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Fundada durante a dinastia Zhou, teve como primeiro nome Jinling,(Túmulos de Ouro). Dez vezes capital é hoje uma das cidades mais esplendorosas do Império do Meio. NANJING História da capital do sul da China NUNO VERÍSSIMO O recado do Governo chegou em forma de ultimato. A empresa Vang Iek, responsável pelo serviço de rádio-táxis, tem uma semana para colocar todos os seus veículos a responder às chamadas telefónicas ou verá o seu contrato terminado. Se tal vier a acontecer, o Executivo garante ter uma solução alternativa: transferir o serviço para os táxis pretos. DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 SEXTA-FEIRA 31 DE OUTUBRO DE 2014 ANO XIV Nº 3205 hojemacau TÁXIS AMARELOS QUANDO O TELEFONE NÃO TOCA PÁGINA 6 AVISO LARANJA AMBIENTE LUGAR AO SOL SOCIEDADE PÁGINA 7 A lei que permite a instalação de painéis solares já está em vigor mas há quem tenha dúvidas quanto ao sucesso desta política. É cada vez mais comum a presença nos céus de Macau de estranhos aparelhos telecomandados. A nova moda de filmar e fotografar em altitude chegou ao território mas carece ainda de regulação. O CÉU A SEU DRONE PUB AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB REPORTAGEM PÁGINAS 2-3 h

Hoje Macau 31 OUT 2014 #3205

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Hoje Macau N.º3205 de 31 de Outubro de 2014

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Page 1: Hoje Macau 31 OUT 2014 #3205

Fundada durante a dinastia Zhou, teve como primeiro nome Jinling,(Túmulos de Ouro). Dez vezes capital é hojeuma das cidades mais esplendorosasdo Império do Meio.

NANJINGHistória da capitaldo sul da China

NUNO

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O recado do Governo chegou em forma de ultimato. A empresa Vang Iek, responsávelpelo serviço de rádio-táxis, tem uma semana para colocar todos os seus veículos a responder

às chamadas telefónicas ou verá o seu contrato terminado. Se tal vier a acontecer, o Executivo garanteter uma solução alternativa: transferir o serviço para os táxis pretos.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 S E X TA - F E I R A 3 1 D E O U T U B R O D E 2 0 1 4 • A N O X I V • N º 3 2 0 5

hojemacauTÁXIS AMARELOS QUANDO O TELEFONE NÃO TOCA

PÁGINA 6

AVISOLARANJA

AMBIENTE

LUGARAO SOL

SOCIEDADE PÁGINA 7

A lei que permite a instalaçãode painéis solares já está em vigor mas há quem tenha dúvidas quanto ao sucesso desta política.

É cada vez mais comum a presença nos céus de Macau de estranhos aparelhos telecomandados.A nova moda de filmar e fotografar em altitude chegou ao território mas carece ainda de regulação.O CÉU A SEU DRONE

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REPORTAGEM PÁGINAS 2-3

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hoje macau sexta-feira 31.10.20142 REPORTAGEM

ANDREIA SOFIA [email protected]

Q UANDO os pro- testos a favor da democracia co- meçaram em Hong Kong,

um drone conseguiu captu-rar imagens da “Revolução dos Guarda-Chuvas” a partir do céu. Em Macau, Sérgio Perez fez o vídeo “Voando por Macau”, mostrando várias perspectivas do território a par-tir do ar, ao som de Erik Satie.

Profissionais e amadores estão cada vez mais a utili-zar o aparelho mágico que

ESPECIALISTAS EXIGEM MAIOR REGULAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE DRONES

ESPIONAGEM, DIVERSAO OU UM PERIGO QUE VEM DO CEU? A moda dos aparelhos telecomandados com pequenas câmaras de filmar e fotografar incorporadas chegou a Macau, onde há cerca de três ou quatro lojas dedicadas ao negócio. Contudo, não é difícil comprar um drone em Hong Kong ou na China sem necessidade de licença especial. Especialistas ligados ao sectore utilizadores garantem que são necessárias mais regras de segurança e seguros para a sua utilização

tem uma câmara de filmar e fotografar incorporada e que pode ser pilotado. Não é difícil comprar o aparelho em Macau, Hong Kong ou China, sendo que os preços podem variar entre as 10 e as 20 mil patacas. Com-prar na internet, através de websites populares como o TaoBao, também é uma possibilidade.

No caso de Nuno Ve-ríssimo, engenheiro civil a residir na RAEM há cerca de três anos, foi inevitável apaixonar-se por esta no-vidade, uma vez que tem a licença de piloto comercial,

apesar de nunca ter exercido a profissão. Nuno comprou o seu drone há cerca de dois meses em Hong Kong, um dos modelos mais recentes de uma conhecida marca.

“Tenho feito umas foto-grafias por aí”, conta ao HM, enquanto mostra o aparelho a funcionar no relvado junto à Assembleia Legislativa (AL), bem como as imagens que já capturou na zona do Cotai e na península, que espelham as luzes que per-correm o território quando a noite chega.

No caso de Rui Borges, profissional de vídeo que trabalha na Icon Digital, a compra do drone aconteceu também por curiosidade. “É sempre bom estar ao corren-te das novas técnicas que se praticam. Mas acabo por usar o drone menos do que gostaria”, explica ao HM.

Rui Borges não tem

dúvidas de que está é uma moda que veio para ficar. “Começa-se a ver mais dro-nes por todo o lado, porque é uma ferramenta que se tornou bastante fácil de ser utilizada e neste momento, ao preço do mercado a que está, também é acessível para muita gente. Tornou-se uma ferramenta para documentar a vida diária, fazer vídeos e fotografias caseiras. O drone veio colmatar essa parte”, assume. O HM contactou ainda Sérgio Perez, que re-cusou responder às questões por se encontrar ocupado em termos profissionais.

PRIVACIDADENÃO ESTÁ EM RISCOA facilidade com que se ad-quire um drone, sem neces-sidade de obtenção de uma licença ou de um seguro, faz com que se comecem a

pensar nos riscos associados. Apesar disso, a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) contém regras para a captura de imagens no espaço aéreo (ver caixa).

Recentemente o Gabine-te de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) recebeu uma queixa relacionada com a utilização de um drone. Em comunicado, a entidade garante que a captura de imagens e vídeos está sujeita à Lei de Protecção de Dados Pessoais em vigor. Avisa ainda que “os drones não devem fotografar ou filmar as situações que envolvam a vida privada de terceiros”, sendo que “quando os dro-nes fotografam ou filmam o interior de uma habitação ou a vida privada de terceiros, ou gravam a voz sem con-sentimento, as entidades e indivíduos, para além da

“É uma ferramenta que se tornou bastante fácil de ser utilizada e neste momento, ao preço de mercado a que está, também é acessível para muita gente. Tornou-se uma ferramenta para documentar a vida diária”RUI BORGES Profissional de vídeo

“Os drones não devem fotografar ou filmar as situações que envolvam a vida privada de terceiros”GABINETE DE PROTECÇÃO DOS DADOS PESSOAIS

Fotografias captadas com o drone de Nuno Veríssimo

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3 reportagemhoje macau sexta-feira 31.10.2014

REGRAS DA AVIAÇÃO CIVILNo website da Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) constam regras sobre o lançamento para o ar de projécteis ou objectos. A legislação em vigor data de 1995, com actualização feita em 2010. Existe ainda o Regulamento da Navegação Aérea de Macau, aprovado o ano passado. Segundo este regulamento, é necessária autorização da AAC para actividades ligadas a “operação de balão cativo, papagaio de papel, balão de ar quente, dirigível, planador e qualquer aeronave passível de voar sem piloto, incluindo aeromodelos com peso superior a 7 kg e veículos aéreos não tripulados; a montagem ou operação num espaço exterior de luzes de lazer e luzes de busca sky-tracer; festivais aéreos, entre outros”. Contudo, para aparelhos com menos de 7kg, como é o caso dos drones, “não cabe no âmbito de aplicação” nem da lei de 2010 nem do regulamento de 2013, pelo que não é obrigatória a autorização da AACM. Contudo, “tal operação mantém-se adstrita ao cumprimento dos requisitos impostos por qualquer outra autoridade”. Relativamente aos “procedimentos para a concessão da autorização para fotografia aérea ou levantamento aerográfico”, a AACM lembra que “o espaço aéreo de Macau compreende cerca de 900 metros. Se a altitude do voo foi inferior, antes de realizar a fotografia aérea ou o levantamento aerográfico deve solicitar a autorização a esta Autoridade”. Em alturas superiores já se entrará no espaço aéreo de Hong Kong ou China.

M AIS do que a questão da priva-cidade e violação

de dados pessoais, os dro-nes podem acarretar ainda outro problema. O facto de se estarem a popularizar e de serem acessíveis em termos monetários faz com que sejam utilizados por pessoas que nem sempre têm formação para isso.

Richard Kimber é produtor executivo da “Spontaneous Combustion Production”, que opera em Hong Kong há três anos, e garante que ainda há uma ausência de profissionali-zação em muitos aspectos.

“Desde que começamos que a indústria se de-senvolveu rapi-damente e cada vez mais pessoas utilizam agora pe-quenas câmaras operadas através destes aparelhos. Contudo ainda há poucas empresas que oferecem este tipo de serviços, incluindo a parte dos se-guros, qualificação dos pilotos, certificação dos aparelhos para diferentes tipos de câmaras ou ainda o estabelecimento de ligações sólidas com produtores”, disse em resposta enviada ao HM.

O mesmo fez notar o jornal South China Mor-ning Post, que numa notícia de Julho deste ano chamava a atenção para a ausência de controlo legal na região vizinha para os amadores que utilizam este tipo de aparelhos.

SEM CERTIFICAÇÃONuno Veríssimo faz ques-tão de operar o seu drone longe das multidões, mas defende que as segura-doras deveriam abranger estes casos. “Sei que isso tem levantado alguma polémica porque não há uma base legal, nem aqui nem em Portugal. Mas não concordo que isso viole dados pessoais porque é como se fosse uma qual-quer máquina fotográfica ou câmara, e nesse campo já existe legislação. O que acrescenta é em termos de segurança, e aí é que devia haver maior regula-mentação. Os helicópteros

ESPECIALISTAS EXIGEM MAIOR REGULAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE DRONES

ESPIONAGEM, DIVERSAO OU UM PERIGO QUE VEM DO CEU?

SEGUROS E FORMAÇÃO EM CAUSA

Mais vale prevenir

“Penso que o Governo tem regulação e condições de segurança para a utilização destes aparelhos. Mas seas pessoas decidirem utilizar este tipo de ferramentas junto dos edifícios, isso não é aceitável”ALFRED WONG Docente UM

Lei da Protecção dos Dados Pessoais, devem prestar atenção às disposições legais do Código Penal”.

Sobre esta questão, quem detém um drone acredita que este tipo de aparelhos em nada difere da utilização de uma máquina fotográfica ou de uma câmara de filmar.

“A partir do momento em que uma câmara está na rua e apanha pessoas...nesse aspecto penso que um drone não vai ser diferente. Agora torna-se diferente quando se usa a ferramenta para espiar, voar perto de janelas de casas, aí sim pode tornar-se um problema. Mas qualquer

fotógrafo pode fazer isso. Quanto ao uso em espaços públicos não vejo diferen-ças”, defende Rui Borges.

NAS MÃOS DE CADA UMAlfred Wong, docente da Uni-versidade de Macau (UM) do departamento de engenharia electromecânica, recorda a fase em que o Google Earth começou a operar, o que des-poletou questões de privaci-dade, por ser uma plataforma online que permite a captura de imagens de ruas.

“Penso que o Governo tem regulação e condições de segurança para a utilização destes aparelhos. Mas se as pessoas decidirem utilizar este tipo de ferramentas junto dos edifícios, isso não é aceitável. Se forem tiradas fotografias ou gravados vídeos que podem não ter a autorização do Governo ou das pessoas que são captadas, penso que isso é um ponto que deve ser tido seriamente em conta na altura de utilizar um drone. Não vai ser fácil para o Governo ter conhe-cimento destas situações”, defendeu ao HM.

ou avionetas podem cair mas estão certificados, enquanto que isto não. Concordo que tem de ser feita uma utilização mais consciente. Não existem seguradoras que cubram este tipo de aparelhos, que deveriam ser certificados. Fala-se muito que no futu-ro vai ser necessária uma licença para os operar e concordo com isso, mas se se impuser mais limites menos pessoas vão utilizar os drones”, assume o en-genheiro civil.

Também Frankie Lai concorda com maior re-gulamentação. Desde 1996

que possui uma loja que vende estes aparelhos junto à zona do Colégio Dom Bosco, sendo que há um ano o negócio dos drones começou a expandir-se. Vende aparelhos completos ou monta as suas peças que encomenda de Hong Kong. Frankie Lai é ainda

membro da Associação de Aeromodelismo de Macau, que chegou a promover encontros para pilotar avio-netas, no tempo em que o campo de golfe não existia no Cotai. Essa associação também aconselhava os membros em termos de regulação. Mas entretanto a actividade da associação esmoreceu e é difícil esta-belecer contactos, garantiu Frankie Lai ao HM.

“Faço o que posso e quando as pessoas vêm à minha loja explico sempre como devem utilizar os aparelhos. Mas penso que é necessária maior segu-

rança. Por exem-plo, nos Estados Unidos, Canadá ou Austrália, as associações po-dem controlar essas situações. Se alguém com-pra um aparelho e quer pilotá-lo, não pode fazer isso sozinho, tem de se pertencer a uma associa-

ção. Em Macau isso não existe. Pode-se comprar em Macau ou na China e ninguém diz nada, pode-se utilizar em qualquer lado. Preocupa-me o facto de alguma coisa correr mal, se o aparelho cair pode que-brar um carro ou magoar alguém”, conclui. - A.S.S.

“Os helicópteros ou avionetas podem cair mas estão certificados, enquanto queisto não. Concordo que temde ser feita uma utilização mais consciente”NUNO VERÍSSIMO Engenheiro civil

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4 hoje macau sexta-feira 31.10.2014POLÍTICA

LEONOR SÁ [email protected]

O Governo fez alterações à proposta de lei inicial que regulamenta o Regime de Acreditação

dos Profissionais do Sector da Construção e do Urbanismo, sen-do que uma delas impõe que não haja trabalhadores não-residentes a desempenhar funções na área da construção civil e do urbanismo.

De acordo com Kwan Tsui Hang, presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legisla-tiva (AL), houve alterações pedidas da parte do Governo que pretendem

FIL IPA ARAÚ[email protected]

N UMA resposta à deputada Chan Hong, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) escla-

rece que os “trabalhos de discussão e melhoramento das disposições legais” da revisão da Lei do Regime do Ensino Superior, “entraram na fase final”.

O director do GAES, Sou Chio Fai, adiantou ainda que, caso a revisão seja aprovada, o Governo irá dar início a uma série de trabalhos legislativos, que compreendem a criação de um Fun-do do Ensino Superior, de Estatutos do Ensino Superior e do Regime da Avaliação do Ensino Superior, entre outros.

DA EFICÁCIARelativamente ao Fundo do Ensino Superior, o director explica que este apoio servirá para prestar “de forma mais eficaz” auxílio às instituições de educação, permitindo que as mesmas melhorem as suas instalações pedagó-gicas, optimizando as condições de investigação e, assim, incentivando os estudantes a prosseguir os estudos. O

Lau Si Io Secretário assegura permanência no IACM

O Executivo pretende que seja eliminadaa cláusula que permite, a título excepcional, a contratação de TNR para desempenhar cargos específicos na área da construçãoe do urbanismo

Profissionais de fora da RAEM poderiam ser contratados para a prestação de serviços de elaboração de projectos na área do urbanismo e da construção civil, mas o Governo quer, agora, eliminar essa hipótese

URBANISMO GOVERNO NÃO QUER TNR EM FUNÇÕES ESPECÍFICAS NA CONSTRUÇÃO

Alterações para “simplificar”

ENSINO SUPERIOR REVISÃO DE REGIME NA FASE FINAL

Leis anexadas

“simplificar” o Regime. De entre as mudanças, o Executivo pretende que seja eliminada a cláusula que permite, a título excepcional, a contratação de TNR para desempe-nhar cargos específicos na área da construção e do urbanismo.

De acordo com a actual pro-posta – que foi já aprovada na generalidade em 2013 -, em casos excepcionais, os serviços e orga-nismos públicos podem contratar técnicos não-residentes da RAEM, com conhecida qualificação profis-sional, para a prestação de serviços de elaboração de projectos, com dispensa da sua acreditação e re-gisto, algo obrigatório para todos

os profissionais da área assim que a lei entrar em vigor.

Contudo, o Executivo quer, agora, desistir desta ideia.

MUDANÇAS E SIMPLIFICAÇÕESAs habilitações académicas foram outra das questões referidas: de

acordo com a proposta inicial, ape-nas estava qualificado quem tivesse o grau de licenciatura. A proposta actual do Executivo vem acrescentar os graus de mestrado e doutoramento à lista de profissionais aptos.

Também o mecanismo de impugnação viu alterações. De

acordo com Kwan, o Executivo sugeriu a criação de uma comissão de mediação que funcionaria como centro de reclamações e resolução de problemas. Caso o assunto não fique resolvido no seio deste gru-po, a hipótese de interpor recurso contencioso continua de pé.

Além destas, houve ainda outra alteração, desta feita ao nome da proposta, que ficará mais simples. Assim, entendeu o Executivo que esta deve passar a denominar-se Regime de Qualificações nos Domínios da Construção Urbana e Urbanismo, tornando-se mais simples.

Finalmente, uma das última alterações tem que ver com a for-mação contínua, alínea que foi, de acordo com a presidente da Comis-são, “densificada” e “clarificada”.

O anúncio das alterações in-troduzidas foi feito por Kwan Tsui Hang, presidente da comissão. A deputada acrescentou que, embora as opiniões do Governo tenham sido ouvidas, nada se discutiu acerca do assunto. Kwan Tsui Hang assegurou que o grupo da AL vai discutir a eventual alteração destas alíneas durante a próxima reunião.

Fundo permitirá ainda financiar pro-jectos que pretendam desenvolver o ensino superior, ou seja, iniciativas que permitiam encorajar as instituições a “cultivarem mais quadros qualificados em áreas específicas”.

Ainda sem qualquer data para apre-sentar a revisão, Sou Chio Fai, reforça o que tem defendido em declarações à

imprensa. “O novo regime legal, desta área, permitirá uma maior autonomia e flexibilidade às instituições do ensino superior, dando uma segurança, em relação ao investimento pleno dos recursos”. Assim, o ensino superior de Macau, diz o director, pode “ter um desenvolvimento saudável e estável”.

O GAES garante ainda que con-tinuará a “apoiar as instituições do ensino superior” para que as mesmas criem um “sólido corpo docente de alta qualidade”, atribuindo-lhes uma maior concorrência na contratação de académicos internacionais.

LAU Si Io, Secretário pa- ra os Transportes e Obras

Públicas, assegurou que, caso abandone o posto que actualmente ocupa, vai cer-tamente continuar a trabalhar para o Governo. O respon-sável diz que ainda está à espera de decisões da parte do Executivo, mas assegura que “caso saia do Governo”, irá regressar ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

“Ainda não completei os anos para me poder aposentar”, avançou o Secretário, quando ques-tionado sobre a sua even-tual saída do Executivo. “Não sei se fico ou não, depende do Governo. Se não ficar como Secretário, vou desempenhar funções para o IACM”, garantiu o dirigente.

Recorde-se que Lau Si Io foi presidente do Con-selho de Administração do IACM entre 2002 e 2007, quando integrou a equipa de Edmund Ho, ex-Chefe

do Executivo. Lau Si Io substituiu o ex-Secretário Ao Man Long, condenado a uma pena de prisão de 29 anos e meio por corrupção.

Já Alexis Tam, actual porta-voz do Governo, assegurou ontem aos jor-nalistas chineses estar preparado para “trabalhar em qualquer posição”. Ale-xis Tam respondia a uma pergunta dos jornalistas sobre a possibilidade de ser um dos cinco Secretários, mas Tam descartou fazer comentários, dizendo que a decisão é da competência do Chefe do Executivo. “Eu, como outros funcio-nários públicos, trabalho para servir a população em qualquer posição”, disse, segundo o canal chinês da Rádio Macau.

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O HM ERROU

5 políticahoje macau sexta-feira 31.10.2014

FIL IPA ARAÚ[email protected]

A TÉ ao final do ano, o Governo irá apresentar o texto para que se possa avançar com uma con-

sulta pública, em 2015, sobre a cria-ção de uma Lei de Enquadramento Orçamental. Isso mesmo disse Mak Soi Kun, no final da reunião da Co-missão de Acompanhamento para

J AIME Carion vai dei-xar a liderança da Direcção dos Serviços

de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) por motivos de saúde, re-lacionado com o fígado. De acordo com a TDM, Carion diz que precisa de tempo para descansar e para recuperar do problema de saúde que o tem afectado e que fez com que o director da DSSOPT não aceitasse, há dois anos, a proposta do Secretário para os Transpor-tes e Obras Públicas, Lau Si Io, de recondução no cargo.

A “conselho” do secre-tário, que lhe “deu tempo suficiente para descansar”, Jaime Carion optou por ficar mais dois anos na liderança da Direcção, mas com a condição de que sairia quan-

Na notícia de ontem que dava conta da activação da Comissão das Ciências para a Vida colocámos Ung Vai Meng, presidente do Instituto Cultural, como sendo membro desta Comissão, quando na realidade não o é. O nome correcto do membro da Comissão é Un Wai Meng. Aos leitores e visados pedimos as nossas desculpas.

LEI ORÇAMENTAL TEXTO PARA CONSULTA ENTREGUE ATÉ AO FINAL DO ANO

A passo de caracolDo encontro entre deputados e o Governo saiu um documento com “sete reflexões essenciais”, apresentado pelo Executivo, com vista à criação da Lei de Enquadramento Orçamental

LEI DE AQUISIÇÃO DE BENS“A Lei de Enquadramento Orçamental é muito importante, mas também é importante a [existência] de uma Lei de Aquisição de Bens e Serviços, porque para adquirir serviços é preciso gastar dinheiro”, frisou ontem Mak Soi Kun. Actualmente, Macau conta com um Regime de Aquisição de Bens e Serviços, mas os deputados consideram que há a necessidade de se criar uma lei, por não haver um regime unificado devido ao facto de toda a legislação sobre isto estar separada. Depois de ouvir alguns serviços, a Comissão considerou que é de igual importância a criação de um diploma que permita a existência de um conjunto de normas que guiem a compra de bens e a contratação de serviços. Opinião esta que mereceu o apoio do Governo, segundo Mak Soi Kun. “O Governo disse que vai rever sobre as duas leis, mas sem data”, esclareceu o deputado.

“Até ao final do ano, [o Governo] vai apresentar um texto de consulta, depois no próximo anovai realizar a consulta pública”MAK SOI KUN Deputado

os Assuntos de Finanças Públicas, da qual o deputado é presidente.

Mak Soi Kun explicou que no encontro entre deputados e Gover-no, onde Francis Tam, Secretário para a Economia e Finanças, mar-cou presença, o Governo apresen-tou um documento que reúne “sete

reflexões essenciais” para a criação da lei em causa. “Se o Governo alterar [a legislação] de acordo com [as sete reflexões essenciais], isso irá melhorar o controlo do nosso orçamento”, defendeu o deputado.

A notícia de que uma consulta pública sobre uma lei deste tipo iria

ser feita no próximo ano já tinha sido avançada a semana passada. Agora, Mak Soi Kun explica que está nas mãos do Executivo a cria-ção do texto para servir de base à recolha das opiniões da população.

“Até ao final do ano, [o Go-verno] vai apresentar um texto de

consulta, depois no próximo ano vai realizar a consulta pública”, explicou o deputado, adiantando que só depois desse processo será elaborada uma proposta que será apresentada à Assembleia Legis-lativa (AL), depois de passar pelo Conselho Executivo.

A criação de uma Lei de Enqua-dramento Orçamental tem vindo a ser pedida pelos deputados, devido aos gastos excessivos do Governo com obras públicas.

Questionado sobre a falta de datas e o trabalho realizado pelo Executivo sobre a temática, Mak Soi Kun garantiu que a Comissão irá estar em constante “comuni-cação com o Governo para tratar desta questão”. “Queremos que o Governo nos entregue o mais rápido possível”, rematou.

Mak Soi Kun tentou apaziguar essa preocupação, adiantando que em cena está “uma das quatro me-lhores empresas de contabilidade do mundo a ajudar o Governo”. Questionado sobre a entidade, o deputado diz que o Executivo não revelou o nome.

DSSOPT JAIME CARION SAI POR MOTIVOS DE SAÚDE

“Fiz o melhor que pude”do completasse 36 anos de serviço, “porque é o limite para declarar a reforma”, cita a TDM.

SOMBRA QUE PERSISTEJaime Carion reconhece que o escândalo de corrupção que envolveu o antigo Se-cretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long, continua a ensombrar a tutela das Obras Públicas. “Há sempre uma sombra que nós chamamos a ‘sombra de Ao Man Long’, incluindo o nosso pessoal que tem um bocado de medo nessa ma-téria. Eu sempre aconselhei que desde que tenhamos a nossa consciência limpa não devemos ter medo de nada. Temos que olhar para a frente. Não é um erro do passado de alguém que vai

prejudicar a nossa vida e o nosso serviço (...) não vale a pena por as coisas em banho--maria. Realmente, há uma certa sombra e por causa de vários incidentes que aconteceram começou-se a ver os projectos a pente-fino, à lupa, isso demora tempo”, constatou, citado pela rádio.

Depois de 36 anos ao serviço das Obras Públi-cas, Jaime Carion pretende agora manter-se afastado de cargos públicos e desfrutar da aposentação, sendo que está já a planear – segundo a imprensa chinesa - fazer tra-balho voluntário nas serras da China, com organizações não governamentais.

Jaime Carion assegura estar tranquilo, por “ter feito o melhor que pôde” ao serviço do Governo.

Mak Soi Kun

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6 hoje macau sexta-feira 31.10.2014SOCIEDADE

O S táxis amarelos vão ter de res-ponder apenas a chamadas,

caso contrário não vão ver o seu contrato renovado. Isso mesmo disse ontem o Governo, através de Wong Wan, director para os Servi-ços de Assuntos de Tráfego (DSAT). A Vang Iek, contu-do, diz não ter capacidade para responder apenas aos pedidos de rádio-táxi e quer mesmo diminuir o número de carros que, por agora, fazem esse serviço.

Actualmente, e depois de uma renovação provisória de um contrato entre a Vang Iek

A Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) fez pela primeira vez inves-

timentos da reserva financeira em vários mercados bolsistas nos pri-meiros três meses do ano. A notícia é avançada pela entidade através de um comunicado oficial.

“Desde o início de 2014, face ao reforço substancial da reserva extraordinária e consequente aumento do valor da Reserva Financeira, os investimentos da sua carteira passaram a estender--se a operações de investimento realizadas através da assumpção de maiores riscos”, pode ler-se no comunicado. “Assim, a AMCM aplicou, pela primeira vez, fundos da Reserva Financeira no mercado bolsista, através da adopção de estratégias mais agressivas na sua gestão.”

A AMCM garante que foram ainda feitos investimentos “de forma prudente” nos mercados bolsistas dos países desenvolvidos, sem esquecer os investimentos em acções feitos nos “mercados inter-nacionais emergentes”. Na China, a AMCM investiu 500 milhões de

FAOM pede severidade no casoda Melco CrownA Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) irá encontrar-se com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, para discutir o caso da Melco Grown, operadora de Jogo acusada de violar a Lei de Prevenção e Controlo de Tabagismo. A acusação surgiu na passada terça-feira, sendo que os Serviços de Saúde e a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos afirmam que a operadora violou a lei, contrariando a versão da empresa que afirma que cumpriu os regras. A FAOM questionará o Secretário sobre o caso, pedindo-lhe para que este trate do caso com severidade, pois caso não o faça, as outras “operadoras não irão aprender”.

CECÍLIA L IN [email protected]

FLORA [email protected]

JOANA [email protected]

A Vang Iek tem uma semana para colocar todos os seus táxis a responder a chamadas telefónicas, ou então vai ver terminado o seu contrato com o Governo. É o ultimato do Executivo, que diz, casoa companhia deixe de prestar estes serviços, os táxis pretos vão suprir as dificuldades até se abrir novo concurso público

RÁDIO-TÁXIS OU SERVIÇO POR TELEFONE OU CONTRATO TERMINADO

Ultimato à Vang Iek“Estamos a tomar a decisão final. Queremos um serviço de táxis só por chamadas, se a empresa achar que não é possível, tomaremos as medidas necessárias”WONG WAN Directorpara os Serviçosde Assuntos de Tráfego

RESERVA FINANCEIRA LUCROS DE QUASE 30 MILHÕES

Primeiros passos na Bolsadólares norte-americanos, sendo que “finalizará, em breve, a pri-meira fase dos investimentos nas ‘Acções A’ nos mercados bolsistas de Xangai e Shenzen”.

No primeiro trimestre, os investimentos acumulados feitos pela AMCM resultaram em lucros de 29,1 milhões de patacas. O organismo admite que houve pro-

blemas com a reserva financeira, mas isso, refere, não afectou os lucros.

“Apesar de, no primeiro se-mestre, o desempenho da Reser-va Financeira ter sido afectado, principalmente, pelas flutuações do câmbio do RMB e de terem sido registados em determinados meses prejuízos no seu valor nominal, a verdade é que, como consequência da estabilização re-cente do câmbio do RMB e mesmo após a dedução do valor total dos prejuízos registados nos períodos anteriores, os rendimentos totais de investimento foram marcados, nos primeiros noves meses, por lucros que totalizaram 2,9 mil milhões de patacas”, explica o comunicado.

Até Setembro, a reserva finan-ceira da RAEM possuía activos no valor de 244,57 mil milhões de patacas. - A.S.S.

e o Governo, a empresa teria que ter 60% dos carros – que são, no total, cem – a atender clientes através de chamadas telefónicas e 40% dos restan-tes nas ruas, onde podiam apanhar clientes. Essa foi uma das condições do Exe-cutivo para que a empresa continuasse a funcionar, mas nem a isso a empresa terá conseguido responder.

Informações fornecidas ao HM pela Vang Iek in-dicam que a empresa tem apenas “entre 16% a 22%” dos seus carros a responder a chamadas telefónicas, sendo que “40 e tal” táxis nem circulam por “falta de condutores”. Os que sobram, indica a empresa, andam na rua.

A Vang Iek queixa-se,

sobretudo, de não conseguir cumprir os requisitos exigi-dos pelo Governo. E pediu mesmo que fosse autorizada a cobrar taxas adicionais. O Executivo não só não permite, como aumenta os critérios que a empresa tem de seguir.

“Os táxis amarelos pe-dem taxas adicionais, mas consideramos que, caso

haja renovação do contra-to, não temos condições para incluir isso”, começa por dizer Wong Wan. “O Governo considera que a renovação do contrato deve estar separada da [hipótese] de serem criadas taxas adicionais.”

TÁXIS PRETOS AO SERVIÇO É no próximo dia 6 de Novembro que termina o contrato com a Vang Iek, sendo que o Executivo deu precisamente uma semana – até lá e desde ontem – para que a empresa coloque todos os seus carros a responder a chamadas telefónicas. Caso contrário, o contrato será terminado.

Ao HM, Cheang Weng Chio, responsável da empre-sa, disse que as duas partes estão a “tentar encontrar um modelo específico de serviço de rádio-táxis para Macau”, mas admitiu divergências. Cheang descartou comentá-rios sobre se está confiante na renovação da concessão do serviço, mas assegura que “recolheu opiniões so-bre os serviços” e chegou à conclusão de que “é preciso encontrar um modelo espe-cífico e adequado para os rádio-táxi”.

Ora, o Governo tam-bém não diz se está ou não confiante, mas garante ter um plano na manga, caso as coisas corram mal: os táxis pretos vão suprir as dificuldades caso os cem

táxis amarelos parem de circular e até se abrir um novo concurso público.

“Estamos a tomar a decisão final. Queremos um serviço de táxis só por chamadas, se a empresa achar que não é possível, tomaremos as medidas necessárias”, assegurou Wong Wan. “Usamos os táxis pretos para prestar esse serviço. Acredito que, para a população, o mais importante que haja táxis disponíveis. Estamos a preparar-nos para isso.”

Essa preparação, diz Wong Wan, passa, por exem-plo, por “acelerar a emissão das 200 licenças de táxis pretos” que foram este ano a leilão.

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7 sociedadehoje macau sexta-feira 31.10.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

Q UALQUER pessoa que queira instalar painéis de energia solar em edifícios em Macau

já dispõe de legislação adequada para o efeito. Apesar de aplaudir a entrada em vigor do regulamento administrativo, algo que aconteceu esta semana, Eva Jiang, docente da Universidade de Macau (UM) e especialista em Direito do Ambiente, garante que os constrangimentos do território em termos de recursos podem trazer problemas à aplicação do diploma na prática.

“É possível levantar dúvidas ou preocupações sobre a implemen-tação deste tipo de tecnologia no território de Macau. O sistema de produção de electricidade da energia solar fotovoltaica poderá exigir um espaço grande para a sua instalação e bom funcionamento, como se tem visto em algumas cidades da China e na Alemanha. Mas os recursos terrestres em Macau são muitíssimo limitados, funcionará bem aqui?”, questionou a docente de Direito numa resposta enviada ao HM.

Eva Jiang destaca ainda o facto de, em Macau, “a densidade da po-pulação ser alta e existirem muitos prédios altos, sem grande espaço entre um e outro, pelo que valerá a pena esforçar-se para este tipo de tec-nologias, [havendo por isso] a dúvida sobre a eficácia do aproveitamento dos painéis solares ou das fachadas fotovoltaicas em Macau”.

PODE SER QUE DÊA docente lembra, apesar de tudo, o facto de noutras regiões vizinhas, como é o caso de Hong Kong, a ins-

Medicina ChinesaConferência de alto nível em MacauO território vai acolher, pela primeira vez, a conferência internacional de alto nível intitulada Protecção e Desenvolvimento da Cultura de Medicina Tradicional Chinesa, nos dias 13 e 14 de Novembro. A iniciativa, organizada pelos Serviços de Economia, vai concentrar-se na entrada da Medicina Chinesa numa “nova era de civilização ecológica” e integra cerca de mil participantes, incluindo figuras políticas da China e outros países, mestres de Medicina oriental, empresários, especialistas e representantes de organizações mundiais para discutir o desenvolvimento e evolução desta área específica no mundo actual. Esta conferência encontra-se integrada no Taihu World Cultural Forum, evento que refere, entre muitos outros temas, a necessidade de desenvolver e globalizar a Medicina Tradicional Chinesa. O objectivo do fórum, lê-se em comunicado, é promover o diálogo e cooperação multicultural entre a China e os restantes países, assim expandindo e dando a conhecer a cultural deste país. O evento acontece no Sheraton.

GOVERNO GARANTE PRODUÇÃO

“Esperamos que, depois da entrada em vigor em 26 de Janeiro de 2015, o diploma produza o seu devido efeito, contribuindo para a protecção ambiental de Macau”EVA JIANG Especialistaem Direito do Ambiente

Dias depois do regulamento administrativo para a instalação de equipamentos de energia fotovoltaica ter entrado em vigor, Eva Jiang, especialista em Direito do Ambiente, lembra o facto dos “recursos terrestres em Macau serem muitíssimo limitados”,mas aponta que a política poderá ser bem sucedida

ENERGIA SOLAR DOCENTE EXPRIME DÚVIDAS MAS ADMITE SUCESSO

“Já não era sem tempo”

talação deste tipo de equipamentos ter sido bem sucedida, para além “dos dados recolhidos da energia solar nos edifícios teste em Macau, como o edifício do Instituto da Habitação ou o edifício da Imprensa Oficial”, onde “o resultado é positivo”.

Estudos prévios permitiram concluir que, embora faltem recursos energéticos tradicionais em Macau no aspecto da fonte de energia solar, o volume total anual de radiação solar posiciona Macau como um local com elevado potencial de desenvolvimento e exploração desta energia. Isso mesmo garante o Executivo, através de comunicado, que acrescenta ainda que “análises prolongadas e repetidas demonstrações empreendidas por consultores e especialistas, bem como pela análise dos dados extraídos dos testes de sistemas de energia solar fotovoltaica instalados nos edifícios do Instituto de

Habitação, do Instituto de Formação Turística, da Imprensa Oficial e do Hou Kong Garden os resultados mostram que Macau dispõe de mais de mil horas de carga completa por ano, o que significa que cada 1,2 metros quadrados de painéis solares podem produzir anualmente 200 kWh”. Macau, diz o Governo, é viável para a produção de electricidade, sendo que até na altura da assinatura do contrato de concessão de electricidade com a CEM, em 2010, o Governo “já exigiu claramente, nas cláusulas do contrato, que a concessionária ficasse obrigada a aceitar a energia eléctrica produzida por energias renováveis”.

“Como uma energia alternativa, limpa e segura, a energia solar e as novas tecnologias relacionadas representam uma esperança para a protecção ambiental e a conser-vação energética, mesmo estando numa território pequeno e com as

suas limitações como Macau. Quer em espaços grandes e contínuos, quer em coberturas ou terraços nos prédios habitacionais, até mesmo em paragens de autocarro ou em passagens superiores de peões, é perfeitamente exequível instalar o

sistema de produção de electrici-dade da energia solar fotovoltai-ca”, apontou a docente da UM.

Por isso, Eva Jiang considera que “não há razões” para se estar hesitante com esta novidade, “que já não é tão nova para ou-tros países e regiões”, com diz a

docente. “Uma vez que a questão técnica está resolvida, não vejo razão nenhuma em não avançar e investir recursos a nível jurídico para garantir as iniciativas verdes deste âmbito. Já não era sem tempo. Esperamos que, depois da entrada em vigor em 26 de Janeiro de 2015, o diploma produza o seu devido efeito, contribuindo para a protecção ambiental de Macau e que seja o início de muitos outros diplomas jurídicos que pensam seriamente no nosso ambiente”, defendeu ainda a especialista.

“É possível levantar dúvidas ou preocupações sobre a implementação deste tipo de tecnologia no território de Macau. (...) Os recursos terrestres são muitíssimo limitados”EVA JIANG Especialistaem Direito do Ambiente

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hoje macau sexta-feira 31.10.20148 sociedade

O S materiais da ex-posição “Manuel Vicente – Trama e Emoção” poderão

ficar na posse da Universidade de São José (USJ). A notícia foi confirmada ao HM pelo curador do evento que passou pela Casa Garden, João Afonso.

“Estamos ainda a negociar isso. Há um conjunto de painéis e maquetes que, terminada a ex-posição, seria interessante ficarem disponíveis para divulgar a obra do Manuel Vicente, ainda por cima

Convenções Competição “positiva” com Zhuhai Na inauguração de um novo Centro Internacional de Convenções e Exposições em Zhuhai, o vice-director da Associação Comercial e Federal de Convenções e Indústria de Exposições de Macau, Lo Wang Chun, afirmou que a competição existente entre as duas cidades é positiva. O vice-director, considera ainda que Macau, neste sector, é um mercado mais internacional e adulto. Ao canal chinês da TDM, Lo Wang Chun explicou que o novo centro tem como área cerca de 700 mil metros, não ultrapassando o espaço de Macau, que continua ser maior. “Não estou preocupado com a abertura do centro em Zhuhai, porque as empresas têm preferência por Macau para realizar conferências de maior dimensão. Existe com certeza competição, mais é positiva”, afirmou.

MANUEL VICENTE MATERIAIS DE EXPOSIÇÃO NA USJ

Manter a obra viva

“As exposições têm um tempo limite. (...)Estar fechada num armazém também me parece pouco interessante. Assim os estudantes podem ter contacto com a realidade, seria certamente isso que o Manuel Vicente queria”JOÃO AFONSO Curador da exposição

porque são objectos e materiais relativos a obras de Portugal e não apenas em Macau. Seria manter a possibilidade de divulgação junto da comunidade estudantil”, disse o responsável.

O HM tentou entrar em contacto com Diogo Teixeira, director do curso de Arquitectura da USJ, com quem foi feito o contacto relativa-

mente a este assunto, mas até ao fecho desta edição não foi possível.

PARA OS MAIS NOVOSSegundo João Afonso, já na al-tura em que “Trama e Emoção” esteve patente na Casa Garden, da Fundação Oriente, a USJ de-monstrou interesse em visualizar um filme sobre o arquitecto ou fazer uma conferência.

“As exposições têm um tem-po limite, ela já foi apresentada em vários sítios em Portugal e em Macau, estar fechada num armazém também me parece pouco interessante. Assim os es-tudantes podem ter contacto com a realidade, seria certamente isso que o Manuel Vicente queria”, garantiu João Afonso.

Quanto ao projecto de levar “Trama e Emoção” a outras para-gens, nomeadamente a Hong Kong, onde Manuel Vicente chegou a dar aulas, João Afonso garante tratar-se de um projecto “difícil”.

“Da nossa parte, da organi-zação, percebemos que isso é difícil. Se a universidade tiver esse interesse, nós daremos todo o apoio, mas para já penso que o importante é que o interesse seja o da comunidade de Macau sobre a obra de Manuel Vicente, que é o património do século XX que importa preservar e continuar a estudar. Claro que no âmbito dos contactos da universidade com outras na região acho que continua a ser possível”, concluiu João Afonso. - A.S.S.

A USJ poderá vir a receber painéis e maquetes da exposição “Trama e Emoção” que esteve em exibição na Casa Garden. Para o curador do evento esta seria uma boa forma de divulgar a obra do mestre junto da comunidade estudantil

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9 sociedadehoje macau sexta-feira 31.10.2014

Liberdade académica, o alegado caso de assédio sexual na universidade e a qualidade de construção do novo campus serão os tópicos em análise no debate agendado para fim da tarde de hoje

A FINAL a manifestação organizada pelo activis-ta Jason Chao no novo campus da Universidade

de Macau (UM), agendada para o final da tarde de hoje, não será um protesto mas sim um debate. “Não é uma manifestação”, clarificou o activista ao jornal Ponto Final.

Na conferência de imprensa feita por Jason Chao nas instalações da Associação Novo Macau (ANM), na

O Secretário para a Economia e Finanças,

Francis Tam, voltou ontem a afirmar que o Governo não vai deixar de limitar o número de mesas a 3% anualmente, durante os próximos dez

O Secretário para os Trans-portes e Obras Públicas, Lau Si Io, garantiu que o

Governo concorda com os resultados e sugestões do relatório publicado pela Universidade de Macau, sobre a implementação do sistema ‘triple play’, que liga serviços das redes televisiva, telefónica e de internet numa só. Em nome do Executivo, Lau disse concordar com a “proposta de fusão das três redes”, crendo que a existência de mais operadores pode “oferecer mais opções” aos residentes. É, no entanto, necessário efectuar mais estudos para perceber de que forma pode decorrer a imple-mentação deste modelo.

“Nós [Executivo] precisamos de fazer mais análises, mas a posição do Governo é de que haja mais operadoras ou empresas de televisão para que a população tenha um leque maior de escolhas”, comentou o Secretário para os Transportes e Obras Públicas. “O Governo pretende implementar

UM PROTESTO NO NOVO CAMPUS AFINAL É UM DEBATE

“Um erro de tradução”O agora denominado debate surge depois de tornados públicos documentos confidenciais que terão estado na origem da saída Bill Chou da UM

‘TRIPLE PLAY’ GOVERNO PRECISA DE TEMPO

A estudar a ligaçãoFRANCIS TAM LIMITE DE MESAS A 3% ANUAIS

Palavra de Secretário

DISCREPÂNCIAS SEM COMENTÁRIOS O HM tentou ontem perceber junto de Francis Tam, da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos e da Macau Legend Development a situação de discrepância sobre a autorização para mais 35 mesas no casino Babylon. Contudo, nenhuma das entidades quis comentar, sendo que – da parte do gabinete de Francis Tam e da DICJ – foi dito que os comunicados que indicavam que o Babylon ainda não tinha sido autorizado a ter mais mesas estavam “correctos”. Da parte da Macau Legend, contudo, também foi dito que “não havia mais comentários a fazer”, além do comunicado enviado ao HM que dizia que o casino da Doca dos Pescadores já tinha sido autorizado pela DICJ a ter mais mesas.

Trabalho Mais de 70 ilegais só em Setembro As autoridades encontraram 73 trabalhadores ilegais durante o mês de Setembro. Segundo um comunicado de imprensa, a PSP fiscalizou 425 locais de Macau, onde foram encontrados 70 trabalhadores ilegais, e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais fiscalizou sete espaços, onde foram encontrados mais três trabalhadores ilegais. As operações de fiscalização concentraram-se em obras de construção civil, residências e estabelecimentos comerciais e industriais.

Aviação Acordo entre Macau e Taiwan em vigorJá está em vigor o Acordo de Transporte Aéreo entre Macau e Taiwan. O acordo provém de novas negociações entre as duas regiões, depois de um primeiro acordo ter sido assinado em 1995. Assim, não há restrições à capacidade e à frequência de voos entre Taiwan e Macau, podendo cada parte designar companhias de transporte aéreo para fornecer ao sector dos transportes aéreos um espaço operacional mais flexível. “A operação de voos directos entre Macau e Taiwan promoveu fortemente o intercâmbio, tendo dado também um contributo especial para o diálogo entre os dois lados do Estreito”, frisa um comunicado.

semana passada, o activista avançava que este seria o primeiro protesto no novo campus. Agora, Chao diz que talvez possa ter “sido um erro de tradução”.

O debate terá três temas de discussão, sendo eles a liberdade académica, o alegado caso de assédio sexual na universidade e a qualida-de de construção do novo campus. Segundo o activista, só depois de se falar é que se poderá pensar num protesto, mas para já “são apenas três momentos de debate”.

A data, essa, mantém-se. O de-bate terá início às 18h30 e contará com a participação, para além dos activistas, de alguns alunos. “Sim, conversámos com alguns alunos e eles marcarão presença”, afirmou Jason Chao.

A PRIMEIRA VEZSem prever o número de partici-pantes por ser “difícil”, o activista

explicou ainda que o evento tem conotação histórica por ser “a pri-meira concretização do direito de liberdade de reunião da população de Macau na Ilha da Montanha”, tal como indica o Ponto Final, na sua edição de ontem.

Recorde-se que, tal como afirmou Jason Chao, o agora denominado debate surge depois de tornados públicos documentos confidenciais que terão estado na origem da saída Bill Chou, ex--docente de Ciência Política da UM. O activista considerou que era é a altura oportuna para um novo momento pela liberdade.

Da parte do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, até à hora do fecho desta edição, não houve qualquer resposta negativa à organização do debate. “Como não tivemos nenhuma resposta, temos autorização para avançar”, concluiu o activista. - F.A.

anos. Tam respondia aos média, voltando a dizer também que a atribuição de mesas de jogo vai depender da escala e proporcionali-dade entre os elementos ligados e não ligados ao Jogo, sendo este, diz, “o

principal fundamento de apreciação dos respecti-vos pedidos”.

O mesmo respon-sável explicou que, tendo como base o número total de mesas de jogo actualmente nos casinos – 5500 -, o número total de mesas irá subir entre mil a duas mil durante a próxima década. Para mais me-sas, só depois de 2020. “O Governo iniciará, a partir de 2016, a avaliar e rever as várias ques-tões, nomeadamente a orientação do desen-volvimento do sector de jogo e a possibilidade do aumento de mesas, após 2020 e 2022, anos de terminação dos actuais contratos de concessão do Jogo”, acrescentou. - J.F.

e impulsionar este processo, sendo que é necessário analisar profundamente o conteúdo do relatório, a fim de concluir tudo o mais rápido possível, face ao desenvolvimento das tecnologias e a uma concre-tização a curto prazo”, refere um comunicado do Governo.

A questão da quantidade de licenças de operadoras televisi-vas vai ser igualmente estudada pelo Executivo, de forma a proceder à eventual introdução de, pelo menos, mais três, assim permitindo que o mercado seja competitivo. - L.S.M.

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10 CHINA hoje macau sexta-feira 31.10.2014

As reacções a favor e contra a entrega de 10 milhões de dólares à Universidade norte-americana choveram no Weibo

A doação de 10 mi-lhões de dólares feita por um casal de milionários

chineses à prestigiada uni-versidade norte-americana Yale reavivou o debate entre os internautas chineses que argumentam que o dinheiro seria mais útil se ficasse no país.

A PENAS cerca de 700.000 casais chineses apelaram para ter um segundo

filho, num número muito aquém do que o governo esperava quan-do decidiu aliviar a política de controlo da natalidade, no final de 2013.

E daquele número, apurado no final de Agosto passado, só 620.000 obtiveram a necessária autorização, anunciou na quar-ta-feira a Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar.

Desde o início deste ano, os casais urbanos chineses em que um dos cônjuges é filho único podem apelar para ter um segundo filho.

Mais de onze milhões de ca-sais estão nessas condições e de acordo com estimativas oficiais, o número de nascimentos deveria aumentar dois milhões ao ano.

O consumo de ca- fé na China, o antigo “império

do chá”, está a crescer 15% ao ano, sete vezes acima da média global, estima uma empresa do sector citada ontem pela televisão chinesa.

Segundo a China Coffee Association Beijing, os chineses estão a beber em mé-dia cinco chávenas de café por dia: mais três do que há apenas dois anos.

Aquele número é, literalmente, excitante, mas continua muito aquém dos vizinhos japoneses.

No Japão, outro país asiático tradicional-

mente ligado ao chá, o consumo anual de café per capita ronda as 300 chávenas por ano.

O acelerado cresci-mento do consumo de café na China, sobretu-do nas zonas urbanas, onde vive a maioria dos cerca de 1.350 milhões de chineses, está a atrair as grandes multinacio-nais do sector.

Em Xanga i ou Pequim, os cafés das cadeias Starbucks ou Costa Coffee são às centenas.

PORTUGAL MARCA PRESENÇAO grupo português Delta Cafés, presente há al-guns anos em Macau,

também já está estabe-lecido em Xangai, desde o final de 2013, através de uma parceria com um distribuidor local de produtos alimentares.

Sede de um municí-pio com cerca de 23,5 milhões de habitantes, Xangai é considerada a “capital económica da China”.

Numa recente entre-vista à agência Lusa, o administrador da Delta Cafés João Manuel Na-beiro disse que a China representa menos de 1% das exportações do gru-po, mas “nos próximos três a cinco anos poderá estar no top 5 do negócio nos mercados interna-cionais” do grupo.

YALE DOAÇÃO DE CASAL CHINÊS DESENCADEIA DEBATE NA INTERNET

Beneméritos fora de portas“Os mesmos comentadores patrióticos que acusam [Pan] de lapidar o dinheiro do povo [chinês] não dão também nenhum contributo positivo à sociedade”

Pan Shiyi e a sua mulher Zhang Xin, que lideram o império imobiliário SOHO China, anunciaram na quar-ta-feira a sua generosa doa-ção à Universidade de Yale.

Não foi a primeira vez: o mesmo casal já tinha doado, em Julho, 15 milhões de dólares à Universidade de Harvard e comprometeu-se a gastar 100 milhões de dólares para permitir que estudantes chineses desfavorecidos en-trem nas mais prestigiadas universidades do mundo.

“O potencial de cada um é como um tesouro escondi-do que a educação permite revelar: as bolsas SOHO China pretendem oferecer as melhores oportunidades educativas aos estudantes mais promissores da China continental”, explicou Pan Shiyi em comunicado.

REACÇÕES DIVIDIDASO anúncio foi acolhido por um mar de críticas e comentários na Internet, reavivando o debate sobre as oportunidades que estas doações de milionários chineses criam, ao se-rem dadas a universidades norte-americanas já em boa situação financeira.

“Vão a correr dar o seu dinheiro a estrangeiros, mas quem é que se preocupa com os estudantes chineses pobres nas regiões monta-nhosas e isoladas?”, referiu um utilizador do microblo-gue Weibo.

“Será que Pan não quer apenas comprar um bilhete de entrada que permita ao seu filho integrar mais tarde uma universidade de elite no estrangeiro?”, interro-gou-se outro internauta, recuperando uma crítica

feita por muitos durante o verão.

Outros, no entanto, defen-deram o casal. “Os mesmos comentadores patrióticos que acusam [Pan] de lapidar o dinheiro do povo [chinês] não dão também nenhum contri-

buto positivo à sociedade”, observou uma pessoa.

Pan Shiyi não é apenas dono de uma das maiores fortunas da China, mas tam-bém um ‘blogger’ famoso, com o seu microblogue a atrair mais de 17 milhões de seguidores no Sina Weibo.

Mais de um quarto dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos é oriundo da China, de acordo com o Instituto Internacional de Educação, uma organização independente.

Apesar de os seus estu-dos serem maioritariamente suportados pelas famílias, as bolsas SOHO China destinam-se a permitir que os alunos mais desfavore-cidos possam também partir para o estrangeiro, e em particular para Yale “sem terem de suportar o fardo financeiro”, explicou Zhang Xin em comunicado.

“Vão a correr dar o seu dinheiro a estrangeiros, mas quem é que se preocupa com os estudantes chineses pobres nas regiões montanhosase isoladas?”

CASAIS QUE QUEREM UM SEGUNDO FILHO AQUÉM DO ESPERADO

Expectativas goradasCAFÉ CONSUMO A AUMENTAR 15% AO ANO

Número excitante

700.000casais chineses apelaram

para ter um segundo filho

A alteração à política de “um casal, um filho”, imposta há três décadas, visa contrariar o envelhecimento da sociedade e a redução da população activa.

Cerca de 150 milhões de chineses são filhos únicos.

Sem a drástica política de controlo da natalidade imposta no início da década de 1980, em vez de 1.350 milhões de habi-tantes, a China teria hoje 1.750 milhões (mais 400 milhões), argumentam as autoridades.

Mas em algumas cidades, a percentagem da população com mais de 60 anos (a idade da reforma para os homens) ultrapassa os 20% e, em 2020, chegará aos 30%.

Em 2012, pela primeira vez, a população activa da China diminuiu (cerca de 3,4 milhões em relação ao ano anterior).

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11 chinahoje macau sexta-feira 31.10.2014

H ONG Kong adop-tou o nível mais elevado de medi-das de prevenção

na fronteira para fazer face à ameaça do vírus Ébola, disse o secretário para a Saúde, Ko Wing-man, cita-do pelo jornal South China Morning Post.

Ko Wing-man disse, no entanto, não haver necessi-dade de impedir cidadãos procedentes de países in-fectados de entrarem em Hong Kong, uma vez que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não o consi-dera necessário.

“Aumentámos as me-didas de prevenção na fronteira para o nível mais elevado possível”, disse Ko Wing-man na quinta-feira, à margem da 6.ª Conferên-cia Global da Alliance for Healthy Cities, em Hong Kong.

O secretário para a Saúde explicou que as autoridades de Hong Kong aumentaram a monitorização em diferen-tes áreas, além do controlo nas fronteiras, e que também

O S protestos pró-demo-cracia não afectaram o ambiente de negócios de

Hong Kong, diz o Banco Mundial, que no seu relatório anual publica-do na quarta-feira colocou a cidade em terceiro lugar na lista dos locais onde é mais fácil fazer negócios.

“Neste momento, a campanha pró-democracia não parece estar a ter

A empresa China Internatio-nal Fund (CIF) foi escolhida

pelo Executivo angolano para construir três edifícios de habita-ção na cidade de Luanda por mais de 71 milhões de euros, segundo um despacho presidencial a que a Lusa teve acesso.

De acordo com o documento, a obra terá lugar no distrito ur-bano do Sambizanga (Luanda) e visa “realojar a população urbana local”, nos arredores do centro da capital.

No mesmo despacho, assina-do pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, refere-se a necessidade de “efectuar os paga-mentos ao empreiteiro de forma a concluir a execução da torre 1 às suas próprias expensas”.

É também reconhecida a necessidade de “proceder ao pagamento dos trabalhos reali-zadas pela fiscalização”, tendo

ÉBOLA HONG KONG ELEVA MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Alerta máximo

BANCO MUNDIAL PROTESTOS NÃO AFECTARAM NEGÓCIOS

Clima de confiança

O Governo implementou o nível máximo de prevenção na fronteira, dias depois do alerta deixado por um dos cientistas que descobriu o vírus, de que as medidas de vigilância no aeroporto da ex-colónia britânica eram ineficazes

emitiram orientações para o pessoal médico.

Desde segunda-feira da semana passada, os passa-geiros oriundos de países atingidos pelo Ébola, ou que visitaram áreas afec-tadas nos últimos 21 dias, passaram a ter de preencher questionários à chegada ao Aeroporto Internacional de Hong Kong, afirmou o secretário para a Saúde.

Shin Young-soo, diretor regional da OMS, disse estar confiante de que Hong Kong possa conter efecti-vamente o vírus.

QUEM TE AVISAAs declarações do secretá-rio para a Saúde de Hong Kong foram proferidas dias depois de o professor belga Peter Piot, um dos cientistas que descobriu o Ébola em 1976, ter advertido que as medidas de vigilância no aeroporto em Hong Kong eram ineficazes.

Um estudo publicado na semana passada pela revista médica britânica The Lancet indicou que o risco de um

doente infectado com Ébo-la viajar para Hong Kong era mínimo, mas que um eventual surto no interior da China iria representar uma ameaça grave.

Hong Kong registou duas suspeitas de infecção com o vírus Ébolas, mas nenhum caso confirmado.

O surto de Ébola que tem fustigado a África Oci-dental já provocou 4.922 mortos, de acordo com a última atualização da OMS, a maioria na Libéria, Guiné--Conacri e Serra Leoa.

“Aumentámos as medidas de prevenção na fronteira para o nível mais elevado possível”KO WING-MANSecretário para a Saúde de Hong Kong

Angola Empresa chinesa recebe 71ME por três edifícios

por base os acordos firmados com a Comissão Administrativa de Cidade de Luanda.

O Executivo confirma assim a escolha da construtora CIF, uma das maiores empresas chinesas presentes em Angola, para esta obra, adjudicada por 9.048.548.388 kwanzas. O mes-mo despacho acresce uma verba de 3,5 milhões de euros para a componente de fiscalização destes trabalhos, a realizar pela empresa Creative Imnovation.

O mais emblemático projecto da China International Fund Limited em Angola é o novo ae-roporto internacional de Luanda, considerada a maior obra pública do país.

Avaliada em mais de 2,8 mil milhões de euros, a obra arrancou em 2004, a cerca de 40 quilóme-tros de Luanda, com conclusão prevista para 2017.

impacto na confiança empresarial”, disse Wendy Werner, responsável pela pasta do comércio e competi-tividade no Banco Mundial, citada pelo South China Morning Post.

O Banco Mundial publica todos os anos um relatório sobre o clima empresarial, medindo o ambiente regulatório para as pe-quenas e médias empresas.

“Temos de separar o impacto financeiro e económico das ma-nifestações e o clima de negócios geral”, disse. “Para a campanha pró-democracia ter impacto nos nossos indicadores de ‘fazer ne-gócios’ teria de ter mudado algo nas regras e regulações e na sua aplicação no que toca ao comércio, à abertura de negócios ou no registo de propriedades”, explicou.

TRANQUILIDADEO relatório - que olha para 10 indicadores como a velocidade e custo para a obtenção de cré-dito, licenças de construção e pagamento de impostos em 189 países no ano que terminou em Junho - não mede a estabilidade do mercado ou a confiança dos investidores.

“Daquilo que podemos obser-var, desde que a transparência se mantenha forte, haja boas regras de gestão empresarial, e tenhamos regras e regulações amigas dos negócios, o clima de investimen-to deve manter-se intacto, e esse parece ser o caso agora [em Hong Kong]”, disse Werner.

Nos últimos quatro anos Hong Kong tem ficado atrás de Singa-pura como o local mais fácil para se fazer negócios. Este ano caiu para terceiro lugar, depois da Nova Zelândia.

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hoje macau sexta-feira 31.10.201412 publicidade

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hoje macau sexta-feira 31.10.2014 13EVENTOS

LIFE • Keith RichardsJá apelidada de Santo Graal das biografias de estrelas de rock, Life foi celebrado como um fenómeno incrível: mais de um milhão de cópias vendidas em menos de um ano. Em Life, Keith revela-nos os seus excessos e fragilidades, mas também todo o seu sentido de humor e coragem. Desde música, sexo, drogas, a lutas de facas, pouco fica por contar neste seu relato entusiástico e vibrante que nos revela os bastidores da maior banda de rock do mundo, os Rolling Stones: o seu nascimento, a passagem de Brian Jones pela banda, as rusgas policiais, os problemas com a lei, a conturbada relação de Keith com Mick Jagger, e a verdade acerca de todos os boatos e mitos que rodeiam uma das mais carismáticas figuras musicais de todos os tempos.

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O MUSEU DA RENDIÇÃO INCONDICIONAL • Dubravka UgrešicNo jardim Zoológico de Berlim, dentro de um expositor de vidro, estão exibidos todos os objectos encontrados no interior do estômago de Roland, a Morsa (que morreu em 1961). É com este catálogo insólito que Dubravka Ugrešic inicia o seu livro: também ele um mosaico de fragmentos narrativos, recordações e reflexões, descritos pela protagonista, uma quinquagenária croata exilada em Berlim. “O Museu da Rendição Incondicional” foi recebido pela crítica internacional como uma obra universal e um dos mais importantes romances contemporâneos europeus das últimas décadas.

O filme “Returnees”, do reali-zador Thomas Lim, vai ser

exibido já no próximo mês no New Director’s Film Festival, em Tóquio. Ao HM, o realizador con-tou estar a colaborar com o Centro Cultural de Macau (CCM) há já alguns meses, de forma a levar os filmes e realizadores locais até à capital nipónica.

Das 20 películas que o CCM entregou a Thomas Lim, três delas

foram seleccionadas pela organi-zação do festival: “Roulette City” e “Returnees”, ambos de Thomas Lim, e “Love in the City” – uma série de curtas-metragens sobre Macau, criadas por realizadores de Portugal, da China e de Macau.

O realizador aproveitou ainda para referir que está a contactar com o CCM para levar os filmes locais até à capital da sétima arte, ao festival Los Angeles Asians On Film.

Saramago, Baudelaire e Benedetti são o ponto de partida da peça que apresenta sete bailarinos no palco do CCM em Dezembro

O Centro Cultu-ral de Macau (CCM) apre-senta ‘Uto-

pia’, uma “inovadora” peça de flamenco num espectáculo apresentado pela Companhia Maria Pagés. ‘Utopia’ nasce inspirado em trabalhos de José Saramago, Bau-delaire e Benedetti e vai subir ao palco do Grande Auditório do CCM a 27 e 28 de Dezembro.

A coreografia para a peça teve origem no momento em que Maria Pagés foi, em 2010, até ao estúdio de traba-lho do arquitecto Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro. “Impressionada pelo humanismo e de-dicação do arquitecto à sociedade, a coreógrafa

IPM Conferências sobre a Língua Portuguesa De forma a não deixar o segundo aniversário do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa em claro, o Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai organizar duas conferências. “Lisboa e identidade lusófona, a partir de um conto de José Cardoso Pires” e “As culturas da lusofonia no mundo contemporâneo” são dois momentos dirigidos pelas académicas e especialistas em literatura portuguesa, Izabel Margato e Isabel Pires de Lima, respectivamente. As conferências decorrerão no Anfiteatro 1 do IPM, no dia 6 de Novembro, pelas 18h15, com tradução para mandarim e com entrada gratuita.

IC Venda de peças na Casa do MandarimO Instituto Cultural (IC) voltou a abrir as inscrições para empresas de produtos culturais que pretendam vender os seus artigos na Casa do Mandarim. O IC selecciona, a partir da sua base de dados das Indústrias Culturais e Criativas, as empresas que queiram ter os seus produtos à venda e os candidatos poderão efectuar a inscrição até ao próximo dia 14. A instituição governamental aconselha todas as entidades que ainda não tenham feito o registo na base de dados a fazê-lo, de modo a tornarem-se elegíveis para participar na selecção. Os critérios de escolha dos candidatos são a originalidade, o potencial de venda no mercado, a qualidade da imagem de marca, a capacidade do seu desenvolvimento a nível industrial e a sua relevância para o local de venda em si. O centro de informação da Casa do Mandarim vende não só lembranças temáticas, mas também publicações e artigos de design do IC e outras empresas culturais e criativas do território.

Big Four no Venetian pela terceira vezO quarteto de Hong Kong Big Four volta a subir ao palco do Venetian Theatre para o seu terceiro concerto, às 20 horas do próximo dia 21. Os bilhetes, que custam entre 380 e 780 patacas, estão disponíveis a partir de hoje. O colectivo juntou-se em 2009 e é constituído pelos cantores e actores Dicky Cheung, Andy Hui, William So e Edmond Leung. Novembro marca assim a terceira passagem dos Big Four pelo território, que prometem tocar êxitos como “Man should not make woman cry”, “The Pain of Men” ou ainda “Powerless to help”.

CCM FLAMENCO PELA COMPANHIA DE MARIA PAGÉS

Utopia em Macau

A coreógrafa concebeu uma peça que contempla temas como a solidariedade, o empenho e a fugacidade da vida, expressos através do movimento corporal, de luz e som

concebeu uma peça que contempla temas como a solidariedade, o em-penho e a fugacidade da vida, expressos através do movimento corporal,

de luz e som”, lê-se no comunicado da organi-zação.

O espectáculo vai compreender a actuação de sete bailarinos que

dançam ao som de música espanhola e brasileira, tocada ao vivo. Maria Pagés é uma consagrada coreógrafa e bailarina.

PORMENORESESSENCIAISOs detalhes não ficam de fora e Jair Varela, braço direito de Niemeyer, está a cargo dos cenários, en-quanto “o elenco explora de forma íntima a imagina-ção e o idealismo enquanto veículos inevitáveis para a mudança, expressando

reflexões e instintos ine-rentes ao ser humano”.

Fundada em 1990, a Companhia Maria Pagés tem actuado nos palcos internacionais mais pres-tigiados de Nova Iorque a Istambul, incluindo digressões a Singapura, Hong Kong e Macau, onde actuou em 2002.

Paralelamente a esta apresentação, o CCM organiza uma tertúlia pré-espectáculo, a 28 de Dezembro, que inclui uma abordagem às origens e ao percurso cultural do flamenco bem como uma introdução ao espectáculo e à companhia espanhola.

Os bilhetes para o espectáculo custam entre 150 e 300 patacas e o ‘Uto-pia’ tem início às 20h00.

Cinema Filmes sobre a RAEM em festival nipónico

“Roulette City” de Thomas Lim

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14 hoje macau sexta-feira 31.10.2014

hARTE

S, L

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S E

IDEI

AS

N ANJING, significa em chi-nês capital do Sul e é um dos locais, a par de Xian, Luoyang e Kaifeng, que

por mais vezes foi capital da China.Na margem Norte do Changjiang, ou Rio Comprido como é chamado em chinês o Rio Yangtzé, Nanjing foi construída entre as montanhas, que se encontram na parte Leste e o rio, na parte Oeste.

Após um período de união, se-guia-se um, em que o país ficava dividido. Cada vez que a China en-trou num período de desunião e/ou o Norte era invadido pelos povos nó-madas das estepes, a capital mudava--se para Sul e muitas vezes Nanjing foi a escolhida.

A zona em torno de Nanjing des-de há cinco mil anos contou com uma grande densidade populacional e como fronteira entre reinos, muitos conflitos aí se desenrolaram no perío-do dos Reinos Combatentes (475-221 a.n.E.).

A cidade, fundada pelo reino Chu durante a dinastia Zhou do Leste, teve como primeiro nome Jinling (túmulos de ouro) e situava-se na colina Shitou.

No século V a.n.E., os Yue, após conquistarem de novo o seu reino ao reino Wu, construíram a cidade na zona onde hoje se situa a Porta Zhon-ghua da muralha Ming.

Da dinastia Qin até ao fim da di-nastia Han, no ano de 220, período em que a China esteve unificada, a cidade passou a ter o nome de Mo-ling.

Entre 229 e 280, período dos Três Reinos, a cidade foi capital do reino Wu, com o nome de Jianye. Os vales do baixo curso do Rio Yangtzé, na par-te Sudeste da China, estavam domina-dos por Sun Quan (185-252), após ter conseguido acabar com uma rebelião de muitos que o achavam sem força su-ficiente para ser um bom líder. Estava--se no período em que três forças luta-vam entre si pelo território chinês. As outras duas forças eram as de Cao Cao (155-220), que depois da sua morte se estabeleceram como reino Wei (220-265) a Norte do Rio Yangtzé e as de Liu Bei, que se dizia representante da casa real Han e conseguiu que o grande

José simões moraisTEXTO E FOTO

HISTÓRIA DE NANJINGCOMO CAPITAL

estratega Zhuge Liang (181-234) fosse seu conselheiro militar, formando a Su-doeste o reino de Shu (221-263).

COM O NOME JIANYE

O reino de Wu (222-280), situado a Sudeste, começou em 222 com Sun Quan, que ascendeu ao trono em Wu-chang (hoje Ezhou, província de Hu-bei), mas o seu reinado só foi iniciado no ano de 229 em Huanglong, quando

se auto-intitulou imperador. Logo de seguida mudou a capital para Jianye (hoje Nanjing).

Após o estabelecimento do reino de Wu, Sun Quan, que se tornou no im-perador Da Di (229-252), mandou, por interesses estratégicos, uma frota com dez mil soldados a Yizhou (Taiwan) e passados três anos outra, pela costa Nordeste até à Coreia. Com ambições políticas e comerciais enviou também embaixadas a vários reinos nas costas

do Mar do Sul da China, como o reino de Funan (Camboja) no Delta do Rio Mekong.

Após a sua morte, Sun Quan foi sepultado no sopé de Zijinshan (o monte Púrpura), conjuntamente com a sua principal esposa, que pertencia à família Bu e era uma notável artis-ta. Consta ter sido uma das primeiras mulheres pintoras e calígrafas, assim como desenvolveu a técnica dos bor-dados.

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15 artes, letras e ideiashoje macau sexta-feira 31.10.2014

SITUADA NA ÁREA PANORÂMICA DE ZHONGSHAN, COM VINTE E UM QUILÓMETROS QUADRADOS, (A MONTANHA PÚRPURA), É ONDE MUITA DA HISTÓRIA DE NANJINGE DA CHINA ESTÁ EXPOSTA

A Sun Quan sucedeu o seu filho Sun Liang (243-260), que reinou entre 252 e 258, quando foi destronado pelo re-gente Sun Lin. Sun Lin não teve tem-po para ocupar o trono pois, logo foi morto pelo irmão, Sun Xiu, que como Imperador Jing Di governou o reino Wu de 258 a 264. Após a morte de Sun Xiu, ocupou o trono o seu sobrinho, Sun Hao (242-284), que fora tornado príncipe pelo fundador do reino Wu, Sun Quan. Cruel e extravagante, Sun Hao começou a reinar no ano de 264 até que, em 280, a China foi de novo reunificada pelos Jin.

Em 263, o reino Wei conquistou o de Shu mas, dois anos depois, um dos ministros Wei, Sima Yan, usurpou o trono e fundou a dinastia Jin do Oeste (265-316), com a capital em Luoyang.

Foi só em 280 que a China de novo ficou reunificada, quando Sima Yan, já como imperador Wu Di (266-290), conquistou o reino Wu a Sun Hao. As-sim terminou o Período dos Três Rei-nos.

MUDANÇA DE NOME PARA JIANKANG

Foi com Sima Ye, o quarto imperador da dinastia Jin do Oeste, que Jianye mudou de nome para Jiankang, para evitar que a cidade tivesse o nome do imperador. Mas esse imperador, que ficou conhecido como Min Di (313-316), não conseguiu controlar o país e internas disputas ocorreram, ao mesmo tempo que as tribos nómadas, que vi-viam nas fronteiras Norte e Noroeste invadiram a China. Uma delas ocupou

a capital Luoyang em 316 e pôs fim aos Jin do Oeste. Alguns membros da casa dos Jin fugiram para Sul e fundaram a dinastia Jin do Leste (317-420), no vale do Rio Yangtzé com a capital em Jiankang.

Com as fronteiras cortadas a Norte, a dinastia Jin do Leste virou-se para Sul e por aí chegou a influência da Índia na música, matemática e medicina, tal como o budismo foi transcrito para a arte e literatura chinesa.

A cidade continuou com o mesmo nome, Jiankang, durante as Dinas-tias do Sul (317-589); período muito turbulento devido às constantes mu-danças na governação das dinastias Norte-Sul (420-589). Nos finais dos anos 20 do século IV a cidade sofreu grandes estragos, mas foi logo de se-guida reconstruída pelo Imperador Cheng (326-342), que a tornou mais esplendorosa.

Na Dinastia Sul, em 420 os Jin do Leste foram substituídos pelos Song, que reinaram entre 420-479, tendo sido postos fora pelos Qi (479-502). O mesmo aconteceu aos Qi, substi-tuídos pelos Liang (502-557) e estes, pelos Chen (557-589). Num período de cento e setenta anos (420-589), todas estas quatro dinastias, denomi-nadas como Dinastias do Sul, tiveram como capital Jiankang. Por essa altu-

ra a cidade tinha mais de um milhão de habitantes e era a mais populosa do mundo. Mas quando a dinastia Sui (589-618) ocupou o trono impe-rial, após reunificar a China e fazer a sua capital em Luoyang, a cidade de Jiankang foi arrasada.

Minimamente reconstruída na di-nastia Tang (618-907), cuja capital era a esplendorosa Chang’an (hoje Xian), Jiankang ficou adormecida. Passados trinta anos da dinastia Tang ter acaba-do, a dinastia Tang do Sul (937-975) fez a sua capital, a Sul da antiga cidade, passando o nome para Jiangning.

CAPITAL DO SUL

Entre 1368 até 1420, a cidade tornou--se capital da dinastia Ming e tomou o nome de Nanjing mas, depois de trans-ferida a capital para Beijing, passou a cidade a ter como nome Yingtian. No final da dinastia Ming, entre 1644 e 1645, Yingtian recebeu a corte que para aí fugiu após a invasão dos man-chus.

Na dinastia Qing voltou a cidade a ter o nome de Jiangning, mas entre 1853 e 1864, durante o período do Rei-no Celestial de Taiping teve o nome de Tianjing. Por fim, com a fundação da República da China, em 1912, voltou a ter o nome de Nanjing, sendo conheci-da pelo diminutivo de Ning.

Após resumida a História de Nan-jing como capital, o que aconteceu por dez vezes, estamos preparados para visitar a montanha Púrpura, na parte Leste da cidade. Situada na área pano-râmica de Zhongshan, com vinte e um quilómetros quadrados, é onde muita da História de Nanjing e da China está exposta e por isso, reservamos o dia in-teiro para aí passear.

Intrigados pelo nome de Zhon-gshan estar constantemente presente em muitas ruas de Nanjing, resolvemos esclarecer a razão deste nome também nesta área.

Zhongshan presta homenagem a um dos homens que mais trabalhou para que a dinastia Qing fosse derrubada, o que aconteceu em 1911. Sun Yat-sen, como é conhecido Sun Zhongshan no ocidente, foi o fundador da República da China em 1912, tendo mudado a capital de Beijing para Nanjing. É tam-bém para ir ao seu mausoléu que visita-mos a área panorâmica de Zhongshan e a montanha Púrpura nela situada, mas muitas outras figuras históricas aqui se encontram e assim, teremos o dia todo ocupado por este manto de vegetação sobranceiro à cidade.

APÓS UM PERÍODO DE UNIÃO, SEGUIA-SE UM, EM QUE O PAÍS FICAVA DIVIDIDO. CADA VEZ QUE A CHINA ENTROU NUM PERÍODO DE DESUNIÃO E/OU O NORTE ERA INVADIDO PELOS POVOS NÓMADAS DAS ESTEPES, A CAPITAL MUDAVA--SE PARA SUL E MUITAS VEZES NANJING FOI A ESCOLHIDA

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16 hoje macau sexta-feira 31.10.2014h

ENSAIO VISUAL

A LUTA VOLTOU AO MURO *

A escrita no muro de forma não autorizada, vulgo graffito, é uma prática antiga. Há exem-plos da sua existência que re-

montam à antiguidade clássica, na Roma antiga ou em Pompeia. Comum a estas formas de expressão de índole vernacu-lar é a recorrente veia satírica e contesta-tária das mensagens. A afronta ao poder e aos bons costumes tem encontrado no muro e nas formas anónimas de comu-nicação um reduto altamente criativo. Especialmente relevantes são os graffiti executados no espaço público, disponí-veis para uma incomensurável plateia. A falta de identi ficação de um destinatário particular torna esta forma de comuni-cação ainda mais curiosa, assemelhan-do-se às estratégias comunicativas da pro paganda política e da publicidade. Ao invés destas, o graffiti é executado pelo cidadão comum, geralmente na obscuridade.

Na nossa história mais recente al-guns exemplos históricos merecem des-taque, pela forma como foram marcan-do os nossos imaginários. Aquilo que actualmente encontramos impresso nas nossas cidades não pode ser apartado dessa linhagem histórica. Joan Gari, académico catalão que escreveu uma excelente obra sobre a semiologia do graffiti contemporâneo, identifica basi-camente duas tradições: a europeia e a norte-americana. A europeia teria por característica principal a escrita, em forma de máxima, de natureza poética, filosófica ou política. Exemplo máximo dessa tradição seria o tipo de graffi-ti que emergiu durante o Maio de 68 francês. Por contraste, a tradição nor-te-americana está fortemente vinculada à cultura de massas e à sua iconografia pop, sendo marcada por uma expressão eminentemente figurativa e imagética.

As cidades portuguesas, principal-mente os grandes centros urbanos, fo-ram invadidas nas últimas décadas pelo graffiti de tradição norte-americana. Composto por tags, throw-ups e mu-rais figurativos de grandes dimensões, esta é uma manifestação visual que faz hoje parte da nossa paisagem. A globa-lização deste formato de graffiti signi-fica que, disperso pelo planeta, encon-tramos uma linguagem comum, com mecanismos de produção e avaliação estética idênticos. A hegemonia des-ta expressão mural não nos deve fazer esquecer aquela que é a manifestação

RicaRdo camposCEMRI-UNIVERSIDADE ABERTA

[email protected]

mural mais marcante da nossa história recente: o mural pós-revolucionário. O período que se seguiu ao 25 de Abril de 1974 foi marcado por uma profusão de propaganda política que recorria ao muro como principal suporte. A icono-grafia de então, em que se destacavam Marx, Lenine ou Mao, acompanhados por representações colectivas do povo, do operariado ou campesinato, cedeu paulatinamente o lugar aos politica-mente inconsequentes tags.

Porém, nos últimos anos parece ter despontado nas paredes uma nova von-tade de comunicação política. A grave crise económica e social que eclodiu em função das fortes medidas de austeridade impostas pela coligação de governo psd--cds, parece ter mobilizado os cidadãos para actuarem politicamente à margem dos mecanismos convencionais de ex-pressão da vontade política. As grandes manifestações que se realizaram nos úl-timos anos, organizadas por associações e colectivos não-partidários são um bom exemplo disso. As paredes parecem, também elas, servir cada vez mais para expressar não apenas uma revolta difusa, mas para acicatar o poder político, satiri-zar a classe partidária e afrontar o status quo. Através de palavras, de slogans, de murais pintados a aerossol ou através da técnica do stencil, vários são os exemplos destas manifestações que pude recolher nas ruas de Lisboa. As imagens fotográfi-cas que aqui se reproduzem visam, preci-samente, retratar esta dinâmica de mani-festação popular.

* Artigo retirado da revista “Análise Social” pelo director do Instituto de Ciências Sociais (ICS)

da Universidade de Lisboa, José Luís Cardoso, por ser um “ ensaio de “mau gosto e uma ofensa

a instituições e pessoas que eu não podia tolerar”

AS PAREDES PARECEM, TAMBÉM ELAS, SERVIR CADA VEZ MAIS PARA EXPRESSAR NÃO APENAS UMA REVOLTA DIFUSA, MAS PARA ACICATAR O PODER POLÍTICO, SATIRIZAR A CLASSE PARTIDÁRIAE AFRONTAR O STATUS QUO

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17DESPORTOhoje macau sexta-feira 31.10.2014

SÉRGIO [email protected]

O empresário Te-ddy Yip Jr, sobri-nho de Stanley Ho, adquiriu a

Caterham Racing, a equipa da GP2 Series, que ainda pertencia ao empresário Tony Fernandes. Depois de quase ter conseguido vender a sua equipa de Fórmula 1 - a Caterham F1 Team, que se encontra neste momento em processo de insolvência - a um grupo suíço de capitais árabes, o empresário malaio fundador da companhia de aviação Air Asia estava desejoso de se ver livre da sua equipa da GP2, a antecâmara da Fórmula 1, e conseguiu.

MARCO [email protected]

N OVE medalhas de ouro, de-zassete de prata e dezasseis de bronze. A participação de

Macau na sexta edição do Campeo-nato do Mundo de Wushu Tradicional dificilmente se poderia ter revelado mais proveitosa para as cores do território. A Região Administrativa Especial fez-se representar na compe-tição por pouco mais de trinta atletas, garantindo a conquista de um total de 42 medalhas.

A prova teve a cidade continental de Chizhou como palco e atraiu mais de dois mil desportistas oriundos de mais de meia centena de países e territórios. Para além de Macau e da anfitriã República Popular da China competiram no evento atletas oriundos de nações como o Brasil, os Estados Unidos da América, a

WUSHU PROVA REALIZADA NA PROVÍNCIA DE ANHUI

Macau brilha no Mundial

“Vejo a Ásia como a chave para construir um negócio de automobilismo com visão global e estaria muito interessado num vasto programa asiáticode corridas”TEDDY YIP JR

GP2 TEDDY YIP JR ADQUIRE CATERHAM RACING

Na ante-câmara da F1“Gostava de dizer que

este anúncio é muito positivo para nós e para a Status Grand Prix. Nós construímos uma forte equipa de GP2, com excelente pessoal, ao longo dos últimos quatro anos e estamos orgulhosos das vitó-rias e pódios que obtivemos”, disse o também patrão do Queen Park Rangers, no dia da celebração do contrato de venda. Os valores da transac-ção não foram comunicados à imprensa.

Yip Jr, filho do lendário Teddy Yip, por seu lado, afirmou que “a Status Grand Prix faz parte da família de GP2 há cinco anos e sempre [teve] ambição de expandir para as fórmulas seniores assim que o tempo [fosse] certo”.

Fundada em 2011, em Leafield, Inglaterra, na al-tura com o nome de Team AirAsia, a Caterham Racing, que conta com engenheiros portugueses nas suas fileiras,

participou em 64 corridas da GP2 Series, tendo ven-cido por quatro ocasiões. Já a Status Grand Prix, que começou no campeonato A1 Grand Prix, a defunta auto-denominada Taça das Nações de Automobilismo, onde foi mesmo campeã com a equipa da Irlanda, encontrou continuidade no desporto motorizado na GP3 Series, após uma breve e discreta passagem pelas corridas de sport-protótipos.

Além da Status Grand Prix, Yip Jr ressuscitou o ano passado a Theodore Racing, o nome da equipa do seu pai que chegou a estar na Fórmula 1 nos finais de 70 e princípios de 80 do século passado. Este regresso da Theodore ficou marcado pelo suces-so, uma vitória na corrida do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 pelas mãos do inglês Alex Lynn. Novamente em parceria

com a Prema Powerteam, a Theodore Racing irá inscrever e patrocinar três Dallara-Mercedes este ano na corrida de Fórmula 3.

Questionado pelo HM se estava interessado em trazer a sua equipa para a Ásia, o empresário se-deado no Canadá deixou transparecer que não tem planos, mas dá a entender que não irá desperdiçar a oportunidade de investir se esta oportunidade apa-recer. “Vejo a Ásia como a chave para construir um negócio de automobilismo com visão global e estaria muito interessado num vasto programa asiático de corridas”, comentou Yip Jr.

Quanto à Fórmula 1, é, a curto prazo, uma carta fora do baralho, devido à complicada sustentabilidade económica e elevados custos de uma presença condigna na categoria rainha do au-tomobilismo.

Rússia, o México ou Singapura. Apesar da concorrência se afigurar de peso, na província de Anhui, os representantes do território não deixaram créditos por mãos alheias,

tendo triunfado em nove eventos e garantido o segundo lugar em mais de uma dezena e meia de categorias.

Menos estético e mais bélico do que a variante competitiva da disci-

plina, o wushu tradicional privilegia as técnicas das escolas tradicionais de kung fu e disciplinas como o “tai chi”ou o “ba gua”. Tido como uma arte marcial que procura sobretudo o aperfeiçoamento do combate com mãos vazias e com arma, o wushu na sua vertente mais tradicionalista tem a si inerente práticas que estimulam a meditação e o trabalho focado na respiração, com o objectivo último de fortalecer quem o pratica não só a nível físico, mas sobretudo a nível mental e espiritual. Os praticantes de wushu tradicional que representaram Macau no Campeonato do Mundo da disciplina regressaram ao final da tarde de ontem ao território.

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O QUE FAZER ESTA SEMANA?18 hoje macau sexta-feira 31.10.2014(F)UTILIDADESTEMPO MUITO NUBLADO MIN 24 MAX 29 HUM 60-90% • EURO 10.0 BAHT 0 .2 YUAN 1.3

wJoão Corvo fonte da inveja

ACONTECEU HOJE 31 DE OUTUBRO

C I N E M ACineteatro

SALA 1KUNG FU JUNGLE [C]Um filme de: Teddy ChenCom: Donnie Yen, Charlie Young, Wang Bao-qiang14.15, 16.05, 17.55, 21.30

ALEXANDER AND THE TERRIBLE, HORRIBLE, NO GOOD, VERY BAD DAY [B]Um filme de: Miguel ArtetaCom: Steve Carell, Jennider Garner19.45

SALA 2FURY [C]Um filme de: David Ayer

Com: Brad Pitt, Shia LaBeouf, Logan Lerman14.00, 16.30, 19.00, 21.30

SALA 3OUIJA [C]Um filme de: Stiles WhiteCom: Olivia Cooke, Daren Kagasoff, Douglas Simth, Ana Coto14.15, 16.00, 17.45, 21.30

LET’S BE COPS [C]Um filme de: Luke GreenfieldCom: Jake Johnson, Damon Wayans Jr.19.30

KUNG FU JUNGLE

Morre Indira Gandhi, que lutou contra a pobreza na Índia• Indira Gandhi foi primeira-ministra da Índia, entre 1966 e 1977 e entre 1980 e 1984. Política brilhante mas controversa, fica na história pela luta contra a pobreza, a sua bandeira.Indira nasceu em Allahabad, na Índia, a 19 de Novembro de 1917, e foi a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do governo indiano. Brilhante estratega e pensadora, possuía uma enorme ambição política.O facto de ter sido a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo do governo numa sociedade patriarcal faziam prever que Indira fosse uma líder de pouca relevância. No entanto, o seu desempenho provou o contrário.Entrou na política a ajudar o pai, primeiro-ministro, exercendo o cargo de presidente do Congresso. Mais tarde, tornou-se ministra da Informação e Radiodifusão, até que em 1966 foi escolhida para suceder Shastri, como primeira-ministra.O primeiro mandato serviu para fortalecer gabinetes débeis e, em paralelo, criar o seu próprio partido, após cisão do Congresso Nacional Indiano.Acabou por ser reeleita como chefe de governo em 1971, graças a uma campanha que assentava no slogan ‘garibi hatao’, que significa expulsar a pobreza. Adoptou essa luta para eliminar a fome que devastava a Índia.Perdeu as eleições de 1977, mas, quando parecia ter a carreira encerrada, é eleita pela sua facção no Partido do Congresso, em 1979, regressando ao governo, até ser assassinada, em 1984, por um extremista. Nesse ano, foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz.Outro ponto central na sua estratégia foi o esforço em prol de auto-suficiência alimentar da Índia – a chamada ‘Revolução Verde’, que pretendia permitir ao país produzir cereais em grande quantidade. Esta opção permitiu ao país evitar a dependência de outros países, o que reduziu as importações.Indira Ghandi morreu a 31 de Outubro de 1984, com 66 anos, em Nova Deli.

• HojeHAIRSPRAY – O MUSICAL (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 500 patacas

• AmanhãHAIRSPRAY – O MUSICAL (FIMM)Centro Cultural de Macau, 20h00200 a 500 patacas

FESTIVAL DE CINEMA “PREMIERS PLAN D’ANGERS” (ORGANIZADO PELA ALLIANCE FRANÇAISE)Museu da Transferência de Soberania, NAPE, 14h00Entrada gratuita

• DiariamenteFESTIVAL DE GASTRONOMIA MACAENSE(ATÉ 5 DE NOVEMBRO)Hotel Four Seasons, Cotai18h00 às 22h00498 patacas por adulto, 249para crianças até aos 12 anos

EXPOSIÇÃO “BEYOND PIXELS”DE VICTOR MARREIROS(ATÉ DIA 31/12)Signum Living Store,Rua Almirante SérgioEntrada livre

“VIAGEM À TERRA DOS SONHOS” DE SU JIAN LIANG(ATÉ DIA 23/10)Galeria da Fundação Rui CunhaEntrada livre

WORLD PRESS PHOTO (ATÉ 2 DE NOVEMBRO)Casa GardenEntrada Livre

“SABORES DO MUNDO”, MOSTRA DE CULINÁRIADOS PLP (ATÉ DIA 7 DE NOVEMBRO)Restaurante Feast, Sheraton Macau, 12h00 – 15h00e 18h00 – 22h00

FEIRA DE ARTESANATO DA CHINA E DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESAFeira do Carmo, Taipa,16h00 às 21h00Entrada livre

EXPOSIÇÃO DE ARQUITECTURA “MAKING OF”,DE MARIA JOSÉ DE FREITAS E AETEC-MOCreative MacauEntrada livre

Uma história que mostra como é que a persona-gem Elizabethe Bennet lida com os problemas relacionados com a educação, cultura, moral e casamento de uma sociedade aristocrática do início do século XIX, em Inglaterra. Actual-mente, acredita-se que o livro tenha cerca de 20 milhões de cópias em todo o mundo. - Cecília Lin

“ORGULHO E PRECONCEITO”(JANE AUSTEN, 1813)

U M L I V R O H O J E

O caminho todo feito leva ao palácio da ignorância.

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19OPINIÃOhoje macau sexta-feira 31.10.2014

A BRIU a época das visitas. É uma característica da rentrée local – depois de um Verão mais ou menos morno, mais ou menos morto, chega sem-pre a época das visitas. É a altura em que todos vêm cá. E todos são muitos, de muitos sítios e de muitas áreas, quase todos com o mesmo grau

de interesse e o mesmo tipo de interesses. Chegam de toda a parte e desta terra só têm a fazer elogios.

Deve fazer parte da condição de visi-tante esta coisa polida de dizer bem, só bem. Chegam e ficam nos melhores hotéis, com os nomes mais sonantes, andam por aí nos melhores restaurantes. Macau tem este glamour estranho do néon misturado com a alcatifa pirosa que deixa todos felizes. É só elogios à terra que compra tudo, paga tudo, onde tudo é tão fácil para quem a visita e vai embora daqui a pouco, vai embora para o resto do mundo onde as luzes são mais discretas e o dinheiro, esse sim, é contado mais rapidamente, que os maços de notas são bem menores. Compreendo o fascínio de quem nos visita e gosto de saber que quem nos visita se sente bem recebido. Quem viaja gosta de se sentir especial e em Macau, taxistas à parte, quase toda a gente é mestre na arte de bem receber.

Mas o caso muda de figura quando quem nos visita não tem por missão fazer negó-cios a uma feira ou não vem numa missão de diplomacia económica. O caso muda de figura quando quem nos visita tem responsa-bilidades em instituições internacionais em áreas tão decisivas como a saúde.

Esta semana, Macau recebeu a visita discreta de um director regional da Organi-zação Mundial da Saúde. Shin Young-Soo é o responsável pela zona do mundo onde Macau se encontra e passou por cá para uma cerimónia em que se assinalaram os dez anos do território enquanto cidade saudável, a aplicação de um conceito que, acredito, será de difícil compreensão para muitos dos que cá vivem. Como outra qualquer visita, Shin Young-Soo só teve elogios para deixar na despedida: em rigor, foram 27 minutos de elogios para os gravadores dos jornalistas que quiseram saber o que pensa sobre Macau e isto de ser uma cidade saudável.

A página na Internet da Organização Mun-dial da Saúde diz que uma cidade saudável ambiciona alcançar quatro grandes aspectos, a saber: criar um ambiente que promova a saúde, atingir uma boa qualidade de vida, providenciar saneamento básico e cuidados de higiene, e garantir acesso a cuidados de saúde.

Como o saneamento não tem sido um problema dramático em Macau nos últimos dez anos e a qualidade de vida é um tema com pano para mangas, quem entrevistou Shin Young-Soo fez perguntas sobre o tal ambiente amigo da saúde e o dito cujo acesso a cuidados médicos. Foram questões colocadas depois de uma declaração curiosa:

contramãoISABEL [email protected]

Shin Young-Soo diz que muitas vezes as pessoas não dão valor à água e ao ar que têm. Tem toda a razão – não vejo gente por aí a sorrir quando olha para o céu e a aplaudira água do Delta das Pérolas. Mas também é certo que Shin Young-Soo não percorre a pé a Rua do Campo em horade ponta, que é a quase todas as horas

A vénia

Shin Young-Soo está tão bem impressionado com Macau que pensa usá-la como exemplo para outras zonas urbanas da China que ambicionam ao título de cidade saudável.

Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo não acha que deva ser feito um drama sobre a falta de médicos, a falta de enfermeiros e a falta de camas nos hospitais de Macau. Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo também não vê qualquer problema em que tenha sido prometido um hospital que está por construir há anos, apesar do aumento de residentes, de não residentes e de turistas. Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo não lamenta que numa terra como esta, cheia de dinheiro, o átrio do hos-pital seja decorado com baldes quando chove.

Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo não considera problemático o tempo de espera por uma consulta e o tempo que se espera para, no dia da consulta, se ser

atendido. Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo também não deve ver mal algum que um médico veja 27 pacientes numa tarde – o que, pelas minhas contas, dá uma média de 11 minutos por doente, contando que o médico não pára para respirar durante cinco horas ininterruptas de trabalho.

Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo também não acha mal que o tal acesso aos serviços de saúde custe o dobro para parte significativa da mão-de-obra de Macau, por sinal a mais mal paga – aquela que, não sendo residente, vive cá, trabalha cá, dorme cá, acorda cá e, vejam só a ou-sadia, tem doenças aqui. E, ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo acha normal que quem tem dinheiro vá ao médico em Hong Kong, porque afinal, diz o dirigente da Organização Mundial de Saúde, também há concorrência nesta coisa dos médicos e dos cuidados médicos.

Shin Young-Soo diz que – e diz em relação a Macau – muitas vezes as pessoas não dão valor à água e ao ar que têm. Tem toda a razão – não vejo gente por aí a sorrir quando olha para o céu e a aplaudir a água do Delta das Pérolas. Mas também é certo que, ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo não passa o domingo a pensar em dar um mergulho na água escura de Cheoc Van, nem percorre a pé a Rua do Campo em hora de ponta, que é a quase todas as horas do dia e da noite.

Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo relativiza a poluição – Macau é um sítio pequenino e leva com os ventos que vêm de longe, explicou ele aos jorna-listas que cá vivem e que cá respiram, pelo que Macau nada pode fazer. Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo não lamenta que, desde que Macau se tornou uma cidade saudável, as árvores não tenham sido plantadas ao mesmo ritmo dos arranha--céus. Assim como não lamenta que, em Macau, os veículos amigos do ambiente – de um ambiente saudável – sejam uma ideia em eterno estudo. E também não se condói com o facto de, nestes últimos dez anos de cidade saudável, os mais frágeis saírem menos à rua, porque o ar da rua não é para respirar.

Ao contrário de muitos de nós, Shin Young-Soo estava de visita. E as visitas, já se sabe, são sempre muito polidas.

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hoje macau sexta-feira 31.10.2014

“…annual global GHG emissions have continued to grow and reached 49.5 billion tonnes (gigatonnes or Gt) of carbon dioxide equivalents (CO2eq) in the year 2010, higher than any level prior to that date, with an uncertainty estimate at ±10% for the 90% confidence interval”. National governments are addressing climate change in the context of other national priorities, such as energy security and alleviation of poverty.“Climate Change 2014: Mitigation of Climate Change” 12th Session of Working Group III and the 39th Session of the IPCC on 12 April 2014 in Berlin.

O sector financeiro compro-meteu-se a contribuir com duzentos mil milhões de dólares de ajuda ao comba-te às mudanças climáticas. Os líderes governamentais, empresariais e represen-tativos da sociedade civil global conseguiram che-gar a consenso quanto

à mobilização de recursos necessários à implementação de estratégias contra o aquecimento global.

Os bancos e instituições financeiras, investidores e empresas seguradoras trans-ferirão até 2015, o montante da ajuda com o fim de construir e adaptar as economias existentes a economias de baixas emissões de carbono. As emissões de gases de efeito de estufa serão reduzidas anualmente em 16,4 por cento, devido ao compromisso alcançado por uma coligação de países que têm uma população superior a qua-trocentos milhões de pessoas.

A Bolívia reiterou a necessidade do respeito da “Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC na sigla inglesa)”, como sendo a instância principal de negociação. O fac-to de ser a primeira oradora da “Cimeira”, conferiu-lhe uma enorme importância, dado ser também, a representante do G77 da ONU, (conjunto de países em desen-volvimento que acordaram unir-se para deter uma maior força de negociação no seio da ONU e desenvolver a cooperação económica entre si. O grupo passou de 77 para 131 países) defendendo que as mudanças climáticas são um dos desafios mais graves do nosso tempo e que os países em desenvolvimento, apesar de serem os menos responsáveis pelo fenómeno, são os que mais sofrem os seus efeitos adversos.

O G77+ China fez um apelo aos países desenvolvidos para que assumissem a lide-rança no combate às mudanças climáticas que não só ameaça o desenvolvimento futuro dos países em desenvolvimento, mas igualmente, a sua existência e sobrevivên-cia, bem como das suas sociedades e dos ecossistemas do planeta. O México afirmou o seu total compromisso na luta contra as mudanças climáticas, e realçou o dever que cabe a todos os países de envidarem os máximos esforços, para que no próximo ano, seja celebrado um “Acordo Universal sobre o Clima”, efectivo e eficaz.

Os seres humanos são como sabemos, desde o Relatório do IPCC de 2007, os maiores causadores directos das mudanças climáticas (verdade de la Palisse), mas tam-bém, a única solução para a sua atenuação, dada a impossibilidade filosófica, científica e prática de regresso ao “status quo ante”.

perspect ivasJORGE RODRIGUES SIMÃO

A Cimeira sobre o Clima (II)

O “Acordo Universal sobre o Clima” deve conter mecanismos financeiros sólidos que suportem as diversas estratégias dos países em desenvolvimento.

O Paraguai assumiu igualmente, que a adaptação e combate às mudanças cli-máticas são uma prioridade de Estado. O país é rico em recursos naturais, recursos hídricos e terras aráveis, nos quais encon-tra a base para o seu desenvolvimento. É um dos maiores exportadores de energias limpas do mundo e estão em processo de certificação cerca de catorze milhões de hectares de florestas, estando os serviços ambientais à disposição do mundo por meio de um quadro legal que assegura os investimentos estrangeiros.

É de considerar que num período de vinte anos, mais de 80 por cento da população mundial poderá viver em regiões onde existe energia limpa, livre da pegada de carbono e cujos preços dos produtos poderão ser iguais ou menores em relação aos que actualmente são praticados e destroem o planeta se os países transformarem as suas economias. O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e Prémio Nobel da Paz, Al Gore que partici-pou como convidado especial na abertura da “Cimeira”, fez uma notável intervenção sobre o acesso às energias renováveis.

Al Gore afirmou que os investimentos nessas fontes excederam as que tem por base o carbono, tendo esse mercado crescido dez vezes nos últimos dois anos, pelo que a oportunidade para o sucesso económico está nos países que adoptarem a política de investimento nas energias renováveis.

Os fenómenos extremos que acarretam as mudanças climáticas têm um impacto negativo na economia e agudizam a pobre-za. As Honduras tem sido um dos países mais atingidos, em particular, quanto aos grandes desafios que constituem as secas, pois fazem aumentar o desemprego e a

pobreza, e nos últimos anos ultrapassaram as possibilidades económicas do país de as combater.

As Honduras, apesar das contrarieda-des do clima que tem de fazer face, ini-ciaram planos de adaptação às mudanças climáticas e consumo de energias limpas e renováveis, sendo exemplo, a mudança dos fogões de lenha por eco fogões, em que o uso de cada unidade evita que sejam abatidas anualmente, quinze árvores de tamanho médio.

Os países em desenvolvimento não po-dem continuar a subsidiar as emissões dos países mais poluentes. A Costa Rica entende que existe e bem, uma fraca solidariedade internacional para que os esforços de países de economias em desenvolvimento possam refrear o aumento das mudanças climáticas e que não se devem punir os benefícios alcançados, nem desincentivar os planos de desenvolvimento que têm suporte nas energias limpas e a erradicação da pobreza.

A Costa Rica está empenhada no de-senvolvimento massivo de tecnologias renováveis para uso doméstico e com a promoção de padrões de consumo ener-gético acessíveis e adequados, mas sem os recursos suficientes não poderá concretizar essas estratégias.

Os seres humanos são como sabemos, desde o Relatório do IPCC de 2007, os maiores causadores directos das mudanças climáticas (verdade de la Palisse), mas também,a única solução paraa sua atenuação

20 opinião

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21 opiniãohoje macau sexta-feira 31.10.2014

O “Acordo Universal sobre o Clima”, de 2015, deverá ser um documento jurí-dico que contenha o compromisso global do seu efectivo cumprimento, cooperação entre os países signatários, equidade e transparência. O princípio da equidade é de primordial importância, pois obriga que os responsáveis históricos, como são os países grandes emissores de gases de efeito de estufa, assumam a sua quota de responsabilidade em termos de reduções e fornecimento de meios de implementação às políticas de combate às mudanças climá-ticas que os países mais pobres necessitam.

A “Conferência das Partes da CQNU-MC”, abreviadamente designada como “COP 20”, realizar-se-á em Lima, entre 1 e 23 de Dezembro de 2014. O Peru, país anfitrião, deu durante a “Cimeira” todo o possível apoio, em coordenação com a França, onde se realizará a “COP 21” e deverá ser assinado o novo “Acordo Universal sobre o Clima”. O tema refe-rente às mudanças climáticas, requer um compromisso tão alargado quanto possível e de longa duração. É o momento certo de mobilizar a maior aliança de países da história, tendo como referência o clima e o desenvolvimento.

O Peru aderiu conjuntamente com outros vinte e sete países à “Declaração de Nova Iorque sobre Florestas”, apresentado na “Cimeira” que tem por objectivo reduzir a metade a desflorestação até 2020, e na sua totalidade até 2030. É de notar que o Brasil não assinou a “Declaração” por não ter sido consultado, nem fazer parte da comissão que redigiu o documento. Um acordo internacional sem incluir a floresta amazónica brasileira não parece ter grande sentido e alcance.

O Peru está a preparar um conjunto de mecanismos para combater as mudanças climáticas, concentrando-se no crescimento económico verde e em medidas destinadas a controlar o desflorestamento e a um apro-veitamento mais sustentável dos recursos naturais.

Os países em desenvolvimento fizeram maiores contribuições para a redução de gases de efeito de estufa que os países desen-volvidos, que mantêm modelos económicos altamente poluentes. As causas estruturais da crise do clima residem em modelos polí-ticos e económicos, com suporte em padrões insustentáveis de produção e consumo dos países desenvolvidos, que criam iniquidade, injustiça, pobreza, fome e exclusão social.

A Nicarágua é um exemplo de miti-gação voluntária dos efeitos das mudan-ças climáticas através do alargamento e transformação da sua rede energética. O ano passado cerca de 52 por cento da sua energia era criada por fontes renováveis e prevê-se que aumente para 74 por cento em 2018. Os desastres naturais causaram em 2013, em 119 países, mais de vinte e dois milhões de refugiados, que foram obrigados a abandonar os seus lares, representando o triplo de deslocados resultantes de guerras, conflitos e violência.

Segundo o último relatório do “Centro de Monitorização de Deslocados Internos (IDMC na sigla em inglês)”, o continente mais afectado foi a Ásia, onde 19,1 milhões de pessoas, representando 87,1 por cento

do total de deslocados, tiveram de fugir dos seus locais de residência, devido aos fenómenos climáticos extremos.

A África é o continente que vêm a seguir, com 1,8 milhões de deslocados, representando, 8,1 por cento, seguido das Américas, com 892 mil refugiados, repre-sentando 4,1 por cento, a Europa com 149 mil deslocados, equivalente a 0,7 por cento e por fim a Oceânia com 18 mil deslocados, equivalente a 0,1 por cento.

O estudo destaca que os países em desenvolvimento foram os que sofreram os piores efeitos das mudanças climáticas, contando com mais de 85 por cento dos deslocados mundiais. As Filipinas lide-ram o número de deslocados devidos às mudanças climáticas com 7,2 milhões de desalojados, seguidos da China com 5,9 milhões de deslocados.

Os deslocados por comparação, re-sultantes de guerras, conflitos e violência aumentaram dramaticamente no ano de 2013, sendo de 33,3 milhões de desloca-dos, em que 63 por cento da totalidade dos refugiados estão concentrados apenas em cinco países, que são a Síria, Colômbia, Nigéria, República Democrática do Congo e Sudão. A cada minuto uma família foge da Síria e do conflito interno que o país vive. A “IDMC” é uma organização não governamental, independente, de natu-reza humanitária, parte do “Conselho de Refugiados Norueguês (NRC na sigla em inglês)”, que colabora com a ONU.

As “Partes da Convenção (COP 20)” têm diferentes interesses e responsabilidades, devido às prioridades, especificidades e particularidades que cada país ou região considera relativamente ao desenvolvi-mento, obedecendo a princípios comuns, como os de recolher, elaborar e partilhar informações sobre as emissões de gases de efeito estufa, políticas ambientais de cada país, melhores práticas aplicáveis e disponíveis, criação e desenvolvimento dos diversos planos nacionais de redução e adaptação às mudanças climáticas, deci-são sobre os montantes das prestações de suporte técnico e financeiro aos países em desenvolvimento e efectuar a cooperação, tendo em vista, a preparação e adaptação de mecanismos de combate às mudanças climáticas.

O objectivo principal da “COP 20” será a elaboração de um “Acordo Universal sobre o Clima”, que deverá ser assinado, aquando da realização da “COP 21”, em Paris, entre 1 e 15 de Dezembro de 2015 e que visa responder a esta ameaça grave para as sociedades e economias. Após o insucesso da “COP 15” que se realizou em Copenhaga, entre 7 e 18 de Dezembro de 2009, foi decidido na “COP 17” de Durban, que se realizou entre 28 de Novembro e 9 de Dezembro de 2011, iniciar-se uma nova negociação que levasse a comunidade internacional a adoptar, o mais tardar em 2015, um acordo universal juridicamente vinculativo, aplicável a partir de 2020, que criasse o enquadramento da necessá-ria transição mundial para economias de baixo carbono. Se o planeta chegou a esta situação deve-se única e exclusivamente à falta de vontade política dos governantes dos países.

A mudança que tardou!

A vergonhosa derrota da se-lecção Portuguesa frente à desconhecida selecção da Albânia, determinou, que finalmente Paulo Bento se apercebesse, que não fazia já parte da solução, mas do problema!

Mesmo assim, em en-trevista na televisão, foi

dizendo, que a decisão tomada partiu do presidente da Federação, mas houve mais alguém por de traz afirmando: que por ele continuaria aos comandos da selecção!

Do lado da Federação e pela voz do seu presidente, Fernando Gomes, foi transmi-tido, que Paulo Bento terá informado não dispor de condições para continuar à frente da selecção, após o “desastre” frente à modestíssima selecção da Albânia.

Como é costume nestas andanças do nosso futebol, a vítima é sempre a verdade, nunca se sabendo quem tem razão e muito menos quais foram os verdadeiros res-ponsáveis pela substituição do treinador!

Saiu Paulo Bento e entrou Fernando Santos, cujo perfil reunia à partida mais possibilidades do qualquer outro putativo candidato.

Não dispondo de muito tempo, o novo treinador optou por convocar novos joga-dores, mesmo os que foram proscritos pelo seu antecessor, numa opção de algum risco.

Assim, para além do regresso de Ricar-do Carvalho, Danny, Tiago e Quaresma, Fernando Santos chamou também, João Mário, Cédric, Eliseu e Antunes.

Relativamente aos primeiros, o se-leccionador não se pode queixar do seu desempenho, bem pelo contrário. Ricardo Carvalho assinou uma boa exibição, Tiago cumpriu e Quaresma esteve no golo da

desporto e não sóFERNANDO VINHAIS GUEDES

desejada vitória. Quanto aos restantes, não desmereceram a sua chamada.

Neste primeiro jogo Fernando Santos passou no teste e mantém o estado de graça, pelo menos até ao próximo jogo.

De alguma forma ficou visível a preo-cupação do actual responsável em criar um ambiente propício à construção de um novo espírito de equipa capaz de ultrapassar desavenças anteriores.

Se o primeiro jogo particular com a França, possuidora duma equipa mais rodada, mais forte com mais e melhor fu-tebol, derrotou a selecção portuguesa por duas bolas a uma, o mesmo não aconteceu no jogo oficial disputado com a selecção da Dinamarca, onde era indispensável ganhar para continuar a ter hipóteses de se qualificar para o Euro de 2016.

Neste jogo, o conjunto português apresentou já, um futebol mais dinâmi-co e mais colectivo, deixando entender algum progresso e a vitória conseguida nos segundos finais, pode muito bem ser o tónico para a recuperação que se deseja!

É certo, que foi um jogo sofrido, com a vitória conseguida a dez segundos do apito final!

A vitória, mesmo providencial, sobre a Dinamarca, pode ter sido o “cimento” de uma nova equipa, onde os egos individuais dêem lugar a um grande ego, mas colectivo!

O novo treinador é homem experiente, com provas dadas, quer como treinador de equipas, quer como seleccionador ao serviço da Grécia.

Muitas vezes a mudança de liderança trás novos processos, novos métodos de trabalho isto para não falar nas caracte-rísticas de personalidade e consequente relacionamento do chefe com o grupo, que ele escolheu.

Veremos se o objectivo de qualificação para o euro de 2016 vai ser atingido. O próximo jogo dirá se estamos perante a construção duma nova equipa, mais coesa, mais dinâmica ou se o resultado do primei-ro jogo foi fruto do acaso e da sorte, que esteve do lado da selecção portuguesa!

A vitória, mesmo providencial, sobre a Dinamarca, pode ter sido o “cimento” de uma nova equipa, onde os egos individuais dêem lugara um grande ego,mas colectivo!

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HOJE

MAC

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ICÍLIA BERENGUEL, ADVOGADA

DAS PASSERELLES PARA A BARRA DOS TRIBUNAIS

22 PERFIL hoje macau sexta-feira 31.10.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

E M 1997, Icília Berenguel foi coroada Miss Portugal e iniciava o que se es-perava ser uma promissora carreira no

mundo da moda. Mas o sonho e o destino fizeram com que, em 2003, estivesse de malas e bagagens rumo a Macau, onde terminaria o seu curso de Direito que tinha começado quatro anos antes na Universidade Lusíada do Porto.

Ao HM, a advogada, que trabalha há dez anos no escritório de advocacia C&C, sorri quando fala do sonho de uma vida. A moda ficou no baú das boas memórias. “Acabei por tropeçar numa carreira de manequim mais por curiosidade. Todos nós gostamos de ver as senhoras bonitas e elegantes. Foi uma fase bonita, mas não foi nada programado”.

Depois de ter ganho o título de mais bela de Portugal, Icília começou a trabalhar como modelo. Até que resolveu inscrever-se na universidade e lutar por aquilo que sempre quis. “Tinha plena noção de que aquilo que estava a viver era uma fase que eu quis que fosse curta. Decidi num determinado dia comunicar o encerramento da minha carreira como manequim. Não porque ti-vesse havido um fim, mas porque eu decidi que já não queria ser mais manequim. Iria

iniciar aquilo que sempre considerei o meu verdadeiro sonho. Fechei as portas à moda e nunca mais voltei a pisar uma passerelle”, conta ao HM.

“O mesmo já não posso dizer em respeito à advocacia, porque é a minha vocação. Sempre quis ser advogada. Confesso que tive algum desejo de passar pela procuradoria, talvez ser delegada do Ministério Público, mas o meu perfil é para ser advogada”, assume.

ENCONTROS DO DESTINOA vinda para Macau deu-se porque o namo-rado, com quem já vivia, teve de vir trabalhar nos negócios da família. Quando a proposta apareceu, Icília achou “uma maluquice” viver a Oriente e terminar o seu curso na Universidade de Macau. Mas foi isso que acabou por acontecer.

Depois, o contacto com o escritório C&C e o advogado Rui Cunha iria mudar o seu destino. “Era preciso inscrever-me na Associação dos Advogados de Macau e aí a coisa começou a ficar complicada. Lembro--me de estar no carro e pensar ‘estudei tanto e esforcei-me tanto e agora preciso de um patrono e não conheço ninguém’”, recorda.

Dos cinco escritórios que contactou na altura, apenas o C&C deu uma resposta. “Da pessoa que considero um exemplo, tanto

como homem como profissional, que tem uma carreira invejável...algum dia pudesse eu ter uma carreira como ele. E falo do dou-tor Rui Cunha. Expliquei que queria falar da possibilidade de estágio, ao que ele me responde ‘na minha vida não sei o que me pode acontecer daqui a dez minutos, por isso para reunir é já’. Fiquei muito empolgada, fui logo a correr para casa vestir-me. Disse-lhe que não tinha experiência mas que queria aprender a ser uma boa advogada.”

Para Icília Berenguel, o C&C acabaria por se tornar “no jardim de infância, escola e universidade em ser advogada”.

O trabalho de uma vidaApesar de ser advogada de um dos ar-

guidos de um processo mediático que levou a tribunal ex-dirigentes do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Icília Berenguel garante que nem sempre

esse tipo de casos são os mais desafiantes, frisando que o seu trabalho não vive de me-diatismos, preferindo ver a justiça a trabalhar e o sistema a funcionar.

“Sou mais vocacionada para a área do crime, sem dúvida nenhuma, independen-temente de me dedicar da mesma maneira a qualquer tipo de processo. Isso porque acredi-to que qualquer pessoa merece uma segunda oportunidade, qualquer ser humano”, frisa.

Onze anos depois do início da aventura na China, Icília Berenguel está casada com o namorado que a trouxe para a RAEM, com quem tem dois filhos. Guarda a figura dos tempos de miss, mas na hora de tirar fotografias não revela um grande à vontade e acaba por apontar um ou outro defeito.

Quando veste a toga, contudo, as peque-nas inseguranças desaparecem e transforma--se numa profissional “dura”.

“Em tribunal sou o espelho das minhas convicções, ou seja, não devemos desistir daquilo em que acreditamos. Qualificando--me enquanto advogada, sou dura, por vezes persistente demais, mas acima de tudo sou respeitadora dos tribunais, dos colegas, juízes e direitos dos meus constituintes. Um dia um procurador-geral português disse-me assim: ‘a senhora doutora não deixa de ser aguerrida’. Só assim consigo mostrar as minhas convicções no Direito”, assume.

“Em tribunal sou o espelho das minhas convicções, ou seja, não devemos desistir daquilo em que acreditamos”

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hoje macau sexta-feira 31.10.2014

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L I G U E - S E • PA R T I L H E • V I C I E - S E

POR CARLOS MORAIS JOSÉ

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

AVIÕES DA NATO interceptaram quarta-feira aeronaves russas que sobrevoavam o espaço aéreo europeu, num conjunto de manobras militares que a aliança considerou ter atingido “níveis incomuns”. Caças F-16 da portugueses participaram também nas operações sobre o Mar do Norte e Mar Báltico. A NATO frisou que não houve violação do espaço aéreo de nenhum membro da aliança.

DIÁRIO 23DE BORDO

Não adormeças sob a lua ou céu tingido de nuvens malsãs. É-te aziago o vento como te é leve o pensamento. Prefere por isso a insónia, seja ela resolvida em passeios pelos desertos da cidade ou no recorrente ruminar das mesmas perguntas com a almofada. Não importa. É fundamental não dormir. Ou fingir que se dorme, que realmente se mer-gulha no esquecimento, a uma braçada da morte. Não o fazer, pretender, representar o abandono, face aos outros e face aos deuses, mas permanecer em vigília, se necessário for nas contorções de uma vela, na faúlha do incenso, no luzir de um pensamento, a me-mória de uma onda, do seu fio sobre o mar ou outro qualquer lugar que consigas agarrar. Não ceder ao remoinho (nota prática: as formas redondas descem mais lentamente pelas paredes do Maelstrom), exigir a superfície, a delícia de olhar. Depois vem... adormecer nos meus braços e nunca mais acordar.

mauspensamen t o s

“A deputada tem de pagar uma renda e como há falta de mão-de-obra e têm de ser pagos salários atractivos, o subsídio do Governo está longe de ser suficiente para suportar as operações dos escritórios”JOE CHAN• Secretário de Melinda Chan, sobreos apoios do Governo aos deputados

“Sentimos que, neste âmbito, o Porto tem sido esquecido. Não me compete avaliar os porquês, mas de facto tem sido um programa dirigido para Lisboa e para o Algarve e ainda para algumas quintas do Douro, mas esse modelo ainda não chegou ao Porto. É o nosso papel suprir essa carência e explicar que há oportunidades”, RUI MOREIRA• Presidente da Câmara Municipaldo Porto, sobre os vistos Gold

“Durante a investigação, pôde confirmar-se que o casino do City of Dreams, sem permissão do Governo, tornou uma zona de jogo comum em zona de fumadores, quando isto é incompatível com as disposições legais”COMUNICADODOS SERVIÇOS DE SAÚDE

OS TRABALHADORES dos casinos tiveram azar: a data em que, justamente, começaram a exigir me-lhores condições salariais coincidiu, precisamente, com o momento em que os lucros do Jogo inicia-ram uma paulatina descida das alturas em que ufanos planavam. Não se podem queixar os patrões porque ainda assim ganham mui-to dinheiro. Mas têm um argumento de peso para contrapor aos desígnios dos trabalhadores.Caramba, é preciso azar: depois de anos de cresci-mento desenfreado, logo tinha que coincidir uma paragem na ascendente seta dos lucros com a reivindi-cação laboral de melhores salários. Assim se prova que trabalhar no sector do Jogo não implica ter do seu lado a sorte. Como vivemos no segun-do sistema “selvagem”, o Governo nada tem a dizer sob o modo como os traba-lhadores são pagos e se tal é suficiente para manter a harmonia social, do mesmo modo que está de mãos atadas no que diz respeito ao exagero absurdo nos aumentos das rendas das casas. Portanto, resta aos trabalhadores reflectirem sobre o modo como pode-rão prosseguir a sua luta por melhores condições de vida. Por esta descida dos lucros, é que não estavam à espera.Já Steve Wynn, ao analisar as razões desta retracção das notas, prefere consi-derar vários elementos entre os quais a proibição do fumo nos casinos, os protestos em Hong Kong e a política anti-corrupção no continente. Segundo o magnata do Jogo, tudo se junta, numa espécie de san-ta aliança, para diminuir as quantidades astronómicas de dinheiro que os casinos sazonalmente arrecadam. Contudo, admite estar “confuso”. Don’t we all, Mr Wynn? Don’t we all?

Don’t we all?

“Estamos a tomar a decisão final. Queremos um serviço de táxissó por chamadas, se a empresa achar que não é possível, tomaremos as medidas

necessárias. Usamos os táxis pretos para prestar esse serviço. Acredito que,para a população, o mais importante que haja táxis disponíveis”

Wong Wan, director da DSAT, sobre a possibilidade de fim da prestação de serviços da Vang Iek | P. 6

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cartoon por Stephff

hoje macau sexta-feira 31.10.2014

Ébola Filipinas apelam ao regresso de nacionais

A FIFA, o sindica-to internacional de futebolistas (FIFPro) e a IN-

TERPOL uniram-se para combater o flagelo dos jogos combinados, iniciando uma campanha preventiva que visa reforçar a detecção, de-clinação e denúncia de todas as tentativas de corrupção.

“Hoje começa uma luta coordenada de três orga-nizações globais contra o arranjo de jogos. Unindo os nossos recursos, podere-mos chegar mais longe no nosso esforço de proteger a integridade no futebol. Com este DVD queremos reavivar o debate sobre a melhor forma de enfren-tar os jogos combinados e denunciá-los”, explicou o secretário-geral da FIF-Pro, Theo van Seggelen, durante o congresso do organismo, que decorre no Japão.

A campanha usa exem-plos positivos de futebo-listas – Frank Lampard, Sone Aluko e Kolo Touré –, juntamente com dois outros atletas que foram aliciados a desvirtuar jogos de futebol. O vídeo dura 15 minutos e será utilizado em progra-mas de formação em áreas como a integridade, além de ser usado em iniciativas de federações de sindicatos nacionais.

As organizações pro-

FIFA, FIFPRO E INTERPOL COMBATEM JOGOS COMBINADOS

Trio de ataqueAs três entidades unem esforços na protecçãoda integridade do desporto-rei

Macau Enveredar pelo mesmo caminho de Las Vegas

AS autoridades filipinas apelaram ontem às

centenas de nacionais que estão em zonas afectadas pelo vírus Ébola para abandonarem essas zonas da África Ocidental, sa-lientando que todos os que regressarem irão permane-cer de quarentena.

Albert del Rosario, secretário dos Negócios Estrangeiros, disse que o Governo apelou a “um repatriamento voluntário” de cerca de 900 dos seus nacionais que trabalham na Libéria, Guiné Conacri e Serra Leoa.

O mesmo responsável

salientou, em declarações à estação ABS-CBN, que o Presidente Benigno Aqui-no deu ordens para todos os que regressem das zonas afectadas permaneçam du-rante 21 dias em isolamento em instalações do Governo.

Com cerca de 10 mi-lhões de filipinos a traba-lharem no exterior, o país é extremamente vulnerável a qualquer epidemia, acres-centou.

Cerca de 100 militares filipinos que integram mis-sões internacionais de paz na Libéria regressam ao país asiático em Novembro e irão ser vigiados em ins-

talação militar durante 21 dias, cumprindo-se assim a ordem presidencial.

As Filipinas vão ter em breve cerca de 20 unidades hospitalares preparadas para enfrentar o vírus e os cerca de 160 nacionais que regressaram ao país desde o início da epidemia na África Ocidental, foram acompanhados em suas casas.

O surto de Ébola que tem fustigado a África Ocidental já tomou 4.922 vidas, de acordo com a últi-ma actualização da OMS, a maioria da Libéria, Guiné--Conacri e Serra Leoa.

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Os empresários estão, mais do que nunca, a investir cada vez mais capital para uma percentagem de lucro menor. Isso mesmo disse Jim Chanos, gestor de fundos de investimento, à agência Reuters. De acordo com notícia avançada pela revista Macau Business, Chanos prevê que a capacidade de Macau aumente 30% a 40% nos próximos 18 meses, e 100% entre os próximos dois a

três anos. “As receitas estão agora a descer devido à crise do crédito e da corrupção”, disse. Além disso, o gestor defende que o território está a seguir o mesmo caminho da cidade norte-americana de Las Vegas, onde os casinos e hotéis optaram por investir mais em actividades e infra-estruturas extra-jogo, consequentemente reduzindo a suamargem de lucros.

CÓCEGAS

metem tratar as denúncias “com toda a confidencia-lidade”.

DA SENSIBILIZAÇÃOO secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, destacou a importância desta “iniciativa sem precedentes”, que junta as três partes envolvidas no futebol, considerando que a mesma revela apoio aos fu-tebolistas, de quem se espera a necessária “colaboração”.

“Fazemos um apelo a quem joga futebol para que promova a transparência e integridade, estando atentos, actuando de forma respon-sável e ajudando a proteger a modalidade”, vincou.

O porta-voz da Interpol, Ronald Noble, recorda que

“quando uma investigação começa, o estrago já está feito”, pelo que destaca a importância de “reforçar a primeira linha defensiva, nomeadamente com os jo-gadores e outras pessoas que controlam o que se passa em campo”.

“Inclusivamente as de-cisões que parecem insig-nificantes podem acarretar consequências graves. O DVD servirá para sensibi-lizar os jogadores sobre a determinação e facilidade com que as redes de crime organizado se dirigem a pessoas, que podem atacar, fazendo-as sentir encurra-ladas em situações difíceis das quais não podem sair”, acrescentou.