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2/2014 I 5 de Fevereiro 2014 Lei n.º 83-C/2013, de 31 de Dezembro Lei do Orçamento do Estado para 2014 I Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares 2 II Imposto sobre o Valor Acrescentado 4 III Imposto Municipal sobre Imóveis e Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis 9 IV Imposto do Selo 10 V Impostos Especiais sobre o Consumo, Imposto sobre Veículos e Imposto Único de Circulação 11 VI Benefícios Fiscais 13 VII Justiça Tributária 19 VIII Outras alterações 21 I FISCAL LEGAL FLASH

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2/2014 I 5 de Fevereiro 2014

Lei n.º 83-C/2013, de 31 de Dezembro – Lei do Orçamento do Estado

para 2014

I Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

2

II Imposto sobre o Valor Acrescentado

4

III Imposto Municipal sobre Imóveis e Imposto Municipal sobre as

Transmissões Onerosas de Imóveis

9

IV Imposto do Selo

10

V Impostos Especiais sobre o Consumo, Imposto sobre Veículos e Imposto

Único de Circulação

11

VI Benefícios Fiscais

13

VII Justiça Tributária

19

VIII Outras alterações

21

I FISCAL

LEGAL FLASH

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LEI N.º 83-C/2013, DE 31 DE DEZEMBRO – ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2014

No passado dia 31 de Dezembro de 2013 foi publicada em Diário da República a

Lei do Orçamento do Estado para o ano de 2014. De entre as medidas fiscais

aprovadas, destacamos as que maior impacto terão na conformação da

actividade de empresas e investidores a operar em Portugal no próximo ano.

I IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES (“IRS”)

Categoria A – Rendimentos do trabalho dependente

Excluem-se expressamente do conceito de rendimento tributável desta categoria os

prémios dos seguros de saúde ou doença suportados pelas entidades empregadoras em

benefício dos seus trabalhadores ou respectivos familiares, desde que a sua atribuição

tenha carácter geral.

Categoria B – Rendimentos empresariais e profissionais

Regime Simplificado de Tributação

No que concerne ao regime simplificado de tributação, prevê-se o aumento do limite dos

rendimentos anualmente auferidos para que os sujeitos passivos possam ser abrangidos por

este regime, de EUR 150.000,00 para EUR 200.000,00.

Prevê-se igualmente a alteração dos coeficientes para efeitos de determinação do

rendimento tributável, nos seguintes termos:

0,15 aplicável às vendas de mercadorias e produtos, bem como às prestações de

serviços no âmbito dos sectores da hotelaria, restauração e bebidas;

0,75 aplicável aos rendimentos de actividades profissionais constantes da tabela

referida no artigo 151.º do Código do IRS (vulgarmente denominadas profissões

liberais);

0,95 aplicável aos rendimentos de royalties e know how e aos rendimentos das

categorias E, F e G quando imputáveis a actividades geradoras de rendimentos da

categoria B;

0,30 aplicável aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;

0,10 aplicável aos subsídios ou subvenções destinados à exploração e aos demais

rendimentos da categoria B.

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Regime de Contabilidade Organizada

Relativamente ao regime de contabilidade organizada, importa salientar o agravamento, de

10% para 20%, da taxa de tributação autónoma aplicável aos encargos dedutíveis relativos

a veículos ligeiros de passageiros ou mistos, com um custo de aquisição igual ou superior a

EUR 20.000,00.

Dedução de perdas

O período de reporte de prejuízos apurados na Categoria B é alargado de 5 para 12 anos,

com aplicação aos prejuízos apurados nos períodos de tributação de 2014 e seguintes.

Categoria E – Rendimentos de capitais

O rendimento auferido pelos sócios de sociedades objecto de liquidação deixa de ser

enquadrável nesta categoria e passa a ser sempre qualificado como uma mais-valia

(Categoria G – Incrementos Patrimoniais).

Categoria G – Incrementos patrimoniais

Para além do novo tratamento conferido ao resultado da partilha referido no ponto anterior,

passam a incluir-se expressamente na definição de mais-valias os ganhos obtidos com a

extinção ou entrega de partes sociais de sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas na

sequência de operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais.

Agregado familiar dos dependentes

Estabelece-se que nas situações de divórcio, separação judicial de pessoas e bens,

declaração de nulidade ou anulação do casamento em que os progenitores exercem as

responsabilidades parentais em conjunto, os filhos, adoptados e enteados, menores não

emancipados, bem como os menores sob tutela, são considerados como integrando um dos

seguintes agregados familiares:

O do progenitor a que corresponder a residência determinada no âmbito da

regulação do exercício das responsabilidades parentais;

O do progenitor com identidade de domicílio com o dependente no último dia do ano,

caso não tenha sido determinada residência no âmbito da regulação do exercício das

responsabilidades parentais ou não seja possível apurar a sua residência habitual.

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Sobretaxa

Mantém-se aplicável em 2014 a sobretaxa de 3,5% aplicável a todos os escalões do IRS, em

termos análogos aos previstos na Lei do Orçamento do Estado para 2013.

Sujeitos passivos portadores de deficiência

É prorrogada, para os rendimentos auferidos no ano 2014, a exclusão de tributação de 10%

do montante bruto dos rendimentos do trabalho dependente, independente e de pensões,

com o limite máximo de EUR 2.500,00 por categoria de rendimento.

Regime opcional para sujeitos passivos residentes noutro Estado-Membro da União

Europeia ou do Espaço Económico Europeu

A opção pela tributação segundo as regras aplicáveis aos sujeitos passivos residentes

quando, pelo menos, 90% da totalidade dos rendimentos auferidos tenha sido obtida em

território português, deixa de estar limitada aos rendimentos da categoria A (trabalho

dependente), B (trabalho independente) e H (pensões) e passa a abranger todas as

categorias de rendimentos.

Formalismos para dispensa de retenção na fonte ou reembolso de imposto retido

sobre rendimento auferido por não residentes

Simplificam-se os formalismos a observar para dispensa de retenção na fonte ou reembolso

do imposto retido sobre rendimentos auferidos por sujeitos passivos não residentes, ao

abrigo de convenções para evitar a dupla tributação, de outro acordo de direito internacional

ou da legislação portuguesa aplicável.

Com efeito, em alternativa à certificação por parte das autoridades competentes do Estado

da residência do beneficiário do rendimento dos formulários Modelo 21-RFI a 24-RFI, passa a

admitir-se que estes formulários sejam acompanhados por documento emitido pelas

referidas autoridades que ateste a sua residência fiscal no período em causa e a sujeição a

imposto sobre o rendimento nesse Estado.

II IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO (“IVA”)

Isenções nas operações internas

Passam a estar expressamente isentas de tributação em sede de IVA as prestações de

serviço consubstanciadas em visitas a bibliotecas e arquivos públicos, bem como a

transmissão de direitos conexos aos direitos de autor.

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Por outro lado, as prestações de serviços efectuadas por entidades de acção social, no

âmbito da sua actividade habitual, ainda que fora das suas instalações, são também

consideradas operações isentas de IVA.

Taxas de imposto

As taxas de IVA aplicáveis às operações realizadas na Região Autónoma dos Açores

aumentam para 5% (taxa reduzida), 10% (taxa intermédia) e 18% (taxa normal).

Obrigação de emissão de factura

Quando o destinatário esteja estabelecido ou domiciliado noutro Estado Membro da

União Europeia, os sujeitos passivos estão dispensados da emissão de facturas relativas

às prestações de serviços que se enquadrem nas operações de seguro, resseguro e

prestações de serviços conexas isentas de IVA.

Alterações oficiosas de elementos relativos à actividade

Passa a prever-se que as alterações dos elementos relativos à actividade promovidas

oficiosamente pela Autoridade Tributária e Aduaneira (“AT”) relativamente à cessação

de actividade, falsidade dos elementos declarados e à existência de fundados indícios de

fraude nas operações realizadas, produzem efeitos imediatos e devem ser notificados ao

sujeito passivo no prazo de 10 dias.

Recuperação de IVA de créditos de cobrança duvidosa e de créditos incobráveis

Explicita-se que a dedução de imposto em sede de uma acção executiva, de um

processo de insolvência, de um processo especial de revitalização (“PER”) ou de um

procedimento no âmbito do Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial

(“SIREVE”) exclui a dedução de imposto na sequência da qualificação de um crédito

como crédito de cobrança duvidosa.

Impõe-se também a obrigatoriedade do sujeito passivo comunicar ao adquirente do bem

ou serviço a anulação do imposto, para que este possa corrigir a dedução efectuada,

quando deduza o IVA nas situações acima previstas (acção executiva, processo de

insolvência, PER ou SIREVE).

Para os casos em que a dedução de IVA não tem de ser precedida de autorização prévia

da AT (créditos de cobrança duvidosa por constituírem créditos em mora há mais de

seis meses desde a data de vencimento, de valor não superior a EUR 750,00 e o

devedor é um particular ou um sujeito passivo que realize exclusivamente operações

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isentas e que não conferem direito à dedução ou nos casos de créditos considerados

incobráveis em sede de uma acção executiva, processo de insolvência, PER ou SIREVE),

o sujeito passivo tem de exercer o seu direito à dedução no prazo de 2 anos contados

desde 1 de Janeiro do ano civil seguinte.

Bens e serviços sujeitos a taxa reduzida

As frutas desidratadas passam a estar abrangidas pela taxa reduzida de IVA sob a verba

«Frutas frescas, legumes e produtos hortícolas».

Por outro lado, também as actividades agrícolas não conexas com a exploração da terra

ou em que esta tenha carácter acessório (e.g., culturas de cultivo em água, produção

de vasos e tabuleiros, entre outras) passam a integrar as actividades sujeitas a taxa

reduzida.

Regime do IVA de Caixa

Esclarece-se que o direito à dedução dos sujeitos passivos excluídos do Regime do IVA

de Caixa quanto aos bens e serviços abrangidos pelo referido Regime nasce com a

emissão da factura, devendo ser exercido na declaração do período em que o sujeito

passivo tiver recepcionado a factura ou na declaração do período seguinte a esse.

Regime de Bens em Circulação (“RBC”)

Passa a prever-se que é igualmente considerado “remetente” quem coloque os bens em

circulação à disposição do transportador para a efectivação de operações de carga.

Passam a estar excluídos do RBC os seguintes bens:

Bens pertencentes ao activo fixo tangível;

Bens provenientes de aquicultura e os bens que manifestamente se destinem à

produção agrícola, apícola, silvícola, de aquicultura ou pecuária;

Resíduos legalmente equiparados a resíduos sólidos urbanos;

Resíduos hospitalares sujeitos a guia de acompanhamento;

Bens a entregar a utentes por instituições particulares de solidariedade social

(“IPSS”) ou por outras no âmbito de protocolo estabelecido com o sistema de

segurança social;

Bens recolhidos em campanhas de solidariedade realizadas por organizações

sem fins lucrativos;

Bens resultantes ou necessários ao exercício das actividades desenvolvidas por

entidades que compõem o sector empresarial do Estado ou local e se dedicam à

gestão de sistemas de abastecimento de água, saneamento e resíduos urbanos.

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Documentos de transporte

Quanto à emissão e conteúdo dos documentos de transporte, passa a prever-se a

emissão de documentos de transporte globais, em papel, também nas situações em

que, no início do transporte, não são conhecidos os bens a entregar em cada local de

destino.

Prevê-se também que, no caso de entrega efectiva dos bens, os documentos de

transporte e a factura simplificada devem ser processados em duplicado e que,

relativamente a bens a incorporar em serviços prestados pelo mesmo remetente, a

saída dos mesmos deve ser registada em documento próprio, processado por via

electrónica, através de programa informático certificado, através de programa

informático produzido internamente, no Portal das Finanças ou em papel, por meio de

impresso de tipografia numerado sequencialmente.

Por outro lado, também as alterações do destinatário ou adquirente dos bens passam a

obrigar à emissão de documento de transporte adicional em papel, com menção da

alteração registada e do documento corrigido.

Nas situações em que o destinatário ou adquirente não seja sujeito passivo, deverá

fazer-se menção de tal facto no documento de transporte mas apenas quando este não

for uma factura.

Quanto a bens transportados por vendedores ambulantes e vendedores em feiras e

mercados, abrangidos pelo regime especial de isenção ou pelo regime especial dos

pequenos retalhistas, admite-se a substituição do documento de transporte, tanto por

factura de aquisição, como por factura simplificada de aquisição.

No que concerne ao circuito e validade dos documentos de transporte, passa a prever-

se que os documentos em referência devem ser processados pelos remetentes dos

bens, ou, mediante acordo prévio antes do início da circulação, por terceiros em seu

nome e por sua conta ou ainda por outros sujeitos passivos, quando os bens em

circulação sejam objecto de prestação de serviços efectuada pelos próprios.

Relativamente à impressão dos documentos de transporte, impõem-se requisitos mais

exigentes às tipografias para a concessão, pelo Ministro das Finanças, de autorização

para a impressão de documentos de transporte. Em particular, e para além da não

condenação ou não cometimento de um vasto conjunto de infracções tributárias, prevê-

se também que as tipografias não possam estar em situação de incumprimento das suas

obrigações de pagamento de imposto (IVA e IRC).

Apreensão de bens em circulação e do veículo transportador

Prevê-se que a apreensão dos bens encontrados em circulação e do respectivo veículo

de transporte passe a cingir-se às situações em que as entidades fiscalizadoras

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detectem indícios da prática de um crime e não seja feita imediatamente prova da

proveniência ou destino dos mesmos. Os infractores poderão ainda fazer a referida

prova nos 15 dias posteriores à apreensão ou à notificação do remetente para o efeito.

Consequentemente, o auto de apreensão que venha a ser levantado será entregue no

serviço de finanças da área onde foi detectada a infracção e caberá a este dar

conhecimento do mesmo ao órgão de polícia criminal competente.

Se o órgão de polícia criminal vier a concluir pela inexistência de indícios da prática de

um crime, dará de tal conhecimento ao serviço de finanças competente, para que este

levante o auto de notícia relativo à eventual infracção praticada e, bem assim, prossiga

com o processo de contra-ordenação.

Da decisão de apreensão de bens encontrados em circulação e do respectivo veículo

transportador passa a caber recurso para o tribunal judicial de 1.ª instância com

competência criminal da área onde foi realizada a apreensão, e não para o tribunal

tributário de 1.ª instância da mesma área.

Deixa de estar prevista a apreensão nos casos de não exibição dos documentos de

transporte por falta de registo, cessação da actividade ou incumprimento por três

períodos consecutivos das obrigações declarativas em sede de IVA por parte do sujeito

passivo ou de omissões ou inexactidões nos documentos de transporte.

Isenção de IVA nas vendas a exportadores

Clarifica-se que a isenção em sede de IVA das vendas de mercadorias de valor superior

a EUR 1.000,00 (por factura) é aplicável desde que o exportador tenha sede,

estabelecimento estável, domicílio ou registo para efeitos de IVA em território

português. Por outro lado, o direito à isenção depende igualmente de as mercadorias

virem a ser expedidas ou transportadas para fora da União Europeia,

independentemente da expedição ou transporte ser efectuada pelo exportador ou por

um terceiro por conta deste.

Emissão de facturas em séries

É regulada a emissão de facturas em várias séries, estabelecendo-se que as séries

devem ser identificadas de acordo com as específicas necessidades comerciais do

sujeito passivo, e, dentro de cada série, as facturas e respectivos documentos

rectificativos devem ser datados e numerados sequencialmente, por períodos mínimos

de um ano fiscal.

Comunicação dos elementos das facturas por transmissão electrónica de dados

É prorrogado para o ano de 2014 o regime transitório simplificado de comunicação dos

elementos das facturas para os sujeitos passivos que, cumulativamente, não sejam

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obrigados a possuir o ficheiro SAF-T (PT) da facturação, não utilizem, nem sejam

obrigados a possuir, programa informático de facturação e não optem pela transmissão

electrónica de dados, integrada em programa de facturação electrónica ou mediante

remessa de ficheiro normalizado elaborado com base no ficheiro SAF-T (PT) ou pela

inserção no Portal das Finanças, bem como para os sujeitos passivos que apenas

pratiquem operações isentas de IVA, que sejam abrangidos pelo regime especial de

isenção de IVA para volumes de negócios não superiores a EUR 10.000,00 ou pelo

regime dos pequenos retalhistas.

Regime de renúncia à isenção do IVA nas operações relativas a bens imóveis

Foram alteradas as condições objectivas para a renúncia à isenção, passando a prever-

se que basta um acréscimo de 30% (ao invés dos actuais 50%) do valor patrimonial

tributário para efeitos do Imposto Municipal sobre Imóveis, em virtude da realização de

obras de transformação ou renovação, para que seja permitida a renúncia à isenção de

IVA nas situações de primeira transmissão ou locação do imóvel após as referidas

obras.

Estabelece-se também que, nos casos em que o imóvel não seja efectivamente utilizado

na realização de operações tributadas por um período superior a 5 anos (e não apenas 3

anos, como até aqui), haverá lugar à regularização obrigatória do IVA deduzido na

aquisição do mesmo com renúncia à isenção.

III IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS (“IMI”) E IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE AS

TRANSMISSÕES ONEROSAS DE IMÓVEIS (“IMT”)

IMI

Os hospitais e unidades de saúde constituídos em entidades públicas empresariais (E.P.E.)

passam a estar isentos de IMI relativamente aos imóveis nos quais sejam prestados

cuidados de saúde. Contudo, os demais serviços, estabelecimentos e organismos do Estado

com carácter empresarial não são abrangidos por esta isenção.

Estando concluída a Avaliação Geral dos Prédios Urbanos, prevê-se uma taxa única de IMI

aplicável aos prédios urbanos (entre 0,3% e 0,5%), revogando-se a taxa anteriormente

aplicável aos prédios urbanos ainda não avaliados nos termos do Código do IMI.

Prevê-se que o prazo de três anos a observar antes que se possa reclamar do Valor

Patrimonial Tributário (“VPT”), resultante de avaliação directa, com fundamento na

respectiva desactualização, passe a contar-se da data do pedido, da promoção oficiosa da

inscrição ou da actualização do prédio na matriz, e não já da data do encerramento da

matriz em que tenha sido inscrito o resultado daquela avaliação (31 de Dezembro).

Estabelece-se, por outro lado, que o VPT resultante da Avaliação Geral dos Prédios Urbanos

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apenas pode ser objecto de alteração com o referido fundamento a partir do terceiro ano

seguinte ao da entrada em vigor do mencionado VPT.

IMT

Prevê-se que nos casos em que fique sem efeito uma isenção ou redução de taxa de IMT, o

sujeito passivo deve solicitar a correspondente liquidação, em declaração de modelo oficial,

no serviço de finanças onde foi apresentada a declaração Modelo 1 de IMT ou, caso não

tenha havido lugar a essa apresentação, no serviço de finanças da localização do imóvel.

IV IMPOSTO DO SELO

Isenção nos financiamentos de curto prazo

Continuando a aplicar-se aos financiamentos concedidos por sociedades de capital de risco

às suas participadas, a isenção para financiamentos de prazo não superior a um ano,

destinados a cobrir carências de tesouraria, passa a aplicar-se também a financiamentos

concedidos por quaisquer outras sociedades (independentemente de serem ou não SGPS) a

favor de sociedades por si dominadas ou em que detenham uma participação mínima de

10% do capital com direito de voto ou com um valor de aquisição superior a EUR

5.000.000,00. Esta isenção é igualmente aplicável aos financiamentos efectuados em

benefício de sociedade com a qual se encontre em relação de domínio ou de grupo.

Esta isenção não é, porém, aplicável, quando qualquer das sociedades intervenientes esteja

domiciliado em território sujeito a regime fiscal privilegiado.

Declaração Anual

Para além da obrigação de reportar anualmente o Imposto do Selo liquidado, passa a ser

obrigatória a comunicação do valor das operações e actos realizados isentos de imposto, com

a indicação da verba da Tabela Geral do Imposto do Selo (“TGIS”) aplicável.

Imóveis com VPT igual ou superior a EUR 1.000.000,00

A tributação anual, à taxa de 1%, sobre a propriedade, usufruto ou direito de superfície

sobre prédios habitacionais com VPT igual ou superior a EUR 1.000.000,00 passa a aplicar-se

também aos terrenos para construção cuja edificação autorizada ou prevista seja para

habitação.

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V IMPOSTOS ESPECIAIS SOBRE O CONSUMO (“IEC”), IMPOSTO SOBRE VEÍCULOS

(“ISV”) E IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (“IUC”)

IEC

Para além das demais obrigações, o destinatário registado passa a estar obrigado a manter

um registo contabilístico actualizado dos produtos recebidos em regime de suspensão de

imposto e introduzidos no consumo, com indicação da sua proveniência, destino e elementos

relevantes para o cálculo do imposto.

Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos

Prevê-se a isenção de imposto sobre os produtos petrolíferos que sejam usados na

aquicultura.

Clarifica-se que o gasóleo colorido e marcado também pode ser consumido por

equipamentos utilizados para a actividade aquícola.

A contribuição de serviço rodoviário aumenta de EUR 66,32 para EUR 67,00/1000

litros para a gasolina e de EUR 89,12 para EUR 91,00/1000 litros para o gasóleo

rodoviário. É introduzida uma contribuição de serviço rodoviário de EUR 103,00/1000

quilogramas para o GPL Auto.

No ano de 2014 mantém-se em vigor o adicional às taxas do imposto afecto ao Fundo

Florestal Permanente, no montante de EUR 0,005/litro para a gasolina e de EUR

0,0025/litro para o gasóleo rodoviário e o gasóleo colorido e marcado, com o limite

máximo de EUR 30.000.000,00 anuais.

Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas

Prevê-se a subida generalizada das taxas de imposto, entre 1% sobre a cerveja e 5%

sobre as bebidas espirituosas.

As pequenas destilarias passam a estar obrigadas a apresentar a memória descritiva

das instalações, respectiva planta e as características dos seus reservatórios, incluindo

a planimetria.

Imposto sobre o Tabaco

Esclarece-se, por um lado, que o tabaco para cachimbo de água constitui um dos tipos

de tabaco manufacturado, e, por outro, que as folhas de tabaco destinadas à venda ao

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público se integram no conjunto dos tabacos de fumar, prevendo-se a tributação de

ambos os tipos de tabaco.

No que se refere aos cigarros introduzidos no consumo no Continente, prevê-se o

aumento do elemento específico do imposto para os EUR 87,33 (actualmente EUR

79,39) e a redução do elemento ad valorem para 17% (actualmente 20%). No que

concerne a cigarrilhas e charutos, estabelece-se o aumento da taxa ad valorem em 5%

para 25%. O tabaco para cachimbo de água passa a ser tributado a uma taxa ad

valorem de 50%.

Relativamente às taxas aplicáveis ao tabaco de corte fino destinado a cigarros de

enrolar e restantes tabacos de fumar, prevê-se o aumento do elemento específico em

EUR 0,010/grama para EUR 0,075/grama. O imposto mínimo incidente sobre este tipo

de tabaco passa a corresponder a EUR 0,12/grama.

Prevê-se ainda que os entrepostos fiscais de produção de tabacos manufacturados

localizados nas Regiões Autónomas passam a estar sujeitos a fiscalização física

permanente por parte da estância aduaneira competente.

ISV

Prevê-se que o estatuto de operador registado passe a permitir a detenção de veículos

tributáveis em regime de suspensão de imposto pelo período máximo de 3 anos contados da

apresentação da declaração aduaneira de veículos, ao invés dos anteriores 2 anos.

Os veículos para fins de uso profissional portadores de matrícula de série normal de outro

Estado Membro da União Europeia, passam a poder permanecer e circular temporariamente

em território nacional, sem necessidade de autorização da AT e da exigência de uma guia de

circulação, do cumprimento de formalidades aduaneiras ou do prévio pagamento dos

impostos periódicos sobre veículos devidos no Estado Membro da matrícula, desde que se

destinem ao exercício directo de uma actividade remunerada ou com fim lucrativo e

cumpram os demais requisitos legais. Admite-se ainda a possibilidade de utilização privada

do veículo, contando que esta seja meramente acessória relativamente ao uso profissional.

Quanto à transmissão por morte de veículo isento, esclarece-se que a obrigação tributária se

constitui com a abertura da sucessão, que, para o efeito, se tem por verificada na data da

morte do beneficiário da isenção. Os sucessíveis dispõem de 20 dias úteis desde o termo do

3.º mês após o óbito para regularizar a situação, sob pena da instauração de procedimento

de contra-ordenação.

Prevê-se o alargamento da isenção de imposto aos veículos para transporte colectivo com

lotação de 9 lugares, incluindo o do condutor, adquiridos (a título gratuito ou oneroso) por

IPSS, que se destinem ao transporte dos utentes.

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No caso de pessoas portadoras de deficiência que pretendam beneficiar da isenção de

imposto, considera-se que o atestado médico tem validade vitalícia e não é exigido que a

declaração médica que deve acompanhar a instrução do pedido de isenção tenha sido

emitida há menos de 5 anos quando se trate de pessoa com qualquer deficiência definitiva

não sujeita a reavaliação.

IUC

Os contribuintes com deficiência isentos do pagamento de imposto podem optar por

beneficiar desta isenção relativamente a outro veículo adquirido no mesmo ano. O veículo

anterior passa a ser tributado nos termos gerais.

No que especificamente respeita aos veículos movidos por motores Wankel, a cilindrada a

considerar na base tributável é apurada nos termos do Código do ISV, correspondendo ao

dobro da cilindrada normal, nos termos do Regulamento das Homologações CE de Veículos,

Sistemas e Unidades Técnicas relativo às Emissões Poluentes.

Prevê-se o aumento generalizado das taxas de imposto em cerca de 1%.

Relativamente à competência para a liquidação deste imposto, passa a prever-se que o acto

de liquidação se considera praticado pelo serviço de finanças da residência ou sede do

sujeito passivo.

Sobre os veículos a gasóleo enquadráveis nas categorias A e B (ligeiros de passageiros e

ligeiros de utilização mista) incide um adicional de IUC que varia entre EUR 1,39 e EUR

68,85, em função da cilindrada e do ano de matrícula do veículo.

VI BENEFÍCIOS FISCAIS

Entidades licenciadas na Zona Franca da Madeira a partir de 1 de Janeiro de 2007

Prevê-se a prorrogação do termo do prazo para o licenciamento de entidades no regime da

Zona Franca da Madeira, de 31 de Dezembro de 2013 para 30 de Junho de 2014.

Esta prorrogação apenas produzirá efeitos após a aprovação do benefício em referência pela

Comissão Europeia.

Isenção de IMI aplicável aos prédios urbanos destinados a habitação própria e

permanente

Nos casos em que o pedido de isenção tenha sido apresentado ou a afectação efectiva do

imóvel como habitação própria e permanente tenha ocorrido após o decurso dos prazos

legalmente estabelecidos, o período de isenção apenas se inicia no ano em que ocorra a

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correspondente comunicação ao serviço de finanças competente (e não no ano seguinte ao

da verificação dos pressupostos da isenção). Contudo, como até aqui, mantém-se o termo do

prazo da isenção (esta cessa no ano em que cessaria caso a afectação tivesse ocorrido

dentro do prazo legalmente estabelecido).

Fundos de Investimento Imobiliário (“FII”), Fundos de Pensões e Fundos de

Poupança-Reforma

Deixam de estar isentos de IMI e IMT, sendo apenas reduzidas a metade as taxas de

imposto aplicáveis, os prédios integrados em FII abertos ou fechados de subscrição pública,

em fundos de pensões ou em fundos de poupança-reforma, constituídos e que operam nos

termos da legislação portuguesa.

Para além dos prédios que venham a integrar os fundos em referência, este regime é

igualmente aplicável aos prédios que, por referência a 1 de Janeiro de 2014, já os integrem.

Reorganização de empresas em resultado de operações de reestruturação ou de

acordos de cooperação

Alarga-se o elenco das operações elegíveis para o regime de isenção de IMT, Imposto do

Selo, emolumentos e outros encargos que se mostrem devidos no âmbito de processos de

reorganização.

Continuando a aplicar-se aos acordos de cooperação até aqui já elencados, o regime deixa

de aplicar-se a operações ditas de concentração, para passar a aplicar-se a operações de

reestruturação, consubstanciando um alargamento das operações de reorganização elegíveis

para o mesmo.

Neste sentido, considera-se operação de reestruturação a incorporação por uma sociedade

do conjunto ou de um ou mais ramos de actividade de outra sociedade, deixando de referir-

se a necessidade de a incorporação ter como contrapartida partes de capital da sociedade

beneficiária, bem como a exigência de que ambas as sociedades exerçam a mesma

actividade antes da operação cessando a transmitente esse exercício após a mesma.

Refira-se, ainda, a título exemplificativo, o alargamento da aplicação do regime a operações

de cisão em que uma sociedade destaca um ou mais ramos da sua actividade, para com eles

constituir uma nova sociedade (no regime anterior apenas eram elegíveis operações de cisão

em que o ramo de actividade destacado fosse fundido numa sociedade já existente, de forma

a consubstanciar um acto de concentração).

Por outro lado, eliminou-se a exigência de as sociedades envolvidas na operação exercerem

a mesma actividade económica ou actividades económicas integradas na mesma cadeia de

produção e distribuição do produto, compartilharem canais de comercialização ou processos

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produtivos ou, ainda, da existência de uma manifesta similitude ou complementaridade entre

os processos produtivos ou os canais de distribuição utilizados.

Para além do estudo económico sobre as vantagens da operação, passa a exigir-se que o

requerimento para concessão dos benefícios seja acompanhado do projecto de fusão ou

cisão, consoante seja exigido nos termos do Código das Sociedades Comerciais, bem como

da decisão da Autoridade da Concorrência quando a operação esteja sujeita a notificação nos

termos da Lei n.º 19/2012, de 8 de Maio.

Em sentido inverso, deixa de exigir-se a obtenção de parecer do ministério da tutela da

actividade da empresa sobre a substância da operação.

Por último, alteram-se as regras relativas ao reembolso dos impostos e outros encargos

comprovadamente suportados pelas empresas, nos casos de actos de reestruturação ou

cooperação que precedam a concessão dos benefícios fiscais aplicáveis, passando o pedido

de reembolso a poder ser solicitado no prazo de 3 meses contados da data da notificação do

despacho de concessão dos benefícios.

Prédios situados nas Áreas de Localização Empresarial

Prorroga-se o período de vigência do regime de isenção de IMI e IMT, que passa a vigorar

para os imóveis adquiridos ou concluídos até 31 de Dezembro de 2014.

Benefício ao reinvestimento de lucros e reservas

Com o objectivo de fomentar o investimento nas pequenas e médias empresas, introduz-se

uma dedução por lucros retidos e reinvestidos (“DLRR”), que consiste numa dedução à

colecta do IRC nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2014, de até 10%

dos lucros retidos que sejam reinvestidos em determinados activos elegíveis. O

reinvestimento tem de ser efectuado no prazo de dois anos contado do final do período de

tributação a que correspondem os lucros retidos.

O montante máximo dos lucros retidos e reinvestidos em cada período de tributação, por

sujeito passivo, é de EUR 5.000.000,00, estando a dedução limitada a um máximo de 25%

da colecta do IRC.

Sem prejuízo de diversas outras regras relativas, nomeadamente, às entidades e aos activos

elegíveis, à aplicação da dedução no âmbito do RETGS, à aplicação da dedução no caso de

aquisição de activos em locação financeira, ao cumprimento de obrigações acessórias e ao

regime sancionatório, são de salientar os seguintes aspectos:

A definição de pequenas e médias empresas elegíveis é a constante do anexo ao

Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de Novembro;

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A utilização da DLRR obriga à constituição de uma reserva especial, no montante dos

lucros retidos e reinvestidos, que não pode ser objecto de distribuição aos sócios

antes do fim do quinto exercício posterior ao da constituição;

A DLRR não é cumulável com outros benefícios fiscais de idêntica natureza;

A DLRR encontra-se excluída do âmbito de aplicação do n.º 1 do artigo 92.º do

Código do IRC;

Os lucros retidos relativos ao primeiro período de tributação que se inicie em ou após

1 de Janeiro de 2014 podem ser reinvestidos em activos elegíveis nesse período ou

no prazo de dois anos contado do final desse período.

Código Fiscal do Investimento - SIFIDE II

Prevê-se o alargamento do período de vigência do Sistema de Incentivos Fiscais em

Investigação e Desenvolvimento Empresarial II (“SIFIDE II”) de 2015 para 2020.

O prazo de reporte do benefício fiscal por insuficiência de colecta é alargado de seis para oito

anos.

As entidades interessadas em recorrer ao SIFIDE II são obrigatoriamente submetidas a uma

auditoria tecnológica, no final da vigência dos projectos.

Relativamente às despesas dedutíveis, esclarece-se que não são consideradas dedutíveis as

despesas incorridas no âmbito de projectos realizados exclusivamente por conta de terceiros,

designadamente através de contratos e prestação de serviços de Investigação e

Desenvolvimento (“I&D”).

Passam a considerar-se despesas elegíveis para a generalidade das empresas – e não

apenas para as micro, pequenas e médias empresas – as relativas a custos com o registo e

manutenção de patentes e com auditorias à I&D.

As despesas com pessoal com habilitações literárias mínimas do nível 4 do Quadro Nacional

de Qualificações directamente envolvido em tarefas de I&D passam a ser consideradas em

100% do seu montante para a generalidade das empresas, e já não em apenas 90% para as

entidades que não sejam micro, pequenas e médias empresas.

Independentemente da dimensão das empresas, as despesas com pessoal com habilitações

literárias mínimas do nível 8 do Quadro Nacional de Qualificações (Doutorados) directamente

envolvido em tarefas de I&D passam a ser consideradas em 120% do seu montante. Como

contrapartida, é revogado o acréscimo de 20% até aqui aplicável à taxa incremental

aplicável a estas despesas.

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Incentivos fiscais ao financiamento

Isenção de Imposto do Selo na constituição de garantias

Fica isenta de Imposto do Selo a constituição de garantias a favor do Estado ou das

instituições de Segurança Social, no âmbito dos processos tributários, durante o ano de

2014.

Empréstimos externos

Ficam isentos de IRS e IRC os juros de capitais provenientes do estrangeiro

representativos de contratos de empréstimo Schuldscheindarlehen celebrados pelo

IGCP, E.P.E., em nome e em representação da República Portuguesa, quando o credor

seja um não residente sem estabelecimento estável em território português ao qual o

empréstimo seja imputado.

Tributação de valores mobiliários representativos de dívida emitida por não residentes

Ficam isentos de IRS e IRC os rendimentos de valores mobiliários representativos de

dívida pública e não pública emitida por entidades não residentes em Portugal,

considerados obtidos em território português, quando tais rendimentos sejam pagos

pelo Estado português enquanto garante de obrigações assumidas por sociedades de

que é accionista em conjunto com outros Estados membros da União Europeia.

Esta isenção é exclusivamente aplicável aos beneficiários efectivos dos rendimentos que

cumpram os requisitos previstos no art. 5º do Decreto-Lei n.º 193/2005, de 7 de

Novembro, com as alterações que lhe foram dadas pelo Decreto-Lei n.º 25/2006, de 8

de Fevereiro.

Operações de reporte com instituições financeiras não residentes

Ficam isentos de IRC os ganhos obtidos por instituições financeiras não residentes na

realização de operações de reporte de valores mobiliários com instituições de crédito

residentes, desde que tais ganhos não sejam imputáveis a estabelecimento estável

localizado em território português.

Operações de reporte

Ficam isentas de Imposto do Selo as operações de reporte de valores mobiliários ou

direitos equiparados realizadas em bolsa, bem como o reporte e a alienação fiduciária

em garantia realizados pelas instituições financeiras, designadamente por instituições

de crédito e sociedades financeiras, com interposição de contrapartes centrais.

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Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

É prorrogado até 31 de Dezembro de 2015 o prazo para a constituição de fundos e

sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional (“FIIAH” e

“SIIAH”, respectivamente), bem como o prazo para a aquisição, por estes, de imóveis ,

nos termos e para os efeitos do regime especial previsto no artigo 102.º e seguintes da

Lei 64-A/2008, de 31 de Dezembro.

Para efeitos de aplicação das isenções de IMI, IMT e Imposto do Selo previstas no

regime em apreço, determina-se que os prédios urbanos apenas são considerados como

destinados ao arrendamento para habitação permanente, quando «sejam objecto de

contrato de arrendamento para habitação no prazo de 3 anos contados do momento em

que passaram a integrar o património do fundo», cabendo ao sujeito passivo a prova do

arrendamento efectivo no prazo de 30 dias contados desde o termo dos 3 anos

referidos, sob pena de caducidade das isenções.

De acordo com o regime transitório estabelecido as novas regras são aplicáveis a

imóveis adquiridos antes de 1 de Janeiro de 2014, contando-se neste caso o prazo de 3

anos apenas a partir desta data.

Empresas em situação económica difícil

Prevê-se o reforço dos incentivos à aquisição de empresas em situação económica difícil

através do alargamento aos processos aprovados pelo Instituto de Apoio às Pequenas e

Médias Empresas e ao Investimento no âmbito do Sistema de Incentivos à Revitalização

e Modernização do Tecido Empresarial (SIRME) do regime de dedução de prejuízos

fiscais criado pelo Decreto-Lei n.º 14/98, de 28 de Janeiro.

Outras alterações

Revogação do regime aplicável às mais e menos-valias de partes de capital e aos

encargos financeiros suportados com a sua aquisição pelas Sociedades Gestoras de

Participações Sociais;

Revogação do regime aplicável às mais e menos-valias de partes de capital e aos

encargos financeiros suportados com a sua aquisição por Sociedades de Capital de

Risco e Investidores de Capital de Risco;

Revogação do regime de benefícios fiscais aplicáveis aos projectos de investimento

de montante igual ou superior a EUR 250.000,00 que visem a internacionalização da

economia portuguesa;

Revogação do regime de eliminação da dupla tributação económica dos lucros

distribuídos por sociedades residentes nos países africanos de língua oficial

portuguesa e na República Democrática de Timor-Leste.

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VII JUSTIÇA TRIBUTÁRIA

Lei Geral Tributária (“LGT”)

Simulação dos negócios jurídicos

A tributação do negócio jurídico real constante de documento autêntico deixa de depender de

decisão judicial que declare a nulidade do mesmo.

Caducidade do direito à liquidação

Em qualquer caso de dedução ou crédito de imposto (como sejam o reporte de prejuízos, dos

gastos de financiamento líquido e do crédito de imposto por dupla tributação internacional),

o prazo de caducidade do direito à liquidação corresponde ao prazo do exercício desse

direito.

Países, territórios ou regiões com um regime fiscal claramente mais favorável

Passam a estar definidos na lei os critérios que determinam a inclusão na lista aprovada por

portaria do membro do Governo responsável pela área das Finanças dos países, territórios

ou regiões com um regime fiscal claramente mais favorável. Tais critérios dizem respeito (i)

à inexistência de um imposto de natureza idêntica ao IRC, ou com uma taxa inferior a 60%

da taxa geral de IRC, (ii) à divergência relativamente ao padrão internacional das regras de

determinação da matéria colectável, (iii) à existência de regimes especiais ou benefícios

fiscais que importem uma redução substancial de tributação e (iv) à impossibilidade efectiva

de troca de informações fiscalmente relevantes por imposição legal ou derivada da prática

administrativa.

Prevê-se que os países, territórios ou regiões que constem da lista acima referenciada

possam solicitar a sua saída da mesma.

Sigilo fiscal

O dever de sigilo não opera nos casos de confirmação do número de identificação fiscal e do

domicílio fiscal perante as entidades competentes para o registo comercial, predial e

automóvel.

Informações vinculativas

Os pedidos de informação vinculativa passam a poder ser apresentados por qualquer sujeito

passivo – pessoa singular ou colectiva, património ou organização, de facto ou de direito,

vinculado ao cumprimento da prestação tributária.

Por outro lado, são agora passíveis de recurso contencioso autónomo as decisões da

administração tributária relativas a:

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Inexistência dos pressupostos para a prestação de uma informação vinculativa ou a

recusa de prestação de informação vinculativa urgente;

Existência de uma especial complexidade técnica que impossibilite a prestação da

informação vinculativa;

Enquadramento jurídico-tributário dos factos constantes da resposta ao pedido de

informação vinculativa.

Orientações genéricas

A Administração Tributária passa a ter o dever de rever as orientações genéricas emitidas

atendendo, designadamente, à jurisprudência dos tribunais superiores.

Presunção de veracidade da declaração e outros elementos dos contribuintes

Passa a fazer-se referência expressa à existência de outros requisitos de dedutibilidade dos

gastos.

Código de Procedimento e de Processo Tributário (“CPPT”) - reclamação graciosa

com fundamento aduaneiro

A Lei do OE para 2014 vem alterar as regras processuais aplicáveis em matéria aduaneira,

matéria que até agora seguia um procedimento específico.

Assim, é revogada a Lei que instituiu o Conselho Técnico-Aduaneiro e passa a prever-se que

a reclamação graciosa é o meio adequado para reagir contra as decisões relativas à

classificação pautal, à origem ou ao valor aduaneiro das mercadorias, em termos

semelhantes aos das demais reclamações graciosas de actos de liquidação.

É importante realçar que, em regra, os contribuintes não podem recorrer directamente a

Tribunal das decisões aduaneiras. Com efeito, os contribuintes devem interpor:

Reclamação graciosa obrigatória prévia à impugnação judicial de actos de

liquidação;

Recurso hierárquico obrigatório prévio ao recurso contencioso do acto reclamado,

quanto aos actos praticados por ocasião do desalfandegamento que decidam a

classificação pautal de mercadorias de importação proibida ou condicionada.

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Regime Geral das Infracções Tributárias (“RGIT”)

Dispensa de pena

Restringe-se o âmbito de aplicação da dispensa de pena, passando a abranger apenas os

crimes puníveis com pena de prisão até 2 anos. Exclui-se, assim, esta possibilidade no caso

de fraude fiscal (entre outros).

Fraude contra a Segurança Social

Prevê-se que o valor da vantagem ilegítima decorrente da não liquidação, entrega ou

pagamento ou do recebimento indevido de prestações da Segurança Social que constitui

fraude passe dos EUR 3.500,00 para EUR 7.500,00.

Introdução fraudulenta no consumo

Alarga-se o elenco dos actos que consubstanciam uma introdução fraudulenta no consumo

de álcool e bebidas alcoólicas, produtos petrolíferos e energéticos e tabaco, passando a

abarcar expressamente a comercialização de produtos tributáveis com violação das normas

nacionais ou europeias em matéria de marcação, coloração, desnaturação e selagem.

Introdução irregular no consumo

Também a expedição e a exportação de veículos tributáveis sem o cumprimento das

obrigações legais passam a consubstanciar a sua introdução irregular no consumo, sendo

puníveis com uma coima entre os EUR 250,00 e os EUR 165.000,00.

Falta ou atraso na apresentação ou exibição de documentos ou de declarações e de

comunicações

Na sequência das alterações introduzidas no regime de tributação dos grupos de sociedades

(RETGS) prevê-se que a falta de apresentação ou a apresentação fora do prazo legal das

declarações previstas no âmbito deste regime seja punível com uma coima que pode variar

entre EUR 500,00 e EUR 22.500,00.

VIII OUTRAS ALTERAÇÕES

Contribuição sobre o Sector Bancário

É prorrogada a vigência da contribuição extraordinária sobre o sector bancário e

actualizadas as taxas aplicáveis - a taxa máxima aplicável sobre o valor do passivo

deduzido dos fundos próprios de base (Tier 1) e complementares (Tier 2) e dos

depósitos abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, aumenta para 0,07% e a

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taxa máxima aplicável sobre o valor nocional dos instrumentos financeiros derivados

fora do balanço aumenta para 0,00030%.

Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético

É criada a contribuição extraordinária sobre o sector energético com o intuito de

promover a sustentabilidade do sector por meio da constituição de um fundo para a

redução da dívida tarifária e para o financiamento de políticas sociais e ambientais do

sector.

São sujeitos passivos desta contribuição as pessoas singulares ou colectivas que

integram o sector energético nacional, com domicílio fiscal ou com sede, direcção

efectiva ou estabelecimento estável em território português, que, em 1 de Janeiro de

2014 se encontrem numa das situações previstas no regime.

A contribuição sobre o sector energético incide sobre o valor dos elementos do activo

dos sujeitos passivos que respeitem cumulativamente a: (i) activos fixos tangíveis, (ii)

activos intangíveis, excepto elementos da propriedade industrial, e (iii) activos

financeiros afectos a concessões ou actividades licenciadas. No caso das actividades

reguladas, a contribuição incide sobre o valor dos activos regulados, se superior ao

valor dos activos supra identificados.

A taxa da contribuição sobre o sector energético é, em regra, de 0,85%. No caso das

actividades de produção de electricidade por intermédio de centrais termoeléctricas de

ciclo combinado a gás natural e de refinação de petróleo bruto, aplicam-se taxas de

0,285%, 0,565% e 0,85%, em função da utilização anual equivalente a potência

instalada e do índice de operacionalidade das refinarias, respectivamente.

Os montantes pagos a título de contribuição extraordinária sobre o sector energético

não constituem gastos dedutíveis para efeitos de IRC nem podem ser repercutidos,

directa ou indirectamente, nas tarifas ou ser considerados na determinação do seu custo

de capital.

A lei prevê ainda diversas isenções, na sua maioria relacionadas com energias

renováveis.

Contribuição extraordinária de solidariedade (“CES”) – Rendimentos de pensões

Prevê-se a continuação da contribuição extraordinária mensal sobre todas as prestações

pecuniárias vitalícias (prestações devidas a pensionistas, aposentados, reformados, pré-

aposentados ou equiparados), nos termos previstos para o ano de 2013.

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Autorizações legislativas

Fica o Governo autorizado a:

Legislar sobre a tributação das transacções financeiras que tenham lugar em

mercado secundário (“Taxa Tobin”), renovando-se por conseguinte a autorização

que tinha sido concedida para o ano de 2013;

Transpor a Directiva 2008/8/CE do Conselho, de 12 de Fevereiro, que altera a

Directiva 2006/112/CE, quanto ao lugar das prestações de serviços de

telecomunicações, de radiodifusão e televisão ou de serviços electrónicos em

sede de IVA;

Rever o Regime Especial de Tributação dos Rendimentos dos Valores Mobiliários

Representativos de Dívida;

Rever o Regime Fiscal dos Organismos de Investimento Colectivo;

Aprovar um regime de tributação em sede de IRC dos juros devidos ou pagos

por sociedades com sede ou direcção efectiva em território português,

decorrentes de empréstimos concedidos por instituições de créditos de outro

Estado Membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu;

Definir um quadro sancionatório no âmbito do Regime Europeu de Controlo das

Exportações, Transferências, Corretagem e Trânsito de Produtos de Dupla

Utilização;

Aprovar o sorteio para a atribuição de prémios às pessoas singulares com um

número de identificação fiscal associados às facturas emitidas e comunicadas à

AT.

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