34
RELIGIÃO O significado do Didukh CULINÁRIA Kuá para começar a ceia NATAL UCRANIANO O conto “A aranha e a árvore” POLTAVA 35 ANOS Logo especial + ensaio fotográfico EDIÇÃO I ANO I DEZEMBRO/2015

Kolody - Edição I Ano I

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Kolody é uma revista publicada pelo Grupo Folclórico Ucraniano Poltava, de Curitiba - PR. "Como mais uma maneira de preservar a nossa etnia, a cada três meses traremos um pouco mais sobre a cultura ucraniana e os costumes deixados por nossos antepassados. Nesta edição de lançamento você confere mais sobre as tradições natalinas e um ensaio fotográfico exclusivo dos departamentos do grupo, especialmente pelo aniversário de 35 anos que completará em junho."

Citation preview

Page 1: Kolody - Edição I Ano I

RELIGIÃOO significado do Didukh

CULINÁRIAKutiá para começar a ceia

NATAL UCRANIANO O conto “A aranha e a árvore” POLTAVA 35

ANOSLogo especial + ensaio fotográfico

EDIÇÃO I ANO IDEZEMBRO/2015

Page 2: Kolody - Edição I Ano I

Editora-chefe: Bruna Luísa Buratto Remes Planejamento gráfico-editorial: Bruna Luísa Buratto Remes e Victor Cordeiro dos SantosEditoração e revisão: Bruna Luísa Buratto Remes e Marcos GanzertRedação: Bruna Luísa Buratto Remes, Isabela Mantoan, Luís Eduardo Alves de Loiola e Victor Cordeiro dos SantosDireção de Arte: Victor Cordeiro dos SantosFotografia: Bruna Luísa Buratto Remes e Luís Eduardo Alves de LoiolaPesquisa: Bruna Luísa Buratto Remes, Isabela Mantoan, Luís Eduardo Alves de Loiola e Victor Cordeiro dos SantosColaboração: Carlos Valdir Henze Junior, Ilda Sidorak Popadiuk, Julia Regina Bordun Bertoldi, Maria Aparecida Pankievicz, Marta Sidyr, Mirna Slava Voloschen, Alberta Ukrainian Dance AssociationSuporte: onlineFrequência: trimestral

Grupo Folclórico Ucraniano PoltavaPresidente: Carlos Valdir Henze JuniorRua Pará, 1035, Água Verde, 80610-020. Curitiba - PR

www.grupopoltava.com.brfacebook.com/GrupoPoltavainstagram.com/GrupoPoltavatwitter.com/GrupoPoltava

EDIÇÃO I ANO IDEZEMBRO/2015

Page 3: Kolody - Edição I Ano I
Page 4: Kolody - Edição I Ano I
Page 5: Kolody - Edição I Ano I

EDITORIAL 62016: um ano de comemorações

CANÇÃO 8Янголи в Небі (Anjos no Céu)

RELIGIÃO 10A simbologia do Sviatei Vetchir

CONTO 14A aranha e a árvore

ENSAIO 16Os departamentos do Poltava

DANÇA 44Por trás da região da Volênia

TRAJE 45A roupa e o trabalho

POLÍTICA 46A crise na Ucrânia

Page 6: Kolody - Edição I Ano I

EDITORIAL

Page 7: Kolody - Edição I Ano I

Por todo o ano de 2015, o Grupo Folclórico Ucra-niano Poltava investiu pesado nos projetos de comunicação, dentro e fora da instituição.

Além das publicações nas redes sociais e do informativo para cor-respondência interna, havia a vontade de dar corpo às histórias con-tadas na comunidade. Como eternizar cren-ças, canções, dialetos e a memória de persona-gens históricos únicos?

Surgiu, em outubro,

a ideia de efetivar um novo veículo, para aten-der às nossas expecta-tivas: algo extenso, se necessário; próprio para textos e imagens; fácil de ser divulgado e lido: uma revista.

Um novo formato, di-ferente de tudo que já experimentamos antes. Um desafio que a equipe se dispôs a enfrentar.

Planejamento edito-rial, discussões de pau-ta, montagem gráfica, ensaios fotográficos, diagramação, pesquisa,

entrevistas... Sem dú-vida, esforço mínimo se comparado a tudo que nossos antepassados vi-veram - e digno de or-gulho para as gerações posteriores. Afinal, já previu a poetisa para-naense Helena Kolody: “a Ucrânia não morrerá jamais”.

Aos museus, grupos folclóricos, associações, sociedades, clubes e to-dos que se ocuparam em guardar nossa história: nosso muito obrigado. Contem conosco.

Em 2016, o Gru-po Folclórico Ucrania-no Poltava completa 35 anos de história. Com imenso prazer, a equi-pe de marketing desen-volveu uma logomarca comemorativa que traz algumas das caracterís-ticas mais importantes da cultura ucraniana.

O tryzub (tridente) é um dos símbolos da autenticidade nacional do povo, assim como a cidade de Poltava, que tida como o ber-

ço da verdadeira cul-tura ucraniana é, para nós, a representação de uma identidade na qual acreditamos e confia-mos nosso nome.

A arte petrykyivka (ornamento floral) simboliza uma das mais importantes formas de expressão artística ucraniana. Seus traços perfeitos são, de certo modo, aquilo que acre-ditamos ser a união de todos os nossos depar-tamentos: é essencial

cada parte que compõe o todo.

E, por fim, os dan-çarinos da nossa logo-marca oficial, que re-metem nossa história trilhada por gerações de descendentes, que não mediram esforços para que o Grupo Folclóri-co Ucraniano Poltava se tornasse referência no cenário cultural brasi-leiro. Orgulho a todos nós, de podermos di-zer “nós fazemos parte desta história”.

Page 8: Kolody - Edição I Ano I

A Kolhada (Коляда) é cantada especialmente na época do natal. Conheça “Anjos no Céu”

Page 9: Kolody - Edição I Ano I
Page 10: Kolody - Edição I Ano I

Na tradicional ceia natalina ucraniana, ornamentos têm intenções religiosas pela união familiar

Page 11: Kolody - Edição I Ano I

Foto

: Bru

na R

emes

Page 12: Kolody - Edição I Ano I

Para cada festividade do ano existe um

costume único na cultura ucraniana, e nas celebrações natalinas – dias 24/12 e 05/01 –, não poderia ser diferente.

No Sviatei Vetchir (Святий Вечір), além dos 12 pratos de comida (que não podem conter carne nem ingredientes

de procedência animal, exceto peixe), na mesa deve estar o castiçal triplo, em alusão à Santíssima Trindade. Alguns também colocam dentes de alho nos cantos, para espantar os espíritos ruins – mas apenas os ruins. Antes, durante e após a refeição, as almas dos

entes queridos e dos parentes já falecidos são lembradas por todos. Inclusive, têm uma simbologia própria: o Didukh (Дідух), aglomerado de ramos de trigos, que é carregado pelo dono da casa em homenagem aos antepassados.

Quando a primeira estrela aparece, o patriarca deve trazer o Didukh saudando a Deus e agradecendo pelos alimentos. Para iniciar a refeição, coloca-o em altar próprio no canto do cômodo (onde ficará até o Ano-Novo), como lembrança aos antigos. Em seguida, faz novas saudações e come o Kutiá (Кутя) - um doce feito à base de trigo, símbolo de prosperidade. Após o jantar, enquanto os familiares vão à missa, a mesa continua posta; acredita-se que os mortos se encontrarão mais tarde para celebrar.

Entre os vários significados do Didukh, o mais forte de todos é a preservação e união familiar. Os ramos de trigo fortemente unido representam

Page 13: Kolody - Edição I Ano I

as gerações. Quanto maior o tamanho, mais antepassados; portanto, mais antiga a família. É explicado por meio da religião cristã, mas estima-se que tenha surgido a partir de uma crença pagã muito mais antiga, como se o melhor da produção do outono fosse destinado ao sacrifício.

De fato, o ornamento é uma forma de reverenciar a colheita e esperar fartura no período seguinte. Um sinal de respeito e de desejo de sorte que atravessa centenas de anos.

Receita de Kutiá

1/2 kg de trigo em grão descascado;1 xícara de chá de uvas passas;

1 xícara de chá de ameixa;1/2 xícara de chá de sementes de papoula

1/2 xícara de chá de nozes moídas 3 colheres de sopa de mel.

Deixe o trigo de molho em água por pelo menos 2 horas. Leve ao fogo e cozinhe por 40 minutos, até que esteja macio. Escorra-o e deixe esfriar. Acrescente as uvas passas e as ameixas, depois de hidratá-las, e as sementes de papoula,

nozes e o mel.

Page 14: Kolody - Edição I Ano I
Page 15: Kolody - Edição I Ano I

Conta a lenda que uma viúva morava com

seus filhos num mo-desto casebre no inte-rior da Ucrânia. Apesar de muito pobre, a mãe, por toda a vida, ensina-va suas crianças a serem esforçadas e a trabalha-rem com afinco.

Um dia, os pequenos notaram que uma pi-nha de conífera havia caído e estava brotando em seu quintal. Radian-tes com a perspectiva de ter uma árvore para ce-lebrar a noite de Natal, passaram todo o verão medindo o crescimento da muda e planejando o que fariam para decorá--la quando chegasse a hora.

A matriarca estimu-lava a dedicação de-les, e, apesar de tentar ajudá-los na missão, sabia que não teriam condições financeiras de comprar enfeites. Assim, quando che-gou a véspera de Natal as crianças ajudaram a limpar a casa e trouxe-ram a pequena árvore para dentro – mas não tinham como ornamen-tá-la. Chateados, reco-lheram-se, enquanto a mãe rezava pedindo iluminação para resol-

ver o problema. Cansada e triste, a jovem viúva também foi dormir.

Porém, o choro das crianças acordou as aranhas da casa, que ouviram todas as lásti-mas sobre a árvore nua. Simpáticas à situação financeira da senhora e dispostas a ajudá-la, desceram sobre os ga-lhos verdes, uma a uma, com intervalos de altu-ra, e começaram a tra-balhar.

Trançaram inúmeras teias e caminhos, com as mais diversas sequ-ências de desenhos. Já passava da meia-noite quando acabaram e re-tornaram para seu ni-nho.

O filho mais novo (e também o mais ino-cente) não conseguira dormir. Pensando em acender uma vela e re-zar para poder descan-sar, foi até a cozinha – até que encontrou o presente das aranhas. Maravilhado com a no-vidade, não se conteve e foi chamar os irmãos, que, sem acreditar, continuaram a dormir. Relutante, quis mostrar à mãe a sua nova des-coberta.

Quando viu a árvore

cheia de teias, a mulher chorou e acordou seus filhos. Cantaram para louvar ao nascimento do menino Deus e agra-deceram em oração às aranhas que foram tão bondosas. Os mais ve-lhos desculparam-se com o menor por terem desconfiado de sua pa-lavra, e ele os perdoou com sabedoria.

Unidos e alegres, permaneceram o res-to da noite cantando para festejar. Quando o sol nasceu, os primei-ros raios entraram pela fresta da janela e toca-ram as redes na árvo-re - e imediatamente as fibras das teias se iluminaram, tornan-do-se finas correntes de outro e prata com delicados pingentes de cristais, que refletiam todas as cores entre os galhos verdes.

A partir desse Na-tal, o laço entre todos da casa se fortaleceu. Continuaram a traba-lhar com vigor, mas nunca mais passaram nenhuma necessidade. Também nunca mais espantaram as aranhas ou desmancharam al-guma teia: é um sím-bolo de sorte até hoje.

Page 16: Kolody - Edição I Ano I
Page 17: Kolody - Edição I Ano I
Page 18: Kolody - Edição I Ano I

Foto: Luís Eduardo

Page 19: Kolody - Edição I Ano I
Page 20: Kolody - Edição I Ano I
Page 21: Kolody - Edição I Ano I
Page 22: Kolody - Edição I Ano I
Page 23: Kolody - Edição I Ano I
Page 24: Kolody - Edição I Ano I
Page 25: Kolody - Edição I Ano I
Page 26: Kolody - Edição I Ano I
Page 27: Kolody - Edição I Ano I
Page 28: Kolody - Edição I Ano I
Page 29: Kolody - Edição I Ano I
Page 30: Kolody - Edição I Ano I

Isabela Mantoan

POR TRÁS DA REGIÃO DA

V O L Ê N I AA cultura da área localizada entre a Ucrânia e a Polônia tem influências dos dois países

Para começar a estudar as características

coreográficas de uma região, precisamos, antes de tudo, localizá-la dentro do mapa da Ucrânia. A região da Volênia fica no noroeste do país, com a Podíllia a oeste e a Polônia ao norte. Por não ser muito desenvolvida industrialmente, seus habitantes ainda são bastante presos a sua cultura popular. A tradição de Kolhadas e Schedrivkys (músicas de Natal e Ano Novo) ainda é muito preservada na área.

As danças foram forte-mente influenciadas pela cultura polonesa. Pas-sos de Polka, Krakowiak e Mazurka são facilmente identificados nas coreo-grafias, que são enérgi-cas e vibrantes. Os giros e saltos bem marcados, assim como os movi-mentos amplos das per-nas, são agraciados pelo movimento das saias rodadas das mulheres e pelos braços expressi-

vos dos dançarinos. Para completar, o sapateado bem marcado transmite a mágica energia do pal-co para o público.

O Grupo Folclórico Ucraniano Poltava, hoje, conta com duas coreografias da Volênia: uma do departamento de Dança Master e outra do Adulto. Tantsi Volyni, coreografada por Alessandra Baluch Korzune e Daniel Baluch; e Sviatkova Volynska, feita por Isabela Mantoan,

Monique Raquel Benoski e Victor Cordeiro dos Santos, são resultado de meses de estudo e trabalho dentro e fora dos ensaios.

Em Tantsi Volyni, as moças tentam fugir dos cortejos dos rapazes após uma colheita de maçãs. Em Sviatkova Volynska, as mulheres impressio-nam-se com os homens, os quais tentam, de to-das as formas, laçar o coração das mais belas da festa.

Page 31: Kolody - Edição I Ano I

Caroline e Lucas Gondro, Dança AdultoFoto: Bruna Remes

A roupa e o trabalhoBruna Remes

COMO SE FALA?Волинь é o nome da região em ucraniano, mas qual a melhor adaptação para o alfabeto ocidental? Sabe-se que Volyn é a transliteração usada no inglês. Já para o português, temos Volênia e Volínia - mas preste atenção: Volínia vem da

forma russa, Волынь.

A Ucrânia é conhecida mundialmente por

suas roupas multicolori-das e por seus bordados temáticos, frutos do ca-prichoso trabalho de ar-tesãs e alfaiates. Tal qual o Brasil, é um país cuja cultura teve interferên-cia dos diferentes povos que habitaram suas ter-ras; portanto, os costu-mes sofrem algumas al-terações de acordo com sua localização no terri-tório ucraniano.

Na Volênia, extensão a noroeste do país, gran-

de parte da influência no modo de vestir veio dos vizinhos poloneses. A composição das rou-pas faz jus às atividades agropecuárias do local: vestes compridas (para proteção do corpo de in-setos e espinhos) e largas (para auxiliar na loco-moção); coletes reforça-dos e cobertura de cabeça contra o sol e a chuva.

A camisa de tecido rústico é bordada com desenhos que misturam os estilos mais popula-res: geométrico e floral.

O acabamento em todas as peças tem detalhes que remetem à art nou-veau (traços arredonda-dos, desenhos que lem-bram a natureza), para as roupas femininas e para as masculinas.

Os trajes do Gru-po Folclórico Ucraniano Poltava foram feitos em 2014, mas as pesquisas começaram muito antes disso. Seguem o mesmo padrão de composição usado por outros grupos folclóricos: roupas bási-cas (camisa + saia/calça) e ornamentos. Confira:

Page 32: Kolody - Edição I Ano I

Entenda o início da disputa entre nacionalistas e separatistas

Em novembro de 2013, o então presidente da

Ucrânia, Viktor Yanuko-vitch, recusou-se a as-sinar um acordo econô-mico que aproximaria o país da zona europeia. Em pouco tempo, as pessoas indignadas com a decisão foram às ruas protestar. Os ucranianos viam naquela oportuni-dade a chance de con-quistar mais uma inde-pendência da Rússia.

O pacto econômico bilateral foi selado,

segundo o que mais tarde afirmaria Yanukovitch, sob pressões do Kremlin. Diante de mais concessões geográficas (que beneficiaram militarmente a Rússia) - entre elas, o acesso ao Mediterrâneo pela subpenínsula de Krech (extremo leste da província da Crimeia) - a Ucrânia receberia pacotes de investimentos e descontos no preço do gás russo.

As manifestações

começaram a ganhar corpo ainda em novembro, após a desistência dos acordos de livre comércio com a União Europeia (UE). A corrupção desenfreada e a estagnação econômica se tornaram combustível para os protestos.

No final daquele mês, após uma violenta repressão policial na Maidan, a Praça da Independência, ordenada pelo ex-presidente, o desejo de mudança

Page 33: Kolody - Edição I Ano I

reascendeu no povo e milhares tomaram as ruas da capital Kiev. As pequenas manifestações independentes logo tomaram corpo, e nada intimidou os manifestantes - nem o inverno rigoroso daquele final de ano, nem o aumento das forças policiais.

Antes da virada de 2013 para 2014, a Ucrânia e a Rússia assinaram novos acordos que retiraram barreiras econômicas (oriundas da guinada ucraniana à UE, o que intensificou mais ainda a revolta). A escalada da violência não cessou, e os primeiros meses do ano foram turbulentos.

No dia 22/01, policiais de elite posicionaram--se em posições estra-tégicas e vitimaram os primeiros manifestan-tes. Centenas ficaram feridos e outras cente-nas foram detidas.

Neste momento, as manifestações se ex-pandiram para além da capital, e em todo país o povo se rebelou. Vários prédios públicos foram tomados de assalto, in-clusive as sedes dos Po-deres Executivo, Legis-lativo e Judiciário. De grande valor simbólico, monumentos que sim-bolizavam a União So-viética e o comunismo foram demolidos.

Ainda em janeiro, o primeiro ministro Myko-la Arazov renunciou.

Fevereiro foi marcado

pelo protesto mais vio-lento. Dezenas morre-ram e outras tantas fi-caram feridas, inclusive muitos policiais. O Ob-servatório Internacional de Direitos Humanos e várias mídias inde-pendentes registraram o uso intensivo de ar-mas de fogo dos dois lados. Após o conflito, o governo e a oposição, ainda descentralizada, fizeram um acordo que reduziria os poderes de Yanukovitch.

Ele fugiu do país em 22/02. O parlamen-to, então, o destituiu do cargo, alegando não possuir competência para prosseguir nas ne-gociações. Mais tarde, na Rússia, Yanukovitch declarou ter sofrido um “Golpe de Estado”.

Novas eleições foram marcadas e o presidente do Parlamento assumiu provisoriamente o go-verno.

Em março, tropas descaracterizadas e for-temente armadas ini-ciaram uma invasão na província da Crimeia. Por vários dias a co-munidade internacio-nal se questionou quem seriam e quais seriam as suas intenções. Mais tarde, o Senado russo assumiu que os inva-sores eram militares do seu exército regular, e posteriormente envia-ram mais soldados.

Um referendo bas-tante questionado foi realizado na Crimeia. A

Rússia anexou a provín-cia e iniciou uma perse-guição aos “nacionalis-tas” ucranianos e aos tártaros.

A anexação da Crimeia foi precedida de levantes separatistas nas fronteiras do leste ucraniano. Pequenos batalhões paramilitares foram formados, e vários quarteis foram atacados. Os grupos se armaram, dando início a um conflito que ainda não foi oficialmente finalizado.

O relatório trimestral da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, do mês de setembro de 2015, contabilizou mais de 8 mil mortos e 17,8 mil feridos desde o início do conflito.

As eleições presiden-ciais elegeram, no se-gundo semestre de 2014, o magnata do chocolate, Petro Porochenko.

O atual presidente assinou o acordo que foi rejeitado pelo deposto Yanukovitch, reaproximou as relações do país com a União Europeia, firmou acordos a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e contraiu vários empréstimos com a ajuda financeira de países do Ocidente. Em resumo: iniciou um grande afastamento das influências russas nas políticas gerais ucranianas - mas o futuro ainda é incerto.

Page 34: Kolody - Edição I Ano I

UMA PUBLICAÇÃO DO

2015 © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS