Kazumi Munakata - A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo, Brasiliense 1985

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    ... , .~hos, orgaos e ate Ministerias (por exemplo, 0 daPrevidencia Socia!), Que Ihes sao totalmente ext~rio-~res, mas que falam par eles decidem por e1es, agem~s e qJle, portanto, as control am e os dominam.f. eLT e pois 0 signo desta derrota dos trabalha-. dores .

    E por isso que eu concordo plenamente com 0brado de Luis Inacio da Silva, 0 Lula:

    t ' > : .1 : 1 : '. ....

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    Apesar da quase inexistencia de uma biblio-grafia que analise especificamente a Iegislacao traba-lhista numa perspectiva hist6rica - a nao ser asimirneros cornpendios de direito do trabalho, quetracam uma cronologia das leis trabalhistas -, h aatualmente uma vasta l iteratura sobre 0 movimentooperario no Brasil, que inevitavelmente esbarra como tema da legislacao, Tais obras, porem, e apesar deelegerem 0 movimento operario como tema, parterngeralmente de urn modele explicative da hist6ria bra-sileira que coloca em segundo plano a presenca ciac1asse operar ia, apontando como os principals agen-tes his toriccs a "oligarquia" (grandes fazendeiros) , a"c lasse media", os "tenentes" e sobretudo 0 Estado.Nessa medida, 0 estudo da classe operaria fica, via deregra, relegado a analise, ou de suas acoes comoven-tes mas incficazes; ou de sua composicao dernogra-fica (re lacao estrangeiros/nacionais , homem/rnu-

    INDICA

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    ~~~~~~~~~~~:._;~~--:~,--1~~ areas dase conquistas Trata-seentao de retirar da afual leglslac;ao trabalnista 0 seu"desvio" fascistizante e autoritario, E, de fato, quempode afirrnar que 0 13? salario, as ferias, etc. sejamprejudiciais aos trabalhadores?Por isso mesmo, a proposta de alteracoes subs-tanciais na atual Iegislacao trabalhista - aprovadana propria CONCLAT, realizada no final de agostode 1981, com a participacao de mais de 5000 dele-gados sindicais de todo 0 pals - provoca vertigern emedo. 0 que pode acontecer? Ese, por causa dessa'~roposta, toda a legislacao trabalhista far revogada?E possivel urn mundo _~~ma legisla9ao trabalhist!!?------roa.as essas questoes sao pert inentes. AfinaI ,- noBrasil ascosturnou-se tanto com a presenca da legis-lacao trabalhista - corporificada na CLT -, que eimpossivel pensar-se em urn mundo sem as leistrabalhistas, corn seus "desvios" fascistizantes aunao. Mas, ese, ao inves de se perguntar "e possi-vel urn mundo sern a legislacao trabalhista?", fosselevantada uma qutra questao;' como foi possive] urnmundo com a legislacao trabalhistaf" - . . y . - . _ .

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    o MUNDO SEM A LEGISLA~AoTRABALHISTA~ues,"a sacial umcasadD'J)]ICia'*'frase, atrabuida a Washington Luis, presidente daRepublica de 1926 ate a : sua deposicao em 1930. egeralmente apontada como 0 sin toma de como' asquest6es relativas ao trabalho (a "questao social")

    erarn descuidadas pelo Estado, durante 0 periododa chamada Republica Velha (1889-1930).E, defato, a questao social era urn caso de policia. As~J!1ra5JU.an.i.fes.tru;.oes operarias eram vic-lentamente reprimidas pela policia, provocando p n = -soes, feridoSemortes; os .sindicatos eram invadidos~~dos; as redacoes dos jornais operarios eramernpasteladas: ~tantes estrangeiros eram expulsQ..s_do pais pela ton;a da lei (as leis Adolfo Gordo de1907 e 1921). Mesmo os na9_e.st;:ap..&~_sQfri.am.j~~orta90es para regjQ~_S10n&Inquasaopais:-e-;d~-rante a estado de sftioque'seprolongou de 1922 a

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    em outras palavras, quem tern 0 direito de castigar.-A resposta e Q Estado: "Considero, portanto .,.,."..iz . . _ , ., J . .. . ~ , . .. . - , po~ico 0 direito de fazer leis com

    J//lM.1(.,{.. "'''.K

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    . tro e, no limite, aniquilar-lhe a vida. Epor isso que sediz "a liberdade de urn termina quando come a a li-ber a e e au tro": esta frase, que parece exprimiruma verdade absoluta, e , na realidade, uma expressaodo liberalismo e s6 pede ser en t endida no quadro das-formulacOes liberais. E por iss a tambim que Locke {e.gremamente irnplacavel para com as la.droes. aroubo. para ele. e urn crime passivel de pena demorte, pois roubar e, em ultima instancia, destruir aessencia do individuo (a propriedade), e assassinar.Assim, para resguardar os homens dessa pior formade atentado que estespossarn sofrer, nada mais justoque a pena capital e outras form as menores de retiraro criminoso do convivio de suas vitimas em potencial.o problema e entao: quem pode aplicar tal~, de modo que 0 exerdclO do poder de castigarnao degenere em urn estado de guerra de todos con-tra todos? A resposta, como se disse acima, e 0Estado. E acnacao de leis posit ivas (rigorosamenteoeterminadas e escritas), viildas par-;todos, e dealgo que, estando aciIlla dos hornens e da sua cornu-nidade, zele pelo cumprirnento destas rnesrnas leis,monopolizando para si 0 poder de julgar, de exercera violencia e de aplicar penalidades. Em outras pala-vras a Hberdade de "fazera justica pelas suas proprias maos e en tregam-na aurn poder publico - 0Estado.Mas como isto e fei to com 0 iinico objetivo dedefender, em cada individuo, a sua liberdade e oro-priedade, 0 Estado jamais pode inten-ir em assuntosprivados. desde que estes nao firarn a liberdade e a

    propriedade de outros. Se, por exernplo, urn indus- :trial contrata urn trabalhador, isto e urn assuntoprivado entre as partes contratantes, e 0 contrato eaexpressao do consenso entre arnbas: aquele concor-dou em pagar urn salario por urn traba1ho estipu-lado; este concordou em trabalhar sob determinadascondicoes, Mais doque isso,..2.contrato e a expressa.o..da igualdade entre as partes (ambas sao proprie-tarias - uma dos mews de produc;ao, outra da fon;:a- de trabalho) e da liberdade (cada uma e livre deassinar ou nao 0 contrato}. 0 contrato nao supoeuma relacao de forca au de desigualdade, nao e urnate de dorninacao, nao viola a propriedade e a liber-dade de ninguern, e, por isso, e urn assunto que s6concerne aos contratantes enquanto individuos. E_jm assunto priyado no qual Q Estado iamais~eintervir.-' Por isso, no mundo do liberalismo ortodoxo. e ,JDconCehlyel a existencia de uma legisladlo especial

    _ Q g trabalho, mesmo que se;a apenas para regula-menta! 0 contrato, Ao Estado compete tao-sornentezelar pelo cumprimento deste contrato, evitando queeste seja rornpido sem 0 mutua consentimento daspartes contratantes. Mas, quando se veri f ica o~. das ? Per exernplo,s6 rompe unilateralmente 0livre e espon dnea vontade,

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    _12.9Sia. Na greve, 0patrao eo trabalha nao mais seenfrentam individualmente, em condicoes de igual-dade; 0 que se cria , ao contrario, e urna situacao em

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    que ~UEl~~uaUQ-ULJ~DUu_~~~~~~~n_-+grupo (os grevistas), e, pior, numa rela\"ao de fon;Q.J!_~ao. 0Estado entao qeve intervir e exatamente~anto pohcjaJTodas essas consideracoes, lange de. pretende-rem esgotar 0 terna do liberalismo, apenas indicarn

    que nao hi contradicao nenhuma entre 0 Iibera-lisrno, consagrado na Constiruicao de 1891, e a frasede Washington LUIS, escandalosa pel a sua rudeza.Tarnbern indicam que a ao da policiarepugnante

    , ao menos no que se refere a questaotrabalho, 0 l iberalismo brasileiro nao pode se T consi-derado como uma -mera "ficcao juridica", de fachada. Pelo contrario, c?mo assinala Werneck Vianna, era urn instrumento te6rico e institucional perleitamente adequado idomina

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    mamente dividido pelas suas opinioes politicas ereligiosas;"que a iinica base de acordo solido e de at yaorepresenta os interesses econornicos comuns atoda a c1asse operaria, e dos rnais a clara e prontacornpreensao;"que todos os trabalhadores, ensinados pela ex-periencia e desiludidos da salvacao vinda de forade sua vontade e acao, reconhecem a necessi-dade ineludivel da acao economic a direta depressao e resistencia, sem a qual, ainda .para osmais legalitar ios, nao haja lei que valha;"0 'Congresso Operario' aconselha 0 proleta-dado a organlzar-se em sociedades de resisten-"cia econOmica, agrupamento essencial e, semabandonar a defesa. pela ado direta, dos rudi-mentares direitos politicos de que necessitam asor anha Oe S A as a Of fora indi-cato a luta olitica es eCla e urn artido e asnvalida es que resultariam na ado

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    31/12/1927)."Lido urn oficio do industrial sr. Marcelino Ra-mos, solici tando autorizacao para assinar nossastabelas e regularnentos, a fim de se estabelecercom oficina, na antiga Pedreira do Thibau, ( ... ):ventilou-se 0 fato de estar a referida pedreira,que pertencera a antiga firma J. C. Garnaria,com uma divida nesse Centro, de salaries quenao pagou aos 'seus operarios na importancia dereis 2.204$852 ( ... ) sendo por firn resolvido ( . .. )responder-se ao sr, Marcelino Ramos que aque-lapedreira s6 poderia funcionar com 0pessoal doCentro mediante pagamento de referida irnpor-tancia" ."Lido urn oficio do industrial sr. Jose Lopes,desejando novamente assinar nossas tabelas, foiresolvido aceitar-se, mediante proceder a lim-peza geral em sua oficina" (A Vida, 1/1111927).Por tras do tom cordial com que estes textos se

    referern aos patroes, estao as imirneras lutas que ostrabalhadores em pedreiras travararn par longosanos: greve geral pela jornada de oito horas novern-bro de 1:91 a fevereiro de 1919); greve parcial pOIquase tres meses pela admissao de ' crelegados smdl-cal nas 0 . n;:o e ; greve geral, tam-be~ tres ~mento salanal a ( f Q _ %(abril de 192~ntando 0 lock-out de-creta co peto Cen1foCfos Industnals de Pedrerr:as:-A.s"ta5elas" e os "reguia1nentos"'" a que os textos se re-ferem sao frutos destas lutas: eles contem a remune-

    racao correspondente a cad a modalidade de se:rvigo:"nas pedreiras, alem de clausulas sobre a forma eodia de pagamento, as condicoes de trabalho e ate a'. possibilidade de greve e boieote em caso de nao cum-.primento das mesmas. Em suma, tais tabelas e regu-larnentos representam urn verdadeiro contratQ cole::.riVo de trabalho pelc qual.os patrOes e trabalhadoreschegavam a u rn acordo sobre as relat;Oes de trabalhonesta categoria.A fiscalizayao do cumprimento das clausulasrealiza-se diretamente pelo sindicafu.._ atraves de sua"Comissao de Melhoramentos" (a quem cabem tarn-bern as quest5es relativas a acidentes de trabalho), de.delegados sindicais nas oficinas e da assernbleia geralsemanal. Esta, alem de ratjficar as deciso~~-rnissao, discute questoes imprevistas - e 0 caso de_ - - - - - - - -urn requenmento encammhacto por urn industrial

    ! pedindo a autorizacao para estabelecer horas extras,por alguns dias, no seu estabelecimento,Judo isso significa que este sindicato detern .di-retamente 0controle do mercado de !Tabalbo relif-. - 1 L sua categoria. pa roque na~ se subrnetesse asclausulas das tabelas e dos regulamentos enfrentavadificuldades em recrutar trabalhadores; aquele quenao as cumprisse soma decretacao autornatica eimediata da greve. Mas, em contrapartida, 0 exito deJal contrale depende da -ampla s;ndicalizacao destrabalhadores da categoria, de modo a praticamenieobrigar 0patrao a recorrer ao sindicato para contra-rar operanos. E, rnais que isso, depende da aceita-cao, por parte dos sindicalizados, dos resultados

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    obtidos nas lutas. Alias, no jornal A Vida. sao Ire-quentes os apelos para que os operarios res eitem 0Regulamento ela ora 0pe 0 smdicato. Alern disso, 0pr6prio Regulamento preve penalidades para os quenao 0cumprirem:"Em caso de paralisacao pelos motives acimaexpostos, os cornpanheiros devem procurar tra-balho onde melhor lhes convierve os que ficarema trabalhar, esses terao de passar por uma as-sernbleia geral. Ainda que sejam .anistiados naopoderao trabalhar na mesma oficina ou oficinasse nao decorridos seis meses depois de julgados,salvo se a classe 0julgar conveniente" (A Vida,1/10/1927).

    ~ _t~~~~. vista adiante.

    Este exernplo talvez seja lITelevante, por se tra-tar de urn pequeno sindicato de urna categoria sernirnportancia no conjunto da economia. Em todo ca-so , a referencia ao Centro dos Operarios das Pedrei-ras serve para ilustrar 0 modo como se organiza a

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    a representatividade do Congresso Polignifi'co~ebastante questionaveI: apesar de oficialmente esta-rem presentes delegados de Sao Paulo, Rio de Ja-neir?, Cam~os (Estado do Rio de Janeiro), Para,Baht,a, Paraiba, Amazonas e Minas Gerais, a listanominal dos presentes revela que ha urn aciimulo derepresentacoes (por exemplo, 1:dfu:.ioGrazini, diri-. :: .sente do PCB e destacado Ifder sindical d~ilicQS-~ Sao Paulo e do Rio. com_Qarece na Q:U.1ili..dAde_de. .de:Iegad~ de P~ra, ~ Paraiba!) Tudo indica que aFederac;ao Pohgr-aflca nao passa de urn artificiopara ~ons.olidar, 0mais rapido posslve!, 0 arcabouC;oorganiza tIVOda futura CGT .

    .Artif!cia~ ou nao, MarcabouC;o organizativoconsagra mtelrament~ as teses comun.is.tas.-d~_T iZ aC ao d o mOYime.nt.o...siru:!.icaI.sta se fa z em tod .,. d - os~s n.lvels ~ ,esde aSEeder-a~~ndlcatos, ate estes em relac;ao aos associados _atraves de uma serie de . as rigorosa ;tninucio-.$amente determinadas. Determina 0 regu amen 0 aFSRR: -

    "As comissoes executivas dos sindicatos deveraofo=~ecer, trimestralmente, urn relat6rio de suaatlYldade e da situac;ao sindical, expondo as ta-refas que porventurahajam tracado ( . .v)" (A Na-r;fio, 217/1927). ._ .0 rnesmo tipo de relac;ao entre a federacan e 0smdlcato e tam b e r n exigida nos estatutos da Fede-racao PoligrMica:

    "Os ~in:dicatos tern ji6r dever forriecera CQmiS?'sao Central fda Federac;ao] toda,s as iniol'ffi.a

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    :at;&s1soladas ~.aventureiras. Por isso, as duas Fede-ral;oes sao rigorosas e explicitas em relacao as greves:"Nenhum sindjg!o aderente paden. decretar agTeve geral de sua cornaracao sem-pre'fia COIl.::-.sulta ao Canse1ha Federal que, nos casas deurg~ncla e a requerimento da parte interessada,podera reunir-se extraordinariamente" (Regu-lamento da FSRR)."Antes de adotarem decisoes suscetiveis de cau-sar greve e antes de declara-la, deverao fazer arespectiva cornunicacao a Federacao, .fomecen-do-lhe todas as inforrnacoes precisas que expli-citem as motivos de sua atitude, salvo casasespeciais ern que as circunstancias precipitem aslitigios desta natureza, ficando, noentanto, coma encargo de camunicar depois" (Estatutos daFederacao Poligrafica). ,Tudo isso indica a criac;ao de um~-nizativa de luta dos trabalhadores, ern que estes per-dem 0 poder de decisao. Aqui, nao interessa se osmembros de orgaos superiores e executives das Fede-

    racoes representam efetivamente os trabalhadores aunao, Q que importa e 0 f~to de e;:istir urn gru~o (~trabalhadores ou nllo) aClma e dlstante dos pro nos~ rabalhadores, que as ~Uz.a... as vigia e o~~e,que decide pelos trabalhadores, que tern competen-cia para elaborar uma estrategla de luta. Que nome'dar a este grupo, dotado de um particular discuiso:competenle, a nao ser 0de burocracia?

    Mas esse processo de burocratizacao do movi-> ,mento operario restaria ineficaz se os proprios sindi-'catos n~o fossern organizados segundo 0mesmo prin-cipio. E par isso que a imprensa sindic~l de tenden-cia comunista desencadeia um a intensa proI3A&amtasobre a "disciplina operaria" - como faz 0 jornal 0Internacionai, orgao de Alnternacional que con-grega, em Sao Paulo, as empregados em hotelS, res-taurantes e anexos:

    "( ... ) para sermos fortes ternos que organizartoda a corporacao dentro da 'A Internacional '.Depois da mesma organizada, nova tarefa seimp5e. Essa tarefa e: - Disciplinar todos osseus membros; acostuma-Ios a obedecer as pala- ;/vras de ordem emanadas dos orgaos cornpeten-tes. ( . . . ) Muitos dos movimentos ate agui feitos(tern sido prejudicados par serern feitos a revelia f ._Qenossos dirigentes, Se estes fossem consultadosveriam se 0 momenta era ou nao de pr obabili-dades de exito. A vito ria de uma batalha de-pende nao so das forcas com que se conta comotarnbem da visao realista daqueles que as did-gem" (0 Internacional, 15/5/1938).iA concepcao de que os trabalhadores, e1es mes-mos. sao incornpetentes para' deliberar sobre a sualuta - porque nao possuem a visao "realista" dosdirigentes - e levada a s ultimas consequencias:

    "0 que nos precisamos hoje, na epoca das gran-

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    ',r"jca. independente da vontade dos interessado~ Talconcepcao - analcga aquela que fundamenta astabelas de acidentes de trabalho (capitulo anterior)~ nao e apenas divulgada pela imprensa sindical:ela se corporifica, nos sindicatos de influencia cornu-nista, sob a forma de argaos consultivos e tecnicos,autonomos entre si, com estatutos e diretorias pro-prios e ate com funcionarios remunerados.Este e 0 caso da Unian Grafica Beneficente,fundada em 1927, como urn argao "anexo" a Uniaodes Trabalhadores Graficos de Sao Paulo (UTG-SP),substituindo a Comissao de Auxilios que estava vin-culada a diretoria deste sindicato. A justificativa a-a sua criac;ao e no mmimo cunos te...J.lm..1.ru1o,argumenta-seque a existencia de urn servic:;:oeficientede beneficencia pode favorecer a sindicaliza9ao em,, de outre, hi sempre 0 risco de 0 sin-dicgto ser tornado de assalto por operarios "incons-cientes", "atrasados", "indiferep_tes", unicamenteinteressados nas vantagens do assistencialismo. Asolucao e engenhosa: a criac;ao de urn departamento' ''anexo'' ao sindlcato, mas com funclOnamento intei-ramente a parte, de modo que os seus filiados naosejam obrigado's a parttclpar das assernbleias paraJ.esoiver seus proOternas relativosaaSsistSncia. 0

    Beneficente; . - - - - -operarta -

    1 -- transforma-se em beneficiincia e em urn_a.ssuoto merarnente tecnico, a, por exernp 0 - ecomo que prenunciando 0 futuro sistema previden-ciario brasileiro -, uma tabela de beneficios paracada caso de doenca ou desemprego. Em cases demorte,

    "a UGB far-se-a representar por uma comissaoque portara a Bandeira da Uniao e auxiliara afamilia com 100$ para os funerais. A comissao( ... ) sera indenizada nas horas de trabalho quevenha a perder para cumprir essa rnissao" (0TrabalhadorGrafico, 25/5/1927). e v . . . . . x : . u . . . . . - -

    jl/,'~Em outras palavras, criarn-se ate funo}onariQL~remunerados ehcarregadliS d e bomenagear ~(-~crru:izacaQ cia sQlidariedade!A descaracterizac;ao da solidariedade, que passaa ser urn assunto tecnico, transparece-tambern naobrigatoriedade de urn atestado medico para se a~clar a OG].;_ru:a, do ponto de vista da solidariedade,_o companheiro ja' doente e que deveria prioritaria-mente receber auxilios. E mesmo no momento daconcessao de auxilios, a fria racionalidade dos tee-nieos e implacavel e nao se deix,_,comdramas individuais:

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    :HTendo 0 associado inscri to sob 0 n? 726, da'Utho-Klabin, recorrido a urn auxilio , e tendoside feita sindicancia necessaria, foi demons-trado que 0mesmo nao estava no direito de serauxiliado, consoante 0 artigo 20? do RegimentoInterne, pois a requerente, conforrne sua dec1a-racao ao mem bro dessa comissao, diz que estavacom urn ornbro fraturado per ter caido de urnandaime, numa obra em que trabalhava, pernao ser suficiente 0 ordenado que percebe natipografia Klabin" (0 Trabalhador Grafico ,7/2/1929).Ha tambern cases de beneficencia mantida pelosindicato - como a Caixa Auxiliadora da Uniao dosGraficos do Rio de Janeiro -em que se preveern oscases de desernprego que niio merecem auxilio:"a) Quando se trate de negligencia reincidente nodesempenho de seus deveres profissionais t . . . ) ;b) falta de assiduidade no trabalho.. sem causajustificada perante seus chefes de service: c)abandono de trabalho sem autorizacao expressados orgaos dirigentes da Uniao: d) inobservanciadas boas norm as de educacao e desacato as or-dens deservice em usa ou que tenharn sido aceitaspela nossa corporacao" (A Na9aO, 30/5/1927).Aqui, 0 objetivo da beneficencia sindical revelatodo 0 seu significado. Alern da beneficencia propria-mente dita , t rata-se de ;mphar 0 quadro de sindica-

    !1 /1 ;I Id~i, !'~\r \'I \iI

    lizados acenando com os_nnsslveis beneficios. para;e.assim, aumentar 0 poder de barganba dQS proprios~indjcatos Em segllida. trata-se de djsciplinar ostrabalhadores para 0 tTabalha, atraves de medidascoerclilvas e ate legitimadoras de demlssaa par "Jus-a causa . s 0 POSSI I Ita e urn He os a-

    ~ troes recrutem preferenciaImente os trabaIhadaresl1TIllcalizados (cuja disciplina 0 sindicato gara~que aumenta 0grau de recanhecimento do sindicato-pSlo patronato_ De ou ro a 0, a disciplina dos traba-lhadores tern tarnbem a funcao de legitimar os even-tuais conflitos de trabalho, que nao podern mais sercreditados a arruaceiros e trabalhadores desordeiros,Em outras palavras, 0 obiet ivo da beneficencia e._ocontrole do mercado de trabilho - mas agora enten-dido tarnbem dos r6priostrabaI adores: se antes Iutava-se pelo cQntrole doercado de trabalho pelos proprios trabalhado es,-_:aggra, controla- 0 lmplica controlar os trab'8Iha-dores.--Bta preocupac;ao esta tambem presente nas"Se oes mums as.s as secoes procurarn fr :er-ma~oessobre a situacao do mercado de trabalho, para possi-bilitar a elaboracao de tabelas de salario ou regula-mentos de/trabalho. Alern disso, funcionando comoa&,tncias -de emprego, estas ses:OeS__JJJllc,u.r.am_gurar para S10controle do mercado de trabalho. Seuobjeti~re:e fazer com que todos os opera-rios e todos as patroes recorrarn a seus services, sejaparaconseguir urn emprego, seja para recrutar tr a -[ , ' \ . ! 1 r }'r,~~(~/_ " (/hid! 11 J u ~~ (;

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    balhadores: aqueles assegurarn-se urn salario e con-dicoes de trabalho condizentes; a estes ?arantem-se aidoneidade moral e a qualificacao tecnica dos traba-Ihadores.Por fim, e como ultimo e crucial momento doverticalismo centraIizador, os sindicatos comunistascontam com os "Comites de fabricas e oficinas".--Estes sao considerados meras correias ae transmissaodos sindicatos e, de fato, suas atribuicoes sao bern~limitadas c se referent cstritamcnt; aos pro.ble.n:as't internos a uma ernpresa. Isto, porem, nao significa_~que a cornite tenha autonomia dentro dos limites qu.e~e cabem. Por exemplo, 0 Regulamento dos Comi-tes de Representantes (de cada secao de uma em-presa), ligados ao Centro Auxiliador dos Operariosem Calcados (Rio de Janeiro), deterrnina:

    "no case de desinteligencia moral ou profissio-nal entre os operarios associados deste-Centro eseus chefes, gerentes e patroes, oSomite ~e

    1 Representantes nao podera tamar ?,:a15lUer m~-I ciativa de carater coletivo sem prevw conheci-\ meDto da Diretoria [do sindicatol; no caso. de! " " " " S e t - necessario decretar qualquer greve parcial ,s6 podera ser por deliberacao do Conselho GeraIdos Comites de Represerrtantes" (A NGI;ao,

    21/7/1927)Nem mesmo ~ste Conselho Geral - que reunetodes os comites e que, portanto, representana todesos trabalhadores de base - e isento da fiscalizac;ao e

    "'jiI

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    }' .

    . ..... onde aprova integralmente 0 plano de consti-4 t J c ao do tal CamW: Central. A cordial idade comque a CNT recebe a delegacao vai alern: em novaaudi?ncia con:.? presidente do CNT, a delegac;ao econvidada a visitar as dependencias do CNT on deeonstata a precariedade do seu funcionament~, ape-sar da boa vontade dos funcionarios....9 signific~do. deste [.ato e e~idente: a Es.ta.dQ 1eonhece as smdrcatos (hvres e autonomos) emats d~ ue isso uma comIssao Intersrndlcal. sobre;

    ~af na~ t~~ ~nhlim c .on .J. iQ ] e - como parte ativa= r u fisC?UzRdxOda lei. gao faze-Io 0 EstidO pratfca- \mente tmpOe ao patronato 0 reconhecimento dos sin-dieatos como interlocutores legftimos. Evidentemen_te, os patr~s reagern imediatamente a isso~ses de 01S 0 CNT decide cancelar todos os recur-

    50S enviados Delo Comite Centra.Diante dessa situac;ao - e sempre de acordocom a visao "realista" - a UTa de Sao E'allJo__envia

    urn documento ao CNT, ern que requer autorizac;aopara contratar, com os [undos 0 Sln reato, umapessoa Idonea" ue euide da fiscalizac;ao da lei e~nas. 0 requeIj.!!!mto [iearia sem ~ a. s-rneios legais e "padficos" esgotam-se. 0 confIitoaberto esta pr6ximo.

    Para isso, os sindieatos paulistas Janc;am-se at~r~fa de eonsolidar a organizac;ao, ainda muito pre-carla, dos trabalhadores de Sao Paulo, e propoem a _"-;fundacao de urna Federacao Regional Sindical do )!Estado de Sao Paulo - analoga a FSRR _ e daCGT, e criarn, em fevereiro de 1929, urn Comite

    Inter-Sindical do Estado de Sao Paulo. A fundacaodeste organisrno revela, na realidade, a inoportuni-dade da proposta de criacao da Federacao.Mas nao ha tempo a perder: e preciso lutar comas forc;as disponiveis - 0 que, na pnitiea, slgmilcaapenas.....Qs trabalhadores graJicos. ~ara is.s~, a. U~ Gcorneca a agitar tambem uma a?t:ga :e~v!!l.dlca;;~Q..~tegoria - uma tabela. de salano mInlmo profis-sional e convora rellDJQ~S de vinos setores da~impressores, encadernadores, etc.). ~ron-ta a tabela, as raEeos eneaminham urn memorIal aoCentro Indllstrial do E.stado de S.ao Paulo ~C.IE ,futura dicando alem do salano ml-

    'I!')

    Eara sustentar a greve sao rno?i! izadas .tod,as asorganizacoes, sindicais ou nao. d~ret; ou indireta-mente hgadas ao Partido Co..ro.un. i~ Campa~ha ~eckJnativos e feita intensamente; mcx;oes de solidarie-....dade.. chegam ao.s_gr::evistas; comicios de .~~realizados em Sao Paulo e no Rio de Janeiro, Alemdisso,...Q PCB. aproveitando 0 c1ima de m~btllzacru:-esolidariedade, decide pela eriac; ::ao imedla ta da ta?sonhada CGT. Esta atitude nao dei.xa_d.e_.s_e_LI.t~-fie' e se levar em conta a pre~rie(:l_~de.4~Qrga~I'z;C;ao sindical de ll!?_l~PQI_tg,_ole_.eentro jn,d~st.flalcomo-SaO"Pawo:De fato,_QJ:.o.ng..-e-sw-Qfleffir~'donal reunino no Rio de J aneire, de 26 de aonl a--priffie;ro de maio, conta apenas com cerca de 60

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    ~ados, representando aproxirnadamente 100 en-tidades (de Sao Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande doSuI, Pernambuco, Espirito Santo, Paraiba CearaDistrito Federal, Mato Grosso, Parana e Rid Grand~~o Norte) , a maioria presumivelrnente fantasmag6-rica. Em todo caso, a criayao da natjmOt:ta Coofe-......eras:ao Geral do Trabalho nao deixa de representar"uma tentat iva de se consoli dar , 0mais rapido possi-.......eI e no calor da luta. 0 esqueleto de uma estmtm:a...Qrganizatjyao~uf: permita 0 controle do movimentosindical.~ greve propriamente dita se arrasta par maisdoedOIS :n~ses en~rentando violenta re ressao poli-cial e a sohda determinacao dos patroes de nao ce e-. rem aos gr~vis.t~s_ Para os industriais, ceder naquelemomento significava, pelo menos no nivel simbolicoaceitar os sindicatos como Interlocutores e centro-' ladores do mercado de trabalha. Porisso, a Associa-cao dos Industriais e Comerciantes Graficos atravesde circulares, incita os seus fil iados a nao estabele-cerem acordos em separado com os grevistas - con-forme a demincia feita num des boletins diaries degreve:

    (. . _) Nos, tcdavia, lhes dizemos que te.ffi urnunico caminho a seguir para salvar-se das garrasdo abutre do industrialismo. E esse caminho esair do acordo tenebrosamente concertado no'Centro [sic] dos Industrials e ComerciantesGraficos'" (0 Trabalhador Grafico, 23/411929 ) . :

    "Os magnatas da industria grafica, os tubaroesdas materias-prirnas, em Sao Paulo, ameacararnos pequenos industriais que, caso eles cedessemas justas reivindicacoes dos operarios, seriarnpor=oicotados, perderiarn os creditos, naoobteriarn reforma nas letras e prornissorias cai-. 'flam no descredito, iriam a ruina, a falencia.

    Apesar dessas denuncias e de anuncios de acor-dos reahzados com @uenos empresanos, a umda_el -doS patrOes, discipl inados pela sua eE.!idade de clas-'::':;e, e praticamente inquebrantavel. Aos poueos, 0! movimento grevista vai Sf:esyaziando, uns conte~.tando-se com QSacordos parciais conseguidos, outrosretornando ao trabalha sem nada ganhar a nao ser~as cadeias,

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    o CORPORATIVISMOEO MINISTBRIODOTRABALHOA ofensiva patronal Iaz-se sentir em todos osniveis .A propria existencia do CIESP, uma das enti-.dades .patronais Ql1e, pela sua mflexibilidade e pelasua onenta~ao aos industriais, tanto contr ibuiram p~ra a derroia da greve geral dos graiicos, e urn -

    ,\Vice-presidente doCIESP, quando da sua fundacao:

    '( uerer n ue 0desenvQI.vimento ~~.~Qn.s.o;l'icfa~ao do Parque Industna rasileiro concor-, tern para 0 aumento cia ngueza, presf1g10~PQd~r\) J /g-forIl2~s_~.g~_O~~~..2r6Qria.!.a~a...!.!!~_s_coiili.ecer~psmals comezi~hQ.s._prindp.i9_~,",Qgp_ol it ica eco-( ~ A .. '~ '~, ...~--- ...---~,.-.....~;nomica es6clal...A_g.I:.all_deindustria, por toda apa:rte-don11i"ffdoem que se instala, traz como co-_

    __m1?rio-a-rrretnona dos salaries, 0 baratearnentorel~tiY.Qdop!oduro;oe:nnqueclmento soci~.1_~_oaumento da capacidade de consumo. Traz aindamais, comO conseqiiencia, intensificac;ao das re-lacoes comerciai~ dos.meios .de.rransporte.ea,marcha vitoriosa...da.ci'liliza~o". QEm outras palavras, para os industriais nao setrata de condenar a industria, mas, pelo contrario, deestimula-Ia mediante a sua protecao, Mas quem po-de protege-la? Nesta pergunta esta implicita a rup-. industria nao ode

    o Estado.--....-.--Mas nao qualquer Estado - e aqui encoritra-seo segundo momenta de ~l[a com a libe.r.a.J..iSffi.Q...Sea melhoria da vida da populacao e, em particular, daclasse operaria, depende da industrializacao, e esta,do protecionismo estatal, 0 Estado jamais pode serurn Estado liberal que assiste, impassive!, ao livrelOgo de correla

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    : '" a or em e a e rnesmo a revolu

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    t'.

    ,,'>em novembro de 1930 isterio do TrabalhoIndustria e Cornercio (Decreto n? 194 - 0 'Mi-nisterio da Revolucao" - que seria 0 aparelho esta-ta l munido de instrurnentos teoricos, tecnicos, racio-nais , neutros, objet ivos, etc., capazes de operar aredefinicao do lugar das leis trabalhistas. Para isso, 0Ministerio conta com urn seguito de te6ricos do cor-__porativismo. 'A teoria corporativista tern como ponto de par-tida a constata.;;ao do caQ,Sern que mergulham associedades modernas. Este caos tern uma origemprecisa: a desorganizac;ao da vida economica pelaausencia cia moral profissional, traduzida em regrasiuridicas positivas.__lsto acarreta, segundo EmileQ_urkheim (1858-1917), sod6logo frances e urn dosclassicos d o corporatlYlsmo,

    "os conflitos incessantemente renovados e as de-sordens de todos as tmos" Gos quals 0 mundo.,economico nos da 0 triste espetaculo. Porque,como nada contem as torcas l it igantes e nao Ihesdesignaos limites que devem respeitar, elas ten-clema se desellvolver sem limite, e acabaITi""Qorsechocar umas contra as outras para se recAfcareme se reduzirem mutuamente. ( ... ) As paix5eshumanas DaO cessam senao diante de uma.po-jEDcia moral que respeitem. $e toda autoridadedesse tipo faz falta, e a lei do rnais forte quereina, e, latente ou agudo, 0 estado de guerra enecessariamente cronico" (Emile Durkheim, DaDivisiio do Trabalho Social, "Prefacio a Segun-

    da Edic;ao ").E m outras palavras, 0 ponto de partidado"~~;-~orativismo e a realidade da Iuta de cl se. Aoconstata- a, porem,.a teoria corporativista atribui asua ~xjstencia nao aos interesses conflitantes entre a~urguesia e 0 proletariado, mas a aus@ncia delels.

    que regulem a vida eCQDomica. Por causa dessa au-'"sencia, os hom ens sao abandonados as suas paixoes,ao seu ego ismo , e dai 0 caos, Com essa analise 0corporativisrno des/oca 0 /ugar da luta ::iJ:_c}g$.$~:esta se da nao pela existencia do capitalismo, mas__por urn erra ;urfdico gue e 0 liberalismo, gue4-..eITI.Il .O.1tle~~ .du.G ,-Se--reettS-a:-a--J;imj.tar.

    Ao redefinir 0 Iugar da luta de classes comosendo a sociedade organizada segundo as principiosdo liberalisrno, 0 corporat ivismo opera outras redefi-nieces: a liberdade do r erar sm1:!_matalsa liberdade, uma liberalidade au me"smQllbertinagem; a verdadeira lib~rdade nasce nao dapaixao e do egQIsmQ do indjyfdllo., mas da morali-dade social (portanto coletiva), corporifkada na au-tondade e na racionalidade das leis positivas que1irrritem os excessos do mdlviduo: 0 prestigio doin.di-Vltiti.OlfecIina e 0 gruQ.O passa a ser valopzad,.. 1 ::sOmente no seio do grupo que pode surgir a morali-dade, regras racionais que 'restrinjam a egoismo dosindividuos, Nao se trata, porem , de qualquer grupo,mas sornente daquele que seja a fonte da rnoralidade- 0 que decididarnente nao acontece, por exernplo, "

    .~ ~.':".=".::.:.'--: ...~.::-:::..:...:..:-.:=--

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    "',1w

    ",com a classe social. Escreve Ovidio da Cunha, fun-, cionario do Minist6rio do Trabalho:

    Em outras palavras, a classe nao passa de trans-posicao do egoismo do individuo liberal para 0 niveldo grupo. Por isso, 0 corporativismo substitui a ' DO-1;3.0 de c1asse; froto do Hberalismo, pela da corpo-rQ (;ao - grupo ca az de realizar a mora' _ad.e_e_asoIidarre ade socialI -~=Ode~~~~ tc de "classe' para "corporacao"nao e meramente uma mudanca de nomenclatura,com 0 objetivo de extirpar da teoria a palavra mal-dita (c1asse). Mais do que isso, representa urna pro-posta de da ~ uenao haja malS a Glasses. De que maneiraConslderando - e organl'Zanao- os patroes e o__trabalhadores de uma mesma profissao como meraslunr;oes daque1a profisstto. Na corporacao, portanto,os patroes e os trabalhadores formam urn s6 grupocujo iteresse e a enas urn: 0 aa de e.sa..d. . . r . a o -Assim, tudo que se re aciona aque a pro is'sao - porexernplo, os regulamentos das condicoes de trabalho- e decidido por todos que nela participam . Criarn-

    jI senciais do Hberalismo, torna-se convencQo ..A\ renca entre contrato e convencao e explicada porI Helvecio Xavier Lopes, tarnbern funcionario do M i-l nisterio do Trabalho:II. !

    ~COlsa:0 naSClmento de'uma reg(a__geraJ, .de-urnaverdadeira lei, que reger;.para 0 futuro as con-d1

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    fO ISS onseqiientemente, a representacao poli-~O mais' se faz por criter iosJerrj tot iais e parhdarios - considerados artificiais eradisc6rdia -_mas por cQrpora

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    . ~~~~s'a d6cada de 20, permeiam amplos setores ciasociedade (catolicos, integralistas, "tenentes", soda-listas, etc.), da direita a esquerda - dai a sua Iorca earnpla aceitacao. Alias, muitos dos antigos socia-listas - como Evaristo de Morais, Joaquim Pimentae Agripino Nazareth - seriam absorvidosno quadroburocratico do "Ministerio da Revolucao",Este se consti tui assim, dentro dos quadros teo-ricos do corporativismo e da racionalizacao, con-tando com urn amplo consenso 'de varios setores deopini8oo. A efetivayao de sua organizayao internae imediata e se da atraYes de uma complexa re -de de departamentos, se

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    A.existenciade 8 0 / 0 de maiores de 59 anos ( ... )e urn pesado encargo no custo dos services .detransports, pois dernonstra que somente 92% dostrabalhadores ern estiva e que realrnente podemfazer jus aos salaries recebidos" (idem, julho de/l1935). . I1J

    . . .. . .. , " " " " . . .. . .. . ," " " ' " . " . . .. . .. . .. . ,, " " " ' ' - '' ' '- . . .. , ., _ ~ ~ > . > . ! . I .' < . 2 . . : ~ : . .u a l d e v e s e r a du-racao da contribui~ao, para que 0 trabalhador facajus a aposentadoria? Por quanto tempo 0 aposentado \i r a sobreviver, isto e, ate quando a Caixa deve arcarcom a sua vida? Qual e 0 tamanho medic da familiado aposentado, ou seja, qual deve ser 0 montantegasto ern pensoes, quando da morte do aposentado?Qual e a taxa previsfvel de aposentados per inva-lidez?Quantos destes irao retornar ao trabalho? .Todas essas quest5es sao equ;3cioDadas por rutja.fie .. .tofis ticados cilculos que ' naG valem a pena serrelatados aguLObserre-se que ern momento alznm,existe a preocupa~ao com 0 que deveria ser 0 objetjyo_a revidnc1a: 0 bem-estar e a seguran~a do tr a-lhador e e Sua familia. Ao contra.r io , a preocupa~aomaxima e sernpre ace aliviar 0 patrao de trabalha-dores ja . ilnprodutivos, e de nao sobrecarregar emdemasia 0 fundo das Caixas. Chega-se ate a conclu-sao de que as CAPs nao devemaamltir como contri-

    , os n~)~Ula.U.'L"'4!_L'

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    :~ao frabalh~ta. Para isso, .0 DNT conta com ser- ._yic;:osde biblioteca, informa

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    ...pregadores ou emptegados 'do mesmo ramo, e deveJ Jnc1uir necessariamente as cUmsulas sobre a defi-nis:ao dos servlo~ a sua remunerac;ao, as condwoes.:4e traha1ho, as, ccn di\'6es para a resc1saO Oll...aalte-racao da convenc;:ao, etc, .Este rapido exame das principals ag@nciasqueconstituern 0 arcabouco do Ministerio do Trabalhopermi te vislumbrar 0 seu signif icado politico quesubsiste por tras da sua racionalidade, eficiencia eneutralidadet .zgliminar qualguer possibi lidade deconflitos trabalhistas. Mas, nao eliminar ce amente:nt t de classes se faz atraves da

    e

    _criacao de canais com Detentes que absorvamos COll-mtos. Em outras palavras_._p_m.cura-seexterminar aluta de classes retirando aos trabalhadores todas as-e..ossibilidades de controle e decisao sobre seu propriodestmo, ccmfinando-os ao terreno da incoro etSdae a passlvidade. Os operanos nao precisam mais:razer nada, controlar nada, decidir 'sobre nada, I ll tar.E.._orada: tudo esta dado. dgnrnsae cientificamentedeterrninado por especiatistas altamente ,compe-tentes.--p. infindavcl serie de leis trabalhistas , criadaspelo DNT durante 0 periodo de poder discricionario,tern e te mesmo significado: cercar com eis e:re:gu:lamen os odo 0 ta- . a i r c1 iSSa. de mOdo a nao deixar nenhuma brecha,Urn exernplo disso sao aslmimeras leis regulamentan-do a duracao de trabalho para asvarias profissOes. Pa-ra 0DNT, nao basta simples men te consolidar 0 prin-~a de 8 haras. E preciso - e de acordo

    com a teoria co orativista - examinar profissao parQrofissao, isto e , as especi ici a es ,e.cada corpo-racao. Com isso, diss .olve-se a unidade da classe ope- 'raria que como urn todo reivindicava a jornada de 8li:Oras, e, ao mesmo tempo, evita-se a eclosao dequalquer conflito particular originado por especifici-dades de cada categoria. Assim, a despeito da suadiversidade, as inumeras leis que regulamentam aJornada de trabalho - no comercio, na industria,nas barbearias e congeneres, nas industrias de pani-ficacao, nas Iarmacias, nos transportes terrestres,nas Ierrovias, etc. - determinam basicamente 0mesrpo; duraC;ao normal de trabalho de 8 horas dia-, u 4 oras semanais; descanso remunerado deno minimo 24 horas a cada 6 dias de traba 0; pre-visao de descanso e refeicao durante a jornada normal de ttabalho; previsao de horas extraordinari :; ts ; e;Scasos em que a lornada pode set estendida.o trabalho de mulheres (Decreto n? 21417-A) eo d~ecreto n? 22042) sao regulamen- )TadOs em .1932/No caso dO trabalho feminino, a lei fconsagra 0 pt'incipio da igualdade de remunera ao{~.a,'g.aJho. Alem lSS0, tOrTIaproibitivo dtrab .tho notumo Q)1 em Iocais.insalnhtes e pengosoJjBal-a a mulhe(, estabelece 0 peso ,maximo que elapode carregar, e cria uma serie de 'medid a s de pro-tecao a maternidade. Noc,aso de menores, a leL-q~Assa d.~~_!~iq_rp1~ai~_ fovora't~~~sJ_2atroes, do antigo CoQigo de Menores - proibe atrabalho de menoreSde 14 anos, estabelece os hera-nos, os locais e as cot:_q.l

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    ::t'7.~"7'"; .. , .'c'.$6de trabalhar; determina os docurrientos legais para~ t ' a sua admissao (inclusive a autorlZa

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    . f c ; ; ~ ad~~i~dustriais:_par~ os empregados no comer-ci "as odem' excepcionaimente ser gozadasjlarceladamente em dois perlo os, mas nunca in(e- >riores a sete dias; para os trabalhadores da industria,Wrem. a lei simplesmente deterrnina que "as Uriasserao concedidas de uma s6 vez ou parceIadamente,_.e_m periodos nao inferiores a cinco dias. sendo l 1 . .epoca e a forma da concessao as que melhor consul-tarem os interesses do estabeledrnento ou empresa a, g ye pertencer 0empregado" .Alern disso, a lei de ferias para ostrabalhadoresindustrials encerra uma grande arrnadilha, que vaiservir como urn eficaz instrurnento para possibilitar aefetivacao plena da politica corporativista, isto e, ainclusao da classe operaria na organizacao corpora-tivista da sociedade. Pois de nada adiantaria todaessa parafernalia institucional, corporificada no Mi-nisterio do Trabalho, se a c1asse operaria perrnane-cesse exterior a ela. Diz 0 artigo 4? da referida lei:

    t "0 direito as ferias e adquiridodepois de doze, meses de trabalho DO meSmo estabelecjrnento ouI ,empresa ( .. . ). e exclusivamente asseflurado ao~\ . 1 2 . ~ empregados ue dad s d in. ' c . ( J . 1 . Q .fi _f!.eclasse reconhecidm ,nelo Mjnr'iter;Q do Tra-baUza, Industria e Comercio", \

    ~ / .k \ ~ C r

    o MUNDO.COM A LEG I SLA< ::A oTRABALHtSTA

    No final da decada de 2'h como Ioi visto.: agrande questao que 0 movimento operario colocavapara a sociedade e, em particular, para a burguesia,era a do controle do rnercado de trabalho. A respostados industriais e a sua inflexibilidade, a sua organi-zacao e a forrnulacao de novos projetos de dorni-nacao: se 'ossindicatosdevem set aceitos como agencia:; controladoras do mercado de trabalho~qlle e~RQrsua vez sejam tambem con trolados. 0orpor.a.ti-yismo foj a solucao encontrada no Brasi l.POI'isso, ur;na.das primeiras medidas do Minis-terio do Trabalho e a imposi~ao deuma nova estru-. . . f u r a sindicaJ Tal tarefa e objeto do Decreto ~n'?19770 de 19 de marco de 1931, que regula a sindi-calizacao. A exposicao de motivos desta lei, apresen-tad a por Undolfo Collor, entao ministro do Tra-balho, revela bern 0 sea car a : t i r:

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    "Com a criacao dos Sindicatos Profissioriaismoldados em regras uniformes e precis as, dioseas _aspiracoes dos trabalhadcres e as necessi-dades dos patr5es expressso legal normal eautorizada. 0 arbitrio, tanto de nns como de ou-tros, gera a desconfian

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    _coqdeaar veementemente as sindicatos: "m.iRisterializados" e a lei de sindicalizacao. Os anarquistas,que em Sao Paulo ainda tentam reerguer a Fede-racao Operaria de Sao Paulo - realizam para isso aTerceira Conferencia Operaria Estadual em marcode 1931-, ji se manifestam vigorosamente em abrilde 1931:

    "Considerando que a lei de sindicalizacao ( ... )visa a Iascistizacao das organizacoes operarias(...); (.. .)"Considerando que 0 Estado carece de autori-A : dade para mternretat fie1mente as necessidades11 - ([os trabalhadores e, par cansegU8ncia, 0 eSI?,l-rita de luta existente entre os produtores e osdetentoresdos melos de pradu~ao, e que a sua.!IT?,: tencia nesie caso. por parle do Estado. terasempre um carater partjdario 4 e classe (A Bur-guesia): ("J' . .-"AFederac;:ao Operaria resolve: a) naotomarconhecimento da lei que regul_$Ulentaa vida das~arias; b)"promover uma inten~campanha nos sindicatos por mdo de mani-'1estos, conferencias, etc., de cnhca a lei; c) la-ZeL--U1edlante essa campanha de reac;:ao prole-taria. com que a el e SIn lea lzac;:aos - egg.:.

    _ga-l-a" (O Troba a or aLight, janeiro de1934).~unistas, por sua vez, apelidam 0Mini1' \teria do rabalfio de "MInlsteno de I'ipeac;:ao" _ _ Q U

    - .~ .: ; : , :

    II'.1

    . . " -. - .",A Leglslaciio T~abalhisla noBrdsil. L ,,_T,

    Alern disso, os comunistas denunciam 0 Minis-terio do Trabalho de ten tar trazer a divisao na classeoperaria, atraves da criacao de sindicatos oficiais em'categorias tradidonalmente ja organizadas. De fato,se ~a1~..e_sin_dicalizac~iito.Jl.Pl1!:-.ralismo sjndic.al, a 'coexisten~ia d . . e . dois siudicatos deuma mesma categoria era, na realidade, uma situa-cao muito rara. lsto muda completarnente com aofens iva ministerial: em nome do sindicata iinico,prat icamente passa a eXlshr , para cada sbLdicinoja~grado. urn.s lOdlc_aJ.QiihclaL .Por fim, os trotskistas, que ap6s cindirern-secom 'OPcB oassam aCQoir.Q1.araTiTIPortante UTG deSao Paulo, sao tambern severos:--...._.~----

    "Ministerio doTrabalho Alheio", e, atraves dojornalNossa Voz, orgao da Uniao Beneficente dos Ernpre-gados ern Hotels e Similares de Sao Paulo, declaram:"A sindicaliza

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    .;'6tra~0'caracteristlco d o governo surgido davit6ria do movimento de 1930foi a tentat ivadefazer frente as tendencies espontaneas das cor-poracoes operarias a organizarern-se dentro dossindicatos de luta de c1asse. o'controle deseiado. . . . . . .das organiza

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    isso: a partir de entao, a presenca dos comunistas nossindicatos gauchos Iaz-se sentir cada vez mais, acornecar pela propria FORGS.Este exernplo demonstra tambem a tatica ado-tada pelos comunistas. Estes, sempre de acordo coma sua politica "realista", naa se enfeudam apenas ewsindicatos de ue tern cantrale. Partici am inclusivas smdicatos paralelos, ministerializados, consti-tuindo as oposiC;5es sindicais que propoem a reuni-ficac;ao da cate ana em urn sindicato unico, sem ae a ministerial. Alern disso, os sin lcatos nao ofi-clais - anarquista, comunista ou trotskista - pros-se~em a sua hllSca do contrale do mercado de tra-batho, seja at r aves das agendas de colocacao dosproprios sindicatos, seja atraves da elaboracao denovas reivindicacoes.Ipor exemplo, tabelasde salariominirno profissional) e a decretacao de greves. Aprimeira rnetade de 1932 e urn momento pr6digo em, -greves:" ""

    E nesse contexto que se torna compreensivel 0dispositivo da lei que concede froas apenas aos asso-_ ciados pelo Mlnlsteno. E tambem nesse quadro detutas e . Andas ue surge a carteira profissional(Decretos n? 21 175 e n? 22 035, ambos ecomo um documentb necessario tanto para a associa-~Q em urn sindicato, quanto para 0 gozo das ferias.Alern disso, a carteira profissional e tambern urndocumento necessaria para a apresentacao de q!!ei-~as as J . J . l D 1 a s C nciliac;ao. para a obten

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    Alem de ser documento paraa "obrigatoriedade indireta" de sindicali-zacao, a carteira profissional - cui a emissao e deexclusiva responsabilidade .do DNT atraves 0 Ser-vko. de !denti~ icacao \ro! issjonal e das Inspetori~sReglOnals v isa substituir as antigas carteiras em1:hdas pelos slndicatos, que serviam para controlar asfer ias e para identificar 0 seu portador como urntrabalhador idoneo e qualif icado, garantido pelo sin-dicato . :'Ao invalidar as carteiras sindicais..~documento retira dos sindicatos mais urn instru-

    por isso que uma das bandeiras do movimentooperario, na primeira metade da decada de 30, e aluta contra a carteira profissional; ' acompanhada daIu ta pelo cumprimento da lei de ftrias. E e tambemnessas Iutas que 0 Ministerio do TrabaIbo c o n s e g u eselar derrotas ao movimentosindical mdependente.o caso da U Ta de Sao Paulo, pela sua importilk'iano conjunto do movimento operario, merece ser rela-tado.