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MUNICÍPIO DA LOURIN COORDENAÇÃO DE INTERVENÇÃO SOCIOCULTU INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIR ESCOLA SUPERIOR DE SJULHO | 20 CONCELHO DA LOURINHÃ 2015 PLANO GERONTOLÓGICO PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL [Escreva uma citação do docum ponto interessante. Pode posic qualquer ponto do documento. Ferramentas da Caixa de Texto da caixa de texto do excerto.] NHÃ URAL RIA ÚDE 015 mento ou o resumo de um cionar a caixa de texto em Utilize o separador o para alterar a formatação

LANO ERONTOLÓGICO UNICIPAL PLANO GERONTOLÓGICO … · partilhada com todos os membros do CLAS - Rede Social da Lourinhã, a quem o documento é apresentado para discussão, aprovação

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃCOORDENAÇÃO DE INTERVENÇÃO SOCIOCULTURAL

INSTITUTO POLITÉCNICO DE LEIRIAESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

JULHO | 20

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O PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL • [Escreva uma citação do documento ou o resumo de um

ponto interessante. Pode posicionar a caixa de texto em qualquer ponto do documento. Utilize o separador Ferramentas da Caixa de Texto para alterar a formatação da caixa de texto do excerto.]

LOURINHÃ VENÇÃO SOCIOCULTURAL

LEIRIA AÚDE

JULHO | 2015

[Escreva uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Pode posicionar a caixa de texto em

documento. Utilize o separador Ferramentas da Caixa de Texto para alterar a formatação

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 2

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

CONCELHO DA LOURINHÃ

PLANO GERONTOLÓGICO

2016 - 2020

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 3

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Índice

1. SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................... 4

2. CONTEXTO .............................................................................................................. 8

3. UM OLHAR ESTRATÉGICO SOBRE O ENVELHECIMENTO POPU LACIONAL .... 9

4. UMA VISÃO POSITIVA SOBRE O ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL ... 10

5. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA SOBRE ENVELHECIMEN TO ATIVO NO CONCELHO DA LOURINHÃ .............................. ....................................................... 13

5.1 A ESTRATÉGIA DELINEADA ...................................................................................... 14 5.2 O PROCESSO DE CONSULTA PÚBLICA ...................................................................... 15

6. A ESTRATÉGIA SOBRE ENVELHECIMENTO PARA O CONCELH O DA LOURINHÃ EM TRAÇOS GERAIS ......................... ................................................... 20

6.1 A VISÃO ................................................................................................................. 21 6.2 PRINCÍPIOS OPERATIVOS ......................................................................................... 22 6.3 EIXOS ESTRATÉGICOS ............................................................................................. 22

7. IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO GERONTOLÓGICO ........... ................................. 50

7.1 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA DE PLANO GERONTOLÓGICO .................... 50

8. ANEXOS ................................................................................................................ 65

8.1 ESTATÍSTICAS CONCELHIAS .................................................................................... 66 8.2 MEDIDAS ESPECÍFICAS DE AÇÃO .............................................................................. 70

Índice de figuras

Figura 1: Determinantes sociais. Construído com base no modelo de Dahlgren e Whitehead .................................................................................................................. 11 Figura 2: Viver mais, viver melhor. Construído com base na proposta da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico. ................................................ 12 Figura 3: Ciclo de vida humano ................................................................................. 13 Figura 4: Os determinantes de envelhecimento ativo. Com base na proposta da OMS (2002). ........................................................................................................................ 20

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 4

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

1. Sumário executivo Vivemos na Era do Envelhecimento, como é intitulada pelas Nações Unidas. No

contexto das consequências e desafios que a maior longevidade acarreta, a

Organização Mundial da Saúde adotou, no final dos anos 90 (século 20), o paradigma

“Envelhecimento Ativo”, entendido como processo de cidadania plena, em que se

otimizam oportunidades de participação, segurança e maior qualidade de vida à

medida que as pessoas envelhecem. Sai-se de uma visão reativa, centrada nas

necessidades básicas e na qual a pessoa é um agente passivo, para uma outra, pró-

ativa, que reconhece a pessoa como elemento capaz e atuante.

A população está a envelhecer, é do conhecimento geral. Segundo a PORDATA –

Base de Dados Portugal Contemporâneo, na Lourinhã, o n.º de idosos por 100 jovens

tem registado um acréscimo:

Lourinhã (Município) 2001 2011 2013 Idosos por cada 100 jovens 108,3 117,4 123,0

Apesar de tudo, à exceção de 2001, o concelho apresenta um valor substancialmente

inferior ao registado no território nacional, 133,5 idosos por cada 100 jovens (2013) e

ao Oeste (132,6, em 2013). Em 2013, 19% da população concelhia tinha 65 ou mais

anos de idade, verificando-se um aumento de 1,3% face a 2001. Segundo Alvarenga

(2001) fatores como a diminuição das taxas de natalidade e o aumento substancial da

esperança média de vida são fundamentais para a situação. O número de

nascimentos, entre 2011 (236) e 2013 (184) diminuiu de forma alarmante, ou seja,

22%.

Porque o Município da Lourinhã estabelece como prioridade política a promoção da

saúde física, mental, social e espiritual dos munícipes, desenvolvendo políticas e

estratégias de proximidade, integração e valorização, a construção do Plano

Gerontológico Municipal (PGM) torna-se um importante instrumento para, em

concertação com os agentes da comunidade com responsabilidade na matéria, divisar

um Envelhecimento Inclusivo, Amigável, Ativo e Saudável no concelho da Lourinhã.

O trabalho já produzido localmente ao longo dos últimos anos espelha a crescente

preocupação pela qualidade de vida dos nossos cidadãos, nomeadamente:

• Adesão à Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, em 2004, estabelecendo como

objetivo estratégico a promoção da saúde dos munícipes e o desenvolvimento

sustentável do concelho, refletindo-se anualmente em diversas ações de

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 5

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

sensibilização/educação e atividades lúdicas/desportivas (caminhadas, jornada da

saúde e do bem estar, congresso sobre o envelhecimento ativo, passeios sénior,

classe de movimento…);

• Diagnóstico Social, produzido em 2006 pela Rede Social, ao sinalizar a

problemática e fatores determinantes associados (que voltam a evidenciar-se no

nosso inquérito IAtivo 65+, no âmbito do PGM 2015), aconselhando a adoção de

mais respostas sociais de combate ao isolamento da população idosa. Se bem que

não associado especificamente a idosos, refere ainda as vítimas de violência

doméstica (Eixo I – Intervenção dirigida a grupos específicos), e ainda as carências

de respostas ao nível da saúde mental (Eixo III – Promoção da Saúde);

• Implementação de novas respostas, previstas no Plano de Desenvolvimento Social

(PDS), na sequência do Diagnóstico Social realizado, nomeadamente; a) Criação

da Academia Cultural Sénior, em 2007, promovida pelo Município, sendo

posteriormente protocolada a sua gestão e dinamização ao Centro Social Paroquial

da Lourinhã (atualmente com uma oferta formativa de 18 disciplinas); b) Criação do

Banco Local de Voluntariado, em 2006, serviço municipal com mais de 200

voluntários inscritos.

• Plano Estratégico da Lourinhã, que assume um modelo de concelho assente no

território, nas pessoas e na qualidade de vida;

• A existência de respostas, desenvolvidas no setor público e privado, com ou sem

fins lucrativos:

o Respostas sociais de Centros de dia, Centros de convívio, Lares, Apoio

domiciliário (higiene pessoal e habitacional, alimentação e tratamento

de roupas), Residências assistidas;

o Rede Nacional para os Cuidados Continuados Integrados, através de

Unidade de Internamento (Unidade de Cuidados Paliativos, Unidade de

Longa Duração e Manutenção), e, através de equipa domiciliária

(equipa de cuidados continuados integrados)1;

o Contudo, não dispomos de respostas sociais como o Centro de Noite,

Acolhimento Familiar para pessoas idosas, ou estruturas dedicadas ao

idoso com doença mental.

• Outras ações mais recentemente desenvolvidas no concelho que contribuem para

tornar a rede de apoio ao idoso mais consistente e abrangente, tal como, a

prestação de serviço de apoio domiciliário nos 7 dias da semana (5 instituições),

uma sala de snoezelen, e um circuito de manutenção e geriátrico.

1 Fonte: www.acss.min-saude.pt (departamentos e unidades/departamento gestão rede serviços – recursos em saúde/cuidados continuados e integrados)

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 6

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Considerámos assim os seguintes objetivos de trabalho para este projeto:

1. Identificar necessidades das pessoas com mais de 65 anos de idade

residentes no concelho;

2. Perspetivar novas respostas de intervenção nesta franja populacional;

3. Incluir a comunidade no plano de intervenção traçado.

A investigação suporta-se na parceria celebrada com o IPL – Escola Superior de

Saúde de Leiria, sob a coordenação do Professor Doutor Baltazar Ricardo Monteiro. O

convite partiu do Município da Lourinhã, considerando a sua experiência positiva tida

no Município de Peniche, na construção do Plano Gerontológico para o concelho de

Peniche 2013-20172.

Inclui na sua análise e proposta de intervenção o contributo das consultas diretas

efetuadas a cidadãos seniores, com autonomia de vida, não institucionalizados (com

recurso à metodologia de focus group e aplicação do inquérito IAtivo 65+), às suas

vivências e preocupações, as auscultações realizadas a técnicos de entidades

públicas e privadas locais (metodologia de focus group), e as observações dos

entrevistadores colaboradores do inquérito IAtivo 65+ (em reunião de avaliação final).

O documento identifica um conjunto de medidas que o Município tenciona promover,

organizar e apoiar no âmbito de 4 eixos de intervenção prioritárias:

I. Remover barreiras à participação social e promover o contínuo envolvimento das

pessoas à medida a que envelhecem, em todas as esferas da vida social, cultural e

económica do concelho da Lourinhã, de acordo com as suas necessidades,

preferências e capacidades;

II. Apoiar as pessoas na manutenção, melhoria e gestão da sua saúde e bem-estar

físico e mental, à medida que envelhecem;

III. Providenciar para que as pessoas envelheçam com confiança, segurança e

dignidade nas suas casas, pelo tempo que entenderem;

IV. Apoiar a investigação o desenvolvimento de respostas inovadoras às necessidades

das populações do concelho da Lourinhã

Cada eixo integra os seus objetivos definidos e medidas, com a respetiva

calendarização, e indicadores de execução.

2 Acessível em www.cm-peniche.pt

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 7

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

No caminho, os principais obstáculos encontrados centraram-se no inquérito IAtivo

65+, em particular os poucos recursos humanos disponíveis; a dificuldade em

identificar cidadãos a inquirir; o prazo inicial apertado de aplicação do questionário,

dada a morosidade do mesmo; o n.º elevado de questionários a realizar; o período de

execução dos inquéritos ter incluído o verão e férias familiares dos potenciais

inquiridos, forçando-nos a uma interrupção temporária. Por essas razões, houve

necessidade de:

a) Estender a data limite da sua aplicação;

b) Reduzir o n.º de questionários a aplicar nas Uniões de Freguesia (5% da

população idosa, em vez de 10%, com base nos Censos 2011), e reforçar a

importância do apoio das Juntas de Freguesia para identificarem e contactarem

inquiridos e disponibilizarem as suas instalações para o efeito. Por razões de

segurança e confiança do inquirido, privilegiámos a realização das entrevistas

nas sedes das Juntas, que provou ser o mais adequado.

Uma outra dificuldade prendeu-se com o facto da equipa de trabalho (Câmara

Municipal e IPL-ESS) necessitar de conciliar esta tarefa com outras funções

normalmente exercidas e demais responsabilidades que entretanto foram surgindo,

com inevitáveis repercussões na celeridade do projeto.

A linha temporal do plano é prolongada, 5 anos, pelo que será expetável, a

necessidade posterior de readequar objetivos e/ou ações, em sede de Rede Social.

Exigirá a constituição de grupo(s) de monitorização constante ao plano. Significa que,

se a iniciativa e condução do agora intitulado Plano Gerontológico Municipal, é

assumida pelo município, já a responsabilidade da sua aplicação e eficácia é

partilhada com todos os membros do CLAS - Rede Social da Lourinhã, a quem o

documento é apresentado para discussão, aprovação e definição de grupo(s) de

trabalho com vista à sua monitorização.

Agradecimentos devidos a todas as juntas de freguesia, entidades com respostas

sociais ao idoso e farmácias do concelho que se envolveram no processo, bem como

às Paróquias do concelho. Um agradecimento especial aos voluntários que

colaboraram, com determinação e afinco, na aplicação do inquérito Iativo 65+.

O contributo e eficiência da presente proposta de intervenção, multifacetada e

participativa depende da capacidade de todos trabalharmos de forma articulada, de

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 8

LOURINHÃÃ

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forma a ultrapassar obstáculos, e encontrar soluções que melhor nos sirvam enquanto

cidadãos da Lourinhã, às nossas famílias e comunidade no seu todo.

2. Contexto

Envelhecimento individual e populacional – motivos para celebração

O envelhecimento populacional constitui uma história de sucesso, mesmo que muitos

sectores sociais lhe associem implicações profundas do ponto de vista económico,

social e político.

De facto existe uma maior longevidade das populações, particularmente das mulheres

e este fator ocorre ao mesmo tempo a que tem diminuído a natalidade e se reduz a

população ativa. As pessoas vivem cada vez com mais saúde e por mais tempo,

recaindo as necessidades de apoio numa fase cada vez mais tardia das suas vidas.

Existe também, propensão para olhar as pessoas com mais idade como um grupo

social de pessoas com iguais necessidades de apoio e proteção, que pesam cada vez

mais sobre o sistema económico e de segurança social.

Pelo contrário, cada vez recolhe mais apoio a ideia de que a sociedade tem lugar para

todas as gerações, todas acrescem valor para a comunidade e os últimos anos de vida

constituem novos começos e possibilidades. Se olharmos para o envelhecimento

populacional de uma forma dinâmica reconhecemos a verdade nas anteriores

afirmações: vivemos com melhores condições e bem estar, aumentamos a tendência

para participar na família e na sociedade, temos cada vez melhor preparação pessoal

e escolar e percursos profissionais mais diversificados.

Todos estes fatores somados dão-nos a indicação de que as últimas fases da vida

devem ser uma época de fortalecimento da cidadania e da participação social, de

envolvimento com atividades que contribuam para a nossa saúde física e mental, um

tempo de envolvimento com a família, amigos, vizinhos e com outras redes sociais que

escolhermos.

Estes desenvolvimentos possuem uma série de valores subjacentes que necessitamos

de preservar e estimular conjuntamente:

• Uma abordagem positiva acerca do envelhecimento, baseada no conceito de

solidariedade intergeracional.

• Conhecimento acerca dos determinantes de um envelhecimento ativo e

saudável e ênfase na adoção de uma abordagem de ciclo de vida em relação

aos determinantes sociais.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 9

LOURINHÃÃ

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• Adoção de conceitos positivos acerca do envelhecimento. Envelhecimento

ativo e saudável, envelhecimento positivo e bem sucedido, são conceitos que

transmitem uma questão fundamental: as pessoas mais velhas são capazes de

viver de modo autossuficiente, compensando as perdas com sucesso,

contribuindo para o bem público, ajudando-se a si mesmos e aos outros e

vivendo as suas vidas com dignidade, através de um envolvimento familiar e

social significativo.

3. Um olhar estratégico sobre o envelhecimento populacional

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com as Nações Unidades

(UN) o envelhecimento populacional constitui uma história de sucesso para a

humanidade, mas também um dos maiores desafios e uma enorme oportunidade: o

desenvolvimento de um novo mercado. Não se trata apenas de consumir bens

relacionados com a saúde e a segurança. Trata-se de uma população que tem outros

interesses ligados ao lazer, às viagens e mesmo a produtos quotidianos diferentes.

É por isso que aquelas organizações recomendam que será o modo como planeamos

o envelhecimento populacional, como esperamos lidar com os desafios e as

oportunidades, que determinarão o que poderemos beneficiar individual e

coletivamente em termos dos dividendos da longevidade. Resumidamente, aquelas

organizações propõem que as comunidades que planeiam sobre estas matérias

podem dar-se ao luxo de envelhecer!

O planeamento sobre matérias de envelhecimento populacional está

fundamentalmente relacionado com as formas de manter as pessoas saudáveis pelo

tempo mais longo possível. Mas requer ainda que se pense no impacto positivo que

um grupo populacional cada vez mais numeroso de consumidores, trabalhadores,

mentores, cuidadores, voluntários e sobretudo enquanto cidadãos terá em termos de

oportunidades sociais.

Existem vastas evidências de que a inovação, a cooperação entre os vários sectores,

o planeamento prospetivo e as escolhas políticas elaboradas sobre evidências irá

permitir que se possa gerir devidamente esta tendência demográfica que se manterá

por muitos anos.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 10

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4. Uma visão positiva sobre o envelhecimento ativo e saudável Apesar da forma positiva como as organizações internacionais nos desafiam a olhar o

envelhecimento são várias as dificuldades com que estamos a lidar. Entre as mais

importantes poderemos descrever o nosso pouco envolvimento com a investigação, a

inovação e os estilos de vida saudáveis, a falta de cooperação entre os sectores da

saúde e destes com outras áreas concomitantes, como a segurança social; a

fragmentação do sistema de saúde, a falta de integração de cuidados, as barreiras e

estrangulamentos no acesso aos cuidados de saúde, dificuldades constantes na

interoperabilidade dos sistemas, a inflexibilidade ou desadequação legislativa.

A ideia de envelhecimento ativo e saudável constitui-se num processo de otimização

de oportunidades, participação e segurança, de modo a melhorar a qualidade de vida

das pessoas que estão a envelhecer. O planeamento faz-se fundamentalmente para

quem irá enfrentar esta situação, com base nas lições que retiramos da declaração de

necessidades de quem está já com 65 ou mais anos.

O conceito de envelhecimento ativo e saudável aplica-se às pessoas e aos grupos

populacionais. Ativo porque pressupõe uma contínua participação social, económica,

cultural, espiritual e cívica e não a simples capacidade para se manter fisicamente

ativo ou fazer parte da população ativa. A saúde refere-se à capacidade de adaptação

e de autonomia, face aos desafios sociais, físicos e emocionais.

O bem-estar é um estado mental, social e físico positivo que requer que as

necessidades básicas tenham sido satisfeitas, que as pessoas partilhem o sentido de

uma vida com finalidades e que se sintam capazes de alcançar objetivos importantes

para si e para o coletivo, que desenvolvam sentido de pertença numa sociedade onde

vivam vidas significativas. O bem-estar das pessoas mais idosas decorre desta ideia,

ou seja, um conceito afirmativo de saúde, atividade, positividade, produtividade e

sucesso.

Na figura 1 podem ver-se os fatores que possuem impacto sobre a saúde e o bem-

estar das pessoas (sendo ou não idosas). Ao longo das suas vidas as pessoas lidam

com aspetos que lhes são intrínsecos (a idade, o sexo e a hereditariedade) e com

outros que as afetam de um modo diferente, consoante o nível socioeconómico a que

pertencem e contexto socioeconómico e político onde estão inseridos.

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Figura 1 : Determinantes sociais. Construído com base no mod elo de Dahlgren e Whitehead

Esses fatores são de ordem

ambientais); meso (a produção agrícola e de alimentos, a educação, o ambiente de

trabalho, as condições de vida e de trabalho, o desemprego, o fornecimento de água e

os esgotos, os serviços sociais e de saúde e as condições de habitação;

sociais e comunitárias e os estilos de vida que cada um escolhe ter). Os determinantes

sociais da saúde (figura 1) concentram todos os fatores que têm impacto na saúde e

no bem estar das pessoas, ao longo das suas vidas. São fatores que nos

acompanham no nascimento, no crescimento, na nossa vida adulta, no nosso trabalho

e no nosso envelhecimento. Não são as causas de doenças, mas são as causas de

todas as causas.

Porém, um contexto em que os cidadãos passarão a viver mais anos para além das

habituais idades de reforma, constitui um desafio e terá repercussões em todas as

áreas políticas. Não apenas porque se reconhece que a saúde e o bem estar

dependem de múltiplos fatores (como s

possuem impacto em todas as esferas sociais: uma sociedade produtiva e inovadora é

também uma sociedade saudável. Nessa medida aqueles determinantes não se

relacionam exclusivamente com a saúde, pois tocam todos os asp

MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

: Determinantes sociais. Construído com base no mod elo de Dahlgren e Whitehead

Esses fatores são de ordem macro (as condições socioeconómicas, culturais e

(a produção agrícola e de alimentos, a educação, o ambiente de

trabalho, as condições de vida e de trabalho, o desemprego, o fornecimento de água e

tos, os serviços sociais e de saúde e as condições de habitação;

sociais e comunitárias e os estilos de vida que cada um escolhe ter). Os determinantes

sociais da saúde (figura 1) concentram todos os fatores que têm impacto na saúde e

star das pessoas, ao longo das suas vidas. São fatores que nos

acompanham no nascimento, no crescimento, na nossa vida adulta, no nosso trabalho

e no nosso envelhecimento. Não são as causas de doenças, mas são as causas de

to em que os cidadãos passarão a viver mais anos para além das

habituais idades de reforma, constitui um desafio e terá repercussões em todas as

áreas políticas. Não apenas porque se reconhece que a saúde e o bem estar

dependem de múltiplos fatores (como se descreveu acima), mas também porque

possuem impacto em todas as esferas sociais: uma sociedade produtiva e inovadora é

também uma sociedade saudável. Nessa medida aqueles determinantes não se

relacionam exclusivamente com a saúde, pois tocam todos os aspetos da sociedade,

Coordenação de Intervenção Sociocultural 11

LOURINHÃÃ

: Determinantes sociais. Construído com base no mod elo de Dahlgren e Whitehead

(as condições socioeconómicas, culturais e

(a produção agrícola e de alimentos, a educação, o ambiente de

trabalho, as condições de vida e de trabalho, o desemprego, o fornecimento de água e

tos, os serviços sociais e de saúde e as condições de habitação; micro (redes

sociais e comunitárias e os estilos de vida que cada um escolhe ter). Os determinantes

sociais da saúde (figura 1) concentram todos os fatores que têm impacto na saúde e

star das pessoas, ao longo das suas vidas. São fatores que nos

acompanham no nascimento, no crescimento, na nossa vida adulta, no nosso trabalho

e no nosso envelhecimento. Não são as causas de doenças, mas são as causas de

to em que os cidadãos passarão a viver mais anos para além das

habituais idades de reforma, constitui um desafio e terá repercussões em todas as

áreas políticas. Não apenas porque se reconhece que a saúde e o bem estar

e descreveu acima), mas também porque

possuem impacto em todas as esferas sociais: uma sociedade produtiva e inovadora é

também uma sociedade saudável. Nessa medida aqueles determinantes não se

etos da sociedade,

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ

fazendo com que cada um dos sectores sociais assuma as responsabilidades que tem

na influência sobre os determinantes sociais de saúde.

Há contudo uma outra realidade importante: passámos a sofrer de doenças crónicas.

São doenças incuráveis que nos acompanham, em muitas circunstâncias, durante

toda a vida. Se não as podemos curar, temos de as controlar, ou seja, de aprender a

viver com elas, umas vezes com a ajuda da família, outras com a ajuda de

profissionais, seja da área da saúde, se

de saúde em mudança, para se adaptar aos novos desafios, ao mesmo tempo a que

lidamos com a integração de novas tecnologias que podem vir a modificar muito a

forma como lidamos com os serviços de saúde, com o

formas de financiamento desses mesmos cuidados. Quer dizer então que

pode ver na figura 2 – viver mais e melhor significa que tenhamos pessoas cada vez

mais ativas, participantes e independentes, capazes de gerir melho

sua doença e fazendo uso adequado das tecnologias que vão sendo desenvolvidas.

Figura 2 : Viver mais, viver melhor. Construído com base na p roposta da Organização para a

Cooperação e o Desenvolvimento Económico.

Esta visão da realidade sobre o envelhecimento transporta

importante neste contexto: o envelhecimento positivo. Estamos a trabalhar com esta

ideia até ao momento, na medida em que temos vindo a afirmar que o objetivo do

plano gerontológico é a qualidade de vida e uma ação sobre o ciclo de vida dos

cidadãos residentes na Lourinhã, em vez de nos focarmos exclusivamente nas

pessoas que estão já a viver esta realidade. Focamo

oportunidades que se colocam ao longo

populacional um conceito que deve ser integrado na vida de todo o concelho e ao

MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

fazendo com que cada um dos sectores sociais assuma as responsabilidades que tem

na influência sobre os determinantes sociais de saúde.

Há contudo uma outra realidade importante: passámos a sofrer de doenças crónicas.

veis que nos acompanham, em muitas circunstâncias, durante

toda a vida. Se não as podemos curar, temos de as controlar, ou seja, de aprender a

viver com elas, umas vezes com a ajuda da família, outras com a ajuda de

profissionais, seja da área da saúde, seja da área social. Por isso, teremos um sistema

de saúde em mudança, para se adaptar aos novos desafios, ao mesmo tempo a que

lidamos com a integração de novas tecnologias que podem vir a modificar muito a

forma como lidamos com os serviços de saúde, com os serviços sociais e com as

formas de financiamento desses mesmos cuidados. Quer dizer então que

viver mais e melhor significa que tenhamos pessoas cada vez

mais ativas, participantes e independentes, capazes de gerir melhor a sua saúde e a

sua doença e fazendo uso adequado das tecnologias que vão sendo desenvolvidas.

: Viver mais, viver melhor. Construído com base na p roposta da Organização para a

Cooperação e o Desenvolvimento Económico.

Esta visão da realidade sobre o envelhecimento transporta-nos para outro conceito

importante neste contexto: o envelhecimento positivo. Estamos a trabalhar com esta

ideia até ao momento, na medida em que temos vindo a afirmar que o objetivo do

tológico é a qualidade de vida e uma ação sobre o ciclo de vida dos

cidadãos residentes na Lourinhã, em vez de nos focarmos exclusivamente nas

pessoas que estão já a viver esta realidade. Focamo-nos nos desafios e nas

oportunidades que se colocam ao longo da vida, fazendo do envelhecimento

populacional um conceito que deve ser integrado na vida de todo o concelho e ao

Coordenação de Intervenção Sociocultural 12

LOURINHÃÃ

fazendo com que cada um dos sectores sociais assuma as responsabilidades que tem

Há contudo uma outra realidade importante: passámos a sofrer de doenças crónicas.

veis que nos acompanham, em muitas circunstâncias, durante

toda a vida. Se não as podemos curar, temos de as controlar, ou seja, de aprender a

viver com elas, umas vezes com a ajuda da família, outras com a ajuda de

ja da área social. Por isso, teremos um sistema

de saúde em mudança, para se adaptar aos novos desafios, ao mesmo tempo a que

lidamos com a integração de novas tecnologias que podem vir a modificar muito a

s serviços sociais e com as

formas de financiamento desses mesmos cuidados. Quer dizer então que – como se

viver mais e melhor significa que tenhamos pessoas cada vez

r a sua saúde e a

sua doença e fazendo uso adequado das tecnologias que vão sendo desenvolvidas.

: Viver mais, viver melhor. Construído com base na p roposta da Organização para a

nos para outro conceito

importante neste contexto: o envelhecimento positivo. Estamos a trabalhar com esta

ideia até ao momento, na medida em que temos vindo a afirmar que o objetivo do

tológico é a qualidade de vida e uma ação sobre o ciclo de vida dos

cidadãos residentes na Lourinhã, em vez de nos focarmos exclusivamente nas

nos nos desafios e nas

da vida, fazendo do envelhecimento

populacional um conceito que deve ser integrado na vida de todo o concelho e ao

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longo de ciclo de vida de cada um. O envelhecimento positivo visa a continua

integração dos mais velhos na vida da comunidade, vendo-os como agentes de

mudança, de experiência acumulada e de saber que se transmite e se aplica às novas

realidades.

Figura 3: Ciclo de vida humano

Finalmente, convém fazer referência a um pressuposto importante deste plano:

envelhecer em casa. Esta ideia reafirma o desejo manifestado por muitas pessoas de

viverem pelo tempo que lhes seja possível, no domicílio de sua escolha, tenha este a

localização que tiver. Naturalmente que estas casas podem não ter as condições

necessárias e também sabemos que o isolamento e a mudança fazem parte das vidas

de cada um. Em qualquer momento as pessoas podem desejar – ou ter de – mudar

das casas onde escolheram morar, para uma instituição. Porém, é de todo o interesse

respeitar as escolhas de cada um e desenvolver os esforços necessários para corrigir

condições, acompanhar opções e ser presente de acordo com as necessidades. Nesta

matéria, as inovações tecnológicas desempenham já um papel bem evidente.

5. Desenvolvimento da estratégia sobre envelhecimento ativo no Concelho da Lourinhã

Em última análise a abordagem coletiva que fazemos acerca do envelhecimento vai

determinar o modo como nós, as nossas crianças e os nossos netos irão viver os seus

últimos anos de vida. Assim sendo, o concelho da Lourinhã reconhece que as pessoas

idosas possuem o direito a:

• Independência

• Participação

• Cuidados

• Autorrealização

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• Dignidade

Os idosos do nosso concelho são o espelho do nosso modo de lidar com essa

realidade. São uma enorme fatia populacional que continua a contribuir:

• Como consumidores e produtores, na economia e sociedade,

• Para as suas famílias, na qualidade de pais e avós,

• Como voluntários e membros de associações ao nível local.

Integrar estas ideias na vida do concelho corresponde a uma mudança que tem de ser

estimulada e acompanhada, em todos os sectores da comunidade (públicos, privados

e de terceiro sector) e em todas as idades (ao longo do ciclo de vida). A realidade é

que os idosos constituem-se num recurso vital para o desenvolvimento social e

económico do concelho.

O plano que está aqui delineado aponta o modo como se podem criar as

condições necessárias para apoiar pessoas e família s a planearem as suas vidas

futuras. Daí que se defenda a sua importância, não apenas para os que já são

considerados idosos, mas sobretudo para os que aind a não são.

5.1 A estratégia delineada O Município da Lourinhã, preocupado com o desenvolvimento de ações focadas na

população idosa e adaptadas às necessidades sentidas pela população e agentes

locais, decidiu promover um estudo que realize um diagnóstico social, com sinalização

de problemáticas e soluções concretas.

Pretende, desta forma, criar as condições propícias a uma intervenção

interinstitucional concertada e dinâmica que contribua para a melhoria da qualidade de

vida do idoso, de um envelhecimento ativo e saudável, assente num Plano

Gerontológico concelhio.

Para o efeito, contou com a colaboração da Escola Superior de Saúde do Instituto

Politécnico de Leiria em que, sob a coordenação técnico-científica do Professor Doutor

Baltazar Ricardo Monteiro, desenhou-se os moldes da investigação.

Ao Município competiu criar as condições necessárias ao desenvolvimento dos

trabalhos, tendo envolvido a participação de Juntas de Freguesia, Paróquias da

Lourinhã, Força de segurança militar, Empresas públicas e privadas locais com

respostas sociais para idosos, Farmácias, Voluntários e Comunidade em geral.

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5.2 O processo de consulta pública Embora a sociedade pense muitas vezes na criatividade como um processo individual,

a inteligência e a criatividade resultam em larga medida, da interação e da

colaboração entre as pessoas. Por isso acreditamos que a criatividade é social,

surgindo das atividades que se desenvolvem em contexto e interação com as outras

pessoas, neste caso, com os idosos do concelho da Lourinhã.

Foi por este motivo que, para o desenvolvimento deste projeto se desencadearam

processos de auscultação e participação direta de pessoas idosas. No fundo, o

trabalho aqui apresentado resulta da sua participação, testemunho das suas vivências

e experiências enquanto cidadãos deste concelho, quer através de reuniões quer de

inquéritos por entrevista.

Dos convites efetuados a múltiplas entidades do concelho, realizaram-se seis

reuniões (focus group) distribuídas da seguinte forma:

Três sessões de autodiagnóstico

Data: 13/06/2014

Grupo de alunos da Academia Cultural Sénior, Lourinhã

Foto:

Data: 13/06/2014

Grupo de frequentadores da sala de convívio da União de Freguesias de São

Bartolomeu e Moledo

Foto: sem registo

Data: 23/06/2014

Grupo de cidadãos da freguesia de Ribamar, no Centro Social e Cultural de Ribamar

Foto: sem registo

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Três sessões com técnicos de serviços/equipamentos do concelho

Data: 16/06/2014

Centro Social Paroquial da Lourinhã

Centro Social Paroquial de Moita dos Ferreiros

Centro Social Paroquial de Reguengo Grande

Centro Social e Cultural de Ribamar

Santa Casa da Misericórdia da Marteleira

Unidade de Cuidados na Comunidade da Lourinhã

Foto:

Data: 19/06/2014

AMETIC

Por Casa 24, Lda

Lar Vila Loba

Associação Cultural e Humanitária de Atalaia

Foto:

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Data: 23/06/2014

Farmácia Leal

Farmácia Marteleirense

Farmácia Correia Mendes

Farmácia Quintans

Foto:

Assim sendo participaram dez entidades públicas e privadas, com e sem fins lucrativos

com serviços de lar, apoio domiciliário, centro de dia, centro de convívio, bem como

unidades de cuidados continuados e da Unidade de Cuidados Continuados

Integrados. Complementarmente, participaram quatro farmácias do concelho, de um

total de seis existentes.

Os inquéritos por questionário foram realizados durante os meses de junho a outubro

de 2015, com interrupção em agosto. Foram

validados 304 inquéritos, correspondendo a 115

homens e 189 mulheres residentes nas onze ex-

freguesias (posteriormente agregados nas

atuais oito freguesias do concelho, segundo a

divisão administrativa em vigor), que passaram

a constituir a amostra do estudo.

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Tendo por base os Censos 2011 – Dados Definitivos, e para garantir a auscultação

efetiva em todas as freguesias, definiu-se uma amostra de 5% nas Uniões de

Freguesia e 10% nas restantes freguesias, tendo alcançado os seguintes resultados:

OBJETIVOS

LOURINHÃ (5%)

ATALAIA (5%)

MARTELEIRA (5%)

MIRAGAIA (5%)

MOITA FERREIROS

(10%)

HM H M HM H M HM H M HM H M HM H M

90 40 51 20 9 11 20 8 12 18 9 10 47 21 26

Realizados

46 14 32 26 4 22 21 8 13 19 9 10 47 21 26

Desvio

- 44 - 26 - 19 + 6 - 5 + 11 - - - - - - - - -

União de Freguesias da Lourinhã e Atalaia União de Freguesias de Miragaia e

Marteleira

HM H M HM H M

Objetivo 5% 111 49 62 Objetivo 5% 39 17 22

Desvio - 39 - 31 - 8 Desvio + 1 0 + 1

(Continuação)

OBJETIVOS

SÃO BARTOLOMEU

(5%)

MOLEDO (5%)

REGUENGO GRANDE

(10%)

SANTA BARBARA

(10%)

VIMEIRO (10%)

RIBAMAR (10%)

HM H M HM H M HM H M HM H M HM H M HM H M

11 5 6 6 3 3 40 18 22 30 12 18 31 14 17 30 14 16

Realizados

13 1 12 6 3 3 38 16 22 27 11 16 31 14 17 30 14 16

Desvio

+ 2 - 4 + 6 - - - - 2 - 2 0 - 3 - 1 - 2 - - - - - -

União de Freguesias de São Bartolomeu dos Galegos e Moledo

HM H M

Objetivo 5% 17 8 9

Desvio - - 4 + 6

O desvio final (concelho) cifrou-se nos 39 questionários por aplicar. De referir o n.º

significativo de questionários não aplicados na U.F.L.A.. Este resultado, de qualquer

modo, não prejudica a análise global.

A GNR foi avisada, para evitar situações de burlas e roubos. A população foi

informada da realização do estudo por intermédio de jornal, rádio, site do município, e

igrejas concelhias. Na maioria dos casos, as entrevistas decorreram em instalações

públicas de referência, conhecidas da população (Juntas de Freguesia, centros de

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convívio). Foram constituídas equipas de entrevistadores por freguesia tendo por base

a sua proximidade/vizinhança face aos inquiridos.

ORIGEM DOS ENTREVISTADORES N.º N.º INQUÉRITOS

APLICADOS % %

Município da Lourinhã 3 101 33 33

Juntas de Freguesia 4 72 23 67

IPSS´S 2 35 11

Voluntários 13 100 33

TOTAL 22 308 (*) 100 100

(*) dos quais 304 inquéritos foram validados, 4 excluídos

Todos os colaboradores encontravam-se devidamente certificados e identificados com

um cartão emitido pelo Município. Receberam formação prévia específica para a

tarefa, tendo-se realizado duas ações, em horário adaptado à disponibilidade destes.

1ª ação de formação de entrevistadores | Data: 21 e 22.05.2015

2ª ação de formação de entrevistadores | Data: 24.05.2015

Concluído o trabalho no terreno, avançou-se para a fase de inserção dos dados

obtidos por questionário em programa informático, durante outubro e novembro.

O inquérito estava construído com recurso às dimensões do envelhecimento ativo3

constantes do diagrama seguinte.

3 World Health Organization (2002). Active ageing: a policy framework. A contribution of the Health Organization to the second United Nations World Assembly on Ageing. Madrid

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Figura 4 : Os determinantes de envelhecimento ativo. Com bas e na proposta da OMS (2002).

Os indicadores que constam de cada um dos determinantes foram construídos com

base na literatura disponível e em instrumentos de recolha de dados previamente

existentes e validados para a realidade nacional.

A conjugação dos resultados obtidos foi vertida numa matriz analítica que permitiu

aplicar a estatística descritiva e posteriormente, o desenvolvimento de grandes linhas

de ação, respetivos programas, indicação dos obje

repercussões (outcomes), de forma a poder fazer

políticas.

Para além destas perguntas, também havia outras que se destinavam a conhecer

dados sociodemográficos: sexo, idade, naturalidade,

civil e habilitações literárias. O questionário fic

normalmente 45 a 60 minutos a preencher.

6. A estratégia sobre envelhecimento para o Concelho da Lourinhã em traços gerais

A estratégia destina-se a funcionar como catalisadora de ações e inovação destinada

a promover a saúde, o bem estar e a qualidade de vida entre os cidadãos da Lourinhã,

MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural

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: Os determinantes de envelhecimento ativo. Com bas e na proposta da OMS (2002).

Os indicadores que constam de cada um dos determinantes foram construídos com

base na literatura disponível e em instrumentos de recolha de dados previamente

validados para a realidade nacional.

A conjugação dos resultados obtidos foi vertida numa matriz analítica que permitiu

aplicar a estatística descritiva e posteriormente, o desenvolvimento de grandes linhas

de ação, respetivos programas, indicação dos objetivos, intervenientes, resultados e

), de forma a poder fazer-se avaliação dos programas e das

Para além destas perguntas, também havia outras que se destinavam a conhecer

dados sociodemográficos: sexo, idade, naturalidade, nacionalidade, profissão, estado

civil e habilitações literárias. O questionário ficou com 179 perguntas e demorava

minutos a preencher.

. A estratégia sobre envelhecimento para o Concelho da Lourinhã em traços gerais

se a funcionar como catalisadora de ações e inovação destinada

a promover a saúde, o bem estar e a qualidade de vida entre os cidadãos da Lourinhã,

Coordenação de Intervenção Sociocultural 20

LOURINHÃÃ

: Os determinantes de envelhecimento ativo. Com bas e na proposta da OMS (2002).

Os indicadores que constam de cada um dos determinantes foram construídos com

base na literatura disponível e em instrumentos de recolha de dados previamente

A conjugação dos resultados obtidos foi vertida numa matriz analítica que permitiu

aplicar a estatística descritiva e posteriormente, o desenvolvimento de grandes linhas

tivos, intervenientes, resultados e

se avaliação dos programas e das

Para além destas perguntas, também havia outras que se destinavam a conhecer

nacionalidade, profissão, estado

ou com 179 perguntas e demorava

. A estratégia sobre envelhecimento para o Concelho

se a funcionar como catalisadora de ações e inovação destinada

a promover a saúde, o bem estar e a qualidade de vida entre os cidadãos da Lourinhã,

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à medida a que vão envelhecendo. Centra-se em aspetos que são relevantes para os

idosos e constitui-se das seguintes componentes:

• Visão

• Princípios operativos

• Quatro eixos estratégicos

• Objetivos gerais e específicos

• Áreas prioritárias

• Avaliação de progresso

6.1 A visão

Destina-se a enunciar onde pretendemos que o concelho da Lourinhã se encontre

posicionado daqui a 5 anos, para que, de modo efetivo consiga satisfazer as

necessidades dos cidadãos que aqui vão envelhecer durante este tempo. Pretende ser

um enunciado transversalmente partilhado, quer entre a governação autárquica, quer

entre todos os sectores desta comunidade, sobre estratégias de envelhecimento e

orientações políticas e de serviço à comunidade.

Todas as gerações acrescem valor a esta comunidade e por isso preparamo-nos

devidamente para apoiar o bem-estar físico, mental e social de todos,

particularmente dos mais velhos, até ao limite do seu potencial. Promoveremos e

respeitaremos o compromisso dos mais velhos com a vida económica, social,

cultural e familiar, estimulando a solidariedade entre as gerações. Promoveremos

neste concelho a equidade, a independência, a participação, o cuidado, a

autorrealização e a dignidade dos mais velhos.

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6.2 Princípios operativos

Em apreço por todos os contributos que as pessoas idosas dão ao concelho da

Lourinhã e seguindo as orientações das Nações Unidas4 reconhecemos que as

pessoas idosas possuem o direito a:

• Independência

• Participação

• Cuidados

• Autorrealização

• Dignidade

Assim, estes princípios deverão orientar quaisquer das ações enunciadas à frente e

também ser utilizados para avaliar as políticas, programas e serviços orientados para

as pessoas idosas.

6.3 Eixos estratégicos

Estão baseados nos resultados das várias consultas atrás descritas, são abrangentes

e interrelacionados e podem ser objeto de intervenção e avaliação ao longo do

percurso.

1. Remover barreiras à participação social e promov er o contínuo envolvimento

das pessoas à medida a que envelhecem, em todas as esferas da vida social,

cultural e económica do concelho da Lourinhã, de ac ordo com as suas

necessidades, preferências e capacidades.

1.1. Verificamos que as pessoas idosas inquiridas quase não se mantêm no tecido

produtivo do concelho. Apenas 10,3% das pessoas com idades entre os 60 e

os 69 anos mantêm atividade remunerada.

1.2. Apenas 9,2% estão vinculadas a atividades voluntárias.

1.3. Poucos são os que referem cuidar de netos, mas são muitos mais os que

estão a cuidar de outros idosos (cônjuges) o que supõe ações de suporte aos

cuidadores.

1.4. São 40,1% as pessoas entre os 65 e os 74 anos que possuem dependências

ligeiras nas atividades de vida diária e a percentagem desce para os 35,2%

4 United Nations Assembly (1991). Implementation of the International Plan of Action on Ageing and related activities. 74th plenary meeting. 16 December 1991. Disponível em: http://www.un.org/documents/ga/res/46/a46r091.htm. Acedido a 11 de abril de 2015.

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entre os 75 e mais anos. Pressupõem estes valores que os que estão a

envelhecer irão ser mais dependentes em atividades de vida diária.

1.5. Já para as atividades instrumentais de vida diária 34,5% das pessoas entre os

65 e os 74 anos possuem autonomia parcial e 36,8% das pessoas com 75 e

mais anos também estão neste nível de dependência.

1.6. Supõem estes resultados que, embora haja uma diminuição da autonomia,

existem potenciais níveis de participação social que seria urgente estimular.

1.7. No grupo dos 65 e mais anos 1,7% dos homens e 2,1% das mulheres

estariam disponíveis para inscrever-se num curso formal ou informal. Neste

mesmo grupo, apenas 0,9% dos homens e 1,1% das mulheres estariam

disponíveis para iniciar uma nova carreira.

1.8. Este resultado é indicador da dificuldade de aquisição de novas competências

ao longo da vida. Deveria ser estimulada a formação ao longo da vida, neste

concelho.

1.9. Verificamos ainda que as redes sociais dos inquiridos são tanto mais

centradas na família, quanto mais velhos estão. Isto significa que a idade e a

falta de mobilidade e autonomia, fazem com que diminua a disponibilidade

para ir ao encontro ou ser visitado e ajudado por vizinhos e amigos. Reduz-se

deste modo o capital social, ou seja, a possibilidade de dar e receber ajudas

quando necessárias.

1.10. Em termos de rendimentos 17,4% dos homens refere ter entre 501€ e

600€ e 20,1% das mulheres refere ter entre 401 e 500€. As percentagens de

mulheres que referem ter orçamentos abaixo dos 500€ é sempre maior em

relação aos homens, havendo mesmo mulheres que referem ter orçamentos

de 200€ e menos, o que não se passa entre os homens. Os orçamentos acima

de 500€ são maioritariamente dos homens, à exceção do grupo entre os

2001€ e os 2500€ que é de 1,7% para homens e 2,6% para mulheres.

1.11. Estes valores de rendimento ilustram as diferenças de género

existentes no concelho, com forte impacto na saúde e bem estar das

mulheres, por auferirem sempre menores rendimentos.

1.12. A totalidade dos homens inquiridos possui habilitações literárias até ao

12º ano; 97,4% das mulheres possuem até ao 12º ano. Significa portanto que,

as poucas formações superiores são detidas pelas mulheres.

1.13. A população entrevistada em grupo referiu que os transportes públicos

não estão organizados em torno das suas necessidades, mas apenas

daqueles que têm de se deslocar para os empregos.

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1.14. Apelam à revisão das paragens dos autocarros, pois não contemplam

as suas prioridades.

2. Apoiar as pessoas a manter, melhorar e gerir a s ua saúde e bem estar físico e

mental.

2.1. 56,5% dos homens só vão ao médico quando estão doentes; no caso das

mulheres a percentagem passa para os 38,1%. Existe pouco investimento

pessoal na promoção da saúde e na prevenção da doença.

2.2. Somente 36,5% dos homens tomaram a vacina da gripe; no caso das

mulheres foram 32,3%. Os que não tomaram a vacina referem como causa o

seu desmazelo. Outros afirmam que não foram estimulados a fazer a vacina.

2.3. Foram a uma consulta do dentista 2% dos homens e 52,9% das mulheres

inquiridas.

2.4. Quanto aos internamentos hospitalares, apenas 11,3% dos homens teve essa

experiência nos últimos seis meses e a maioria foi para fazer algum tipo de

cirurgia. O mesmo ocorreu com 7,9% das mulheres.

2.5. As depressões ligeiras ocorrem mais entre os homens com 75 e mais anos

(26,2%) e nas mulheres com idades entre os 65 e os 74 anos (25,9%). Já as

depressões graves são mais frequentes nas mulheres entre os 65 e os 74

anos (10,7%) e com 75 e mais anos (10,4%).

2.6. Praticam atividade física 40% dos homens e 43,3 % das mulheres. A adesão à

prática de exercício físico varia com as habilitações literárias, ou seja, quanto

mais baixas as habilitações, menor a atividade física praticada.

2.7. O peso médio dos inquiridos varia consoante a auto-percepção de bem estar

económico: os que se autoavaliam com uma boa situação económica pesam

em média 71,75kg; os que se autoavaliam com uma situação económica

remediada, pesam 70,08kg em média; os que se autoavaliam com uma má

situação económica pesam em média 73,35kg. Conclui-se o seguinte: as

pessoas com menos posses tendem a comer sempre os mesmos alimentos,

muitas vezes hipercalóricos e baratos.

2.8. Os ovos, as leguminosas e os doces não são habituais na dieta dos inquiridos.

2.9. Há quatro conclusões importantes a retirar do inquérito à diversidade

alimentar:

2.9.1. Quanto mais baixa a autopercepção sobre a situação económica, maior

o valor ponderal dos inquiridos.

2.9.2. Quanto melhor a autopercepção da situação económica, maior a

ingestão de carnes.

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2.9.3. As mulheres que se autoavaliam em “má” situação económica não

incluem carne nem peixe na dieta, ao contrário dos homens.

Culturalmente as mulheres abdicam destes alimentos em favor dos

homens.

2.9.4. Maior valor ponderal está relacionado com menor diversidade alimentar

e com uma autoavaliação de possibilidades económicas mais baixa.

2.10. Entre os homens os hábitos de ingestão de álcool são mais acentuados

do que entre as mulheres. Há 35,7% de homens que ingerem 3 copos de

vinho (1,65dl/copo) e 3 cálices de whisky (0,5dl/cálice) por dia. 27% dos

homens ingerem 1 copo de vinho por dia. No caso das mulheres, 22,2%

ingere um copo de vinho por dia.

2.11. Em termos de autopercepção de saúde os homens classificam-se entre

“razoável” (27,8%) e “Boa” (61,7%). As mulheres possuem uma

autopercepção da sua saúde entre “Má” (87,8%) e “Muito má” (96,8%).

3. Providenciar para que as pessoas possam envelhec er com confiança,

segurança e dignidade nas suas casas, pelo tempo qu e entenderem.

3.1. Há 44,4% de todos os inquiridos com idades iguais ou superiores a 75 anos a

viverem sós.

3.2. Os homens possuem maior propensão (75,7%) para se encontrarem todos os

dias com pessoas amigas. A percentagem das mulheres neste item é de

61,9%.

3.3. Há 4,4% de homens que referem ter medo de alguém (dentro ou fora da

família); 7,8% referem ter sido agredidos e 4,3% referem ter sido forçados a

fazer algo que não estava na sua vontade. No caso das mulheres as

percentagens sobem respetivamente para 6,9%; 8,5% e 6,4%.

3.4. Há 12,8% das mulheres que refere passar muito tempo sozinha, apesar de

precisar de ajuda. No caso dos homens esta percentagem desce para 5,2%.

Estes são casos de negligência de cuidados.

3.5. A conjugação dos resultados de 3.3 e de 3.4 permite associar as respostas a

situações de violência sobre idosos.

4. Apoiar a investigação e o desenvolvimento de res postas inovadoras às

necessidades das populações do concelho da Lourinhã .

4.1. As pessoas referem necessidades de participação cultural e de ocupação de

tempos livres.

4.2. Os entrevistados continuam a olhar a institucionalização como um abandono

por parte das famílias, o que vem reafirmar o desejo de se manterem em suas

casas pelo maior tempo possível.

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4.3. Num grupo focal foram identificadas algumas dificuldades para que as

pessoas façam uma vida autónoma em casa: barreiras arquitetónicas e falta

de apoios à deambulação.

4.4. Todos os entrevistados possuem duas grandes preocupações na atualidade: a

sua saúde e o bem estar dos seus filhos e netos.

4.5. Existem casos de pobreza declarada (identificadas em reunião de grupo

focal), pelos próprios.

Eixo estratégico 1

Remover barreiras à participação social e promover o contínuo envolvimento das pessoas à medida a que envelhecem, em todas as esferas da vida social, cultural e económica do con celho da Lourinhã, de acordo com as suas necessidades, prefe rências e capacidades.

Os objetivos a desenvolver dentro deste eixo prioritário destinam-se a: promover a

educação e a aprendizagem ao longo da vida; reconhecer a importância da

participação voluntária dos cidadãos, criando condições e apoiando iniciativas e

encorajando a participação dos cidadãos na vida da comunidade e das famílias.

As áreas compreendidas dentro deste eixo estratégico são:

• Emprego e reforma

• Educação e aprendizagem ao longo da vida

• Voluntariado

• Participação social e cultural

• Transportes

Emprego e reforma

Tem-se vindo a verificar que quanto mais tempo as pessoas se mantiverem a

trabalhar, mais saudáveis serão, quer do ponto de vista físico, quer mental. Há

também uma crescente evidência de que a produtividade não decresce

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necessariamente com a idade, na medida em que as perdas físicas tendem a ser

compensadas com competências associadas à experiência acumulada. Em suma, é

o nível de saúde que se reflete na produtividade e não a idade das pessoas.

Habitualmente as reformas antecipadas, estimuladas em anteriores momentos

sociopolíticos, estavam relacionadas com as pensões auferidas. Este não é o caso

da atualidade, nem dos próximos tempos. O desejo das pessoas é de usufruírem da

possibilidade de se reformarem gradualmente, ou seja, de disporem de condições

para continuarem a contribuir ativamente para a sociedade, mas dentro dos seus

próprios limites e horários. Este processo adaptativo deve ser estimulado, tornando

os locais de trabalho muito mais amigos das pessoas que se pretendem reformar

progressivamente.

A reforma constitui um tempo de profunda mudança. Porém, ao contrário de outros

eventos igualmente importantes na vida das pessoas (algumas doenças e

incapacidades, o luto e outras), a reforma pode ser planeada e a transição pode ser

feita de modo progressivo, de modo a evitar os efeitos deletérios que as mudanças

bruscas produzem nas pessoas.

O que é preciso fazer?

Objetivo 1.1

Desenvolver várias alternativas de empregabilidade (incluindo as reformas

progressivas) para as pessoas que vão ficando mais velhas e identificar as barreiras

(legislativas, atitudinais, tradicionais e práticas) à continuidade do emprego, assim

como as necessidades de formação ao longo da vida.

Educação e aprendizagem ao longo da vida

Se nos reportarmos aos resultados do trabalho prévio a este plano gerontológico

iremos verificar que existe relação entre níveis educativos e saúde, tal como está

descrito em muitos resultados de investigação recente. Assim, quanto maior o nível

académico obtido, maior a atividade e a saúde física e mental das pessoas. De

facto, existe uma relação positiva entre a educação e o bem estar social, físico e

mental dos cidadãos.

É ainda importante verificar as baixas habilitações académicas detidas pelos

entrevistados. A falta de formação ao longo da vida fez com que muitos tivessem de

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se reformar por não deterem as competências necessárias aos empregos existentes

após a crise económica, financeira e social que se instalou.

Fica-nos a lição de que, à medida a que vai aumentando o número de pessoas

acima dos 65 anos, o desenvolvimento de ações que as mantenham cognitivamente

saudáveis constitui uma prioridade, quer para os indivíduos, quer para a sociedade.

Num mundo em constante mudança e com uma empregabilidade tão volátil como a

atual, deve dar-se prioridade à aquisição de competências, em todos os níveis

educativos.

O que é preciso fazer?

Objetivo 1.2

Promover formação que seja significativa para os cidadãos e que os ajude a

desenvolver competências adequadas a um mercado de trabalho em contínua

mudança. É prioritário o aproveitamento de linhas de financiamento disponíveis para

a formação ao longo da vida, quer por parte das empresas, quer sob a

responsabilidade da autarquia.

Voluntariado

A associação positiva entre o trabalho voluntário e o bem estar de quem dá e usufrui

dessa atividade estão claramente demonstrados, a vários níveis. Quem dá do seu

tempo, do seu saber e das suas experiências obtém frequentemente uma melhor

autoavaliação de saúde, uma melhor funcionalidade, atividade física, satisfação com

a vida, baixando os níveis de hipertensão, depressão e mortalidade.

O voluntariado é também um forte indutor de apoio social e de reconhecimento

pelos pares, algo que reforça a autoestima e a felicidade. Ao nível do concelho o

voluntariado é fundamental a dois níveis: combater o isolamento e reforçar a

capacidade dos mais velhos para lidarem com os seus planos de tratamento.

Foram várias as formas de isolamento detetadas no concelho. Muitas delas são

combatidas pela deslocação a centros de convívio, onde não encontramos ninguém

para animar atividades ou desenvolver iniciativas com e para os mais velhos. Outros

casos encontrámos de pessoas que não se conseguem deslocar às associações ou

centros de convívio. Verificámos também que há especialmente mulheres, com

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depressões graves e que as redes sociais são muito centradas na família. A ação

negativa destas situações sobre a saúde e o bem estar das pessoas pode ser

combatida pelo recurso a visitação domiciliária feita por voluntários, assim como a

animação sociocultural.

Finalmente, o serviço voluntário pode ajudar a esclarecer dúvidas em termos de

hábitos de higiene, lidar com doenças crónicas, alimentação, procura de serviços de

saúde e sociais. Se a tendência atual é a de ajudar as pessoas a lidar com as

doenças crónicas, os voluntários podem reforçar a ação dos familiares que, em

muitas das ocasiões, não podem estar presentes para essa atividade.

O que é preciso fazer?

Objetivo 1.3

Promover o conceito de cidadania ativa e o valor do voluntariado, encorajando as

pessoas de todas as idades a envolverem-se e contribuírem mais para a sua

comunidade.

Participação social e cultural

A participação em atividades culturais promove o alargamento das redes sociais, a

interação entre as pessoas, a saúde e o bem-estar ao nível mental e físico. Existe

também uma forte relação entre a participação em atividades culturais e a adoção

de estilos de vida saudáveis, incluindo a atividade física. Quanto menos pessoas

contatarmos, maior a possibilidade de podermos ser obesos, contrair doenças

cardiovasculares, problemas mentais e mortalidade em geral. Não frequentar este

tipo de atividade possui os mesmos efeitos que fumar, ter a tensão alta ou

obesidade.

O isolamento mata, pelo facto de estar associado a níveis graves de depressão e

declínio cognitivo. Uma das formas de reverter estas situações é através de

programas culturais – as universidades séniores são um exemplo – e de todas as

iniciativas que consigam combater o isolamento e a solidão.

O que é preciso fazer?

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Objetivo 1.4

Promover o desenvolvimento de oportunidades de envolvimento e participação

social das pessoas em todas as fases do ciclo vital, em atividades de índole

artística, cultural, espiritual, de lazer, aprendizagem e atividade física. As estruturas

onde se promova esta oferta será próxima dos cidadãos ou de fácil acessibilidade.

Transporte

A maioria das pessoas com quem falámos refere com satisfação que se deslocam

em veículo próprio. De facto, ser capaz de conduzir está associado a elevados

níveis de satisfação com a vida, melhor ajustamento social, menor isolamento e uma

elevada sensação de controlo situacional. A mobilidade é um determinante de

acesso a serviços e a atividades na comunidade.

Porém, à medida que as pessoas vão avançando na idade, as doenças crónicas, as

perdas de visão e de audição constituem uma ameaça à autonomia. É por esse

motivo que a resposta em termos de transportes públicos deverá ser orientada para

a satisfação das necessidades das pessoas, à medida a que envelhecem. Se

houver resposta adequada, correremos menos riscos de acidentes de viação e

conseguiremos garantir a participação social de todos os cidadãos,

independentemente da idade.

Este foi um problema identificado por muitos dos participantes, quer nas entrevistas,

quer nos grupos focais. Repensar a localização das paragens de autocarro,

melhorar os circuitos de modo a atender às necessidades das pessoas que

envelhecem é essencial. Há autocarros disponíveis de acordo com os horários

escolares e outros que se coadunam com a entrada e saída dos empregos. Deverão

planear-se circuitos e horários de acordo com as necessidades destes cidadãos.

O que é preciso fazer?

Objetivo 1.5

Planear circuitos de transporte público, que sejam acessíveis, comportáveis e

flexíveis, sobretudo em áreas mais rurais. Atender à colocação dos locais de

paragem dos transportes públicos.

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Eixo estratégico 2

Apoiar as pessoas na manutenção, melhoria e gestão da sua saúde e

bem estar físico e mental, à medida a que envelhece m.

Os objetivos que se vão descrever de seguida destinam-se a contribuir para prevenir

e reduzir os efeitos das perdas de autonomia, das doenças crónicas e a mortalidade

prematura, reduzindo o impacto dos fatores associados às doenças mais comuns no

concelho e promovendo os fatores protetores de saúde ao longo do ciclo de vida.

As áreas que se desenvolvem neste eixo estratégico são as seguintes:

• Envelhecimento saudável

• Saúde e apoio social

• Cuidadores

Envelhecimento saudável

O envelhecimento da população está intimamente ligado às condições de vida

existentes no País. A saúde é apenas um dos fatores que contribuíram para que as

pessoas ultrapassassem com êxito as diferentes idades da vida. À medida a que os

múltiplos fatores que conseguimos incluir no conceito “condições de vida” foram

melhorando, a mortalidade infantil decaiu drasticamente, cada vez mais jovens

chegaram à idade adulta, decresceu a natalidade e as pessoas passaram a viver

mais anos. Estas mudanças reforçaram o crescimento económico, mas também

induziram maior longevidade. É esta dupla consequência que tem de ser resolvida

pelas gerações atuais, quer nos aspetos relacionados com a saúde, quer nos que se

relacionam com a participação social.

A manutenção da saúde é uma questão essencial na resposta ao envelhecimento

que está a ocorrer na nossa sociedade. Baixos níveis de saúde e barreiras à

participação social dos idosos, marginalizam as pessoas, impedem os seus

contributos para uma sociedade melhor e aumentam os custos de manutenção de

uma sociedade progressivamente mais envelhecida. Ao investirmos na saúde dos

mais velhos, diminuímos os correlatos custos, ajudamos a prevenir o isolamento e

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contribuímos para a independência e produtividade das pessoas mais velhas.

Mas a saúde dos mais velhos deve ainda ser compreendida numa outra esfera: o

impacto sobre a família e sobre a sociedade. Quanto mais baixo o nível

socioeconómico da família, maior o impacto da doença individual ou da perda de

autonomia. Na situação atual do País, os doentes permanecem cada vez menos

tempo internados nos hospitais e cada vez maiores cargas de cuidados são

transferidas para as famílias. Se as redes sociais dos mais velhos se vão

progressivamente centrando na família, se esta é cada vez mais pequena e se os

descendentes tendem à mobilidade geográfica dentro do País e à emigração à

procura de emprego, resulta que são cada vez mais os idosos que cuidam de outros

idosos, que há uma redução enorme de possíveis ajudas em caso de necessidade,

que maiores despesas de saúde são suportadas pelas famílias e que aumentará a

probabilidade de pobreza.

As doenças crónicas constituem na atualidade as que são mais frequentes em todas

as idades, particularmente nas mais avançadas, resultando também numa maior

utilização de serviços de saúde. As doenças crónicas são duas a três vezes mais

prevalentes em países pobres ou de médio rendimento, que em países com

elevados rendimentos. Este facto ocorre também dentro de um mesmo país: as

pessoas com rendimentos mais baixos tendem a morrer de doenças banais e a ter

mais doenças que as pessoas de elevados rendimentos. Este gradiente social é

determinante para planear cuidados de saúde, já que estamos a lidar com as causas

das causas, ou seja, não é a falta de dinheiro que provoca doenças... Mas impede

as pessoas de aceder a cuidados de saúde, à informação sobre saúde e a estilos de

vida saudáveis, à educação, ao emprego a boas condições de salubridade, por

exemplo.

Como foi verificado no inquérito à diversidade alimentar, as pessoas tendem a pesar

mais, quanto maiores forem as suas dificuldades económicas percebidas. Entram

aqui fatores culturais, mas também teremos de ter em conta que as pessoas com

menores recursos económicos tendem a reduzir as suas escolhas alimentares,

retirando da dieta habitual os alimentos mais caros. Hoje debate-se se os preços de

alguns alimentos, especialmente os pré-cozinhados e a chamada “comida de

plástico”, não deverão ser mais caros.

É comum aceitar-se que as pessoas pertencentes às classes sociais mais

abastadas tendem a ser elegantes, ao passo que os que pertencem a grupos sociais

de menores recursos tendem a ser obesos. A inversão destas situações é

importante e está fortemente relacionada com hábitos de vida saudável, acesso à

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informação e às medidas de promoção da saúde. Nunca é tarde, na vida das

pessoas, para promover saúde e prevenir doenças ou incapacidades relacionadas

com as doenças já existentes.

O que é preciso fazer?

Objetivo 2.1

Promover a saúde e os comportamentos saudáveis em todas as idades, de modo a

retardar o aparecimento das doenças crónicas e a evitar a mortalidade prematura.

Saúde e apoio social

Embora a saúde e os serviços sociais sejam essenciais para uma vida longa e

participativa, são muitos os determinantes que estão para além do sistema de

saúde. Viver em áreas seguras por exemplo, é essencial a um envelhecimento com

qualidade de vida. As pessoas inquiridas possuem um sentimento de segurança nos

lugares onde moram, mas referem também que não podem confiar em todas as

pessoas que moram junto de si. Queixam-se sobretudo de barulho, mas referem

haver tráfico de drogas, alguns assaltos, fraca iluminação em alguns locais e lixo

nas ruas.

Outra componente importante é a utilização das casas e a existência de apoios à

deambulação segura. Os inquiridos referem que gostariam de obter ajuda para

remover barreiras arquitetónicas dentro das suas casas (degraus, por exemplo) e

para colocação de apoios a uma deambulação segura (barras de apoio nas casas

de banho, por exemplo).

Os custos associados às quedas nestas idades é muito importante. Na população

inquirida percebe-se que 45% das mulheres e 19,1% dos homens sofreram quedas

durante o ano transato. Das pessoas que referiram ter caído, verificou-se que 2,6%

dos homens tiveram de receber tratamento médico e que 8,5% das mulheres

estiveram em situação semelhante. Existirá uma forte relação de alguns fatores com

as quedas, entre as pessoas inquiridas: as tonturas (referidas por 41,7% dos

homens e 59,8% das mulheres) e as alterações sensitivas nos membros inferiores

(41,7% dos homens e 51,9% das mulheres) parecem ser os mais importantes.

A relação entre as quedas, as fraturas, a polimedicação, as admissões hospitalares

e a mortalidade está sobejamente investigada. Utiliza-se o termo polimedicação

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sempre que a pessoa esteja a utilizar entre cinco e dez medicamentos distintos e a

polimedicação excessiva ocorre quando as pessoas estão a tomar mais de 10

medicamentos em simultâneo. Na população inquirida verificamos que 18,3% dos

homens e 10,1% das mulheres tomam entre 5 e 10 comprimidos em simultâneo.

Estão com excessiva polimedicação 10,1% das mulheres, na medida em que estão

a tomar até 17 comprimidos distintos em simultâneo.

Outro importante fator relacionado com as doenças crónicas é a adesão terapêutica.

O comportamento das pessoas face às terapêuticas prescritas começou por ser

pensada em termos passivos, ou seja, em que medida as pessoas seguem o

tratamento que lhe foi prescrito pelo seu médico. Porém, mais importante do que

seguir ordens é a mudança comportamental necessária para seguir um plano de

tratamento, manter uma dieta ou alterar um comportamento de saúde (ingerir menos

sal, deixar de fumar, beber menos álcool). Este é o conceito de adesão terapêutica.

Muitas das doenças crónicas que se manifestam na idade adulta e mais

tardiamente, podem ser prevenidas ou controladas. A adesão aos tratamentos

assume constituir desafio sobretudo nas pessoas mais velhas, com alterações

cognitivas e funcionais e com a crescente complexidade do seu estado de saúde

que pode observar-se pelos resultados da polimedicação. Sem adesão terapêutica,

ou seja, a mudança comportamental que leva a incorporar a necessidade de seguir

um plano de tratamentos, não existe tratamento bem sucedido. Baixos níveis de

adesão atenuam o efeito dos tratamentos e reduzem a efetividade do sistema de

saúde.

Entre a população inquirida, embora se tenha verificado uma elevada adesão

terapêutica entre homens e mulheres, há 18,2% de homens e 22,2% de mulheres

com baixa adesão terapêutica e também 3,2% de mulheres com muito baixa adesão

terapêutica.

Finalmente, em termos de comportamentos preventivos, ou seja, tudo o que pode

ser feito para evitar ou retardar o aparecimento das doenças e para as diagnosticar

precocemente, verificamos que havia 54,8% de homens que nunca fizeram exames

aos intestinos, 45,2% não foram ao dentista e 31,3% não fizeram exames

urológicos. Uma margem residual respondeu não saber ou não respondeu (NS/NR).

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Gráfico 1 - Realização de exames e rastreios por parte dos home ns inquiridos.

Entre as mulheres, normalmente mais proactivas em relação à sua saúde 58,2%

referiram que não tinham feito exames ur

ter feito exames aos intestinos. Também verificamos que 40,7% não fez exames

ginecológicos.

Gráfico 2 - Exames de rastreio realizados pelas mulheres pertenc entes à amostra inquirida.

As pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos estão entre os que devem

fazer a vacinação da gripe. Muitas mortes e hospitalizações que ocorrem durante o

inverno estão relacionadas com a gripe que acomete as pessoas acima dos 65

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Realização de exames e rastreios por parte dos home ns inquiridos.

Entre as mulheres, normalmente mais proactivas em relação à sua saúde 58,2%

referiram que não tinham feito exames urológicos e igual percentagem afirmou não

ter feito exames aos intestinos. Também verificamos que 40,7% não fez exames

Exames de rastreio realizados pelas mulheres pertenc entes à amostra inquirida.

pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos estão entre os que devem

fazer a vacinação da gripe. Muitas mortes e hospitalizações que ocorrem durante o

inverno estão relacionadas com a gripe que acomete as pessoas acima dos 65

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Realização de exames e rastreios por parte dos home ns inquiridos.

Entre as mulheres, normalmente mais proactivas em relação à sua saúde 58,2%

ológicos e igual percentagem afirmou não

ter feito exames aos intestinos. Também verificamos que 40,7% não fez exames

Exames de rastreio realizados pelas mulheres pertenc entes à amostra inquirida.

pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos estão entre os que devem

fazer a vacinação da gripe. Muitas mortes e hospitalizações que ocorrem durante o

inverno estão relacionadas com a gripe que acomete as pessoas acima dos 65

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anos. Para além disso, também as pessoas que sofrem de doenças cardíacas e

endócrinas (como a diabetes), problemas respiratórios (asma, por exemplo) estão

entre aquelas em que a gripe pode causar complicações sérias.

Das pessoas inquiridas, apenas 32,3% das mulheres e 36,5% dos homens tomaram

a vacina da gripe.

O que é preciso fazer?

Objetivo 2.2

Incluir a saúde em todas as políticas, ou seja, fazer com que as políticas públicas

que abrangem todos os sectores da vida do concelho se preocupem com as

implicações que sempre têm sobre a saúde e as desigualdades de saúde da

população.

Cuidadores

Existe uma certa indefinição terminológica no que diz respeito aos que

consideramos como cuidadores. Diferentes termos têm sido utilizados para designar

os cuidadores (cuidadores familiares, informais, naturais), diferentes matérias de

cuidados têm sido englobadas (cuidadores de crianças, de adultos dependentes, de

idosos) e também diferentes intensidades de cuidados (mais de uma hora por dia,

por exemplo).

Estas questões são deveras importantes quando se tenta comparar o que ocorre

entre países de uma mesma (ou diferentes) áreas geográficas ou diferentes

patologias em indivíduos de várias idades. É certo que prestar cuidados não

remunerados e não profissionais é predominantemente uma tarefa feminina (embora

aumente a percentagem de cuidadores masculinos acima dos 75 anos) e uma tarefa

familiar (raramente encontramos cuidadores de vizinhos).

Também sabemos que a prestação de cuidados passou a ser uma matéria de dever,

à medida a que aumenta a longevidade e cresce a percentagem de doenças

crónicas na população. A família foi constituída como parceira de cuidados, em

igualdade de responsabilidade com as instituições sociais e de saúde, sobretudo à

medida a que foram aumentando as despesas de saúde e se foi retraindo o Estado

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Social.

Cuidar de pessoas dependentes do seio familiar pode ser benéfico para a

autoestima individual, uma matéria de dever intrafamiliar, indutor de opções pela

interrupção da atividade (e mesmo de desemprego), mas é também uma causa

determinante de fadiga e de sobrecarga financeira e psicológica. Na amostra

inquirida, existem 74% de mulheres com 75 ou mais anos e 54,5% entre os 65 e os

74 anos que precisam de ajuda nas atividades instrumentais da vida diária (usar o

telefone, fazer compras, gerir dinheiro, tomar medicamentos, usar os transportes,

preparar refeições, fazer a lida da casa e lavar/tratar da roupa). Nos homens

verifica-se que 90% com 75 ou mais anos e 81,5% entre os 65 e os 74 anos já

precisam de ajuda nas atividades acima descritas.

Em termos de ajuda nas atividades de vida diária (alimentação, higiene, eliminação,

transferências, deslocação, espaço de vida, fala, visão, audição, memória,

comportamento e humor), verifica-se que 78,6% das mulheres entre os 65 e os 74

anos e 63% dos homens no mesmo grupo etário necessitam de ajuda moderada. O

mesmo se passa no grupo dos 75 e mais anos, com 80% dos homens e 76,6% das

mulheres (ajuda moderada).

Estas constatações aliadas ao facto dos inquiridos afirmarem que cuidam mais de

idosos que de netos, leva a crer que os familiares lidam já com cargas de cuidados

significativas que tenderão a agravar-se futuramente, já que a longevidade atual,

embora acompanhada de doenças crónicas (principalmente doenças

cardiovasculares, diabetes e doenças reumáticas) não tem sido indutora de

dependências severas.

O que é preciso fazer?

Objetivo 2.3

Contribuir para o desenvolvimento de cuidados centrados no cidadão, melhorando o

acesso à informação, promovendo literacia em saúde, cuidados individualizados na

comunidade e identificando doentes de alto risco, através de processos de

estratificação (maior número de atendimentos em urgência ou menores recursos

económicos ou patologia mais frequente) aos quais se aplicam as mais recentes

evidências científicas.

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Eixo estratégico 3

Providenciar para que as pessoas envelheçam com con fiança, segurança e

dignidade nas suas casas, pelo tempo que entenderem .

Os objetivos contidos neste eixo estratégico destinam-se a assegurar proteção,

segurança e dignidade às pessoas que irão envelhecer no município da Lourinhã, na

medida em que se orientam para aspetos sociais, financeiros e físicos.

As áreas de intervenção contidas neste eixo estratégico são:

• Segurança financeira

• Habitação

• Área construída

• Abusos sobre idosos

Segurança financeira

Os estudos acerca da qualidade de vida insistem habitualmente que o nível de

rendimento das pessoas afeta fortemente a sua satisfação com a vida e o seu bem

estar. Estas questões são também muito difíceis de estudar de uma forma direta,

recorrendo-se para isso a indicadores gerais e outros que de forma indireta

permitem ter uma perspetiva sobre o problema do rendimento individual. De acordo

com o Instituto Nacional de Estatística5 (2015) a taxa de risco de pobreza para a

população idosa aumentou para 15,1% em 2013, face aos 14,6% no ano anterior.

Mantém-se porém uma tendência decrescente, na medida em que está a menos

13,9 p.p. do que a taxa verificada em 2003 e a menos 4,9 p.p. desde 2010.

Estes resultados representam bem o papel que as transferências sociais têm na

redução da taxa de risco de pobreza. Só para citar o valor mais recente, olhamos

para os valores de 2013 (valor provisório, INE, 2015): a taxa de risco de pobreza

antes de transferências sociais era de 47,8% e caiu para os 19,5% após

transferências sociais. É bem este o papel que as pensões representam para as

pessoas entrevistadas. Os homens vivem sobretudo com pensões entre os 501€ e

5 Instituto Nacional de Estatística. O risco de pobreza continuou a aumentar em 2013. Destaque de 30 de janeiro de 2015. Disponível em: http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=223346238&DESTAQUESmodo=2. Acedido a 19 de abril de 2015.

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os 600€ (para 17,4% dos inquiridos), ao passo que as mulheres vivem com pensões

entre os 401€ e os 500€ (para 20,1% das entrevistadas).

Isto ocorre em simultâneo com dois acontecimentos também importantes:

Em primeiro lugar a assimetria na distribuição de rendimentos entre grupos

populacionais com maiores e menores recursos. O rácio que mede a distância entre

os 20% da população com maiores recursos e os 20% da população com mais

baixos recursos tem vindo a aumentar, na medida em que era de 5,7 em 2010, de

6,0 em 2012 e foi de 6,2 em 2013. Significa que o rendimento monetário líquido

equivalente dos 10% da população com maiores recursos era 11,1 vezes superior

ao rendimento monetário líquido equivalente dos 10% da população com menores

recursos (10,7 em 2011 e 9,4 em 2010.

Em segundo lugar, a taxa de risco de pobreza aumentou, particularmente nas

famílias constituídas por um adulto com pelo menos, uma criança (de 22,2% em

2012 para 23,0% em 2013. O mesmo ocorreu para o grupo etário até aos 18 anos:

passou de 24,4% em 2012 para 25,6% em 2013.

Este último facto é muito importante dado que são cada vez mais os idosos

endividados para ajudar os filhos, particularmente os desempregados e os que,

sendo divorciados e com filhos contraíram obrigações bancárias que já não

conseguem manter.

Em matéria de segurança financeira cabem ainda dois aspetos importantes: a

violência financeira sobre idosos e as burlas, as quais em certa medida podem ser

sobreponíveis. Em primeiro lugar teremos de compreender que muitas são as

ocasiões em que as pensões dos idosos são geridas pelos filhos. São-lhes

delegadas tarefas de ir levantar a reforma e, por esse motivo, esse dinheiro é

integrado no rendimento do agregado familiar.

Em segundo lugar, são muitas as situações em que os idosos são alvo de burlas,

parte das quais são reveladas. Por vergonha ou porque não lhes é dada voz para

darem a conhecer as burlas de que foram alvo, não se chega a conhecer o roubo –

na maioria das vezes por parte de membros da família – ou as burlas, as quais

possuem reflexos severos e duradouros sobre as vidas dos idosos.

Estas matérias devem ser equacionadas face à degradação mental e cognitiva que

vai ocorrendo progressivamente, o que conduz a uma perda de capacidade para

gerir o dinheiro e para compreender o raciocínio de quem lhes quer fazer mal.

Associemos ainda, o grau de sofisticação e de violência das abordagens de

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marketing, seja telefónica, presencial ou através da Internet.

O que é preciso fazer?

Objetivo 3.1

Promover medidas protetoras da violência financeira e das burlas sobre idosos, que

sejam efetivas, transparentes e capazes de identificar novos riscos.

Habitação

Vivem em casa própria 93,0% dos inquiridos. Porém 16,7% dos homens vivem

sozinhos e o mesmo acontece com 33,0% das mulheres. São 67,5% os homens que

vivem com a esposa e 43,1% das mulheres vivem com o marido.

Ter uma casa não é apenas ter um teto sobre a cabeça. É um local a partir do qual

as pessoas podem aceder a serviços, contactar pessoas, receber pessoas, estreitar

laços sociais, viver e morrer. Uma boa qualidade da habitação é crucial para a

promoção da autonomia e qualidade de vida.

Já foi referido o facto dos inquiridos assumirem que necessitam de fazer obras em

casa e que têm eles próprios de as fazer (40,9% dos homens) ou pagar a quem as

faça (67% de homens e igual percentagem de mulheres). Mas também referem que

lhes chove em casa, têm bolor e humidade, têm frio e necessidade de obras. Existe

uma forte relação entre o frio e a morbilidade e mortalidade por doenças

cardiovasculares e respiratórias. Embora vivendo em casas próprias, estas não

possuem as condições necessárias de eficiência energética e aquecimento,

favorecendo-se deste modo a progressão das doenças crónicas e as complicações

com elas relacionadas.

À medida a que envelhecem, as pessoas tendem a viver com limitações físicas,

alterações mentais e necessidades médicas que podem dificultar a utilização das

suas casas. As alterações estruturais dos domicílios podem facilitar a vida dos

residentes, adaptando a habitação às limitações dos seus utilizadores. O mesmo

ocorre com os acessos, que podem ser determinantes para que as pessoas venham

participar na vida da comunidade.

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O que é preciso fazer?

Objetivo 3.2

Fazer com que os cidadãos idosos possam viver em casas com manutenções

adequadas, seguras e adaptadas às limitações impostas pela idade.

Ambiente edificado

As pessoas idosas tendem a aceder a serviços, utilizar instituições públicas e

encontrar-se com vizinhos e amigos em espaços próximos de si. O planeamento e

construções da área edificada tem sido muito orientada para quem se move bem e

está na plena posse das suas capacidades físicas e cognitivas. Recordemo-nos da

necessidade que houve em regulamentar a construção para que houvesse acesso a

pessoas com alguns tipos de deficiência, para encontrarmos facilmente razão para

estarmos preocupados com estas matérias. Até porque o aumento da esperança

média de vida é matéria recente e as necessidades das pessoas com deficiências

não estão ainda satisfeitas.

As pessoas que foram entrevistadas em focus groups admitiram que os centros de

convívio constituem uma mais valia para a sua vida social. Contudo referiram

também que lhes falta apoio para desenvolverem atividades.

As pessoas inquiridas por entrevista referiram que lhes faltam: apoios sociais (onde

se incluem: lar, creche, lar para fins de semana, centro de convívio, campo de

futebol, centro de dia, escola para séniores, igreja, passeios), de saúde (onde se

incluem: centro de saúde, médico, farmácia, apoio a toxicodependentes), de

segurança (onde se incluem: forças de segurança, GNR a funcionar, patrulhas

policiais), de lazer (onde se incluem: cinema, restaurante, café, comida pronta,

ginásio, espaços verdes e bancos de jardim, talho e piscina) e serviços (onde se

incluem: caixa multibanco, dependência bancária, correio, paragem de autocarro,

melhores transportes, sapateiro e supermercado).

A primeira prioridade para as mulheres (46,0%) e para os homens (58,3%) é a falta

de apoios sociais, logo seguidos dos apoios de saúde: 29,1% das mulheres e 24,3%

dos homens (ver gráfico 3).

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Gráfico 3 - Quais os apoios necessários, em primeira prioridade, na área em que reside.

Também em segunda prioridade são os apoios sociais que mais parecem ser

necessários construir. Veja

homens refere essa necessidade priorit

infraestruturas de lazer (onde se incluem: cinema, restaurante, café, comida pronta,

ginásio, espaços verdes e bancos de jardim, talho e piscina), por 11,1% das

mulheres. Para os homens a segunda prioridade são os

onde se incluem: centro de saúde, médico, farmácia, apoio a toxicodependentes.

Gráfico 4 - Necessidades infraestruturais colocadas em segunda opção pelos entrevistados.

Finalmente, os apoios sociais volta

Por parte de 86,2% das mulheres e 95,7% dos homens.

Estas referências são particularmente importantes quando se constata que existem

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Apoio social Apoios de

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

Apoio social Apoios de

MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

apoios necessários, em primeira prioridade, na área em que reside.

Também em segunda prioridade são os apoios sociais que mais parecem ser

necessários construir. Veja-se no gráfico 4 que 75,1% das mulheres e 81,6% dos

homens refere essa necessidade prioritária. Em segundo lugar foram referidas as

infraestruturas de lazer (onde se incluem: cinema, restaurante, café, comida pronta,

ginásio, espaços verdes e bancos de jardim, talho e piscina), por 11,1% das

mulheres. Para os homens a segunda prioridade são os apoios de saúde (5,3%),

onde se incluem: centro de saúde, médico, farmácia, apoio a toxicodependentes.

Necessidades infraestruturais colocadas em segunda opção pelos entrevistados.

Finalmente, os apoios sociais voltaram a ser referidos em terceira prioridade

Por parte de 86,2% das mulheres e 95,7% dos homens.

Estas referências são particularmente importantes quando se constata que existem

Apoios de saúde Segurança

LazerServiço

Apoios de saúde Segurança

LazerServiço

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apoios necessários, em primeira prioridade, na área em que reside.

Também em segunda prioridade são os apoios sociais que mais parecem ser

que 75,1% das mulheres e 81,6% dos

ária. Em segundo lugar foram referidas as

infraestruturas de lazer (onde se incluem: cinema, restaurante, café, comida pronta,

ginásio, espaços verdes e bancos de jardim, talho e piscina), por 11,1% das

apoios de saúde (5,3%),

onde se incluem: centro de saúde, médico, farmácia, apoio a toxicodependentes.

Necessidades infraestruturais colocadas em segunda opção pelos entrevistados.

ram a ser referidos em terceira prioridade

Estas referências são particularmente importantes quando se constata que existem

M

H

M

H

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lugares mais isolados e distantes no concelho, onde faltam os estímulos para que as

pessoas saiam de suas casas e se encontrem com quem deseje também, partilhar

algum do seu tempo. Os ambientes amigos dos cidadãos idosos podem fazer a

diferença entre a dependência e a independência para todas as pessoas, mas em

particular para aqueles que são mais velhos. Por exemplo, as pessoas que vivem

em lugares inseguros ou com barreiras arquitetónicas no ambiente construído,

possuem maior probabilidade de isolamento, depressão, reduzida capacidade física

e acréscimo de problemas de mobilidade, seja em casa ou fora desta.

O que é preciso fazer?

Objetivo 3.3

Aplicar políticas de construção de equipamentos sociais e de lazer, transportes e

edifícios que sejam amigos dos cidadãos idosos.

Violência sobre idosos

A violência sobre idosos é um assunto complexo e pode envolver várias formas de

violência (física, psicológica, financeira, sexual e negligência). Num estudo de

prevalência realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Projeto

Envelhecimento e violência 2011-2014) estimou que 123 em cada 1000 pessoas

com 60 ou mais anos foi vítima de alguma forma de violência.

Constituem exemplos de violência: tomar decisões sem consultar a pessoa visada;

tratar alguém de modo a que esta se sinta intimidada, ameaçada ou inibida; tocar

alguém da forma que ela não queira; forçar alguém a fazer o que está contra a sua

vontade, deixar o idoso só por muitas horas, mesmo sabendo que precisa de algum

tipo de ajuda.

Nas pessoas inquiridas verificamos que há 14,8% de homens e 19,7% de mulheres

que afirmam que as decisões são impostas por algum dos seus familiares; há 4,4%

de homens e 6,9% de mulheres que sentem medo de alguém (dentro ou fora da

família); há 7,8% de homens e 8,5% de mulheres que foram agredidos; há 4,3% de

homens e 6,4% de mulheres que foram forçados a fazer algo que não estava na sua

vontade. Em termos de negligência verificamos que 5,2% de homens e 12,8% de

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mulheres permanecem sós por muito tempo, mesmo precisando de ajuda.

Ficamos ainda a saber que as pessoas que foram agredidas tendem a contar os

casos aos seus familiares (4,3% dos homens e 5,9% das mulheres) ou a não contar

a ninguém (1,7% dos homens e 3,2% das mulheres).

O que é preciso fazer?

Objetivo 3.4

Incrementar a consciência sobre o que é violência sobre idosos, como se deteta e

se relata, manter a vigilância e criar mecanismos de proteção.

Eixo estratégico 4

Apoiar a investigação e o desenvolvimento de respos tas inovadoras às

necessidades das populações do concelho da Lourinhã

As políticas orientadas para as pessoas idosas devem apoiar-se nos resultados do

conhecimento que resulte de investigação e que seja sensível à monitorização de

resultados. A transparência das políticas, a prestação de contas sobre as decisões e

decidir com base em factos, constituem hoje matérias obrigatórias. Assumem

especial importância em matérias de envelhecimento, sobretudo quando se conhece

que aumentam as questões intergeracionais em torno da despesa que envolve o

envelhecimento.

São duas as áreas que se incluem neste eixo estratégico:

• Suporte ao doente em casa com recurso a novas tecnologias

• Procura ativa de financiamentos para resolver necessidades dos idosos do

concelho

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Suporte ao doente em casa com recurso a novas tecnologias

Estamos a lidar neste momento com fortes necessidades de integração de cuidados

de saúde, de forma a dar resposta, quer às necessidades que decorrem do quadro

das doenças crónicas que acometem a população, quer às mudanças que estão a

ocorrer no sistema de saúde. Verificámos já que estamos a lidar com pessoas com

elevada complexidade das suas situações de saúde (várias doenças crónicas,

múltipla medicação) e também com a resultante de novos modos de abordar os

tratamentos (cirurgia de ambulatório, por exemplo), uma maior facilidade de lidar

com a tecnologia (doentes ventilados em casa, por exemplo) e com o medicamento

(tratamentos que já não exigem internamento, como a quimioterapia feita em

hospital de dia).

Acontece ainda que estão a ser adotadas estratégias para a contenção da despesa

em saúde e que isso tem repercussões sobre os indicadores de produção hospitalar,

tendendo a diminuir os tempos de internamento, as camas disponíveis, fazendo com

que os doentes tenham alta mais cedo, trazendo para casa elevadas cargas de

cuidados. Estes têm de ser mantidos, quer pelos familiares, quer pelos profissionais,

através das estruturas existentes, as quais podem ser melhoradas pela intervenção

tecnológica que permite monitorizar parâmetros vitais, medir as condições

ambientais e aspetos ligados com a segurança (quedas, por exemplo).

O reconhecimento daquela que é denominada como Silver Technology pode vir a

desempenhar um papel fundamental no contexto da reorganização dos cuidados de

saúde, particularmente no contexto de uma população que envelhece.

Progressivamente Portugal tem vindo a desenvolver ou a aderir a projetos

tecnológicos que se dirigem aos cuidados de saúde, particularmente os cuidados

integrados, no quadro do envelhecimento ativo e saudável, donde pode resultar a

implementação das recomendações do Trading and Investing in the Smart Economy

(2010), que recomenda especificamente investimentos na Silver Tech, como uma

prioridade.

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O que é preciso fazer?

Objetivo 4.1

Colaborar em projetos que venham a melhorar a qualidade assistencial das pessoas

idosas, enquanto estas permanecerem em suas casas.

Procura ativa de financiamentos para resolver necessidades dos idosos do

concelho

Em 2007, a Declaração da União Europeia sobre envelhecimento descrevia a

investigação como um recurso vital para o desenvolvimento de políticas e

programas decorrentes das resoluções do encontro internacional de Madrid (2002).

De facto, a investigação sobre envelhecimento é uma área de forte impacto social,

político e económico e o European Innovation Partnership (EIP), criado em 2012 e

que está na sua fase de implementação, reunindo mais de 300 organizações -

pretendeu identificar as áreas de maior fragilidade europeia nesta área e financiar

intervenções de modo a que se alcancem os objetivos EU2020, para um

crescimento inovador e inclusivo.

São prioridades identificadas pelo EIP:

• Prescrição e adesão aos planos de tratamento

• Gestão personalizada da doença e prevenção de quedas

• Prevenção e diagnóstico precoce do declínio funcional e mental

• Replicação e tutoria de cuidados integrados inovadores, em casos de doença

crónica, incluindo a monitorização remota ao nível regional

• Desenvolvimento de tecnologias de suporte à vida independente

• Construções, cidades e ambientes inovadores e amigáveis

É neste contexto que se deverão desenvolver esforços – quer através de gabinetes

já existentes ou a criar - para recolher financiamentos através do atual Quadro

Comunitário de Apoio ou de outras fontes, em áreas como:

• Promoção da inclusão social e combate à pobreza e qualquer tipo de

discriminação.

• Apoio financeiro e técnico a organizações da sociedade civil sem fins

lucrativos.

• Rede de cuidadores de proximidade.

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• Cuidados especializados a idosos (demências, por exemplo).

• Formação de técnicos especializados e ações de sensibilização/(in)formação

no âmbito das reformas nos serviços sociais e de saúde.

O que é preciso fazer?

Objetivo 4.2

Obter financiamentos orientados para soluções inovadoras na resolução de

problemas existentes e que se espera que venham a ocorrer entre a população

idosa do concelho.

Objetivos transversais

Das iniciativas de consulta dos diversos intervenientes ao nível local, identificaram-

se dois temas transversais importantes: o idadismo e a falta de informação sobre

recursos existentes. Estas duas questões possuem especial impacto sobre a

inclusão social das pessoas idosas.

Num relatório recente6 (Lima et al, 2010) dizia-se que em Portugal existem

experiências de discriminação que tendem a aumentar com a idade, ou seja, os

idosos são os mais discriminados. À semelhança de outros países europeus, os

jovens e os idosos são tidos como mais simpáticos que competentes. Dizia o

relatório que “embora ambos os grupos sejam vistos com admiração, os mais idosos

são vistos também com pena” (Lima et al, 2010: 4). Os idosos são vistos

principalmente como contribuindo pouco para a economia, enquanto que no que se

refere aos jovens a grande preocupação dirige-se à criminalidade e ao emprego. Em

resumo, o idadismo em Portugal é “mais frequente face aos idosos do que aos

jovens” (Lima et al, 2010: 4).

Torna-se assim necessário criar uma imagem positiva do envelhecimento, através

de:

• Integração do envelhecimento em todas as políticas

• Promoção da solidariedade intergeracional

6 Lima, M., Marques, S., Batista, M. e Ribeiro, O. (2010). Idadismo na Europa. Uma abordagem psicossociológica com o foco no caso português. Relatório 1. Lisboa: Centro de Investigação e Intervenção Social e European Research Group on Attitudes to Age. Disponível em: http://www.ienvelhecimento.ul.pt/images/Relatorios/relatorioidadismo_i_iscte.pdf. Acedido a 26 de abril de 2015.

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• Auscultação de expectativas dos idosos

Avaliar as implicações das decisões políticas sobre os idosos, incluindo a legislação,

políticas e programas em todas as áreas e níveis, é uma estratégia para fazer com

que as preocupações e as expectativas das pessoas que vão envelhecendo sejam

parte integrante da conceptualização, da implementação e da avaliação de todas as

iniciativas nas esferas política, económica e social.

O crescente envelhecimento da população tem feito com que haja um cada vez

maior endeusamento da juventude. Por isso, incluir o envelhecimento em todas as

iniciativas e ações políticas é essencial para obter uma sociedade para todas as

idades.

Também a solidariedade entre gerações, a todos os níveis – familiar, na

comunidade e no país – é fundamental para se conseguir uma sociedade para todas

as idades. Quer o idadismo, quer os constrangimentos económicos e sociais, quer

mesmo a dispersão geográfica e a emigração têm tido profundo impacto sobre as

relações intergeracionais.

Os constrangimentos que o envelhecimento está a agravar em termos de

sustentabilidade do sistema de saúde e da segurança social tornam evidente que

terá de haver uma progressiva convergência de interesses e de solidariedades entre

gerações. Embora a natureza e os contributos de cada geração variem durante o

ciclo de vida e ao longo dos anos, o dar e receber entre gerações é particularmente

importante para se conseguir a estabilidade económica e social.

Uma vez que os estereótipos sobre o envelhecimento se baseiam em mitos e falta

de informação face a um fenómeno novo e a um debate social muitas vezes mal

informado, torna-se essencial conhecer melhor o que está a acontecer. Uma das

melhores formas de assegurar que a realidade sobre o envelhecimento se reflete

nas iniciativas políticas e serviços é assegurar que a opinião das pessoas, à medida

a que envelhecem, são tidas em boa conta.

O que é preciso fazer?

Terá de ser feito o seguinte:

• Promover atividades que combatam o idadismo e promovam a solidariedade

intergeracional.

• Trabalhar com os media locais de modo a promover uma ideia positiva do

envelhecimento, baseada nos contributos que as pessoas idosas dão para a

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comunidade.

• Assegurar que não são tomadas decisões políticas que vão de encontro às

expectativas das pessoas que estão a envelhecer, através da inclusão das

suas expectativas e contributos.

• Fazer da solidariedade intergeracional um tema que vale a pena debater e

do qual possam surgir novas ideias de colaboração conjunta.

Melhorar a informação sobre recursos existentes

Apesar de haver uma série de estereótipos sobre o envelhecimento e os idosos,

como seja a ideia de que se trata de um grupo social caraterizado por analfabetismo

e dificuldade em navegar nos sistemas de segurança social e de saúde, é também

certo que não se trata de um conjunto de ideias corretas e estáticas. Em primeiro

lugar porque não se trata de um grupo social, mas sim de pessoas com

características próprias, pertencentes a diversos estratos sociais, com distintas

habilitações, rendimentos e competências. Em segundo lugar, porque não podemos

identificar o grupo que está agora acima dos 65 ou dos 70 anos, com a geração que

irá entrar nesse grupo etário.

Embora nunca tenha havido tanta informação, através de tantos suportes e

disponível para tão distintos públicos, a população atualmente acima dos 65 anos

com muita dificuldade lhe pode aceder. Sobretudo terá muita dificuldade na sua

interpretação. Porém, aqueles que estão agora acima dos 50 anos utilizam a

informação disponível no seu quotidiano e transformam-se em utilizadores mais

exigentes, mais informados e com distintas formas de relação com os serviços.

Estamos, por isso, face a duas realidades distintas: uma coorte da população a

quem tem sido vedada informação sobre serviços e recursos, não por falta de

divulgação, mas sobretudo por falta de competência na elaboração e disponibilidade

para ajudar a interpretar o que se divulga e outra à qual acabaremos por estimular a

consulta aos serviços e seus profissionais em vez de se orientarem pela pletora

informativa de que dispõem.

O que é preciso fazer?

Os objetivos a alcançar seriam:

• Assegurar que as pessoas mais idosas consigam exercer os seus direitos de

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cidadania e controlo sobre as suas vidas, através de um acesso amigável,

compreensivo, adequado e coordenado à informação sobre temáticas

essenciais.

• Assegurar que a linguagem é adequada e que estão disponíveis recursos

que permitam a acessibilidade, apesar de alterações sensoriais resultantes

do envelhecimento.

• Promover serviços que advoguem em favor dos idosos, em termos de

direitos, mas também do lugar que ocupam na sociedade e no acesso aos

recursos disponíveis.

7. Implementação do plano gerontológico

7.1 Plano de implementação da proposta de plano ger ontológico O plano gerontológico que resultou de todo o trabalho de diagnóstico de situação

que envolveu muitos dos habitantes e representantes associativos e institucionais do

concelho traça as linhas estratégicas, delimita os objetivos e aponta direções de

atuação. Depois de aceites pelos responsáveis políticos locais, deverão ser criadas

condições para o desenvolvimento de um plano de implementação, baseado nas

orientações estratégicas aqui contidas, tendentes a facilitar:

• A translação dos eixos e objetivos estratégicos para uma estrutura de ação

coerente e eficaz no terreno;

• Desenvolvimento dos produtos finais resultantes da ação e que passam a

incorporar o tecido social concelhio;

• O desenvolvimento de intervalos temporais de aplicação e desenvolvimento

dos indicadores que permitam avaliar o trabalho realizado;

• A especificação dos responsáveis por cada uma das ações, quer ao nível da

organização autárquica, quer dos intervenientes da sociedade civil.

Para que sejam mais exequíveis, os eixos estratégicos e os seus objetivos são aqui

desmontados em áreas prioritárias de ação. Não se trata de uma prescrição de

medidas específicas de ação, mas apenas de indicar direções estratégicas. Significa

isto que as medidas específicas ficarão a cargo dos responsáveis locais, tendentes

a melhor organizar o que se faz de acordo com a realidade, os recursos e a

convergência de vontades.

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Todos sabemos o momento socioeconómico e financeiro que vivemos, os

constrangimentos existentes a todas as políticas sociais. Mas todos sabemos que,

de um modo ou de outro terão de se desenvolver esforços de manutenção desse

estado social mínimo que garanta qualidade de vida em termos de equidade, a

todos os cidadãos, independentemente do local em que habitam. Como plano

estratégico que é, este conjunto de propostas terá um tempo limitado de vigência, ao

longo do qual as ações terão de ser desencadeadas e articuladas, de forma a dar

resposta às necessidades identificadas.

Interessa ainda reafirmar a capacidade local para a implementação do plano

gerontológico proposto . Embora se aponte a necessidade de haver responsáveis

pelo desenvolvimento do plano apresentado, será essencial que o esforço seja

partilhado por múltiplos intervenientes. Há cada vez mais exemplos de intervenção

de organizações (nacionais e internacionais) no desenvolvimento deste tipo de

intervenções sociais, cabendo aos responsáveis públicos o contacto, a partilha de

ideias e a capacidade para gerar consensos essenciais à dinamização e aplicação

das ideias. Mais do que disponibilizar dinheiros públicos, os organismos terão de

desenvolver capacidades de mobilizar vontades e de aceder a linhas de

financiamento disponíveis, prestando contas da utilização e dos resultados obtidos.

ÁREAS PRIORITÁRIAS DE AÇÃO

Eixo estratégico 1

Remover barreiras à participação social e promover o contínuo envolvimento

das pessoas à medida a que envelhecem, em todas as esferas da vida social,

cultural e económica do concelho da Lourinhã, de ac ordo com as suas

necessidades, preferências e capacidades.

Objetivo 1.1 Áreas de ação Agendamento

Desenvolver várias

alternativas de

empregabilidade

(incluindo as reformas

progressivas) para as

pessoas que vão

ficando mais velhas e

1.1.1

Locais de trabalho

capazes de se

adequarem às

capacidades dos

trabalhadores,

sobretudo os que têm

mais idade

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

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identificar as barreiras

(legislativas, atitudinais,

tradicionais e práticas)

à continuidade do

emprego, assim como

as necessidades de

formação ao longo da

vida.

1.1.2

Contratos de trabalho

adequados a pessoas

que pretendem

continuar a trabalhar

apesar da idade que

têm

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2016-2017

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

1.1.3

Flexibilidade de

organização do

trabalho (horários,

duração, por exemplo)

1.1.4 Reformas graduais

1.1.5 Planeamento de

reformas

Objetivo 1.2 Áreas de ação Agendamento

Promover formação que

seja significativa para

os cidadãos e que os

ajude a desenvolver

competências

adequadas a um

mercado de trabalho

em contínua mudança.

É prioritário o

aproveitamento de

linhas de financiamento

disponíveis para a

formação ao longo da

vida, quer por parte das

empresas, quer sob a

responsabilidade da

autarquia.

1.2.1

Literacia, numeracia e

competências

tecnológicas

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

1.2.2

Adequação das

competências

adquiridas às novas

exigências do trabalho

1.2.3

Identificar e resolver as

barreiras à formação

ao longo da vida

(disponibilidade

pessoal, oferta

formativa, custos, falta

de transporte,

adequação dos meios

existentes)

1.2.4 Promover em

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 53

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

permanência ofertas

formativas que

envolvam formadores e

formandos de várias

gerações, num

processo de ajuda

intergeracional

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

Objetivo 1.3 Áreas de ação Agendamento

Promover o conceito de

cidadania ativa e o valor

do voluntariado,

encorajando as

pessoas de todas as

idades a envolverem-se

e contribuírem mais

para a sua comunidade.

1.3.1

Desenvolver parcerias

com organizações do

terceiro sector visando

o apoio domiciliários e

desenvolvimento de

ações de continuidade

de cuidados

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

1.3.2

Assegurar, através de

grupos de voluntários,

a ativação de

competências dos

doentes para lidar com

doenças crónicas

(diabetes, por

exemplo)

1.3.3

Formar grupos de

visitadores

domiciliários que

ajudem a combater o

isolamento e as

depressões

associadas.

Objetivo 1.4 Áreas de ação Agendamento

Promover o

desenvolvimento de 1.4.1 Promover passeios e

excursões em grupo Posição da autarquia:

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 54

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

oportunidades de

envolvimento e

participação social das

pessoas em todas as

fases do ciclo vital, em

atividades de índole

artística, cultural,

espiritual, de lazer,

aprendizagem e

atividade física. As

estruturas onde se

promova esta oferta

será próxima dos

cidadãos ou de fácil

acessibilidade.

para visitas a

património cultural e

artístico, tanto ao nível

local quanto nacional.

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

1.4.2

Dinamizar o

associativismo local de

modo a gerar

dinâmicas sociais que

privilegiem as áreas

culturais e artísticas.

1.4.3

Recriação de tradições

e atividades culturais

significativas ao nível

local.

1.4.4

Promover a abertura

dos espaços culturais

às pessoas idosas,

mediante a realização

de eventos específicos

em bibliotecas, museus

e outras estruturas

locais.

1.4.5

Promover animação

sociocultural de

proximidade, seja nas

associações

recreativas, nos

centros de convívio ou

nos domicílios.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 55

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Objetivo 1.5 Áreas de ação Agendamento

Planear circuitos de

transporte público, que

sejam acessíveis,

comportáveis e

flexíveis, sobretudo em

áreas mais rurais.

Atender à colocação

dos locais de paragem

dos transportes

públicos.

1.5.1

Estudar circuitos de

transportes públicos

que permitam aceder a

serviços utilizados pela

população idosa

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

1.5.2

Utilizar meios de

transporte adaptados

às pessoas idosas.

1.5.3

Adaptar os meios de

transporte e os locais

de paragem existentes

às necessidades dos

idosos.

1.5.4

Incentivar as boleias

entre vizinhos e as

solidariedades

existentes.

Desaconselhar o uso

de transporte próprio

nas deslocações

habituais e de curta

duração.

Eixo estratégico 2

Apoiar as pessoas na manutenção, melhoria e gestão da sua saúde e bem

estar físico e mental, à medida a que envelhecem.

Objetivo 2.1 Áreas de ação Agendamento

Promover a saúde e os

comportamentos

saudáveis em todas as

idades, de modo a

2.1.1 Tomar iniciativa e/ou

colaborar ativamente

em atividades

promotoras de saúde,

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 56

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

retardar o aparecimento

das doenças crónicas e

a evitar a mortalidade

prematura.

preventivas da doença

e de educação para a

saúde durante todo o

ciclo de vida.

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

2.1.2 Tomar iniciativa e/ou

colaborar ativamente

em atividades que

potenciem as

capacidades dos

cidadãos para lidarem

com as doenças

crónicas.

2.1.3 Promover ações de

cessação tabágica.

2.1.4 Promover ações

tendentes a diminuir o

consumo de álcool.

2.1.5 Promover a realização

de exames de

diagnóstico precoce e

rastreios.

2.1.6 Manter e/ou intensificar

a disponibilidade de

consultas e

continuidade de

tratamentos na área da

saúde mental.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 57

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

2.1.7 Incentivar/difundir

alimentação saudável

e confeção culinária

diversificada e

adequada às

necessidades dos mais

idosos.

Objetivo 2.2 Áreas de ação Agendamento

Incluir a saúde em

todas as políticas, ou

seja, fazer com que as

políticas públicas que

abrangem todos os

sectores da vida do

concelho se preocupem

com as implicações que

sempre têm sobre a

saúde e as

desigualdades de

saúde da população.

2.2.1 Adotar e/ou

desenvolver programas

específicos de

prevenção de quedas

nos idosos.

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

2.2.2 Incentivar a atividade

física.

2.2.3 Priorizar a eliminação

das desigualdades em

saúde.

2.2.4 Alimentação saudável:

todos os residentes

acedem aos alimentos

disponíveis perto de

suas casas.

Incentivam-se preços

mais baixos para

alimentos saudáveis,

limitando o acesso aos

alimentos pré-

cozinhados.

2.2.5 Saúde pública: os

autarcas estão

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 58

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

conscientes dos

impactos que cada

uma das suas decisões

pode acarretar para a

saúde de todos.

Objetivo 2.3 Áreas de ação Agendamento

Contribuir para o

desenvolvimento de

cuidados centrados no

cidadão, melhorando o

acesso à informação,

promovendo literacia

em saúde, cuidados

individualizados na

comunidade e

identificando doentes

de alto risco, através de

processos de

estratificação (maior

número de

atendimentos em

urgência ou menores

recursos económicos

ou patologia mais

frequente) aos quais se

aplicam as mais

recentes evidências

científicas.

2.3.1 Desenvolver sinergias

entre serviços de

saúde e de apoio

social

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2017

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

2.3.2 Criar um serviço de

apoio domiciliário

dirigido às pessoas

idosas mais

carenciadas

2.3.3 Incentivar e

disponibilizar apoio

para o

desenvolvimento de

cuidados integrados

2.3.4 Responsabilizar uma

entidade ou grupo pela

identificação de

situações de grave

carência de apoios

sociais e de saúde e

planeamento de

intervenções

Eixo estratégico 3

Providenciar para que as pessoas envelheçam com con fiança, segurança e

dignidade nas suas casas, pelo tempo que entenderem .

Objetivo 3.1 Áreas de ação Agendamento

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 59

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Promover medidas

protetoras da violência

financeira e das burlas

sobre idosos, que

sejam efetivas,

transparentes e

capazes de identificar

novos riscos.

3.1.1 Criar um gabinete de

aconselhamento aos

consumidores locais

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

3.1.2 Publicar informação

acerca de

procedimentos em

caso de suspeita de

ações fraudulentas,

disponibilizando meios

de ajuda

3.1.3 Disponibilizar recursos

aos quais os cidadãos

possam recorrer se

sujeitos a algum tipo

de violência

Objetivo 3.2 Áreas de ação Agendamento

Fazer com que os

cidadãos idosos

possam viver em casas

com manutenções

adequadas, seguras e

adaptadas às limitações

impostas pela idade.

3.2.1 Criar serviços que

promovam a

identificação de casos

de necessidade de

apoio na manutenção

de domicílios habitados

por idosos (sós ou

apenas com o seu

cônjuge), planeiem as

intervenções, elaborem

o orçamento que,

depois de autorizado,

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 60

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

cubra as obras

necessárias a uma

vida condigna

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

3.2.2 Desenvolver parcerias

com

empreendedorismo

social de modo a dar

resposta às

necessidades de

permanência dos

idosos em suas casas,

pelo tempo que lhes for

possível

Objetivo 3.3 Áreas de ação Agendamento

Aplicar políticas de

construção de

equipamentos sociais e

de lazer, transportes e

edifícios que sejam

amigos dos cidadãos

idosos.

3.3.1 Mobilidade ativa: todos

os residentes no

concelho podem

caminhar de modo

seguro, deslocarem-se

de bicicleta ou ir de

transporte público para

a escola, para o

trabalho e para os

demais destinos que

lhe são habituais.

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

3.3.2 Habitação salubre:

todos os idosos podem

recorrer a ajuda e

aconselhamento sobre:

adaptação da casa às

suas necessidades e

limitações, segurança

contra incêndios e

utilização do gás e

eletricidade, proteção

contra roubos e

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 61

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

utilização de alarmes. Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

3.3.3 Espaços públicos:

existem espaços

verdes devidamente

equipados que

permitem atividades

físicas e de lazer.

3.3.4 Segurança: todos os

residentes podem

circular nos espaços

públicos sem receio de

violência ou

criminalidade

Objetivo 3.4 Áreas de ação Agendamento

Incrementar a

consciência sobre o que

é violência sobre

idosos, como se deteta

e se relata, manter a

vigilância e criar

mecanismos de

proteção.

3.4.1 Contribuir para uma

consciência critica face

ao problema dos

abusos sobre idosos

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2017

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

3.4.2 Desenvolver respostas

locais para

identificação de casos

de violência e

mobilização de meios

interventivos

3.4.3 Criar sinergias com

organismos locais e

nacionais de luta

contra a violência

sobre idosos

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 62

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

Eixo estratégico 4

Apoiar a investigação e o desenvolvimento de respos tas inovadoras às

necessidades das populações do concelho da Lourinhã

Objetivo 4.1 Áreas de ação Agendamento

Colaborar em projetos

que venham a melhorar

a qualidade assistencial

das pessoas idosas,

enquanto estas

permanecerem em suas

casas.

4.1.1 Colaborar na

implementação de

projetos de

monitorização a

distância de pessoas

que permanecem em

casa lidando com as

suas doenças crónicas

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

Realização

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 63

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Objetivo 4.2 Áreas de ação Agendamento

Obter financiamentos

orientados para

soluções inovadoras na

resolução de problemas

existentes e que se

espera que venham a

ocorrer entre a

população idosa do

concelho.

4.2.1 Atribuir prioridade à

criação de serviços

orientados para idosos

portadores de

demências,

providenciando

serviços de apoio

domiciliário e

institucional

adequados.

Posição da autarquia:

• Coordenação

• Incentivador

• Financiador

• Mediador

Intervenientes:

• Cidadãos

• Comunidade

Intermunicipal

• Município

• Instituições

• Terceiro sector

• Empresas privadas

Prazos:

• 2020

Natureza das ações:

• Estudos

• Informação/

Comunicação

• Concertação

• Coordenação

• Criação

• Realização

4.2.2 Promover identificação

permanente de

necessidades dos

cidadãos de modo a

possibilitar a oferta

adequada de soluções

(políticas baseadas em

evidência)

Objetivos transversais

Combater o idadismo

Objetivos Responsáveis

Promover ações que combatam a discriminação baseada

na idade e que desmonte estereótipos existentes.

Todas as instâncias

autárquicas, instituições e

demais atores sociais Incentivar os meios de comunicação social a enfatizarem

as realizações da população em todas as idades e para

dedicarem espaço à inclusão social das pessoas idosas.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 64

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Criar oportunidades de convívio intergeracional, seja em

processos de ensino-aprendizagem ou em situações de

lazer, chamando as associações, parceiros sociais e os

cidadãos à interação e partilha.

Aplicar mecanismos de consulta para identificação de

expectativas das pessoas idosas.

Melhorar a informação sobre recursos existentes

Assegurar que as pessoas mais idosas consigam exercer

os seus direitos de cidadania e controlo sobre as suas

vidas, através de um acesso amigável, compreensivo,

adequado e coordenado à informação sobre temáticas

essenciais.

Todas as instâncias

autárquicas, instituições e

demais atores sociais

Assegurar que a linguagem é adequada e que estão

disponíveis recursos que permitam a acessibilidade,

apesar de alterações sensoriais resultantes do

envelhecimento.

Promover serviços que advoguem em favor dos idosos,

em termos de direitos, mas também do lugar que ocupam

na sociedade e no acesso aos recursos disponíveis.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 65

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

8. Anexos

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 66

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

8.1 Estatísticas concelhias DADOS DOS CENSOS 2011 - Resultados Definitivos da Região Centro Os municípios do Oeste e Médio Tejo ganharam população. Existe maior percentagem de jovens no litoral, destacando-se o Oeste (15,2%) como a sub-região com o valor mais elevado. O envelhecimento da população, verificado na última década, ocorreu de forma generalizada em toda o país. Na região Centro, o índice de envelhecimento passou de cerca de 130 idosos por cada 100 jovens, em 2001, para 163 idosos por cada 100 jovens em 2011. Na região Centro, o índice de longevidade aumentou na última década, passando de 43,3 em 2001 para 49,9 em 2011. As mulheres apresentam um índice de longevidade superior ao dos homens, 52,6 e 46,1, respetivamente. Comparativamente, o índice de longevidade da população na região Centro é superior ao verificado em termos nacionais, o qual para 2011 é de 47,9. O índice de longevidade relaciona a população com 7 5 ou mais anos com o total da população com 65 ou mais anos.

A região Centro apresenta um índice de rejuvenescimento da população ativa inferior ao do país, respetivamente 86 e 94. Na região Centro, o índice de rejuvenescimento da população ativa caiu cerca de 32%, uma vez que em 2001 era de 126. Na região Centro, o índice de sustentabilidade potencial agravou-se na última década, passando de 3,4 em 2001 para 2,8 em 2011. A tendência segue a trajetória do resto do país, cujo indicador era em 2001 de 4,1 e em 2011 passou para 3,5. Na região Centro, o índice de sustentabilidade potencial diminuiu em todos os municípios, o que significa que em 2011 havia menos indivíduos em idade ativa por cada indivíduo idoso. O índice de sustentabilidade potencial dá a medida do número de indivíduos em idade ativa por cada individuo idoso. Em 2011, o Oeste é a sub-região com maior capacidade de atração (7,1%) da região Centro. Na região Centro, em 2011, o número de pessoas a residir em estabelecimentos de apoio social é de 30 814, sendo 9 980 homens e 20 834 mulheres, e representam em 80,2% a população com 70 ou mais anos. Face a 2001, o número de pessoas a residir em estabelecimentos de apoio social cresceu 51,8% na região Centro, valor superior ao verificado para o total do país 37,6%. Em 2011 a proporção de famílias unipessoais constituídas por pessoas com 65 ou mais anos aumentou na região Centro, situando-se em 2011 nos 11,8%. Em 2001 era de 10,5%. Em 2011, na região Centro, os núcleos familiares monoparentais representam 12,5% do total de núcleos (face a 2001 a proporção aumentou), para um valor é de 14,9% a nível nacional.

AGRAVAMENTO FUTURO DA SITUAÇÃO DOS IDOSOS EM TERMOS DE APOIO FAMILIAR.

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MUNICÍPIO DA LOURINHÃ – Coordenação de Intervenção Sociocultural 67

LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

INDICADORES

2001 2011 2013

Lourinhã (Município)

Oeste (NUTS

III) Portugal Lourinhã

(Município)

Oeste (NUTS

III) Portugal Lourinhã

(Município)

Oeste (NUTS

III) Portugal

População residente 23.395 339.824 10.362.722 25.760 362.688 10.557.560 25.681 360.732 10.457.295

Superfície em Km2 146,8 2.220,6 92.151,8 147,2 2.220,2 92.212,0 147,2 2.220,2 92.225,2

Densidade populacional

159,3 153,0 112,5 175,0 163,4 114,5 174,5 162,5 113,4 número médio de indivíduos por km2 Jovens (%)

16,4 15,8 16,2 15,8 15,4 15,0 15,4 14,9 14,7 menos de 15 anos População em idade activa (%) 65,9 66,2 67,3 65,7 65,1 66,1 65,6 64,9 65,7 15 aos 64 anos

Idosos (%) 17,7 18,0 16,5 18,5 19,5 18,9 19,0 20,1 19,6

65 e mais anos Índice de envelhecimento

108,3 114,3 101,6 117,4 127,3 125,8 123,0 134,8 133,5 idosos por cada 100 jovens Indivíduos em idade ativa por idoso

3,7 3,7 4,1 3,5 3,3 3,5 3,5 3,2 3,3

Nascimentos (1) 235 3.541 112.774 236 3.188 96.856 184 2.655 82.787

Óbitos 270 3.984 105.092 274 4.008 102.848 257 4.108 106.545 Consultas nos centros de saúde

66.077 1.025.695 27.652.305 82.813 1.059.415 27.892.050 - - -

População activa (2)

10.461 161.345 4.990.208 ┴ 11.900 ┴ 171.676

┴ 5.023.367 - - - População

empregada + População desempregada

(2) - Dados censitários (1) - Os valores apresentados referem-se ao município de residência da mãe (e não de nascimento da criança). ┴ Quebra de série - Ausência de valor

Fonte: PORDATA, Fonte de dados: INE, APA/MAOTE, CGA/MEF, INAG/MAOTE, DGEEC/MEC, BP,

II/MSESS, DGAI/MAI, ISS/MSESS, DGEG/MAOTE, DGPJ/MJ, IGP, SEF/MAI, DGS/MS, DGO/MEF,

ICA/SEC, IEFP/MSESS

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LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Anuário da Região Centro 2013 (Edição INE de 2014)

Estatísticas Oficiais – Informação disponível até 3 0 de setembro de 2014

Indicadores de População

2013 POPULAÇÃO RESIDENTE 25-64 ANOS

HOMENS MULHERES

POPULAÇÃO RESIDENTE 65 -74 ANOS

HOMENS MULHERES

POPULAÇÃO RESIDENTE 75 E + ANOS

HOMENS MULHERES

CONCELHO LOURINHÃ

19 809 H-9 565 M-9 244

4 911 H-2 146 M-2 765

2 413 H-985 M-1 428

2013 ÍNDICE DE

ENVELHECIMENTO ÍNDICE DE

DEPENDÊNCIA IDOSA

ÍNDICE DE LONGEVIDADE

CONCELHO LOURINHÃ 125% 29,2% 49,1% Indicadores Prestações Sociais

2013

PENSÃO DE

VELHICE VALOR MÉDIO

ANUAL

Nº DE PENSIONISTAS

PENSÃO DE VELHICE MILHARES DE EUROS

CONCELHO LOURINHÃ

5 070 4 829 24 485

Indicadores de Saúde

2013

ENFERMEIROS P/MIL HAB.

MÉDICOS P/MIL HAB.

CONSULTAS P/HAB.

CONSULTAS MEDICINA

GERAL/FAMILIAR

CONSULTAS TOTAIS *

CONCELHO DA LOURINHÃ 1.4 1.2 3.0 63 294 76 348

*Inclui, além da Medicina geral/familiar, o Planeamento Familiar, a Saúde materna e infanto-juvenil. • O Centro da saúde da Lourinhã não possui especialidades como: Estomatologia, Ginecologia/Obstetrícia,

Oftalmologia, Ortopedia, Pediatria. Possui Psiquiatria (1) outras especialidades (6).

2013

TAXA MORTALIDADE P/ DOENÇAS

DO APARELHO CIRCULATÓRIO

TAXA DE MORTALIDADE P/ TUMORES MALIGNOS

CONCELHO LOURINHÃ

3.3 2.8

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LOURINHÃÃ

PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Distribuição da população com 65 ou mais anos de idade, por freguesias da Lourinhã

(Censos 2011 – Resultados definitivos, INE)

Zona Geográfica

População residente (N.º) por Local de residência, e Sexo

Total

HM H M

Total concelho 5051 2251 2800

Lourinhã 1802 790 1012

Atalaia 392 176 216

União de Freguesias da Lourinhã e Atalaia 2194 966 1228

Miragaia 364 170 194

Marteleira 401 169 232

União de Freguesias de Miragaia e Marteleira 765 339 426

Moledo 107 50 57

São Bartolomeu dos Galegos 220 108 112

União de Freguesias de São Bartolomeu dos Galegos e Moledo 327 158 169

Moita dos Ferreiros 466 209 257

Reguengo Grande 394 176 218

Santa Bárbara 302 125 177

Vimeiro 304 138 166

Ribamar 299 140 159

Legenda:

Anterior divisão administrativa

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

8.2 Medidas específicas de ação

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Eixo estratégico 1

Remover barreiras à participação social e promover o contínuo envolvimento das pessoas à medida a que envelhecem, em todas as esferas da vida social, cul tural e económica do concelho da Lourinhã, de acordo com as suas necessi dades, preferências e capacidades.

Objetivo 1.1 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Desenvolver várias alternativas de empregabilidade (incluindo as reformas progressivas) para as pessoas que vão ficando mais velhas e identificar as barreiras (legislativas, atitudinais, tradicionais e práticas) à continuidade do emprego, assim como as necessidades de formação ao longo da vida.

1.1.1 Contratos de trabalho adequados a pessoas que pretendem continuar a trabalhar apesar da idade que têm

1.1.1.1 Promover uma campanha para consciencializar as pessoas sobre a discriminação com base na idade

Que as pessoas tomem consciência das descriminações existentes com base na idade

N.º de ações empreendidas

1.1.1.2 Promover junto de pequenas e médias empresas o benefício de acomodar os trabalhadores com mais idade, em defesa da cultura de empresa e solidez dos processos produtivos

Que os empresários vejam benefício na retenção de trabalhadores, mesmo que estes estejam com mais de 65 anos.

N.º de ações empreendidas

1.1.2 Flexibilidade de organização do trabalho (horários, duração, por exemplo)

1.1.2.1 Nomear uma equipa de projeto capaz de promover a adaptação dos locais de trabalho às necessidades dos trabalhadores com mais idade, no caso destes pretenderem manter-se a trabalhar

Existência de uma equipa técnica capaz de avaliar os postos de trabalho ocupados por pessoas com mais de 55 anos

Equipa técnica; n.º de locais de trabalho inspecionados

1.1.3 Locais de trabalho capazes de se adequarem às capacidades dos trabalhadores, sobretudo os que têm mais idade

1.1.3.1 Distinguir as empresas que aceitem trabalhadores (independentemente do cargo) após o 65 anos

Consciencialização sobre as capacidades que perduram, apesar do envelhecimento populacional e os seus benefícios para a produtividade empresarial

Nº ações realizadas/ano

1.1.4 Reformas graduais

1.1.4.1 Apoiar o empreendedorismo sénior

Informar sobre as linhas de apoio à criação de negócios

Nº ações realizadas/ano

1.1.4.2 Estimular a mudança de carreira profissional ao longo da vida ativa

Divulgação dos benefícios da mudança de carreiras ao longo da vida ativa

Nº ações realizadas/ano

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Reconhecimento da capacidade de iniciativa da população sénior

1.1.5 Planeamento de reformas 1.1.5.1 Criação de plano de ação de preparação para a reforma de funcionários da CML

Associar à gestão provisional de recursos humanos, um programa de aproximação à reforma

Nº ações realizadas/ano

1.1.5.2 Ação de sensibilização às empresas concelhias para a importância do apoio a trabalhadores em pré-reforma

Contribuir para a noção da importância de apoiar os trabalhadores nessa fase

N.º de empresas abrangidas; n.º ações

1.1.5.3 Promover sessões sobre técnicas e habilidades sociais para estabelecer e manter sistemas de apoio social e relações sócio-familiares positivas, durante a fase de reforma

Dinamizar sessões sobre técnicas e habilidades sociais

N.º de ações realizadas; n.º de presenças por sessão

1.1.5.4 Elaborar um programa de informação geral sobre serviços e recursos sociais existentes na comunidade que estejam orientados para o envelhecimento populacional.

A informação deve ser feita através dos media locais e em todos os locais públicos e deve incluir direitos e deveres dos cidadãos idosos

n.º de anúncios/textos divulgados

Objetivo 1.2 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Promover formação que seja significativa para os cidadãos e que os ajude a desenvolver competências adequadas a um mercado de trabalho em contínua mudança. É prioritário o aproveitamento de linhas de financiamento disponíveis para a

1.2.1 Literacia, numeracia e competências tecnológicas

1.2.1.1 Dinamização de ações de formação orientadas para a info-inclusão

Realização de ações nas freguesias concelhias

n.º de ações de formação por freguesia/ano, n.º de participantes

1.2.2 Adequação das competências adquiridas às novas exigências do trabalho

1.2.2.1 Realização de feira com propostas formativas para adultos

Informar sobre as oportunidades de educação formal/não formal para seniores no concelho e limitrofes

N.º de atividades realizadas; n.º de entidades aderentes; n.º de participantes

1.2.2.2 Promover o intercâmbio com universidades sénior de outros locais e países

Visitas e encontros culturais com instituições nacionais e

n.º de visitas e encontros culturais, nacionais e internacionais

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formação ao longo da vida, quer por parte das empresas, quer sob a responsabilidade da autarquia.

internacionais

1.2.2.3 Incentivar a formação nos locais de trabalho, criando um diretório municipal que incentive, apoie, registe, divulgue e avalie a formação realizada.

Constituição do diretório da formação municipal

diretório criado

1.2.2.4 Criar acesso a partir da página da Internet da Câmara Municipal, aos Cursos Online Abertos e Massivos (MOOC) do Instituto Politécnico de Leiria, Universidade de Coimbra e Universidade Aberta

Ter acesso disponível às ofertas das três instituições; Registar pedidos de cursos adequados à procura local.

Acesso disponibilizado; ter um pedido de curso adequado às necessidades locais.

1.2.3 Identificar e resolver as barreiras à formação ao longo da vida (disponibilidade pessoal, oferta formativa, custos, falta de transporte, adequação dos meios existentes)

1.2.3.1 Realização de auscultação à população participante na feira de oferta formativa

Obter uma listagem de barreiras à formação e elaborar propostas de resolução.

n.º de propostas de resolução de barreiras implementadas por entidades participantes na feira/ano

1.2.3.2 Auscultação a entidades formadoras no concelho sobre a participação de adultos + 50 anos e obstáculos à participação

Apresentação de propostas de solução

Plano de resolução do acesso de pessoas com 50 ou mais anos na formação de adultos

1.2.4 Promover em permanência ofertas formativas que envolvam formadores e formandos de várias gerações, num processo de ajuda intergeracional

1.2.4.1 Criação de Espaços Senior, de convivialidade e formação seniores nas freguesias para maiores de 50 anos

Intercâmbio e valorização de experiências e conhecimentos

n.º de espaços criados/ano/freguesia,n.º e tipo de atividades desenvolvidas, n.º de empresas envolvidas, n.º de voluntários, medição da satisfação dos intervenientes

Valorização da aprendizagem ao longo da vida

Privilegiar o voluntariado e a responsabilidade social empresarial como recursos humanos e materiais

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Objetivo 1.3 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Promover o conceito de cidadania ativa e o valor do voluntariado, encorajando as pessoas de todas as idades a envolverem-se e contribuírem mais para a sua comunidade.

1.3.1 Desenvolver parceria com a Unidade de Cuidados na Comunidade (Cuidados de Saúde Primários)

1.3.1.1 Identificar pessoas em risco, quer do ponto de vista social (isolamento, falta de recursos económicos ou outros), quer do ponto de vista da saúde (múltiplos recursos ao serviço de urgência, diabéticos, insuficiência cardíaca, ou outros)

Desenvolver a parceria entre a Rede Social e a Unidade de Cuidados na Comunidade

Protocolo assinado entre as partes

1.3.1.2 Desenvolver um plano de intervenção (social ou de saúde) que antecipe a resposta às necessidades que irão ser colocadas pelos doentes

Existência de uma lista de doentes em risco com planos de intervenção (social e saúde) associado

Identificação de uma lista de doentes em risco e dos respetivos planos de intervenção

1.2.1.3 Obter a designação de um gestor de caso (área social e de saúde) que se responsabilize pela transição de doentes do hospital para casa

Identificação de Gestores de Caso

Existir um Gestor de caso, pelo menos

1.2.1.4 Integrar tecnologias disponíveis na monitorização e acompanhamento dos doentes, evitando o recurso aos

hospitais.

Tecnologia incorporada na prestação de

cuidados sociais e de saúde

Existir pelo menos uma nova tecnologia assistencial

incorporada

1.3.2 Assegurar, através de grupos de voluntários, a ativação de competências dos doentes para lidar com doenças crónicas (diabetes, por exemplo)

1.3.2.1 Criação de um grupo de voluntariado de proximidade no apoio a pessoas idosas, no desempenho dos seus autocuidados.

Aumentar as competências dos

doentes para lidar com as doenças crónicas e o desempenho dos seus

autocuidados

n.º de parcerias com organizações, n.º de

voluntários envolvidos, N.º de projetos de apoio

desenvolvidos; Grau de satisfação dos destinatários

da ação

1.3.2.2 Incrementar a criação de grupos de autoajuda, tendo como denominador comum uma das doenças crónicas mais comuns no concelho

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1.3.2.4 Implementação de um café memória, em colaboração com a Associação Nacional de doentes com Alzheimer.

1.3.3 Formar grupos de visitadores domiciliários que

ajudem a combater o isolamento e as depressões

associadas

1.3.3.1 Criar um grupo de voluntários disponível para ler, conversar ou

desempenhar atividades que proporcionem ocupação da pessoa

isolada

Sinalização de idosos isolados no concelho

Relatório de sinalização de idosos isolados, N.º de

projetos de apoio desenvolvidos

Implementação de projetos nas freguesias com maior n.º de idosos isolados

Objetivo 1.4 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Promover o desenvolvimento de oportunidades de envolvimento e participação social das pessoas em todas as fases do ciclo vital, em atividades de índole artística, cultural, espiritual, de lazer, aprendizagem e atividade física. As estruturas onde se promova esta oferta será próxima dos cidadãos ou de fácil acessibilidade.

1.4.1 Promover passeios e excursões em grupo para visitas a património cultural e artístico, tanto ao nível local quanto nacional.

1.4.1.2 Organização de passeios

Planeamento e divulgação das ações em parceria com entidades locais que desenvolvem ações do género

n.º de ações/tipo/ano; n.º de participantes/ano; grau de satisfação dos participantes

Envolver idosos da totalidade do concelho

1.4.1.2 Continuação do desenvolvimento de atividades intermunicipais decorrentes da parceria da “Festa Sénior”

Elaboração de programa anual

1.4.2 Dinamizar o associativismo local de modo a gerar dinâmicas sociais que privilegiem as áreas culturais e artísticas.

1.4.2 Organização de Chá dançante itinerante

Estimular exercício físico, mental e lúdico

n.º de ações/ano/freguesias; n.º de participantes/ano

Envolvimento de juntas de freguesia, associações e IPSS

Abrangência da totalidade do concelho

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1.4.3 Recriação de tradições e atividades culturais significativas ao nível local.

1.4.3.1 Registo de memórias do povo

Recolha, Registo e Divulgação de histórias, cantares, imagens, artes, jogos, etc. junto dos séniores n.º e tipo de memórias

recolhidas; n.º de exposições realizadas

Promoção de trocas de saberes entre diferentes gerações

Exposição itinerante pelo concelho

1.4.4 Promover a abertura dos espaços culturais às pessoas idosas, mediante a realização de eventos específicos em bibliotecas, museus e outras estruturas locais.

1.4.4.1 Promover a abertura de espaços culturais e religiosos num circuito concelhio, em horários adequados para as pessoas idosas

Criação e dinamização de rota concelhia de visita a monumentos

n.º de visitas de grupo; n.º de participantes seniores

1.4.4.2 Estimular a itinerância de exposições temporárias num conjunto de espaços preparados para as receber

Organizar visitas de seniores, clientes de respostas sociais na

proximidade n.º de crianças e idosos envolvidos, n.º de visitas organizadas

Organização de visitas para crianças, nas quais os seniores do concelho sejam os guias

1.4.5 Promover animação sociocultural de proximidade, seja nas associações recreativas, nos centros de convívio ou nos domicílios.

1.4.5.1 Organização de Olimpíadas seniores

Abranger uma quantidade significativa de idosos do concelho

n.º de ações e de participantes/ano

1.4.5.2 Incentivar e apoiar iniciativas solidárias e de integração social apresentadas por pessoas com 55 ou mais anos

Envolver de juntas de freguesia, associações e IPSS n.º de freguesias

participantes, n.º de ações desenvolvidas e de idosos proponentes e participantes

Nomear um técnico que ajude a desenvolver os programas apresentados por pessoas de 55 ou mais anos

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Objetivo 1.5 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Planear circuitos de transporte público, que sejam acessíveis, comportáveis e flexíveis, sobretudo em áreas mais rurais. Atender à colocação dos locais de paragem dos transportes públicos.

1.5.1 Estudar circuitos de transportes públicos que permitam aceder a serviços utilizados pela população idosa

1.5.1.1 Mapeamento de principais obstáculos à mobilidade senior nas freguesias

Identificar, no curto prazo quais as barreiras à utilização do serviço público de transportes e quais os percursos carenciados de serviço

Relatório que apresente: barreiras identificadas, mapa atual de necessidades de transporte e de serviços mais procurados pelos cidadãos idosos

1.5.1.2 Identificar serviços públicos e percursos mais utilizados por idosos que careçam de transporte público

1.5.1.3 Criar um serviço público a pedido Existência de uma resposta adequada aos pedidos individuais

Existência de, pelo menos, uma oferta de transporte público a pedido, preferencialmente nas áreas limitrofes da cidade

1.5.2 Utilizar meios de transporte adaptados às pessoas idosas.

1.5.2.1 Substituir todos os autocarros existentes nos circuitos de transportes públicos que apresentem barreira à utilização por parte de pessoas idosas

Todos os autocarros existentes na rede local de transportes são amigos das pessoas idosas

Listagem dos autocarros que obedecem aos requisitos de mobilidade de cidadãos idosos

1.5.3 Adaptar os meios de transporte e os locais de paragem existentes às necessidades dos idosos.

1.5.3.2 Fazer levantamento dos locais de paragem e verificar com as populações locais quais as que terão de ser mudadas ou colocadas de novo

Criar resposta à falta de mobilidade em zonas não servidas por serviços públicos

Relatório que apresente: locais de paragem à data e novas propostas, de acordo com as necessidades das cidadãos idosas. Recomendação de data para a revisão da atual proposta

1.5.3.3 Promover a adequação dos locais de paragem às necessidades da população idosa, através de estudos periódicos

Adaptar o sistema de transportes públicos às necessidades da população, na medida em que estas mudam, ao longo do tempo

1.5.4 Incentivar as boleias entre vizinhos e as solidariedades existentes. Desaconselhar o uso de transporte próprio nas deslocações habituais e de

curta duração.

1.5.4.1 Promover campanhas de segurança rodaviária para idosos

Promover a consciência de que o envelhecimento acompanha-se de fragilidades que incapacitam para atividades quotidianas

n.º e tipo de ações de divulgação da ideia de envelhecimento ativo e saudável, das alterações cognitivas, comportamentais e físicas do envelhecimento

Disseminar estratégias para lidar com as fragilidades que sempre acompanham o envelhecimento

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1.5.4.2 Desincentivar o uso do transporte individual, através da oferta de um serviço de transportes amigo, próximo e prático

Obter uma taxa de utilização dos transportes públicos por parte da população idosa, acima dos valores atuais

Apresentação de estudos de impacto das medidas adoptadas em termos de política local de transportes públicos

Objetivo 2.2 Áreas de Ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Incluir a saúde em todas as políticas públicas, abrangendo todos os

setores da vida do concelho e tendo em

conta as implicações da saúde e suas

desigualdades na população.

2.2.1 Adotar/Desenvolver programas específicos de prevençãode quedas nos

idosos

2.2.1.1 Introduzir políticas que promovam a formação contínua de profissionais que lidam com idosos na área do impacto da atividade física sobre a qualidade de vida dos idosos

Promover programa de formação para profissionais que lidam com idosos institucionalizados em todas as instituições (públicas ou privadas)

Nº ações; n.º de formandos; n.º de instituições

2.2.1.2 Promover programas de atividade física para idosos que sejam de fácil acesso, próximos dos cidadãos e adequados

Uma atividade física para idosos acima dos 65 anos em cada freguesia N.º de atividades; n.º de

idosos

Aderir à Estratégia Nacional para a Promoção da Atividade Física e Bem-estar

2.2.1.3 Introduzir como prioridade concelhia, políticas orientadas para a promoção da esperança de vida com saúde

Ter parcerias com instituições da área da saúde - públicas, privadas ou sociais - na área da promoção da saúde entre a população idosa

Nº de protocolos; Instituições envolvidas

2.2.2 Incentivar a atividade física

2.2.2.1 Promoção de atividades desportivas nas freguesias

Dar continuidade das Classes de Movimento Sénior existentes, potenciar a criação de outras, incentivar Grupos de Caminhadas locais

Nº participantes/ano/tipo de atividade; freguesias aderentes

2.2.3 Priorizar a eliminação das desigualdades em saúde

2.2.3.1 Criar Programa de Auxilio Económico p/ idosos carenciados p/ tratamentos dentários e óticos

Aumentar o acesso a cuidados dentários e óticos

N.º de apoios concedidos/ano

2.2.3.2 Disponibilização de consultas/tratamentos dentários e óticos

Aumentar a diversidade da tipologia de consultas

Tipo de consulta implementada; n.º de atendimentos/ano

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2.2.3.3 Identificar as pessoas que vivem isoladas e em locais com menores recursos e providenciar com elas atividades de promoção da saúde e prevenção da doença

Referenciar concretamente as pessoas isoladas e carenciadas

Lista de pessoas que vivem isoladas e programa de ação de combate ao isolamento

2.2.3.4 Promover ativamente a construção de recursos de saúde e sociais suficientes para abranger a população independentemente do seu estatuto socioeconómico

Obter, pelo menos, mais um edifício onde funcionem cuidados de saúde primários

Quantidade de USF ou UCSP a funcionar no concelho, acima do número atual

2.2.3.5 Promover parcerias com as entidades responsáveis pela saúde, de modo a diminuir o número de cidadãos sem médico de família

Obter cobertura total da população com médicos de família

Número de pessoas sem médico de família abaixo do número atual

2.2.3.6 Desenvolver, com as entidades responsáveis pela saúde um programa "A cada doente seu enfermeiro de família"

Obter a total cobertura da população com enfermeiros de família

Número de pessoas abrangidas por enfermeiros de família acima do atual

2.2.3.7 Criar parcerias que ajudem a levar a vacinação contra a gripe a toda a população sénior do concelho

Obter a cobertura total da população acima dos 65 anos com a vacinação antigripal

Número de pessoas, acima dos 65 anos, com vacina da gripe

2.2.4 Alimentação saudável: acesso a alimentos perto de casa, incentivar preços + baixos p/ alimentos saudáveis e limitar acesso a pré-cozinhados

2.2.4.1 Promover sessões de esclarecimento e/ou ações individuais que promovam a alimentação saudável entre as pessoas acima dos 55 anos

Promover a educação para a saúde através da alimentação saudável e adequada à idade cronológica

Número de ações promotoras de educação saudável

2.2.4.2 Identificar situações de carência alimentar e promover programas específicos para resolver as situações

Resolver situações de carência alimentar através de programas personalizados

N.º de pessoas apoiadas com esta medida

2.2.4.3 Criar um grupo de trabalho especializado que introduza boas práticas de confeção, acondicionamento e distribuição de alimentos entre as pessoas que contratualizaram serviços de alimentação em casa

Zelar pela situação nutricional dos cidadãos que estão envolvidos em programas de alimentação em casa

Grupo de trabalho criado, norma de boas práticas adotada; auditoria realizada

2.2.4.4 Desenvolver sessões de preparação de alimentos em eventos públicos

Promover alimentação saudável entre a população do concelho

Sessões realizadas; local de realização

2.2.4.5 Sensibilizar os autarcas para as implicações da decisão de aprovar a instalação de certos tipos de ofertas de produtos alimentares, em locais primordialmente habitados por idosos

Diminuir a oferta de alimentos pré-cozinhados

Ações de vigilância para diminuir a oferta de alimentos pré-cozinhados

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

2.2.5 Consciencializar autarcas do impacto das suas decisões na saúde dos idosos

2.2.5.1 Criar um serviço que ajude as pessoas mais idosas a fazerem alterações nas suas moradias que permitam a utilização plena da habitação

Permitir que as pessoas envelheçam nas suas casas

Serviço criado; moradias modificadas; tipologia das ações

2.2.5.2 Criar uma lista de instituições públicas que não tenham acessibilidades adequadas às fragilidades que os idosos vão apresentando e produzir um programa de adaptações

Criar condições para que todos os lugares públicos sejam amigos dos cidadãos

N.º de alterações produzidas/n.º de alterações necessárias

2.2.5.3 Rever o mobiliário urbano de modo a adaptá-lo a todas as idades.

Tornar a Lourinhã num concelho amigo dos cidadãos

Alterações produzidas/alterações necessárias

2.2.5.4 Criar o conceito "Lourinhã, uma terra para todas as idades", aplicável a todos os organismos públicos

As políticas encetadas permitem a inclusão social de todos os cidadãos, independentemente da idade e das suas características pessoais

Declaração política

Objetivo 2.3 Áreas de Ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Contribuir para o desenvolvimento de cuidados centrados no cidadão, melhorando o acesso à informação, promovendo a literacia em saúde, os cuidados individualizados na comunidade e identificar doentes de alto risco através de processos de estratificação (> nº de atendimentos em urgência, <recursos económicos ou patologia mais frequente) aos quais se aplicam as atuais evidências científicas

2.3.1 Desenvolver sinergias entre serviços de saúde e de apoio social

2.3.1.1 Desenvolver um website específico de apoio a cuidadores informais que contenha pelo menos informação sobre os seguintes tópicos: apoios financeiros; questões práticas que envolvem os cuidados; saúde; trabalho e carreira profissional; manter as suas relações; equipamento e tecnologia; obter apoio em casa; obter recursos.

Ter um website desenvolvido com a informação pertinente de apoio a cuidadores informais

website construído, tipo de assuntos disponibilizados

2.3.2 Incentivar/facultar apoio ao desenvolvimento de cuidados integrados

2.3.3.1 Informar através de site municipal os cidadãos das escolhas que podem fazer para obter acesso a cuidados de saúde e apoio social

Disponibilizar informação imparcial e completa sobre a oferta de cuidados existente no concelho (pública, privada e IPSS) Website construído;

informação disponível

Informar sobre direitos e deveres dos utentes

Informar sobre taxas moderadoras e copagamentos em vigor

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Manter ligações úteis a sites como: Portal do Utente e Portal da Saúde

2.3.3 Responsabilizar entidade/grupo pela identificação de situação de carência grave de apoio social e saúde, e pelo planeamento de intervenções

2.3.4.1 Trabalhar com as autoridades de saúde de modo a identificar as pessoas que mais recorrem aos serviços de urgência e acompanhar a sua transição para o domicílio

Protocolar um serviço de identificação e apoio aos utentes

Serviço criado, n.º de doentes apoiados

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Eixo estratégico 2

Apoiar as pessoas na manutenção, melhoria e gestão da sua saúde e bem-estar físico e mental, à medida que envelhecem.

Objetivo 2.1 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização 2016 2017 2018 2019 2020

Promover a saúde e os comportamentos saudáveis em todas as idades, de modo a retardar o aparecimento das doenças crónicas e evitar a mortalidade prematura

2.1.1 Tomar iniciativa e/ou colaborar ativamente em atividades promotoras de saúde, preventivas da doença e educação p/a saúde durante ciclo de vida.

2.1.1.1 Dinamizar ações regulares de sensibilização/conversas informais entre idosos e técnicos das áreas sociais e da saúde (médicos, enfermeiros, dietistas, nutricionistas, fisioterapeutas, preparadores físicos, psicólogos, animadores socioculturais etc.);

Realizar ações nas freguesias do concelho

Nº freguesias, Nº participantes, Nº ações

2.1.1.2 Criar, divulgar e explicar material de informação e sensibilização p/ saúde e realizar ações práticas (preparar refeições equilibradas e fáceis c/ produtos diferentes, etc.);

2.1.1.3 Realizar rastreios de avaliação dos fatores da saúde (peso, altura, IMC, intolerância alimentar, tensão arterial, colesterol, glicemia, saúde oral, audição e visão) – atração de participantes aquisição de informação s/ níveis de saúde individual (prevenir e corrigir)

2.1.2 Tomar iniciativa e/ou colaborar ativamente em atividades potenciadoras das capacidades dos cidadãos em lidarem c/ doenças crónicas

2.1.2.1 Criar, divulgar e explicar material de informação sobre como lidar com as doenças crónicas

Realizar ações nas freguesias do concelho

n.º de folhetos distribuidos/freguesia

2.1.3 Promover ações de cessação tabágica e diminuição do consumo de álcool

2.1.3.1 Criar, divulgar material de informação sobre a matéria Realizar ações nas

freguesias do concelho

Nº ações/tipo/freguesias; Nº panfletos distribuidos/freguesia

2.1.3.2 Promover consultas de aconselhamento

2.1.4 Promover realização de exames diagnóstico precoce e rastreios

2.1.4.1 Realização de ações de diagnóstico precoce e rastreio

Realizar ações nas freguesias do concelho

Nº freguesias; N.º de parcerias; Nº participantes; Nº ações; Nº entregas

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

2.1.5 Manter/intensificar disponibilização de consultas e a continuidade de tratamentos na área da saúde mental

2.1.5.1 Promover a disponibilização de consultas/tratamentos

Aumentar a diversidade da tipologia de consultas em saúde mental Nº ações/tipo/freguesias; Nº

panfletos distribuidos/freguesia

2.1.5.2 Criar, divulgar material de informação sobre a matéria

Divulgação da oferta de serviços locais na área da saúde mental

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Eixo estratégico 3

Providenciar para que as pessoas envelheçam com con fiança, segurança e dignidade nas suas casas, pelo tempo que entenderem.

Objetivo 3.1 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Promover medidas protetoras da violência financeira e das burlas sobre idosos, que sejam efetivas, transparentes e capazes de identificar novos riscos.

3.1.1 Criar um gabinete de aconselhamento aos consumidores locais

3.1.1.1 Implementação de serviço ao senior em algumas freguesias, com equipa multidisciplinar e em articulação com entidades nacionais e locais, para prevenção, acompanhamento psicossocial e encaminhamento de situações

Criação serviço nas freguesias com maior indice de idosos

Nº de pessoas atendidas e frequência por ano

3.1.1.2 Criação de um website com informação adequada aos idosos e familiares

Website da autarquia que concentre informação aos cidadãos e aos cuidadores informais

Website criado

3.1.1.3 Disseminação de informação nos media locais e através dos centros de convívio e associações recreativas sobre violência financeira e burlas

n.º de ações realizadas nos media e espaços associativos

3.1.2 Publicar informação acerca de procedimentos em caso de suspeita de ações fraudulentas, disponibilizando meios de ajuda

3.1.2.1 Divulgação/ informação de ações de sensibilização em articulação com PSP, GNR, Bombeiros, Deco

Realização de ações de prevenção de atos passiveis de constituir crime em todas as freguesia

Nº de ações realizadas; entidades participantes

3.1.2.2 Criação e Divulgação de folheto dirigido aos idosos sobre a temática da prevenção financeira e outros assuntos pertinentes na área gerontológica

Criar folheto de divulgação de prevenção de riscos, atividades, serviços, informações uteis

Nº de ações realizadas; Nº de folhetos distribuídos/ano

3.1.3 Disponibilizar recursos aos quais os cidadãos possam recorrer se sujeitos a algum tipo de violência

3.1.3.1 Apoiar o serviço de teleassistência no concelho da Lourinhã, em especial nas situações das pessoas que vivem sozinhas, e com dificuldades financeiras

Elaboração de regulamento; Definição de n.º idosos a apoiar por ano

Nº de apoios concedidos

Objetivo 3.2 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Fazer com que os cidadãos idosos possam viver em casas com manutenções adequadas, seguras e adaptadas às limitações impostas pela idade.

3.2.1 Criar serviços que promovam a identificação de casos de necessidade de apoio na manutenção de domicílios habitados por idosos (sós ou apenas com o seu cônjuge),

3.2.1.1 Reformulação do Regulamento de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidas do concelho para recuperação de habitação própria.

Reativar o apoio de realização de pequenas obras, nos domicílios da população sénior com mais dificuldades financeiras.

Valor estipulado por ano pelo executivo Camarário; Nº de apoio concedidos; valor total atribuido

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

planeiem as intervenções, elaborem o orçamento que, depois de autorizado, cubra as obras necessárias a uma vida condigna

3.2.1.2 Implementação de uma oficina domiciliária, direcionada para a populações seniores mais carenciadas

Aquisição de uma viatura e requisição da prestação de serviço de um colaborador.

Nº de intervenções por categoria/ freguesia/ano

3.2.2 Desenvolver parcerias com empreendedorismo social de modo a dar resposta às necessidades de permanência dos idosos em suas casas, pelo tempo que lhes for possível

Divulgação dos projetos junto das entidades locais; Estabelecimento de parcerias

N.º de projetos rececionados, N.º de projetos divulgados

Objetivo 3.3 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Aplicar políticas de construção de equipamentos sociais e de lazer, transportes e edifícios que sejam amigos dos cidadãos idosos.

3.3.1 Mobilidade ativa: todos os residentes no concelho podem caminhar de modo seguro, deslocarem-se de bicicleta ou ir de transporte público para a escola, para o trabalho e para os demais destinos que lhe são habituais.

3.3.1.1 Integração do conceito “Cidade Amiga das Pessoas Idosas” nos princípios orientadores do Plano Municipal de Acessibilidade

Consulta dos documentos e estabelecimento de prioridades nas adaptações no domínio público, em colaboração com a Divisão de Ordenamento do Território, Urbanismo e Ambiente

Nº de intervenções por freguesia

3.3.2 residências apoiadas: todos os idosos podem recorrer a ajuda para viverem nas suas casas ou mudarem para casas que tenham em consideração as suas fragilidades físicas e mentais

3.3.2.1 Desenvolver residências apoiadas para idosos, seja por iniciativa da autarquia ou de cooperativas

Constituição de residências apoiadas a partir do ambiente já construído ou a construir, sendo que este último deve ser de aluguer residências construídas;

idosos acolhidos

Nomear um gestor dessas residências

Construir áreas de utilização comum: lavandaria, sala de estar e jardim

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

3.3.3 Espaços públicos: existem espaços verdes devidamente equipados que permitem atividades físicas e de lazer.

3.3.3.1 Implementar equipamento geriátrico para a motricidade senior nas zonas de lazer

Implementação pelo município de um

equipamento geriátrico para a motricidade

senior na sede concelhia

N.º de equipamentos implementados

3.3.3.2 Rever o mobiliário urbano de modo a adaptá-lo a todas as idades

Consulta com os técnicos de arquitetura paisagista e juntas de freguesia para planeamento dos espaços verdes, estabelecimento de parcerias

N.º de espaços verdes remodelados

3.3.4 Segurança: todos os residentes podem circular nos espaços públicos sem receio de violência ou criminalidade

3.3.4.1 Contribuir/ colaborar no Programa Apoio 65 – idosos em segurança do programa de policiamento de proximidade

Elaboração de um protocolo de colaboração com as entidades policiais

Celebração de protocolo; N.º de ações realizadas

Objetivo 3.4 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Incrementar a consciência sobre o que é violência sobre idosos, como se deteta e se relata, manter a vigilância e criar mecanismos de proteção.

3.4.1 Contribuir para uma consciência critica face ao problema dos abusos sobre idosos

3.4.1.1 Formação continua dirigida a profissionais com contato preferencial com pessoas idosas.

Estabelecer parcerias com a UCC, GNR, IPSS's, CHO Torres Vedras, Centro de Estudos para a Intervenção Social

Nº de formandos; Nº de ações realizadas

3.4.1.2 Divulgação do estatuto do idoso Defender ativamente os direitos dos cidadãos idosos

Divulgação em website da Câmara Municipal

3.4.2 Desenvolver respostas locais para identificação de casos de violência e mobilização de meios interventivos

3.4.2.1 Criação de resposta integrada, multidisciplinar e efetiva ao idoso vitima de maus tratos

Formalizar a constituição da equipa multidisciplinar

Nº de casos identificados; n.º de encaminhamentos realizados

3.4.2.2 Implementar uma Comissão de Proteção dos direitos dos idosos.

Elaboração de um Plano de Ação

Nº de parceiros; n.º de ações realizadas

Estabelecimento de parcerias

3.4.2.3 Estudo sobre os maus tratos no idoso no concelho da Lourinhã

Conhecer o fenómeno dos maus tratos no idoso no concelho

Parcerias realizadas, Apresentação de relatório do estudo

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

3.4.3 Criar sinergias com organismos locais, regionais e nacionais de luta contra a violência sobre idosos

3.4.3.1 Ações de sensibilização e divulgação de materiais produzidos por organizações de luta contra a violência no idoso junto das associações cívicas, locais públicos e outros, desde que frequentados por idosos

Estabelecimento de acordos de cooperação

n.º de ações realizadas; n.º de acordos celebrados

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PLANO GERONTOLÓGICO MUNICIPAL

Eixo estratégico 4

Apoiar a investigação o desenvolvimento de resposta s inovadoras às necessidades das populações do conc elho da Lourinhã

Objetivo 4.1 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Colaborar em projetos que venham a melhorar a qualidade assistencial das pessoas idosas, enquanto estas permanecerem em suas casas.

4.1.1 Colaborar na implementação de projetos de monitorização a distância de pessoas que permanecem em casa lidando com as suas doenças crónicas

4.1.1.1 Serviço de teleassistência que contribua para a manutenção da autonomia dos idosos no seu domicílio que disponibilize dados que permitam gerir doenças crónicas com o menor recurso possível aos internamentos hospitalares

Apoio à implementação do serviço de teleassistência, Elaboração de regulamento; Definição de n.º idosos a apoiar por ano

Nº de idosos abrangidos pelo serviço de teleassistência/ano

Objetivo 4.2 Áreas de ação Ação Metas Indicadores Calendarização

2016 2017 2018 2019 2020

Obter financiamentos orientados para soluções inovadoras na resolução de problemas existentes e que se espera que venham a ocorrer entre a população idosa do concelho.

4.2.1 Atribuir prioridade à criação de serviços orientados para idosos portadores de demências, providenciando serviços de apoio domiciliário e institucional adequados.

4.2.1.1 Desenvolver respostas assistenciais especialmente dirigidas a idosos com qualquer dos tipos de demência, captando financiamentos para o efeito

Identificar práticas inovadoras para implementar junto da população sénior

Nº de candidaturas submetidas

4.2.1.2 Evitar que os idosos com qualquer tipo de demência sejam internados em instituições generalistas

Apoiar a elaboração/submissão

de candidaturas de respostas especializadas

Nº de candidaturas aprovadas

4.2.1.3 Atribuir prioridade à criação de serviços orientados para idosos portadores de demências providenciando serviços de apoio domiciliário e institucional adequados

Apoio no acompanhamento/ implementação de

projetos piloto

Nº de projetos implementados