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IFRSHoje 2ª Edição - Julho/ Agosto de 2008 KPMG NO BRASIL Os profissionais da KPMG no Brasil respondem suas dúvidas Desafios de um Processo de Convergência

KPMG NO BRASIL...Partners IFR Group London Composto por firmas-membro da KPMG International através do IFRS Liaison Partners e IFRS Panel, tem como objetivo capacitar as firmas mbro

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IFRSHoje2ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

KPMG NO BRASIL

Os profissionais da KPMG no Brasil respondem suas dúvidas

Desafios de um Processo de Convergência

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03

1012

1618

Editorial

Escolhas na Prática

IFRS ao Alcance de Todos

Seminários

Desafios de um Processo de Convergência

Adoção das IFRS pela Primeira Vez - Respostas às Perguntas mais Comuns04

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Editorialdata de conversão para IFRS se aproxima e o número de dúvidas aumenta. Alterar o GAAP não é uma

tarefa simples nem tampouco fácil. É muito mais do que trabalhar uma planilha do Excel. Essa conversão transforma o cotidiano e atinge pontos nevrálgicos da empresa. Modifica processos, sistemas, necessidades de pessoas, e altera o balanço, o resultado e os indicadores-chave. Altera a forma de a empresa ver seu desempenho e também a forma como os demais percebem esse desempenho.

032ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

A

Estrutura Mundial de IFRS da KPMG:

Nesta segunda edição do IFRS Hoje, apresentamos respostas às perguntas mais comuns sobre a conversão para IFRS. Incluímos uma entrevista sobre os desafios identificados em um processo de conversão, concedida por Cláudio Sertório, sócio da KPMG no Brasil, responsável por importantes projetos de conversão.

Para contribuir nas decisões sobre como se preparar melhor tecnicamente, adicionamos informações sobre cursos de IFRS oferecidos pela KPMG no Brasil. Na seção “Escolhas na Prática” abordamos assuntos relacionados a instrumentos financeiros.

A KPMG no Brasil está preparada para auxiliá-lo no seu projeto de conversão, disponibilizando serviços e produtos adequados às suas necessidades e com profissionais experientes, devidamente treinados e certificados adicionalmente no curso de pós-graduação "Especialização em IFRS", criado pela KPMG no Brasil em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI).

Estamos prontos e preparados para ajudá-lo!

Ramon JubelsSócio-líder de IFRS da KPMG no Brasil

IFRS Group BrasilO IFRS Group Brasil coordena as atividades relacionadas à oferta de serviços IFRS em âmbito nacional, além de atuar na elaboração de publicações e treinamentos.

Global Conversion Services

TreinamentoPublicações

Composto por aproximadamente 140 sócios de diferentes firmas-membro, tem por objetivo atuar como um canal de comunicação global entre as firmas-membro da KPMG International.

IFRS Liaison Partners

IFR Group LondonComposto por firmas-membro da KPMG International através do IFRS Liaison Partners e IFRS Panel, tem como objetivo capacitar as firmas-membro a garantir a consistência na interpretação e aplicação das IFRS e os serviços relacionados em âmbito global, atingindo altos índices de eficiência na oferta de IFRS.

IFRS Panel

Composto por 17 sócios de 13 diferentes países, o IFRS Panel tem como objetivo disponibilizar uma plataforma técnica de abrangência internacional. O representante da América Latina no IFRS Panel é Ramon Jubels, sócio da KPMG no Brasil, responsável pela área de IFRS.

Composto por profissionais multidisciplinares com conhecimento e experiência nas IFRS. O Task Force tem como objetivo disponibilizar uma plataforma técnica para a implementação e aplicação das IFRS em âmbito nacional de forma eficiente e com consistência global.

Task Force

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Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já haviam estabelecido o ano de 2010 como data-limite para adoção da International Financial Reporting Standards (IFRS) como padrão de divulgação das demonstrações financeiras consolidadas, tanto para as instituições financeiras quanto para as companhias de capital

aberto. Agora, com a recente publicação da Lei nº 11.638/07, a transição para as IFRS se tornou assunto prioritário também para as demais empresas brasileiras.

A Lei nº 11.638/07, que está em vigor desde 1º de janeiro de 2008, ao revisar os aspectos contábeis da Lei das S.As. (6.404/76), determinou a maior mudança na legislação societária dos últimos 31 anos. A nova Lei contém vários pontos de convergência com as IFRS embora não implique adoção imediata das IFRS nem signifique convergência total entre as práticas contábeis brasileiras e as internacionais. Os órgãos reguladores da profissão contábil no Brasil devem trabalhar na normatização da Lei, sendo esperados diversos pronunciamentos desses órgãos no médio prazo.

O momento atual é semelhante ao vivido pelas mais de sete mil empresas européias que adotaram as IFRS em 2005 e nos coloca em posição privilegiada para aprendermos com as dificuldades enfrentadas por essas empresas e nos beneficiarmos dos avanços efetuados pelo órgão regulador das Normas Internacionais de Contabilidade, o International Accounting Standards Board (IASB), desde então. Entre esses avanços, destaca-se a publicação de uma norma específica que trata da adoção das IFRS pela primeira vez, o que, sem dúvida, contribuiu para colocar definitivamente as IFRS como um padrão contábil global.

A adoção das IFRS será um grande passo no caminho da maior transparência das informações financeiras e melhoria das práticas de Governança Corporativa das empresas brasileiras. Quanto maior a transparência e comparabilidade das demonstrações financeiras, mais úteis elas se tornam, facilitando o processo de tomada de decisão e aumentando a confiança dos investidores, principalmente, os internacionais. Mais do que uma simples mudança contábil, migrar para as IFRS exigirá a avaliação dos impactos nos negócios, nos sistemas de informação, e das necessidades de treinamento dos profissionais envolvidos nessa nova linguagem de divulgação.

O objetivo deste capítulo é abordar alguns dos principais assuntos e dúvidas surgidos no início do processo de conversão para as IFRS.

O

Adoção das IFRS pela Primeira VezRespostas às Perguntas mais Comuns

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Aspectos Específicos Brasileiros

Atualmente, quais empresas deverão adotar IFRS no Brasil?1.De acordo com a Instrução CVM nº 457 e o Comunicado do Banco Central nº 14.259, as companhias de capital aberto deverão apresentar demonstrações financeiras consolidadas a partir do exercício de 2010. Entretanto, as demonstrações financeiras da controladora continuarão a ser apresentadas de acordo com as práticas contábeis emanadas da legislação societária brasileira e normas da CVM.

A Lei nº 11.638/07, que revisou a Lei das S.As., já não exige aplicação das IFRS a partir de 1º de janeiro de 2008 para todas as empresas?

2.

Não. A revisão da Lei das S.As. foi um importante passo para maior transparência e alinhamento das práticas contábeis brasileiras às práticas internacionais. Alguns capítulos da Lei como os referentes às fusões e/ou aquisições e instrumentos financeiros exigem a aplicação dos valores justos ou de mercado em oposição aos valores históricos que vigoravam até então. Espera-se um movimento intenso nos próximos meses por parte dos órgãos reguladores da profissão contábil para emissão de pronunciamentos que orientem a aplicação dos novos procedimentos.

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A Orientação Geral das IFRS

062ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

A nota de conciliação do Resultado e Patrimônio Líquido elaborada de acordo com as práticas contábeis no Brasil e as IFRS, apresentada pelas empresas listadas no segmento especial de Governança Corporativa da Bovespa, pode ser considerada como sendo apresentação de demonstrações financeiras em IFRS?

3.

Não. Essa nota não representa a adoção das IFRS conforme a IFRS 1, pois não apresenta todas as divulgações requeridas pelas IFRS.

Qual será, então, o primeiro ano de adoção das IFRS pelas instituições financeiras e companhias de capital aberto? Como ficarão as informações trimestrais de 2010? Serão comparativas?

4.

As IFRS exigem demonstrações financeiras comparativas. A IFRS 1 determina que a data de transição corresponda ao início do mais antigo período no qual estejam sendo apresentadas demonstrações financeiras completas em IFRS comparativamente. Considerando a situação em 31 de dezembro de 2010 comparada com 31 de dezembro de 2009, o início seria 1º de janeiro de 2009, sendo esta, portanto, a data de transição. Na prática, significa que todas as transações ocorridas a partir de 1º de janeiro de 2009 já devem considerar os requerimentos das IFRS.

De acordo com o comentário acima, as informações trimestrais de 2010 deverão ser publicadas comparativamente a 2009.

A IFRS 1 estabelece que um balanço de abertura deve ser preparado na data de transição, mas não necessariamente precisa ser divulgado. No entanto, as administrações das empresas poderão antecipar os eventuais efeitos da transição ao mercado. De forma geral, as principais divulgações requeridas pela IFRS 1 são:

?transição (exemplo 01/01/09).

Conciliação do lucro líquido do último exercício apresentado ?em BR GAAP para IFRS (exemplo 31/12/09).

As conciliações devem incluir detalhes suficientes para o pleno entendimento dos ajustes efetuados em cada exercício/ período e deverão segregar os ajustes decorrentes da mudança de política contábil (adoção das IFRS) das eventuais correções de erros identificados na data de transição.

Conciliação do patrimônio líquido em BR GAAP e em IFRS na data de

Quais informações deverão ser comunicadas ao mercado? Haverá necessidade de algum tipo de conciliação entre o BR GAAP e as IFRS?

5.

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Alguns Mitos

As IFRS adotadas pela União Européia são as mesmas IFRS que deverão ser adotadas pelas empresas brasileiras?6.Não necessariamente. O IAS Regulation (EC 1606(2002), legislação da União Européia que regulamentou a adoção das IFRS) requer a adoção das “IFRS as adopted by the Europe Union”. Nesse sentido, uma norma ou interpretação emitida pelo IASB deve ser endossada pela Comissão Européia (European Commission) e publicada no diário oficial da União Européia antes de se tornar obrigatória. Atualmente, existem alguns assuntos pendentes de endosso e, portanto, ainda não obrigatórios para as empresas européias (como determinados itens relativos ao reconhecimento e à mensuração de instrumentos financeiros - IAS 39 e à interpretação sobre a contabilização de concessões -IFRIC 12). As empresas brasileiras deverão adotar todas as IFRS aprovadas pelo IASB.

Não é verdade que as IFRS possuem diversos tratamentos alternativos que dificultam qualquer comparação pretendida?

7.

Existiam fortes argumentos nesse sentido antes de 2005. No entanto, o IASB revisou as normas, e os diversos tratamentos alternativos foram revistos e/ou retirados do texto em conexão com a primeira onda de adoção das IFRS pelas empresas européias em 2005. Atualmente, existem pouco menos de 26 tratamentos alternativos explícitos nas normas, sendo alguns já excluídos a partir de 2009 (por exemplo, a IAS 23 foi revisada e os juros sobre empréstimos deverão ser capitalizados, não havendo mais a possibilidade de lançá-los diretamente ao resultado). É importante ressaltar que todos os tratamentos alternativos devem ser definidos nas políticas contábeis adotadas pelas companhias. Eventuais mudanças devem ser tratadas como mudanças nas políticas contábeis e divulgações em bases comparativas efetuadas. A KPMG possui um material técnico Choices in Practice, que pode ajudá-lo a explicar os principais tratamentos alternativos e como foram adotados pelas empresas.

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A Aplicação Prática

Para adotarmos as IFRS devemos aplicar todas as normas retroativamente?8.Essa é a regra. No entanto, para facilitar a transição para as IFRS e evitar diferenças de julgamentos que poderiam impactar significativamente o processo da primeira onda de 2005, o IASB publicou o IFRS 1 - First Time Adoption com diversas exceções à regra e algumas proibições. Portanto, a adoção das IFRS pela primeira vez deve passar obrigatoriamente pelos conceitos da IFRS 1.

O que é, então, a IFRS 1 e quais são seus princípios básicos?9.A IFRS 1 funciona praticamente como um guia prático para a conversão. É a única norma " IFRS 100% rules based “ e tem como objetivo facilitar o processo de transição, dirimir dúvidas e evitar diferenças significativas de tratamento entre as empresas. Possui diversas exceções às regras e algumas proibições. O racional para as exceções foi o de reduzir as dificuldades, principalmente, na obtenção de informações que poderiam não mais estar disponíveis. Uma das proibições é o uso de dados retrospectivos na aplicação de estimativas.

Em linhas gerais, o que deve ser feito para adotar as IFRS?10.Os seguintes procedimentos deverão ser adotados:

(i) identificar qual será a primeira demonstração financeira em IFRS;

(ii) preparar um balanço de abertura na data de transição, ou seja, no primeiro dia do exercício financeiro que está sendo apresentado para fins de comparação;

(iii) selecionar as políticas contábeis em vigor na data da primeira demonstração financeira em IFRS e aplicá-las retroativamente para o período de transição;

(iv) considerar quais exceções à regra de aplicação retroativa serão adotadas;

(v) aplicar as quatro proibições existentes para aplicação retroativa; e

(vi) divulgar extensivamente os impactos da transição para IFRS e incluir afirmação explícita de cumprimento integral de IFRS.

O que deverá ser feito no balanço de abertura para que este esteja de acordo com as IFRS?11.O balanço de abertura deverá:

(i) incluir todos os ativos e passivos requeridos pelas IFRS.

(ii) excluir quaisquer ativos e passivos não qualificados para as IFRS.

(iii) classificar todos os ativos, passivos e itens do patrimônio líquido de acordo com as IFRS.

(iv) avaliar e mensurar todos os itens de acordo com as IFRS.

082ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

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O Fair Value

É verdade que o conceito de fair value está presente em todas as normas IFRS? Poderemos então abandonar o conceito de custo e demonstrarmos todos os saldos contábeis a fair value?

12.

O conceito de fair value no reconhecimento inicial das transações está presente em todas as normas e o IASB vem privilegiando cada vez mais sua adoção na avaliação subseqüente. As discussões têm avançado e existem argumentos tanto favoráveis quanto contrários à predominância do fair value nas demonstrações financeiras. No entanto, reconhecer as transações no momento inicial pelos seus valores justos não é o mesmo que mantê-las a fair value nos períodos subseqüentes. Por exemplo, os ativos adquiridos em uma combinação de negócios são inicialmente avaliados pelos valores justos, mas no momento subseqüente esse valor justo passa a ser considerado o custo (deemed cost) para ativos e passivos. O mesmo vale para instrumentos financeiros que são avaliados inicialmente pelos seus valores justos, mas subseqüentemente seguem o princípio aplicável a cada um deles (empréstimos, recebíveis e aplicações mantidos até o vencimento pelo custo amortizado e demais instrumentos financeiros e todos os derivativos pelo fair value).

13.

A regra é que o fair value seja determinado na data da contratação/ aquisição (inception date). No entanto, a regra da IFRS 1 determina que o fair value seja apurado, na maioria dos casos, considerando as condições existentes na data de transição. Contratos de leasing são uma das poucas transações que não estão cobertas pelas exceções da IFRS 1, e a determinação do valor justo, para fins de comparação com o valor presente dos pagamentos mínimos, deve ser feita considerando a data de contratação (inception date). Combinação de empresas é outro assunto que obteve tratamento diferenciado na IFRS 1, e para transações ocorridas antes da data de transição, as empresas podem optar por manter o tratamento do princípio contábil anterior e não reavaliar a transação pelo fair value.

Todos os ativos e passivos deverão ser avaliados a fair value no momento da transição inicial para as IFRS? O fair value será determinado no momento da transição ou no momento da contratação/aquisição (inception date)?

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Desafios de um Processo de ConvergênciaAs firmas-membro da KPMG International têm assessorado companhias em todo o mundo no processo de conversão para as IFRS. Nessa edição, Cláudio Sertório, sócio que atua na área de Financial Services da KPMG no Brasil, compartilha as experiências adquiridas em projetos de conversão no Brasil e no exterior, expondo os principais desafios e impactos no cotidiano das empresas.

2 Qual é o grande desafio no processo de convergência?

1 Como está a movimentação das empresas no Brasil em relação a IFRS?

Dia-a-dia percebemos que as empresas estão se conscientizando e iniciando os debates sobre a conversão para IFRS. A KPMG no Brasil é muito requisitada para participar destes debates, principalmente pela sua experiência na Europa e em razão de nos primeiros processos relevantes no Brasil ter levado uma visão muito produtiva nesses debates, os quais têm alcançado maior importância quando a alta administração das empresas percebe os desafios e também as oportunidades que existem. É muito interessante que em algumas situações os primeiros a iniciarem os debates nas empresas são o Conselho de Administração ou Fiscal e o Comitê de Auditoria, pois nos parece que eles estão cientes das responsabilidades que este processo pode trazer. Mais recentemente, a Lei nº 11.638/07 impulsionou e estimulou as empresas a começarem estes projetos.

Cada projeto e cada empresa tem observado desafios que antes não imaginavam. Os ajustes em sistemas é um dos principais desafios, principalmente porque as informações em IFRS precisarão atender a uma demanda mensal ou talvez diária. Os desafios de longo prazo estão mais relacionados a treinamento, como por exemplo, na identificação de quem deve ser treinado. No entanto, chamamos a atenção de que esta identificação é algo que depende da própria empresa, como e onde treinar pode ser ainda complexo, primeiro porque não existem muitas organizações preparadas para oferecer treinamentos específicos sobre IFRS ajustados ao nosso ambiente de negócios, e também porque começa haver muita demanda para esses treinamentos. Agora é importante destacar que o processo de convergência não traz só desafios, mas também oportunidades.

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5 Tem havido uma visão cética em relação à dimensão e ao impacto das IFRS, ou seja, há muito alarde e nada acontecerá?

3 Então quais são as oportunidades que têm surgido?

As oportunidades têm aparecido tanto em relação a aspectos operacionais como também em aspectos estratégicos.

No campo operacional, as oportunidades estão principalmente em utilizar a convergência para tornar o processo contábil e de preparação das demonstrações financeiras mais eficiente, como por exemplo, automatizando etapas manuais, revendo o plano de contas e eliminando duplicações no preparo de informações financeiras para práticas contábeis diferentes. Tem havido também uma revisão muito interessante das operações das empresas à luz dos seus critérios contábeis, e estão aparecendo questões inesperadas, que só tem ajudado na melhora da qualidade das informações.

No campo estratégico, as oportunidades estão mais no sentido de preparar informações financeiras em uma linguagem internacional. Apresentando-se desta forma para um grupo maior de analistas e investidores, o resultado é maior transparência e com melhor entendimento das informações. Isso gera maior interesse pelas companhias e reduz custos de captação. Outro aspecto estratégico é que pode haver mudança nos indicadores financeiros, como o endividamento, a imobilização etc, e isso tem aberto espaço para reativar ou descontinuar alguns produtos e formas de operar.

4 Tem havido alguma surpresa nos projetos de convergência?

Não são surpresas, mas temos notado que várias empresas não haviam se dado conta da extensão e do impacto de um projeto como este, e somente quando iniciaram o processo de convergência e moveram-se da teoria para a prática é que elas observaram situações inesperadas. Invariavelmente as empresas não têm um manual de contabilidade, de acordo com as práticas brasileiras, completo e atualizado, portanto o primeiro passo de um processo de convergência é validar as práticas contábeis locais adotadas por cada companhia. Da mesma forma, a documentação dos processos e sistemas não está atualizada, o que torna mais difícil avaliar o que e como ajustar.

Companhias que já preparavam informações financeiras em US GAAP ou até mesmo IFRS, seja para arquivamento na Securities Exchange Commission (SEC), seja para relato à sua matriz, imaginavam que a convergência não teria quase impacto, entretanto observaram que existem diferenças entre US GAAP e IFRS, e que não havia uma boa qualidade na documentação das informações das análises e decisões tomadas para aquelas outras práticas contábeis.

Muitas vezes tomaram-se decisões com o nível de relevância da matriz no exterior, o que certamente precisou ser revisto na perspectiva das operações locais das empresas.

Em muitas situações a aplicação do US GAAP ou IFRS foi feita há alguns, ou muitos anos, e a evolução de determinados aspectos e de características operacionais e contratuais não foi capturada.

Acreditamos que a convergência para IFRS vem em um momento especial; primeiro porque saímos de uma contabilidade de várias décadas que tinha um peso dos aspectos fiscais muito grande para uma contabilidade com um cunho muito mais voltado para a essência das operações e que reflita melhor os negócios vis à vis, o mercado das empresas. Isso combinado ao fato de o fluxo de capitais estar com uma abrangência internacional e com a expectativa do eminente grau de investimento para o Brasil torna, na minha visão, este projeto uma dimensão relevante.

As informações financeiras das empresas, preparadas nesta nova contabilidade em IFRS, não só serão observadas e entendidas por mais pessoas como serão muito mais questionadas, e disso pode haver um aumento ou redução no interesse pelas empresas.

Mesmo as companhias que não tenham planos de abertura de capital ou que não estejam inseridas diretamente em um contexto internacional poderão ser impactadas, pois seus concorrentes poderão utilizar desta convergência para obter mais recursos e se tornarão mais eficientes, praticando preços diferenciados.

Portanto eu continuo acreditando que, assim como ocorreu em outros países que já fizeram sua convergência, este processo é muito importante para o futuro posicionamento das empresas.

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Escolhas na Prática

m dos desafios na adoção das normas internacionais é alcançar a consistência no entendimento e, portanto, na aplicação

dessas normas. Ao final, o objetivo será atingir maior transparência e comparabilidade no relatório financeiro e, com isso, obter as melhores informações para os acionistas.

Com base em pesquisas feitas pela KPMG em países nos quais as IFRS foram implementadas, apresentamos em cada publicação de IFRS Hoje as escolhas feitas na prática pelas empresas. Nesta edição, abordaremos assuntos relacionados a instrumentos financeiros.

U

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O IAS 39 Instrumentos Financeiros requer que as compras e vendas regulares de ativos financeiros sejam contabilizadas utilizando a data de negociação ou liquidação dessas operações. A opção por essa política contábil está disponível para todos os ativos financeiros.

A opção em favor da contabilização pela data de negociação dos ativos financeiros foi unânime em todas as linhas de negócio e extensiva à maioria dos países. Em Hong Kong e na Espanha, nenhuma empresa adotou a opção de contabilização pela data de liquidação dos ativos financeiros. De acordo com as práticas contábeis de Hong Kong anteriores a 2005, a contabilização pela data de negociação dos ativos financeiros era obrigatória para investimento em ações, o que pode explicar a escolha realizada nesse país.

Em nossa pesquisa, essa questão incluiu 123 empresas, 22 delas sinalizando múltiplas respostas.

O IAS 39 permite a contabilização de hedge sujeito a critérios restritos.

Noventa e um por cento das empresas pesquisadas, em um universo de 199 empresas, optaram pela aplicação da contabilização do hedge. A maior incidência de não-aplicação da contabilização do hedge é na África do Sul. Uma razão pode ser o fato de as empresas locais aceitarem melhor a volatilidade das demonstrações de resultado, que é consistente com o fato de as empresas da África do Sul registrarem os ganhos e as perdas atuariais na demonstração de lucros ou prejuízos.

Instrumentos financeiros

Contabilização pela data de negociação ou data de liquidação

Contabilização de hedge

132ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

Mercado de Consumo

Instituições Financeiras

Mercado Industrial

Informação, Comunicação eEntretenimento

Infra-estrutura e Saúde

0437

31

03

10

21

20

13

06

Fonte: Choices in Practice - KPMG International.

Data de negociação

Data de liquidação

Por segmento de negócio(nº de empresas, incluindo múltiplas respostas)

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O IAS 39 permite que ativos financeiros calculados pelo seu valor de mercado (fair value) sejam registrados na demonstração de lucros ou prejuízos se certos critérios forem atendidos (fair value option).

Nessa questão, o universo pesquisado foi de 185 empresas. A opção de apresentação dos ativos financeiros a valor de mercado (fair value option) foi utilizada por 90% das instituições financeiras. A incidência sobre empresas de outro ramo de atividade foi de 27%. Os resultados foram consistentes entre os países pesquisados.

O IAS 39 permite que passivos financeiros calculados pelo valor de mercado (fair value) sejam registrados na demonstração de lucros ou prejuízos se certos critérios forem atendidos (fair value option).

Nessa questão, o universo pesquisado foi de 182 empresas. A opção de apresentação dos passivos financeiros a valor de mercado foi utilizada por 81% das instituições financeiras. A incidência sobre empresas de outro ramo de atividade foi de 9%. Os resultados foram consistentes entre os países pesquisados.

Ativos financeiros calculados pelo valor de mercado (fair value) registrados na demonstração de lucros ou prejuízos

Passivos financeiros calculados pelo valor de mercado (fair value) registrados na demonstração de lucros ou prejuízos

142ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

30%Passivos Financeiros Calculados pelo Valor de Mercado, registrados na Demonstração de Lucros ou Prejuízos

70%Sem cálculo peloValor de Mercado

45%Ativos Financeiros Calculados pelo Valor de Mercado, registrados na Demonstração de Lucros ou Prejuízos

55%Sem cálculo pelo Valor de Mercado

Fonte: Choices in Practice - KPMG International.

Fonte: Choices in Practice - KPMG International.

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Se um hedge de uma transação futura subseqüentemente resultar no reconhecimento de um ativo ou passivo não financeiro, ou uma transação futura de um ativo ou passivo não financeiro se tornar um compromisso da empresa para o qual o hedge de valor de mercado (fair value hedge) é aplicado, então o IAS 39 permite a adoção de uma das opções abaixo, em relação aos ganhos/ perdas que foram reconhecidos diretamente no patrimônio líquido:

?mesmo período em que o ativo foi adquirido, ou o passivo assumido afetou lucro ou prejuízo; ou

Remover tais ganhos/ perdas do patrimônio líquido e incluí-los no valor de ?custo inicial do ativo e passivo.

Na pesquisa realizada, essa questão incluiu 75 empresas. A maioria dos respondentes (85%) optou em incluir os ganhos e as perdas reconhecidos previamente no patrimônio líquido no valor de custo inicial do ativo e passivo. Das 11 empresas que optaram por classificar os ganhos e as perdas na demonstração de lucros ou prejuízos, quatro (36%) são instituições financeiras. Nenhuma tendência de algum país específico foi notada.

Reclassificar tais ganhos/ perdas na demonstração de lucro ou prejuízo no

Hedge de fluxo de caixa (cash flow hedge)

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SemináriosSeminários sobre Normas Contábeis Internacionais (IFRS) -Módulos Básico e Avançado

onsiderando os desafios que as empresas enfrentarão no processo de conversão das demonstrações financeiras consolidadas para os padrões IFRS que ocorrerão em 2010 e as alterações da normatização contábil brasileira , a KPMG no Brasil realizará seminários sobre

Normas Contábeis Internacionais (IFRS) – Módulos Básico e Avançado.

Os seminários serão realizados em São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Rio de Janeiro e em Belo Horizonte com a Câmara Americana de Comércio (AMCHAM). Veja agenda e locais dos seminários em nosso Website (kpmg.com.br).

C

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Módulo Avançado

IFRS 3 - Combinação de negócios- Controladas, Coligadas e Joint Ventures- Ágio/ Recuperação- Imposto de renda diferido

IAS 17 - Arrendamento Mercantil

Carga Horária

Tema

3 horas

2 horas

1 hora

1 ½ hora

2 ½ horas

2 horas

1 hora

3 horas

IFRS 6 - Recursos Minerais

IFRIC 12 - Concessão

IFRS 1 - Aplicação pela primeira vez das IFRS

Valor Justo (Fair Value)

IAS 32 e 39 - Instrumentos Financeiros

Principais aspectos sobre pronunciamentos e diferenças para as práticas contábeis.

Módulo Básico

IAS 16, 38 e 36 - Ativo imobilizado, ativo intangível e recuperação de ativos

IAS 37 - Provisões

IAS 12 - Imposto de renda diferido

IAS 17 - Arrendamento Mercantil

IAS 32 e 39 - Instrumentos Financeiros

Carga Horária

Tema

IAS 18 - Reconhecimento de receita

IFRS 1 - Aplicação pela primeira vez das IFRS

Principais aspectos sobre pronunciamentos e diferenças para as práticas contábeis

2 horas

3 horas

1 hora

1 hora

2 horas

2 horas

2 horas

2 horas

172ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

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IFRS ao Alcance de Todos

demanda crescente por informações especializadas e confiáveis sobre padrões internacionais de normas contábeis fez com que a KPMG International inaugurasse um serviço para que seus clientes estejam sempre bem informados sobre o que há de mais atual em IFRS.

O serviço é oferecido de forma eletrônica (http://www.kpmgifrg.com), e o objetivo principal é auxiliar as empresas e clientes a enfrentar os desafios na adoção das IFRS.

As publicações disponibilizadas são produzidas por profissionais da KPMG com atuação em diversos países, e com larga experiência na implementação das novas práticas contábeis em empresas de diversos setores da economia. Nesse Website, o conhecimento técnico é transformado em informação didática, sem perder a profundidade e o foco sobre o tema.

Para conhecer as publicações, cadastre-se em www.kpmgifrg.com e obtenha acesso totalmente gratuito por 15 dias. Após esse período, haverá a opção de acessar apenas os serviços gratuitos ou contratar os demais serviços disponíveis.

181ª Edição - Março/Abril de 2008-02-11

2ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

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Nesse Website, estão disponíveis alguns tipos principais de publicações:

Comparações de GAAPs

Auxiliam no entendimento das diferenças entre as IFRS e os princípios contábeis aceitos em outros países. As versões de resumo estão disponíveis para download gratuito.

IFRS in Brief/ Briefing Sheets

Informativo que contém resumos de novas normas e interpretações, comentários sobre reuniões do IASB e IFRIC e pontos de vista da KPMG sobre assuntos específicos. O IFRS in Brief é complementado pelo IFRS Briefing Sheets, que considera exigências e questões específicas de forma mais aprofundada.

Demonstrações Financeiras Ilustrativas

Auxiliam na elaboração das demonstrações financeiras, com base nas IFRS. Ilustram um formato possível de demonstração financeira utilizando uma empresa multinacional fictícia.

Checklists

Auxiliam as entidades envolvidas nos negócios, de acordo com as IFRS, por meio da identificação das divulgações exigidas.

192ª Edição - Julho/ Agosto de 2008

Para detalhes adicionais, ou caso deseje receber alguma publicação referente ao assunto, envie-nos um e-mail para [email protected]

fim de oferecer um serviço de assessoria diferenciado às companhias no processo de conversão para as IFRS, os profissionais da KPMG no Brasil, além da participação no treinamento internacional desenvolvido pela KPMG International, complementarão sua formação no curso de pós-

graduação "Especialização em IFRS", criado em conjunto pela KPMG no Brasil e pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), órgão associado à Universidade de São Paulo (USP) que atua na prestação de serviços de consultoria e educação continuada.

Essa iniciativa qualifica e diferencia os profissionais da KPMG no Brasil, permitindo-nos disponibilizar para o mercado serviços de alto valor. A experiência internacional somada ao conhecimento profundo dos desafios relativos à realidade brasileira, qualifica nossa oferta.

KPMG - Experiência Diferenciada

Resolving Issues

Esclarecem questões interpretativas emergentes sobre a aplicação prática das IFRS ou de exigências relacionadas.

Diretrizes Interpretativas

Utilizadas na aplicação das IFRS para diferentes eventos contábeis.

OutrosAssuntos atuais.Cartas com comentários.

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kpmg.com.br

Todas as informações apresentadas neste documento são de natureza genérica e não têm por finalidade abordar as circunstâncias de nenhum indivíduo específico ou entidade. Embora tenhamos nos empenhado em prestar informações precisas e atualizadas, não há nenhuma garantia de sua exatidão na data em que forem recebidas nem de que tal exatidão permanecerá no futuro. Essas informações não devem servir de base para se empreender qualquer ação sem orientação profissional qualificada, precedida de um exame minucioso da situação em pauta.O nome KPMG e o logotipo KPMG são marcas comerciais registradas da KPMG International, uma cooperativa suiça.

© 2008 KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes, afiliadas à KPMG International, uma cooperativa suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.

IFRS Hoje é uma publicação bimestral da KPMG Risk Advisory Services Ltda., uma sociedade brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International, uma cooperativa suíça. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil.

2ª edição, Julho/ Agosto de 2008.

10.000 exemplares

Responsável: Ramon Jubels

Equipe Técnica: Aquiles Bergamini Cláudio SertórioEduarda Bueno Pieter van DijkRamon Jubels Rosane Palharim

Coordenação: Knowledge, Marketing & Communication

Impressão: Centrográfica

Design & Produção: Wake Up Comunicação