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6ª edição LD
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1 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
N.º 6 | Fevereiro de 2012N.º 6 | Fevereiro de 2012
Entrevista com Raquel Paradella Lopes|6Entrevista com Raquel Paradella Lopes|6 As perspectivas da Presidente da CPC de Lisboa sobre os frutos que trarão o próximo Con-As perspectivas da Presidente da CPC de Lisboa sobre os frutos que trarão o próximo Con-
gresso Estatutário da JP; as expectativas para o futura da Concelhia que preside, bem como gresso Estatutário da JP; as expectativas para o futura da Concelhia que preside, bem como
a sua apreciação do trabalho realizado em meio ano, desde a sua eleição.a sua apreciação do trabalho realizado em meio ano, desde a sua eleição.
SEGUE-O
Síria — um teste para a
ONU
por Miguel Turnbull | 4
Tribuna da Liberdade
por Samuel de Paiva Pires |10
O s jovens que participam na realização do Jornal lado Direito preocu-
pam-se na procura de resoluções para os problemas da actualidade.
Esta edição foca tanto a análise interna desta Juventude partidária,
bem como a análise das questões internacionais. Os colaboradores são críticos
ferozes, sem pudor em demonstrar os pensamentos que nutrem sobre a actual
realidade.
2 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
nesta edição
Página 4
Síria—Um teste para a ONU
Por Miguel Turnbull
Página 6
Entrevista com Raquel Paradella Lopes
Página 10
Tribuna da Liberdade por
Samuel de Paiva Pires
Página 14
Opinião Pedro Morais Vaz
Frederico Pimentel João Empis
Página 19
Agenda
Editor
Joana Martins Rodrigues
Colaboradores
Filipe Carneiro de Almeida
João Empis
Joaquim Henriques
Corrector Linguístico
Ricardo Raposo Lopes
equipa
3 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
EDITORIAL
JOANA RODRIGUES | EDITOR DE
“LADO DIREITO”
O Congresso estatutário está a apro-
ximar-se e com este evento, todos
os congressistas deverão estar a pre-
parar as propostas a alteração dos
estatutos. Assim o espero. As diver-
sas concelhias deverão preparar-se
ágil e correctamente para não caí-
rem no erro de subir ao púlpito ape-
nas para apontarem o dedo às babo-
seiras alheias. Isso é magnificamente
admirável, para ouvidos e cérebros
moucos e ocos.
Sinto-me cansada de reuniões míti-
cas do género que se assemelham a
circos em chamas onde todos se
querem salvar de forma estupida-
mente egoísta.
Afirmo isto depois de assistir a
alguns Congressos e Conselhos
nacionais onde são poucos aqueles
que realmente ainda conseguem dar
uso aos seus neurónios, ao invés de
acolherem amigos amicíssimos que
lhes “lambem as botas” prometendo
-lhes mundos e fundos. É verdade.
Isso acontece nesta estrutura parti-
dária, porque, lamentavelmente,
não é possível averiguar o nível de
estupidez e “carreirismo” presente
na mente de muitos indivíduos com
quem tenho o (des)prazer de privar
nestas ocasiões.
Ao fim e ao cabo, espero apenas que
se discuta conscientemente o que é
necessário alterar nos Estatutos da
Juventude Popular de forma a
melhorar todo o processo burocráti-
co existente e também a tornar o
trabalho daqueles que, de facto, tra-
balham mais eficiente.
Com este pedido despeço-me, agra-
decendo a todos os que participa-
ram nesta edição do jornal Lado
Direito.
4 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Durante estas últimas semanas temos assis-
tido a sucessivos debates no seio da ONU
sobre uma possível intervenção na Síria de
Bashar al-Assad. Este país continua a sentir a
onda da revolta que no ano passado assolou
os países Árabes Mediterrâneos. O regime
sírio mantém uma política de ferro e fogo
numa desesperada tentativa de manutenção
de poder. As suas acções valeram a crítica e
condenação internacional que se revelou
infrutífera.
O debate na ONU centra-se na possível
tomada de medidas sancionatórias por parte
da comunidade internacional contra a Síria,
numa tentativa de auxiliar o povo sírio a der-
rubar o regime vigente em Damasco. Até
agora todas as votações no Conselho de
Segurança foram vetadas pela Rússia e China
que alegam que as resoluções propostas
podem abrir a porta a uma intervenção
armada internacional e que não impõem
sanções aos opositores do regime, que tam-
bém contribuem para o estado da situação.
Estas negociações tem sido particularmente
difíceis, ainda que dentro da tradição de
oposição entre bloco pró-ocidental e Rússia
e China. O embaixador russo, Vitaly Churkin,
justificou o veto na última votação com o
respeito da Rússia pela soberania interna de
cada estado, e por isso, ser contra qualquer
intervenção estrangeira na política interna
da Síria.
Os membros ocidentais, entre os quais Por-
tugal, alegam que Bashar al-Assad perdeu a
legitimidade de
se manter no
poder quando o
faz contra a
vontade do seu
povo e, para a
manutenção
desse poder,
utiliza meios
repressivos vio-
lentos.
Este debate trás
à tona uma das dicotomias mais discutidas
na comunidade internacional desde pratica-
mente a formação da ONU, o direito de inge-
rência na política interna dos estados. De
uma forma geral, as relações internacionais
baseiam-se no respeito pela soberania inter-
na de cada estado, existindo o primado do
não-intervencionismo, resultante do modelo
westefaliano. No entanto, especialmente a
partir dos anos 90, assistiu-se a uma vaga de
intervenções maioritariamente motivadas
por questões humanitárias. Esta prática nun-
ca foi consensual no seio da comunidade
internacional e temos exemplos bem claros
dos entraves negociais existentes nesta
matéria, nos casos do Ruanda em 1994 e do
Kosovo em 1995. No primeiro, as discussões
iniciais falharam, motivando o então secretá-
rio-geral da ONU, Kofi Annan, a interceder
por uma resolução célere para se terminar com
o genocídio que ali se desenrolava. No segundo
caso, face à incapacidade da ONU de chegar a
acordo sobre uma resolução a tomar, a NATO
assumiu a iniciativa de intervir à revelia da ONU.
Sí
Um teste por Miguel
5 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Naquela altu-
ra a Rússia esta-
va bastante
enfraquecida
após o colapso
da URSS e a Chi-
na ainda não
tinha o protago-
nismo que viria
a ter. Hoje, a
balança de
poderes está
mais equilibrada e soluções como a de 1995
já não podem ser consideradas com tanta
leveza. Começa já a existir uma polarização
de posições e é clara a utilização destas cir-
cunstâncias por parte da Rússia e da China
para demarcar o seu lugar.
Mesmo para um observador menos atento
ficam claras as intenções das duas potências
emergentes ao vetarem todas as propostas
de resolução. Independentemente do moti-
vo apresentado, é notória a demonstração
de poder e o alertar as potências ocidentais
para um novo equilíbrio de poderes.
Desenha-se um combate de vontades que,
usando como pano da fundo a situação na
Síria, vai na verdade ajudar a definir posi-
ções no xadrez político internacional.
Na sombra destas negociações está o povo
sírio que continua a lutar de forma desigual
contra o regime hereditário de al-Assad e
necessita de apoio formal por parte da
comunidade internacional para equilibrar a
equação.
As próximas semanas serão decisivas para o
desenrolar dos acontecimentos e serão aci-
ma de tudo um teste á eficácia da ONU na
real resolução de situações conflituosas. No
caso de as negociações continuarem a falhar,
um secretário de organização admitiu o
envio do caso para apreciação no Tribunal
Penal Internacional. Também esta solução
poderá ser muito discutida.
ria
para a ONU Turnbull
Miguel Turnbull
Colaborador do Gabinete de Estudos e Formação
Política
6 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Entrevista | Raquel Paradella Lopes
Na sexta edição do Jornal Lado Direito, a Presidente da Comissão
Política da Concelhia de Lisboa, Raquel Paradella Lopes, faz-nos ago-
ra um balança, em jeito de entrevista, relativamente ao seu percurso
político na Juventude Popular. Abordando também as travessia
daqueles que segue de perto, Raquel denota o melhor e o pior de
meio ano de mandato e as suas expectativas para o futuro da Conce-
lhia de Lisboa.
Raquel Paradella Lopes — Presidente da Comissão Política da Concelhia de Lisboa da JP
LADO DIREITO (LD) - O que se alterou na tua postura como militante e presi-
dente da CPC de Lisboa desde a tua última eleição para o mesmo cargo?
RAQUEL PARADELLA LOPES (RPL) - A minha postura tem-se mantido a mesma.
Faço por ser o mais justa e imparcial possível em todas as minhas decisão na
equipa, por integrar todos os novos membros na nossa concelhia para que se
sintam parte da casa que também é sua, e por representar o melhor possível a
estrutura. Essa tem sido a minha postura desde sempre.
7 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
LD - Que expectativas tinhas e quais as que não se cumpriram? Porquê?
RPL - Tinha e continuo a ter muitas expectativas. Sou uma Presidente muito
orgulhosa da sua equipa, porque graças a ela e ao trabalho dedicado e coorde-
nado de todos, temos vindo a concretizar os nossos objectivos e até a superar
as nossas expectativas. No entanto, ainda existem muitos projectos que quere-
mos colocar em prática.
LD - Como descrever o trabalho de equipa da CPC de Lisboa?
RPL - O trabalho da nossa Concelhia é um trabalho exemplar pelo seu espírito
de equipa. Somos o mais dedicado possível, coordenando a cada momento a
nossa vida pessoal, académica e profissional com a vida na JP Lisboa. Cumpri-
mos com as nossas responsabilidades, e às vezes com as de alguns de nós que o
não podem fazer, naturalmente devido às suas obrigações académicas e profis-
sionais, para que nenhuma responsabilidade fique por cumprir.
LD - O Congresso estatutário está a aproximar-se e, no passado Concelho
Nacional (no Caldas) observaram-se tentativas por parte de alguns militantes
em alterar o ratio entre o número de Congressistas eleitos por concelhia para
a representarem em Congressos. Qual a tua posição acerca deste ponto rele-
vante?
RPL - A minha posição vai ao encontro de uma proposta que apresentaremos
no próximo Congresso para a revisão estatutária. Sou contra a estipulação em
Conselho Nacional dos ratios dos congressistas através da votação dos regula-
mentos que inclui cada um o seu próprio rateio. A meu ver, não é justo para as
estruturas locais que a sua representatividade esteja à mercê das várias circuns-
tâncias políticas. Este ratio tem que ser imparcial e justo, compreendendo a
melhor representatividade possível das nossas estruturas locais.
8 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
LD - De que forma vai a Concelhia participar no Congresso Estatutário? Pla-
nos?
RPL - Da mesma forma que tem participado sempre. Contribuindo para o suces-
so politico da nossa juventude que passa por um debate interno construtivo e
intenso de ideias e medidas que concorram para o nosso desenvolvimento
enquanto estrutura democrática de jovens que é.
LD - De que forma tem a Concelhia de Lisboa protegido os seus interesses ten-
do em conta os membros que tem eleitos nos órgãos nacionais?
RPL - Há aqui uma separação de poderes que temos que ter em conta. É certo
que os membros de órgãos nacionais militantes da Concelhia de Lisboa farão
sempre parte da nossa casa e estarão sempre envolvidos no nosso trabalho
local. No entanto, os cargos nacionais que ocupam devem ser desempenhados
em nome de toda a estrutura da JP e não só da nossa. Sendo dessa a forma que
devem olhar todas as suas decisões e responsabilidades. A partir do momento
que assumem essas funções, elas são distintas do trabalho, que podendo ou
não continuar, desempenham na nossa Concelhia. É claro que sempre que pre-
cisarem de ajuda para trabalhar, faremos tudo aquilo que pudermos dentro das
nossas possibilidades e competências.
LD - Por fim… projectos para as autárquicas 2013.
RPL - O Gabinete Autárquico da JP Lisboa está desde o inicio do nosso mandato
a acompanhar os militantes junto das suas juntas de freguesia e demais órgãos
autárquicos, porque um dos grandes objectivos é aumentar o número de
jovens activos na participação dos órgãos locais. Acreditamos que uma renova-
ção das estruturas autárquicas com novas ideias e novas formas de pensar só
traz vantagens na proximidade entre o poder local e os seus moradores e em
medidas mais idóneas e ajustadas. Estamos disponíveis a ajudar e a contribuir
para essa renovação.
9 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
LD - Pretendes recandidatar-te a presidência da CPC de Lisboa?
RPL - Essa é uma daquelas perguntas com rasteira à qual não tenho, nem posso
ter, resposta. (Risos) Não só porque ainda estamos em pleno mandato conce-
lhio e também porque essa decisão nunca pode ser tomada só por mim. Digo-
te que me sinto verdadeiramente preenchida a fazer o que faço e sinto que ain-
da há muito mais a ser feito, que por mais que trabalhes há sempre mais qual-
quer coisa que ainda podes fazer. Também ajuda o orgulho que sinto em ter a
equipa que hoje me acompanha. Por ser uma equipa qualificada, interessada,
proactiva e dedicada, e este factor é deveras importante. Esta sim é a cereja no
topo do bolo, que me dá ainda mais sabor no desempenho das minhas funções.
10 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Tribuna da Liberdade
por Samuel de Paiva Pires
Vice-Presidente da Mesa da Concelhia de Lisboa da JP
Contra o processo de apaga-mento da identidade portuguesa em curso
Nota: este artigo foi originalmente publicado no Diá-rio Digital, a 23/01/2012. Aqui encontra-se acrescen-tado de uma adenda, em virtude do anúncio de extinção da celebração do 5 de Outubro, que teve lugar em momento posterior à publicação original.
Recentemente, veio-me à memó-ria uma aula de 2008 em que um conhecido professor da nossa praça dizia que as crises de identidade são características de nações com hiper-identidade. Estamos sempre a falar da nossa identidade precisamente por ter-mos identidade a mais. A nossa longa História nacional tem um peso enorme sobre os nossos ombros, hoje obriga-dos ao temor reverencial troikista. O nosso passado é de uma grandeza que nos faz sentir como pigmeus, muitas vezes deixando-nos sem saber como
lidar com ele. Daí o nosso eterno retor-no mental e retórico às épocas áureas do domínio português sobre mares de todo o mundo. Daí a nossa servidão voluntária quando nos pretendem impor ideias que são simplesmente páginas novas no processo de apaga-mento da identidade portuguesa em curso. Vem isto a propósito de dois ata-ques do rolo unidimensionalizador do estado, que encontra quase sempre, infelizmente, uma enorme passividade da sociedade portuguesa em relação aos ataques por ele prosseguidos.
Em primeiro lugar, o mal afamado Acor-
do Ortográfico. Não pretendo estender
-me numa análise do género da que
muitos têm feito, e bem, sobre as
incoerências linguísticas do próprio
acordo ou os errados critérios e inte-
resses que o norteiam, como Pedro
Mexia salientou num excelente artigo
publicado no Expresso de 14 de Janeiro
de 2012. E não o pretendo fazer por-
que, antes de mais, fazê-lo é aceitar a
existência do próprio acordo. É aceitar
que o estado é dono da língua. É acei-
tar que, sem que ninguém lhe tenha
conferido esse mandato, o estado se
pode arrogar a possibilidade de fazer o
que quer com a língua.
11 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
No caso em apreço, é aceitar que o
estado pode convocar um grupo de ale-
gados iluminados e permitir-lhes rede-
senhar a língua de milhões de pessoas
a seu bel-prazer. Escapa a estes ilumi-
nados, provavelmente herdeiros da
filosofia cartesiana que incorre no
racionalismo construtivista – um ignó-
bil produto da modernidade que inspi-
rou totalitarismos assentes no princípio
de que é possível desenhar ou redese-
nhar uma sociedade complexa a partir
de cima, ou seja, do aparelho estatal –
uma coisa tão simples quanto isto: a
língua é uma das instituições humanas
originada e desenvolvida espontanea-
mente, i.e., através da interacção de
milhões de indivíduos ao longo do tem-
po. A língua originou-se através da
natural evolução humana e é por via
das interacções que se registam numa
comunidade ou sociedade que se vai
modificando, de forma lenta, gradual e
sem coerção estatal. A língua não é
produto nem pode ser apropriada por
um aparelho cuja fundação é posterior
ao momento de origem da língua da
sociedade de onde aquele emana. Sin-
to-me ultrajado com este acordo e pela
violentíssima forma como o estado tem
avançado para o impor.
Raras vezes tenho sentido uma revolta tão grande, uma revolta que cada vez mais me custa calar e que é, com toda a certeza, partilhada por milhões dos meus compatriotas. É difí-cil, mas não impossível, resistir ao rolo unidimensionalizador da única institui-ção que detém o monopólio da força legítima. Mas não resistir é aceitar a coerção estatal num domínio que é nosso, dos indivíduos e da sociedade, dos portugueses, não do estado. E é por isto que sou terminantemente con-tra a existência de qualquer acordo ortográfico. Este ou outros (e sim, sei que se fizeram vários ao longo do sécu-lo XX e sempre por razões políticas). Não discuto os critérios do acordo por-que, por uma questão de princípio, este nem sequer deveria existir.
Em segundo lugar, como não poderia deixar de ser, quero referir-me à recentemente anunciada extinção da celebração do dia da Restauração da Independência. Também este assunto pairou no debate público português ao longo dos últimos meses, não faltando quem sugerisse quais os feriados que deveriam acabar. Ora, mais uma vez, isto prefigura uma situação inaceitável.
12 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Não compete ao governo, ou pelo menos não deveríamos deixar que lhe competis-se, dispor como bem entender de celebra-ções que pertencem ao domínio da socie-dade, que são reflexo dos mitos com que inventámos a nossa nação. Mas já que o está a fazer, então a referida extinção tor-na-se ainda mais escabrosa quando pen-samos que o 5 de Outubro de 1910 conti-nua a ser celebrado. Se nos recordarmos que a fundação do actual regime já é cele-brada a 25 de Abril, torna-se ofensivo e acintoso. Ademais, perante mais esta ofensa à nossa identidade, permite-nos perguntar por que não mudar a celebra-ção do Dia de Portugal de 10 de Junho para o Dia da Restauração da Indepen-dência, sendo o 1º de Dezembro uma data fundamental na construção do esta-do moderno em Portugal? Ou será que os pruridos que assistem a alguns iberistas e à laboriosamente ofendida Câmara de Comércio espanhola e aos seus bem pagos delegados empresariais portugue-ses não o permitem? Em tom provocador, gostaríamos de saber se em Buenos Aires também se exige aos argentinos a liquida-ção do feriado do 25 de Maio, essa tre-menda “ofensa aos espanhóis que dão trabalho” a tantos cidadãos daquele país sul-americano? Melhor ainda, e que tal mudar o mesmo Dia de Portugal para 1 de Dezembro, mas em vez de meia dúzia dos donos do poder celebrarem em frente da Câmara Municipal de Lisboa a Implanta-ção do regime que criou as condições para 48 anos de ditadura, passávamos todos a celebrar o 5 de Outubro de 1143, data da assinatura do Tratado de Zamora e, consequentemente, da fundação de
Portugal? Aliás, devemos ser o único país do mundo com a originalidade de não celebrar a sua Independência. O que se torna simplesmente ridículo perante a nossa enorme e longa História.
Tudo isto porque, relembrando Jacques Le Goff, sabemos que é na memória que cresce a história, e um povo sem memória é um povo sem futuro, pelo que importa não esquecer a nossa tradição e salientar, de acordo com José Adelino Maltez no seu recente Abecedário Simbiótico, que «Ser pela tradição é saber recuar, em pen-samento e em entusiasmo, para, aprofun-dando o presente, dar raízes ao futuro, e melhor se poder avançar (…).» Com sau-dades de futuro, neste nosso Portugal por cumprir, há que continuar a ser livre, isto é, a dizer não, porque a essência do homem livre é ser do contra – não renun-ciando, antes pelo contrário, à participa-ção cívica. Como assinalou Camus, a revolta surge do espectáculo do irracional a par com uma condição injusta e incom-preensível. Perante os ataques desferidos, muitos continuam a não compreender Fernando Pessoa quando este nos diz que «O Estado está acima do cidadão, mas o Homem está acima do Estado». Compete-nos fazer os possíveis e impossíveis para acabar com esta violência sobre todos nós.
13 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Adenda: Por mais que não celebre
o 5 de Outubro, infelizmente não parti-lho da alegria que parece ter acometi-do alguns monárquicos a respeito da extinção do 5 de Outubro. Primeiro, porque quando a extinção da celebra-ção do 1.º de Dezembro já havia sido anunciada, nada mais restava ao gover-no senão extinguir também o 5 de Outubro; não o fazer seria ainda mais escandaloso, como escrevi acima, mas ter extinguido os dois é um acto de vio-lência perpetrado sobre todos nós, por-tugueses – era uma situação de perda para todos, logo à partida, pelo que o melhor seria nunca ter acontecido. Segundo, porque esta questão está envolta numa demagogia passada como economicismo, como se esta his-tória dos feriados fosse realmente resolver os problemas do país quando o estado continua a gastar demasiado, asfixiando a economia real, e sem ser verdadeiramente reformado. Terceiro, porque acabámos todos a ser gozados pelo governo vigente, onde o dividir para reinar parece ser princípio levado à letra, e até já se negoceiam celebra-ções de todos os portugueses em Con-selho de Concertação Social, sem que ninguém se questione sobre a legitimi-dade e representatividade deste para o fazer. Infelizmente, passou a ser mais importante para alguns monárquicos celebrar a extinção do 5 de Outubro do que tentar preservar o 1.º de Dezem-bro, assim como para alguns republica-
nos o contrário também é verdade, quando dever-nos-íamos, todos, ter unido contra o Leviatã, porque, e em quarto lugar e o mais importante, como também acima escrevi, não com-pete ao governo, ou pelo menos não deveríamos deixar que lhe competisse, dispor como bem entender de celebra-ções que pertencem ao domínio da sociedade, que são reflexo dos mitos com que inventámos a nossa nação.
14 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Opinião
Presidencialismo – uma solução
para Portugal?
Muitas têm sido as vozes que, nos últimos tempos,
têm aproveitado a actual conjuntura política, social
e económica do país para porem em causa o nosso
actual modelo de sistema de governo - o semipresi-
dencialismo. Invocam mesmo que esta opção políti-
co-constitucional está no âmago e na origem da
actual crise. O que precisamos mesmo, neste
momento, «é de um Salazar», invocam algumas
destas vozes; de uma pessoa que «ponha ordem na
casa», que restitua à política a sua credibilidade,
que siga um rumo claro e transparente, sem depen-
der do consenso de terceiros, das aprovações ou
das burocracias inerentes ao sistema de governo
semipresidencialista.
Para estudar e compreender esta questão importa
começar por traçar as diferenças subjacentes aos
dois sistemas de governo paradigmáticos, que se
encontram em pólos opostos: o presidencialismo e
o parlamentarismo - tomando como exemplo, res-
pectivamente, o sistema de governo americano e
britânico.
A terminologia pode facilmente induzir-nos em
erro: no sistema de governo presidencial, teríamos
como principal figura política o presidente, reunin-
do em si um vasto leque de poderes, capaz de
governar sem apoio parlamentar; no sistema de
governo parlamentar, a contrario, o poder derivaria
do próprio Parlamento, de onde brotaria, consoante
os resultados eleitorais, o Governo - formado,
obviamente, pelo partido mais votado. No primeiro
caso teríamos o presidente e o parlamento como
centros de poder; no segundo, o primeiro-ministro
(governo/gabinete) e o parlamento.
Concluir nesse sentido seria escamotear os dados
do problema e simplificar uma questão que exige
algum aprofundamento. De facto, principalmente
após o aparecimento do modelo semipresidencialis-
ta no século passado, a questão ganhou alguma
complexidade. Creio, portanto, que para se fazer
uma análise fiel e correcta do problema, importa
analisar (pelo menos) dois critérios: (I) a responsabi-
lidade política e (II) a legitimidade dos diversos cen-
tros de poder.
No sistema de governo parlamentar, ao contrário
do que sucede no presidencial, o Governo
(Gabinete) depende da confiança do Parlamento
para governar. De facto, normalmente através da
aprovação de uma moção de censura ou da rejeição
de uma moção de confiança, o Parlamento pode
demitir o Governo das suas funções, convocando
novas eleições. Isto significa que o Governo tem,
constantemente, de responder (politicamente)
perante o Parlamento, por forma a garantir a con-
fiança de (pelo menos) metade dos deputados.
A Opinião dos militantes da Juventude Popular é imprescindível em todas as edições do lado Direito. Esta sexta não é excepção. Desde a incansável questão do presiden-cialismo em Portugal, passando por um pequeno balanço do ano transacto, até à nova legislação espanhola no que diz respeito à Lei do Aborto, os nossos militantes mostram-se críticos e atentos à actualidade.
15 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Nisto consiste a responsabilidade política. Contudo, para garantir um equilíbrio de poderes, ou seja, para garantir que o Parlamento não põe constante-mente em causa a governação do Gabinete (o que geraria um inaceitável clima de instabilidade políti-ca), foi concedido a este o poder de destituir aque-le, sempre que entenda não estarem reunidas as condições políticas necessárias para governar. Tomemos como exemplo o caso de um governo minoritário: se o Gabinete não tivesse o poder de destituir o Parlamento, este estaria constantemente a rejeitar as suas propostas e a bloquear a sua actuação (talvez injustificadamente), apenas com o intuito de descredibilizar a sua governação. Mas uma vez que o Parlamento também depende do Governo para subsistir, como que se gera um clima de apaziguamento, que obriga ambos os orgãos a uma política de «bom-senso», de equilíbrio. Contrariamente, nos EUA, o Presidente (chefe de Governo e chefe de Estado) não depende da con-fiança do Parlamento (Congresso) para exercer a sua actividade, não tem de responder politicamente perante este. O Presidente não pode destituir o Par-lamento e o Parlamento não pode demitir o Presi-dente. Têm de conviver, como que estão ligados por um «casamento indissolúvel». Isto não quer dizer que o Presidente não dependa do Parlamento para adoptar/aprovar determinadas medidas - porque, de facto, depende. Significa apenas que, mesmo que o Parlamento esteja constantemente em desa-cordo com a política de governação adoptada pelo Presidente, nunca pode pôr termo à sua governa-ção, nunca pode demiti-lo por razões políticas (ressalve-se o caso do processo do impeachement, casos em que o Presidente pode ser demitido mas apenas por motivos de ordem penal - veja-se o caso do Presidente Nixon). Do mesmo modo, também o Presidente nunca pode pôr em causa a subsistência do Parlamento, nunca pode destitui-lo. Estão então, tal como no sistema parlamentar (embora por moti-vos completamente diferentes, como já vimos), obrigados a governar em conjunto e a ceder mutua-mente - daí se falar num sistema de checks and balances.
Pergunta-se: porquê esta diferença tão grande? Porque é que no sistema parlamentar o Governo depende da confiança do Parlamento e no sistema
presidencial o Presidente não depende da confiança do Parlamento? Porque é que num o Parlamento pode demitir o detentor do poder executivo e nou-tro não?
A resposta está precisamente no segundo critério que já enunciei: a legitimidade dos centros de poder. Veja-se: no sistema de governo parlamentar, o Governo forma-se a partir das eleições para o Par-lamento. As eleições (como sucede em Portugal) são para formar o Parlamento, não para formar o Governo (embora este resulte do outro). Elege-se o Parlamento, de onde sai o Governo (formado pelo partido mais votado). O eleitorado encontra a sua expressão máxima no Parlamento, pelo que este (enquanto representante do povo soberano) pode pôr sempre em causa a subsistência do Governo. Pelo contrário, no sistema de governo presidencial, Presidente e Parlamento emanam de eleições dis-tintas, realizadas em momentos diferentes. O Presi-dente não «sai» do Parlamento, é eleito pelo povo em eleições próprias - tal como o Parlamento. Não faria sentido que, depois de um Presidente ser elei-to democraticamente pelo povo soberano, o Parla-mento viesse posteriormente demiti-lo.
Responsabilidade política e legitimidade estão assim interligadas. Há mais (ou total) responsabilidade política quando há menos legitimidade; há menos (ou nenhuma) responsabilidade política quando há mais legitimidade. Penso, então, já estarem reunidas as condições necessárias para respondermos à pergunta inicial-mente colocada: será a mudança para o presiden-cialismo uma solução para Portugal enfrentar a actual crise?
Ao contrário do que muitos cronistas afirmam, claro está que não. O nosso sistema de governo, semipre-sidencialista, ao contrário dos sistemas já analisa-dos, conhece 3 centros de poder activos: Parlamen-to, Governo e Presidente.
16 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
O primeiro eleito e o segundo nomeado em função dos resultados obtidos em eleições legislativas (supostamente - casos há em que isso não aconte-ce); o último eleito em eleições presidenciais. Vamos supor o seguinte cenário: imaginemos que Governo e Presidente defendem e preconizam ideias radicalmente divergentes. Estão em constan-te conflito, e apesar de o Governo até ser um Governo maioritário (apoiado por uma maioria esmagadora no Parlamento) o Presidente bloqueia constantemente a acção do Primeiro-Ministro (dentro dos seus limites) e este lança duras críticas à actuação daquele, responsabilizando-o pelo esta-do em que o país se encontra. É o caos. Uma crise política terrível, ninguém se entende.
O sistema semipresidencialista nada resolvia porque mesmo que o Presidente dissolve-se a Assembleia ou demiti-se o Governo, o resultado seria a repeti-ção da mesma maioria parlamentar e consequente nomeação de Governo semelhante. «O que precisa-mos é de um presidente mais forte, de um sistema presidencial», sustentariam alguns. Algo que efecti-vamente acontece, após revisão constitucional. O Governo desaparece, passando os seus poderes para o Presidente; como característico do sistema presidencial, este nunca teria de responder politica-mente perante o Parlamento (como já atrás verifi-cámos). Reúne em si um vasto leque de poderes e, finalmente, sente-se que o país encontrou a estabi-lidade necessária. Agora sim, Portugal vai andar para a frente! Mas após alguns dias, compreende-se que o problema de fundo ainda subsiste. É que, apesar do desaparecimento da figura do Primeiro-Ministro e do Governo, o Presidente continua a depender do Parlamento para governar e para aprovar as propostas de orçamento. Mas a maioria do Parlamento, apesar da extinção do Governo, continua a ser a mesma e o sistema vê-se novamen-te bloqueado. O Presidente tenta traçar um rumo para o país sem sucesso, já que depende da actua-ção e do bom-senso do Parlamento.
Por aqui compreendemos facilmente que esta nun-
ca seria uma solução viável. É que, apesar da termi-
nologia nos induzir em erro, um primeiro-ministro
num sistema parlamentar pode concentrar em si
um poder muito superior ao de um presidente num
sistema presidencial (nem sempre será assim, claro
está). Na adopção de um sistema de governo, há
que ter em conta não só a prévia opção jurídico-
constitucional concreta mas também (senão princi-
palmente) a natureza e as raízes culturais da própria
população. Num país como os EUA, esta opção tor-
na-se viável pela circunstância de o próprio sistema
de governo ter sido edificado sobre certos padrões
de conduta, assente numa ideia de razoabilidade e
cedência mútua (checks and balances). O facto de
Presidente e Parlamento estarem unidos por um
«casamento indissolúvel», moldou o sistema, como
que os obrigou a adaptarem-se às circunstâncias.
Daí se compreende que as divergências político-
ideológicas existentes entre os partidos políticos no
continente americano sejam bastante menos acen-
tuadas do que as existentes entre os diversos parti-
dos no continente europeu.
Adoptar neste momento um sistema de governo
presidencialista, seria agravar um problema que, só
por si, já assume as proporções que assume. O que
está em causa não é o sistema de governo per si
mas a conduta irresponsável de determinados agen-
tes políticos. A solução não está no sistema; está na
consciência e no bom-senso dos governantes.
Pedro Morais Vaz
Vice-presidente da Comissão Superior de Fiscaliza-
ção e Disciplina
17 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Lei do Aborto
Fez este Sábado, dia 11 de Fevereiro de 2012, 5 anos que foi referendada a despena-lização do aborto.
Há 5 anos atrás, aproximadamente 43,5% dos cidadãos eleitores recenseados em Por-tugal foram às urnas pronunciar-se sobre a seguinte questão:
«Concorda com a despenalização da inter-rupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»
“Ganhou” o Sim, com pouco mais de 59% dos votos expressos, perdeu Portugal.
A Lei que o Governo Socialista então no poder aprovou, com base neste referendo, representou um tremendo retrocesso civili-zacional, enveredando pela via da desres-ponsabilização (quer dos cidadãos, quer do próprio Estado, que assim se demite das suas funções de apoio aos mais fracos dos mais fracos e mais frágeis dos mais frágeis, subsidiando a “IVG” em vez de dar condi-ções e apoio às famílias e mães carenciadas para que possam ter os seus filhos) e da inconsequência (para quem pratica os actos entenda-se, não para quem depois sofre sem nada ter feito).
Acredito na máxima “menos Estado é melhor Estado” mas há responsabilidades das quais o Estado não se pode nunca demi-tir, e a protecção da Vida, mesmo a intra-uterina, e ainda que contra a vontade da “mãe”, é uma dessas responsabilidades.
Aí o Estado tem que dar condições a quem não as tem para levar a gravidez a bom ter-mo e para que a criança seja criada com dig-
nidade.
Deve também melhorar e agilizar o processo de adopções em Portugal para que esta seja uma opção viável e funcional que não con-dene as crianças a passar a sua infância em casas de acolhimento (o que, diga-se, sem-pre é melhor que serem condenadas à mor-te).
O que o Estado não deve fazer é dar à mulher, que está grávida e não quer ser mãe, o poder de ser juiz, júri e carrasco, ain-da por cima em causa própria.
Não deixa de ser curioso que recentemente o Governo Espanhol tenha iniciado um pro-cesso de reforma da Lei do Aborto (da qual a nossa foi praticamente decalcada). Uma reforma verdadeiramente progressiva, que protege a Vida e acaba com a "liberdade de optar" pela irresponsabilidade e pela desres-ponsabilização que infelizmente a legislação vigente em boa parte dos nossos congéneres europeus, e no nosso próprio país, permite.
Volvidos que estão 5 anos desde o último referendo, está na altura de reintroduzirmos o tema na agenda política nacional, de anali-sarmos os dados, as consequências que a aprovação desta Lei teve, de reflectirmos e, finalmente, de corrigirmos o retrocesso que se deu em 2007.
Frederico Sousa Pimentel Secretário da Concelhia de Lisboa da Juventude
Popular
18 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
Um futuro para o resto da vida…
Primeiro artigo de 2012. Não vou fazer
quaisquer levantamentos acerca dos
acontecimentos do ano passado, não
vou fazer quaisquer previsões para o
ano que se segue (sob pena de cair
numa banalização). Aquilo que consti-
tuirá este texto não é da minha autoria
(embora gostasse que o fosse) mas aju-
da-me a olhar para um futuro que se
avizinha, futuro austero e difícil, com
esperança e vontade de trabalhar para
um Portugal melhor e mais saudável. O
autor deste texto, é alguém que já nos
deixou, sendo que já não podemos
contar com a sua presença física entre
nós. Ainda assim, o seu espírito
empreendedor, corajoso e motivador
deverá ser algo que não se pode igno-
rar no nosso país, sobretudo em altu-
ras de maior tensão social e económi-
ca. Fala-vos de Ernâni Lopes e da sua
mensagem sobre a “via útil para o
futuro” que consta do seguinte:
Onde está facilitismo, pôr exigência,
Onde está vulgaridade, pôr excelência,
Onde está moleza, pôr dureza,
Onde está golpada, pôr seriedade,
Onde está videirismo, pôr honra,
Onde está ignorância, pôr conheci-
mento,
Onde está mandriice, pôr trabalho,
Onde está aldrabice, pôr honestidade;
Está traçado aquilo que deverá consti-
tuir a direcção inquebrável para o ano
que se segue….aliás, para o resto das
nossas vidas.
A Ernâni Lopes um agradecimento por
simplificar aquilo que parecia tão com-
plicado de o fazer!
Bem-haja!
João Empis
Colaborador do Jornal Lado Direito
19 Edição Especial Fevereiro 2012| Lado Direito
agenda
23 de Fevereiro
Workshop : Persuasão
25 de Fevereiro
Congresso Estatutário — Coimbra
8 de Março
Conferência com o Dr. Diogo Costa Gonçalves —”Ideologia de Género”
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