímia de Cassia alata, e

possui denominações populares como alcapulco, “fedegoso gigante”,

“fedegosão (ao odor dessa espécie que não se compara a nenhum outro,

considerando Suigeneres)”, “mangerioba-do-pará”, “mangerioba-grande

(devido quando torradas são utilizadas no preparo de uma bebida semelhante

ao café)”, “mata-pasto-grande (sugestivo ao potêncial contaminante em áreas

de pastoreiro)”, “café-beirão”, “candelabro amarelo e dartrial” (Irwin e Barneby,

1982; Nascimento e Queiroz, 2012; Souza e Bortoluzzi, 2012). Constitui-se

uma espécie perene e arbustiva muito frequente dentro e no entorno de

cidades, ocorrendo naturalmente em áreas de pastagens, beira de estradas e

terrenos baldios, preferencialmente em lugares úmidos, havendo tendência a

formação de estandes puros (Souza F., 1995; Lorenzi, 2000). A planta

apresenta caule fino com circunferência no nível do solo de 34,2 cm, com 2 m

de altura e copa esgalhada e espalhada em todas as direções, algumas vezes

muito ramificada a partir da base. Trata-se de uma planta pioneira e perene de

crescimento rápido declinando o seu desenvolvimento após 2-3 anos de

estabelecimento no local (Irwin e Barneby, 1982; Rodrigues et al., 2005; Souza

e Bortoluzzi, 2012).

Em geral é tratada como uma planta daninha, constituindo-se em um

problema de ordem bioeconômica a limitar o desempenho produtivo e a

rentabilidade da atividade agrícola (Rodrigues et al., 2009). Contudo, por outro

lado, tem uso etnofarmacológico como já descrito neste trabalho e ainda,

conforme Viana e colaboradores (2008) e Medeiros e colaboradores (2011)

esta planta pode ser uma importante ferramenta no controle de pragas

agrícolas, eficaz no controle de micro-organismos, através do uso dos seus

23

extratos, uma vez que a quimiotaxonomia aponta constituinte como flavonoides

e outros polifenois no gênero.

1.4 Emprego medicinal de Senna alata (L.) Roxb.

As folhas de Senna alata são utilizadas popularmente devido as suas

propriedades medicinais. Na Índia, todas as partes da planta são utilizadas nos

sistemas de medicina ayurvedica, unani e alopática, principalmente como

finalidade digestiva (Damodaran e Venkataraman, 1994). Pesquisas apontaram

que também são utilizadas popularmente no tratamento de anemia,

blenorragia, congestão do fígado, hemorróidas, herpes, malária, pano branco,

tratamento e prevenção da erisipela, sarnas, tumores, leucemia, tuberculose,

câncer e inflamações (Ibrahim e Osman, 1995; Khan et al., 2001, Somchit et

al., 2003, Awal et al., 2004; Barrese et al., 2005 e Pieme et al., 2006). As

folhas, inflorescências e raízes de S. alata têm atividade biológica comprovada

como sendo antimicrobiana eficaz no tratamento de dermatites, blenorragia e

herpes, além de ser diurética e laxativa. No entanto, além dessas propriedades

terapêuticas, essa planta deve ser ministrada com cuidado, pois é suspeita de

ser tóxica aos rins e, ainda, considerada abortiva (Lorenzi, 2000; Plantamed,

2016).

1.5 Substâncias químicas no gênero Senna e Senna alata (L) Roxb.

Em vegetais, tem-se muitos metabólitos secundários que são

substâncias químicas capazes de atuarem diretamente no crescimento,

desenvolvimento, reprodução e defesa dos organismos principalmente contra a

A B

Figura 1 Aspecto geral de Senna alata (L.) Roxb. Legenda : (A) Acesso caatinga; (B) Acesso Restinga.

Fonte: Nascimento, 2016.

24

herbivoria e ao ataque do oxigênio produzido dentro da planta pela máquina

fotossintetizante (Foye e Williams, 1995; Fraga, 2001; Stamp, 2003).

Segundo Gupta e Singh (1991), espécies do gênero Senna são ricas em

flavonoides, antraquinonas, taninos e saponinas. Além disso, foram relatados

para esse gênero esteroides, alcaloides piperidínicos e isoquinolínicos,

cromonas, lactonas, estilbenos e triterpenos (Alemayehu e Abegaz, 1996;

Valencia et al., 2000). Apesar da correlação de compostos entres os gêneros

da subfamília Caesalpinoide, as espécies se diferem entre si devido a

existência ou ausência dessas substâncias químicas naturais (Alemayehu et

al., 1998).

As folhas de S. alata são ricas em cristais de oxalato de cálcio, ao longo

de suas nervuras - característica da subfamília Caesalpinioideae, além de

flavonoides e antraquinonas que foram encontrados em células epidérmicas e

em células dispersas no parênquima paliçádico, especialmente nas

proximidades da nervura mediana (Barrese et al., 2005). Segundo Ordoñez

(2004), as folhas possuem flavononas, flavonas e xantonas além de esteroides

livres e taninos catéquicos.

No sistema biológico, os flavonoides apresentam capacidade

antioxidativa (esta constitui a atividade mais elucidada pelos estudos até agora

desenvolvidos), atividades anti-inflamatórias e de efeito vasodilatador, ação

antialérgica, atividade contra o desenvolvimento de tumores, anti-hepatotó-

xica, antiulcerogênica, atuação antiplaquetária, bem como ações

antimicrobianas e antivirais. Os flavonoides podem inibir vários estágios dos

processos que estão diretamente relacionados com o início da aterosclerose,

como ativação de leucócitos, adesão, agregação e secreção de plaquetas

(Lemmens, 2015), além de atividades hipolipidêmicas e aumento de atividades

de receptores de LDL (Koes et al., 1994; Peterson, 1998; Zuanazzi e

Montanha, 2010).

Moriyama e colaboradores (2001; 2003) reportaram a presença

kampferol-3-O-gentiobioside e Luteolina (Figura 2) em folhas de S. alata,

demonstrando que durante o período de outubro a dezembro há decréscimo no

conteúdo destes flavonoides.

25

O gênero Senna é rico em antraquinona, que constitui uma classe de

compostos químicos com diversas propriedades biológicas e farmacológicas.

Para Barrese (2005), estes compostos em Senna alata comprova a

propriedade antimicotica.

As antraquinonas pertencem à classe das quinonas, constituem o

grupo mais numeroso das quinonas naturais. Entre as características de sua

estrutura destaca-se a presença de dois grupos carbonílicos que formam um

sistema conjugado de três anéis (Liu, 2009), como mostra a figura 3.

As antraquinonas estão presentes largamente no reino vegetal e para

a farmácia apresentam uma variedade de funções biológicas, tais como

laxantiva, diurética, fitoestrogênica, estimulante de imunidade, antifúngica,

antiviral e agente anticancerígeno (Moraes, 2010). Mais da metade das

A

A B

Figura 2 Estruturas químicas encontradas em Senna alata (L.) Roxb. Legenda: (A) kampferol-3-O-

gentiobioside; (B) 3',4',5,7-tetrahidroxiflavona (Luteolina). Fonte: Novais, 2017.

Figura 3 Estrutura química básica da antraquinona. Fonte: Novais, 2017.

26

antraquinonas naturais são encontradas em fungos, a exemplo das espécies

Penicillium e Aspergillus e em liquens. Existem alguns casos isolados

encontrados em insetos, como o ácido carmínico, extraído das fêmeas da

colchinilha (Dactylopius coccus), um inseto hemíptero da família dos coccídeos,

muito perniciosos às plantas cultivadas (Liu, 2009; Moraes, 2010).

Oliveira (2012) identificou a presença de 53 antraquinonas descritas

para o gênero Senna. Entre esses, 24,5 % dos compostos presentes nos

registros encontrados são dímeros, 18,9 % são glicosídeos e 56,6 % são

antraquinonas livres. Alemayehu e colaboradores (1996) e Valência e

colaboradores (2000), constataram em S. alata, a presença de 1,5,7-trihidroxi-3

metilantraquinona (emodina) e senosidio A e B, o que justifica o potencial

laxativo de suas folhas.

Devido à proximidade das espécies, S. alata apresenta composição

química similar à S. alexandrina, a exemplo da presença de emodina,

antraquinona, flavonoide do tipo campferol, mucilagens, cristais de oxalato de

cálcio e senosídio A e B (Blumenthal et al., 1998; Heber, 2004; Ordoñez, 2004;

Barrese et al., 2005; Liu, 2009). Essas substâncias quimicas podem estar

diretamente relacionadas à função biológica desta planta.

1.6 Atividades biológicas

Estudar as atividades biológicas ou farmacológicas que uma

determinada droga apresenta é essencial para descrever os efeitos benéficos

ou adversos dela sobre os seres vivos. Esses efeitos podem ser revelados a

partir de modelos in vitro ou in vivo (Fraga, 2001).

A utilização de modelos in vitro como estratégia de redução do número

de animais é proposto em clássicos como o livro “The Principle of Humane

Experimental Technique” de Russel e Bruch em 1959. Assim é que, em

princípio, deve-se utilizar a atividade in vivo para confirmação dos resultados

encontrados nos testes in vitro quanto satisfatória ou, quando o teste in vitro

não é suficiente para avaliação da atividade em questão, a exemplo do estudo

dos agentes esquistossomicida (Araújo, et al., 2016).

27

1.6.1 Atividade antimicrobiana em bioautografia

Os métodos mais utilizados para detecção da atividade antimicrobiana

são ensaios in vitro, que normalmente não trazem informações sobre o modo

de ação do extrato vegetal. As avaliações in vitro podem ser realizadas por

difusão, diluição ou bioautografia. Essas metodologias objetivam identificar se

um extrato, fração ou molécula possui ou não atividade antimicrobiana, além de

avaliar a intensidade dessa atividade e identificar os componentes do extrato

da planta com atividade frente a bactérias ou fungos (Zachino, 2001; Ostrosky

et al., 2008).

A bioautografia é um protocolo comumente utilizado na pesquisa de

produtos naturais desde 1946, quando foi utilizado pela primeira vez por

Goodall e Levi. Constitui-se um método prático que basea-se no

desenvolvimento dos micro-organismos, junto a uma cromatografia em camada

delgada formando zonas de inibição em bandas específicas em seus Rfs na

cromatoplaca. Esta prática permite o biomonitoramento para o isolamento e

purificação de substâncias químicas que tenham atividade antimicrobiana

desejada a patir de um extrato vegetal. Para tanto, deve-se atentar à qualidade

da cromatografia, da suspensão bacteriana e as condições de incubação das

cromatoplacas (Botz et al., 2005; Colorado et al., 2007; Hostettmann et al.,

2008). Por outro lado, apesar de ser considerado simples e de baixo custo,

esse ensaio, quando utilizado em meio ágar, não é apropriado para análise de

compostos que não se difundem facilmente nesse hidrocoloide (Khurram et al.,

2009). Para tanto, existem três métodos bioautográficos que são utilizados:

bioautografia de contato, método de sobreposição do ágar e a biautografia

direta (Scorzoni et al., 2007). Nos dois primeiros métodos utiliza-se ágar

enquanto que no terceiro método esse hidrocoloide não é utilizado.

Na bioautografia de contato (método realizado neste estudo), as

cromatoplacas são colocadas nas placas de petri e cobre-se a mesma com o

meio de cultura onde os micro-organismos são inoculados. Já no ensaio de

sobreposição do ágar, a placa de petri é coberta primeiramente com o meio de

cultura onde os micro-organismos são inoculados e as cromatoplacas são

sobrepostas a ele. Estes experimentos são vantajosos principalmente pelo fato

de apresentar resultados satisfatórios a compostos polares ou moderadamente

polares (Botz et al., 2005; Choma, 2005; Khurram et al., 2009). A bioautografia

28

direta utiliza apenas a cultura líquida do micro organismo, que cresce

diretamente sobre a cromatoplaca, de forma que este terceiro subtipo de

bioautografia é apropriado para análise de compostos que não se difundem

facilmente no ágar (Horváth et al., 2010).

Nas três variações da bioautografia, após o período de incubação dos

micro-organismos, em que a cromatoplaca dentro da placa de petri com o meio

onde o micro organismo está se desenvolvendo, é mantida em estufa, borrifa-

se sal tetrazolico que é convertido quase que imediatamente em formasan,

corando de vermelho os locais com atividade antimicrobiana. Assim é que se

formam manchas claras pela inibição de crescimento do micro-organismo

utilizado e, essas manchas, apresentam-se bem localizadas, demarcando no

cromatograma as zonas de inibição nos respectivos Fatores de retenção (Rfs)

e dessa forma, apontando as bandas com atividade antimicrobiana para cada

micro-organismo utilizado (Choma, 2005; Valgas et al., 2007).

1.6.2 Alelopatia: interferências sobre comunidades vegetais

Nas comunidades vegetais, as plantas interagem entre elas de maneira

positiva, negativa ou neutra. Comumente, as plantas vizinhas interagem de

maneira negativa, por exemplo, enquanto algumas espécies absorvem maior

quantidade de nutrientes outras não conseguem absorver o suficiente para sua

sobrevivência, ocorrendo, consequentemente o crescimento de uma planta ou

a inibição de ambas. Os metabólitos secundários sintetizados por plantas,

frequentemente geram efeitos em outros organismos e, em muitos casos,

possuem a função de compostos químicos de defesa ou aleloquímicos (Mota,

1975; Chom e Kim, 2004; Macias, 2007). No ano de 1969, Muller determinou o

termo interferência como as interações entre os organismos vizinhos. Por este

termo ser muito abrangente, em 1977, Szczepanski o subdividiu em alelopatia,

alelospolia e alelomediação. Contudo, há de se destacar que o termo

alelopatia, utilizado para denominar essas interferências, foi criado por Molisch

em 1937 tendo origem no grego allelon = de um para outro, pathós = sofrer,

conforme Souza (2006).

A alelopatia é uma interferência caracterizada pela introdução de

substâncias químicas por um organismo vivo de forma que estes componentes

venham a prejudicar o desenvolvimento normal de outros componentes da

29

comunidade. A alelospolia, também denominada de competição, é

caracterizada toda vez que um organismo vivo, consegue absorver o máximo

de nutrientes, luz e água, prejudicando o desenvolvimento das plantas vizinhas.

A alelomediação ou interferência indireta, se caracterizada por ser uma

modificação física no ambiente que é provocada por um organismo com

reflexos aos seres vivos vizinhos (Szczepanski, 1977; Muller, 1969; Formagio,

2010).

É importante ressaltar que o conceito de alelopatia descreve a

capacidade de um vegetal interferir de forma natural no desenvolvimento da

vegetação adjacente, por meio de substâncias químicas denominadas

“aleloquímicos” liberados no ambiente, quem venham promover qualquer efeito

direto ou indireto, danoso ou benéfico, sobre outra planta (Rice, 1984; Rizvi et

al., 1992; Rodrigues et al. 1999; Macías, 2007).

Os aleloquímicos são liberados na atmosfera ou no solo por quatro vias:

exsudação radicular, lixiviação, volatilização e decomposição dos resíduos da

planta. A exsudação radicular é a liberação de compostos na forma líquida

(aminoácidos, nucleotídeos), através das raízes, diretamente no solo. A

lixiviação ocorre com a liberação de compostos exsudados na forma líquida

(compostos fenolicos e alcaloides como é o caso da cafeína e a nicotina),

normalmente pelas folhas que são lavados da planta por ação da água da

chuva ou irrigação e carregados até o solo. Na volatilização há a liberação de

compostos como o limoneno, mirceno e o mentol que são micromoléculas que

se localizam normalmente em estrutras epidérmicas e se volatizam com

facilidade. Por fim, a última via de liberação da-se pela decomposição de restos

vegetais, havendo a liberação de compostos químicos, como isoflavonas e

antocianinas, na medida em que os restos vegetais vão sendo decompostos

por micro-organismos ao longo do tempo (Carvalho, 2013).

Independente da forma que ocorre a inibição, a interferência pode ser

aproveitada de forma positiva na produção de inseticidas, repelentes de

insetos, venenos usados na pesca, para o desenvolvimento de produtos

biológicos com ação sobre plantas (bio-herbicidas) na agricultura e +no

controle de plantas daninhas a uma determinada cultura através da

rotação/sucessão de culturas ou no uso de cobertura viva na entressafra e no

uso de cobertura morta (Chom e Kim, 2004; Souza, 2006). Conforme Malheiros

30

e Peres (2001) e Macías (2007), entre os aleloquímicos comumente citados

como responsáveis por causarem efeitos diretos e indiretos estão os terpenos,

alcaloides, flavonoides, ácidos graxos de cadeia longa e lactonas insaturadas.

Os terpenos, por exemplo, podem atuar como inseticidas, como por exemplo, o

pineno, o limoneno, o mirceno e os peretroides além de algumas saponinas.

Podem, ainda, atuarem como repelentes ou atrativos de insetos como muitos

óleos essenciais e lactonas sesquiterpênicas, ou mesmo como compostos

tóxicos e exemplo do phorbol, algumas saponinas e resinas. Dentre os

flavonoides destacam-se os isoflavonoides que funcionam como inseticidas e

as antocianinas que funcionam como atrativos de insetos.

1.6.3 Atividade citotóxica pelo método MTT

O termo citotoxicidade, segundo NIH (2001), significa causa de efeitos

tóxicos como morte celular, devido, por exemplo, alterações na permeabilidade

da membrana celular ou inibição enzimática. Com isso testes de viabilidade

celular in vitro são utilizados para verificar citotoxicidade aguda, dentre os quais

está o ensaio de proliferação celular {brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-

difenil tetrazólio]} (MTT), conforme NIH (2001) e Lazzarini (2015).

Em geral, os ensaios de atividade citotóxica medem a prorção de células

viáveis após um procedimento traumático. Conforme definido na ISO 10993-5

(2009), pode-se avaliar a citotoxicidade por análise morfológica das celulas ou

por analises de aspectos referentes ao metabolismo celular. Os testes

validados para esse fim são o 3T3 NRU, teste de citotoxicidade para formação

de colônias, MTT, MTS e XTT (2,3-bis (2-metoxi-4nitro-5-sulfofenil)-5-

[(fenilamino) carbonil]-2H-hidroxido de tetrazólio) de citotoxicidade (NIH, 2001;

ICCVAM, 2006).

O ensaio do MTT é um teste colorimétrico usado para avaliar a

viabilidade celular em que as desidrogenases mitocondriais, presentes apenas

em células metabolicamente viáveis, clivam o anel de tetrazólio, transformando

sua coloração amarela em violeta, pela formação do composto formasan {E, Z-

1-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-1,3-difenilformasan}, cristais insolúveis em soluções

aquosas (figura 4). Dessa forma, a produção de formasan reflete o estado

funcional da cadeia respiratória, sendo sua formação diretamente proporcional

31

à atividade mitocondrial e a viabilidade celular (Rutala e Weber, 1999;

Lazzarini, 2015).

1.6.4 O processo inflamatório e o estimulo por lipopolissacarídeo

(LPS) e zymosan (Zy)

A inflamação ou flogose (do latim inflamare, do grego fhlogos, que

significa pegar fogo) é uma reação complexa dos tecidos conjuntivos

vascularizados em resposta a estímulos endógenos ou exógenos que podem

causar dano celular. Os estímulos endógenos são derivados de degenerações

ou necroses tissulares e de alterações na resposta imunológica, por

imunocomplexos ou reações autoimunes. Os estímulos exógenos referem-se à

indução por agentes físicos químicos e biológicos (Lima et al., 2009; Brasileiro

Filho, 2011).

Um fenômeno irritativo como um trauma, promove uma resposta rápida

do organismo, resposta esta que é mediada principalmente pelos leucócitos.

Assim é que num quadro inflamatório existem sinais marcantes, os chamados

danos teciduais, que provocam no local da inflamação calor, rubor, edema e

dor seguido da perda de função dos tecidos em casos mais avançados. Cada

um destes sinais corresponde ao avanço do quadro inflamatório (Iwalewa et al.,

2007; Lima et al., 2009).

A inflamação pode ser aguda ou crônica, tanto uma quanto a outra

possui os mesmos mecanismos iniciais, o que as diferem são o tempo de

exposição ao agente agressor, o tipo de agente e a resposta imune. A

Redução

Mitocondrial

MTT Formazan

Figura 4 Transformação de {brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difenil tetrazólio]} (MTT) em { E, Z- 1- (4,5-dimetiltiazol-2-il) -1,3-difenilformazan } (Formazan). Fonte: Novais, 2017.

32

inflamação aguda é de curta duração, totalizando alguns minutos a no máximo

dois dias, dependendo do estímulo causal. Suas principais características são

a exsudação de fluidos e proteínas do plasma e emigração de leucócitos,

predominantemente neutrófilos. A inflamação crônica é menos uniforme do que

a inflamação aguda, apresentando duração mais longa e caracterizando-se

histologicamente pela presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de

vasos sanguíneos (neoangiogênese) e tecido conjuntivo denominado

fibroplasia (Janeway, 2002; Bechara, 2006; Lopes e Amaral, 2013).

Quando o estímulo desencadeante do processo inflamatório é

controlado por tratamento, a inflamação é inibida. Contudo, toda vez que o

estímulo não for devidamente tratado, o indivíduo que sofre a inflamação pode

chegar a um estado crônico desse processo inflamatório, a exemplo das

neoplasias, esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistêmico (LES), acidente

vascular cerebral (AVC), Alzheimer e artrite reumatoide (Ballou et al., 1993;

Baumann et al., 1994; Ticani, 2003).

Na defesa contra agentes infecciosos a resposta imune é fundamental

em todo o processo, contituindo o principal impedimento para a ocorrência de

infecções disseminadas. Assim é que o quadro de infecção envolve uma ação

coordenada entre o sistema imunológico e o tecido no qual ocorreu a lesão,

sendo comum o surgimento de outras doenças caso a inflamação não seja

controlada (Tilley et al., 2001; Machado, 2004; Zhou et al., 2007; Rang e Dale,

2008; Lima et al., 2009).

Experimentalmente, uma inflamação pode ser induzida por diferentes

métodos in vivo ou in vitro (Mogilski et al., 2016). Um método frequentemente

utilizado para o estímulo da inflamação in vitro tem sido realizado com o

lipopolissacarídeo (LPS). O LPS é uma endotoxina presente em bactérias

gram-negativas que consiste de uma estrutura composta por duas camadas de

açúcar e uma camada lipídica, uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica,

respectivamente, sendo que a porção lipídica é considerada a responsável pela

maior ação antigênica. A presença de LPS, mesmo que em pequena

quantidade, é identificada pelos monócitos, que através de uma resposta

imunológica inata passa a expressar diferentes moléculas A sinalização

intracelular induzida pela interação do LPS com seus receptores desencadeia a

ação de genes relacionados à resposta inflamatória aguda por intermédio de

33

citocinas pró-inflamatórias a exemplo do TNF-α (Rietschel et al., 1994; Chen e

Greene, 2004; Tuin et al., 2006; Gosh e Hayden, 2008).

Assim como o estímulo à resposta imunológica frente a um processo

inflamatório realizado com o LPS, tem-se o polissacarídeo zymosan (Zy) como

sendo outro estímulo à essa resposta imunológica. Zy é um polissacarídeo

proveniente da parede de Saccharomyces cerevisiae, capaz de ativar

macrófagos e induzir a liberação de mediadores inflamatórios. O Zy é utilizado

em ensaios por administração via intraperitoneal em animais de laboratório,

pois estudos demonstram que a inflamação induzida por estímulos com o Zy é

dependente da presença de células tipo macrófagos e mastócitos residentes na

cavidade peritoneal.

Estas células são altamente secretórias e produzem mediadores

inflamatórios e anti-inflamatórios. O polissacarídeo Zy é reconhecido pelos

macrófagos através do receptor dectina-1, que é expresso predominantemente

em monócitos, macrófagos e neutrófilos e em uma população de células T do

baço. Ressalta-se também que o Zy é capaz de estimular a produção de

citocinas inflamatórias e pode ativar o sistema complemento na ausência de

imunoglobulinas. Além disso, esse polissacarídeo é capaz de induzir a

maturação de células dendríticas in vitro e estimular a produção de IL-2 por

essas células, indicando a ligação entre as respostas imunológica inata e

adaptativa (Underhill et al., 1999; Ribeiro et al., 2000; Granucci et al., 2003;

Mazur-Bialy et al., 2012; Mogilski et al., 2016).

Neste processo onde se tem LPS ou Zy como estímulos à resposta

imunologica frente à inflamação, as células de defesa do organismo são

ativadas em meio inflamatório, promovendo a liberação de citocinas, como

TNF-α, que acabam por induzir a morte de células tumorais combatendo a

inflamação (Meffert e Baltimore, 2005; Mogilski et al., 2016).

O TNF-α é uma citocina altamente pró-inflamatória que apresenta

propriedades benéficas ou injuriantes no processo inflamatório, constituindo-se

como principal mediador da resposta inflamatória aguda a bactérias gram-

negativas e outros patógenos. Essa citocina é produzida em macrófagos,

linfócitos, neutrófilos e células epiteliais e atua estimulando o recrutamento de

neutrófilos e monócitos para locais da infecção, tornando-os ativos para na

34

eliminação dos micro-organismos invasores (Sordillo et al., 1991; Abbas e

Lichtman, 2005; Bannerman, 2009).

Em ensaios biológicos o TNF-α é utilizado como sinalizador da inflanção.

A produção dessa citocina pode ser estimulada tanto in vivo quanto in vitro.

Quando testado in vivo, o TNF-α exerce atividade antitumoral e induz a síntese

de mediadores como prostaglandinas e glicocorticoides. Quando testado in

vitro, essa citocina estimula mitose de fibroblastos, células musculares lisas e

células do tipo B e T, indicando citotoxicidade, através da atividade

imunomodulatória anti-inflamatória, além de induzir a ação de genes envolvidos

com a inflamação, reparo tecidual, resposta imune e efeitos antitumorais

(Beyaert e Fiers, 1998; Esteves, 2017).

Com a ativação do TNF-α, provocada pelo quadro infeccioso, os

macrófagos e neutrófilos são estimulados a produzir óxido nítrico (NO), que

pode ser utilizado como outro marcador da resposta inflmatória. Ocorre que,

como efeito da inflamação, a molécula de NO combina-se com moléculas de

oxigênio e provoca a morte dos micro-organismos presentes nos macrófagos e

neutrófilos. Sendo assim, essa molécula citotóxica, atua como alerta do

organismo, promovendo uma resposta imune durante a infecção. O surgimento

de moléculas de NO é uma característica marcante nos processos infecciosos,

podendo está relacionado à patogenia de diversas doenças, tais como a

esclerose múltipla, o mal de parkinson, o alzheimer e o diabetes (Arturo et al.,

2010; Hart e Tapping, 2012; Salemme et al., 2016).

Apesar da descoberta de medicamentos eficazes do tratamento da

inflamação, existem os efeitos colaterais e a suspeita de efeitos

cardiovasculares potencialmente tóxicos, como foi o caso do medicamento

rofecoxib, retirado do mercado farmacêutico em setembro de 2004. Com isso,

novas opções terapêuticas no tratamento de inflamações são comumente

exploradas (Juni e Dieppe, 2004; Wannmacher, 2005).

Para contornar o quadro clínico de uma inflamação, tem-se fármacos

extensamente empregados, sendo estes os não-esteroidais (AINEs), os anti-

reumáticos (ARMDs), os glicocorticoides e os anti-inflamatórios estereoidais

(AIEs), que também estão sendo incluídos na condição de fármacos

imunossupressores devido à inibição da transcrição de citocinas iniciadoras da

inflamação, algumas quimiocinas e, a expressão das enzimas cicloxigenases.

35

Dessa forma, por exemplo, os AIEs atuam na diminuição do acúmulo e função

de células que participam das reações inflamatórias e imunes, como linfócitos,

monócitos, macrófagos, eosinófilos, neutrófilos, mastócitos e basófilos (Rang e

Dale, 2008; Balbino, 2011).

1.6.5 Toxidez aguda

A toxidez de uma planta medicinal ou de suas partes é um dos critérios

relevantes a serem avaliados em estudos de viabilidade na produção racional

de um medicamento. Essa avaliação tem como objetivo verificar os efeitos

tóxicos das substâncias químicas da planta num outro organismo vivo,

determinar a dosagem segura, bem como o tempo e a via de administração

(Klaassen et al., 2012; Ruppenthal, 2013). Ocorre que qualquer planta

medicinal apresenta algum grau de toxidez, contudo, esse fato não invalida o

seu uso em tratamento de enfermidades. O que distingue esses dois universos

(medicinal e tóxico), é a dose segura (Luand, 1976). Por isso, o estudo da

atividade toxicológica de uma planta ou substâncias químicas é relevante, a fim

de encontrar a dose segura da droga vegetal, o seu tempo e a via de

administração, a tornando candidata a um medicamento.

Em contato com o agente biológico, o agente químico com potêncial

tóxico, imediatamente inicia os sintomas de intoxicação que rapidamente evolui

para sinais visíveis que vão de simples irritação nos olhos e perda de pêlos a

sintomas mais severos como diarreia, vômitos, dificultade de locomoção e

óbito. A avaliação da dose com efetivo potêncial tóxico se da pelo valor da

dose letal (DL50), onde é verificada a quantidade de mortes de animais de uma

mesma espécie quando em exposição com a substância química (Brito, 1994;

Hayes, 1994; Ruppenthal, 2013).

A intoxicação pode ser do tipo aguda, quando decorre de um único

contato com a/as substâncias danosas em um período máximo de 24 horas

com efeitos que vão de imediato a no máximo duas semanas. Esse tipo de

estudo busca verificar órgãos alvo de intoxicação da substâcia química para

delinear os níveis de dose em estudos mais prolongados. Intoxicação do tipo

sobreaguda ou subcrônica, se da em exposições repetidas a substâncias

químicas em um período inferior ou igual a 1 mês para o tipo sobreaguda e 1 a

3 meses para o tipo subcrônica, com estudos efetivos nos órgãos alvo,

36

demarcando aqueles mais suceptiveis, além do que, esse periodo de 3 meses

de estudo permite delimitar a dose máxima na qual não observa-se efeito. Para

exposição prolongada, superior a 3 meses, classificada como intoxicação

crônica, pode-se prever a dose máxima livre de toxicidez, além dos efeitos

tóxicos a partir de exposição prolongada, e o mecanismo de ação da

substância química estudada (Fukushima, 2008; Ruppenthal, 2013).

Para estudos de toxidade com plantas medicinais deve-se considerar

não apenas a dose, mas também outros fatores que interferem na sua toxidez

como as propriedades físico-quimicas do extrato, local e período de coleta e

mesmo as condições de cultivo da planta que foi administrada, uma vez que a

química da planta é uma resposta ao ambiente externo e sua fenologia,

geralmente, trás diferenças marcantes em sua composição química. Soma-se a

estas questões a via de introdução dos extratos da planta, bem como a dose e

a concetração extrativa por dose, além da frequência de administração

(Fukushima, 2008; Silva, 2014).

A administração de uma droga pode se dar por via enteral ou parenteral,

a primeira refere-se às vias oral, sublingual, cutâneo e retal e a segunda refere-

se às vias diretas à corrente sanguínea. Nos organismos, estudos de

toxicologia são realizados principalmente por via gastrintestinal (ingestão),

pulmonar (inalação) e cutânea (contato), havendo também estudos realizados

por via endovenosa, intraperitoneal, subcultânea, intramuscular, intradérmica e

oral. A via a ser utilizada deve ser escolhida de acordo com a forma

farmaceutica (pomada, comprimido, injeção, supositório, xarope, etc) que irá se

estabelecer pela ação da droga no organismo, bem como de acordo com área

de toxicologia em estudo, por exemplo, estudos de toxicologia ambiental ou

ocupacional sugerem-se a via pulmonar ou cultânea (Lima, 2008; ANVISA,

2013; Montanha et al., 2013; Brito, s.d.).

1.7 A importância de estudos sobre Senna alata como medicinal

Senna alata age como planta pioneira em biomas muito adversos como

a caatinga e a restinga. Nesses ambientes, assim como outras plantas, é

utilizada tradicionalmente como medicinal pelas populações locais e apresenta

37

estudos iniciais referentes principalmente a sua química, com algumas

descrições de flavonoides e antraquinonas.

Apesar da utilização de Senna alata como medicinal, para que a mesma

venha a ser inserir no mercado de drogas vegetais e mesmo de produtos

farmacêuticos, os extratos devem ser avaliados nas diversas áreas como a

físico-química, fitoquímica, farmacologia e tecnologia farmacêutica, além de

produzir padrões em que sua utilização como fitoterápico seja otimizada. Por

outro lado, a quinta edição programa da agenda ambiental na administração

pública (A3P), lançada em 2009, afirma que 50 % do PIB (Produto Interno

Bruto) brasileiro dependem da biodiversidade encontrada no país. Este

indicativo aponta para a necessidade de se buscar formas eficazes de pensar

em desenvolvimento, preservando os recursos naturais, seja para produção de

medicamentos, melhoramento genético ou em outras questões (Scheffer, 1999;

Correia, 2015).

Sendo assim, este trabalho objetiva determinar padrões referentes aos

acessos de Senna alata nas regiões de restinga e caatinga, fundamentalmente

em controle botânico de qualidade e parâmetros físico-químico das folhas

pulverizadas ou em extratos obtidos a partir das suas folhas, bem como

explorar algumas atividades biológicas na tentativa de avaliar semelhanças e

diferenças entre os dois acessos citados. Com isso contribui-se com

informações substanciais sobre o potencial dessa planta em ser utilizada

futuramente como um possível anti-inflamatório de baixa toxidez ou mesmo

como antimicrobiano ou bio-herbicida.

38

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral determinar as características

farmacobotânicas, físico-química, e investigar as atividades biológicas de

Senna alata (L.) Roxb. obtidas em acessos da caatinga (BA) e da restinga (RJ),

comparando possíveis semelhanças ou diferenças entre as mesmas.

2.2 Objetivos Específicos

Determinar características organolépticas, macro e microscópicas das

folhas de Senna alata como insumos farmacêuticos;

Determinar o teor extrativo a partir das folhas pulverizadas de Senna

alata;

Determinar parâmetros físico-quimicos das folhas pulverizadas ou em

extrato de Senna alata;

Determinar a atividade antibacteriana do extrato a 40 % de Senna alata

por bioautografia;

Determinar a atividade alelopática de Senna alata frente à Lactuca

sativa;

Determinar a atividade citotóxica dos extratos de Senna alata pela

técnica MTT;

Determinar a atividade anti-inflamatória de Senna alata in vitro induzida

por LPS e Zymosan;

Determinar a toxidez aguda de Senna alata na administração por via

intraperitoneal em camundongos.

39

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material vegetal

O material vegetal deste trabalho constituiu-se de folhas de Senna alata

(L.) Roxb., coletado em patrimônio privado na zona rural da cidade de Mucugê,

BA, e nas proximidades do bairro Barreto na Cidade de Macaé, RJ. As coletas

foram realizadas no mês de agosto de 2015. O material foi identificado por Dra

Ana Paula Lima do Couto Santos, conforme exsicatas 186333 e 225664,

depositadas junto ao Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana –

HUEFS.

Parte do material vegetal foi desidratada, pulverizado em moinho de

facas modelo Modelo 340, Adamo® e armazenado em frasco âmbar para

posterior obtenção dos extratos. O material restante foi utilizado na

investigação macroscópica da folha íntegra.

3.2 Solventes, reagentes e substâncias referência utilizadas

Os solventes utilizados foram do grau de padrão analítico (P.A.) da

Tedia® ou Sigma-Aldrich®. Todas as soluções foram preparadas com água

destilada e purificada no sistema Milli Q. Plus®. O meio de cultura utilizada para

os microorganismos foi ágar Muller Hinton (HIMEDIA®). Todas as substâncias

referência utilizadas foram do tipo pró analise de procedência Merck®.

3.3 Micro-organismos

Para determinação da atividade antimicrobiana, utilizou-se bactérias

Gram + e Gram -, conforme tabela 1.

Tabela1 Micro organismos utilizados no ensaio de bioautografia.

3.4 Cultura de Macrofagos

Para esse estudo, foi utilizada a linhagem de macrófagos RAW 264.7 de

camundongos, obtida do laboratório no laboratório de investigação biológica da

Universidade de Taubaté (UNITAU). As células foram mantidas em nitrogênio

liquido (criopreservação) em solução de congelamento composta por meio

Micro organismos Coleção de Cultura

Staphylococcus aureus BAA-1026

Escherichia coli 33876

40

DMEM suplementado com 10 % de Dimetilsufóxido (DMSO) e 90 % de soro

bovino fetal (SBF). Para os ensaios de estimulação in vitro as células foram

descongelas a temperatura ambiente e expandida em dois frascos de cultura

celular em meio DMEM completo (DMEM-c), mantidos a temperatura de 37° C

em estufa incubadora umitificada contendo 95 % de ar e 5 % de CO2.

Após a formação da monocamada de células, o meio DMEM-c foi

descartado e adicionado novo meio (15 mL de DMEM-c). O meio contendo as

células foi retirado e pipetado em dois tubos esterilizados de 50 mL.

Centrifugou-se os frascos a 1500 rpm, durante 10 min, para separação das

células do meio. Após a centrifugação, o sobrenadante foi descartado e 10 mL

de DMEM-c foi adicionado em cada tubo contendo as células.

A contagem das células foi efetuada na câmara Neubauer, partindo-se

da suspensão de 1 mL diluída em 10 vezes em solução azul Trypan para

avaliação da viabilidade celular e para contagem total do número de

macrófagos. Para os ensaios, as células forma colocadas em meio de cultura

de 96 poços de acordo com a concetração exigida em cada experimento e

incubadas overnight em DMEM-c a 37° C, com 95 % de O2 e 5 % de CO2.

3.5 Animais

Camundongos Swiss machos adultos foram utilizados com 6 semanas

de vida, provenientes do biotério de criação do Campus UFRJ-Macaé. Os

camundongos foram mantidos no biotério de experimentação do LPBio/UFRJ

– Macaé em temperatura aproximada de 25° C e promoveu-se o ciclo de 12

horas-luz no biotério. Água filtrada e ração peletizada em livre acesso. O

experimento foi aprovado pela comissão de ética em uso de animais, sob

protocolo n° MAC042.

3.6 Análise morfo-anatômica das folhas de Senna alata

3.6.1 Análise Morfológica

A análise morfológica das folhas fresca e da droga foi efetuada a olho

nú, quando necessário fez-se uso de estereomicroscópio binocular (aumento

de 10 x), tomando por base para descrição macroscópica Hickey (1974),

Oliveira e Akisue (1991), Gattuso e Gattuso (1999).

41

3.6.2 Análise Anatômica

A analise anatômica foi realizada em secções paradermica. O estudo da

epiderme na face adaxial e abaxial dos folíolos foi obtido por lâminas

temporárias com secções a mão livre de material fresco, corados com azul de

toluidina a 0,05 % (p/v) segundo Oliveira e Akisue (1989), Gattuso e Gattuso

(1999) e Farmacopéia Brasileira V ed. (2010). O material foi observado em

microscópio binocular de campo claro e registrado em fotomicrografia obtidas

em câmara digital e analisados segundo Esau (1985), Cutter (1987), Gattuso e

Gattuso (1999), Dickison (2000), Appezzato-da-Glória e Carmello-Guerreiro

(2003).

3.6.2.1 Determinação do índice Estomático

A determinação do índice estomático foi realizada em secções

paradermica segundo descrito por Gattuso e Gattuso (1999). As observações

para a contagem dos estômatos foram feitas em microscópio com aumento de

10 X. Para cada amostra realizou-se 10 determinações e o índice estomático

se deu conforme a média obtida. O resultado foi calculado conforme a equação

abaixo:

Equação 1:

3.6.2.2 Análise das folhas pulverizadas

As características de cor, textura, odor e sabor foram analisados tomando

por base Oliveira e Akisue (2005) e Farmacopéia Brasileira V ed. (2010). As

características macroscópicas (forma, ângulos, bordos, coloração, superfície e

consistência das fraturas) da droga em pó foram analisadas em

esteriomicroscópio binocular tomando por base a técnica utilizada por Gattuso

e Gattuso (1999) e Oliveira e Akisue (2005). As características microscópicas

da droga em pó foram analisadas em lâminas semi-temporárias, com glicerina

I = S x 100

E + S

Em que:

I = Índice de estômatos S = Número de estômatos na superfície determinada da folha; E = Número total de células epidérmicas na mesma área (incluindo os

Tricomas que apareceram).

42

a 50 % (v/v) como meio de inclusão, utilizando como corante o azul de toluidina

a 0,05 % (v/v), tomando por base Gattuso e Gattuso (1999).

3.6.2.3 Análise de Granulometria

Para a análise granulométrica, seguiu-se a metodologia apresentada por

OMS (1992). Para a tamisação usou-se 100 gramas da droga submetida à

passagem forçada, realizada a 60 vibrações por segundo durante 30 minutos,

em uma sequencia de tamises (abertura de malhas correspondente a 70, 92,

165, 232 e 331 µm), de maior a menor abertura de malha. Em seguida, as

frações da droga em pó foram retiradas dos tamises, bem como do coletor do

tamisador, e calculadas as porcentagens de retenção em cada tamis. Para o

cálculo do resultado foi considerada a média das triplicatas expressas em

porcentagem (%, p/p). Os resultados foram expressos graficamente, sendo que

o diâmetro médio da malha do tamis foi obtido por regressão linear (Alberton e

Ribeiro, 2001) e a classificação da droga em pó seguiu Who (1992) e

Farmacopéia Brasileira V ed. (2010).

3.7 Determinação do teor de extrativos

De acordo com a metodologia descrita por Simões e Spetizer (2004), as

folhas desidratadas e pulverizadas, foram submetidas ao preparo do extrato

etanólico nas concentrações 20, 40, 60, 80 e 95 % (m/v), por maceração. Estes

extratos foram preparados a 10 %, ou seja, utilizou-se 10 g da droga para 100

mL de solvente nas diferentes concentrações de etanol descritas acima. Foi

adotada a extração pelo período de 4 horas com agitação constante a cada 30

minutos com bastão de vidro. Para evitar incidência de luz, as vidrarias foram

envolvidas em papel alumínio. O material foi filtrado por 3 vezes e levado para

secagem em estufa de ar circundante a 40° C. Ao término de 24 horas, obteve-

se o extrato bruto seco que foi quantificado e pesado em balança de alta

precisão, depositado em recipiente de vidro âmbar hermeticamente fechado e

armazenado a 4° C. O teor de extrativos foi calculado em massa percentual,

pela a média de três determinações segundo a equação 2:

43

Equação 2:

3.8 Análise físico-química das folhas pulverizadas de Senna alata

Os ensaios físico-quimicos referentes à pureza e integrudade da droga

em pó abrangeram a pesquisa de material estranho, umidade e cinzas totais e

insolúveis em ácido, de acordo com os critérios farmacopeicos e

recomendações da Organização Mundial de Saúde. Todos os ensaios foram

realizados em triplicata com os resultados obtidos pela média dos valores

obtidos nos ensaios (Who, 1998; Farmacopeia Brasileira, V ed.).

3.8.1 Determinação de material estranho

Com o auxilio de uma lupa (aumento de 10 X, as amostras foram

analisadas pelo método de quarteamento). Todo o material estranho foi

separado e pesado em balança eletrônica de precisão. O resultado foi

expresso em porcentagem de elementos estranhos, com base no peso da

tomada de ensaio.

3.8.2 Determinação da umidade

A determinação da umidade da droga em pó foi realizada pelo método

gravimétrico em que 3 g das folhas em pó foram dessecadas em estufa a 105º

C, por 5 horas, e após este tempo, foram colocadas em dessecador para

posterior pesagem. Continuou-se pesando o material, em intervalos de 1 hora,

até massa constante, calculando-se a porcentagem de água em relação a

amostra seca ao ambiente, utilizando a equação 3 abaixo:

Equação 3:

% umidade = Pu – Ps / Pa x 100

Em que: Pu = peso úmido (béquer + amostra) Ps = peso seco (béquer após 5 horas de estufa) Pa = peso da amostra

% Te = Ps x 100 / Pf

Em que: Te = Teor de extrativos (%; m/m) Ps = Peso inicial da amostra Pf = Peso final da amostra

44

3.8.3 Cinzas totais

Nesse ensaio, 3 g da folha desidratada e pulverizada foram colocadas

em cadinho de cálcio devidamente pesado. O material foi incinerado em mufla,

aumentando gradativamente a temperatura até 450º C, em seguida, foi

resfriado em dessecador e pesado. Para determinação das cinzas totais,

calculou-se a porcentagem das cinzas resultantes após o processo em relação

a amostra úmida inicial, utilizando a equação 4 abaixo.

Equação 4:

3.8.4 Cinzas insolúveis em ácido

O resíduo obtido no ensaio de cinzas totais (item 3.7.1.3) foi fervido

durante 5 minutos com 25 mL de solução de ácido clorídrico a 7 % (p/v), em

um cadinho coberto com vidro de relógio. O vidro de relógio foi lavado com 5

mL de água quente e as amostras (resíduo e lavagem do vidro de relógio)

foram filtradas em papel de filtro isento de cinzas. Em seguida, lavou-se o

papel de filtro com água quente até pH neutro e transferiu para o cadinho

original, cujo conteúdo foi seco sob chapa quente e incinerado em mufla a 500

°C, durante 4 h. O teor de cinzas insolúveis em ácido foi calculado como

percentual pela média de três determinações em relação.

3.9 Análise fitoquímica dos extratos das folhas de Senna alata

Para a determinação do teor de constituintes químicos utilizou-se as

metodologias empregadas por Namba (1988), OMS (1992), por Sharapin

(2000) e pela Farmacopéia Brasileira V ed. (2010). Todos os experimentos

foram analisados em triplicata.

% cinzas totais = Pu – Ps / Pa x 100

Em que: Pu= peso úmido (cadinho + amostra) Ps= peso seco (cadinho após a incineração) Pa= peso da amostra

45

3.9.1 Determinação do pH dos extratos

Para determinação do pH do extrato das folhas de S. alata foi realizado

a leitura em pHmetro calibrado em pH de 4 a 9. O experimento foi realizado em

triplicata e os resultados equivalem à média dessas medições.

3.9.2 Determinação de antraquinona

Para determinação de antraquinona, agitou-se 1 g da droga em pó com

10 mL de éter etílico. Na solução etérea adicionou-se 1 mL de amônia diluída e

agitou-se novamente. Esse constitui um teste qualitativo onde como efeito da

mistura ocorre a mudança para coloração rósea no caso positivo. Sendo

caracterizado pela presença ou ausência dessa substância.

3.9.3 Determinação de saponinas

Para a determinação de saponina, realizou-se teste quantitativo, onde

aqueceu-se 2 g do material vegetal pulverizado com 10 mL de água destilada

sob refluxo, durante 10 minutos. Esfriou-se e filtrou-se para um tubo de ensaio,

completando-se para 10 mL o volume final. Agitou-se o tubo no sentido do seu

comprimento, vedado com uma rolha, durante 15 segundos. Deixou-se em

repouso por 30 minutos. Verificou-se em seguida o aparecimento de um anel

de espuma persistente por 2 horas ao menos, de aproximadamente 1 cm de

altura no caso positivo, conforme equação 5.

Equação 5:

3.9.4 Determinação de saponinas hemolíticas

Para avaliação citotóxica de S. alata sobre eritrócito, utilizou-se o teste

de hemólise seguindo o protocolo descrito por Rangel e colaboradores, 1997.

Para isso, utilizou-se sangue de camundongo, cedido pela equipe de pesquisa

e experimentação Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-IMCT,

Macaé). Assim, uma amostra do sangue (2 mL) foi misturado a NaCl 0,96 % na

proporção 1:30, e centrifugado a 2000 rpm por 3 vezes de 5 minutos para

IE= 1000 (1) A

Em que: IE= Indice de espuma A= Volume do decocto usado para preparação da diluição

46

obtenção dos eritrócitos. O sedimento da ultima centrifugação foi ressuspenso

em uma concentração final de 0,5 %. Às amostras extrativas foram adicionados

Tampão fosfato salino (PBS) pH 7,0 e procedeu-se a diluição seriada onde

obteve-se soluções com concentrações finais igual a 62,5, 125, 250, 500 e

1000 μg/mL, a elas foram adicionadas 2 mL da suspensão de eritrócitos. Como

controle negatigo utilizou-se suspensão de eritrocitos com NaCl a 0,96 %

(0 % de hemólise) e como controle positivo utilizou-se a suspensão de

eritrócitos mais 100 μg/mL de Triton X-100 a 1 % (100 % de hemólise). As

misturas foram incubadas sob agitação lenta e constante (100rpm) por 1 hora a

22 ± 2° C. Decorrido esse tempo, as amostras foram centrifugadas por 5

minutos a 2000 rpm e a hemólise foi quantificada por espectrofotometria a

540 nm. Considerou-se como resultado a média das triplicadas.

3.9.5 Determinação de flavonoides

Para determinação de flavonoides, utilizou-se método qualitativo

colorimétrico, onde foram dissolvidos 25 mg de extrato bruto seco em 5 mL de

metanol em um tubo de ensaio. Adicionou-se fragmentos de magnésio seguro

por uma pinça e 0,5 mL de ácido clorídrico (HCl) concentrado. Ao final foi

determinada a presença de flavonoides pela efervescência e o surgimento de

uma coloração avermelhada na mistura.

3.9.6 Determinação de mucilagem

Para a pesquisa de mucilagens mediu-se o volume ocupado por 1 g da

droga pulverizada, em proveta de 25 mL. Adicionou 25 mL de água (agente

intumescente) e agitou-se por 1 minuto a cada 10 minutos, por 1 hora. Como

efeito do experimento, após 3 horas, em temperatura ambiente, a diferença do

volume (mL) inicial e final ocupado pelo material vegetal, constitui o índice de

intumescência da amostra calculado a partir da equação 6:

Equação 6

IT= Vi –Vf Em que: Vi= Volume inicial ocupado pelo material vegetal Vf= Volume final ocupado pelo material vegetal

47

3.9.7 Determinação de taninos

Para a determinação de taninos, utilizou-se de método qualitativo. Para

isso, dissolveu-se 5 mg do extrato etanólico a 40 % em 5 mL de água destilada,

e posteriormente este material foi filtrado. Adicionou-se 2 gotas de solução

etanólica de FeCl3 a 1 % (v/v). Qualquer mudança na coloração ou formação

de precipitado é indicativo de reação positiva para taninos.

3.9.8 Determinação do teor de polifenois totais

O teor de Polifenois totais dos extratos a 40 % (v/v) foi determinado com o

reagente Folin-Ciocalteau (uma mistura de fosfomolibdato de amônio e ácido

fosfotungstato), descrito por Chandra e Meija (2004).

Neste ensaio, as amostras de extrato bruto seco a 40 % (v/v) obtidos a

partir das folhas de S. alata em acessos na restinga e caatinga, foram diluídas

em água, adicionando-se uma mesma alíquota de reativo de folin-Ciocalteau,

levando-se a incubação no escuro por 5 minutos, quando acrescentou-se igual

volume de carbonato de sódio a 20 % (v/v). Após incubação de 10 minutos,

mediu-se a absorvância das amostras a 760 nm em um espectrofotômetro

UV/visível.

Como branco substituiu-se a amostra por água. A curva padrão foi

obtida utilizando-se soluções referência de ácido gálico nas concentrações de

12,5, 25, 50, 100 e 200 µg/mL.

A partir dos resultados da absorvância e das concentrações de ácido

gálico dos extratos, foi construído um gráfico da equação da reta por regressão

linear para calcular o teor de polifenois totais do analito.

3.9.9 Determinação do teor de flavonoides totais

A dosagem total de flavonoides foi realizada de acordo com Rio (1996) e

Markhan (1982), a partir da construção de uma curva de calibração, utilizando

rutina como substância referência.

As amostras de extrato bruto seco a 40 % (v/v) obtidos a partir das

folhas de Senna alata obtidos em acessos na restinga e caatinga foram

diluídas em metanol a 70 % (p/v), adicionou-se 7,5 % (m) de cloreto de

alumínio a 5 % em metanol (v) e, após repouso de 30 minutos no escuro,

realizou-se a leitura a 425 nm em espectrofotômetro UV/visível.

48

Como branco substituiu-se a amostra por água. A curva padrão foi

obtida utilizando-se a solução referência rutina nas concentrações de 12,5, 25,

50, 100 e 200 µg/mL.

A partir dos resultados da absorvância das concentrações de rutina dos

extratos, foi construído um gráfico da equação da reta por regressão linear para

calcular o teor de flavonoides totais.

3.9.10 Perfil cromatográfico dos extratos em cromatografia de

camada delgada (CCD)

Para obtenção do perfil cromatográfico os extratos obtidos a partir das

folhas de S. alata foram cromatografados em CCD, sobre cromatofolhas de

sílica gel G 60 F254, empregando-se sistemas eluentes e reveladores segundo

Wagner e Bladt (1996). Com auxilio de tubos capilares de vidro, os extratos

foram aplicados nas cromatoplacas, formando manchas semelhantes e

regulares. A fase móvel escolhida neste estudo foi a de uma mistura de hexano

e acetato de etila (1:1). A migração cromatográfica foi de 5 cm. Após eluição

utilizou-se vanilina sulfúrica em estufa a 100º C por 5 minutos como agente

homogênico. As placas foram observadas sob luz ultravioleta, sendo

registrados os resultados em Fator de retenção (Rfs). Utilizou-se rutina e

quercetina como substâncias referência.

3.10 Determinação de atividades biológicas dos extratos das folhas de

Senna alata

3.10.1 Determinação da atividade antibacteriana

A atividade antimicrobiana do extrato hidroetanólico de S. alata foi

determinada pelo método de bioautografia conforme Holetz (2002). Utilizaram-

se bactérias do tipo Gram-positivas (Staphylococcus aureus) e Gram-negativas

(Escherichia coli), conforme tabela 1. Os extratos foram cromatografados (item

3.9.10) e após a migração dos extratos aplicou-se nas placas cromatográfica o

padrão antibiótico. A placa cromatográfica foi depositada em placa de Petri

estéril em câmara de fluxo laminar. A suspensão padrão dos micro-organismos

a 1,5 x 108 UFC/mL foi inoculada sobre a mesma com o auxílio do swab em

seguida foram mantidas em estufa a 35° C por 24 h. Passado o período de

incubação o bioautograma foi revelado por nebulização de solução aquosa de

49

trifenil-2,3,5 cloreto de tetrazóleo a 2 % e novamente levado a estufa a 35º C

por 1 h. A presença de substâncias químicas ativas foi caracterizada pela

visualização de halo de inibição em torno das bandas cromatográficas. O

experimento foi realizado em triplicata e registrado por fotografia digital. Como

padrão de antibiótico, utilizou-se amoxicilina tri-hidratada (875 µg/mL).

3.10.2 Determinação da atividade alelopática

A atividade alelopática das amostras foi determinada por bioensaios de

inibição da germinação de diásporos de Lactuca sativa L. var. Grand rapids, em

solução aquosa com extrato de S. alata a 0,5, a 1,0 e a 2,0 % (v/v), à

temperatura ambiente de 25° C ± 2º C. Em cada experimento foram semeadas

20 diásporos por placa de Petri (9 mm de diâmetro) sobre camada tripla de

papel filtro umedecido com 5 mL da solução análise. A contagem dos diásporos

que germinaram deu-se em intervalos de 3, 6, 9, 12, 15, 18, 24 e 48 horas após

a distribuição das sementes, baseando-se na emissão de radícula com cerca

de 2 mm além do estado da plântula (cor, tamanho, consistência e espessura)

observadas sob lupa com 10 x de aumento (Hartmann et al., 2001; Souza et

al., 2005; Ferreira et al., 2007; Gusman et al., 2008). Como controle positivo,

utilizou-se água destilada. Os resultados foram representados graficamente

com a média das triplicatas.

Determinou-se a viabilidade dos diásporos não germinados pelo

desenvolvimento de coloração rósea na parte interna dos mesmos expostos

por secção transversal. Para tanto, as sementes passaram 24 h no escuro e à

temperatura de 30° C, em solução aquosa de cloro-2,3,5-trifenil cloreto de

tetrazólio a 1 % (v/v).

3.10.3 Viabilidade celular pelo MTT

O teste de citotoxidez in vitro foi efetuado utilizando o ensaio de

viabilidade celular através do MTT, conforme NIH (2001). Os sobrenadantes

das culturas celulares de macrófagos RAW 264.7 foram obtidos em cultura

destas células na concentração de 5 x 104 células/mL, tratadas com os extratos

de S. alata nas concentrações 50 e 100 µg/mL. Após 24 horas, adicionou-se o

MTT (5 mg/mL) em PBS durante 4 horas a 37° C. Após essa incubação, a

placa foi centrifugada a 1800 rpm por 5 minutos. Retirou-se o sobrenadante e

adicionou-se à placa 200 µL de DMSO. A absorvância foi medida em

50

espectrofotômetro de placas de cultura (SLT Spectra®) a um comprimento de

onda de 490 nm. Como controle branco, utilizou-se 200 µL de DMSO. Os

valores da viabilidade celular foram expressos em porcentagem média

conforme a absorbância determinada nos grupos estudados.

A liberação específica foi calculada de acordo com os controles:

macrófagos não-tratados e estimulados (controle negativo), e macrófagos

tratados com 1 % (v/v) de Triton X-100 (controle positivo).

3.10.4 Avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro

Os ensaios foram realizados no laboratório de produtos bioativos (LPBio)

no Campus Macaé UFRJ seguindo a metodologia descrita por Mori e

colaboradores (2000) e Zhao e colaboradores (2008).

3.10.4.1 Estímulo com LPS

Em uma placa de 96 poços foi depositado 100 µL de macrofagos da

linhagem RAW 264.7 na quantidade de 2 x 105 células/mL. Após duas horas na

estufa a (37° C, 5 % de CO2), a placa foi centrifugada a 2000 rpm por 10

minutos a 10° C retirou-se o sobrenadante e aplicou-se os estímulos de LPS na

concentração de 1 µg/mL e os extratos etanolicos a 40 % (v/v) de S. alata

acesso caatinga e restinga retomado em água nas concentrações 25, 50 e 100

µg/mL (1:1) v/v. Após 24 horas em estufa, o sobrenadante foi retirado e

estocado à -80° C para dosagem de TNF-α e NO.

3.10.4.1.1 Avaliação da capacidade inibitória de Senna alata sobre a

produção de TNF-α

Para quantificação de TNF-α, os sobrenadantes dos macrofagos RAW

264.7 tratados com LPS conforme item 3.9.4.1, foram desgelados em

temperatura ambiente para a dosagem do TNF-α por kit de ELISA, de acordo

com as especificações do fabricante (ReD Systems Quantikine). Como controle

negativo utilizou-se sobrenadante da cultura de macrófagos não tratados com

extratos de Senna alata e não estimulados com LPS e como controle positivo

utilizou-se macrófagos estimulados com LPS (1 µg/mL) e não tratados com os

extratos de Senna alata. A leitura foi realizada em espectofotômetro UV a 450

nm.

51

3.10.4.1.2 Avaliação da capacidade inibitória de Senna alata sobre a

produção de óxido nítrico

Para quantificação de nitrito, os sobrenadantes dos macrofagos RAW

264.7 tratados com LPS conforme item 3.10.4.1, foram desgelados em

temperatura ambiente. Como controle negativo utilizou-se sobrenadante da

cultura de macrófagos não tratados com extratos de Senna alata e não

estimulados com LPS e como controle positivo utilizou-se macrófagos

estimulados com LPS (1 µg/mL) e não tratados com os extratos de Senna

alata. A dosagem de NO foi realizada pelo método de Griess. A leitura foi

realizada em espectrofotômero a 540 nm. Os resultados foram expressos

graficamente.

3.10.4.2 Estímulo com Zymosan

A indução de inflamação a partir do polissacarídeo Zy, foi realizada

conforme Rocha (2003). Em uma placa de 96 poços foi depositado 100 µL de

suspensão de células peritoneais de camundongos Swiss por poço, na

quantidade de 2 x 105 células. Após duas horas na estufa a 37° C e 5 % de CO2

para adesão dos macrófagos na placa, a mesma foi centrifugada a 2000 rpm

por 10 min a 10° C. Foi retirado o sobrenadante e adicionado os estímulos de

Zy na concentração de 1 µg/mL e os extratos etanolicos a 40 % (v/v) de S.

alata acesso caatinga e restinga retomado em água nas concentrações de 25,

50 e 100 µg/mL, (1:1) v/v. Após esse procedimento, levou-se o material

novamente à estufa para incubação por 24 horas, quando foi retirado o

sobrenadante para as dosagens de TNF e NO, conforme os itens 3.10.4.1.1 e

3.10.4.1.2.

3.10.5 Determinação da toxidez intraperitoneal aguda

O ensaio de toxidez foi realizado pela metodologia de Brito (1994).

Utilizou-se 45 camundongos Swiss adultos (45 ± 2 dias de vida). Foram

utilizados 1 grupo controle negativo (recebendo apenas solução salina), e 4

grupos teste tratados com o extrato de Senna alata obtidas do acesso caatinga,

4 grupos teste tratados com o extrato de Senna alata obtidas do acesso

restinga, em diferentes concentrações. O extrato etanólico de S. alata a 40 %

(v/v) seco foi dissolvido em PBS e os grupos testados receberam os

respectivos extratos nas doses 16, 32, 40 e 60 g/kg, por via intraperitoneal.

52

Realizou-se a observação ininterrupta nas primeiras 2 horas e em seguida em

4, 6, 8, 12, 24, 32 e 48 horas. Os parâmetros de toxidez avaliados e registrados

foram: sinais de depressão, excitação, convulsão, salivação, lacrimejamento,

efeitos sobre a defecação, micção, respiração, locomoção e óbito dos animais,

além da concentração do LDH.

3.10.5.1 Quantificação da liberação de enzima citoplasmática lactato

desidrogenase (LDH) em animais submetidos à toxidez aguda

O sangue dos animais que foram submetidos ao teste de toxidez aguda

nas várias concentrações de extrato de S. alata dos acessos caatinga e

restinga foi coletado por punção cardíaca logo após a eutanásia dos animais

utilizados no ensaio 3.10.5. O soro do sangue foi separado por centrifugação a

2000 rpm em 10 minutos e utilizou-se o kit ezimático Doles® para a

quantificação do LDH. Adicionou-se ao soro 250 µL de alúmen férrico em 4 mL

de substrato do kit enzimático (solução de 0,1 M de lactato e 0,05 M de o-

fenantrolina em solução tampão tris 0,2 M, pH 8,8), mantendo-se em estufa a

37° C por 2 minutos. Em seguida foi adicionado fenazina metosulfato (FMS) e

difosfopiridino nucleotído (NAD) na proporção de 1:20, mantendo-se em estufa

por mais 5 minutos, para então determinar a concentração de LDH, que

representa uma indicação indireta de citotoxicidade na absorvância de 510 nm.

Os reagentes foram manipulados na ausência de luz. Como controle positivo

utilizou-se amostra de soro sanguíneo em DMSO a 1 % na proporção 1:1 (v/v).

Como controle negativo utilizou-se o soro sanguíneo dos animais.

3.11 Análise estatística dos resultados

Neste trabalho todos os resultados são apresentados como médias ±

erro padrão da média (SEM) do número de experiências (n) indicado nas

figuras ou nas suas legendas. A significância das diferenças entre dois grupos

de valores foi calculada pelo teste t de Student não emparelhado. Quando um

grupo de valores foi comparado com três ou mais grupos, a significância das

diferenças foi analisada pelo teste ANOVA seguido do teste de Bonferroni. Os

valores de p inferiores a 0,05 (p < 0,05) foram considerados como

representando diferenças significativas. Para construção dos gráficos, utilizou-

53

se o software GraphPad Prism 7.0. Todos os experimentos foram realizados

em triplicatas (n = 3), sendo as médias consideradas como resultados.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Morfo-anatomia e caraterização organoléptica das folhas de Senna

alata

4.1.1 Análise macroscópica

Uma das atribuições da Farmacobotânica é realizar a analise morfo-

anatômica de drogas vegetais, visando a sua autenticidade e padronização de

um material vegetal. Neste trabalho realizou-se um estudo para enfatizar as

características morfoanatômicas marcantes nas folhas de S. alata que sejam

úteis na autenticidade das mesmas como insumo farmacêutico.

S. alata é um subarbusto contituido por pares de folíolos. Ressalta-se

que as características macroscópicas dessa espécie nos acessos restinga e

caatinga são em geral muito semelhantes para estes dois acessos,

diferenciando-se, principalmente, pela quantidade e tamanho dos folíolos, que

apresentam-se maiores e em maior quantidade no acesso caatinga, além

disso, diferenciam-se pela presença de um maior número de tricomas no

acesso caatinga, onde ocorre aglomeração de tricomas na face adaxial. Essas

características demarcam as diferenças mais consistentes entre os acessos,

conforme pode ser verificado na figura 5 e tabela 2.

.

Figura 5 Aspecto geral das folhas de Senna alata (L.) Roxb. Legenda: A. face adaxial e abaxial do acesso Caatinga; B. face adaxial e abaxial do acesso restinga. Regua: 1 cm.

54

Tabela 2 Determinação de características macroscópicas das folhas de Senna alata (L.) Roxb.

O padrão de venação em uma folha também é uma característica

consistente na descrição das espécies e drogas de origem vegetal. Tomando

por base Hickey (1974), nos dois acessos (restinga e caatinga) de S. alata,

pode-se observar que a nervação apresenta o padrão geral do tipo

camptódroma, com a nervura central proeminente apenas na face adaxial. A

venação terciária é reticulada. A última marginal é incompleta. A areolação é

desenvolvida, geralmente quadrangular (por vezes pentagonal) e as vênulas

são ramificadas, figura 6 e 7.

ESTRUTURAS

PARTES CONSTINTUINTES

CARACTERÍSTICA

Limbo

Tamanho

CAATINGA RESTINGA

Possui 10-12 cm de comprimento e 3-5 cm de

largura

Possui 5-7,5 cm de comprimento e 2,3-4,4 cm

de largura

Coloração Discolores, na face adaxial

Verde-oliva opaco =

Nervação Camptódroma =

Consistência Membranácea =

Superfície

Lisa, com tricomas, esparços na face adaxial e aglomerados na face abaxial próximo a nervura

central

Lisa, com tricomas esparsos na face adaxial e

face abaxial

Forma Oblongas =

Bordo Inteiro =

Ápice Retuso =

Base Assimétrica =

Divisão do Limbo Folha penaticomposta bifoliada do tipo paripenada, constituíd a

por 7 a 13 pares de folíolos.

Folha penaticomposta bifoliada do tipo

paripenada, constituída por 5 a 10 pares de folíolos.

Estípulas Triangulares, persistentes,

assimétricas com 1,4-1,6 x 0,7-1,1 cm

Triangulares, persistentes, assimétricas com 1,2-1,6 x

0,4-0,9 cm

Pecíolo Tamanho Reto e curto com 0,4 a 1,2 cm

de comprimento =

Figura 6 Venação da folha de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga. Legenda: P. Detalhes da venação primária; S. Detalhe da venação secundária; T. Detalhe da venação Terciária. Régua: 1 mm.

55

Figura 7 Venação da folha de Senna alata (L.) Roxb. acesso restinga. Legenda: P. Detalhes da venação primária; S. Detalhe da venação secundária; T. Detalhe da venação Terciária . Régua: 1 mm.

Macroscopicamente, a folha de S. alata segue o padrão geral da

subfamília Caesalpinoideae apresentando-se composta por folíolos de bordo

inteiro e com a venação principal camptódroma, conforme Metcalfe e Chalk

(1950).

As características macroscópicas de S. alata diferem de S. alexandrina,

conforme a Farmacopéia Brasileira V Ed. (2010), basicamente na forma dos

folíolos e ápice, que para esta espécie é elíptica e aguda, respectivamente. O

padrão geral de venação, assim como a assimetria da base do limbo nos

folíolos também são o mesmo para estas duas espécies. S. alexandrina

também apresenta tricomas esparsos, mas neste caso estes tricomas possuem

textura áspera, o que não foi observada em S. alata.

Os folíolos dos acessos, quando desidratados, apresentam cor verde-

mate, podendo se verificar além das características descritas anteriormente,

ondulações marcantes no limbo que as tornam suavemente côncavas, como

podem ser observadas na figura 8.

Figura 8 Aspecto geral das folhas desidratadas de Senna alata (L.) Roxb. Legenda: A. face abaxial e

adaxial dos folíolos do acesso caatinga; B.face abaxial e adaxial do folíolo do acesso restinga. Régua: 1 cm.

56

O padrão que os folíolos de S. alata assumem quando desidratados

difere do padrão da droga de S. alexandrina, uma vez que nesta planta os

folíolos permanecem planos, praticamente sem dobraduras, e a coloração

também difere uma vez que em S. alexandrina assume um tom de verde-

amarelado, conforme Oliveira e Akisue (2005).

4.1.2 Análise microscópica

Em secção paradérmica os acessos restinga e caatinga de S. alata são

semelhantes (Tabela 3 e figuras 9 e 10). Pôde-se verificar as células

epidérmicas ondeadas com as paredes espessas tanto na face adaxial quanto

na face abaxial. Os estômatos se fazem presentes em ambas as faces

epidérmicas, demarcando o padrão anfiestomático. Estes estômatos são do

tipo paracítico e muito raramente anisocítico, com índice estomático maior na

face abaxial. Observou-se tricomas tectores unicelulares pouco alongado e

eretos, com o ápice afilado.

Tabela 3 Determinação das características microscópicas das folhas de Senna alata (L.) Roxb.

em secção paradérmica nos acessos restinga e caatinga.

ACESSO

ESTRUTURA

SUPERFICIE DO LIMBO

Adaxial Abaxial

CAATINGA

Estômatos Paracítico =

Tricomas tectores Unicelular de ápice afilado e cutícula espessa e lisa

=

Células epidérmicas Ondeadas =

Índice estomático 43,0 ± 3 73,49 ± 2

RESTINGA

Estômatos Paracítico =

Tricomas tectores Mais esparsos. Unicelular de ápice afilado e cutícula espessa e lisa

=

Células epidérmicas Ondeadas =

Índice estomático 44,13 ± 2 71,02 ± 2

Figura 9 Secção paradérmica da lamina foliar de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga. Legenda: A.

Epiderme na face abaxial; B. Epiderme na face adaxial; C. Detalhe evidenciando tricoma tector unicelular na face adaxial; 1. Células epidérmica; 2. Estômato; 3. Tricoma tector; Régua: 20 μm. Aumento de 40 x.

1

2 3

57

Notou-se a presença de tricoma na face adaxial e abaxial de Senna

alata nos acessos estudados, no entanto, na superfície adaxial esses tricomas

apresentam-se débeis, podendo-se perceber a inserção do mesmo na

epiderme em sua extremidade inferior, como um ponto preto. A presença de

tricomas tectores é uma característica microscópica semelhante a S.

alexandrina, a presença de tricomas tectores, conforme a Farmacopéia

Brasileira V ed. (2010). No entanto, essses tricomas se diferenciam nas duas

espécies em relação a sua forma, pois, em S. alexandrina, os tricomas se

apresentam curvos e ásperos, o que não foi observado em S. alata Luna

(2013) relata que em Senna occidentallis, os tricomas se limitam a face abaxial.

As células epidérmicas são diferentes entre estas duas espécies

vegetais, uma vez que em S. alexandrina estas células apresentam a forma

poligonal e em S. alata são ondeadas. Esses dados mostram que apesar da

similaridade das espécies, que são facilmente confundidas no uso

populacional, existem diferenças microscópicas que auxiliam a diferenciação

da espécie.

Solereder (1908), Metcalfe e Chalk (1950) e Watson (1981) comentam

que o tipo mais comum de estômato na subfamília Caesalpinoideae é o

paracítico, como foi verificado neste trabalho para S. alata, dados que

corroboram com os estudos realizados com S. alexandrina. Contudo, Metcalfe

e Chalk (1950) mencionam que muitos gêneros desta subfamília, em especial

Senna, apresentam estômatos confinados à superfície inferior, obedecendo ao

padrão denominado hipoestomático. S. alata não segue este padrão usual para

Caesalpinoideae e sim o padrão anfiestomático, fato observado nos dois

Figure 10 Secção paradérmica da lamina foliar de Senna alata (L.) Roxb. acesso restinga. Legenda: A.

Epiderme na face abaxial; B. Epiderme na face adaxial; C. Detalhe evidenciando tricoma tector unicelular na face adaxial; 1. Células epidérmica; 2.Estômatos; 3. Tricoma tector. Régua: 20 μm. Aumento de 40 x.

1

2 3

58

acessos estudados de S. alata, o que demarca uma singularidade relevante

para esta espécie vegetal.

Em relação ao índice estomático sabe-se que o mesmo é um caracter

anatômico constante para as espécies vegetais. Esta questão é relevante uma

vez que pode ser utilizado na autenticação de uma droga vegetal, uma vez que

não é o índice e sim o desempenho dos estômatos que vai variar com a

influência da luz, da umidade do solo e do ar. Segundo Larcher (2006) e

Tatagiba e colaboradores (2007) essas características ambientais provocam

um deficit de pressão de vapor próximo a lâmina foliar, influenciando na

abertura do estomato e consequentemente na função dessas estruturas.

A partir dos estudos realizados por Larcher (2006) e Tatagiba e

colaboradores (2007), pode-se entender que a característica anfietomática de

S. alata, é uma das justificativas do potencial adaptativo e pioneirismo dessa

espécie vegetal que consegue apresentar alto desenvolvimento mesmo em

condições relevantes de salinidade e intenso calor. Por outro lado, levando em

conta Marabesi (2007), pode-se indicar que o rápido desenvolvimento de S.

alata tem relação com a alta taxa de fotossíntese alinhada a condutância

estomática em nível foliar, fato que abastece a planta de amido e assegura seu

desenvolvimento. Outras carcaterísticas foliares descritas para essa S. alata

sugere mecanismo de adaptação a ambientes com excesso de calor,

favorecendo a menor reflexão de luz e proteção dos estomatos, a exemplo da

epiderme apresentar parede celular expessa, característica adaptativa

ressaltada por Monteiro e colaboradores (1985) e Fahn (1990).

Em relação aos tricomas salienta-se que são apêndices da epiderme

estão presentes em diversos órgãos das plantas, segundo Fahn (1990). Os

tricomas tectores que são os de cobertura, como os que foram observados nas

folhas de S. alata são úteis para afastar ou fazer chamariz de alguns

animáculos e ainda por promover um microclima na camada epidérmica,

evitando a transpiração excessiva da planta. Assim é que essas estruturas,

além de proteção contra herbívoros, aumentam a superfície de absorção de

água da planta, o que é uma característica marcante de espécies da caatinga

(Henrique, 2008). Essa informação referente a presença de tricomas nas

espécies da caatinga corrobora ao fato de ter-se encontrado um maior número

59

de tricomas tectores nas folhas do acesso caatinga em relação ao acesso

restinga, como pode ser verificado na tabela 2.

Ressalta-se que os espécimes estudados foram retirados de biomas de

clima tropical, e assim é que caatinga e restinga, por apresentarem diferenças

diferenças climática marcantes ditarão caracteristicas morfo-anatômicas

adaptativas as mesmas variantes nas espécies locais. Contudo, salienta-se

que S. alata é uma espécie introduzida nestes biomas, logo suas

características morfo-anatômicas gerais serão preservadas, mas por adaptação

local, seus tecidos e órgãos estarão adaptados em algumas questões como

número de tricomas e espessamento cuticular. Com média de temperatura

anual em nos ultimos 3 anos entre 29,8 ± 4,2° C, a caatinga apresentou nos

meses mais secos (entre junho e agosto) a temperatura do solo com média de

60º C ± 10 º C durante todo o ano. Além dessas condições climáticas rigorosas,

a umidade desse bioma apresentou valores entre 45 % e 60 % com ventos

fortes e secos. Essa característica, associada aos demais elementos

climáticos, determinam a aridez dessa paisagem. Na restinga a temperatura

anual encontra-se entre 24 ± 4° C, com meses mais secos também entre Junho

e Agosto. A temperatura do solo desse bioma, variou entre 45 e 50º C, com

umidade relativa do ar entre 60 e 80 %. Outro fator que também difere nesses

biomas é a salinidade presente na restiga. Essas caracteristicas ambientais

salientadas acabam por promover a retenção de água pela planta

resguardando as funções fotossinteticas e conservando a homeostase iônica

(Esteves, 2008; EMBRAPA, 2012; Clima tempo, 2017; Climate, 2017).

4.1.3 Análise macro-microscópica e organoléptica das folhas em pó

O pó das folhas de S. alata Ca e Re apresentaram características

macroscópicas e organolépticas similares entre si, salientando-se que o pó é

homogêneo, as fraturas são predominantemente ovaladas com os bordos

sinuosos e reentrâncias suaves. A característica que varia é o sabor, pois o

acesso da caatinga apresentou-se marcadamente amargo enquanto que o

acesso da restinga é levemente amargo (tabela 4).

Microscopicamente os dois acessos (restinga e caatinga) também

apresentaram-se semelhantes, com estruturas que seguem o padrão já

60

descrito neste trabalho, ressaltando-se a presença dos tricomas tectores

unicelulares de ápice afilado, fragmentos de epiderme com as células

epidérmicas ondeadas e paredes celulares expessas, bem como os estômatos

do tipo paracíticos.

Tabela 4 Descrição macroscópica e organoléptica das folhas pulverizadas de Senna alata (L.)

Roxb.

CAATINGA

Tamanho Fratura

Coloração Forma Borda

Pó fino A maioria com forma ovalada

Suaves reentrâncias

Homogênea em tom verde-mate

RESTINGA Pó fino A maioria com forma ovalada

Suaves reentrâncias

Homogênea em tom de verde-mate

CAATINGA

Sabor Odor Superfície Consistência

Marcadamente amargo

Suave, Suigeneres

Lisa Membranácea

RESTINGA Levemente

amargo Suave,

Suigeneres Lisa Membranácea

Tomando-se por base Oliveira e Akisue (2005) e a Farmacopeia

Brasileira V Ed. (2010) e Oliveira e colaboradores (2012), os folíolos

pulverizados de S. alata em relação a S. alexandrina diferem basicamente no

que se refere a cor do pó, pois S. alexandrina possui o pó dos folíolos na cor

verde-amarelado, enquanto que S. alata possui o pó dos folíolos na cor verde-

mate. O pó dos folíolos destas duas espécies em questão é similar no sabor

amargo, contudo a diferença encontrada no sabor (mais ou menos amargo)

para os folíolos em pó de S. alata, entre os dois acessos, deve estar

relacionada à constituição química desses acessos em estudo pela variação de

classes químicas ou mesmo devido a maior ou menor proporção de

metabólitos das mesmas classes químicas.

. A forma das céluas epidérmicas e a cutícula do tricoma tector

apresentam-se com diferenças microscópicas marcantes no pó de S.

alexandrina e S. alata. Em S. alexandrina a forma das células epidérmicas é

poligonal e a cutícula do tricoma tector é rugosa, enquanto que na análise

microscópica do pó de S. alata neste trabalho pode-se verificar que as células

epidérmicas possuem forma ondeada e os tricomas tectores apresentam

cutícula expessa, mas sem rugosidades. Por fim há de se diferenciar também

pelo fato de o tricoma em S. alata ser reto e em S. alexandrina ser inclinado.

61

O ensaio granulométrico realizado com as folhas em pó de S. alata

evidenciou que o material concentra-se nos tamises com abertura de 92 a 165

µm, com diâmetro médio da malha de 0,125 µm (Ca) e 0,115 (Re), conforme

pode ser observado na figura 11, classificando-se como um pó fino, conforme

FAPI (2006), WHO (1998) e Farmacopeia Brasileira V Ed. (2010).

As estruturas histológicas de dos órgãos vegetais são heterogêneos.

A moagem das folhas desidratadas de S. alata neste trabalho foi obtida

em moinho de facas. Ressalta-se que o pó de uma planta como produto final é

variável por características como a consistência do material vegetal, bem como

pelo equipamento no qual a pulverização foi realizada, e o tamanho da

partícula pode variar, inclusive, de acordo com a velocidade e característica do

moinho utilizado no processo de pulverização da planta (Simões et al., 2003;

Politi, 2009). Sobre a consistência do material, esses mesmos autores

comentam que, a granulometria do material vegetal pode apresentar-se

fortemente compactada, a exemplo das sementes, caules e raízes ou então

com textura mais delicada, quando realizada a partir das folhas e flores. Essas

Figura 11 Glanulometria por tamisação das folhas em pó de Senna alata (L.) Roxb. Resultados expressos em porcentagem (%) p/p. Legenda: Acesso caatiga (A); restinga (B). (n = 3).

62

características influenciam diretamente na eficiência da extração. O resultado

da granulometria obtido neste trabalho para os acessos de S. alata,

apresentou-se como sendo um pó fino, contudo para S. alexandrina, Almeida

(2005) e Severo (2013) obtiveram pó das folhas classificado como grosso,

enquanto que Luna (2013), para S. occidentalis obteve pó das folhas de

classificado como médio. Ressalta-se que as duas espécies vegetais citadas

apresentam consistência membranácea, e também, no processo, foi utilizado

moinho de facas para a moagem, em todos os trabalhos citados. Trata-se de

três espécies de plantas do mesmo gênero e, possivelmente, a velocidade

utilizada ou mesmo o tamis de recolhimento do pó e, mesmo o tempo de

secagem da planta antes da pulverização pode ter sido fatores determinantes

para esses resultados.

Também deve-se levar em consideração de que o material de S.

alexandrina, em geral, apresenta uma quantidade considerável de frutos junto

as folhas, conforme Farmacopéia Brasileira V ed. (2010), o que deve ser

determinante para os resultados destes trabalhos serem classificados com

granulometria diferente.

4.2 Análise físico-química

Os ensaios de pureza são essenciais para comprovar a integridade da

droga em pó e os interferentes que podem ocorrer devido o cultivo e manuseio

no processo de colheita e pós-colheita da mesma. A caracterização da pureza

da droga, quanto à presença de material estranho, teor de umidade e cinzas

das amostras analisadas, teve seus valores correspondentes a quantidades

permitidas pela Farmacopeia Brasileira V Ed. (2010), que corresponde a no

máximo 2,0 % de material estranho, 12,0 % de umidade, 13,0 % de cinzas

totais e 10,0 % de cinzas insolúveis em ácido, como pode ser verificado na

tabela 5.

63

Tabela 5 Determinação físico-química referente à pureza das folhas de Senna alata (L.) Roxb. (n = 3).

Ensaios de pureza Senna alata Ca (%)

Senna alata Re (%)

Material estranho 0,28 ± 0,02 0,23 ± 0,03

Água 11,8 ± 1,10 9,10 ± 1,20

Cinzas totais 8,12 ± 0,40 12,87 ± 1,00

Cinzas insolúveis em ácido 4,72 ± 0,50 6,22 ± 0,70

pH 7,0 6,0

A análise dos valores referentes à pureza dos folíolos como drogas

vegetais constitui resultado inédito para S. alata.

A avaliação do teor de umidade presente na droga vegetal é importante

na medida em que serve de parâmetro para a produção industrial, pois entre

outras questões revela dados sobre as condições da conservação da droga

vegetal para que se venha ter os cuidados necessários em sua preservação. O

excesso de umidade acarreta em ação de enzimática e consequente

degradação de constituintes químicos, além disso, facilita a proliferação de

micro-organismos (Galina, 2003).

Dependendo das condições de processamento e da composição

química do vegetal, minerais podem aparecem nas cinzas sob a forma de

óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos, cloretos. A determinação de cinzas em

amostras vegetais é importante por indicar equilíbrio microbiano e estabilidade

físico-química da droga. Figueiredo (2005) afirma que o teor de cinzas

insolúveis em ácido está relacionado principalmente com a presença de areia

no extrato. Essa informação pode justificar o fato do acesso restinga ter

apresentado maior quantidade em comparação à caatinga.

Com relação ao teor de cinzas entre os extratos do experimento neste

trabalho, os valores foram elevados, no entanto dentro do permitido pela

Farmacopéia Brasileira V Ed. (2010). Estas cinzas são resíduos inorgânicos

remanescentes da queima da matéria orgânica, que é transformada em CO2,

H2O e NO2. A composição das cinzas corresponde à quantidade de

substâncias minerais presentes, devido às perdas por volatilização ou mesmo

pela reação entre os componentes (Chaves et al., 2004).

Salienta-se que muitos dos minerais são vitais para a saúde, visto que

atuam no crescimento do corpo e seu metabolismo, nas contrações musculares

64

e também no balanceamento da água, entre muitos outros processos

(Wardilaw et al., 1994). Os resultados da tabela 4 de S. alata, mostram-se

similares quando comparados com os dados de S. alexandrina descrina na

Farmacopéia brasileira V Ed. (2010), uma vez que se tem para esta espécie

comercial o valor de 12 % para as cinzas totais e 3% para as cinzas insolúveis

em ádico.

4.3 Determinação do teor extrativo

A determinação do teor extrativo de S. alata permitiu verificar que o

rendimento do extrato a 10 % da droga vegetal (p/v), usando como solvente

etanol nas concentrações a 20, 40, 60, 80 e 95 %, obtiveram maior rendimento

em etanol a 40 % (v/v). Este resultado foi muito próximo às extrações com

etanol a 20 e 60 %, conforme apresentado na tabela 6.

Tabela 6 Determinação do teor extrativo dos extratos hidroetanólicos obtidos a partir das folhas de Senna alata (L.) Roxb. Ensaio realizado em triplicatas nas concentrações 20, 40, 60, 80 e

95 % de etanol. (n = 3).

O ensaio referente à determinação do teor extrativo é de suma

importância, pois antes de executar uma extração, deve-se levar em

consideração uma série de fatores que interferem nesta operação tais como

granulometria do material em pó, polaridade do solvente, acidez do meio,

agitação, temperatura, tempo de extração e tocixidade do solvente (Soares et

al., 1998), pois a estrutura histológica de um órgão vegetal é bastante

heterogênea o que influencia diretamente na eficiência da extração.

A composição química do gênero Senna, rico principalmente em

flavonoides e antracênicos, fez com que neste trabalho se optasse pela

extração com etanol. Também se utilizou etanol devido a polaridade e menor

índice de toxicidade dessa substância em relação a outros solventes

Solução extrativa em etanol (%) v/v

Teor extrativo de Senna alata (L.) Roxb. Ca

(%) p/p

Teor extrativo de Senna alata (L.) Roxb. Re

(%) p/p

20 21,54 ± 1,02 21,18 ± 1,40

40 23,89 ± 1,07 22,57 ± 1,00

60 20,98 ± 2,00 19,10 ± 1,12

80 16,10 ± 2,00 16,12 ± 2,00

95 09,90 ± 1,00 10,12 ± 1,00

65

comumente utilizado em extrações. Waksmundzka e colaboradores (2008)

ressalta que, como os extratos vegetais possuem moléculas polares e

apolares, a utilização de solvente com polaridade intermediária contribui para

separar os compostos químicos de maneira mais eficiente, a não ser que se

objetive uma determinada classe química de metabólitos.

Na escolha de um método extrativo, deve-se avaliar a eficiência, a

seletividade, a estabilidade das substâncias extraídas e o custo do processo

escolhido, considerando principalmente a finalidade do extrato que se quer

preparar (Costa, 1994; Simões e Spetizer, 2003). Assim é que, apesar de não

ter havido grandes diferenças entre o teor extrativo nos extratos entre etanol a

20 %, 40 % e 60 %, optou-se por utilizar a extração a 40 % de etanol por

representar uma economia média em etanol e em tempo e energia ao se

evaporar o solvente.

4.4 Triagem fitoquímica dos extratos

Em relação ao perfil fitoquímico qualitativo de S. alata, com a

demarcação da presença de classes químicas nos extratos obtidos a partir das

folhas, pode-se afirmar que os acessos da caatinga e restinga, apresentaram

perfis semelhantes, conforme tabela 7.

Tabela 7 Triagem fitoquimica dos extratos etanólico a 40 % obtidos a partir das folhas de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga e restinga.

Ensaios S. alata caatinga S. alata restinga

Mucilagem - índice de intumescência 1,3 ± 0,1 mL 1,0 ± 0,1 mL

Saponinas - índice de Espuma 1,0 ± 0,1 cm 1,0 ± 0,1 cm

Saponinas hemolíticas - grau de Hemólise < 10 % < 10 %

Antraquinonas Presente Presente

Flavonoides Presente Presente

Taninos Taninos Ausente

A prospecção fitoquímica de uma planta geralmente tem como objetivo

principal o conhecimento das classes dos compostos químicos presentes no

extrato vegetal obtido a partir de um órgão específico da mesma. No que se

refere ao gênero Senna sabe-se que o mesmo possui um perfil químico em que

se sobressai os flavonoides e as antraquinonas, relatado por autores como

Viegas e colaboradores (2005). Neste trabalho, as classes químicas

encontradas nos extratos analisados foram fiéis aos padrões para o gênero e

66

subfamília de S. alata, encontrando-se as mesmas classes químicas que em S.

obtusifolia (L.) H.S. Irwin e Barneby e S. angustifolia Vahl. e S. occidentalis

(Lorenzzi, 2002; Lombardo et al., 2009; Schulz, 2012). Ressalta-se que os

resultados obtidos também corroboram com os ensaios histoquímicos de

Rodrigues e colaboradores (2011) para as folhas de S. alata, em que

identificaram antraquinonas, flavonoides, saponinas e taninos em material

obtido na Amazonia Oriental.

Ocorreu presença marcante de mucilagem nos dois acessos de S. alata,

com maior índice no acesso caatinga. A mucilagem é um polímero de alta

massa molecular que apresenta a capacidade de se complexar com moléculas

de água e por isso a presença marcante em cactos e outras plantas suculentas

ou não que ocorrem naturalmente em locais sob sol pleno e baixo regime de

águas. Estes metabólitos, por vezes, formam uma solução viscosa, produzidas

como exsudatos para a proteção de danos mecânicos ou a ataques

microbianos, que a planta tenha sofrido. Um exemplo de ocorrência de

mucilagens é o gênero Aloe, em que estes metabólitos ocorrem em grande

quantidade no tecido parenquimático das folhas (Thaiz e zeiger, 2002; Lulinski

et al., 2003). Farmacologicamente é uma classe química que apresenta

propriedade cicatrizante, anti-inflamatória, laxativa, expectorante e

antiespasmódica.

A determinação da presença de saponinas neste trabalho foi obtida pelo

índice de espuma e/ou determinação do grau da atividade hemolítica (Simões e

Spetizer 2003; Farmacopeia Brasileira Ed. V, 2010). Destaca-se que a

determinação da presença destes metabólitos em S. alata foi obtida pela

intensa formação de espuma e também pela atividade hemolítica em grau

baixo por hemólise de eritrócitos mesmo que em baixo grau (tabela 6) para os

dois acessos de S. alata. Ressalta-se que a palavra hemólise é definida na

literatura como um rompimento da membrana da hemácia, causando a

liberação da hemoglobina e outros componentes internos no líquido

circundante indicando que não está havendo danos à membrana celular dos

eritrócitos (Brandão et al., 2006), representando grau de toxidez dos extratos o

que necessariamente deve ser analisado em outros ensaios - o que foi

averiguado neste trabalho em testes seguintes. A presença de saponinas está

relatada para S. occidentalis e S. reticulata por Okwu (2001), Ogunkunle e

67

colaboradores (2006), Rodrigues e colaboradores (2009) e Alonso e

colaboradores (2015). Esta classe química de metabólitos apresenta um amplo

espectro de atividades biológicas e farmacológicas, estando associadas a

toxidez quando apresentam a capacidade de produzir hemólise e, muitas

vezes, estão relacionadas a atividade antimicrobiana (Lacaille et al., 1996). A

atividade hemolítica das saponinas faz parte do sistema de proteção do vegetal

contra ataques de predadores como insetos e outros animáculos (Bruneton,

1999), e pode estar ligada a atividade espermicida, anti-inflamatória e

antimicrobiana apresentada por uma variedade de plantas (Lacaille et al.,

1996).

Em outro ensaio, os extratos de S. alata em contato com o NH4OH as

amostras apresentaram coloração rósea o que constitui reação positiva para

antraquinona. Este grupo de compostos químicos é marcante para esta família

botânica e reflete a possibilidade de um maior potencial alelopático, bem como

atividade anti-inflamatória, vasodilatadora, ou ainda atividade anticarcinogênica

(Alemayehu et al., 1998; Machado, 2011; Rasul et al., 2011; Lu et al., 2013;

Vitorino et al., 2013).

Quanto à presença de taninos, foi detectada pelo aparecimento de

precipitado exposto ao cloreto férrico. Segundo Costa (1975), soluções

aquosas de cloreto férrico em contato com taninos podem causar alteração

para a cor verde-enegrecida, o que foi observado apenas para o acesso

caatinga de S. alata. Os taninos, algumas vezes, são relacionados ao sistema

de defesa das plantas em representantes da subfamília Caesalpinoideae

(Polhill et al., 1981; Ordoñes, 2004; Barrese et al., 2005).

4.4.1 Determinação de polifenois totais

Na determinação dos compostos fenólicos totais das amostras de S.

alata, fez-se a curva de calibração com ácido gálico e obteve-se a equação da

reta para o cálculo dos compostos fenólicos totais como equivalentes de ácido

gálico nas amostras. O coeficiente de determinação (r2) entre x e y, no valor de

0,9987, comprovou a correlação positiva entre a massa de ácido gálico (mg) e

a absorvância (760 nm) dos acessos estudados (figura 12).

O conteúdo de polifenois encontrados nas amostras em análise

demonstrou resultados semelhantes para os dois acessos de S. alata com

68

média de 22,21 ± 0,01 mg de ácido gálico/g para acesso Ca e 21,79 ± 0,01 mg

de ácido gálico/g de para o acesso Re (Tabela 8) em extratos etanólicos a 40

%, obtidos a partir das folhas desta planta.

Tabela 8 Conteúdo de fenolicos totais da Senna alata Ca e Re em mg de ácido gálico/g por

amostra. Legenda: mg AG/g amostra = mg de ácido gálico por g da amostra.

Este experimento referente ao conteúdo total de polifenois em uma

planta ou em seus órgãos é elementar neste tipo de estudo que visa a

possibilidade de inserir uma planta na perspectiva da produção de um produto

farmacêutico, tendo em vista que vários estudos demonstram os polifenois

como compostos químicos marcadamente responsáveis pela atividade

antioxidante (Gupta e Singh, 1991; Wang et al., 1996; Taiz e Zaiger, 2002).

Estes resultados são compatíveis com o perfil fitoquímico obtido neste estudo

para as folhas da planta em questão (tabela 6), e é uma primeira contribuição

na padronização de parâmetros para o controle de qualidade para esta planta

como insumo farmacêutico.

Há de se considerar que espécies do gênero Senna apresentam em sua

composição química polifenois como cumarinas, flavonoides, taninos e

Amostras Fenólicos totais (mg AG/g amostra)

Senna alata Ca 22,21 ± 0,01

Senna alata Re 21,79 ± 0,01

Figura 12 Reta obtida a partir da curva padrão de ácido gálico no ensaio de quantificação de fenolicos totais de Senna alata (L.) Roxb. Resultados obtidos pela média (n = 3) dos extratos dos acessos caatinga e restinga.

69

antraquinonas (Lombardo et al., 2009). Por outro lado, ressalta-se, que os

polifenois estão diretamente envolvidos com a disponibilidade hídrica e

radiação solar, fatores relevantes tanto na restinga como na caatinga,

interferindo diretamente na composição química e mesmo na fenologia das

plantas (Mota, 1975; Taiz e Zaiger, 2002).

A presença de polifenois que este ensaio demarca para as folhas de S.

alata corroboram com os resultados em estudos fitoquímicos para o gênero

Senna. Viegas e colaboradores (2006) constataram que as folhas e frutos de

Senna occidentalis são fontes majoritárias de polifenois, destacando-

sesobretudo pela presença de compostos antraquinônicos e flavonoídicos A

presença de compostos fenolicos também foi confirmada em Senna reticulata

por Santos, (2004) e Zuanassi (2004), onde o estudo fitoquímico de suas raízes

revelou a presença de cumarinas, taninos e flavanonas. A presença de

polifenois pode estar associada ao potêncial anti-inflamatório e relaxante

muscular, além da inibição de peroxidação lipídica, o que já foi constatado para

S. occidentallis.

4.4.2 Determinação de flavonoides totais

Com a curva padrão, obtida a partir das absorvâncias referentes a

concentrações crescentes de rutina através da equação da reta, com R2 de

0,997 foi possível obter as concentrações de (mg/mL) de flavonoides presentes

nas amostras de S. alata expressos em rutina (Figura 13). Os resultados do

doseamento de flavonoides foram de 10,12 ± 0,08 mg de rutina/g para acesso

Ca e 9,78 ± 0,1 mg de rutina/g para o acesso Re, como consta na tabela 9.

Figura 13 Gráfico obtido a partir da curva de calibração realizada com rutina na obtenção do teor total de flavonoides nos extratos das folhas de Senna alata (L.) Roxb. nos acessos caatinga e restinga. (n = 3).

70

Tabela 9 Conteúdo de flavonoides totais de Senna alata Caatinga e Restinga em mg de

rutina/g por amostra. Legenda: mg rutina/g amostra = mg de ácido gálico por g da amostra.

A determinação do teor de uma classe de substâncias químicas pode

servir como parâmetro, mesmo que inicial, tanto para um controle de qualidade

como também para se otimizar as quantidades desta classe química através de

variáveis nos processos de cultivo, colheita e pós colheita da planta. Ocorre

que a marcação das quantidades de uma classe química presente na

constituição química de uma planta, registra como a mesma irá reagir frente às

condições do habitat, e, consequentemente, demarcará as melhores

características climáticas-edáficas a serem observadas em seu cultivo e outros

processos com vistas a uma maior produção destes constituintes químicos

(Vigo et al., 2004; Freire et al., 2006). Apesar de a espectrofotometria no

UV/Vis apresentar limitações de seletividade e especificidade, principalmente

tratando-se de matrizes complexas como as drogas vegetais, esta técnica

apresenta confiabilidade suficiente para a sua adoção no controle de qualidade

da espécie em questão, além da simplicidade operacional e rapidez na

obtenção dos resultados (Moffat et al., 2004).

A presença de flavonoides é relatada em todas as partes das plantas do

gênero Senna (Gobbo-Neto e Lopes, 2007), sendo que esta classe de

substâncias químicas (além das antraquinonas) são os marcadores químicos

responsáveis por diversas atividades farmacológicas desempenhadas no

gênero Senna (Viega, J., 2005; Rodrigues et al. 2009).

Os resultados obtidos neste estudo identificam que entre o conteúdo

fenólico existente nas amostras de S. alata, cerca de 50 % constitui-se de

flavonoides. O teor de flavonoides em S. alata também foi obtido por Moriyama

e colaboradores (2013) com a planta coletada na Indonésia. Estes autores

demonstraram que o teor de flavonoides é maior entre janeiro a setembro, com

pico (4 %) em Janeiro. Assim é que o teor de flavonoides nos acessos testados

(caatinga e restinga) são praticamente o dobro do que se obtem na indonésia

para esta planta (Moriyama et al., 2003; Rodrigues et al., 2009). Por outro lado,

Amostras Fenólicos totais (mg rutina/g amostra)

Senna alata Ca 10,12 ± 0,08

Senna alata Re 9,78 ± 0,10

71

os resultados obtidos neste trabalho para o teor de flavonoides são próximos

ao que Nogueira (2009) obteve para o extrato hidroetanólico de Senna

macranthera em que o teor de flavonoides chegou a aproximadamente 50 %

dos fenois totais. Por vez, este mesmo autor chegou ao resultado de 70 % de

flavonoides do conteúdo total de polifenais ao utilizar metanol como solvente

extrator.

4.4.3 Perfil cromatográfico em cromatografia de camada delgada

Neste estudo objetivou-se verificar o comportamento químico dos

extratos de S. alata em diferentes fases móveis para se obter a presença do

maior número de bandas, com seus Rfs, além de marcar as que são comuns e

diferentes aos dois acessos testados (Re e Ca). A fase móvel escolhida foi

hexano: acetato de etila (1:1) e como agente cromogênico utilizou-se vanilina

sulfúrica a 100º C por 5 minutos (Figura 14). Neste sistema cromatográfico

obteve-se 6 bandas para o acesso caatinga (Rf: 0,21, 0,23, 0,38, 0,52, 0,77 e

0,97) e 4 bandas para o acesso restinga (Rf: 0,17, 0,42, 0,77, 0,97), tendo-se

somente duas bandas com Rf semelhantes (Rf: 0,77, 0,97).

A cromatografia em camada delgada visa, principalmente, desenvolver

um perfil cromatográfico para os extratos em estudo bem como, demonstrar as

diferenças e similaridades que se pode encontrar nos dois acessos em questão

Figura 14 Representação do perfil cromatográfico obtido para os extratos etanólicos a 40 % a partir das folhas de Senna alata (L.) Roxb., sobre cromatofolhas de sílica gel G 60 F254. Fase móvel constituída por

uma mistura de hexano: acetato de etila (1:1) e vanilina sulfúrica com tratamento de temperatura a 100º C por 5 min como agente cromogênico. Legenda: 1. Banda cromatográfica do extrato de S. alata Ca; 2. Bandas cromatográficas do extrato de S. alata Re; 3. Bandas cromatográficas do padrão rutina; 4. Bandas cromatrográficas do padrão quercetina.

72

através das bandas detectadas. Para tanto, se fez um estudo com diversas

fases móveis e agentes cromogênicos para um estudo do comportamento dos

extratos obtidos a partir das folhas de S. alata sobre cromatofolhas de sílica gel

G 60 F254, tomando por base o estudo de Wagner e Bladt (1996).

Em que pese as diferença de fatores ambientais existente entre os

acessos estudados, ocorrem duas bandas que são comum nesses acessos, o

que sugere que apesar da diferença climática entre os biomas, existem

substâncias em comum entre os dois acessos.

O estabelecimento de um perfil cromatográfico em cromatografia de

camada delgada (CCD) é corriqueiramente utilizado como uma técnica

farmacopeica que, apesar de ser simples, caracteriza inúmeras drogas

vegetais, de acordo com a Farmacopeia Brasileira Ed. V (2010).

Engel e colaboradores (2008) encontraram diferenças nos perfis

químicos em plantas do gênero Bauhinia, comercializadas como sendo pata-

de-vaca, através da observação de perfil cromatográfico em CCD. Estes

resultados mostram uma falta de padronização do material vegetal

comercializado. As amostras neste caso devem corresponder a plantas de

espécies diferentes ou a cultivares, épocas e manejos diferentes. Esses fatores

citados interferem nos resultados de análise em uma CCD e mostram a

necessidade de uma padronização em processos como na coleta e tratamento

do material vegetal. Deve-se comentar ainda que, por outro lado, a época de

coleta e a fase de desenvolvimento da planta podem desenvolver perfis

cromatográficos diferentes entre o extrato de uma mesma espécie devido a

variação climpatica existência em cada estação do ano.

Tendo acesso a esses resultados, que confirma a presença de

compostos químicos capazes de atuar no sistema biológico de forma positiva,

nos estudos seguintes, são realizados teste de atividade biológica, que buscará

verificar se esses compostos são eficazes no controle antibacteriano e no

tratamento da inflamação, sendo também testado o potencial citotóxico e tóxico

dos extratos em diferentes concentrações.

73

4.5 Atividades biológicas

4.5.1 Atividade antibacteriana

A bioautografia é considerada um ensaio qualitativo, que permite

detectar na cromatografia as bandas que apresentam atividade antimicrobiana

a partir da formação de halos de inibição (Holetz, 2002). O ensaio

bioautográfico demonstrou que o extrato etanolico a 40 % obtido a partir das

folhas de S. alata dos acessos caatinga e restinga, apresentam bandas

cromatográficas com atividade antibacteriana para as duas cepas utilizadas

(Tabela 10).

Tabela 10 Halos de inibição obtidos em cromatografia dos extratos de Senna alata, acesso

caatinga e restinga, frente a Staphilococcus aureus e Escherichia coli.

Linhagens bacterianas

DIÂMETRO DOS HALOS DE INIBIÇÃO (cm)

Senna alata Ca (Rf) Senna alata Re (Rf) Amoxicilina

0,21 0,23 0,38 0,52 0,77 0,97 0,17 0,42 0,77 0,97

Staphylococcus aureus

- 1,26 - - 0,62 -

0,89 - 0,74 - 1,2

Escherichia coli 0,12 - 0,91 - 0,52 0,61 0,20 - 0,54 0,94 1,4

Para a bactéria gram negativa Escerichia coli, observou-se inibição do

crescimento em 4 e 3 bandas no acesso Ca e Re, respectivamente. Para a

bactéria gram positiva Staphylococcus aureus, obteve-se inibição em 2 bandas

para os acessos em estudo. Destaca-se que duas bandas, Rf 0,17 e 0,77,

inibiram o crescimento das duas sepas em análise e, para S. aureus, o Rf 0,23

do acesso Ca demonstrou halo de inibição superior ao encontrado no padrão

utilizado de amoxicilina.

Os resultados obtidos somam-se ao estudo de Silva e colaboradores

(2017), em que extratos de S. alata mostraram-se eficiente como agente

antibacteriano frente à Xanthomonas axonopodis, com redução de 37,82 % da

doença do maracujazeiro, correspondendo a um resultado muito significativo

quando comparado ao padrão utilizado no controle fitopatogenico (Óxicloreto

de cobre). Por outro lado, o potencial antibacteriano de extratos obtidos a partir

de caule e folhas de S. obtusifolia foi negativo para A. aureus e E. coli nos

estudos de Cordeiro (2006) e Rodrigues e colaboradores (2011) , diferente dos

resultados para S. alata, neste trabalho.

74

Vale ressaltar que nos estudos realizados por Timothy (2012), o extrato

aquoso das folhas de S. alata apresentou maior inibição de E. coli em

comparação com o extrato etanólico, e para bactéria Salmonella typhi, o extrato

hidroetanólico a 95 % mostrou maior eficiência.

4.5.2 Atividade alelopática

Os dados referentes à germinabilidade e crescimento da radícula de

Lactuca sativa frente aos extratos das folhas de S. alata em diferentes

concentrações mostraram interações significativas entre os acessos da espécie

vegetal em questão versus concentração dos extratos. Os resultados

evidenciaram que os diásporos de L. sativa, sofreram efeito quando em contato

com os extratos do acesso Ca e Re em todas as concentrações do

experimento (Figura 15).

Figura 15 Germinabilidade (%) de Lactuca sativa L. frente extratos de Senna alata (L.) Roxb. Valores

expressos pela média das triplicatas (n = 3). Legenda: A. acesso caatinga; B. acesso restinga; Concentrações: 0,5, 1 e 2 %. Diferença estatística significante em relação ao grupo controle (p ˂ 0,05).

75

A viabilidade das sementes não germinadas foi verificada pela secção

das sementes transversalmente, após tratamento com solução aquosa de

cloro-2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio a 1 % (v/v). Neste ensaio detectou-se

que 10 % das sementes estavam inviáveis e o restante (90 % das sementes

não germinadas) desenvolveram cor rosa, indicando a viabilidade das mesmas.

Os diásporos de L. Sativa frente à água pura completou o processo

germinativo em 12 horas com 98 % dos diásporos germinados. No entanto, as

características analisadas indicaram que os extratos de S. alata tiveram uma

influência negativa na germinação dos diásporos de L. sativa, visto que nas

concentrações 0,5 e 1 %, houve retardo germinativo e protrusão radicular após

12 horas para o acesso caatinga e 18 horas para o acesso restinga e, após 48

horas, para os extratos nas concentrações de 0,5 e 1 % teve-se

germinabilidade de inferior a 10 %, nos dois testados. Já, na concentração do

extrato a 2 %, mesmo após 48 horas, não se verificou nenhum

desenvolvimento germinativo dos diásporos de L. sativa, constatando completa

inibição da germinação.

Com o teste do tetrazólio nos diásporos não germinados constatou-se

que um percentual muito baixo (10 %) estava viáveis o que indica de fato a

atividade alelopática dos extratos utilizados.

Em relação ao comprimento radicular, os resultados indicaram que

houve efeito negativo no desenvolvimento das sementes germinadas frente aos

extratos de S. alata, pois quando comparadas com o controle (água pura) o

desenvolvimento radicular foi comprometido severamente. Estes dois fatos

apontam para um efeito alelopático do extrato em análise.

Com os resultados obtidos neste ensaio pode-se inferir que os extratos

testados desenvolvem atividade alelopática e que os mesmos apresentam

substâncias aleloquimicas, provocando forte interferência no desenvolvimento

dos diásporos de L. sativa. Este resultado corrobora com os estudos realizados

por Agbagwa e colaboradores (2003), em testes de alelopatia para extratos de

S. alata frente à celosia argentea e, como no presente estudo, também

obtiveram efeitos alelopáticos. Com isso tem-se o indicativo de uma possível

atividade inseticida e herbicida para o extrato testado, conforme Bansal e Bhan

(1993), Souza (1995), Lorenzi, (2000) e Rodrigues (2011). Neste sentido,

soma-se a informação de Barrese e colaboradores (2005) que registra o cultivo

76

na África de S. alata ao redor das casas para espantar formigas. Por outro

lado, Polhill e colaboradores (1981) e Taiz e Zeiger (2002) explicam que uma

planta pode reduzir o crescimento das plantas vizinhas pela liberação de

aleloquímicos no solo, isso pode ter como consequência a chance maior de

acesso à luz, à água e aos nutrientes e, portanto, propiciar sua maior

adaptação evolutiva.

Com base no estudo fitoquimico realizado nesse trabalho, pode-se

afirmar que S. alata possui classes de compostos orgânicos que apresentam

atividade fitoquímica o que pode justificar o potencial alelopático dessa planta,

a exemplo das antraquinonas, flavonoides e taninos (encontrado no acesso

Ca).

4.5.3 Viabilidade celular pelo método MTT

Não foi observada redução da viabilidade celular após o tratamento de

macrófagos com os extratos de S. alata. Os extratos Ca e Re não causaram

citotocidez nas concentrações testadas, em comparação com macrófagos

lisados com Triton-X (controle de lise celular máxima) e, não tratado, conforme

figura 16.

A citotoxicidade, em geral, é avaliada com a finalidade de verificar o

quão seguro as diferentes substâncias podem ser e em quais concentrações

essa segurança e citotoxidez são observadas para que permaneça na triagem

como candidatos a nova droga.

Os resultados dos testes efetuados nas células tratadas com os extratos

de S. alata não apresentaram diferenças consideráveis entre os acessos Ca e

Figura 16 Viabilidade do extrato de Senna alata (L.) Roxb. nos acessos catinga e restinga. Nas

concentrações de 50 e 100 µg/mL em macrófagos pelo método de 3-(4,5dimetiltiazolio-2-il)-2,5-difenil tetrazólio. Valores expressos pela média das triplicatas. Legenda: C +. controle positivo: macrófagos estimulados e não tratados; Controle negativo: Triton X. Leitura a 570 nm; Diferença estatística significante em relação ao grupo controle (p˂0,05).

77

Re, nas concentrações testadas, apresentando-se próximos ao controle

positivo. Esse resultado sugere citotoxicidade baixa ou ausente para esses

extratos, podendo assim ser considerado seguro em formulações

farmacêuticas.

Esta foi a primeira vez que estudos de citoxidade por MTT no gênero

Senna foram abordados em pesquisa científica, no entanto, outras técnicas de

verificação de citotoxicidade já foram testadas com plantas do gênero Senna

onde também apresentaram baixa mortalidade celular. Lombardo (2008)

avaliou o potêncial citotóxico de Senna occidentallis a partir do método MTS,

que se difere do MTT principalmente pela formação de cristais solúveis em

água. O autor verificou que, a concentração hidroetanólica testada superior a

0,38 % (p/v), é considerada tóxica, causando morte da população celular, logo

nas primeiras 24 horas de contato com a cultura apresentando viabilidade

celular inferior a 50 %.

Estudos realizados com outros gêneros da subfamília Caesalpinoide

podem ser também compados a esses resultados. Kayano e colaboradores

(2011) e Zanin e colaboradores (2012) verificaram, a partir de espécies do

gênero Caesalpinia resultados satisfatórios em relação a citotoxidade das

espécies testadas (C. pyramidalis, Caesalpinia pluviosa e C. férrea), onde

demostraram toxicidade a protozoários causadores da malária severa em

humanos e ao mesmo tempo não apresentaram efeito citotoxico significativo

em células de camundongos Swiss.

Rosário (2010) também verificou o potencial citotóxico de espécie da

sunfamília Caesalpinoideae. Segundo o autor, a Copaifera langsdorffii, não

exerceu efeito citotóxico significativo nas concentrações de 10 a 100 μg/mL

para macrófagos estimulados com LPS.

Esses resultados foram importantes para o conhecimento da dosagem

segura de S. alata nos estudos conseguintes e, além disso, motivam a

continuidade da investigação a fim de verificar o potêncial anti-inflamatorio dos

acessos estudados.

4.5.4 Atividade anti-inflamatória in vitro com LPS

Verificou-se a produção de NO e TNF-α induzidos por LPS,

demonstrando os efeitos anti-inflamatórios dos extratos das folhas de S.alata

78

dos acessos Ca e Re sobre a linhagem celular estudada. Os resultados

apresentados foram comparados com estudos realizados com espécies do

mesmo gênero ou família, devido à inexistência de estudos de atividade anti-

inflamatória com a S. alata.

4.5.4.1 Inibição da produção de TNF-α

Neste ensaio, avaliou-se a produção da citocina TNF-α produzida por

macrófagos tratados com o extrato de S. alata, em comparação com a

produção da citocina por células do grupo controle LPS, não tratadas. Para

isso, o sobrenadante da cultura celular foi obtido após o tratamento com

extratos de S. alata do acesso caatinga e restinga e estimulados com LPS

(1µg/mL) por 24 horas. No acesso caatinga, a inibição da liberação do TNF-α

foi significativa (p < 0.05) apenas após o tratamento com o extrato na

concentração 100 µg/mL (464,0 ± 36.7 pg/mL) quando comparado ao controle

positivo (CP) (1143.0 ± 118.0 pg/mL). As concentrações de 50 µg/mL e 25

µg/mL não foram ativas, quando comparadas ao CP, conforme apresentado na

figura 17.

O extrato hidroetanólico de S. alata do acesso restinga, na concentração

100 µg/mL (774.0 ± 50.4 pg/mL) apresentou uma inibição estatisticamente

significativa frente à liberação do TNF-α, quando comparada ao CP (1143 ±

118 pg/mL). Os resultados sugerem um efeito inibitório sobre a produção TNF-

α, concentração dependente, nos dois acessos avaliados, sem diferenças entre

restinga e caatinga. Este resultado é inédito para a espécie S. alata, sugerindo

Figura 17 Inibição da citocina TNF-α após tratamento com extrato de Senna alata (L.) Roxb, caatinga e

restinga, das células RAW-264-7, estimuladas com LPS. Valores expressos pela média das triplicatas. Legenda: Concentração extrativa: 25, 50 e 100 µg/mL; CN. Produção basal de citocina da célula sem estímulo e sem tratamento; CP. Células estimuladas com LPS e sem tratamento; (*) Diferença significativa em comparação ao grupo controle P<0.05.

79

um potencial efeito anti-inflamatório associado à inibição da produção desta

citocina.

A produção da citocina TNF-α foi citada por Galdino (2012) em estudo

realizado com S. angustifólia, onde o extrato de Sene estimulou a produção

das citocinas IL-1, IL-6 e TNF-α, que promoveram a reabsorção das células

trifoblásticas de camundongos gestantes, com um efeito pró-inflamatório

contrário ao aqui observado.

4.5.4.2 Inibição da produção de oxido nítrico in vitro

A atividade inibitória do extrato hidroetanólico de S. alata na produção

de NO por macrófagos estimulados com lipopolissacarídeos (LPS) foi

estatisticamente significante quando comparado aos resultados obtidos em

macrófagos controles, não tratados. Não foram observadas diferenças

significativas entre as concentrações de 12,5 e 25 µg/mL de S. alata, em

comparação com o controle LPS. Com a concentração de 50 µg/mL de S.

alata, a produção de NO foi estatisticamente menor (p < 0,05) quando

comparado ao grupo controle LPS, com o acesso Ca inibindo 44,21 ± 3,04 % e

o extrato aquoso do acesso RE inibindo 16,11 ± 3,22 da produção de NO

induzida por LPS (figura 18).

Ambos os acessos foram ativos sobre a inibição da produção de NO,

apenas na concentração 50 μg/mL, sugerindo um efeito concentração-

dependente. Esses resultados demonstram uma eficiência na redução do

Figure 18 Produção de óxido nítrico nos grupos tratados com Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga e

acesso restinga. Valores expressos pela média das triplicatas. Legenda: C. controle positivo - macrófagos estimulado por LPS. (*) Diferença significativa em comparação ao grupo controle (p˂0,05).

80

processo inflamatório induzido por LPS. Esse resultado já era esperado, pois

espécies do mesmo gênero, como S. angustifolia e outras espécies da família

Fabaceae apresentaram resultados similares (Almeida, 2005; Rodrigues, et al.

2009; Severo, 2013). O NO é um importante mensageiro intercelular nos

mamíferos, exercendo sinalização intracelular, sem receptores

transmembranosos, o que torna o NO um eficiente e rápido elemento de

resposta não só do sistema imunológico, mas também em outros importantes

sistemas do organismo. Portanto, o NO é um importante alvo terapêutico de

substâncias antiinflamatórias (Alemayehu et al. 1998; Jesus, 2016; Silva,

2015).

4.5.5 Atividade anti-inflamatória in vitro com Zymosan

No estudo com o Zymosan, assim como o realizado com o LPS, foi

verificada a produção de NO e TNF-α após o estímulo em macrófagos. Os

efeitos anti-inflamatórios dos extratos das folhas de S.alata estimulados com Zy

apresentaram similaridade na redução de NO nos extratos dos dois acessos

caatinga e restinga na concentração de 50 μg/mL (figura 19), contudo, houve

diferenciação na dosagem de TNF-α que apresentou maior inibição no extrato

da restinga, com redução da produção a partir de 25 μg/mL. (figura 20).

4.5.5.1 Inibição da produção de TNF-α

A citocina TNF-α, foi quantificada no sobrenadante obtido da cultura de

macrófagos, após tratamento com extratos hidroetanólicos de S alata do

acesso caatinga e restinga e estimulados com Zy (1 µg/mL) por 24 horas. No

acesso caatinga, a inibição da liberação do TNF-α foi significativa (p < 0,05)

após tratamento com o extrato etanólico nas concentrações 100 µg/mL (684,12

± 38,21 pg/mL) e 50 µg/mL (678,12 ± 39,46 pg/mL) quando comparado ao

controle positivo (984 ± 97,0 pg/mL). A concentração de 25 µg/mL não

apresentou diferença significativa quando comparado ao controle positivo

indicando um efeito inibitório concentração-dependente, conforme figura 19.

81

Os extratos de S. alata nos acessos restinga e caatinga responderam

aos estímulos com LPS e Zy de forma similar. Ressalta-se que o extrato

etanólico a 40 % de S. alata do acesso restinga, apresenta concentração

dependente da dosagem, sendo que se obteve uma maior inibição liberação do

TNF-α mesmo quando comparada ao controle positivo (984 ± 97,0 pg/mL), na

concentração 100 µg/mL (441,0 ± 31,1 pg/mL).

4.5.5.2 Inibição da produção de óxido nítrico

A atividade inibitória do extrato hidroetanólico de S. alata na produção de

NO por macrófagos estimulados com o polissacarídeo Zy foi estatisticamente

significante quando comparado aos resultados obtidos em macrófagos

controles não tratados. Nos resultados, assim como nos ensaios de estímulo

com LPS, apenas a concentração 50 g/mL inibiu significativamente a

produção de NO induzida por Zy, sendo de 37,21 ± 3,04 % frente ao extrato

obtido do acesso Ca e 32,11 ± 3,22 no acesso Re. Esses resultados estão

expressos na figura 20.

Figura 19 Inibição da citocina TNF-α após tratamento com extrato de Senna alata (L.) Roxb. dos caatinga e

restinga, das células RAW-264-7, estimuladas com Zymosan. Valores expressos pela média das triplicatas;. Legenda: CN – controle negativo: produção basal de citocina da célula sem estímulo e sem tratamento; CP- controle positivo: células estimuladas com LPS e sem tratamento. (*) Diferença significativa em comparação ao grupo controle P<0.05 em relação ao grupo CP.

82

Rosário (2010) encontrou resultados similares para espécie da sub

família Caesalpinoideae (Copaifera langsdorffii). Ele verificou que o tratamento

intraperitoneal da inflamação induzida por LPS, provocou diminuição da

produção de citocinas nas concentrações a partir de 50 µg/mL em macrófagos.

No entanto, em estudo realizado por Mariano Souza (2005), foi testada a

atividade anti-inflamatória (induzida por Zy) de Senna occidentalis em ratos. O

autor verificou que apesar dos extratos atuarem satifatoriamete no controle da

inflamação aguda e crônica, promovendo a diminuição na produção de

citocinas inflamatórias em macrófagos intraperitoneais, a utilização dessa

planta promoveu alteração no timo e no baço e efeitos tóxicos sobre os

eritrócitos dos animais tratados com extratos de S. occidentalis concentração

acima de 4 %.

A atividade anti-inflamatória de S. alata aqui observada, nos modelos de

estímulo tanto com LPS quanto com Zymosan, pode estar associada à

presença de substâncias como os flavonoides que apresentam atividade anti-

inflamatória cientificamente comprovada in vivo e in vitro (Middleton et al.,

2000; Birt, 2006; Filho et al., 2008; de Queiroz et al., 2010). Verificou-se que a

presença de flavonoides em extratos vegetal influi na redução da produção de

citocinas mediadoras da inflamação e apresenta favorável à ação de inibidores

da ciclooxigenase, lipoxigenase e óxido nítrico sintase (Middleton et al., 2000).

Esses estudos corroboram também com a pesquisa desenvolvida por Motta

(2013), onde foi atribuido à quantidade de flavonoides existente Macuna

pruriens o efeito antinociceptivo e a redução da atividade anti-inflamatória do

Figura 20 Produção de NO nos grupos tratados com Senna alata (L.) Roxb., nos acessos de restinga e

caatinga. Valores expressos pela média das triplicatas; Legenda: C. Controle positivo - macrófagos estimulados por Zymosan. (*) Diferença significativa em comparação ao grupo controle (p ˂ 0,05).

83

extrato, que inibiu o edema de orelha em camundongos, causado pelo óleo de

crótom em 63%.

O estudo do extrato etanólico a 40 % obtido a partir das folhas de S.

alata além de apresentar ação antibacteriana possui atividade anti-inflamatória,

sendo ativa na inibição da liberação de citotoxinas. Além disso, possui

potencial alelopático, o que aponta sua utilização como herbicida. Além de

apresentar baixa citotoxidade in vitro e toxidade in vivo o que realça o seu

potencial medicinal e fortalece a sugestão de seu uso como fitoterápico.

4.5.6 Toxidez aguda

O teste de toxidez aguda mostrou que os extratos hidroetanólicos podem

ser tóxicos em altas doses. Os extratos foram testados por via intraperitoneal

nas doses 16, 32, 40 e 60 g/kg e os valores de DL50 mostraram que os extratos

obtidos das folhas de S. alata acesso restinga são os menos tóxicos, com DL50

igual a 30 g/kg, enquanto que no acesso caatinga a DL50 obtida foi 33,3 g/kg.

Esses valores podem ser observados na figura 21.

Nos grupos em que ocorreu óbito, os animais apresentaram sinais

característicos de intoxicação (prostração, lacrimejamento e pelagem eriçada

na região do pescoço, bem como ficaram menos ativos na movimentação), já

nas primeiras 2 horas. Os primeiros 2 óbitos ocorreram após 8 horas e mais 2

óbitos ocorreram próximo as 24 horas, por fim das 32 horas outros 2 óbitos

Figura 12 Potencial tóxico de Senna alata (L.) Roxb. acesso caatinga e restinga. Valores expressos

pela média das triplicatas. Legenda: CA. acesso caatinga; RE: acesso restinga; Concentrações 16, 32, 40 e 60 g/kg.

84

foram registrados. Nos grupos das doses 40 g/kg Ca e 60 g/kg Re foi

observado um óbito por horário registrado. Esses resultados, conforme

Schorderet (1992) e outros autores, não representam toxidez considerável, pois

relatam que doses letais médias acima de 5 g/kg são consideradas não tóxicas.

A atividade tóxica dos extratos de S. alata obtidos na caatinga e restinga

apresentou-se menos tóxico do que os resultados encontrados por Pieme

(2006), para a mesma espécie obtida no centro sul da África, onde foi

observada uma dose letal média de 18,50 g/kg, em ratos, com ausência de

danos histopatológico do fígado mesmo em períodos prologados de

administração. Em que pese as variantes do experimento realizado neste

trabalho com a de Pieme (2006) como o local de coleta que deve imprimir um

diferencial na composição química do extrato e mesmo o tipo de animal

testado, vale ressaltar que, segundo este autor, neste trabalho em ratos, o

extrato etanólico de S. alata sugeriu proteção de hepatócitos e promoveu uma

melhora na arquitetura do fígado.

4.5.6.1 Liberação de enzima citoplasmática lactato desidrogenase

(LDH)

Neste ensaio constatou-se que ocorreu baixa liberação de LDH no soro

de camundongos swiss, em todas as concentrações testadas com os extratos

de S. alata (acesso caatinga e restinga). Os resultados desse ensaio

evidenciaram dose dependente, ou seja, a quantidade de LDH no soro dos

animais aumentou proporcionalmente ao aumento das concentrações testadas

dos extratos de S. alata (figura 22).

Figura 22 Liberação da LDH em soro sanguíneo de camundongos Swiss tratados com extratos de Senna

alata (L.) Roxb. (n=5). Legenda: A. Extratos de Senna alata acesso caatinga; B. Extratos de Senna alata acesso restinga; CN. Controle negativo: Soro sanguineo dos camundongos Swiss sem tratamento com os extratos; CP. Controle positivo: Soro sanguíneo dos camundongos swiss com DMSO a 1 %.

A B

85

Os resultados obtidos neste ensaio sugerem que a toxidez acometida

nos camundongos swiss, até mesmo a seguida por óbito (Ca 40 e Re 60 g/kg)

deve não ter ocasionado alterações renais, infarto do miocárdio ou qualquer

lesões hepáticas, uma vez que o valor da LDL liberada no soro desses animais

foi baixa, próximo ao controle negativo. Segundo Balls e colaboraores (1992)

os valores para a LDH liberada no soro de sangue de camundongos, conforme

o tempo de vida desses animais apresenta quantidade referencia entre 74 a

253 unidade por litro (U/L), para não ter hemólise nas amostras testadas. Como

os valores obtidos neste ensaio estão todos dentro da faixa referencia proposta

pelo autor citado, pode-se afirmar que não houve hemólise neste teste e que os

valores obtidos da LDH no soro dos animais nesta faixa etária são normais,

não podendo ser tomado como um indicativo de que houve morte celular

seguida de rompimento de membrana, o que é classificado como necrose

(Balls et al., 1992; Lantto et al., 2009).

Pieme (2006), utilizando extrato etanólico a 80 % obtido a partir das

folhas de S. alata, coletadas no centro sul da África, determinou capacidade

protetora de hepatócitos de ratos para este extrato. Em outro trabalho com

Senna, de Rajan e colaboradores (2009) com Cassia tora, corroboram com os

resultados obtidos neste ensaio, pois trabalho este autor verificou a capacidade

hepatoprotetora de Cassia tora, que apresenou efeitos satisfatórios contra

danos ao fígado de ratos albinos. Os resultados obtidos destes autores

corroboram com o ensaio que se realizou e apontam para o uso seguro de S.

alata como medicinal em doses e formulações conhecidas.

86

5. CONCLUSÕES

As características macro e microscópicas dos acessos de S. alata na

restinga e na caatinga são semelhantes e apresentam a forma, o ápice e

a presença de estômatos nas duas faces epidérmicas e tricomas de

cutícula lisa como caracteres úteis na autenticação das folhas como

insumos farmacêuticos.

Os acessos de S. alata, apresentaram similaridade de teor extrativo

sendo maior no extrato etanólico a 40 %;

As amostras apresentaram índices de pureza compatível com as

requeridas na V edição da Farmacopéia Brasileira. A diferença básica

entre os acessos reside no fato do acesso caatinga apresentar taninos e

extrato com maior pH. O teor total de polifenois e de flavonoides foi

semelhante nos dois acessos estudados;

O perfil cromatográfico em CCD apresenta 2 bandas semelhantes para

os acessos da restinga e caatinga;

Detectou-se atividade antibacteriana por bioautografia nos acessos

obtidos na caatinga e na restinga, indicando atividade de amplo

espectro, tanto para bactérias gram positivas como para gram negativas;

Ficou determinada atividade alelopática dos extratos de S. alata, com

diminuição de germinabilidade de diásporos de L. sativa e

descaracterização das radículas, principalmente no acesso da caatinga,

denotando possível atividade inseticida e bio-herbicida para estes

extratos;

87

Os extratos etanólico a 40 % oriundos das folhas de S. alata acesso

caatinga e restinga não apresentaram citotoxidez pelo método MTT, pois

não houve interferência desses extratos na viabilidade de macrófagos,

sugerindo a ausência de morte celular por necrose.

Os testes in vitro com LPS e Zy sugeriram que os extratos são eficazes

no controle de TNF e NO em macrófagos, principalmente nas

concentrações 100 µg/mL e 50 µg/mL, sem diferença entre os dois

acessos.

A toxidez aguda da droga testada pode ser considerada como baixa,

uma vez que em camundongos Swiss, determinou-se DL50 apenas nas

doses acima de 30 g/kg, sem elevação dos níveis séricos de LDH.

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