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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇAO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL LÂMPADAS TUBULARES LED X FLUORESCENTES ESTUDOS DE VIABILIDADE, NA PERSPECTIVA DA QUALIDADE DA ENERGIA E EFICIÊNCIA ELÉTRICA RAUL VITOR ARANTES MONTEIRO PROF. DR. BISMARCK CASTILLO CARVALHO Orientador CUIABÁ-MT Fevereiro, 2015

LÂMPADAS TUBULARES LED X FLUORESCENTES – ESTUDOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇAO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E

AMBIENTAL

LÂMPADAS TUBULARES LED X FLUORESCENTES – ESTUDOS

DE VIABILIDADE, NA PERSPECTIVA DA QUALIDADE DA

ENERGIA E EFICIÊNCIA ELÉTRICA

RAUL VITOR ARANTES MONTEIRO

PROF. DR. BISMARCK CASTILLO CARVALHO

Orientador

CUIABÁ-MT

Fevereiro, 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇAO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E

AMBIENTAL

LÂMPADAS TUBULARES LED X FLUORESCENTES – ESTUDOS

DE VIABILIDADE, NA PERSPECTIVA DA QUALIDADE DA

ENERGIA E EFICIÊNCIA ELÉTRICA

RAUL VITOR ARANTES MONTEIRO

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Engenharia de

Edificações e Ambiental da

Universidade Federal de Mato Grosso,

como requisito para a obtenção do

título de mestre.

PROF. DR. BISMARCK CASTILLO CARVALHO

Orientador

CUIABÁ-MT

Fevereiro, 2015

Dedico este trabalho aos meus pais em igual escala.

Por serem fontes inspiradoras, exemplos de dedicação e trabalho e, pela paciência,

amor e carinho que sempre teve comigo e minhas irmãs.

Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço o meu orientador, Professor Doutor Bismarck

Castillo Carvalho, pela humildade, destreza e sabedoria de enxergar potencial

onde a maioria não enxerga e me deu a oportunidade de realizar este trabalho e a

chance de obter este título.

Agradeço ao meu grande amigo, Professor Mestre (ainda) André Luis Amorim

da Fonseca, que sempre me defendeu, acreditou em mim e teve a ideia do

primeiro artigo que desencadeou este trabalho.

A Paula Dornelles Martins Monteiro, que teve paciência comigo nos momentos

mais difíceis e sempre me faz olhar os aspectos positivos mesmo quando as

dificuldades são grandes.

Ao professor Doutor Arnulfo Barroso de Vasconcellos, grande pesquisador,

corumbaense e incentivador que sempre quando estava disponível não mediu

esforços a me ajudar a confeccionar este trabalho.

Ao professor Doutor Fabrício Parra Santilho, que foi de GRANDE ajuda nos

procedimentos voltados às simulações computacionais e medições em

laboratório.

Ao professor Doutor Roberto Apolônio, que gentilmente cedeu o laboratório e

os instrumentos de pesquisas que utiliza para a confecção deste trabalho.

Ao professor Doutor Laerte Pinhedo, pela amizade e exemplo de profissional

tanto para mim quanto para o meu falecido pai.

Ao professor Doutor Fernando Nogueira de Lima e ao professor Doutor Adeon

Cecílio Pinto, que gentilmente aceitaram o convite para participar da avaliação

deste trabalho e desprenderam seus respectivos tempos para essa tarefa.

Ao meu amigo Edumar Campelo que me deu todo o suporte para que eu tivesse

tempo para realizar esta pesquisa.

A todos aqueles que torceram por mim.

Resumo

MONTEIRO, R. V. A. LÂMPADAS TUBULARES LED X

FLUORESCENTES – ESTUDOS DE VIABILIDADE, NA

PERSPECTIVA DA QUALIDADE DA ENERGIA E EFICIÊNCIA

ELÉTRICA. Cuiabá, 2015. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação

em Engenharia de Edificações e Ambiental. FAET - Faculdade de Arquitetura

Engenharia e Tecnologia, Universidade Federal de Mato Grosso.

Este trabalho apresenta um estudo realizado sobre a substituição de lâmpadas

fluorescentes tubulares para iluminação de interiores por lâmpadas LED (light emitting

diode) tubulares. O trabalho aborda a eficiência elétrica alcançada com a substituição,

tomando por base o sistema de tarifação no Brasil denominado de “Bandeiras

Tarifárias”, cuja implantação está prevista para 2015. Também é abordada a qualidade

da energia elétrica, focando as distorções das formas de onda de tensão e corrente. Para

tanto, é avaliado o desempenho da lâmpada tubular do tipo T8: lâmpada fluorescente

tubular de 20 W e lâmpadas LED tubulares de 10 W. Estas lâmpadas, apesar das

potências nominais diferentes, apresentam as mesmas dimensões físicas, motivo pelo

qual podem ser substituídas indistintamente sem a necessidade de mudança ou

adequações das luminárias. Após a montagem de um arranjo laboratorial com as

lâmpadas selecionadas foram efetuadas medições e realizadas análises. Os estudos

permitiram constatar que o alto investimento que seria necessário para a substituição em

grande escala de lâmpadas fluorescentes tubulares por suas equivalentes de LED não se

mostrou atrativo do ponto de vista financeiro. Para chegar a esta constatação foram

efetuados cálculos seguindo as orientações constantes do manual denominado

“Procedimentos do Programa de Eficiência Energética – PROPEE – Módulo 7 –

Viabilidade Econômica”, proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica –

ANEEL. De outro lado quando analisada a qualidade da energia elétrica, foi alcançado

um resultado satisfatório, uma vez que os níveis de distorções de tensão e corrente

elétrica das lâmpadas tubulares LED se mostraram inferiores àquelas provocadas pelo

reator eletrônico utilizado no acionamento da lâmpada tubular fluorescente. Sob o

aspecto ambiental, devido a não serem empregados elementos sabidamente poluentes do

meio ambiente tais como mercúrio e sódio na fabricação das lâmpadas LED, este tipo

de fonte de luz artificial é menos prejudicial ao meio ambiente do que as fluorescentes

quando do descarte das mesmas. Complementarmente aos estudos experimentais, são

apresentados estudos computacionais realizados com um modelo computacional

desenvolvido para a lâmpada LED estudada. O modelo encontra-se devidamente

validado com os resultados experimentais realizados com a lâmpada. Desta forma

disponibiliza-se uma ferramenta que poderá ser utilizada futuramente para previsões dos

efeitos dessas lâmpadas na rede elétrica. Na parte final do trabalho é apresentado o

resultado de estudos luminotécnicos conduzidos de acordo com a NBR 5382 -

Verificação de iluminância de interiores, que apontam para um desempenho pouco

superior das lâmpadas tubulares fluorescentes comparativamente aos modelos LED

utilizados nesta pesquisa.

Palavras – chave: Lâmpada tubular LED, lâmpada tubular fluorescente, eficiência

elétrica, qualidade da energia elétrica, viabilidade econômica, simulação computacional.

Abstract

MONTEIRO, R. V. A. LED TUBE LAMPS X FLUORESCENT LAMPS -

FEASIBILITY STUDIES, IN THE PERSPECTIVE OF POWER

QUALITY AND ELECTRICAL EFFICIENCY. Cuiabá, 2014. Dissertation

from Master's Program Graduate Engineering and Environmental Building. FAET -

Faculty of Engineering Architecture and Technology, Federal University of Mato

Grosso.

This work presents a study carried out on the replacement of fluorescent tubes for

interior lighting LED (light emitting diode) tubular lamps. The work addresses the

electrical efficiency achieved by replacing, based on the charging system in Brazil

called "Tariff Flags", which it is scheduled for 2015. Also the power quality is

discussed, focusing on the distortion of voltage and current waveforms. Therefore, is

evaluated the performance of tubular lamp T8 type: tubular fluorescent lamp 20 W and

LED tube of 10 W. These lamps, despite the different power ratings, have the same

physical dimensions, why can be replaced without distinction without the need to

change or adaptations of the luminaires. After mounting a laboratory arrangement with

selected lamps measurements were taken and analyzed. The studies showed evidence

that the high investment that would be required for large-scale replacement of

fluorescent tubes for its LED equivalent was not attractive from a financial point of

view. In reaching this finding were made calculations following the manual guidelines

set called "Energy Efficiency Program Procedures - PROPEE - Module 7 - Economic

Viability", proposed by the National Electric Energy Agency - ANEEL. On the other

hand when analyzing the power quality, a satisfactory result was achieved, since the

levels of voltage and electric current distortions of tubular LED lamps are inferior to

those caused by electronic ballast used in the drive for tubular fluorescent lamp. From

an environmental aspect, because they are not known elements employed environmental

pollutants such as mercury and sodium in manufacturing LED lamps, this type of

artificial light source is less harmful to the environment than fluorescent on disposal of

the same. In addition to experimental studies are presented computational studies of a

computational model developed for the study LED lamp. The model is validated with

experimental results obtained with the lamp. Thus there is provided a tool that can be

used in the future to forecast the effects of these lamps in the power grid. In the final

part the work presents the results of luminotechnical studies conducted according to

NBR 5382 - Illuminance Interior Verification, pointing to a little superior performance

of tubular fluorescent lamps compared to the LED models used in this research.

Keywords: LED tube lamps, fluorescent tube lamps, electrical efficiency, power

quality, economic viability, computational simulation.

Lista de Figuras

Figura 1- Ciclo trigonométrico das frequências fundamentais das fases A, B e C e seu

sentido de rotação ........................................................................................................... 27

Figura 2 - Ciclo trigonométrico de sequência zero das tensões harmônicas das fases A,

B e C ............................................................................................................................... 27

Figura 3 - Ciclo trigonométrico de sequência negativa das tensões harmônicas das fases

A, B e C .......................................................................................................................... 28

Figura 4 - Ciclo trigonométrico de sequência positiva das tensões harmônicas das fases

A, B e C .......................................................................................................................... 29

Figura 5 - Distúrbios na forma de onda de tensão relacionados à qualidade da energia

elétrica ............................................................................................................................ 37

Figura 6 - Classificação dos LEDs quanto à suas características e potência ................. 38

Figura 7 - Processo de emissão de luz de um LED ....................................................... 40

Figura 8 - Formação da cor branca através de várias cores dos LEDs .......................... 40

Figura 9 - Faixa de espectro de radiação e as cores correspondentes a cada

comprimento de onda ..................................................................................................... 41

Figura 10 - Comprimentos de ondas realtivos às cores emitidas pelos LEDs ............... 41

Figura 11 - Cor branca sendo formada através da aplicação de fósforo no corpo do LED

e da emissão de um curto comprimento de onda na cor azul ......................................... 42

Figura 12 - Protótipo de LED de luz branca de alto brilho ........................................... 42

Figura 13 - Relação entre temperatura de junção e eficiência luminosa de LEDs ........ 43

Figura 14 - Relação entre a temperatura de junção do LED e a relação de luz emitida

por cores ......................................................................................................................... 44

Figura 15 - Variação nas curvas características de um diodo com a mudança de

temperatura ..................................................................................................................... 44

Figura 16 - Conversor linear de acionamento para dimerização ................................... 45

Figura 17 - Sinais PWM para controle de intensidade luminosa e cor ......................... 46

Figura 18 - Curva característica do um diodo em condução ......................................... 47

Figura 19 - Circuito equivalente de um LED ................................................................ 47

Figura 20 - Protótipo de lâmpada de LED utilizando componentes passivos ............... 50

Figura 21 - Proposta feita para a utilização de um reator eletrônico em paralelo com um

driver de uma lâmpada LED .......................................................................................... 51

Figura 22 - Conversor Buck .......................................................................................... 52

Figura 23 – Topologia do Conversor Boost................................................................... 53

Figura 24 – Topologia do conversor Buck – Boost ....................................................... 53

Figura 25 - Conversor Buck Quadrático ....................................................................... 54

Figura 26 - Conversor Cùk ............................................................................................ 55

Figura 27 - Conversor SÉPIC ........................................................................................ 55

Figura 28 - Conversor Zeta ............................................................................................ 55

Figura 29 - Conversor Flyback ...................................................................................... 56

Figura 30 - Conversor flyback com circuito corretor de fator de potência ................... 57

Figura 31 - Flyback com modulação PWM e controle de temperatura ......................... 58

Figura 32 - Composição da estrutura tarifária aplicada no Brasil até 2014 .................. 60

Figura 33 - Bandeiras tarifárias ..................................................................................... 62

Figura 34 - Subsistemas energéticos do Brasil .............................................................. 62

Figura 35 – Foto do analisador de energia elétrica MARH -21 e acessórios ................ 66

Figura 36 - Painel e conexões do analisador de energia elétrica MARH – 21 .............. 66

Figura 37 – Foto do Analisador Trifásico de Energia Fluke 434 e acessórios .............. 67

Figura 38 - Microcomputador para realização da leitura do MARH -21 através do

software ANAWIN ......................................................................................................... 68

Figura 39 - Amostra da biblioteca do ATPDraw ............................................................ 70

Figura 40 - Osciloscópio mostrando a forma de onda dos pulsos do circuito integrado

do driver da lâmpada LED ............................................................................................. 71

Figura 41 - Luxímetro digital MINIPA, modelo MLM – 1010..................................... 71

Figura 42 - Esquema de ligação para as medições em laboratório ................................ 73

Figura 43 - Esquema real de medição: a) vista geral e b) detalhe das luminárias ......... 74

Figura 44 - Analisador de energia FLUKE coletando dados......................................... 75

Figura 45 - Topologia do conversor CC/CC encontrado na L2 .................................... 75

Figura 46 - Método para medição de iluminância média de um ambiente.................... 76

Figura 47 - Distorção na forma de onda de tensão e corrente do sistema onde se

encontrava a lâmpada fluorescente acionada por reator eletrônico - Experimental. ...... 78

Figura 48 - Espectro harmônico de corrente da lâmpada “F” acionada por reator

eletrônico, correspondente à Figura 47........................................................................... 79

Figura 49 - Formas de onda de tensão e corrente de F através do analisador de energia

FLUKE. .......................................................................................................................... 80

Figura 50 - Distorção na forma de onda de tensão do sistema com a lâmpada L1 e

corrente de L1 - Experimental. ....................................................................................... 80

Figura 51 - Espectro harmônico de corrente de L1, correspondente à Figura 52. ......... 81

Figura 52 - Forma de onda de tensão e corrente de L1 através do analisador de energia

FLUKE. .......................................................................................................................... 82

Figura 53 - Forma de onda de tensão e corrente de L2 - Experimental. ....................... 82

Figura 54 - Espectro harmônico de corrente de L2, correspondente à Figura 55. ......... 83

Figura 55 - Formas de onda de tensão do sistema com a lâmpada L2 e corrente de L2

através do analisador de energia FLUKE ....................................................................... 84

Figura 56 - Formas de onda de tensão do sistema elétrico com o acionamento de F, L1

e L2 ................................................................................................................................. 84

Figura 57 - Formas de onda de corrente de F, L1 e L2 ................................................ 85

Figura 58 - Formas de onda de tensão do sistema elétrico e corrente elétrica do

acionamento conjunto de L1, L2 e F .............................................................................. 85

Figura 59 - Espectro harmônico de corrente do acionamento de F, L1 e L2 ,

correspondente à Figura 58............................................................................................. 86

Figura 60 - Formas de onda de tensão e corrente do acionamento de F, L1 e L2 juntas,

através do analisador de energia FLUKE ....................................................................... 87

Figura 61 – Circuito interno da lâmpada L2. ................................................................ 91

Figura 62 - Arranjo dos LEDs no circuito ..................................................................... 93

Figura 63 - Diagrama simplificado do driver da lâmpada L2 ....................................... 94

Figura 64 - Pulsos para acionamento da lâmpada LED em 127 volts ........................... 95

Figura 65 - Pulsos para acionamento da lâmpada LED em 220 volts ........................... 95

Figura 66 - Componente desenvolvido para funcionar como um Circuito Integrado ... 97

Figura 67 - Filtros de entrada e saída do Buck e resistores limitadores de corrente nos

LEDs ............................................................................................................................... 97

Figura 68 – Diagrama de blocos do circuito simulado separado em módulos ............ 101

Figura 69 - Estágio retificador do driver ..................................................................... 103

Figura 70 - Conversor Buck modelado no ATP .......................................................... 104

Figura 71 - Forma de onda de tensão de entrada simulada ......................................... 105

Figura 72 - Forma de onda da tensão de entrada com "ZOOM" ................................. 105

Figura 73 - Tensão RMS de entrada para 180 V ......................................................... 105

Figura 74 - Resultado dos pulsos devido a elevada frequência de chaveamento ........ 106

Figura 75 - "ZOOM" dos sinais pulsantes para o controle de chaveamento do transistor

do Buck ......................................................................................................................... 106

Figura 76 - Tensão de saída do conversor Buck .......................................................... 107

Figura 77 - Ondulação de tensão de saída do Buck ..................................................... 107

Figura 78 - Corrente de saída do conversor Buck ........................................................ 108

Figura 79 - Ondulação da corrente de saída do conversor Buck ................................. 108

Figura 80 - Forma de onda de corrente elétrica da entrada do circuito109

Figura 81 - "ZOOM" do gráfico da Figura 82 ............................................................. 109

Figura 82 - Tensão e corrente elétrica - simulado ....................................................... 109

Figura 83 - Espectro harmônico de corrente elétrica de entrada resultante da simulação

...................................................................................................................................... 110

Figura 84 - a) Sala utilizada. b) Lâmpada ligada para medição. c) Luxímetro coletando

dados ............................................................................................................................. 112

Figura 85 – Planta baixa do ambiente onde foram feitas as análises luminotécnicas . 113

Lista de Tabelas

Tabela 1- Características das lâmpadas L1, L2 e F. ....................................................... 64

Tabela 2- Custo individual da lâmpada ........................................................................ 115

Tabela 3 - Valores de C utilizados conforme a Tabela para bandeira verde ................ 119

Tabela 4 - Valores de C utilizados conforme a Tabela para bandeira amarela ............ 119

Tabela 5 - Valores de c utilizados conforme a Tabela para bandeira vermelha ........... 119

Tabela 6 - Valores do consumo de energia e demanda coincidente e fator de carga ... 119

Tabela 7 - Valores de LP, LEs para k = 0,15 ............................................................... 120

Tabela 8 - Continuação Tabela 7 .................................................................................. 120

Tabela 9 - Valores dos “L’s” baseado na Tabela de fator de carga e k = 0,15 ............. 120

Lista de Quadros

Quadro 1 – Terminologia utilizada para identificar grandezas associadas à distorções de

tensão .............................................................................................................................. 25

Quadro 2 - Ordem, sequência e frequência de harmônicos ............................................ 26

Quadro 3 - Terminologia utilizada para desequilíbrios de tensão .................................. 30

Quadro 4 - Terminologia utilizada para identificar os indicadores de flutuação de tensão

........................................................................................................................................ 32

Quadro 5 - Classificação das Variações de Tensão de Curta Duração ........................... 33

Quadro 6 - Tipos de interrupções de curta duração ........................................................ 33

Quadro 7 - Tipos de afundamentos de tensão................................................................. 34

Quadro 8 - Tipos de elevação de tensão ......................................................................... 35

Quadro 9 - Variação de tensão de longa duração – Sobretensão.................................... 36

Quadro 10 - Variação de tensão de longa duração – Subtensão ..................................... 36

Quadro 11 - Variação de tensão de longa duração – Interrupção sustentada ................. 36

Quadro 12- Quantidade de mercúrio existente por lâmpadas utilizadas em iluminação

pública ............................................................................................................................ 49

Quadro 13 - Equipamentos utilizados para montagem da pesquisa ............................... 64

Quadro 14 - Harmônicas ímpares de tensão elétrica resultante das medições ............... 88

Quadro 15 - Harmônicas ímpares de corrente elétrica resultante das medições ............ 88

Quadro 16 - Distorção total de corrente elétrica das lâmpadas em estudo ..................... 88

Quadro 17 - Valores de referência globais das distorções harmônicas totais (%) ......... 89

Quadro 18 - Comparação dos valores de referência com os valores encontrados de

DTT(%) .......................................................................................................................... 89

Quadro 19 - Comparação entre os DITT(%) encontrados nas medições e valores de

referência indicados pelo PRODIST - Módulo 8 ........................................................... 90

Quadro 20 - Resultados obtidos para o circuito Buck .................................................. 100

Quadro 21 - Quadro de iluminâncias medidas ............................................................. 113

Quadro 22 - Iluminância média calculada .................................................................... 114

Quadro 23 - Características elétricas e lumínicas das Lâmpadas analisadas ............... 114

Quadro 24 - Resultados ................................................................................................ 122

Sumário

1 Introdução .................................................................................................................. 18

1.1 Justificativa ........................................................................................................... 19

1.2 Objetivo geral ....................................................................................................... 21

1.2.1 Objetivos específicos...................................................................................... 21

2 Revisão bibliográfica ................................................................................................. 23

2.1 Qualidade da Energia Elétrica .............................................................................. 23

2.1.1 O que é Qualidade da Energia Elétrica?......................................................... 23

2.1.2 Principais perturbações encontradas nos sistemas elétricos ........................... 24

2.1.2.1 Harmônicos ................................................................................................. 25

2.1.2.2 Desequilíbrio de tensão ............................................................................... 30

2.1.2.3 Flutuação de tensão ..................................................................................... 31

2.1.2.4 Variações de tensão de curta duração ......................................................... 33

2.1.2.4.1 Interrupções de curta duração .................................................................. 33

2.1.2.4.2 Afundamentos de tensão ou Voltage Sags ............................................... 34

2.1.2.4.3 Elevação de tensão ou voltage Swells ...................................................... 35

2.1.2.5 Variação de tensão de longa duração .......................................................... 35

2.1.2.5.1 Sobretensões ............................................................................................. 35

2.1.2.5.2 Subtensões ................................................................................................ 36

2.1.2.5.3 Interrupções sustentadas ........................................................................... 36

2.1.2.6 Variações de frequência .............................................................................. 37

2.2 Características construtivas dos LEDs .................................................................. 38

2.2.1 Cores dos LEDs .............................................................................................. 40

2.2.2 Características elétricas dos LEDs ................................................................. 43

2.2.2.1 Circuito Equivalente de um diodo ............................................................... 46

2.2.3 O LED e o meio ambiente .............................................................................. 48

2.2.4 Circuitos de acionamentos LED - Drivers ..................................................... 51

2.2.4.1 Conversores CC-CC .................................................................................... 51

2.2.4.2 Conversor Buck ........................................................................................... 51

2.2.4.3 Conversor Boost .......................................................................................... 52

2.2.4.4 Conversor Buck–Boost ................................................................................ 53

2.2.4.5 Conversor Buck Quadrático ........................................................................ 54

2.2.4.6 Conversores Cùk, Zeta e SÉPIC .................................................................. 54

2.2.4.7 Conversor Flyback ...................................................................................... 56

2.3 Sistema Tarifário Brasileiro Atual e as Novas Bandeiras Tarifárias .................... 58

3 Materiais e Métodos .................................................................................................. 63

3.1 Materiais ............................................................................................................... 63

3.1.1. Equipamentos enfocados ............................................................................... 63

3.1.2 Instrumental utilizado ..................................................................................... 65

A1) Analisador de energia MAHR – 21.................................................................. 65

A2) FLUKE 434 ...................................................................................................... 67

A3) Microcomputador ............................................................................................. 68

A4) ATPDraw (ALTERNATIVE TRANSIENT PROGRAM) ................................... 68

A5) Osciloscópio Tektronix TDS 2004B ................................................................ 70

A6) Luxímetro digital.............................................................................................. 71

3.2 Metodologia .......................................................................................................... 72

a) Estudos experimentais ..................................................................................... 72

b) Simulações computacionais ................................................................................ 75

c) Estudos luminotécnicos ....................................................................................... 76

d) Estudos de Relação Custo Benefício – RCB ...................................................... 77

4 Estudos laboratoriais – resultados e análises .......................................................... 78

4.1 Ensaios realizados com as lâmpadas F, L1 e L2 ................................................... 78

4.1.1 Lâmpada Fluorescente - F .............................................................................. 78

4.1.2 Lâmpada LED – L1 ........................................................................................ 80

4.1.3 Lâmpada LED – L2 ........................................................................................ 82

4.2 Análises dos resultados alcançados ...................................................................... 87

5 Simulação computacional ......................................................................................... 91

5.1 Análise do circuito de driver da lâmpada tubular LED para a modelagem

matemática e validação computacional ...................................................................... 91

5.2 Modelagem matemática do conversor Buck ......................................................... 96

5.3 Implementação e validação computacional ........................................................ 101

5.4 Resultados parciais ............................................................................................. 110

6 Estudos luminotécnicos e viabilidade econômica ................................................. 112

6.1 Verificação de iluminância média ...................................................................... 112

6.1.2 Resultados obtidos sob a ótica lumínica ...................................................... 114

6.2 Eficiência elétrica considerando as novas bandeiras tarifárias a serem aplicadas no

Brasil em 2015 .......................................................................................................... 115

6.2.1 Estudo de relação da viabilidade econômica financeira da substituição de

lâmpadas fluorescentes tubulares por lâmpadas tubulares LED ........................... 115

6.2.2 Resultados parciais ....................................................................................... 121

7 Considerações finais ................................................................................................ 123

7.1 Sugestões para trabalhos futuros ......................................................................... 125

Referências .................................................................................................................. 126

APÊNDICE A – PUBLICAÇÕES RELATIVAS AO TEMA DA DISSERTAÇÃO

...................................................................................................................................... 131

ANEXOS ..................................................................................................................... 133

18

1 Introdução

O avanço e massificação da tecnologia inserida em equipamentos

eletroeletrônicos, associado ao desenvolvimento da eletrônica de potência, fez com que

equipamentos de tecnologia mais recente, antes de acesso restrito, estejam cada vez

mais acessíveis à população. Dentre os avanços, merece destaque o surgimento dos

transistores eletrônicos e de potência, empregados nas substituições das válvulas, passo

decisivo na fabricação desses equipamentos eletroeletrônicos, possibilitando que fossem

adquiridos por uma parcela cada vez maior da população doméstica.

Esses componentes – transistores, que comumente funcionam como chaves em

circuitos de dispositivos eletrônicos, de outro lado, podem causar efeitos indesejáveis

nos sistemas elétricos de distribuição, quando do seu uso massivo. Como exemplo

pode-se citar as distorções na forma de onda de tensão e corrente da rede elétrica.

Desde a invenção da lâmpada incandescente desenvolvida por Thomas Edison

(1879), o objetivo era disponibilizar uma fonte de luz artificial, que possibilitasse

“ampliar” a luz do dia, para atividades laborais ou de lazer. Para esse objetivo, esse tipo

de lâmpada, por mais de um século foi a principal fonte luminosa utilizada em todas os

segmentos da sociedade.

Na última década, além das preocupações com a preservação do meio ambiente,

o aumento da eficiência de todo tipo de equipamento foi estabelecido como meta de

governos, de pesquisadores e de fabricantes. Dessa forma, a lâmpada incandescente,

apesar de seu passado brilhante, passou a ter contagem regressiva para sua substituição

por outras mais eficientes energeticamente.

Evidentemente, a busca de alternativas só foi possível com os grandes e rápidos

avanços tecnológicos, que possibilitaram o desenvolvimento e a produção em larga

escala de equipamentos mais eficientes, protelando ou até mesmo eliminando a

necessidade de construção de novas fontes de geração e transmissão, preservando assim

a natureza.

Nesse contexto, nos anos 60 é que surgem as primeiras lâmpadas LED (lighting

emitting diode), que passaram por inúmeras melhorias até que, nos anos 2000, se

apresentam como uma promessa de substituição às lâmpadas fluorescentes, compactas

e/ou tubulares, com menor consumo de energia elétrica e maior vida útil. Além desta

19

característica, as lâmpadas de LED atendem o apelo de preservação do meio ambiente,

por não precisar, em sua fabricação, de substâncias prejudiciais ao meio ambiente, como

por exemplo, o mercúrio utilizado em lâmpadas fluorescentes e vapor de mercúrio,

tornando-se por isso atrativa do ponto de vista da preservação do meio ambiente,

quando do descarte das mesmas. Além de possuir maior vida útil do que as demais

lâmpadas convencionais (fluorescentes compactas e tubulares e, incandescentes) as

lâmpadas de LED comparadas às fluorescentes compactas ou tubulares, não necessitam

de reator adicional para o seu acionamento, no entanto, necessitam de um circuito de

acionamento denominado driver.

O driver é um dos estágios no circuito de operação das lâmpadas LED, que tem

o papel de interface entre a rede elétrica e o LED propriamente dito. Dessa forma,

depreende-se que existem diversas topologias de drivers de lâmpadas de LED, em suma

dotados de transistores funcionando como chave o que ocasiona distorções nas formas

de onda de tensão e corrente.

O uso da tecnologia LED vem crescendo significativamente em muitos países,

inclusive no Brasil, e a sua crescente inserção no mercado de iluminação traz possíveis

impactos indesejáveis ao sistema elétrico, principalmente devido à importação de

lâmpadas nem sempre com a devida preocupação técnica. Pretende-se com este estudo

avaliar a viabilidade econômica na substituição de lâmpadas fluorescentes tubulares

acionadas com reatores eletrônicos por lâmpadas tubulares de LED, assim como a

contribuição dessas lâmpadas nas distorções harmônicas.

1.1 Justificativa

Em 1984 foi criado o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), inicialmente

de caráter voluntário, que consiste na realização de testes em equipamentos,

classificando-os em uma escala de nível de desempenho, incentivando o

aperfeiçoamento constante dos mesmos.

Em 1985 criou-se o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica -

PROCEL, cujas ações iniciais consistiram na publicação e distribuição de manuais

destinados à orientação para propiciar a conservação de energia elétrica em todos os

setores da sociedade (MME, 2011).

20

Contudo, somente em 24 de julho de 2000 foi promulgada a lei nº 9.991 que

torna obrigatório os investimentos, por parte das concessionárias e permissionárias de

distribuição de energia elétrica, em projetos de eficiência energética no uso final. Foi

estabelecido um percentual de 0,5% da receita operacional líquida (ROL) das

concessionárias, fato que alavancou o processo de renovação de equipamentos com a

substituição de lâmpadas, geladeiras, e mais recentemente, motores elétricos. Essa lei,

portanto, contribuiu para a consolidação da destinação de recursos financeiros

significativos ao chamado Programa de Eficiência Energética das Concessionárias de

Distribuição de Energia Elétrica (PEE), que aplicou, até os dias atuais, um montante de

R$ 2 bilhões em investimentos realizados e em execução (MME, 2011).

Apesar de todas as medidas adotadas, a obrigatoriedade do cumprimento da lei

nº 9.991 foi estabelecida apenas em 2008, por meio da resolução normativa nº 300 da

ANEEL que, além, de tornar a lei obrigatória, estabelece critérios para a aplicação dos

programas de eficiência energética no Brasil.

No ano de 2001, o Brasil experimentou a sua maior crise energética que ficou

nacionalmente conhecida como o apagão, denominação dada devido às diversas faltas

de energia que ocorreram no sistema elétrico nacional e que deixaram sem suprimento

de energia elétrica cidades ou até regiões inteiras, como por exemplo, a cidade São

Paulo.

O aumento do poder aquisitivo da população brasileira, que possibilitou um

maior acesso a eletrodomésticos e o aquecimento do setor industrial no país, aliado à

falta de planejamento e investimentos no setor elétrico, além da redução dos Quadros

das empresas do setor objetivando reduzir gastos, fora alguns dos principais motivos

que culminaram na crise do setor elétrico brasileiro. Naquela ocasião de forma

emergencial, o governo brasileiro adotou medidas para contenção do consumo,

estabelecendo que consumidores residenciais que consumissem energia superior a 100

kWh de energia por mês seriam penalizados com o acréscimo de sua fatura de energia,

ou podendo até mesmo ter o fornecimento suspenso. Consumidores com consumo

acima de 200 kWh de energia elétrica receberiam uma sobretaxa de 50% no valor do

consumo excedente a este valor e os que consumissem acima de 500 kWh receberiam

uma segunda sobretaxa de 200% no excedente deste último valor.

Outras medidas adotadas por parte da população, para amenizar a crise, foram

relacionadas à eficiência energética por meio da troca de equipamentos antigos,

comumente menos eficientes, por outros mais eficientes, tais como a substituição de

21

lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes e desligamentos de aparelhos

eletrodomésticos em determinadas horas do dia.

Nesse contexto, as lâmpadas tubulares de LED surgem com a promessa de

contribuir para a diminuição do consumo e demanda de energia elétrica, justificando a

análise dos efeitos que essas lâmpadas tubulares de LED causam no sistema elétrico de

distribuição e da viabilidade econômica da substituição de lâmpadas tubulares

fluorescentes por lâmpadas tubulares de LED, uma vez que estão disponíveis no

mercado para uso.

1.2 Objetivo geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral avaliar a viabilidade econômica da

substituição de lâmpadas fluorescentes tubulares acionadas com reator eletrônico por

uma lâmpada tubular LED de mesmas dimensões físicas, porém de menor potência. A

pesquisa tem também como foco avaliar o impacto sobre a qualidade da energia elétrica

provocado por estes dois tipos de fonte luminosa: tubular de LED e lâmpada tubular

fluorescente, considerando as distorções de tensão e corrente.

1.2.1 Objetivos específicos

Para que esta pesquisa seja realizada são necessários:

1) Levantar as principais características construtivas das lâmpadas de LED,

particularmente no que se refere aos circuitos de acionamento ou drivers

como são comumente conhecidos;

2) Identificar os tipos de drivers de maior utilização por parte de fabricantes de

lâmpadas tubulares LED, disponíveis no mercado para iluminação de

interiores;

3) Analisar e comparar o nível de distorções harmônicas das lâmpadas

tubulares fluorescentes acionadas por reatores eletrônicos e lâmpadas

tubulares LED, no que tange às distorções nas formas de onda de tensão e

corrente elétricas;

4) Calcular a viabilidade econômica da substituição de lâmpadas fluorescentes

tubulares com reatores eletrônicos por lâmpadas tubulares de LED em

função da eficiência elétrica dessa substituição;

22

5) Modelar computacionalmente uma lâmpada tubular de LED e seu circuito do

driver, identificado qual o driver mais utilizado por fabricantes desse tipo de

lâmpada;

6) Comparar as principais grandezas luminotécnicas entre os dois tipos de

lâmpadas, como: Iluminância, temperatura de cor, fluxo luminoso e

rendimento luminoso.

23

2 Revisão bibliográfica

Este capítulo aborda aspectos necessários para a realização do objeto principal

da dissertação. Nesse sentido, destacam-se três partes distintas. A primeira parte resgata

os principais conceitos e indicadores utilizados na área da qualidade da energia elétrica,

com ênfase maior nas distorções das formas de onda de tensão e corrente, tomando por

base os limites estabelecidos pelos órgãos reguladores.

A segunda parte versa sobre os semicondutores denominados de diodos

emissores de luz ou LEDs, como são mais conhecidos. São explanados os aspectos

científicos e tecnológicos deste tipo de dispositivo, de forma a esclarecer o princípio de

funcionamento e operação dos mesmos.

Na parte final do capítulo, discorre-se sobre os drives ou controles dos LEDs,

ilustrando as topologias encontradas no mercado e indicando aquela que se constitui no

foco desta pesquisa.

2.1 Qualidade da Energia Elétrica

Neste item é feita uma contextualização dos conceitos da qualidade da energia

elétrica bem como a apresentação dos fenômenos associados à este conceito,

objetivando uma maior compreensão por parte dos leitores das causas e efeitos

envolvidos nesta temática.

2.1.1 O que é Qualidade da Energia Elétrica?

Dugan et al. (2004) afirma que podem existir várias definições para qualidade da

energia elétrica. O autor define qualidade da energia elétrica como “qualquer problema

que manifestado em tensão, corrente ou desvio de frequência que resultem em falhas ou

má operação dos equipamentos dos consumidores”.

A ANEEL por meio do PRODIST (Procedimentos de Distribuição de Energia

Elétrica no Sistema Elétrico Nacional), em seu módulo 8, qualifica a qualidade da

24

energia elétrica em duas partes: Qualidade do produto e Qualidade do serviço e

Qualidade no Atendimento (ANEEL, 2015).

Para a ANEEL, a qualidade do produto está relacionada com as perturbações na

forma de onda de tensão do sistema em regime permanente, tais como os harmônicos de

tensão e corrente, fator de potência, desequilíbrio de tensão, flutuação de tensão,

variações de tensão de curta duração e variação de frequência. Já a qualidade do serviço,

para a ANEEL, está relacionada com indicadores de continuidade de fornecimento de

energia elétrica e dos tempos de atendimento a ocorrências emergenciais (ANEEL,

2015).

Também se deve ressaltar, que do lado do suprimento de energia somente

controla-se a qualidade da tensão, não se tendo controle sobre as correntes que

dependem das cargas conectadas à rede. Portanto, os padrões de área de qualidade de

energia são dedicados a manter a tensão de alimentação dentro de certos limites.

A corrente elétrica, entretanto, está intimamente ligada à tensão elétrica em

qualquer sistema de energia elétrica e mesmo que os geradores elétricos possam

fornecer uma tensão senoidal perfeita ou próxima disso, a corrente passando pela

impedância pode causar distúrbios na tensão. Por exemplo:

1) A corrente resultante de um curto circuito terá como efeito direto um

afundamento de tensão;

2) Correntes decorrentes de descargas atmosféricas podem causar um elevado

pulso de tensão que podem danificar isoladores e levar a um curto circuito;

3) Distorções harmônicas de corrente, provenientes de uma determinada carga

também distorcem a forma de onda de tensão. Dessa maneira, uma forma de onda de

tensão distorcida pode estar presente nos equipamentos de outros consumidores finais.

Neste trabalho, tendo em vista os objetivos estabelecidos, são abordados apenas

os fenômenos que a ANEEL qualifica como sendo qualidade do produto.

2.1.2 Principais perturbações encontradas nos sistemas elétricos

Neste item são abordados os aspectos principais das perturbações e indicadores

para tensões e correntes comumente encontrados nos sistemas elétricos de distribuição.

25

2.1.2.1 Harmônicos

Cargas do tipo não lineares têm como característica de seu funcionamento a

introdução de sinais de corrente com múltiplas frequências, além da fundamental, que

no sistema elétrico brasileiro é de 60 Hz. Estes sinais são denominados harmônicos e

interharmônicos de corrente e, se for o caso de tensão.

Segundo ANEEL (2015) “os harmônicos são fenômenos associados com a

deformação da forma de onda de tensão e corrente, comparativamente a um sinal

puramente senoidal de frequência fundamental”. As grandezas associadas às distorções

harmônicas de tensão são apresentadas com suas respectivas terminologias no Quadro

1.

Quadro 1 – Terminologia utilizada para identificar grandezas associadas à distorções de tensão

Identificação da grandeza Símbolo

Distorção harmônica individual de tensão de ordem h DITh%

Distorção harmônica total de tensão DTT%

Tensão harmônica de ordem h Vh

Ordem harmônica h

Ordem harmônica máxima Hmáx

Ordem harmônica mínima H𝑚𝑖𝑛

Tensão fundamental medida Vf

(Fonte: ANEEL, 2015)

As distorções harmônicas de tensão, individual e total DITh% e DTT%, podem

ser calculadas utilizando as equações (1) e (2), respectivamente. Muito embora esta

norma aborde tão somente as distorções da forma de onda de tensão, análise semelhante

pode ser realizada para a corrente. Neste caso, tratando-se da Distorção Total de

Corrente (%) – DTI% e Distorção Individual de Corrente – DIIh%.

DITh% =

Vh

V1× 100

(1)

DTT =√∑ Vh

2hmáxh=2

V1× 100

(2)

As componentes harmônicas são classificadas em: sequência positiva - (+),

sequência negativa – (-) e homopolares ou de sequencia zero (0). O Quadro 2 mostra

26

algumas ordens harmônicas e a sua correspondente sequência, com fins puramente

ilustrativos.

Quadro 2 - Ordem, sequência e frequência de harmônicos

Ordem Frequência (Hz) Sequência

1 60 +

3 180 0

5 300 -

7 420 +

Segundo Vasconcellos et al. (2014), observa-se que a sequência de fase dos

harmônicos diretamente depende, analisando as equações (3), (4), (5), da seguinte

ordem:

𝑣ℎ𝑎(𝑡) = 𝑉ℎ𝑎𝑚 sen 𝑛(𝜔t) (3)

𝑣ℎ𝑏(𝑡) = 𝑉ℎ𝑏𝑚 sen 𝑛(𝜔t - 120°) (4)

𝑣ℎ𝑐(𝑡) = 𝑉ℎ𝑐𝑚 sen 𝑛(𝜔t + 120°) (5)

Sendo: “h” a ordem harmônica, 𝑣ℎ𝑎, 𝑣ℎ𝑏, 𝑣ℎ𝑐, 𝑉ℎ𝑎𝑚 , 𝑉ℎ𝑏𝑚 , 𝑉ℎ𝑐𝑚 ,

respectivamente, os valores instantâneos e máximos das tensões e harmônicos

fundamentais das fases A, B e C.

As equações de (6) a (8) descrevem o modelo matemático das frequências

fundamentais para as tensões, enquanto a Figura 1 ilustra os fasores correspondentes

bem como a sequencia de fases considerada.

𝑣1𝑎(𝑡) = 𝑉1𝑎𝑚 sen 1(𝜔t) (6)

𝑣1𝑏(𝑡) = 𝑉1𝑏𝑚 sen 1(𝜔t - 120°) (7)

𝑣1𝑐(𝑡) = 𝑉1𝑐𝑚 sen 1(𝜔t + 120°) (8)

27

Figura 1- Ciclo trigonométrico das frequências fundamentais das fases A, B e C e seu sentido de rotação

-120°

120°

Va

Vb

Vc

90°

270°

360°180°

(Fonte: VASCONCELLOS et al., 2014)

As equações (9) a (11) mostram as expressões para as tensões harmônicas de 3ª

ordem das fases A, B e C. Complementarmente, a Figura 2 ilustra graficamente estas

componentes.

𝑣3𝑎(𝑡) = 𝑉3𝑎𝑚 sen 3(𝜔t) (09)

𝑣3𝑏(𝑡) = 𝑉3𝑏𝑚 sen(3𝜔t - 360°) (10)

v3𝑐(𝑡) = 𝑉3𝑐𝑚 sen 3(𝜔t + 120°) (11)

Figura 2 - Ciclo trigonométrico de sequência zero das tensões harmônicas das fases A, B e C

V3a // V3b // V3c

90°

270°

360°180°

(Fonte: VASCONCELLOS et al., 2014)

As equações apresentadas permitem constatar que as componentes harmônicas

de terceira ordem, para as três fases, estão em fase, motivo pelo qual denominam-se

como harmônicos de tensão de sequência zero ou homopolares.

28

Assim como as equações anteriores as equações de (12) a (14) mostram o

modelo matemático para a componente harmônica de 5ª ordem.

𝑣5𝑎(𝑡) = 𝑉5𝑎𝑚 sen5(𝜔t) (12)

𝑣5𝑏(𝑡) = 𝑉5𝑏𝑚 sen5(𝜔t + 120°) (13)

v5𝑐(𝑡) = 𝑉5𝑐𝑚 sen (5𝜔t - 120°) (14)

No caso da 5ª harmônica, como ilustrado na Figura 3, o sentido de rotação dos

fasores é contrário ao sentido da fundamental, desse modo sendo referida como

harmônicos de tensão de sequência negativa.

Figura 3 - Ciclo trigonométrico de sequência negativa das tensões harmônicas das fases A, B e C

-120°

120°

180°

270°

90°

360°

V5a

V5c

V5b

(Fonte: VASCONCELLOS et al., 2014)

Finalmente, as equações (15) a (17) mostram as expressões matemáticas para os

harmônicos de 7ª ordem - sequência positiva. E a Figura 4 ilustra o seu comportamento

no ciclo trigonométrico.

𝑣7𝑎(𝑡) = 𝑉7𝑎𝑚 sen7(𝜔t) (15)

𝑣7𝑏(𝑡) = 𝑉7𝑏𝑚 sen7(𝜔t - 120°) (16)

𝑣7𝑐(𝑡) = 𝑉7𝑐𝑚 sen (7𝜔t + 120°) (17)

29

Figura 4 - Ciclo trigonométrico de sequência positiva das tensões harmônicas das fases A, B e C

-120°

120°

V7a

V7b

V7c

90°

270°

360°180°

(Fonte: VASCONCELLOS et al., 2014)

Como se observa, os fasores das tensões das fases dessa ordem harmônica estão

defasados de 120° e o seu sentido de rotação no ciclo trigonométrico é o mesmo sentido

de rotação dos fasores da sequência fundamental, sentido anti–horário, motivo pelo qual

as harmônicas dessa ordem são conhecidas como harmônicos de sequência positiva.

Ordens harmônicas superiores às mostradas anteriormente podem se analisadas

seguindo a mesma metodologia descrita neste item.

Para que se tenha uma melhor visão da magnitude das distorções e facilidade em

calcular os níveis de distorções para cada ordem já citada, usa–se como ferramenta

matemática a série trigonométrica de Fourier, possibilitando assim a decomposição nas

múltiplas frequências que compõem uma forma distorcida bem como o correspondente

espectro de frequência, também conhecido como histograma.

Alexander e Sadiku (2003), explicam a série trigonométrica de Fourier como

sendo “qualquer função periódica prática de frequência ω𝑜 pode ser expressa como uma

soma infinita de funções seno ou cosseno como múltiplos inteiros de ω𝑜”. Portanto a

função periódica f(t) pode ser expressa de acordo com a equação (18):

f(t) = 𝑎0 + 𝑎1 cos 𝜔0𝑡 + 𝑏1 sen 𝜔0𝑡 + 𝑎2 cos2 𝜔0𝑡 + 𝑏2 sen2 𝜔0𝑡 +𝑎3 cos3 𝜔0𝑡 + 𝑏3 sen3 𝜔0𝑡 + ⋯

(18)

30

2.1.2.2 Desequilíbrio de tensão

Na literatura mundial e nas normas que norteiam as questões elétricas, há várias

maneiras de definir e determinar o desequilíbrio das tensões elétricas ou correntes de

um circuito ou sistema.

Nesse sentido, inicialmente apresenta-se a definição adotada em um dos livros

de maior aceitação pela comunidade científica mundial, em seguida, o que está

estabelecido na norma IEC, e por último, a forma como é definido e determinado o

desequilíbrio de tensão no Brasil.

Segundo Dugan et al. (2004) “o desequilíbrio de tensão é por vezes definida

como o desvio máximo da média das tensões trifásicas ou correntes, dividido pela

média das tensões trifásicas ou correntes, expressa em percentagem”.

A IEC 61000-2-1 define desequilíbrio de tensão como (IEC, 1990):

“É uma condição na qual as três tensões de fase diferem em

amplitude ou são deslocados da sua relação normal de 120° fase,

ou ambos. O grau de desequilíbrio é geralmente definido usando

o método de componentes simétricos, pela relação entre a

componente de sequência negativa (ou sequência nula) e a

componente de sequência positiva”.

A ANEEL (2015) define desequilíbrio de tensão como “o fenômeno associado a

alterações dos padrões trifásicos do sistema de distribuição”, e estabelece métodos

matemáticos para os cálculos dos níveis de desequilíbrio de tensão bem como as

terminologias de cada grandeza envolvida, conforme ilustra o Quadro 3.

Quadro 3 - Terminologia utilizada para desequilíbrios de tensão

IDENTIFICAÇÃO DA GRANDEZA SÍMBOLO

Fator de desequilíbrio FD

Magnitude da tensão de sequência negativa (RMS) V-

Magnitude da tensão de sequência positiva (RMS) V+

Magnitude das tensões trifásicas de linha (RMS) Vab, Vbc, Vca

(Fonte: ANEEL, 2015)

O cálculo do desequilíbrio de tensão ou fator de desequilíbrio – FD%, de acordo

com a ANEEL (Quadro), pode ser determinado com auxílio da equação (19):

31

𝐹𝐷% =

V−

V+100

(19)

Alternativamente, pode-se usar as equações (20) e (21) uma vez que também é

um método estabelecido pela ANEEL (2015):

FD% = 100√1 − √3 − 6β

1 + √3 − 6β

(20)

Sendo:

β =

Vab4 + Vbc

4 +Vca4

(Vab2 + Vbc

2 +Vca2 )²

(21)

2.1.2.3 Flutuação de tensão

De acordo com a ANEEL (2015) a flutuação de tensão é uma variação de tensão

aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz da tensão.

As flutuações de tensão podem ser perceptíveis ao olho humano através do

efeito chamado flicker que nada mais é do que o resultado de uma flutuação de tensão

em um sistema de baixa tensão onde se encontram lâmpadas conectadas e que através

das flutuações de tensão, começam a cintilar. Esta cintilação recebe a denominação de

Flicker. Enquanto que a flutuação de tensão é um fenômeno eletromagnético, o flicker

é a consequência desse fenômeno, perceptível pelo olho humano.

Segundo a ANEEL (2015):

“A determinação da qualidade da tensão de um barramento do

sistema de distribuição quanto à flutuação de tensão tem por

objetivo avaliar o incômodo provocado pelo efeito da cintilação

luminosa no consumidor, que tenha em sua unidade

consumidora pontos de iluminação alimentados em baixa

tensão”.

32

Os indicadores para a sensação de cintilação com severidade de curta duração e

para a cintilação com severidade de longa duração são denominados Pst e Plt,

respectivamente.

A fim de resumir os indicadores envolvidos nas expressões apresentadas

anteriormente, de acordo com o PRODIST, as terminologias referentes a estes

indicadores estão contidas no Quadro 4.

Quadro 4 - Terminologia utilizada para identificar os indicadores de flutuação de tensão

Identificação da Grandeza Símbolo

Severidade de Curta Duração Pst

Severidade de Longa Duração Plt

Valor diário do indicador Pst que foi superado em apenas 5% dos

registros obtidos no período de 24hs PstD95%

Valor semanal do indicador Plt que foi superado em apenas 5% dos

registros obtidos no período de sete dias completos e consecutivos P𝑙𝑡𝑆95%

Fator de Transferência FT

(Fonte: ANEEL, 2015)

Para calcular o indicador Pst é utilizada a expressão (22).

𝑃𝑠𝑡 = √0,0314𝑃0,1 + 0,0525𝑃1 + 0,0657𝑃3 + 0,28𝑃10 + 0,08𝑃50 (22)

Sendo:

Pi (i = 0,1; 1; 3; 10; 50) corresponde ao nível de sensação de cintilação que foi

ultrapassado durante i % do tempo, obtido a partir da função de distribuição acumulada

complementar, de acordo com o procedimento estabelecido nas Normas IEC

(International Electrotechnical Commission): IEC 61000-4-15. Flickermeter –

Functional and Design Specifications (ANEEL, 2015).

Segunda a ANEEL (2015), o indicador Plt corresponde a um valor representativo

de doze amostras consecutivas de Pst, como estabelecido pela expressão 23:

𝑃𝑙𝑡 = √1

12∑(𝑃𝑠𝑡𝑖)3

12

𝑖=1

3

(23)

33

2.1.2.4 Variações de tensão de curta duração

Variações de tensão de curta duração são variações significativas no valor eficaz

da tensão em curtos intervalos de tempo.

A ANEEL (2015) classifica essas variações conforme mostrado no Quadro 5.

Quadro 5 - Classificação das Variações de Tensão de Curta Duração

Classificação

Denominação

Duração da Variação

Amplitude da tensão

(valor eficaz) em

relação à Tensão de

referência

Variação Interrupção

Momentânea de

Tensão

Inferior ou igual a três

segundos

Inferior a 0,1 pu

Momentânea de Tensão

Afundamento

Momentâneo de

Tensão

Superior ou igual a um

ciclo e inferior ou igual

a três segundos

Superior ou igual a 0,1

e inferior a 0,9 pu

Elevação

Momentânea de

Tensão

Superior ou igual a um

ciclo e inferior ou igual

a três segundos

Superior a 1,1 pu

Variação Temporária

de Tensão

Interrupção

Temporária de

Tensão

Superior a três

segundos e inferior a

três minutos

Inferior a 0,1 pu

Afundamento

Temporário de

Tensão

Superior a três

segundos e inferior a

três minutos

Superior ou igual a 0,1

e inferior a 0,9 pu

Elevação

Temporária de

Tensão

Superior a três

segundos e inferior a

três minutos

Superior a 1,1 pu

(Fonte: ANEEL, 2015)

2.1.2.4.1 Interrupções de curta duração

Interrupções de curta duração são aquelas em que a tensão de suprimento cai

para valores inferiores a 0,1 pu, por um período que não exceda 1 minuto (Dugan et al.,

2004).

As interrupções de curta duração podem ser divididas em 3 grupos, de acordo

com a duração da interrupção e da magnitude da tensão, conforme Quadro 6.

Quadro 6 - Tipos de interrupções de curta duração

Categoria Duração Típica Magnitude de Tensão

Instantâneas

Interrupção 0,5 – 30 ciclos < 0,1 pu

34

Momentâneas

Interrupção 30 ciclos - 3s 0,1 – 0,9 pu

Temporárias

Interrupção 3s – 1 min < 0,1 pu

2.1.2.4.2 Afundamentos de tensão ou Voltage Sags

Afundamento de tensão refere-se a um decremento, entre 0,1 e 0,9 pu, do valor

eficaz (RMS) da tensão ou corrente, com duração entre 0,5 ciclos a 1 minuto (Dugan et

al., 2004). Este tipo de fenômeno, normalmente está associado à faltas ou chaveamentos

que ocorram nos sistemas elétricos.

A comunidade da qualidade da energia elétrica tem utilizado o termo sag

durante muitos anos para descrever afundamentos de tensão de curta duração. A IEC

61000-2-1 utiliza o termo dip para se referir a afundamentos de tensão temporários que

não excedam 1 minuto de duração.

Pode-se classificar os afundamentos de tensão em 3 categorias, de acordo com a

duração da interrupção e da magnitude da tensão, conforme Quadro 7.

Quadro 7 - Tipos de afundamentos de tensão

Categoria Duração Típica Magnitude de Tensão

Instantâneos

Afundamentos de

tensão (voltage sag)

0,5 – 30 ciclos 0,1 – 0,9 pu

Momentâneos

Afundamentos de

tensão (voltage sag)

30 ciclos – 3s 0,1 – 0,9 pu

Temporários

Afundamentos de

tensão (voltage sag)

3s – 1 min 0,1 – 0,9 pu

35

2.1.2.4.3 Elevação de tensão ou voltage Swells

Elevações de tensão são definidas como incrementos entre 1.1 e 1.8 p.u. do valor

eficaz (rms) da tensão ou corrente com duração entre 0,5 ciclos a 1 minuto (Dugan et

al., 2004).

Assim como os afundamentos, as elevações de tensão também são associadas à

manobras ou faltas no sistema, mas são menos comuns do que aqueles.

As elevações classificam-se em 3 tipos, também de acordo com a duração da

interrupção e da magnitude da tensão, conforme Quadro 8.

Quadro 8 - Tipos de elevação de tensão

Categoria Duração Típica Magnitude de Tensão

Instantâneas

Elevação de tensão

(voltage swell)

0,5 – 30 ciclos 1,1 – 1,8 pu

Momentâneas

Elevação de tensão

(voltage swell)

30 ciclos – 3s 1,1 – 1,4 pu

Temporárias

Elevação de tensão

(voltage swell)

3s – 1 min 1,1 – 1,2 pu

2.1.2.5 Variação de tensão de longa duração

Variações de tensão de longa duração são assim denominados quando esta

variação excede 1 minuto de duração originando subtensões, sobretensões ou

interrupções sutentadas.

2.1.2.5.1 Sobretensões

Sobretensão é um aumento no valor RMS de tensão AC superior a 10% do valor

nominal da tensão do barramento com duração superior a 1 minuto (Quadro 9). Essas

36

sobretensões são ocasionadas geralmente devido, por exemplo, a retirada de uma grande

carga na rede de distribuição. Escolhas de taps de transformadores feitas incorretamente

também podem originar sobretensões (Dugan et al., 2004).

Quadro 9 - Variação de tensão de longa duração – Sobretensão

Categoria Duração Típica Magnitude de Tensão

Variação de tensão de longa duração

Sobretensão > 1 min > 10%

2.1.2.5.2 Subtensões

Subtensão é uma diminuição no valor RMS de tensão AC inferior a 10% do

valor nominal da tensão do barramento com duração superior a 1 minuto (Quadro 10).

Essas subtensões são ocasionadas devido à retirada de bancos de capacitores, por

exemplo, ou a introdução de grandes cargas do sistema elétrico (Dugan et al., 2004).

Quadro 10 - Variação de tensão de longa duração – Subtensão

Categoria Duração Típica Magnitude de Tensão

Variação de tensão de longa duração

Subtensão > 1 min < 10%

2.1.2.5.3 Interrupções sustentadas

Interrupções sustentadas acontecem quando a tensão de suprimento vai a zero

por um período de tempo maior do que 1 minuto (Quadro 11). Interrupções sustentadas

geralmente necessitam da intervenção humana para serem solucionadas (Dugan et al.,

2004).

Quadro 11 - Variação de tensão de longa duração – Interrupção sustentada

Categoria Duração Típica Magnitude de Tensão

Variação de tensão de longa duração

37

Interrupção sustentada > 1 min 0

Para que se visualize de uma forma resumida os distúrbios citados até aqui,

pode-se observar a Figura 5 que ilustra as características nas formas de onda de tensão

dos distúrbios relacionados à qualidade da energia elétrica.

Figura 5 - Distúrbios na forma de onda de tensão relacionados à qualidade da energia elétrica

(Fonte: RODRIGUES, 2009)

2.1.2.6 Variações de frequência

Variações de frequência são definidas como o desvio da frequência fundamental

do sistema de potência de seu valor nominal, no caso do Brasil, 60 Hz.

A frequência do sistema depende da velocidade de rotação dos geradores de

energia elétrica nas usinas geradoras.

A equação (24) permite o calculo da frequência da máquina (gerador) síncrona.

𝑓 =

P

2=

rpm

60=

PN

120

(24)

Sendo:

f = Frequência de geração;

P = Número de polos do gerador síncrono;

rpm = Rotação por minuto;

N = Velocidade da máquina em rpm;

38

A ANEEL, por meio do PRODIST, em seu módulo 8, estabelece que havendo

necessidade de corte de geração ou de carga para permitir a recuperação do equilíbrio

carga-geração, durante os distúrbios no sistema de distribuição, a frequência:

a) Não pode exceder 66 Hz ou ser inferior a 56,5 Hz em condições extremas;

b) Pode permanecer acima de 62 Hz por no máximo 30 (trinta) segundos e acima

de 63,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos;

c) Pode permanecer abaixo de 58,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos e

abaixo de 57,5 Hz por no máximo 05 (cinco) segundos.

2.2 Características construtivas dos LEDs

LED (lighting emitting diode) ou diodos emissores de luz, vem sendo utilizados

e aprimorados desde a década de 60. Apesar disto, somente nos últimos 10 anos é que

este dispositivo atraiu maior interesse devido ao fato de suas características luminosas

terem sido considerávelmente aumentadas (BULLOUGH, 2003), como por exemplo o

aumento do fluxo luminoso emitido pelos LEDs. Para além do seu uso em displays de

aparelhos eletrônicos, semáforos de trânsito e calculadoras, nos últimos anos, com o

aumento de suas propriedades lumínicas estão sendo desenvolvidos e aprimorados para

servirem como objeto de iluminação de interiores e iluminação pública.

Outro atrativo, particularmente para arquitetos, é o reduzido tamanho das

lâmpadas de iluminação de LED, pois facilitam o alinhamento da forma à estética de

ambientes construídos, proporcionando conforto ambiental, qualidade e eficiência.

Segundo Pinto (2008), os LEDs podem ser classificados em três categorias:

indicativos, de alto brilho e de potência. A Figura 6 ilustra os tipos de LED

mencionados.

Figura 6 - Classificação dos LEDs quanto à suas características e potência

(Fonte: PINTO, 2008)

39

Os LEDs, são semicondutores de junçao P-N, quando polarizados diretamente,

desprendem energia emitida em forma de luz e a esse processo se dá o nome de

eletroluminiscência (BOYLESTAD, NASHELSKY, 1999).

Materiais semicondutores, como o próprio nome já diz, são materiais que podem

ou não conduzir corrente elétrica de acordo com o tipo de polarização que é aplicada em

seus terminais, podendo estas serem direta ou reversa.

“O termo condutor é aplicado a qualquer material que sustenta

um fluxo de uso de carga, quando uma fonte de tensão de

amplitude limitada é aplicada através de seus terminais. Um

isolante é o material que oferece um nível muito baixo de

condutividade sob pressão de uma fonte de tensão aplicada. Um

semicondutor é, portanto, o material que possui um nível de

condutividade entre os extremos de um isolante e condutor”

(BOYLESTAD, NASHELSKY, 1999).

Os semicondutores mais utilizados atualmente são aqueles conhecidos como de

Germânio (Ge) e de Silício (Si), por apresentarem as melhores características

semicondutoras. Através de dopagens, processo o qual são adicionadas “impurezas” nos

semicondutores são criadas os cristais do tipo P e N, encontrados nos diodos

semicondutores. No caso do semicondutor de Silício, algumas dos elementos utilizados

para a dopagem são o antimônio, o arsênico e o fósforo, formando assim os materiais

semicondutores do tipo N. Já para o Germânio, “impurezas” como o boro, o gálio e o

índio, são as indicadas, formando assim os materiais semicondutores do tipo P.

Os semicondutores são formados pela junção desses materiais N e P. Esta região

onde os íons negativos e positvos dos materiais do tipo n e do tipo p (buracos) se juntam

(região de junção) é chamada de zona de depleção, devido a depleção de portadores de

carga nesta região (BOYLESTAD, NASHELSKY, 1999).

Sendo os LEDs semicondutores, quando polarizados diretamente os elétrons da

região N se movem para a regiao P e os buracos se movem para a região N. Perto da

junção os elétrons e buracos se combinam desprendendo uma energia que é liberada em

forma de luz (BULLOUGH, 2003). A Figura 7 ilustra esse processo.

40

Figura 7 - Processo de emissão de luz de um LED

(Fonte: PINTO, 2008)

2.2.1 Cores dos LEDs

A definição das cores dos LEDs dá-se através dos materiais semicondutores que

são empregados em sua fabricação. Por exemplo, a combinação dos materiais alumínio,

gálio, índio e fósforo (AlGaInP) resultam nas cores vermelha, laranja e amarela. Já a

combinação dos materiais índio, gálio e nitreto (InGaN) proporcionam as cores verde,

azul e branca (BOLLOUGH, 2003).

Para a produção da luz branca por LEDs existem duas formas. A primeira,

consiste em misturar várias colorações de luz emitidas pelo LED criando uma

distribuição de força espectral que dará a impressão de luz branca. Colocados de forma

adjacentes um dos outros os LEDs do tipo RGB (red, green and blue) são capazes de

emitir luz com uma aparência de cor branca (BULLOUGH, 2003). A título de

ilustração, a Figura 8 mostra o LED RGB.

Figura 8 - Formação da cor branca através de várias cores dos LEDs

(Fonte: Adaptado. CREE, 2014)

41

As Figuras 9 e 10 ilustram o espectro de luz e a distribuição espectral das

diversas cores de luz de LED, respectivamente.

Figura 9 - Faixa de espectro de radiação e as cores correspondentes a cada comprimento de onda

(Fonte: PINTO, 2008)

Figura 10 - Comprimentos de ondas realtivos às cores emitidas pelos LEDs

(Fonte: PINTO, 2008)

A segunda maneira de se conseguir luz branca com LEDs é utilizando fósforo

em seu invólucro com a emissão de um curto comprimento de onda de luz de LED que

se consegue através do comprimento de onda da luz azul.

42

“(...) Quando o fósforo utilizado em LEDs é iluminado por uma

luz azul, este emite luz amarela tendo uma ampla distribuição

espectral. Incorporando fósforo no corpo de um LED azul, com

um comprimento de onda de pico de 450 a 470 nanômetros,

parte da luz azul será convertida em luz amarela. A luz azul

remanescente misturada com a luz amarela irá resultar em luz

branca” (BOLLOUGH, 2003).

Para melhor entender a teoria explanada anteriormente, utiliza-se a Figura 11,

que exemplifica a formação da luz branca do LED por meio do método citado.

Figura 11 - Cor branca sendo formada através da aplicação de fósforo no corpo do LED e da emissão de

um curto comprimento de onda na cor azul

(Fonte: Adaptado. CREE, 2014)

Lee et al. (2006) desenvolveram um protótipo de LED luz branca de alto brilho

utilizando a técnica de cobrir o LED com uma camada de um material denominado

Yttrium-Aluminum-Garnet:Cerium (YAG:Ce) Esta substância é responsável por

absorver parte da energia emitida pela luz azul emitindo luz amarela de baixa energia.

Uma camada de fósforo é introduzida na superfície do YAG:Ce para que assim seja

produzida a sensação de luz branca. A Figura 12 ilustra o processo onde se observa as

cores azul, amarela e a luz branca formada no final do processo.

Figura 12 - Protótipo de LED de luz branca de alto brilho

(Fonte: LEE et al. 2006)

43

2.2.2 Características elétricas dos LEDs

Os LEDs funcionam em baixa tensão e corrente elétrica. Um único LED

necessita apenas de correntes com magnitudes entre 1 a 50 miliampéres para o seu

funcionamento e deve ser polarizado diretamente, podendo ocorrer a sua destruíção caso

sejam polarizados inversamente (BOLLOUGH, 2003).

Também é importante destacar, que o nível de tensão de alimentação do LED

deve ser controlado de maneira a evitar que a corrente que circulará no arranjo feito

para lâmpadas de LED não venha a interferir nas características de iluminação dos

LEDs, uma vez que o nível de brilho da luz emitida é proporcional à corrente que

circula entre seus terminais. Correntes acima dos limites recomendados pelos

fabricantes podem diminuir a vida útil dos LEDs inseridos nos arranjos que constituem

a lâmpada LED (BOLLOUGH, 2003), comprometendo, desta forma, o que torna os

LEDs tão atrativos do ponto de vista econômico: a sua elevada vida útil.

O controle de tensão também é importante devido à influência da corrente que

circula no circuito na temperatura de junção do LED. Um aumento desta temperatura

provoca a perda de eficiência de iluminação do LED (Lúmens/Watts) (QIN, LIN, HUI,

2009) e também pode provocar a mudança na coloração da luz emitida (BOLLOUGH,

2003). Uddin et al. (2011) afirma que a resistência térmica de junção é um dos fatores

limitantes na tecnologia LED. As Figuras 13 e 14 ilustram essas situações.

Figura 13 - Relação entre temperatura de junção e eficiência luminosa de LEDs

Eficiencia

(Lumen/Watt)

Temperatura da

Junção (0C)T0 TJ

E0

(Fonte: adaptado: QIN, LIN, HUI, 2009)

44

Figura 14 - Relação entre a temperatura de junção do LED e a relação de luz emitida por cores

Luz emitida

Relativa(%)

Temperatura da

Junção (0C)0-20

100

20 40 8060 100 120

0

40

80

120

160

25

Vermelha

Azul

Branca

(Fonte: Adptado. BOLLOUGH, 2003)

O aumento da temperatura de junção também resulta num decréscimo da

resistência do material do LED, uma vez que este semicondutor apresenta uma

resistência com coeficiente de temperatura negativo (PINTO, 2008). Esta condição pode

levar a uma potencialização do aumento de temperatura e ocasionar a sua queima. A

Figura 15 ilustra o comportamento de um semicondutor de acordo com a variação de

temperatura.

Figura 15 - Variação nas curvas características de um diodo com a mudança de temperatura

(Fonte: BOYLESTAD, NASHELSKY, 1999)

45

Para que se tenha controle dessas correntes as lâmpadas de LED necessitam de

um circuito chamado driver. Estes circuitos funcionam como os reatores eletrônicos das

lâmpadas fluorescentes. Lâmpadas de LED são constituídas de arranjos contendo vários

LEDs individuais, não podendo ser conectadas diretamente à rede de energia elétrica,

pois requerem tensão e correntes nominais diferentes desta. Desta forma, é necessária a

conexão dos drivers para fornecer tensão e correntes dentro dos limites especificados

pelo fabricante para o adequado funcionamento das lâmpadas. Os drivers podem vir

separados ou embutidos nas lâmpadas dependendo dos fabricantes.

Lâmpadas de LED podem ser também dimerizadas. A dimerização é o processo

pelo qual se controla a intensidade da luz emitida por um dispositivo emissor de luz

artificial através do controle de tensão aplicada a este dispositivo. Isto pode ser feito

através de modulação por largura de pulso (PWM – Pulse Width Modulation) ou por

amplitude modulada (AM). Porém, esta modulação PWM deve ser feita com

frequências muito elevadas para que não se perceba o efeito flicker, uma vez que nesta

modulação são ajustadas as durações dos pulsos e o tempo entre os pulsos emitidos

(BOULLOUGH, 2003). A dimerização em nada afeta a temperatura de junção dos

LEDs e, portanto, não compromete sua vida útil e eficiência luminosa. Essas

dimerizações, Figura 17, podem ser feitas através de conversores lineares ou circuitos

integrados – Cis, conforme mostrado ilustrativamente na Figura 16.

Figura 16 - Conversor linear de acionamento para dimerização

(Fonte: PINTO, 2008)

46

Figura 17 - Sinais PWM para controle de intensidade luminosa e cor

(Fonte: JÚNIOR, 2008)

2.2.2.1 Circuito Equivalente de um diodo

O LED, sendo um diodo emissor de luz, comporta-se exatamente igual a um

diodo simples de junção, desta maneira os circuitos equivalentes de um diodo e de um

LED se equivalem.

Para entender o circuito equivalente de um LED deve-se analisar a curva

característica de um diodo. Esta curva relaciona a tensão mínima (𝑉𝑇), 0,7 Volts, para

que o diodo comece a conduzir corrente elétrica, a corrente de condução direta (𝐼𝐹) e

uma resistência ac característica do diodo (𝑟𝑎𝑣). A Figura 18 ilustra a curva

característica de um diodo para uma corrente de condução direta de 10 mA e 0,8 Volts

de tensão aplicada ao diodo (BOYLESTAD, NASHELSKY, 1999).

47

Figura 18 - Curva característica do um diodo em condução

(Fonte: BOYLESTAD, NASHELSKY 1999)

Nota-se que um diodo para entrar em condução necessita de uma tensão mínima

de 0,7 volts, ou seja, existe uma barreira de potencial que deve ser superada para que o

diodo inicie a condução de corrente elétrica. Esta barreira é representada por uma

bateria 𝑉𝑡 que se opõe ao sentido de condução. A resistência característica de um diodo

é representada por uma resistor e para indicar que só existe uma direção de condução e

que uma condição de polarização reversa indica um estado de circuito aberto, um diodo

ideal é colocado no circuito (BOYLESTAD, NASHELSKY, 1999). A partir daí fica

fácil representar o circuito equivalente de um diodo. A Figura 19 ilustra um circuito

equivalente de um LED.

Figura 19 - Circuito equivalente de um LED

(Fonte: Adaptado. JÚNIOR, 2008)

48

2.2.3 O LED e o meio ambiente

A busca da preservação do meio ambiente é um dos principais temas dos últimos

dois séculos. Países emergentes e os ditos de primeiro mundo, se reúnem

periodicamente para discutir planos e ações voltados para a conservação do meio

ambiente. Um dos encontros mais relevantes foi o encontro em que esses países,

incluindo o Brasil, assinaram o chamado “protocolo de Kyoto”, no qual havia o

compromisso de adotar medidas para diminuir a emissão de dióxido de carbono o CO2.

De outro lado, como resultado do desenvolvimento tecnológico, principalmente

da eletrônica de potência, novos e mais baratos equipamentos eletrodomésticos como

televisores e geladeiras são disponibilizados para o consumo. Aliado a este fato, o

aumento do poder aquisitivo da população nas últimas décadas, têm criado as condições

de viver mais confortavelmente, resultando na incorporação destes bens de consumo em

larga escala pela população brasileira, assim como de outros países.

Com o aumento de equipamentos eletrodomésticos, que necessitam de energia

elétrica para seu funcionamento, aumenta-se a demanda de eletricidade. Para atender

esta demanda é necessária a construção de novas usinas geradoras de energia elétricas

que independentemente de sua tecnologia - hidroelétricas, termoelétricas, eólicas,

solares, causam algum tipo de impacto ambiental.

Diante disso, buscando o uso mais racional da energia elétrica, o Governo

brasileiro, por meio do Ministério de Minas e Energia, na década de 80, criou o

PROCEL – Programa de Conservação de Energia Elétrica e, lançou vários manuais

educativos e explicativos que visam conscientizar e informar a população sobre os

benefícios da conservação de energia elétrica e como isto pode ser feito. Manuais sobre

eficiência energética em iluminação, equipamentos e instalações, sistemas de

refrigeração e descarte de lâmpadas de descarga são alguns deles.

Diante desse contexto, as lâmpadas de LED ganham ampla atenção em projetos

de pesquisa uma vez que o LED por se tratar de um material semicondutor que não

possui nenhum tipo de gás ou metal que possa vir a ser prejudicial ao meio ambiente

quando do seu descarte, possui elevada vida útil e maior eficiência luminosa comparada

às lâmpadas de descargas, sejam elas fluorescentes, vapor de sódio ou vapor de

mercúrio.

49

Sinnadurai et al. (2012) classificam os LEDs como seguros, confiáveis,

fisicamente robustos, eficientes energeticamente, rentáveis e ambientavelmente

amigáveis.

A vida das lâmpadas LED é bastante elevada, atingem 50.000 horas de operação,

o que corresponde a aproximadamente uma vida útil de 11 anos, com 12 horas de

iluminação diárias, tempo significativamente maior se comparado a de outras

tecnologias, tais como a lâmpada incandescente (2.000 horas), lâmpada de sódio

(18.000 horas), lâmpada de mercúrio (18.000 horas) ou a lâmpada fluorescente (20.000

horas). Isso implica em uma grande redução no custo de manutenção dessas lâmpadas,

assim como na quantidade de resíduos gerados quando de sua substituição.

A Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (ABILUX), informa que

anualmente são retiradas de uso, no mundo, um total de 49 milhões de lâmpadas.

Adotando-se como base uma média de 21 mg de mercúrio por lâmpada, significa um

potencial poluidor de aproximadamente 1.000 kg de mercúrio. Segundo dados obtidos

da concessionária AES Eletropaulo, a mesma descartou no decorrer do ano de 2008 um

total de 34.185 lâmpadas empregadas na iluminação pública, representando assim um

descarte de aproximadamente 0,715 kg de mercúrio, apenas na área de sua concessão.

Chen e Hui (2010) classificam as lâmpadas de LED como sendo livres de mercúrio, o

que torna o LED seguro quando do seu descarte no fim de sua vida útil. O Quadro 12

ilustra a quantidade de mercúrio existente por lâmpada:

Quadro 12- Quantidade de mercúrio existente por lâmpadas utilizadas em iluminação pública

LÂMPADAS USADAS NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Lâmpadas

contendo mercúrio Variação de potências

Quantidade média de

mercúrio

Variação das médias de

mercúrio por potência

Mista 160 W a 500 W 0,017 g 0,011 g a 0,045 g

Vapor de Mercúrio 80 W a 1.000 W 0,032 g 0,013 g a 0,080 g

Vapor de Sódio 70 W a 1.000 W 0,019 g 0,015 g a 0,030 g

Vapor Metálico 35 W a 2.000 W 0,045 g 0,010 g a 0,170 g

(Fonte: SALES, 2011)

Hui, Li e Chen (2010) apontam que para que se tenha uma tecnologia de

iluminação sustentável, esta deve respeitar 3 critérios:

1) alta eficiência elétrica ou economia de energia;

2) longa vida útil;

3) seus componentes construtivos permitirem ao máximo serem reciclados.

50

Nessa perspectiva, os autores desenvolveram um circuito de driver de lâmpadas

de LED consistindo apenas de diodos e indutores, sem a adição de chaves eletrônicas de

potência, fontes auxiliares de energia e placas de controle. Este protótipo feito para

alimentar uma lâmpada de LED de 50 W mostrou-se viável no final dos testes. Como o

driver constitui-se apenas de poucos componentes, não existem perdas por chaveamento

e eficiência elétrica de 93,6% foi alcançada. Os autores ainda complementam que

poucos e robustos componentes foram utilizados na composição do driver, este ofereceu

ainda outras vantagens como baixo custo, baixo custo de manutenção e boa resistência

contra adversidades climáticas como tempestades e fortes ventos. A Figura 20 ilustra

este protótipo.

Figura 20 - Protótipo de lâmpada de LED utilizando componentes passivos

(Fonte: HUI, LI e CHEN, 2010)

Chen e Chung (2011) apresentam uma proposta para a inserção de uma lâmpada

tubular LED em paralelo com uma lâmpada tubular fluorescente aproveitando–se do seu

reator eletrônico, já existente, e colocando um circuito de driver do LED para ser

acionado pelo reator eletrônico, alimentando assim tanto uma lâmpada fluorescente

quanto uma lâmpada de LED. Através de cálculos matemáticos os autores viabilizam

este esquema e concluem como sendo uma solução viável do ponto de vista também

ambiental, uma vez que não se joga fora o reator eletrônico. Este esquema proposto é

ilustrado na Figura 21.

51

Figura 21 - Proposta feita para a utilização de um reator eletrônico em paralelo com um driver de uma

lâmpada LED

(Fonte: CHEN, CHUNG, 2011)

2.2.4 Circuitos de acionamentos LED - Drivers

Como mencionado, as lâmpadas de LED necessitam de circuitos acionadores

para controle de tensão e corrente denominados drivers. Das diversas topologias

existentes para esses circuitos acionadores, neste item apresentam-se as características

de funcionamento que se desejam para o correto funcionamento de lâmpadas LED. As

topologias mais comuns são Buck, Boost, Buck – Boost, Buck Quadrático, SEPIC, Cùk,

Zeta, Flyback e os Conversores Lineares e, são divididas em duas partes: Isolados e não

isolados. Existem ainda as topologias resistor série e capacito série. Porém não são

utilizados devido a sua baixa eficiência (YU, YANG, 2009).

2.2.4.1 Conversores CC-CC

Conversores CC-CC são utilizados para converter uma tensão de entrada CC não

controlada em uma tensão de saída CC controlada. Este controle é conseguido através

da modulação por largura de pulsos a uma frequência fixa e geralmente são empregados

para o chaveamento BJTs, MOSFETs ou IGBT de potência (RASHID, 1999).

2.2.4.2 Conversor Buck

Neste tipo de conversor – Buck, Figura 22, a tensão média de saída VLED é menor

do que a tensão média de entrada Vin. O conversor Buck pode operar em dois modos. O

52

primeiro modo ocorre no instante t = 0. O transistor T está em condução e a corrente

que circula em L, C e LED cresce. No segundo instante t = t1 o transistor T é desligado

e para de conduzir. Dessa maneira a corrente acumulada em L circula através do diodo

D, C e do LED. A corrente continua a circular até começar a diminuir e o transistor T é

ligado novamente (RASHID, 1999). Segundo Pinto (2008), “o conjunto L – C é

utilizado como um filtro passa–baixa. O indutor limita a ondulação de corrente e o

capacitor limita a ondulação de tensão”. Este conversor não proporciona isolação entre a

fonte e a carga.

O conversor Buck pode ser projetado para operar em modo de condução

contínua (MCC) ou descontínua (MCD) (PINTO, 2008).

Figura 22 - Conversor Buck

TL

DC LEDVin

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

2.2.4.3 Conversor Boost

O conversor Boost opera de modo contrário ao conversor Buck. Neste conversor,

Figura 23, a tensão de saída VLED é maior do que a tensão de entrada Vin. Sua operação

também pode ser dividida em dois modos. No primeiro modo de operação, o transistor

T entra em condução no instante t = 0. A corrente de entrada cresce e flui entre o filtro

indutor L e o transistor. O segundo modo se inicia quando o transistor entra em

bloqueio no instante t = t1. A corrente que estava fluindo através do transistor flui agora

entre o indutor L, o diodo D, o capacitor e o LED (RASHID, 1999). Este conversor

pode funcionar no modo de condução contínua (MCC) ou descontínua (MCD).

Segundo Pinto (2008), o princípio de funcionamento desse conversor baseia-se

em armazenar energia no indutor enquanto o transistor está conduzindo e transferir essa

energia para a carga quando o transistor entrar em bloqueio. Esta topologia é muito

empregada para alimentar LEDs através de baterias.

53

Figura 23 – Topologia do Conversor Boost

T

L D

C LEDVin

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

2.2.4.4 Conversor Buck–Boost

O conversor Buck–Boost é a junção dos dois conversores apresentados

anteriormente e apresenta uma característica de tensão de saída menor ou maior que a

tensão de entrada, porém, com polaridades invertidas à da entrada (RASHID, 1999).

Este tipo de conversor, Figura 24, pode operar de dois modos. No primeiro

modo o transistor T está em condução e a corrente que cresce, devido ao indutor, circula

entre o transistor e o indutor L. Neste modo o diodo D está polarizado inversamente. No

segundo instante o transistor entra em bloqueio e a corrente circula através do diodo D,

do indutor L, do capacitor C e do LED. A energia armazenada no indutor L é transferida

para carga e a corrente no indutor cai até que o transistor conduza novamente

(RASHID, 1999).

Figura 24 – Topologia do conversor Buck – Boost

LC LEDVin

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

Segundo Pinto (2008) “este conversor é bastante utilizado para alimentar LEDs

por meio de baterias, regulando a tensão de saída em função da variação da tensão de

entrada”.

54

Alonso et al. (2012) apresenta uma alternativa para a substituição de lâmpadas

halógenas incandescentes por lâmpadas de LED. A alimentação das lâmpadas de LED

num primeiro momento é efetuada com auxílio de um circuito passivo (retificador

simples de onda completa) e num segundo momento com um conversor Buck – Boost

em operação descontínua, analisados experimentalmente, comparando harmônico de

corrente, aspectos luminotécnicos, e o fator de potência entre as duas alternativas. O

conversor Buck–Boost apresentou uma eficiência superior a 7% comparado à solução

passiva (retificador simples de onda completa), melhor fator de potência, baixa

distorção harmônica de corrente e ainda apresentou a possibilidade de se dimerizar a

lâmpada.

2.2.4.5 Conversor Buck Quadrático

Através das topologias básicas apresentadas acima, outras topologias podem ser

criadas através da junção de algumas delas. É o caso do conversor Buck – Quadrático

que nada mais é do que dois conversores Buck conectados em série.

Nesta topologia, Figura 25, o valor da tensão de saída ainda será menor do que o

valor de entrada, porém numa relação exponencial (PINTO, 2008).

Figura 25 - Conversor Buck Quadrático

TL2

D3C2

LEDVin

L1

D1

D2

C1

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

2.2.4.6 Conversores Cùk, Zeta e SÉPIC

O conversor Cùk, Figura 26, é formado por um conversor Boost em série com

um conversor Buck. Similar ao conversor Buck–Boost, este conversor apresenta tensão

de saída menor ou maior do que a tensão de entrada dependendo dos instantes de

condução do transistor.

55

Figura 26 - Conversor Cùk

T

L2

DC

LEDVin

L1C1

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

O conversor SÉPIC, Figura 27, é constituído de um conversor Boost e um Buck

– Boost conectados em série. Segundo Pinto (2008) , “a vantagem desse circuito em

relação ao Buck-Boost é que a corrente de entrada pode ser contínua e a tensão de saída

não possui polaridade invertida”.

Figura 27 - Conversor SÉPIC

TL2

D

Co

LEDVin

L1C1

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

O Conversor Zeta, Figura 28, é formado por um Buck–Boost e um Buck

conectados em série. Funciona como um conversor Buck–Boost, ou seja, a tensão de

saída pode ser superior ou inferior a de entrada, porém sem ter a polaridade invertida.

Figura 28 - Conversor Zeta

TL2

DCo

LEDVin

L1

C1

(Fonte: Adaptado. PINTO, 2008)

56

Estudo realizado por Alonso et al. (2011), referente à substituição de lâmpadas

de vapor de sódio por lâmpadas de LED, concluiu que a topologia de conversor Zeta

apresenta um elevado fator de potência na entrada e uma tensão de saída menor do que

na entrada que alimenta a matriz de rede de LEDs. Essa diminuição do nível de tensão

na saída tem como consequência uma redução no ripple de tensão e corrente, dessa

forma aumentando a vida útil dos capacitores a filme e, em consequência, a vida útil dos

LEDs. O estudo acaba evidenciando que devido ao segundo estágio (conversor Buck)

que reduz ripples de baixa frequência, este tipo de conversor tem bom desempenho

quando alimentado com tensão contínua. Como benefícios desta situação, menciona-se:

elevado fator de potência, baixa distorção harmônica de corrente e eficiência aceitável,

podendo desta forma, ser utilizado capacitores de baixas capacitâncias nas saídas dos

estágios do circuito, aumentado a vida útil do conversor.

2.2.4.7 Conversor Flyback

Os conversores do tipo flyback, Figura 29, têm as mesmas características de

fornecimento de tensão dos conversores Buck e Boost e podem fornecer tensão de saída

superior ou inferior a de entrada, porém, diferentemente dos conversores citados o

flyback possui isolação entre a fonte de tensão e o circuito conversor.

Figura 29 - Conversor Flyback

TD

Co LEDVin N1 N2

(Fonte: Pinto, 2008)

Tian Fu et al. (2007), propõem um circuito de drive como alternativa para

drivers do tipo conversor de estágio único flyback com um CI corretor de fator de

potência, ilustrado na Figura 30, com a adição de um capacitor de carga para melhorar a

correção de fator de potência denominado conversor carga–bomba, composto por um

indutor Lr, capacitores Cr e Cb, diodo de roda livre Di e o diodo Dr. Através desta

57

topologia demonstra ter alcançado um alto fator de potência, porém, o CI causa ripple

de corrente duas vezes maior do que a frequência de linha, sendo necessário colocar um

regulador linear com perdas em série com os LEDs eliminando, assim, o ripple de

corrente e controlando o brilho dos LEDs.

Figura 30 - Conversor flyback com circuito corretor de fator de potência

Controlador de Corrente

Corrente de

retorno

Sinal de

porta

LEDs

ILed

Iin

LrDi

Cr Dr

Cb

Cbus

Df

Co

Vin

(Fonte: TIANFU et al., 2007)

Chen et al. (2010) propõem um circuito de driver para diversos tipos de

lâmpadas de LED que combina um circuito Flyback e um circuito Boost. O circuito

flyback é o mais amplamente utilizado pois, além de ser um circuito barato, também é

muito simples, além de oferecer isolação elétrica entre a entrada e saída do circuito,

aumentando assim a proteção ao driver. O circuito boost, como já citado, entrega uma

tensão de saída mais elevada do que a tensão de entrada. Os experimentos demonstram

que essa topologia resultou em alta eficiência e baixa perda em qualidade da luz emitida

pelos LEDs ao longo do tempo, ou seja, a topologia apresentou uma boa estabilidade de

corrente.

Cheng e Cheng (2006) propõem um circuito de driver do tipo flyback em modo

descontínuo com modulação PWM para controle de corrente. É inserido um circuito de

proteção por temperatura juntamente ao modulador PWM para proteger o circuito do

LED. Dessa maneira o circuito de proteção por temperatura controlará a frequência do

modulador PWM garantindo que quando a temperatura de junção do LED estiver muito

58

elevada, este modulador diminuirá o nível da corrente do LED, dessa maneira,

aumentando a vida útil da lâmpada e garantindo uma boa qualidade de iluminação, que

não seria garantida caso a temperatura de junção do LED ficasse muito elevada. A

Figura 31 ilustra o esquema proposto.

Figura 31 - Flyback com modulação PWM e controle de temperatura

Sinal

PWM

-

+

-

+

-

+

Vref

Iref

Temp ref

(Fonte: CHENG, CHENG, 2006)

2.3 Sistema Tarifário Brasileiro Atual e as Novas Bandeiras Tarifárias

O sistema tarifário brasileiro é dividido em grupos, subgrupos e modalidades

tarifárias (ANEEL, 2005). A classificação envolve dois grupos: tarifários: grupos A e B,

e diversos subgrupos, conforme mostrado a seguir:

Grupo A: Tensão de fornecimento ≥ 2.300 V:

- Subgrupo A1: Atendimento em tensão igual ou superior a 230 kV;

- Subgrupo A2: Atendimento em tensão de 88 kV a 138 kV;

- Subgrupo A3: Atendimento em tensão de 69 kV;

- Subgrupo A3a: Atendimento em tensão de 30 a 44 kV;

- Subgrupo A4: Atendimento em tensão de 2,3 kV a 25 kV:

. B4 – a: Atendimento para iluminação pública (Rede de Distribuição);

. B4 – b: Atendimento para iluminação pública (bulbo da lâmpada).;

59

- Subgrupo AS: Atendimento em tensão inferior a 2,3 kV (sistema subterrâneo).

Grupo B: Tensão de fornecimento < 2.300 V:

- Subgrupo B1: Atendimento Residencial:

. B1 – Baixa Renda: Atendimento residencial baixa renda – TSEE (Tarifa

Social de Energia Elétrica);

- Subgrupo B2: Atendimento rural:

. B2 – Cooperativa: Atendimento para cooperativa de eletrificação rural;

. B2 – Serviço Público de Irrigação: Atendimento para Serviço Público de

Irrigação.;

- Subgrupo B3: Atendimento às demais classes;

- Subgrupo B4: Atendimento da Iluminação Pública:

. B4 – a: Atendimento para Iluminação Pública (Rede de Distribuição);

. B4 – b: Atendimento para Iluminação Pública (bulbo da lâmpada).

Inseridos nos grupos e subgrupos estão as estruturas tarifárias: convencional,

horo–sazonal azul, horo–sazonal verde e os postos horários de ponta e fora de ponta,

que são caracterizadas, de acordo com a resolução 456 da ANEEL, da seguinte maneira:

- Tarifa convencional: Estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de

consumo de energia elétrica e/ou demanda de potências independentemente das horas

de utilização do dia e dos períodos do ano;

- Tarifa horo–sazonal azul: modalidade estruturada para aplicação de tarifas

diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do

dia e os períodos do ano, bem como de tarifas diferenciadas de demanda de potência de

acordo com as horas de utilização do dia;

- Tarifa horo – sazonal verde: modalidade estruturada para aplicação de tarifas

diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do

dia e os períodos do ano, bem como de uma única tarifa de demanda de potência;

- Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3

(três) horas diárias consecutivas, exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de

carnaval, sexta-feira da Paixão, “Corpus Christi”, dia de finados e os demais feriados

definidos por lei federal, considerando as características do seu sistema elétrico.” ;

60

- Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias

consecutivas e complementares àquelas definidas no horário de ponta;

- Período úmido (U): período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo

os fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano

seguinte;

- Período seco (S): período de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os

fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a novembro.

A Figura 32 ilustra, na forma de fluxograma, a composição da estrutura tarifária

vigente no Brasil.

Figura 32 - Composição da estrutura tarifária aplicada no Brasil até 2014

(Fonte: ACERVO PESSOAL)

É importante registrar, que está prevista para o ano de 2015 a implantação de um

novo sistema tarifário, pautado em bandeiras tarifárias (ANEEL, 2014). Este novo

sistema, estava previsto para vigorar já em 2014, mas foi adiado, em principio para o

próximo ano, como forma de compensar o custo de geração através de usinas

termoelétricas utilizadas quando os níveis dos reservatórios de água do país estiverem

baixos, uma vez que e energia elétrica gerada com termoelétricas é mais cara do que a

gerada com hidroelétricas. As tarifas deverão ser divididas em três categorias ou

bandeiras, sendo elas: bandeira vermelha, bandeira amarela e bandeira verde.

61

Segundo a ANEEL (2014) os critérios para a adoção de determinada bandeira

num dado período, será realizado de acordo com as seguintes situações:

Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não

sofre nenhum acréscimo;

Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre

acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos;

Bandeira vermelha: condições mais onerosas de geração. A tarifa sobre

acréscimo de R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos.

A composição das tarifas é feita conforme o Custo Marginal de Operação

(CMO) que equivale ao preço de unidade de energia produzida para atender a um

acréscimo de demanda de carga no sistema e dos Encargos de Serviço do Sistema (ESS)

que são decorrentes da manutenção da confiabilidade e estabilidade do Sistema

Interligado Nacional (SIN).

Dessa forma a escolha da bandeira é feita segundo a seguinte composição:

- Bandeira verde: CMO + ESS_SE menor que R$ 200,00/MWh (duzentos reais

por megawatt-hora);

- Bandeira amarela: CMO + ESS_SE igual ou superior a R$ 200,00/MWh e

inferior a R$ 350,00/MWh;

- Bandeira vermelha: CMO + ESS_SE igual ou superior a R$ 350,00/MWh.

A Figura 33 ilustra a projeção da ANEEL para a aplicação das bandeiras

tarifárias de acordo com os subsistemas de energia elétrica e a Figura 34 ilustra como

são divididos estes subsistemas.

62

Figura 33 - Bandeiras tarifárias

(Fonte: ANEEL, 2014)

Figura 34 - Subsistemas energéticos do Brasil

(Fonte: ANEEL, 2014)

Subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO): Regiões Sudeste e Centro-Oeste,

Acre e Rondônia;

Subsistema Sul (S): Região Sul;

Subsistema Nordeste (NE): Região Nordeste, exceto o Maranhão;

Subsistema Norte (N): Pará, Tocantins e Maranhão.

63

3 Materiais e Métodos

Neste capítulo são estabelecidos os procedimentos metodológicos e materiais

necessários para a consecução dos objetivos propostos.

3.1 Materiais

Nesta seção se discriminam os materiais utilizados e necessários para o

desenvolvimento da pesquisa, bem como os equipamentos de análises elétricas

utilizados.

3.1.1. Equipamentos enfocados

Para tanto, foram adquiridas duas lâmpadas tubulares LED e uma lâmpada

tubular fluorescente dotada de reator eletrônico. Neste trabalho, para facilitar a

identificação das mesmas e preservar a identidade dos respectivos fabricantes foi

adotada a seguinte convenção para cada uma das lâmpadas contempladas:

L1 – Lâmpada tubular LED bivolt;

L2 – lâmpada tubular LED bivolt;

F – lâmpada fluorescente tubular.

As lâmpadas de LED adquiridas são de 10 W de potência nominal, e a lâmpada

fluorescente, combinada ao reator eletrônico, é de 20 W de potência. Apesar da

diferença na potência nominal as três lâmpadas possuem dimensões físicas compatíveis,

fato que possibilita a substituição, ou seja, substituir lâmpadas tubulares fluorescentes

por lâmpadas tubulares LED podendo-se aproveitar as mesmas luminárias existentes

nos sistemas de iluminação residenciais.

O trabalho experimental será realizado utilizando luminárias metálicas,

comumente utilizadas para lâmpadas tubulares fluorescentes, com conexões disponíveis

para apenas uma lâmpada tubular. Dessa maneira foram adquiridas três luminárias de

alumínio e correspondentes soquetes e demais conexões de forma a aproximar-se o

máximo possível de situações encontradas na prática.

64

A Tabela 1 e o Quadro 13 apresentam as principais características construtivas,

de operação e desempenho dos componentes mencionados.

Tabela 1- Características das lâmpadas L1, L2 e F.

Quadro 13 - Equipamentos utilizados para montagem da pesquisa

Equipamento Especificação Quantidade

a)

Soquete 2 pinos para fixação nas

luminárias e energização das

lâmpadas tubulares de LED e

fluorescentes. Tipo de encaixe

G3.

6

b)

Luminária metálica branca para

fixação de soquetes e respectivas

lâmpadas tubulares LED e

fluorescentes

3

c)

Reator eletrônico destinado ao

acionamento de uma única

lâmpada tubular fluorescente

1

Características das

lâmpadas

Lâmpada tubular LED

SMD T8 – L1

Lâmpada tubular LED SMD

T8 – L2

Lâmpada tubular

fluorescente

T10 (lâmpada + reator) - F

Tensão nominal 100 - 240 V 100 - 240 V 127 V

Potência máxima 10 W 10 W 20 W (lâmpada + reator)

Corrente 120 mA 120 mA 157 mA

Frequência 50/60 Hz 60 Hz 60 Hz

Vida útil 40.000 horas 50.000 horas 10.000 horas

Fluxo luminoso 825 lúmens 820 lúmens 1350 lúmens

Eficiência luminosa 82,5 lm/W 82 lm/W 67,5 lm/W

Temperatura de cor 4000 K 4000 K 3000 K

Dimensões (mm) 588,5(C) x 28(D) 580(C) x 27(D) 590(C) x 32 (D)

Dimerizável NÃO NÃO SIM

65

d)

Lâmpada tubular LED 10 W /

T8 SMD

2

e)

Lâmpada tubular fluorescente 20

W / T8

1

3.1.2 Instrumental utilizado

Nesta seção são apresentados os instrumentos de medições utilizados para a

realização deste trabalho bem como suas características e especificações de

funcionamento.

A1) Analisador de energia MAHR – 21

Analisador de energia elétrica MARH-21, registrador digital portátil, trifásico,

programável, destinado ao registro das tensões, correntes, potências, energia,

harmônicas e oscilografia de perturbações em sistemas elétricos de geração, consumo e

distribuição assim como circuitos de alimentação de máquinas elétricas em geral. A

Figura 35 apresenta uma fotografia do analisador em questão.

66

Figura 35 – Foto do analisador de energia elétrica MARH -21 e acessórios

Este analisador possibilita duas formas de leituras dos dados armazenados em

sua memória de massa. Além da opção de coleta de dados através de display, possibilita

também a leitura através do software denominado ANAWIN. Programa para coleta e

análise de dados de registradores padrão RMS (ratio medium square) em ambiente

Windows. A Figura 36 ilustra o painel e conexões do analisador em questão.

Figura 36 - Painel e conexões do analisador de energia elétrica MARH – 21

O MARH – 21 possui 7 possibilidades de programação denominadas “Modo de

Operação” que deverão ser escolhidas pelo usuário de acordo com a necessidade da

medição, 3 ponteiras de tensão para sinais de tensão e 3 TCs para sinais de corrente.

Todos estes modos podem ser programados facilmente através do software ANAWIN

ou então pelas teclas disponíveis no painel do analisador.

São eles os modos de operação:

- Modo 0 - Medição e registro de grandezas integralizadas;

- Modo 1 - Captação da forma de onda (acionamento manual);

67

- Modo 2 - Captação da forma de onda (acionamento automático a cada intervalo

de tempo programado);

- Modo 3 - Potências e valores médios de distorção harmônica por intervalo;

- Modo 04 – Captação da forma de onda (acionamento de captação automático

por variação da tensão RMS, variação da tensão instantânea e variação de freqüência);

- Modo 14 – Captação da forma de onda (acionamento de captação automático

por variação da tensão RMS, variação da DTT de tensão e variação de freqüência);

- Modo 10 – Captação da Forma de Onda (acionamento de captação por variação

do valor RMS de tensão e variação de frequência) e grandezas integralizadas

simultaneamente.

A2) FLUKE 434

Ilustrado na Figura 37, oferece um conjunto amplo de possibilidades de medição

de grandezas em sistemas de elétricos. O aparelho pode ser utilizado para estudos

voltados para o consumo de energia e análise de cargas elétricas, análise e registro da

qualidade da energia e desempenho do sistema de potência. É uma ferramenta trifásica

que mede praticamente todos os parâmetros do sistema de energia: tensão, corrente,

frequência, energia, consumo de energia, cos φ ou fator de energia, desequilíbrio e

harmônicos e inter-harmônicos.

Figura 37 – Foto do Analisador Trifásico de Energia Fluke 434 e acessórios

68

A3) Microcomputador

Para a transmissão de dados do analisador de energia MARH – 21 utilizou - se

um microcomputador com suporte para o software ANAWIN utilizado em ambiente

Windows, conforme ilustra a Figura 38.

Figura 38 - Microcomputador para realização da leitura do MARH -21 através do software ANAWIN

(Fonte: Acervo próprio)

A4) ATPDraw (ALTERNATIVE TRANSIENT PROGRAM)

Para as simulações com o modelo desenvolvido foi escolhido o software ATP

(Alternative Transients Program), simulador de circuitos elétricos e eletrônicos, que

possui uma ampla biblioteca com blocos de componentes elétricos já modelados.

Também, a exemplo de outros simuladores, é possível criar novos componentes e

acrescentá-los à esta biblioteca

Dentre os blocos mais relevantes pode-se mencionar:

- Probes & 3-phase – Medidores e Sppliters (Ex: Medidores de tensão e

Corrente, TACS, etc);

- Branch Linear – Ramos Lineares (Ex: Resistencia, Indutândia, Capacitância,

etc);

- Branch Nonlinear – Ramos Não Lineares (Ex: Resistencia Não Linear,

Indutândia Não Linear, etc);

69

- Lines/Cables – Modelos de Linhas e Cabos (Linhas de Paramêtros Distribuidos

e Agrupados);

- Switches – Chaves (Ex: Chave temporizadas, Diodo, Válvula, Chave TACS,

etc);

- Sources – Fontes de Tensão e Corrente (Ex: Fonte de Tensão Contínua e

Alternada, Rampas, etc);

- Machines – Motores Elétricos (Ex: Motor de Indução, Motor de Corrente

Contínua, etc);

-Transformers – Transformadores (Ex: Transformadores Lineares, Não Lineares,

De Dois ou Três Enrolamentos, etc);

- MODELS;

- TACS - (Ex: Fontes TACS, Acomplamento de Circuitos, Funções de

Transferência, Portas Lógicas, etc.);

- User Specified;

- Frequency Comp. – Componentes no Domínio da Frequência (Ex: Fonte

Harmonica de Tensão ou Corrente);

- Standard Components;

A Figura 39 mostra uma tela com os componentes que compõem a biblioteca do

ATP.

Como opções de análises dos circuitos construídos no ATP, o mesmo ainda

disponibiliza ferramentas de medições de grandezas elétricas como corrente elétrica e

tensão elétrica, plotando ainda as formas de ondas características dos circuitos

construídos para essas grandezas.

70

Figura 39 - Amostra da biblioteca do ATPDraw

(Fonte: REIS et. al, 2012)

A escolha desse software se justifica devido ao fato de ser um software prático,

que dá a possibilidade de simulação tanto de circuitos elétricos quanto de circuitos

eletrônicos e, principalmente, é gratuito. Além de ser utilizado amplamente nas

concessionárias de energia e comunidade científica.

A5) Osciloscópio Tektronix TDS 2004B

Para que a modelagem matemática e computacional fosse possível, foi

necessária a leitura dos pulsos emitidos por um circuito integrado presente no driver da

lâmpada LED, pulsos esses que controlam o disparo do transistor presente no conversor

Buck.

Assim lançou–se mão do osciloscópio digital da marca Tektronix TDS 2004B,

de quatro canais, frequência de 60 MHz. A Figura 40 ilustra a tela do osciloscópio, por

ocasião do registro da forma de onda dos pulsos do circuito integrado.

71

Figura 40 - Osciloscópio mostrando a forma de onda dos pulsos do circuito integrado do driver da

lâmpada LED

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

A6) Luxímetro digital

A análise luminotécnica foi feita pela comparação da iluminância produzida

pelos distintos tipos de lâmpadas estudadas, valendo-se, para tanto, de um luxímetro. O

luxímetro digital utilizado é da marca MINIPA MLM – 1010, conforme ilustra a Figura

41.

Figura 41 - Luxímetro digital MINIPA, modelo MLM – 1010

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

72

3.2 Metodologia

A concretização deste trabalho passa, num primeiro momento, pela definição do

estudo a ser desenvolvido e os objetivos a serem alcançados e, na sequência, a definição

das estratégias para serem seguidas.

Para tal finalidade, foram realizados estudos experimentais e de simulação

correspondentes e estudos sob a ótica econômico–financeira para aferir a viabilidade ou

não da substituição de lâmpadas. Por último, foi efetuada medição do iluminamento de

um ambiente escolhido para tal finalidade, com o intuito de verificar o desempenho das

três lâmpadas utilizadas, desta vez sob os aspectos luminotécnicos. Nesse contexto, a

metodologia também compreendeu três focos distintos, que são descritos nos itens

seguintes:

a) Estudos experimentais;

b) Simulações computacionais relacionadas com o item a);

c) Estudos luminotécnicos;

d) Estudos de Relação Custo Benefício – RCB.

a) Estudos experimentais

Esta parte do trabalho trata da montagem e registro das grandezas elétricas que

possibilitaram os estudos necessários para a concretização da dissertação.

Para a parte experimental e correspondente simulação, o trabalho foi conduzido

de acordo com o arranjo apresentado na Figura 42, no laboratório de fontes alternativas

do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMT.

Para as conexões das ponteiras de tensão e TCs as lâmpadas foram conectadas

em ligação estrela, cada lâmpada em uma fase e neutro em comum.

73

Figura 42 - Esquema de ligação para as medições em laboratório

Fase A

Fase B

Fase C

Neutro

MARH – 21

FL2L1

TC1

TC2

TC3

RN

RB

RC

RA

Legenda:

L1

FTC

L2

Microcomputador Transformador de Corrente Lâmpada tubular fluorescente

Lâmpada tubular LED 2Lâmpada tubular LED 1

RA, RB, RC, RN

Referências das fases A, B, C e

Neutro, respectivamente

MARH – 21

Analisador de Energia MARH - 21

Nesta tarefa foi selecionado o modo de operação 3 do analisador de energia

MARH – 21, que, com auxílio do software ANAWIN foram obtidas as seguintes

informações:

- Transformada de Fourier (composição harmônica média) das tensões e

correntes para cada período de integração.

- Percentuais das harmônicas em relação a fundamental.

74

- DTT de tensão. Fases A, B e C;

- DTI de corrente. Fases A, B e C;

- Potências Ativas. Fases A, B e C;

- Potências Reativas Indutivas. Fases A, B e C;

- Potências Reativas Capacitivas. Fases A, B e C;

- Componentes harmônicos médios no intervalo de tensão e corrente. Fases A, B

e C.

O arranjo utilizado para os trabalhos experimentais está ilustrado na Figura 43.

Figura 43 - Esquema real de medição: a) vista geral e b) detalhe das luminárias

a) b)

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

De posse dos dados das medições, são feitas as análises desses dados e

confeccionados os gráficos pertinentes a este estudo, tais como gráficos de tensão,

corrente, distorções harmônicas em tensão e correntes e espectro harmônico.

De forma a verificar a correção das medições conduzidas, complementarmente,

foram feitas as mesmas coletas de dados através do analisador de energia FLUKE.

Assim puderam ser capturadas as formas de onda instantâneas para compará-las com as

registradas com o analisador de energia MARH – 21. A Figura 44 ilustra o analisador

de energia FLUKE durante o processo de registro das grandezas.

75

Figura 44 - Analisador de energia FLUKE coletando dados.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

b) Simulações computacionais

A partir desse ponto, partiu-se para as simulações computacionais para a

validação computacional do modelo da lâmpada tubular de LED através do software

ATPDraw, simulando e comparando os gráficos obtidos através das medições com os

gráficos obtidos através das simulações.

Conforme abordado anteriormente, existem diversos tipos de drivers para

acionamento de lâmpadas de LED. Neste trabalho, para fins de modelagem

computacional, foram considerados aspectos relacionados com a qualidade da energia,

de forma que a escolha recaiu no driver utilizado pela lâmpada L2, cuja topologia está

reproduzida na Figura 45.

Figura 45 - Topologia do conversor CC/CC encontrado na L2

11

22

33

44

5

6

7

8

5

6

7

8555

r1

r2

r3

Le Lo

Ce

CoDs

C3

Q2

BC547

LEDs

CA

C2C1

76

Sendo:

CA= Fonte de tensão alternada;

C1 = Filtro de ondulação de onda de tensão de alta frequência;

C2 = Filtro de ondulação de onda de baixa frequência;

Le = Indutor do filtro de entrada do Buck;

Ce = Capacitor do filtro de entrada do Buck;

r1, r2, C3= Resistores e capacitor do CI 555;

r3 = Resistor de controle do sinal de saída do CI 555 (rsense);

Q1 = MOSFET;

Q2 = Transistor TJB;

Ds = Diodo Schottky;

Lo = Indutor do filtro de saída do Buck;

Co = Capacitor do filtro de saída do Buck.

c) Estudos luminotécnicos

Após os estudos comparativos sobre qualidade da energia elétrica entre as 3

lâmpadas consideradas, o passo seguinte consiste nas comparações luminotécnicas,

tomando por base para isto, o método dos pontos de medição, conforme mostra a Figura

46, (ABNT, 1985).

Figura 46 - Método para medição de iluminância média de um ambiente

p-1 p-2

p-3 p-4

b

(Fonte: ABNT, 1985)

77

Segundo a norma quando se trata de uma iluminação com apenas um ponto

central deve-se “Fazer leituras nos lugares p-1, p-2, p-3 e p-4. Calcular a média

aritmética dos quatro lugares, que é a iluminância média da área”.

d) Estudos de Relação Custo Benefício – RCB

Como última etapa desta dissertação, tem-se o estudo da viabilidade econômica

da substituição. O método de cálculo utilizado, prevê o cálculo da relação custo–

benefício, de maneira a obter dados que permitam concluir sobre a viabilidade ou não

da substituição das lâmpadas tubulares fluorescentes por lâmpadas tubulares LED.

Para o estudo de viabilidade econômica foi utilizado o método de cálculo

proposto pela ANEEL em seu Manual para a Elaboração do Programa de Eficiência

Energética e, no Procedimentos do Programa de Eficiência Energética – PROPEE.

Módulo 7 – Viabilidade econômica, considerando o novo sistema tarifário a ser

implementado no Brasil em 2015, denominado bandeiras tarifárias.

Segundo este manual, o principal critério para avaliação da viabilidade

econômica de um projeto do PEE é a relação custo benefício (RCB) que o mesmo

proporciona. O benefício considerado é a valoração da energia economizada e da

redução da demanda na ponta durante a vida útil do projeto para o sistema elétrico. O

custo são os aportes feitos para a sua realização (do PEE, do consumidor ou de

terceiros).

Ainda neste manual está estabelecido que o critério chave para avaliação

consiste em alcançar um RCB não superior a 0,8, uma vez que o benefício apurado com

valoração da energia e da demanda reduzidas ao custo unitário marginal de expansão do

sistema deve ser de no mínimo 25% maior que o custo do projeto. Para esta avaliação a

energia economizada, medida em MWh, e a redução de demanda no horário de ponta

(posto tarifário ponta), medida em kW, são os principais indicadores quantitativos para

projetos de eficiência energética. Os principais índices de valoração dos benefícios são

os Custos Evitados de Demanda (CED) e o Custo Evitado de Energia (CEE).

78

4 Estudos laboratoriais – resultados e análises

Neste capítulo são apresentados os dados coletados, bem como feitas as análises

no que concerne à qualidade da energia elétrica do acionamento das lâmpadas F, L1 e

L2. Mais precisamente são analisadas as distorções nas formas de onda de tensão e

corrente elétrica, fenômeno conhecido como harmônicos causados, nos casos aqui

apresentados, essencialmente por dispositivos de controle atuando como chaves,

comumente empregados em reatores eletrônicos e drivers de lâmpadas de LED.

4.1 Ensaios realizados com as lâmpadas F, L1 e L2

4.1.1 Lâmpada Fluorescente - F

A primeira lâmpada ensaiada é a fluorescente, acionada por meio de um reator

eletrônico. As Figuras 47 e 48 ilustram os as formas de onda de corrente e tensão

elétrica e o espectro harmônico de corrente e tensão do sistema elétrico onde foi

acionada a lâmpada mencionada, respectivamente.

Figura 47 - Distorção na forma de onda de tensão e corrente do sistema onde se encontrava a lâmpada

fluorescente acionada por reator eletrônico - Experimental.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

79

Figura 48 - Espectro harmônico de corrente da lâmpada “F” acionada por reator eletrônico,

correspondente à Figura 47

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

As ilustrações anteriores permitem observar que a forma de onda da tensão

elétrica não apresenta alterações significativas, resultando em uma DTT% de do sistema

elétrico com a lâmpada F de 1,94%. Isto se deve ao fato do barramento de energia

elétrica onde foi conectada à lâmpada ser “forte” e sobre tudo, ao fato de tratar-se de

uma carga de pequena potência.

Já para a forma de onda da corrente elétrica, nota-se uma forte distorção,

resultando em um DTI% de 139,40%. Complementarmente à forma de onda da corrente

elétrica mostra-se também, o espectro harmônico da corrente elétrica, que nada mais é

do que a decomposição dessa forma de onda em série de Fourier. Este espectro ilustra a

significativa parcela dos harmônicos de ordem ímpar (3, 5, 7, 9..., 21) e, principalmente

o harmônico de 3ª ordem com 80,54% de distorção.

Para corroborar com os gráficos plotados, através dos dados coletados ilustra-se

com a Figura 49, também, as formas de onda captadas através do analisador de energia

FLUKE.

80

Figura 49 - Formas de onda de tensão e corrente de F através do analisador de energia FLUKE.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

4.1.2 Lâmpada LED – L1

A Figura 50 ilustra as formas de onda de tensão do sistema elétrico com a

lâmpada L1 e corrente elétrica da lâmpada L1 e a Figura 51 ilustra o seu espectro

harmônico.

Figura 50 - Distorção na forma de onda de tensão do sistema com a lâmpada L1 e corrente de L1 -

Experimental.

(Fonte: Acervo Próprio)

81

Figura 51 - Espectro harmônico de corrente de L1, correspondente à Figura 52.

(Fonte: Acervo Próprio)

Para esta lâmpada, observa-se, assim como no caso anterior, que onda da tensão

não apresenta pequena distorção, fato ratificado pelo valor da DTT% do sistema elétrico

com a lâmpada L1 de 2,89%. O valor obtido encontra-se um pouco um pouco acima da

lâmpada F analisada anteriormente.

Já para a distorção na forma de onda de corrente, resultou em um DTI% de

51,23%, bem abaixo do valor apresentado pela lâmpada fluorescente - F. O espectro

harmônico evidencia a grande influência dos harmônicos de ordem impar e,

principalmente o harmônico de 3ª ordem com 33,25%, porém, ainda menor do que o

apresentado pela lâmpada F.

A Figura 52 mostra a tensão e corrente da lâmpada L1, desta vez obtida com

auxílio do analisador de energia FLUKE.

É importante registrar, que devido ao fato da magnitude da corrente elétrica da

lâmpada LED L1 ser muito baixa e o visor do instrumento ser pequeno, para que fosse

possível a visualização com clareza das formas de onda mostradas na Figura 52, foi

necessário utilizar o comando ZOOM do analisador. Desta forma, a forma de onda de

corrente apresentada na Figura 52, encontra-se com uma pequena distorção

comparativamente à forma real ou original. De toda maneira, é possível perceber que

ambas possuem o mesmo comportamento.

82

Figura 52 - Forma de onda de tensão e corrente de L1 através do analisador de energia FLUKE.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

4.1.3 Lâmpada LED – L2

A Figura 53 ilustra as formas de onda de tensão do sistema elétrico com a

lâmpada L2 e corrente elétrica da lâmpada L2 e, a Figura 54 ilustra seu espectro

harmônico.

Figura 53 - Forma de onda de tensão e corrente de L2 - Experimental.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

83

Figura 54 - Espectro harmônico de corrente de L2, correspondente à Figura 55.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

De maneira similar às lâmpadas anteriores, constata-se uma baixa distorção na

forma de onda de tensão resultando em um DTT% do sistema elétrico com a lâmpada

L2 de 2,08%, um pouco acima do que apresentou a lâmpada F, porém abaixo do que

apresentou a lâmpada L2.

Para a distorção harmônica de corrente obteve-se um DTI% do sistema com a

lâmpada L2 de 24,57%, bem inferior ao apresentado pelas lâmpadas F e L1.

Pode-se ver na Figura que ilustra espectro harmônico, novamente, a influência

dos harmônicos ímpares, principalmente do harmônico de 3ª ordem de 12%.

A Figura 55 ilustra as formas de onda de tensão do sistema elétrico com a

lâmpada L2 e corrente elétrica da lâmpada L2 obtidas com o analisador de energia

FLUKE. A distorção que se observa na Figura é decorrente do motivo anteriormente

explanado.

84

Figura 55 - Formas de onda de tensão do sistema com a lâmpada L2 e corrente de L2 através do

analisador de energia FLUKE

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Para fins de comparação, as Figuras 56 e 57 ilustram os oscilogramas de tensão e

corrente elétrica dos ensaios experimentais realizados com as 3 lâmpadas.

Observa-se, como esperado, a semelhança e a pequena distorção harmônica das

formas de onda de tensão elétrica. Para as correspondentes ondas de corrente, o

comportamento é diferente. Observa-se uma forte discrepância, com distorções distintas

para cada uma das lâmpadas utilizadas. Destas, aquela vinculada à lâmpada

fluorescente, além de encontrar-se fortemente distorcida, também apresenta um valor de

pico bem mais elevado do que as lâmpadas L1 e L2.

Figura 56 - Formas de onda de tensão do sistema elétrico com o acionamento de F, L1 e L2

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

85

Figura 57 - Formas de onda de corrente de F, L1 e L2

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Tendo em vista que, numa unidade consumidora qualquer, pode ocorrer a

utilização simultânea de duas ou mais lâmpadas, na sequencia, mostra-se as formas de

onda de corrente e tensão correspondente às três lâmpadas objeto deste trabalho. Desta

maneira, poder-se-ia analisar a influência das 3 lâmpadas no sistema elétrico.

As Figuras 58 e 59 ilustram as formas de onda de tensão e corrente elétrica total

das três lâmpadas estudadas e o espectro harmônico correspondente.

Figura 58 - Formas de onda de tensão do sistema elétrico e corrente elétrica do acionamento conjunto de

L1, L2 e F

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

86

Figura 59 - Espectro harmônico de corrente do acionamento de F, L1 e L2 , correspondente à Figura 58.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Nesta condição operativa – as três lâmpadas funcionando, resultou em uma

baixa DTT%, da ordem de 2,29% e em uma DTI% de 76,04%.

Observa-se também, que a forma de onda da corrente total assemelha-se mais

com aquela individual que apresentou maior DTI% nas análises feitas anteriormente, ou

seja, a lâmpada F.

Seguindo a mesma metodologia anterior, a seguir estão mostrados os resultados

obtidos com o analisador FLUKE. A Figura 60 ilustra as formas de onda de tensão e

corrente elétrica para o caso anteriormente apresentado. Considerando a maior

magnitude do sinal de corrente neste caso, a onda de corrente pode ser obtido com

menor distorção, uma vez que não foi preciso aplicar o zoom ao aparelho. Desta forma,

a onda de corrente encontra forte semelhança com aquela obtida pelo analisador MARH

– 21.

87

Figura 60 - Formas de onda de tensão e corrente do acionamento de F, L1 e L2 juntas, através do

analisador de energia FLUKE

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

4.2 Análises dos resultados alcançados

Como o objetivo desse estudo é comparar a substituição de lâmpadas

fluorescentes tubulares por lâmpadas LED tubulares, a lâmpada fluorescente tubular

estudada (F), servirá de base para fins de comparação que devam ser realizadas.

Coletados os dados através das medições feitas com o analisador de energia

elétrica MARH – 21 foi possível plotar os gráficos das formas de onda de tensão e

corrente elétrica das 3 lâmpadas bem como os respectivos espectros harmônicos de

corrente elétrica. Como forma de se ilustrar melhor as influências harmônicas nos

acionamentos relatados até aqui, lança-se mão dos Quadros 14 e 15, que sintetizam os

valores alcançados pelos principais harmônicos encontrados, que são de ordem ímpar,

para o DTT% e o DTI%, respectivamente. O Quadro 16 mostra os DTI% das 3

lâmpadas analisadas.

88

Quadro 14 - Harmônicas ímpares de tensão elétrica resultante das medições

Harmônicas ímpares de tensão (%)

Lâmpadas 3º 5º 7º 9º 11º 13º 15º 17º

F 1,05 1,06 0,62 0,76 0,29 0,15 0,43 0,07

L1 0,74 1,67 0,79 0,83 0,35 0,46 0,49 0,37

L2 1,23 1,17 0,66 0,70 0,27 0,09 0,34 0,16

F, L1 e L3 1,36 1,18 0,60 0,53 0,45 0,39 0,16 0,31

Quadro 15 - Harmônicas ímpares de corrente elétrica resultante das medições

Harmônicas ímpares de corrente (%)

Lâmpadas 3º 5º 7º 9º 11º 13º 15º 17º

F 80,54 53,87 37,16 36,61 37,59 34,07 30,90 27,03

L1 33,25 3,34 3,49 0,73 5,79 7,29 3,33 7,09

L2 12,00 7,56 6,18 3,33 5,03 3,82 4,86 1,56

F, L1 e L3 52,36 33,66 19,20 17,01 13,42 13,33 14,45 13,84

Quadro 16 - Distorção total de corrente elétrica das lâmpadas em estudo

Lâmpada DTI%

F 139,40

L1 51,23

L2 24,57

As análises feitas resultaram em valores bastante positivos para as lâmpadas de

LED L1 e L2 comparativamente à lâmpada F.

O sistema com a lâmpada L1 resultou uma DTT% um pouco maior do que a

lâmpada F, cerca de 0,95% , porém, resultou em um DTI% cerca de 88,17% menor do

que a lâmpada F.

Já para o sistema com a lâmpada L2 o resultado é ainda melhor

comparativamente à lâmpada F e também a lâmpada L1.

O sistema com a lâmpada L1 apresentou um DTT% cerca de 0,14% menor do

que o resultante da lâmpada F e, um DTI% cerca de 114,83% menor do que o DTI%

resultante da lâmpada F. Comparando o sistema com as lâmpadas de LED, L2 obteve

um DTT% cerca de 0,81% menor do que o DTT% de L1 e um DTI% cerca de 26,66%

menor do que o DTI% de L1.

89

Já no acionamento das 3 lâmpadas simultaneamente, obteve-se um DTT% do

sistema elétrico de 2,29% e um DTI% de 76,04%, ou seja, alterou-se o perfil da

contribuição harmônica, resultando em um DTT% e DTI% menores do que os do

sistema elétrico com a lâmpada F. Isto indica que não houve contribuição para o

aumento das distorções harmônicas e sim para sua diminuição.

Ainda assim os valores encontrados para os DTT% da rede, de acordo com o

PRODIST em seu módulo 8, se encontram abaixo dos valores de referência globais

estabelecidos. Para a tensão nominal do barramento abaixo de 1 kV, situação

encontrada em instalações elétricas em baixa tensão, o valor não deve ultrapassar 10%

de DTT(%), como mostra o Quadro 17.

Quadro 17 - Valores de referência globais das distorções harmônicas totais (%)

Tensão nominal do Barramento Distorção Harmônica Total de Tensão (%)

Vn ≤ 1 kV 10

1 kV < Vn ≤ 13,8 kV 8

13,8 kV < Vn ≤ 69 kv 6

69 kV < Vn≤ 230 kV 3

(Fonte: ANEEL, 2015)

O Quadro 18 compara o DTT(%) de referência segundo o PRODIST – módulo 8

e as distorções totais de tensão - DTT(%) encontrados nas medições.

Quadro 18 - Comparação dos valores de referência com os valores encontrados de DTT(%)

Tensão

nominal do

barramento

1kV

Valor de

referência

DTT(%)

10

DTT(%) do sistema com a Lâmpada F

1,94

DTT(%)do sistema com a Lâmpada L1

2,89(%)

DTT(%)do sistema com a Lâmpada L2

2,08

DTT(%)do sistema com as 3 lâmpadas

2,29

Em relação às harmônicas individuais de tensão - DITT(%) ímpares das 3

lâmpadas acionadas individualmente e simultaneamente, também se encontram dentro

90

dos valores de referência indicados pelo PRODIST – módulo 8. O Quadro 19 mostra

essas referências e compara com os valores encontrados neste estudo.

Quadro 19 - Comparação entre os DITT(%) encontrados nas medições e valores de referência indicados

pelo PRODIST - Módulo 8

Ordem

harmônica

Distorção harmônica individual de tensão (%)

Vn ≤ 1 kV

Valores de

referência

Sistema com a

Lâmpada F

Sistema com a

Lâmpada L1

Sistema com a

Lâmpada L2

Sistema com as

3 lâmpadas

3 6,5 1,05 0,74 1,23 1,36

5 7,5 1,06 1,67 1,17 1,18

7 6,5 0,62 0,79 0,66 0,6

9 2 0,76 0,83 0,7 0,53

11 4,5 0,29 0,35 0,27 0,45

13 4 0,15 0,46 0,09 0,39

15 1 0,43 0,49 0,34 0,16

17 2,5 0,07 0,37 0,16 0,31

91

5 Simulação computacional

Como parte dos objetivos propostos, este capítulo se destina a apresentar a

modelagem matemática e computacional da lâmpada denominada L2, de maneira a

possibilitar a implementação e validação de um modelo computacional para este

dispositivo.

A escolha pela lâmpada L2 deveu-se, além do melhor desempenho sob o ponto

de vista da qualidade da energia elétrica, por tratar-se de um modelo facilmente

encontrado no mercado e maior vida útil, comparativamente as demais lâmpadas

consideradas neste estudo. A parte principal da modelagem recaiu sobre o módulo do

driver, uma vez que esta parte do circuito é quem determina o desempenho da lâmpada

em questão.

Por comparação com os dados experimentais, procede-se com a validação do

modelo desenvolvido, desta forma disponibilizando uma ferramenta de grande valia

para o desenvolvimento de estudos com a lâmpada enfocada.

5.1 Análise do circuito de driver da lâmpada tubular LED para a modelagem

matemática e validação computacional

Para a realização desta etapa dos trabalhos, devido a não terem sido encontradas

as fichas técnicas da lâmpada e correspondente driver, a opção adotada foi abrir a

lâmpada L2 e analisar a topologia do circuito utilizado para o acionamento da mesma. A

Figura 61 ilustra a parte interna da lâmpada, onde se observam os diversos componentes

constituintes.

Figura 61 – Circuito interno da lâmpada L2.

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

92

Visualmente constatou-se que o circuito de driver utilizado é do tipo Buck, uma

vez que este circuito deve alimentar um conjunto de LEDs e os mesmos tem tensão

nominal baixa, entre 1 V a 3,05 V. De maneira a evitar erros, foi medida a tensão de

saída do Buck e encontrada uma tensão de 60,3 V. Dessa maneira pode-se afirmar que

para lâmpadas tubulares de LED o circuito de driver utilizado é o do tipo Buck.

Este circuito apresenta um circuito retificador de onda completa, um estágio de

filtragem de ondulação da forma de onda de tensão de entrada, um estágio de filtro de

entrada para o conversor Buck, um circuito de controle através de circuito integrado

para o MOSFET do Buck, um estágio de filtro de saída do Buck e resistores para limitar

a corrente nos LEDs.

Os circuitos retificadores podem ser de 2 tipos dependendo do tamanho do

driver que se deseja. Podem ser feitos através da composição de 4 diodos em ponte ou

pode-se adquirir essa ponte feita através de uma ponte em miniatura (ver anexo).

O driver encontrado tem seu chaveamento controlado através de modulação por

largura de pulso, ou seja, aplicando–se um pulso positivo na base do MOSFET (Q1),

Figura 45, este entra em condução. Como já explicado anteriormente este tipo de

circuito conversor trabalha com um transistor e um diodo, ambos operando como

chaves. A frequência de chaveamento aplicada no MOSFET é geralmente acima de 100

kHz, isso reduz os ruídos audíveis provindos desse chaveamento.

Devido a esta alta frequência é utilizado um diodo denominado Schottky (Ds)

neste conversor. Este diodo tem a propriedade de entrar em condução e em bloqueio

muito mais rapidamente que os diodos normais, sendo assim ideal para circuitos que

operam com frequências de chaveamento acima de 20 kHz (AHMED, 2000). Em anexo

tem – se uma folha de especificação de um diodo Schotkky comumente utilizado neste

tipo de driver.

As lâmpadas encontradas no mercado são, em sua maioria, bivolts, ou seja,

operam com tensões de 100 V a 240 V. Dessa maneira é necessário que se controle o

tempo ligado (Ton) do pulso do circuito integrado para que assim se estabilize a tensão

de saída do Buck. Essa análise é feita através da Figura 45. Isso pode ser feito através de

um transistor TJB (Q2). Quando o nível de tensão aplicado nos LEDs cai, através de r3

é enviado um sinal de corrente ao transistor Q2 que começa a conduzir e, essa condução

reduz a largura do pulso do CI 555 (BABU, 2011). Essa alteração em Ton do CI altera o

ciclo de trabalho “d” do Buck, o que garante uma tensão de saída constante em

aproximadamente 60 V. Outros circuitos integrados podem ser utilizados neste caso.

93

O ciclo de trabalho, equação (25) de um conversor CC/CC Buck nada mais é do

que a razão entre o tempo ligado do CI e a largura do pulso do mesmo:

d =

Ton

T

(25)

Sendo,

Ton = Tempo ligado do pulso aplicado no MOSFET do Buck;

T = Período ou largura do pulso aplicada no MOSFET do Buck.

Como o objetivo é disponibilizar uma tensão contínua, porém, menor do que a

tensão de entrada para os LEDs, devido às ondulações provocadas pela operação do

conversor Buck, se faz necessária a introdução de filtros de entradas (Le e Ce) e saída

(Lo e Co) para diminuir as ondulações de tensão e corrente aplicadas nos LEDs.

O arranjo de LEDs é feito através de 132 LEDs conectados em 3 grupos de 44

LEDs em série e cada grupo em paralelo entre si e com a saída do Buck, garantindo

assim uma tensão aproximadamente 1,36 V por LED.

Para que se assegura a corrente necessária em cada grupo de LED, são utilizados

resistores em série com cada grupo de 44 LEDs. A Figura 62 ilustra esse arranjo.

Figura 62 - Arranjo dos LEDs no circuito

L1

L2

L3

L43

L44

L45

L46

L47

L87

L88

L89

L90

L91

L131

132

CC Buck

r1 r2 r3

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

94

Como os conversores CC/CC funcionam como transformadores em corrente

contínua, para obter-se a corrente de entrada para um conversor Buck basta multiplicar a

corrente de saída pelo ciclo de trabalho do Buck (AHMED, 2000). Assim tem-se por

meio da equação (26):

ILo = ILe × d (26)

Sendo, ILo = Corrente na entrada do driver; ILe = Corrente na saída do driver.

Um diagrama simplificado desse sistema é mostrado na Figura 63.

Figura 63 - Diagrama simplificado do driver da lâmpada L2

CA

CA

CC

CC

CCLEDs

Controlador

de Pulsos

Fonte Retificador de

onda completa Buck Carga

Circuito

integrado

Observa–se então, que para a parametrização do conversor Buck se faz

necessário saber o ciclo de trabalho (25) do conversor. Para isso foram feitas análises

em laboratório com auxílio do osciloscópio mencionado no tópico “materiais” deste

trabalho.

Através dessa análise laboratorial, conseguiu–se determinar a frequência de

chaveamento para a lâmpada tubular LED sendo acionada em 127 V e em 220 V, bem

como ambos os ciclos de trabalho para cada nível de tensão. As Figuras 64 e 65,

respectivamente, ilustram os pulsos do circuito integrado em 127 V e em 220 V.

95

Figura 64 - Pulsos para acionamento da lâmpada LED em 127 volts

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Figura 65 - Pulsos para acionamento da lâmpada LED em 220 volts

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Tem–se então 2 ciclos diferentes de trabalho, como esperado, para cada nível de

tensão aplicado a lâmpada. Vale lembrar que automaticamente o circuito integrado que

gera esses pulsos se adapta ao nível de tensão de alimentação.

Conforme ilustram as Figuras anteriores, a frequência de chaveamento para o

127 V foi de 150 kHz com Ton de 13,33 µs e, para 220 V foi de 250 kHz com Ton de

96

14,81 µ𝑠. Assim foram obtidos ambos os ciclos de trabalho através da equação 27,

resultando em um ciclo de trabalho de 0,5 para o acionamento em 127 V e 0,27 para o

acionamento em 220 V. Esses dados obtidos se tornam compatíveis com o nível de

tensão medido anteriormente em 60 V na saída do Buck. Assim como aplicada a

equação para encontrar o ciclo de trabalho para se determinar o valor da corrente de

saída no Buck, a mesma relação pode ser utilizada para se determinar a tensão aplicada

na saída do Buck (AHMED, 2000). Assim através da equação 27 pode-se chegar ao

resultado desejado para a tensão:

𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝑉𝑖𝑛 × 𝑑 (27)

Sendo,

𝑉𝑜𝑢𝑡= Tensão de saída desejada no Buck;

𝑉𝑖𝑛 = Tensão aplicada na entrada do Buck.

A partir desse ponto tem-se os dados necessários para a modelagem matemática

e computacional.

5.2 Modelagem matemática do conversor Buck

Tendo em vista as elevadas frequências de chaveamento dos circuitos de

controle da lâmpada LED, tanto para a tensão de 127 V quanto para 220 V, o simulador

ATP utilizado necessita fazer o chaveamento do transistor (MOSFET) e os cálculos

necessários para esse chaveamento. Esta operação resulta em um tempo de simulação

extremamente elevado, cerca de 7500 segundos, o que deixaria os trabalhos de

simulação exaustivos e pouco atrativos.

Dessa maneira, como forma de contornar essa questão, sem, no entanto,

comprometer os resultados, optou–se por diminuir em 1/3 as frequências de

chaveamento na simulação, desta forma reduzindo o tempo de simulação para cerca de

1500 segundos, tornando a simulação menos cansativa e demorada.

Ainda atendendo às limitações de tempo de execução do software utilizado para

as simulações, o objetivo desse tópico deverá ser calcular somente os filtros de entrada,

de saída e os resistores que limitam as correntes nos conjuntos de LED. Como o ATP

97

não possui em sua biblioteca componentes de circuitos integrados, foi desenvolvido o

modelo de um componente que responde da mesma forma que um circuito integrado em

relação às frequências de chaveamento. Este componente é melhor abordado no tópico

relacionado com a validação computacional. A Figura 66 ilustra o componente

desenvolvido.

Figura 66 - Componente desenvolvido para funcionar como um Circuito Integrado

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

A Figura 67 ilustra o filtro de entrada, que é composto pelo indutor Le e pelo

capacitor Ce e é empregado para corrigir os efeitos de harmônicos devido à corrente

pulsada da fonte que alimenta o conversor e, se houver indutância em série com a

chave, no momento de sua abertura pode ser produzida uma sobretensão e destruir essa

chave (MARTINS E BARBI, 2006). Segundo este mesmo autor, “nas aplicações onde o

conversor Buck deve produzir uma tensão contínua de baixa ondulação, é necessário

adicionar um filtro de saída passa – baixa constituído de um indutor e um capacitor”. O

filtro de saída é composto pelo indutor Lo e pelo capacitor Co.

Figura 67 - Filtros de entrada e saída do Buck e resistores limitadores de corrente nos LEDs

11

22

33

44

5

6

7

8

5

6

7

8555

r4

r6

r5

Le Lo

Ce

CoDsVcc

C1

Q1

IRFZ44

Q2

BC547

r1 r2 r3

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

98

Antes de calcular os filtros de entrada e saída deve–se, primeiramente, definir

qual a variação de tensão e corrente (ondulação) permitida na saída do Buck. Uma vez

que se deseja corrente e tensão de saída o mais próximo possível de sinais contínuos,

atribui-se o limite de 1% de ondulação para essas grandezas elétricas. Para a execução

dos cálculos aqui propostos é utilizada a metodologia proposta por Martins e Barbi

(2006).

O cálculo do capacitor de entrada é dado pela equação (28).

CE =

I0

4 × f × ∆VCEmáx

(28)

Sendo:

CE = Capacitância do filtro de entrada;

∆VCEmáx = Variação máxima de tensão permitida no capacitor de entrada;

f = frequência de chaveamento;

I0 = Corrente na carga.

Para o cálculo do indutor de entrada tem-se a equação (29).

𝐿𝐸 =

1

31×

𝐼0

𝑓2 × 𝐶𝐸 × ∆𝐼𝐿𝐸𝑚á𝑥

(29)

Sendo:

𝐿𝐸 = Indutância do filtro de entrada;

∆ILEmáx = Variação máxima de tensão permitida no indutor de entrada;

f = frequência de chaveamento;

I0 = Corrente na carga.

Como se deseja uma ondulação de tensão e corrente da ordem de 1% utilizam–se

as equações (30) e (31):

∆VCEmáx = 1% × Vin (30)

99

∆ILEmáx = 1% × ILE (31)

Sendo:

Vin = Tensão de entrada do Buck;

ILE = Corrente de entrada do Buck.

Da mesma maneira procede–se com o cálculo dos componentes do filtro de

saída do conversor Buck. Através da equação (32) calcula–se o indutor de saída:

L0 =

Vin

4 × f × ΔILomáx

(32)

Sendo:

L0 = Indutância do filtro de saída;

Vin = Tensão de entrada;

ΔILomáx = Variação máxima de tensão permitida no indutor de saída

f = frequência de chaveamento.

A capacitância de saída pode ser calculada pela equação (33):

C0 =

Vin

31 × L0 × f 2 × ΔVComáx

(33)

Sendo:

C0 = Capacitância do filtro de saída;

Vin = Tensão de entrada;

L0 = Indutância do filtro de saída;

ΔVComáx = Variação máxima de tensão permitida no capacitor de saída;

f = frequência de chaveamento.

Como se deseja uma ondulação de tensão e corrente na ordem de 1% utilizam–se

as equações (34) e (35):

∆VComáx = 1% × Vout (34)

100

∆ILomáx = 1% × I0 (35)

Sendo:

Vout = Tensão de saída do Buck;

I0 = Corrente de saída do Buck (corrente de carga).

Para os cálculos dos resistores que limitam corrente nos LEDs utiliza-se a Lei de

ohm na equação (36):

Vout = 𝑅 × I0 (36)

Aplicando os valores nas equações apresentadas de acordo com uma tensão

aplicada de 127 V, obtém–se os seguintes resultados apresentados no Quadro 20:

Quadro 20 - Resultados obtidos para o circuito Buck

Grandezas Valores obtidos Valores comerciais (utilizados)

Vin 127 V 127 V

Vout 60 V 60 V

ILE 120 mA 120 mA

D 0,5 0,5

I0 240 mA 240 mA

CE 0,472 µF 1 µF

∆VCEmáx 1,27 V 1,27 V

∆ILEmáx 1,2 mA 1,2 mA

F 50 kHz 50 kHz

𝐿𝐸 2,73 mH 3,0 mH

∆ILomáx 2,4 mA 2,4 mA

∆Vcomáx 0,6 V 0,6 V

C0 10,5 pF 11 pF

L0 260 mH 270 mH

r1 750 Ω 750 Ω

r2 750 Ω 750 Ω

101

r3 750 Ω 750 Ω

Através dos dados obtidos no Quadro 20 parte-se agora para a simulação e

validação computacional.

5.3 Implementação e validação computacional

Neste ponto é mostrada a implementação do modelo da lâmpada L2 e

apresentados os resultados das simulações computacionais, utilizando o simulador ATP

(Alternative Transients Program).

Dado o número de componentes do modelo, o modelo completo apresenta

dimensões que dificultam a sua ilustração completa. Por este motivo, a alternativa

encontrada foi por dividir em 7 módulos, permitindo melhor visualização dos

componentes conforme Figura 68.

Figura 68 – Diagrama de blocos do circuito simulado separado em módulos

Fonte CA

Ponte

Retificadora

CA/CC

Filtros de

ripple de

tensão

Filtro de

entrada do

conversor CC/

CC

CI para

controle do

chaveamento

do MOSFET

do circuito

Diodo

Schotkky +

filtro de saída

do Conversor

CC/CC

LEDs

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 Módulo 4 Módulo 5 Módulo 6 Módulo 7

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Módulo 1:

O módulo 1, retrata a alimentação da lâmpada, juntamente com o acoplamento

do sinal enviado ao circuito integrado presente no módulo 4.

Grandezas monitoradas (Ponto 1): tensão ac, corrente ac e tensão RMS.

Módulo 2:

O módulo 2 é composto pela ponte retificadora.

Módulo 3:

O módulo 3 é composto pelos Filtros (C1 e C2) de ondulação de tensão (ripple)

de alta e baixa frequência da fonte retificadora.

102

Módulo 4:

O módulo 4 é composto pelo filtro (Le e Ce) de entrada do conversor CC/CC

Buck.

Módulo 5:

O módulo 5 é composto pelo circuito integrado elaborado.

Grandezas monitoradas (Ponto 2): Pulsos de saída do CI.

Módulo 6:

O módulo 6 é composto pelo diodo schotkky e do filtro de saída (Lo e Co) do

conversor CC/CC Buck.

Módulo 7:

O módulo 7 representa as resistências que limitam a corrente elétrica no arranjo

de LEDs da Lâmpada.

Grandezas monitoradas (Ponto 3): Tensão e corrente de saída do Buck.

No primeiro passo da validação foi utilizado um estágio retificador CA-CC de

onda completa. Para fonte CA foi utilizado o componente Ac1ph.sup e uma fonte CA

com aterramento próprio. Os diodos utilizados para a ponte retificadora foram os

componentes Diode.sup. Para a filtragem de ondulação do sinal CC foram utilizados 2

capacitores componentes Cap_u0.sup. Ainda na fonte de tensão CA foi colocado um

medidor de RMS (TACS: DEVICE66), para que fosse possível fazer com que o circuito

funcionasse tanto para 127 V quanto para 220 V, dessa maneira se retratou o mais fiel

possível a lâmpada LED L2. A funcionalidade desse medidor RMS será explicada

melhor quando for mostrado o conversor Buck.

Os componentes TACS (Transient Analisys of Control Systems) no ATP são

todos os componentes de sistemas de controle. A Figura 69 ilustra o estágio retificador

do driver.

103

Figura 69 - Estágio retificador do driver

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Para o estágio conversor CC-CC os indutores empregados em ambos os filtros

de entrada e saída foram do tipo Ind_Rp.sup. Já o capacitor de entrada foi do tipo

Cap_Rs.sup e o de saída Cap_u0.sup. Essa diferença se deu devido ao fato do capacitor

do filtro de saída obter uma maior estabilização da tensão de saída. Para o lugar do

transistor foi utilizada uma chave (sw_tacs.sup) que tem a propriedade de fechar quando

aplicado um sinal de tensão ou corrente ≥ 1 na sua base e quando não houver sinal ou

esse for menor do que 1 a chave comuta para o estado aberto. Em sua programação é

interessante que se coloque o valor 1 no parâmetro GIFU pois, dessa maneira a chave só

comuta para o estado fechado quando outro diodo presente no circuito estiver aberto e

vice–versa. O ATP não possui em sua biblioteca de componentes circuitos integrados,

porém disponibiliza diversos componentes básicos que dependendo do modo como

usados podem suprir as eventuais faltas de componentes deste software. Para o

funcionamento do CI 555 foi utilizada uma fonte comparadora (TACS: DEVICE60) que

compara 2 sinais em duas de suas entradas. Dependendo da relação entre um sinal e

outro, ou seja, se o sinal 1 for maior ou menor que o sinal da entrada 2, essa TACS

libera um terceiro sinal na sua porta de saída vindo das suas outras 3 entradas que

possue. Nessas outras 3 entradas são colocadas 2 outras fontes (TACS: PULSE_03) que

geram sinais retangulares com larguras de pulso Ton e amplitudes programadas de

acordo com a necessidade do circuito. Essas fontes pulsantes foram ajustadas de acordo

com a frequência analisada em laboratório de acordo com os níveis de tensão 127 V e

220 V. Dessa maneira foi possível modelar uma lâmpada bivolt. Em suas entradas

104

comparadoras conectou-se o medidor RMS através de duas TACS (FORTRAN1) que

tem a propriedade de localizar na simulação qualquer sinal desde que seja feita a

programação dentro das mesmas. Esse medidor faz a leitura RMS do sinal da fonte CA

na entrada do circuito e as TACS: FORTRAN1 captam esse sinal e o insere nas portas

comparadoras da TACS DEVICE60. A fonte comparadora foi ajustada de forma que se

o sinal do medidor RMS, captado pelas TACS: FORTRAN1, for menor do que 140 V, o

sinal de saída da chave comparadora corresponderá aos pulsos de acordo com a

frequência de chaveamento da lâmpada em 127 V. Se o sinal for maior do que 140 V o

sinal de saída da chave comparadora corresponderá aos pulsos de acordo com a

frequência de chaveamento da lâmpada em 220 V. Assim basta alterar-se o nível de

tensão de entrada que o circuito se ajusta automaticamente à frequência de

chaveamento. A Figura 70 ilustra o conversor CC-CC.

Figura 70 - Conversor Buck modelado no ATP

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Como resultado dessa simulação, obtiveram–se então as formas de onda de

tensão, tensão com ZOOM e tensão RMS, ilustradas pelas Figuras 71, 72 e 73,

respectivamente.

105

Figura 71 - Forma de onda de tensão de entrada simulada

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Te

ns

ão

(V

)

Tempo (s)

Figura 72 - Forma de onda da tensão de entrada com "ZOOM"

0,2050,170 0,175 0,180 0,185 0,190 0,195 0,200-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Te

ns

ão

(V

)

Tempo (s)

Figura 73 - Tensão RMS de entrada para 180 V

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,50

30

60

90

120

150

Te

ns

ão

RM

S (

V)

Tempo (s)

Os pulsos referentes ao controle do chaveamento do conversor Buck também

são ilustrados de forma a validar a simulação. A Figura 74 mostra como se deu a

106

resposta do programa à frequência estabelecida e a Figura 75 mostra através de um

ZOOM os pulsos e seus respectivos Ton, Toff e largura de pulso.

Figura 74 - Resultado dos pulsos devido a elevada frequência de chaveamento

Figura 75 - ZOOM dos sinais pulsantes para o controle de chaveamento do transistor do Buck

51,20 51,25 51,30 51,35 51,40 51,45 51,500,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

Am

plitu

de

do

Pu

lso

(A

dm

me

ns

ion

al)

Tempo (ms)

Como resultado do conversor Buck tem–se, assim como o modelado

matematicamente, o sinal de tensão de saída em 60 V, como mostra a Figura 76.

107

Figura 76 - Tensão de saída do conversor Buck

A Figura 77 ilustra o ZOOM dado ao sinal de tensão na saída do Buck,

mostrando que, assim como o calculado, a ondulação de tensão correspondeu ao

modelado, ou seja, um pouco menos do que 1%.

Figura 77 - Ondulação de tensão de saída do Buck

0,1973 0,1974 0,1975 0,1977 0,1978 0,1979 0,198059,2

59,3

59,4

59,5

59,6

59,7

59,8

59,9

Te

ns

ão

(V

)

Tempo (s)

A Figura 78 mostra o sinal de corrente na saída do Buck, que assim como o

modelado matematicamente resultou em 240 mA e, a Figura 79 mostra o ZOOM dado

na Figura 78 ilustrando que a simulação também correspondeu a modelagem

matemática da limitação da ondulação de corrente em 1%.

108

Figura 78 - Corrente de saída do conversor Buck

Figura 79 - Ondulação da corrente de saída do conversor Buck

0,182 0,182 0,182 0,182 0,182 0,182 0,1820,2370

0,2375

0,2380

0,2385

0,2390

0,2395

0,2400

Co

rre

nte

Elé

tric

a (

A)

Tempo (s)

E finalmente, obtiveram–se os gráficos de corrente elétrica da entrada do

circuito, antes da retificação, e também seu espectro harmônico, correspondendo às

formas de onda plotadas de acordo com os dados obtidos nas medições de qualidade da

energia elétrica em laboratório. A Figura 80 ilustra a forma de onda de corrente elétrica

da entrada do circuito, resultante da simulação, a Figura 81 ilustra um ZOOM dado

nesse gráfico, e a Figura 83 a sobreposição entre corrente e tensão elétrica de entrada da

lâmpada L2 simulada, que mostra um comportamento muito semelhante ao gráfico da

Figura 53.

109

Figura 80 - Forma de onda de corrente elétrica da entrada do circuito

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

Co

rre

nte

Elé

tric

a (

A)

Tempo (s)

Figura 81 - ZOOM do gráfico da Figura 82

0,100 0,105 0,110 0,115 0,120 0,125 0,130 0,135-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

Co

rre

nte

Elé

tric

a (

A)

Tempo (s)

Figura 82 - Tensão e corrente elétrica - simulado

Heading

0,2050,170 0,175 0,180 0,185 0,190 0,195 0,200-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

Ten

são

(V

)

Tempo (s)

-0,20

-0,15

-0,10

-0,05

0,00

0,05

0,10

0,150,15

0,20

Co

rren

te E

létrica

(A)

Tensão Corrente Elétrica

110

A Figura 83 ilustra o espectro harmônico de corrente elétrica de entrada

resultante da simulação que também se mostra similar ao encontrado de acordo com os

dados obtidos em medição e ilustrados pela Figura 54.

Figura 83 - Espectro harmônico de corrente elétrica de entrada resultante da simulação

Ordem harmônica

3

0,0

20

40

60

80

100

1 53 7 9 11 13 15 17 19 21

Co

rre

nte

Elé

tric

a (

%)

90

70

50

30

10

5.4 Resultados parciais

Neste capítulo foi apresentada a modelagem matemática do conversor CC–CC

Buck, assim como os diversos elementos componentes. Posteriormente, por comparação

com os resultados experimentais, é realizada a validação computacional com os valores

obtidos na modelagem matemática.

Pelos resultados alcançados, tanto na modelagem matemática quanto

computacional, que se mostraram bastante próximas, permitiram a validação do modelo

implementado. Para a validação, foram comparadas as amplitudes e a forma de onda de

corrente elétrica de entrada do circuito tanto na parte CA, como na CC, no caso, em

partes distintas dos componentes inseridos no circuito de driver da lâmpada L2. No que

tange a validação da parte matemática, a resposta do circuito simulado também se

encontra dentro dos limites estabelecidos de ondulação de tensão e corrente conforme

ilustraram as Figuras inseridas nesta dissertação.

Complementando essa validação tem-se também o espectro harmônico

decomposto em transformada de Fourier da corrente elétrica de entrada do circuito, que

111

se comporta de maneira muito semelhante com o espectro harmônico resultante da

análise laboratorial feita através de analisador de energia.

112

6 Estudos luminotécnicos e de viabilidade econômica

Nesta seção são analisados o desempenho lumínico das lâmpadas em estudo

através de suas iluminâncias médias e a viabilidade financeira substituição de lâmpadas

fluorescentes por lâmpadas de LED.

6.1 Verificação da iluminância média

Como mais um aspecto levado em consideração para avaliar a atratividade da

substituição das lâmpadas LED pelas lâmpadas fluorescentes tubulares, foram

conduzidos estudos luminotécnicos com a finalidade de verificar o desempenho de cada

lâmpada utilizada.

Para a condução dos estudos luminotécnicos foi utilizada a norma da ABNT

(Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 5382 – Verificação de Iluminância de

interiores.

Foi utilizada uma sala relativamente pequena, de aproximadamente 8,9 m²,

identificada como “almoxarifado do laboratório de eletrotécnica”, do curso de

engenharia elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso. Nesta sala foram fixadas

as 3 lâmpadas em estudo, uma por vez, em um mesmo ponto centralizado no ambiente.

As Figuras 84 a), b) e c) mostram, respectivamente, a sala utilizada, uma das lâmpadas

ligadas para medição e o luxímetro utilizado coletando os dados de iluminância em um

dos pontos determinados conforme a norma.

Figura 84 - a) Sala utilizada. b) Lâmpada ligada para medição. c) Luxímetro coletando dados

a) b) c)

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

113

Para uma melhor visualização do espaço e condições utilizadas nas medições

luminoténicas, a Figura 85 ilustra a planta baixa do ambiente em questão. Nesta mesma

Figura, o ponto central indica o local de fixação das lâmpadas, conforme dito, uma por

vez.

Figura 85 – Planta baixa do ambiente onde foram feitas as análises luminotécnicas

(Fonte: ACERVO PRÓPRIO)

Com o auxílio do luxímetro foram feitas as medições das iluminâncias nos 4

pontos sugeridos pela norma, P1, P2, P3 e P4. O Quadro 21 mostra consolida os valores

medidos para as três lâmpadas consideradas.

Quadro 21 - Quadro de iluminâncias medidas

Pontos

Iluminâncias (lux)

L1 L2 F

P1

50

50

61

P2

52

52

65

P3

51

50

59

P4

51

51

61

2,2

7 m

etro

s

3,90 metros

P1

P2

P4

P3

114

Com o uso da equação (37), também de acordo com a norma mencionada,

determinou-se o resultado da iluminância média de cada lâmpada, que se encontram

apresentadas no Quadro 22.

Iluminância média =

P1 + P2 + P3 + P4

4

(37)

Quadro 22 - Iluminância média calculada

Iluminância média (lux)

L1 L2 F

51 50,75 61,5

6.1.2 Resultados obtidos sob a ótica lumínica

De maneira a oferecer dados que permitam efetuar a avaliação sobre o

desempenho das lâmpadas estudadas, sob a ótica do desempenho lumínico, apresenta-

se, no Quadro 23, os dados de cada uma das lâmpadas focadas neste estudo.

Quadro 23 - Características elétricas e lumínicas das Lâmpadas analisadas

Lâmpadas Tensão

(V)

Corrente

(mA)

Potência

(W)

Iluminância

média

(Lux)

Temperatura

de cor

(Kelvin)

Fluxo

luminoso

(Lúmens)

Eficiência

Luminosa

(Lúmens/W)

F 127 157 20 61,5 3000 1350 67,5

L1 127/220 120 10 51 4000 820 82

L2 127/220 120 10 50,75 4000 825 82,5

Os resultados alcançados evidenciam que a iluminância média resultante da

lâmpada fluorescente tubular F foi maior, comparada às lâmpadas tubulares de LED L1

e L2.

Através do Quadro 23 observa-se que apesar da eficiência luminosa da lâmpada

F ser a menor, quando se trata da intensidade de iluminação, a lâmpada F apresentou um

melhor desempenho, o que se traduz numa perda de iluminação quando da substituição

da lâmpada F pelas lâmpadas L1 e L2.

O iluminamento médio da lâmpada florescente apresenta-se superior em torno

de 21%. Apesar disto, considerando outras características, como maior vida útil,

115

aspectos ambientais, dentre outros, quiçá, o menor desempenho não seja determinante

para a definição da viabilidade da utilização ou não de uma ou outra lâmpada.

.

6.2 Eficiência elétrica considerando as novas bandeiras tarifárias a serem

aplicadas no Brasil em 2015

Neste capítulo são feitos os cálculos e considerações da viabilidade econômica e

relação custo benefício da substituição de lâmpadas tubulares fluorescentes acionadas

com reatores eletrônicos por lâmpadas tubulares de LED considerando a aplicação do

novo sistema de cobrança da tarifa de energia elétrica no Brasil denominado bandeias

tarifárias.

6.2.1 Estudo de relação da viabilidade econômica financeira da substituição de

lâmpadas fluorescentes tubulares por lâmpadas tubulares LED

Este estudo visa analisar a relação custo benefício na substituição de lâmpadas

tubulares fluorescentes por lâmpadas tubulares LED. Desta forma, pretende-se buscar

mais eficiência elétrica no sistema. Os métodos de cálculos utilizados aqui encontram –

se no “Manual para a Elaboração do Programa de Eficiência Energética” e no

“Procedimentos do Programa de Eficiência Energética – PROPEE, Módulo 7 –

Viabilidade econômica”, ambos da ANEEL.

Para que o exposto acima aconteça, foi feita uma simulação da substituição de

500 conjuntos de lâmpadas + reatores (eletrônicos) por 500 lâmpadas tubulares LED.

A Tabela 2 mostra algumas informações necessárias para os cálculos:

Tabela 2- Custo individual da lâmpada

Lâmpada Preço

Tubular LED

Custos indiretos de substituição de cada lâmpada

R$ 146,00

R$ 20,00

116

Apesar de se poderem utilizar as mesmas luminárias de lâmpadas tubulares

fluorescentes para a troca por lâmpadas tubulares LED, vale ressaltar que as lâmpadas

tubulares LED não possuem reatores para seu funcionamento e o arranjo feito para sua

alimentação, diretamente com a rede elétrica, depende da especificação dos respectivos

fabricantes. Dessa maneira os custos indiretos dessas substituições acabam se tornando

um pouco mais onerosos, o que justifica os R$ 20,00 apresentados.

Para a avaliação do custo benefício podem-se ser utilizados o “Plano de

Monitoração e Verificação”. Todavia, neste trabalho, tratando-se de caráter

exploratório, utiliza-se apenas o “Plano de Verificação".

Para realizar os cálculos do plano de verificação, foram utilizados os valores de

demanda das lâmpadas medidas de forma experimental em laboratório. Apesar de a

ANEEL recomendar a medição no local em vários pontos de substituição.

As lâmpadas LED têm vida útil de 50.000h. Será considerado um período de

funcionamento diário de 10h por dia, ou seja, as lâmpadas permanecerão acessas

durante este período. A partir de (38) é possível calcular a vida útil em anos destas

lâmpadas.

Vida útil em anos =

Vida útil das lâmpadas (h)

Tempo de utilizaçao da lãmpada (h)

(ano)

(38)

Para obter os valores do custo benefício, é necessário efetuar os cálculos

comparativos da redução de demanda de ponta e eficiência elétrica entre os conjuntos

existentes na instalação (tubulares fluorescentes) e as lâmpadas a serem instaladas, no

caso as tubulares LED.

Os cálculos da “Redução de Demanda da Ponta - RDP” e “Eficiência Energética

- EE” são realizados separadamente para cada tipo de lâmpada, através das equações

(39) e (40).

RDP = [(NL1 × PL1) − (NL2 × PL2)] × FCP × 103 (39)

EE = [(NL1 × PL1 + NR1 × PR1) − (NL2 × PL2 + NR2 × PR2)] × 𝑡 × 106 (40)

Sendo:

NL1 – Quantidade de lâmpadas existentes no sistema;

117

NL2 – Quantidade de lâmpadas no sistema proposto;

PL1 – Potência de lâmpadas existentes do sistema (W);

PL2 – Potência de lâmpadas do sistema proposto (W);

NR1 – Número dos reatores da lâmpada do sistema existente;

PR1 – Potência dos reatores das lâmpadas existentes;

NR1 – Número de reatores das lâmpadas existentes no sistema;

PR2 – Potência dos reatores das lâmpadas do sistema proposto;

NR2 – Número de reatores das lâmpadas do sistema proposto.

t – Tempo de utilização em horas (no caso será de 3650h);

FCP – Fator de coincidência na Ponta (no caso será de 1);

Para o cálculo da relação do custo benefício - RCB utiliza-se a equação (41).

RCB =

Custo anualizado total

Benefício anualizado

(41)

O próximo passo é calcular o fator de recuperação de capital do valor investido

nas lâmpadas a serem colocadas no sistema, levando em consideração a vida útil dessas

lâmpadas e a taxa de juros mensal que incide sobre estes valores.

O fator de recuperação de capital é calculado por meio da equação (42).

FRC =

i × (1 + i)n

(1 + i)n − 1

(42)

Sendo:

i = taxa de juros (no caso será de 8%)

n = vida útil

Com auxílio da equação (43) é possível determinar o custo dos equipamentos a

serem instalados.

CPE = CEequipam + Cindiretos (43)

O Custo Anualizado, que corresponde ao valor investido com a troca das

lâmpadas em cima da vida útil desta, é calculado utilizando a equação (44).

118

CA = CPE × FRC (44)

O benefício é calculado a partir dos custos evitados, utilizando os valores de

RDP e EE.

Os custos evitados de demanda (RDP) e custos evitados de energia elétrica

(CEE), podem ser determinados a partir das equações (45), (46), (47) e (48),

considerando as tarifas de cada bandeira através das Tabelas 3, 4 e 5.

CED = (12 × C1) + (12 × C2 × LP)(R$/kW. ano) (45)

CEE =

(Cp × LEp) + (Cfp + LEp)

LEp + LEfp

(46)

LEp =

(7 × LE1) + (5 × LE2)

12

(47)

LEfp =

(7 × LE3) + (5 × LE4)

12

(748)

Sendo:

C1 - custo unitário da demanda no horário de ponta [R$/kW.mês];

C2 - custo unitário da demanda fora do horário de ponta [R$/kW.mês];

Cp - custo unitário da energia no horário de ponta [R$/MWh];

Cfp- custo unitário da energia fora do horário de ponta [R$/MWh];

LEfp - Constante de perda de demanda no posto na ponta;

LEp - Constante de perda de energia no posto de ponta considerando 1 kW de perda de

demanda no horário de ponta;

LE1 - Constante de perda de energia no posto de ponta de períodos secos considerando

1 kW de perda de demanda no horário de ponta;

LE2 - Constante de perda de energia no posto de ponta de períodos úmidos

considerando 1 kW de perda de demanda no horário de ponta;

LE3 - Constante de perda de energia no posto fora de ponta de períodos secos

considerando 1 kW de perda de demanda no horário fora de ponta;

LE4 - Constante de perda de energia no posto fora de ponta de períodos úmidos

considerando 1 kW de perda de demanda no horário fora de ponta.

119

Tabela 3 - Valores de C utilizados conforme a Tabela para bandeira verde

Custo unitário Preço por custo unitário

C1

C2

Cp

Cfp

30,35 R$/kW.mês

9,83 R$/kW.mês

303,18 R$/MWh.mês

192,11 R$/MW.mês

Tabela 4 - Valores de C utilizados conforme a Tabela para bandeira amarela

Custo unitário Preço por custo unitário

C1

C2

Cp

Cfp

30,35 R$/kW.mês

9,83 R$/kW.mês

318,18 R$/MWh.mês

207,11 R$/MW.mês

Tabela 5 - Valores de c utilizados conforme a Tabela para bandeira vermelha

Custo unitário Preço por custo unitário

C1

C2

Cp

Cfp

30,35 R$/kW.mês

9,83 R$/kW.mês

333,18 R$/MWh.mês

222,11 R$/MW.mês

Para determinar os valores dos L, deve-se calcular o fator de carga médio do

ultimo ano, com os valores da Tabela 6 e a partir da equação (49) e aplicar na Tabela 7 e

8 para K=0,15.

FC =

Consumo Energético (kWh)

730h × Demanda coincidente (kW)

(49)

Tabela 6 - Valores do consumo de energia e demanda coincidente e fator de carga

Meses do

ano

Consumo

Energia

(kWh)

Dem. Coincid.

(kW)

FC

Jan/12

Fev/12

Mar/12

Abr/12

Mai/12

Jun/12

Jul/12

Ago/12

Set/12

Out/12

Nov/12

Dez/12

Total

Média

510.888.171

508.174.925

515.522.470

520.672.891

523.344.576

509.606.528

507.276.400

530.647.862

535.366.345

545.173.758

543.363.758

540.521.608

6.290.559.382

-

1.100.949,80

1.089.849,73

1.120.470,24

1.148.192,11

1.150.286,30

1.089.412,77

1.070.935,99

1.200.789,06

1.250.836,26

1.400.255,35

1.350.855,55

1.320.089,75

13.003.932

-

0,64

0,64

0,63

0,62

0,62

0,64

0,65

0,61

0,59

0,53

0,55

0,56

-

0,61

(Fonte: CEMAT, 2012)

120

Tabela 7 - Valores de LP, LEs para k = 0,15

Fator de

carga

LP LE1 LE2

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0,55

0,6

0,65

0,7

0,75

0,8

0,85

0,9

0,1444

0,1681

0,1936

0,2209

0,25

0,2809

0,3136

0,3481

0,3844

0,4225

0,4624

0,5041

0,5476

0,5929

0,64

0,6889

0,7396

0,23139

0,24102

0,25119

0,2619

0,27315

0,28494

0,29727

0,31014

0,32355

0,3375

0,35199

0,3695

0,38516

0,40316

0,4181

0,43538

0,4532

0,16197

0,16871

0,17583

0,18333

0,19121

0,19946

0,20809

0,2171

0,22649

0,23625

0,24639

0,25865

0,26961

0,28095

0,29267

0,30476

0,31724

(Fonte: ANEEL, 2008a)

Tabela 8 - Continuação Tabela 7

Fator de

carga

LE3 LE4

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0,55

0,6

0,65

0,7

0,75

0,8

0,85

0,9

-0,1099

-0,02643

0,07832

0,20435

0,35166

0,52026

0,71014

0,9213

1,15375

1,40748

1,68249

1,97632

2,29381

2,63258

2,99264

3,37398

3,7766

-0,0776

-0,01867

0,0553

0,1443

0,24832

0,36738

0,50146

0,65057

0,81472

0,99389

1,18808

1,39557

1,61977

1,85899

2,11324

2,38252

2,66683

(Fonte: ANEEL, 2008a)

Como resultado tem-se a Tabela 9 que mostra os valores de L’s resultantes.

Tabela 9 - Valores dos “L’s” baseado na Tabela de fator de carga e k = 0,15

Constantes de perda de

demanda e de energia

Valores

LP

LE1

LE2

LE3

LE4

0,5041

0,3695

0,25865

1,97632

1,39557

(Fonte: ANEEL, 2008a)

121

O valor do benefício anualizado relaciona os valores de EE e RDP com os custos

evitados. Para isso deve-se pautar na equação (50).

𝐵 = (𝐸𝐸 × 𝐶𝐸𝐸) + (𝑅𝐷𝑃 × 𝐶𝐸𝐷) (50)

A relação custo benefício (RCB) indica quanto os custos correspondem em

relação aos benefícios gerados pela eficientização de cada uso final (iluminação, motriz,

ar-condicionado, ar comprimido, etc.). O cálculo da RCB global do projeto deverá ser

efetuado por meio da média ponderada das RCBs individuais. Os pesos são definidos

pela participação percentual de cada uso final na energia economizada. Na avaliação de

projetos, quanto menor o valor do RCB – desde que inferior a 0,8 – mais atrativo será o

investimento.

Para a análise dos resultados somente os valores do custo evitado de energia

elétrica, benefício anualizado e relação custo benefício é que vão se alterar, uma vez que

somente nesses cálculos se inserem os valores das tarifas correspondentes às bandeiras.

6.2.2 Resultados parciais

Neste estudo foram analisadas as características principais para avaliar a

eficiência elétrica na substituição de um conjunto de lâmpadas fluorescentes tubulares e

lâmpadas tubulares LED. Constatou-se, por meio dos valores de viabilidade econômica

obtidos para um consumidor de grande porte, a não atratividade na perspectiva da

relação custo benefício, resultando em valores de RCB maiores que 1 (2,14 para

bandeira verde, 2,04 para bandeira amarela e 1,96 para bandeira vermelha) para a troca

proposta. Existem então três valores diferentes para a RCB devidos aos preços

diferenciados das tarifas de cada bandeira. Em nosso caso a menor RCB foi encontrada

para a tarifa da bandeira vermelha, que seria a maior tarifa a ser cobrada do consumidor

e, como o objetivo da aplicação das bandeiras diferenciadas é principalmente a redução

do consumo de energia elétrica, uma tarifa mais cara nos cálculos apresentados resulta

em uma RCB mais atrativa. Portanto para os estudos feitos em eficiência energética de

acordo com o manual da ANEEL devem-se utilizar sempre os valores de tarifa da

bandeira verde, que se traduz no pior caso para a RCB. O Quadro 24 resume os

parâmetros calculados.

122

Quadro 24 - Resultados

Parâmetros Calculados Resultados

Vida útil da Lâmpada LED 12,32 anos

Redução na demanda de ponta (RDP) 4 kW

Eficiência Energética (EE) 14,6 MWh/ano

Fator de Recuperação de Capital (FRC) 0,12

Custo dos Equipamentos (CPE) R$ 83.000,00

Custo Anualizado (CA) R$ 10.191,08

Custo Evitado de Demanda (CED) 423,66 R$/kW.ano

Bandeira Verde Resultados

Custo Evitado de Energia Elétrica (CEE) 209,56 R$/MWh.ano

Benefício Anualizado (B) R$ 4.754.56

Relação Custo Benefício (RCB) 2,14

Bandeira Amarela Resultados

Custo Evitado de Energia Elétrica (CEE) 224,56 R$/MWh.ano

Benefício Anualizado (B) R$ 4.973,26

Relação Custo Benefício (RCB) 2,04

Bandeira Vermelha Resultados

Custo Evitado de Energia Elétrica (CEE) 239,56 R$/MWh.ano

Benefício Anualizado (B) R$ 5.192,26

Relação Custo Benefício (RCB) 1,96

Ressalta-se que de acordo com as recomendações, estes valores, para serem

atrativos, devem apresentar uma relação custo benefício inferior a 0,8. Com esses

resultados, de acordo com o manual para a elaboração do programa de eficiência

energética da ANEEL, conclui-se que o alto custo do investimento efetuado na

aquisição das lâmpadas tubulares de LED não é interessante para substituição de

lâmpadas fluorescentes com reator eletrônico. A diminuição do preço das lâmpadas

tubulares LED e o avanço de pesquisas para o aumento de sua vida útil podem vir a

tornar este investimento atrativo no futuro.

Todavia, para uma análise mais conclusiva, deverão ser considerados outros

aspectos, tais, como os custos ambientais, reprodução de cores, controlabilidade, dentre

outros.

123

7 Considerações finais

Este trabalho teve como objetivo fazer a avaliação entre dois tipos de lâmpadas

tubulares que utilizam tecnologias diferentes para o seu funcionamento: A lâmpada

tubular fluorescente T8, um exemplar, e a lâmpada tubular de LED T8, dois exemplares,

de fabricantes distintos.

Paralelamente aos estudos comparativos, foi desenvolvido um modelo para uma

das lâmpadas LED estudadas, cuja escolha recaiu sobre aquela que apresentava melhor

desempenho sob o ponto de vista da qualidade da energia.

Quanto às conclusões finais obtidas com o estudo, tem-se:

a) Avaliação sob os aspectos elétricos e de consumo

Como primeiro aspecto, deve-se ressaltar a inter-cambiabilidade das lâmpadas,

fato que além de reduzir custos com materiais, reduz tempo e recursos na substituição,

pois pode-se utilizar as mesmas luminárias para os dois tipos de lâmpadas.

As lâmpadas tubulares de LED como esperado apresentaram um consumo de

energia elétrica inferior, uma vez que as potências nominais são menores do que a

fluorescente. Do ponto de vista da qualidade da energia elétrica, ambas lâmpadas

tubulares de LED, identificadas pelas siglas L1 e L2, apresentaram um melhor

desempenho quando comparadas à lâmpada tubular fluorescente identificada no

trabalho pela letra F. Os índices de distorção harmônica de tensão e corrente elétrica do

sistema foram menores do que aqueles gerados pela lâmpada fluorescente.

b) Avaliação luminotécnica

Os resultados das medições do iluminamento do espaço escolhido para tal

finalidade, em conformidade com a NBR 5483, evidenciaram um desempenho 21%

menor das lâmpadas tubulares de LED, comparativamente à lâmpada fluorescente

tubular. Apesar desta constatação, não se pode deixar de mencionar que a fluorescente

avaliada tem o dobro da potência nominal das lâmpadas LED. Além disso uma

expectativa de vida das LED é muitas vezes superior à fluorescente.

124

c) Avaliação do modelo matemático e computacional desenvolvido

O modelo matemático e computacional da lâmpada LED denominada de L2,

após sua implementação computacional no simulador ATP, foi validada pela

comparação com dados obtidos experimentalmente. De acordo com a lâmpada física,

que tem a característica de ser bivolt, o modelo desenvolvido também apresenta esta

particularidade. Este fato exigiu que componentes internos também fossem modelados,

sendo que os resultados alcançados foram satisfatórios. Outro ponto de destaque foi a

identificação e modelagem do circuito de acionamento ou driver da lâmpada tubular de

LED. Este componente, não existindo na biblioteca do ATP, foi necessária a sua

modelagem. Utilizando-se, para tanto, componentes básicos do ATP foi possível

construir o componente necessário e devidos ajustes. O desempenho do modelo

completo, comparativamente aos dados experimentais, conforme evidenciado pelos

sinais de tensão, corrente e espectro harmônico em pontos monitorados da lâmpada,

tanto CA como CC, mostraram-se muito próximos, sendo, portanto, satisfatórios. O

modelo, desta forma, se constitui em uma ferramenta muito útil para previsões sobre os

efeitos desse tipo de carga não linear em sistemas elétricos através de simulação

computacional.

d) Avaliação da relação Custo - Benefício

De acordo com o método proposto pela ANEEL foi feita a análise da relação

custo benefício da substituição de uma considerável quantidade de lâmpadas tubulares

fluorescente por tubulares de LED. Esta análise levou em consideração o consumo de

energia elétrica, de uma maneira geral, de ambas as lâmpadas, os valores inseridos para

esta substituição e levou em consideração o sistema tarifário, que deve entrar em vigor a

partir de 2015 no Brasil. Como resultado, de acordo com o método utilizado, obteve-se

observando somente a substituição proposta, que esta não se mostrou atrativa do ponto

de vista financeiro, devido ao alto custo para a aquisição das lâmpadas tubulares de

LED.

Nos cálculos realizados, não foram levadas em consideração outras questões, ou

externalidades, que podem vir a suplantar a questão meramente financeira. Este ponto

de vista, no entanto, foge ao escopo deste trabalho e entende-se, poderá ser abordado em

125

outros trabalhos, principalmente se considerado a crescente preocupação com a

sustentabilidade do planeta. Devido ao apelo ambiental, a iluminação a LED poderá ser

a predominante no mundo, a exemplo do que já se observa em grandes cidades do

Brasil e do mundo.

7.1 Sugestões para trabalhos futuros

Um ponto importante e que não foi objeto deste estudo é o fator de potências

com que o conjunto das lâmpadas estudadas operam. Sugere-se primeiramente a análise

desses fatores de potências com que operam os conjuntos das lâmpadas de LED e a

análise do fluxo de reativo desta operação.

Para lâmpadas com altas distorções nas formas de onda de tensão e corrente

elétricas sugere-se o estudo da implementação de filtros harmônicos para essas

lâmpadas e a adaptação dos circuitos de drivers a estes filtros.

Como opção, pode-se também implementar computacionalmente as lâmpadas

tubulares de LED em softwares que respondam melhor com as altas frequências de

chaveamento de chaves comutadoras.

Estudar os efeitos das variações de tensão de curta duração no funcionamento e

vida útil das lâmpadas de LED.

Avaliar os efeitos luminotécnicos do uso contínuo de lâmpadas tubulares LED

no que diz respeito à variação do fluxo luminoso das mesmas.

Estudar, avaliar e propor circuitos de drivers mais simples que

consequentemente possibilitem a redução no valor comercial de lâmpadas tubulares

LED.

126

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ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Caderno Temático 4 – Tarifas de

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ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Manual para a elaboração do

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ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução normativa nº 300. Fev.

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ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos do Programa de

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Eficiência Energética – PROPEE. Módulo 7 – Viabilidade econômica. Versão 1.

Set. 2013.

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Bandeiras Tarifárias. Disponível

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131

APÊNDICE A – PUBLICAÇÕES RELATIVAS AO TEMA DA

DISSERTAÇÃO

ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS

(1) MONTEIRO, R. V. A.; FONSECA, A. L. A.; CARVALHO, B.

C.; VASCONCELLOS. A. B.; ASCURRA R. E.. Lâmpadas Tubulares LED e

Tubulares Fluorescentes: Qualidade da Energia Elétrica. Revista Lumière

(Impresso), v. 181, p. 88-93, 2013.

(2) MONTEIRO, R. V. A.; CARVALHO, B. C.; FONSECA, A. L.

A.; VASCONCELLOS. A. B.; MALHEIRO, T. I. R. C.. Estudo de Eficiência

Elétrica em Lâmpadas Tubulares LED e Fluorescentes Tubulares. Revista

Lumière (Impresso), v. 187, p. 100-107, 2013.

(3) MONTEIRO, R. V. A.; CARVALHO, B. C.; VASCONCELLOS. A.

B.; FONSECA, A. L. A.. Fluorescentes Versus LED: A relação Custo

Benefício da Substituição de Lâmpadas Tubulares Fluorescentes Acionadas

com Reatores Eletrônicos por Lâmpadas Tubulares LED, Considerando os

Valores das Tarifas das Novas Bandeiras Tarifárias a Serem Aplicadas em

2015 no Brasil. O Setor Elétrico (Impresso), v. 9, p. 104-112, 2014.

ARTIGOS PUBLICADOS EM EVENTOS INTERNACIONAIS

(4) MONTEIRO, R. V. A.; FONSECA, A. L. A.; CARVALHO, B.

C.; VASCONCELLOS. A. B.; MALHEIRO, T. I. R. C.. Led Tubular Lamps

and Tubular Fluorescent: Power Quality. 2014 16th International Conference

on Harmonics and Quality of Power (ICHQP), 2014, Bucareste.

ARTIGOS PUBLICADOS EM EVENTOS NACIONAIS E REGIONAIS

(5) MONTEIRO, R. V. A.; FONSECA, A. L. A.; CARVALHO, B.

C.; VASCONCELLOS. A. B.; ASCURRA R. E.. Lâmpadas Tubulares LED e

132

Tubulares Fluorescentes: Qualidade da Energia Elétrica. X Conferência

Brasileira de Qualidade da Energia Elétrica, 2013, Araxá - MG.

(6) MONTEIRO, R. V. A.; FONSECA, A. L. A.; CARVALHO, B.

C.; VASCONCELLOS. A. B.. Estudo de Eficiência Elétrica em Lâmpadas

Tubulares LED e Fluorescentes Tubulares para Residências. 5º Seminário

Mato - Grossense de Habitação de Interesse Social, 2013, Cuiabá.

(7) MONTEIRO, R. V. A.; CARVALHO, B. C.. Lâmpadas Tubulares LED X

Lâmpadas Tubulares Fluorescentes Utilizadas em Iluminação de Interiores:

Estudo de Viabilidade de Substituição Considerando Qualidade da Energia

e Eficiência Elétrica. V Mostra de Pós Graduação - Universidade Federal de

Mato Grosso, 2013, Cuiabá.

(8) MONTEIRO, R. V. A.; FONSECA, A. L. A. ; CARVALHO, B. C. . Drivers de

Lâmpadas de LED: Topologias, Aplicações e Desempenho. 2º Encontro em

Engenharia de Edificações e Ambiental - EEEA, 2014, Cuiabá.

133

ANEXOS

134

135