Lab. Radioterapia - Estudo dirigido n.º 2 - I Física Médica - Unesp (2006)

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Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita FilhoFaculdade de Medicina de BotucatuDepartamento de DermatologiaCurso de Bacharelado em Fsica MdicaLaboratrio de RadioterapiaEstudo dirigido n. 2Docente Responsvel:Prof. Dr. Marco Antonio R. FernandesAluno:Paulo Roberto da Fonseca FilhoBotucatu, setembro de 2006.CAPTULO 1sabidoqueaspartculassotomosdehlioduplamenteionizados, ouseja, possuemcargapositivaemassamuitomaior queamassadeumeltron. Oprocessode decaimento das partculas a descrito abaixo:YAZAZE E E Y X + + + + 421emqueoncleopai, oncleofilhoeYE,EeEasenergiascinticasdo ncleo filho, da partcula alfa e da radiao gama, respectivamente. interessante notar que a energia de emisso de partculas a est discretizada.Um outroexemplodeistopos radioativos so aqueles que decaem por emisso. Ncleos que tm nutrons em excesso alcanam estabilidade convertendo um nutron em um prton e uma partcula-, que possui massa e carga correspondentes a umeltron. Diferentementedaspartculasa, essaspartculas-possuemumespectrodeenergiade emisso, ou seja, so emitidas com energias que variam de modo contnuo desde zero at uma certaenergiamxima, sendoqueamaioriadaspartculastemenergiasmenoresdoquea mxima.Adiferenaentreaenergiadapartculaeaenergiamximacontidaemum neutrino ou em um anti-neutrino, partculas que no possuem nem carga nem massa e diferem entre si apenas pela direo do spin.J ncleos que possuem prtons em excesso buscam a estabilidade pela converso de um prton em nutron e uma partcula +, cujo espectro de energias de emisso assemelha-se ao das partculas -.As equaes que descrevem o decaimento por emisso so apresentadas abaixo:YAZAZE E E E Y X + + + + + + + 12YAZAZE E E E Y X + + + + + + ++ 13Em geral, aps emitir alguma partcula o ncleo torna-se estvel, mas em determinadoscasosoexcessodeenergiapermaneceeosncleosemtaisestadospodem emitir ftons , os quais j foram representados nas equaes acima pelo termo E.O conceito de desintegrao radioativa est relacionada extino de ncleos pai quandoemitempartculas a oubpara dar origema ncleos filhos mais estveis. A desintegrao pode ser discutida como fenmeno probabilstico em que certo nmero N de tomos radioativos num tempo t0decaem at certo tempo t, sendo que o nmero de tomos remanescentes proporcional uma constante de decaimento , ao tempo de desintegrao e ao nmero de tomos inicialmente contidos na amostra. Matematicamente, o decaimento pode ser escrito como:dtNdNNdtdN 4que, integrando, leva equao abaixo:tt NNe N N tNNdtNdN

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.| 000 0ln5na qual N o nmero de tomos iniciais, N0 o nmero de tomos remanescentes, a constante de desintegrao radioativa et tempo decorrido.Combasenasduasequaesacima, pode-seintroduzirosconceitosdemeia-vida fsica, meia-vida biolgica, e meia-vida efetiva. O tempo de meia-vida fsica (T ) definido comootemponecessriopara que determinado istoporadioativo tenha sua atividade (nmero de desintegraes por unidade de tempo) reduzida metade, ou seja:2 1 2 100 00693 , 0693 , 0 22 2,2 12 1T T ee NN NN e N NTTt 6enquanto que a meia-vida biolgica nada mais que o tempo necessrio para que o istopo administrado a um organismo vivo passe pelas vias metablicas e seja eliminada a metade da quantidade administrada.Da associao entre os valores de meia-vida fsica e biolgica tem-se o conceito de meia-vida efetiva, que o tempo necessrio para que a radiao que atinge um dado rgo diminuapelametade. SendoB,eEastaxasdeeliminaobiolgica, dedecaimento radioativo e de eliminao efetiva, respectivamente, tem-se que:BBEB EB ET TT TTT T + + + 2 12 12 1693 , 0 693 , 0 693 , 0 7Umaoutraformadecaracterizar umelemento radioativo atravsda vidamdia., definida como a soma da idade de todos tomos dividida pelo nmero de tomos, ou seja:( ) 1ln ln1ln1ln1,0 0 0 0 00 0000000000 + +

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.| t N N N N NNtNdNNNtNNt e N NdNtdNtNtNN8Quandoumncleopaidecai para um ncleo filho, esse ncleo filho tambm pode apresentar instabilidades nucleares e ser radioativo tambm. Assim, dia aps dia, o nmero de tomos que decaem se aproxima do nmero de tomos criados at que em certo tempo essas quantidades ficam iguais. Nesse instante diz-se que a amostra est em equilbrio radioativo.A atividade A2 do elemento filho de meia-vida T2 relacionada com a atividade A1 do elemento pai de meia-vida T1 pela equao:]]]]]

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.| 2 12 1693 , 02 111 21T T T TeT T TA A9Se T1>>T2,]]]

2693 , 01 21Tte A A10Aps determinado A1 = A2, o que definido como equilbrio secular, enquanto que se T1 for um pouco menor que T2, aps certo tempo t >>

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.| 2 12 1T TT T tem-se:2 111 2T T TA A11definido com equilbrio transitrio.Chama-seatividadedeumaamostraonumerodetomosquesedesintegramnum dadointervalodetempo,ouseja,dtdN ao, querepresentaavelocidadededesintegrao desses tomos.te A A 012em que e a atividade inicial, a atividade depois de decorrido o tempo t e a constante dedecaimento. Essaatividadepodeser expressaemBecquerel (Bq), querepresentauma desintegrao por segundo, ou em Curie (Ci) , que e equivalente a 3,7 x 1010 desintegraes por segundo.Ao interagir como meio pelo qual transitam, partculas carregadas ou ftons transferem aos eltrons do meio energia suficientemente grande para remove-los do tomo, causando ionizao. Caso a energia no seja suficiente para remover eltrons, pode ocorrer excitao do tomo, aumentando sua energia. O retorno do estado excitado para um estado menos energtico feito pela emisso de raios-X caracterstico.O poder de ionizao representado pelo conceito de ionizao especfica, que dado pelonmerodeparesdeonsproduzidospormilmetrodetrajetriapercorridadurantea penetrao na matria. Aespessura do meio absorvedor capaz de barrar as partculas incidentes relaciona-se de modo direto com a energia inicial dessas partculas e constitui o que denomina-se alcance. Para partculas a, quepossuemalta ionizaoespecfica, a distnciapercorridaemumdadomeiopequena. Umarelaoempricaqueforneceo alcance aproximado dessas partculas no ar e em condies normais de temperatura e presso (CNTP) dada por:( )2 3285 , 0 005 , 0 E E Rar+ 13em que Rar o alcance no ar em centmetros e E a energia das partculas em MeV. Essa relao pode ser expandida para outros meios de propagao pela equao abaixo, na qual R representa o alcance, em centmetros, no meio; A o nmero de massa do meio;a densidade do meio, em Rar e o alcance das partculas no ar. arR A R110 . 2 , 32 1 4 14Para partculas, frmulas que relacionamoalcance R(mg/cm2) coma energia mxima das partculas (expressas em MeV) com dados experimentais so dadas por:( )MeV E para E RMeV E para E RE20 1 , 106 5303 1 , 0 , 412max maxmaxln 0954 , 0 265 , 1maxmax< < < < 15CAPTULO VIEntende-sepor simulador decorpohumanoumobjetoqueapresenteas mesmas caractersticas fsicas do corpo humano na interao entre radiaoe tecido para avaliao de variaes de doses absorvidas, tcnicas de tratamento e simulao de novas tcnicas. H no mercado um fantoma (objeto simulador) antropomrfico que composto por materiais que simulam componentes do corpo humano como msculo, osso e cavidades, por exemplo.Apercentagemdedoseprofunda definida como a relao percentual da doseem uma determinada profundidade em relao profundidade de dose mxima (no build-up):100mdDDPDP 16onde PDP a porcentagem de dose profunda, Dd dose na profundidade d e Dm dose na profundidade de build-up, ambas no eixo central do feixe. ComoDd a dose Dm, corrigida pela atenuao do feixe na matria, lei do inverso do quadrado da distncia e considerando a presena de feixes espalhados (fator de espalhamento B), tem-se;d m d mm de Bd F d FPDP e Bd F d FD D

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.|++ . 100 .2 217o que significa dizer que a PDP funo de [d, A, Q(), F], em que d a profundidade , A a rea do campo na superfcie, Q a qualidade da radiao e F a distncia foco-superfcie (DFS).Aporcentagemdedoseprofundadiminui comoaumentodaprofundidadeporser maior a atenuao e maior o fator do inverso do quadrado da distncia, excetuando-se regies de build-up. A PDP aumenta com a rea do campo, j que quanto maior o volume irradiado, maior a quantidade da radiao espalhada.No caso em que se compara diferentes DFSs, considera-se dois casos:1:DFS F1 e rea A0 na superfcie, implicando num campo de rea A1 na profundidade d, sendo que A1>A0.2: DFS F2 (F2>F1), o mesmo campo de rea A0 na superfcie e na profundidade d, um campo de rea A2, sendo A2>A0 e A2 diferente de A1.Sabe-sequeadosenaprofundidadeeqivaledosenasuperfciecorrigidapelos devidos fatores do inverso do quadrado da distncia, absoro pela profundidade d e espalhamento da radiao do feixe.Comeando pelo inverso do quadrado da distncia, tem-se:( ) ( )212110212110d F FAAd F Faa+ +18em que F1 corresponde DFS,a0 e a1 eqivalem s arestas dos campos de radiao na superfcie e na profundidade d, respectivamente. J a contribuio da absoro e do espalhamento expressa por:( )( )de Bd F FDoseR F A d DoseQ + . . . , ,21211 1 0 119em que e-d o fator de absoro e B o fator de espalhamento. Se forem desejados valores relativos, toma-se que a dose na superfcie como dose mxima para obter:( )( )de Bd F FF A d PDP + . . . 100 , ,21211 020como esta dose na profundidade de equilbrio eletrnico dm, a distncia para o campo de radiao dever ser (F1+dm):( )( )( )d me Bd Fd FF A d PDP ++ . . . 100 , ,21211 021De modo anlogo para o segundo caso, tem-se:( )( )( )d me Bd Fd FF A d PDP ++ . . . 100 , ,22222 022Dividindo 22 por 21, tem-se:( )( )( )( )( )( )212122221 00, ,2 , ,mmd Fd Fd Fd FF A d PDPF A d PDP++++23ou seja, arazo ente PDPs para mesmos campo de radiao, profundidade e qualidade da radiao, quando a DFS varia implica no fator Ff de Mayneord:( )( )( )( )21212222mmfd Fd Fd Fd FF++++24A razo tecido-ar (RTA) definida como a razo entre as doses numa profundidade d em um meio e a dose no ar nas mesmas condies (assegurando-se o equilbrio eletrnico). Isso faz com que a RTA seja funo da profundidade, da rea do campo nessa profundidade e da qualidade da radiao. Tendo como referncia dados empricos, pode-se afirmar que a RTA independente da DFS.ddDDRTA'25O fator de retrodisperso (FRD) definido para raios-X de baixa e mdia energia (at 400 kVp) com profundidade de equilbrio eletrnico quase nula e o fator de espalhamento-pico(FSP)definidopararaios-Xacimade400kVpouftons, cujaprofundidadede equilbrio eletrnico est deslocada parainterior do tecido.s DDsFRD'26dmdmDDFSP'27em que Ds,Ds, Ddme Ddm so as doses medidas na superfcie do tecido, no ar (nas mesmas condies), dose medida na profundidade de equilbrio eletrnico e dose medida no ar na profundidade de equilbrio eletrnico, respectivamente. Esses dois fatores so fortemente dependentes da geometria quando o campo deixa de ser quadrado ou circular, de modo que quanto mais e alonga o campo, menor se torna o FRD.SabendoquemdDDPDP 100 eddDDRTA', emque2' '

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.|++d F d FD Dmm d, podesefazer 100'2

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.|++d F d FRTADDPDPmmm28Mas ( )( ) ( ) Q A d FRD Q A d RTAQ A d RTA DDm m m mm m mm, , , , ,, ,1 ' , implicando que:( )( )( )100, ,, ,, , ,2

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.|++d F d FQ A d FSPQ A d RTAQ F d A PDPmm mdm29Pela relaoacima pode-se ter a razoentre as PDPs para ummesmo campo, profundidade e qualidade de radiao, quando a DFS varia. Se forem tomadas as PDPs para duas DFSs F1 e F2 diferentes, tem-se:( )( )( )100, ,, ,, , ,21111 1

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.|++d Fd FQ A d FSPQ A d RTAQ F d A PDPmm mF d Fm30( )( )( )100, ,, ,, , ,22222 2

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.|++d Fd FQ A d FSPQ A d RTAQ F d A PDPmm mF d Fm31em que AdF1 o campo na profundidade d para a DFS F1 e AdF2 o campo na mesma profundidade para a DFS F2. Dividindo 31 por 32:( )( )( )( )( )( )( )( )100, ,, ,, ,, ,21212222121 12 2mmF d FF d Fmmd Fd Fd Fd FQ A d RTAQ A d RTAF d A PDPF d A PDP++++32Mas ( )( )( )( )21212222mmfd Fd Fd Fd FF++++33( )( )( )( )fF d FF d FmmFQ A d RTAQ A d RTAF d A PDPF d A PDP, ,, ,, ,, ,1 12 212 34Entendendo que a RTA para uma rea mnima (prxima de zero), na profundidade d e qualidade Q apenas a contribuio da radiao primria, pode-se subtrair da RTA numa para umadadareaemesmas condies daRTAprimriaeobter aquantidadederadiao espalhada pelo feixe, definida como SAR, razo espalhamento-ar.( ) ( ) ( ) Q d RTA Q d A RTA Q d A SARd d, , 0 , , , , 35O clculo da dose para campos irregulares, muitas vezes devido a diferentes tcnicas de tratamentos, pode ser feito por dois mtodos diferentes: pela RTA ou pela PDP.No clculo pela RTA, sabe-se que:( ) ( ) ( ) Q d RTA Q d A SAR Q d A RTAd d, , 0 , , , , + 36Assim, aSAR(Ad,d,Q)calculadapelasomadacontribuiodevriossetoresde igual ngulo desenhados sobre a imagemradiogrfica. Para cada raio existe umSAR correspondente(tabeladosparaumraio r do campo, na profundidade d e qualidade Q). O somatrio dos SAR de todos os raios, dividido pelo nmero de raios fornece o SAR mdio do campo em questo para a profundidade e energia desejadas. Tal mtodo denominado mtodo de Clarkson.No clculo pela PDP, sabe-se que:( )( )( )100, ,, ,, , ,2

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.|++d F d FQ A d FSPQ A d RTAQ F d A PDPmm md37sendo que o valor da RTA(Ad,d,Q) encontrado pelo mtodo j descrito. Em seguida, relaciona-se os valores de RTA para a energia e profundidade usadas com valores de RTA para a profundidade de equilbrio eletrnico para obter o valor do FSP.Pelo mtodo de Clarkson anteriormente explicitado, pode-se elaborar tabelas de PDP para diversos campos regulares em funo da distncia, da profundidade e da qualidade do feixe, mas a implementao destes recursos envolveria um elevado volume de tabelas com gasto razovel de tempo confeco dessas tabelas manualmente. Com o mtodo de Sterling paraencontrar oladodocampoquadradoequivalentedecampos irregulares atravs da diviso do qudruplo da rea pelo permetro, fica muito simplificado o uso desses recursos em servios que no possuamrecursos computacionais para implementao do mtodo de Clarkson.Todavia, nosclculosdeplanejamentodevemser levadosemconsideraooutros parmetros fsicos , como exemplificados nos pargrafos seguintes.Htrstiposdeespalhamentoquepodemcomprometerosvaloresesperadospara determinado tratamento: espalhamento pelo colimador (fc): a taxa de dose no ar em equipamentos de alta energia varia com o tamanho do campo por causa de espalhamentos no sistema de colimao, sendo que a razo da dose no ar para um dado campo em relao dose noar para umcampodereferncia (10x10cm) nas condies de equilbrio eletrnico chamada de fator de colimador (fc). espalhamentopelomeio(fm): arazodataxadedosenomeio(emumdado campo, naprofundidadede dosemxima)emrelaotaxadedose noar nas mesmas condies (mantendo o equilbrio eletrnico) fornece o fator de espalhamentopelomeio, quenormalizadoparaocampo10x10cm. Pelasua definio, o fator fm o FRD ou o FSP. espalhamento total: na prtica, a razo da dose no meio em relao dose de um campodereferncianaprofundidadededose mximadefinidacomofator campo (FC), ou seja, Colocar equao. Pode-se dizer que estes fatores independem da DFS (variao muito pequena).H ainda que se definir a relao tecido meio e a relao tecido mximo. A relao tecido meio (RTP) definida como a razo da dose em um ponto numa profundidade d e a dose no mesmo ponto profundidade de referncia d0, normalmente de cinco centmetros (para o mesmo campo de radiao). 0 ddDDRTP 38Se a profundidade de referncia for igual profundidade de equilbrio eletrnico dm, a RTP torna-se relao tecido mximo (RTM):DmDRTMd39Mas ( )dmdmm mDDd A FSP', , em que Ddm a dose no ar na mesma posio de Ddm (dose na profundidade de equilbrio eletrnico). Multiplicando as duas equaes anteriores:( ) ( )dmdmm m dDDd A FSP d A RTM', . , 40Mas ( ) ( ) ( ) ( ) d A RTA d A FSP d A RTMDDd A RTAd m m ddmdd, , . ,', assumindo que o tamanho de campo Am, para o FSP definido na profundidade dm, de maneira que se quisermos definir para o campo A na superfcie para a distncia F, teremos:F dF AAmm+.41( ) ( ) d A RTA dF dF AA FSP d A RTMd mmmd, ,.. ,

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.|+42Finalmente, pode-se escrever:( )( ) ( )( )100, ,, , , ,, , ,2

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.|++d F d FQ A d FSPQ A d FSP Q A d RTMQ F d A PDPmm mm dm43Outra grandeza que pode ser definida a relaoespalhamentomximo, que especficaparaclculodadoseespalhadanomeioedefinidacomoarazodadose espalhada emumdadopontodomeioe a dose primria efetiva no mesmo pontona profundidade de referncia da dose mxima:( )( ) ( )( )( ) 0 ,0,, d RTMFSPA FSP A d RTMd A SMRd dd 44H de se considerar tambm o uso da bandeja acoplada ao cabeote, o que atenua a radiao edeveser levadaemconsideraonosclculos de dose. Pode-se estabelecerum fator bandeja (FB) que especfico para um conjunto aparelho-bandeja.) / () / (21bandeja s Dbandeja c DFB45Ao desejar determinar os valores de dose profunda em pontos fora do eixo central, pode-se ter as seguintes situaes:No caso de o ponto estar no campo de radiao mas fora do eixo central, necessrio calcular a SAR pelo mtood de Clarkson na regio em questo e na profundidade desejada, obtendo o RTA para este ponto. A partir do RTA pode-se obter o campo quadrado equivalente e, a partir deste valor determinar FSP, fc, fc FC, etc.Nesse caso, a radiao sofre variao de intensidade num plano perpendicular ao feixe. Esta variao pode ser traduzida por um fator FD que depende da distncia do eixo central, distnciad a borda do campo, tamanho da fonte, tipo de colimador e filtro. Este fator a razo do componente primrio no eixo central com o componente primrio no ponto fora do eixo central. Caso o ponto esteja no campo, mas sob as protees, para saber se a dose de radiao nestas regies sob as protees est coerente, deve-se usar o mesmo protocolo para clculos pela RTA, considerando que, na determinao da RTA, o componente primrio da radiao deveserconsideradonulo, ouseja, queaRTAsejaigual SAR. Determinadaestadose, soma-se ao valore encontrado a quantidade de radiao transmitida por meio da blindagem de chumbo que, normalmente, menor que 3% da radiao incidente. Se opontoestiver fora docampo, comoocasodedoses devidas radiao espalhada, usa-se um processo similar ao anterior mas, para distncias grandes fora do campo de radiao, no h valores tabelados de SAR, o que exige fazer medidas experimentais num meio espalhador.Na maioria dos equipamentos de teleterapia, as fontes so livres para rotacionarem ao redor de um eixo horizontal. A einterseco deste eixo horizontal com o eixo central do feixe o ponto denominado isocentro. Normalmente, as aplicaes so realizadas com a distncia foco-superfciefixa, maspode-secolocar oisocentronovolume(alvo) aser irradiadoe trabalha-secomdistnciasfoco-superfciediferentes. Estatcnicadeisocentropossibilita duas modalidades de tratamento: esttica e rotacional. Em ambos os casos, a distncia foco-eixo fixa, mas com diferentes profundidades.No caso da terapia esttica, como sabemos, a RTA independe da distncia foco-eixo, o que permite calcular doses em profundidadepara cada campo de radiao. A maior vantagem a facilidade de posicionamento do paciente.Para aterapiarotacional, ogantrygiracomumadeterminadaangulaoaps o posicionamento do isocentro em um ponto, irradiando o paciente cineticamente. Esta tcnica normalmente utilizada como complementalo de tratamento j iniciado com terapia esttica. Estes casos so aqueles nos quais h necessidade de maior dose em um determinado volume, evitando outras regies j irradiadas. O clculo da dose em profundidade tambm feito por meio da RTA. CAPTULO VIIUma curva de isodose representa mapas de distribuio de dose na profundidade em que os pontos que possuem o mesmo valor de dose esto ligados pelas curvas. Elas podem ser obtidas medindo a dose em um tanque de acrlico preenchido com gua usando cmaras de ionizao.As cartas de isodose representamas variaes das curvas de isodose coma dependncia entre o campo de radiao, distncia foco-superfce e energia da radiao. Ao tomar umamesmaenergiacomcamposdeirradiaodiferentes, nota-sequeopoder de penetrao aumentado por ser maior o fator de espalhamento. Quando considera-se distncias foco-superfcie diferentes, uma DFS maior implica em maior penetrao, por ser maior a energia especfica do feixe, dada a filtrao pelo ar. Com diferentes energia, ocorre o deslocamento da PDP para dentro do material conforme aumenta-se a energia, uma vez que a distncia para equilbrio eletrnico tambm se aumenta.Os fatores quemodificamas curvas deisodoseso: contornodopaciente, filtro compensador, filtro achatador do feixe, filtro em cunha e estruturas de diferentes densidades.As curvas de isodose so traadas para que o eixo central do campo de irradiao seja perpendicular superfcie do paciente. Irregularidades nessas superfciesacabam resultando em DFSs maiores ou menores que a do centro do campo, o que modifica a configurao das curvas de isodose abaixo da superfcie do paciente. Para obter curvas coma correta distribuio de dose necessrio utilizar filtros, os quais pode ser compensadores, achatadores e em cunha.O filtro compensador, ou bolus, pode ser usado sem perder a vantagem do equilobrio eletrnico. Essesfiltrosnoprecisamserexclusivamentefeitosdematriasdedensidade igual do tecido. Podem ser de materiais de densidades maiores e, portanto suas epesessuras tornam-se menores, ou seja, esse tipo de filtro apenas um absorvedor colocado no feixe de radiao para compensar o aumento da dose profunda, devido falta de tecido no contorno do paciente. bom lembrar que o filtro compensador deve ser colocado em uma posio de tal forma quenohajacontaminao deeltrons originados nofiltro queincidemnapele do paciente.S no sepode esquecerque os filtros compensadores absorvem parte da radiao, diminuindo o rendimento, o que requer que o fator de absoro (fator filtro) seja levado em considerao:) / () / (12filtro s Lfiltro c LFF46Quando utiliza-se raios-X de alta energia, a distribuio espacial no momento de sua produonoalvo, acentuadamenteparafrente. Paratornarestascurvasdeformadasem curvas planasusa-seum filtro achatador para absorver mais radiao no centro do campo, descendo para as bordas deste. Para este tipo de filtro no necessrio o uso do fator FF, pois o filtro achatador do feixe no para ser removido da mquina, que calibrada com ele.Os filtros em cunha so empregados em certos planejamentos tcnicos radioterpicos que necessitam usar curvas de isodose no achatadas, mas sim cujaslinhas de isodose formem ngulos preestabelecidos. Na prtica, os ngulos mais usados so de 15, 30, 45 e 60 graus, de modo que a configurao dos filtros feita para que a curva de isodose de valor 50% sofra angulao desejada. Alguns equipamentos de megavoltagempossuemumsistema que, durante uma aplicao radioterpica, pode variar a abertura de umdos colimadores, simulando na distribuio da dose o efeito de um filtro em cunha. Na presenadeestruturas comdiferentes densidade, as curvas deisodose ficam modificadas quando o feixe incide sobre estruras de maior densidade, como osso, ou cavitarias, como o pulmo. Estas diferenas devem ser levadas em conta, principalmente para asradiaesdeenergianafaixadoefeitofotoeltricooudoefeitodeproduodepares, opnde existe dependncia com o nmero atmico do material.Nos casos em que o pulmo irradiado, as isodoses devero ser corrigidas como feito no contorno do paciente. H de se considerar que o ppulmo formado por 2/3 de ar e 1/3 de tecido, portanto, para cada centmetro de pulmo consideramos 2/3 de ar. J quando h osso, cujadensidademaiorqueadotecido, asregies abaixo da espessura apresentaro dose reduzida, sendo que esse efeito ainda mais importante na faixa de enrgia do efeito fotoeltrico.Outra forma de relacionar a variao de dose num campo de irradiao, num plano em profundidade perpendicular ao eixo central atravs de linhas que possuam o mesmo valor porcentual da dose relativa ao eixo central num mesmo plano. Estas linhas so denominadas linhas decrementais e o eixo entral do campo passa a ser a linha decremental de 100%.