KNIGHT Pecado e Salvação as principais PECADO E ......Casa Publicadora Brasileira Rodovia SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP Tel.: (15) 3205-8800 –

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Teologia

PECADO E SALVAÇÃO examina o próprio coração da mensagem evan-

gélica: a obra de Deus por nós, sobretudo na cruz. Depois, passa a tratar

de forma mais ampla de sua obra em nós.

Diferentemente de livros sobre teologia abstrata, Pecado e Salvação

fornece não apenas informações teóricas, mas também orientações prá-

ticas para a vida diária. O livro procura mostrar a inter-relação entre os

componentes da salvação, investigando conceitos como justi� cação, san-

ti� cação, perfeição e impecabilidade.

Convertido do agnosticismo ao cristianismo há mais de 40 anos,

George Knight vem estudando desde então o que signi� ca ser salvo –

aquilo que Deus faz por nós e em nós.

Este livro é, sob vários aspectos, o resultado de uma pesquisa pessoal:

a combinação de descobertas bíblicas, estudos acadêmicos e encontros

com cristãos. Pecado e Salvação é uma obra clara e informativa, que o

ajudará a compreender melhor o plano divino da redenção.

George R. Knight é professor aposentado de

História da Igreja no Seminário Teológico da

Universidade Andrews. Autor de muitos livros,

escreveu a série Adventist Heritage e a série

Ellen White, além de diversos comentários de-

vocionais da Bíblia.

George R. Knight, educador,

historiador e teólogo reconhecido,

foi professor na Universidade

Andrews. Seus diversos livros

sobre a história e teologia da

Igreja Adventista do Sétimo Dia

têm sido publicados em várias

partes do mundo. Escreveu e

editou mais de 70 obras em áreas

diversas, sendo considerado um

dos autores adventistas mais

produtivos após Ellen G. White.

Atualmente, vive com a esposa,

Bonnie, em Rogue River, Oregon.

De forma elegante e direta,

George Knight apresenta em

Pecado e Salvação as principais

di� culdades teológicas

discutidas atualmente pela

igreja em relação ao tema da

perfeição cristã. Considerando

sua própria experiência com o

perfeccionismo, o autor examina

algumas questões fundamentais

para o entendimento da salvação:

O que é o pecado? O que

é tentação? O que é a lei?

O que signi� ca estar salvo?

Como entender a relação entre

justi� cação, santi� cação e

perfeição? Que tipo de perfeição

testemunhará a última geração?

Neste livro você encontrará a

resposta para essas e outras

perguntas referentes ao assunto.

SALVAÇÃOE

O QUE É SER PERFEITO AOS OLHOS DE DEUSP

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GEORGE R. KNIGHTNão há tema mais importante do que o plano divino

da salvação em favor de um mundo perdido.

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SALVAÇÃOE

O QUE É SER PERFEITO AOS OLHOS DE DEUS

GEORGE R. KNIGHT

TraduçãoJosé Barbosa da Silva

Casa Publicadora BrasileiraTatuí, SP

Título original em inglês:Sin and Salvation

Copyright © da edição em inglês: Review and Herald, Hagerstown, EUA.Direitos internacionais reservados.

Direitos de tradução e publicação em língua portuguesa reservados àCasa Publicadora BrasileiraRodovia SP 127 – km 106Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SPTel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888www.cpb.com.br

1ª edição: ? mil exemplares2016

Coordenação Editorial: Vanderlei DornelesEditoração: Glauber S. Araújo e Vanderlei DornelesRevisão: Jéssica ManfrimProjeto Gráfico: Thays LóiaProgramação Visual: Alexandre GabrielCapa: Renan MartinImagem de Capa: Pearl / Lightstock

IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Knight, George R.

Pecado e Salvação : o que é ser perfeito aos olhos de Deus / George R. Knight ; tradução José Barbosa da Silva. – Tatuí, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2016.

Título original: Sin and salvationBibliografia.ISBN 978-85-345-2254-0

1. Adventistas do Sétimo Dia – Doutrinas2. Justificação (Teologia cristã) 3. Perfeição –Aspectos religiosos – Adventistas do Sétimo Dia4. Santidade – Adventistas do Sétimo Dia5. Santificação – Adventistas do Sétimo DiaI. Título

16-00110 cdd-234Índices para catálogo sistemático:

1. Salvação : Doutrina cristã 234

Tipologia: Warnock Pro Light Display 11,2/14 – 13165/26053

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorização escrita do autor e da Editora.

Os textos bíblicos citados neste livro foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada, 2ª edição, salvo outra indicação.

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Dedicado a

Roger e Peggy Dudleyque exemplificaram em minha vida a generosidade do amor.

Sumário

Palavra ao leitor �� 6

CaPítulo 1 – Fariseus São Boas Pessoas �� 10A mosca no azeite do farisaísmo O problema em ser bom O farisaísmo ainda vive

CaPítulo 2 – Pecado Original e Não Original �� 28Pecado original O núcleo do pecado Pecados que não são pecados Perspectiva conclusiva

CaPítulo 3 – Usos Ilegítimos da Lei �� 57O propósito da lei Identificando a verdadeira lei O cristão e a lei

CaPítulo 4 – Justificação Durante uma Vida, Santificação em um Momento �� 73Recebendo o que não merecemos Tomando posse do que não merecemos Justificação e temas correlatos A justificação universal Justificação durante uma vida, santificação em um momento Justificação e santificação – termos relativos

CaPítulo 5 – Mais Sobre Santificação �� 108Crescimento em Cristo Tensão entre o ideal e o real Além da santificação de “varal” O Espírito Santo e a santificação E as obras? “Boas” obras e “más” obras E o esforço humano? Obras no juízo A santificação e os “meios da graça”

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CaPítulo 6 – Santificação, Perfeição e o Exemplo de Jesus �� 136 Além da interpretação negativa das boas-novas Imitando Jesus: o imperativo do Novo Testamento A essência da tentação e da vitória de Cristo O caráter de Cristo

CaPítulo 7 – Concepção Bíblica de Perfeição e Impecabilidade �� 154 Sede perfeitos: uma ordem bíblica Perfeição bíblica Impecabilidade bíblica Perfeitos, porém pecadores John Wesley e a perfeição bíblica

CaPítulo 8 – Ellen White, Perfeição e Impecabilidade �� 176Luz “maior” e luz “menor” Equívocos sobre a perfeição de caráter Perfeitos como Cristo Perfeição: um processo dinâmico Impecáveis, mas ainda pecadores A natureza da perfeição de caráter

CaPítulo 9 – Perfeição e a Última Geração �� 193A Bíblia e a última geração Ellen White, o fim e a purificação do santuário Reproduzindo perfeitamente o caráter de Cristo Subsistindo no tempo de angústia sem um mediador A fé vivida por Enoque e Elias Dois tipos de perfeição e o fim

CaPítulo 10 – Crescendo na Perfeição pela Eternidade �� 219 A natureza da perfeição terrena Ressurreição, trasladação e a perfeição contínua Crescimento durante a eternidade

índiCe de nomes e temas �� 228

Palavra ao Leitor

Não há tema mais importante do que o plano divino da salvação em favor de um mundo perdido. Pecado e Salvação é o segundo volume da série que escrevi sobre o plano redentor de Deus. O primeiro, The

Cross of Christ [“A Cruz de Cristo”], enfoca especificamente a obra de Deus por nós e a importância do sacrif ício de Cristo na cruz. O presente livro, além de continuar tratando da obra de Deus em favor das pessoas, inclui também a obra divina na vida delas, em termos de santificação e perfeição. Os dois volumes juntos analisam o tema geral do plano da redenção e sua esfera de abrangência.

Pecado e Salvação também procura mostrar a inter-relação entre os componentes da salvação. A tese subjacente ao livro é que diferentes con-ceitos de pecado levam a diferentes estratégias de “obter” justiça. O livro mostra que o maior erro da visão farisaica dominante na época de Cristo era sua definição de pecado. Uma definição equivocada levou os fariseus a conceitos improdutivos (e até mesmo destrutivos) de justiça e perfeição. Infelizmente, o problema e a confusão não morreram com os fariseus do primeiro século a.C.

Os adventistas do sétimo dia também têm se esforçado continuamente para compreender como as pessoas são salvas. Alguns enfatizam o esforço humano, a santificação e, de certo modo, a perfeição completa. Já outros acham que a salvação se restringe basicamente à justificação (forense) e que a santificação humana é obtida vicariamente por intermédio da vida perfeita de Cristo. Outros ainda, minimizando o esforço humano, sugerem que “Jesus já fez tudo” – a parte que nos cabe, depois de aceitar a Cristo, é apenas nos sentar e apreciar a viagem!

Como muitos de meus livros, este se desenvolveu a partir de minha experiência pessoal. Durante 45 anos, ensinei em diversas ocasiões as duas primeiras abordagens e flertei com a terceira, somente para descobrir que todas são, para dizer o mínimo, inadequadas. Eis a razão de estarmos aqui tentando compreender esse tema complexo.

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Desde minha conversão do agnosticismo ao cristianismo em 1961, te-nho procurado compreender o que significa ser salvo – o sentido da obra de Deus por nós e em nós. Este livro é, de certa forma, resultado de minha experiência pessoal; embora seja também fruto dos inúmeros contatos que mantive com pessoas que tentam viver uma vida cristã, de estudos acadêmi-cos e reminiscências biográficas sobre o tema. Nada é mais importante para mim do que compreender como ser justo diante de Deus e estar preparado para desfrutar seu reino de amor, tanto na era presente como na era porvir.

Assim, Pecado e Salvação é mais do que um livro sobre teologia abs-trata. A teologia, em sua melhor forma, visa não só fornecer informações teóricas, mas também orientações práticas para a vida diária. Uma teologia que não ajuda a superar as crises e os desafios do cotidiano é, no mínimo, insatisfatória. Espero que as sugestões apresentadas neste estudo não só ilu-minem a mente dos meus leitores, mas também produzam discernimento sobre a luta pertinaz e intensa que as pessoas travam diariamente por viver em um mundo de pecado.

Com exceção do “A Cruz de Cristo”, o presente livro guarda estreita re-lação com o tema de meus outros livros. Temos, em primeiro lugar, I Used to Be Perfect: A Study of Sin and Salvation [“Eu Costumava Ser Perfeito: Um Estudo sobre Pecado e Salvação”] (2001), que tanto resume como amplia a tese apresentada em Pecado e Salvação. Também abordei muitos dos temas tratados no livro atual em Exploring Galatians and Ephesians [“Investigando Gálatas e Efésios”] (2005), Walking With Paul Through the Book of Romans [“Caminhando com Paulo Através do Livro de Romanos”] (2002) e, de uma perspectiva histórica, em minha trilogia sobre as discussões sobre justifica-ção pela fé na assembleia da Associação Geral de 1888: From 1888 to Apos-tasy: The Case of A. T. Jones [“De 1888 à Apostasia: O Caso de A. T. Jones”] (1987), Angry Saints: Tensions and Possibilities in the Adventist Struggle over Righteousness by Faith [“Santos Zangados: Tensões e Possibilidades na Luta em Torno da Justificação pela Fé”] (1989) e A User-friendly Guide to the 1888 Message [A mensagem de 1888 (CPB, 2003)].

De todos os meus livros publicados, Pecado e Salvação foi, em vários as-pectos, o livro mais dif ícil de ser escrito. Apesar da tentação de me desviar dos temas dif íceis nele tratados, procurei enfrentar cada um deles de forma res-ponsável. Nenhuma obra, obviamente, é capaz de fazer justiça à profundidade

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e complexidade do plano da salvação. Embora seja nosso privilégio iniciar tal estudo em nossa existência terrena, continuaremos, através da eternidade, a compreender cada vez mais a riqueza da obra de Deus.

Uma coisa me surpreendeu mais do que outras, durante a pesquisa para este livro: o enorme consenso que existe entre cristãos de diferentes contextos e denominações quanto aos elementos fundamentais da gran-diosa obra salvífica de Deus por e em seu povo. Até mesmo adventistas de posições aparentemente antagônicas geralmente encontram base comum quando são forçados a ser específicos em “questões dif íceis” de natureza tanto teórica quanto prática. Grande parte das batalhas travadas entre co-munidades cristãs tem mais a ver com as definições de estágios e termino-logias do que com as ideias centrais do tema propriamente dito.

Embora eu mesmo tenha considerado o problema desalentador, vi que era também proveitoso quando descobri entre os cristãos mais concor-dância de opiniões sobre o assunto do que percebi a princípio. Confor-me minha pesquisa progredia, fiquei cada vez mais convencido de como eram sábias as palavras do bispo anglicano John C. Ryle, quando afirmou: “O último dia mostrará quem está certo e quem está errado” em nossa compreensão de santidade. “Enquanto isso, estou bastante convicto de que demonstrar amargura e frieza para com aqueles que não conseguem conscienciosamente concordar conosco somente revela a nossa ignorân-cia da verdadeira santidade.”1

Permita-me acrescentar uma palavra sobre o estilo. Tentei neste livro fazer o dif ícil casamento entre a linguagem popular e a precisão acadêmi-ca. O resultado é um meio-termo que, espero, edifique o leitor e o estimule a um interesse mais profundo pelo assunto.

De modo geral, procurei redigir o texto em grandes e claras pinceladas, de sorte que os temas do evangelho fossem apresentados de forma enfáti-ca e como parte de um todo unificado. Devo lembrar ainda que os capítu-los oito e nove, mais do que os outros, tratam de questões especificamente adventistas. Liberei espaço extra para eles, visto constituírem os aspectos centrais da discussão e da escatologia adventista.

Este livro foi publicado em 1992 sob o título The Pharisee’s Guide to Perfect Holiness: A Study of Sin and Salvation [“Guia Farisaico para a Perfeita Santi-dade: Um Estudo sobre Pecado e Salvação”]. Fora as mudanças editoriais,

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o conteúdo permanece praticamente inalterado. As duas exceções vão para a ampliação e enriquecimento das seções que tratam da “questão da justificação universal” e para a definição filosófica grega de perfeição como impecabilidade.

São muitas as pessoas com quem estou em débito ao escrever este li-vro. Agradeço especialmente a Raoul Dederen, Atilio Dupertuis e Robert Olson por terem lido todo o original da primeira vez em que foi publi-cado; e a Robert Johnston pela leitura do primeiro capítulo. As críticas e sugestões dessas pessoas contribuíram para que o original se tornasse mais preciso. O livro ficou melhor graças aos seus aportes e teria ficado ainda melhor, caso eu tivesse seguido todos os conselhos que me deram. Joyce Werner merece também minha gratidão por haver digitado todo o texto, que escrevi a mão.

Um agradecimento especial vai também para Mika Devoux por fazer uma versão digitalizada mais limpa do exemplar escaneado. Agradeço também à minha esposa, Bonnie, por digitar as emendas aparentemen-te intermináveis; e, por fim, a Gerald Wheeler e a Jeannette Johnson por acompanhar o livro em todo o seu processo de editoração.

Acredito piamente que Pecado e Salvação: O que é ser perfeito aos olhos de Deus será uma bênção para seus leitores ao buscarem viver sua vida “em Cristo”.

George R. KnightRogue River, Oregon

1 John C. Ryle, Holiness: Its Nature, Hindrances, Difficulties, and Roots (Welwyn, Inglaterra:

Evangelical Press, 1979), p. xiv, xv.

CAPÍTULO 1

Fariseus São Boas Pessoas

Ainda fico desconcertado quando leio a Bíblia.1 Veja, por exemplo, a maneira como o Novo Testamento retrata os fariseus. Apesar da impressão deixada a respeito deles pela descrição bíblica, os fariseus

eram o que havia de melhor no povo judeu. A Jewish Encyclopedia está bastante correta quando afirma ser impossível fazer uma “avaliação com-pleta do caráter dos fariseus com base nos escritos do Novo Testamento, os quais adotam uma postura polêmica em relação a eles”.2

Encontramos também uma grande dose de verdade na denúncia, feita pela Encyclopaedia Judaica, contra a “suposição equivocada de que as re-ferências do Novo Testamento a eles como ‘hipócritas’ ou ‘raça de víboras’ (Mt 3:7; Lc 18:9) se aplicam ao grupo inteiro”. Os líderes fariseus estavam cientes da existência de membros dissimulados em seu meio e frequente-mente os descreviam como “chagas” ou “pragas do partido farisaico”.3

Muitos cristãos precisam rever sua opinião a respeito dos fariseus. Eles não eram apenas boas pessoas; eram as melhores. Eram não só moralmen-te corretos, mas também extremamente sinceros em buscar ao Senhor, bem como em proteger o nome, a lei e a Palavra de Deus.

Sem dúvida, a igreja e o mundo seriam bem melhores se muitos de nós nos aproximássemos diariamente de Deus fazendo a pergunta central do farisaísmo: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Lc 10:25; cf. Mt 19:16). Um povo totalmente dedicado a servir a Deus desde o instante em que se levantava, pela manhã, até a hora em que se recolhia à noite.

Os fariseus não só se devotavam intelectualmente à prática da justiça, mas também adotavam o mais alto padrão de moralidade na vida diária. Jesus não desmentiu o fariseu que orava rendendo graças a Deus por não ser “como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros” (Lc 18:11). Cristo também não discordou do jovem rico que alegava “observar” os dez mandamentos desde a meninice (ver Mt 19:18-20). É um exercício até cansativo tentar imaginar um povo mais determinado do que os fariseus

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em obedecer a Deus e viver de forma ética. Um breve exame em algumas de suas louváveis características nos ajudará a entendê-los melhor.

Em primeiro lugar, eles amavam e protegiam a Bíblia como a Palavra de Deus. Estavam decididos a preservar o significado essencial das Escrituras. Esse objetivo só encontrava obstáculo quando surgiam divergências de opinião sobre o significado exato de uma passagem bíblica. Como resulta-do, eles desenvolveram a teoria de que, junto com o texto escrito, havia (e sempre houvera desde o tempo de Moisés) uma tradição não escrita que suplementava o texto escrito e apontava para seu verdadeiro significado.4 Portanto, a tradição oral dos fariseus era, na realidade, o produto de sua reverência pela sagrada Palavra de Deus.

Um segundo ponto positivo dos fariseus era seu amor e dedicação à lei de Deus. Robert Travers Herford resume esse aspecto do farisaísmo de for-ma bem concisa quando afirma que “a preocupação mais importante dos fariseus era fazer da Torah [lei] o guia supremo da vida, em pensamento, pa-lavra e ação; por meio do estudo de seu conteúdo, da obediência a seus pre-ceitos, e, acima de tudo, do serviço consciente a Deus – o autor da Torah.”5

Os fariseus estavam tão profundamente comprometidos com o dever de não infringir a lei de Deus que acabaram desenvolvendo um sistema supos-tamente capaz de evitar a transgressão. Construíram, por meio de suas tradi-ções orais, uma “salvaguarda para a lei”, a fim de “protegê-la por meio de regras preventivas, que funcionariam como sinais de alerta para deter a pessoa antes que ela invadisse a distância de frenagem que a separava do estatuto divino”. 6

Foi assim, por exemplo, que eles desenvolveram 1.521 regras orais so-mente para o sábado.7 No tempo de Cristo, os fariseus possuíam inúmeras dessas cercas ou regras, as quais afetavam todos os aspectos de sua vida diá-ria. Os judeus da época de Cristo eram capazes de dizer qual o peso de uma pedra que era lícito carregar no dia de sábado, o percurso que poderia ser feito com ela e a distância a que ela poderia ser arremessada. Sua tradição oral abrangia todos os aspectos da vida, de modo que a pessoa tinha de ser bastante zelosa e sincera sobre religião para viver a vida farisaica.

Além da estrita observância do sábado, os fariseus eram dizimistas ativos e abnegados, chegando ao ponto de separar para o Senhor cada décimo das folhas de hortelã e de outras ervas (ver Mt 23:23). E, é claro, eles nunca co-meriam nem tocariam em qualquer alimento ou item considerado imundo.


As pessoas podem falar o que quiserem sobre os fariseus, mas uma coisa todos são obrigados a admitir: a vida deles era inteiramente dedicada a ser-vir a Deus e a obedecer à lei. Jesus os elogiou por levarem esse tipo de vida (ver Mt 23:23). Paulo, ao fazer uma retrospectiva de seus anos de farisaísmo, admitiu que, “quanto à justiça que há na lei”, ele era “irrepreensível” (Fp 3:6).

Um terceiro aspecto elogiável do farisaísmo era seu zelo missionário e evangelístico. Eles percorriam “o mar e a terra para fazer um prosélito” (Mt 23:15). Não eram só gentios a quem os fariseus procuravam conven-cer de seus pontos de vista, mas até mesmo judeus de outros partidos.

Segundo Joachim Jeremias, o grupo farisaico estabeleceu as regras de pureza fixadas para a vida cotidiana dos sacerdotes como o ideal a ser alcançado por todos os judeus. “Pretendiam, dessa forma, construir a comunidade santa de Israel” dentro do “verdadeiro Israel” de Deus (o re-manescente). Por conta disso, ainda que o judeu típico não gostasse dos ares de superioridade deles, o povo comum “olhava para os fariseus [...] como modelos de piedade e exemplos da vida ideal”.8

Um quarto aspecto positivo dos fariseus é que eles eram “adventistas”. Aguardavam ansiosamente e com expectativa a vinda do reino messiânico. O problema é que atrelavam essa vinda à fiel observância da lei. Alguns acreditavam que o Messias (Cristo) só viria se o povo de Deus guardasse a Torah perfeitamente, ainda que por um único dia. Por consequência, devo-tavam toda a vida em alcançar essa meta por meio de perfeita santidade.9

Os fariseus eram uma tropa de elite de homens altamente dedicados, to-talizando um contingente de seis mil homens na época de Cristo. O Novo Testamento se refere aos eruditos religiosos entre eles como “escribas”. Uma interpretação do termo fariseu é “separado”. Por extensão, o termo represen-taria “os santos, a verdadeira comunidade de Israel”.10

A seita dos fariseus floresceu depois do cativeiro babilônico. Deus havia permitido que os judeus fossem levados em cativeiro por (1) não terem sido fiéis a sua lei e (2) terem adotado os costumes de seus vizinhos pagãos. Logo depois do cativeiro de 70 anos, Esdras se tornou a figura central na condu-ção dos israelitas para mais perto dos mandamentos de Deus e para longe da cultura condescendente de sua época.

Os fariseus surgiram pela primeira vez como grupo organizado no se-gundo século a.C., durante a crise dos macabeus. Os “separados” adotaram

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um estilo de vida e uma visão teológica que preservaria a fidelidade a Deus para que Israel não precisasse voltar ao cativeiro.

Foi assim que, em sua busca de santidade, eles se separaram das cul-turas pagãs que os rodeavam e de seus costumes, das práticas seculares e transigentes adotadas pelos sacerdotes saduceus e dos hábitos descuida-dos das pessoas comuns. Pelo fato de os fariseus terem tentado preparar o terreno para a vinda do Messias por meio de uma vida piedosa, suas motivações eram louváveis em todos os sentidos.11

Devido a essa visão positiva dos fariseus, um dos ensinos de Cristo mais chocantes e revolucionários foi: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5:20). Como pode alguém ser mais fiel ou levar uma vida mais zelosa diante de Deus do que essa elite moralista, essa tropa de choque do reino de Deus?

A MOSCA NO AZEITE DO FARISAÍSMOO problema central no enfoque adotado pela tradição dominante do

judaísmo farisaico sobre Deus e a salvação era a visão inadequada do peca-do e de seu efeito sobre a capacidade humana de obedecer a Deus. A pers-pectiva rabínica12 passou a ver o pecado, em geral, como um ato específico e não como uma condição do coração e da mente.

De igual modo, a tradição farisaica dominante não via nenhuma dife-rença moral entre Adão e seus descendentes depois da queda. Em outras palavras, para eles, os seres humanos possuíam, desde a queda, a mesma capacidade de viver uma vida justa como o fizera Adão antes deles.

George F. Moore concorda: “Não há o menor indício de que a constitui-ção original de Adão tenha sofrido qualquer alteração em consequência da queda, transmitindo a seus descendentes uma natureza contaminada, na qual os apetites e paixões prevalecem necessariamente sobre a razão e a virtude.” Tampouco foi “a vontade para o bem [...] debilitada”.13

Embora seja verdade que, conforme ensinavam os rabinos, as pes-soas possuíssem um yetser ha-ra‘ (um impulso para o mal), eles também acreditavam que Deus já criara Adão com esse impulso. A inclinação para o mal podia, porém, ser subjugada e colocada a serviço de Deus, desde que humanamente controlada pelo estudo e meditação da Torah e pela aplicação dela à vida diária. “A mente [e a vida] envolvida desse


modo na religião”, escreve Moore, “exclui as tentações externas e as ma-quinações internas.”14

É nesses termos que Ed Parish Sanders resume a posição rabínica: “Existe a possibilidade de não pecar. Apesar da tendência para desobede-cer, o homem é livre para obedecer ou desobedecer.”15 Sob este ponto de vista, as pessoas poderiam, tecnicamente ou ao menos teoricamente, viver por seu próprio esforço, sem pecar.

Os judeus, porém, admitiam realisticamente que a obediência completa era coisa rara, razão por que ensinavam também o arrependimento e o per-dão. No entanto, até mesmo o arrependimento era definido por eles como uma espécie de salvação pelas obras, mediante o qual a pessoa abandonava o mal e passava a praticar o bem. Assim, pois, os pecados de uma pessoa se tornavam “brancos como a neve” (Is 1:18), por meio de uma reforma moral.

Embora os rabinos reconhecessem a realidade do perdão divino, o pon-to alto de seus ensinos sobre a graça como favor imerecido de Deus era a centralidade da obediência à lei como resposta humana à graça divina na relação pactual celebrada entre Deus e seu povo. Portanto, “o homem ‘justo’” não é, na prática, “aquele que obedece à lei de forma impecável, mas aquele que se esforça para pautar sua vida segundo a lei” e “se arrepende quando erra”. George Eldon Ladd chama atenção para o fato de que “as marcas de um homem justo” são a sinceridade e a observância prioritária da lei, bem como “o vigoroso esforço para alcançar essa meta”.16

O certo é que, embora reconhecendo a realidade e a necessidade de graça, perdão e arrependimento, a doutrina judaica colocava sempre a obediência à lei como o centro da relação entre a humanidade e Deus. Isso acabou produzindo, na prática, atitudes legalistas, ainda que o judaísmo, em sua melhor forma, reconhecesse e ensinasse que a questão de maior importância era o espírito da lei, conforme exemplificado no amor a Deus (cf. Dt 6:5; 10:12) e ao próximo (ver Lv 19:18).

Durante os séculos em que o farisaísmo se desenvolveu, o papel da lei sofreu uma mudança significativa no pensamento judaico. Ladd revela que a importância da lei chegou a ofuscar o conceito da aliança divina da graça, tornando-se mesmo “a condição de ingresso no povo de Deus”. Ainda mais grave: a observância da lei se tornou “a base do veredito de Deus sobre o indi-víduo. A ressurreição seria a recompensa daqueles que se dedicassem à lei”.

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A lei se tornou a esperança dos fiéis, peça fundamental para a justificação, salvação, justiça e vida.17

Não admira que essa ênfase acabou produzindo uma espécie de con-tabilidade legalista entre os judeus. Podemos pensar na atitude deles em termos de uma balança moral, na qual pessoas piedosas são aquelas cujos méritos superam as transgressões, enquanto as pessoas ímpias são aquelas cujas transgressões pesam mais. A Mishnah judaica expressa isso muito bem quando afirma: “O mundo é julgado pela graça, mas tudo é pesado pelas obras [boas ou más].”18

Posteriormente o Talmude apresentou o mesmo pensamento: “Aque-le que realiza predominantemente boas obras, herda o jardim do Éden; mas aquele que realiza predominantemente transgressões, herda o gehenna [infer-no].” O verdadeiro problema que se instala no juízo tem que ver, evidentemen-te, com os “meios-termos”, aqueles cujos méritos e deméritos se equiparam. Esse problema se tornou um ponto de contenda entre as escolas farisaicas de Hillel e Shammai no período do Novo Testamento. De acordo com uma das tradições, a graça de Deus faz pender a balança em favor da justiça.19

O ponto importante a destacar é que o sistema meritocrático de justi-ça adotado pelos fariseus simplificava o pecado. Dessa forma, definia-se o pecado essencialmente como uma série de ações, mesmo que o judaísmo, em seus momentos de lucidez, reconhecesse o pecado como um estado mental de rebeldia e uma ofensa contra Deus.20

Para Walther Eichrodt, o que contribuiu, sem dúvida, para a simplifica-ção do pecado em ações específicas foi o fato de que, sempre que se refere ao pecado, o Antigo Testamento “faz recair sua principal ênfase na expres-são concreta e presente do pecado”. Não bastasse isso, o próprio conceito farisaico de lei relega a segundo plano o significado mais profundo de pe-cado como rebelião contra Deus. Se levarmos em conta a metáfora farisai-ca dos pratos de uma balança procurando equilíbrio, o pecado é definido como a transgressão de cada mandamento da lei.21

Conforme já dissemos anteriormente, a maneira como os fariseus lida-vam com a lei e o pecado fez com que eles elaborassem uma quantidade cada vez maior de regras, na esperança de os salvaguardar da transgressão involuntária da letra da lei. Visto que os judeus aplicavam sua tradição oral a todas as situações da vida, produziu-se como resultado um gigantesco


conjunto de leis tanto escritas quanto orais que estavam obrigados a ob-servar. “Violar uma dessas regras era equivalente a rejeitar toda a lei e re-cusar o jugo divino.”22

De posse dessa informação, não devemos ficar surpresos com o fato de o jovem rico perguntar a Jesus sobre “o que de bom” deveria ele fazer “para alcançar a vida eterna” (Mt 19:16). Nem devemos ficar perplexos ao ver Jesus dando ao jovem rico uma resposta conforme a própria perspectiva dele, acompanhada de uma lista detalhada dos mandamentos (v. 18, 19).

Jesus dialoga com ele em seu próprio território, embora a última suges-tão de Cristo com respeito à senda da justiça e como se tornar “perfeito” desloque a questão da simplificada letra da lei para a intenção espiritual do amor a Deus e ao próximo. Ao sugerir que ele abandonasse seu modo de viver egoísta e centrado em si mesmo, Jesus enfatizou a total dedicação a Deus. O jovem achou esse último conceito pesado demais e rapidamente se afastou do Mestre que adotava ideais tão elevados (v. 20-22). É infinita-mente mais fácil guardar a letra da lei do que seu espírito.

Uma das maiores tragédias do farisaísmo é que, em sua sincera tentativa de viver à altura da letra dos mandamentos bíblicos e das regras da tradição oral, a intenção do todo foi perdida. O problema dos fariseus consistia essen-cialmente em ver a natureza do pecado como um conjunto de atos, em vez de uma condição do coração e uma atitude de rebelião contra Deus.

Infelizmente, um conceito errado de pecado os levou fatalmente a uma compreensão errônea do que é justiça. Se definirmos pecado como um conjunto de ações, o próximo passo, segundo essa lógica, é ver a justiça como um conjunto de ações e comportamentos corretos.

Foi com essa mentalidade que os fariseus desenvolveram sua abordagem de justiça e juízo divino final como pratos de uma balança. Foi também com essa perspectiva que o jovem rico quis saber que obras ele ainda precisava realizar. A resposta de Cristo (“se queres ser perfeito”) reflete o fato de que os fariseus de seu tempo buscavam apressar o reino de Deus mediante a busca de uma vida “perfeita”. Embora a intenção deles fosse louvável, sua visão equi-vocada de pecado os levava a um conceito equivocado de justiça.

Lamentavelmente, a despeito dos ensinos do Novo Testamento, o es-forço para apressar o reino de Deus mediante uma visão simplificada de pecado e justiça ainda prevalece no século 21, inclusive no adventismo.

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Na verdade, o mais destacado teólogo do adventismo nas décadas de 1930 e 1940 adotou a mesmíssima posição dos fariseus com respeito ao pecado e à justiça.

Discorrendo sobre santificação como obra vitalícia, Milian L. Andreasen observou que ela começa na conversão e continua ao longo de toda a vida. “Cada vitória”, escreveu ele, “apressa o processo. Poucos cristãos há que não ob-tiveram a vitória sobre algum pecado que antes [...] os vencia.” Muitas pessoas que eram escravas do fumo alcançaram a vitória sobre o vício, deixando de ser para elas uma tentação. “Nesse ponto está santificado. Assim como se tornou vi-torioso sobre uma tentação, pode chegar a sê-lo sobre todo pecado. Terminada a obra e alcançado o triunfo sobre o orgulho, a ambição, o amor ao mundo e todo o mal, estará pronto para a trasladação. Terá sido provado em todos os pon-tos. O maligno terá vindo e nada terá achado. Satanás não terá mais nenhuma tentação para ele. Ele os venceu a todos. Estará irrepreensível mesmo perante o trono de Deus. Cristo porá sobre ele seu selo. [...]

“Assim sucederá com a última geração que vive sobre a Terra. Por meio dela, Deus efetuará a demonstração final do que pode fazer com a huma-nidade [...]. [Os crentes da última geração] estarão sujeitos a toda tentação, mas não cederão. Provarão que é possível viver sem pecar – demonstra-ção que o mundo tem aguardado [...]. Será evidente a todos que o evange-lho pode, com efeito, salvar plenamente.”23

A citação acima é de extrema importância na história adventista. Ten-dências e escolas de pensamento têm se baseado nessa abordagem do pe-cado, justiça e perfeição. Mesmo sem negar a capacidade divina de salvar plenamente e a necessidade de uma última geração “irrepreensível” que viva sobre a Terra (Ap 14:5), tentarei demonstrar neste livro que a teolo-gia adventista possui duas maneiras distintas de definir o pecado, as quais levaram a várias (mais de duas) abordagens diferentes sobre a justiça e a perfeição dentro da denominação.

Este livro também defende, com relação a este ponto, que o maior erro dos fariseus da antiguidade era sua definição de pecado. O capítulo 2 abor-da o tema do pecado. O restante do livro, do capítulo 4 até o 10, trata sobre justiça, perfeição e “fé para trasladação”, a partir de uma visão bíblica a res-peito do pecado. Enquanto isso, precisamos passar mais algum tempo com nossos amigos: os fariseus.


O PROBLEMA EM SER BOMA parábola do fariseu e do publicano (Lc 18:9-14) é provavelmente a me-

lhor ilustração do Novo Testamento acerca do problema da bondade huma-na. “Dois homens”, conta Jesus, “subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: ‘Ó Deus, graças [eu] te dou porque [eu] não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; [eu] jejuo duas vezes por semana e [eu] dou o dízimo de tudo quanto ganho.’ O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, sê propício a mim, peca-dor!’ Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”

Precisamos destacar várias coisas a respeito da oração do fariseu. Em primeiro lugar, sua oração não passava de um catálogo de suas próprias virtudes, tanto de uma perspectiva negativa quanto positiva. Além de não ser como as demais pessoas, ele faz uma lista de seus méritos. Por cinco ve-zes, ele emprega o pronome pessoal “eu” com relação às próprias virtudes. Para William Barclay, “o que o fariseu estava realmente fazendo era apre-sentar a Deus uma carta de recomendação própria.”24 Essa apresentação se baseava, obviamente, na simplificação do pecado. O fariseu era capaz de quantificar sua justiça: podia contabilizar seus méritos.

Em segundo lugar, ele era capaz não só de quantificar sua justiça, mas também de se comparar ao coletor de impostos e se sentir satisfeito consigo mesmo. E o pior: ele se aproveitou dos pecados do seu semelhante para construir sua autoimagem. Lucas acrescenta que o fariseu em questão não só confiava em si mesmo, mas também “desprezava os outros” que não eram tão bons quanto ele. Esse problema, triste é dizer, continuou a infectar as personalidades farisaicas através da história.

Em terceiro lugar, a parábola mostra que o fariseu, apesar de sua bon-dade, encontrava-se totalmente perdido espiritualmente. Ele orava apenas consigo mesmo ou de si para si mesmo (v. 11); não tendo a menor ideia de que estava perdido. Em seu zelo e confiança por ser bom, concluiu que havia conseguido. Poderíamos compará-lo ao rabino Simeon ben Jochai, que afirmou certa vez: “Se houver apenas dois homens justos no mundo, somos eu e meu filho; mas se houver só um, esse sou eu!”25

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O fariseu da parábola demonstrou que não compreendia a natureza nem a profundidade do pecado. Suas ações davam a entender que, mediante o es-forço cada vez mais intenso e frequente, ele conseguiria erradicar o pecado de sua natureza. Essa atitude gerava uma forma de “santificação corrompida”, que cavava um profundo abismo entre a fé em Deus e a vida diária. Os resul-tados eram “destrutivos para a verdadeira religião”.26

A parábola de Lucas 18 representa, portanto, a maneira pela qual a bus-ca da justiça pode estar equivocada.27 A raiz do problema era que, para o fariseu, pecado e justiça não passavam de uma série de ações, em vez de uma condição da mente e um relacionamento com Deus. O fariseu tam-bém não conseguia enxergar que os seres humanos são pecadores por na-tureza, e que a bondade humana – levando-se em conta a propensão para o mal existente no coração – só faz as pessoas mergulharem mais profun-damente no núcleo do pecado; ou seja, no orgulho e na autossuficiência.

Ao opinar sobre o problema, Peter T. Forsyth observou que não há pe-cado mais sutil do que o pecado da bondade: o pecado de “pessoas boas que pensam que são boas, mas não são”. Em outro contexto, Forsyth iden-tifica o farisaísmo como “anticristão”, porque se trata de uma religião cen-trada no ser humano. Ellen White concorda com essa avaliação, quando escreve que “os princípios nutridos pelos fariseus, porém, são os que for-mam as características da humanidade em todos os séculos. O espírito de farisaísmo é o espírito da natureza humana”.28

Sem uma compreensão da profundidade do pecado, as pessoas carecem de um “ingrediente fundamental” para o autoconhecimento. Essa compre-ensão nos ajuda a entender “por que os seres humanos praticam determina-das coisas, desde as infrações mais brandas até os crimes mais hediondos”.

Um conceito adequado de pecado nos permite perceber, conforme observa Bernard Ramm, que “somos pecadores no ‘centro de comando de nossa alma’”. É desse centro que saem as ordens para a ação. Perceber a pro-fundidade e a natureza do pecado também nos ajuda a compreender não só o pecado da bondade, mas também a necessidade humana de depender inteiramente da salvação pela misericórdia de Deus.29

Infelizmente, o fariseu de Lucas 18 não tinha nenhum desses discernimen-tos. Foi por esse motivo que Jesus afirmou que esse homem, o qual procurava se autojustificar em sua oração, não saiu dali justificado. “De todos os pecados”,


lemos em Parábolas de Jesus, “o orgulho e a presunção” são “o[s] que menos es-perança incute[m] e o[s] mais irremediáve[is]”. Isto acontece porque não sen-timos necessidade de ser bons. Por este motivo, o escritor puritano William Perkins caracterizava a bondade humana como “uma bela abominação”.30

O problema dos fariseus do mundo, porém, não se limita apenas a sua au-tossuficiência. Os que se orgulham de sua bondade moral e de suas realizações religiosas em geral também se estabelecem como juízes de outras pessoas.

Ellen White expressou esse conceito muito bem quando afirmou que todo aquele que confia em sua própria bondade, “desprezará os demais”. Como o fariseu, “julga a si próprio por outros homens, julga os outros por si. Sua justiça é avaliada pela deles, e quanto piores”, melhor ele se sente a seus próprios olhos. “Sua justiça própria leva-o a acusar. ‘Os demais homens’, ele condena como transgressores da lei de Deus.” Ele manifesta, desse modo, o próprio espírito de Satanás, o acusador dos irmãos (Ap 12:10).31

Esses são os frutos do pecado da bondade. Um dos primeiros sintomas visíveis dessa que é a mais grave de todas as enfermidades espirituais é o desenvolvimento de um espírito crítico.

Outro sintoma de farisaísmo é a tendência de fazer regras e mais regras, regulamentos e mais regulamentos. Embora seja importante adotar padrões cristãos elevados, conforme iremos enfatizar nos capítulos subsequentes, cer-tas maneiras de nos relacionarmos com esses padrões não são saudáveis. As coisas se tornam doentias no âmbito das regras e dos regulamentos quando passam a ser vistas como fins em si mesmas, e não como meios de ajudar uma pessoa a amar a Deus e ao próximo de forma mais ampla.

Os fariseus multiplicavam regras para proteger a lei de Deus e faziam isso com toda a sinceridade. Afinal de contas, como diz a “lógica do terreno es-corregadio”, a menor imprudência em relação ao sábado pode levar à violação total do quarto mandamento. Foi pensando assim que os fariseus desenvol-veram, conforme foi mencionado anteriormente, 1.521 regras para proteger e resguardar o sábado. Eles também ampliaram suas prescrições alimentares. Seu apego exagerado à pureza cerimonial nos rituais de adoração os levou à aplicação fanática da limpeza em todas as áreas da vida.

Além de criarem esse amontoado de leis complementares para res-guardar e proteger a lei de Deus, instituíram outros dispositivos com os quais podiam computar os considerados atos de justiça, conforme as

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pessoas fossem pesadas diariamente nos pratos da balança da salvação. Esse modo de agir, porém, deixou as pessoas menos zelosas, por ter de enfrentar um catálogo cada vez maior de “pecados”.

Essa forma de encarar a lei, o pecado e a justiça, ainda que com a boa intenção de honrar a Deus e proteger seus mandamentos, infelizmente acabou produzindo um resultado oposto ao que se esperava. Foi por isso que Jesus relembrou aos fariseus que as leis deles não tinham todas a mes-ma importância, quando afirmou que “o sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2:27).

Em seu zelo pelas regras que eles próprios haviam criado, esqueceram-se da lei do amor, que dá sentido a todas as regras. Na verdade, foi sua obsessão por regras que os levou a perseguir aqueles que pareciam violá-las, como no caso do paralítico curado, que foi visto carregando seu leito (Jo 5:9-15), e do cego de nascença, que foi curado por Jesus (Jo 9:1-34), ambos em um dia de sábado.

Para os fariseus, a letra da lei (neste caso, que nenhuma obra deveria ser realizada no sábado) era mais importante do que seu espírito. Jesus foi fron-talmente contra essa ênfase. Infelizmente, a atitude deles se desenvolveu em um ódio cego e fanático, culminando com a morte do Salvador na cruz.

O papel dos fariseus na crucificação representou o clímax da confu-são espiritual. Em seu desejo de proteger a lei, crucificaram o Messias, que havia promulgado a própria lei. Embora adotassem uma ortodoxia rígida, faltava-lhes o amor. Confundiam bondade moral e ortodoxia com religião. Saulo de Tarso foi o exemplo típico dessa mentalidade. William Coleman descreve Saulo vivamente como alguém que “havia entrado no círculo se-vero daqueles que assassinariam por causa do amor”.32

Esse amor, porém, enfocava o ideal errado. Só porque as pessoas são since-ras em seus motivos não significa que estão corretas em suas ações. Os odres velhos das concepções de Saulo acerca do pecado e da justiça só se romperam quando ele passou pela experiência da estrada de Damasco (At 9:1-9). Foi a partir de então que ele passou a pregar um evangelho diferente.

Um problema estreitamente relacionado com a dureza do coração farisaico era a tendência de dar uma aparência exterior à religião. Afinal, conforme ressalta Coleman, “qual a vantagem de viver uma vida justa, se ninguém sabe disso?” Portanto, “só há uma coisa mais importante do que ser humilde: é parecer humilde”.33


Dois dos sinais exteriores mais evidentes da piedade farisaica eram o uso ostensivo de filactérios (pequenas caixas contendo trechos escritos da lei, presas à testa e ao antebraço esquerdo) e franjas (tiras de fios pendentes dos cantos das roupas judaicas que serviam como lembretes da lei).

Foi pensando na maneira pretensiosa como os fariseus usavam esses símbolos, que Jesus afirmou: “Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas. Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras ca-deiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23:5-7).

A aparência se tornou a questão-chave para muitos fariseus. Inúmeras de suas práticas religiosas diárias eram planejadas para obter o efeito máxi-mo em uma exibição pública. Assim sendo, caso chegasse a hora da oração e eles estivessem no meio de uma estrada, se curvavam ali mesmo, atrapa-lhando o trânsito, “até que a ocasião solene seguisse seu curso” (cf. Mt 6:5, 6). Repetidas vezes Jesus entrou em conflito com os fariseus porque eles, em geral, enfatizavam mais o exterior do que o interior.34

Foi para os aspectos hipócritas do farisaísmo que Cristo dirigiu algu-mas de suas mais severas reprovações. “Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim’” (Mc 7:6; cf. Is 29:13). Em outra ocasião, o “meigo Jesus” os acusou de serem “guias cegos”, que coavam mosquitos, mas “engoli[am] camelos!” (Mt 23:24).

Os antigos judeus estavam bem cientes do problema da hipocrisia fari-saica. O Talmude enumera sete classes de fariseus, dos quais cinco eram hi-pócritas ou tolos excêntricos: “(1) ‘o fariseu ombro’, que usa, por assim dizer, suas boas ações ostensivamente sobre os ombros; (2) ‘o fariseu espere-um- pouco’, que sempre diz: ‘Espere um pouco até que eu tenha praticado a boa ação que me espera’; (3) ‘o fariseu machucado’, que, a fim de evitar olhar para uma mulher, abaixa a cabeça e acaba chocando-se contra o muro, ficando machucado e sangrando; (4) ‘o fariseu pilão’, que caminha tão cabisbaixo que se parece com um pilão em um almofariz; (5) ‘o fariseu acerto-de- contas’ que diz: ‘Deixe-me saber o que posso fazer de bom para neutrali-zar o que fiz de ruim’; (6) ‘o fariseu temente a Deus’ a exemplo de Jó; e (7) ‘o fariseu que ama a Deus’ à maneira de Abraão.”35

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Podemos supor que muitos fariseus pertencentes às duas últimas clas-ses reagiram positivamente ao chamado de Jesus. Eles também estavam fartos dos abusos farisaicos. Essa foi a razão de alguns deles terem adver-tido Jesus da conspiração de Herodes (Lc 13:31), e de Nicodemos ter ar-riscado corajosamente sua carreira e sua vida ao desempenhar um papel central no sepultamento do Senhor (Jo 3:1; 19:38-40).

Ao que tudo indica, depois do Pentecostes, muitos fariseus se converte-ram ao Cristo ressuscitado (At 15:5). Embora cristãos conversos, tiveram de lutar bravamente para se livrar das armadilhas de sua antiga religião, cheia de normas, exterioridades, ênfase no mérito humano e tendência de criticar e até mesmo perseguir os que não viviam à altura dos padrões que impunham a si mesmos e à igreja (ver, por exemplo, Atos 15 e o livro de Gálatas).

O fato de o espírito farisaico ter se infiltrado no cristianismo foi uma das experiências mais infelizes da igreja apostólica. Como o cavalo de Troia dos tempos homéricos, essa mentalidade se tornou uma ameaça mortal para o ver-dadeiro cristianismo. Paulo gastou grande parte de seu ministério combatendo o “farisaísmo batizado”, mas ainda assim não conseguiu destruí-lo totalmente.

O FARISAÍSMO AINDA VIVEA triste verdade é que o farisaísmo continua a existir na igreja e mesmo

dentro do adventismo. A razão pela qual ele ainda está vivo (e bem vivo) é que não se trata de um grupo histórico, mas de um estado de espírito. Em essência, o fariseu é o que a Bíblia chama de “o homem natural”, a pessoa satisfeita consigo mesma, em parte porque confunde a verdadeira justiça com uma vida moralmente correta.

Sob muitos aspectos, o problema principal dos fariseus é sua genuína bonda-de. Essas pessoas não sentem necessidade de Cristo. Do ponto de vista humano, elas se orgulham de suas realizações morais. “É possível fazer algo por um peca-dor endurecido”, escreve Peter T. Forsyth. “Ele pode ser quebrantado. Mas não sei o que se pode fazer por um santo viscoso, como aqueles que se encobrem com lã, absortos no conforto de sua religião, curtidos como couro, macios e resistentes como uma luva por seus frequentes e penosos batismos [...]. Existe algo mais con-fortável, egoísta e sem esperança [...]? Quando a religião é desvirtuada para se tor-nar apenas um meio de obter conforto e satisfação, cria-se uma couraça exterior tão dura que nem mesmo a graça de Deus consegue atravessar.”36


Um dos grandes problemas das pessoas moralmente respeitáveis é não perceber como estão perdidas em seu estado natural nem como depen-dem inteiramente da graça de Deus. Esse problema se torna ainda mais grave quando esses indivíduos possuem muitos bens materiais. Moradores de rua reconhecem sua necessidade, mas aqueles a quem a Bíblia caracte-riza como cristãos de Laodiceia não sabem que são infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus. Não sentem necessidade de refinamento “pelo fogo”, de “vestiduras brancas“ nem de “colírio” para ungir os olhos (Ap 3:15-18).

Com isso em mente, não é dif ícil concordar com a afirmação de Coleman, de que “os fariseus são nossos primos não muito distantes. Eles fizeram bem pouco a fim de que não precisássemos nos esforçar muito para rivalizá-los em ação ou em espírito. Costumamos usá-los como sacos de pancada, quando na verdade eles se sairiam melhor como espelhos.”37

Se a primeira tentação do fariseu moderno é se orgulhar de suas realiza-ções espirituais, a segunda é a de ser crítico dos outros. Como bem o disse Emil Brunner, “mostre-me alguém que não seja fariseu. Qual de nós não de-seja um pequeno trono no qual possa se sentar para julgar os outros?”38

Não pode haver nada mais destrutivo do que um espírito crítico. No entanto, ainda que pareça bem estranho, muitos dos chamados cristãos vivem criticando seu pastor, sua igreja e todos aqueles com quem não concordam. Basta apenas parar para escutá-los por um momento. Os fari-seus modernos são tão “bons” em criticar quanto seus antigos homólogos. Sempre que uma pessoa está mais disposta a criticar do que a ver os pon-tos positivos, ela apresenta os sintomas de farisaísmo.

Foi esse espírito que dividiu a assembleia da Associação Geral reali-zada em Mineápolis em 1888.39 E o mesmo espírito continua a assolar o adventismo sempre que certos extremistas multiplicam regulamentos e criticam tudo, desde a maneira como as pessoas se comportam diante de Deus até o que podem (ou não) comer.

Um dos problemas dos fariseus é que, embora conheçam todas as re-gras sobre a caridade, nunca aprenderam realmente a amar as pessoas. Em 1888, Ellen White se referiu a essas pessoas como “icebergs morais, frios, sem alegria, sombrios e hostis”.40

Todos nós conhecemos esses indivíduos, e alguns de nós (inclusive eu mesmo) até já partilhamos de seu espírito em nosso zelo pelos detalhes da

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doutrina e do estilo de vida adventista. Já tivemos nossos grupos de estudo e realizamos infindáveis discussões sobre as minúcias da lei. Mas, de vez em quando, um choque de realidade nos atinge, fazendo-nos compreen-der que é mais fácil passar uma dúzia de horas discutindo a letra da religião do que passar alguns minutos obedecendo a seu espírito.

Para ser sincero, pessoalmente eu acho mais fácil multiplicar regula-mentos do que cuidar verdadeiramente das pessoas. A verdade chocante é que por baixo da pele de cada um de nós pode estar escondido um fariseu, procurando impor o seu espírito sobre um mundo desprevenido e uma igreja que considera sem muitos merecimentos.

Somos tentados não só a imitar os judeus da antiguidade na recriação de um “Mishnah” de interpretações orais para impor a nossos semelhan-tes, mas (pior ainda), alguns de nós procuram colocar a própria camisa de força teológica em Deus. Os fariseus de todas as gerações estão ocupados “criando” um Deus do Céu a sua própria imagem religiosa.

1 Ver George R. Knight, The Cross of Christ: God’s Work for Us (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2008), p. 13-17.2 “Pharisees”, The Jewish Encyclopedia (Nova York, NY: Funk & Wagnalls, 1905).3 Cecil Roth e Geoffrey Wigoder, eds., “Pharisees”, Encyclopaedia Judaica (Nova York, NY: Macmillan Company, 1972).4 George Foot Moore, Judaism in the First Centuries of the Christian Era: The Age of the Tannaim (Cambridge, MA: Harvard University Press, 1946), v. 1, p. 235-262; Isaac Landman, ed., “Pharisees”, The Universal Jewish Encyclopedia (Nova York, NY: The Universal Jewish Encyclopedia Inc., 1939-1943).5 Landman.6 Moore, p. 259.7 Ibid., v. 2, p. 28. Ver exemplos em Don F. Neufeld e Julia Neufeld, eds., “Sabbath”, Seventh day Adventist Bible Students’ Sourcebook (Washington, DC: Review and Herald, 1962).8 Joachim Jeremias, Jerusalem in the Time of Jesus (Philadelphia, PA: Fortress, 1969), p. 265-267.9 Babylonian Talmud, Sanhedrin 97b; Shabbath 118b; Jerusalem Talmud, Taanith 64a.10 Flávio Josefo, A Antiguidade dos Judeus, XVII.2.4; Jeremias, p. 246, 252.11 A respeito da ascensão dos fariseus, ver Moore, v. 1, p. 3-124. Louis Finkelstein, The Pharisees: The Sociological Background of Their Faith (Philadelphia, PA: Jewish Publication Society of America, 1938), v. 1, p. 73-81; Jeremias, p. 246-267; Geoffrey W. Bromiley et al., eds., “Pha-risees”, The International Standard Bible Encyclopedia (Grand Rapids, MI: W. B. Eerdmans, 1977-1988).


12 O rabinismo judaico floresceu mais no período pós-bíblico, embora os especialistas no assunto acreditem que os pontos de vista rabínicos predominavam entre os fariseus já na época do Novo Testamento.As três últimas décadas do século 20 testemunharam um vigoroso debate sobre o lugar da lei no judaísmo e sobre a natureza do próprio judaísmo rabínico. Para uma visão global sobre o tema, ver Stephen Westerholm, “The ‘New Perspective’ at Twenty-Five”, em D. A. Carson, Peter T. O’Brien, e Mark A. Seifrid, eds., Justification and Varigated Nomism, (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2004), v. 2, p. 1-38.13 Roth e Wigoder, “Sin”; Moore, v. 1, p. 479.14 Moore, v. 1, p. 479, 489-492.15 E. P. Sanders, Paul and Palestinian Judaism (Philadelphia, PA: Fortress, 1977), p. 114, 115.16 Moore, v. 1, p. 509, 510, 521; George Eldon Ladd, A Theology of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1974), p. 496, 498, 499.17 Ladd, p. 497.18 Gerhard Kittel, ed., “Dikaios”, Theological Dictionary of the New Testament (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2006); Mishnah, Aboth 3:16 (parênteses no original).19 Yerushalmi Peah 1:1, citado em Roger Brooks, The Spirit of the Ten Commandments (San Fran-cisco, CA: Harper & Row, 1990), p. 10; Werner Foerster, From the Exile to Christ (Philadelphia, PA: Fortress, 1964), p. 218, 219; J. A. Ziesler, The Meaning of Righteousness in Paul (Cambridge, Inglaterra: Cambridge University Press, 1972), p. 122.20 Para um debate sobre o pecado como rebelião, ver Solomon Schechter, Aspects of Rabbinic Theology: Major Concepts of the Talmud (Peabody, MA: Hendrickson, 1998), p. 219; Bruce D. Chilton e Jacob Neusner, Classical Christianity and Rabbinic Judaism: Comparing Theologies (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2004), p. 185-192.21 Moore, v. 1, p. 461, 465, 466; Walther Eichrodt, Theology of the Old Testament, trad. J. A. Baker (Londres, Inglaterra: SCM Press, 1967), v. 2, p. 401; Gerhard Kittel, ed., “Hamartano”, Theological Dictionary of the New Testament.22 J. Bonsirven, Palestinian Judaism in the Time of Jesus Christ, trad. W. Wolf (Nova York, NY: Holt, Rinehart and Winston, 1964), p. 95; ver também Mt 11:29; At 15:10.23 M. L. Andreasen, O Ritual do Santuário, 3a ed. rev. (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1983), p. 243 (grifo nosso).24 William Barclay, The Gospel of Luke, 3a ed., Daily Study Bible (Edinburgh, Inglaterra: The Saint Andrew Press, 1956), p. 232.25 Rabbi Simeon ben Jochai, citado em ibid., p. 233.26 Gerrit. C. Berkouwer, Faith and Sanctification (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1952), p. 120.27 Peter Toon, Justification and Sanctification (Londres, Inglaterra: Marshall Morgan and Scott, 1983), p. 18.28 Peter T. Forsyth, citado em A. M. Hunter, Peter T. Forsyth (Philadelphia, PA: Westminster, 1974), p. 58; Peter T. Forsyth, The Justification of God (Londres, Inglaterra: Latimer House, 1948), p. 116; Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo (Tatuí: Casa Publicadora Brasi-leira, 2001 [CD-Rom]), p. 79 (grifo nosso).29 Bernard Ramm, Offense to Reason: A Theology of Sin (San Francisco, CA: Harper & Row, 1985), p. 146, 147 (grifo nosso).30 Ellen G. White, Parábolas de Jesus (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 154; Alan Simpson, Puritanism in Old and New England (Chicago, MI: University of Chicago Press, 1955), p. 8.

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31 Ellen G. White, Parábolas de Jesus (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001 [CD-Rom]), p. 151.32 William L. Coleman, The Pharisees’ Guide to Total Holiness (Minneapolis, MI: Bethany House, 1977), p. 113.33 Ibid., p. 116.34 Ibid., p. 29.35 “Pharisees”, The Jewish Encyclopedia.36 Peter. T. Forsyth, The Work of Christ (Londres, Inglaterra: Hodder and Stoughton, s.d.), p. 161, 162.37 Coleman, p. 123.38 Emil Brunner, The Mediator, trad. Olive Wyon (Nova York, NY: Macmillan, 1934), p. 494.39 George R. Knight, From 1888 to Apostasy: The Case of A. T. Jones (Washington, DC: Review and Herald, 1987), p. 44, 45; George R. Knight, Angry Saints: Tensions and Possibilities in the Adventist Struggle Over Righteousness by Faith (Washington, DC: Review and Herald, 1989), p. 80-99.40 Carta de Ellen G. White a G. I. Butler, 14 outubro de 1888.

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