353
http://bd.camara.leg.br “Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.”

Legislacao Brasileira Educacao 2ed

Embed Size (px)

Citation preview

  • http://bd.camara.leg.brDissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.

  • LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE

    EDUCAO 2a edio

    LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE EDUCAO 2a edio

    A srie Legislao rene textos legais sobre temas especficos, com o objetivo de facilitar o acesso da sociedade s normas em vigor no Brasil.

    Por meio de publicaes como esta, a Cmara dos Deputados cumpre a misso de favorecer a prtica da cidadania e a consolidao da democracia no pas.

    Conhea outros ttulos da Edies Cmara no portal da Cmara dos Deputados: www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/edicoes

    Srie Legislao

    Bras

    lia 20

    132013

    Como adquirir nossas publicaes

    Pontos de vendaLivrarias

    Ed.PrincipaldoCongressoNacional

    Telefone(61)3216-9971

    AnexoIVdaCmaradosDeputadosTelefone(61)3216-5812

    Contato direto com a Edies Cmara

    Cmara dos Deputados Centro de Documentao e

    Informao CediAnexoII,PraadosTrsPoderes

    70160-900Braslia,[email protected](61)3216-5809

    Fax(61)3216-5810

    Cmara dosDeputados

  • LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE

    EDUCAO2a edio

  • Mesa da Cmara dos Deputados54 Legislatura | 2011-2015 3 Sesso Legislativa

    PresidenteHenrique Eduardo Alves1 Vice-PresidenteAndr Vargas2 Vice-PresidenteFbio Faria1 SecretrioMrcio Bittar2 SecretrioSimo Sessim3 SecretrioMaurcio Quintella Lessa4 SecretrioBiffi

    Suplentes de Secretrio

    1 SuplenteGonzaga Patriota2 SuplenteWolney Queiroz3 SuplenteVitor Penido4 SuplenteTakayama

    Diretor-GeralSrgio Sampaio Contreiras de AlmeidaSecretrio-Geral da MesaMozart Vianna de Paiva

  • Cmara dos Deputados

    LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE EDUCAO

    2 edio

    Atualizada em 3/4/2013.

    Centro de Documentao e InformaoEdies Cmara

    Braslia | 2013

  • CMARA DOS DEPUTADOSDiretoria LegislativaDiretor: Afrsio Vieira Lima Filho Centro de Documentao e InformaoDiretor: Adolfo C. A. R. FurtadoCoordenao Edies CmaraDiretor: Daniel Ventura TeixeiraCoordenao de Estudos LegislativosDiretora: Lda Maria Louzada Melgao

    Projeto grfico de capa e miolo: Patrcia WeissDiagramao: Mariana Rausch ChuquerFoto da capa: RacsowPesquisa e reviso: Seo de Reviso e Indexao

    2009, 1 edio.

    Cmara dos DeputadosCentro de Documentao e Informao Cedi

    Coordenao Edies Cmara CoediAnexo II Praa dos Trs Poderes

    Braslia (DF) CEP 70160-900Telefone: (61) 3216-5809; fax: (61) 3216-5810

    [email protected]

    SRIELegislao

    n. 94

    Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)Coordenao de Biblioteca. Seo de Catalogao.

    Legislao brasileira sobre educao [recurso eletrnico]. 2. ed. Braslia : Cmara dos Depu- tados, Edies Cmara, 2013.358 p. (Srie legislao ; n. 94)

    Atualizada em 3/4/2013ISBN 978-85-402-0018-0

    1. Educao, legislao, coletnea, Brasil. I. Srie.

    CDU 37(81)(094)

    ISBN 978-85-402-0017-3 (brochura) ISBN 978-85-402-0018-0 (e-book)

  • SUMRIO

    Apresentao ......................................................................................................................................... 9

    DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL[Dispositivos referentes educao.] ..............................................................................................13

    LEISLEI N 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996(Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB)Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. .............................................................25

    LEI N 9.424, DE 24 DE DEZEMBRO DE 1996 (Lei do Fundef)Dispe sobre o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio, na forma prevista no art. 60, 7, do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, e d outras providncias. .................................... 61

    LEI N 9.766, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1998Altera a legislao que rege o salrio-educao, e d outras providncias. ...........................65

    LEI N 10.172, DE 9 DE JANEIRO DE 2001(Lei do PNE)Aprova o Plano Nacional de Educao e d outras providncias.............................................68Anexo Plano Nacional de Educao ..........................................................................................69

    LEI N 11.096, DE 13 DE JANEIRO DE 2005(Lei do Prouni)Institui o Programa Universidade para Todos (Prouni), regula a atuao de entidades beneficentes de assistncia social no ensino superior; altera a Lei n 10.891, de 9 de julho de 2004, e d outras providncias. .....................................................................................193

    LEI N 11.494, DE 20 DE JUNHO DE 2007 (Lei do Fundeb)Regulamenta o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb), de que trata o art. 6 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias; altera a Lei n 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de maro de 2004; e d outras providncias. ......................203Anexo Nota explicativa................................................................................................................228

  • LEI N 11.738, DE 16 DE JULHO DE 2008(Lei do Piso Salarial)Regulamenta a alnea e do inciso III do caput do art. 60 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, para instituir o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistrio pblico da educao bsica. ..........................................233

    LEI N 11.788, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008(Nova Lei do Estgio)Dispe sobre o estgio de estudantes; altera a redao do art. 428 da Consolidao das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de maio de 1943, e a Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de maro de 1994, o pargrafo nico do art. 82 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6 da Medida Provisria n 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e d outras providncias. ............................................236

    LEI N 11.892, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2008(Lei da Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica)Institui a Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica, cria os institutos federais de educao, cincia e tecnologia, e d outras providncias.................244Anexo I Localidades onde sero constitudas as reitorias dos novos institutos federais ................................................................................................................................................256Anexo II Escolas tcnicas vinculadas que passam a integrar os institutos federais ......257Anexo III Escolas tcnicas vinculadas s universidades federais.......................................258

    LEI N 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012(Lei de Cotas de Ingresso nas Universidades)Dispe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituies federais de ensino tcnico de nvel mdio e d outras providncias. .........................................................260

    DECRETOSDECRETO N 3.276, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1999Dispe sobre a formao em nvel superior de professores para atuar na educao bsica, e d outras providncias. ...................................................................................................265

    DECRETO N 5.154, DE 23 DE JULHO DE 2004Regulamenta o 2 do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional, e d outras providncias. ......................................................................................................................................268

    DECRETO N 5.493, DE 18 DE JULHO DE 2005Regulamenta o disposto na Lei n 11.096, de 13 de janeiro de 2005. ....................................271

    DECRETO N 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005Regulamenta o art. 80 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. ................................................................................277

  • DECRETO N 5.773, DE 9 DE MAIO DE 2006Dispe sobre o exerccio das funes de regulao, superviso e avaliao de instituies de educao superior e cursos superiores de graduao e sequenciais no sistema federal de ensino. .........................................................................................................291

    DECRETO N 6.003 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006Regulamenta a arrecadao, a fiscalizao e a cobrana da contribuio social do salrio-educao, a que se referem o art. 212, 5, da Constituio, e as Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996, e 9.766, de 18 de dezembro de 1998, e d outras providncias. .........................................................................................................................318

    DECRETO N 6.253, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2007Dispe sobre o Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb), regulamenta a Lei n 11.494, de 20 de junho de 2007, e d outras providncias. ....................................................................324

    DECRETO N 6.986, DE 20 DE OUTUBRO DE 2009Regulamenta os arts. 11, 12 e 13 da Lei n 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que institui a Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica e cria os institutos federais de educao, cincia e tecnologia, para disciplinar o processo de escolha de dirigentes no mbito destes institutos. ....................................................................333

    DECRETO N 7.022, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2009Estabelece medidas organizacionais de carter excepcional para dar suporte ao processo de implantao da Rede Federal de Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica, criada pela Lei n 11.892, de 29 de dezembro de 2008, e d outras providncias. ......................................................................................................................................338

    DECRETO N 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011Dispe sobre a educao especial, o atendimento educacional especializado e d outras providncias. ........................................................................................................................ 340

    DECRETO N 7.824, DE 11 DE OUTUBRO DE 2012Regulamenta a Lei n 12.711, de 29 de agosto de 2012, que dispe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituies federais de ensino tcnico de nvel mdio. ................................................................................................................................................. 344

    LISTA DE OUTRAS NORmAS CORRELATAS ..............................................349

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 9

    ApReSentAO

    Definida na Constituio de 1988 como direito de todos e dever do Estado e da famlia, a educao tema recorrente nos debates e nas decises do Congresso Nacional, e muito ampla tem sido a contribuio dos legislado-res nessa rea.Fixao das diretrizes e bases da educao nacional, criao de fundos para o ensino fundamental, estabelecimento de piso salarial para o magistrio, valorizao da educao profissional, ampliao do acesso ao ensino supe-rior, normatizao dos estgios estudantis grande o nmero de propo-sies aprovadas nos ltimos anos. Algumas delas so inovadoras, outras aperfeioam disposies j existentes, mas todas visam universalizar e qua-lificar o exerccio desse importante direito social.Tornar mais conhecido o conjunto de textos legais resultante desse trabalho meio de estimular o interesse da sociedade pelo seu efetivo cumprimento. com tal objetivo que a Cmara dos Deputados apresenta a segunda edio da Legislao brasileira sobre Educao, que rene os dispositivos cons-titucionais, as leis e os decretos pertinentes ao setor, e indica as normas correlatas. Certamente, h de interessar a todos que acreditam na educao como caminho seguro para o desenvolvimento.

    Henrique Eduardo AlvesPresidente da Cmara dos Deputados

  • DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 13

    COnStItUIO DA RepBLICA FeDeRAtIVA DO BRASIL1

    [Dispositivos referentes educao.]

    [...]

    TTULO IIIDA ORGANIZAO DO ESTADO

    [...]

    CAPTULO VIDA INTERVENO

    Art. 34. A Unio no intervir nos estados nem no Distrito Federal, exceto para:[...]VII assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais:[...] 2e) aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos es-

    taduais, compreendida a proveniente de transferncias, na manu-teno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade.

    Art. 35. O estado no intervir em seus municpios, nem a Unio nos mu-nicpios localizados em territrio federal, exceto quando:[...]3III no tiver sido aplicado o mnimo exigido da receita municipal na manu-teno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade;[...]

    TTULO VIIIDA ORDEM SOCIAL

    [...]

    1 Publicada no Dirio Oficial da Unio, Seo 1, de 5 de outubro de 1988.2 Alnea acrescida pela Emenda Constitucional n 14, de 12-9-1996, com redao dada pela Emen-

    da Constitucional n 29, de 13-9-2000.3 Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 29, de 13-9-2000.

  • SrieLegislao14

    CAPTULO IIIDA EDUCAO, DA CULTURA E DO DESPORTO

    Seo IDa Educao

    Art. 205. A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.Art. 206. O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:I igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;III pluralismo de ideias e de concepes pedaggicas, e coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino;IV gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais;4V valorizao dos profissionais da educao escolar, garantidos, na for-ma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e ttulos, aos das redes pblicas;VI gesto democrtica do ensino pblico, na forma da lei;VII garantia de padro de qualidade.5VIII piso salarial profissional nacional para os profissionais da educao escolar pblica, nos termos de lei federal.6Pargrafo nico. A lei dispor sobre as categorias de trabalhadores consi-derados profissionais da educao bsica e sobre a fixao de prazo para a elaborao ou adequao de seus planos de carreira, no mbito da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios.Art. 207. As universidades gozam de autonomia didtico-cientfica, admi-nistrativa e de gesto financeira e patrimonial, e obedecero ao princpio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extenso.7 1 facultado s universidades admitir professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.

    4 Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.5 Inciso acrescido pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.6 Pargrafo acrescido pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.7 Pargrafo acrescido pela Emenda Constitucional n 11, de 30-4-1996.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 15

    8 2 O disposto neste artigo aplica-se s instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica.Art. 208. O dever do Estado com a educao ser efetivado mediante a garantia de:9I educao bsica obrigatria e gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela no tiveram acesso na idade prpria;10II progressiva universalizao do ensino mdio gratuito;III atendimento educacional especializado aos portadores de deficincia, preferencialmente na rede regular de ensino;11IV educao infantil, em creche e pr-escola, s crianas at cinco anos de idade;V acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica, segundo a capacidade de cada um;VI oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando;12VII atendimento ao educando, em todas as etapas da educao bsica, por meio de programas suplementares de material didtico-escolar, trans-porte, alimentao e assistncia sade. 1 O acesso ao ensino obrigatrio e gratuito direito pblico subjetivo. 2 O no oferecimento do ensino obrigatrio pelo poder pblico, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. 3 Compete ao poder pblico recensear os educandos no ensino funda-mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsveis, pela frequncia escola.Art. 209. O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies:I cumprimento das normas gerais da educao nacional;II autorizao e avaliao de qualidade pelo poder pblico.Art. 210. Sero fixados contedos mnimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formao bsica comum e respeito aos valores cultu-rais e artsticos, nacionais e regionais.

    8 Pargrafo acrescido pela Emenda Constitucional n 11, de 30-4-1996.9 Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11-11-2009.10 Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 14, de 12-9-1996.11 Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.12 Inciso com redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11-11-2009.

  • SrieLegislao16

    1 O ensino religioso, de matrcula facultativa, constituir disciplina dos horrios normais das escolas pblicas de ensino fundamental. 2 O ensino fundamental regular ser ministrado em lngua portuguesa, assegurada s comunidades indgenas tambm a utilizao de suas lnguas maternas e processos prprios de aprendizagem.Art. 211. A Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios organiza-ro em regime de colaborao seus sistemas de ensino.13 1 A Unio organizar o sistema federal de ensino e o dos territrios, fi-nanciar as instituies de ensino pblicas federais e exercer, em matria educacional, funo redistributiva e supletiva, de forma a garantir equa-lizao de oportunidades educacionais e padro mnimo de qualidade do ensino mediante assistncia tcnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios.14 2 Os municpios atuaro prioritariamente no ensino fundamental e na educao infantil.15 3 Os estados e o Distrito Federal atuaro prioritariamente no ensino fundamental e mdio.16 4 Na organizao de seus sistemas de ensino, a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios definiro formas de colaborao, de modo a assegurar a universalizao do ensino obrigatrio.17 5 A educao bsica pblica atender prioritariamente ao ensino regular.Art. 212. A Unio aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os esta-dos, o Distrito Federal e os municpios vinte e cinco por cento, no mnimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transfe-rncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino. 1 A parcela da arrecadao de impostos transferida pela Unio aos esta-dos, ao Distrito Federal e aos municpios, ou pelos estados aos respectivos municpios, no considerada, para efeito do clculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. 2 Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, sero considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recur-sos aplicados na forma do art. 213.

    13 Pargrafo com redao dada pela Emenda Constitucional n 14, de 12-9-1996.14 Idem.15 Pargrafo acrescido pela Emenda Constitucional n 14, de 12-9-1996.16 Pargrafo com redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11-11-2009.17 Pargrafo acrescido pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 17

    18 3 A distribuio dos recursos pblicos assegurar prioridade ao aten-dimento das necessidades do ensino obrigatrio, no que se refere a univer-salizao, garantia de padro de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educao. 4 Os programas suplementares de alimentao e assistncia sade previstos no art. 208, VII, sero financiados com recursos provenientes de contribuies sociais e outros recursos oramentrios.19 5 A educao bsica pblica ter como fonte adicional de financiamen-to a contribuio social do salrio-educao, recolhida pelas empresas na forma da lei.20 6 As cotas estaduais e municipais da arrecadao da contribuio so-cial do salrio-educao sero distribudas proporcionalmente ao nmero de alunos matriculados na educao bsica nas respectivas redes pblicas de ensino.Art. 213. Os recursos pblicos sero destinados s escolas pblicas, po-dendo ser dirigidos a escolas comunitrias, confessionais ou filantrpicas, definidas em lei, que:I comprovem finalidade no lucrativa e apliquem seus excedentes finan-ceiros em educao;II assegurem a destinao de seu patrimnio a outra escola comunitria, filantrpica ou confessional, ou ao poder pblico, no caso de encerramento de suas atividades. 1 Os recursos de que trata este artigo podero ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e mdio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficincia de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pblica na localidade da residncia do educando, ficando o poder pblico obrigado a investir prioritariamente na expanso de sua rede na localidade. 2 As atividades universitrias de pesquisa e extenso podero receber apoio financeiro do poder pblico.21Art. 214. A lei estabelecer o plano nacional de educao, de durao decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educao em

    18 Pargrafo com redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11-11-2009.19 Pargrafo com redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.20 Pargrafo acrescido pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.21 Caput do artigo com redao dada pela Emenda Constitucional n 59, de 11-11-2009.

  • SrieLegislao18

    regime de colaborao e definir diretrizes, objetivos, metas e estratgias de implementao para assegurar a manuteno e desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis, etapas e modalidades por meio de aes integradas dos poderes pblicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: I erradicao do analfabetismo;II universalizao do atendimento escolar;III melhoria da qualidade do ensino;IV formao para o trabalho;V promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do Pas.22VI estabelecimento de meta de aplicao de recursos pblicos em edu-cao como proporo do produto interno bruto.[...]

    ATO DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS[...]23Art. 60. At o dcimo quarto ano a partir da promulgao desta emen-da constitucional, os estados, o Distrito Federal e os municpios destina-ro parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituio Federal manuteno e desenvolvimento da educao bsica e remune-rao condigna dos trabalhadores da educao, respeitadas as seguintes disposies:I a distribuio dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Federal, os estados e seus municpios assegurada mediante a criao, no mbito de cada estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb), de natureza contbil;II os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo sero constitudos por vinte por cento dos recursos a que se referem os incisos I, II e III do art. 155; o inciso II do caput do art. 157; os incisos II, III e IV do caput do art. 158; e as alneas a e b do inciso I e o inciso II do caput do art. 159, todos da Constituio Federal, e distribudos entre cada estado e seus municpios, proporcionalmente ao nmero de alunos das diversas etapas e modalida-des da educao bsica presencial, matriculados nas respectivas redes, nos

    22 Inciso acrescido pela Emenda Constitucional n 59, de 11-11-2009.23 Artigo com redao dada pela Emenda Constitucional n 53, de 19-12-2006.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 19

    respectivos mbitos de atuao prioritria estabelecidos nos 2 e 3 do art. 211 da Constituio Federal;III observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II, III e IV do caput do art. 208 da Constituio Federal e as metas de universalizao da educa-o bsica estabelecidas no Plano Nacional de Educao, a lei dispor sobre: a) a organizao dos fundos, a distribuio proporcional de seus re-

    cursos, as diferenas e as ponderaes quanto ao valor anual por aluno entre etapas e modalidades da educao bsica e tipos de es-tabelecimento de ensino;

    b) a forma de clculo do valor anual mnimo por aluno; c) os percentuais mximos de apropriao dos recursos dos fundos

    pelas diversas etapas e modalidades da educao bsica, observa-dos os arts. 208 e 214 da Constituio Federal, bem como as metas do Plano Nacional de Educao;

    d) a fiscalizao e o controle dos fundos; 24e) prazo para fixar, em lei especfica, piso salarial profissional nacio-

    nal para os profissionais do magistrio pblico da educao bsica; IV os recursos recebidos conta dos fundos institudos nos termos do inciso I do caput deste artigo sero aplicados pelos estados e municpios exclusivamente nos respectivos mbitos de atuao prioritria, conforme estabelecido nos 2 e 3 do art. 211 da Constituio Federal;V a Unio complementar os recursos dos fundos a que se refere o inciso II do caput deste artigo sempre que, no Distrito Federal e em cada estado, o valor por aluno no alcanar o mnimo definido nacionalmente, fixado em observncia ao disposto no inciso VII do caput deste artigo, vedada a utili-zao dos recursos a que se refere o 5 do art. 212 da Constituio Federal;VI at dez por cento da complementao da Unio prevista no inciso V do caput deste artigo poder ser distribuda para os fundos por meio de programas direcionados para a melhoria da qualidade da educao, na for-ma da lei a que se refere o inciso III do caput deste artigo;VII a complementao da Unio de que trata o inciso V do caput deste artigo ser de, no mnimo: a) R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhes de reais), no primeiro ano de vi-

    gncia dos fundos; b) R$ 3.000.000.000,00 (trs bilhes de reais), no segundo ano de vi-

    gncia dos fundos;

    24 Alnea regulamentada pela Lei n 11.738, de 16-7-2008.

  • SrieLegislao20

    c) R$ 4.500.000.000,00 (quatro bilhes e quinhentos milhes de re-ais), no terceiro ano de vigncia dos fundos;

    d) dez por cento do total dos recursos a que se refere o inciso II do caput deste artigo, a partir do quarto ano de vigncia dos fundos;

    VIII a vinculao de recursos manuteno e desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 da Constituio Federal suportar, no mximo, trinta por cento da complementao da Unio, considerando-se para os fins deste inciso os valores previstos no inciso VII do caput deste artigo;IX os valores a que se referem as alneas a, b, e c do inciso VII do caput deste artigo sero atualizados, anualmente, a partir da promulgao desta emenda constitucional, de forma a preservar, em carter permanente, o va-lor real da complementao da Unio;X aplica-se complementao da Unio o disposto no art. 160 da Cons-tituio Federal;XI o no cumprimento do disposto nos incisos V e VII do caput deste artigo importar crime de responsabilidade da autoridade competente;XII proporo no inferior a sessenta por cento de cada fundo referido no inciso I do caput deste artigo ser destinada ao pagamento dos profissio-nais do magistrio da educao bsica em efetivo exerccio. 1 A Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios devero asse-gurar, no financiamento da educao bsica, a melhoria da qualidade de ensino, de forma a garantir padro mnimo definido nacionalmente. 2 O valor por aluno do ensino fundamental, no fundo de cada esta-do e do Distrito Federal, no poder ser inferior ao praticado no mbito do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizao do Magistrio (Fundef), no ano anterior vigncia desta emenda constitucional. 3 O valor anual mnimo por aluno do ensino fundamental, no mbi-to do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb), no poder ser infe-rior ao valor mnimo fixado nacionalmente no ano anterior ao da vigncia desta emenda constitucional. 4 Para efeito de distribuio de recursos dos fundos a que se refere o inciso I do caput deste artigo, levar-se- em conta a totalidade das matr-culas no ensino fundamental e considerar-se- para a educao infantil, para o ensino mdio e para a educao de jovens e adultos um tero das

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 21

    matrculas no primeiro ano, dois teros no segundo ano e sua totalidade a partir do terceiro ano. 5 A porcentagem dos recursos de constituio dos fundos, conforme o inciso II do caput deste artigo, ser alcanada gradativamente nos primei-ros trs anos de vigncia dos fundos, da seguinte forma: I no caso dos impostos e transferncias constantes do inciso II do caput do art. 155; do inciso IV do caput do art. 158; e das alneas a e b do inciso I e do inciso II do caput do art. 159 da Constituio Federal: a) 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centsimos por cento),

    no primeiro ano; b) 18,33% (dezoito inteiros e trinta e trs centsimos por cento), no

    segundo ano; c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano;II no caso dos impostos e transferncias constantes dos incisos I e III do caput do art. 155; do inciso II do caput do art. 157; e dos incisos II e III do caput do art. 158 da Constituio Federal: a) 6,66% (seis inteiros e sessenta e seis centsimos por cento), no pri-

    meiro ano; b) 13,33% (treze inteiros e trinta e trs centsimos por cento), no se-

    gundo ano; c) 20% (vinte por cento), a partir do terceiro ano. 6 (Revogado.) 7 (Revogado.)[...]

  • LEIS

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 25

    LeI n 9.394, De 20 De DeZeMBRO De 199625

    (Lei de Diretrizes e Bases da educao nacional)

    Estabelece as diretrizes e bases da edu-cao nacional.

    O presidente da Repblica Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

    TTULO I DA EDUCAO

    Art. 1 A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de en-sino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais. 1 Esta lei disciplina a educao escolar, que se desenvolve, predominan-temente, por meio do ensino, em instituies prprias. 2 A educao escolar dever vincular-se ao mundo do trabalho e pr-tica social.

    TTULO II DOS PRINCPIOS E FINS DA EDUCAO NACIONAL

    Art. 2 A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por nalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cida-dania e sua qualicao para o trabalho. Art. 3 O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios: I igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola; II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa-mento, a arte e o saber;III pluralismo de ideias e de concepes pedaggicas;

    25 Publicada no Dirio Oficial da Unio, Seo 1, de 23 de dezembro de 1996, p. 27833.

  • SrieLegislao26

    IV respeito liberdade e apreo tolerncia;V coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino;VI gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos ociais;VII valorizao do prossional da educao escolar;VIII gesto democrtica do ensino pblico, na forma desta lei e da legis-lao dos sistemas de ensino; IX garantia de padro de qualidade; X valorizao da experincia extraescolar; XI vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas sociais.

    TTULO III DO DIREITO EDUCAO E DO DEVER DE EDUCAR

    Art. 4 O dever do Estado com educao escolar pblica ser efetivado me-diante a garantia de: I ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria; 26II universalizao do ensino mdio gratuito;III atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; IV atendimento gratuito em creches e pr-escolas s crianas de zero a seis anos de idade; V acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica, segundo a capacidade de cada um; VI oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando; VII oferta de educao escolar regular para jovens e adultos, com carac-tersticas e modalidades adequadas s suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condies de acesso e per-manncia na escola; VIII atendimento ao educando, no ensino fundamental pblico, por meio de programas suplementares de material didtico-escolar, transporte, ali-mentao e assistncia sade; IX padres mnimos de qualidade de ensino, denidos como a variedade e quantidade mnimas, por aluno, de insumos indispensveis ao desenvol-vimento do processo de ensino-aprendizagem.

    26 Inciso com redao dada pela Lei n 12.061, de 27-10-2009.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 27

    27X vaga na escola pblica de educao infantil ou de ensino fundamental mais prxima de sua residncia a toda criana a partir do dia em que com-pletar quatro anos de idade.Art. 5 O acesso ao ensino fundamental direito pblico subjetivo, poden-do qualquer cidado, grupo de cidados, associao comunitria, organiza-o sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituda, e, ainda, o Ministrio Pblico, acionar o poder pblico para exigi-lo. 1 Compete aos estados e aos municpios, em regime de colaborao, e com a assistncia da Unio: I recensear a populao em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele no tiveram acesso; II fazer-lhes a chamada pblica; III zelar, junto aos pais ou responsveis, pela frequncia escola. 2 Em todas as esferas administrativas, o poder pblico assegurar em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatrio, nos termos deste artigo, con-templando em seguida os demais nveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais. 3 Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimi-dade para peticionar no Poder Judicirio, na hiptese do 2 do art. 208 da Constituio Federal, sendo gratuita e de rito sumrio a ao judicial correspondente. 4 Comprovada a negligncia da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatrio, poder ela ser imputada por crime de responsabilidade. 5 Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o poder pblico criar formas alternativas de acesso aos diferentes nveis de ensino, independentemente da escolarizao anterior.28Art. 6 dever dos pais ou responsveis efetuar a matrcula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. Art. 7 O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies: I cumprimento das normas gerais da educao nacional e do respectivo sistema de ensino; II autorizao de funcionamento e avaliao de qualidade pelo poder pblico;

    27 Inciso acrescido pela Lei 11.700, de 13-6-2008. 28 Artigo com redao dada pela Lei n 11.114, de 16-5-2005.

  • SrieLegislao28

    III capacidade de autonanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituio Federal.

    TTULO IV DA ORGANIZAO DA EDUCAO NACIONAL

    Art. 8 A Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios organizaro, em regime de colaborao, os respectivos sistemas de ensino. 29 1 Caber Unio a coordenao da poltica nacional de educao, arti-culando os diferentes nveis e sistemas e exercendo funo normativa, re-distributiva e supletiva em relao s demais instncias educacionais. 2 Os sistemas de ensino tero liberdade de organizao nos termos des-ta lei. Art. 9 A Unio incumbir-se- de: I elaborar o Plano Nacional de Educao, em colaborao com os estados, o Distrito Federal e os municpios; II organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies ociais do sis-tema federal de ensino e o dos territrios; III prestar assistncia tcnica e nanceira aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritrio escolaridade obrigatria, exercendo sua funo redistributiva e supletiva; IV estabelecer, em colaborao com os estados, o Distrito Federal e os municpios, competncias e diretrizes para a educao infantil, o ensino fundamental e o ensino mdio, que nortearo os currculos e seus conte-dos mnimos, de modo a assegurar formao bsica comum; V coletar, analisar e disseminar informaes sobre a educao; 30VI assegurar processo nacional de avaliao do rendimento escolar no ensino fundamental, mdio e superior, em colaborao com os sistemas de ensino, objetivando a denio de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; VII baixar normas gerais sobre cursos de graduao e ps-graduao;

    29 Pargrafo regulamentado pelo Decreto n 5.622, de 19-12-2005. 30 Inciso regulamentado pelo Decreto n 5.773, de 9-5-2006.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 29

    31VIII assegurar processo nacional de avaliao das instituies de educa-o superior, com a cooperao dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nvel de ensino; 32 33IX autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respec-tivamente, os cursos das instituies de educao superior e os estabeleci-mentos do seu sistema de ensino. 1 Na estrutura educacional, haver um Conselho Nacional de Educao, com funes normativas e de superviso e atividade permanente, criado por lei. 2 Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a Unio ter acesso a todos os dados e informaes necessrios de todos os estabelecimentos e rgos educacionais. 3 As atribuies constantes do inciso IX podero ser delegadas aos estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituies de edu-cao superior. Art. 10. Os estados incumbir-se-o de: I organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies ociais dos seus sistemas de ensino;II denir, com os municpios, formas de colaborao na oferta do ensi-no fundamental, as quais devem assegurar a distribuio proporcional das responsabilidades, de acordo com a populao a ser atendida e os recursos nanceiros disponveis em cada uma dessas esferas do poder pblico; III elaborar e executar polticas e planos educacionais, em consonncia com as diretrizes e planos nacionais de educao, integrando e coordenan-do as suas aes e as dos seus municpios; IV autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectiva-mente, os cursos das instituies de educao superior e os estabelecimen-tos do seu sistema de ensino; V baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

    31 Inciso regulamentado pelo Decreto n 5.773, de 9-5-2006.32 Idem.33 A Lei n 10.870, de 19-5-2004, instituiu Taxa de Avaliao in loco, em favor do Instituto Nacio-

    nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep), pelas avaliaes peridicas que realizar, quando formulada solicitao de credenciamento ou renovao de credenciamento de instituio de educao superior e solicitao de autorizao, reconhecimento ou renovao de reconhecimento de cursos de graduao.

  • SrieLegislao30

    34VI assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino mdio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta lei; 35VII assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. Pargrafo nico. Ao Distrito Federal aplicar-se-o as competncias referen-tes aos estados e aos municpios. Art. 11. Os municpios incumbir-se-o de: I organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies ociais dos seus sistemas de ensino, integrando-os s polticas e planos educacionais da Unio e dos estados; II exercer ao redistributiva em relao s suas escolas; III baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; IV autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sis-tema de ensino; V oferecer a educao infantil em creches e pr-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuao em outros nveis de ensino so-mente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua rea de competncia e com recursos acima dos percentuais mnimos vinculados pela Constituio Federal manuteno e desenvolvimento do ensino. 36VI assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.Pargrafo nico. Os municpios podero optar, ainda, por se integrar ao sis-tema estadual de ensino ou compor com ele um sistema nico de educao bsica. Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, tero a incumbncia de: I elaborar e executar sua proposta pedaggica; II administrar seu pessoal e seus recursos materiais e nanceiros; III assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V prover meios para a recuperao dos alunos de menor rendimento; VI articular-se com as famlias e a comunidade, criando processos de integrao da sociedade com a escola;

    34 Inciso com redao dada pela Lei n 12.061, de 27-10-2009.35 Inciso acrescido pela Lei n 10.709, de 31-7-2003.36 Idem.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 31

    37VII informar pai e me, conviventes ou no com seus filhos, e, se for o caso, os responsveis legais, sobre a frequncia e rendimento dos alunos, bem como sobre a execuo da proposta pedaggica da escola.38VIII noticar ao conselho tutelar do municpio, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministrio Pblico a relao dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido em lei.Art. 13. Os docentes incumbir-se-o de:I participar da elaborao da proposta pedaggica do estabelecimento de ensino; II elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedaggica do estabelecimento de ensino; III zelar pela aprendizagem dos alunos; IV estabelecer estratgias de recuperao para os alunos de menor rendimento;V ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, alm de participar integralmente dos perodos dedicados ao planejamento, avaliao e ao desenvolvimento prossional; VI colaborar com as atividades de articulao da escola com as famlias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino deniro as normas da gesto democrtica do ensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiarida-des e conforme os seguintes princpios: I participao dos prossionais da educao na elaborao do projeto pe-daggico da escola; II participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino asseguraro s unidades escolares pblicas de educao bsica que os integram progressivos graus de autonomia peda-ggica e administrativa e de gesto nanceira, observadas as normas gerais de direito nanceiro pblico. Art. 16. O sistema federal de ensino compreende: I as instituies de ensino mantidas pela Unio;

    37 Inciso com redao dada pela Lei n 12.013, de 6-8-2009.38 Inciso acrescido pela Lei n 10.287, de 10-9-2001.

  • SrieLegislao32

    II as instituies de educao superior criadas e mantidas pela iniciativa privada; III os rgos federais de educao.Art. 17. Os sistemas de ensino dos estados e do Distrito Federal compreendem: I as instituies de ensino mantidas, respectivamente, pelo poder pblico estadual e pelo Distrito Federal; II as instituies de educao superior mantidas pelo poder pblico municipal; III as instituies de ensino fundamental e mdio criadas e mantidas pela iniciativa privada; IV os rgos de educao estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.Pargrafo nico. No Distrito Federal, as instituies de educao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino. Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem: I as instituies do ensino fundamental, mdio e de educao infantil mantidas pelo poder pblico municipal; II as instituies de educao infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada; III os rgos municipais de educao. Art. 19. As instituies de ensino dos diferentes nveis classicam-se nas seguintes categorias administrativas: I pblicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e ad-ministradas pelo poder pblico; II privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas fsicas ou jurdicas de direito privado. Art. 20. As instituies privadas de ensino se enquadraro nas seguintes categorias: I particulares em sentido estrito, assim entendidas as que so institudas e mantidas por uma ou mais pessoas fsicas ou jurdicas de direito privado que no apresentem as caractersticas dos incisos abaixo; 39II comunitrias, assim entendidas as que so institudas por grupos de pessoas fsicas ou por uma ou mais pessoas jurdicas, inclusive cooperativas

    39 Inciso com redao dada pela Lei n 12.020, de 27-8-2009.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 33

    educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedo-ra representantes da comunidade; III confessionais, assim entendidas as que so institudas por grupos de pessoas fsicas ou por uma ou mais pessoas jurdicas que atendem a orien-tao confessional e ideologia especcas e ao disposto no inciso anterior; IV lantrpicas, na forma da lei.

    TTULO VDOS NVEIS E DAS MODALIDADES DE EDUCAO E ENSINO

    CAPTULO I DA COMPOSIO DOS NVEIS ESCOLARES

    Art. 21. A educao escolar compe-se de: I educao bsica, formada pela educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio; II educao superior.

    CAPTULO II DA EDUCAO BSICA

    Seo IDas Disposies Gerais

    Art. 22. A educao bsica tem por nalidades desenvolver o educando, as-segurar-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. Art. 23. A educao bsica poder organizar-se em sries anuais, perodos semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos no seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios, ou por forma diversa de organizao, sempre que o interesse do processo de apren-dizagem assim o recomendar. 1 A escola poder reclassicar os alunos, inclusive quando se tratar de transferncias entre estabelecimentos situados no Pas e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais. 2 O calendrio escolar dever adequar-se s peculiaridades locais, in-clusive climticas e econmicas, a critrio do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o nmero de horas letivas previsto nesta lei.

  • SrieLegislao34

    Art. 24. A educao bsica, nos nveis fundamental e mdio, ser organiza-da de acordo com as seguintes regras comuns: I a carga horria mnima anual ser de oitocentas horas, distribudas por um mnimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excludo o tempo reservado aos exames nais, quando houver; II a classicao em qualquer srie ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita: a) por promoo, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a

    srie ou fase anterior, na prpria escola; b) por transferncia, para candidatos procedentes de outras escolas; c) independentemente de escolarizao anterior, mediante avaliao

    feita pela escola, que dena o grau de desenvolvimento e experin-cia do candidato e permita sua inscrio na srie ou etapa adequa-da, conforme regulamentao do respectivo sistema de ensino;

    III nos estabelecimentos que adotam a progresso regular por srie, o regimento escolar pode admitir formas de progresso parcial, desde que preservada a sequncia do currculo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino; IV podero organizar-se classes, ou turmas, com alunos de sries distin-tas, com nveis equivalentes de adiantamento na matria, para o ensino de lnguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares; V a vericao do rendimento escolar observar os seguintes critrios: a) avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com

    prevalncia dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodo sobre os de eventuais provas nais;

    b) possibilidade de acelerao de estudos para alunos com atraso escolar;

    c) possibilidade de avano nos cursos e nas sries mediante vericao do aprendizado;

    d) aproveitamento de estudos concludos com xito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperao, de preferncia paralelos

    ao perodo letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a se-rem disciplinados pelas instituies de ensino em seus regimentos;

    VI o controle de frequncia ca a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequncia mnima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovao;

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 35

    VII cabe a cada instituio de ensino expedir histricos escolares, de-claraes de concluso de srie e diplomas ou certicados de concluso de cursos, com as especicaes cabveis. Art. 25. Ser objetivo permanente das autoridades responsveis alcanar relao adequada entre o nmero de alunos e o professor, a carga horria e as condies materiais do estabelecimento. Pargrafo nico. Cabe ao respectivo sistema de ensino, vista das condi-es disponveis e das caractersticas regionais e locais, estabelecer par-metro para atendimento do disposto neste artigo. Art. 26. Os currculos do ensino fundamental e mdio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e esta-belecimento escolar, por uma parte diversicada, exigida pelas caracters-ticas regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. 1 Os currculos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da lngua portuguesa e da matemtica, o conhecimento do mundo fsico e natural e da realidade social e poltica, especialmente do Brasil. 40 2 O ensino da arte, especialmente em suas expresses regionais, cons-tituir componente curricular obrigatrio nos diversos nveis da educao bsica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. 41 3 A educao fsica, integrada proposta pedaggica da escola, com-ponente curricular obrigatrio da educao bsica, sendo sua prtica facul-tativa ao aluno: I que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II maior de trinta anos de idade;III que estiver prestando servio militar inicial ou que, em situao simi-lar, estiver obrigado prtica da educao fsica;IV amparado pelo Decreto-Lei n 1.044, de 21 de outubro de 1969; 42V (vetado); VI que tenha prole. 4 O ensino da Histria do Brasil levar em conta as contribuies das diferentes culturas e etnias para a formao do povo brasileiro, especial-mente das matrizes indgena, africana e europeia.

    40 Pargrafo com redao dada pela Lei n 12.287, de 13-7-2010.41 Pargrafo com redao dada pela Lei n 10.793, de 1-12-2003.42 Inciso proposto e vetado no projeto que foi transformado na Lei n 10.793, de 1-12-2003.

  • SrieLegislao36

    5 Na parte diversicada do currculo ser includo, obrigatoriamente, a partir da quinta srie, o ensino de pelo menos uma lngua estrangeira moderna, cuja escolha car a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituio. 43 6 A msica dever ser contedo obrigatrio44, mas no exclusivo, do componente curricular de que trata o 2 deste artigo.45 7 Os currculos do ensino fundamental e mdio devem incluir os prin-cpios da proteo e defesa civil e a educao ambiental de forma integrada aos contedos obrigatrios.46Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino m-dio, pblicos e privados, torna-se obrigatrio o estudo da histria e cultura afro-brasileira e indgena. 1 O contedo programtico a que se refere este artigo incluir diversos aspectos da histria e da cultura que caracterizam a formao da popula-o brasileira, a partir desses dois grupos tnicos, tais como o estudo da histria da frica e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indgenas no Brasil, a cultura negra e indgena brasileira e o negro e o ndio na for-mao da sociedade nacional, resgatando as suas contribuies nas reas social, econmica e poltica, pertinentes histria do Brasil. 2 Os contedos referentes histria e cultura afro-brasileira e dos po-vos indgenas brasileiros sero ministrados no mbito de todo o currculo escolar, em especial nas reas de educao artstica e de literatura e his-tria brasileiras. Art. 27. Os contedos curriculares da educao bsica observaro, ainda, as seguintes diretrizes: I a difuso de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e de-veres dos cidados, de respeito ao bem comum e ordem democrtica; II considerao das condies de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;III orientao para o trabalho;

    43 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.769 de 18-8-2008. 44 O art. 3 da Lei n 11.769, de 18-8-2008, determina que os sistemas de ensino tero trs anos

    letivos para se adaptarem a essa exigncia.45 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.608, de 10-4-2012.46 Artigo acrescido pela Lei n 10.639, de 9-1-2003, e com redao dada pela Lei n 11.645, de

    10-3-2008.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 37

    IV promoo do desporto educacional e apoio s prticas desportivas no formais. Art. 28. Na oferta de educao bsica para a populao rural, os sistemas de ensino promovero as adaptaes necessrias sua adequao s pecu-liaridades da vida rural e de cada regio, especialmente: I contedos curriculares e metodologias apropriadas s reais necessida-des e interesses dos alunos da zona rural; II organizao escolar prpria, incluindo adequao do calendrio esco-lar s fases do ciclo agrcola e s condies climticas; III adequao natureza do trabalho na zona rural.

    Seo IIDa Educao Infantil

    Art. 29. A educao infantil, primeira etapa da educao bsica, tem como nalidade o desenvolvimento integral da criana at seis anos de idade, em seus aspectos fsico, psicolgico, intelectual e social, complementando a ao da famlia e da comunidade. Art. 30. A educao infantil ser oferecida em: I creches, ou entidades equivalentes, para crianas de at trs anos de idade; II pr-escolas, para as crianas de quatro a seis anos de idade. Art. 31. Na educao infantil a avaliao far-se- mediante acompanha-mento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoo, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

    Seo IIIDo Ensino Fundamental

    47Art. 32. O ensino fundamental obrigatrio, com durao de nove anos, gratuito na escola pblica, iniciando-se aos seis anos de idade, ter por ob-jetivo a formao bsica do cidado, mediante:I o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios bsi-cos o pleno domnio da leitura, da escrita e do clculo;

    47 Caput com redao dada pela Lei n 11.274, de 7-2-2006.

  • SrieLegislao38

    II a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a formao de atitudes e valores; IV o fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social. 1 facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. 2 Os estabelecimentos que utilizam progresso regular por srie podem adotar no ensino fundamental o regime de progresso continuada, sem prejuzo da avaliao do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. 3 O ensino fundamental regular ser ministrado em lngua portuguesa, assegurada s comunidades indgenas a utilizao de suas lnguas maternas e processos prprios de aprendizagem. 4 O ensino fundamental ser presencial, sendo o ensino a distncia utiliza-do como complementao da aprendizagem ou em situaes emergenciais. 48 5 O currculo do ensino fundamental incluir, obrigatoriamente, con-tedo que trate dos direitos das crianas e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criana e do Adolescente, observada a produo e distribuio de material didtico adequado. 49 6 O estudo sobre os smbolos nacionais ser includo como tema trans-versal nos currculos do ensino fundamental.50Art. 33. O ensino religioso, de matrcula facultativa, parte integrante da formao bsica do cidado e constitui disciplina dos horrios normais das escolas pblicas de ensino fundamental, assegurado o respeito diversida-de cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 1 Os sistemas de ensino regulamentaro os procedimentos para a denio dos contedos do ensino religioso e estabelecero as normas para a habilitao e admisso dos professores.

    48 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.525, de 25-9-2007.49 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.472, de 1-9-2011.50 Artigo com redao dada pela Lei n 9.475, de 27-7-1997.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 39

    2 Os sistemas de ensino ouviro entidade civil, constituda pelas dife-rentes denominaes religiosas, para a denio dos contedos do ensino religioso.Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos qua-tro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente am-pliado o perodo de permanncia na escola. 1 So ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organizao autorizadas nesta lei. 2 O ensino fundamental ser ministrado progressivamente em tempo integral, a critrio dos sistemas de ensino.

    Seo IVDo Ensino mdio

    Art. 35. O ensino mdio, etapa nal da educao bsica, com durao m-nima de trs anos, ter como nalidades: I a consolidao e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com exibilidade a novas condies de ocupao ou aperfeioamento posteriores; III o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a for-mao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamen-to crtico; IV a compreenso dos fundamentos cientco-tecnolgicos dos pro-cessos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina. Art. 36. O currculo do ensino mdio observar o disposto na Seo I deste captulo e as seguintes diretrizes: I destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso do signicado da cincia, das letras e das artes; o processo histrico de transformao da sociedade e da cultura; a lngua portuguesa como instrumento de comuni-cao, acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania; II adotar metodologias de ensino e de avaliao que estimulem a inicia-tiva dos estudantes;

  • SrieLegislao40

    III ser includa uma lngua estrangeira moderna, como disciplina obri-gatria, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em carter op-tativo, dentro das disponibilidades da instituio. 51IV sero includas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigat-rias em todas as sries do ensino mdio. 1 Os contedos, as metodologias e as formas de avaliao sero organi-zados de tal forma que ao nal do ensino mdio o educando demonstre: I domnio dos princpios cientcos e tecnolgicos que presidem a pro-duo moderna; II conhecimento das formas contemporneas de linguagem; 52III (revogado).53 2 (Revogado.) 3 Os cursos do ensino mdio tero equivalncia legal e habilitaro ao prosseguimento de estudos. 54 4 (Revogado.)

    55Seo IV-A Da Educao Profissional Tcnica de Nvel mdio

    Art. 36-A. Sem prejuzo do disposto na Seo IV deste captulo, o ensino mdio, atendida a formao geral do educando, poder prepar-lo para o exerccio de profisses tcnicas.Pargrafo nico. A preparao geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitao profissional podero ser desenvolvidas nos prprios estabeleci-mentos de ensino mdio ou em cooperao com instituies especializadas em educao profissional.Art. 36-B. A educao profissional tcnica de nvel mdio ser desenvolvi-da nas seguintes formas:I articulada com o ensino mdio;II subsequente, em cursos destinados a quem j tenha concludo o ensi-no mdio.Pargrafo nico. A educao profissional tcnica de nvel mdio dever observar:

    51 Inciso acrescido pela Lei n 11.684, de 2-6-2008.52 Inciso revogado pela Lei n 11.684, de 2-6-2008.53 Pargrafo revogado pela Lei n 11.741, de 16-7-2008.54 Idem.55 Seo acrescida pela Lei n 11.741, de 16-7-2008.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 41

    I os objetivos e definies contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educao;II as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino;III as exigncias de cada instituio de ensino, nos termos de seu projeto pedaggico.Art. 36-C. A educao profissional tcnica de nvel mdio articulada, pre-vista no inciso I do caput do art. 36-B desta lei, ser desenvolvida de forma:I integrada, oferecida somente a quem j tenha concludo o ensino fun-damental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno habilita-o profissional tcnica de nvel mdio, na mesma instituio de ensino, efetuando-se matrcula nica para cada aluno;II concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino mdio ou j o esteja cursando, efetuando-se matrculas distintas para cada curso, e po-dendo ocorrer: a) na mesma instituio de ensino, aproveitando-se as oportunidades

    educacionais disponveis; b) em instituies de ensino distintas, aproveitando-se as oportuni-

    dades educacionais disponveis; c) em instituies de ensino distintas, mediante convnios de inter-

    complementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimen-to de projeto pedaggico unificado.

    Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educao profissional tcnica de nvel mdio, quando registrados, tero validade nacional e habilitaro ao prosse-guimento de estudos na educao superior.Pargrafo nico. Os cursos de educao profissional tcnica de nvel mdio, nas formas articulada concomitante e subsequente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitaro a obteno de certificados de qualificao para o trabalho aps a concluso, com aprovei-tamento, de cada etapa que caracterize uma qualificao para o trabalho.

    Seo VDa Educao de Jovens e Adultos

    Art. 37. A educao de jovens e adultos ser destinada queles que no ti-veram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e mdio na idade prpria.

  • SrieLegislao42

    1 Os sistemas de ensino asseguraro gratuitamente aos jovens e aos adul-tos, que no puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caractersticas do alunado, seus interesses, condies de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. 2 O poder pblico viabilizar e estimular o acesso e a permanncia do trabalhador na escola, mediante aes integradas e complementares entre si.56 3 A educao de jovens e adultos dever articular-se, preferencialmen-te, com a educao profissional, na forma do regulamento. Art. 38. Os sistemas de ensino mantero cursos e exames supletivos, que compreendero a base nacional comum do currculo, habilitando ao pros-seguimento de estudos em carter regular. 1 Os exames a que se refere este artigo realizar-se-o: I no nvel de concluso do ensino fundamental, para os maiores de quin-ze anos; II no nvel de concluso do ensino mdio, para os maiores de dezoito anos. 2 Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais sero aferidos e reconhecidos mediante exames.

    CAPTULO III DA EDUCAO PROFISSIONAL E TECNOLGICA57

    58Art. 39. A educao profissional e tecnolgica, no cumprimento dos ob-jetivos da educao nacional, integra-se aos diferentes nveis e modalidades de educao e s dimenses do trabalho, da cincia e da tecnologia. 1 Os cursos de educao profissional e tecnolgica podero ser orga-nizados por eixos tecnolgicos, possibilitando a construo de diferentes itinerrios formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nvel de ensino. 2 A educao profissional e tecnolgica abranger os seguintes cursos:I de formao inicial e continuada ou qualificao profissional;II de educao profissional tcnica de nvel mdio;III de educao profissional tecnolgica de graduao e ps-graduao.

    56 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.741, de 16-7-2008. 57 Ttulo do captulo com redao dada pela Lei n 11.741, de 16-7-2008. 58 Artigo com redao dada pela Lei n 11.741, de 16-7-2008.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 43

    3 Os cursos de educao profissional tecnolgica de graduao e ps-graduao organizar-se-o, no que concerne a objetivos, caractersticas e durao, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educao.59Art. 40. A educao prossional ser desenvolvida em articulao com o ensino regular ou por diferentes estratgias de educao continuada, em instituies especializadas ou no ambiente de trabalho. 60Art. 41. O conhecimento adquirido na educao profissional e tecnolgi-ca, inclusive no trabalho, poder ser objeto de avaliao, reconhecimento e certificao para prosseguimento ou concluso de estudos.Pargrafo nico. (Revogado).61Art. 42. As instituies de educao profissional e tecnolgica, alm dos seus cursos regulares, oferecero cursos especiais, abertos comunidade, condicionada a matrcula capacidade de aproveitamento e no necessaria-mente ao nvel de escolaridade.

    CAPTULO IV DA EDUCAO SUPERIOR

    Art. 43. A educao superior tem por nalidade: I estimular a criao cultural e o desenvolvimento do esprito cientco e do pensamento reexivo; II formar diplomados nas diferentes reas de conhecimento, aptos para a insero em setores prossionais e para a participao no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formao contnua; III incentivar o trabalho de pesquisa e investigao cientca, visando ao desenvolvimento da cincia e da tecnologia e da criao e difuso da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV promover a divulgao de conhecimentos culturais, cientcos e tc-nicos que constituem patrimnio da humanidade e comunicar o saber atra-vs do ensino, de publicaes ou de outras formas de comunicao;

    59 Artigo regulamentado pelo Decreto n 5.154, de 23-7-2004.60 Artigo regulamentado pelo Decreto n 5.154, de 23-7-2004, e com redao dada pela Lei n 11.741,

    de 16-7-2008. 61 Artigo com redao dada pela Lei n 11.741, de 16-7-2008.

  • SrieLegislao44

    V suscitar o desejo permanente de aperfeioamento cultural e prossional e possibilitar a correspondente concretizao, integrando os conhecimen-tos que vo sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada gerao; VI estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em par-ticular os nacionais e regionais, prestar servios especializados comuni-dade e estabelecer com esta uma relao de reciprocidade; VII promover a extenso, aberta participao da populao, visando difuso das conquistas e benefcios resultantes da criao cultural e da pesquisa cientca e tecnolgica geradas na instituio. Art. 44. A educao superior abranger os seguintes cursos e programas: 62I cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes nveis de abran-gncia, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pe-las instituies de ensino, desde que tenham concludo o ensino mdio ou equivalente; II de graduao, abertos a candidatos que tenham concludo o ensino mdio ou equivalente e tenham sido classicados em processo seletivo; III de ps-graduao, compreendendo programas de mestrado e douto-rado, cursos de especializao, aperfeioamento e outros, abertos a candi-datos diplomados em cursos de graduao e que atendam s exigncias das instituies de ensino; IV de extenso, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabe-lecidos em cada caso pelas instituies de ensino. 63Pargrafo nico. Os resultados do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo sero tornados pblicos pelas instituies de ensino su-perior, sendo obrigatria a divulgao da relao nominal dos classicados, a respectiva ordem de classicao, bem como do cronograma das cha-madas para matrcula, de acordo com os critrios para preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. Art. 45. A educao superior ser ministrada em instituies de ensi-no superior, pblicas ou privadas, com variados graus de abrangncia ou especializao.

    62 Inciso com redao dada pela Lei n 11.632, de 27-12-2007.63 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.331, de 25-7-2006.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 45

    64Art. 46. A autorizao e o reconhecimento de cursos, bem como o cre-denciamento de instituies de educao superior, tero prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, aps processo regular de avaliao. 65 1 Aps um prazo para saneamento de decincias eventualmente identicadas pela avaliao a que se refere este artigo, haver reavaliao, que poder resultar, conforme o caso, em desativao de cursos e habilita-es, em interveno na instituio, em suspenso temporria de prerroga-tivas da autonomia, ou em descredenciamento. 2 No caso de instituio pblica, o Poder Executivo responsvel por sua manuteno acompanhar o processo de saneamento e fornecer recursos adicionais, se necessrios, para a superao das decincias. Art. 47. Na educao superior, o ano letivo regular, independente do ano ci-vil, tem, no mnimo, duzentos dias de trabalho acadmico efetivo, excludo o tempo reservado aos exames nais, quando houver. 1 As instituies informaro aos interessados, antes de cada perodo letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua durao, requisitos, qualicao dos professores, recursos disponveis e cri-trios de avaliao, obrigando-se a cumprir as respectivas condies. 2 Os alunos que tenham extraordinrio aproveitamento nos estudos, de-monstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliao especcos, aplicados por banca examinadora especial, podero ter abreviada a durao dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. 3 obrigatria a frequncia de alunos e professores, salvo nos programas de educao a distncia. 4 As instituies de educao superior oferecero, no perodo noturno, cursos de graduao nos mesmos padres de qualidade mantidos no per-odo diurno, sendo obrigatria a oferta noturna nas instituies pblicas, garantida a necessria previso oramentria. Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, tero validade nacional como prova da formao recebida por seu titular.

    64 Artigo regulamentado pelo Decreto n 5.773, de 9-5-2006. A Lei n 10.870, de 19-5-2004, ins-tituiu a Taxa de Avaliao in loco, em favor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu-cacionais Ansio Teixeira (Inep), pelas avaliaes peridicas que realizar, quando formulada solicitao de credenciamento ou renovao de credenciamento de instituio de educao su-perior e solicitao de autorizao, reconhecimento ou renovao de reconhecimento de cursos de graduao.

    65 A Taxa de Avaliao in loco, de que trata a Lei n 10.870, de 19-5-2004, ser tambm devida no caso da reavaliao de que trata esse pargrafo.

  • SrieLegislao46

    1 Os diplomas expedidos pelas universidades sero por elas prprias re-gistrados, e aqueles conferidos por instituies no universitrias sero re-gistrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educao. 2 Os diplomas de graduao expedidos por universidades estrangeiras sero revalidados por universidades pblicas que tenham curso do mesmo nvel e rea ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de re-ciprocidade ou equiparao. 3 Os diplomas de mestrado e de doutorado expedidos por universidades estrangeiras s podero ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de ps-graduao reconhecidos e avaliados, na mesma rea de co-nhecimento e em nvel equivalente ou superior. Art. 49. As instituies de educao superior aceitaro a transferncia de alunos regulares, para cursos ans, na hiptese de existncia de vagas, e mediante processo seletivo. 66Pargrafo nico. As transferncias ex ofcio dar-se-o na forma da lei. Art. 50. As instituies de educao superior, quando da ocorrncia de va-gas, abriro matrcula nas disciplinas de seus cursos a alunos no regulares que demonstrarem capacidade de curs-las com proveito, mediante proces-so seletivo prvio. Art. 51. As instituies de educao superior credenciadas como univer-sidades, ao deliberar sobre critrios e normas de seleo e admisso de estudantes, levaro em conta os efeitos desses critrios sobre a orientao do ensino mdio, articulando-se com os rgos normativos dos sistemas de ensino. Art. 52. As universidades so instituies pluridisciplinares de formao dos quadros prossionais de nvel superior, de pesquisa, de extenso e de domnio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I produo intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemtico dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista cientco e cultural, quanto regional e nacional; II um tero do corpo docente, pelo menos, com titulao acadmica de mestrado ou doutorado; III um tero do corpo docente em regime de tempo integral.

    66 Pargrafo regulamentado pela Lei n 9.536, de 11-12-1997.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 47

    Pargrafo nico. facultada a criao de universidades especializadas por campo do saber.Art. 53. No exerccio de sua autonomia, so asseguradas s universidades, sem prejuzo de outras, as seguintes atribuies: I criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educa-o superior previstos nesta lei, obedecendo s normas gerais da Unio e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; II xar os currculos dos seus cursos e programas, observadas as diretri-zes gerais pertinentes; III estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa cientca, produ-o artstica e atividades de extenso; IV xar o nmero de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigncias do seu meio; V elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonncia com as normas gerais atinentes; VI conferir graus, diplomas e outros ttulos; VII rmar contratos, acordos e convnios; VIII aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, servios e aquisies em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais; IX administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituio, nas leis e nos respectivos estatutos; X receber subvenes, doaes, heranas, legados e cooperao nanceira resultante de convnios com entidades pblicas e privadas. Pargrafo nico. Para garantir a autonomia didtico-cientca das univer-sidades, caber aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos oramentrios disponveis, sobre: I criao, expanso, modicao e extino de cursos; II ampliao e diminuio de vagas; III elaborao da programao dos cursos; IV programao das pesquisas e das atividades de extenso; V contratao e dispensa de professores; VI planos de carreira docente. Art. 54. As universidades mantidas pelo poder pblico gozaro, na forma da lei, de estatuto jurdico especial para atender s peculiaridades de sua

  • SrieLegislao48

    estrutura, organizao e nanciamento pelo poder pblico, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurdico do seu pessoal. 1 No exerccio da sua autonomia, alm das atribuies asseguradas pelo artigo anterior, as universidades pblicas podero: I propor o seu quadro de pessoal docente, tcnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salrios, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponveis; II elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as nor-mas gerais concernentes; III aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos re-ferentes a obras, servios e aquisies em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo poder mantenedor; IV elaborar seus oramentos anuais e plurianuais; V adotar regime nanceiro e contbil que atenda s suas peculiaridades de organizao e funcionamento; VI realizar operaes de crdito ou de nanciamento, com aprova-o do poder competente, para aquisio de bens imveis, instalaes e equipamentos; VII efetuar transferncias, quitaes e tomar outras providncias de ordem oramentria, nanceira e patrimonial necessrias ao seu bom desempenho. 2 Atribuies de autonomia universitria podero ser estendidas a insti-tuies que comprovem alta qualicao para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliao realizada pelo poder pblico. Art. 55. Caber Unio assegurar, anualmente, em seu oramento geral, recursos sucientes para manuteno e desenvolvimento das instituies de educao superior por ela mantidas. Art. 56. As instituies pblicas de educao superior obedecero ao prin-cpio da gesto democrtica, assegurada a existncia de rgos colegiados deliberativos, de que participaro os segmentos da comunidade institucio-nal, local e regional. Pargrafo nico. Em qualquer caso, os docentes ocuparo setenta por cen-to dos assentos em cada rgo colegiado e comisso, inclusive nos que tratarem da elaborao e modicaes estatutrias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 49

    67Art. 57. Nas instituies pblicas de educao superior, o professor car obrigado ao mnimo de oito horas semanais de aulas.

    CAPTULO V DA EDUCAO ESPECIAL

    Art. 58. Entende-se por educao especial, para os efeitos desta lei, a moda-lidade de educao escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 1 Haver, quando necessrio, servios de apoio especializado, na escola regular, para atender s peculiaridades da clientela de educao especial. 2 O atendimento educacional ser feito em classes, escolas ou servios especializados, sempre que, em funo das condies especcas dos alu-nos, no for possvel a sua integrao nas classes comuns de ensino regular. 3 A oferta de educao especial, dever constitucional do Estado, tem in-cio na faixa etria de zero a seis anos, durante a educao infantil. Art. 59. Os sistemas de ensino asseguraro aos educandos com necessida-des especiais: I currculos, mtodos, tcnicas, recursos educativos e organizao especcos, para atender s suas necessidades; II terminalidade especca para aqueles que no puderem atingir o n-vel exigido para a concluso do ensino fundamental, em virtude de suas decincias, e acelerao para concluir em menor tempo o programa esco-lar para os superdotados; III professores com especializao adequada em nvel mdio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integrao desses educandos nas classes comuns; IV educao especial para o trabalho, visando a sua efetiva integrao na vida em sociedade, inclusive condies adequadas para os que no revela-rem capacidade de insero no trabalho competitivo, mediante articulao com os rgos ociais ans, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas reas artstica, intelectual ou psicomotora; V acesso igualitrio aos benefcios dos programas sociais suplementares disponveis para o respectivo nvel do ensino regular.

    67 Conforme o art. 3 do Decreto n 2.668, de 13-7-1998, aos docentes servidores ocupantes de cargo em comisso e funo de conana no se aplica o disposto nesse artigo.

  • SrieLegislao50

    Art. 60. Os rgos normativos dos sistemas de ensino estabelecero crit-rios de caracterizao das instituies privadas sem ns lucrativos, espe-cializadas e com atuao exclusiva em educao especial, para ns de apoio tcnico e nanceiro pelo poder pblico. 68Pargrafo nico. O poder pblico adotar, como alternativa preferencial, a ampliao do atendimento aos educandos com necessidades especiais na prpria rede pblica regular de ensino, independentemente do apoio s ins-tituies previstas neste artigo.

    TTULO VI DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAO

    69Art. 61. Consideram-se profissionais da educao escolar bsica os que, nela estando em efetivo exerccio e tendo sido formados em cursos reco-nhecidos, so:I professores habilitados em nvel mdio ou superior para a docncia na educao infantil e nos ensinos fundamental e mdio;II trabalhadores em educao portadores de diploma de pedagogia, com habilitao em administrao, planejamento, superviso, inspeo e orien-tao educacional, bem como com ttulos de mestrado ou doutorado nas mesmas reas;III trabalhadores em educao, portadores de diploma de curso tcnico ou superior em rea pedaggica ou afim.Pargrafo nico. A formao dos profissionais da educao, de modo a atender s especificidades do exerccio de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educao bsica, ter como fundamentos:I a presena de slida formao bsica, que propicie o conhecimento dos fundamentos cientficos e sociais de suas competncias de trabalho;II a associao entre teorias e prticas, mediante estgios supervisionados e capacitao em servio;III o aproveitamento da formao e experincias anteriores, em institui-es de ensino e em outras atividades.

    68 Pargrafo regulamentado pelo Decreto n 7.611, de 17-11-2011.69 Artigo com redao dada pela Lei n 12.014, de 6-8-2009.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 51

    70Art. 62. A formao de docentes para atuar na educao bsica far-se- em nvel superior, em curso de licenciatura, de graduao plena, em uni-versidades e institutos superiores de educao, admitida, como formao mnima para o exerccio do magistrio na educao infantil e nas quatro primeiras sries do ensino fundamental, a oferecida em nvel mdio, na modalidade Normal. 71 1 A Unio, o Distrito Federal, os estados e os municpios, em regime de colaborao, devero promover a formao inicial, a continuada e a capaci-tao dos profissionais de magistrio. 72 2 A formao continuada e a capacitao dos profissionais de magist-rio podero utilizar recursos e tecnologias de educao a distncia.73 3 A formao inicial de profissionais de magistrio dar preferncia ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educao a distncia.74Art. 63. Os institutos superiores de educao mantero: I cursos formadores de prossionais para a educao bsica, inclusive o curso normal superior, destinado formao de docentes para a educao infantil e para as primeiras sries do ensino fundamental; II programas de formao pedaggica para portadores de diplomas de educao superior que queiram se dedicar educao bsica; III programas de educao continuada para os prossionais de educao dos diversos nveis. Art. 64. A formao de prossionais de educao para administrao, pla-nejamento, inspeo, superviso e orientao educacional para a educao bsica, ser feita em cursos de graduao em pedagogia ou em nvel de ps-graduao, a critrio da instituio de ensino, garantida, nesta formao, a base comum nacional. Art. 65. A formao docente, exceto para a educao superior, incluir pr-tica de ensino de, no mnimo, trezentas horas.

    70 Artigo regulamentado pelo Decreto n 3.276, de 6-12-1999.71 Pargrafo acrescido pela Lei n 12.056, de 13-10-2009.72 Idem.73 Idem.74 Artigo regulamentado pelo Decreto n 3.276, de 6-12-1999.

  • SrieLegislao52

    Art. 66. A preparao para o exerccio do magistrio superior far-se- em nvel de ps-graduao, prioritariamente em programas de mestrado e doutorado. Pargrafo nico. O notrio saber, reconhecido por universidade com curso de doutorado em rea am, poder suprir a exigncia de ttulo acadmico. Art. 67. Os sistemas de ensino promovero a valorizao dos prossionais da educao, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistrio pblico:I ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e ttulos;II aperfeioamento prossional continuado, inclusive com licenciamento peridico remunerado para esse m; III piso salarial prossional; IV progresso funcional baseada na titulao ou habilitao, e na avalia-o do desempenho;V perodo reservado a estudos, planejamento e avaliao, includo na car-ga de trabalho;VI condies adequadas de trabalho.75 1 A experincia docente pr-requisito para o exerccio prossional de quaisquer outras funes de magistrio, nos termos das normas de cada sistema de ensino. 76 2 Para os efeitos do disposto no 5 do art. 40 e no 8 do art. 201 da Constituio Federal, so consideradas funes de magistrio as exerci-das por professores e especialistas em educao no desempenho de ati-vidades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educao bsica em seus diversos nveis e modalidades, includas, alm do exerccio da docncia, as de direo de unidade escolar e as de coordenao e as-sessoramento pedaggico.

    TTULO VII DOS RECURSOS FINANCEIROS

    Art. 68. Sero recursos pblicos destinados educao os originrios de: I receita de impostos prprios da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios; II receita de transferncias constitucionais e outras transferncias;

    75 Pargrafo nico transformado em 1 pela Lei n 11.301, de 10-5-2006.76 Pargrafo acrescido pela Lei n 11.301, de 10-5-2006.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 53

    III receita do salrio-educao e de outras contribuies sociais; IV receita de incentivos scais; V outros recursos previstos em lei.Art. 69. A Unio aplicar, anualmente, nunca menos de dezoito, e os esta-dos, o Distrito Federal e os municpios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas constituies ou leis orgnicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferncias constitucionais, na manu-teno e desenvolvimento do ensino pblico. 1 A parcela da arrecadao de impostos transferida pela Unio aos esta-dos, ao Distrito Federal e aos municpios, ou pelos estados aos respectivos municpios, no ser considerada, para efeito do clculo previsto neste ar-tigo, receita do governo que a transferir. 2 Sero consideradas excludas das receitas de impostos mencionadas neste artigo as operaes de crdito por antecipao de receita orament-ria de impostos. 3 Para xao inicial dos valores correspondentes aos mnimos estatu-dos neste artigo, ser considerada a receita estimada na lei do oramento anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de cr-ditos adicionais, com base no eventual excesso de arrecadao. 4 As diferenas entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente rea-lizadas, que resultem no no atendimento dos percentuais mnimos obriga-trios, sero apuradas e corrigidas a cada trimestre do exerccio nanceiro. 5 O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa da Unio, dos esta-dos, do Distrito Federal e dos municpios ocorrer imediatamente ao rgo responsvel pela educao, observados os seguintes prazos: I recursos arrecadados do primeiro ao dcimo dia de cada ms, at o vi-gsimo dia; II recursos arrecadados do dcimo primeiro ao vigsimo dia de cada ms, at o trigsimo dia; III recursos arrecadados do vigsimo primeiro dia ao nal de cada ms, at o dcimo dia do ms subsequente. 6 O atraso da liberao sujeitar os recursos a correo monetria e responsabilizao civil e criminal das autoridades competentes.Art. 70. Considerar-se-o como de manuteno e desenvolvimento do en-sino as despesas realizadas com vistas consecuo dos objetivos bsicos

  • SrieLegislao54

    das instituies educacionais de todos os nveis, compreendendo as que se destinam a: I remunerao e aperfeioamento do pessoal docente e demais prossionais da educao; II aquisio, manuteno, construo e conservao de instalaes e equipamentos necessrios ao ensino; III uso e manuteno de bens e servios vinculados ao ensino; IV levantamentos estatsticos, estudos e pesquisas visando precipuamen-te ao aprimoramento da qualidade e expanso do ensino; V realizao de atividades-meio necessrias ao funcionamento dos siste-mas de ensino; VI concesso de bolsas de estudo a alunos de escolas pblicas e privadas; VII amortizao e custeio de operaes de crdito destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo; VIII aquisio de material didtico-escolar e manuteno de programas de transporte escolar.Art. 71. No constituiro despesas de manuteno e desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com: I pesquisa, quando no vinculada s instituies de ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que no vise, precipuamente, ao apri-moramento de sua qualidade ou sua expanso; II subveno a instituies pblicas ou privadas de carter assistencial, desportivo ou cultural; III formao de quadros especiais para a administrao pblica, sejam militares ou civis, inclusive diplomticos; IV programas suplementares de alimentao, assistncia mdico-odon-tolgica, farmacutica e psicolgica, e outras formas de assistncia social; V obras de infraestrutura, ainda que realizadas para beneciar direta ou indiretamente a rede escolar;VI pessoal docente e demais trabalhadores da educao, quando em desvio de funo ou em atividade alheia manuteno e desenvolvimento do ensino. Art. 72. As receitas e despesas com manuteno e desenvolvimento do ensi-no sero apuradas e publicadas nos balanos do poder pblico, assim como nos relatrios a que se refere o 3 do art. 165 da Constituio Federal.

  • Legislao Brasileira sobre Educao2 edio 55

    Art. 73. Os rgos scalizadores examinaro, prioritariamente, na presta-o de contas de recursos pblicos, o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituio Federal, no art. 60 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias e na legislao concernente.Art. 74. A Unio, em colaborao com os estados, o Distrito Federal e os municpios, estabelecer padro mnimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no clculo do custo mnimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade.Pargrafo nico. O custo mnimo de que trata este artigo ser calculado pela Unio ao nal d