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k ^i-iB 1 [ i>*_Pi I L^TW®^ SEMANÁRIO INFANTIL Rio de Janeiro, 2 de Abril de 1941 I ^Tm\\/ ^_.y*^^^^^_____V ¦--¦¦> Poís ó.f.a, Zúz5, eu acfio até o teu boneco maís bonito do que o meu!

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k ^i-iB 1 [ i>*_Pi I L^TW®^SEMANÁRIOINFANTIL

Rio de Janeiro, 2 de Abril de 1941

I ^Tm\\ / ^_. y*^^ ^^^_____ V¦--¦¦>

— Poís ó.f.a, Zúz5, eu acfio até o teu boneco maís bonito do que o meu!

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O TICO-TICO — 2 — 2 Abril — 1941

tm SENHORA /fAv

íw^vlTOm Naturalmente vai dizendo:,- f /

í>Â? í_*__í fiB -W '*'. u * A^a'( i. » i*_ãjr v**_ Ag ^—^

BUíJÍA,-

Naturalmente vai dizendo:-.Distinto! Elegante! Que origf-nalidade!... E esta a impressão

de todas as senhoras ao ro-

Ihearem

MODA E BORDADOum figurino de elite, que secompleta numa revista para amulher, contendo varias paginasd e originalíssimos c h a p é o s,

sapatos, bolsas, pequenostrabalhos para bordar, secçòes

de beleza, De Coser e Outras.

'reco 4$000

Preço das assignaturas(Sob regisiro.

Anno 45S000S.íb me^es 23S.00Numero avulso -$000

A voado «rt- Ioda» a» banca, d» loraout * urrariuido biaau Padidob «odorc-cado: 0 Emproxo Lduoro a*M O D d E BORDADOcaixa postal, eeo - rio

**&***

A ti**** *\ \

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£#Jtlíí^5LÍI4AJ* Diretor-Gerente: A. DE SOUZA E SILVA

SEMANÁRIO INFANTILASSINATURAS

HR.ISIL:1 ano ,. , ,, ., 25$00rt6 nifH , 1350O0EXTE MOR:1 ano ,, ,, 7ó$0OO6 mcsca '.. .. 88$000

Numero atrazado $809Propriedade da S. A. "O MALHO" —

Travessa do Ouvidor, 26 — Rio.

OçoeòfSPD0UCrMeus netinhos:

Com o início das atividades esco-

lares de vocês, q;ier o Vovô chamar a

atenção de todos os netos queridos

para um ponto bastante interessante,

sobre o qual vocês devem meditar.

Nunca, meus meninos, nunca como

nos dias atuais, se cuidou tanto e tão

interessadamente, no nosso Brasil, da

instrução e da educação da infância.

Nestes últimos anos, ou seja depois

do início do governo do Presidente

Getúlio Vargas, o problema da in-

strução, da abertura de escolas, do

aperfeiçoamento dos métodos de en-

sino tem sido tratado com grande

apreço, e em todos os Estados os De-

legados do Governo Nacional teem

seguido a mesma orientação louvável,

tornando aos poucos realidade o belo

sonho dos que desejam extinguir de

uma vez o analfabetismo no Brasil.

No Distrito Federal, principalmen-te, essa tarefa patriótica tem sido exe-

Cutada cem especial carinho, e todos

vocês são testemunhas das medidas

ds alto alcance que a Secretaria deEducação e Cultura tem tomado, paraaumentar o número de turnos escola-res, de prédios escolares tambem, ede professores, organizando serviços

de assistência para os colegiais, me-rendas, tratamento dentário, tudo fa-

zendo, enfim, para que as crianças

em idade escolar possam estudar num

ambiente sadio, com bons mestres,

gozando saúde, sentindo-se felizes.

Ao Prefeito Henrique Dodsworth,

que governa exemplarmente o Distri-

to Federal, devemos todas essas mi2-

didas, mas é de justiça salientar tam-

bem a ação do Coronel Pio Borges,

secretário de Educação e Cultura que,sendo velho professor, conhecendo a'

fundo os problemas educacionais,

está dando ao ensino na Capital da

República uma feição toda nova, cfazendo o que nunca ninguém fez.

E é aqui que o Vovô deseja maior

atenção de seus netinhos: todos esses

trabalhos, todos esses esforços, todo

esse carinho quer do Prefeito Dods-

worth, do Coronel Pio Borges ou dos

Governadores dos Estados e seus Se-cretários de Educação, visa, acima de

tudo, o grande interesse do Brasil.

Querem eles contribuir com o que es-tá ao seu alcance para formar uma

geração culta, instruída, capaz — eessa geração é a de vocês. Os esíor-

ços desses homens patriotas serão per-pidos c inúteis, se vocês não colabcca-

rem com eles. E como será essa cola-

boração? Estudando, m:us netinhos,estudando e aproveitando as facilida-

des, os cuidados, o interesse governa-mental. Isso não é apenas um dever

que vocês teem para com vocês mes-mos, com suas famílias e para com aPátria, mas será uma forma de grati-dão, uma forma de retribuição peloque eles dão a vocês.

Estudem, meus netinhos. Estudem

para mostrar que não são menos pa-triótas do que eles e que, embora sen-do crianças, sabem, como o Prefeito

Dods\\*.rth e o Coronel Pio Borges,

amar e servir devotadamente, intelí

g;ntemcnt_ ao Brasil!

VOVÔ

IP^pf^

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O TIG O -TIC O 2 — Abril — 1941

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Abril — 1941'— 5 O TICO-TICO

JpPY "^ÜiÜ^.

k Bonito! A "sirene" serviu-me de mf^\|p/ Que remédio? Conto com WÊÊ$ ^~~~ ""¦"—^YrrY^_. paraquédas. |

|

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o nco-TicoAS AVENTURAS DE

— 6 2 — Abril — 1941

ZÉ MACACOE FAUSTINA

Um dia Faustina amanheceu tão foíogonica ... em trajes de nadar, com "pose". Zé

que, não se contendo, declarou ao marido que Macaco nêo gostou que se fotografasseiria tirar um retrato ... com o ...

..'.tal Sr. "Pose" o em trajes de nadar...Feustina teve que lhe explicar que eramtermos fotográficos da moda.

O fotografo recém estabelecido na Rua Largae com pouca praíica de arte procurou atenderao pedido de D. Faustina da melhor maneira. E,arranjando uma ..,

...onça empilhada a colocou deforma a que a Faustina aparecesseao lado dela como si fosse a Deusadas Selvas-! ¦¦.

t LOCUÇÕESTRA

SINITE PARVULOS VENIRE ADME (Deixar vir a mim os peque-7iinos). — Citação, em resumo,3as palavras de Jesus aos seus dis-cipulos, vendo que estes afasta-vam as crianças que desejavamacercar-se dele (S. Matheus, XIX,14).

SINT UT SUNT, AUT NON SINT(Sejam como são, ou deixem deser). — Resposta célebre do P. Ri-cci, geral dos jesuítas, a alguémque lhe propunha modificar a

LATINAS E ESTDUÇ_0 E APLICA

constituição dessa sociedade. Em-prega-se para significar que pornenhum preço se deseja alteraruma certa coisa estabelecida.

SI PARVA LICET COMPONEREMAGNIS (Se é permittido com-parar as pequenas coisas ás gran-des). — Expressão de Virgilio(Georgicas, IV, 176), ao comparards trabalhos das abelhas aos dosciclopes.

SIT TIBI TERRA LEVIS (Quea terra te seja leve). — Inscripção

Mas a fotografia deu um efeito surpre-endente e inesperado. A onça ficou coma cara de leão e de D. Faustina ao mesmotempo. O fotografo tremera com a chapa.

RANGEIRASÇ A Otumular, empregada freqüente-mente.

SI VIS ME FIERE, DOLENDUMEST PRIMUM IPSI TIBI (Se que-res que eu chore, é mister que co-mcces por chorar tu próprio). —'T.crmentos de dois versos em queHoracio (Arte poética, 102-103) sedirige ao autor dramático. Paracomover os outros, é necessárioao escriptor, ao artista, etc, ex-perimentar a comoção que dese-ja transmitir.

FERRABÓDE ( P n a + o )

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Abril - 1941 — 7 — O TICO-TICO

Avião sem motor——*fl|RNF ' r—^r #\

O Juca estava erfusiasmado com o» aviões sem môtoiqua voavam sobre sua casa e logo projetou construir um doripas de .

pinho • lona. 6 como * tiuito habilidoso, preparou oaparelho em dois tempos ! O Zequinha. iou visinho. inte-'essou-se pelos ...

JlCfíI ~~l

^B

vôos a Juca, temendo as conseqüências de uma experi-encia. convenceu-o de que devia voar em primeiro logar.O g-roto...

concordou e fei um »So de alguns metros sem meiden-(es, com uma perfeita aterragem. Juca «xultcu ! £ levandoo avião

_*_\ //%w i<B

i *~~ ii ^i-VmJ -L-—— ._. i¦íovamenfe ao telhado, tento, o segundo vôo-! O nosso

heroe n.o leve. porém, a sorte do Zequinha e, manobrando«m falso „

.1-vOu um tombo tremendo. Titã recriminou o seu procedi-menfo para com o Zequinha e fe-irlrie vê» qua a sua quedaara um merecido castigo

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O TICO-TICO 8 — Abril 1941

r-7 ii , _ j \~mWKfr~\) VIAQEN/ doCOKUNDA MORTO

UM CONTO DAS 1001 NOITES

ILUSTRAÇÃO DE OSVALDO STORNI

(Continuação)

Aceitou este, fechei a tendae fomos à minha casa, ondeefetivamente continuaram osdivertimentos, enquanto comi-amos bem e bebíamos melhor.Serviu-nos a mulhe.r um mag-nifico prato de peixe que me-receu grandes louvores d omeu hóspede. De repente, po-rém, este empalidéce e cái aochão. Havia-se engasgado comuma espinha, e morreu de re-pente. Figure-se Vossa Majes-tade o susto que levei. Antevipolícia, carrasco e cadafalso,e quase enlouqueci de dôr.— O que há de ser de mim,

exclamava eu, arrancando oscabelos; Allah, Allah, tem pe-na de mim e salva-me desteapuro!

E dava coma cabeça naparede.

Minha mu-lher, que aprincipio tam-bem se assus-tara muito, re-cuperou ó san-gue frio.

— Deixa-te de lamentações,disse ela; o que precisamos élivrar-nos deste corcunda.Perto daqui mora um médicojudeu. Vamos arrastar o cada-

(¦ i aAXx. t.

ver para a casa dele e deita-lona escada.

Reanimaram-me um poucoas palavras de minha mulher.

Dizes bem, exclamei, etens mais juizo do que eu.Mãos à obra!

Envolvemos o cadáver emum pano e o arrastámos atéà casa do médico. A porta,porém, já estava fechada, por-que era alta noite.

Tocou minha mulher acampainha: e uma criada veioabrjr-nos.

Aqui trazemos um ho-mem bem doente, disse minhamulher, que precisa dos ser-vicos do seu amo. Vá preveni-

Io, e para que êle não penseque somos alguns pobretões,incapazes de pagar, leve-lhedesde já este sequím.

A criada tomou o dinheiroe foi-se. Imediatamente trans-portei o corcundinha ao últimodegráo, no alto da escada, ecoloquei-o de modo que o me-nor movimento o devia preci-pitar ao saguão.

Em seguida fugimos, minhamulher, e eu, bem alegres dehavermos escapado assim àpolícia, ao carrasco e ao'cada-falso.

Hoje, porém, ouvi com pro-fundo terror que iam enforcaro médico.

Não me sofreu a conciêncíacalar-me. Fui, pois, acusar-me,como acabo de fazê-lo á VossaMajestade, e juro que dissetoda a verdade.

Chamou Mahmud o médicojudeu e lhe disse:

— Conta tu, agora, mas vêbem que não me mintas, senão te mando enforcar pelospés.

Prestrou-se todo trêmulo ojudeu e exclamou:í — Puríssimo sol de magna-nimidade e misericórdia, co-mendador dos crentes, que meseque a lingua, e que eu sejaenforcado pelos pés, se faltarà verdade.

Ontem à noite estava estu-dando no meu gabinete, quan-do entrou minha criada, deu-me um sequím, e me disse queestava em baixo um doenteque precisava dos meus servi-ÇOS.

(Continua)

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Abril — 1941

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^llil *>*¦*•»•»*» I —*^ 11-11

— 9 OTICO-TICO

LENDA DA SEMANA

A PRETENÇÃOD O C A M B Átü í

DESDE o dia do casamento da filha,

que o Gambá levava vida rega-lada. Já não tinha necessidade de sairâ noite, como antes, mesmo que cho-vesse, para ir procurar galinhas gordasnos poleiros, em risco de ser surpreen-dido pelos donos, que lhe meteriam,

na certa, uma carga de chumbo nas

costelas.Agora, todos os dias tinha peixe

fresco, peixe bom e gostoso, que omarido da filha pescava e trazia paraa família. Era só ter o trabalho de ir

para a mesa, e um bocado de paciên-cia, e cuidado com as espinhas. Às ve-zes nem mesmo esse cuidado precisa-va ter, porque a filha, carinhosa, ca-tava todo o peixe para êle, como cos-fumava fazer para o marido.

O marido da filha do Gambá era oMartim-Pescador. «í**

Todas as manhas o Martim-Pescadorsaía de casa, ainda cedo ia para amargem do rio, para um logar ondehavia muito peixe, que só lie conhe-c"a, e ficava pousado num galho de in-

gázeira, baixo, sobre água, cuidandoda pescaria.

Quando passava um peixe grande,bonito e gordo, que valesse a pena,atirava-se sobre êle e, com seu bicoafiado, o fisgava e trazia. E era assim

que havia sempre fartura, pelo menosde peixe, em casa da familia.

Um dia aconteceu que o Gambá,aborrecido, sentido-se mal como a

gente se sente na ociosidade, tevevontade de fazer alguma coisa. E pen-sou em pescar. Chamou, então, a filha,e lhe perguntou:

Como é que teu marido matatanto peixe, minha filha?

Ora, meu pai. E' muito simples! --ela respondeu. Vai de casa e fica pou-sado no galho da ingázeira, cuidandoos peixes melhores. Quando vem um

peixe bom, atira-se em cima dele, efisga-o...

LENDA AMAZÔNICA por GAL.VAO DE ÇCElROZ

Ah! é assim? Então é fácil... En-

fão eu tambem sei pescar!...No outro dia, muito cedo acordou

a mulher, e disse-lhe:Oh! mulher! Vamos fazer uma

pescaria?Vamos.

E partiram juntos para o rio. Comonão conheciam o lugar onde o Marfim-Pescador pescava, levaram muito tem-

po a procurar o galho da ingázeira,

que afinal não foi achado. Mas haviaum outro galho de árvore, tambemdeitado sobre o rio, e o Gambá tre-

pou por ele e ficou, longo tempo, àespera de que os peixes aparecessem

Como custam a vir os peixes gor-dos!... pensava. -y

E a mulher, mordida pelos. mosqui-tos, e mais impaciente, pensava tam-bem:

Daqui a pouco eu largo você aíe vou vêr minhas costuras...

Afinal, apareceu o primeiro peixe,O gambá, muito satisfeito, se atirousobre êle, logo que o viu sob o galhoonde se encontrava. Mas o peixe foiesperto, percebeu a manobra, abriu aboca e, quando o Gambá caiu, foi êle

que pescou o Gambá, engulindo-o.

À mulher do Gambá, que tudo vira,levou as mãos à cabeça e se pós a

gritar:Ai! quem me acóde! quem me

acóde! que o peixe enguliu meu ma-rido ! Ai! quem me acóde ! quem meacóde! que o peixe enguliu meu ma-rido !

E correu para casa, desabalada. Malchegou, atirou-se nos braços da filha,num enorme berreiro e, logo que pôdeexplicar o que sucedera, esta chamouo marido, tambem muito aflita, e pe-diu-lhe que fosse vêr se salvava o

Gambá. , , .

Por favor salva meu pai, que foicomido pelo peixe!

O Martim-Pescador voou para o rio,e perguntou:

Onde foi?Foi aqui... — mostrou a mulher

do Gambá.Agora mesmo eu o salvo! —

disse o genro. Vamos para o lugaronde eu sempre pesco, que é onde sereúnem todos os peixes. E lá chegando,subiu para o seu conhecido galho deingázeira, ficando quieto, muito quié-to, a olhar a água transparente e fria.' Minutos depois aparecia o peixe,que logo êle reconheceu por causa deestar enorme, com um Gambá inteirona barriga. E então êle, rápido, ati-rou-se para a água, com o bico prontote as garras preparadas para fisgar. Opeixe se debateu, fez força mas emVão, porque no mesmo momento oMartim-Pescador o trazia para terra.

Uma faca, depressa!Deram-lhe a faca, com que êle abriu

a barriga do peixe, e encontraram oGambá desfalecfdo, morre não morre,todo sujo das porcarias que o peixehavia comido.

Em casa, imediatamente lhe deramum banho, por sinal que tão quenteque lhe pelou o rabo. Mas, por maissabonete e água de colônia que lheesfregassem no pêlo, não houve meiode sair aquele máu cheiro, da barrigado peixe.

Toda a vez que alguém se mete afazer o que não sabe, sem ter tido ocusdado de aprender primeiro, sái cas-figado assim. Se o Gambá tivesse iidoesse cuidado, não teria semelhantecastigo. Mas, como foi pretenc'ôso eimprevidente, teve a infelicidade de

passar por aquele susto, do qual re-sultou ficar para sempre >com um chei-ro horrível, pois não é outra a origemda catinga do Gambá.

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O TICO-TICO — 10 — 2 — Abril — 1941

KAXIMBOWN, REI DA KAFUNDÔNIA5b.tesoueeipo do estadoQuanto temos no tesouro~~V—

/TEMOS 5fSÕOÍ-XHAG-E.STADE •

POZ.-•^CISANDO

\VZ UIVALE

T (TEMOS SiSOO. DECLAREI ÍÈUEPEA 71 (OIFUNDONlA. REUMAHl Q_ ¦ V_- "i

_] WiAG-ESTÁdE- -/^V^Q EXECOTO PA BENPEáO-] y^*N v /\

~®&_^£&<gf* f I f^ã%^^Sê^^'^p^ \ Xc r-

/y^SE?FE?So. medonho/guandopou pS?aF.- ^^voucor^

Iw^nl L^y^MiT^ :.MINISTRO FAl-KATgüA.-REüNA^SPDRCA'; ARMA-T 1 ONDE ESTARÁ A BcScA DESTE CANHÃO ?) ^-—-"DAS ECETI MIL CANHÕES r° »:^^\ rsdTÊ" ^° ES^LMeNPooJ r^ ~0^^^"^ I

—v k. TÃT~ ~^X_X^ \A \ I1 COHO E '.6EI1ERAL '.'aQ0RA\ T^*1»£ MfôgSTADe^«O, i^ 'kv\-\ vji^^ \A ) uai HFmGAPoÉrr—'a bala calçou-se$P Xy>\S^^i -"\ \-^_^f ¦ 3^k^i|OEPi2oaJ^R^^AlDA

O mundo se refaz e se renova. Mui!"a coisa ninguém vê, ninguém pressente. Ou-iras denunciam-se a olhos nús.

Desde o principio deste século tem aparecido nos mares nada menos de 52 ilhasvulcânicas. Desenove tiveram vida curta, desapareceram. Mas dez das que fica-ram Já estão habitadas.ppappOPOPpgpppPOPppOOqgapPOPttOOPpOOPOPO'papppaOOaappOpagOgOOPpppapOOPOOPOOPPOOPl'OOPPPP^

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2 — Abril — 1941 — 11 O TICO-TICO

ÊÊÊÊBt ^Ifi'G^iíTl^i^Vi^'•M^|lii•/^f^^'V^"•'^^'^*•;^V*^•^-%'^'-^

tRAUmaV_ Ni

aammamtaammii n l i i ivtfl fc

Ei;'Eustorgio Wamdoriey

o

O sino da capelinha da vilaonde morava o tio André — obondoso amigo das crianças— acabava de bater, pausada-mente, as badaladas da "Avé-Maria", enquanto o sói seocultava ne poente, atraz dasserras azuladas.

Ouvia-se tamberj, no quar-tal próximo, onde estava for-mado o Tiro de Guerra damocidade local, o som vibran-te do hino nacional pela ban-da de música, acompanhadapela de clarins e tambores, emcontinência à Bandeira que,lentamente, descia do mastroonde estivéra arvorada duran-te o dia.

As crianças que estavamsentadas no terreiro da casi-nha do seu velho amigo, ime-diatamente se ergueram, fican-do de pé em atitute respeitosa,durante todo o tempo em queforam ouvidos os acordes dohino nacional, cantando baixi-nho, a meia-voz, os versos es-critos para ele pelo poeta Ozo-rio Duque Estrada.

— Será feriado hoje? per-guntou a Anita, sempre curió-

sa, procurando, com louvávelempenho, conhecer a causa detudo.

— Não. Hoje não é feriado;respondeu o velho tio André,quando o éco havia repetido,ao longe, os acordes- finais docântico da Pátria. O Governo,muito justamente, reduziu apoucos, o grande número dedias feriados que havia no re-gime passado, seguindo oexemplo da Igreja católica querestringiu tambem o grandenúmero de "dias santos".

Esses feriados e dias santosrepetidos traziam grandes pre-juizos à economia nacional, istoé: ao tezouro público e à bolsado povo, pela paralisação dotrabalho nas repartições públi-cas, no comércio, nas fábricasetc.

Os operários ganham seussalários pelos dias que traba-lham e, havendo feriados oudias santos seguidos, em queeles não trabalhem, deixarãode ganhar. Essa diminuição detrabalho, quer dizer menor ca-pacidade de produção, menores

vendas, prejudicando o capital.'que não rende, fica paralisado,

não fazendo o governo a ar-recadação dos impostos pelasvendas, ou exportação dos pro-dutos, ficando, assim, todosprejudicados.

E' muito justo o descansosemanal, aos domingos, geral-mente, ou em outros dias dasemana para os que são obri-gados a trabalhar nos domin-gos, como os motoristas, con-dutores de bondes, de trens,cosinheiros, copeiros, etc. Asucessão, entretanto, de diasferiados ou "santos" é preju-dicial a todos, como já lhesdisse.

Então não devemos ficartristes porque temos poucosferiados? — perguntou Pe-drinho.

Não — respondeu o bon-doso velhinho. Seria injusto,não lhe parece?

Claro que seria — res-ponderam em coro as crianças,que nesse momento se disper-saram, com a algazarra desempre.

O SAPO BOBO JABOTÍ ESPERTO

NO PRÓXIMO NÚMERO OUTRA HISTÓRIA DESTA SÉRIE

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O TICO-TICO — 12 — 2 — Abril — 1941

O vsimsf^ a^mmmh PO Sapo nem sempre foi esse

animal feissimo, chato, deolhos esbugalhados, andandodesageitadamente, aos pulos.

No começo do mundo erauma das figuras mais interes-santes do Reino dos Bichos.Era um tipo catita, alegre,prazenteiro, vivendo nas ro-das elegantes a mostrar a ele-gancia própria. Morava numlindo chalet à beira de um la-go, tinha carros de luxo paraos seus passeios e, raros eramos moços do seu tempo, quevestiam com tanto gosto etanto apuro como êle.

Havia mesmo no Reino dosBichos uma certa preferenciadas moças pelo Sapo. E' queêle, ao par de elegância, tinhatambem o brilho impressio-nante do espirito. Num salãoera simplesmente sedutor :cantava e com uma voz agra-davel e harmoniosa, dansavacomo nenhum outro rapazdansava melhor, e dizia às mo-ças coisas tais que as melindro-sas do tempo viviam pelo bei-cinho.

, Começaram os aguaceiroscio Dilúvio. No Reino des Bi-

chos houve uma completa re-yolução. Propriedades perdi-das, lavouras estragadas, ei-dades no fundo, o diabo aquatro. Depois começaram achegar noticias verdadeira-mente calamitosas. Não eramsomente os bens que se per-diam com as enchentes, era avida tambem. Já se sabiam detais e tais famílias que tinhamperecido no imenso lençold'agua que cada vez mais su-

da'Viriato Corrêa, membro'Academia Brasileira de Letrás, além de ser um grandehistoriógrafo, é inspirado

r autor de contos infantis.1 Hoje vocês aqui têm um dosseus contos. Breve, terãooutros mais. E todos boni-

tos e interessantes.

bia alastradoramente. Foi poressa ocasião que chegou anoticia salvadora da Arca deNoé. Nosso Senhor, para evi-tar que as espécies animais seextinguissem, havia ordenadoa um sujeito chamado Noéque cónstruisse um graide

navio e no navio «hospedasseum casal de cada bicho.

Por esse tempo o Sapo es-tava casadinho de fresco coma Sapa. Ou fossem os encan-tos da lua de mel ou porqueo Sapo, morando n'um chaletà beira d'agua, já estivessecom a agua acostumado, oque é certo é que, enquantotodos os outros animais seentristeciam e se agoniavamcom as proporções assombra-doras da chuva incessante, êlerisonho, satisfeito, achava atéum certo prazer n'aquela anor-malidade funesfa da natureza.

Quando chegou a noticiada Arca de Noé houve noReino dos Bichos um alegrãoindescritível. Não se acabariao mundo como toda a gentepensava! Alguém se salvariad'aquêle cataclísmaf

U'a manhã quando o Sapoacordou já Mme Sapa estavade pé, arrumando a mala.

Que é isso? indagou êle.Estou arrumando a nos-

sa roupa.E porque?Para lermos o que vestir

lá na Arcar?

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2 — Abril — 1941 -r- 13 — O TICO-TICO

J%~** E nós vamos tambem?Mme Sapa, que estava açor-

dada junto à mala, ergueu-se.Ela é que ali não ficava. Peloque tinha ouvido dizer a chuvaia durar quarenta dias e qua-renta noites, cobrindo toda aterra de um só lençol d'agua.Onde o alimento para os doisn'aquêle chialet, à beira do la-go? Onde outros socorros ia-dispensáveis à vida?

Não precisas ficar zanga-da, minha flor, disse o Sapo,eu apenas receio que esse talnavio, desse tal Noé, estejamuito cheio, muito apinhado e

que lá fiquemos como sardi-nhas em lata. Para nós casa-dinhos de novo, è uma espiga.

Seja como fôr, respondeuMme, ha de ser forço-samente melhor de quesujeitar- se a gente amorrer aqui de fome.

A Arca de Noé an-corou na capital do Rei-no dos Bichos. Umalonga prancha foi estendidada Arca para o cais. Casaisde todas as espécies animaisembarcaram.

. O Sapo e Mme embarcaramtambem.

Quem gosa a lua de mel pro-cura sempre os logares soce-

gados, em que a paz seja com-

pleta. Havia na Arca um re-canto que o Elefante, um dos

primeiros a pôr o pé no navio,

ocupara com a sua imensamassa de carne.

O Sapo carregou a esposapara ali e ficaram os dois, abra-çados, debaixo da barriga doElefante.

Ao terminar o embarque, nomomento de levantar os ferros,Noé tirou do bolço a lista dosanimais que Nosso Senhor lhedera e começou a fazer a cha-mada, para verificar se esta-vam todos ali. — Águia! gri-tou o dono do navio. A Águiaapresentou-se, agitando as azas

poderosas. E êle continuou afazer a chamada. .

Boi!Carneiro!Dromedário!

E foi chamando, chamando,até que gritou:

Elefante!

O Elefante mexeu-se paraapresentar-se. Deu um passoà frente e oh, desastre! umadas suas patas trazeiras foi emcima do Sapo e da esposa. Noé

continuou a chamar os nomesda lista.

! — Galo! Hipopotamo! Ju-mento! Kagado!

! E assim foi e assim foi, atéque gritou:

Sapo!Ninguém respondeu. Noé

gritou de novo:Sapo!

Nada de resposta. O velhocomandante da Arca soltouum berro:

Sapo!O mesmo silencio. Houve

então no navio uma certa con-fusão. Homem e bichos move-ram-se à procura do Sapo. O.Elefante moveu-se tambem

O Sapo e Mme puderam darentão um gemido. Vie-ram todos vê-los. Eramdois casos perdidos. Es-tâvam ambos esborra-chados, olhos fora dasorbitas, as pernas des-

articuladas.Durante todo o tempo do

Dilúvio, Noé os medicou. Inu-til. Õ Sapo e a Sapa nuncamais foram gente. O peso doElefante tinha-os achatado demais e nunca puderam voltarao aprumo e ao geito de anti-

gamente. As pernas, essas nãotornaram ao. lugar e aí estáporque o Sapo d'antes tão ale-gre e tão geitoso no andar,anda agora aos pinchos comouma bola nas mãos de umacriança.

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TICO-TICO — 14 2 — Abril — 1941

©esenhos para colorir

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TODOS DEVEMOS AMAR A NOSSA PÁTRIA.

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2 — Abril — 1941 — 15 O TICO-TICOOE30I 30E30E aocaoc

GRANDE CONCURSO A0NÇAE0GAT0

CÍVICO D' O TICO-TICO Io

ENCERROU-SE a 25 do mês passado o praso

para troca dos Mapas do CONCURSO CÍVI-CO pelos

"coupons" numerados. No próximo dia ! 5 do

jj corrente, às 14 horas, terá lugar o sorteio dos lindos jjo 1.095 prêmios cuja relação foi tantas vezes publicada onestas páginas. O áto, que será público, se realisarána sede 6a Associação Brasileira de Imprensa, à ruaAraújo Porto Alegre n." 71, nesta Capital, com a pre-sença do fiscal do Ministério 6a Fazenda, poderá ser jjassistido por todos os concorrentes que o desejarem,ou quaisquer pessoas interessadas.

OS PRÊMIOS CONFERIDOSVI

Nessa mesma ocasião serão tornados públicos osnomes dos concorrentes cujas legendas sobre o Pre-sidente Getulio Vargas tiverem sido escolhidas pelojúri, para serem premiadas.

¦aao*— lonaor——ssaocaoi 'tOagaoess—aegsggr:EIOBEDECER |§====iea=oi===sS»oKEo.=:

NÃO DIMINUE, MASDIGNIFICA

>i<

Você sabia...

{CONTO AFRICANO]

A onça pediu ao gato que lhe en-sinasse a pular e o gato prontamentelhe ensinou.

Depois, indo juntos para a fontebeber água, fizeram uma aposta paravêr quem pulava mais.

Chegando à fonte, encontraram láo calangro, e então disse a onça parao gato:

Compadre, vamos ver quem deum só pulo pega o camarada calan-gro ?

Vamos — disse o gato.Só você pulando adiante, disse

a onça.O gato pulou em cima do calangro,

a onça pulou em cima do gato. Então,o gato pulou de banda e se escapou.

A onça ficou desapontada e disse:Assim, compadre gato, é que

você me ensinou? Principiou e nãoacabou...

O gafo respondeu:Nem tudo os mestres ensinam aos

seus aprendizes...

SILVIO ROMÉRO

30E30E 3CE30E

ODo

QUE UM CARACOL PROCEDENTE DOEGYPTO.FOI FIXADO SOBRE UMATABOINHA, NO MUSEU BRITA-NICO.EAORrl DE4AW09nlM-DAKTAVA VIVO, SEM TER RECEBI&O DURMITE E5TE ESPAÇO PETEMPO QUALQUER AUMENTO?

oDo

Concurso tfas estrofes patrióticasNO

próximo número divulgaremos, sem falta asBASES do novo e sensacional "CONCURSO

DAS ESTROFES PATRIÓTICAS" com que mO

TICO-TICO" brindará mais uma vez os seus pe-quenos leitores.

Será um certamen inteiramente novo na íórma,inédito de todo em todo no país.

Além disso, os prêmios que vai distribuir, por sor-teio, entre os que nele tomarem parte, serão tão ten-tadores que não acreditamos que um só dos nossos lei-tores deixe de concorrer.

O novo CONCURSO, como o seu nome estádizendo, "CONCURSO DAS ESTROFES PATRIÓTI-CAS" é baseado em assunto que diz de perto como nosso sentimento de brasilidade, e temos a certezade que tambem por isso vai despertar o maior interesseentre as crianças que lem "O TICO-TICO".

Vejam na próxima edição, portanto, o MAPA, asBASES e os PRÊMIOS.

*& IOE3PE icnoc aoaoc 301

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O TICO-TICO O TICO-TICO

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2 — A^ril — 1941

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TICO-TICO 18 2 — Abril — 1941

iEGiOf-ARlOS DA SORTE i 72 J

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As espécies de moscas são muitas ?. As cjue vivem deante dos nossos olhos, a atormen-tar-nos, são poucas, mas os sábios afirmam que ha 48 espécies diversas de moscas.*uv_nj_._ .____r_. _¦_.__.-_.-_. _^^

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36 1 AG U A R Y

estado, parecido com morfetico. Estava, além disso meio louco,ia pelo mato sempre à procura de alguém, contra o qual alimen-tava um ódio terrivel.

Foi caraguá — explicou Adriano — E não ha remédiopara curar quem fôr atingido pela substancia que contêm suasfolhas.

Não deixarei de estudar essa planta e talvez eu encontreo remédio — disse o Dr. Paulo.

Sem mais demora partiram sem se preocupar com os indiosque ficaram desacordados no chão. Se recobrassem os sentidoscom certeza travariam novo combate. Atravessaram o rio e en-caminharam-se para a aldeia corupim. A meio caminho decidiramdescansar um bocado e sentaram-se todos sobre uma elevaçãode terreno, de onde já se via, lá no fundo do vaiado, a aldeia,cercada de arvoredo.

Conte, papai, como foi que caiu nas mãos dos karpini-quins — pediu Jaguary, passando seu braço pela cintura doDr. Paulo.

E' triste, meu filho. Deves te lembrar, quando iamossubindo pelo rio, na canoa, eu Adriano e Arno. Estavas ao meulado, quando uma nuvem de flexas abateu-se sobre nós c nossomovimento brusco para evitar as flexadas fez virar a canoa,atirando-nos nagua. Procurei-te mas não te vi mais. Foi um mo-mento de desespero e preferi a morte. As águas impetuosas do rioforam me arrastando. Nadei o quanto pude para a outra margeme quando ia me agarrar a umas raizes que pendiam do barrancoos indios capturaram-me e foram-me carregando para sua aldeia,Um deles havia sido ferido pelo tiro que. dei na ocasião do assaltoe, eu, esquecendo de tudo, ainda o curei com alguns remédiosque trazia presos à cintura. Só por isso não me mataram, mas msmantiveram sob constante vigilância para que eu não fugisse.São cruéis, selvagens, traidores e só querem matar, mesmo oque resulta inútil para eles — Quando aprendi sua linguagemo bastante para compreender, ouvi que do outro lado do rioexistia outra raça de indios, inimigos deles, c sempre falavamem matanças, em vinganças.

O TICO-TICO

MAX YANTOK t33

Após muitas voltas, despistando os perseguidores, Jaguaryachou-se outra vez atrás do tronco, onde o indio que lutara comUrupanga, estava aos poucos recobrando os sentidos. Antes queconseguisse pôr-se de pé, Jaguary, rápido, arrancou-lhe o cocare adaptou-o à própria cabeça. Passaria por um karpiniquim e sóde perto poderiam os inimigos dar pelo disfarce. Nada fez, porém,para evitar que o indio caído o perseguisse e, quando deu porisso, estava sendo alcançado. De repente, surge Urupanga detrazde uma moita e descarrega mais um tremendo murro na nucado perseguidor, mandando-o rolar pelo chão, outra vez desa-cordado.

Achou, porém, perigoso o jesto de Jaguary disfarçando-seem karpiniquim e ia dete-lo, quando deu de cara com Adriano

que surgia detraz de um tronco, eisso justamente no momento em quevinha em disparada um grupo deindios,. lançando flexas. Urupangae Adriano recuaram para o mato esumiram-se em tempo para não se-rem cercados. Jaguary tivera tempode dar uma volta, porque os per-seguidores, pensando que fosse umdeles, não lhe deram atenção.

Procurando chegar à aldeiasempre distanciado dos outros, Ja-guary deu uma volta por detraz dasmalocas e rastejando, alcançou osfundos daquela em que morava ohomem branco. Sempre cautelosa-mente escondido, saltou por cimade uma cerca e viu afinal esse ho-mem. Estava de costas, sentado so-bre uma pedra, ocupado a entrela-çar uma tanga. Observou-o demora-damente e de repente saltou a eer-ca, alvoroçado.Abril - 1911

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34 T A G U A R Y MAX YANTOK '35

¦ O homem branco, colhido de surpresa, poz-se em atitude dedefesa, mas Jaguary, jogando fora o cocar, lançou-se em seusbraços, gritando:Papai... meu papaisinho!

Indescritível, a surpresa, a emoção daquele homem, quandoreconheceu seu filho, o Cadinhos, transformado em índio.

Tu aqui, meu filho? Eu te julgava morto. Onde estavas?,Não percamos tempo, papai — Fujamos. Depois conto.

—- Mas, não é possivel. Estamos cercados.Vamos, eu estou disfarçado em karpiniquim, mas sou da

tribu dos corupins, do outro lado do rio. Vamos, papai.O homem, sem mais demora, tremulo de emoção, saltou a

cerca e breve, ambos sumiam-se no mato, sem serem vistos.

AS ATRIBULAÇÕES DE UM EXPLORADOR

Muito custou para que Jaguary conseguisse encontrar Uru-panga e -Adriano que andava fintando com inúmeras voltas, aperçeguição, nunca, porém, se afastando do caminho por.ondevieram. Não podendo logo encontra-los, Jaguary, com muita cau-tela dirigiu-se com seu pai pelo caminho que êle próprio haviaassinalado, mas teve o cuidado de não se afastar muito, porque squeria juntar-se aos outros, que, naturalmente o estariam pro-curando.

Ficaram ali largo tempo, escondidos até que, não ouvindomais ruído algum, Jaguary disse:

Papai, temos que esperar meus companheiros, UrupangaAdriano.

Adriano... Adriano Wander?,Sim... Adriano Wander.

Êle está vivo? E o irmão dele, Arno?Morreu, coitado. Adriano viveu escondido no mato para

fugir aos karpiniquins e nós o encontramos que parecia um sei-vagem.

De repente Jaguary ouviu o grito do tucano e mais quedepressa repetiu-o.

Estão me chamando — disse com júbilo — Devem estarpor perto.

O TICO-TICO

As chamadas continuaram, uma guiando a outra, cada vezmais perto, até que vencida uma noite, encontraram-se cara acara Jaguary e Urupanga. Atraz dele vinha Adriano, o qual malviu o homem branco, reconheceu seu chefe o Dr. Paulo Urus-sahga e lançou-se em seus braços, com a voz embargada pelaemoção.

Papai — disse Jaguary, apontando Urupanga — Eis quemme criou como a um filho. E' o meu segundo pai, Urupanga.A êle-devo a minha salvação. Tornei-me um indio e eles me deramo nome de Jaguary, onça do rio. •

O Dr. Paulo, sem mais nada, abraçou com efusão esse indiofqrte que permanecia embaraçado, sem saber como correspondera tantas demonstrações de agrado. Êle desconhecia as regras dacivilisação, mas soube abrir seus braços musculosos para apertarentre eles o corpo atribulado do Dr. Paulo Urussarjga»

Não perderam muito tempo nisso e os quatro, retomando ocamjnho da volta, meteram-se em fileira indiana, atravéz.docipoal. : .„

Vamos depressa — disse Urupanga — antes que:os ini-migos dêm pela falta da sua presa. Devem estar nos perse-guindo e antes que rios alcancem, devemos estar do outro- lado.'

Qando iam alcançando a margem do rio, viram que a reta-guarda, de tres corupins estava travando luta tremenda com umgrupo de karpiniq-uins, que os haviam cercados.

Intervieram imediatamente e, desta vez o Dr. Paulo não. sedeixou ficar inativo.

Chegara a hora de descontar um bocado as atribulações que;sofrerá em mãos daqueles malvados e distribuiu pancadas comtoda a força de que dispunha. Jaguary, com seu denodo, suacoragem e agilidade, despertou logo a atenção do pai, que o virasempre fraco, franzino e agora o via com um corpo de atleta.

Breve o grupo foi subjagado, ficando tres no chão, estiradoS'c dois dispararam pelo mato numa fuga doida.

O Dr. Paulo examinou-os, enquanto desacordados e disse:Nada de grave —¦ Daqui a pouco estarão prontos para

outra. O mais terrível e feroz de todos é este com a cara cheiade chagas. Não sei que moléstia lhe deu, para que ficasse, nesse;¦: 2 — Abril — '1941 -

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2 -^ Abril — 1941 — 21 — O TICO-TICO

PALESTRAS DO TIO CARLOSTio Carlos! Eu queria que

você dissesse hoje alguma coisasobre um animal sem impor-tância mas que me interessamuito — a galinha.

Ora, Sérgio! A galinha,ao contrario do que pensas étalvez o mais importante dosanimais domesticados pelo ho-mem, e desde a mais remotaantigüidade é encontrada ondesurgem quaesquer vestígios dehabitação humana.

E ainda existem galinhasselvagens?

Sim, Sérgio. As raças pri-mitivas que deram origem àsinúmeras raças hoje conheci-das e criadas em todo o mun-do, ainda existe na Asia e sãocerca de 4, destacando-se a ga-linha de Ceilão e o galo deBankiwa. Encontram-se tam-bem inúmeras variedadescuriosas conseguidas pela avi-cultura chineza e japoneza demuitos anos atraz e que sãohoje disputadas como aves or-namentais para parques e jar-dins. Entre elas é notável ogalo japonês chamado "fenix"com plumas caudais que atin-gem 5 metros de comprimen-to e com belíssimos tons deouro e prata.

E na Asia também se fa-zem canjas com suas galinhasde luxo?

Ha raças especialmentecriadas para o consumo comoha galinhas especializadas emfornecer ovos. Essas enormesgalinhas vermelhas e carijósde raças Orpington, RhodeIsland,. etc. são de carne mui-to saborosa. Em^conípessação

As galinhasa pequenina Leghorne ds mo-vimentos nervosos e irrequié-tos como uma pombinha éuma das raças ótimas para àpostura chegando algumas aobelo record de 300 ovos porano. *

E quantos ovos põe umagalinha comum sem preten-soes a recordista?

Uma bôa poedeira põede 120 a 180 ovos por ano

sendo o usual uma centenapor ano. Considerando-se ocusto pouco elevado de umacriação de galinhas vê-se logoo lucro imenso que fornecemessas aves tão familiares. Osovos alem de ótimo e nutri-tivo alimento fornecem a cia-ra ou albumina de largo em--prego iwdustr.al na clarifica-

ção dos vinhos, refinação deaçúcar e em tinturaria...

E a gema, titio só servepara gemadas?

Além dos muitos empre-gos na cozinha é tambémaproveitado na industria decortume.

Pelo que eu vejo, a ga-linha está ficando muito im-portante... Já fornece atéovos à industria.

Dssde muitos anos antesda Éra Cristã, os chineses, ospersas e egípcios dedicavam-se com grande interesse acriação de galinhas chegandomesmo a idealizar uma in-cubadora primitiva que subs-tituisse as aves chocas commaior lucro.

Então a incubadora êinvenção chinesa?

Não Sérgio. As incuba-doras modernas que você viuna fazenda durante as fériassão invenção americana re-cente que ainda não tem 100anos de idade.

E as chinesas?As chinesas eram fornos

muito toscos sendo o - calorproduzido pela fermentaçãode estrume, que não permitiauma regularidade de aqueci-mento e portanto uma produ-ção equilibrada. As modernasincubadoras além de um ter-mometro que controla a tem*peratura interna, possuem umdispositivo automático como csrefrigeradores que desligam acorrente elétrica quando des-necessária.. Bem titio, agora vou tètmais considerações pelas gaíi-nhas e não as chamarei maisdfe animais sem importância...

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O TICO-TICO —22- 2 — Abril — 1941

AVENTURAS DE TINOCO, CAÇADOR DE FERAS

Tinoco, por oca. ião de sua última viagem de lepidopteios, ou sejam borboletas, para a I Tinoco não compreendia como o velhoà África, acompanhava um famoso entorno- sua não menos famosa coleção. pudesse perder tanto tempo em apanhar elogista que ia em missão científica à caça classificar essa espécie de articulados.

Acompanhou o sábio cm suas pesquisas, le- exemplar, ele com um tubo usado pelos in- entomologista quando viu a rapidez e sega-vando logo o material de classificação dios, ia atirando os alfinetes e pregando rança com que Tinoco fazia aquilo, ficouenquanto o velho procurava exemplar por diretamente as borboletas nos cartões. boquiaberto! Mister Brown também...

_^£K_Õ£H>ta_Õl^

' ' - . ~~ í Mistérios da forçaAqui está um mistério dos que se chama a força

de deflexão. Duas pessoas, fazendo força paraabaixar uma bsngala, sendo vencidas por uma. Mar-

que-se no chão, a giz um círculo. Duas pessoas tra-tarão de manter uma bengala perpendicular ao cen-

tro do círculo, fazendo força para que a ponta dabengala toque o centro. Se uma pessoa, sem mesmousar força desviar 'a ponta da bengala, as duas pes-soas não conseguirão impedir o desvio, endireitan-do a bengala.

Nas regiões onde gela muito, como no Alas-

ka, na ocasião em que os rins gelam, há pessoas

que cavam um buraco no gêío-e pela abertura

pescam. Mas é freqüente¦ o caso em que prende-s. no anzol um peixe tão grande que não pode

passar pelo buraco e então é uma luta para poderapanhá-lo, não poucas sendo as vezes em que o

pescador perde tão bôa presa.

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2 — Abril 1911 O TICO-TICO

Üonetirso Naval d' 0 Tíco-TícoDE

acordo com as bases que aparecem nesta pagir.aestá em vigor mais este interessante concursod'0 TICO-TICO por meio do qual este semanário

distribuirá aos seus leitores 70 prêmios de valor, medianiasorteio. Os concorrentes nada mais terão a fazer do queir colando os 10 recortes que iremos publicando, no Mapa

!___

que apareceu em edição anterior, findo o que, deverãoresponder ás 3 perguntas nele contidas e proceder con-forme as BASES. I

Nesta mesma pagina dames a relação dos prêmiosque serão conferidos por sorteio, e publicamos o 9.° re-corte para ser colado no Mapa.

RELAÇÃO DOS PRÊMIOSI bíciclé+a para menino- ou menina, do

valor de 5CG$000I aparelho de radio de acreditada rnar-

ca, do valor de 4G0$000I bonito fogão para menina, do valor de I20$000I aparelho de cosinha para bonecas, do

valor de 80$0005 canetas tinteiro cada uma do valor do 50$000

I canhão, para menino, do valor de5 maquinas fotográficas Kodalt, cada

uma do valor de

5 assinaturas anuais d'0 TICO-TICO,cada uma do valor de

50 livros do histerias in/antis do valor,cada um, de ... !

40$C00

30$000

25$000

5$000

BASE1) Em 10 edições seguidas d'0 TICO-TICO vo-

cês encontrarão 10 recortes que, colados no Mapa,reconstituirão algo que recorda uma destacada e valo-rosa figura de brasileiro que se fez merecedor da vene-ração e da estima de todos pela sua integridade, pa-iriotismo e outras qualidades cívicas e morais.

2) Depois de colar todos os 10 recortes no es-paço em branco do Mapa, os concorrentes deverãoresponder às 3 perguntas que lhes são feitas no mes-mo, assinar o nome por extenso e indicar o endereçocompleto e bem legível.

3) Os Mapas "completos" serão trocados percupões numerados com cujos números os concorrenvsstomarão parte no Concurso, participando no sorteiodos prêmios. As trocas serão feitas, nos Estados, comos agentes e vendedores d'0 TICO-TiCO, e nestaCapita! em nosso Escritório à Travessa do Ouvidor n.°26, térreo.

4) A troca dos Mapas será efetuada dentro dopraso de 40 dia,s a contar da data da publicação doúltimo recorte.

5) Só serão considerados "completos" os Ma-pas que trouxerem as respostas das 3 perguntas,» e soestes entrarão em sorteio.

6) Serão sorteados entre os concorrentes 70prêmios de valor e interesse, que vão especificados narelação que a seguir publicamos.

7) A data do sorteio será oportunamente anun-ciada n'0 TfCO-TICO.

9.° RECORTE

^fe?,'

DESTAQUE COM

CUIDADO E COLE NO

.MAPA EM LUGAR QUE¦ Lhe compete.

D R E V E"CONCURSO DAS-

ESTROFES PATRIÓTICAS"

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O TICO-TICO 24 Abril — 1941

^^)iVÍHÍl_l_fitifilífil!lN!^QUANTO MAIORES FOREM SEUS CONHECIMENTOS. MAIS CAPAZ SERA" VOCÊ DE YENCER

PERGUNTAS1) — Qual é melhor usar, durante

o inverno, traje fino ou grosso 7

2) — Qual é a marjem direita deum rio 7

3 — Como se distingue o marfim

legitimo do falso 7

4) — Qual é a Universidade doPovo nos Estados Unidos 7

5] — Em que país tiveram origemas escolas de trabalho manual 7

6) — Qual é a árvore frutífera quecresce com maior rapidez 7

7) — Quanto mel prodús anual-

mente uma colméia 7

8) — Com que nome é designada

no Japão a classe militar 7

9) — Que é mecánoterapía 7

•10) — Qual foi o famoso cirurgião

francês que reformou o método cura-tivo das feridas por arma de fogo e

Substituiu nas amputações as ligaduras

das artérias pela «auterisação 7

•II) — Quem foi Ernesto Renán 7

IVEJAM AS RESPOSTAS NA ÚLTIMA

COLUNA À DIREITA)

ADIVINHAÇÃO

Esfrega-me quanto quizéresDespreza-me quanto puderesJá que por mim pagaste poucoQuebra-me, que«ma-me mas és um

[loucoSe não sabes o meu valor...

JResp. O fósforo)

N'UMA aldeia suiça dois homens,após breve discussão, entra-

ram em luta corporal, sendo sepa-rados por intervenção de terceiros.Após alguns dias os dois tornarama encontrar-se, a luta se reacendeu.Desta vez, enfurecido, um delesferrou uma feroz dentada no outro,quase lhe arrancando o nariz.

O fato foi parar nos tribunais,mas o mordedor declarou que nãopodia morder porque, com efeito,não tinha dentes.

Entretanto — observou o juiztodos viram que você mordeu

seu antagonista, sinal que possuíadentes na ocasião.

Sim, mas os dentes não erammeus, mas sim dele. — Quando Iu-tamos a primeira vez, ele perdeu adentadura e eu a apliquei na minhaboca. Portanto, ele foi mordidopelos dentes dele e não pelos meus.

O juiz não se embaraçou e re-solveu o caso:

Não é possivel. — Ninguém pôdemorder seu próprio nariz.

\ JUM circo costumavam brincarum elefante e um inteligente

chimpanzé, cometendo toda espéciede diabruras. O elefante via o do-mador colocar um balde com a co-mida numa prateleira tão alta, quenão conseguia alcançá-la com atromba.

O elefante então apanhou ochimpanzé na tromba e suspendeu osimio até alcançar a prateleira. Omacaco tomou do balde cujo con-teúdo só aproveitava ao elefante,mas, este não quiz ser menos cama-rada e, passando a tromba porcima dum tabique comunicandocom a cosinha, apanhou uma caça-rola cheia e entregou-a ao amigo.

Quando o domador chegou já es-tava tudo liquidado. O balde nacosinha e a caçarola encima da pra-teleira.

RESPOSTAS1) — Fino, porque o ar passa por

éle pois é mau condutor de calor.

2) — A da nossa direita, na dire-

ção da corrente.•

3) — Examinando-o com o micros-copio. Se fôr genuino mostrará peque-nas ondas; pontos pequenos se fórfalso.

•4) — A Escola Superior ou ensino

secundário. .;

5) — Na Finlândia, de 1858 a 1866.

6) — A macieira.O

7) — Sete quilos e 720 gramas.•

8) — Samurai. Antes do .ecu!o XIIsó tinham esse título os soldados do

palácio do Micado. Estendeu-se a todoo elemento militar para destacá-lo do

popular. "Samurai"

significa: guarda.•V — A direção higiênica dos mo-

vimentos para melhorar as condiçõesgerais do organismo.

•10) — Ambroije Pare (1517-1590).

•11) — Celebre filólogo, filósofo e

historiador francês, autor da "Vida deJesus" (1823-1892).'•

AS PERGUNTAS ESTÃO NA PRI-MEIRA COLUNA Ã ESQUERDA)

.!

O NÚMERO ESCONDIDO

O numero de licença do meu carroê composto de 4 algarismos cuja somaé 20. O primeiro algarismo é igual <_metade do último, o segundo é quatrovezes a terceira parte do terceiro, o

qual é tres veze« maior que o primei-ro. O último é. igual à metade do se-

gundo. Que número é esse 7

(Resp. O número ê 3864)

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2 — Abril — 1941 — 25 — O TICO-TICO

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ri- s(\^\ \X rP/~*^ e's c'0's anfl'<30S

f ^ \—^— Mv\ ^i~~\ certos, que

1 ¦(, f R V i C O Dfc PROPAGANDA L EDUCAÇÃO SANITÁRIA — (Continua)^

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O TICO-TICO — 26 — Abril — 1941

fis ao en tapas doCOISAS PAVOROSAS

SE PASSARAM

ENTRE MICKEY

E "O PERNETA"

NO DESFILADEIRO.

O MICKEY FICOl.

DEPENDURADO

NUM CACTUS.

Um destino horrível lhe estáreservado, a não ser que...Mas... o cavalo do Mickeyestá voltando sosinho.

<

Nada está ainda perdido ... o bom cavalavem salvar o dono.

E o animal vai carregando o o'ono, por outrosistema.

Que estouvendo?

Ha cada malucoO Mickey neste mundo !

*

O sr, viu oMickey?

Partiu para o desfiladeiro,à procura do bandido.

Um pouco mais tarde o heréi volta, mas não pelo. próprios pés.

!~\yy ,.... —,—/ r" Que é '"-zo7 \ W^WÍf//'

y^-\\y~^^^^^^^^¦ ^zviy^tày>f^«°- ~ "ii ^vFv^í ^y^~^~~—""^^^cT-Ty^^N

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Abril — 1941 27 — O TICO-TICO

Samondongo (Diel^eçComo vê ... faça-

nha do Pedro "per-

neta".

Amarrado como um salame !

Só faltava você virar san*

dwiche

^_ II

Fi êle que o fez, mas deve

ter havido mais coisas em

que êle não levou a melhor.Os dias passam em

sossego no rancho.

Demasiado s o s s ê -

go para o Mickey.

-J.

Diabo o leve este "perneta".

Acho até bom deixar isso.

Sabe esconder-se.

Êle não p^ra, rr

meus homens estãoalerta.

Copr. 1940. Walt Dimey P«x3urtion»N

V-\P j—v L-^M]' ^^Fp\

Pensa que vou

deixa-lo em paz?

Que tenho eu com isso?

Quero é lêr sossegado 1

^T^istnbj^tedbvKmjjIjatMrt^ivri^

Se não dér o fora já, soucapaz de ... de... ^J fazer um ) A C^H, j

f~~*" ' estropicio ! Ap JH^Lp -**^

GÚAU-lta.NE'

COPYRIGHT

de

Walt Disney

Reprodução

proibida

(Continua)

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O TICO-TICO - 28 Abril 1941

O "MAFUÁ"

^>*mmTmm\ '. V^ Xw ![ l-ii \ ' 1 t Ma\ HS

Azeitona, cons jguíndo fazer algumas economias nas com-

pra%, juntou uns níqueis para gastar no dia dj emancipaçãodos escravos (13 da Maio)

Reflexão feita. Azeitona achou mais convenienie gasta-lono "mafuá" da esquina Ali poderia divertir.se a valer. Láchegando, o. ..

. .. pretinho deparou com um jogo interessante. Consistiaem atirar uma! bola de borracha na boca de um boneco pin.tado numa tela Para Azeitona, aquilo era...

... uma maravilha. Éle começou a jogar, mas. máu atirador,não conseguia acertar uma bola. siquer, e agora só lhe res-Trava uma bola. O pretinho fei pontaria..-.

- • e . . . zás I .. . Em vez do boneco Azeitona acertou justamente na boca do encarregado de apanhai as bolas, o qualno momento soltava gostosa, gargalhada.

vendo o "azar" do ncgrinho. Foi um "sururú" do« diabos i

— Fechou o tempo. E Azeitona, para vcr-se livre de certas com-plicacôo» com o dono «do "mafuá". tratou de safar-se

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Abril 1941 — 29 — O TICO-TICO

Ho fsos /_fl!%\m ___#C_*____ \

á*-»l -ti í CONCUR/OSCONCURSO N. 1 21

-»^- J&isf fl ^s^ ^>_^_ ^•í_Mlr>'a

"IO Juca ia á casa do Manéco. Mas ao chegar á beira do rio não

encontrou canoa para atravessar. Numa íáboa éle leu um cartaz.E, fazendo o que ali estava indicado, chegou á casa do amigo.

QUAL FOI A FRASE QUE ÊLLE LEU NA TABOA ?vi

Quem mandar a solução até o dia 3 de Maio, acompanhada dovale n. 121 e trazendo o nome e endereço, entrará no sorteio de 5prêmios que enviaremos aos contemplados pelo Correio. Os res-l-tados do Concurso e do sorteio serão publicados no dia 14 dcMaio.

MARINHA CASEIRA__________

-*¦ — -¦¦ ¦ ¦ .1 ¦ ¦ I. _H._-._.-_-___.-_-l.-----—-— I, .1

Eis um bote que qualquer um pôde fâzef em casa. Tome _e um

tonei que não seja furado. Pratique uma abertura de um lado, assente

dois paus um de cada íado, seguros um ao outro por travessões e aí está.

Resultado do Sorteiodo Concurso n. 114

Foram premiados com livros dehistórias, que serão remetidos pe-Io Correio, os seguintes concor-rentes:

ANGELA MARIA F. OLI-

VEIRA

Avenida Olegario Maciel, 281 —i

Gavêa — RIO.

' MARIA P. GLAUDERua Professor Gabiso, 42 A —

casa I — RIO. ,

ALBERICO VENTURA

MAIOLINO

Rua Cisplatina, 177 — S. PAULO.

GERALDA DA SILVARua Manoel Leitão, 12 — Tijuco— RIO.

CRISTINA GALVÃO DE

QUEIROZValença — BAÍA.

>i<Solução exata doConcurso n. 114

20¦ 4

~4

15+9 -24TOTAL Afí

tpÉLVALE

M_ 1»

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O TICO-TICO — 30— 2 — Abril — 1941

A PETE'CA DE PINGUINHO

Falta um peru aqui. - e(«.a Pinguinho a ma-ã j0; Entãovemos lá, — atalhou DL Florentina. Depois deant. das

Seu''" Barata quem comeu, porque hon.e_ hçu_- festa «i caso dele. ""».!"ii .;, i pes juntos

s de D. Florentina "Seu"

Barata cmpalideceu. mas negou

Não havia __ dúvida nenhuma Então P,ng_,nho falou ; - De,. No dia seguinte Pinguinho trepou no muro e *«« a Seu" Ba-

xa isso comigo, mamãe. Eu dou um aeitinho. '"ta . - Da licença Para eu apanhar a peteoa que ca,u na horta.

\ *^^y^Tíí 1 Bt_* "oi'w_-___-_'i ^"\ ^n

"Seu" Barata permitiu e Pinguinho fo. tirar no canteiro um nab. .. . Pinguinho voltou 'ao muro e tornou a pe'dir a licença que lhe foi

Maís tarde novamente concedida, e assim o pequeno...

...panou toda a tarde a tirar oi nabos da horta do "Seu" Barata E f°! *-*•* que Pinguinho cobrou o p.rú. carregando todo. oi

qua. ppr não tar boa vista, p.nsava que eram petéca;. n"to. da horta do "Seu" Barata.

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Abril — 1941 — 31 — O TICO-TICO

i GNOE ESTIVER NO BRASIL

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CLò ewentmaê de ^^iquinêo,—^^ v~~—-^ ¦—

Chiquinho vivia empolgado pelas leituras'que sereferiam à idade da "pedra lascada", e um dia

quiz...

...esperimentar ao real, a vida dos nossos antepassados,fato, vestiu-se a caráter junto com o Benjamim e foramrar numa gruta..

Demo.j

£' um au/trEicôMamou th

s~\-s~\ *: ¦

€r^E/^<A^--.., \ N -. . :. w_-> ^AEA^EA^*Q-~E'EAEAAEEm S&^^^^EElEnquanto Chiquinho para descançar, carregava pedras, ...caráter afim de que se parecesse a um animal anti-

(Benjamim fazia a "sopa de pedras" na panela de barro. Ja- diluviano. De noite dormiam em "cômodos" "sofás pol-

gunço fora fantasiado a... tronas" de... pedra...

_____—; _____ ii li .1 ' '

Durante vários dias suportaram, por capricho, essa, . ...sentiram* tão cançados e tão enjbados, que fugiram como«ida, mas, na segunda feira seguinte $e...\ doidos para a... civilisação ! .