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LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO: uma perspectiva de controle Lucas Bevilacqua, Mestre Direito Tributário (USP), Procurador-chefe do Estado de Goiás nos Tribunais Superiores e Professor de Legislação Tributária (UnB) perior da Magistratura, Tribunal de Justiça do Amazonas: 28 de junho

Lançamento tributário

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LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO: uma perspectiva de controle

Lucas Bevilacqua, Mestre Direito Tributário (USP), Procurador-chefe do Estado de Goiás nos Tribunais Superiores e Professor de Legislação Tributária (UnB)

Escola Superior da Magistratura, Tribunal de Justiça do Amazonas: 28 de junho de 2012.

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Primeiras linhas...

Justificativa: - ato de controle que demanda controle!

Objetivos: compreender a natureza do lançamento tributário, efeitos e modalidades para, ao final, constatar como se realiza seu controle a partir da indicação de seus limites e abrangência

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Natureza jurídica do Lançamento

- iter tributário: procedimento fiscal preparatório do lançamento => ato de lançamento do tributo e/ou aplicação da penalidade administrativa =>procedimento administrativo tributário (P.A.T.)

- ato administrativo que se perfectibiliza por meio de procedimento!

- declaratório da obrigação tributária e constitutivo do crédito tributário;

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Fases da relação jurídica tributária

INCIDÊNCIA DA NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA

SURGIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

VENCIMENTO DO PRAZO DE RECOLHIMENTO

EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

INSCRIÇÃO DO DÉBITO EXECUTORIEDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

AJUIZAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL

EXEQUIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

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Elementos do Lançamento Tributário

COMPETÊNCIA ATO PRIVATIVO ADM. TRIBUTÁRIA

MOTIVO/CAUSA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR

OBJETO CONTEÚDO DO ATO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

FORMA MODO DE EXECUÇÃO DEFINIDO NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

FINALIDADES -VERIFICAR A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR- DETEMINAR A MATÉRIA TRIBUTÁVEL- CALCULAR O MONTANTE DO TRIBUTO DEVIDO- IDENTIFICAR O SUJEITO PASSIVO- PROPOR, SENDO O CASO A APLICAÇÃO DA PENALIDADE CABÍVEL

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Forma: observância devido processo administrativo

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TAXA DE SERVIÇO METROLÓGICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. NOTIFICAÇÃO IRREGULAR. AUSÊNCIA DE PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. DESRESPEITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL, À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO.

- A regularidade do lançamento tributário é uma garantia do contribuinte e constitui condição de eficácia do ato praticado pela administração, figurando, em verdade, como pressuposto para a exigibilidade do crédito.

- Notificação que não traz prazo para impugnação mostra-se irregular e viola o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, acarretando a nulidade do lançamento do crédito tributário.

Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1222716/RS, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/05/2012, DJe 30/05/2012)

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Classificação do Lançamento Tributário

Critérios: Classificação

Quanto ao destinatário INDIVIDUAL

Quanto ao alcance EXTERNO (extra muros)

Quanto ao regramento VINCULADO (art.142, p.u., CTN)

Quanto à formação COMPLEXO (investigação da ocorrência do fato gerador tributário e determinação do sujeito passivo e tributo devido)

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Atributos do Lançamento Tributário

- presunção de legitimidade,- ultratividade, - norma procedimental de aplicação imediata

(art.144, §1º, CTN), - inalterabilidade/imutabilidade (art.145 e

segts., CTN),

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Poder Judiciário e invalidação do Lançamento Tributário

- inafastabilidade do Poder Judiciário (art.5º, XXXV, CF);

- natureza vinculada do ato;- - interesse processual Fazenda Pública no

ajuizamento anulatória de P.A.T. (AREsp nº42.536/GO)

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Prazo prescricional ação anulatória lançamento tributário

PROCESSUAL CIVIL. PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO. PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DE LANÇAMENTO FISCAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL A PARTIR DA NOTIFICAÇÃO.

ART. 1º DO DECRETO N. 20.910/32.1. No acórdão recorrido, há um título inteiro dedicado à análise da ocorrência ou não da prescrição. Portanto, ainda que não se tenha feito expressa menção ao art. 1º do Decreto 20.910/32, a matéria por ele regulada foi devidamente enfrentada, o que basta para a ocorrência do prequestionamento implícito.

2. O prazo prescricional adotado na ação declaratória de nulidade de lançamentos tributários é quinquenal, nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/32, contado a partir da notificação fiscal do ato administrativo do lançamento.

Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1276518/MS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 07/12/2011)

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Privatividade do lançamento tributário (REsp nº1303543/RJ)

5. Compete privativamente à autoridade administrativa fiscal verificar tanto a ocorrência da hipótese de incidência, ou seja, a descrição legislativa de acontecimento ou situação que pode desencadear o nascimento de uma obrigação tributária, como o fato imponível, ou o fato gerador concreto, ou seja, aquele emergente da situação singular e que se subsume à hipótese de incidência, nos exatos termos do art. 142 do CTN.

6. No caso concreto, o que se constata é que a autoridade administrativa reconheceu o fato gerador concreto para fins de incidência do ISSQN como sendo uma locação de bens móveis, embora, essa não seja a real atividade desenvolvida pela empresa, como bem captaram o Julgador Singular e o Tribunal Estadual; todavia, não cabe ao Judiciário substituir a Autoridade Fiscal, para dar outra qualificação jurídica aos fatos por ela já analisados, corrigindo, dessa forma, típico erro de direito do lançamento, pois isso afronta o princípio da legalidade, do qual o princípio da tipicidade fechada é corolário, bem como o da segurança jurídica.

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Ato privativo Adm Tributária

7. A Primeira Seção desta Corte encampou a Súmula 227/TFR, segundo a qual a mudança de critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão de lançamento: REsp. 1.130.545/RJ, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 22/02/2011, julgado sob o regime do art. 543-C do CPC.

8. Se a Autoridade Fiscal enquadrou a atividade da recorrente como locação de bens móveis, e o STF já decidiu que sobre ela não incide ISS (Súmula Vinculante 31), mostra-se ilegal a modificação judicial desse critério jurídico, para fins de validar o lançamento efetuado.

9. Ante o exposto, conhece-se parcialmente do recurso e, nessa parte, dá-se-lhe parcial provimento para julgar parcialmente procedente o pedido da ação anulatória, cancelando-se as cobranças descritas nos itens I a VI do auto de infração, que remanesce, no entanto, quanto ao mais, sem prejuízo de novo lançamento, de forma regular, se for o caso.

10. Tendo em vista a sucumbência recíproca, determina-se a compensação, por igual, das despesas e dos honorários advocatícios.

(REsp 1303543/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA

TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 11/04/2012)

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