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Ética, Meio Ambiente e Cidadania

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Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do PiauCampus Teresina CentralDepartamento de Informao, Ambiente, Sade e Produo AlimentciaTecnologia em Gesto AmbientalDisciplina: tica Ambiental Professor: Ednaldo Oliveira

tica, Cidadania e Meio Ambiente

Larise Almeida Silva

TERESINA-PI2015

Aspectos sobre tica, Cidadania e Meio Ambiente

Diante de vrias fontes filosficas a respeito do homem e sua formao em sociedade, deve-se levar em considerao que o homem um ser scio histrico, pois ele se faz e se constitui nas relaes que estabelece ao longo de sua vida.Conforme Bock (2002, p. 168 apud LOPES, 2010), o homem no pode ser concebido como ser natural, porque ele um produto histrico, nem pode ser estudado como ser isolado, porque ele se torna humano em funo de ser social, nem ser concebido como ser abstrato, porque o homem o conjunto de suas relaes sociais. As propriedades que fazem do homem um ser particular, que fazem deste animal um ser humano, so um suporte biolgico especfico, o trabalho e os instrumentos, a linguagem, as relaes sociais e uma subjetividade caracterizada pela conscincia e identidade, pelos sentimentos e emoes e pelo inconsciente. Com isso, humano determinado por todos esses elementos, ou seja, multideterminado.Partindo-se do pressuposto que o meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito difuso e, por isso, transindividual, de natureza indivisvel e com titularidade indeterminada, o mesmo torna-se ou deveria se tornar preocupao de todos, uma vez que um meio ambiente preservado nas suas condies naturais repercute positivamente em todas as reas humanas.A Poltica Nacional de Meio Ambiente (PNMA), no art. 3, traz meio ambiente como o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.O conceito de ambiente passou a ter uma viso mais ampliada, no se aplicando somente s questes de ordem biofsica, como designado na Poltica Nacional do Meio Ambiente, mas engloba o meio natural, artificial, social e cultural. De acordo com a resoluo n 306/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): Meio Ambiente o conjunto de condies, leis, influncia e interaes de ordem fsica, qumica, biolgica, social, cultural e urbanstica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Portanto, o conceito amplo e abarca tanto o homem quanto a natureza, bem como todas as formas de vida.O carter multifacetado de meio ambiente possibilita que estudos ambientais sejam divididos em trs grandes grupos, referidos como o meio fsico, o meio bitico e o meio antrpico. Para Sanchez (2008): o sistema global constitudo por elementos naturais e artificiais de natureza fsica, qumica ou biolgica, socioculturais e suas interaes, em permanente modificao pela ao humana ou natural e que rege e condiciona a existncia e desenvolvimento da vida em suas mltiplas manifestaes.

Assim, por um lado, ambiente o meio de onde a sociedade extrai os recursos essenciais sobrevivncia e os recursos demandados pelo processo de desenvolvimento socioeconmico. Por outro, o ambiente tambm o meio de vida, e depende exclusivamente da manuteno das funes ecolgicas essenciais vida. Ser cidado participar da sociedade na qual se est inserido, cumprindo seus deveres e tambm usufruindo de seus direitos. Alm disso, respeitar as diferenas e praticar sempre que possvel o maior bem s pessoas e comunidade. Cidadania exerccio democrtico de fazer escolhas. Seja de seus representantes, seja dos caminhos que se deseja para a sociedade. Toda comunidade organizada em mbito local, regional ou nacional trabalha na conquista de seus objetivos.tica, cidadania e meio ambiente constituem valores que devem estar sempre associados, na perspectiva da felicidade e do bem comum. O comportamento dito moral de uma sociedade tem ligao direta com a tica, pois a tica normaliza, estuda e avalia os comportamentos como sendo benficos ou no para o restante da humanidade. Com isso, chega-se concluso de que ir beneficiar o maior nmero de pessoas possvel, torna-se tico, ou seja, todo comportamento moral pode se tornar tico, desde que seja analisado e sejam verificados seus benefcios e suas condies para todos.O que promove a reflexo tica justamente a anlise do juzo de valores morais e, com essa reflexo, pode-se chegar concluso sobre o que est certo ou errado dentro dos padres considerados justos e dignos para uma sociedade. Da serem to comuns s expresses tico e antitico quando nos referimos a certas atitudes dos indivduos em sociedade (GONALVES; WYSE, 2007 apud LOPES, 2010).Os valores coletivos aos poucos foram cedendo lugar aos interesses individuais, e a natureza deixou de ser critrio para o desenvolvimento da humanidade. Como resultado dessa mudana de valores, hoje o mundo vive uma situao de grande desigualdade social e desequilbrio ambiental colocando em risco a qualidade de vida de toda a populao, principalmente das geraes futuras. A urgncia destas questes deve-se crise imediata que vive, seja em nvel mundial, no relacionamento com os outros ou com a prpria natureza. H uma percepo cada vez maior que haver transformao no plano global sem uma nova base de valores para serem vivenciados e que fazem parte de nossa natureza original. Valores que determinam a vida de cada ser na Terra. A questo ambiental est permeada de valores ticos e espirituais que so, na essncia, os princpios do esprito humano e da prpria vida. A legislao ambiental de um pas, estado ou municpio um poderoso instrumento de cidadania. No apenas porque informa os direitos de cada um em relao ao meio ambiente, mas tambm porque, atravs do conhecimento dessas leis, possvel question-las, propor mudanas e at mesmo participar da elaborao de uma nova lei ambiental.A legislao brasileira garante o direito do cidado ao meio ambiente hgido. O meio ambiente um bem pblico de uso comum. Segundo o artigo 225 da Constituio Brasileira:

Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade da vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para s presentes e futuras geraes. (CONSTITUIO, 1988)

O meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito assegurado pela Constituio Federal, que definiu o meio ambiente como bem pblico de uso comum do povo, isto , no pode ser objeto de apropriao privada ou estatal contrria ao interesse pblico. A utilizao dos bens ambientais pelo Estado ou pelas empresas privadas no pode impedir que a coletividade use e desfrute desses bens.A Constituio foi ainda mais longe ao impor ao Poder Pblico e coletividade o dever de defender o meio ambiente. Isto significa que se o governo por acaso cruza os braos e faz vista grossa degradao ambiental, os cidados e suas associaes tm meios legais de exigir a proteo ambiental.O direito do cidado inseparvel da luta pelos seus direitos. O cidado o indivduo que luta pelo reconhecimento de seus direitos, para fazer valer esses direitos quando eles no so respeitados. necessrio ter conscincia do direito de cada um e de todos ao meio ambiente sadio.

CONSIDERAES Ser tico saber estar com o outro, mobilizar com o outro, buscar, trabalhar mudanas e reformas para que possamos ter um mundo habitvel para todos e no s para um grupo.Na verdade, indivduos lutaro pela vida, independente de sistemas ideolgicos e/ ou polticos, quando conscientes de uns valores intrnsecos, pertencentes a todos de forma indiscriminada: somos emergncias organizadas do Universo, devemos a ele nossa permanncia limitada no tempo e a permanncia, mais duradoura, de uma Humanidade.S o que de alguma maneira consegue perceber isto que pode, independentemente de Instituies educacionais, polticas, empresariais etc., arcar na solido de suas individualidades com a responsabilidade de permitir outros seres humanos. E s a tica e a valorizao do conhecimento que podem forjar tais pessoas. Somente os que de alguma maneira chegaram a atingir esse nvel de complexidade que podem tentar, mesmo quando indivduos, melhorar o meio ambiente com significado, tal que os demais processos sejam possveis.Retiraram suas foras da afetividade, se possurem tal fonte, uma tica bsica depende diretamente da capacidade de amar de alguns: embora isso ainda parea demasiado frgil, na verdade o que nos resta tentar efetivamente.A tica concebida como o respeito ao meio ambiente no pode ser s um capricho individualista, mas, sim, um conjunto de regras e protocolos que geram atitudes em prol de toda a sociedade. Hoje, a velocidade com que as coisas acontecem e o acesso democrtico informao, frutos da globalizao e do conhecimento, trouxeram mais liberdade e, com ela, maiores responsabilidades.Com relao ao meio ambiente, necessrio sair do campo da mera retrica, para que a presena da ao do cidado, enquanto propulsor da preservao ambiental seja algo efetivo. So pequenas coisas que podem ser feitas e que, muitas vezes, no so, porque no h a prtica dos indivduos, ou das instituies.Por outro lado, a realidade moral varia historicamente e, com ela, variam os seus princpios e as suas normas. A pretenso de formular princpios e normas universais, deixando de lado a experincia moral histrica, afastaria da teoria precisamente a realidade que deveria explicar. O sistema de normas e, com isso, o contedo da obrigao moral muda, historicamente, de uma sociedade para outra e, inclusive, no seio de uma mesma comunidade. O permitido hoje foi proibido ontem. O que atualmente se probe, talvez seja permitido amanh.Contudo, seja qual for poca ou a sociedade de que se trate, o homem sempre admitir uma obrigatoriedade moral. Sempre existiu um sistema de normas que define os limites do obrigatrio e do no obrigatrio. A relao entre tica, cidadania e meio ambiente deve ser entendida como a prtica para assegurar a conquista e o exerccio de direitos que garantam uma natureza recriada pelas atividades humanas assegurando nossas condies de sobrevivncia.O primeiro passo refletir sobre o impacto das escolhas individuais sobre o meio ambiente e na sociedade. A partir da, o segundo passo propor e implementar aes que possam tornar o mundo melhor para todos. A moral s vai pensar em certos valores, normas e regras, para a gente viver no nosso cotidiano. O que podemos fazer e o que no podemos: A tica vai questionar esses valores, esses princpios que regem essa moral. Se eles esto conduzindo bem. A tica poder resolver, em geral, o que um comportamento pautado por normas, ou em que consiste o fim o bom visado pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento do indivduo concreto ou o de todos.

REFERNCIASBRASIL. Lei n. 6.938 de 31 de agosto de 1981. Institui a Poltica Nacional de Meio Ambiente. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm. Acesso em: 04 jul. 2015.

BRASIL. Constituio Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponvel em . Acesso em: 04 jul. 2015.

______. Resoluo n 306 de 5 de julho de 2002/ CONAMA, Estabelece os requisitos mnimos e o termo de referncia para realizao de auditorias ambientais. Disponvel em:< http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=306>. Acesso 04 jul. 2015.

LOPES, D. Convivncia Social: A Questo Da tica, Cidadania e Meio Ambiente. Artigo com verso on-line, 2010. Disponvel em:< http://www.artigonal.com/educacao-artigos/convivencia-social-a-questao-da-etica-cidadania-e-meio-ambiente-1928647.html>. Acesso em 04 jul. 2015.

Moraes, Kelly de. tica, Cidadania e Meio Ambiente. Florianpolis: SENAI/SC, 2010.

SANCHEZ, L. E.Avaliao de impacto ambiental:conceitos e mtodos. So Paulo: Oficina de Textos, 2008