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LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO Competência da Justiça do Trabalho e Prescrição Professor Doutor: Rogério Martir Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, Advogado Especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação, MBA e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor. www.martir.com.br / (011) 2455-5067 1

LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO TRABALHO · sublinhada foi excluída do texto final da nova redação do Art. 114, I da CF: • Art. 114, I, CF (Redação original): as ações

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LEGALE - PÓS GRADUAÇÃO DIREITO DO

TRABALHO

Competência da Justiça do Trabalho e Prescrição

Professor Doutor: Rogério Martir

Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, Advogado Especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação, MBA e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados -Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor.

www.martir.com.br / (011) 2455-5067

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COMPETÊNCIA

COMPETÊNCIA

COMPETÊNCIA

• A Competência é o limite da jurisdição. Para a

fixação destes limites o direito processual como

um todo utiliza-se de cinco critérios.

1. Material;

2. Funcional ou hierárquico;

3. Territorial;

4. Em razão da pessoa;

5. Em razão do valor da causa.

COMPETÊNCIA

• O Processo do Trabalho utiliza-se apenas dos

três primeiros.

1. Material;

2. Funcional ou hierárquico;

3. Territorial;

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

COMPETÊNCIA MATERIAL

• A competência em razão da matéria é fixada

pelo art. 114 da CF, que sofreu profundas

alterações pela EC 45/2004 e merece análise

mais aprofundada.

• Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho

processar e julgar:

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• I as ações oriundas da relação de trabalho,

abrangidos os entes de direito público externo e

da administração pública direta e indireta da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios;

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• Redação anterior:

• Art. 114. Compete à Justiça do Trabalhoconciliar e julgar os dissídios individuais ecoletivos entre trabalhadores e empregadores,abrangidos os entes de direito público externo eda administração pública direta e indireta dosMunicípios, do Distrito Federal, dos Estados e daUnião, e, na forma da lei, outras controvérsiasdecorrentes da relação de trabalho, bem comoos litígios que tenham origem no cumprimentode suas próprias sentenças, inclusive coletivas.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MÁTÉRIA

• Principais inovações em relação ao texto

anterior:

• Suprimiu a expressão trabalhador x empregador.

Competência não se fixa mais por sujeitos.

• Objeto: Relação de Trabalho e não relação de

emprego.

• A questão das ditas “relações de consumo”.

• Funcionários Públicos.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – RELAÇÃO DE CONSUMO

• Na contramão da competência material previstano art. 114 da CF, temos a Súmula 363 do STJque entendeu de forma adversa a relação deconsumo e a relação de trabalho:

• Súmula 363, STJ - Compete à Justiça estadualprocessar e julgar a ação de cobrança ajuizadapor profissional liberal contra cliente.

• Se a contratação fosse pela PJ seria atéadmissível imperar a relação de consumo, mas apessoa física é um trabalhador!!

COMPETÊNCIA MATÉRIA – FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

• No tocante aos funcionários públicos a partesublinhada foi excluída do texto final da novaredação do Art. 114, I da CF:

• Art. 114, I, CF (Redação original): as açõesoriundas da relação de trabalho, abrangidos osentes de direito público externo e da administraçãopública direta e indireta da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, exceto osservidores ocupantes de cargos criados por lei, deprovimento efetivo ou em comissão, incluídas asautarquias e fundações públicas dos referidos entesda federação;

COMPETÊNCIA MATÉRIA – FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

• Não obstante temos a Liminar do MinistroNelson Jobim, então presidente do STF, nosautos da ADIN nº 3.395:

• “... Concedo a limnar ... Dou interpretaçãoconforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redaçãoda EC n. 45/2004. Suspendo, “ad referendum”, todae qualquer interpretação dada ao inciso I do art.114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, queinclua na competência da Justiça do Trabalho, a “...Apreciação ... de causas que ... Sejam instauradasentre o Poder Publico e seus servidores, a elevinculados por típica relação de ordem estatutáriaou de caráter jurídico administrativo...”(27/01/2005).

COMPETÊNCIA MATÉRIA – DIREITO DE GREVE

• No tocante as discussões que envolvem o Direitode Greve temos:

• Art. 114 ...

• II as ações que envolvam exercício do direitode greve;

• Pode-se pensar que este inciso apenasexplicitaria uma competência que sempre foi daJustiça do Trabalho que, através dos chamadosdissídios coletivos, sempre julgou se as greveseram abusivas ou não abusivas.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – DIREITO DE GREVE

• Mas não é só isso!

• Ocorreu a ampliação da competência da Justiçado Trabalho no que se refere às ações correlatasà greve, como, por exemplo, as açõespossessórias (interdito proibitório, reintegraçãode posse, reparação de danos, etc).

• O leque foi sensivelmente ampliado.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – REPRESENTAÇÃO SINDICAL

• Dentro deste tema, temos o inciso III do Art. 114

da CF:

• III as ações sobre representação sindical, entre

sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e

entre sindicatos e empregadores;

• A grande questão aqui, no aspecto interpretativo

é se a fixação dos sujeitos está vinculada ou

desvinculada do objeto (ações sobre

representação).

COMPETÊNCIA MATÉRIA – REPRESENTAÇÃO SINDICAL

• Neste caso o STF tem decisão com interpretação

ampliativa.

• Precedente no STF. CC 7221/RS, rel. Min.

Marco Aurélio, 1º.6.2006. (CC-7221)

COMPETÊNCIA MATÉRIA – REMÉDIOS JURÍDICOS

• Art. 114 ...

• IV os mandados de segurança, habeascorpus e habeas data, quando o atoquestionado envolver matéria sujeita à suajurisdição.

• O inciso é auto explicativo. No entantoimportante observar:

• A Justiça do Trabalho não tem competênciacriminal. O HC refere-se apenas à prisão civildo depositário infiel.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – REMÉDIOS JURÍDICOS

• Nasce a possibilidade de Mandado deSegurança inclusive na primeira Instância.

• Empregado Público por força da restriçãoestudada (Liminar) não tem MandadoSegurança contra empregador.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – CONFLITOS DE COMPETÊNCIA

• Art. 114 ...

• V os conflitos de competência entre órgãos comjurisdição trabalhista, ressalvado o disposto noart. 102, I, o;

• Da mesma forma, quando o conflito decompetência envolve apenas autoridadesjudiciárias trabalhistas, a competência parasolução permanece interna corporis. Trata-se decompetência já fixada em lei infra constitucionalapenas elevada ao nível constitucional.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – INDENIZAÇÕES

• Art. 114 ...

• VI as ações de indenização por dano moral ou

patrimonial, decorrentes da relação de

trabalho;

• A atual redação do inciso VI pacificou ampladiscussão travada nos Tribunais Superiores, ondechegou a ser pacificada a competência Estadualpara tanto.

• Por fim, hoje a competência é da Justiça doTrabalho.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – INDENIZAÇÕES

• Teor da Súmula 366 do STJ (Revogada):

• Compete à Justiça estadual processar e julgar

ação indenizatória proposta por viúva e filhos

de empregado falecido em acidente de trabalho.

(26/11/2008)

COMPETÊNCIA MATÉRIA – PENALIDADES ADM

• ART. 114...

• VII as ações relativas às penalidades

administrativas impostas aos empregadores

pelos órgãos de fiscalização das relações de

trabalho;

• As violações de direitos trabalhistas ensejam

também multas administrativas aplicadas pela

fiscalização do trabalho (DRT). Estas multas no

passado eram discutidas na esfera da Justiça

Federal Comum. Atualmente é competente a

Justiça do Trabalho.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – EXECUÇÃO FISCAL

• ART. 114...

• VIII a execução, de ofício, das contribuições

sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus

acréscimos legais, decorrentes das sentenças que

proferir;

• Este dispositivo é o antigo § 3º do art. 114, inserido

pela EC 20/98. Quer dizer que as contribuições do

INSS, da parte do empregado e do empregador, que

decorrem da sentença judicial trabalhista, devem ser

cobradas na própria ação e ex officio pelo Juízo.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – OUTRAS CONTROVERSSIAS

• ART. 114...

• IX outras controvérsias decorrentes da relaçãode trabalho, na forma da lei.

• Há incompatibilidade com o inciso I.

– I as ações oriundas da relação de trabalho,abrangidos os entes de direito público externoe da administração pública direta e indiretada União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios;

• Se são todas as controvérsias decorrentes darelação de trabalho porque o inciso IX?

COMPETÊNCIA MATÉRIA – OUTRAS CONTROVERSSIAS

• A existência dos dois incisos causa espanto nadoutrina.

• É preciso encontrar uma solução no sentido deharmonizar.

• Carlos Henrique: Se há lei para justiça comum,então precisa de lei para JT. Se não há lei paraJT, então passou a ser da JT. Ex: Representantecomercial.

• Wagner Giglio: Para a maioria foi simples

COMPETÊNCIA MATÉRIA – OUTRAS CONTROVERSSIAS

• Wagner Giglio: Para a maioria foi simplesdescuido, porque supérfluo. Considera,entretanto, possibilidade de autorizar outrascompetências conexas à relação de trabalho.

• Oriundo (originário) x decorrentes (derivado).As originárias são da JT. As derivadas podem serda JT se houver Lei.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• ART. 114...

• § 1º - Frustrada a negociação coletiva, as

partes poderão eleger árbitros.

• A autocomposição (negociação coletiva) dos

conflitos trabalhistas é o indicativo preferencial

segundo este dispositivo. Sendo impossível a

autocomposição, o dispositivo indica que a

solução seguinte é a heterocomposição privada

(arbitragem).

COMPETÊNCIA MATÉRIA – NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• ART. 114...

• § 2º Recusando-se qualquer das partes à

negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às

mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio

coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça

do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as

disposições mínimas legais de proteção ao

trabalho, bem como as convencionadas

anteriormente.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• A heterocomposição pública (jurisdição =

dissídio coletivo) pode ser instaurada apenas se

as partes estiverem de comum acordo. Antes da

EC 45/2004 qualquer das parte poderia instaurar

dissídio coletivo e provocar a solução do conflito

através do poder normativos da Justiça do

Trabalho.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• O poder normativo continua mas o dissídio

coletivo que ensejará a sua aplicação não pode

mais ser instaurado unilateralmente. Assim o

dissídio coletivo passou a ser uma espécie de

“arbitragem pública”.

COMPETÊNCIA MATÉRIA – NEGOCIAÇÃO COLETIVA

• ART. 114...

• § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

• Sem acordo de vontade restará apenas a grevecomo recurso para forçar a parte patronal anegociar. A greve, entretanto, pode trazermalefícios a toda sociedade (atividade essencial).Neste caso, o dispositivo faculta (não obriga) oMPT a instaurar o dissídio coletivo para soluçãodo conflito.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL

• No tocante a Competência Funcional a Regra geral

é o processo iniciar no 1º Grau de Jurisdição, 1ª

Instância, Vara do Trabalho.

• A excepcionalidade deve estar prevista em lei,

iniciando o processo do Tribunal:

Dissídios Coletivos;

M.S. Contra ato de Juiz;

Ação Rescisória;

Ação Anulatória de Cláusula Normativa;

“HC” contra ato de Juiz que determina prisão civil.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

• Também chamada de competência de foro.Cuida de distribuir a parcela de jurisdição entrejuízes da mesma condição (material, funcional),em função do local onde atua este Juiz.

• A CLT fixa a competência territorial no “caput”do art. 651, sendo regra geral o local daprestação de serviços, ainda que o empregadotenha sido contratado em outro local ou noestrangeiro. Pouco importa o domicílio do autorou o domicílio do réu, ou ainda, o local dacontratação.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

• Art. 651 - A competência das Juntas de

Conciliação e Julgamento é determinada pela

localidade onde o empregado, reclamante ou

reclamado, prestar serviços ao empregador,

ainda que tenha sido contratado noutro local

ou no estrangeiro.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – ÚLTIMO LOCAL

• Se o empregado prestou serviços em mais de um

local, a competência será do último local de

prestação de serviços.

• Não será aplicada a regra do último quando:

• A) A lide envolver inteiramente objeto de outro

local;

• B) A última transferência for obstativa ao

exercício do direito de ação.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – EXCEÇÕES

• § 1º - Quando for parte de dissídio agente ou

viajante comercial, a competência será da

Junta da localidade em que a empresa tenha

agência ou filial e a esta o empregado esteja

subordinado e, na falta, será competente a

Junta da localização em que o empregado

tenha domicílio ou a localidade mais próxima.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – EXCEÇÕES

• IMPORTANTE: O parágrafo primeiro do art.651 da CLT trata do vendedor viajante. Nestasituação, a competência é fixada pela localidadeonde estiver a filial a que é subordinado. Se nãohouver filial (ou seja, subordinado diretamente àmatriz) a competência é da localidade onde oempregado tiver domicílio.

• Por analogia podemos nas devidas proporçõesusar esta regar para o Teletrabalhador atéque a jusrisprudência se defina.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – EXCEÇÕES

• § 2º - A competência das Juntas de Conciliação

e Julgamento, estabelecida neste artigo,

estende-se aos dissídios ocorridos em agência

ou filial no estrangeiro, desde que o empregado

seja brasileiro e não haja convenção

internacional dispondo em contrário.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – EXCEÇÕES

• O parágrafo segundo garante ao empregadobrasileiro a competência da Justiça do Trabalhobrasileira para conhecer de conflito que tenhaocorrido no estrangeiro. Por força do art. 5º daConstituição Federal, esta competência éextensível aos estrangeiros residentes no país.

• Exemplo: Empregado brasileiro contratado paratrabalhar no Cairo, Egito. Poderá mover açãocontra o seu empregador no Brasil, na localidadeem que foi contratado. Se foi contratado noestrangeiro, na localidade onde tiver domicílio.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – EXCEÇÕES

• § 3º - Em se tratando de empregador quepromova realização de atividades fora do lugardo contrato de trabalho, é assegurado aoempregado apresentar reclamação no foro dacelebração do contrato ou no da prestação dosrespectivos serviços.

• Cuidado para não realizar interpretação queafronte o “caput” do artigo.

• Aplicável somente a empregador itinerante.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Antes de iniciarmos o estudo de modificações decompetência, devemos analisar se estacompetência é absoluta ou relativa.

• A distribuição de competência se dá em virtudedo interesse público na maioria das vezes, oupela comodidade das partes, em outras ocasiões.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Absolutas

– Matéria

– Função

– Pessoa

• Relativas

– Territorial

– Valor da causa.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Absolutas:

– São Improrrogáveis;

– Podem ser declaradas ex officio

– Podem ser arguidas em qualquer Instância ou

grau de Jurisdição

– Decisão transitada em julgado passível de

Ação Rescisória

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Relativas:

– São Prorrogáveis;

– Não podem ser declaradas ex officio.

Dependem de argüição mediante exceção;

– Há preclusão em caso de não argüição;

– Não é causa de ação Rescisória.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Ocorre a prorrogação legal quando houver:

• Conexão: Identidade de objeto ou causa de

pedir. Deve ser arguida em defesa, pena de

preclusão. (Legislação, Doutrina e

Jurisprudência).

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Ocorre a prorrogação voluntária quando:

• Houver eleição de foro (art. 111, CPC). Trata-se

de uma prorrogação expressa e obriga os

herdeiros e sucessores (§ 2º). Não existe no

Direito do Trabalho.

• A ação for proposta por Juízo incompetente em

razão do lugar e a outra parte não apresentar

exceção de incompetência, o que equivale à

prorrogação tácita.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

• Não se considera a prevenção como fator demodificação de competência. “Prae-venire”significa “chegar primeiro”. A prevenção apenasdestaca um Juiz competente de todos os demais.Dá-se prevenção ao Juízo que recebeu a primeiracausa por distribuição.

• Ocorre prevenção mesmo que a ação anteriortenha sido arquivada ou julgada extinta semresolução do mérito. Preservação do Princípio doJuiz Natural.

PRESCRIÇÃO

PRESCRIÇÃO

PRESCRIÇÃO BIENAL E QUIMQUENAL

• A Constituição Federal prevê a prescrição no

Direito do Trabalho em seu art. 7º, XXIX, da

seguinte forma:

• “ação, quanto aos créditos resultantes das

relações de trabalho, com prazo prescricional de

cinco anos para os trabalhadores urbanos e

rurais, até o limite de dois anos após a extinção do

contrato de trabalho”.

• Temos ainda com o mesmo sentido textual o Art.

11 da CLT.

PRESCRIÇÃO BIENAL E QUIMQUENAL

• Deste panorama, extraímos as seguintes assertivas:

• A prescrição de 2 anos é a bienal ou total.

• A prescrição de 5 anos é a quinquenal ou

parcial.

• A prescrição de 2 anos é o tempo que se tem para

entrar com a ação.

• A prescrição de 5 anos é o que se pode reclamar do

período trabalhado.

PRESCRIÇÃO BIENAL E QUIMQUENAL

• A contagem é feita da seguinte forma:

Dois para frente.

Cinco para trás.

• São dois anos para entrar com a ação a partir da

rescisão do contrato (regra geral), contando cinco

anos para trás (o que pode ser reclamado) a partir

do ajuizamento da ação.

PRESCRIÇÃO BIENAL E QUIMQUENAL

• Então, pense no prazo quinquenal como uma régua.

Quanto mais esse prazo for projetado para a frente,

dentro 2 anos possíveis para a ação ser ajuizada, ele

descobrirá atrás e, consequentemente, menos

poderá ser reclamado, desde que o empregado

tenha um período trabalhado relevante, e

obviamente desde que a prescrição seja arguida

pelo reclamado.

PRESCRIÇÃO BIENAL E QUIMQUENAL

• Apenas se o empregado trabalhar por mais de 3

anos é que a prescrição pode "comer" período do

contrato de trabalho, conforme a demora para

ajuizar a ação.

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• A prescrição BIENAL em regra ela é total e inicia-

se a partir da rescisão do contrato de trabalho ou

ainda da relação jurídica.

• A prescrição QUINQUENAL, por sua vez, em

regra ela é parcial.

• No entanto a Súmula 294 do TST traz uma exceção

à regra:

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

Súmula Nº 294 - Prescrição. Alteraçãocontratual. Trabalhador urbano - Tratando-se deação que envolva pedido de prestações sucessivasdecorrente de alteração do pactuado, a prescrição étotal, exceto quando o direito à parcela estejatambém assegurado por preceito de lei.(Res. 4/1989, DJ 14.04.1989)

PRAZO BIENAL X QÜINQÜENAL

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Esta súmula diz que quando a lesão do direitoocorrer por uma alteração do contrato nãoamparada por lei, a "actio nata" (contagem daprescrição a partir do nascimento do direito deação) começa a partir da supressão de parcela depagamento continuado (não eventual) e não darescisão do contrato.

• Assim, o TST encontrou uma forma de aplicar aprescrição total (a de 2 anos ou bienal), em algunscasos, no curso do contrato de trabalho.

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Tal fenômeno (prescrição total) pode ocorrertambém na QUINQUENAL, quando a lesão aodireito se encontra anterior aos 5 anos alcançadospela referida prescrição.

• Exemplo: Um dano moral ou material sofrido amais de 5 anos e o Contrato de Trabalho ainda estáem vigência.

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Algumas Súmulas que tratam do tema emespecífico:

• Súmula nº 275 do TSTPRESCRIÇÃO. DESVIO DE FUNÇÃO E REENQUADRAMENTO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 144 da SBDI-1) -Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005I - Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a prescrição só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. (ex-Súmula nº 275 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• II - Em se tratando de pedido dereenquadramento, a prescrição é total, contadada data do enquadramento do empregado. (ex-OJ nº 144 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998)

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Súmula nº 326 do TST

COMPLEMENTAÇÃO DE

APOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO TOTAL

(nova redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado

em 27, 30 e 31.05.2011

A pretensão à complementação de

aposentadoria jamais recebida prescreve em 2

(dois) anos contados da cessação do contrato de

trabalho.

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Súmula nº 327 do TST

COMPLEMENTAÇÃO DE

APOSENTADORIA. DIFERENÇAS.

PRESCRIÇÃO PARCIAL (nova redação) - Res.

174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e

31.05.2011

A pretensão a diferenças de complementação de

aposentadoria sujeita-se à prescrição parcial e

quinquenal, salvo se o pretenso direito decorrer

de verbas não recebidas no curso da relação de

emprego e já alcançadas pela prescrição, à

época da propositura da ação.

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Súmula nº 373 do TST

GRATIFICAÇÃO SEMESTRAL.

CONGELAMENTO. PRESCRIÇÃO PARCIAL

(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 46

da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e

25.04.2005

Tratando-se de pedido de diferença de

gratificação semestral que teve seu valor

congelado, a prescrição aplicável é a parcial. (ex-

OJ nº 46 da SBDI-1 - inserida em 29.03.1996)

PRESCRIÇÃO TOTAL E PARCIAL

• Súmula nº 382 do TST

MUDANÇA DE REGIME CELETISTA PARA

ESTATUTÁRIO. EXTINÇÃO DO

CONTRATO. PRESCRIÇÃO BIENAL

(conversão da Orientação Jurisprudencial nº

128 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e

25.04.2005

A transferência do regime jurídico de celetista

para estatutário implica extinção do contrato de

trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a

partir da mudança de regime. (ex-OJ nº 128 da

SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)

MOMNENTO PARA SE ARGUIR A PRESCIRÇÃO

• A prescrição deve ser arguida sempre na instancia

ordinária, não obstante ser matéria de ordem

pública. Neste sentido temos a Súmula 153 do TST

• Súmula nº 153 - PRESCRIÇÃO (mantida) - Res.

121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Não se conhece de prescrição não arguida na

instância ordinária.

• Ou seja, não obstante ser matéria de defesa,

também é possível no Recurso Ordinário!!

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

• Será que um processo arquivado por mais de 2 anos

pode ser extinto por força da prescrição?

• Toda dúvida e discussão que envolvia o conflito

das súmulas do TST e STF foram superadas pela

Reforma trabalhista.

• Vamos relembrar as Súmulas divergentes:

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

• TST

• Súmula nº 114

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (mantida) -

Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

É inaplicável na Justiça do Trabalho a

prescrição intercorrente.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

• STF

• Súmula 327 - O direito trabalhista admite a

prescrição intercorrente.

• A grande dificuldade era chegar com tal apreciação

ao STF diante das vedações recursais existentes na

fase de execução do processo do trabalho!!

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

• A REFORMA TRABALHISTA RESOLVEU

ESTE IMPASSE

• “Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no

processo do trabalho no prazo de dois anos.

• § 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente

inicia-se quando o exequente deixa de cumprir

determinação judicial no curso da execução.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

• § 2o A declaração da prescrição intercorrente pode

ser requerida ou declarada de ofício em qualquer

grau de jurisdição.”

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

• A prescrição pode ser interrompida pela simples

propositura da Reclamação Trabalhista, inteligência

da jurisprudência pacificada do TST:

• Súmula nº 268 do TST

PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO

TRABALHISTA ARQUIVADA (nova redação)

- Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A ação trabalhista, ainda que arquivada,

interrompe a prescrição somente em relação aos

pedidos idênticos.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

• Com a Reforma Trabalhista (Lei 11.467-17),

tornou-se texto de lei na CLT e ainda mais

completo:

• Art. 11... § 3o A interrupção da prescrição

somente ocorrerá pelo ajuizamento de

reclamação trabalhista, mesmo que em juízo

incompetente, ainda que venha a ser extinta sem

resolução do mérito, produzindo efeitos apenas

em relação aos pedidos idênticos.”

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

• Importante frisar que são apenas em face dos

pedidos idênticos a postulado na ação ora

arquivada.

• Para reflexão podemos até entender que a

interrupção é quanto a prescrição bienal, pois,

dependendo do período e retroagindo os 5 anos da

nova propositura podem estar prescritos alguns

direitos por força da prescrição quinquenal.

• No entanto não é assim que o TST costuma

entender:

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

• TST - RECURSO DE REVISTA : RR 27 27/2006-013-02-00.1

-. PRESCRIÇÃO BIENAL - INTERRUPÇÃO DO PRAZO -

A reclamação trabalhista interrompe a prescrição

bienal e a quinquenal. Logo, o cômputo do biênio é

reiniciado a partir do término da condição

interruptiva, qual seja, o trânsito em julgado da

decisão proferida na primeira ação, enquanto a

prescrição quinquenal conta-se do primeiro ato de

interrupção, isto é, a propositura da primeira

reclamação trabalhista, na forma dos artigos 219, I,

do CPC e 202, parágrafo único, do Código Civil de

2002. Recurso de revista não conhecido.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

• É entendimento do Tribunal também que o

ajuizamento refere-se a uma ou mais ações com o

mesmo pedido. Todas interrompe os prazos

prescricionais: o biênio é reiniciado a partir do

trânsito em julgado da ação imediatamente anterior,

e o quinquênio a partir do início da primeira ação.

• Existe ainda uma medida cautelar que interrompe a

prescrição:

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

PROTESTO, NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÃO (art.

769, CLT c/c 867 e seg., CPC)

TRT2 - RO EM CAUTELAR

RELATOR(A): SILVIA ALMEIDA PRADO

PROCESSO Nº: 01492-2008-028-02-00-0

DATA DE PUBLICAÇÃO: 26/04/2010

PROTESTO JUDICIAL. INTERRUPÇÃO DA

PRESCRIÇÃO. Demonstrando o autor a necessidade na

propositura de uma ação futura, há interesse no ajuizamento do

protesto judicial, para interrupção da prescrição, não havendo

necessidade de se provar o motivo do impedimento para a

distribuição da demanda no prazo legal.

INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO

• OJ-SDI1-392. PRESCRIÇÃO.

INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE

PROTESTO JUDICIAL. MARCO INICIAL.

(DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)O

protesto judicial é medida aplicável no processo do

trabalho, por força do art. 769 da CLT, sendo que o

seu ajuizamento, por si só, interrompe o prazo

prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º

do art. 219 do CPC, que impõe ao autor da ação o

ônus de promover a citação do réu, por ser ele

incompatível com o disposto no art. 841 da CLT.

PRESCRIÇÃO REFERENTE AO MENOR

• Artigo 440 da CLT estabelece que contra os

menores de 18 anos não corre nenhum prazo de

prescrição.

• A prescrição somente começa a correr à partir do

momento que o menor atinge a maior idade.

PRESCRIÇÃO DO FGTS

• CANCELADA a Súmula n.° 362 do TST

• Súmula nº 362 do TST FGTS. PRESCRIÇÃO

(nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

21.11.2003 - É trintenária a prescrição do direito

de reclamar contra o não-recolhimento da

contribuição para o FGTS, observado o prazo

de 2 (dois) anos após o término do contrato de

trabalho.

• Aplica-se atualmente a prescrição QUINQUENAL.

PRESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EX SÓCIO

• Tínhamos como fonte não pacífica os seguintes

artigos do Código Civil: artigos:

• Art. 1.003...

• Parágrafo único. Até dois anos depois de

averbada a modificação do contrato, responde o

cedente solidariamente com o cessionário,

perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações

que tinha como sócio.

PRESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EX SÓCIO

• Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do

sócio, não o exime, ou a seus herdeiros, da

responsabilidade pelas obrigações sociais

anteriores, até dois anos após averbada a

resolução da sociedade; nem nos dois primeiros

casos, pelas posteriores e em igual prazo,

enquanto não se requerer a averbação.

PRESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EX SÓCIO

• Neste caso a Reforma Trabalhista também

pacificou o entendimento na CLT:

• Art. 10-A. O sócio retirante responde

subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas

da sociedade relativas ao período em que

figurou como sócio, somente em ações ajuizadas

até dois anos depois de averbada a modificação

do contrato, observada a seguinte ordem de

preferência:

PRESCRIÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EX SÓCIO

• I - a empresa devedora;

• II - os sócios atuais; e

• III - os sócios retirantes.

• Parágrafo único. O sócio retirante responderá

solidariamente com os demais quando ficar

comprovada fraude na alteração societária

decorrente da modificação do contrato.”

PRESCRIÇÃO DA DECLARAÇÃO DE VINCULO

• Por fim...:

• Ação declaratória de vínculo empregatício

é Imprescritível, artigo 11, § 1º da CLT.