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LAINI TAYLOR

LAINI TAYLOR - img.travessa.com.brimg.travessa.com.br/capitulo/INTRINSECA/DIAS_DE_SANGUE_E_ESTRELA... · modelo de revista e assassina, ao típico estilo das repórteres. — Você

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Tradução de Viviane Diniz

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Copyright © 2012 by Laini TaylorCopyright do mapa © 2012 by Jim Di BartoloPublicado mediante acordo com Little Brown and Company, Nova York, EUA.Todos os direitos reservados.

TÍTULO ORIGINAL

Days of Blood and Starlight

PREPARAÇÃO

Sheila Louzada

REVISÃO

Guilherme Bernardo

DIAGRAMAÇÃO

Ilustrarte Design e Produção Editorial

ADAPTAÇÃO DE CAPA

Julio Moreira

ADAPTAÇÃO DO MAPA

ô de casa

cip-brasil. catalogação-na-fontesindicato nacional dos editores de livros, rj

T24dTaylor, Laini, 1971- Dias de sangue e estrelas / Laini Taylor ; tradução de Viviane Diniz. – 1. ed. – Rio de Janeiro : Intrínseca, 2013. 448 p. ; 23 cm (Feita de fumaça e osso ; 2)

Tradução de: Days of blood and starlight ISBN 978-85-8057-406-7

1. Ficção americana. I. Diniz, Viviane. II. Título. III. Série.

13-03332 cdd: 813cdu: 821.111(73)-3

[2013]

Todos os direitos desta edição reservados à

Editora Intrínseca Ltda.Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar22451-041 – GáveaRio de Janeiro – RJTel./Fax: (21) 3206-7400www.intrinseca.com.br

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Para Jim,

apaixonadamente

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Era uma vez um anjo e um demônio segurando um osso da sorte,

que, ao ser partido, dividiu o mundo em dois.

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A garota da ponte

Praga, início de maio. O cinza do céu pesava nos telhados de contos de fadas, e o mundo todo assistia. Até satélites tinham sido direcionados para a ponte Carlos, para o caso de os... visitantes... voltarem. Coisas estranhas já haviam acontecido naquela cidade antes, mas não tão estranhas assim. Pelo menos não desde que existiam as câmeras de vídeo para provar o ocorrido. Ou para explorá-lo.

— Por favor, me diga que você quer fazer xixi.— O quê? Não! Não, não quero. Nem adianta pedir.— Ah, qual é. Eu mesma faria se pudesse, mas sendo menina não dá.— Eu sei. Tão injusta, essa vida. Mesmo assim não vou fazer xixi no ex-

-namorado da Karou por você.— O quê? Eu não ia pedir isso. — Em seu tom mais razoável, Zuzana expli-

cou: — Só queria que você fizesse xixi em um balão para eu atirar nele.— Ah. — Mik fingiu pensar no assunto por cerca de um segundo e meio.

— Não.Ela bufou.— Que seja. Mas ele bem que merecia.

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O alvo estava a três metros deles, dando depoimento a uma equipe de re-portagem internacional. Não era a primeira vez, nem mesmo a décima. Zuza-na tinha perdido a conta. O que tornava essa entrevista ainda mais irritante era o fato de estar sendo gravada bem em frente ao apartamento de Karou, que já tinha recebido atenção suficiente de vários órgãos de segurança pública sem que o endereço fosse devassado no noticiário.

Kaz dedicava-se a construir sua fama como ex-namorado da “garota da pon-te”, como Karou vinha sendo chamada após o confronto que atraíra olhares de todo o mundo para Praga.

— Anjos — sussurrou a repórter, uma bela jovem que era um misto de modelo de revista e assassina, ao típico estilo das repórteres. — Você sabia?

Kaz riu. Zuzana, que já imaginava a reação dele, deu uma risada fingida também.— O quê, que anjos existem mesmo? Ou que minha namorada não gosta

deles?— Ex-namorada — murmurou Zuzana acidamente.— As duas coisas, acho — disse a repórter, rindo.— Não, nenhuma das duas — admitiu Kaz. — Mas Karou era toda cheia

de mistérios.— O quê, por exemplo?— Bom, ela era muito fechada, muito mesmo. Eu não sei nem de que país

Karou era, ou o sobrenome dela... se é que ela tem sobrenome.— E isso não o incomodava?— Que nada, era maneiro. Uma garota bonita e misteriosa? Ela carregava

uma faca na bota, sabia falar várias línguas e estava sempre desenhando mons-tros no...

— Conte como ela atirou você pela janela! — gritou Zuzana.Kaz tentou ignorá-la, mas a repórter ouvira.— Isso é verdade? Ela machucou você?— Bem, não foi a melhor coisa que já me aconteceu. — Uma discreta e

charmosa risada. — Mas eu não me machuquei. Foi minha culpa, na verdade. Eu a assustei. Não foi minha intenção, mas ela estava um pouco agitada por causa de uma briga em que tinha se envolvido. Estava coberta de sangue e descalça no meio da neve.

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— Que terrível! Ela lhe contou o que houve?— Não! Porque estava ocupada demais atirando-o pela janela! — gritou

Zuzana mais uma vez.— Foi uma porta, na verdade — disse Kaz, fuzilando Zuzana com o olhar.

Então apontou para uma porta de vidro atrás dele. — Aquela ali.— Esta? Esta porta aqui?A repórter estava maravilhada. Ela estendeu a mão e tocou a porta como se

houvesse um grande significado ali, como se o vidro novo, substituindo o an-terior, estilhaçado por um ator medíocre sendo lançado aos ares, fosse algum tipo de símbolo importante para o mundo.

— Por favor — pediu Zuzana a Mik. — Ele está bem aqui, embaixo da varanda. — A garota tinha as chaves do apartamento da amiga, o que havia sido bastante útil para dar um sumiço nos cadernos de desenhos de Karou antes que os investigadores pudessem colocar as mãos neles. Ela queria que Zuzana fosse morar ali, mas agora, graças a Kaz, o lugar tinha virado um circo. — Olhe. — Ela apontou. — Vai direto na cabeça dele. E você bebeu litros e litros de chá...

— Não.A repórter se aproximou de Kaz com um ar conspiratório.— E então, onde ela está agora?— É sério isso? — murmurou Zuzana. — Como se ele soubesse. Até parece

que ele só não contou para os outros vinte e cinco repórteres porque estava guardando o furo de reportagem só para ela.

Ainda na escada, Kaz deu de ombros.— Todos nós vimos. Ela saiu voando. — O garoto balançou a cabeça como

se não pudesse acreditar, e olhou direto para a câmera. Ele era tão mais bonito do que merecia. Kaz fazia Zuzana desejar que a beleza fosse algo que pudesse ser revogada por mau comportamento. — Ela saiu voando — repetiu ele, fin-gindo estar abismado.

Aquelas entrevistas eram uma peça de teatro para ele: o mesmo espetáculo repetidas vezes, com apenas algumas pequenas improvisações dependendo das perguntas. Já estava ficando cansativo.

— E você não tem ideia de aonde ela possa ter ido?

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— Não. Ela vivia sumindo, passava dias sem aparecer. Nunca dizia aonde ia, mas sempre voltava exausta.

— Você acha que ela vai voltar desta vez?— Espero que sim. — Outro olhar emocionado para as câmeras. — Sinto

saudade dela, sabe?Zuzana gemeu como se estivesse com dor de barriga.— Aaaaaah, faça esse cara calar a bocaaaaaa!Mas Kaz não se calou. Virou para a repórter e disse:— A única coisa boa é que posso usar essa experiência no meu trabalho. A

saudade, a dúvida. Isso enriquece muito a performance.Em outras palavras: Chega de Karou, vamos falar de mim.A repórter embarcou na dele.— Então você é ator...Zuzana não aguentava mais.— Vou subir. Você pode segurar seu chá de bexiga. Eu me viro.— Zuze, o que você vai... — começou Mik, mas ela já estava saindo com

pressa. Ele a seguiu.E quando, três minutos depois, um balão cor-de-rosa caiu lá de cima direto

na cabeça de Kazimir, ele deveria agradecer a Mik, porque não foi “chá de be-xiga” o que estourou em cima dele. Foi perfume, litros de perfume, misturado a bicarbonato de sódio para formar uma pasta grudenta, que se emaranhou em seu cabelo e fez seus olhos arderem. A expressão no rosto de Kaz foi impagá-vel. Zuzana soube disso porque, embora a entrevista não fosse ao vivo, a rede de tevê achou que valia a pena transmiti-la.

E ela foi ao ar várias e várias vezes.Foi uma vitória, mas vazia, porque, quando ela tentou ligar para o telefone

de Karou — pela milionésima vez —, a chamada caiu direto na caixa postal, e Zuzana soube que o aparelho estava desligado. Sua melhor amiga tinha de-saparecido, provavelmente ido parar em outro mundo, e mesmo ver repetidas vezes Kaz sem fôlego sob uma coroa de pasta de perfume e pedaços de balão cor-de-rosa não compensava isso.

Se fosse xixi, compensaria.

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Cinzas e anjos

O céu do Uzbequistão, aquela noite.O portal era uma fenda no ar. O vento o cortava nas duas direções, sibi-

lando como o ar da respiração passando pelos dentes, e nos limites tremulantes do portal via-se o céu de um mundo revelando o do outro. Akiva observava as estrelas mesclando-se ao longo da fenda, preparando-se para atravessá-la. No outro mundo as estrelas de Eretz cintilavam, visíveis-invisíveis, visíveis--invisíveis, e ele fez o mesmo. Haveria guardas do outro lado, e ele não sabia se deveria revelar sua presença.

O que o esperava em seu mundo?Se seus irmãos o tivessem denunciado como traidor, os guardas o prende-

riam imediatamente... ou pelo menos tentariam. Akiva não queria acreditar que Hazael e Liraz pudessem ter desistido dele, mas os últimos olhares dos dois ainda estavam bem vivos em sua memória: a fúria de Liraz por sua traição, a revolta silenciosa de Hazael.

Ele não podia arriscar ser pego. Vivia assombrado por outro último olhar, mais penetrante e mais recente que os deles.

Karou.

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Dois dias antes ela o havia deixado no Marrocos, e o olhar que lhe lançara antes de partir fora tão terrível que ele quase preferia que ela o tivesse matado. E a tristeza dela nem tinha sido o pior. O pior fora sua esperança, a inapropria-da e rebelde esperança de que o que ele lhe dissera não fosse verdade, quando ele sabia com a mais absoluta e realista certeza que era.

Os quimeras tinham sido destruídos. A família dela estava morta.Por causa dele.A infelicidade de Akiva o consumia. Ia lhe corroendo aos poucos, e ele

sentia a dor a todo instante, como se dentes o dilacerassem — a tristeza que o devorava por dentro, a verdade sombria do que tinha feito, atormentando-o como um pesadelo do qual não conseguia acordar. Naquele momento, Karou podia estar rodeada pelas cinzas de seu povo, sozinha nas ruínas escuras de Loramendi... ou pior, podia estar com aquela coisa, Razgut, que a levara de volta para Eretz. E o que aconteceria com ela?

Akiva devia ter ido atrás deles. Karou não entendia. O mundo para o qual ela estava voltando não era o mesmo de suas lembranças. Ela não encontraria nenhuma ajuda ou conforto lá — somente destruição e anjos. Patrulhas de serafins eram frequentes nas antigas terras livres agora, e os poucos quimeras restantes eram acorrentados e levados para o norte sob o chicote dos trafican-tes de escravos. Eles a veriam — quem não a veria, com seu cabelo lápis-lazúli, a deslizar sem asas facilmente pelo ar? Ela seria morta ou capturada.

Akiva precisava encontrá-la antes dos outros.Razgut dissera a ela que conhecia um portal, e, considerando o que ele era

— um dos Decaídos —, provavelmente conhecia mesmo. Akiva havia tenta-do localizá-los, mas sem sucesso, de forma que no final das contas não tivera opção a não ser voar em direção ao portal que ele próprio tinha redescoberto: aquele diante do qual estava agora. Qualquer coisa podia ter acontecido du-rante o tempo que ele tinha perdido sobrevoando oceanos e montanhas.

Ele decidiu ficar invisível. O dízimo era fácil. A magia não vinha de graça; exigia como pagamento a dor, que o antigo ferimento de Akiva supria em abundância. Seria muito simples trocá-la pela quantidade de magia necessária para apagá-lo do ar.

Então ele foi para casa.

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A mudança na paisagem era sutil. As montanhas dali se pareciam muito com as montanhas de lá, embora no mundo humano as luzes de Samarcanda brilhassem à distância. Ali não havia nenhuma cidade, apenas uma torre de vigia no alto de uma das montanhas, com dois guardas serafins andando de um lado para o outro atrás do parapeito, e, no céu, a melhor forma de reconhecer Eretz: duas luas, uma brilhante e a outra um mero fantasma, quase invisível.

Nitid, a lua brilhante, era a deusa de quase tudo para os quimeras — menos dos assassinos e dos amantes secretos. Esses eram devotos de Ellai.

Ellai. Akiva se retesou ao vê-la. Ela bem podia ter-lhe sussurrado, Conheço

você, anjo; afinal, ele não tinha vivido um mês em seu templo, bebendo de sua fonte sagrada, e até sangrado lá dentro quando o Lobo Branco quase o matara?

A deusa dos assassinos provou meu sangue, pensou ele. Será que tinha gosta-do, será que queria mais?

Ajude-me a encontrar Karou em segurança, e você terá até a última gota dele.Ele voou para o sudoeste, o medo o puxando como um anzol, e ainda mais

rápido à medida que o sol subia no céu e o medo se transformava no pânico de chegar tarde demais. Tarde demais e... o quê? Encontrá-la morta? Ele revivia a todo momento o instante da execução de Madrigal: o baque surdo de sua cabeça caindo e o retinir dos chifres batendo no chão e a impedindo de rolar para longe do cadafalso. E não era mais Madrigal, mas Karou, a protagonizar aquelas lembranças, a mesma alma em um corpo diferente e sem chifres para impedir que sua cabeça rolasse, apenas a improvável seda azul de seu cabelo. E embora seus olhos fossem agora negros em vez de cas-tanhos, ficariam embotados da mesma forma, se revestiriam novamente do olhar pétreo dos mortos, e seria seu fim. De novo. De novo, e dessa vez para

sempre, porque não havia mais Brimstone para ressuscitá-la. Dali em diante, morte significava morte.

Se ele não chegasse lá. Se não a encontrasse.E enfim surgiram à sua frente: as ruínas que um dia foram Loramendi, a

cidade-fortaleza dos quimeras. Torres tombadas, ameias destruídas, ossos car-bonizados, toda a cidade um campo de cinzas. Até as barras de ferro que um dia se arqueavam sobre o lugar tinham sido arrancadas, como se pelas mãos dos deuses.

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Akiva sentia como se estivesse sendo sufocado pelo próprio coração. Sobre-voou as ruínas, procurando um vislumbre de azul naquela vastidão de cinza e preto — o cenário de sua terrível vitória —, mas não encontrou nada.

Karou não estava lá.Ele procurou durante todo aquele dia e também no seguinte, por Loramendi

e além, perguntando-se furiosamente aonde ela poderia ter ido e tentando não passar a se perguntar o que podia ter acontecido com ela. Mas as possibilidades ficavam mais sombrias à medida que as horas passavam, e seus medos se trans-formavam em pesadelos inspirados em todas as coisas terríveis que ele já tinha visto e feito. Imagens assaltavam sua mente. Várias vezes ele levou as mãos aos olhos para afastá-las. Ela não. Karou tinha que estar viva.

Akiva simplesmente não conseguia sequer pensar na alternativa.

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