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LARVAS DE ANISAKÍDEOS DO PEIXE-ESPADA, Trichiurus lepturus L., DA COSTA DO RIO DE JANEIRO GLENIO CAVALCANTI DE BARROS 1988

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LARVAS DE ANISAKÍDEOS DO PEIXE-ESPADA, Trichiurus lepturus L.,

DA COSTA DO RIO DE JANEIRO

GLENIO CAVALCANTI DE BARROS

1988

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

PARASITOLOGIA VETERINÁRIA

LARVAS DE ANISAKÍDEOS DO PEIXE-ESPADA, Trichiurus lepturus L.,

DA COSTA DO RIO DE JANEIRO

GLENIO CAVALCANTI DE BARROS

SOB A ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR

DR. JOSÉ FELIPE RIBEIRO AMATO

Tese apresentada à Universida-

de Federal Rural do Rio de Ja-

neiro, como parte dos requisi-

tos para obtenção do Título de

"Doutor" em Medicina Veteriná-

ria - Área de Parasitologia.

ITAGUAÍ, RIO DE JANEIRO

MARÇO, 1988

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TÍTULO DA TESE

LARVAS DE ANISAKÍDEOS DO PEIXE-ESPADA, Trichiurus lepturus L.,

DA COSTA DO RIO DE JANEIRO

AUTOR

GLENIO CAVALCANTI DE BARROS

APROVADA EM: 13/04/1988

JOSÉ FELIPE RIBEIRO AMATO

LAERTE GRISI

NICOLAU MAUÉS DA SERRA FREIRE

MIGUEL CIONI PARDI

ADIVALDO HENRIQUE DA FONSECA

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À minha família, pelo estí-mulo que me proporcionou

nos momentos difíceis

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AGRADECIMENTO

Agradeço ao Professor Dr. José Felipe Ribeiro Amato,

Professor Adjunto IV do Instituto de Biologia do Departamento

de Biologia Animal da Universidade Federal Rural do Rio de Ja-

neiro (UFRRJ) pela compreensão e apoio recebido durante o de-

senvolvimento do trabalho.

Aos Professores, Suzana B. Amato, Carlos Wilson Go-

mes Lopes e Laerte Grisi o meu reconhecimento pelo interesse

e colaboração demonstradas, objetivando a conclusão do traba-

lho. Ao Professor Francisco Ademar da Costa pela orientação e

efetiva participação na Análise Estatística.

Meus agradecimentos ao Conselho Nacional para a Pes-

quisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo

suporte financeiro.

Aos professores, funcionários e colegas do Laborató-

rio de Ictioparasitologia, da Estação Experimental W.O. Neitz

e do Laboratório de Inspeção do Instituto de Veterinária, e a

todos aqueles que direta ou indiretamente me auxiliaram na pes-

quisa, meus sinceros agradecimentos.

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BIOGRAFIA

Glenio Cavalcanti de Barros, filho de Antonio Nunes

de Barros e Cinésia Cavalcanti de Barros, nasceu em Recife,

Estado de Pernambuco, em 25 de janeiro de 1935.

Cursou o primário, ginasial e científico em Recife,

PE. Egresso da Universidade Federal de Pernambuco, cursou os

três últimos anos do Curso de Medicina Veterinária na Escola

Nacional de Veterinária, Universidade Rural do Brasil, gra-

duando-se em 22 de dezembro de 1966.

Em março de 1967, ingressou no corpo docente da Es-

cola Nacional de Veterinária, onde permanece até hoje, como

Professor Adjunto IV do Departamento de Epidemiologia e Saúde

Pública do Instituto de Veterinária, UFRRJ.

Realizou Pós-Graduação no Instituto de Agroquímica y

Tecnologia de Valencia, España, no período entre 1969 e 1970,

onde obteve o título de "Tecnólogo de Alimentos".

Realizou Pós-Graduação na Universidade Federal Flumi-

nense, Niterói, Rio de Janeiro, entre 1975 e 1976, onde obteve

o título de "Mestre" em Ciência, Higiene e Tecnologia de Ali-

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vii

mentos.

Realizou ao longo dos vinte anos de efetiva lecionação

em regime de tempo integral, doze Cursos de Especialização na

Área de Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal e

cinco Estágios.

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CONTEÚDO

PÁGINA

RESUMO

SUMMARY

1 INTRODUÇÃO •

2. REVISÃO DA LITERATURA

TAXONOMIA E SISTEMÁTICA DOS ANISAKÍDEOS

ANISAKÍASE

História

Epidemiologia

Patologia

BIOLOGIA DOS ANISAKÍDEOS

BIOLOGIA DO Trichiurus lepturus

3 MATERIAL E MÉTODOS

OBTENÇÃO DOS HOSPEDEIROS

NECROPSIAS DOS PEIXES E COLETAS DOS HELMINTOS

PREPARAÇÄO E MONTAGEM DOS NEMATÓIDES

PADRÕES PARA IDENTIFICAÇÃO DE LARVAS INFECTANTES

xvi

xviii

1

5

5

13

13

16

16

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23

27

27

27

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ix

PÁGINA

41

42

42

55

71

80

81

ANÁLISE ESTATÍSTICA

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

TAXONOMIA

ÍNDICES PARASITÁRIOS

ANÁLISE ESTATíSTICA

5. CONCLUSÕES

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LISTA DAS FIGURAS

PÁGINA

18

30

35

36

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Esquema do ciclo biológico de Anisakídeos,

segundo OSHIMA et al. (1969) modificado

Esquemas das partes anterior e posterior da

L3 de Anisakis sp

Esquemas das partes anteriores de nematói-

des do Grupo Anisakis, segundo CHENG (1982)

Esquemas das partes anteriores e posteriores

de larvas (L3) do gênero Anisakis, segundo

SHIRAKI (1974)

Esquemas das partes anteriores de nematóides

anisakídeo do Grupo Phocanema, segundo CHENG

(1982)

Esquemas das partes anteriores de anisakídeos

FIGURA

1.

2.

3.

4.

5.

6.

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xi

FIGURA

7.

8.

9.

10.

11.

12.

13.

pertencentes ao Grupo Contracaecum, segundo

CHENG (1982)

Esquema da parte anterior das L 3 do Grupo

Raphidascaris, segundo CHENG (1982)

Esquema da parte anterior das L 3 do Grupo

Multicaecum, segundo CHENG (1982)

Anisakis sp. Parte anterior onde se observa

o dente proeminente e perfurante, poro ex-

cretor situado na base dos lábios sub-ven-

trais. X 120

Anisakis sp. Parte anterior onde se observa

o dente proeminente e o poro excretor na ba-

se dos lábios ventrais

Anisakis sp. Parte anterior onde se observa

esôfago longo, ventrículo oblongo terminan-

do obliquamente na junção com o intesti-

no

Anisakis sp. Parte posterior onde se obser-

va a glândula anal próxima ao reto e na ex-

tremidade o mucron

Anisakis sp. Parte posterior onde se obser-

va a glândula anal, próxima do reto e a pre-

PÁGINA

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xii

FIGURA

14.

15.

16.

17.

18.

19.

20.

sença de mucron na extremidade X 120

Contracaecum sp. Parte anterior onde se ob-

serva esófago muscular e poro excretor na

base dos lábios. X 120

Contracaecum sp. Parte terminal do esófago

onde se observa o ceco e o apêndice ventri-

cular. X 120

Contracaecum sp. Parte posterior onde se ob-

serva a curvatura e a extremidade sem mu-

cron. X120

Contracaecum sp. Parte posterior onde se ob-

serva a curvatura e a extremidade ponteagu-

da sem mucron

Contracaecum sp. Parte posterior onde se ob-

serva a curvatura da mesma e a extremidade

ponteaguda sem mucron

Parasitismo por Anisakis sp. e Contracaecum

sp. em Trichiurus lepturus do litoral do Rio

de Janeiro

Relação entre peixes infectados e não infec-

tados e seus pesos

PÁGINA

49

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54

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FIGURA

21.

22.

23.

24.

25.

Relação entre peixes infectados e não infec-

tados e seus comprimentos

Relação entre comprimento dos peixes-espada

(Trichiurus lepturus) infectados e a preva-

lência e intensidade média para Anisakis sp.

Relação entre comprimento dos peixes-espada

(Trichiurus lepturus) infectados e a preva-

lência e intensidade média para Contracaecum sp.

Relação entre peso dos peixes-espada (Tri-

chiurus lepturus) infectados, a prevalência

e a intensidade média para Contracaecum sp.

Relação entre peso dos peixes-espada (Tri-

chiurus lepturus) infectados, a prevalência

e a intensidade média para Anisakis sp.

xiii

PÁGINA

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67

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LISTA DE TABELAS

TABELA PÁGINA

1.

2.

3.

4.

5.

Prevalência de anisakídeos em peixe-espada

(Trichiurus lepturus L.) da costa do Estado

do Rio de Janeiro

Prevalência de Anisakis sp. e Contracaecum

sp. em peixe-espada (Trichiurus lepturus L.)

da costa do Estado do Rio de Janeiro

Prevalência de anisakídeos em peixe-espada

(Trichiurus lepturus L.) considerando-se li-

mites de peso e o sexo

Prevalência de Anisakis sp. e Contracaecum

sp. em peixe-espada (Trichiurus lepturus L.)

considerando-se limites de peso e o sexo

Prevalência de anisakídeos em peixe-espada

(Trichiurus lepturus, L.) considerando-se

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XV

TABELA

6.

7.

8.

9.

10.

11.

limites de comprimento e o sexo

Prevalência de Anisakis sp. e Contracaecum

sp. em peixe-espada (Trichiurus lepturus, L.)

considerando-se limites de comprimento e o

sexo

Resultados da aplicação do teste "t" de Stu-

dent para comparação de médias - Fator de Condi-

ção, Índice Gonadal e Índice de Maturidade

Resultados da aplicação do teste "t" de Stu-

dent para comparação de médias - peso e com-

primento dos peixes

Resultados da aplicação do teste "t" de Stu-

dent para comparação de médias - Densidade

Relativa e Índice de Infecção

Resultados da aplicação do teste do Qui-qua-

drado

Resultados das Correlações aplicadas

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RESUMO

Necropsias de peixes-espada (Trichiurus lepturus)

capturados na costa do Estado do Rio de Janeiro, demonstraram

que, as infrapopulações de nematóides anisakídeos eram consti-

tuidas de larvas de terceiro estádio (L3) dos gêneros Anisakis

e Contracaecum. Os peixes examinados variaram entre 49 e 200 cm

de comprimento e entre 380 e 3900 g de peso. A prevalência de

infecção por larvas de Anisakis e/ou Contracaecum foi de 33,18%,

ou seja, 72 dos 217 peixes examinados estavam infectados. A pre-

valência de anisakídeos correlacionada ao peso e ao comprimento

dos espadas, possibilitou a verificação de um maior parasitismo

nas faixas de 1001 a 2000 g e 121 a 140 cm, respectivamente. A

intensidade média de infecção por parasitos pertencentes ao gê-

nero Anisakis foi de 15,5 e para o gênero Contracaecum foi de

110,3. Considerando o parasitismo por anisakídeos, a intensida-

de média de infecção foi de 84,5 sendo a prevalência uma con-

quência da idade e da dieta dos peixes, verificou-se que, nos

espadas, a mesma aumentou com o tamanho e o peso dentro de de-

terminados limites. independentemente do sexo. A análise esta-

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xvii

tística, através do teste "t" de Student, revelou não haver

diferença significativa entre peixes machos e fêmeas, quanto às

médias de peso e comprimento quando associado ao parasitismo. O

teste do Qui-quadrado, demonstrou que, houve associação entre

peso e comprimento dos peixes e a presença de larvas. A medida

da Correlação Linear, permitiu evidenciar que o grau de associa-

ção quanto ao peso e comprimento, tanto em peixes machos e fê-

meas e o parasitismo por larvas de anisakídeos, não foi signi-

ficativo. Os resultados obtidos, permitem concluir que, a inges-

tão do espada cru pode ser prejudicial a saúde.

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SUMMARY

The examination of 217 cutlass fishes (Trichiurus

lepturus L.) captured off the coast of the State of Rio de Ja-

neiro, by commercial fishermen, showed that the infrapopulations

of anisakid nematode larvae (L3) belonged to two genera, Anisakis

and Contracaecum. The fishes measured from 49 to 200 cm of total

length and weighted between 380 and 3900 g. The total prevalence

of larvae of Anisakis and/or Contracaecum was 33.18%, that is,

72 out of 217 fishes examined were infected. The prevalence of

the anisakid larvae of the cutlass fishes correlated to weight

and sex, and to length and sex showed that the infection was

higher in the weight class of 1001 to 2000 g and the length class

of 121 to 140 cm, respectively. The average intensity of infection

was 15.5 for Anisakis, 110.3 for Contracaecum, and 84.6 for both

anisakids combined. As the prevalence of anisakids is a consequence

of age and diet of the fishes, it was demonstrated that in the

cutlass fishes it increases with size and weight independently of

sex. The statistical analysis ("Student's"t-test) showed that

there is no significant difference between the weight and the

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xix

lenght averages and sex when associated to parasitism. The chi-

square test showed that there was an association between weight

and length of fishes and the presence of anisakid larvae. The

linear correlation showed that there is no association between

the sex of fishes and the infection by anisakid nematodes. The

results of the present study allow the conclusion that cutlass

fish when eaten raw can be dangerous to public health.

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1. INTRODUÇÃO

A parasitologia de um modo geral, tem apresentado

nos últimos anos um nível de desenvolvimento bastante satisfa-

tório. Em alguns países, como o Brasil, o estudo dos parasitos

e das parasitoses do pescado não tem acompanhado o mesmo de-

senvolvimento.

Os peixes, como todos os outros animais apresentam

enfermidades de origem bacteriana, virótica e também devido a

fungos e parasitos.

Entre os problemas sanitários de natureza biológica

que os produtos da pesca podem proporcionar ao homem devido a

sua ingestão, estão as parasitoses, envolvendo os grandes gru-

pos de helmintos, particularmente os nematóides. Muitos desses

parasitos são ictiopatogênicos e outros podem apresentar as-

pectos zoonóticos sob determinadas condições.

As ectoparasitoses, na sua grande maioria, de pouca

importância sob o ponto de vista de Inspeção Sanitária, mas

que quase sempre se constituem motivos de "condenações" pela

Inspeção Veterinária devido ao aspecto repugnante que propor-

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cionam aos peixes. As endoparasitoses, muitas delas, são po-

tencialmente perigosas à saúde do homem, principalmente quan-

do os hábitos alimentares permitem a ingestão desses peixes

crus, mal cozidos ou inadequadamente industrializados.

A localização desses endoparasitos, particulariza o

problema, ou seja, aqueles que se encontram na musculatura,

dificultam a utilização da carne na indústria de filetagem, a-

queles que se encontram no lumem do aparelho digestivo, são e-

liminados por ocasião da evisceração, mas existem aqueles que,

se encontram nas serosas, e algumas espécies, migram para a

musculatura após a morte do peixe. Entre esses, se encontram

os nematóides anisakídeos, considerados por CHENG (1976) o

maior grupo de helmintos parasitos de peixes causadores de

alterações na saúde do homem.

A literatura especializada responsabiliza esses ne-

matóides como agentes de inflamações e lesões ulcerativas na

mucosa do estômago e intestino de vertebrados mamíferos que

lhes servem de hospedeiros definitivos e também do homem.

A síndrome abdominal aguda provocada no homem pela

ingestão de peixes contendo anisakídeos tem ocorrido em mui-

tos países. As primeiras referências sobre anisakíase humana,

ocorreram na Holanda. Posteriormente a doença foi diagnosti-

cada em outros países como Estados Unidos da América, Japão,

Inglaterra, canadá, Groenlândia, Chile, etc.

No Brasil, os estudos realizados sobre anisakídeos

são poucos e sob o aspecto zoonótico que as larvas in-

fectantes desses nematóides podem proporcionar, não se tem co-

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nhecimento de sua existência. Em paralelo, há a certeza da pre-

sença de anisakídeos em peixes marinhos, possivelmente como

hospedeiros paratênicos e entre eles o "espada" (Trichiurus

lepturus) objeto desse trabalho. Tendo em vista a importância

econômica do T. lepturus, na pesca mundial e no Brasil,

sua expressiva ocorrência nas águas da costa brasileira,

principalmente na região sudeste, acredito que, o seu consumo

"in natura" atingindo cifras de 100.000 a 200.000 toneladas

por ano, justifica o estudo da prevalencia desses nematóides

nos mesmos.

Os Serviços de Inspeção Sanitária nesse país, através

dos Médicos Veterinários, examinam as características organo-

lépticas desses peixes e os declaram, próprios ou impróprios

para consumo humano. Quando absolutamente necessário e possí-

vel, recorrem aos exames suplementares de natureza física, quí-

mica e microbiológica que, devido às condições de execução, são

em sua maioria de pouca utilidade prática, mas de absoluta im-

portância para a confirmação de diagnósticos.

Com o objetivo de contribuir com a Parasitologia de

um modo geral e particularmente com as autoridades sanitárias,

acredito que, o estudo da prevalência das larvas de anisakídeos

contidas no "espada", poderá proporcionar aos órgãos competen-

tes, a base científica necessária para a tomada de providências

legais que visem a proteção do consumidor.

Os objetivos específicos do presente estudo visam de-

terminar: a) a prevalência dos anisakídeos em T. lepturus; b)

os gêneros que compõem as infrapopulações desses anisakídeos;

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c) e a identificação das larvas infectantes.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

TAXONOMIA E SISTEMÁTICA DOS ANISAKÍDEOS

Os estudos taxonômicos, biológicos e de cultivo sobre

anisakídeos são bem anteriores ao primeiro caso de anisakíase

humana comprovada, conforme se verifica na literatura especia-

lizada através do trabalho de ZEDER (1800).

A sistemática dos nematóides pertencentes a família

Anisakidae, tem sido bastante estudada, encontrando-se na li-

teratura afirmações de autores que nem sempre são concordan-

tes. Entre esses podemos citar: DUJARDIN (1845); BAYLIS (1920);

YORKE & MAPLESTONE (1926); DOLLFUS (1933); KOYAMA et al. (1969);

DAVEY (1971); PIPPY & VAN BANNING (1975); SMITH & WOOTTEN

(1978); SUZUKI & ISHIDA (1979) e MYERS (1959, 1960 e 1975).

Embora bastante atenção tenha sido dispensada à taxo-

mia desses nematóides, ainda existem controvérsias sobre deter-

minados aspectos e por essa razão acredita-se que, a melhor o-

rientação, quando se pretende identificar esses helmintos a ní-

vel genérico é seguir as chaves do "Commonwealth Agricultural

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Bureaux".

Assim, apresenta-se a classificação do C.A.B. segundo

HARTWICH (1974) modificada.

Phylum Nematoda

Classis Sercenentea

Ordo Ascarida

Sub-ordo Ascaridina

Super-familia Ascaridoidea Railliet & Henry, 1915

Familia Anisakidae Railliet & Henry, 1917

Acanthocheilidae Wulker, 1929

Heterocheilidae Railliet & Henry, 1915

Crossophoridae Hartwich, 1957

Ascarididae Baird, 1953

Familia Anisakidae

Sub-familia Goeziinae Travassos, 1919

Genus Goezia,1800

Pseudogoezia Mozgovoy, 1951

Sub-familia Anisakinae Railliet & Henry, 1912

Tribu Anisakinea Chabaud, 1965

Genus Anisakis Dujardin, 1845

Phocanema Myers, 1959

Terranova Leiper & Atkinson, 1914

Sulcascaris Hartwich, 1957

Tribu Contracaecinea Mozgovoi & Shakhmatova,

1971

Genus Duplicaecum Majubar & Chakravarty, 1963

Galeiceps Railliet & Henry, 1912

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Contracaecum Railliet & Henry, 1912

Phocascaris Host, 1932

Sub-familia Raphidascaridinea Hartwich, 1954

Tribu Lappetascaridinea (Rasheed, 1965 - Sub-fa-

milia)

Genus Lappetascaris Rasheed, 1965

Tribu Alliascaridinea Kaliankar, 1971

Genus Alliascaris Kaliankar, 1971

Tribu Raphidascarinea Chabaud, 1965

Genus Raphidascaris Railliet & Henry, 1915

Raphidascaroides Yamaguti, 1941

Thynnascaris Dollfus, 1933

Heterotyphlum Spaul, 1927

Tribu Paranisakinea Yamaguti, 1941

Genus Paranisakiopis Yamaguti, 1941

Paranisakis Baylis, 1923

Familia Acanthocheilidae Wulker, 1929

Genus Acanthocheilus Molin, 1858

Metanisakis Mozgovoi, 1951

Psedoanisakis Layman & Borovkova, 1926

Sub-gênero

Familia Heterocheilidae (Railliet & Henry, 1912

Sub-familia) Railliet & Henry, 1915

Genus Heterocheilus Diesing, 1839

Familia Crossophoridae Hartwich, 1957

Genus Crossophorus Hemprich & Ehrenberg, 1828

Familia Ascarididae Baird, 1853

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Sub-familia Toxocarinae Baird, 1853

Genus Parasearis Yorke & Maplestone, 1926

Ascaris Limnaeus, 1758

Lagochilascaris Leiper, 1909

Baylisascaris Sprent, 1968

Toxascaris Leiper, 1907

Sub-familia Angusticaecinae Chabaud, 1965

Genus Angusticaecum Baylis, 1920

Amplicaecum Baylis, 1920

Ophidascaris Baylis, 1920

Polydelphis Dujardin, 1845

Hexametra Travassos, 1919

Considerando que, nas populações encontradas ocorreu

uma prevalência de L3 pertencentes ao gênero Contracaecum sp.

em relação a Anisakis sp. em T. lepturus, justifica-se a des-

crição detalhada dos mesmos.

Gênero Anisakis Dujardin, 1845

Sinônimos: Anisakis (Skrjabinisakis) Mozgovoi, 1951

Capsularia Zeder, 1800 "nec" Modeer, 1793

Conocephalus Diesing, 1861, "nec" Thumberg, 1812

Filocapsalaria Deslongchamps, 1824, "nom. oblit."

Peritrachelius Diesing, 1861

Stomachus Goeze (in Zeder, 1800) "nom. nud."

Segundo DAVEY (1971), Dujardin em 1845 propôs o sub-

gênero Anisakis dentro do gênero Ascaris L., 1758 para aqueles

nematóides que apresentaram espículos desiguais. BAYLIS (1920),

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revisando a familia Ascarididae, estabeleceu o "status" genéri-

co de Anisakis, com Peritrachelius Diesing, 1851 e Conocephalus

Diesing, 1860 como sinônimos. YAMAGUTI (1961) usou o nome Filo-

capsularia Deslongchamps, 1824 em vez de Anisakis Dujardin, 1845

para o gênero, assim como o fez KHALIL (1969). BAYLIS & DAUBNEY

(1926) haviam listado Filocapsularia como um grupo seletivo de

nematóides comandando as formas larvais, as quais eles conside-

ravam sem "status" genérico ou genótipo. O mesmo caminho foi

seguido por JOHNSTON & MAWSON (1945) usando o nome de Stomachus

Goeze, (in Zeder, 1800) em vez de Anisakis. Deste então Filo-

capsularia e Stomachus não tem sido usados há mais de 50 anos

e o Artigo 23 (b) do Código Internacional de Nomenclatura Zoo-

lógica adotado no 159 Congresso Internacional de Zoologia, os

considera esquecidos ("nomina oblita").

Os espécimens adultos do gênero Anisakis, são encon-

trados somente no estômago e intestino de mamíferos marinhos,

segundo BAYLIS (1920) e BAYLIS & DAUBNEY (1926), YORKE & MAPLES-

TONE (1926) e YAMAGUTI (1961) descreveram espécies do gênero

como parasitas de mamíferos marinhos e aves, provavelmente por

causa de Anisakis diomedeae (Von Linstow, 1895) encontrado em

aves e que foi incorretamente colocado no gênero. YAMAGUTI

(1961) colocou A. diomedeae no gênero Contracaecum Railliet &

Henry, 1912 e não incluiu nenhuma espécie do gênero na parte

de nematóides de aves.

O gênero Anisakis contém 21 espécies, mas a descrição

de algumas espécies é ainda pobre e a determinação especí-

fica não foi possível, segundo GRAINGER (1959). A consequente

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necessidade de revisão, tem induzido ocasionais presunções de

prováveis sinônimos (LYSTER, 1940; JOHNSTON & MAWSON, 1943;

DOLFFUS, 1948 e VAN THIEL, 1966) mas a situação tem permaneci-

do sem solução. O exame crítico dos problemas de variação in-

dividual dos caracteres taxonômicos, conduziu DAVEY (1971) a

reconhecer a validade de semente 3 espécies, considerando 4

outras como "species inquirendae" por falta de determinação

suficiente. As espécies válidas para o autor citado são: Ani-

sakis simplex Rudolphi, 1809 (det. Krabbe, 1878); A. typica

Diesing, 1860 e A. physeteris Baylis, 1923.

Considerando os objetivos do presente trabalho, acre-

dita-se da conveniência de apresentar a diagnose genérica para

o referido gênero.

O gênero Anisakis Dujardin, 1845, se caracteriza por

apresentar: três lábios, cada um com uma projeção anterior bi-

lobada, a qual possui uma única crista denteada; ausência de

interlábio; glândula excretora com o ducto abrindo-se entre os

lábios ventro-laterais; esôfago com a porção muscular anterior

e um ventrículo posterior oblongo ou algumas vezes sigmóide ou

ainda, tão largo quanto longe; sem apêndice esofageano ou ce-

cum intestinal; vulva abrindo-se na metade ou no primeiro terço

do corpo; espículos dos machos desiguais; papilas pré-anais nu-

merosas; papilas pós-anais, incluindo um grupo de três ou qua-

tro pares, localizadas próximo à extremidade da cauda no lado

ventral. Os nematóides do gênero Anisakis são parasitos de ma-

míferos marinhos, excepto os sirênios (DAVEY, 1971).

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Gênero Contracaecum Railliet & Henry, 1912

Sinônimos: Kathleena Leiper & Atkinson, 1914

Amphicaecum Walton, 1927

Thynnascaris Dollfus, 1928

Cerascaris Cobb, 1929

Theringascaris Pereira, 1935

Contracaecum (Ornitocaecum) Mozgovoi, 1931

Contracaecum (Symthetonema) Kreis, 1952

O gênero Contracaecum foi criado por Railliet & Henry

em 1912, contendo espécies transferidas do gênero Ascaris Lin-

naeus, 1758. Os principais caracteres taxonômicos do gênero

são: a presença de dois divertículos, o ceco intestinal e o a-

pêndice ventricular. Os sinônimos foram apresentados, por SKRJA-

BIN et al. (1951). KREIS em 1952, dividiu o gênero em dois sub-

gêneros, Simplexonema e Synthetonema, baseado na ausência e na

presença de interlábio, respectivamente. De acordo com isso, a

divisão de Kreis não foi aceita. DOLLFUS (1933) considerou

Contracaecum, Thynnascaris Dollfus, 1933 e Amphicaecum Walton,

1927, como sub-gêneros do gênero Contracaecum. O ventrículo e

o apêndice posterior são usados para distinguir os sub-gêneros.

Os autores dividiram Contracaecum em três sub-gêneros:

Contracaecum (Railliet & Henry, 1912) Mozgovoy, 1951 com o Con-

tracaecum (C.) spiculigerum (Rudolphi, 1809), Railliet & Henry,

1912, parasitos de peixes, aves e mato[feros; Erschovicaecum

Mozgovoi, 1951. Tendo como espécie-tipo o Contracaecum (E.) a-

duncum (Rudolphi, 1802); Baylis, 1920, parasitos de peixes, e

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Ornithocaecum Mozgovoi, 1951 com a espécie-tipo C. (O.)

praestriatum Mönning, 1928, parasitos de aves. BAYLIS (1920);

DOLLFUS (1933); PUNT (1941); OLSEN (1952); YAMAGUTI (1935) e

outros autores se dedicaram aos estudos taxonômicos do gêne-

ro.

Mais recentemente, MYERS (1975) demonstrou a dificul-

dade de diferenciar no estádio de larvas, Phocascaris e Contra-

caecum, tendo em vista que, ambos apresentam a abertura do po-

ro excretor na base dos lábios e somente na fase adulta é pos-

sível diferenciá-los com base nas estruturas cefálicas, sendo

Phocascaris encontrados em focas e Contracaecum em mamíferos

marinhos de modo geral e aves.

Pela diagnose genérica, tomando por base as descri-

ções do "Commonwealth Agricultural Bureaux" e de MYERS (1975)

pode-se afirmar que, esses nematóides se caracterizam pela

presença de interlábio; lábios em projeção antero-lateral e

usualmente hexagonal e arredondados; poro excretor abrindo-se

na base sub-ventral dos lábios; esôfago com porção muscular

anterior e com ventrículo posterior reduzido; apêndice ven-

tricular presente assim como, ceco intestinal; vulva na re-

gião anterior do corpo; crista denteada ausente; machos com

espículos desiguais ou sub-iguais; papilas pré-anais numero-

sas; gubernáculo ausente.

As espécies válidas para BERLAND (1961) são Contra-

caecum aduncum Rudolphi, 1802; C. regidum Rudolphi, 1809; C.

incurvum Rudolphi, 1819, C. cornutum Stossich, 1904.

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ANISAKÍASE

(Sin.: Heterocheilidiase)

Consiste numa infecção parasitária produzida por lar-

vas de nematóides da família Anisakidae, envolvendo vários gê-

neros, entre eles e principalmente os gêneros Anisakis e Pseu-

doterranova (= Phocanema, = Terranova), segundo OSHIMA & KLIKS

(1986), considerando o aspecto de saúde pública.

História

Na Holanda, em 1955, ocorreu o primeiro caso de ani-

sakíase humana comprovado. O diagnóstico foi atribuído ao Dr.

M. Straub, segundo VAN THIEL et al. (1960), cujo paciente ha-

via ingerido arenque levemente salgado e após 24 horas do iní-

cio dos sintomas foi realizada a laparotomia, verificando-se

a presença de úlceras no íleum e nematóides na luz do intesti-

no.

Muitos outros casos foram descritos naquele pais en-

tre os anos de 1955 e 1968, segundo GRABDA (1976), com uma mé-

dia entre 5 e 25 ocorrências por ano, totalizando cerca de 160

casos, SMITH & WOOTTEN (1978).

No Japão verifica-se uma estatística das mais eleva-

das, em se tratando de anisakíase humana, segundo ASAMI et al.

(1965); YOKOGAWA & YOSHIMURA (1967); NAGANO et al. (1973); KA-

WAGUCHI et al. (1973); DOI (1973) e ITO et al. (1973). Desde

1963 que, autores como YAMAGUCHI et al. (1964); YOKOGAWA &

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YOSHIMURA (1965) entre outros afirmam a ocorrência de granulo-

mas eosinofílicos gástricos e intestinais em várias regiões do

Japão. Segundo ISHIKURA (1968), somente em 1967, foram regis-

trados 278 casos sendo 196 localizados no estômago, 77 no in-

testino e 5 em outros locais, correspondendo a um percentual

de 2,1% dos 1484 casos de tumores estomacais não cancerosos

e 5,8% dos 1328 casos de enterites. HAYASAKA et al. (1970) in-

forma que, em 1968 foram realizados estudos naquele país obje-

tivando diferenciar as ileítes regionais que, por vezes, foram

diagnosticadas como doença de Crohn e os 1531 casos foram agru-

pados em agudos e crônicos, envolvendo os granulomas de origem

parasitária.

Em muitos outros países, como a Dinamarca, Alemanha,

Inglaterra, Polinésia, Korea, Estados Unidos, França, Chile,

Taiwan, Bélgica, etc, a anisakíase humana tem sido diagnosti-

cada comprovadamente, Segundo (JACKSON, 1975; PRIBE et al.,

1973; PINKUS & COOLIDGE, 1975; GRADBA, 1970; YOKOGAWA et al.,

1965; LITTLE & MacPHAIL, 1972; CHITWOOD, 1970; KATES et al.,

1973; OSHIMA, 1972; RICHMAN & LEWICK, 1973; RUITENBERG, 1970;

CHENG, 1976; KUIPERS et al., 1960; OTSURU, 1968; LITTLE &

MOST, 1973; YAMAGUTI, 1966; YAMAGUCHI et al., 1964; ANDREASSEN,

1970; NORRIS & OVERSTREET, 1976; CARVAJAL, 1983; NISHIMURA,

1963; ASAMI et al., 1965; KUDO & HASHIMOTO, 1951; MAEDA, 1956;

VAN THIEL et al., 1960; VAN THIEL & HOUTEN, 1967; MARGOLIS,

1977; JUELS et al., 1975; HAYASAKA et al., 1970; JACKSON &

BIER, 1981; SAPUNAR et al., 1976; DAVEY, 1971; ONO, 1975a,

1975b; SHIRAKI, 1974; LAGOIN, 1980; ASHBY et al., 1964; DOBY

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et al., 1975; FAIN et al., 1969; CHEN, 1971; VARELA & FERREIRA,

1982; ISHIKURA et al., 1967; ITO et al., 1973) entre outros.

Na América Latina alguns autores têm estudado o pro-

blema. No Chile, SAPUNAR et al. (1976), faz referência à infec-

ção humana devido a ingestão de Anisakis sp., coletados de Tra-

churus murphi (Jurel) capturados no Pacífico (Norte do Chile) e

APT et al. (1980) confirmam a anisakíase devido a ingestão de

peixe infectado com larvas pertencentes ao gênero Phocanema.

CARVAJAL et al. (1979) e CARVAJAL (1983), têm se dedicado a par-

te taxonômica e ao cultivo das larvas desses nematóides. No U-

ruguai, BOTTO et al. (1976) tem se preocupado com os aspectos

zoonóticos que as larvas de anisakídeos apresentam. No Perú,

ACHA & SZYFRES (1977) não informam da infecção propriamente di-

ta naquele país, mas dizem da preocupação dos pesquisadores em

identificar os peixes que são portadores de anisakídeos, tendo

comprovado sua existência em vários deles (Trachurus murphi,

Sciaena deliciosa, Polyclemus peruanus, etc).

No Brasil, os trabalhos visando o registro da ocorrên-

cia de nematóides anisakídeos em pesacado de maior comerciali-

zação, são escassos. AMATO & AMATO (1982), verificaram a pre-

sença de Sulcascaris sulcata em moluscos marinhos, "vieiras"

(Pecten (Euvola) ziczac).

RÊGO et al. (1983) e RÊGO & SANTOS 1983) fizeram re-

ferências a presença de nematóides pertencentes ao gêneso Ani-

sakis em cavala (Scomber scombrus) e anchova (Pomatomus sal-

tator).

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Epidemiologia

SPRENT (1969) classificou a anisakíase humana como uma

antropozoonose de ampla distribuição geográfica podendo portan-

to, ocorrer em qualquer lugar, preferencialmente em regiões pró-

ximas ao litoral e devido ao consumo de produtos do mar onde a-

bundam os hospedeiros definitivos desses nematóides, os mamífe-

ros marinhos. Segundo LAGOIN (1980); MARGOLIS (1977), YOSHIMURA

et al. (1979), em função dos hábitos alimentares, está eviden-

ciado pelas estatísticas que, a casuística é mais frequente na-

queles países onde o consumo dos produtos da pesca ocorre sob

determinadas condições: mal cozidas ou crus, discretamente sal-

gados ou defumados.

Segundo SHIRAKI (1974) a anisakíase humana no Japão o-

corre devido ao consumo de "sashimi", "sushi", "sunomono", etc.

Como já foi citado, Japão e Holanda são os países onde

o maior número de casos de anisakíase humana foi comprovadamen-

te diagnosticado e a maioria das pessoas entre 20 e 50 anos de

idade e mais comumente entre os homens (OSHIMA, 1972).

Nos outros países, já citados anteriormente, não se co-

nhece bem o mecanismo, a maneira como se instalou a anisakíase,

mas sabe-se com certeza da ingestão de peixes ou de pescado in-

fectado.

Patologia

De acordo com KOZIMA et al. (1966) as alternativas pos-

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síveis para a localização das larvas conduzem a diferentes sin-

tomas e lesões. Os sintomas simulam ulcera ou apendicite se as

mesmas se localizam no estômago ou intestino. HAYASAKA et al.

(1970) informam algumas características de anisakíase observada

em 77 casos ocorridos no Japão. Na anisakíase gástrica, quando

o ingestor não vomita a(s) larva(s), se constata reações na mu-

cosa, com proliferação de neutrófilos e eosinófilos para os ca-

sos agudos. O processo crônico, tanto gástrico como intestinal

se apresenta bem mais complexo, proporcionando respostas histo-

patológicas, tais como: reação tipo corpo estranho, flegmonoso,

abscesso, abscesso granulomatoso e granulomatoso.

BIOLOGIA DOS ANISAKÍDEOS

O período de vida desses nematóides compreende cinco

estádios e quatro mudas e o ciclo evolutivo varia de espécie pa-

ra espécie segundo OSHIMA (1969) e SHIMAZU (1974), envolvendo

embriogenia, ovoposição, eclosão, mudas, parasitismo no(s) hos-

pedeiro(s), (paratênico ou não) e parasitismo no hospedeiro de-

finitivo.

É possível esquematizar o ciclo evolutivo dos anisakí-

deos conforme se verifica na Figura 1, segundo OSHIMA et al.

(1969). Entretanto, autores como SMITH (1974); CHENG (1976);

MARGOLIS (1977); SMITH & WOOTTEN (1978) entre outros, afirmam

que, muitos detalhes desse cicio precisam ser esclarecidos, con-

cordando entretanto que, o cultivo "in vitro" pode contribuir

para isso. Alguns problemas de interpretação na terminologia em-

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FIGURA l. Esquema do ciclo biológico de Anisakideos, segun-

do OSHIHA et al. (1969) modificado.

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pregada pretende-se esclarecer, considerando "larva" um termo

similar ao estádio "juvenil" de HYMAN (1951) ou "ninfa" de

(CHITWOOD, 1974) e larva de 49 estádio como "pré-adulto", se-

gundo McCLELLAND & RONALD (1974).

KOBAYASHI et al. (1968a e 1968b) coletaram fêmeas a-

dultas de Anisakis simplex e Anisakis typica de golfinhos cap-

turados em águas japonesas. Daquelas, foram retirados ovos e-

lipsóides medindo 45,5 - 58,1 x 41,3 - 53,2 µm, os quais eclo-

diram em temperaturas entre 2 e 27°C e as larvas foram culti-

vadas "in vitro" sendo posteriormente identificadas, comprovan-

do as espécies. VAN BANNING (1971) e PIPPY & VAN BANNING (1975)

a partir de ovos circulares ou ovais, medindo 40 x 50 µm em

média, conseguiram eclosões em 4 a 8 dias à temperaturas entre

13 e 18°C ou em, 20 a 27 dias a temperaturas entre 5 e 7°C. Em

condições normais esses ovos saem dos mamíferos (hospedeiros

definitivos) com as fezes e o embrião evolui dentro do ovo no

meio aquático dentro de períodos que depende da temperatura da

água. A larva de segundo estádio que sai do ovo após a eclosão

do mesmo, já apresenta em alguns casos certas características;

anel nervoso, dentículo, mas o trato alimentar é difícil dife-

renciar (OSHIMA, 1972). Essas larvas medem aproximadamente 230

µm, segundo VAN BANNING (1971) e 286 µm (OSHIMA, 1972). SMITH

(1971) apresenta para as larvas um tamanho médio, entre 0.22 e

0,29 mm sem a bainha e cerca de 0,33 a 0,37 mm com a bainha.

Essas larvas de segundo-estádio (L2) sobrevivem bem, durante 3

a 4 semanas a temperaturas entre 13 e 18°C ou 6 a 7 semanas

em temperaturas entre 5 e 7°C. Segundo VAN BANNING (1971) au-

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menta bastante a mortalidade quando a temperatura atinge 20°C

e, morrem todas quando esta atinge 34°C.

Os trabalhos envolvendo a infecção experimental com os

primeiros hospedeiros (os eufausídeos) foram realizados em sua

maioria por pesquisadores japoneses e sumarizados por OSHIMA

(1972) quando vários métodos de fixação das larvas foram utili-

zados em Caprella septentrionalis, Hyas araneus e Thysanoessa

raschii, segundo USPENSKAYA (1963), em Thysanoessa mermis, Thy-

sanoessa longicaudata e Meganyetiphanes narvegicus, segundo

SMITH (1971). Thysanoessa raschii, Thysanoessa longipes e Eu-

phausia pacífica, segundo SHIMAZU (1974), também em Euphau-

sia pacifica (KAGEI, 1974), Pandalus borealis e Pandalus hess-

leri, segundo SHIRAKI et al. (1976). Como se verifica, os

crustáceos utilizados pertencem à sub-classe Malacostraca e en-

volve as ordens: Euphausiacea, Decapoda e Amphipoda.

KAGEY (1974) examinou 67.000 crustáceos provenientes

de águas próximas ao Japão verificando que apresenca de lar-

vas de Anisakis sp. nos eufausídeos foi muito pequena. COLLARD

(1970), NOBLE (1973), MAUCHLINE & FISHER (1969) apresentaram em

seus trabalhos resultados semelhantes.

Os gêneros de anisakídeos mais importantes sob o pon-

to de vista de saúde pública, segundo CIIENG (1982) são Anisa-

kis, Belanisakis, Phocanema (= Porrocaecum), Paradujardinia,

Pesudoterranova, Cloascaris, Contracaecum e Phocascaris. A es-

ses gêneros, DEARDORFF et al. (1983) sornam o Hysterothylacium

(sin. de Raphydascaris) e Terranova.

Considerando a efetiva composição das infrapopulações de

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anisakídeos encontradas no espada (T. lepturus), pretende-se de

maneira sumária tecer considerações sobre o ciclo evolutivo dos

gêneros Anisakise e Contracaecum.

Anisakis - SMITH & WOOTTEN (1978); CHENG (1976); VAN THIEL

(1976); MARGOLIS (1977) entre outros, são unânimes em concordar

que, as fêmeas adultas eliminam ovos elipsoidais juntamente com

as fezes no ambiente aquático e o ovo embrionado libera a larva

de primeiro estádio (L1) que evolui e passa a L2 depois de um

período que depende da temperatura da água. MYERS (1960) afirma

que esse período varia de 5 a 34 dias e que, a larva de segun-

do estádio (L2) é de vida livre. CHENG (1976) concorda com es-

sas afirmações e acrescenta que, a cutícula não sofre modifi-

cações. SHIRAKI (1974), VAN THIEL (1976) e GIBSON (1977) afir-

mavam que os primeiros hospedeiros intermediários de Anisakis

são invertebrados marinhos, demonstrando que a segunda muda o-

corre em eufausídeos. Entretanto, experimentos realizados com

anelídeos, anfípodes, isópodes, moluscos e equinodermes, não ob-

tiveram resultados tão bons como aqueles obtidos com os eufau-

sídeos, significando que, os mesmos não são hospedeiros inter-

mediários na natureza.

Os experimentos realizados por DAVEY (1969) permitiram

concluir que, os primeiros detalhes anatômicos surgiram com a-

penas 30 h após incubação dos ovos.

Contracaecum - Preliminarmente o ciclo de vida desses anisakí-

deos foi estudado por THOMAS (1937a, 1937b, 1940); ASS (1961) e

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HUIZINGA (1966). Este, partindo de fêmeas grávidas pertencen-

tes a espécie Contracaecum spiculigerum, retirou ovos que, a-

pós lavagem, incubou à temperaturas entre 21°C e 30°C, sem ae-

ração. A eclosão veio 15 a 24 dias após e as larvas de primei-

ro estádio (L1), após a muda, passaram de L1 para L2 espontanea-

mente, entre 5 a 7 dias em número maior à uma temperatura de

21°C. Além desse período começam a perder a mobilidade e mor-

rem. Medem aproximadamente 13 x 330 µm e apresentam detalhes a-

natômicos como: apêndice ventricular, esôfago, intestino, mas

não se consegue distinguir o ceco característico desse tipo de

larva e que somente aparece no estádio infectivo (L3).

Como primeiro hospedeiro intermediário, HUIZINGA (1966)

utilizou um copépode, o Ciclops vernalis, onde se processou a

passagem de L1 para L2.

THOMAS (1937a e 1937b) infectou peixes "guppies" (Le-

bistes reticulatus) com larvas de vida livre (L2) verificando

que as mesmas penetram na cavidade abdominal onde se encapsu-

lam. A muda de L2 para L3 somente ocorre e de maneira incomple-

ta, após 18 dias e medindo a larva aproximadamente 1236 x 41 µm.

HUIZINGA (1966) utilizou também larvas de Contracaecum

multipapilatum, obtendo resultados semelhantes e concluiu que,

na natureza a infecção dos peixes pode ocorrer ou por ingestão

das larvas diretamente ou por ingestão do invertebrado infec-

tado.

O gênero Anisakis ocorre em quase todos os oceanos e

mares, mas algumas espécies apresentam uma distribuição mais

restrita.

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BIOLOGIA DO Trichiurus lepturus

A espécie T. lepturus apresenta ampla distribuição

geográfica, ocorrendo principalmente nos Oceanos Atlântico e

Indo-Pacífico. Na família Trichiuridae o gênero Trichiurus as-

sume grande importância econômica, tendo em vista o volume de

sua captura em águas próximas à Coréia, Japão e China princi-

palmente. No Brasil, tomando por base o desembarque no Entre-

posto da Cibrazem, na Praça XV de Novembro, verifica-se sua

real expressão econômica. Esses desembarques, atingiram as

seguintes quantidades: 1980 - 219.138 toneladas; 1981 - 102.270;

1982 - 101.450; 1983 - 153.813; 1984 - 105.635; 1985 - 132.180

e 1986 - 175.382 (Sudepe/Serviço de Inspeção Federal). Sem con-

tar com os exemplares capturados por pescadores ao longo do li-

toral e que são comercializados e consumidos sem que venham a

participar de qualquer estatística.

A ocorrência de T. lepturus foi registrada nos mares

Amarelo e da China (leste) (MISU, 1964; OKADA & OTAKI, 1971;

YAMADA, 1971; MIO, 1974, 1975 e LEE, 1979); em águas indianas,

segundo PRABHU (1955); JAMES (1961, 1967, 1968); TAMPI et al.

(1968); PILLAI (1976) e PORTSEV (1978); em águas africanas por

NARASINHAM (1970 e 1971) e MIKAYLIN (1976); em águas japonesas

por TSUKAHARA (1961) e HANABUCHI (1973), no Golfo do México

por DAWSON (1967) e no Atlântico por OLSEN (1952); BELLINI

(1980) e NAKATANI et al. (1980).

Outros aspectos, referentes a distribuição, biologia

(abrangendo estudos de reprodução, alimentação, taxa de cresci-

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mento, osteologia, etc.) bionomia e biologia pesqueira do T.

lepturus foram estudados por MATSUI & TAKAI (1952); MISU (1958

e 1964); JAMES (1961, 1967 e 1968); TSUKAHARA (1961 e 1962);

DAWSON (1967); TAMPI et al. (1968); WIKTOR (1970); LIM et al.

(1970); HAMADA (1971); YAMADA (1970); OKADA & OTAKI (1971); OL-

SEN (1971); NARASINHAM (1970 e 1971); YAMADA (1971); GUPTA

(1973); HANABUCHI (1973); MIO (1974); MIO et al. (1975); PILLAI

(1976); MIKHAYLIN (1976); SARAMOTO (1976); LEE (1978); PORTSEV

(1978); NAKATANI et al. (1980) e BELLINI (1980).

Existe uma certa discordância entre autores quanto a

distribuição batimétrica do espada. TUCKER (1956) e MIKHAYLIN

(1976) revisando a família Trichiuridae considerou T. lepturus

como uma espécie bento-pelágica da zona neurítica de ampla dis-

tribuição geográfica, excepto em mares de águas permanentemen-

te frias. MIKHAYLIM (1976) e MARSHALL (1964) registraram a pre-

sença da referida espécie em mar aberto, balas e estuários, mas

não fazem referências a profundidades. WHELLER (1969) afirma que

T. lepturus vive em águas da camada superior, sendo encontrado

desde a superfície até 350 m de profundidade.

NARASINHAM (1970), estudando a natureza planctônica,

do conteúdo estomacal, considerou os espécimens jovens do es-

pada como de habitat pelágico, embora tenham sido coletados

com rede de arrasto de fundo. PORTSEV (1978) estudando os há-

bitos alimentares de T. lepturus na costa de Oman (Arábia), ve-

rificou a predominância de organismos demersais durante o dia

e de organismos pelágicos durante a noite, referindo-se tam-

bém, a movimentações verticais, em direção à superfície, ao

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anoitecer e a permanência próxima ao fundo, nas horas claras

do dia.

Segundo LEE (1979) o limite de profundidade e a to-

pografia de fundo, pareceu governar a distribuição da espécie,

com base nos estudos que realizou no estreito de Taiwan. Se-

gundo BELLINI (1980) encontram-se emprofundidades entre 12,5 e

102,0 m no litoral do Rio de Janeiro.

BELLINI (1980) nos afirma que, em relação a distri-

buição batimétrica da espécie, ela é estratificada e as maio-

res ocorrências de T. lepturus foram observadas próximas à cos-

ta brasileira até profundidades médias de 60 m, com ocorrências

menos significativas até 102 m. De acordo com a captura reali-

zada, os espécimens de maior porte (> 350 mm) foram encontrados

em águas mais profundas e os menores (< 350 mm) em águas rasas.

O mesmo autor nos informa que, as grandes concentra-

ções ocorreram nas zonas mais rasas, próximas à costa nas qua-

tro estações do ano e em pequenas concentrações em profundida-

des maiores no verão, outono e primavera. O espada tem prefe-

rência por fundos pouco consistentes (arenoso, lodoso ou mis-

to), fato que comprova as afirmações de LEE (1979).

Entre os fatores abióticos que podem atuar como limi-

tantes na distribuição da espécie a certas áreas, a temperatu-

ta e a salinidade são os mais importantes, tendo ocorrido nos

estudos realizados por BELLINI (1980) uma preferência por sa-

linidade elevadas, entre 32,20º/00 e 35,96°/00 e temperaturas

entre 17,4°C e 21,9°C. Os espécimens capturados na área estu-

dada (entre Cabo Frio - 23°,00S e Torres - 29°,21S), a varia-

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ção na proporção entre machos e fêmeas ("sex-ratio") não foi

significativa, e o processo de maturação sexual inicia-se no

3º ano de vida, apresentando em média nesse período, um com-

primento em torno de 390 mm. O período de desova foi prolonga-

do e anual, ocorrendo entre as estações de verão e outono, em

maior incidência nas latitudes mais altas (26°,00 a 30º,00S).

Correlacionando a idade ao tamanho, o autor em foco,

afirma que, a espécie com 1 ano atinge 266,1 mm; com 2 anos,

339,9 mm; com 3 anos, 410,8 mm; com 4 anos, 480,6 mm; com 5

anos, 548,8 mm e com 6 anos, 615,4 mm. Em relação ao peso x

comprimento e largura x comprimento do par de otólitos, BELLI-

NI (1980) finaliza, afirmando que os mesmos apresentam 2 "stan-

zas", uma para otólitos com comprimento menor que 5,00 mm e ou-

tra para maior que 5,00 mm; para peso o comprimento é menor a-

baixo de 5,00 mm e para largura, ocorre o inverso.

Segundo BELLINI (1980) o comprimento médio da primei-

ra maturação sexual (Lm) gira em torno de 390 mm e o comprimen-

to em que todos os indivíduos da população estão aptos a repro-

dução (L100) é de mais ou menos 775 mm. A mesma autora afirma

ainda que, o valor médio estimado para a Lm indica que a matu-

ração dos indivíduos inicia-se no 39 ano de vida.

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3, MATERIAL E MÉTODOS

OBTENÇÃO DOS HOSPEDEIROS

Foram realizadas necropsias de T. lepturus, captura-

dos no litoral do Rio de Janeiro por pescadores profissionais,

utilizando anzóis e redes e desembarcados no Entreposto de Pes-

ca da Cibrazem (Praça 15 de Novembro), RJ. Os espadas foram

transportados em caixas de isopor com gelo ate o Laboratório de

Inspeção Higiênica, Sanitária e Tecnológica de Produtos de Ori-

gem Animal (DESP/IV), onde foram necropsiados.

NECROPSIAS DOS PEIXES E COLETAS DOS HELMINTOS

Os peixes foram pesados, medidos (da ponta do fo-

cinho à ponta da cauda) e abertos pela região ventral, da

base da cartilagem que recobre as brânquias a cloaca e desta

à parte superior da mesma cartilagem, expondo assim toda a ca-

vidade abdominal. Em seguida, foram coletadas todas as lar-

vas encontradas nas serosas e/ou encistadas em órgãos ou

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nos seus envoltórios. As larvas geralmente estavam vivas e fo-

ram colocadas em solução fisiológica. Observou-se as gônadas

para determinar o sexo e em seguida, as mesmas foram pesadas

para determinação dos índices gonadal e de maturidade. Reali-

zou-se a filetagem para verificar a existência de nematóides

na musculatura.

PREPARAÇÃO E MONTAGEM DOS NEMATÓIDES

Os nematóides capturados foram lavados 2 passagens

em solução fisiológica sob agitação) e fixados pelo AFA, (ál-

cool a 70% - formalina - ácido acético-glacial), seguindo-se

quatro técnicas para montagem final em gelatina de glicerina e

bálsamo. Na primeira técnica, os nematóides após a fixação pe-

lo AFA, foram passados pelo álcool 70% glicerinado a 5%, sendo

posteriormente o álcool substituído por glicerina, realizando

a montagem em gelatina de glicerina. Na segunda técnica, após

a fixação pelo AFA, aquecido a 55°C, foram passados também pe-

lo álcool 70% glicerinado a 5%, em seguida clarificados pelo

lactofenol de Amann e finalmente montados em creosoto para es-

tudo e quando necessário foram realizadas montagens definiti-

vas em bálsamo do Canadá. A terceira técnica visava a verifi-

cação da possibilidade de coloração. Após a fixação pelo AFA,

as larvas foram passadas para álcool 70% glicerinado a 5% e ál-

cool a 70%. Os helmintos foram corados pelo Carmin de Semichon

e em seguida passados em bateria de desidratação (álcool a 70,

80, 90 e 100% por duas vezes) e finalmente montados em bálsa-

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mo. A quarta técnica, foi a coloração pelo álcool picrado a

1% (10 a 15 minutos). Após a fixação pelo AFA e a lavagem no

álcool a 70%, os helmintos foram corados no álcool picrado e

posteriormente lavados no álcool a 70%, seguindo-se a clarifi-

cação pelo lactofenol de Amann montagem no creosoto de Faia.

Montagens "en face" foram também realizadas para estudos taxo-

nômicos.

PADRÕES PARA IDENTIFICAÇÃO DE LARVAS INFECTANTES

Ao longo das 3 últimas decadas, principalmente, mui-

tos pesquisadores se preocuparam com a identificação das lar-

vas infectantes de nematóides anisakídeos, entre outros: DEAR-

DOFF et al. (1984); KOYAMA et al. (1969); GRAINGER (1959); MY-

ERS (1975); PIPPY & VAN BANNING (1975); GIBSON (1970); KAGEI

(1974); GRABDA (1976); Mc CLELLAND and RONALD (1970); ONO

(1975); DIAZ (1981); CHENG (1982); PUNT (1941); BAYLIS (1944);

DOLLFUS (1933 e 1970); TEMPLEMAN et al. (1957); BERLAND

(1961); OKUMURA (1967); MYERS (1975); OSHIMA (1972); KOYA-

MA et al. (1969); SHIRAKI (1974); VAN BANNING (1971); PI-

PPY & VAN BANNING (1975); BEVERLEY - BURTON et al. (1977);

GRAINGER (1959) e CHENG (1976). Resulta alguns problemas de

nomenclatura que a revisão realizada por SMITH & WOOTTEN

(1978) procurou esclarecer.

A identificação das larvas não tem sido realizada por

todos autores, fato que torna complexo o mapeamento da distri-

buição geográfica para os gêneros, mas COLLARD (1970) afirma

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que, é comum em peixes mesopelágicos e batipelágicos larvas de

Anisakis.

MYERS (1975) reconhece cinco tipos de larvas e as di-

ferenças tomando por base a parte anterior do trato digestivo

envolvendo esôfago, ventrículo, poro excretor, dentículo, anel

nervoso, ceco, apêndice ventricular e na parte posterior das

mesmas, ânus, glândula anal, reto, intestino e mucron. SHIRAKI

(1974) reconhece apenas quatro tipos de larvas.

A representação diagramática das partes anterior e

posterior dessas larvas observa-se na Figura 2.

FIGURA 2. Esquemas das partes anterior e

posterior da L3 de Anisakis sp.

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Larva Tipo I

Essas larvas são descritas por SHIRAKI (1974), OSHIMA

(1972) e KOYAMA et al. (1969) como, possuindo um ventrículo

longo com junção ventrículo/intestino oblíqua, ausência de ce-

co e apêndice ventricular, presença de dentículo. Quando se

observa em montagens "en face", verifica-se um lábio dorsal e

dois ventrolaterais. Entre esses, e dirigido antero-ventral-

mente se encontra o dentículo. Na base desses lábios se abre

o poro excretor.

Os pesquisadores japoneses se reportam a esse tipo de

larva da mesma maneira que MYERS (1975), BERLAND (1961), VAN

BANNING (1971) e PIPPY & VAN BANNING (1975) que as cultivaram

até o estádio adulto e as identificaram como Anisakis simplex

(Rudolphi, 1809, det. Krabbe, 1878): BEVERLEY & BURTON et al.

(1977) comparando com algumas descrições de BERLAND (1961),

GRAINGER (1959), PUNT (1941) e outros pesquisadores concordam

com a existência de apenas quatro tipos de larvas.

AS larvas de A. simplex e A. tipyca podem ser

morfológica e morfometricamente iguais, mas BEVERLEY-BURTON et

al. (1977) concluiram que, a larva tipo I, corresponde a A. sim-

plex. Essa é a espécie de maior distribuição geográfica e pode

ser encontrada em 23 espécies de cetáceos e 11 espécies de piní-

pedes, segundo DAVEY (1971). Geralmente ocorre em águas frias e

pode numa mesma área apresentar diferentes populações segundo

BEVERLEY-BURTON et al. (1977).

O Anisakis typica foi encontrado em apenas oito espé-

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cies de cetáceos e geralmente ocorre em águas onde o A. simplex

é raro.

Larva Tipo II

SHIRAKI (1974) e OSHIMA et al. (1969) concordam que

este tipo de larva se caracteriza pela presença de um pequeno

ventrículo, com junção ventricular/intestinal horizontal, uma

cauda longa e cônica, sem mucron. A parte anterior é similar à

da larva tipo I, mas o denticulo é mais largo e dirigido ante-

riormente.

BERLAND (1961) e os autores japoneses opinam que a

larva tipo II corresponde a A. physeteris e não é comum encon-

trá-la em águas japonesas, tendo sido encontrada em apenas

quatro espécies de cetáceos, principalmente no esperma de Phy-

seter catodon.

Larva Tipo III

Este tino de larva foi descrito por SHIRAKI (1974),

OTSURU (1968), OTSURU et al. (1969) e OSHIMA (1972) como, possuindo um

pequeno ventrículo, com junção ventrículo/intestinal horizon-

tal, cauda curta e arredondada, sem mucron. A parte anterior

(cabeça) é similar a larva tipo II. O mesmo autor informa ain-

da que, em apenas três teleósteos capturados em águas japone-

sas foram encontradas larvas tipo III.

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Larva Tipo IV

OTSURU et al. (1969) e SHIRAKI (1974) concordam em

que, este tipo de larva é relativamente pequena, apresenta ven-

trículo curto comjunção horizontal e a cauda é curta, cônica e

sem mucron. Em águas japonesas já foi detectada em Theragra

chalcograma.

Considerando a maneira clara e objetiva utilizada por

CHENG (1982), que separa por grupos as larvas, acredita-se que,

segundo sua metodologia, rica em detalhes, não haveria discor-

dâncias significativas com demais autores, e se utilizaria um

padrão para as identificações das larvas encontradas nos pei-

xes espadas.

Os três outros gêneros com características semelhantes

aos citados mas com o poro excretor, não conhecido até a pre-

sente data, segundo CHENG (1982) (Belanisakis, Helligmus e Ich-

thyanisakis) são parasitos de peixes, com exceção do gênero Be-

lanisakis que parasitam aves, animais de sangue quente e por-

tanto se apresentam potencialmente perigosos sob o ponto de vis-

ta de saúde pública. OISHI et al. (1969), entre outros investi-

gadores japoneses consideram três tipos de larvas de Anisakis.

As larvas tipo I, II e III são descritas pelos autores com bas-

tante semelhança conforme se verifica na Figura 2 segundo CHENG

(1982).

As larvas tipo IV são reconhecidas por CHENG (1982) e

MYERS (1975), mas são apresentadas por SHIRAKI (1974) que des-

creve as mesmas, como sendo curtas, ventrículo curto e cônico,

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cauda pontuda. Na extremidade anterior do corpo verifica-se

também a presença do dente perfurante.

Larvas do Grupo Anisakis

Como se verifica nas Figuras 3 e 4, o ventrículo es-

tá presente mas a projeção anterior do intestino, o ceco e o

apêndice ventricular estão ausentes neste grupo de larvas que

envolve seis gêneros.

Nos grupos Anisakis, Acanthocheilus e Paranisakiopsis

o poro excretor está situado no final da parte anterior do cor-

po, na base dos lábios.

Segundo CHENG (1982) os membros adultos do gênero

Anisakis são parasitos de mamíferos marinhos e causadores da

anisakiase humana e Acanthocheilus e Paranisakiopsis são para-

sitos de elasmobrânquios e teleósteos, mas não se acredita que

sejam capazes de provocar a doença. Os pertencentes aos gêne-

ros Metanisakis, Paranisakis e Pseudoanisakis apresentam o po-

ro excretor a nível do anel nervoso circumesofageano.

Segundo BERLAND (1961); BEVERLEY-BURTON et al. (1977);

KAGEY (1969), as larvas tipo I correspondem à espécie Anisakis

simples, a tipo II, à espécie Anisakis physeteris. As larvas

tipo III e IV reportadas por CHENG (1982) apresentam duvidas

quanto as espécies correspondentes no estádio adulto.

Larvas do Grupo Phocanema

Segundo CHENG (1982) o ceco intestinal e o apêndice

ventricular estão presentes e o posicionamento do poro excre-

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FIGURA 3. Esquemas das partes anteriores

de nematóides do Grupo Anisa-

kis, segundo CHENG (1982).

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FIGURA 4. Esquemas das partes anteriores e posteriores de

larvas (L3) do gênero Anisakis segundo SHIRAKI

(1974). (1) Anisakis larva I, (2) Anisakis lar-

va II, (3) Anisakes larva III e (4) Anisakis

larva IV.

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tor na parte anterior da base dos lábios define dois gêneros

Phocanema e Terranova. Os adultos do gênero Phocanema parasi-

tam mamíferos e portanto são potencialmente perigosos sob o

ponto de vista de saúde pública. Os membros adultos do gênero

Terranova tem como hospedeiros definitivos peixes elasmobrân-

quios e crocodilos, portanto normalmente não causam a anisakía-

se humana. Entretanto OSHIMA (1972) afirma que o tipo de larva

"A" ocorre em lulas e pode ser considerado agente da doença,

mas necessário se faz confirmar essa possibilidade. Recentemen-

te OSHIMA & KLIKS (1986) com base na revisão de GIBSON (1983),

nos apresentou o novo "status" do gênero Pseudoterranova (= Pho-

canema, = Terranova).

Os gêneros do Grupo Phocanema: Paradujardnia, Pseudo-

terranova, Porrocaecum, Dujardinascaris e Cleoascaris, cujas

características podem ser observadas na Figura 5, segundo CHENG

(1982), apresentam o poro excretor a nível do anel nervoso e a-

penas a localização do poro no gênero Cleoscaris é desconheci-

da.

As larvas infectantes dos membros deste Grupo, segun-

do OSHIMA (1972), Phocanema e Terranova tipo "A" são muito seme-

lhantes e MYERS (1975) acredita difícil sua diferenciação. Com

exceção de Dujardinia que parasitam répteis e peixes, todos os

demais podem se tornar agentes da anisakíase.

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38

FIGURA 5. Esquemas das partes anteriores de ne-matóides anisakídeos do Grupo Phoca-

nema, segundo CHENG (1982).

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39

Larvas do Grupo Contracaecum

Conforme se verifica na Figura 6, os dois primeiros

membros (Contracaecum e Phocascaris), tanto o apêndice ventri-

cular como o ceco intestinal estão presentes e ambos se apre-

sentam nas larvas e no estádio adulto, são parasitos de mamíferos

marinhos e aves (Contracaecum) e Phocascaris apenas de mami-

feros marinhos, portanto potencialmente podem provocar a doen-

FIGURA 6. Esquemas das partes anteriores de anisa-

kídeos pertencentes ao Grupo Contracae-

cum, segundo CHENG (1982).

Se o poro excretor da larva está localizado anterior-

mente na base dos lábios, seria Contracaecum ou Phocascaris,

se a nível do anel nervoso, CHENG (1982) afirma ser Thynnasca-

ris ou Heterotyphlum. Sendo ambos parasitos de peíxes, podem

provocar também a anisakíase.

ça.

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40

Larvas do Grupo Raplydascaris

O grupo se caracteriza morfologicamente pela presen-

ça de ventrículo e apêndice ventricular com ausência de ceco

intestinal, como pode-se observar na Figura 7. Ambos são pa-

rasitos de peixes e podem causar a anisakíase.

FIGURA 7. Esquema da parte anterior das L3 do

Grupo Raphidascaris, segundo CHENG

(1982).

Larvas do Grupo Multicaecum

Segundo HARTWICH (1974) se caracterizam pela presen-

ça de ventrículo e múltiplos apêndices ventriculares, presen-

ça de ceco intestinal e ausência de dente perfurante na extre-

midade anterior. Observa-se na Figura 8 o poro excretor a ní-

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41

vel do anel nervoso. Ambos são parasitos de crocodilos e portan-

to improváveis agentes etiológicos de anisakíase.

FIGURA 8. Esquema da parte anterior das L3 do Grupo

Multicaecum, segundo CHENG (1982).

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Considerando as condições sob as quais foi realizada a

pesquisa, foram aplicados aos dados, segundo BENZA (1968) e VIEI-

RA (1983) os testes "t" de Student, qui-quadrado e de correlação.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

TAXONOMIA

Um total de 217 espécimens de espadas (T. lepturus),

foram necropsiados, provenientes de 40 amostragens, se apresen-

tando 72 peixes (33,18%) parasitados com larvas de terceiro es-

tádio (L3) pertencentes aos grupos Anisakis e Contracaecum, se-

gundo os padrões de CHENG (1982). A amplitude de variação dos

exemplares examinados em relação ao comprimento foi de 49 a 200

cm e em relação a peso, de 380 a 3900 g.

As larvas se localizavam nas serosas da cavidade abdo-

minal e raramente estavam inseridas na musculatura.

As dimensões observadas em seis L3 de Anisakis sp. fo-

ram: amplitude de variação para o comprimento do corpo de 22,84

a 35,95 mm, com média de 30,14 mm; para a largura do corpo de

0,28 a 0,35 mm, com média de 0,32 mm; para o comprimento do e-

sôfago muscular de 1,37 a 1,76 mm, com média de 1,53 mm; para a

largura do esôfago de 0,11 a 0,15 mm, com média de 0,13 mm; pa-

ra o comprimento do ventrículo de 0,65 a 0,88 mm, com média de

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43

0,72 mm; para a largura do ventrículo de 0,15 a 0,16 mm; com

média de 0,15 mm; para o comprimento da cauda de 0,07 a 0,13

mm, com média de 0,10 mm.

As dimensões observadas em seis L3 de Contracaecum

sp. foram: amplitude de variação para o comprimento do corpo

de 9,56 a 9,92 mm, com média de 9,83 mm; para a largura do

corpo de 0,20 a 2,44 mm, com média de 0,58 mm; para o compri-

mento do ceco de 0,16 a 0,22 mm, com média de 0,20 mm; para a

largura do ceco de 0,05 a 0,20 mm, com média de 0,11 mm; para

o comprimento do apêndice ventricular de 0,43 a 0,97 mm, com

média de 0.82 mm; para a largura do apêndice ventricular de

0,07 a 0,13 mm, com média de 0,11; para o comprimento da cau-

da de 0,09 a 0,16 mm, com média de 0,12 mm; para o comprimen-

to do esôfago de 0,75 a 0,86 mm, com média de 0,80 mm; para a

largura do esôfago de 0,07 a 0,09 mm, com média de 0,08 mm;

para o comprimento do esôfago glandular de 0,05 a 0,11 num, com

média de 0,08 mm; para a largura do esôfago glandular de 0,05

a 0,11 mm, com média de 0,08 mm.

As características morfológicas que permitiram a i-

dentificação das L3 pertencentes ao Grupo Anisakis foram: cor-

po alongado, arredondado na extremidade anterior, revestido

por cutícula que se caracteriza pela fina estriação, onde se

observa um dente proeminente e perfurante e o poro excretor

que se situa na base de dois lábios sub-ventrais (Figuras 9 e

10). A principal característica dessas larvas, segundo CHENG

(1982) está na presença de esôfago muscular longo e ventrícu-

lo oblongo, algumas vezes sigmóide que termina obliqüamente

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44

FIGURA 9. Anisakis sp. Parte anterior onde

se observa o dente proeminente e

perfurante, poro excretor situa-

do na base dos lábios sub-ven-

trais. X 120.

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45

FIGURA 10. Anisakis sp. Parte anterior on-

de se observa o dente proeminen-

te e o poro excretor na base dos

lábios ventrais.

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46

na junção com o intestino, conforme se verifica na Figura 11.

A ausência de ceco intestinal e do apêndice ventri-

cular complementam as características que diferenciam essas

larvas. A extremidade posterior se apresenta curta e cônica e

com mucron, observando-se nitidamente a presença da glândula

anal próxima ao reto, conforme se verifica nas Figuras 12 e

13.

Comentário: Segundo CHENG (1982); OSHIMA (1972); OI-

SHI et al. (1969) e KOYAMA el al. (1969), as larvas infectan-

tes encontradas em T. lepturus correspondem ao Grupo Anisakis

e segundo BERLAND (1961); KOYAMA et al. (1969); SMITH & WOOTTEN

(1978); VAN BANNING (1971); PIPPY & VAN BANNING (1975) e KAGEY

(1974) as larvas L3 pertencem ao subtipo I que, correspondem

no estádio adulto a espécie Anisakis simplex (Rudolphi, 1809,

det. Krabb 1878) que tem como hospedeiros definitivos, mamí-

feros marinhos e são patógenos para o homem sob determinadas

condições de consumo.

As características morfológicas das L3 pertencentes

ao Grupo Contracaecum foram: corpo alongado, arredondado na

extremidade anterior, e curvo e pontudo na extremidade poste-

rior (Figuras 14, 16 17 e 18).

Se caracterizam principalmente pela presença de apên-

dice ventricular e ceco intestinal dirigido para a extremidade

anterior (Figura 15). O poro excretor das L3 pertencentes ao

Grupo Contracaecam está situado na base dos lábios. Na extre-

midade posterior não se observa o mucron, conforme se verifi-

ca nas Figuras 16, 17 e 18.

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47

FIGURA 11. Anisakis sp. Parte anterior onde se

observa esófago longo, ventrículo

oblongo terminando obliquamente na

junção com o intestino.

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48

FIGURA 12. Anisakis sp. Parte posterior onde se

observa a glândula anal próxima ao te-

to e na extremidade, o mucron.

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49

FIGURA 13. Anisakis sp. Parte posterior onde

se observa a glândula anal, próxi-

ma ao reto e a presença de mucron

na extremidade. X 120.

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50

FIGURA 14. Contracaecum sp. Parte anterior

onde se observa esófago muscu-

lar e poro excretor na base dos

lábios. X 120.

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51

FIGURA 15. Contracaecum sp. Parte terminal

do esófago onde se observa o ce-

co e o apêndice ventricular. X 120.

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52

FIGURA 16. Contracaecum sp. Parte posterior

onde se observa a curvatura e a

extremidade sem mucron. X 120.

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53

FIGURA 17. Contracaecum sp. Parte posterior

onde se observa a curvatura e a

extremidade ponteaguda sem mu-

cron.

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54

FIGURA 18. Contracaecum sp. Parte posterior on-

de se observa a curvatura da mesma e

a extremidade ponteaguda sem mucron.

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55

Comentário: Segundo CHENG (1982); OSHIMA (1972); OISHI

et al. (1969) e KOYAMA et al. (1969) as larvas infectantes (L3)

encontradas em T. lepturus correspondem ao Grupo Contracaecum.

Segundo KOYAMA et al. (1969) as L3 encontradas no T.

lepturus pertencem ao tipo "C" cujos caracteres diagnósticos são:

não possuem dente proeminente na extremidade anterior nem mu-

cron na extremidade posterior. Entre os lábios subventrais ob-

serva-se o poro excretor se dirigindo para o anel nervoso. A

cauda é curta e pequena, exibindo uma tumefação próxima ao

ânus. órgãos de reprodução ausentes.

ÍNDICES PARASITÁRIOS

Dos 217 peixes examinados, 72 (33,18%) se apresenta-

ram parasitados por larvas de terceiro estádio (L3) de nematói-

des anisakídees pertencentes aos gêneros Anisakis e Contracae-

cum, conforme se verifica na Figura 19.

Não existem registros sobre prevalência e intensidade

média de infecção por anisakídeos pertencentes aos gêneros Ani-

sakis e Contracaecum em espada.

Nos peixes examinados, as prevalências registradas pa-

ra anisakídeos de um medo geral estão contidas na Tabela 1 e

para cada gênero separadamente, nas Tabelas 2 e 3, onde se ve-

rificam prevalências em torne de 30% da população e um percen-

tual sempre maior para o gênero Contracaecum. A prevalência de

anisakídeos correlacionada ao peso e sexo dos espadas (Tabelas

3 e 4), mostra que existe um maior parasitismo nas faixas de

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56

FIGURA 19. Parasitismo por Anisakis sp. e Contracae-

cum sp. em Trichiurus lepturus do litoral

do Rio de Janeiro.

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TABELA 1. Prevalência de anisakídeos em peixe-espada (Trichiurus lepturus L.)

da costa do Estado do Rio de Janeiro.

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TABELA 2. Prevalência de Anisakis sp. e Contracaecum sp. em peixe-espada (Trichiurus lep-

turus, L.) da costa do Estado do Rio de Janeiro.

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TABELA 3. Prevalência de anisakídeos em peixe-espada (Trichiurus lepturus, L.)

considerando-se limites de peso e o sexo.

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TABELA 4. Prevalência de Anisakis sp. e Contracaecum sp. em peixe-espada (Trichiurus lepturus,

L.) considerando-se limites de peso e o sexo.

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61

1001 a 2000 g, sendo que, nessa faixa 48% estavam parasitados

e 52% não parasitados. Os espadas com menos de 1000 g, apenas

se apresentaram parasitados 6,0% do total examinado e desse to-

tal, 6% parasitados e 94% não parasitados. Os espadas com mais

de 2000 g, apenas se apresentaram parasitados 8,3% do total e-

xaminado e desse total, apenas 29% parasitados e 71% não para-

sitados, conforme se verifica na Figura 20.

As prevalências de anisakídeos em espadas correlacio-

nada ao comprimento e sexo estão contidas na Tabela 5 e sepa-

radamente por gênero na Tabela 6, possibilitando observar que,

os peixes com comprimento entre 121 e 140 cm se apresentaram

mais parasitados em relação às demais faixas. Nesta faixa (121

a 140 cm) 40,2% dos espadas estavam parasitados e 26,8% não

parasitados em relação aos examinados. Os peixes com menos de

121 cm, apenas 45,8% estavam parasitados e 64,1% não parasita-

dos. Os peixes com mais de 140 cm de comprimento, apenas 13,8%

estavam parasitados e 8,9% não parasitados, não se verificando

a presença desses nematóides em espadas parasitados com menos

de 80 cm de comprimento, conforme se verifica na Figura 21.

A intensidade média de infecção por parasitos perten-

centes ao gênero Anisakis e por peixe; foi de 15,5 e para o

gênero Contracaecum foi de 110,3. Considerando o parasitismo

por anisakídeo e por peixe, a intensidade média no total de

peixes examinados foi 84,6.

A relação entre comprimento dos peixes infectados, a

prevalência e a intensidade média, tanto para Anisakis sp. co-

mo para Contracaecum sp., em T. lepturus, conforme se verifica

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62

FIGURA 20. Relação entre peixes infectados e não infec-

tados e seus pesos.

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TABELA 5. Prevalência de anisakídeos em peixe-espada (Trichiurus

lepturus, L.) considerando-se limites de comprimento e

o sexo.

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TABELA 6. Prevalência de Anisakis sp. e Contracaecum em peixe-espada (Trichiurus leptu-

rus, L.) considerando-se limites de comprimento e o sexo.

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FIGURA 21. Relação entre peixes infectados e não infectados e seus comprimentos.

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66

nas Figuras 22 e 23 não podem ser comparadas com dados de ou-

tros autores, por não terem sido detectados em relação ao es-

pada, mas fica evidenciado um maior percentual de intensida-

de média de infecção para Contracaecum sp.

No que diz respeito a relação entre peso dos peixes

infectados, a prevalência e a intensidade média de infecção,

tanto para Anisakis sp. como para Contracaecum sp., se veri-

fica nas Figuras 24 e 25 também um maior percentual de inten-

sidade média de infecção para Contracaecum sp.

A maioria dos autores considera a porcentagem de in-

fecção uma consequência da idade e da dieta dos peixes. Tal

fato foi comprovado em espadas para este tipo de infecção,

considerando que, a intensidade media de infecção atingida

nos mesmos, aumentou na medida que aumentou o comprimento e o

peso, até um determinado limite, independentemente do sexo.

Segundo VAZZOLER (1981), o estado fisiológico de um

peixe está condicionado a uma interação de fatores biológicos

e abióticos. Entre esses fatores o Fator de Condição (FC) ex-

pressa as condições alimentares recentes e varia de acordo

com o ciclo da maturidade sexual. Nos espadas examinados o FC

variou de 54 a 207 g/mm. O mesmo autor nos afirma que, as condi-

ções das gonadas refletem o estado fisiológico dos ovários em

relação ao armazenamento de reservas. No caso dos espadas, o

Índice Gonadal (IG) variou de 0,10 a 0,89 nas fêmeas e de 0,15

a 0,68 nos machos. Finalmente, o Índice de Maturidade (IM) va-

riou na população estudada de 0,01 a 0,07.

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67

FIGURA 22. Relação entre comprimento dos peixes-es-

pada (Trichiurus lepturus) infectados e

a prevalência e intensidade média para

Anisakis sp.

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68

FIGURA 23. Relação entre comprimento dos peixes-es-

pada (Trichiurus lepturus) infectados e

a prevalência e intensidade média para

Contracaecum sp.

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69

FIGURA 24. Relação entre peso dos peixes-espada (Tri-

chiurus lepturus) infectados, a prevalên-

cia e a intensidade média para Contracae-

cum sp.

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70

FIGURA 25. Relação entre peso dos peixes-espada (Tri-

chiurus lepturus) infectados, a prevalên-

cia e a intensidade média para Anisakis sp.

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71

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Considerando as condições em que foi realizado o pre-

sente trabalho, os resultados obtidos foram submetidos à aná-

lise estatística, segundo BENZA (1966) e VIEIRA (1983) e per-

mitiram a utilização dos seguintes testes: "t" de Student, Qui-

quadrado e de Correlação.

Os resultados da aplicação do teste "t" de Student aos

dados referentes ao Fator de Condição (FC), ao Índice Gonadal

(IG) e ao Índice de Maturidade (IM), conforme se verifica na

Tabela 7, permitiram a discussão dos seguintes aspectos, no

que sé refere ao fator de condição: na comparação entre médias

de machos e fêmeas não houve diferença significativa tanto em

peixes parasitados como em peixes não parasitados. Em peixes

machos e também em fêmeas, houve diferença entre médias de pei-

xes parasitados e não parasitados ao nível de 1% de probabili-

dade, mostrando que, para FC a média de peixe parasitado foi

maior, conforme se verifica na Tabela 7.

Com relação ao IG em peixes parasitados, não houve sig-

nificância entre sexos, já para peixes não parasitados a média

do IG em fêmeas foi significativamente maior do que em machos.

Quando analisado o parasitismo em machos, a média de parasita-

dos não diferiu significativamente da média dos não parasita-

dos. Em fêmeas, houve diferença altamente significativa sendo

que a média de peixes não parasitados foi bem maior.

O IM, quando estudado entre machos e fêmeas parasita-

dos e machos e fêmeas não parasitados, o teste "t" não mostrou

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TABELA 7. Resultados da aplicação do teste "t" de Student para comparação de médias - Fator

de Condição, Índice Gonadal e Índice de Maturidade.

n.s. = Não significativo ao nível de 5% de probabilidade.

* = Significativo ao nível de 5% de probabilidade.

** = Significativo ao nível de 1% de probabilidade.

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resultado significativo. Com relação à comparação de médias em

peixes machos entre parasitados e não parasitados houve signi-

ficância ao nível de 1% de probabilidade mostrando que a média

de peixes machos parasitados foi maior que para peixes machos

não parasitados. O mesmo fato aconteceu com relação aos peixes

fêmeas, ou seja, a média de peixes fêmeas parasitadas foi me-

nor do que para peixes fêmeas não parasitadas.

Quando, aplicou-se o teste "t" para comparação de mé-

dias em relação ao peso dos peixes, conforme Tabela 8, verifi-

cou-se não haver diferença entre médias de machos e fêmeas em

peixes parasitados e em peixes não parasitados. Na comparação

de médias de peixes parasitados e não parasitados em machos, o

teste mostrou resultado significativo ao nível de 1% de proba-

bilidade. Em peixes fêmeas, o resultado foi o mesmo e em ambos

os casos a média de parasitados foi maior do que de não para-

sitados.

Com relação ao comprimento, o resultado foi idêntico

ao encontrado para peso, ou seja, entre sexo não houve diferen-

ça quer seja em peixes parasitados ou não parasitados. A dife-

rença entre médias de peixes parasitados e peixes não parasita-

dos foi altamente significativa tanto em peixes machos como em

fêmeas.

No caso da Densidade Relativa (DR) Tabela 9, a apli-

cação do teste "t" de Student foi para comparar as médias de

DR em machos e fêmeas no gênero Contracaecum e no gênero Ani-

sakis. Para ambos os casos não se encontrou significância ao

nível de 5% de probabilidade. Em peixes machos e em fêmeas com-

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TABELA 8. Resultados da aplicação do teste "t" de Student para comparação de mé-

dias - peso e comprimento dos peixes.

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TABELA 9. Resultados da aplicação do teste "t" de Student para compa-

ração de médias - Densidade Relativa e Índice de Infestação.

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paramos as médias da DR entre os dois gêneros e embora tenha-se

observado valores de médias bem superiores no gênero Contracae-

cum, não se detectou significância.

O IM também foi estudado comparando-se as médias do

IM entre machos e fêmeas em ambos os gêneros e também não foi

detectado significância. Quando comparamos as médias de IM em

machos, entre os dois gêneros o comportamento foi idêntico, não

significativo, porém, quando aplicamos o contraste em fêmeas,

houve diferença significativa. A média de IM no gênero Contra-

caecum foi significativamente maior do que no gênero Anisakis.

Os resultados da aplicação do Teste de "Qui-quadrado"

aos dados obtidos permitiram a elaboração da Tabela 10 e a dis-

cussão dos seguintes aspectos: verificamos quanto ao sexo e pa-

rasitismo que, pela aceitação da hipótese de nulidade os atri-

butos são independentes, ou seja, não existe associação entre

parasitismo e não parasitismo ao sexo dos peixes, mas quanto

ao peso e parasitismo, a análise do mesmo entre peixes de pe-

sos (0-1000 g; 1001 a 2000 g e mais de 2000 g) permitiu veri-

ficar que, os atributos estão associados, conforme se verifica

na Tabela 10. Em virtude dos resultados, decompomos o qui-qua-

drado em qui-quadrado de grau de liberdade unitário e verifi-

camos que, na faixa de 0-1000 g o número de peixes parasitados

é bem menor que os não parasitados. Quando estudamos as duas

outras faixas de peso não detectamos diferença significativa.

Os resultados da aplicação da medida da Correlação aos

dados celerados permitiram a elaboração da Tabela 11 e a dis-

cussão dos seguintes aspectos: o grau de associações entre pe-

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TABELA 10. Resultados da aplicação do teste de Qui-quadrado.

= Qui-quadrado com 2 graus de liberdade.

= Qui-quadrado com 1 grau de liberdade.

= Qui-quadrado restante. rest.

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TABELA 11. Resultados das Correlações aplicadas.

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sos dos peixes e o número de L3 em machos e fêmeas independen-

temente, permitiu verificar um valor de coeficiente de correla-

ção "r" não significativo; a medida da correlação aplicada ao

FC e IG em peixes parasitados machos e fêmeas, permitiu verifi-

car que houve significância para machos, não ocorrendo o mesmo

fato para fêmeas. Para peixes não parasitados a mesma medida

conduza um resultado inverso, ou seja, "r" foi não significa-

tivo para machos e significativo a nível de 5% de probabilida-

de para fêmeas; entre peso e comprimento, a correlação linear

foi significativa para os vários ítens estudados, ou seja, for-

ma evidente associação entre os atributos citados.

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5. CONCLUSÕES

De acordo com os resultados obtidos e tendo em vista

as condições sob as quais foram desenvolvidos os trabalhos de

pesquisa com os objetivos propostos, conclui-se que:

a) a presença de larvas infectantes de Anisakis sp. e

Contracaecum sp. nos espadas os tornam potencialmente perigo-

sos sob o ponto de vista de saúde pública;

b) considerando os parâmetros, peso e comprimento dos

espadas, as faixas que apresentaram maior número de anisakíde-

os foram: 1001 a 2000 g e 121 a 140 cm, respectivamente, con-

cluindo-se que, os peixes nestas faixas são mais perigosos pa-

ra o consumo humano.

c) apesar do menor percentual de larvas infectantes

de Anisakis sp. (1,64%) em relação a Contracaecum sp. (98,36%),

não diminui o aspecto zoonótico do problema, vez que, ambas

são agentes comprovados da anisakíase humana.

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