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223 Econômica, v. 4, n. 2, p. 223-250, dezembro 2002 - Impressa em dezembro 2003 Juventude e mercado de trabalho no Rio de Janeiro e em Minas Gerais Jorge Teles * Ricardo Freguglia ** Fabrício Felipe de Carvalho *** O artigo identifica o perfil do jovem nos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, segundo idade, sexo, escolaridade, condiçªo na família, atividade econômica e posiçªo na ocupaçªo. O que estÆ acontecendo com estes jovens? Quem sªo eles? Quais os problemas que enfrentam em relaçªo à inserçªo no mercado de trabalho? Sªo discutidos o nível de participaçªo, o primeiro emprego, a precarie- dade, a experiŒncia, a desocupaçªo, a freqüŒncia à escola e os grupos de risco. Objetiva-se subsidiar a discussªo sobre políticas pœblicas capazes de fomentar o trabalho e a renda destes jovens, elevando o bem-estar deles e de suas famílias. Os resultados obtidos indicam uma pior remuneraçªo dos jovens em relaçªo às ou- tras faixas etÆrias e o maior desemprego entre os menos escolarizados. A falta de qualidade do primeiro emprego e empregos subseqüentes, aumentam o chamado grupo de risco, reforçam a necessidade de políticas pœblicas no fomento à inser- çªo dos jovens no mercado de trabalho. Estes problemas sªo agravados pela falta de trabalho e estudo e oscilaçıes de âmbito nacional e internacional, como a reduçªo das atividades secundÆrias e a expansªo dos Serviços. Palavras-chave: Mercado de trabalho. Juventude. Políticas pœblicas. This paper analyses the profile of the young people in the labor markets in the states of Rio de Janeiro and Minas Gerais, stressing its noteworthy characteris- tics, such as age, gender, level of education, role in the family, economic activity and occupational position. What is happening with these individuals? Who are they? What are the notable problems that they have to confront in entering the labor market? Those questions direct the study. The main objective is to subside the discussion about the public policy related to the work and income of the youth. The most important results are the worst income and the high unemploy- ment among the less educated. The low quality of the first employment increases the hazard group of young people and asks for the right focus of the public policy. Keywords: Labor market. Youth. Public policy. * Especialista em Políticas Pœblicas e Gestªo Governamental em exercício no MTE. E- mail: [email protected]. ** Professor Assistente da FEA-UFJF. E-mail: [email protected]. *** Bolsista do Nœcleo de Pesquisas Econômicas - NUPE/FEA-UFJF. E-mail: [email protected].

Juventude e mercado de trabalho no Rio de Janeiro e em Minas

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Jorge Teles; Ricardo Freguglia; Fabrício de Carvalho

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Juventude e mercado de trabalho no Rio deJaneiro e em Minas GeraisJorge Teles*

Ricardo Freguglia**

Fabrício Felipe de Carvalho***

O artigo identifica o perfil do jovem nos estados do Rio de Janeiro e de MinasGerais, segundo idade, sexo, escolaridade, condição na família, atividade econômicae posição na ocupação. O que está acontecendo com estes jovens? Quem sãoeles? Quais os problemas que enfrentam em relação à inserção no mercado detrabalho? São discutidos o nível de participação, o primeiro emprego, a precarie-dade, a experiência, a desocupação, a freqüência à escola e os grupos de risco.Objetiva-se subsidiar a discussão sobre políticas públicas capazes de fomentar otrabalho e a renda destes jovens, elevando o bem-estar deles e de suas famílias. Osresultados obtidos indicam uma pior remuneração dos jovens em relação às ou-tras faixas etárias e o maior desemprego entre os menos escolarizados. A falta dequalidade do primeiro emprego e empregos subseqüentes, aumentam o chamadogrupo de risco, reforçam a necessidade de políticas públicas no fomento à inser-ção dos jovens no mercado de trabalho. Estes problemas são agravados pela faltade trabalho e estudo e oscilações de âmbito nacional e internacional, como aredução das atividades secundárias e a expansão dos Serviços.Palavras-chave: Mercado de trabalho. Juventude. Políticas públicas.

This paper analyses the profile of the young people in the labor markets in thestates of Rio de Janeiro and Minas Gerais, stressing its noteworthy characteris-tics, such as age, gender, level of education, role in the family, economic activityand occupational position. What is happening with these individuals? Who arethey? What are the notable problems that they have to confront in entering thelabor market? Those questions direct the study. The main objective is to subsidethe discussion about the public policy related to the work and income of theyouth. The most important results are the worst income and the high unemploy-ment among the less educated. The low quality of the first employment increasesthe hazard group of young people and asks for the right focus of the public policy.

Keywords: Labor market. Youth. Public policy.

* Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental em exercício no MTE. E-mail: [email protected].

** Professor Assistente da FEA-UFJF. E-mail: [email protected].*** Bolsista do Núcleo de Pesquisas Econômicas - NUPE/FEA-UFJF. E-mail:

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Introdução

O Brasil tem passado nas últimas décadas por um processo dereestruturação econômica, que, de modo similar ao que vem ocorrendo noresto do mundo, tem levado a uma mudança tecnológica que afetadiretamente a demanda pelo fator trabalho. Devido a este processo demodernização, novas tecnologias poupadoras de mão-de-obra têm produ-zido a cada ano uma massa de trabalhadores que se vêem sem seus antigospostos. Esta massa se une aos novos ingressantes no mercado de trabalhoe àqueles que perderam seus empregos devido a outros problemas, comoos revezes econômicos pelos quais o país passou durante a história recente.Tal contingente de desocupados pressiona o equilíbrio entre oferta e de-manda de trabalho, afetando negativamente os rendimentos percebidos.Nesta acirrada busca por empregos, os grupos mais frágeis são os maisafetados e, neste grupo, destacam-se os jovens (CAMARANO et al, 2001, p.31-39).

Em busca de uma ocupação, muitas vezes sua primeira, os jovensse vêem compelidos a um processo de barganha desigual onde, em geral,são a parte mais fraca. Muitas vezes, submetem-se a situações precárias enão poucas vezes ilegais, apenas para conseguir emprego. Enfrentam aindao seguinte dilema: precisam de experiência para conseguir um emprego,mas precisam de um emprego para conseguir experiência. Tal paradoxofavorece as condições de precarização das relações de trabalho dos jovens,que podem se sujeitar à obtenção de subempregos. A dificuldade em con-seguir um emprego se une ao esforço em permanecer no trabalho. Alémdisso, a alta rotatividade existente no Brasil prejudica o processo de aquisi-ção de experiência profissional. Muitos não conseguem se estabelecer for-malmente ou sequer se inserir no mercado de trabalho, abrindo margempara opções mais fáceis e de retorno mais rápido no curto-prazo: ainformalidade ou até, em última instância, a marginalidade. Constituem,então, um grupo populacional que pode ser considerado de risco, devidoàs dificuldades de alocação formal, que muitas vezes é substituída por al-ternativas que ferem o direito à cidadania destes indivíduos, resultando emilegalidade e violência e expondo toda a sociedade a condições de perda debem-estar.

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A retração do mercado de trabalho e a modernização tecnológica,fenômenos que vêm ocorrendo em todo o mundo, têm produzido, parale-lamente ao aumento do desemprego, maior demanda por profissionaisqualificados. Isso coloca os jovens em posição mais fragilizada ainda. Porum lado, precisam trabalhar para sobreviver, o que por vezes significa terde abandonar os estudos devido à jornada e ao tipo de trabalho praticados;por outro, precisam ter maior nível de escolaridade para ter acesso a deter-minados postos de trabalho. A escolaridade mínima exigida para os postosestá cada vez mais elevada, o que pressiona o jovem a melhorar sua forma-ção. O aumento da escolaridade média no Brasil, nos últimos anos, nãotem sido suficiente para compensar tal carência. Neste sentido, as propos-tas de educação profissional desenvolvidas no país podem ser eficazes naadequação da oferta à demanda de mão-de-obra qualificada. Todavia, comoos rendimentos reais dos trabalhadores têm se retraído nas últimas décadasno Brasil, e muitos destes jovens têm uma posição relevante no orçamentofamiliar � quer seja para complementá-lo ou porque são arrimo de família�, estes se vêem pressionados a trabalhar de qualquer modo, mesmo queisto interfira ou cesse seus estudos. Logo, mais um paradoxo se coloca àfrente da vida profissional dos jovens, comprometendo seu futuro.

O comprometimento da vida profissional dos jovens é algopreocupante, dado que serão estes indivíduos que comporão a força detrabalho pelas próximas décadas. Como a população do Brasil tem progre-dido no que diz respeito à expectativa de vida, este fato assume maiorrelevância, pois um jovem com baixa escolaridade irá se refletir em umtrabalhador com baixa produtividade no futuro e, conseqüentemente, combaixos rendimentos, elevando o nível de pobreza no país, ou até mesmoperpetuando-o. Soma-se a isto o papel crucial da influência da escolaridadedos pais na escolaridade dos filhos, provocando uma reprodução da baixacapacitação profissional nas novas gerações. Para romper este ciclo de faltade qualificação é necessário conhecer melhor quem são estes jovens e de-talhar quais são os principais problemas que enfrentam.

Avaliando a situação neste âmbito, o Rio de Janeiro e Minas Geraisse tornam espaços geográficos relevantes para a análise das condições dosjovens no mercado de trabalho. O Rio de Janeiro tem enfrentado ao longodas últimas décadas um processo de mudanças econômicas que resultou

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na perda de indústrias para outras regiões do país (São Paulo, por exem-plo), no inchamento do setor terciário, no aumento da informalidade e naretração do mercado de trabalho. Além disso, é conhecido pelos proble-mas que enfrenta em termos de violência e criminalidade. O tráfico organi-zado tem recrutado uma gama de jovens que deveriam estar estudando e/ou trabalhando formalmente. O cenário de Minas Gerais, por sua vez, apre-senta características distintas, que justificam sua comparação com o estadofluminense, e que vão desde os aspectos geográficos e territoriais até ocomportamento diferenciado da produção segundo os setores de atividade,gerando reflexos sobre o mercado de trabalho em termos de remuneração,urbanização, sexo e ocupação. A relativa proximidade entre estes mercadosde trabalho � facilitada pela fronteira geográfica �, o nível de desempregoverificado em suas regiões metropolitanas e seus respectivos contingentesde jovens tornam interessante a investigação do tema nestes estados, queconcentram grande parte dos postos de trabalho do país.

O que está acontecendo com os jovens nestes estados? Quem são,quais os principais problemas que enfrentam em sua inserção no mercadode trabalho? Estas perguntas norteiam o presente artigo que, a partir dasinformações disponíveis, procura fornecer um perfil destes jovens, no in-tuito de subsidiar políticas públicas que visem alterar este quadro e melho-rar a situação deles no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em todo o país. Oobjetivo é contribuir para uma discussão que resulte em políticas públicascapazes de fomentar o trabalho e a renda, elevando o bem-estar desse con-tingente da população nos dois estados.

Para tal, foram recolhidas e analisadas informações oriundas daPesquisa Nacional por Amostra de Domicílios � PNAD-1999, do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística � IBGE, que apresenta informaçõesanuais no nível estadual para todo o país. Em conformidade com a viabili-dade permitida por esta base de dados, traçou-se um perfil dos jovensfluminenses e mineiros de acordo com suas características mais relevantes:idade, sexo, escolaridade, atividade econômica e posição na ocupação.

Acesso ao mercado de trabalho para os jovensOcupação e desocupação

O peso do grupo dos jovens de 15 a 24 anos na População Econo-micamente Ativa (PEA) fluminense era de 21%, em 1999. Como pode ser

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visto na Tabela 1 (veja Anexo), dos jovens inseridos no mercado de traba-lho, a maior parte tinha entre 20 e 24 anos. Dos jovens em inatividade,metade tinha entre 15 e 17 anos. Entre os ocupados, a proporção dos jo-vens entre 20 e 24 anos era de 68%. Entre os desempregados, o peso dosjovens entre 15 e 17 anos era de 22%, demonstrando maior participaçãodestes na desocupação do que na ocupação ou no mercado de trabalhocomo um todo � isto também está refletindo o fenômeno da busca peloprimeiro emprego e reflete a dificuldade que os adolescentes têm enfrenta-do para consegui-lo (QUADROS, 2001).

No que se refere ao sexo, os homens jovens estão mais envolvidosno mercado de trabalho do que as mulheres, que têm maior peso nainatividade. Dos jovens envolvidos no mercado de trabalho, em todas asfaixas etárias consideradas, mais da metade dos jovens tinham no máximocompletado o Ensino Fundamental. As mulheres jovens são maisescolarizadas do que os homens, em quase todas as faixas etárias, revelan-do que as mulheres possuem maior probabilidade de avançar nos seus es-tudos ainda durante a mocidade.

O nível de desocupação permanece alto em todas as faixas etáriaspara ambos os sexos. Os que mais sofrem são os de 15 a 17 (35%) e os de18 e 19 anos (26%). Estas taxas de desemprego se tornam mais gravesdevido às características do mercado de trabalho no Rio de Janeiro. Estefoi marcado por um nível de informalidade crescente Na década de 1990,o que significa geração de postos de trabalho precarizados, mas que contri-buíram para manter a taxa de desemprego no Rio de Janeiro em um nívelinferior à média para as outras regiões brasileiras. Somando-se a isto, tem-se a redução da pressão da oferta de trabalho pela retração da PEA para oestado na década. Contudo, mesmo com todas estas forças que contribu-em para reduzir o nível de desocupação, a proporção de desempregadosaumentou no Rio de Janeiro, sendo os jovens alvos deste mal do final doséculo XX (MACHADO, 2001, p. 3-10). Mesmo com a retração da PEA jo-vem e com a expansão da economia informal, os jovens foram vitimados,carecendo, então, de políticas de geração de emprego e renda bem focali-zadas � dado que as válvulas de escape usuais do mercado de trabalhocitadas acima não funcionaram adequadamente para a população juvenilfluminense.

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Os jovens de 15 a 24 anos representavam 26,5% da PEA em MinasGerais. Do total de jovens mineiros inseridos no mercado de trabalho, amaioria tinha entre 20 e 24 anos (53%), seguidos daqueles com idade entre15 e 17 anos (25%). A inatividade era mais intensa na faixa etária de 15 a 17anos, com quase metade do total de jovens inativos (49%). Dentre os ocu-pados, a maioria absoluta era composta pelos jovens de 20 a 24 anos (55%).Considerando os desempregados, o peso dos jovens entre 15 e 17 anos erade 32%, fato que demonstra a maior participação destes na desocupaçãoem relação aos ocupados (23%) ou ao mercado de trabalho em geral.

Quanto ao sexo, a situação verificada em Minas é semelhante à doRio. Os homens jovens compõem a maior parte dos ocupados e as mulhe-res são maioria entre os jovens inativos. Além da menor inserção relativano mercado de trabalho, estas mulheres enfrentam taxa de desempregosuperior à dos homens (22% contra 14%).

Entre os jovens em atividade, em todas as faixas etárias considera-das, 60% ou mais tinham no máximo completado o ensino fundamental.As mulheres jovens são mais escolarizadas do que os homens, em todas asfaixas etárias, revelando que as mulheres possuem maior probabilidade deavançar nos seus estudos. O nível de desocupação permanece alto em to-das as faixas etárias tanto para homens quanto para mulheres.

Como Minas Gerais também foi marcado por um nível crescentede informalidade, a geração de postos de trabalho de baixa qualidade con-tribuiu para a redução da taxa de desemprego no estado. Uma diferençaimportante em relação ao Rio se refere ao aumento da PEA mineira nadécada, ampliando a oferta de trabalho. Este fato, aliado ao crescimento dataxa de desemprego, provoca um encolhimento do mercado de trabalho,em especial para os jovens. Apesar da expansão da economia informal, aPEA jovem se amplia e, com ela, a taxa de desemprego para este grupo,carente de políticas focalizadas.Escolaridade dos ocupados

A distribuição dos jovens fluminenses ocupados segundo educa-ção tem um perfil similar à da PIA jovem como um todo. As diferençasresidem nos fatos de que a parcela de 5 a 7 anos de estudo tem um pesomenor nos ocupados do que na PIA jovem (3 pontos percentuais a menos)

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enquanto o grupo de 15 anos ou mais de estudo tem uma participação44% maior � o que se justifica pela elevação da empregabilidade devido aoalto nível de instrução deste grupo.

Quanto ao sexo, as mulheres jovens ocupadas possuem, como erade se esperar, um nível de instrução superior ao masculino � 55% delasapresentavam mais de 8 anos de estudo contra 36% dos homens jovens. Onível de escolaridade mais representativo era o de 9 a 11 anos de estudopara ambos: 44% das mulheres e 30% dos homens estão nesta faixa (vejaTabela 2 no Anexo).

O grupo de jovens entre 15 e 17 anos apresenta nível de escolarida-de bem inferior ao de 18 a 24 anos: 77% tinham no máximo 8 anos deestudo, contra 52,5%, respectivamente. O nível de escolaridade mais im-portante para os jovens de 15 a 17 anos era o de 5 a 7 anos de estudo (36%)e para os jovens de 18 a 24 anos, o mais importante era o de 9 a 11 anos deestudo (37%). Esta estrutura se mantém para ambos os sexos. No entanto,as mulheres prevalecem em níveis mais avançados de escolaridade.

Os jovens mineiros ocupados estão distribuídos de maneira bas-tante semelhante ao total de jovens quanto se toma como base a educação.Porém, uma diferença importante pode ser destacada: os jovens de 5 a 7anos e 8 anos de estudo têm um peso entre os ocupados inferior ao da PIAjovem (3 e 1 pontos percentuais a menos, respectivamente), enquanto osque possuem 4 anos ou menos têm uma participação entre os ocupadossuperior à da PIA jovem. Como aqueles com 9 anos ou mais têm umpercentual praticamente igual na PIA e na PEA ocupada, isto pode indicarque, se a empregabilidade está sendo maior para os menos escolarizados, aqualificação destes jovens trabalhadores é baixa e, conseqüentemente, pos-suem menor produtividade em relação aos demais trabalhadores mais ex-perientes. Assumindo que a produtividade varia na mesma direção dos ren-dimentos obtidos pelos trabalhadores, os empregos ocupados por estesjovens possivelmente têm baixa remuneração e, portanto, baixa qualidade(DIEESE, 1997).

No tocante ao sexo, as jovens trabalhadoras mineiras também su-peram os homens em nível de escolaridade. Enquanto 44% delas apresentavamais de 8 anos de estudo, apenas 25% dos homens jovens tinham instrução

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similar. O nível de escolaridade de maior peso varia conforme o sexo. Paraas mulheres, mais de 38% delas tinham entre 9 a 11 anos de estudo, aopasso que 28% dos homens possuíam de 5 a 7 anos.

No grupo dos mais jovens, na faixa de 15 a 17 anos, a escolaridadeé bastante inferior ao grupo de 18 a 24 anos: 84% dos mais jovens tinhamaté 8 anos de estudo, contra 61% dos demais. O nível de escolaridade maisfreqüente entre os jovens de 15 a 17 anos era o de 5 a 7 anos de estudo(38%). O mais freqüente para os de 18 a 24 anos são aqueles com 9 a 11anos de estudo (33%). Esta estrutura é semelhante à do Rio de Janeiro e semantém para ambos os sexos, sendo mais favorável, contudo, às mulheresjovens de um modo geral, independentemente do grupo etário no qualestavam inseridas. Outra característica relevante é o peso dos que possuí-am no máximo 8 anos de estudo entre os homens jovens de 15 a 17 anos:87%. Este percentual é superior ao do Rio (81%), demonstrando a relativasuperioridade educacional dos jovens fluminenses.

A escolaridade dos jovens fluminenses ocupados é, grosso modo,relativamente superior à dos mineiros. A composição por sexo é distinta,especialmente quanto à educação dos homens, que é menor em Minas. Osmais jovens são bem menos instruídos em Minas, dificultando o acessodestes às ocupações mais qualificadas, principalmente em seu primeiroemprego. Como a carreira profissional de um trabalhador é determinadaem grande medida por sua primeira inserção no mercado de trabalho, estesjovens, especialmente os mineiros, estão fortemente propensos a desem-penhar atividades mais precárias.

Ramos de Atividade

Dos jovens fluminenses ocupados, a maioria estava alocada no setorde serviços. Esta importância dos serviços no Rio de Janeiro é notória(MACHADO, 2001), principalmente em termos de geração de postos de tra-balho, todavia em grande parte espúrios.

De acordo com a Tabela 3 (veja Anexo), para os homens jovens, asatividades mais importantes eram comércio de mercadorias (20%) e pres-tação de serviços (18,5%), enquanto para as mulheres eram prestação deserviços (37,5%) e comércio de mercadorias juntamente com atividades

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sociais (ambas com 19%). Cabe frisar aqui a importância das atividades detransporte e comunicação para as mulheres, apesar de ainda ser pequenaem relação aos homens. Estes dados sugerem uma certa divisão social dotrabalho por sexo que ainda vigora no mercado fluminense. Qualquer po-lítica de capacitação profissional para jovens que objetive maior eficáciadeve, então, levar em conta esta distribuição dos ramos de atividade segun-do o sexo.

Os jovens fluminenses, em qualquer faixa etária, ocupam, em suamaioria, atividades ligadas à prestação de serviços, comércio de mercadori-as e indústria de transformação, em ordem de maior concentração.

A distribuição dos jovens mineiros ocupados é bastante distintadaquela verificada no Rio de Janeiro. As três atividades mais representati-vas eram: agricultura (26%), prestação de serviços (21%) e indústria detransformação.

Para os homens jovens, a atividade mais importante era, de fato, aagricultura (32,5%). Contudo, a indústria de transformação (16%) surgecomo a segunda atividade mais importante, seguida do comércio de mer-cadorias (13%). Para as mulheres, a ordem de importância dos ramos deatividade é distinta, com 38% para a prestação de serviços, 16% para aagricultura e 15% para o comércio de mercadorias. As atividades agrícolas,da indústria de transformação e da construção, outras atividades industri-ais e transportes e comunicação são relativamente bem mais importantespara os homens do que para as mulheres, o inverso ocorrendo com a pres-tação de serviços e as atividades sociais. Assim como no Rio de Janeiro, osdados sugerem certa divisão social do trabalho por sexo.

Dentre os mais jovens, ocorre uma perda de importância dasatividades agrícolas quanto maior a idade dos jovens, enquanto as indústri-as de transformação e de construção, transporte e comunicação e atividadessociais ganham importância.

Posição na Ocupação

No Rio de Janeiro, grande parte dos jovens ocupados eram empre-gados com carteira de trabalho assinada (40%), seguidos de outrosempregados sem carteira (25%) e dos trabalhadores por conta própria e

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trabalhadores domésticos com e sem carteira (14% e 10% respectivamen-te), como pode ser visualizado na Tabela 4 (veja Anexo).

Para os homens jovens, em relação às mulheres, predomina o em-pregado sem carteira, o serviço militar e o conta-própria, enquanto quepara elas, a posição na ocupação trabalhador doméstico sem carteira é predo-minante, existindo equilíbrio tratando-se do emprego com carteira assinadapara homens e mulheres. O que demonstra que, em termos de informalidade,ambos os sexos estão em posições relativamente próximas, sendo que oshomens se beneficiam da questão do serviço militar, elevando seu nível deformalidade no mercado de trabalho.

A proporção de jovens com carteira de trabalho assinada é muitosuperior entre os de 18 a 24 anos em relação aos de 15 a 17 anos (43%contra 20%, respectivamente). Em termos de empregados sem carteiraassinada, os adolescentes superam os jovens de 18 a 24 anos (45% contra23%, respectivamente), assim como para aqueles sem remuneração (8%contra 2%, respectivamente). Estas diferenças relativas se mantêm simila-res quanto observamos o perfil etário segundo o sexo. Cabe frisar que maisda metade dos jovens de 15 a 17 anos estão na informalidade, principal-mente os homens (70%). Dada a precariedade das relações de trabalhoinformais, a pouca idade, baixa experiência e reduzida escolaridade, estegrupo populacional necessita de políticas públicas específicas a fim de ele-var seu nível de bem-estar hoje e evitar o comprometimento de toda umavida profissional devido ao grau de empregabilidade apresentado por estesindivíduos.

De acordo com a Tabela 5 (veja Anexo), o peso dos empregadoscom carteira assinada é maior para os de 20 a 24 anos (46% contra 34%),enquanto a ausência deste contrato de trabalho para os empregados preva-lece para os jovens de 18 e 19 anos (30% contra 20%). Isto revela que,apesar de não serem tão precarizados como os adolescentes, estes jovenstambém são muito afligidos pela informalidade, mesmo com o efeito posi-tivo do serviço militar. Este cenário está refletindo as dificuldadesenfrentadas pelos jovens para se inserirem no mercado de trabalho formal(POCHMANN, 1998) e como esta inserção demora a chegar. Reflete tambémo fato de que, uma vez inseridos no mercado formal, os jovens passam aperceber rendimento inferior ao dos mais velhos no mercado de trabalho.

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Ainda que as disparidades nos níveis de renda revelem, de algumaforma, certa valorização da experiência, isto se constitui em desestímulopara o ingresso e/ou permanência do jovem no mercado de trabalho e, aomesmo tempo, em incentivo para que ele tente galgar novos patamares deescolaridade. Todavia, nem sempre o jovem tem condições e estrutura fa-miliar compatíveis com a inatividade. Aqueles oriundos de lares commelhores condições socioeconômicas podem retardar sua entrada no mundodo trabalho em prol de maior instrução, enquanto nas famílias de baixarenda os jovens têm de lutar desde cedo, contribuindo no sustento familiar,enredando-se em um mecanismo de perpetuação da pobreza.

Pode-se observar, segundo a Tabela 6 (veja Anexo), a alta correla-ção entre nível de escolaridade e contrato formal de trabalho e uma certadificuldade do mercado de trabalho fluminense em absorver os jovens maisescolarizados de acordo com seu nível de instrução, ou seja, este mercadonão estaria sendo eficiente em recompensar educação em termos de pos-tos de trabalho à altura. Tal fato se desdobra em uma sobrecarga na ofertade trabalho para postos de menor qualificação, gerando pressão para baixonos rendimentos e maior dificuldade em encontrar emprego, elevando aparcela de jovens que percebem baixos salários e a taxa de desocupação nomercado de trabalho, além de desincentivar o trabalho juvenil. Não se podealegar que, de certa forma, tal concorrência seja um estímulo para que ojovem busque aumentar ainda mais seu nível de instrução. Caso tenha dedecidir entre estudar ou trabalhar, ou tenha que continuar os estudos mes-mo trabalhando, se os incentivos pecuniários não forem suficientementegrandes aos olhos dos jovens, estes serão tentados a permanecer apenastrabalhando, sem investir em educação formal, ou seja, comprometendosua qualidade e seu progresso profissional.

Grande parte dos jovens ocupados no estado de Minas Gerais per-tencia ao grupo de outros empregados sem carteira (33%), seguidos dosempregados com carteira (30,5%), não remunerados (9,8%), trabalhadordoméstico sem carteira (8,6%) e conta-própria (8,3%), como apresentadona Tabela 4 (veja Anexo). O patamar da informalidade é relativamente alto,com mais da metade dos jovens desempenhando ocupações como estas.Em comparação ao Rio de Janeiro, apesar da maior proporção de jovens

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mineiros sem carteira (33% contra 25%), os patamares de informalidadedas ocupações dos jovens fluminenses são superiores (79%).

No tocante ao sexo, os homens correspondem ao maior percentualde jovens trabalhadores sem carteira e com carteira e não-remunerados,enquanto entre as mulheres predominam o trabalho doméstico sem cartei-ra e outros empregos sem carteira além do emprego com carteira que é omais representativo entre as jovens fluminenses.

Como pode ser observado na Tabela 5 (veja Anexo), a proporçãode empregados com carteira cresce com a idade dos jovens enquanto que,para os sem carteira, os adolescentes superam os jovens de 18 a 24 anos,assim como para os sem remuneração. Estas disparidades se verificam tam-bém quando se observa o perfil etário segundo sexo, com a exceção para asmulheres de 20 a 24 anos sem carteira assinada. Cabe salientar que mais dametade dos jovens de 15 a 17 anos estão na informalidade (57%), indepen-dentemente do sexo. Esta proporção é bem inferior à do Rio de Janeiro(78%). Os jovens de 18 e 19 anos também constituem outro grupo deforte participação na informalidade (53%), mas novamente a situação mi-neira é menos traumática do que a fluminense.

Desagregando as faixas etárias segundo o nível de instrução, nova-mente observa-se a alta correlação entre educação e contrato formal detrabalho, como visto para os dados do Rio (veja Tabela 6 no Anexo). Estacorrelação se intensifica com a idade do jovem. Verifica-se ainda que, as-sim como no Rio de Janeiro, o mercado de trabalho mineiro pode estarabsorvendo inadequadamente os jovens mais escolarizados.

Para os adolescentes, aqueles com 8 anos de estudo constituem40% dos ocupados como trabalhador doméstico com carteira assinada,enquanto aqueles com 5 a 7 anos de estudo são maioria entre os trabalha-dores domésticos ilegais, autônomos e não remunerados (42%, 32% e 41%,respectivamente). Para os jovens de 18 e 19 anos, a faixa de escolaridade demaior peso é de 8 anos de estudo entre os trabalhadores domésticos comcarteira (34%), 9 a 11 anos entre os trabalhadores domésticos sem carteirae os não remunerados (32% e 25%, respectivamente), e 5 a 7 anos de estu-do entre os autônomos (37%). Já para os jovens de 20 a 24 anos, a faixaeducacional de 9 a 11 anos só não prevalece nas ocupações de trabalho

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doméstico com e sem carteira assinada (36% e 26% com 5 a 7 anos deestudo). Em relação à ocupação de empregador, 59% dos jovens madurosenvolvidos nela têm 9 anos ou mais de estudo.

Rendimentos

As condições dos jovens no mercado de trabalho no Rio de Janeiroficam mais evidentes quando se analisam os rendimentos percebidos poreste grupo etário. Mesmo com um índice de empregados com carteira su-perior ao apresentado pela PEA como um todo � 41% contra 38%,respectivamente � os jovens ocupados percebem baixos rendimentos: 78%ganhavam até 3 salários mínimos. A proporção de jovens mulheres ga-nhando até 3 salários mínimos é maior que entre os homens (84% contra74% respectivamente), demonstrando maior precarização na inserção dasmulheres no mundo do trabalho fluminense.

Como pode ser visto na Tabela 7 (veja Anexo), o baixo nível derenda acessado pelos jovens no mercado de trabalho, expõe mais um moti-vo para o desinteresse (ou desalento) de parte desses jovens em ingressarneste mercado. Além de ser um indício de precarização, demonstra umapressão sobre os jovens, que, devido a fatores socioeconômicos e idade,vêem-se sem condições de atingir a qualidade de vida que desejam. Portan-to, aliado à grande oferta de força de trabalho jovem, problemas na demandarelativa devido à baixa qualificação (experiência e/ou escolaridade) e àsvicissitudes inerentes ao mercado de trabalho brasileiro, tais dificuldadesem ingressar e obter os retornos esperados na vida profissional podem vira impelir os jovens a acatar vias não convencionais para galgar o padrão devida almejado � estas muitas vezes envolvem ilegalidade e marginalidade.

Em Minas Gerais, os jovens ocupados são caracterizados por umarenda baixa - apesar do índice de empregados juvenis com carteira ser ape-nas 0,5 ponto percentual inferior ao apresentado pela PEA como um todo� 30,5% contra 31%, respectivamente.

A situação dos jovens mineiros se apresenta mais precária em rela-ção aos jovens fluminenses. O total de jovens que ganham até 3 saláriosmínimos ou não possuem rendimentos chega a 93%. Esse cenário crítico ésemelhante entre os homens e as mulheres.

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Em Minas Gerais, os jovens de 15 a 17 anos recebiam em média R$128,61, os de 18 e 19 anos R$ 166,59 e os de 20 a 24 R$ 253,76, contra R$484,48 dos indivíduos com 25 anos ou mais e R$ 419,42 da PEA ocupadacomo um todo, revelando o baixo nível de rendimento desses jovens. Arenda média dos jovens mineiros ocupados é cerca de 33% inferior à dosfluminenses.

Atividade, inatividade e freqüência à escola

Olhando mais detidamente para a questão da inserção no mercadode trabalho vis-à-vis educação, pode-se avaliar os jovens de acordo com afreqüência à escola. Esta análise permite identificar se o jovem está ou nãoestudando e/ou trabalhando. Se o jovem não está estudando e nem traba-lhando, como estará ocupando seu tempo? Este grupo ocioso é o maisexposto aos convites da marginalidade e, portanto, são os prováveis alvosmais frágeis para envolvimento com atos de vandalismo, furtos, formaçãode gangs e, principalmente, o crime organizado (CAMARANO et al, 2001).

Analisando a Tabela 8 (veja Anexo), do total de jovens entre 15 e24 anos no Rio de Janeiro, a metade freqüentava a escola. Para os inativos,esta proporção alcançava 70%, enquanto para os ativos era de 32%. Istorevela que grande parte dos jovens fora do mercado de trabalho estão en-volvidos com a escola, mas, no entanto, 30% deles estão sem estudar, semtrabalhar e sem procurar um emprego. O que será que estes jovens estãofazendo para preencher o tempo? Cabe frisar que estes jovens não estão nainformalidade, não estão produzindo para o próprio consumo, não estãoconstruindo para o próprio uso, não estão ocupados sem remuneração,tampouco procurando emprego. Estes são alvos fáceis para a criminalidade,a qual oferece �dinheiro rápido� e status na área onde esses jovens residem.Apesar do alto risco que correm, muitos deles enveredam pela vida docrime, na busca daquilo que não obteriam com labuta honesta no mercadoformal de trabalho, dadas suas condições de acesso à educação e a postosde trabalho de qualidade.

A proporção dos jovens que não freqüentam a escola se eleva àmedida que a idade aumenta. Dentre os inseridos no mercado de trabalho,68% não freqüentavam a escola. Vários motivos podem ser levantados

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para explicar tal comportamento: a longa jornada de trabalho encarada poralguns jovens, o serviço pesado feito por parte destes, a falta de atratividadeem continuar estudando etc. O desestímulo em prosseguir os estudos podevir das dificuldades inerentes à progressão escolar, de problemas no acessoà educação e também de baixo retorno financeiro dependendo da série emque se encontram.

Do total de jovens ocupados, 71% não freqüentavam a escola, edos desocupados, 58,5% não o faziam também. Este peso para desocupa-dos é muito alto, devido ao fato de já estarem sem trabalho, ou seja, semestarem adquirindo experiência, somado à característica típica dos jovensde terem pouca experiência. Logo, sem muita experiência, e sem pelo me-nos estar acumulando alguma e sequer estar investindo em sua qualificação,como fica o grau de empregabilidade deste jovem? Isto provoca, no míni-mo, retardamento da saída do jovem da condição desfavorável em quenormalmente se encontra no mercado de trabalho. De uma forma geral, osjovens ocupados freqüentam menos a escola que os desempregados.

Cabe lembrar que o mundo do crime é conhecido por recrutar seus�soldados� ainda muito novos e que a expectativa de vida daqueles que seenvolvem na criminalidade é extremamente baixa � normalmente tais indiví-duos não conseguem ultrapassar a faixa considerada jovem.

Os adolescentes inseridos no mercado de trabalho sempre repre-sentam maior proporção em relação ao grupo dos desocupados, talvez porcausa do fenômeno da busca pelo primeiro emprego, sendo que 28% dosjovens entre 15 e 17 anos de idade desempregados não freqüentam a esco-la.

Em Minas Gerais, menos da metade dos jovens entre 15 e 24 anosfreqüentavam a escola (apenas 47%). Entre os inativos, este percentualsobe para 63,5%, enquanto para os ativos esta cifra era de 38,5%. Apesarde uma grande parcela dos jovens que estão fora do mercado de trabalho(os inativos) estar envolvida com atividades escolares, 36,5% deles estãosem estudar, sem trabalhar ou procurar emprego.

Do mesmo modo que o Rio de Janeiro, a proporção dos jovensque não freqüenta a escola em Minas Gerais cresce com o aumento daidade, assim como para os jovens inativos. Dentre aqueles envolvidos como mercado de trabalho, 61,5% não freqüentam a escola. Dos jovens ocupa-

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dos, 64% não freqüentam a escola, e dos desocupados, 50% não o fazemtambém. Esta porcentagem para desocupados, apesar de inferior à do Riode Janeiro (que registrou 58,5%), continua sendo muito alta, devido à situ-ação em que se encontram estes jovens. Tal como no Rio, os jovens mineirosocupados freqüentam menos a escola que os desempregados.

Como no Rio, em Minas a participação dos jovens de 18 e 19 anosna população desocupada que não estuda também é maior que sua partici-pação na PIA jovem que não freqüenta a escola (21,5% contra 20%,respectivamente), fato que não ocorre para os jovens de 20 a 24 anos. Osadolescentes inseridos no mercado de trabalho mineiro sempre represen-tam maior proporção para o grupo dos desocupados, sendo que 30% dosjovens entre 15 e 17 anos de idade desempregados não freqüentam a esco-la. O atraso em prosseguir nos estudos ou até o abandono definitivo dosmesmos compromete a inserção destes adolescentes no mercado de traba-lho, corroendo as possibilidades de mobilidade social destes indivíduos.

Considerações finaisO peso dos inativos entre os jovens, o nível de escolaridade e o de

freqüência à escola permitem esboçar uma perspectiva positiva para o fu-turo da força de trabalho do Rio de Janeiro e de Minas Gerais em termosde qualidade, que só se concretizará com a criação de um ambiente favorá-vel à inserção destes jovens no mercado de trabalho, a fim de evitar osperigos do desalento e da marginalidade.

Os jovens ocupados percebiam, em geral, remunerações médiasinferiores a todas as outras faixas etárias, independente do tipo de inserçãona ocupação. Os mais prejudicados eram os adolescentes � até porque, emgeral, não possuem nem escolaridade nem experiência suficientes para al-cançar postos de trabalho de maior qualidade, vista aqui pelo prisma daremuneração oferecida pelo posto. Mesmo em relação aos ramos deatividade, a situação permanece desfavorável para o jovem em ambos osestados.

Um movimento que pode ser percebido é como o desempregotem afetado os grupos menos escolarizados, dando impressão de aumentoda concorrência por postos de trabalho no Rio de Janeiro e em MinasGerais, sendo a escolaridade o principal fator de diferenciação. Por possuir

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maior escolaridade, o jovem fluminense pode ter melhores condições deescolher onde se ocupar. A menor escolaridade dos jovens mineiros limitaas opções. Por outro lado, dada a oferta de postos disponíveis e as necessi-dades econômicas dos jovens, estes muitas vezes aceitam um emprego dequalidade que está aquém de seu nível de instrução � não só por questõesde sobrevivência, mas também pelo desejo de acumular experiência parapoder conseguir postos mais qualificados. Isto acaba por empurrar os me-nos escolarizados para o desemprego e, em casos extremos, para a inatividadepor desalento.

A alta proporção de adolescentes entre os desempregados sugereque os jovens fluminenses e mineiros têm enfrentado dificuldades na horade conseguir o primeiro emprego. Este ponto demanda maior intervençãoestatal por via de políticas públicas voltadas para facilitar a primeira alocaçãodestes jovens, as quais incluem tanto providenciar acesso a postos de traba-lho que lhes dêem experiência quanto viabilizar, inclusive financeiramente,a manutenção do adolescente na escola, até obter um nível de educaçãoformal que lhe permita entrar em melhor posição no mercado de trabalho.Esta alternativa de investir mais na educação formal é uma opção que maisjovens vêm exercendo ao longo do tempo, os quais retardam sua entradano mercado de trabalho com o intuito de aumentar suas chances de umaboa inserção através do aumento da escolaridade formal.

O modo como o jovem se insere no mundo do trabalho pode com-prometer sua vida profissional, por vezes não sendo compensado maisadiante, marcando todo o futuro deste trabalhador no mercado. Na trajetóriaprofissional de um indivíduo, o ponto de entrada no mercado de trabalhoé a sua primeira contrapartida de produtividade, refletida em ganhos derenda. O emprego anteriormente ocupado pelo trabalhador, durante o pro-cesso de reinserção e ascensão no mercado de trabalho, é uma variávelfundamental. Como estes jovens estão acessando o primeiro emprego, emgrande parte das vezes esta entrada, além de ser difícil, ocorre em postosde trabalho de baixa qualidade. Estes jovens passam a compor um grupode indivíduos altamente propensos a obter novos empregos de baixa qua-lificação em sua carreira profissional futura. Assim, o comprometimentodo ciclo produtivo dos jovens pela baixa qualidade terá influências sobre aforça de trabalho e sobre o tamanho e qualidade do mercado consumidor

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no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, podendo influir negativamente sobreo nível de crescimento destes estados futuramente.

Outro ponto que surge da questão da qualidade dos trabalhadoresjovens e dos postos de trabalho aos quais têm tido acesso é o comprome-timento do nível de vida, ou seja, do bem-estar desta parcela da população.Perspectivas desfavoráveis no mercado de trabalho podem vir a fortalecera atratividade de saídas não convencionais para a sobrevivência e para oconsumo dos bens e serviços almejados pelos jovens, tais como atividadesilegais, marginais, inclusive crime organizado. O tráfico de drogas tem en-contrado na população juvenil suas vítimas, mas também tem alistado seus�soldados� entre os jovens, e muitos têm sucumbido, buscando no crimeaquilo que acreditam não poder conseguir como �trabalhador�.

Uma parcela suficientemente grande de jovens no Rio de Janeiro eem Minas Gerais não trabalha nem estuda. Estes compõem um segmentoda população juvenil que pode ser designado, grosso modo, de grupo de risco.O que fazer para reintegrá-los no mercado de trabalho e na escola é tarefaprimordial a ser alcançada por uma série de políticas públicas integradas.Os jovens precisam de postos de trabalho disponíveis, mas também deescolas seguras e de condições para usufruir do emprego e da educação, afim de perceberem que estes são fatores proveitosos em face das �facilida-des� imediatas e efêmeras de uma vida à margem da legalidade.

Um foco crucial são as comunidades de baixa renda, onde a popu-lação jovem é mais atingida pelas dificuldades de inserção no mercado detrabalho, de acesso à educação e, em conseqüência, de mobilidade social.Sem perspectivas futuras, estes jovens são provavelmente alvos mais fáceispara o crime organizado � o qual normalmente tem seus �quartéis-gene-rais� localizados no coração destas comunidades. Contudo, qualquer políticapública que focalize estes indivíduos deve tomar o cuidado de nãoestigmatizá-los no mercado de trabalho, sob o risco de produzir efeito in-verso e desencadear algum tipo de discriminação dos mesmos. Da mesmaforma, a participação dos jovens, principalmente negros, no mercado detrabalho e ocupação e remuneração das jovens do sexo feminino (que, ape-sar de mais escolarizadas, são mais atingidas pelo desemprego e por menoresremunerações em comparação com os homens) devem ser alvo de políti-

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cas que consigam combater toda a forma de discriminação sofrida porestes grupos específicos no mundo do trabalho.

Outro grupo específico carente de maior atenção em termos depolítica pública são as jovens mulheres que, apesar da baixa idade, já sãochefes de família, ou seja, já são responsáveis pelo sustento de um núcleode pessoas, mesmo percebendo níveis de renda inferiores. As famílias jo-vens matriarcais depositam todo o peso da responsabilidade orçamentáriasobre a jovem chefe de família. Cabe, então, auxiliar estas jovens não só emtermos de ocupações de qualidade, com melhores remunerações, mas tam-bém no tocante a condições de trabalho � principalmente ter onde deixar ofilho enquanto trabalha.

De um modo geral, o desenho e/ou redesenho de programas go-vernamentais que enfoquem a questão do jovem e suas condições de vidae visem auxiliar a inserção do jovem no mercado de trabalho devem tercomo ponto pacífico a geração de ganhos de experiência aliada à possibili-dade de avanços na educação formal. Este fato pode ser ilustrado com oPrograma Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para jovens � PNPE5

� recentemente lançado pelo Governo Federal, que é uma estratégia inte-ressante, porém carece de maior articulação com o Ministério da Educação,por exemplo. Deveria haver um fortalecimento ainda maior de iniciativascomo o �Jovem Aprendiz� e o �Agente Jovem�, que possibilitam ao jovemobter experiência sem deixar os estudos. Além disso, normalmente, os pro-gramas são desenhados com viés urbano � a questão do jovem no meiorural deveria ser alvo de um programa mais específico. Enfim, o que faltarealmente é uma política nacional para a juventude, que trate de formaplena e integrada temas como educação, trabalho e inserção social dosjovens.

Certas características ocupacionais dos jovens no Rio de Janeiro eem Minas Gerais fazem parte de um movimento mais geral do mercado detrabalho e das economias do país e internacional (retração das atividadessecundárias e expansão dos serviços, por exemplo). Todavia, as iniciativasde política pública, em todos os níveis de governo, permanecem sendocruciais para este grupo populacional, vide os benefícios trazidos pelaspolíticas que já são postas em prática pelo Governo � como os programas

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de seguro-desemprego, intermediação de mão-de-obra, qualificação pro-fissional etc. A eleição da população jovem como alvo de política pública,na tentativa de solucionar seus problemas específicos, passa pela questãoda focalização dessas políticas, e para focalizar é necessário conhecer. Oobjetivo desse artigo foi contribuir neste sentido, identificando o perfil dapopulação jovem no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Referências bibliográficasCAMARANO, A. A; PASINATI, M. T.; ARRUDA, M. R.; LOVISOLO, N. E. Osjovens brasileiros no mercado de trabalho. In: Nota Técnica, Mercadode Trabalho � Conjuntura e Análise, Ano 6, n. 17, nov. 2001, p. 31-39.Brasília: IPEA/MTE.

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244

Juventude e mercado de trabalho no Rio de Janeiro e Minas Gerais

Econômica, v. 4, n. 2, p. 223-250, dezembro 2002 - Impressa em dezembro 2003

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245

Jorge Teles; Ricardo Freguglia; Fabrício de Carvalho

Econômica, v. 4, n. 2, p. 223-250, dezembro 2002 - Impressa em dezembro 2003

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246

Juventude e mercado de trabalho no Rio de Janeiro e Minas Gerais

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Jorge Teles; Ricardo Freguglia; Fabrício de Carvalho

Econômica, v. 4, n. 2, p. 223-250, dezembro 2002 - Impressa em dezembro 2003

1 5 a 1 7 a n o s 1 8 a 1 9 a n o s 2 0 a 2 4 a n o s T o ta l 1 5 a 1 7 a n o s 1 8 a 1 9 a n o s 2 0 a 2 4 a n o s T o ta l

M a s c u lin o

E m p re g a d o c o m c ar te ira 1 9 .9 4 2 9 .8 1 4 8 .0 1 4 0 .5 8 1 6 .5 5 3 0 .6 3 4 0 .1 6 3 2 .5 2

M ilitar 0 .0 0 9 .8 0 6 .3 8 6 .1 5 0 .0 0 0 .8 6 0 .3 6 0 .3 8

F u n c io n á r io p ú b lic o e s tatu tá r io 0 .0 0 0 .3 5 2 .8 5 1 .9 7 0 .0 0 0 .4 2 1 .8 6 1 .1 1

O u tro s em p re g a d o s s e m c ar te ir a 5 1 .5 4 3 6 .7 1 2 2 .0 4 2 8 .9 9 5 2 .0 5 4 6 .8 4 3 5 .9 0 4 2 .0 5

E m p re g a d os s e m d ec laraç ã o d e c a rte ir a 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

T ra b a lh a d o r d o m és tic o c o m c a rte ira 0 .0 0 1 .8 1 0 .6 8 0 .8 1 0 .3 8 0 .6 3 0 .5 7 0 .5 4

T ra b a lh a d o r d o m és tic o s e m c a rte ira 2 .1 2 2 .1 6 0 .4 4 1 .0 1 0 .2 8 0 .3 2 0 .4 4 0 .3 8

T ra b a lh a d o r d o m és tic o s e m d e c la raç ã o d e c a rte ir a 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

C o n ta -p róp r ia 1 6 .5 9 1 4 .7 6 1 6 .4 9 1 6 .1 7 5 .2 1 6 .1 2 1 2 .7 0 9 .5 4

E m p re g a d or 0 .6 7 1 .1 9 1 .6 3 1 .4 1 0 .0 0 0 .3 1 1 .3 4 0 .8 0

T ra b a lh a d o r n a p ro d u ç ã o p a ra o p ró p r io c o n s u m o 1 .4 5 0 .0 0 0 .0 0 0 .2 0 3 .8 7 1 .7 4 0 .9 0 1 .7 9

T ra b a lh a d o r n a c o n s tru ç ã o p a ra o p ró p r io u s o 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 1 .0 3 0 .4 3 0 .2 0 0 .4 5

N ã o re m u n e ra d o s 7 .6 9 3 .0 7 1 .4 9 2 .6 6 2 0 .6 3 1 1 .7 0 5 .5 7 1 0 .4 5

S e m d ec lara ç ã o , n ão a p lic ável 0 .0 0 0 .3 5 0 .0 0 0 .0 7 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

T o ta l 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0

F e m in in o

E m p re g a d o c o m c ar te ira 1 9 .6 5 3 9 .2 4 4 2 .5 0 3 9 .7 2 1 1 .2 2 2 3 .5 7 3 5 .3 4 2 7 .4 7

M ilitar 0 .0 0 0 .0 0 0 .2 0 0 .1 4 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

F u n c io n á r io p ú b lic o e s tatu tá r io 0 .0 0 2 .6 2 2 .7 0 2 .4 4 0 .0 0 2 .3 5 3 .8 1 2 .6 6

O u tro s em p re g a d o s s e m c ar te ir a 2 8 .7 8 2 0 .6 9 1 8 .0 8 1 9 .6 2 2 0 .3 2 2 2 .0 2 1 6 .1 4 1 8 .3 7

E m p re g a d os s e m d ec laraç ã o d e c a rte ir a 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

T ra b a lh a d o r d o m és tic o c o m c a rte ira 7 .5 3 4 .0 3 7 .9 3 7 .0 5 1 .8 8 4 .4 1 7 .0 8 5 .3 5

T ra b a lh a d o r d o m és tic o s e m c a rte ira 2 7 .2 3 1 5 .9 3 1 4 .7 5 1 6 .1 4 2 8 .7 0 2 8 .7 2 1 7 .4 7 2 2 .4 4

T ra b a lh a d o r d o m és tic o s e m d e c la raç ã o d e c a rte ir a 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

C o n ta -p róp r ia 7 .2 9 1 4 .4 1 1 0 .9 1 1 1 .3 4 7 .9 4 4 .1 3 6 .5 5 6 .3 0

E m p re g a d or 0 .0 0 1 .1 2 0 .0 0 0 .2 4 0 .0 0 0 .0 0 0 .5 3 0 .3 0

T ra b a lh a d o r n a p ro d u ç ã o p a ra o p ró p r io c o n s u m o 0 .0 0 0 .6 5 0 .1 5 0 .2 4 1 3 .4 2 7 .8 3 6 .8 7 8 .5 1

T ra b a lh a d o r n a c o n s tru ç ã o p a ra o p ró p r io u s o 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

N ã o re m u n e ra d o s 9 .5 1 1 .3 1 2 .7 9 3 .0 8 1 6 .5 3 6 .9 9 6 .2 0 8 .6 1

S e m d ec lara ç ã o , n ão a p lic ável 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

T o ta l 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0

T o ta l

E m p re g a d o c o m c ar te ira 1 9 .8 5 3 3 .8 3 4 5 .7 5 4 0 .2 3 1 4 .6 8 2 7 .8 6 3 8 .3 4 3 0 .6 3

M ilitar 0 .0 0 5 .6 2 3 .8 5 3 .7 5 0 .0 0 0 .5 2 0 .2 3 0 .2 4

F u n c io n á r io p ú b lic o e s tatu tá r io 0 .0 0 1 .3 2 2 .7 9 2 .1 6 0 .0 0 1 .1 8 2 .5 9 1 .6 9

O u tro s em p re g a d o s s e m c ar te ir a 4 4 .6 5 2 9 .8 8 2 0 .4 2 2 5 .2 4 4 0 .9 1 3 7 .0 8 2 8 .4 5 3 3 .1 8

E m p re g a d os s e m d ec laraç ã o d e c a rte ir a 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

T ra b a lh a d o r d o m és tic o c o m c a rte ira 2 .2 8 2 .7 5 3 .6 5 3 .3 0 0 .9 0 2 .1 2 3 .0 3 2 .3 4

T ra b a lh a d o r d o m és tic o s e m c a rte ira 9 .7 2 8 .0 3 6 .2 9 7 .0 6 1 0 .2 6 1 1 .4 8 6 .8 7 8 .6 4

T ra b a lh a d o r d o m és tic o s e m d e c la raç ã o d e c a rte ir a 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

C o n ta -p róp r ia 1 3 .7 8 1 4 .6 1 1 4 .2 1 1 4 .2 4 6 .1 7 5 .3 3 1 0 .3 8 8 .3 2

E m p re g a d or 0 .4 7 1 .1 6 0 .9 6 0 .9 4 0 .0 0 0 .1 9 1 .0 4 0 .6 1

T ra b a lh a d o r n a p ro d u ç ã o p a ra o p ró p r io c o n s u m o 1 .0 1 0 .2 8 0 .0 6 0 .2 2 7 .2 2 4 .1 3 3 .1 6 4 .3 0

T ra b a lh a d o r n a c o n s tru ç ã o p a ra o p ró p r io u s o 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .6 7 0 .2 6 0 .1 3 0 .2 8

N ã o re m u n e ra d o s 8 .2 4 2 .3 2 2 .0 2 2 .8 3 1 9 .1 9 9 .8 5 5 .8 0 9 .7 6

S e m d ec lara ç ã o , n ão a p lic ável 0 .0 0 0 .2 0 0 .0 0 0 .0 4 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0 0 .0 0

T o ta l 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0 1 0 0 .0 0

F on te : P N A D /9 9

M IN A S G E R A IS

T A B E L A 7 : P E A O C U P A D A (% ) D E 1 5 A N O S O U M A IS D E ID A D E P O R F A IX A E T Á R IA , S E G U N D O P O S IÇ Ã O N A O C U P A Ç Ã O N O T R A B A L H O P R IN C IP A L

A n o / P o s iç ã o n a O c u p a ç ã oR IO D E J A N E IR O

TABELA 5: PEA OCUPADA (%) DE 15 ANOS OU MAIS DE IDADE POR FAIXA ETÁRIA, SEGUNDO POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO NO TRABALHO PRINCIPAL

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Juventude e mercado de trabalho no Rio de Janeiro e Minas Gerais

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Econômica, v. 4, n. 2, p. 223-250, dezembro 2002 - Impressa em dezembro 2003

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ELA

6B

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A O

CU

PA

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(%

) D

E 1

5 A

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AN

OS

SE

GU

ND

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ÃO

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Juventude e mercado de trabalho no Rio de Janeiro e Minas Gerais

Econômica, v. 4, n. 2, p. 223-250, dezembro 2002 - Impressa em dezembro 2003

TABELA 9:PEA OCUPADA(%) DE 15 A 24 ANOS DE IDADE POR FAIXA ETÁRIA, SEGUNDO ÁREA E FAIXA DE RENDIMENTO

Masculino

Até 0,50 9.14 1.67 0.90 2.20 0.36 0.69 12.11 4.52 1.63 4.74 2.66 3.18

0,51 a 1,00 38.00 21.80 9.65 15.95 5.31 7.21 33.95 31.71 21.54 26.64 13.00 16.43

1,01 a 1,50 24.07 29.18 17.28 20.52 8.50 10.65 20.47 26.94 23.46 23.47 15.38 17.41

1,51 a 2,00 6.81 14.00 15.08 13.72 8.06 9.07 3.65 11.54 16.30 12.28 10.98 11.31

2,01 a 3,00 8.82 17.27 25.38 21.50 20.60 20.76 1.95 8.76 17.61 12.01 18.58 16.93

3,01 a 4,00 1.34 3.75 9.65 7.35 11.04 10.38 1.03 1.47 5.35 3.51 8.97 7.59

4,01 a 5,00 0.67 3.13 8.05 6.07 10.71 9.88 0.19 0.22 2.73 1.60 5.28 4.35

5,01 a 7,00 0.67 1.81 5.12 3.86 9.93 8.84 0.19 0.22 2.01 1.20 6.34 5.05

7,01 a 10,00 0.67 2.16 4.03 3.20 8.49 7.54 0.00 0.00 1.30 0.72 5.37 4.20

10,01 a 15,00 0.00 0.00 1.36 0.91 6.85 5.79 0.00 0.00 0.73 0.40 4.33 3.34

15,01 a 20,00 0.00 0.00 0.48 0.32 1.67 1.43 0.00 0.00 0.04 0.02 0.90 0.68

Mais de 20,00 0.00 0.35 0.28 0.25 4.40 3.65 0.00 0.00 0.04 0.02 2.32 1.74

Sem rendimento 9.14 3.56 1.59 3.02 0.67 1.09 26.19 14.09 6.67 12.89 4.74 6.79

Ignorado 0.67 1.32 1.14 1.11 3.44 3.02 0.27 0.53 0.59 0.50 1.15 0.99

Total 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00

Feminino

Até 0,50 15.93 2.90 3.05 4.19 1.97 2.37 23.61 9.81 6.59 11.00 6.67 7.64

0,51 a 1,00 33.90 29.34 20.22 23.42 14.18 15.82 30.12 44.68 25.85 31.02 18.96 21.65

1,01 a 1,50 16.80 25.74 20.56 21.33 16.57 17.41 10.30 21.20 23.70 20.24 14.80 16.02

1,51 a 2,00 9.95 16.19 17.12 16.27 12.46 13.14 4.49 5.26 11.40 8.52 8.37 8.40

2,01 a 3,00 7.72 17.21 20.39 18.55 18.29 18.33 0.35 3.26 11.63 7.30 10.79 10.01

3,01 a 4,00 3.09 2.43 6.29 5.17 7.66 7.22 0.00 0.65 3.32 2.00 4.35 3.82

4,01 a 5,00 3.09 0.00 3.68 2.84 4.57 4.27 0.00 0.32 1.72 1.03 2.50 2.17

5,01 a 7,00 0.00 1.31 2.43 1.97 6.39 5.61 0.17 0.00 1.92 1.11 3.12 2.67

7,01 a 10,00 0.00 0.00 2.12 1.47 5.52 4.80 0.35 0.00 0.20 0.19 2.67 2.11

10,01 a 15,00 0.00 0.00 0.20 0.14 4.59 3.80 0.00 0.00 0.19 0.11 2.03 1.60

15,01 a 20,00 0.00 0.65 0.20 0.28 1.00 0.87 0.00 0.00 0.00 0.00 0.33 0.25

Mais de 20,00 0.00 0.00 0.00 0.00 1.84 1.52 0.00 0.00 0.00 0.00 0.76 0.59

Sem rendimento 9.51 2.43 2.93 3.42 2.47 2.64 30.46 14.82 13.21 17.30 23.85 22.39

Ignorado 0.00 1.78 0.81 0.95 2.50 2.22 0.17 0.00 0.26 0.18 0.79 0.65

Total 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00

Total

Até 0,50 11.19 2.20 1.78 3.00 1.01 1.36 16.15 6.60 3.50 7.09 4.31 4.98

0,51 a 1,00 36.76 25.01 13.97 18.94 8.88 10.67 32.61 36.81 23.17 28.28 15.45 18.53

1,01 a 1,50 21.87 27.72 18.62 20.84 11.74 13.37 16.90 24.68 23.55 22.26 15.14 16.85

1,51 a 2,00 7.76 14.94 15.91 14.74 9.83 10.70 3.94 9.07 14.45 10.87 9.91 10.14

2,01 a 3,00 8.49 17.25 23.34 20.32 19.67 19.79 1.39 6.60 15.35 10.25 15.38 14.14

3,01 a 4,00 1.87 3.19 8.28 6.48 9.68 9.11 0.67 1.15 4.58 2.94 7.07 6.08

4,01 a 5,00 1.40 1.80 6.26 4.78 8.24 7.62 0.12 0.26 2.35 1.39 4.14 3.48

5,01 a 7,00 0.47 1.60 4.02 3.10 8.51 7.54 0.18 0.13 1.98 1.17 5.02 4.09

7,01 a 10,00 0.47 1.24 3.25 2.51 7.29 6.44 0.12 0.00 0.88 0.52 4.26 3.36

10,01 a 15,00 0.00 0.00 0.89 0.60 5.94 4.99 0.00 0.00 0.53 0.29 3.38 2.64

15,01 a 20,00 0.00 0.28 0.37 0.31 1.40 1.20 0.00 0.00 0.02 0.01 0.67 0.51

Mais de 20,00 0.00 0.20 0.17 0.15 3.37 2.79 0.00 0.00 0.02 0.01 1.68 1.28

Sem rendimento 9.25 3.08 2.14 3.18 1.39 1.71 27.69 14.37 9.14 14.54 12.60 13.07

Ignorado 0.47 1.52 1.01 1.05 3.06 2.70 0.23 0.32 0.47 0.38 1.00 0.85

Total 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00

Fonte: PNAD/99

Total18 a 19 anos 20 a 24 anosTotal de Jovens

25 anos ou mais

Área / Faixa de rendimento

RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS

15 a 17 anos 18 a 19 anos 20 a 24 anosTotal de Jovens

25 anos ou mais

Total 15 a 17 anos

TABELA 7: PEA OCUPADA (%) DE 15 A 24 ANOS DE IDADE POR FAIXA ETÁRIA, SEGUNDO ÁREA E FAIXA DE RENDIMENTO