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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL INTEGRADA EM SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE Karla de Souza Maldonado da Silva INDICADORES DE SAÚDE E PLANEJAMENTO EM SAÚDE: PERCEPÇÕES DE UMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Santa Maria, RS 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIACENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RESIDÊNCIAMULTIPROFISSIONAL INTEGRADA EM SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE

Karla de Souza Maldonado da Silva

INDICADORES DE SAÚDE E PLANEJAMENTO EM SAÚDE:PERCEPÇÕES DE UMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA

FAMÍLIA

Santa Maria, RS2019

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Karla de Souza Maldonado da Silva

INDICADORES DE SAÚDE E PLANEJAMENTO EM SAÚDE: PERCEPÇÕES DEUMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Artigo de Conclusão de Curso apresentado aoPrograma de Pós-graduação em ResidênciaMultiprofissional Integrada em SistemaPúblico de Saúde do Centro de Ciências daSaúde da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM, RS),como requisito parcial paraobtenção do título de Especialista em SistemaPúblico de Saúde, Área de Concentração:Vigilância em Saúde.

Orientadora: Profª Drª Vânia Maria Fighera Olivo

Santa Maria, RS2019

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Karla de Souza Maldonado da Silva

INDICADORES DE SAÚDE E PLANEJAMENTO EM SAÚDE: PERCEPÇÕES DEUMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Artigo de Conclusão de Curso apresentado aoPrograma de Pós-graduação em ResidênciaMultiprofissional Integrada em SistemaPúblico de Saúde do Centro de Ciências daSaúde da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM, RS),como requisito parcial paraobtenção do título de Especialista em SistemaPúblico de Saúde, Área de Concentração:Vigilância em Saúde.

Aprovado em 27 de fevereiro de 2019:

__________________________________________________Vânia Maria Fighera Olivo, Dra (UFSM)

(Presidente/Orientador)

__________________________________________________LisianeBoer Possa, Dra (UFRGS)

__________________________________________________Ana Paula Seerig, Nutr (SMS/SM)

___________________________________________________

Santa Maria, RS2019

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RESUMO

INDICADORES DE SAÚDE E PLANEJAMENTO EM SAÚDE: PERCEPÇÕES DEUMA EQUIPE DE ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

AUTORA: Karla de Souza Maldonado da SilvaORIENTADORA: ProfaDra Vânia Maria Fighera Olivo

O estudo tem como objetivo compreender o significado das informações em saúde noprocesso de planejamento em uma equipe de Estratégia de saúde da Família. Pesquisaqualitativa, participativa e interventiva que utilizou para coleta de dados a metodologia degrupo focal com 19 profissionais de uma Estratégias de Saúde da Família, no período denovembro a dezembro de 2017. A partir da análise de conteúdo emergiram tais núcleostemáticos: concepção e significados dos dados epidemiológicos e indicadores de saúde;utilizando os indicadores de saúde no planejamento de ações; e reconhecendo desafios noplanejamento em saúde. O estudo possibilitou desvelar aspectos relevantes do contextoinstitucional da equipe em termos da compreensão da concepção, produção e processamentodos dados epidemiológicos e indicadores de saúde, bem como sua utilização no processo deplanejamento. O planejamento das ações nesta equipe se mostram muito incipientes eobserva-se que o modelo de gestão é um fator determinante da limitada lógica vigente. Paraqualificar os processos de trabalho é relevante o entendimento sobre a necessidade demobilizar reflexões entre os profissionais acerca dos modos de planejarem suas ações eassumirem um papel de sujeitos ativos.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Sistema Único de Saúde; Perfil de Saúde.

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ABSTRACT

HEALTH STATUS INDICATORS AND HEALTH PLANNING: PERCEPTIONS OFA FAMILY HEALTH STRATEGY TEAM

AUTHOR: Karla de Souza Maldonado da SilvaADVISOR: ProfaDra Vânia Maria Fighera Olivo

The study aims to understand the meaning of health information in the planning process in aFamily Health Strategy team. Qualitative, participatory and interventional research that usedto collect data the focus group methodology with 19 professionals of a Family HealthStrategies, from November to December 2017. From the analysis of content emerged suchthematic nuclei: conception and meanings of epidemiological data and health indicators; usinghealth indicators in planning actions; and identification of fragilities and proposals toovercome the challenges in the health planning process. The study made it possible to revealrelevant aspects of the institutional context of the team in terms of understanding the design,production and processing of epidemiological data and health indicators, as well as their usein the planning process. The planning of actions in this team is very incipient and it isobserved that the management model is a determining factor of the limited current logic. Inorder to qualify the work processes, it is relevant to understand the need to mobilizereflections among professionals about the ways to plan their actions and assume a role ofactive subjects.

Keywords: Primary Health Care; Unified Health System; Health Profile.

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

ACS Agentes Comunitários de SaúdeAPS Atenção Primária em SaúdeESF Estratégia de Saúde da FamíliaGF Grupo FocalMS Ministério da SaúdeSUS Sistema Único de SaúdeUFSM Universidade Federal de Santa Maria

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 82 MÉTODOS.............................................................................................................. 93 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 10

3.1 CONCEPÇÃO E SIGNIFICADOS DOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS EINDICADORES DE SAÚDE................................................................................... 11

3.2A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE NO PLANEJAMENTODEAÇÕES..................................................................................................................... 13

3.3 O RECONHECIMENTO DOS DESAFIOS NO PLANEJAMENTO EMSAÚDE.. 15

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 19REFERÊNCIAS...................................................................................................... 21

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1. INTRODUÇÃO

As unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) foram instituídas com a

finalidade de reorganizar as ações na Atenção Primária em Saúde (APS), configurando-se

como a principal estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) para a reorientação das práticas

em saúde. Tal premissa é orientada, entre outros aspectos, pelas Políticas de Saúde do

Ministério da Saúde (MS), pelos Instrumentos de Planejamento do SUS e pelos

microprocessos de trabalho, destacando-se a adscrição da clientela e a apropriação do

território considerando o perfil epidemiológico como balizador das ações na perspectiva da

integralidade da atenção (ARANTES; SHIMIZU; MERCHÁN-HAMANNE, 2016; BRASIL,

1997; BRASIL, 2018).

Embora o trabalho das ESF esteja direcionado para práticas integrativas, ainda são

muitos os desafios identificados, principalmente no que se refere ao planejamento das ações a

partir do conhecimento mais efetivo da realidade das famílias, considerando, entre outros

aspectos, suas características epidemiológicas. Nessa perspectiva, é necessário melhor

compreender os desafios dessa mudança, que envolve, principalmente, a reorganização dos

processos de trabalho à luz do planejamento das ações. Este deve ser pensado como um todo e

direcionado à resolução dos problemas identificados no território de responsabilidade da

unidade de saúde, visando à melhoria progressiva das condições de saúde e de qualidade de

vida da população assistida. Para isso, parte-se da ideia que conhecer/mapear o território, ou

desenvolver um diagnóstico situacional de saúde, auxilia na avaliação e constatação das

necessidades de uma população. A partir da identificação destas necessidades, pode-se pensar

estratégias de intervenção visando a minimização dos agravos em saúde (KEMPER et al,

2015).

A avaliação das condições de saúde da população, do trabalho em saúde e dos

resultados das ações decorre, em grande parte, das atividades de monitoramento realizadas a

partir das informações produzidas no cotidiano da atenção. Essas, embora sejam insuficientes

para apreender todas as mudanças desejáveis, são essenciais para a orientação dos processos

de implantação, consolidação e reformulação das práticas de saúde. O acompanhamento

dessas experiências vem se dando por meio de metas de cobertura, produção de serviços e

indicadores de impacto epidemiológico, considerando-se que há uma diferença qualitativa nos

resultados, decorrente da forma como são feitas as ações de saúde e o processo de trabalho

das equipes envolvidas(ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2011).

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Todavia, ainda são limitados os estudos avaliando tais aspectos do cotidiano das ESF.

Nesse sentido, investigar como esses profissionais se veem nessa lógica, assim como as

alternativas que adotam para desenvolvimento da mesma, é de suma importância para avaliar

condutas e evidenciar limitações ou maximizações encontradas no serviço e,

consequentemente, nos equipamentos utilizados para isso.

Frente a esta situação, como Residentes do Programa de Residência Multiprofissional

Integrada em Sistema Público de Saúde com ênfase em Vigilância em Saúde, inseridos nas

instâncias de gestão municipal, mostra-se necessário a busca de maior compreensão sobre tais

processos, no sentido de desvelar essa temática, esclarecendo significados e construindo

novos, contribuindo, desta forma, para a melhoria dos processos de trabalho.

Sendo assim, para este estudo, tem-se como questão de pesquisa: qual a relação

entre significado da produção, processamento e utilização dos dados epidemiológicos e

indicadores de saúde no processo de planejamento em uma equipe de Estratégia de Saúde da

Família?

O objetivo principal deste estudo consiste em compreender como uma equipe de

Estratégia de Saúde da Família significa as informações (dados epidemiológicos e indicadores)

no processo de planejamento em saúde.

2. MÉTODOS

O presente estudo tem abordagem qualitativa, participativa e interventiva, realizada no

município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, em uma unidade de ESF, composta por uma

equipe de saúde.

Foram convidados a participar todos os profissionais integrantes da equipe ESF,

composta por 19 profissionais (1 enfermeiro, 1 técnico de enfermagem, 8 Agentes

Comunitários de Saúde – ACS, 1 assistente administrativo, 5 residentes e 3 acadêmicos).

Todos aceitaram participar do estudo.

Os critérios de inclusão na pesquisa foram: ser profissional, residente ou acadêmico

vinculado à equipe da ESF, que tivessem interesse na temática e estivessem presentes durante

o tempo da pesquisa em campo. O critério de exclusão foi a ausência por motivos diversos.

Não foi necessária a exclusão de nenhum participante durante o processo.

Os dados foram obtidos no período de novembro a dezembro de 2018, mediante a

técnica de Grupo Focal (GF), conduzida por duas residentes, autoras deste estudo. Nesta

abordagem teórico-metodológica, o conteúdo das falas foi considerado como resultado de

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uma construção conjunta, que decorreu da relação entre pesquisador e participante. Portanto, a

análise buscou explicitar os diversos sentidos que se tornaram possíveis neste

processo(GUANAES, 2006).

O GF ocorreu no próprio serviço de saúde, em sala e horário reservados para tal

atividade, totalizando 3 oficinas. Utilizou-se a Metodologia Ativa (BERBEL, 2012)para

desencadear as reflexões e produções de significados dos encontros. Para tanto, utilizou-se a

Espiral Construtivista (LIMA, 2017), tendo como uma das etapas as seguintes questões

temáticas investigativas: Como planejam as ações da equipe em termos de prioridade? Como

identificam e definem as prioridades de intervenção? Como utilizam os dados produzidos e o

que fazem com os mesmos? O que entendem por indicador de saúde? O que mudou na

compreensão sobre os indicadores de saúde? Como o novo olhar impactou no processo de

trabalho? A produção de sentidos foi capturada a partir das tarjetas e de gravação de áudio,

sendo que a primeira ferramenta foi utilizada nas outras etapas da vivência para produção de

novos sentidos, alinhados ao movimento da espiral construtivista.

Para tratamento dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo do tipo temática,

proposta por Bardin (1977), a qual se desenvolveu em cinco etapas: pré-análise; exploração

do material; tratamento dos dados com a sua organização sistemática em unidades temáticas;

e construção de inferências e interpretação das categorias significativas. A análise temática é a

unidade de significação que se liberta naturalmente de um texto analisado, segundo critérios

relativos à teoria que serve de guia à leitura. Essa forma de análise consiste em descobrir os

núcleos de sentido que compõem a comunicação e cuja presença ou frequência de aparição

possa significar alguma coisa para o objetivo analítico escolhido. Os dados obtidos

permitiram a construção de três núcleos temáticos denominados: 1) Concepção e significados

dos dados epidemiológicos e indicadores de saúde; 2) A utilização dos indicadores de saúde

no planejamento de ações; e 3) O reconhecimento dos desafios no planejamento em saúde.

Para resguardar o anonimato, as falas dos participantes foram identificadas no texto por

código alfanumérico.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de

Santa Maria – UFSM (aprovado sob o parecer nº 3.022.112, CAAE nº 02153318.4.0000.5346)

e também ao Núcleo de Educação Permanente em Saúde – NEPeS do município de Santa

Maria – RS. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido e a confidencialidade foi expressa no Termo de Confidencialidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Os resultados apresentados descrevem o modo como a equipe de ESF significa sua

função e atuação. Serão apresentados por três núcleos temáticos, conforme os eixos que

orientaram o trabalho de campo e a análise do material. Ao longo da análise, são apresentados

alguns excertos das entrevistas com o objetivo de ilustrar os sentidos produzidos em torno

destas temáticas.

3.1. CONCEPÇÃO E SIGNIFICADOS DOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E

INDICADORES DE SAÚDE

A compreensão do que é um dado epidemiológico para a equipe de saúde deste estudo

tem como entendimento inicial o processo de produção da informação associado ao

desenvolvimento de ações, conforme revela o fragmento a seguir.

“(...) as informações que a gente produz e acompanha aqui na área, como as visitas, os

atendimentos, os grupos... e até a ata (dos grupos), acaba sendo um dado. (P4)”

Tal compreensão pode ser entendida como limitada se considerarmos que, por si só, os

dados não exprimem uma determinada realidade. Para que um dado faça sentido e expresse

algo, é preciso que ele seja interpretado e analisado. O dado epidemiológico é conceituado

como uma sequência de símbolos quantificáveis que descrevem de forma numérica a

realidade em questão(THAINES et al, 2009). Para a análise da situação de saúde, existem

inúmeros dados que são relevantes e que provêm de diversas fontes. Pode-se destacar, por

exemplo, dados sobre a população (número de habitantes, idade, sexo, raça, entre outros),

dados socioeconômicos (renda, ocupação, classe social, tipo de trabalho, condições de

moradia e alimentação), dados ambientais (poluição, abastecimento de água, tratamento de

esgoto, coleta e disposição do lixo), dados sobre serviços de saúde (hospitais, ambulatórios,

unidades de saúde, acesso aos serviços), dados de morbidade (doenças que ocorrem na

comunidade) e dados de eventos vitais (óbitos e nascimentos) (SOARES; ANDRADE;

CAMPOS, 2001).

Apesar de ainda ser limitada a compreensão sobre o que é um dado epidemiológico,

apontando para uma possível problemática não apenas local, como também nacional, percebe-

se que esta equipe reconhece a necessidade de processar e analisar as informações produzidas

frente ao perfil da demanda atendida pela unidade de saúde. Nesse sentido, a equipe entende

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que o excesso de demanda do dia a dia, bem como a falta de sistematização da mesma,

interferem na realização de ações voltadas para atender as reais necessidades do território.

“Tínhamos uma ideia do número de mulheres em idade fértil, entendíamos que a procura

delas era muito grande na coleta de exame citopatológico, mas ao realizarmos uma análise

mais criteriosa dos dados, identificamos que eram sempre as mesmas que vinham anualmente

e tinham mulheres que nunca realizavam preventivo. (P12)”

"(...) eu acho que quem fica mais dentro da unidade pensa mais no viés de demanda que

chega na unidade e quem fica mais no território, como as agentes de saúde, pensam mais nas

demandas identificadas no território. (P4)"

“Tem ações que acabamos não dando tanta prioridade, mas que está no território. Isso

acontece porque temos outras demandas mais expressivas que estão no nosso dia a dia, então

as vezes acabamos deixando algumas ações de lado. (P11)”

Os fragmentos indicam que, para organizar e orientar o tipo de oferta de ações e

serviços nos estabelecimentos de saúde, é necessário realizar uma análise da demanda da

população pertencente à sua área de abrangência. A análise da situação de saúde tem como

objetivo a identificação e estratificação de riscos em indivíduos e grupos expostos a

determinados fatores e condições que os colocam em situação de prioridade em cuidados de

saúde, sejam eles preventivos, promocionais ou assistenciais (TETEMANN; TRUGILHO;

SOGAME, 2016).

Ao avançar nesta análise e buscar uma relação compreensiva entre dados

epidemiológicos e indicador de saúde, observa-se que a equipe – mesmo não conseguindo

ainda externalizar um entendimento mais claro do que é um dado epidemiológico e a

importância de sua análise para definir ações prioritárias – sinaliza um saber assistemático

sobre a relação destas informações com o sentido conceitual de indicador de saúde. Esse

aspecto pode ser identificado no momento em que a equipe foi questionada sobre a sua

compreensão a respeito dos indicadores de saúde, conforme representado nos fragmentos a

seguir.

“Dados que descrevem a condição de saúde de determinada população. (P14)”

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“Coeficiente e índices, mortalidade materna, mortalidade infantil. (P9)”

“Dados e ações prioritárias pelo Ministério. (P6)”

Percebe-se, então, que há uma certa sinalização sobre o conceito de indicador de saúde

como uma ferramenta que permite que a equipe reconheça a condição de saúde, aspecto

considerado muito agregador para um movimento de mudança de práticas.

Entretanto, atribuir significado a um determinado dado, transformando-o em um

indicador, demanda um processo de compreensão um pouco mais complexo, mas que esta

equipe já consegue sinalizar. Ou seja, para avaliar as condições de saúde de determinada

população, foram formulados os indicadores de saúde, correspondendo a uma ferramenta que

quantifica e avalia a situação sanitária de determinado local (SESI, 2010).

Assim, para pensar a respeito de indicadores de saúde, é necessário, primeiramente,

conhecer a dinâmica demográfica, o perfil epidemiológico e os determinantes sociais da

população a ser avaliada. Por meio desses dados, é possível a identificação dos principais

problemas e agravos que acometem as famílias e que são prioridades nas ações de controle em

âmbito nacional (RIPSA, 2008).

Em síntese, no que se refere ao entendimento dos dados epidemiológicos e indicadores

de saúde por uma equipe de ESF, compreende-se que este processo é relevante, pois

possibilita conhecer verdadeiramente a situação que se deseja modificar, estabelecer as

prioridades, escolher os beneficiados, identificar os objetivos e traduzi-los em metas. Dessa

forma, é possível acompanhar melhor o andamento dos trabalhos, avaliar os processos, adotar

os redirecionamentos necessários e verificar os resultados e os impactos obtidos. Com isso,

aumentam as chances de serem tomadas decisões corretas e de se potencializar o uso dos

recursos (BRASIL, 2012).

3.2 A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES DE SAÚDE NO PLANEJAMENTO DE

AÇÕES

A equipe reconhece a importância do planejamento das ações cotidianas e sua relação

com a análise de dados num cenário de intervenção territorial de uma ESF. Nesse sentido, a

equipe sinaliza o desafio da relação entre o perfil da demanda que compõe os respectivos

processos de trabalho no seu cotidiano e os indicadores de saúde pactuados.

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“(...) Estamos percebendo com a busca ativa por microárea que tem um número bem alto de

mulheres que fazem o exame de citopatológico anual, mas também tem mulheres que nunca

vieram fazer o exame. (P12)”

“Quando houve a planificação, fizemos todo um estudo. Nós, a princípio, achávamos que a

maioria da população não era idosa, por isso não tínhamos essa política. E agora vimos que,

colocando em prática o que foi estudado, temos um percentual de idosos bem alto. (P2)”

"Começamos a implantar a caderneta do idoso, levantamos os dados e estamos vendo que

isso tem coerência, entende? Então a equipe em si está sensibilizada com isso. (P12)"

“Com a prática dos relatórios mensais com as agentes de saúde, levantamos alguns casos,

como o número de hipertensos, diabéticos, pacientes crônicos, crianças menores de 6 meses

que são amamentadas exclusivamente (...) (P12)”

O reconhecimento da importância da informação, pautada nos dados produzidos pela

equipe, é prerrogativa básica dos princípios de regionalização e descentralização do SUS, bem

como das políticas públicas de saúde, pois proporciona o desenho da realidade da população,

viabilizando ações condizentes com as necessidades locorregionais e determinando as

prioridades (GIL; LUIZ; GIL, 2016).

Nestes termos, somente após conhecer a população do território, captar suas

necessidades reais e discriminá-la segundo critérios de riscos e acesso, é possível realizar a

caracterização e organização da demanda e das prioridades de cuidado e atenção (BRASIL,

2013). Esta tese é evidenciada nos fragmentos a seguir.

“(...) de acordo com a realidade de cada microárea, ou seja, de toda a realidade de onde está

inserida a unidade. As microáreas diferem umas das outras, então temos que planejar

conforme a necessidade de cada microárea para abranger toda a realidade, da área total.

(P2)”

“O passo seguinte da implementação da caderneta foi a análise dos dados produzidos pelo

uso dela. É um passo baseado em perfil epidemiológico que quando a gente produziu dado,

analisou dado e com isso realizamos o encontro do idoso com falas e capacitações. (P14)”

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Assim, com a análise dos dados, evidencia-se que, para efetivar este processo de forma

planejada, a aplicação dos indicadores de saúde é considerada uma das mais relevantes

ferramentas, pois tem como finalidades: a orientação de tomada de decisões; a avaliação de

desempenho da APS; o monitoramento de alterações ao longo do tempo e variações entre

territórios; e, ainda, a identificação oportuna de melhorias de saúde e bem-estar da população

(ALBUQUERQUE; MARTINS, 2017). Os fragmentos a seguir corroboram tais prerrogativas:

“(...) Através dos dados, eu vejo o que aumentou, por exemplo, na minha área, o número de

diabéticos e o que eu tenho que planejar e trabalhar pra prevenir que mais pessoas se tornem

diabéticas, então dá pra promover saúde também. (P10)”

"(...) A partir do dado analisado, a equipe conhece melhor o território, ela consegue pactuar

entre todos as demandas que são mais importantes para então planejar as ações. Esse

diálogo é feito na reunião de equipe. (P4)"

"Pegamos o contexto que vem na unidade, o contexto da realidade e mesclamos com as

reuniões de equipe... Assim definimos as metas. (P3)”

Fica explícito, nas falas dos profissionais, o valor do dado analisado para subsidiar o

planejamento mais efetivo. A equipe percebe o sentido do dado no território, e a identificação

do perfil epidemiológico serve de subsídio para o planejamento.

Segundo Vieira(2009), o planejamento é vital para que se alcancem os resultados

esperados. Sem ele, as atividades são realizadas por inércia, de forma desarticulada e

desordenada, e os recursos são utilizados de forma menos eficiente. O planejamento é

utilizado como um mecanismo de gestão em instituições públicas como as unidades de ESF,

pois oferece a possibilidade de programar ações para alcançar os objetivos determinados pela

equipe de saúde. Isso envolve raciocínio, reflexão e análise dos atores envolvidos,

necessitando da participação de todos os profissionais, de modo a contribuírem com sua

experiência e olhar diferenciado para a situação de saúde da população.

Assim, é possível inferir que a utilização dos indicadores implica o processamento de

dados produzidos no cotidiano e sua aplicação no planejamento das ações. Esse processo é

fundamental para definir as grandes linhas de atuação e para detalhar planos de ação com as

atividades, prazos e respectivos responsáveis para coordenar a execução e avaliar o

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andamento de todas as atividades. Nesse sentido, manter o foco para garantir a eficácia no

alcance das metas e a eficiência na utilização dos recursos configura-se como o principal

desafio.

3.3 O RECONHECIMENTO DOS DESAFIOS NO PLANEJAMENTO EM SAÚDE

A percepção dos trabalhadores da ESF sobre sua função na utilização das informações

produzidas e processadas, identificada nas unidades anteriores, agrega valor quando evidencia

uma sensibilidade e um despertar crítico-reflexivo sobre a necessidade de trabalhar com esses

dados. Isso ocorre a partir de um contexto de programação de ações de caráter institucional, e

não apenas local, transversalizadas pela operacionalização dos Instrumentos de Planejamento

do SUS, como fica explícito nas falas a seguir:

“Eu sinto falta de saber se a unidade está atingindo as metas, os objetivos, perante a

devolutiva... Nós produzimos dados quando fazemos os relatórios, por exemplo. Produzimos

dados que encaminhamos pra secretaria de saúde, mas nem sempre temos a devolutiva dessa

produção de dados. (P14)”

“Os trabalhadores têm que ter ciência de onde saiu aquela meta, de ser mais palpável para

a realidade dele para não ser um 0,30, um 0,21... apenas um número vazio. Aquele número

tem que significar. (P15)”

“(...) não se sabe se as unidades atingiram os indicadores, se foi alcançado os indicadores no

município. E se não foi, não se sabe porque não foi alcançado. (P8)”

“(...) esses indicadores não serão alcançados se as unidades não tiverem conhecimento dos

mesmos (...) eu acho que tá faltando a gestão socializar melhor a informação, fazer uma

coisa mais formal e colocar para as unidades que tem que trabalhar com esses indicadores.

(P5)”

A partir dos excertos, percebe-se a necessidade de um modelo de gestão centrado no

trabalho em equipe, na construção coletiva do planejamento em saúde e em espaços que

garantam que o poder seja de fato compartilhado. O compartilhamento pode ocorrer por meio

de análises, decisões e avaliações construídas coletivamente, viabilizando o controle sobre as

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questões que afetam direta e/ou indiretamente as necessidades dos sujeitos. Este processo de

cogestão envolve a intersetorialização, tomada de decisão e a elaboração coletiva do

planejamento em saúde através dos instrumentos de gestão (BRASIL, 2015).

Os instrumentos para o planejamento e a gestão no âmbito do SUS - Plano de Saúde e

Programações Anuais e o Relatório de Gestão - interligam-se sequencialmente, compondo um

processo cíclico para operacionalização integrada, solidária e sistêmica do SUS(BRASIL,

2015). Foram desenvolvidos para facilitar a quantificação e a avaliação das informações

produzidas, permitindo às equipes gerenciais, aos dirigentes, aos políticos e aos cidadãos

conhecer, opinar e decidir acerca dos múltiplos e complexos arranjos da saúde com enfoque

no gerenciamento da qualidade(BRASIL, 2010).

Portanto, pode-se afirmar que esses instrumentos representam uma das principais

ferramentas para os processos de monitoramento e avaliação(BRASIL, 2010). Para isto, a

comunicação intersetorial é prerrogativa essencial. Ou seja, a viabilização destes desafios,

com apropriação e aplicação dos instrumentos de planejamento, alicerçados às necessidades

reais, identificadas pelas equipes de saúde, implica garantir ou construir espaços periódicos de

discussões e pactuações entre gestão municipal e serviços de saúde. Sem dúvida, esta

estratégia tem o potencial de diminuir a lacuna existente entre os serviços e a gestão

municipal e contribuir para valorização dos trabalhadores e democratização das decisões,

criando um fluxo de comunicação para troca de informações (GONÇALVES et al, 2017).

Júnior e Gastão(2014) chamam atenção para o fato de que a comunicação nas

organizações de saúde é fundamental para que haja uma integração eficaz entre diferentes

segmentos de atenção e gestão, atingindo, assim, os objetivos institucionais planejados e

pactuados.

Existe certo consenso quanto ao fato de que tanto a descentralização quanto a

regionalização da saúde são recomendadas como alternativas para melhorar a eficiência

administrativa e a maior participação dos serviços e autonomia locais, bem como para

favorecer a redistribuição do poder e, eventualmente, reduzir as tensões locais de uma

determinada região (SILVA; GOMES, 2014).

Com a análise dos dados, identifica-se que modelos de gestão não integrativos podem

desencadear, entre outros aspectos, a fragmentação dos processos de trabalho, inclusive no

que se refere ao planejamento em saúde, como sinalizado no cenário deste estudo. Nestes

termos, concepções de planejamento tratadas numa perspectiva instrumental e setorializada,

com a finalidade maior de conceder respostas administrativas, interferem diretamente na

garantia da integralidade e resolutividade das ações, ferindo os princípios do SUS. Essa

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situação é apontada como um dos principais entraves dos modelos de gestão ainda de base

convencional(FERNANDES; CORDEIRO, 2018) Tais premissas são claramente visualizadas

entre os sujeitos deste estudo, conforme pode ser observado nos trechos a seguir:

“Eu penso que o modelo de gestão verticalizado dificulta o diálogo. Porque se fosse um

modelo de gestão compartilhado com cogestão, em que os trabalhadores do serviço

auxiliassem na construção desses instrumentos...esses dados voltariam pra unidade como

devolutiva desse trabalhador que foi lá, construiu o dado e traria essa devolutiva pros

colegas. (P14)”

“Não adianta a gestão saber que tem a meta, tem a política… mas e daí? Qual é o

trabalhador que sabe qual é a meta que tem que alcançar? A gente sabe que tem que

trabalhar com isso, mas temos que alcançar quanto disso? Eu acho que tem que pactuar com

os trabalhadores as metas, as ações. (P7)”

Identifica-se, nos fragmentos, que estes trabalhadores não se posicionam de modo

passivo(BOURDIEU, 1996; BOURDIEU, 1998), pois evidenciam uma sensibilidade e um

despertar crítico-reflexivo sobre o papel e o modelo da gestão vigente no sistema local, os

quais impactam nas limitações vivenciadas. Com isto, novas concepções e valores são

internalizados e ressignificados, de modo a subsidiar a validação de novos sentidos e práticas

de gestão.

Assim, a análise dos dados revela a importância e o desafio da mudança de modelo,

assim como indica a compreensão de que cogestão significa a inclusão de novos sujeitos nos

processos de gestão (análise de contexto e problemas; processo de tomada de decisão). Assim,

ela seria exercida não por poucos ou por alguns atores, mas por um conjunto mais ampliado

de sujeitos, compondo novos desenhos organizacionais. Em outras palavras, a cogestão

constitui-se como um sistema que pretende eliminar a separação entre quem planeja, quem

executa, quem gere e quem avalia(BRASIL, 2009).

Para agregar intensidade e qualidade a estes novos desafios nas mudanças de modelos

de gestão e atenção, pensando em uma perspectiva mais integrada, é perceptível a necessidade

de intermediação do apoio institucional, como um potente dispositivo de gestão proposto pela

Política Nacional de Humanização (PNH). Essa política institucional surge como uma

tentativa de reformular o modo tradicional de coordenação, planejamento, supervisão e

avaliação em saúde(CARDOSO; OLIVEIRA; FURLAN, 2016). A partir desse aspecto, a

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metodologia deste estudo foi pensada e, após a execução, foi avaliada pela equipe, conforme

as falas a seguir.

“A atividade foi muito boa (...), mas é um apoio institucional da academia/residência. (P12)”

“Mas isso mostra o quanto é importante a residência dentro de todos os setores da saúde,

porque nunca foi feito isso antes. No momento que entrou a residência, puderam mostrar

para gestão o quanto o apoio institucional é importante. (P10)”

De acordo com Cardoso e colaboradores (2016), o apoio institucional tem propiciado

qualificação e alinhamento das ações institucionais com as prioridades da gestão; qualificação,

humanização e melhoria dos processos de trabalho e de gestão; implantação de colegiados

gestores; assim como intervenção nas práticas cotidianas dos serviços da Atenção Primária.

Essas transformações demonstram que as práticas de apoio podem aprimorar os processos de

gestão democrática e contribuir para a qualificação da assistência.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo realizado possibilitou desvelar aspectos relevantes do contexto institucional

de uma equipe de ESF em termos da compreensão da concepção, produção e processamento

de dados epidemiológicos e indicadores de saúde, bem como sua utilização no processo de

planejamento em seu cotidiano de trabalho.

Mais especificamente, os resultados apontaram para a sinalização e valorização pela

equipe a respeito da necessidade de saber utilizar o dado epidemiológico, realizando sua

interface com o perfil populacional na perspectiva de priorização das reais necessidades. Este

revelou-se, assim, ser um aspecto essencial entre os desafios das mudanças de modelo. O

processo de desvelar significados foi facilitado pelo método eleito para coleta de dados –

grupo focal –, visto que as oficinas desencadearam reflexões críticas acerca dos sentidos

produzidos em torna desta problemática.

Outro aspecto relevante encontrado foi que o planejamento das ações nesta equipe

ainda se mostra muito incipiente enquanto ferramenta que tem a finalidade de responder às

necessidades reais da população, quando produz sentido operacional aos indicadores

legalmente pactuados no município. Tais desvelamentos apontam que modelos de gestão com

muitos vieses na centralização não integrativa, setorializada, ainda são predominantes no

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cotidiano dos serviços de saúde. Esses modelos necessitam, portanto, serem reconhecidos

para, então, tornar-se possível viabilizar novas alternativas, buscando superar a lógica ainda

vigente na maioria das instituições públicas de saúde.

Ou seja, identificou-se a relevância do entendimento sobre a necessidade de mobilizar

reflexões entre os profissionais acerca dos modos de planejarem suas ações e assumirem um

papel de sujeitos ativos no processo de planejamento e gestão. Dessa forma, esses

profissionais conseguem identificar não somente as fragilidades do sistema, como também

perceber a necessidade de melhorias, principalmente no que se refere à elaboração e à

construção dos instrumentos de gestão no município.

Para finalizar, como residentes autoras deste estudo, oriundas de um Programa de

Residência Multiprofissional da área de Vigilância em Saúde, entende-se que a formação

profissional para a qualificação do SUS tem como prerrogativa viabilizar vivências de

intervenção investigativa, tal como a que foi construída com este estudo, que permitam

potencializar os processos de integração ensino-serviço no sentido de agregar valor para as

diversas instâncias envolvidas.

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