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X EXAME DE ORDEM UNIFICADO Coordenação Pedagógica OAB EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO INTENSIVO SEMANAL – X EXAMDE DE ORDEM UNIFICADO LABORATÓRIO 10/5 PEÇA Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A do Código Penal, por crime praticado contra Geisa, de 20 anos de idade. Na peça acusatória a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: “Alessandro dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a só com Geisa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, deflorando-a, fato atestado em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciado aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, o laudo comprobatório da ocorrência de relação sexual entre Alessandro e Geisa, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal de Florianópolis recebeu a denúncia e determinou a citação do réu, para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 07.01.2013 (segunda-feira). Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço.

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CURSO INTENSIVO SEMANAL – X EXAMDE DE ORDEM UNIFICADO

LABORATÓRIO 10/5

PEÇA

Alessandro, de 22 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas

penas previstas no art. 217-A do Código Penal, por crime praticado contra Geisa, de 20

anos de idade. Na peça acusatória a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos

seguintes termos:

“Alessandro dirigiu-se à residência de Geisa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um

jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a só com Geisa, o

denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, deflorando-a, fato

atestado em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha

valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter

conjunção carnal, o denunciado aproveitou-se do fato de Geisa ser incapaz de oferecer

resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu

consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma.

Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, o laudo comprobatório da ocorrência

de relação sexual entre Alessandro e Geisa, os depoimentos prestados na fase do inquérito

e a folha de antecedentes penais do acusado.

O juiz da 2.ª Vara Criminal de Florianópolis recebeu a denúncia e determinou a citação do

réu, para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 07.01.2013

(segunda-feira). Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e

outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na

ação penal em apreço.

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Disse, então, a seu advogado que não sabia que a vítima era deficiente mental, que já a

namorava havia algum tempo, que sua avó materna, Romilda, e sua mãe, Geralda, que

moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima

eram consentidas.

Disse ainda que nem a vítima nem a família dela quiseram dar ensejo à ação penal, tendo o

promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Alessandro informou que não

havia qualquer prova da debilidade mental da vítima.

Questão: Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a)

constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa

de seu cliente. Em seu texto, não crie fatos novos, inclua a fundamentação legal e jurídica,

explore as teses defensivas e date o documento do ultimo dia do prazo para protocolo.

(problema aplicado na prova OAB CESPE/NACIONAL 2008.3 – modificado)

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QUESTÕES

01. Ao chegar a um bar, Caio encontra Tício, um antigo desafeto que, certa vez, o havia

ameaçado de morte. Após ingerir meio litro de uísque para tentar criar coragem de abordar

Tício, Caio partiu em sua direção com a intenção de cumprimentá-lo. Ao aproximar-se de Tício,

Caio observou que seu desafeto bruscamente pôs a mão por debaixo da camisa, momento em

que achou que Tício estava prestes a sacar uma arma de fogo para vitimá-lo. Em razão disso,

Caio imediatamente muniu-se de uma faca que estava sobre o balcão do bar e desferiu um

golpe no abdome de Tício, o qual veio a falecer. Após análise do local por peritos do Instituto

de Criminalística da Polícia Civil, descobriu-se que Tício estava tentando apenas pegar o maço

de cigarros que estava no cós de sua calça.

Considerando a situação acima, responda aos itens a seguir, empregando os

argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.

a) Levando-se em conta apenas os dados do enunciado, Caio praticou crime? Em caso positivo,

qual? Em caso negativo, por que razão? (Valor: 0,65)

b) Supondo que, nesse caso, Caio tivesse desferido 35 golpes na barriga de Tício, como deveria

ser analisada a sua conduta sob a ótica do Direito Penal? (Valor: 0,6)

(VI Exame)

02. Hugo é inimigo de longa data de José e há muitos anos deseja matá-lo. Para conseguir seu

intento, Hugo induz o próprio José a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se

insinuando para a esposa de José. Ocorre que Hugo sabia que Luiz é pessoa de pouca paciência

e que sempre anda armado. Cego de ódio, José espera Luiz sair do trabalho e, ao vê-lo, corre

em direção dele com um facão em punho, mirando na altura da cabeça. Luiz, assustado e sem

saber o motivo daquela injusta agressão, rapidamente saca sua arma e atira justamente no

coração de José, que morre instantaneamente. Instaurado inquérito policial para apurar as

circunstâncias da morte de José, ao final das investigações, o Ministério Público formou sua

opinio no seguinte sentido: Luiz deve responder pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja,

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deve responder por homicídio doloso; Hugo por sua vez, deve responder como partícipe de tal

homicídio. A denúncia foi oferecida e recebida.

Considerando que você é o advogado de Hugo e Luiz, responda:

a) Qual peça deverá ser oferecida, em que prazo e endereçada a quem? (Valor: 0,3)

b) Qual a tese defensiva aplicável a Luiz? (Valor: 0,5)

c) Qual a tese defensiva aplicável a Hugo? (Valor: 0,45)

(VI Exame)

03. Há muito tempo Maria encontra-se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a própria

vida. João, sabedor dessa condição, e querendo a morte de Maria, resolve instigá-la a se

matar. Pondo seu plano em prática, João visita Maria todos os dias e, quando ela toca no

assunto de não tem mais razão para viver, que deseja se matar, pois a vida não faz mais

sentido, João a estimula e a encoraja a pular pela janela.

Um belo dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu

apartamento e, por pura sorte, sofre apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer

ferimento grave. Considerando apenas os fatos apresentados, responda, de forma justificada,

aos seguintes questionamentos:

A) João cometeu algum crime? (valor: 0,65)

B) Caso Maria viesse a sofrer lesões corporais de natureza grave em decorrência da queda, a

condição jurídica de João seria alterada? (valor: 0,60)

04. Joaquina, ao chegar à casa de sua filha, Esmeralda, deparou-se com seu genro, Adaílton,

mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, fato ocorrido no

dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situação, Joaquina foi à delegacia de polícia,

onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término do Inquérito Policial instaurado para

apurar os fatos narrados, descobriu-se que Adaílton vinha mantendo relações sexuais com a

referida menor desde novembro de 2010. Apurou-se, ainda, que Esmeralda, mãe de F.M.,

sabia de toda a situação e, apesar de ficar enojada, não comunicava o fato à polícia com receio

de perder o marido que muito amava.

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Na condição de advogado(a) consultado(a) por Joaquina, avó da menor, responda aos

itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal

pertinente ao caso.

a) Adaílton praticou crime? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,3)

b) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual? (Valor: 0,5)

c) Considerando que o Inquérito Policial já foi finalizado, deve a avó da menor oferecer queixa-

crime? (Valor: 0,45)