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Sustentabilidade financeira da comunidade passa pela união de esforços BOLETIM BIMESTRAL DA EMBAIXADA DE ANGOLA EM MOÇAMBIQUE - N.º6 - 2012 Memórias de Fragata de Morais expressas em poesia Conhecer a fundo os angolanos espalhados pelo Mundo

Kandando VI

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Sustentabilidade financeira da comunidade passa pela

união de esforços

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Memórias de Fragata de Morais expressas em poesia

Conhecer a fundo os angolanos espalhados

pelo Mundo

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PROPRIEDADE E EDIÇÃOEmbaixada de Angola

em MoçambiqueAv. Kenneth Kaunda, 783

Maputo - Moçambique

DIRECÇÃOEmbaixador Isaías Vilinga

ADIDO DE IMPRENSAHigino Piedade

DIRECÇÃO EDITORIALHelga Nunes

COLABORAÇÃOEurico Vasques

Lecticia Munguambe Nina Temba

Teresa PereiraTholedo Mundau

Sara Grosso

FOTOGRAFIASAmândio Vilanculos

Luís MuiangaQuintiliano dos Santos

ANGOPEmbaixada de Angola

em Moçambiquegettyimagesgoogle.com

DESIGN GRÁFICORui Batista

PAGINAÇÃOBenjamim Mapande

IMPRESSÃOBrinrodd Press

TIRAGEM1.000 ex.

ficha

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nica

08ONU ajuda a desativar 300 mil minas antipessoal em Angola

09Angolana Miss Universo é nomeada embaixadora da ONU contra desertificação

O que ganhou o País com 10 anos de paz

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13«4 de Abril é um dia especial para Angola»

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Diplomata angolano define prioridades na relação

com Moçambique

Memórias de Fragata de Morais expressas em poesia

Poemas de Agostinho Neto e António Gonçalves

numa antologia cubana

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ário

Angola vai ratificar acordo ortográfico mas quer introduzir

vocabulário nacional

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Isaías Jaime Vilinga

nota de aberturaEMBAIXADA DA REPÚBLICA DE ANGOLA NA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE AVENIDA KENNETH KAUNDA, 783, MAPUTO - MOÇAMBIQUETEL: (+258) 21 493139 / 21 493691 . FAX: (+258) 21 493930 / (+258) 21 493928 email: [email protected] site: embaixadadeangolaemmoz.com

M ais um ano começa, e como é óbvio, momento de renovação de esperanças num amanhã cada vez melhor, onde a satisfação do bem comum afigura--se como a meta a atingir.

2012 será um ano especial para todos os angolanos. A 4 de Abril festejamos o 10º aniversário de Paz efectiva em Angola e no terceiro trimestre vamos realizar as terceiras eleições legislativas da nossa história, altura em que seremos chama-dos a escolher livremente e em consciência, os Deputados à Assembleia Nacionale o Presidente da República do partido que estiver no nosso coração. Acreditamos que os angolanos irão, mais uma vez, provar ao mundo a sua elevada maturidade política durante o referido pleito eleitoral, e de forma exemplar vão contribuir para a consolidação da democracia e para o fortalecimento da unidade nacional, assim como para a consumação da esta-bilidade política do país, pressupostos fundamentais para o desenvolvimento económico e social, tão esperado por todos nós. A revista Kandando, como uma publicação institucional, irá acompanhar todos os desenvolvimentos políticos, económi-cos, sociais e da Reconstrução Nacional e trará à estampa todos os assuntos que constituírem interesse público para mantermos informados os nossos prestigiados leitores sobre estes aspectos de Angola. A equipa da revista Kandando aproveita esta oportunidade para desejar a todos os angolanos de Cabinda ao Cunene e os da Diáspora votos de um ano de 2012 cheio de muitas reali-zações pessoais e profissionais. Bem haja!

«Acreditamos que os angolanos irão,

mais uma vez, provar ao mundo

a sua elevada maturidade política

durante o referido pleito eleitoral, e

de forma exemplar vão contribuir para

a consolidação da democracia e para

o fortalecimento da unidade nacional, assim como para

a consumação da estabilidade política do país,

pressupostos fundamentais para o desenvolvimento económico e social,

tão esperado por todos nós.»

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NEGÓCIOSSADCAPOIO

Sustentabilidade financeira da comunidade passa pela conjugação de esforços

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A presidente do Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Ana Dias

Lourenço, apelou , em Luanda, os Esta-dos membros a encontrar os melhores caminhos e soluções para a sustentabili-dade financeira da organização.

A responsável, igualmente ministra do Planeamento de Angola, discursava na cerimónia de abertura da reunião do Conselho de Ministros da SADC, a de-correr até sexta-feira, no Hotel Conven-ções Talatona, na capital angolana.

Afirmou que, perante a constatação do comité de finanças, segundo a qual a situação da organização é crítica, os Estados membros “devem se preocupar com o objectivo de juntos encontrarem as melhores soluçÕES para a sustenta-bilidade da SADC”.

Pediu também atenção a discussão da estratégia de mobilização de recur-sos que visam determinar as fontes e os instrumentos inovadores de financia-mento para a região diminuir a depen-dência relativamente a fontes externas e aumentar o poder de negociação da comunidade com os parceiros de coo-peração internacional.

A presidente do Conselho de Minis-

tro da Comunidade sugeriu a participa-ção de todos os membros no seminário sobre investimento em infra-estruturas, a ter lugar em Tóquio, Japão, de 14 e 15 de Março próximo.

Explicou que o evento visava sensibi-lizar e mobilizar fundos da comunida-de empresarial japonesa para financiar projectos de investimento na região nos sectores da energia, águas, transporte, telecomunicações e tecnologias de in-formação e comunicação.

Disse esperar que os debates tragam soluções com vista o fortalecimento institucional da organização, bem como o aprofundamento do processo de inte-gração económica regional.

Afirmou que os ministros da SADC vão discutir também o plano consolida-do de 2012/2013 e o seu respectivo or-çamento, o relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras do perío-do 2010/2011, os projectos de política de gestão de recursos humanos e gestão de riscos.

Ana Dias Lourenço aproveitou a ocasião para felicitar o governo e povo zambiano pela vitória conquistada no campeonato africano das nações em futebol (CAN 2012), que decorreu na Guiné Equatorial e no Gabão.

ONu ajuda a desativar 300 mil minas antipessoal em Angola

Cerca de 300 mil minas antipesso-al foram desativadas em Angola desde 2008, indica o Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud.

Em nota pelo Dia Internacional de Conscientização e Acção contra Minas, a agência ressaltou a contribuição ao país, onde foram formados mais de mil especialistas em desminagem.

Silva Lopes, vítima de uma mina e presidente da Associação Nacional de Deficientes, Anda, falou à Rádio ONU de Luanda, capital da Angola. Ele co-mentou o desafio das organizações no combate aos explosivos.

“Uma das coisas necessárias e urgen-tes é que os centros de reabilitação física, actualmente não têm matéria-prima. (É preciso) fazer funcionar esses centros porque a maior parte dos deficientes que foram reabilitados, há um ou dois anos, actualmente encontram-se sem próteses e sem muletas canadenses.”

De acordo com o Pnud, mais de 80 mil angolanos foram mutilados ou mor-tos pelas minas antipessoais durante a guerra civil, iniciada após a indepen-dência, em 1975.

DR

Ministro português das Finanças discute entrada da Sonangol na Galp

O s ministros das Finanças de Angola e de Portugal, res-pectivamente José de Lima Massano e Victor Gaspar,

reuniram na capital angolana para dis-cutir, entre outros dossiers, as negocia-ções em torno da aquisição por parte da estatal angolana de petróleos Sonangol de participação na portuguesa Galp.

Victor Gaspar reuniu-se com o mi-nistro de Estado e da Coordenação Eco-nómica, Manuel Vicente.

A Sonangol tem manifestado inte-resse em adquirir 33,34% do capital da Galp, actualmente na posse da italiana ENI.

Segundo noticia o Jornal de Ango-la, "a venda da participação de 33,34 por cento da ENI na GALP está a ser negociada em duas frentes. A primei-

ra envolve a empresa Amorim Energia (portuguesa), accionista de referência da petrolífera portuguesa, também com 33,34 por cento, que pretende exercer o seu direito de preferência na compra de parte da posição da ENI".

A outra frente, segundo a mesma fonte, envolve a Sonangol, que procura concretizar a velha ambição de entrar directamente no capital da GALP. Em qualquer um dos casos, o banco esta-tal português Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tem um por cento da GALP e representa os interesses do Estado português, tem sempre de abdicar da sua opção de compra. Um direito que está consagrado no acordo parassocial entre a ENI, a Amorim Energia e o ban-co público, válido até 2014.

DESENVOLVIMENTO

Angolana Miss Universo é nomeada embaixadora da ONU contra desertificação

A actual Miss Universo, a ango-lana Leila Lopes, foi nomeada embaixadora da ONU para as zonas áridas do planeta e aju-

dará o organismo a combater a deser-tificação e a consciencializar o mundo do problema, que afecta 1,5 biliões de pessoas.

"Como Miss Universo, sinto-se hon-rada em dar a minha voz a uma causa como esta", disse Leila em entrevista co-lectiva na sede das Nações Unidas, em Nova York, onde o secretário-executivo da convenção da ONU para combater a desertificação (UNCCD), Luc Gnacad-ja, entregou à angolana o certificado de embaixadora.

Essas áreas, onde vivem 38% da po-pulação mundial, são aquelas nas quais a seca e a erosão afectam a produtivi-dade do solo, pondo em risco a sobre-

vivência de seus habitantes por falta de alimentos e água. A ONU calcula que a degradação dessas áreas provoca uma perda de 12 milhões de hectares de terra produtiva por ano, onde seria possível colher 20 biliões de toneladas de cereais.

"A cada minuto sem actuar, 23 hec-tares de terra são perdidos", ressaltou Leila durante a sua apresentação em defesa da prevenção dessas regiões, que contêm 20% dos principais centros de diversidade de plantas e 30% das prin-cipais áreas de aves endémicas.

A Miss Universo anunciou que, den-tro de seu trabalho como embaixadora das terras áridas, visitará o Brasil em Ju-nho deste ano, durante a Rio+20, para pedir aos participantes que entrem em acordo sobre medidas para baixar a um "índice líquido zero" a degradação de terras.

Angola começa a recuperar parques nacionais para turismo

O Ministério do Ambiente angolano e parceiros, no quadro do Plano Estra-tégico da Rede Nacional de Áreas de Conservação, está a recuperar alguns parques nacionais com vista à promo-ção de actividades eco-turísticas.

Numa primeira fase estão a ser recu-perados os parques nacionais da Kissa-ma (Luanda), Cangandala (Malanje) e Bicuar (Huíla), onde estão a ser instala-das novas infraestruturas.

O responsável do departamento para a Áreas de Conservação Nacional, Par-ques e Reservas Naturais do Ministério do Ambiente, Joaquim Manuel, referiu que as intervenções estão a ser efectu-adas em infra-estruturas administra-tivas, hoteleiras, formação de fiscais, recuperação de estradas (picadas) e aquisição de meios de transporte inter-nacionalmente aprovados.

Angola é um dos países da África Austral com uma área relativamente elevada de parques nacionais, com uma rica biodiversidade. Actualmente, estão inscritas 14 novas áreas de conservação prioritárias.

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ngolaO que ganhou o País com 10 anos de paz

O dia 04 de Abril de 2002 repre-senta já para os angolanos um marco histórico de referên-cia obrigatória, tudo porque,

nesta data, os olhos de todo o mundo testemunhavam a assinatura da Paz efectiva em Angola, após uma longa e devastadora guerra civil que opunha irmãos desavindos, iniciada em 1975, após a proclamação da Independência Nacional e que causou percas humanas e consequências psicológicas incalculá-veis, assim como em infra-estruturas.

O acto solene de assinatura da paci-ficação total de Angola, que decorreu na Assembleia Nacional, renovou a es-perança por dias melhores para todos os cidadãos de Cabinda ao Cunene. O Executivo angolano liderado pelo Enge-nheiro José Eduardo dos Santos, definiu na altura dois eixos estratégicos de ac-tuação, a Reconciliação dos Angolanos e a Reconstrução Nacional, pressupos-tos que criaram condições para a esta-bilidade política e sócio-económica do país.

Com o calar definitivo das armas em Angola, o investimento público ganhou espaço em todo o território nacional, as obras públicas tornaram-se no sector

onde o Estado aplicou avultados recur-sos financeiros, visando a reabilitação e construção de infraestruturas. No do-mínio das vias rodoviárias por exemplo, nestes 10 anos, o Governo procedeu à recuperção e ampliação dos troços que ligam as capitais provínciais aos muni-cípios e comunas, perfazendo uma ex-tensão 16 mil kms de estradas e de 400 pontes em todo o país, com destaque para as sobre os rios Kuanza, em Lu-anda, e sobre o Catumbela, na provín-cia de Benguela, e sobre o Cunene, no Xangongo, o que permitiu uma maior fluidez na circulação de pessoas e bens.

TRANSPORTES O sector dos transportes foi outro

que registou grandes investimentos desde o alcance da paz. Os Caminhos de ferro de Luanda, Benguela e do Na-mibe beneficiaram de obras de reabili-tação, construção e modernização nas suas infraestruturas. O primeiro que liga a cidade capital angolana à provín-cia de Malange, com uma extensão de 424 kms, encontra-se já concluído e em funcionamento.

Já o segundo que liga às cidades do Lobito à do Luau na província do Mo-xico, na zona fronteriça com a Repú-blica da Zâmbia, com uma extensão de cerca de 1.400 kms, tem as suas obras quase concluídas até à província do Bié. O comboio do CFB circula já entre as províncias de Benguela e do Huambo. Quando ao terceiro, que liga às cidades do Namibe e do Menongue na Provín-cia do Kuando-kubango, com uma ex-tensão de 765 kms, a sua reparação vai conhecer o seu termo no próximo mês de Agosto.

As infraestruturas aeroportuárias, beneficiaram igualmente, de investi-mentos no período de paz, o Aeroporto Internacional de Luanda foi totalmente reabilitado, ampliado e modernizado, assim como procedeu a renovação da frota da TAAG a companhia de ban-deira com novos boing’s 373,473 e 777 300.».

HABITAÇÃO E IMOBILIÁRIA

A habitação social também mereceu especial atenção das autoridades ango-lanas, muitas famílias que viviam em casebres e em zonas de alto risco, foram realojadas em bairros sociais construí-dos para o efeito, como por exemplo, no Zango, no Panguila e na Sapu, em Luanda, assim como em outras locali-dades do país, onde o Governo executa semelhantes projectos, para alojar famí-lias carentes.

Do sector imobiliário não é tudo, o Executivo angolano, está a levar a cabo um ambicioso projecto de construção de habitações condignas no país, como são já os casos visíveis das centralidades do Dundo na Lunda-Norte, com 419 edifícios, que totalizam 5.004 aparta-mentos, e que se encontram em fase de conclusão. A infraestrutura de Cabinda e as de Luanda no Zango, em Cacua-co e no Kilamba, esta última com 115 edifícios concluidos, com 3.180 aparta-mentos, dos quais 320 já se encontram habitados.

EDUCAÇÃO

A educação foi das áreas que mais cresceu neste período. O número de salas de aulas nos níveis primário e secundário passou de cerca de 19 mil, em 2002, para mais de 53 mil em 2010, fruto deste investimento neste mesmo ano, o total de alunos matriculados no sistema de ensino não universitário foi de 668.358. Em 2011, esse número elevou-se para 6.115.649, assim distri-buídos: 709.576 na iniciação, 4.455.548, no ensino primário e 950.525 nos dois ciclos do ensino secundário.

Já o Ensino Superior conheceu uma notável expansão em todas as provín-cias do país. Neste momento, conta com 17 instituições públicas, sendo 7 universidades, 7 institutos superiores e

3 escolas superiores, assim como 22 ins-tituições privadas, sendo 10 universida-des e 12 institutos superiores, num total de 39 instituições de ensino superior, o que prefaz uma população estudantil de cerca de 150 mil estudantes e um cor-po docente de mais de dois mil, entre nacionais e estrangeiros, segundo dados de 2011.

SAÚDE A saúde conheceu melhorias sig-

nificativas, nos últimos 10 anos. Os principais hospitais de referência do país beneficiaram igualmente de obras de reabilitação, ampliação e apetrecha-mento, o que permitiu a melhoria na assistência médica e medicamentosa.

Os portadores de HIV/SIDA, tam-bém mereceram atenção do Executivo angolano, um hospital especializado para o tratamento desta doença, desig-nado por Esperança, foi construído de raiz em Luanda, enquanto que os hospi-tais centrais de todo país completam o de Luanda, após terem recebido investi-mentos neste sentido.

DESPORTO Quem também beneficiou de avul-

tados investimentos, na reabilitação, construção e modernização de infra-estruturas, do Governo angolano, foi o sector dos desportos, cujas acções inci-diram fundamentalmente, na edificação dos pavilhões multi-usos nas cidades do Lubango, de Benguela, Cabinda e do Huambo.

Por outro lado, há que não descurar os estádios de futebol: Internacional 11 de Novembro em Luanda, com a capa-

«O sector dos transportes foi outroque registou grandes investimentosdesde o alcance da paz. Os Caminhosde ferro de Luanda, Benguela e do Namibebeneficiaram de obras de reabilitação,construção e modernização nassuas infraestruturas. O primeiro queliga a cidade capital angolana à provínciade Malange, com uma extensão de424 kms, encontra-se já concluído e emfuncionamento.»

«Quem também beneficiou de avultadosinvestimentos, na reabilitação,construção e modernização de infraestruturas,do Governo angolano, foi o sector dos desportos, cujas acções incidiramfundamentalmente, na edificaçãodos pavilhões multi-usos nas cidadesdo Lubango, de Benguela, Cabinda e do Huambo.»

cidade para 51 mil espectadores; os de Ombaka, na província de Benguela, com uma capacidade de 35 mil assisten-tes; da Tundavala na província da Huí-la, com a capacidade de 25 mil pessoas; o do Chiazi, na província de Cabinda, com a capacidade para 20 mil especta-dores.

Todos os estádios foram construídos de raiz para albergar uma das séries do CAN 2010, em Angola e ainda a recu-peração de três campos de futebol onze, em cada uma das citadas províncias que serviram de apoio as equipas partici-pantes no referido campeonato.

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Presidência

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DisCUrso Do PresiDente De AngolA Por oCAsião Do DiA DA PAz

«4 de Abril é um dia especial para Angola»"Foi também aqui na cidade do luena que exprimimos as primeiras ideias que nortearam a elaboração do nosso Programa de reconstrução nacional".

"ILUSTRES CONVIDADOS,POVO ANGOLANO,POPULAÇÃO DO MOXICO,MINHAS SENHORAS E MEUS SE-NHORES,

O dia 4 de Abril é um dia espe-cial para Angola. É um dia de festa e de muita alegria.

Nesta data terminou defi-nitivamente a guerra que durou dezenas de anos, provocou enormes perdas em vidas humanas e destruiu o país.

Foi aqui na bela cidade do Luena, província do Moxico, que os angolanos se entenderam e concluíram os Acordos de Paz e Reconciliação Nacional, que foram solenemente assinados em Luan-da no dia 4 de Abril de 2002.

Peço uma salva de palmas em home-nagem a todos os que se sacrificaram e contribuíram para o advento da paz e estabilidade política em Angola.

Os seus feitos são inesquecíveis e, por isso, ficarão registados para sem-pre na memória colectiva, tendo como símbolo o belo Monumento à Paz que acabámos de inaugurar e que é um sítio para visitar sempre, para se conhecerem os factos importantes da nossa História e para se promover a educação das no-vas gerações.

Foi com muita satisfação que recebi o convite do Senhor Governador e das Autoridades da Província para visitar o Moxico.

Esta província tem fortes tradições de resistência ao colonialismo. Aqui os Movimentos de Libertação desenvol-veram a luta armada contra o exército colonial português, tendo o MPLA cria-do durante certo período vastas zonas libertadas, onde estabeleceu novos mo-delos de organização social e política.

Um amplo movimento guerrilhei-ro, com o apoio do povo, criou imen-sas dificuldades ao poder colonial, que

teve de recorrer aos bombardeamentos aéreos com “napalm” para impedir a sua progressão. Mesmo assim eles não conseguiram parar a luta de libertação nacional.

E não foi por acaso que o saudoso Dr. António Agostinho Neto concordou em assinar, em nome do MPLA, o acordo de cessar-fogo com o Exército portu-guês que pôs fim à guerra colonial na localidade de Luameje, aqui na provín-cia do Moxico.

VIVA O MOXICO, VIVA A HERÓICA PROVÍNCIA DO MOXICO

Este acordo abriu caminho para a conclusão e assinatura do Acordo do Alvor, em 1974, sobre a Independência Nacional de Angola, que viria a aconte-cer em 11 de Novembro de 1975.

Recordo ainda a todos os presentes que antes de chegarmos ao Acordo de Bicesse, em 1991, e ao Entendimento do Luena, em 2002, houve as tréguas da Chicala acordadas com a UNITA, e que

COMUNICAÇÃO SOCIAL No domínio da Comunicação Social,

o Executivo angolano procedeu a inves-timentos na recuperação, ampliação, construção e modernização de infraes-truturas da Rádio Nacional de Angola e da Televisão Pública de Angola, o que permitiu a melhoria da qualidade e ex-pansão dos sinais destas duas empresas em várias localidades do país, através de centros de produção, com particular destaque para o Centro da TPA do Ca-mama (em Luanda) cuja primeira fase já se encontra concluída. A infraestru-tura compreende quatro blocos princi-pais de serviços administrativos, dois estúdios com 400 (m2), igual número estúdios com 800 metros quadrados e uma substação eléctrica.

O investimento no referido centro visou colmatar a carência de estúdios e garantir a migração da produção não informativa da actual sede para o Ca-mama, bem como permitir que a TPA tenha a capacidade de produção de fil-mes, novelas, seriados e documentários.

Quando o projecto estiver concluí-do, contará com seis estúdios, área ad-

ministrativa e um condomínio habita-cional para os trabalhadores da TPA. O Centro de Produção do Camama é con-siderado como um dos mais modernos do continente.

A imprensa também beneficiou de investimentos de grande monta. O Jor-nal de Angola modernizou os seus ser-viços, assim como adquiriu uma mo-derna rotativa que permitiu o aumento da produção do único diário no país, assim como a qualidade de impressão.

E já a Agência de Informação Angop sofistificou os seus meios de trabalho, o que permitiu a melhoria da qualida-de dos seus serviços noticiosos 24/24 e que é fornecido aos órgãos de informa-ção nacionais e estrangeiros, através de ligação electrónica, Internet ou e-mail, directamente. A Angop tem correspon-dentes em todos os municípios do país e delegações em cada capital provincial.

Já a economia conheceu no período de paz, um visível crescimento o que tornou o país numa das regiões mais promissoras do mundo. Para este ano, as previsões apontam que o PIB de An-gola venha a crescer mais de 10%.

«O investimento no referido centro

visou colmatar a carência de estúdios e garantir a

migração da produção nãoinformativa da actual sede para o Camama,

bem como permitir que a TPA tenha a capacidade

de produção de filmes,novelas, seriados e

documentários.Quando o projecto estiver

concluído, contará com seis estúdios, área

administrativae um condomínio

habitacional para os trabalhadores da TPA. OCentro de Produção do Camama é considerado

como um dos mais modernos do continente.»

«Temos que trabalhar juntos para o desenvolvimento. Queremos ver a economia nacional sempre a crescer de modo sustentado e aumentar a riqueza para termos mais para distribuire melhorar a vida de todos.»

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idên

cia presidência

permitiram desanuviar a situação cria-da pela guerra dos 45 dias da cidade do Luena, em que os seus habitantes resis-tiram heroicamente!

VIVA A POPULAÇÃO DO LUENA, VIVA A HERÓICA POPULAÇÃO DO LUENA. DE CABINDA AO CUNENE UM SÓ POVO, UMA SÓ NAÇÃO, A LUTA CONTINUA E A VITÓCIA É CERTA

CAROS AMIGOS E COMPATRIOTAS,

Eu felicito as autoridades, o povo do Moxico e os angolanos em geral, de Ca-binda ao Cunene, pelo Dia da Paz e da Reconciliação Nacional. A todos muitas felicidades.

Que a natureza que nos deu quase tudo continue a ser generosa para con-nosco e nos dê forças para continuar-mos a trabalhar para melhorar as nossas vidas, aproveitando esse potencial.

Foi também aqui na cidade do Luena que exprimimos as primeiras ideias que nortearam a elaboração do nosso Pro-grama de Reconstrução Nacional.

As nossas estruturas administrati-vas e de gestão estavam excessivamente centralizadas em Luanda.

Foi aqui prometido o surgimento de Programas Provinciais com a execução do orçamento descentralizado, o re-forço da organização administrativa e do sistema de gestão local de recursos técnicos humanos e a reconstrução dos principais eixos rodoviários e ferroviá-rios.

E a verdade é que isso tudo aconte-ceu ou está em vias de acontecer.

Passados dez anos, estamos orgulho-sos de ver que muita coisa mudou no Moxico e em todo o país e a perspectiva é continuar a mudar para melhor.

O Programa de Reconstrução Nacio-nal que devia terminar em 2015/2016 vai ser concluído antecipadamente no início de 2013.

Todas as principais vias de comuni-cação rodoviária e ferroviária estão pra-ticamente reabilitadas.

A linha do Caminho-de-ferro de Benguela, por exemplo, já está às portas do Luena e espero que em Agosto pró-ximo possamos voltar cá para inaugurar a Estação de Caminho-de-Ferro.

Espero também que nesta altura pos-sam os comboios circular do Lobito até a esta cidade.

Espero também que nessa altura estejam a terminar as obras de recons-trução da via rodoviária Dundo-Sau-rimo-Luena, para melhorar o trânsito de viaturas e a circulação de pessoas e bens.

CAROS AMIGOS E COMPATRIOTAS,

A reconstrução e abertura de todos os eixos rodoviários e ferroviários per-mitiu aumentar a circulação de pessoas e bens e revitalizar a actividade econó-mica e social em todo o país.

Em 2002, há dez anos, várias dezenas de administradores municipais e comu-nais não tinham instalações, estavam a trabalhar em casebres ou tendas, por-que as infra-estruturas administrativas estavam destruídas. Milhares de crian-ças estudavam à sombra das árvores, sentadas em latas e pedras.

Hoje já muito poucas situações como estas existem. Ainda existem mas são muito poucas e temos de trabalhar ago-ra para construir mais escolas.

Estive a trabalhar já com senhor governador da província do Moxico, informou-me que na província ainda há cerca 50 mil alunos fora do sistema escolar e disse-me que precisamos de construir 94 escolas T12.

CAROS COMPATRIOTAS,

Estes são os nossos problemas e quem tem que os resolver somos nós, o Governo, a população, enquadrada na sociedade civil organizada, os empresá-rios, os intelectuais, etc.

Daqui a pouco, depois deste comício, nós vamos trabalhar com o Governo da Província do Moxico, vamos tratar destes assuntos referentes a construção de mais escolas e a construção de nova captação para o fornecimento de água.

É evidente que estas são grandes des-pesas do Estado, que requerem que haja dinheiro para realizar.

Portanto, o Governo Central vai es-tudar as fontes de recursos, isto é, os sítios onde procurará encontrar mais dinheiro para reforçar o orçamento da província do Moxico, ainda que tenha-mos que recorrer a algum empréstimo de algum país amigo para resolver estes problemas que são graves e urgentes da população do Moxico.

MEUS CAROS AMIGOS E COMPATRIOTAS,

Apesar destas dificuldades que esti-vemos aqui a enumerar, temos que re-conhecer também que hoje o número de escolas, no nosso país, de uma maneira geral, cresceu imenso. A quantidade de institutos médios e de ensino superior e o número de estudantes também cres-ceu muito em todo o país.

A quantidade de postos médicos, de hospitais, de enfermeiros e médicos au-mentou. Temos mais quadros médios, superiores e pós-graduados já forma-dos. Por essa razão o país está a crescer em todos os domínios.

O Governo, os empresários, os ope-rários, os camponeses e os intelectuais, enfim, todos os angolanos que amam a Pátria, estão a trabalhar com abnegação e sentido de responsabilidade. Temos que continuar a trabalhar juntos.

Por outro lado, a nossa economia também está a crescer, depois da apli-cação das medidas que temos tomado desde o ano de 2000 para melhorar a gestão macroeconómica e das finanças públicas.

Esse crescimento é obtido através de um esforço do sector público e agora nós queremos um envolvimento cada vez maior nesse esforço do sector pri-vado.

Temos que trabalhar juntos para o desenvolvimento. Queremos ver a eco-nomia nacional sempre a crescer de modo sustentado e aumentar a riqueza para termos mais para distribuir e me-lhorar a vida de todos.

O Executivo já começou a aplicar o seu Programa de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas e, neste contexto, vai facilitar o acesso destes agentes económicos a empréstimos ge-

nerosos através de bancos comerciais.Pretendemos fomentar a pequena e

média actividade económica, que nor-malmente gera muitos postos de traba-lho.

Neste âmbito, vamos prestar atenção também aos angolanos que fazem pe-quenos negócios no domínio dos dia-mantes. Os diamantes provenientes da produção artesanal saem ilegalmente através das nossas fronteiras, levados por estrangeiros que os vendem nos dois Congos, porque lá pagam menos impostos.

Temos que trabalhar com a Assem-bleia Nacional para modificar a nossa política fiscal, isto é, para que os nos-so agentes económicos que realizam pequenos negócios nesta área dos dia-mantes também paguem menos impos-tos e temos que promover também o controlo desses pequenos negócios pe-los angolanos, afim de aumentarem os seus rendimentos.

CAROS COMPATRIOTAS,

Em 2008, depois das eleições gerais, assumimos o compromisso de trabalhar para mudar o país para melhor e penso

que, pouco a pouco, paulatinamente, estamos a conseguir isso!

Decidimos então inaugurar uma nova etapa no processo de democrati-zação do país.

Isto é, empenhamos o nosso esforço e dedicação no sentido de melhorar o que está bem, corrigir o que está erra-do e fazer coisas novas e necessárias que concorrem para o engrandecimento da Nação e para o bem-estar do nosso Povo.

Por outro lado, levámos a cabo um trabalho de sensibilização para desen-corajar práticas que prejudiquem o de-senvolvimento e perturbem a harmonia e a coesão social.

Procuramos garantir a todos os cida-dãos sem distinção, nos marcos da Lei, a liberdade de acção e de pensamento, a igualdade de oportunidades e a segu-rança para si e para os seus bens.

Promovemos a concertação com os parceiros sociais e auscultação da socie-dade civil em todas as questões essen-ciais.

Hoje a democracia pressupõe, an-tes de tudo, diálogo e a participação de todos na vida nacional. Exercemos o poder com moderação e isenção, em nome de todo o Povo, e dentro dos li-mites estabelecidos na Constituição da República.

CAROS COMPATRIOTAS,

Com maior ou menos número de assentos na Assembleia Nacional, todos os partidos políticos legais e legitima-dos pelo voto continuam a constituir forças políticas que representam secto-res da sociedade angolana.

Têm assim uma missão importante a cumprir e grandes responsabilidades perante a Nação.

Os direitos de todos e de cada um de-vem ser respeitados e tidos sempre em consideração.

Todos os partidos legalmente cons-tituídos e todas as organizações da So-ciedade Civil têm, nesta nova etapa, um importante papel a desempenhar.

Eles não devem agir à margem da Lei, nem tão pouco deixar de exercer o seu papel de oposição e de fiscalização ou de auxiliares dos Poderes Públicos. É importante, é essencial que conduzam a sua acção em conformidade com a Lei, contribuindo para o desenvolvimento do país e para a harmonia social.

Não devemos introduzir no nosso

jogo político e democrático o princípio do "vale tudo".

Na política não vale tudo, nem todos os actos e factos são admitidos, sobre-tudo quando lesam a reputação, o bom nome e a integridade moral e física de outras pessoas. A difamação, a calúnia e a ameaça de morte são crimes e não devem de modo algum ser usados como meios de disputa ou luta política.

Exorto, por isso, a todos os cidadãos, partidos políticos, organizações da So-ciedade Civil e instituições do Estado a adoptarem uma postura responsável e construtiva no exercício da diversidade e liberdade de opinião, que são pressu-postos básicos da vida em democracia.

Por outro lado, não vale a pena usar o espantalho da desconfiança e da frau-de para perturbar a preparação das elei-ções.

A Comissão Nacional Eleitoral está em funções, está a tomar todas as me-didas para garantir que a preparação das eleições decorra com êxito e todos nós não temos senão que apoiar os es-forços que as pessoas que integram esta comissão estão a fazer para realizarmos as nossas eleições.

Invés de procuramos truques, ma-nipulações para atrapalhar aqueles que querem trabalhar e consolidar a demo-cracia e melhor organizarmo-nos para aperfeiçoar a fiscalização de todo o pro-cesso eleitoral e assegurar a sua trans-parência e conformidade com a Lei na base da honestidade.

Nós pertencemos a um partido com vários milhões de membros, o único dessa dimensão, por isso, o partido mais interessado em ver eleições livres, justas e transparentes a serem realizadas em Angola.

Nós não precisamos da fraude, não precisamos de truques, não precisamos de batota, nós somos muito grande, so-mos um partido muito forte.

MEUS CAROS COMPATRIOTAS,

Termino com esta frase: Diz-se que quem é forte não precisa de batota para ganhar!

Então vamos trabalhar juntos para o desenvolvimento. Todos somos neces-sários para erguer a nova Angola, mo-derna, próspera e democrática.

VIVA A PAZ!VIVA A DEMOCRACIA!

VIVA ANGOLA!"

«Foi aqui na bela cidade do Luena, província do Moxico, que os angolanos se entenderam e concluíram os Acordos de Paz e Reconciliação Nacional, que foram solenemente assinados em Luanda no dia 4 de Abril de 2002.»

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Habitação mais orientada para o segmento baixo e médio

Com o objectivo de restabelecer o equilíbrio no mercado habitacional de baixa e média renda, o Governo lan-çou o programa nacional de urbanismo e habitação que prevê a construção de 1.000.000 de novos fogos. Este progra-ma privilegiará a construção de habita-ção para os segmentos de “renda baixa”, através de três subprogramas: autocons-trução dirigida e assistida, compra de habitação pronta com acesso ao crédito e renda resolúvel.

Para além deste programa, face à

grande procura, o próprio Estado asso-ciou-se à iniciativa privada para aumen-tar o nível de oferta. Neste sentido, têm surgido vários projectos habitacionais focados para o segmento baixo/médio.

Com base no nosso contacto com os investidores, verifica-se que existem alguns problemas que continuam por se solucionar, nomeadamente: elevado custo das matérias-primas.

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grande plano

O crescimento do mercado imobiliário em Angola está fortemente relacionado com a economia. O ambiente ma-

croeconómico de crescimento e a esta-bilidade política despertaram a atenção dos vários players a investir no país. Além de que o Governo também apre-senta um papel fundamental na recons-trução e no lançamento de obras (infra-estruturas) que visaram dar suporte ao constante dinamismo do país.

Consideramos que podemos subdi-vidir a evolução do mercado imobiliário em três fases. A Fase 1 é caracterizada por um período de grande dinamismo. Verificou-se uma forte procura, os imó-veis eram adquiridos em planta, sem re-curso ao crédito e por preços com cres-cimentos elevados. Existia uma liquidez excedentária.

A Fase 2 surge com os efeitos da cri-se económico-financeira internacional. Em meados de 2009, verificou-se uma contracção da economia, originando um abrandamento do ritmo de lança-mentos de novos projectos, reflectindo--se num ritmo de vendas menos acele-rado.

Começa assim a surgir uma aposta em segmentos mais baixos. O compra-dor tornou-se mais exigente e a banca

mais selectiva, exigindo mais garantias aos promotores dos projectos. Este ce-nário obrigou o mercado a reflectir e a redefinir novos targets, mas nem por isso o preço por m2 na capital angolana diminuiu.

A Fase 3, consideramos ser o actual período que se caracteriza com novas alternativas e novas tendências expectá-veis. Perspectiva-se uma tendência para a diminuição do desequilíbrio entre oferta/procura, a ampliação do crédito aos particulares e a intenção por parte do governo em reduzir as taxas de juros.

O mercado imobiliário angolano apresenta ainda algumas lacunas, e, neste sentido, está na agenda governa-mental a criação de políticas para regu-lar o mercado, de modo a combater os preços desajustados e assim conseguir satisfazer o aumento da procura em to-dos os segmentos, incluindo as habita-ções de baixo custo.

A actividade do sector imobiliário continua a ser uma das maior priori-dades do Governo angolano com ex-pansão em todo o território nacional de novas habitações sociais, no quadro do seu programa habitacional. Luanda é considerada uma das cidades do mun-do em maior transformação no sector da promoção e construção civil.

Sector Imobiliário em Luanda visto à lupa

A estabilidade política, o desenvol-vimento da economia e a afirmação de “Angola em África e no Mundo” contri-buirão para o desenvolvimento de ne-gócios no país, e consequentemente na contínua aposta no sector imobiliário.

O sector financeiro e a aposta em produtos como o crédito imobiliário serão decisivos para impulsionar o cres-cimento do mercado imobiliário e dos novos segmentos de mercado que co-meçam a surgir (produtos imobiliários direccionados para o segmento médio/baixo).

No mercado habitacional em Luanda existem duas situações nos diferentes segmentos de mercado: i) excesso de oferta nos segmentos médio alto e alto e ii) défice de oferta nos segmentos mé-dio e médio baixo.

A PROPRIME em colaboração com o Instituto de Planeamento e Gestão Urbana de Luanda (IPGUL) preparou uma análise das construções novas rea-lizadas na província de Luanda em 2008 e 2009 onde é possível verificar em que usos foram registados o maior número de licenças e por cada município.

Em 2008, foram licenciados 1.063.000 m2 de novas construções. Em 2009, o ritmo de vendas diminuiu forte-mente, o que se reflectiu no lançamento de novos projectos. A área total de no-vas construções licenciadas na provín-cia de Luanda, em 2009, foi de 569.585 m2, menos 46,5% do que no ano tran-sacto.

O segmento da habitação continuou a registar o maior número de área de construção a que corresponderam 407.779 m2, seguido pelo segmento do comércio/serviços com 68.208 m2, do turismo com 65.843 m2 e, por último, da indústria com 27.755 m2.

A habitação absorveu o maior peso no número de licenças emitidas pelo Governo Provincial de Luanda, repre-sentando 71,59%. No sentido opos-to, surge a Indústria, com um peso de 4,87% no número total de licenças emi-tidas, salientando que se registou um crescimento face a 2008.

«Verificou-se uma forte procura, os imóveis eram adquiridos em planta, sem recurso ao crédito e por preços com crescimentos elevados.»

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Diplomata angolano define prioridades na relação com Moçambique

O Embaixador de Angola em Moçambique, Isaías Jaime Vilinga, disse em Maputo, no dia 23 Janeiro, que a priori-

dade da sua missão diplomática para o ano 2012, será a consolidação e forta-lecimento das Excelentes relações polí-tico-diplomáticas, entre os dois países,

assim como o incremento dos laços de cooperação e de amizade entre os dois povos.

Isaías Vilinga que fez tais declações quando recebia cumprimentos de Ano Novo de diplomatas e funcionários lo-cais, afirmou na ocasião que a referida Embaixada, em 2012, vai trabalhar no

sentido de contribuir de forma posi-tiva para o aumento do número de tu-ristas moçambicanos para Angola, bem como de estrangeiros que residam em Moçambique, desde que para o efeito, cumpram com os requisitos exigidos por lei no seu país.

1- Foi com grande emoção e satisfa-ção que acompanhámos euforicamen-te o desempenho das nossas meninas de Ouro, durante o último campeonato africano de andebol que decorreu no Reino de Marrocos, onde conquistou pela 11ª vez o campeonato continen-tal e a consequente qualificação para os jogos Olímpicos de Londres edição 2012.

2- Diante desta retumbante e agra-dável vitoria do desporto angolano que enche de alegria todos os aficionados da modalidade no país, traduz a di-mensão do árduo trabalho da Federa-

ção Angolana de Andebol, dos clubes

e dos incentivos que o Estado presta ao desporto no geral e, em particular a esta actividade desportiva, das mais medalhadas de Angola.

3- Por este facto, a Embaixador da República de Angola em Moçambique, aproveitou o ensejo para se juntar ao instante de bastante regozijo, por mais um feito do desporto nacional e, em meu nome pessoal, no da minha famí-lia, no dos diplomatas angolanos acre-ditados neste país e no da sua comuni-dade residente, encorajarmos as bravas atletas, a equipa técnica, a Direcção da Federação Angolana de Andebol e do Ministério da Juventude e Desportos,

a manterem o mesmo espírito para que possámos participar de forma con-digna e exemplar nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 e noutros certames a nível continental e internacional.

4- Acreditados que o talento, a determinação, o elevado sentido pa-triótico, o espírito de missão, de fair play, a experiência competitiva e de organização desportiva, irão de certeza galvanizar as nossas meninas de Ouro de África para novas conquistas para o orgulho dos angolanos habituados a gerir momentos de bastante emoção e de alegria por parte da nossa selecção feminina de andebol.

Mensagem de Felicitações

POLITÍCA

A ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, transmitiu no mês de Fevereiro, em Luanda, durante um encontro com de-

putados moçambicanos, a experiência do Executivo na implementação dos programas de desenvolvimento e com-bate à pobreza, segundo noticiou o Jor-nal de Angola.

Os parlamentares inteiraram-se da experiência do Executivo em termos de execução do programa de combate e desenvolvimento rural. A ministra subli-nhou que existe uma “certa semelhança entre os dois países em relação à acção de combate à pobreza. Moçambique também tem centralizado para os muni-cípios o enfoque” nesta matéria.

No mesmo dia, a líder da bancada da FRELIMO, Margarida Adamugy Talapa, abordou com o presidente da Assem-bleia Nacional, António Paulo Kassoma, a cooperação parlamentar entre os dois países.

Margarida Adamugy Talapa, que também teve um encontro com o mi-nistro dos Assuntos Parlamentares, disse que a audiência com Paulo Kassoma teve como objectivo principal a troca de opi-niões sobre o funcionamento dos dois parlamentos.

“Passámos em revista os acordos as-sinados entre os dois países no domínio parlamentar e o presidente da Assembleia nacional de Angola considera importante

a pretensão das duas bancadas assinarem um acordo de entendimento, no sentido de criarem as condições para que a arti-culação institucional entre os dois grupos se efective”, disse Margarida Adamugy Talapa.

A líder da bancada parlamentar da Frelimo considerou importante a articu-lação entre os deputados do MPLA e o Executivo, por ser o partido com maior responsabilidade na aprovação de leis. “Ficámos impressionados com a aplicação do programa quinquenal de governação em Angola e das acções em prol de melho-res condições do povo angolano”, disse.

O elogio ao “perfeito sistema”

A líder da bancada parlamentar da

Frelimo, Margarida Talapa, elogiou na ocasião a organização do MPLA em Lu-anda, sublinhando o “perfeito sistema” existente.

Margarida Talapa, que fez tais pro-nunciamentos no final de uma visita ao Comité Provincial da capital do país à deputada da Frelimo, referiu que o MPLA se encontra em condições de vencer as próximas eleições gerais pois apresenta uma perfeita estruturação, o que lhe garante condições de continuar a governar Angola.

A chefe da Bancada Parlamentar

do partido no poder em Moçambique considerou excelentes as relações entre os dois partidos e lembrou que elas vêm dos primórdios da luta de libertação na-cional.

Já o primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento, consi-derou a visita proveitosa, sublinhando que irá servir para reforçar a cooperação existente entre os dois partidos. “ouvi-mos um conjunto de informações que nos alentaram, pois Moçambique tem traba-lhado arduamente para as eleições autár-quica”, disse Bento Bento.

No dia 7 de Fevereiro, a delegação parlamentar moçambicana teve um en-contro com o vice-presidente do MPLA, Roberto de Almeida, e com o presidente da Assembleia Nacional, António Pau-lo Kassoma. E no dia 9, deslocou-se ao município do Soyo, província do Zaire, onde visitou o Projecto Angola LNG e outros em curso na região, assim como manteve um encontro de cortesia com as autoridades locais.

Recorde-se que a delegação parla-mentar da Frelimo, visitou Angola a convite dos seus homólogos angolanos no quadro das excelentes relações exis-tentes entre si e visou fortalecer os laços de amizade e de partilha de experiências.

«Os parlamentares inteiraram-se daexperiência do Executivo em termos de execução do programa de combate e desenvolvimento rural. A ministra sublinhouque existe uma “certa semelhança entre os dois países em relaçãoà acção de combate à pobreza. Moçambiquetambém tem centralizado para os municípioso enfoque” nesta matéria.»

Angola e Moçambique trocam experiências

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Presidente do MPLA reúnecom a classe empresarial

o Presidente da república, José eduardo dos santos garantiu que estão a ser finalizados os documentos que irão orientar a actividade económica do sector privado.

José Eduardo dos Santos fez estas declarações no decurso de um en-contro que a direcção do MPLA, realizou com a classe empresarial

nacional e estrangeira, no Centro de Conferências de Belas, em Luanda.

O encontro teve como finalidade auscultar a classe empresarial, tendo em conta o reajuste da lei do investimento privado e a implementação das leis das micro, médias e pequenas empresas.

Segundo Eduardo dos Santos, pre-tende-se dar um maior apoio ao sector privado e ao sector da produção de bens e serviços.

“esta avaliação tem sido feita, não há dúvida, penso que todos nós conhecemos os documentos reitores do nosso governo, elaborados na base das implementações do Partido. estes documentos que defi-nem a política económica são conhecidos nesta altura e no quadro da implementa-ção destas acções, estão a ser finalizados os trabalhos que ao nível do executivo vão orientar a actividade deste, na área eco-nómica”, asseverou o mesmo.

Para o Presidente do MPLA, estão igualmente previstos reajustamentos dos instrumentos de implementação destas políticas, razão pela qual se achou opor-tuno dar-se a auscultação dos empresá-rios, visto que se pretende reajustar a lei do fomento empresarial, do investimen-to privado, bem como criar instrumen-tos, meios de acção, e métodos para ga-rantir implementação das leis das micro, pequenas e médias empresas.

José Eduardo dos Santos reconhe-ceu na sua alocução que nem sempre foi prestada a devida atenção ao sector privado nacional, daí a importância do papel do Estado, nas diferentes áreas da economia.

No seu entender, e no que diz respei-to ao investimento, não há dúvidas que estamos a estabelecer o investimento pú-blico como uma alavanca do crescimen-to. “ora investimento público sim, presen-ça do estado sim, também, mas queremos aumentar a participação do sector priva-do e paulatinamente ir transformando o sector privado em motor da economia na-

cional”, reforçou o líder do MPLA. Foi igualmente referido que há uma

grande responsabilidade do sector priva-do na estratégia do MPLA e do Governo, no que toca à edificação da economia de mercado.

José Eduardo Dos Santos adiantou também que não se pretende que a oferta de bens e serviços seja fundamentalmen-te feita a partir de mercados externos, por isso, deverão ser criadas capacidades locais, tendo um empresariado dinâmi-co, cada vez mais capacitado e que nal-gumas áreas vá substituindo o Estado na produção.

“em termos sintéticos a reunião visou, avaliar o que tem que ser feito do ponto de vista crítico, e com criatividade elaborar contribuições para aperfeiçoar a política que seguimos até ao momento, e na me-dida do possível também apontar soluções com vista a serem definidos instrumentos legais, assim como outras estruturas de acção e de intervenção que nos permitam tornar mais eficaz a implementação das políticas e dos instrumentos”, concluiu.

Empresários angolanos querem tratamento igual ao dos seus homólogos estrangeiros

O empresário angolano Carlos Ferreira advogou à margem da reunião com Presidente do MPLA, a necessidade de se

equiparar as condições dadas aos em-presários angolanos e aos estrangeiros que operam no país, para se promover a competitividade de facto, na economia nacional e a nível da classe, em particular.

Quanto ao programa e Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas, Carlos Fer-reira disse estar convencido que o mesmo será a base do alavancamento da econo-mia angolana, uma vez que as grandes economias não dependem apenas das “megaempresas”, mas também das pe-quenas e médias.

“essa é a tónica do programa do exe-cutivo. e acredito que ele vai para a frente porque tem consistência, tem pernas para andar e, mais ainda tem a responsabilida-de política” – afirmou, manifestando-se de acordo com os sectores prioritários do mesmo (agro-pecuária, materiais de construção e serviços de apoio ao sector produtivo).

Contudo, o empresário apela igual-mente à prioridade da actividade empre-sarial do ensino, à formação, com vista a ajudar o Governo na erradicação do analfabetismo, no aumento dos níveis de escolaridade e no domínio técnico-pro-fissional dos quadros angolanos.

“De qualquer forma, é um programa bastante abrangente e que tem tudo para vingar. se de facto todos esses sectores previstos forem apoiados e desenvolvidos, rapidamente Angola dará um salto qua-litativo na actividade económica empre-sarial”, salientou o mesmo responsável, avaliando positivamente o encontro com o Bureau Político.

Por sua vez, José dos Santos, empresá-rio da província do Kwanza Norte, con-siderou o encontro de sério e proveitoso pela a oportunidade que os empresários tiveram de apresentar as suas reais in-quietações ao Governo, esperando que

«Entre os apoios necessários para um empresariado mais forte na sua província, José dos Santos, defende mais infraestruturas e incentivos financeiros, dada a propensão do Kwanza Norte e seus habitantes para negócios e comércio. Isso, facilitará a melhoria dos níveis de vida da população e desenvolvimento local»

este, enquanto regulador das regras do mercado, venha a disponibilizar os recur-sos para fortalecer essas empresas.

Sobre o Programa de Desenvolvimen-to disse ser salutar, na medida em que ajudará ao crescimento a nível da classe empresarial e do país, em geral. Por outro lado, avançou que o mesmo vai permitir à população usufruir dos seus direitos, tais como a alimentação e todos os ser-viços sociais que concorrem para o bem--estar das famílias.

Entre os apoios necessários para um empresariado mais forte na sua provín-cia, José dos Santos, defende mais infra-estruturas e incentivos financeiros, dada a propensão do Kwanza Norte e seus ha-bitantes para negócios e comércio. Isso, facilitará a melhoria dos níveis de vida da população e desenvolvimento local.

Quanto aos critérios de selecção, con-fessou não saber profundamente, mas apontou a posse de infra-estruturas/ins-talações, contabilidade organizada como condições primárias.

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comunidade

econ

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COMÉRCIO INTERNACIONAL

Angola vai ser a maior economia de África

Conhecer a fundo os angolanos espalhados pelo Mundo A empresa semba é responsável pelo programa televisivo ‘gente da Banda’, um produto mediático que visa aproximar os angolanos residentes no exterior do seu próprio país. A sua equipa de produção esteve em Maputo e a Kandando entrevistou ernesto samaria, um dos jornalistas que dá a cara no ecrã junto dos angolanos que residem um pouco por toda a África, mas que mantêm o elo à sua terra natal.

A empresa Semba Comuni-cação esteve muito recen-temente em Maputo para entrevistar angolanos resi-

dentes em Maputo. Essa acção faz par-te de um programa de tv que retrata a vida dos angolanos na diáspora, os seus sentimentos e as perspectivas que têm do país, longe da pátria. Quer-nos falar um pouco sobre ele?

A reportagem é para o Programa ‘Gente da Banda’ produzida pela Semba Comunicação, com emissão semanal nos canais 1, 2 e Internacional, da Televisão publica de Angola. O programa faz parte de um projecto de Comunicação Institu-cional que visa aproximar os angolanos residentes no exterior ao País e fazer com que os angolanos residentes conheçam o que os seus compatriotas fazem no exte-rior. O programa já tem quase um ano de existência e é sustentado por quatro repórteres espalhados pelo mundo. No-meadamente Kabingano Manuel, que retrata a vida dos angolanos na América Latina e do Norte, Nelson Boa Morte, na Europa e Ásia, José Kundy e Ernesto Sa-maria pela África. O principal objectivo é conhecer, a fundo, a forma como esses angolanos (imigrantes) estão inseridos nas comunidades receptoras.

Que tipo de angolanos a Semba veio encontrar na capital de Moçambique? As suas experiências e profissões são diversas?

Bem, nós queríamos trabalhar com o maior número de angolanos residentes na província de Maputo. Com ajuda da Embaixada de Angola em Moçambique conseguimos localizar um determinado número de angolanos radicados em Mo-çambique há muitos anos.

Não temos preferência. O importante

é que a pessoa seja cidadã angolana. Foi por isso, que ao longo da nossa estadia cá, trabalhamos com angolanos que ac-tuam em varias áreas do saber e que vi-vem tanto no centro da cidade como na Matola. Falamos com uma jornalista, uma professora universitária, um con-

«O angolano em qualquer parte do mundo é sempre angolano, apresenta algo típico, a força, a esperteza, a dinâmica. Por exemplo: Mesmo distante, o angolano é sempre vaidoso, orgulhoso do seu país. Os seus hábitos e costumes não mudam independentemente das circunstâncias. É só ver os seus hábitos alimentares.»

Angola deverá ultrapassar a África do Sul, actualmente a maior economia do con-tinente, até 2016, segundo

revela um relatório da revista "Eco-nomist", que coloca também Moçam-bique entre os 10 mercados africanos com mais potencial.

No relatório “Para dentro de África: Oportunidades de negócio emergen-tes”, o gabinete de estudos da revista "Economist"conclui que o papel das economias africanas ainda representa apenas 3% da economia global e que a África subsaariana (excluindo a África do Sul) representa menos de metade do Produto Interno Bruto do continente.

No entanto, sublinha que este grupo de países está a crescer mais depressa do que qualquer outro no mundo e que

os investidores estão a acordar para o enorme potencial da região: “A corrida para participar no crescimento africano já começou”.

O relatório aponta como sectores com maior potencial de crescimento a agricultura, a agro-indústria, as infra--estruturas, os serviços e os bens de consumo, mas recorda que ainda há grandes dificuldades, a ineficiência dos serviços públicos, o risco político, a falta de mão de obra qualificada e ou-tras.

Angola surge no grupo das econo-mias com crescimentos previstos de 5 a 7,5%, enquanto Moçambique aparece no grupo seguinte, com crescimentos anuais médios de 7,5. O relatório iden-tifica os 10 mercados que deverão ter os melhores desempenhos na próxima

década em quatro categorias: os países com menor risco político, os maiores reformistas, os países com maior in-vestimento e os maiores em território.

Angola é o segundo com maior in-vestimento, depois da África do Sul, e o quarto maior em dimensão, enquanto Moçambique surge em três das quatro categorias: é o segundo com mais po-tencial na rapidez com que faz refor-mas, o sétimo com menor risco políti-co e o décimo com maior investimento.

“As reformas estão a acontecer de-pressa, encabeçadas pela etiópia, Mo-çambique, namíbia, zâmbia e Uganda, enquanto as economias gigantes de An-gola e nigéria, que deverão ultrapassar a África do sul em 2016, oferecem van-tagens significativas aos investidores”, conclui.

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figura

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Uma Angolana com garra e atitudePalmira dos santos é uma angolana que há dez anos, junto com a família, deixou a sua terra natal em direcção a Moçambique com o objectivo de terminar a formação superior. Ainda era adolescente quando passou pelo Brasil e Portugal, acabando por se estabelecer em Moçambique.

PALMIRA DOS SANTOS, PSICÓLOGA

Devido à sua dedicação aos estu-dos, rapidamente se destacou entre os estudantes do curso de Psicologia Clínica e como fruto

do seu doutoramento foi convidada a dar aulas no Instituto Superior de Ciência e Tecnologias em Moçambique, sendo ac-tualmente uma das psicólogas mais soli-citadas em Maputo.

«neste momento, estou com duas tur-mas a ensinar Psicologia da saúde numa turma e Psicopatologia na outra. É muito gratificante porque gosto muito de ensinar e como gosto de falar muito tenho sempre essa necessidade de transmitir conheci-mentos», revelou a psicóloga.

Aos 33 anos de idade, a angolana na-tural de Luanda é actualmente uma re-ferência na psicologia em Moçambique.

«Posso me atrever a dizer que sou uma referência de nível nacional porque como trabalho no Ministério da saúde temos de intervir no país todo. todo o nosso traba-lho a nível do Ministério da saúde tem que ser no sentido de olhar para o país, e de responder às necessidades do país no seu todo. Por causa disso, acabo por ser

conhecida pelas pessoas que estão a esses níveis. Mas do ponto de vista clínico eu trabalho só em Maputo e posso dizer que a referência seria só aqui em Maputo, e acho que não estou mal na fita», congra-tula-se.

Depois das aulas no Instituto Superior de Ciência e Tecnologias, Palmira dos Santos dirige-se ao Instituto do coração, onde presta atendimento psicológico a alguns pacientes.

«Faço parte do quadro clínico da ins-tituição. Faço consultas externas, atendo pacientes com problemas cardíacos, mas a instituição está aberta a outro tipo de situações. regularmente somos chama-dos para ir fazer o acompanhamento dos pacientes internados nas enfermarias», acrescentou Palmira.

A FORMA COMO O MARIDO A VÊ

Apesar da difícil jornada profissional, resta tempo à psicóloga para o convívio com a família. Bruno e Lariça, filhos da união da angolana com o moçambica-no Ricardo dos Santos, que fala das suas

ligações com Angola e revela algumas virtudes que caracterizam a mulher an-golana.

«eu não sou de Angola, mas a minha mãe nasceu lá, e o meu pai foi para lá aos quatro anos de idade e só saiu com 50 anos e veio para cá», conta Ricardo San-tos, que fala das poucas recordações que guarda de Angola.

«estive lá a ultima vez em 2008 e foi em luanda. Foi uma pena porque gosta-ria de ter ido a icole-Bengo onde nasceu a minha mãe e conhecer um pouco daquilo. Mas o convite ficou sempre no ar e nunca lá fui. Mas um dia irei conhecer».

Falando em relação às qualidades da mulher angolana, Ricardo afirmou que a inteligência é uma delas mas que seria pouco para qualificá-las, tendo destaca-do a garra sobretudo e uma maneira de estar e de ser que considera muito dife-rentes.

«são pessoas que sempre tendem a evoluir e a avançar. É um pouco difícil ter uma mulher angolana, é preciso dar mui-to», revelou o marido da Palmira.

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unid

ade

sultor económico, uma vendedeira, um actor e artista plástico, uma empresária, enfim, a nossa reportagem esteve reche-ada de histórias de sucesso e vivências dramáticas.

Comparando com outros países da Diáspora, acha que existe um elo que perpassa todos os entrevistados?

Pessoalmente acho que sim. Apesar de ter sido a minha primeira reporta-gem no exterior para o programa gente da banda, já viajei para outros países em serviço e o sentimento é o mesmo. Sau-dades da terra, da família e o patriotismo que aumenta.

Como decorre um dia de trabalho para a equipa produtora do «Gente da Banda»?

O «Gente da Banda» é actualmente o programa com maior audiência no exte-rior do País. Então, o objectivo de cada elemento da equipa do programa é tra-balhar para não deixarmos cair os níveis de audiência. O nosso trabalho começa sempre pelo contacto com a representa-ção diplomática angolana no país onde iremos actuar.

O passo a seguir é manter o contacto prévio com as pessoas escolhidas, apurar as suas histórias, profissão, local onde vi-vem e a disponibilidade para a entrevis-ta. Já no País, confirmamos a entrevista e vamos ao encontro dos nossos compa-triotas.

Os angolanos entrevistados mantêm

as suas raízes e cultura apesar da dis-tância física que os separa de Angola?

Bem, quase todos os angolanos com quem contactamos saíram de Angola já adultos. Isso, faz com que mesmo nas novas comunidades em que estão inse-ridas não perderam os seus valores cul-turais. Por essa razão é que, mesmo aqui em Maputo, os angolanos estão todos unidos porque se revêm uns nos outros.

Penso que o que faz as pessoas liga-rem-se é o facto de terem coisas comuns ou seja os mesmos valores morais, éticos, patrióticos, etc, etc.. Mas isto não quer dizer que não tenham absorvido coisas do país hospedeiro, mas o essencial está lá…

O angolano em qualquer parte do mundo é sempre angolano, apresenta algo típico, a força, a esperteza, a dinâ-mica. Por exemplo: Mesmo distante, o angolano é sempre vaidoso, orgulhoso

do seu país. Os seus hábitos e costumes não mudam independentemente das circunstâncias. É só ver os seus hábitos alimentares.

Qual foi a filmagem mais tocante e a mais caricata que fez até hoje?

Essa foi a minha primeira reportagem no exterior pelo «Gente da Banda». Mas, foi interessante termos nos aventurado no interior do Mercado do Fajardo à procura de uma angolana que é comer-ciante. Conheci muita coisa e percebi como Moçambicano é simpático. A úni-ca informação que tínhamos é que a Sra Ilda vendia naquele mercado, ao chegar dirigimo-nos directamente para a Ad-ministração da praça e logo fomos con-duzidos até ela. Dando-nos a perceber o quanto a angolana era conhecida naque-le mercado.

Houve algum entrevistado que o marcou? Se sim, qual e por quê?

Bem, antes de sair de Angola sabía-mos que existia em Maputo uma senho-ra chamada Teresa Langa que não vê a família há quase quarenta anos. Quería-mos trabalhar com ela, mas de princípio a senhora não se mostrou disponível por razões de trabalho. Coincidência ou não, a entrevista com a Sra. Ilda Menezes, le-vou-nos ao bairro do Infulene onde tam-bém vivia a Sra. Teresa. A nossa presença na casa da Sra. Ilda causou um grande al-voroço, principalmente com as crianças que queriam a todo o custo aparecer nas imagens. Foi assim que a Sra. Teresa se apercebeu que havia uma equipa de re-portagem da televisão angolana no bair-ro e resolveu procurar-nos. A conversa com ela foi então de muita emoção. Atra-vés da reportagem, ela conseguiu visitar a família na província do Uíge graças ao apoio da Semba Comunicação e da Em-baixada de Angola em Moçambique.

«Neste momento, estou com duas turmas

a ensinar Psicologia da Saúde numa turma

e Psicopatologia na outra. É muito

gratificante porque gosto muito de ensinar

e como gosto de falar muito tenho sempre

essa necessidade de transmitir

conhecimentos.»

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Previsão de aumento de turistas em Angola

As linhas aéreas de An-gola, TAAG, e a com-panhia aérea holandesa KLM fizeram a abertura

oficial da rota Luanda/Amester-dão, na sequência do “Memo-rando de Entendimento”, recen-temente rubricado entre as duas companhias.

Para a cerimónia inaugural estiveram no Aeroporto Interna-cional 4 de Fevereiro, pela parte angolana o administrador da TAAG para Carga e Correio, Luís dos Santos, e pela holandesa o vice-presidente para o Marketing da KLM, Pieter Bootsma.

O Memorando de Entendi-mento define as modalidades para o estabelecimento da coope-ração entre as duas transportado-ras nos domínios comercial e da formação de quadros, bem como do reforço dos programas que permitam transformar em coo-peração as intenções das partes.

Assim, a KLM realiza hoje o voo inaugural entre as cidades de Luanda e de Amesterdão (Holan-da), ao abrigo do acordo de par-tilha de código “code share”, que tem com a TAAG.

A operação será efectuada por um Airbus 330-200 com capaci-dade total de 243 lugares, sendo 30 em executiva e 213 em econó-

mica.

Angola pretende ter um movi-mento de quatro milhões de turistas até 2020, de acordo com projecções apresentadas,

em Luanda, pelo ministro de Hotelaria e Turismo, Pedro Mutindi.

De acordo com o governante, que falava na cerimónia de tomada de pos-se dos directores-gerais e adjuntos dos Pólos de Desenvolvimento Turístico, o sector prevê criar um milhão de pos-tos de trabalho directos e indirectos, ao longo dos próximos oito anos.

Até lá, vai ser desenvolvido um plano de mobilização a favor do turismo in-terno, para que 60 por cento dos angola-nos viagem mais por “Angola Adentro”.

«O futuro que almejamos depende sempre da forma como alicerçamos o presente e como olhamos para o passa-do», realçou Pedro Mutinde, para quem o turismo é a indústria da paz e do de-senvolvimento sustentável de qualquer nação.

O ministro Pedro Mutindi pediu, ainda, maior mobilização em torno das acções do Plano Director do Turismo, na reformulação e adequação do paco-te legislativo do sector e na criação de uma maior disponibilidade de oferta de equipamentos e, consequentemente, de preços competitivos, capazes de atrair e permitir a livre adesão dos turistas in-ternos e externos.

Na sequência da instauração da paz, há dez anos, milhares de turistas estran-geiros têm escolhido Angola, que conta com muitos lugares de atracção turísti-ca em todo o território nacional.

De salientar que Angola é o quarto mercado emissor de turistas para Mo-çambique, segundo o II Estudo de Satis-fação ao Turista na Cidade de Maputo, e que seria proveitoso se se encetassem estratégias e parcerias no sentido de promover o turismo entre o país an-golano e Moçambique, e vice-versa. Aliás, Angola passou do sexto lugar do ranking de turistas para o quarto.

Angolana TAAG e KLM assinam memorando de entendimento

Maputo - O vice-ministro dos pe-tróleos, José Gualter dos Remédios, disse em março na cidade de Maputo que o reforço da cooperação no sec-tor petrolífero entre os dois países constam das prioridades do Executi-vo Angolano.

José Gualter dos Remédios, que esteve em visita de serviço à Mo-çambique para troca de experiências, manteve conversações com o seu homologo Abdul Razack Normaho-med, durante as quais passaram em revista o Protocolo de Cooperação entre os dois sectores, assim como procederam a uma apreciação de possiveis áreas para ampliação da co-operação.

O vice-ministro moçambicano disse que o seu país está interessado em colher experiências de Angola no

seu projecto de angolanização

do sector petrolífero, da produção de bens e serviços, nos hidro-carbone-tos e na ampliação da cooperação no domínio da formação de quadros.

Já o vice ministro angolano, disse ter ficado impressionado com o fun-cionamento do cadrastro mineiro e com o Instituto Nacional de Petróle-os de Moçambique, na componente

regulação do sector, tendo manifes-tado interesse em trocar experiências nestes domínios.

Os dois governantes visitaram o Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique, o Cadastro Mineiro e deslocaram-se à cidade da Matola, onde constaram o estado de funcio-namento da Matola Gás Company SARL, que é uma empresa moçam-bicana que se dedica ao transporte, distribuição e comercialização de gás natural produzido nesse país, usadoscomo fonte de energia para o funcio-namento de unidades industriais na Província de Maputo.

Fruto da cooperação entre os dois países no domínio dos petróleos, 15 moçambicanos frequentam cursos no Instituto Nacional de Petróleos de Angola, localizado, na cidade do Sumbe, província do Kwanza Sul.

Vice-ministro dos Petróleosreforça cooperação em Maputo

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Estrangeiros preferem Bazaruto a seguir a Maputo

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Confrontados se visitaram ou-tros locais para além da capi-tal, os visitantes estrangeiros e nacionais inquiridos pelo II

Estudo de Satisfação ao Turista da Ci-dade de Maputo, encetado pelo Obser-vatório do Turismo e levado a cabo pela empresa Intercampus (Gfk), registaram respostas diferentes.

Os turistas estrangeiros dividem-se: 51% diz que não visitou outras paragens contra 49% dos que visitaram. Ao mes-mo tempo, 64% dos nacionais diz que não visitou outros locais sendo que ape-nas 36% o fizeram.

Nessa perspectiva, os 49% de inqui-

ridos estrangeiros preferiram ocupar parte da sua estadia, em Novembro de 2011, viajando até localidades associa-das à prática de praia e actividades ma-rítimas que lhe são inerentes.

As preferências são inequívocas e o Bazaruto foi o local mais visitado (51%) seguido pelo Bilene (45%), que era o primeiro do ranking no I Estudo reali-zado. Surgem igualmente mencionados a Praia do Tofo (19%), a Ponta do Ouro (12%) e Pemba (9%). A escolha pode-se colocar por um lado devido à época ser mais propícia ao gozo de férias e passeio e turismo no País e tal é confirmado pelos dados recolhidos, mas é preciso

ter em conta que os negócios também estiveram presentes na agenda dos visi-tantes.

Quanto aos visitantes nacionais, a tendência para visitar mais a província de Sofala mantém-se. Contudo, Pemba perde o seu segundo lugar no ranking (de acordo com o I Estudo de Satisfação realizado em Agosto) para a Zambézia e salta para o terceiro lugar. Curiosa-mente, tanto Sofala como a Zambézia poderão mais facilmente ser associados à prática de negócios do que a outro propósito de visita.

TURISMO

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Memórias de Fragata de Morais expressas em poesia

Angola vai ratificar acordo ortográfico mas quer introduzir vocabulário nacional

«O acto de lançamento do citado livro

que decorreu na Associação dos EscritoresMoçambicanos com sede

no Insituto Superior de Artes e Cultura, contou

com as presenças de várias entidades

locais e estrangeiras, com destaque para

os embaixadores de Angola em Moçambique,

Isaías Jaime Vilinga e do seu colega moçambicano

que cessou iguaisfunções o ano passado em

Luanda, AntónioMatonse.»

O escritor angolano Fragata de Morais, procedeu em janeiro último, na cidade de Maputo, o lançamento oficial de mais

uma obra literária intitulada “Batuque Mukongo”.

Manuel Augusto Fragata de Mo-rais de nome completo, é diplomata de carreira e actualmente encontra-se emprestado à política, traz à estampa neste livro, as suas memórias em forma de poesia, onde o trato fino da escrita é evidenciado.

Os leitores que tiverem a oportuni-dade de se deleitarem com a referida obra vão conhecer as várias peripécias da vida do autor, iniciadas no longín-quo ano de 1941, na província do Uíge, a sua terra natal.

Batuque Mukongo, tem o prefácio de José Luís Mendonça, uma conhecida figura da literatura angolana, empresta-do à diplomacia, e foi apresentado pelo Professor Doutor moçambicano Nata-niel Ngomane, docente universitário em Moçambique e em Angola, como colaborador no ISCED.

O acto de lançamento do citado livro que decorreu na Associação dos Escri-tores Moçambicanos com sede no Insi-tuto Superior de Artes e Cultura, contou com as presenças de várias entidades locais e estrangeiras, com destaque para os embaixadores de Angola em Mo-çambique, Isaías Jaime Vilinga e do seu colega moçambicano que cessou iguais funções o ano passado em Luanda, An-tónio Matonse.

Segundo Fragata, os leitores da ci-dade de Luanda, seriam os próximos a serem contemplados com a sua obra, e frisou na ocasião que a cerimónia esta-va a ser criteriosamente preparada pela União dos Escritores Angolanos.

Recorde-se que Batuque Mukongo junta-se a outros livros seus nomeada-mente, «Como Iam as Velhas Saber Dis-so», «A Seiva», «Inkuna Minha Terra», «Jindunguices», «Momentos de Ilusão», «A Sonhar se fez verdade», «Antologia Panorâmica de Textos Dramáticos», «A Prece dos Mal Amados», «Sumaúma», «Memórias da Ilha-Crónicas» e «O Fan-tástico na Prosa Angolana».

LITERATURA

O director para assuntos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no Mi-nistério das Relações Exteriores de Angola (Mirex), Oliveira Encoge, afirmou que An-

gola é favorável à ratificação do acordo ortográfico da língua portuguesa, mas com a introdução de termos do vocabulário nacional.

A declaração foi feita por ocasião do encontro técni-co de preparação da reunião de ministros da Educação da CPLP. Oliveira Encoge disse que Angola "é parte sig-nificativa da língua portuguesa, por isso o país vai con-tribuir para a sua alteração, no bom sentido", segundo a agência Angop.

Sobre a data de ratificação do acordo pelo Estado an-golano, o diplomata disse ser prematuro apontar uma data, mas que passos estão a ser dados para que, a curto ou médio prazo, isso aconteça.

“A sua ratificação só vai depender de alguns aspec-tos de ordem organizativa, técnica e académica (...) que vão definir o horizonte temporal para que este acto jurídico aconteça, porque Angola já é parte signatária do acordo”, esclareceu.

Segundo Oliveira Encoge, especialistas da língua portuguesa vão continuar a trabalhar para a melhoria e posterior aprovação do acordo ortográfico.

O diplomata angolano sublinhou ainda que cada país membro da CPLP vai preparar o seu vocabulário nacio-nal, que dará lugar a um vocabulário comum, onde esta-rão espelhados todos os aspectos das línguas nacionais dos estados membros.

«Oliveira Encoge disse que Angola “é parte significativa da língua portuguesa, por isso o país vai

contribuir para a sua alteração, no bom sentido.”»

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Poemas de Agostinho Neto e António Gonçalves numa antologia cubana

P oemas dos escritores angola-nos António Agostinho Neto (primeiro presidente de An-gola) e António Gonçalves

foram incluídos na antologia intitulada “Arcoiris Negro, Yo También Canto a América”, lançada recentemente em Cuba, no âmbito da 21ª edição da Feira Internacional do Livro de Havana.

A antologia, cujo título em português significa “Arco-Íris Negro, Eu Também

Canto a América”, integra poemas de 41 autores da África, América e Caraí-bas, todos eles traduzidos em espanhol.

Dos poemas do escritor angolano já falecido António Agostinho Neto estão presentes na antologia os títulos Negro Velho, Aspiração, Saudação, Conscien-cialização, Fogo e Ritmo, Aqui no Cár-cere, Voz no Sangue e Com os Olhos Secos.

Já António Gonçalves tem incluídos

os poemas Oração de Melodia, Oração Nocturna, Conheci Outro Mundo, Ora-ção Sem Nome, Mistura de Terra e Mar, Reinvenção de Mim, Ovação, Inércia, Enojados e Ritual.

Coube, por altura do lançamento da obra, ao escritor angolano John Bella, de passagem por Cuba, recitar os poe-mas dos dois autores angolanos em re-ferência.

Outros poemas de escritores de re-nome que se podem ler na Antologia são os de Nicolás Guillén, Lasgton Hu-ghes, Aimé Césaire, Wole Soyinka e Lé-opold Sédar Senghor (político e escritor senegalês), entre outros.

«A antologia, cujo título em português significa “Arco-Íris Negro, Eu Também Canto a América”, integra poemas de 41 autores da África, América e Caraíbas, todos eles traduzidos em espanhol.Dos poemas do escritor angolano já falecido António Agostinho Neto estão presentes na antologia os títulos Negro Velho, Aspiração, Saudação, Consciencialização,Fogo e Ritmo, Aqui no Cárcere, Voz no Sangue e Com os OlhosSecos.»

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