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COMUNICADO ao MPF Situações em desacordo com a nova Lei de Residuos Sólidos Lei 12.305

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COMUNICADO ao MPF

Situações em desacordo com a nova Lei de Residuos Sólidos

Lei 12.305

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“COMUNICADO AO MPF SOBRE SITUAÇÃO DE

DESCUMPRIMENTO DAS LEIS AMBIENTAIS E PEDIDO

DE TOMADA DE PROVIDENCIAS PARA EXIGIR O

CUMPRIMENTO DAS MESMAS POR PARTE DAS

EMPRESAS FORNECEDORAS DE POSTES; TRAVESSAS 5

DE POSTES E DE DORMENTES DE MADEIRA

TRATADA, MAIS AS EMPRESAS FABRICANTES DE

PRODUTOS QUIMICOS PARA O TRATAMENTO DE

MADEIRAS, MAIS AS COMPANHIAS FERROVIARIAS E

TAMBÉM AS COMPANHIAS DE DISTRIBUIÇÃO 10

ELÉTRICA, ESTATAIS, PARAESTATAIS E PRIVADAS,

QUE UTILIZAM OS PRODUTOS ACIMA E QUE AINDA

NÃO SE CONFORMARAM À NOVA LEI DE RESIDUOS

SÓLIDOS”.

15

Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010: CAPÍTULO III - Das Responsabilidades dos Geradores e do Poder Público: Seção I - Disposições Gerais: ... 20 Art. 29o Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos. 25

Histórico

O tratamento de madeiras com produtos químicos para aumentar

a sua resistência à ação de fungos e outros agentes xilófagos e 30

conseqüentemente estender a sua vida útil quando utilizada para fabricar

dormentes para ferrovias e outras peças estruturais utilizadas em obras publicas

como pontes; postes de rua; travessas de postes; etc... que sofrem os efeitos da

exposição às intempéries e/ou o contato direto com o solo e a umidade sempre

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foi uma pratica comum amparada inclusive, há muitos anos, em exigência

legal.

Lei 4.797 de 20 de Outubro de 1965 Art. 1º. Passa a ser de uso obrigatório em todo o território 5

nacional, em serviços de utilidade pública explorados por

empresas estatais, paraestatais e privadas, destinados aos

transportes ferroviário e rodoviário, serviços telegráficos,

telefônicos e de fornecimento de eletricidade, o emprego de

madeiras preservadas, especialmente preparadas e 10

trabalhadas para esse fim.

No caso especifico da produção de dormentes para estradas de

ferro – que é o principal foco deste comunicado - o produto mais comumente

utilizado até o final do século passado era o Creosoto, mas desde então outro 15

produto, o CCA, tomou seu lugar como principal preservativo utilizado no

tratamento de madeiras e hoje é utilizado de forma quase homogênea pela

industria de tratamento de madeiras em geral.

Tanto o Creosoto quanto o CCA são produtos químicos tóxicos - 20

e também cancerígeno no caso do primeiro - e acabam, cedo ou tarde, por

contaminar os solos e os lençóis freáticos nas áreas onde os dormentes feitos

com madeiras tratadas são utilizados. Isto se dá por processos de exsudação

(afloramento do contaminante à superfície do dormente); lixiviação (lavagem

por águas de chuvas, enxurradas e enchentes que arrastam os compostos, 25

hidrossolúveis ou não, para o solo) e, finalmente, por decomposição do

próprio dormente, pois o tratamento não impede, mas apenas retarda a

deterioração natural da madeira exposta às intempéries e/ou em contato direto

com o solo. Abaixo algumas informações sobre a composição destes dois

produtos: 30

“O Creosoto mineral é uma mescla complexa, contendo mais de 160

substâncias orgânicas distintas seus principais constituintes podem ser

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classificados em três principais grupos (HUNT, 1967; MARTINEZ, 1952):

a) hidrocarbonetos aromáticos - que possuem apenas átomos de

hidrogênio e carbono na sua estrutura química;constituem até 90% em

volume do creosoto e compreendem compostos de várias séries das quais

as mais importantes são a benzênica (benzeno, tolueno e xileno) , a 5

naftalênica (naftaleno e homólogos) e os hidrocarbonetos aromáticos

polinucleares (fenantreno, fluoreno e antraceno);

b) ácidos de alcatrão - estruturas fenólicas com ou sem cadeias

secundárias sempre com uma hidroxila (OH) presa ao anel benzênico

representam cerca de 5% do creosoto total e, no sentido químico, não são 10

verdadeiros ácidos. Os principais compostos deste grupo são os fenóis,

cresóis, xilenóis e naftóis;

c) bases de alcatrão - constituídas principalmente pelos compostos

orgânicos aromáticos são substâncias que possuem caráter básico quando

em solução. As bases não excedem a 5% do creosoto, e são constituídas 15

por compostos aromáticos nos quais um átomo de carbono foi substituído

por um átomo de nitrogênio, como a piridina, a quinolina e a acridina.

O Creosoto pode ainda ser aditivado com outras substancias tóxicas

como sais orgânicos tóxicos específicos (cúpricos, arsênicos, etc...);

pentaclorofenol; naftenato de cobre; trióxido de arsênico; etc… 20

O CCA por sua vez é composto por Cromo + Cobre + Arsênico que é

uma substancia tóxica que tem efeito cumulativo, ou seja, que uma vez

ingerido permanece nos organismos vivos sem ser metabolizado e

eliminado.” 25

Como se pode depreender destas informações, a madeira usada

contaminada por qualquer um destes produtos constitui um resíduo sólido

perigoso pelas definições da Norma vigente (Anexo 01 – ABNT NBR 10.004 -

Excertos) que necessita de manipulação e destinação adequadas para evitar os 30

danos que pode causar ao meio ambiente e à saúde publica quando manipulada

ou usada indevidamente.

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Cada dormente pode absorver, em média, 10Kg de Creosoto

(anexo 02 – Quantidade de Preservativos Impregnado na madeira) e nos

28.000 (vinte e oito mil) Km de ferrovia instaladas no Brasil existem

aproximadamente 51.000.000 (cinqüenta e um milhões) de dormentes

impregnados com aproximadamente 510 milhões de Kg de Creosoto. Para 5

ajudar a ter uma idéia do volume que isto representa basta dizer que daria para

encher 51.000 (cinqüenta e um mil) caminhões tanque com capacidade para

10.000 (dez mil) Lts que, enfileirados, cobririam uma distancia de +/- 1.000

(um mil) Km! E esta é uma estimativa bastante conservadora tendo em vista

que ela só considera os dormentes que estão instalados e ainda em uso e ignora 10

o enorme volume acumulado de dormentes usados que são periodicamente

substituídos por novos a uma taxa anual de aproximadamente 2~3% do total

(entre um milhão e um milhão e meio de dormentes) e que são descartados

como “inservíveis”. Estes dormentes usados, “in natura” ou já transformados

em outros produtos, podem chegar a 30~50% do numero de dormentes 15

atualmente instalados nas ferrovias, ou seja, aproximadamente 15~25 milhões

de unidades, o que adiciona mais 150~250 milhões de Kg de contaminantes

ao cenário existente e que inexoravelmente irão contaminar os solos e os

lençóis freáticos ao longo das ferrovias e de vários outros locais quando a

madeira do dormente terminar de se decompor. Para concluir este raciocínio, 20

deve-se considerar ainda que este processo já vem se repetindo há mais de um

século e que, por extrapolação, as quantidades estimadas de contaminantes

acima mencionadas já devem ter sido despejadas na natureza por pelo menos

duas ou três vezes neste período, ou seja, de 1 a 1.5 bilhões de Lts de

Creosoto! (Anexo 03 – Índice editado de Aulas escritas do professor 25

Alexandre Florian da Universidade de Brasília)

Providencias necessárias

Pelo enorme volume de contaminantes contidos na madeira dos 30

dormentes; postes e travessas de postes, novos e usados, pela sua toxicidade e

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pelo seu potencial de causar danos ao meio ambiente e à saúde publica, é

necessário que um olhar mais atento seja lançado sobre este problema

especifico e que as medidas já previstas em Lei sejam rigorosamente

implementadas o quanto antes, assim como a promulgação de regulamentações

adicionais que porventura forem necessárias. 5

Apenas a titulo de ilustração, vale lembrar que a legislação

Européia (Anexo 04) que é baseada na Convenção da Basiléia e na combinação

da legislação local de cada um de seus paises membros, contém restrições

explicitas ao uso de madeira tratada com Creosoto ou com CCA, restringindo 10

seu uso apenas para a fabricação de dormentes, postes, barragens, estruturas

subterrâneas ou submersas. Madeiras usadas provenientes destas fontes, só

podem ser reutilizadas nestas mesmas aplicações permitidas por Lei para

madeiras novas tratadas de acordo com especificações rígidas. Em vários

paises da União Européia a venda de produtos de uso comum contaminados 15

com Creosoto é proibida e a transgressão pode ser punida com pena de até 2

anos de reclusão (Anexo 05 – e-mails Câmaras de Comercia Italiana e

Portuguesa).

Como o Brasil também é signatário da mesma Convenção da 20

Basiléia (Anexo 06 - Decreto nº 875, de 19 de julho de 1993) é natural,

portanto, que com a promulgação da Nova Lei de Resíduos Sólidos - que se

assemelha em vários aspectos à legislação Européia e já está em vigor desde o

dia 2 de Agosto de 2010 - se espere a tomada de medidas semelhantes aqui no

Brasil em relação ao Creosoto e ao CCA (e também a todas as outras 25

substancias tóxicas).

Aqui abaixo há alguns trechos transcritos da nova Lei de

Resíduos Sólidos (Anexo 07 - Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010) e também

alguns comentários pontuais acerca da situação atual dos dormentes usados 30

descartados pelas companhias ferroviárias e que, segundo meu entendimento,

está em total desacordo com a mesma:

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TÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I - Do Objeto e do Campo de Aplicação. Art. 1o Esta lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos... 5

§ 1o Estão sujeitas à observância desta lei as pessoas

físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,

responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração

de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações

relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de 10

resíduos sólidos.

TÍTULO II DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO II - Dos Princípios e Objetivos. 15 Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I – a prevenção e a precaução; ... VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de 20

vida dos produtos;

Atualmente não há por parte dos fabricantes e vendedores de

dormentes de madeira tratada nenhum plano de coleta e destinação dos mesmos

ao final de sua vida útil e nem tampouco de reciclagem ou tratamento da 25

madeira contaminada.

Os fabricantes; importadores e vendedores de produtos químicos

utilizados no tratamento de madeiras também não têm atualmente nenhuma

participação efetiva na solução do problema representado pelo passivo 30

ambiental que constituem as madeiras tratadas com seus produtos ao final de

sua vida útil, não importando para qual finalidade ela foi produzida: postes,

dormentes, travessas de postes, pontes, etc...

As empresas de ferrovia tampouco têm qualquer plano de 35

destinação para seus dormentes usados e com freqüência eles são simplesmente

abandonados ao longo das vias para terminar de se decompor ou então são

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vendidos indiscriminadamente para terceiros – que em muitos casos são

pessoas de baixo nível social e não têm nem mesmo a necessária capacidade de

compreensão da periculosidade do Creosoto ou do CCA - sem qualquer

qualificação para manipular este tipo de material, o que acaba acarretando

conseqüências desastrosas como se verá mais abaixo. 5

O mesmo ocorre com os postes e as travessas de postes usados

que são vendidos sem nenhum critério a qualquer pessoa, física ou jurídica, que

se dispuser a compra-los. 10

Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;

II – não geração, redução, reutilização, reciclagem e

tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição 15

final ambientalmente adequada dos rejeitos;

... V – redução do volume e da periculosidade dos resíduos

perigosos;

... 20 TÍTULO III - DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS CAPÍTULO I - Disposições Preliminares. ... Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, 25

deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não

geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos

resíduos sólidos e disposição final ambientalmente

adequada dos rejeitos. 30

A redução da geração de resíduos sólidos na forma de dormentes

usados “inservíveis” por parte das empresas ferroviárias pode ser feita através

do investimento em pesquisa e desenvolvimento de técnicas e processos de

preservação e de proteção mais eficientes e menos tóxicos do que os

empregados atualmente ou ainda pelo emprego de outros materiais que têm 35

durabilidade muito maior, como plástico ou concreto, ou até mesmo a

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combinação destes e/ou de outros materiais para obter um produto mais

duradouro do que a madeira, tratada ou não.

A reutilização de dormentes, postes e travessas de postes usados

para outras finalidades como, por exemplo, mourões de cerca; jardinagem; 5

pavimentação de caminhos; etc... não é desejável pois a contaminação dos

solos e dos lençóis freáticos acabará acontecendo da mesma forma, havendo

apenas mudança do local onde isto ocorrerá, além do risco de também ocorrer

contaminação de homens e animais em contato direto e constante com estes

objetos durante toda sua “nova” vida útil e também de vegetais comestíveis 10

cultivados próximos a eles.

A madeira contaminada dos dormentes usados, assim como de

qualquer outra proveniência (postes, travessas, etc...) pode ser reciclada para,

por exemplo, produzir novos dormentes conforme pode ser constatado no 15

pedido de patente publicado pelo INPI e anexado a este comunicado (Anexo 08

– Pedido de Patente BR-PI-0702708A2). Outras aplicações semelhantes, ou

seja, onde madeira tratada pode ou deve ser usada também são possíveis.

Da mesma forma o tratamento da madeira contaminada para 20

torna-la segura ao contato humano direto e constante também é possível

conforme se pode ver no pedido de patente em anexo (Anexo 09 – Pedido de

Patente WPC protocolado no INPI – manter sigilo até sua publicação) e torna

possível a reciclagem para varias outras finalidades além da mencionada acima. 25

Apesar de não desejável, devido ao fato de lançar gases do efeito

estufa na atmosfera, a disposição final ambientalmente adequada também é

possível caso os dormentes usados sejam queimados em fornos que atinjam

temperatura igual ou superior a 1.200°C, longo tempo de residência dos gases e

alta turbulência, fundamentais para garantir a oxidação térmica dos resíduos 30

tóxicos (Anexo 11 - Recomendação do MPE de MG). De qualquer forma,

conforme reza o Art. 9o, esta opção vem em ultimo lugar e, segundo a Lei

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12.305, é reservada apenas aos rejeitos que não têm mais nenhuma

possibilidade de reuso; de reciclagem ou de tratamento.

Art. 13o Para os efeitos desta lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação: 5

I – quanto à origem: ... j) resíduos de serviços de transportes: os

originários de portos, aeroportos, terminais

alfandegários, rodoviários e ferroviários e 10

passagens de fronteira;

... II – quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de

suas características de inflamabilidade, 15

corrosividade, reatividade, toxicidade,

patogenicidade, carcinogenicidade,

teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam

significativo risco à saúde pública ou à qualidade

ambiental, de acordo com lei, regulamento ou 20

norma técnica;

Os dormentes usados podem ser incluídos nas duas categorias

acima e os postes e travessas de postes se enquadram na segunda categoria. 25 CAPÍTULO II – Dos Planos de Resíduos Sólidos. Seção IV - Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Art. 19o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: 30

I – diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados

no respectivo território, contendo a origem, o volume, a

caracterização dos resíduos e as formas de destinação e

disposição final adotadas;

... 35 XVIII – identificação dos passivos ambientais

relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas

contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;

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Em função tanto do enorme volume como do alto risco para a

saúde publica e para o meio ambiente que os dormentes; postes de madeira e

travessas de postes usados representam, é importante que se notifique e que se

cobre a ação de todos os órgãos públicos (Prefeituras, Secretarias do Meio 5

Ambiente, IBAMA, ANVISA, etc...) envolvidos na implementação e fiscalização

da nova Lei de Resíduos Sólidos para que estes tomem cada um suas

respectivas providencias no sentido de assegurar o completo cumprimento da

Lei por parte das empresas que geram estes resíduos sólidos perigosos assim

como de todos os envolvidos em seu ciclo de vida, desde a fabricação até a 10

disposição final.

Seção V - Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Art. 20o Estão sujeitos à elaboração de plano de

gerenciamento de resíduos sólidos: 15

II – os estabelecimentos comerciais e de prestação de

serviços que:

a) gerem resíduos perigosos;

b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como

não perigosos, por sua natureza, composição ou 20

volume, não sejam equiparados aos resíduos

domiciliares pelo poder público municipal;

Como está claro no texto da Lei 12.305, as companhias

ferroviárias deverão elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos 25

que inclua, além de outros itens que porventura tenham que ser relacionados,

os dormentes usados que são periodicamente substituídos por novos conforme

estabelecido no Art. 20o acima transcrito, assim como as empresas de

distribuição elétrica que também utilizam madeira tratada em postes e travessas

de postes. (Anexo 01 – ABNT NBR 10.004 – excertos) 30

CAPÍTULO III - Das Responsabilidades dos Geradores e do

Poder Público Seção II - Da Responsabilidade Compartilhada

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Art. 30o É instituída a responsabilidade compartilhada pelo

ciclo de vida dos produtos...

Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de

vida dos produtos tem por objetivo:

... 5 II – promover o aproveitamento de resíduos sólidos,

direcionando- os para a sua cadeia produtiva ou para

outras cadeias produtivas;

III – reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de

materiais, a poluição e os danos ambientais; 10

Conforme já ficou demonstrado mais acima, é perfeitamente

possível tanto a reciclagem quanto o tratamento das madeiras usadas

contaminadas com produtos tóxicos de forma a evitar que estas sejam

abandonados a céu aberto ao longo das ferrovias ou a sua disposição final 15

como bio-combustivel em fornos, apropriados ou não, o que, nos dois casos,

polui e também ocasiona a liberação de gases do efeito estufa.

CAPÍTULO IV – Dos Resíduos Perigosos.

Art. 37o A instalação e o funcionamento de 20

empreendimento ou atividade que gere ou opere com

resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou

licenciados pelas autoridades competentes se o responsável

comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica,

além de condições para prover os cuidados necessários ao 25

gerenciamento desses resíduos.

Art. 38o As pessoas jurídicas que operam com resíduos

perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são

obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de

Operadores de Resíduos Perigosos. 30

Conforme determina a Lei 12.305, é necessário obrigar todas as

empresas que recebem dormentes, postes e travessas de postes usados a se

registrarem no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos e, além

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de apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, comprovar

também sua capacidade técnica para manipular e processar as madeiras

contaminadas dos mesmos, assim como dar uma destinação final

ambientalmente correta a seus rejeitos. 5 CAPÍTULO VI - Das Proibições

Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou

disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:

I – lançamento em praias, no mar ou em quaisquer

corpos hídricos; 10

II – lançamento in natura a céu aberto, excetuados os

resíduos de mineração;

III – queima a céu aberto ou em recipientes, instalações

e equipamentos não licenciados para essa finalidade;

... 15

TÍTULO IV - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E

FINAIS

Art. 53. O § 1o do art. 56 da Lei no 9.605, de 12 de

fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 56... 20

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

I – abandona os produtos ou substâncias referidos

no caput ou os utiliza em desacordo com as normas

ambientais ou de segurança;

II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, 25

transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a

resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida

em lei ou regulamento.

Apesar destes dormentes de madeira tratada usados serem um 30

passivo ambiental para as empresas que os utilizam, até hoje, eles normalmente

ainda são, em grande parte, abandonados para se decompor ao longo das vias

no final de sua vida útil, ocasionando a contaminação dos solos e dos lençóis

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freáticos destes locais (Anexo 10 - Contaminação Do Solo Com Antraceno E

Creosoto).

Quando os dormentes usados são substituídos por novos, apenas

uma parte deles é coletada e transportada para pátios de depósito onde são 5

então vendidos como “inservíveis”, sem nenhum critério, para terceiros que por

sua vez os utilizam ou para uso próprio ou os revendem “in natura” - e sem

qualquer aviso quanto à contaminação da madeira - para consumidores finais.

Outro fim que os dormentes usados normalmente têm é a queima ao ar livre;

em fornos de cerâmica; em fornos de cal; etc... (Anexo 11 - Recomendação do 10

MPE de MG) ou ainda são indevidamente utilizados na produção de assoalhos;

decks; móveis; objetos de decoração e outros produtos de uso comum (Anexo

12 - Denuncia ao NUCRISA).

A denuncia acima é um exemplo emblemático da necessidade 15

urgente de se lançar um olhar mais atento para este problema e evitar que a

manipulação indevida deste tipo de material e o seu emprego irresponsável na

fabricação de objetos de uso comum continuem a representar, respectivamente,

um risco ao meio ambiente e à saúde publica. É urgente, a meu ver, a

necessidade de se identificar explicitamente os dormentes, postes e travessas de 20

postes usados, tratados com Creosoto ou com CCA, como um resíduo sólido

perigoso e dar-lhes uma destinação adequada conforme a Lei.

Dada ainda a dificuldade de se comprovar tanto a origem da

madeira quanto a sua contaminação após esta ser beneficiada e transformada 25

em produtos - ou ainda queimada - a livre comercialização de dormentes;

postes e travessas de postes usados e contaminados com produtos químicos

tóxicos e/ou cancerígenos deve ser impedida imediatamente e a conformação à

nova Lei de Resíduos Sólidos de todas as empresas envolvidas no ciclo de vida

destes produtos deve ocorrer o quanto antes. 30

Ainda com relação à real possibilidade de haver uma variação no

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nível de contaminação de um dormente para outro, devido a vários fatores

como espécie de madeira, processo de tratamento, profundidade impregnada,

etc... há que se levar em consideração a dificuldade técnica e o alto custo de se

determinar estes dados - o que torna inviável fazer este processo de forma

rotineira – e, por segurança, deve-se considera-los todos como altamente 5

contaminados, ou seja, contendo o correspondente a aproximadamente 10~15%

do peso bruto do dormente usado. Isto corresponde a +/-3 Kg de Creosoto a

cada metro linear de dormente! (Anexo 02 – Quantidade de preservativos na

madeira). 10

Quando utilizadas na fabricação de produtos de uso comum as

madeiras contaminadas com Creosoto ou CCA representam um real risco de

contaminação de pessoas e animais domésticos. A contaminação pelos

produtos tóxicos comumente utilizados no tratamento de madeiras pode levar

ao desenvolvimento de câncer e de varias outras doenças, sendo que alguns 15

elementos têm efeito cumulativo no organismo dos seres vivos como é o caso

do Cromo e do Arsênio.

Até hoje não existia nenhuma regulamentação que obrigasse dar

uma destinação ambientalmente correta a estes produtos após sua vida útil 20

expirar e por esta razão é importante que a nova Lei de Resíduos Sólidos seja

aplicada de forma eficaz a este mercado de forma geral, ou seja, incluindo toda

a sua cadeia produtiva, desde os fabricantes de produtos químicos utilizados no

tratamento de madeiras aos fabricantes de dormentes; postes; travessas de

postes; etc... aos prestadores de serviço que executam o tratamento de madeiras 25

para terceiros aos compradores e usuários finais destes produtos: empresas

ferroviárias; concessionárias de distribuição de energia elétrica; construtoras e

empreiteiras publicas; etc... que atualmente ainda lucram com a venda

irresponsável deste tipo de passivo ambiental. 30

É imperativo que somente empresas registradas no Cadastro

Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos possam receber; manipular e

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processar este tipo de material e é importante também que algum mecanismo

de controle seja implementado para que se possa ter uma “conta corrente”

comparando a quantidade de dormentes novos que são instalados mensalmente

e a quantidade de dormentes usados que são retirados para dar lugar aos novos.

Este tipo de controle será muito mais fácil de implementar do que uma vistoria 5

física periódica de toda a extensão de cada ferrovia ou de cada linha de

transmissão elétrica no caso dos postes e travessas. Esta vistoria física seria

necessária apenas uma vez, por ocasião do levantamento acurado de todos os

resíduos sólidos gerados que faz parte do Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos a ser preparado por cada empresa que for obrigada a faze-lo. 10

Finalmente, tão importante quanto impor e fiscalizar o

cumprimento das Leis ambientais (Anexo 13 - Legislação, Portarias,

Instruções Normativas, etc...) por parte destas empresas é incentivar a

conformação voluntária oferecendo incentivos fiscais e disponibilizando linhas 15

de crédito, que a própria Lei 12.305 prevê, para viabilizar a mudança de

paradigma que a nova legislação impõe e os custos iniciais relativamente altos

que em alguns casos isto acarretará, como, por exemplo, neste caso especifico,

os investimentos necessários para priorizar a reciclagem da madeira

contaminada dos dormentes, postes e travessas de postes usados e reduzir ao 20

máximo o volume de rejeitos que deverão ser queimados em fornos

autorizados a realizar a queima deste tipo de material.

Aproveito ainda para solicitar anonimato por ocasião das

tomadas de providencias que se julgar necessárias e da eventual divulgação 25

deste documento além de possíveis solicitações de vistas por terceiros.

Atenciosamente,

__________________________ 30 Paulo Mendonça de Melo

RG 9.908.896-4 / CPF 035.182.458-80

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ANEXO 01

ABNT NBR 10.004 excertos

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Resíduos sólidos – Classificação Palavra-chave: Resíduo sólido ICS 13.030.10 Número de referência ABNT NBR 10004:2004

NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 10004 Segunda edição 31.05.2004

Válida a partir de 30.11.2004

... 3 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições:

3.1 resíduos sólidos: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição...

3.2 periculosidade de um resíduo: Característica apresentada por um resíduo que, em função de

suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar:

a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices;

b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.

... 3.4 agente tóxico: Qualquer substância ou mistura cuja inalação, ingestão ou absorção cutânea tenha

sido cientificamente comprovada como tendo efeito adverso (tóxico, carcinogênico, mutagênico,

teratogênico ou ecotoxicológico).

... 3.8 agente carcinogênico: Substâncias, misturas, agentes físicos ou biológicos cuja inalação ingestão

e absorção cutânea possa desenvolver câncer ou aumentar sua freqüência. O câncer é o resultado de

processo anormal, não controlado da diferenciação e proliferação celular, podendo ser iniciado por

alteração mutacional.

... 4.2 Classificação de resíduos Para os efeitos desta Norma, os resíduos são classificados em: a) resíduos classe I - Perigosos;

b) resíduos classe II – Não perigosos;

– resíduos classe II A – Não inertes.

– resíduos classe II B – Inertes.

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4.2.1 Resíduos classe I - Perigosos Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em 3.2, ou uma das características descritas em 4.2.1.1 a 4.2.1.5, ou constem nos anexos A ou B.

...

4.2.1.4 Toxicidade Um resíduo é caracterizado como tóxico se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT

NBR 10007, apresentar uma das seguintes propriedades:

a) quando o extrato obtido desta amostra, segundo a ABNT NBR 10005, contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores constantes no anexo F. Neste caso, o resíduo deve ser caracterizado como tóxico com base no ensaio de lixiviação, com código de identificação constante no anexo F; b) possuir uma ou mais substâncias constantes no anexo C e apresentar toxicidade. Para

avaliação dessa toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores:

― natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo;

― concentração do constituinte no resíduo;

― potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para migrar do

resíduo para o ambiente, sob condições impróprias de manuseio;

― persistência do constituinte ou qualquer produto tóxico de sua degradação;

― potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para degradar-se

em constituintes não perigosos, considerando a velocidade em que ocorre a degradação;

― extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, é capaz de

bioacumulação nos ecossistemas;

― efeito nocivo pela presença de agente teratogênico, mutagênico, carcinogênco ou ecotóxico,

associados a substâncias isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as substâncias constituintes

do resíduo;

c) ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos anexos D ou E; d) resultar de derramamentos ou de produtos fora de especificação ou do prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes nos anexos D ou E; e) ser comprovadamente letal ao homem; f) possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do resíduo que demonstrem uma DL50 oral para ratos menor que 50 mg/kg ou CL50 inalação para ratos menor que 2 mg/L ou uma DL50 dérmica para coelhos menor que 200 mg/kg. Os códigos destes resíduos são os identificados pelas letras P, U e D, e encontram-se nos anexos D, E e F.

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Anexo A - (normativo) - Resíduos perigosos de fontes não específicas Código F004Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Os seguintes solventes não halogenados usados: cresóis, ácido cresílico e nitrobenzeno, além de resíduos originados no processo de recuperação destes solventes ou de misturas que os contenham.

Cresóis, ácido cresílico e Nitrobenzeno.

Tóxico

Código F005 Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Os seguintes solventes não halogenados usados: tolueno, metiletilcetona, dissulfeto de carbono, metil-1-propanol (isobutanol), piridina, benzeno, 2-etoxietanol e 2-nitropropano, além de resíduos originados no processo de recuperação destes solventes ou de misturas que os contenham.

Tolueno, metiletilcetona, dissulfeto de carbono, piridina, isobutanol, 2- etoxietanol, benzeno, 2-nitropropano Inflamável.

Tóxico

Código F032 Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Efluentes líquidos e resíduos originados no processo de preservação da madeira, provenientes de plantas que utilizam ou tenham utilizado formulações clorofenólicas. Esta listagem não inclui lodos K001 do anexo B do tratamento de efluentes líquidos dos processos de preservação da madeira que utilizam creosoto e/ou pentaclorofenol

Benzo(a)antraceno; benzo(a)pireno; dibenzo(a,h)antraceno; indeno(1,2,3-cd)pireno: pentaclorofenol; arsênio; cromo; tetra-, penta-,hexa- e heptaclorodibenzo-p-dioxinas; tetra-, penta-, hexa- e heptaclorodibenzofuranos.

Tóxico

Código F034 Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Efluentes líquidos e resíduos originados no processo de preservação da madeira, provenientes de plantas que utilizam formulações contendo creosoto. Esta listagem não inclui lodo K001 do anexo B, do tratamento de efluentes líquidos dos processos de preservação da madeira que usam creosoto e/ou pentaclorofenol.

Benzo(a)antraceno; benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno; dibenzo(a,h)antraceno; indeno (1,2,3-cd)pireno; naftaleno; arsênio; cromo.

Tóxico

F035

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Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Efluentes líquidos e resíduos originados no processo de preservação da madeira, provenientes de plantas que utilizam conservantes inorgânicos contendo arsênio ou cromo. Esta listagem não inclui lodo K001 do anexo B, do tratamento de efluentes líquidos dos processos de preservação da madeira que usam creosoto e/ou pentaclorofenol.

Arsênio; cromo; chumbo.

Tóxico

Anexo B - (normativo) - Resíduos perigosos de fontes específicas Preservação de madeira Código K001Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Lodos provenientes do fundo de tanques de tratamento de efluentes líquidos originados nos processos de preservação de madeira que utilizam creosoto e/ou pentaclorofenol.

Triclorofenóis, tetraclorofenóis, pentaclorofenol, fenol, 2-clorofenol, p-cloro-m-cresol, 2,4-dimetilfenol, 2,4-dinitrofenol, creosoto, criseno, naftaleno, fluoranteno, benzo(b)fluoranteno, benzo(a)pireno, indeno(1,2,3-c,d)pireno, benzo(a)antraceno, dibenzo(a)antraceno, acenaftaleno

Tóxico

Pesticidas Código K035 Resíduo perigoso

Constituintes perigosos

Periculosidade

Lodos provenientes do tratamento de efluentes líquidos originados no processo de produção de creosoto

Creosoto, criseno, naftaleno, fluoranteno, benzo(b)fluoranteno, benzo(a)pireno, indeno- (1,2,3,c,d)-pireno, benzo(a)antraceno, dibenzo(a)antraceno, acenaftaleno

Tóxico

Anexo C - (normativo) - Substâncias que conferem periculosidade aos resíduos Nome comum

Outra denominação

Código de Identificação CAS- ChemicalAbstract Substance

Creosoto U051 8001-58-9 Cresol Metil fenol

U052

1319-77-3

Ácido arsênico P010 7778-39-4

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Arsênio 7440-38-2 Benzeno U019 71-43-2 Tolueno Toluenodiamina U220 108-88-3 Naftaleno U165 91-20-3 Piridina U196 110-86-1 Cromo 7440-47-3 Benzo(a)pireno 3,4-Benzopireno U022 50-32-8 Anexo D - (normativo) - Substâncias agudamente tóxicas Substâncias

Código de identificação CAS - Chemical Abstract Substance

Ácido arsênico P010 7778-39-4

Anexo E - (normativo) - Substâncias tóxicas Substâncias

Código de identificação CAS - Chemical Abstract Substance

Benzeno U019 71-43-2 Benzo[a]antraceno U018 56-55-3 Creosoto U051 8001-58-9 Cresol U052 1319-77-3 Xilenos U239 Tolueno U220 108-88-3 Toluenodiamina U221 25376-45-8 Naftaleno U165 91-20-3 Piridina U196 110-86-1

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ANEXO 02

Quantidade de Preservativos Impregnados na Madeira

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

CAMPUS EXPERIMENTAL DE ITAPEVA

ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA

PRESERVAÇÃO DA MADEIRA (Notas de aula)

Prof. Ricardo Marques Barreiros

1

PRESERVATIVOS DE MADEIRA

Preservativos de madeira é toda e qualquer substância ou formulação química capaz de provocar o envenenamento dos nutrientes celulares da madeira, tornando-a resistente ao ataque e desenvolvimento de organismos xilófagos.

1. Propriedades que os Preservativos de Madeira devem apresentar:

- ser tóxico a um grande número de organismos xilófagos; - ter baixa toxidez aos organismos não xilófagos; - possuir ação duradoura; - possuir alta fixação na madeira; - não alterar as características da madeira; - não provocar alterações nos materiais que estejam em contato com a

madeira; - de preferência, ser incolor, inodoro e insípido; - não ser inflamável e; - econômico e de fácil obtenção no mercado.

Dificilmente encontraremos um preservativo que reúna todas estas

características, entretanto dependendo do tipo de material a ser tratado somente algumas destas características serão necessárias.

Creosoto

Um dos mais eficientes preservativos de madeira. Entretanto, deixa a madeira escurecida e oleosa, impedindo a aplicação de acabamento (tinta, verniz, etc.).

Compostos de Boro

Um dos preservativos de madeira de mais baixa toxidez ao homem. Entretanto, não se fixam na madeira adequadamente.

Compostos de Cobre

Apresentam problemas de corrosão em metais, principalmente o alumínio.

2. Tipos de Preservativos de Madeira

Dependendo do tipo de solvente utilizado na diluição da solução preservativa, teremos dois tipos de preservativos. Os que utilizam óleo como solvente, são chamados de preservativos oleossolúveis, e aqueles que utilizam água são denominados de preservativos hidrossolúveis.

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ENGENHARIA INDUSTRIAL MADEIREIRA

PRESERVAÇÃO DA MADEIRA (Notas de aula)

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2

2.1. Preservativos Oleosos* ou Oleossolúveis Compostos orgânicos ou inorgânicos + solventes orgânicos oleosos ou voláteis a) *Alcatrão (Alcatrão de hulha)

-Fração gasosa (gás caseiro) -Fração líquida ⇒ Águas amoniacais -Fração sólida ⇒ Alcatrão

Carvão Mineral (Hulha)

Carbonização

da Hulha a 1000ºC

⇒ Coque

Alcatrão ⇒ Destilação seca ⇒ Óleos

Fração/Óleos Ponto Ebulição ºC Principal componente Leve até 150 Benzeno, tolueno, xilenos, ... Médio 150 a 210 Fenóis comuns, Piridino, naftaleno, ...

Pesado 210 a 270 Creosóis, naftais, ... Verde 270 a 400 Antraceno, fenantreno, ...

b) *Creosoto

- é considerado o mais antigo preservativo de madeiras; - obtido normalmente através da destilação de alcatrão de hulha (190ºC a

250ºC); - um dos mais eficientes preservativos de madeira, principalmente a fungos,

cupins e perfuradores marinhos; - substância oleosa de cor escura, repelente a água; - contém uma mistura de cerca de 200 substâncias diferentes; - basicamente hidrocarbonetos(90%), ácidos e bases de alcatrão (3 a 5%); - solúvel em óleo queimado ou óleo de petróleo; - não provoca corrosão em metais, ao contrário, atua como protetor à corrosão; - é de baixo custo, fácil aplicação e boa permanência; - não se fixa na madeira por reação química e sim por adesão nas paredes

celulares e lumi; - não aceita acabamento e possui um forte cheiro característico; - apresenta problema de exsudação; - a madeira fica mais inflamável; - é quase que exclusivamente aplicado a quente (~90ºC), independente do

processo de tratamento; - ponto de combustão de 90 a 100ºC;

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PRESERVAÇÃO DA MADEIRA (Notas de aula)

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3

- Aplicado em autoclave e banho quente-frio; - é muito utilizado em postes, dormentes, moirões, pontes e outras peças

estruturais onde não há contato direto com o homem e sim com o solo e/ou a água;

- Retenção: postes: 130 kg/m3 de madeira; mourões: 100 kg/m3 de madeira; dormentes: 128 kg/m3 de madeira.

Observações: - Retenção (R) = é a quantidade de preservativo em forma de composto líquido

ou seco que permanece na madeira após o tratamento: Líquido: R = kg solução/m3 de madeira tratável

Seco: R = kg sal seco/ m3 de madeira tratável - Hidrocarbonetos: possuem apenas átomos de hidrogênio e carbono na sua

estrutura química; - Ácidos de Alcatrão: são as estruturas fenólicas com ou sem cadeiras

secundárias sempre com uma hidroxila (OH) presa ao anel benzênico. - Bases de Alcatrão: constituídas principalmente pelos compostos orgânicos

aromáticos. b.1) *Creosoto Fortificado

- creosoto mais sais orgânicos tóxicos específicos: (cúpricos, arsênicos, ...); . creosoto + 2% pentaclorofenol; . creosoto + 3% naftenato de cobre; . creosoto + 0,4% trióxido de arsênico

b.2) *Soluções de creosoto

- creosoto + óleos comuns (1:1); - solução econômica = creosoto + óleo queimado (1:1).

c) *Carbolineum

- óleo escuro, extraído do alcatrão, fracionado acima de 270ºC até 400ºC; - menos volátil, menos sujo e melhor penetração que o creosoto; - penetração na madeira é superficial; - possui ação fungicida e inseticida semelhante ao creosoto; - pode ser aplicado por pincelamento, pulverização ou imersão em madeiras

que não ficam em contato com o solo; - Tem uso comum no meio rural e construção civil.

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4

d) Soluções de naftenato Ácidos naftêmicos + sais metálicos + solventes orgânicos

- baixa toxidez ao homem; - muito tóxico aos fungos; - pouco tóxico aos cupins de madeira seca; - Aplicação por pincelamento, pulverização ou pastas.

d.1) Naftenato de Cobre - obtido através da reação entre o ácido naftênico previamente neutralizado e o

sal de cobre; - preservativo de madeira muito eficiente, porém de preço elevado; - mais empregado através de pincelamento ou imersão; - madeiras utilizadas em horticultura e embarcações de luxo; - a madeira apresenta coloração esverdeada.

d.2) Naftenato de Zinco

- não altera a cor da madeira, por isso, muitas vezes é substituto do naftenato de cobre;

- sua baixa toxidez contra os organismos xilófagos limita muito seu uso. e) TBTO (Óxido de Estanho Tributílico)

- aproximadamente 10 vezes mais tóxico a fungos que o pentaclorofenol; - pouco eficiente nas madeiras em contato com o solo; - baixa toxidez a mamíferos; - eficiente ação fungicida, bactericida e contra brocas marinhas; - são bastante caros, o que limita seu uso;

f) Quinolinolato de Cobre-8

- quelatos de cobre + solventes voláteis do petróleo; - concentração de 2,5 a 5% quelatos de cobre em aguarraz; - toxidez extremamente baixa ao homem; - recomendado principalmente contra fungos manchadores e emboloradores; - recomendado para madeiras que entrarão em contato com gêneros

alimentícios; - inodoro e incolor; - aplicação com imersão simples. - preço elevado restringe muito seu uso para situações especiais.

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5

g) Pentaclorofenol - obtido através da reação entre o fenol e o cloro, até completa substituição dos

átomos de hidrogênio pelos de cloro; - solúvel em vários tipos de óleos, desde petróleo bruto até óleo diesel; - apresenta excelente ação fungicida e boa ação inseticida; - não se fixa na madeira por reação química e sim por adesão nas paredes

celulares e lumi; - apresenta excelente ação fungicida e boa ação inseticida; - é muito utilizado em postes, dormentes, moirões e outras peças estruturais

onde não há contato direto com o homem. - o pentaclorofenol (PCF) assim como o seu sal sódico, o pentaclorofenato de

sódio é um produto que, devido ao fato de ser muito tóxico a mamíferos e causar danos ao meio ambiente, está caindo em desuso em muitos países.

- diversos tipos de óleos são empregados como veículo desse preservativo. No caso do veículo oleoso ser “leve” ou “médio” pode ocorrer fenômeno semelhante à exsudação (“blooming”), onde o preservativo, por não se fixar quimicamente na madeira, é carregado para fora à medida que ocorre a evaporação rápida do solvente. Isso contribui na limitação de seu uso, devido à contaminação ambiental e agressividade à saúde humana, em virtude dos cristais ficarem expostos na superfície da madeira;

- Concentração de uso:

.Postes: 6,5 kg/m3 de madeira;

.Moirões: 5,0 kg/m3 de madeira.

h) Compostos de Mercúrio (Oleato de Fenil Mercúrio)

- preço muito elevado; - apresenta efeitos deletérios ao meio ambiente devido a presença do mercúrio; - é instável em contato com o solo; - usado basicamente para tratamento por pincelamento em madeiras que não

entrarão em contato com o solo. i) Hidrocarbonetos Clorados (Clordane, Dieldrin e Lindane) - inseticidas muito eficientes na erradicação e prevenção de insetos xilófagos; - muito empregados para tratamento do solo, sendo, às vezes, adicionados a outros preservativos para aumentar a eficiência inseticida dos mesmos.

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6

2.2. Preservativos Hidrossolúveis

- soluções de sais solubilizados em água (+ baratos); - compostos químicos com mais de uma substância química na sua formação; - os sais metálicos são à base de Ag, Hg, Cu, Cd, Cr, Ni, Co, Zn e Fe

misturados a compostos não metálicos (fluoreto, Ar, B, ...) - a precipitação de um composto insolúvel na madeira a partir da reação dos componentes originais; - a presença de mais de uma substância na madeira aumenta a sua eficiência

contra um número maior de organismos xilófagos; - aplicação à temperatura ambiente, independentemente do processo. - longa permanência; - compatíveis com pinturas; - ausência de cheiro; - não são inflamáveis; - bastante eficientes quanto à penetração na madeira.

a) Arseniato de Cobre Amoniacal (ACA)

- consiste numa mistura de sais de cobre e arsênio numa solução amoniacal; - compostos de amônio propiciam maior permeabilidade e evitam corrosão pelo

cobre, além de retardar a formação de precipitados de arseniato de cobre; - após a secagem da madeira tratada ocorre a precipitação do arseniato de

cobre e a evaporação da amônia; - a amônia torna a solução mais solúvel em água e forma um complexo com o

cobre que diminui o seu efeito corrosivo sob os metais; - possui ampla utilização, especialmente nos EUA e Canadá, em madeiras com

e sem contato c/ o solo; - aplicado sob pressão, imersão, substituição de seiva, pincelamento ou

aspersão. - composição química:

.Hidróxido de cobre – 835 g .Trióxido de arsênico – 590 g .Amoníaco – 127 g .Ácido acético – 23 g .Água – até completar 45 litros

- retenção: 5,0 kg sal seco/m3 madeira – sem contato com solo e água; 7,2 kg sal seco/ m3 madeira – com contato com solo e água.

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7

b) Cromato de Cobre Ácido (ACC)

- é uma mistura de sulfato de cobre (50%) e dicromato de sódio (50%); - dicromato de sódio tem duas funções:

.reduz o efeito corrosivo do sulfato de cobre;

.precipita o cobre na forma de cromato de cobre insolúvel. - é empregado sob pressão e oferece excelente proteção; - aplicação por autoclave, substituição de seiva ou imersão; - retenção:

.8 kg sal seco/m3 madeira sem contato com umidade;

.12 a 16 kg sal seco/m3 madeira em contato com umidade.

c) Arseniato de Cobre Cromatado (CCA)

- possui diferentes formulações, nas quais varia a porcentagem tanto de cobre como de cromo e arsênico;

- o cromo provoca a precipitação de grande parte do cobre e arsênio na madeira (arseniato de cobre);

- recomendado para as mais variadas situações, pois, apresenta propriedades contra insetos (cupins e brocas), fungos apodrecedores e perfuradores marinhos;

- empregado somente sob pressão conferindo excelente proteção; - muito resistente à lixiviação; - mais utilizado no mundo todo; - uso em madeiras em contato com o solo, destinada a fundações (postes,

pilastras, dormentes, decks, ...); - não é recomendado seu uso caseiro devido reagirem e precipitarem antes da

completa aplicação; - retenção:

.4 kg I.A./m3 madeira sem contato com o solo;

.6,4 kg I.A./m3 madeira em contato c/ o solo;

.40 kg I.A./m3 madeira em uso marinho. d) Borato de Cobre Cromatado (CCB)

- surgiu numa tentativa de substituição do As pelo B em formulações do tipo CCA;

- essa substituição não tem sido satisfatória devido à fácil lixiviação do B, desguarnecendo a madeira da proteção fungicida e inseticida;

- tem uso restrito a alguns países europeus; - no Brasil é utilizados no tratamento de postes e mourões sob pressão.

PAULO MELO
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PAULO MELO
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8

Ingrediente Ativo % Componentes %

CuO 10,4 Sulfato de cobre 36 B 4,2 Ácido bórico 26

CrO3 25,4 Dicromato de potássio 38 Total 40,0 100

e) Compostos de Boro

- um dos preservativos de madeira de mais baixa toxidez ao homem - quando separados são praticamente insolúveis em água; - sua mistura torna a solução bastante solúvel em água; - tratamento por difusão em madeiras recém cortadas; - tratamento por pressão em madeiras secas; - a mistura é tóxica a um grande número de fungos xilófagos; - não se fixam na madeira adequadamente (facilmente lixiviável), não devendo

ser empregado em contato com o solo ou água. f) Cloreto de Zinco Cromatado

- é pouco corrosivo e também apresenta propriedades retardante de fogo; - composto por Cloreto de Zinco (75,5%) e Dicromato de Sódio (22,5%); - não é recomendado para locais de alta temperatura e baixa umidade relativa,

pois, pode provocar a degradação química da madeira.

g) Sulfato de Cobre - não pode ser empregado sob pressão em usinas de tratamento construídas

com aço e aço doce, porque o sulfato de cobre causa a sua corrosão; - mais utilizado através do processo de difusão; - a presença de carbonatos de cálcio ou magnésio precipitam o sulfato de

cobre, por isso não se deve utilizar água que contenham estes carbonatos no preparo da solução;

- a presença destes carbonatos no solo prejudica a eficiência do sulfato de cobre.

h) Quaternário de Cobre Alcalino (ACQ) -Previne contra fungos e insetos; -Alternativo ao CCA nos EUA; -Possui como ingredientes ativos: .Óxido de cobre (62 a 71%) .Amônio Quaternário (29 a 38%)

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ANEXO 03

Índice editado de aulas escritas do professor Alexandre Florian da

Universidade de Brasília

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Índice parcial da Aulas escritas do professor Alexandre Florian da Universidade de Brasilia.

Disciplina: Secagem e preservacao de madeiras

Principais Acontecimentos no Brasil: Documento mais antigo: Em 1587 um senhor de engenho relata infestações de cupins subterrâneos em habitações e faz observações sobre brocas de madeiras e brocas marinhas. Faz observações sobre a durabilidade natural de diversas madeiras em diferentes tipos de ambientes. Também verifica que o cerne é mais durável que o alburno. Em 1854, 3 séculos mais tarde, é inaugurada a primeira ferrovia brasileira no RJ com abundância de madeiras duráveis próximo as ferrovias. De 1865 a 1868 A introdução do eucalipto no Brasil. De 1880 a 1884 Importação de aproximadamente 50 mil dormentes creosotados vindos da Inglaterra pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Em 1890 A antiga Companhia Estradas de Ferro Central do Brasil importa da Inglaterra a primeira usina de tratamento de madeiras sob pressão. Entre 1902 e 1904 Entra em funcionamento na Estação Francisco Bernardino em Juiz de Fora - MG a primeira usina para tratamento de dormentes com 14,4m de comprimento e 1,82m de diâmetro. A partir de 1905 Início da utilização de eucaliptos para postes na Fazenda Araras - SP. Em 1907 Importação de aproximadamente 80 mil dormentes tratados na Austrália para construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em plena selva amazônica. Em 1916 Utiliza-se pela primeira vez madeira de Eucalyptus longifolia para telefonia, sem tratamento. Durou aproximadamente 6 anos. Início da Década de 30: A usina da Estrada de Ferro Central do Brasil já trata dormentes com creosoto. Em 1931 O Gabinete de Resistência de Materiais passa a chamar-se Laboratório de Ensaios de Materiais e inicia as primeiras pesquisas em preservação de madeiras. Primeira Pesquisa: Avaliação da penetração de preservativo hidrossolúvel pelo método de imersão em estacas. O efeito nas propriedades mecânicas e o aumento da vida média. Segunda Pesquisa: Efeito do tratamento de Banho Quente-Frio com creosoto em peças de eucalipto roliço. 26 anos após, em 1961, os mesmos ainda encontravam-se em bom estado de conservação. Em 1936 Fundação da primeira empresa de capital privado chamada Preservação de Madeiras Ltda. Fornecia madeira tratada com creosoto pelo método de Banho Quente-Frio. Após dificuldades na obtenção do produto mudou para o método de Boucherie utilizando produto à base de Fluoreto Dicromato - Dinitrofenol. Em 1939 Terceira Pesquisa Ensaio de Campo sobre a resistência natural de várias espécies de madeiras contra o ataque de cupins e a eficiência do pentaclorofenol. Início da Década de 40: Primeiros ensaios em laboratório Avaliação da Eficiência de Produtos químicos contra fungos. Avaliação de ensaios de campo sobre a resistência natural de madeiras contra o ataque de cupins e ensaios sobre a eficiência de preservativos. Mesmo Período Entrou em funcionamento a primeira usina do setor privado utilizando vácuo-

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pressão. Inauguração da usina de tratamento do IPT - ex. Laboratório de Ensaio de Materiais. Em 1944 A empresa Preservação de Madeiras Ltda. põe em funcionamento a primeira usina de tratamento usando vácuo-pressão e o mesmo produto químico Fluoreto - Dicromato- Dinitrofenol. Após 1961 passou a utilizar o CCB. Início da Década de 50: Novos estudos e testes de campo sobre a durabilidade natural de madeiras em contato com o solo e também sobre a eficiência de preservativos. Mesmo Período: Pesquisas sobre a preservação do bambu, sobre a durabilidade natural de madeiras em ambiente marinho e a eficiência de preservativos. Em 1958 Entra em funcionamento a segunda usina de tratamento de madeiras sob vácuo-pressão em Governador Valadares - MG preservando dormentes para a CVRD. Final da Década de 50: 3 usinas de tratamento de capital privado entram em funcionamento preservando postes, moirões, etc. Inicia-se a fabricação de produtos químicos preservativos no Brasil. Início da Década de 60: Aumento das pesquisas e a primeira tese de mestrado e doutorado em preservação de madeiras. Mesmo Período Mais de 10 usinas de tratamento inauguradas Aquidauana - MS, Mateus-Leme - MG, Cruz Alta - RS, Ponta Grossa - PR, Juiz de Fora - MG, Fortaleza - CE, Goiânia - GO, Iaçu - BA, Casimiro de Abreu - RJ e Tubarão - SC. De 1965 a 1967 Promulgação dos decretos Lei 58.016 de 18/08/66 e 61.248 de 30/05/67 obrigando o uso de madeira tratada. Em 1967 28 de fevereiro é criado o IBDF, o qual passa a aplicar as Leis e Decretos. Em 1969 25 de agosto é fundada a ABPM, sociedade civil de direito privado. Início da Década de 70: Uma retrospectiva sobre os trabalhos de pesquisa na área. Mesmo Período Início do ensino de preservação de madeiras em universidades. Aumento dos problemas com postes tratados inadequadamente, de usinas funcionando sem respaldo técnico, ausência de especificações técnicas e um rígido controle de qualidade ocasionaram uma queda no uso de madeiras tratadas especialmente os postes de eucalipto. Em 1972 Regulamentada a produção de madeira preservada e de preservativos de madeira através das portarias do IBDF 2474 - DN e 2748 - DN de 16/03. É celebrado o convênio entre IBDF/IPT/ABPM. Em 1973 Divulgadas as normas ABNT EB-569 Postes de Eucalipto Preservados Sob Pressão e MB790 Penetração e Retenção de Preservativo em Postes de Madeira. Início da Década de 80: Novas pesquisas como a eficiência do óleo de castanha de caju contra brocas marinhas e cupins. Inauguração da usina da CNO - Construtora Norberto Odebrecht S/A a qual até 84 havia tratado um total de 1.126.685 dormentes de madeiras da Amazônia. Mesmo Período: Total de usinas de tratamento são de 10 RFFSA, 01 FEPASA, 01 CVRD e 01 CNO.

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ANEXO 04

Legislação Européia

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REGULAMENTO (CE) N. o 552/2009 DA COMISSÃO

de 22 de Junho de 2009

que altera o Regulamento (CE) n. o 1907/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo ao registo, avaliação, autorização e restrição dos produtos químicos (REACH), no que respeita ao

anexo XVII

(Texto relevante para efeitos do EEE)

A COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia,

Tendo em conta o Regulamento (CE) n. o 1907/2006 do Parla­mento Europeu e do Conselho, de 18 de Dezembro de 2006, relativo ao registo, avaliação, autorização e restrição dos produ­tos químicos (REACH), que cria a Agência Europeia dos Produ­tos Químicos, que altera a Directiva 1999/45/CE e revoga o Regulamento (CEE) n. o 793/93 do Conselho e o Regulamento (CE) n. o 1488/94 da Comissão, bem como a Directiva 76/769/CEE do Conselho e as Directivas 91/155/CEE, 93/67/CEE, 93/105/CE e 2000/21/CE da Comissão ( 1 ), nomea­damente o artigo 131. o ,

Considerando o seguinte:

(1) A Directiva 76/769/CEE do Conselho, de 27 de Julho de 1976, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros respeitantes à limitação da colocação no mercado e da utilização de algumas substâncias e preparações perigo­sas ( 2 ), estabelece, no seu anexo I, restrições aplicáveis a determinadas substâncias e preparações perigosas. O Re­gulamento (CE) n. o 1907/2006 revoga e substitui a Di­rectiva 76/769/CEE com efeitos a partir de 1 de Junho de 2009. O anexo XVII do referido regulamento substitui o anexo I da Directiva 76/769/CEE.

(2) O artigo 67. o do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 dis­põe que as substâncias, misturas ou artigos não podem ser fabricados, colocados no mercado nem utilizados, a menos que cumpram as condições e eventuais restrições previstas a seu respeito no anexo XVII.

(3) A Directiva 2006/122/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006, que altera pela trigésima vez a Directiva 76/769/CEE (perfluorooctanos­sulfonatos - PFOS) ( 3 ), e a Directiva 2006/139/CE da Comissão, de 20 de Dezembro de 2006, que altera a Directiva 76/769/CEE do Conselho no que respeita à limitação da colocação no mercado e da utilização de compostos de arsénio, a fim de adaptar o seu anexo I ao progresso técnico ( 4 ), que altera o anexo I da Directiva 76/769/CEE, foram adoptadas pouco antes da aprovação do Regulamento (CE) n. o 1907/2006, em Dezembro de 2006, mas as restrições em causa ainda não foram in­cluídas no anexo XVII do referido regulamento. Assim, o anexo XVII deve ser alterado a fim de incluir as restrições

correspondentes às Directivas 2006/122/CE e 2006/139/CE dado que de outra forma seriam revogadas em 1 de Junho de 2009.

(4) Nos termos do n. o 3 do artigo 137. o do Regulamento (CE) n. o 1907/2006, qualquer alteração das restrições aprovadas nos termos da Directiva 76/769/CEE a partir de 1 de Junho de 2007 é incluída no anexo XVII desse regulamento com efeitos a partir de 1 de Junho de 2009.

(5) A Directiva 2007/51/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, que altera a Directiva 76/769/CEE do Conse­lho relativa à limitação da colocação no mercado de certos instrumentos de medição que contêm mercúrio ( 5 ), foi adoptada a 25 de Setembro de 2007. A Decisão n. o 1348/2008/CE do Parlamento Europeu e do Conse­lho, que altera a Directiva 76/769/CEE do Conselho no que respeita à limitação da colocação no mercado e da utilização de 2-(2-metoxietoxi)etanol, 2-(2-butoxietoxi)e­tanol, diisocianato de metilenodifenilo, ciclohexano e ni­trato de amónio ( 6 ), foi adoptada a 16 de Dezembro de 2008. As restrições em causa ainda não foram incluídas no anexo XVII do referido regulamento. O anexo XVII deve ser alterado a fim de integrar as restrições aplicáveis a certos instrumentos de medição que contêm mercúrio, adoptadas pela Directiva 2007/51/CE, assim como as restrições respeitantes ao 2-(2-metoxietoxi)etanol, 2-(2- -butoxietoxi)etanol, diisocianato de metilenodifenilo, ciclo­hexano e nitrato de amónio, adoptadas pela Decisão n. o 1348/2008/CE.

(6) Deve atender-se às disposições relevantes do Regula­mento (CE) n. o 1272/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro de 2008, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas, que altera e revoga as Directivas 67/548/CEE e 1999/45/CE, e altera o Regulamento (CE) n. o 1907/2006 ( 7 ).

(7) Uma vez que as disposições do título VIII do Regula­mento (CE) n. o 1907/2006 e, nomeadamente, o seu anexo XVII, serão directamente aplicáveis a partir de 1 de Junho de 2009, as restrições devem ser redigidas de forma clara a fim de permitir a sua correcta aplicação, tanto pelos operadores como pelas autoridades responsá­veis pelo controlo do cumprimento. Assim, a redacção das restrições deve ser objecto de revisão. Deve harmo­nizar-se a terminologia empregue nas diferentes entradas, a fim de torná-la mais coerente com as definições cons­tantes do Regulamento (CE) n. o 1907/2006.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/7

( 1 ) JO L 396 de 30.12.2006, p. 1. ( 2 ) JO L 262 de 27.9.1976, p. 201. ( 3 ) JO L 372 de 27.12.2006, p. 32. ( 4 ) JO L 384 de 29.12.2006, p. 94.

( 5 ) JO L 257 de 3.10.2007, p. 13. ( 6 ) JO L 348 de 24.12.2008, p. 108. ( 7 ) JO L 353 de 31.12.2008, p. 1.

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(8) A Directiva 96/59/CE do Conselho, de 16 de Setembro de 1996, relativa à eliminação dos policlorobifenilos e dos policlorotrifenilos (PCB/PCT) ( 1 ), exige que os equipa­mentos que contêm PCB e PCT sejam descontaminados e eliminados o mais depressa possível e estabelece as con­dições de descontaminação desses equipamentos. Assim, a entrada do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 relativa aos PCT não deve incluir dispo­sições relativas ao equipamento que contém PCT, dado que tal circunstância já se encontra plenamente regula­mentada pela Directiva 96/59/CE.

(9) As restrições existentes para as substâncias 2-naftilamina, benzidina, 4-nitrobifenilo e 4-aminobifenilo são ambí­guas, pois não é claro se a proibição se refere apenas ao fornecimento ao público em geral ou também aos utilizadores profissionais. Esta situação deve ser clarifi­cada. Dado que a Directiva 98/24/CE do Conselho, de 7 de Abril de 1998, relativa à protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores contra os riscos ligados à exposição a agentes químicos no trabalho ( 2 ), proíbe a produção, o fabrico e a utilização no trabalho dessas substâncias, as restrições do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 que se lhes aplicam devem ser co­erentes com a referida directiva.

(10) O tetracloreto de carbono e o 1,1,1-tricloroetano estão sujeitos a rigorosas restrições ao abrigo do Regulamento (CE) n. o 2037/2000 do Parlamento Europeu e do Conse­lho, de 29 de Junho de 2000, relativo às substâncias que empobrecem a camada de ozono ( 3 ). Esse regulamento impõe uma proibição do tetracloreto de carbono com excepções e uma proibição completa do 1,1,1-tricloroe­tano. Consequentemente, as restrições ao tetracloreto de carbono e ao 1,1,1-tricloroetano constantes do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 são supérfluas e devem ser suprimidas.

(11) Uma vez que o mercúrio contido nas pilhas é regulado pela Directiva 2006/66/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de Setembro de 2006, relativa a pilhas e acumuladores e respectivos resíduos ( 4 ), as disposições relativas ao mercúrio contido nas pilhas que constam actualmente do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 são supérfluas e devem, por conseguinte, ser suprimidas.

(12) Nos termos do n. o 2 do artigo 2. o do Regulamento (CE) n. o 1907/2006, os resíduos não constituem substâncias, misturas ou artigos na acepção do artigo 3. o do mesmo regulamento. Consequentemente, uma vez que os resí­duos não se encontram abrangidos pelas restrições pre­vistas nesse regulamento, as disposições do seu anexo XVII que excluem os resíduos são redundantes e devem ser suprimidas.

(13) Determinadas restrições do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 devem ser alteradas por forma a ter

em conta as definições de «utilização» e de «colocação no mercado» constantes do artigo 3. o do mesmo regula­mento.

(14) A entrada relativa às fibras de amianto no anexo I da Directiva 76/769/CEE contempla uma derrogação para os diafragmas que contenham crisótilo. Deve especificar-se que esta derrogação será revista após a recepção de rela­tórios a apresentar pelos Estados-Membros que a ela re­correram. Além disso, à luz da definição de «colocação no mercado» constante do Regulamento (CE) n. o 1907/2006, os Estados-Membros devem ter a possi­bilidade de autorizar, em condições específicas que ga­rantam um elevado nível de protecção da saúde humana, a colocação no mercado de alguns artigos que conte­nham essas fibras, sempre que esses artigos já se encon­trassem instalados e/ou em serviço antes de 1 de Janeiro de 2005.

(15) Deve esclarecer-se que, para as substâncias que foram integradas no anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 em consequência das restrições adoptadas no quadro da Directiva 76/769/CEE (entradas 1 a 58) as restrições não são aplicáveis à armazenagem, conserva­ção, tratamento, enchimento de recipientes ou transferên­cia entre recipientes das substâncias que se destinem a exportação, a menos que o seu fabrico esteja proibido.

(16) Contrariamente à Directiva 76/769/CEE, o Regulamento (CE) n. o 1907/2006 apresenta uma definição do termo «artigo». Para que sejam abrangidos os mesmos produtos previstos na restrição inicial aplicável ao cádmio, deve aditar-se o termo «misturas» a algumas disposições.

(17) Deve ficar claro que as restrições constantes do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 relativas à colocação no mercado de certos instrumentos de medi­ção que contêm mercúrio não se aplicam aos instrumen­tos que já estavam a ser utilizados na Comunidade aquando da entrada em vigor da restrição.

(18) Deve prever-se, nas entradas do anexo XVII do Regula­mento (CE) n. o 1907/2006 relativas ao éter difenílico, derivado pentabromado, e ao éter difenílico, derivado octabromado, que as restrições não se aplicam aos arti­gos que já estavam a ser utilizados na data de entrada em vigor da restrição, na medida em que as substâncias em causa tenham sido incorporadas em artigos com um ciclo de vida longo e comercializados no mercado de segunda mão, como sejam os aviões e os veículos. Além disso, dado que a utilização dessas substâncias em equipamen­tos eléctricos e electrónicos é regulada pela Directiva 2002/95/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa à restrição do uso de determinadas substâncias perigosas em equipamentos eléctricos e electrónicos ( 5 ), esses equipamentos não de­vem estar sujeitos às restrições em causa.

PT L 164/8 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

( 1 ) JO L 243 de 24.9.1996, p. 31. ( 2 ) JO L 131 de 5.5.1998, p. 11. ( 3 ) JO L 244 de 29.9.2000, p. 1. ( 4 ) JO L 266 de 26.9.2006, p. 1. ( 5 ) JO L 37 de 13.2.2003, p. 19.

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(19) Nas restrições aplicáveis ao nonilfenol e aos etoxilatos de nonilfenol, deve ficar claro que a validade das autoriza­ções nacionais em vigor para os produtos pesticidas e biocidas que contenham etoxilatos de nonilfenol como formulantes não é afectada, tal como previsto no n. o 2 do artigo 1.o da Directiva 2003/53/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Junho de 2003, que altera pela vigésima sexta vez a Directiva 76/769/CEE do Conselho no que diz respeito à limitação da colocação no mercado e da utilização de certas substâncias e pre­parações perigosas (nonilfenol, etoxilado de nonilfenol e cimento) ( 1 ).

(20) Deve ficar claro que a restrição constante do anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 relativa à comercia­lização de perfluorooctanossulfonatos não se aplica aos produtos que já estavam a ser utilizados na Comunidade aquando da entrada em vigor da restrição.

(21) As medidas previstas no presente regulamento estão em conformidade com o parecer do Comité instituído pelo artigo 133. o do Regulamento (CE) n. o 1907/2006,

ADOPTOU O PRESENTE REGULAMENTO:

Artigo 1. o

O anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 é alterado em conformidade com o anexo do presente regulamento.

Artigo 2. o

O presente regulamento entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.

O presente regulamento é obrigatório em todos os seus elementos e directamente aplicável em todos os Estados-Membros.

Feito em Bruxelas, em 22 de Junho de 2009.

Pela Comissão

Günter VERHEUGEN Vice-Presidente

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/9

( 1 ) JO L 178 de 17.7.2003, p. 24.

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ANEXO

O anexo XVII do Regulamento (CE) n. o 1907/2006 é alterado do seguinte modo:

1. O título passa a ter a seguinte redacção:

«Restrições aplicáveis ao fabrico, à colocação no mercado e à utilização de determinadas substâncias e misturas perigosas e de certos artigos perigosos».

2. O quadro que estabelece a denominação da substância, dos grupos de substâncias ou das misturas e as condições de restrição passa a ter a seguinte redacção:

«Relativamente às substâncias que foram integradas no presente anexo em consequência das restrições adoptadas no quadro da Directiva 76/769/CEE (entradas 1 a 58) as restrições não são aplicáveis à armazenagem, conservação, tratamento, enchimento de recipientes ou transferência entre recipientes das substâncias que se destinem a exporta­ção, a menos que o seu fabrico esteja proibido.

Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

1. Policloroterfenilos (PCT) Não podem ser colocados no mercado nem utilizados:

— como substâncias,

— em misturas, incluindo os óleos usados, ou em equipamentos, em concentrações superiores a 50 mg/kg (0,005 % em peso).

2. Cloroeteno (cloreto de vinilo)

N. o CAS 75-01-4 N. o CE 200-831-0

Não pode ser utilizado como agente propulsor de aerossóis, qualquer que seja a utilização.

Não podem ser colocadas no mercado embalagens aerossóis que conte­nham a substância como agente propulsor.

3. Substâncias ou misturas líquidas que sejam consideradas perigosas na acepção das definições da Di­rectiva 67/548/CEE do Conselho e da Directiva 1999/45/CE.

1. Não podem ser utilizadas em:

— artigos decorativos destinados à produção de efeitos de luz ou de cor obtidos por meio de fases diferentes, por exemplo em candeeiros decorativos e cinzeiros,

— máscaras e partidas,

— jogos para um ou mais participantes ou quaisquer artigos destinados a ser utilizados como tais, mesmo com aspectos decorativos.

2. Os artigos que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

3. Não podem ser colocadas no mercado se contiverem corantes, a menos que tal seja exigido por motivos fiscais, perfumes, ou ambos e se:

— apresentarem um risco de aspiração e estiverem rotuladas com a frase R65 ou H304, e

— puderem ser utilizadas como combustível em candeeiros decorativos, e

— estiverem em embalagens com uma capacidade igual ou inferior a 15 litros.

4. Sem prejuízo da aplicação de outras disposições comunitárias relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os for­necedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que as emba­lagens das substâncias e misturas abrangidas pelo ponto 3 contém, quando estas se destinam a ser utilizadas em candeeiros, a seguinte menção, inscrita de forma visível, legível e indelével:

“Manter os candeeiros que contêm este líquido fora do alcance das crian­ças”.

PT L 164/10 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

4. Fosfato de tris (2,3-dibromopropilo)

N. o CAS 126-72-7

1. Não pode ser utilizado nos artigos têxteis destinados a entrarem em contacto com a pele, por exemplo, peças de vestuário, roupa interior e roupa de casa.

2. Os artigos que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

5. Benzeno

N. o CAS 71-43-2 N. o CE 200-753-7

1. Não pode ser utilizado em brinquedos ou partes de brinquedos quando a concentração de benzeno livre for superior a 5 mg/kg (0,0005 %) do peso do brinquedo ou duma parte do brinquedo.

2. Os brinquedos e partes de brinquedos que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

3. Não pode ser colocado no mercado nem utilizado:

— como substância,

— como constituinte de outras substâncias, ou em misturas, em concen­trações iguais ou superiores a 0,1 % em peso.

4. Todavia, o ponto 3 não é aplicável:

a) Aos combustíveis abrangidos pela Directiva 98/70/CE;

b) Às substâncias e misturas destinadas a ser utilizadas em processos industriais que não dêem origem à emissão de benzeno em quantidade superior à prevista pela legislação em vigor.

6. Fibras de amianto

a) Crocidolite

N. o CAS 12001-28-4

b) Amosite

N. o CAS 12172-73-5

c) Antofilite

N. o CAS 77536-67-5

d) Actinolite

N. o CAS 77536-66-4

e) Tremolite

N. o CAS 77536-68-6

f) Crisótilo N. o CAS 12001-29-5 N. o CAS 132207-32-0

1. É proibido o fabrico, a colocação no mercado e a utilização destas fibras e dos artigos que contenham estas fibras adicionadas intencional­mente.

Contudo, os Estados-Membros podem estabelecer uma derrogação para a colocação no mercado e a utilização de diafragmas que contenham crisó­tilo [alínea f)] destinados a instalações de electrólise já existentes até que estas atinjam o fim da sua vida útil ou até que passem a estar disponíveis substitutos adequados que não contenham amianto, consoante a data que ocorrer primeiro.

Até 1 de Junho de 2011, os Estados-Membros que recorram a esta derro­gação devem enviar à Comissão um relatório sobre a disponibilidade de substitutos isentos de amianto para as instalações de electrólise bem como sobre os esforços empreendidos para o desenvolvimento dessas alternati­vas, sobre a protecção da saúde dos trabalhadores nas instalações, sobre as fontes e as quantidades de crisótilo e de diafragmas com crisótilo e ainda sobre a data prevista para o fim da derrogação. A Comissão deve divulgar estas informações publicamente.

Após a recepção desses relatórios, a Comissão deve solicitar à Agência que prepare um dossiê em conformidade com o disposto no artigo 69. o tendo em vista a proibição da colocação no mercado e da utilização de dia- fragmas contendo crisótilo.

2. A utilização de artigos que contenham fibras de amianto referidos no ponto 1 e que já se encontrassem instalados e/ou em serviço antes de 1 de Janeiro de 2005 continua a ser permitida até à data da sua eliminação ou fim de vida útil. Todavia, os Estados-Membros podem, por razões de protecção da saúde humana, restringir, proibir a utilização de tais artigos ou submetê-la a condições específicas, antes da sua eliminação ou fim de vida útil.

Os Estados-Membros podem autorizar a colocação no mercado de artigos completos que contenham fibras de amianto referidos no ponto 1 e que já se encontrassem instalados e/ou em serviço antes de 1 de Janeiro de 2005, desde que se respeitem condições específicas que garantam um elevado nível de protecção da saúde humana. Os Estados-Membros devem comu­nicar essas medidas nacionais à Comissão até 1 de Junho de 2011. A Comissão deve divulgar estas informações publicamente.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/11

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

3. Sem prejuízo da aplicação de outras disposições comunitárias relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, só será permitida a colocação no mercado e a utilização de artigos que contenham estas fibras, tal como autorizado nos termos das derrogações anteriores, se os fornecedores garantirem, antes da colocação no mercado, que os mes­mos ostentam um rótulo em conformidade com as disposições do apên­dice 7 do presente anexo.

7. Óxido de triaziridinilfosfina

N. o CAS 545-55-1 N. o CE 208-892-5

1. Não pode ser utilizado nos artigos têxteis destinados a entrarem em contacto com a pele, por exemplo, peças de vestuário, roupa interior e roupa de casa.

2. Os artigos que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

8. Polibromobifenilos; bifenilos polibromados (PBB)

N. o CAS 59536-65-1

1. Não podem ser utilizados nos artigos têxteis destinados a entrarem em contacto com a pele, por exemplo, peças de vestuário, roupa interior e roupa de casa.

2. Os artigos que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

9. a) Pó-de-panamá

(Quillaja saponaria) e seus deri­vados contendo saponinas

N. o CAS 68990-67-0 N. o CE 273-620-4

b) Pó de raiz de Helleborus viridis e de Helleborus niger

c) Pó de raiz de Veratrum album e de Veratrum nigrum

d) Benzidina e/ou seus derivados

N. o CAS 92-87-5 N. o CE 202-199-1

e) o-Nitrobenzaldeído

N. o CAS 552-89-6 N. o CE 209-025-3

f) Pó de madeira

1. Não podem ser utilizados nas brincadeiras e partidas nem em misturas ou artigos destinados a serem utilizados como tal, por exemplo, como constituintes dos pós de espirrar e das garrafinhas de mau cheiro.

2. As brincadeiras e partidas ou as misturas ou artigos destinados a serem utilizados como tal que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

3. Contudo, os pontos 1 e 2 não se aplicam às garrafinhas de mau cheiro cujo conteúdo não ultrapasse 1,5 ml de líquido.

10. a) Sulfureto de amónio

N. o CAS 12135-76-1 N. o CE 235-223-4

b) Hidrogenossulfureto de amónio

N. o CAS 12124-99-1 N. o CE 235-184-3

c) Polissulfureto de amónio

N. o CAS 9080-17-5 N. o CE 232-989-1

1. Não podem ser utilizados nas brincadeiras e partidas nem em misturas ou artigos destinados a serem utilizados como tal, por exemplo, como constituintes dos pós de espirrar e das garrafinhas de mau cheiro.

2. As brincadeiras e partidas ou as misturas ou artigos destinados a serem utilizados como tal que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

3. Contudo, os pontos 1 e 2 não se aplicam às garrafinhas de mau cheiro cujo conteúdo não ultrapasse 1,5 ml de líquido.

PT L 164/12 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

11. Ésteres voláteis do ácido bromoa­cético:

a) Bromoacetato de metilo

N. o CAS 96-32-2 N. o CE 202-499-2

b) Bromoacetato de etilo

N. o CAS 105-36-2 N. o CE 203-290-9

c) Bromoacetato de propilo

N. o CAS 35223-80-4

d) Bromoacetato de butilo

N. o CAS 18991-98-5 N. o CE 242-729-9

1. Não podem ser utilizados nas brincadeiras e partidas nem em misturas ou artigos destinados a serem utilizados como tal, por exemplo, como constituintes dos pós de espirrar e das garrafinhas de mau cheiro.

2. As brincadeiras e partidas ou as misturas ou artigos destinados a serem utilizados como tal que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado.

3. Contudo, os pontos 1 e 2 não se aplicam às garrafinhas de mau cheiro cujo conteúdo não ultrapasse 1,5 ml de líquido.

12. 2-Naftilamina

N. o CAS 91-59-8 N. o CE 202-080-4 e seus sais

13. Benzidina

N. o CAS 92-87-5 N. o CE 202-199-1 e seus sais

14. 4-Nitrobifenilo

N. o CAS 92-93-3 N. o EINECS CE 202-204-7

15. 4-Aminobifenilo; xenilamina

N. o CAS 92-67-1 N. o EINECS CE 202-177-1 e seus sais

Às substâncias das entradas 12 a 15 aplica-se o seguinte:

Não podem ser colocadas no mercado nem utilizadas, como substâncias ou em misturas, em concentrações superiores a 0,1 % em peso.

16. Carbonatos de chumbo:

a) Carbonato anidro neutro (PbCO 3 )

N. o CAS 598-63-0 N. o CE 209-943-4

b) Di-hidroxi-bis(carbonato) de trichumbo 2PbCO 3 -Pb(OH) 2

N. o CAS 1319-46-6 N. o CE 215-290-6

Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substâncias ou em misturas destinadas a ser utilizadas como tintas.

Todavia, os Estados-Membros podem, de acordo com o disposto na Con­venção n. o 13 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a utilização de alvaiade e de sulfatos de chumbo na pintura, autorizar, no seu território, a utilização destas substâncias ou misturas no restauro e manutenção de obras de arte, bem como de edifícios históricos e seus interiores.

17. Sulfatos de chumbo:

a) PbSO 4

N. o CAS 7446-14-2 N. o CE 231-198-9

b) Pb x SO 4

N. o CAS 15739-80-7 N. o CE 239-831-0

Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substâncias ou em misturas destinadas a ser utilizadas como tintas.

Todavia, os Estados-Membros podem, de acordo com o disposto na Con­venção n. o 13 da OIT sobre a utilização de alvaiade e de sulfatos de chumbo na pintura, autorizar, no seu território, a utilização destas subs­tâncias ou misturas no restauro e manutenção de obras de arte, bem como de edifícios históricos e seus interiores.

18. Compostos de mercúrio Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substâncias ou em misturas destinadas a ser utilizadas:

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/13

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

a) Para impedir a fixação de microrganismos, plantas ou animais: — aos cascos de embarcações, — às gaiolas, flutuadores, redes e qualquer outro dispositivo ou equi­

pamento utilizado em piscicultura ou conquicultura, — a qualquer dispositivo ou equipamento total ou parcialmente

imerso; b) Na conservação da madeira; c) Na impregnação dos têxteis industriais pesados e dos fios utilizados no

seu fabrico; d) No tratamento de águas industriais, independentemente da sua

utilização.

18A. Mercúrio

N. o CAS 7439-97-6 N. o CE 231-106-7

1. Não pode ser colocado no mercado:

a) Em termómetros para medir a temperatura corporal;

b) Noutros instrumentos de medição destinados à venda ao grande pú­blico (por exemplo, manómetros, barómetros, esfigmomanómetros, termómetros não destinados a medir a temperatura corporal).

2. A restrição do ponto 1 não se aplica aos instrumentos de medição que já estavam a ser utilizados na Comunidade antes de 3 de Abril de 2009. Todavia, os Estados-Membros podem restringir ou proibir a colocação no mercado desses instrumentos de medição.

3. A restrição da alínea b) do ponto 1 não se aplica:

a) Aos instrumentos de medição com mais de 50 anos em 3 de Outubro de 2007;

b) Aos barómetros [excepto os barómetros referidos na alínea a)] até 3 de Outubro de 2009.

4. Até 3 de Outubro de 2009, a Comissão deve proceder a uma análise sobre a disponibilidade de alternativas fiáveis mais seguras, que sejam técnica e economicamente viáveis, aos esfigmomanómetros e outros ins­trumentos de medição que contenham mercúrio destinados aos cuidados de saúde e a outras utilizações profissionais e industriais. Com base nessa análise, ou logo que estejam disponíveis novas informações sobre alterna­tivas fiáveis mais seguras aos esfigmomanómetros e outros instrumentos de medição que contenham mercúrio, a Comissão deve apresentar, se for caso disso, uma proposta legislativa que torne as restrições constantes do ponto 1 extensivas aos esfigmomanómetros e a outros instrumentos de medição destinados aos cuidados de saúde e a outras utilizações profissio­nais e industriais, a fim de eliminar progressivamente o mercúrio dos instrumentos de medição, sempre que tal seja técnica e economicamente viável.

19. Compostos de arsénio 1. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas destinadas a ser utilizadas para impedir a fixação de microrganismos, plantas ou animais:

— aos cascos de embarcações,

— às gaiolas, flutuadores, redes e qualquer outro dispositivo ou equipa­mento utilizado em piscicultura ou conquicultura,

— a qualquer dispositivo ou equipamento total ou parcialmente imerso.

2. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas destinadas a ser utilizadas no tratamento de águas industriais, independentemente do seu uso.

3. Não podem ser utilizados para a conservação da madeira. Além disso, a madeira assim tratada não pode ser colocada no mercado.

PT L 164/14 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

4. Em derrogação do ponto 3: a) No que se refere às substâncias e misturas utilizadas na conservação da

madeira: estas podem apenas ser utilizadas em instalações industriais, utilizando vácuo ou pressão para impregnar a madeira, quando se trate de soluções de compostos inorgânicos do tipo C de cobre, crómio ou arsénio (CCA) e se estiverem autorizadas em conformidade com o n. o 1 do artigo 5. o da Directiva 98/8/CE. A madeira tratada desta forma não pode ser colocada no mercado antes de estar completa a fixação do produto de conservação;

b) A madeira tratada com uma solução CCA em conformidade com a alínea a) pode ser colocada no mercado para utilização profissional e industrial, se a integridade estrutural da madeira for exigida para a segurança de pessoas ou animais e se for improvável o contacto com o público em geral através da pele, durante a sua vida útil: — como madeira para estruturas de edifícios públicos e agrícolas,

edifícios de escritórios e instalações industriais, — em pontes e na construção de pontes, — como madeira de construção em áreas de água doce e águas

salobras, por exemplo em paredões e pontes, — como barreiras acústicas, — no controlo de avalanches, — nas barreiras de segurança que delimitam auto-estradas, — como postes redondos de madeira de coníferas descascada em

cercas para gado, — em estruturas de retenção de terras, — como postes de transporte de energia eléctrica e de telecomunica­

ções, — como travessas para vias de metropolitano.

c) Sem prejuízo da aplicação de outras normas comunitárias relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os fornecedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que toda a madeira tratada apresenta um rótulo com a menção “Exclusiva­mente para uso profissional e instalação industrial, contém arsénio”. Além disso, toda a madeira colocada no mercado em embalagens deverá apresentar também um rótulo com a menção “Para manusear esta madeira, é necessário usar luvas. Usar máscara anti-pó e protecção para os olhos para cortar ou efectuar outro tipo de trabalho nesta madeira. Os seus desperdícios deverão ser tratados como resíduos pe­rigosos por uma empresa devidamente autorizada”.

d) A madeira tratada mencionada na alínea a) não pode ser utilizada: — em construções residenciais ou domésticas, seja qual for a sua

finalidade, — em qualquer aplicação em que exista um risco de contacto repetido

com a pele, — em águas marinhas, — para fins agrícolas que não sejam postes de cercas para gado nem

os fins de uso estrutural de acordo com a alínea b), — em qualquer aplicação em que a madeira tratada possa entrar em

contacto com produtos intermédios ou acabados destinados ao consumo humano e/ou animal.

5. A madeira tratada com compostos de arsénio que estava a ser utilizada na Comunidade antes de 30 de Setembro de 2007 ou que foi colocada no mercado em conformidade com o ponto 4 pode permanecer em serviço e continuar a ser utilizada até que atinja o fim da sua vida útil.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/15

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

6. A madeira tratada com CCA do tipo C que estava a ser utilizada na Comunidade antes de 30 de Setembro de 2007 ou que foi colocada no mercado em conformidade com o ponto 4: — pode ser utilizada ou reutilizada nas condições aplicáveis à sua utili­

zação constantes das alíneas b), c) e d) do ponto 4, — pode ser colocada no mercado nas condições aplicáveis à sua utiliza­

ção constantes das alíneas b), c) e d) do ponto 4. 7. Os Estados-Membros podem autorizar que a madeira tratada com ou­tros tipos de soluções CCA que estava a ser utilizada na Comunidade antes de 30 de Setembro de 2007: — seja utilizada ou reutilizada nas condições referentes à sua utilização

constantes das alíneas b), c) e d) do ponto 4, — seja colocada no mercado nas condições referentes à sua utilização

constantes das alíneas b), c) e d) do ponto 4.

20. Compostos organoestânicos 1. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas que actuem como biocidas em tintas em que os biocidas não estejam quimicamente ligados aos restantes componentes.

2. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas que actuem como biocidas para impedir a fixação de microrganismos, plantas ou animais:

a) A todas as embarcações, independentemente do seu comprimento, destinadas a ser utilizadas em vias navegáveis marinhas, costeiras, es­tuarinas e interiores ou em lagos;

b) A gaiolas, flutuadores, redes e quaisquer outros dispositivos ou equipa­mentos utilizados em piscicultura ou conquicultura;

c) A qualquer dispositivo ou equipamento total ou parcialmente imerso.

3. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas destinadas a ser utilizadas no tratamento de águas industriais.

21. Di-μ-oxo-di-n-butilestano-hidroxi­borano; hidrogenoborato de di­butilestanho C 8 H 19 BO 3 Sn (DBB)

N. o CAS 75113-37-0 N. o CE 401-040-5

Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substâncias ou em misturas, em concentrações iguais ou superiores a 0,1 % em peso.

Todavia, o primeiro parágrafo não é aplicável a esta substância (DBB) nem às misturas que a contenham e que sejam destinadas exclusivamente a ser transformadas em artigos em que a concentração da substância seja infe­rior a 0,1 %.

22. Pentaclorofenol

N. o CAS 87-86-5 N. o CE 201-778-6 e seus sais e ésteres

Não pode ser colocado no mercado nem utilizado:

— como substância,

— como constituinte de outras substâncias, ou em misturas, em concen­trações iguais ou superiores a 0,1 % em peso.

23. Cádmio

N. o CAS 7440-43-9 N. o CE 231-152-8 e seus compostos

Para efeitos da presente entrada, os códigos e capítulos entre parênteses rectos são os códigos e capítulos da nomenclatura pautal e estatística da Pauta Aduaneira Comum, tal como estabelecida no Regulamento (CEE) n. o 2658/87 do Conselho (*).

1. Não podem ser utilizados para corar os artigos fabricados a partir das substâncias e misturas enumeradas a seguir:

a) — policloreto de vinilo (PVC) [3904 10] [3904 21] [3904 22]

— poliuretano (PUR) [3909 50]

PT L 164/16 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

— polietileno de baixa densidade (ldPE), com excepção do polietileno de baixa densidade utilizado para a produção de “masterbatch” corados [3901 10]

— acetato de celulose (CA) [3912 11] [3912 12] — acetobutirato de celulose (CAB) [3912 11] [3912 12] — resinas epóxi [3907 30] — resinas de melamina-formaldeído (MF) [3909 20] — resinas de ureia-formaldeído (UF) [3909 10] — poliésteres insaturados (UP) [3907 91] — tereftalato de polietileno (PET) [3907 60] — tereftalato de polibutileno (PBT) — poliestireno cristal/standard [3903 11] [3903 19] — metacrilato de metilo acrilonitrilo (AMMA) — polietileno reticulado (VPE) — poliestireno de alto impacte/choque — polipropileno (PP) [3902 10]

b) Tintas [3208] [3209]

Contudo, se as tintas tiverem um elevado teor de zinco, a respectiva concentração residual de cádmio deve ser tão reduzida quanto possível, não excedendo nunca 0,1 % em peso.

Em qualquer caso, seja qual for a respectiva utilização ou destino final, é proibida a colocação no mercado de artigos e componentes de artigos fabricados a partir das substâncias e misturas acima enumeradas, coradas com cádmio, se o respectivo teor de cádmio (expresso em Cd metálico) for superior a 0,01 % em peso de material plástico.

2. Todavia, o disposto no ponto 1 não é aplicável aos artigos destinados a serem corados por razões de segurança.

3. Não podem ser utilizados para estabilizar as misturas ou artigos enu­merados a seguir, fabricados a partir de polímeros e copolímeros de cloreto de vinilo:

— materiais de embalagem (sacos, garrafas, tampas) [3923 29 10]

— artigos de escritório e artigos escolares [3926 10]

— guarnições para móveis, carroçarias ou similares [3926 30]

— vestuário e acessórios para vestuário (incluindo luvas) [3926 20]

— revestimentos de pavimentos e paredes [3918 10]

— tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados [5903 10]

— couros sintéticos [4202]

— discos (música)

— tubagens e acessórios de união [3917 23]

— portas oscilantes (tipo saloon)

— veículos para o transporte rodoviário (interior, exterior, partes inferiores laterais da carroçaria)

— revestimento das chapas de aço utilizadas na construção ou na indús­tria

— isolamento de cabos eléctricos

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/17

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

Em qualquer caso, seja qual for a respectiva utilização ou destino final, é proibida a colocação no mercado das misturas, artigos e componentes de artigos acima enumerados, fabricados a partir dos polímeros e copolíme­ros de cloreto de vinilo estabilizados por meio de substâncias que conte­nham cádmio, se o respectivo teor de cádmio (expresso em Cd metálico) for superior a 0,01 % em peso do polímero.

4. Todavia, o disposto no ponto 3 não é aplicável às misturas e artigos que utilizem estabilizadores à base de cádmio por razões de segurança.

5. Para efeitos da presente entrada, por tratamento de superfície com cádmio (cadmiagem) entende-se qualquer depósito ou revestimento de cádmio metálico numa superfície metálica.

Não são admitidos para a cadmiagem os artigos metálicos ou componen­tes dos artigos utilizados nos sectores/aplicações enumerados a seguir:

a) Equipamentos e máquinas para:

— a produção alimentar [8210] [8417 20] [8419 81] [8421 11] [8421 22] [8422] [8435] [8437] [8438] [8476 11]

— a agricultura [8419 31] [8424 81] [8432] [8433] [8434] [8436]

— a refrigeração e a congelação [8418]

— a tipografia e a imprensa [8440] [8442] [8443]

b) Equipamentos e máquinas para a produção de:

— acessórios domésticos [7321] [8421 12] [8450] [8509] [8516]

— mobiliário [8465] [8466] [9401] [9402] [9403] [9404]

— instalações sanitárias [7324]

— aquecimento central e ar condicionado [7322] [8403] [8404] [8415]

Em qualquer caso, seja qual for a respectiva utilização ou destino final, é proibida a colocação no mercado de artigos cadmiados ou de componen­tes desses artigos utilizados nos sectores/aplicações acima enumerados nas alíneas a) e b), bem como dos artigos manufacturados dos sectores refe­ridos na alínea b).

6. As disposições referidas no ponto 5 são igualmente aplicáveis aos artigos cadmiados ou componentes desses artigos, que sejam utilizados nos sectores/aplicações enumerados nas alíneas a) e b) infra, bem como aos artigos manufacturados dos sectores referidos na alínea b) infra:

a) Equipamentos e máquinas para a produção de:

— papel e cartão [8419 32] [8439] [8441]

— têxteis e vestuário [8444] [8445] [8447] [8448] [8449] [8451] [8452]

b) Equipamentos e máquinas para a produção de:

— equipamentos e máquinas para manutenção industrial [8425] [8426] [8427] [8428] [8429] [8430] [8431]

— veículos rodoviários e agrícolas [capítulo 87]

— comboios [capítulo 86]

— barcos [capítulo 89]

7. Todavia, as restrições previstas nos pontos 5 e 6 não são aplicáveis:

— aos artigos e componentes de artigos utilizados nos sectores aeronáu­tico, aeroespacial, mineiro, offshore e nuclear, cujas aplicações requerem um elevado grau de segurança, assim como aos órgãos de segurança dos veículos rodoviários e agrícolas, comboios e barcos,

— aos contactos eléctricos, sejam quais forem os seus sectores de utiliza­ção, sempre que tal for necessário para garantir a fiabilidade da apare­lhagem em que estão instalados.

_____________ (*) JO L 256 de 7.9.1987, p. 42.

PT L 164/18 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

24. Monometiltetraclorodifenilmetano

Designação comercial: Ugilec

N. o CAS 76253-60-6

1. Não pode ser colocado no mercado nem utilizado, como substância ou em misturas.

Os artigos que contenham esta substância não podem ser colocados no mercado.

2. Por derrogação, o ponto 1 não se aplica:

a) Às instalações fabris e máquinas já em funcionamento em 18 de Junho de 1994, até à sua desactivação;

b) À manutenção de instalações fabris e de máquinas já em funciona­mento num Estado-Membro em 18 de Junho de 1994.

Para efeitos do disposto na alínea a), os Estados-Membros podem, no entanto, por razões de protecção da saúde humana e do ambiente, proibir a utilização destas instalações ou máquinas no seu território antes da sua desactivação.

25. Monometildiclorodifenilmetano

Designação comercial: Ugilec 121 Ugilec 21

Não pode ser colocado no mercado nem utilizado, como substância ou em misturas.

Os artigos que contenham esta substância não podem ser colocados no mercado.

26. Monometildibromodifenilmetano; bromobenzilbromotolueno, mis­tura de isómeros

Designação comercial: DBBT

N. o CAS 99688-47-8

Não pode ser colocado no mercado nem utilizado, como substância ou em misturas.

Os artigos que contenham esta substância não podem ser colocados no mercado.

27. Níquel

N. o CAS 7440-02-0 N. o CE 231-111-4 e seus compostos

1. Não pode ser utilizado:

a) Em qualquer conjunto de hastes inseridas em orelhas furadas e noutras partes perfuradas do corpo humano, a menos que a taxa de libertação de níquel desses conjuntos seja inferior a 0,2 μg/cm 2 /semana (limite de migração);

b) Em artigos destinados a entrar em contacto directo e prolongado com a pele, do tipo dos que se seguem:

— brincos,

— colares, pulseiras e fios, argolas de tornozelo e anéis,

— caixas de relógios de pulso, braceletes e fivelas de relógio,

— botões de mola, fivelas, rebites, fechos de correr e peças metálicas, quando utilizados no vestuário,

se a taxa de libertação de níquel das partes destes artigos em contacto directo e prolongado com a pele for superior a 0,5 μg/cm 2 /semana;

c) Nos artigos referidos na alínea b) do ponto 1 com um revestimento que não seja de níquel, a menos que esse revestimento seja suficiente para garantir que a taxa de libertação de níquel das partes desses artigos em contacto directo e prolongado com a pele não exceda 0,5 μg/cm 2 / /semana durante um período mínimo de dois anos de utilização normal do artigo.

2. Os artigos abrangidos pelo ponto 1 não podem ser colocados no mercado se não preencherem os requisitos previstos nesse ponto.

3. Devem usar-se as normas adoptadas pelo Comité Europeu de Norma­lização (CEN) como métodos de ensaio para demonstrar a conformidade dos artigos com o disposto nos pontos 1 e 2.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/19

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

28. Substâncias constantes da parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008 classificadas como cancerígenas da categoria 1A ou 1B (quadro 3.1) ou cancerígenas da categoria 1 ou 2 (quadro 3.2) e retomadas do seguinte modo: — As substâncias cancerígenas

da categoria 1A (quadro 3.1)/cancerígenas da categoria 1 (quadro 3.2) são enumera­das no apêndice 1

— As substâncias cancerígenas da categoria 1B (quadro 3.1)/ /cancerígenas da categoria 2 (quadro 3.2) são enumeradas no apêndice 2

29. Substâncias constantes da parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008 classificadas como mutagénicas para as células ger­minais da categoria 1A ou 1B (quadro 3.1) ou mutagénicas da categoria 1 ou 2 (quadro 3.2) e retomadas do seguinte modo: — As substâncias mutagénicas

da categoria 1A (quadro 3.1)/mutagénicas da categoria 1 (quadro 3.2) são enumera­das no apêndice 3

— As substâncias mutagénicas da categoria 1B (quadro 3.1)/ /mutagénicas da categoria 2 (quadro 3.2) são enumeradas no apêndice 4

30. Substâncias constantes da parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008 classificadas como tóxicas para a reprodução da ca­tegoria 1A ou 1B (quadro 3.1) ou tóxicas para a reprodução da ca­tegoria 1 ou 2 (quadro 3.2) e re­tomadas do seguinte modo: — As substâncias com toxicidade

reprodutiva, categoria 1A, efeitos nocivos para a função sexual e a fertilidade ou para o desenvolvimento (quadro 3.1) ou toxicidade reprodu­tiva, categoria 1, com R60 (Pode comprometer a fertili­dade) ou R61 (Risco durante a gravidez com efeitos adver­sos na descendência) (quadro 3.2), são enumeradas no apêndice 5

— As substâncias com toxicidade reprodutiva, categoria 1B, efeitos nocivos para a função sexual e a fertilidade ou para o desenvolvimento (quadro 3.1) ou toxicidade reprodu­tiva, categoria 2, com R60 (Pode comprometer a fertili­dade) ou R61 (Risco durante a gravidez com efeitos adver­sos na descendência) (quadro 3.2), são enumeradas no apêndice 6

Sem prejuízo do disposto noutras partes do presente anexo, as disposições seguintes são aplicáveis às entradas 28 a 30:

1. Não podem ser colocadas no mercado nem utilizadas:

— como substâncias,

— como constituintes de outras substâncias, nem

— em misturas,

para fornecimento ao público em geral, sempre que a concentração indi­vidual na substância ou na mistura for igual ou superior:

— quer ao limite específico de concentração relevante especificado na parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008,

— quer à concentração relevante especificada na Directiva 1999/45/CE.

Sem prejuízo da aplicação de outras disposições comunitárias relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os forne­cedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que a embalagem das referidas substâncias e misturas contém a menção seguinte, de forma visível, legível e indelével:

“Reservado aos utilizadores profissionais”.

2. Por derrogação, o ponto 1 não é aplicável:

a) Aos medicamentos para uso humano ou veterinário, tal como definidos nas Directivas 2001/82/CE e 2001/83/CE;

b) Aos produtos cosméticos, tal como definidos na Directiva 76/768/CEE;

c) Aos seguintes combustíveis e produtos derivados do petróleo:

— combustíveis abrangidos pela Directiva 98/70/CE,

— produtos derivados dos óleos minerais destinados a serem utiliza­dos como combustíveis em instalações de combustão móveis ou fixas,

— aos combustíveis vendidos em sistema fechado (como botijas de gás liquefeito);

d) Tintas para pintura artística abrangidas pela Directiva 1999/45/CE.

PT L 164/20 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

31. a) Creosoto; óleo de lavagem

N. o CAS 8001-58-9 N. o CE 232-287-5

b) Óleo de creosoto; óleo de lava­gem

N. o CAS 61789-28-4 N. o CE 263-047-8

c) Destilados (alcatrão de carvão), óleos de naftaleno; óleo nafta­leno

N. o CAS 84650-04-4 N. o CE 283-484-8

d) Óleo de creosoto, fracção de acenafteno; óleo de lavagem

N. o CAS 90640-84-9 N. o CE 292-605-3

e) Destilados (alcatrão de carvão), de topo; óleo antracénico pe­sado

N. o CAS 65996-91-0 N. o CE 266-026-1

f) Óleo de antraceno

N. o CAS 90640-80-5 N. o CE 292-602-7

g) Ácidos do alcatrão, carvão, brutos; fenóis brutos

N. o CAS 65996-85-2 N. o CE 266-019-3

h) Creosoto, madeira

N. o CAS 8021-39-4 N. o CE 232-419-1

i) Óleo de alcatrão de baixa tem­peratura, extraído por via al­calina; resíduos de extracção (carvão), alcalinos de alcatrão de carvão de temperatura baixa

N. o CAS 122384-78-5 N. o CE 310-191-5

1. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas destinadas a ser utilizadas no tratamento da madeira. Além disso, a madeira assim tratada não pode ser colocada no mercado.

2. Em derrogação do ponto 1:

a) As substâncias e misturas só podem ser utilizadas no tratamento da madeira em instalações industriais ou por profissionais abrangidos pela legislação comunitária relativa à protecção dos trabalhadores para novo tratamento in situ se contiverem:

i) benzo[a]pireno numa concentração inferior a 50 mg/kg (0,005 % em peso), e

ii) fenóis extraíveis com água numa concentração inferior a 3 % em peso.

Essas substâncias e misturas para utilização no tratamento da madeira em instalações industriais ou por profissionais:

— só podem ser colocadas no mercado em embalagens de capacidade igual ou superior a 20 litros,

— não podem ser vendidas ao público em geral.

Sem prejuízo da aplicação de outras disposições comunitárias relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os fornecedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que a embalagem das referidas substâncias e misturas contém a menção se­guinte, de forma visível, legível e indelével:

“Para utilização exclusiva em instalações industriais ou tratamento por profissionais”.

b) A madeira tratada em instalações industriais ou por profissionais se­gundo os processos definidos na alínea a) e colocada no mercado pela primeira vez ou tratada de novo in situ, só pode ter uma utilização profissional ou industrial, por exemplo, nos caminhos-de-ferro, no transporte de energia eléctrica e telecomunicações, em vedações, para fins agrícolas (por exemplo tutores de árvores), em instalações portuá­rias e em vias fluviais.

c) A proibição constante do ponto 1 respeitante à colocação no mercado não é aplicável à madeira que tenha sido tratada com as substâncias enumeradas nas alíneas a) a i) da entrada 31 antes de 31 de Dezembro de 2002 e que seja colocada no mercado de segunda mão para reuti­lização.

3. A madeira tratada referida nas alíneas b) e c) do ponto 2 não pode ser utilizada:

— no interior de edifícios, seja qual for a sua finalidade,

— em brinquedos,

— em áreas de recreio,

— em parques, jardins e outros locais exteriores de recreio e lazer onde haja risco de contacto frequente com a pele,

— no fabrico de mobiliário de jardim, por exemplo, mesas de piquenique,

— no fabrico, na utilização e em qualquer reprocessamento de:

— recipientes destinados a fins agrícolas,

— embalagens que possam entrar em contacto com produtos em bruto, intermédios ou acabados, destinados ao consumo humano e/ou animal,

— outros materiais susceptíveis de contaminar os artigos supramencionados.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/21

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

32. Clorofórmio

N. o CAS 67-66-3 N. o CE 200-663-8

34. 1,1,2-Tricloroetano

N. o CAS 79-00-5 N. o CE 201-166-9

35. 1,1,2,2-Tetracloroetano

N. o CAS 79-34-5 N. o CE 201-197-8

36. 1,1,1,2-Tetracloroetano

N. o CAS 630-20-6

37. Pentacloroetano

N. o CAS 76-01-7 N. o CE 200-925-1

38. 1,1-Dicloroeteno

N. o CAS 75-35-4 N. o CE 200-864-0

Sem prejuízo do disposto noutras partes do presente anexo, as disposições seguintes são aplicáveis às entradas 32 a 38:

1. Não podem ser colocadas no mercado nem utilizadas:

— como substâncias,

— como constituintes de outras substâncias, ou em misturas, em concen­trações iguais ou superiores a 0,1 % em peso,

sempre que a substância ou a mistura se destine a ser disponibilizada ao público em geral e/ou a aplicações disseminadas, tais como em limpeza de superfícies e de tecidos.

2. Sem prejuízo da aplicação de outras disposições comunitárias referentes à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os for­necedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que a emba­lagem das referidas substâncias bem como das misturas que contenham essas substâncias em concentrações iguais ou superiores a 0,1 % em peso, contém a menção seguinte, de forma visível, legível e indelével:

“Utilização reservada a instalações industriais”.

Por derrogação, esta disposição não é aplicável a:

a) Medicamentos para uso humano ou veterinário, tal como definidos nas Directivas 2001/82/CE e 2001/83/CE;

b) Produtos cosméticos, tal como definidos na Directiva 76/768/CEE.

40. Substâncias que satisfazem os cri­térios de inflamabilidade da Di­rectiva 67/548/CEE e estão classi­ficadas como inflamáveis, facil­mente inflamáveis ou extrema­mente inflamáveis, independente­mente de constarem ou não da parte 3 do anexo VI do Regula­mento (CE) n. o 1272/2008.

1. Não podem ser utilizadas, como substâncias ou misturas, nas embala­gens aerossóis que se destinem a fornecimento ao público em geral para fins de divertimento e decoração, tais como:

— palhetas metálicas cintilantes, destinadas essencialmente a fins decora­tivos,

— neve e geada decorativas,

— simuladores de ruídos intestinais,

— serpentinas de aerossol,

— excrementos artificiais,

— buzinas para festas,

— flocos e espumas decorativos,

— teias de aranha artificiais,

— bombas de mau cheiro.

2. Sem prejuízo da aplicação de outras disposições comunitárias em ma­téria de classificação, embalagem e rotulagem das substâncias, os fornece­dores devem garantir, antes da colocação no mercado, que as embalagens aerossóis acima referidas contêm, de forma visível, legível e indelével, a menção seguinte:

“Exclusivamente para utilização por profissionais”.

3. Por derrogação, o disposto nos pontos 1 e 2 não é aplicável às emba­lagens aerossóis a que se refere o n. o 1A do artigo 8. o da Directiva 75/ /324/CEE do Conselho (**).

4. As embalagens aerossóis referidas nos pontos 1 e 2 não podem ser colocadas no mercado se não preencherem os requisitos indicados. _____________ (**) JO L 147 de 9.6.1975, p. 40.

41. Hexacloroetano

N. o CAS 67-72-1 N. o CE 200-666-4

Não pode ser colocado no mercado nem utilizado, como substância ou em misturas destinadas ao fabrico ou processamento de metais não ferrosos.

PT L 164/22 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

42. Alcanos, C 10 -C 13 , cloro- (parafinas cloradas de cadeia curta) (SCCP)

N. o CE 287-476-5 N. o CAS 85535-84-8

Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substâncias, como constituintes de outras substâncias ou em misturas, em concentra­ções superiores a 1 % em peso, para utilização:

— no trabalho de metais,

— para engorduramento do couro.

43. Corantes azóicos 1. Os corantes azóicos, capazes de, por clivagem redutora de um ou mais grupos azóicos, libertar uma ou mais das aminas aromáticas enunciadas no apêndice 8, em concentrações detectáveis, ou seja superiores a 30 mg/ /kg (0,003 % em peso) nos artigos ou nas suas partes tingidas, conforme os métodos de ensaio enumerados no apêndice 10, não podem ser utilizados em artigos têxteis ou de couro susceptíveis de entrarem em contacto directo e prolongado com a pele ou a cavidade oral humanas, tais como:

— vestuário, roupa de cama, toalhas, elementos postiços para o cabelo, perucas, chapéus, fraldas e outros artigos sanitários, sacos-cama,

— calçado, luvas, pulseiras de relógio, sacos de mão, bolsas, porta-moe­das, carteiras, pastas, estofos para cadeiras, bolsas para usar ao pes­coço,

— brinquedos de tecido ou de couro e brinquedos que incluam peças de vestuário em tecido ou em couro,

— fios e tecidos para utilização pelo consumidor final.

2. Além disso, os artigos têxteis ou de couro referidos no ponto 1 só podem ser colocados no mercado se satisfizerem os requisitos aí definidos.

3. As substâncias elencadas na “lista dos corantes azóicos” do apêndice 9 não podem ser colocadas no mercado nem utilizadas, enquanto substância ou em misturas, em concentrações superiores a 0,1 % em peso, sempre que se destinem a tingir artigos têxteis ou artigos de couro.

44. Éter difenílico, derivado pentabromado

C 12 H 5 Br 5 O

1. Não pode ser colocado no mercado nem utilizado:

— como substância,

— em misturas, em concentrações superiores a 0,1 % em peso.

2. Os artigos, ou partes ignífugas dos mesmos, que contenham esta subs­tância em concentrações superiores a 0,1 % em peso não podem ser colocados no mercado.

3. Por derrogação, o ponto 2 não se aplica:

— aos artigos que estavam a ser utilizados na Comunidade antes de 15 de Agosto de 2004,

— aos equipamentos eléctricos e electrónicos abrangidos pela Directiva 2002/95/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (***).

_____________ (***) JO L 37 de 13.2.2003, p. 19.

45. Éter difenílico, derivado octabromado

C 12 H 2 Br 8 O

1. Não pode ser colocado no mercado nem utilizado:

— como substância,

— como constituinte de outras substâncias, ou em misturas, em concen­trações superiores a 0,1 % em peso.

2. Os artigos, ou partes ignífugas dos mesmos, que contenham esta subs­tância em concentrações superiores a 0,1 % em peso não podem ser colocados no mercado.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/23

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

3. Por derrogação, o ponto 2 não se aplica: — aos artigos que estavam a ser utilizados na Comunidade antes de 15 de

Agosto de 2004, — aos equipamentos eléctricos e electrónicos abrangidos pela Directiva

2002/95/CE.

46. a) Nonilfenol

C 6 H 4 (OH)C 9 H 19

N. o CAS 25154-52-3 N. o CE 246-672-0

b) Etoxilatos de nonilfenol

(C 2 H 4 O) n C 15 H 24 O

Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substâncias ou em misturas, em concentrações iguais ou superiores a 0,1 % em peso, com os seguintes fins:

1. Limpeza industrial e institucional, excepto:

— sistemas fechados controlados de limpeza a seco, nos quais o líquido de lavagem é reciclado ou incinerado,

— sistemas de limpeza com tratamento especial, nos quais o líquido de lavagem é reciclado ou incinerado;

2. Limpeza doméstica;

3. Tratamento de têxteis e de couro, excepto:

— tratamento sem descarga para as águas residuais,

— sistemas com tratamento especial, nos quais a água de tratamento é pré-tratada para remover completamente os resíduos orgânicos antes do tratamento biológico das águas residuais (desengordura­mento de pele de carneiro);

4. Emulsionante em produtos de imersão das tetinas agrícolas;

5. Trabalho de metais, excepto:

utilizações em sistemas fechados controlados, nos quais o líquido de lavagem é reciclado ou incinerado;

6. Fabrico de pasta e de papel;

7. Produtos cosméticos;

8. Outros produtos de higiene pessoal, excepto:

espermicidas;

9. Formulantes nos pesticidas e biocidas. Todavia, as autorizações nacio­nais de pesticidas e de produtos biocidas que contenham, como for­mulante, etoxilatos de nonilfenol, concedidas antes de 17 de Julho de 2003, não são afectadas por esta restrição, até ao respectivo termo.

47. Compostos de crómio VI 1. O cimento e as misturas que contenham cimento não podem ser colocados no mercado nem utilizados se contiverem, quando hidratados, mais de 2 mg/kg (0,0002 %) de crómio VI solúvel do peso seco total do cimento.

2. Se forem utilizados agentes redutores e sem prejuízo da aplicação de outras normas comunitárias relativas à classificação, embalagem e rotula­gem de substâncias e misturas, os fornecedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que as embalagens de cimento ou de misturas que contenham cimento contêm, de forma visível, legível e indelével, informa­ção relativa à data de embalagem, às condições de armazenamento e ao período de armazenamento, apropriada à manutenção da actividade do agente redutor e à manutenção do conteúdo de crómio VI solúvel abaixo do limite fixado no ponto 1.

3. Por derrogação, os pontos 1 e 2 não se aplicam à colocação no mercado nem à utilização em procedimentos controlados, fechados e totalmente automatizados em que o cimento e as misturas que contenham cimento sejam tratados exclusivamente por máquinas e em que não haja possibilidade de contacto com a pele.

PT L 164/24 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

48. Tolueno

N. o CAS 108-88-3 N. o CE 203-625-9

Não pode ser colocado no mercado nem utilizado, como substância ou em misturas, numa concentração igual ou superior a 0,1 % em peso, sempre que se destine a utilização em produtos adesivos e tintas para pulverização, destinados ao fornecimento ao público em geral.

49. Triclorobenzeno

N. o CAS 120-82-1 N. o CE 204-428-0

Não pode ser colocado no mercado nem utilizado, como substância ou em misturas, em concentrações iguais ou superiores a 0,1 % em peso, para qualquer utilização excepto:

— como produto intermédio de síntese, ou

— como solvente de processo em aplicações químicas fechadas para re­acções de cloração, ou

— no fabrico de 1,3,5-triamino-2,4,6-trinitrobenzeno (TATB).

50. Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH)

a) Benzo[a]pireno (BaP)

N. o CAS 50-32-8

b) Benzo[e]pireno (BeP)

N. o CAS 192-97-2

c) Benzo[a]antraceno (BaA)

N. o CAS 56-55-3

d) Criseno (CHR)

N. o CAS 218-01-9

e) Benzo[b]fluoranteno (BbFA)

N. o CAS 205-99-2

f) Benzo[j]fluoranteno (BjFA)

N. o CAS 205-82-3

g) Benzo[k]fluoranteno (BkFA)

N. o CAS 207-08-9

h) Dibenzo[a,h]antraceno (DBAhA)

N. o CAS 53-70-3

1. A partir de 1 de Janeiro de 2010, os óleos de diluição não podem ser colocados no mercado nem utilizados no fabrico de pneumáticos ou partes de pneumáticos se contiverem:

— mais de 1 mg/kg (0,0001 % em peso) de BaP, ou

— mais de 10 mg/kg (0,001 % em peso) da soma de todos os PAH indicados.

Estes limites são considerados observados, caso o extracto de aromáticos policíclicos (PCA) seja inferior a 3 %, em peso, em conformidade com a norma IP346: 1998 do Instituto do Petróleo (determinação dos PCA nos óleos de base para lubrificação não usados e em fracções de petróleo sem asfalteno — método do índice refractivo de extracção de sulfóxido de dimetilo), desde que a conformidade com os valores-limite de BaP e dos PAH indicados, bem como a correlação dos valores medidos com o ex­tracto de PCA, sejam controlados pelo fabricante ou pelo importador de seis em seis meses ou após cada alteração operacional importante, con­soante o que ocorrer primeiro.

2. Além disso, os pneumáticos e as bandas de rodagem para recauchuta­gem fabricadas após 1 de Janeiro de 2010 não podem ser colocados no mercado se contiverem óleos de diluição que excedam os limites indicados no ponto 1.

Consideram-se observados esses limites caso os compostos de borracha vulcanizada não ultrapassem o limite de 0,35 % Hbay, tal como medidos e calculados pela norma ISO 21461 (Borracha vulcanizada — Determinação da aromaticidade do óleo nos compostos de borracha vulcanizada).

3. Por derrogação, o ponto 2 não é aplicável aos pneumáticos recauchu­tados, caso as suas bandas de rodagem não contenham óleos de diluição que ultrapassem os limites indicados no ponto 1.

4. Para efeitos da presente entrada, por “pneumáticos” deve entender-se os pneumáticos para veículos abrangidos pela:

— Directiva 2007/46/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Setembro de 2007, que estabelece um quadro para a homologação dos veículos a motor e seus reboques (****),

— Directiva 2003/37/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Maio de 2003, relativa à homologação de tractores agrícolas ou florestais, seus reboques e máquinas intermutáveis rebocadas, e dos sistemas, componentes e unidades técnicas destes veículos (*****), e

— Directiva 2002/24/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Março de 2002, relativa à homologação dos veículos a motor de duas ou três rodas e que revoga a Directiva 92/61/CEE do Conse­lho (******).

_____________ (****) JO L 263 de 9.10.2007, p. 1.

(*****) JO L 171 de 9.7.2003, p. 1. (******) JO L 124 de 9.5.2002, p. 1.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/25

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

51. Os seguintes ftalatos (ou outros números CAS e CE que incluam a substância):

a) Ftalato de bis(2-etil-hexilo) (DEHP)

N. o CAS 117-81-7 N. o CE 204-211-0

b) Ftalato de dibutilo (DBP)

N. o CAS 84-74-2 N. o CE 201-557-4

c) Ftalato de benzilbutilo (BBP)

N. o CAS 85-68-7 N. o CE 201-622-7

1. Não podem ser utilizados, como substâncias ou em misturas, em con­centrações superiores a 0,1 % em peso de material plastificado, em brin­quedos e artigos de puericultura.

2. Não podem ser colocados no mercado brinquedos e artigos de pueri­cultura que contenham estes ftalatos numa concentração superior a 0,1 % em peso de material plastificado.

3. Até 16 de Janeiro de 2010, a Comissão deve reavaliar as medidas previstas relativamente a esta entrada à luz das novas informações cien­tíficas relativas a estas substâncias e seus substitutos e, se se justificar, estas medidas serão alteradas em conformidade.

4. Para efeitos da presente entrada, entende-se por “artigo de puericultura” qualquer produto destinado a facilitar o sono, o relaxamento, a higiene e a alimentação das crianças ou a sucção por parte destas.

52. Os seguintes ftalatos (ou outros números CAS e CE que incluam a substância):

a) Ftalato de di-isononilo (DINP)

N. os CAS 28553-12-0 e 68515-48-0 N. os CE 249-079-5 e 271-090-9

b) Ftalato de di-isodecilo (DIDP)

N. os CAS 26761-40-0 e 68515-49-1 N. os CE 247-977-1 e 271-091-4

c) Ftalato de di-n-octilo (DNOP)

N. o CAS 117-84-0 N. o CE 204-214-7

1. Não podem ser utilizados, como substâncias ou em misturas, em con­centrações superiores a 0,1 % em peso de material plastificado, em brin­quedos e artigos de puericultura que as crianças possam pôr na boca.

2. Não podem ser colocados no mercado esses brinquedos e artigos de puericultura que contenham estes ftalatos numa concentração superior a 0,1 % em peso de material plastificado.

3. Até 16 de Janeiro de 2010, a Comissão deve reavaliar as medidas previstas relativamente a esta entrada à luz das novas informações cien­tíficas relativas a estas substâncias e seus substitutos e, se se justificar, estas medidas serão alteradas em conformidade.

4. Para efeitos da presente entrada, entende-se por “artigo de puericultura” qualquer produto destinado a facilitar o sono, o relaxamento, a higiene e a alimentação das crianças ou a sucção por parte destas.

53. Perfluorooctanossulfonatos (PFOS) C 8 F 17 SO 2 X (X = OH, sal metálico (O-M+), halogeneto, amida e outros deri­vados, incluindo polímeros)

1. Não podem ser colocados no mercado nem utilizados, como substân­cias ou em misturas, em concentrações iguais ou superiores a 50 mg/kg (0,005 % em peso).

2. Não podem ser colocados no mercado em produtos semiacabados ou artigos, ou partes de artigos, se a concentração de PFOS for igual ou superior a 0,1 % em peso, calculada com base na massa de partes estru­turais ou micro-estruturais distintas que contenham PFOS ou, no caso dos têxteis ou de outros materiais revestidos, se a quantidade de PFOS for igual ou superior a 1 μg/m 2 do material revestido.

3. Por derrogação, os pontos 1 e 2 não são aplicáveis aos seguintes casos nem às substâncias e misturas necessárias à sua concretização:

a) Revestimentos fotorresistentes ou anti-reflexo, em processos de foto­litografia;

b) Revestimentos fotográficos aplicados em filmes, papéis ou chapas de impressão;

c) Eliminadores de névoa em cromagem (crómio VI) rígida não decorativa e agentes molhantes para utilização em sistemas controlados de elec­trodeposição em que a quantidade de PFOS libertada para o ambiente é minimizada mediante a aplicação integral das melhores técnicas dispo­níveis desenvolvidas no âmbito da Directiva 2008/1/CE do Parlamento Europeu e do Conselho (*******);

d) Fluidos hidráulicos para a aviação.

PT L 164/26 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

4. Em derrogação do ponto 1, as espumas contra incêndios colocadas no mercado antes de 27 de Dezembro de 2006 podem ser utilizadas até 27 de Junho de 2011. 5. Por derrogação, o ponto 2 não se aplica aos artigos que estavam a ser utilizados na Comunidade antes de 27 de Junho de 2008. 6. Os pontos 1 e 2 aplicam-se sem prejuízo do Regulamento (CE) n. o 648/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho (********). 7. Logo que estejam disponíveis novas informações pormenorizadas sobre as utilizações de substâncias ou de tecnologias alternativas mais seguras, a Comissão deve proceder à revisão de cada uma das derrogações das alíneas a) a d) do ponto 3, por forma a que: a) As utilizações de PFOS sejam eliminadas progressivamente logo que a

utilização de alternativas mais seguras seja técnica e economicamente viável;

b) Uma derrogação só pode ser mantida para utilizações essenciais para as quais não existam alternativas mais seguras e desde que tenham sido indicadas as medidas tomadas para encontrar alternativas mais seguras;

c) A libertação de PFOS no ambiente seja minimizada, mediante a apli­cação das melhores técnicas disponíveis.

8. A Comissão deve analisar as actividades de avaliação dos riscos e a disponibilidade de substâncias ou tecnologias alternativas mais seguras relacionadas com a utilização de ácido perfluoro-octanóico (PFOA) e das substâncias afins e propor todas as medidas necessárias para reduzir os riscos identificados, incluindo a limitação da colocação no mercado e da utilização, em particular quando estiverem disponíveis substâncias ou tec­nologias que sejam técnica e economicamente viáveis. _____________ (*******) JO L 24 de 29.1.2008, p. 8.

(********) JO L 104 de 8.4.2004, p. 1.

54. 2-(2-methoxyethoxy)ethanol (DEGME)

N. o CAS 111-77-3 N. o CE 203-906-6

Não pode ser colocado no mercado após 27 de Junho de 2010 para fornecimento ao público em geral, como componente de tintas, decapan­tes, agentes de limpeza, emulsões de polimento e vedantes para o chão, em concentrações iguais ou superiores a 0,1 % em peso.

55. 2-(2-Butoxietoxi)etanol (DEGBE)

N. o CAS 112-34-5 N. o CE 203-961-6

1. Não pode ser colocado no mercado pela primeira vez após 27 de Junho de 2010, para fornecimento ao público em geral, como compo­nente de tintas para pulverização ou de produtos de limpeza para pulve­rização em embalagens aerossóis, em concentrações iguais ou superiores a 3 % em peso.

2. As tintas para pulverização e os produtos de limpeza para pulverização em embalagens aerossóis contendo DEGBE que não cumpram os requisi­tos do ponto 1 não podem ser colocados no mercado para fornecimento ao público em geral após 27 de Dezembro de 2010.

3. Sem prejuízo de outras disposições da legislação comunitária relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os forne­cedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que, até 27 de Dezembro de 2010, as tintas que não as tintas para pulverização contendo DEGBE em concentrações iguais ou superiores a 3 % em peso, colocadas no mercado para fornecimento ao público em geral, apresentam a menção seguinte, de forma visível, legível e indelével:

“Não utilizar em equipamentos para pintura por pulverização”.

56. Diisocianato de metilenodifenilo (MDI)

N. o CAS 26447-40-5 N. o CE 247-714-0

1. Não pode ser colocado no mercado após 27 de Dezembro de 2010, como componente de misturas, em concentrações de MDI iguais ou su­periores a 0,1 % em peso, para fornecimento ao público em geral, salvo se os fornecedores garantirem, antes da colocação no mercado, que a emba­lagem:

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/27

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

a) Contém luvas de protecção que cumpram os requisitos da Directiva 89/ /686/CEE do Conselho (*********);

b) Ostenta de maneira visível, legível e indelével e sem prejuízo de outras disposições da legislação comunitária relativas à classificação, embala­gem e rotulagem de substâncias e misturas, as menções seguintes: “— Pessoas já sensibilizadas aos diisocianatos podem desenvolver re­

acções alérgicas se utilizarem este produto. — Pessoas que sofram de asma, eczema ou problemas cutâneos de­

verão evitar o contacto, incluindo o contacto dérmico, com este produto.

— Este produto não deve ser utilizado em condições de ventilação reduzida sem uma máscara de protecção com um filtro anti-gás adequado (por exemplo, tipo A1, de acordo com a norma EN 14387:2004).”.

2. Por derrogação, a alínea a) do ponto 1 não se aplica aos produtos adesivos obtidos por fusão a quente. _____________ (*********) JO L 399 de 30.12.1989, p. 18.

57. Ciclo-hexano

N. o CAS 110-82-7 N. o CE 203-806-2

1. Não pode ser colocado no mercado pela primeira vez após 27 de Junho de 2010, para fornecimento ao público em geral, como compo­nente de produtos adesivos de contacto à base de neopreno, em concen­trações de ciclo-hexano iguais ou superiores a 0,1 % em peso, em emba­lagens de peso superior a 350 g.

2. Os produtos adesivos de contacto à base de neopreno contendo ciclo- -hexano e que não cumpram o disposto no ponto 1 não podem ser colocados no mercado, para venda ao público em geral, após 27 de Dezembro de 2010.

3. Sem prejuízo de outras disposições da legislação comunitária relativas à classificação, embalagem e rotulagem de substâncias e misturas, os forne­cedores devem garantir, antes da colocação no mercado, que, após 27 de Dezembro de 2010, os produtos adesivos de contacto à base de neopreno contendo ciclo-hexano em concentrações iguais ou superiores a 0,1 % em peso, que sejam colocados no mercado para fornecimento ao público em geral, ostentam de maneira visível, legível e indelével as menções seguintes:

“— Este produto não pode ser utilizado em condições de ventilação reduzida.

— Este produto não pode ser utilizado para colocação de alcatifa.”.

58. Nitrato de amónio (NA)

N. o CAS 6484-52-2 N. o CE 229-347-8

1. Não pode ser colocado no mercado pela primeira vez após 27 de Junho de 2010 como substância ou em misturas com teor de azoto superior a 28 % em peso sob a forma de nitrato de amónio, para utiliza­ção como adubo sólido, simples ou composto, excepto se o adubo cum­prir as disposições técnicas relativas aos adubos à base de nitrato de amónio com elevado teor de azoto, previstas no anexo III do Regulamento (CE) n. o 2003/2003 do Parlamento Europeu e do Conselho (**********).

2. Não pode ser colocado no mercado após 27 de Junho de 2010 como substância ou em misturas com teor de azoto igual ou superior a 16 % em peso sob a forma de nitrato de amónio excepto para fornecimento a:

a) Distribuidores e utilizadores a jusante, incluindo pessoas singulares ou colectivas licenciadas ou autorizadas ao abrigo da Directiva 93/15/CEE do Conselho (***********);

b) Agricultores, para utilização em actividades agrícolas, a tempo inteiro ou parcial, e não necessariamente relacionadas com a dimensão do terreno.

PT L 164/28 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Coluna 1 Denominação da substância, dos grupos de

substâncias ou das misturas

Coluna 2 Condições de restrição

Para efeitos da presente alínea, entende-se por: i) “Agricultor”: a pessoa singular ou colectiva ou o grupo de pessoas

singulares ou colectivas, qualquer que seja o estatuto jurídico que o direito nacional confira ao grupo e aos seus membros, cuja explo­ração se situe no território da Comunidade, a que se refere o artigo 299. o do Tratado, e que exerça uma actividade agrícola;

ii) “Actividade agrícola”: a produção, criação ou cultivo de produtos agrícolas, incluindo a colheita, ordenha, criação de animais ou de­tenção de animais para fins de produção, ou a manutenção das terras em boas condições agrícolas e ambientais, tal como definidas nos termos do artigo 5. o do Regulamento (CE) n. o 1782/2003 do Conselho (************);

c) Pessoas singulares ou colectivas que desenvolvam actividades profissio­nais tais como horticultura, cultivo de plantas em estufa, manutenção de parques, jardins ou campos desportivos, silvicultura ou outras acti­vidades análogas.

3. Contudo, no que diz respeito às restrições previstas no ponto 2, os Estados-Membros podem, por razões socioeconómicas, aplicar, até 1 de Julho de 2014, um limite máximo de 20 % em peso de azoto sob a forma de nitrato de amónio para substâncias e misturas colocadas no mercado nos seus territórios. Do facto devem informar a Comissão e os restantes Estados-Membros. _____________

(**********) JO L 304 de 21.11.2003, p. 1. (***********) JO L 121 de 15.5.1993, p. 20.

(************) JO L 270 de 21.10.2003, p. 1.».

3. Nos apêndices 1 a 6, o preâmbulo passa a ter a seguinte redacção:

«PREÂMBULO

Explicação dos títulos das colunas

Substâncias:

O nome corresponde à identificação química internacional usada para a substância na parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/20008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de Dezembro de 2008, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e misturas, e que altera e revoga as Directivas 67/548/CEE e 1999/45/CE e altera o Regulamento (CE) n. o 1907/2006.

Sempre que possível, as substâncias são designadas pelos respectivos nomes IUPAC. As substâncias enumeradas no EINECS (Inventário Europeu das Substâncias Químicas Existentes no Mercado), ELINCS (Lista Europeia das Subs­tâncias Químicas Notificadas) ou na lista “No-longer-polymers” (NLP) são designadas pelos nomes constantes dessas listas. Em alguns casos, é ainda incluído um nome vulgar. Sempre que possível, os produtos fitofarmacêuticos e os produtos biocidas são designados pelas respectivas designações ISO.

Entradas relativas a grupos de substâncias:

Da parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008 constam diversas entradas de grupo. Nestes casos, os requisitos de classificação aplicam-se a todas as substâncias abrangidas pela descrição.

Nalguns casos, há requisitos de classificação para substâncias específicas, que seriam abrangidas pela entrada de grupo. Corresponderão, então, a essas substâncias entradas específicas na parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008 e, nas entradas de grupo, figurará a frase “com excepção dos expressamente referidos noutros pontos do presente anexo”.

Em alguns casos, uma determinada substância pode ser abrangida por mais do que uma entrada de grupo. Em tais casos, a classificação da substância reflecte a classificação correspondente a cada entrada de grupo. Se se atribuírem classificações diferentes ao mesmo perigo, utiliza-se a classificação que reflecte o perigo mais grave.

Número de índice:

O número de índice é o código de identificação atribuído à substância na parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008. As substâncias são enumeradas no apêndice com base neste número.

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/29

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Número CE:

O “número CE”, ou seja, o número EINECS, ELINCS ou NLP, é o número oficial da substância na União Europeia. O número EINECS pode ser obtido do Inventário Europeu das Substâncias Químicas Existentes no Mercado. O número ELINCS pode ser obtido da Lista Europeia das Substâncias Químicas Notificadas. O número NLP pode ser obtido na lista “No-longer-polymers”. Estas listas são publicadas pelo Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Euro­peias.

O número CE é um número com sete dígitos do tipo XXX-XXX-X que começa em 200-001-8 (EINECS), em 400-010-9 (ELINCS) e em 500-001-0 (NLP). Este número é indicado na coluna intitulada “Número CE”.

Número CAS:

O número CAS (Chemical Abstracts Service) foi definido para facilitar a identificação das substâncias.

N o t a s :

O texto completo das notas figura na parte 1 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008.

Para efeitos do disposto no presente regulamento, as notas têm a seguinte redacção:

Nota A:

Sem prejuízo do disposto no n. o 2 do artigo 17. o do Regulamento (CE) n. o 1272/2008, o nome da substância deve figurar no rótulo sob uma das designações constantes da parte 3 do anexo VI desse regulamento.

Nessa parte, usam-se, por vezes, designações gerais do tipo “compostos de …” ou “sais de …”. Nesses casos, o fornecedor que coloque a substância no mercado deve indicar no rótulo o nome correcto, tendo em conta a secção 1.1.1.4 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008.

Nota C:

Algumas substâncias orgânicas podem ser comercializadas numa forma isomérica específica ou na forma de uma mistura de diversos isómeros.

Nota D:

Determinadas substâncias que podem polimerizar-se ou decompor-se espontaneamente são, em geral, colocadas no mercado numa forma estabilizada. É nessa forma que são incluídas na parte 3 do anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008.

Contudo, as referidas substâncias são, por vezes, colocadas no mercado numa forma não estabilizada. Nesses casos, o fornecedor que coloque a substância no mercado deve obrigatoriamente indicar no rótulo a denominação da substância seguida dos termos “não estabilizado(a)”.

Nota J:

Não é necessário classificar a substância de cancerígena ou mutagénica se se puder provar que contém menos de 0,1 % (p/p) de benzeno (número CE 200-753-7).

Nota K:

Não é necessário classificar a substância de cancerígena ou mutagénica se se puder provar que contém menos de 0,1 % (p/p) de 1,3-butadieno (número CE 203-450-8).

Nota L:

Não é necessário classificar a substância de cancerígena se for possível provar que a substância contém menos de 3 % de matérias extractáveis em DMSO, medidas através do método IP 346.

Nota M:

Não é necessário classificar a substância de cancerígena se se puder provar que contém menos de 0,005 % (p/p) de benzo[a]pireno (número CE 200-028-5).

Nota N:

Não é necessário classificar a substância como cancerígena se se conhecerem todos os antecedentes de refinação e se for possível provar que a substância a partir da qual foi produzida não é cancerígena.

PT L 164/30 Jornal Oficial da União Europeia 26.6.2009

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Page 60: Lei 12305 Residuos Solidos - Comunicado Ao MPF Sobre Situacoes Em Desacordo Com a Nova Lei

Nota P:

Não é necessário classificar a substância de cancerígena ou mutagénica se se puder provar que contém menos de 0,1 % (p/p) de benzeno (número CE 200-753-7).

Nota R:

A classificação como cancerígeno não é aplicável a fibras de diâmetro geométrico médio superior a 6 μm, ponderado em função do comprimento, menos dois desvios-padrão.».

4. Nos apêndices 1, 2, 3, 5 e 6, nos quadros, coluna intitulada «notas» são suprimidas as referências às notas E, H e S.

5. No apêndice 1, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 28 — Substâncias cancerígenas: categoria 1A (quadro 3.1)/categoria 1 (quadro 3.2)».

6. O apêndice 2 é alterado da seguinte forma:

a) O título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 28 — Substâncias cancerígenas: categoria 1B (quadro 3.1)/cate­goria 2 (quadro 3.2)».

b) No quadro, nas entradas correspondentes aos números de índice 024-017-00-8, 611-024-00-1, 611-029-00-9, 611-030-00-4 e 650-017-00-8, os termos «anexo I da Directiva 67/548/CEE» são substituídos por «anexo VI do Regulamento (CE) n. o 1272/2008».

c) São suprimidas as entradas com números de índice 649-062-00-6, 649-063-00-1, 649-064-00-7, 649-065-00-2, 649-066-00-8, 649-067-00-3, 649-068-00-9, 649-069-00-4, 649-070-00-X, 649-071-00-5, 649-072-00-0, 649-073-00-6, 649-074-00-1, 649-075-00-7, 649-076-00-2, 649-077-00-8, 649-078-00-3, 649-079-00-9, 649-080-00-4, 649-081-00-X, 649-082-00-5, 649-083-00-0, 649-084-00-6, 649-085-00-1, 649-086-00-7, 649-087-00-2, 649-089-00-3, 649-090-00-9, 649-091-00-4, 649-092-00-X, 649-093-00-5, 649-094-00-0, 649-095-00-6, 649-096-00-1, 649-097-00-7, 649-098-00-2, 649-099-00-8, 649-100-00-1, 649-101-00-7, 649-102-00-2, 649-103-00-8, 649-104-00-3, 649-105-00-9, 649-106-00-4, 649-107-00-X, 649-108-00-5, 649-109-00-0, 649-110-00-6, 649-111-00-1, 649-112-00-7, 649-113-00-2, 649-114-00-8, 649-115-00-3, 649-116-00-9, 649-117-00-4, 649-119-00-5, 649-120-00-0, 649-121-00-6, 649-122-00-1, 649-123-00-7, 649-124-00-2, 649-125-00-8, 649-126-00-3, 649-127-00-9, 649-128-00-4, 649-129-00-X, 649-130-00-5, 649-131-00-0, 649-132-00-6, 649-133-00-1, 649-134-00-7, 649-135-00-2, 649-136-00-8, 649-137-00-3, 649-138-00-9, 649-139-00-4, 649-140-00-X, 649-141-00-5, 649-142-00-0, 649-143-00-6, 649-144-00-1, 649-145-00-7, 649-146-00-2, 649-147-00-8, 649-148-00-3, 649-149-00-9, 649-150-00-4, 649-151-0-X, 649-152-00-5, 649-153-00-0, 649-154-00-6, 649-155-00-1, 649-156-00-7, 649-157-00-2, 649-158-00-8, 649-159-00-3, 649-160-00-9, 649-161-00-4, 649-162-00-X, 649-163-00-5, 649-164-00-0, 649-165-00-6, 649-166-00-1, 649-167-00-7, 649-168-00-2, 649-169-00-8, 649-170-00-3, 649-171-00-9, 649-172-00-4, 649-173-00-X, 649-174-00-5, 649-177-00-1, 649-178-00-7, 649-179-00-2, 649-180-00-8, 649-181-00-3, 649-182-00-9, 649-183-00-4, 649-184-00-X, 649-185-00-5, 649-186-00-0, 649-187-00-6, 649-188-00-1, 649-189-00-7, 649-190-00-2, 649-191-00-8, 649-193-00-9, 649-194-00-4, 649-195-00-X, 649-196-00-5, 649-197-00-0, 649-198-00-6, 649-199-00-1, 649-200-00-5, 649-201-00-0, 649-202-00-6, 649-203-00-1, 649-204-00-7, 649-205-00-2, 649-206-00-8, 649-207-00-3, 649-208-00-9, 649-209-00-4 e 649-210-00-X.

7. No apêndice 3, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 29 — Substâncias mutagénicas: categoria 1A (quadro 3.1)/categoria 1 (quadro 3.2)».

8. No apêndice 4, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 29 — Substâncias mutagénicas: categoria 1B (quadro 3.1)/categoria 2 (quadro 3.2)».

9. No apêndice 5, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 30 — Substâncias tóxicas para a reprodução: categoria 1A (quadro 3.1)/categoria 1 (quadro 3.2)».

10. No apêndice 6, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 30 — Substâncias tóxicas para a reprodução: categoria 1B (quadro 3.1)/categoria 2 (quadro 3.2)».

11. No apêndice 8, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 43 — Corantes azóicos — Lista de aminas aromáticas».

12. No apêndice 9, o título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 43 — Corantes azóicos — Lista de corantes azóicos».

13. O apêndice 10 é alterado da seguinte forma:

a) O título passa a ter a seguinte redacção: «Ponto 43 — Corantes azóicos — Lista de métodos de ensaio».

b) Na nota de rodapé, os endereços do CEN e do CENELEC passam a ter a seguinte redacção:

«CEN: Avenue Marnix 17, B-1000 Bruxelas, tel. +32 25500811, fax +32 25500819 http://www.cen.eu/cenorm/homepage.htm

CENELEC: Avenue Marnix 17, B-1000 Bruxelas, tel. +32 25196871, fax +32 25196919 http://www.cenelec.eu/Cenelec/Homepage.htm».

PT 26.6.2009 Jornal Oficial da União Europeia L 164/31

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ANEXO 05

e-mails das Câmaras de Comercio Italiana e Portuguesa

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Paulo Melo

From: "EDINEIA" <[email protected]>Date: 15 April, 2009 14:27To: "VANESSA MACEDO" <[email protected]>Subject: Fwd: Duvidas sobre exportação pra Italia

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---------- Forwarded message ---------- From: INTERNATIONAL BUSINESS CONTACT Ltda. <[email protected]> Date: 2009/4/15 Subject: Re: Duvidas sobre exportação pra Italia To: [email protected] Cc: Câmara Ítalo-Brasileira Curitiba <[email protected]> Boa tarde, foi um prazer atender a Sra. nesta informação, mas infelizmente não tenho uma boa resposta. A Lei 152/2006 (que confirma a sentença 23988/2004 da Corte di Cassazione - ou seja o STF italiano) proibe qualquer produto que tinha sido tratado com creosoto. A pena é de 6 meses a 2 anos de reclusão e a multa varia entre Euro 2.600 e 26.000 (R$ 7.800,00-78.000,00). Estamos a sua disposição por qualquer outra informação. Atenciosamente. Dr. Roberto Colliva Presidente Câmara Italiana ----- Original Message ----- From: "camara italiana" <[email protected]> To: <[email protected]> Sent: Wednesday, April 15, 2009 12:08 PM Subject: Fw: Duvidas sobre exportação pra Italia ----- Original Message ----- From: "EDINEIA" <[email protected]> To: <[email protected]> Sent: Wednesday, April 15, 2009 11:36 AM Subject: Fwd: Duvidas sobre exportação pra Italia ---------- Forwarded message ---------- From: EDINEIA <[email protected]> Date: 2009/4/15 Subject: Duvidas sobre exportação pra Italia To: [email protected] Bom Dia Trabalho em uma empresa de produtos de madeira demolição(Dormentes ), faço revestimentos de parede desse material, este dormentes foram muitos tempos atrás tratados com o produto quimico creosoto, estou querendo exportar, e gostaria de saber se pra exportar para a Italia a alguma restrição a este produto (creosoto), -- Edineia Xaves V. Macedo Ind. Com. Import. e Export. de Produtos de Madeira Ltda. Rua José Felipe, 10 - Santo Inácio - CEP: 82.010-440 - próx. ao Parque Barigui Curitiba - PR - Brasil www.pauvelho.com.br [email protected] (41) 3272-1215 (fone) (41) 3272-3751 (fax) (41) 9975-9447 (cel) PAU VELHO MADEIRA DE DEMOLIÇÃO UMA QUESTÃO DE CONSCIÊNCIA

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Paulo Melo

From: "EDINEIA" <[email protected]>Date: 29 April, 2009 12:56To: "VANESSA MACEDO" <[email protected]>Subject: Fwd: Duvida sobre exportação

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2010-12-10

---------- Forwarded message ---------- From: Reinaldo Victor Tockus <[email protected]> Date: 2009/4/29 Subject: RES: Duvida sobre exportação To: CÂMARA DE COMÉRCIO BRASIL PORTUGAL PARANÁ <[email protected]>, Kelly Reikdal Procopio <[email protected]>, AICEP PORTUGAL <[email protected]> Cc: EDINEIA <[email protected]>, Claudia Vanessa Schittini <[email protected]>, Juliana Carvalho Severo <[email protected]> Prezados Srs. A principio sabemos que o produto em questao, além de altamente toxico, polui o solo e a atmosfera, sendo ainda carcinogênico. Existem leis ambientais rigorosas sobre esse produto e seus componentes, vigindo na Comunidade Européia. Acredito ser muito improvavel conseguir uma autorização para a introdução desses materiais na CE. Faremos uma pesquisa mais apurada da legislação especifica a respeito e encaminharemos. Atenciosamente Reinaldo Victor Tockus Gerente de Tecnologia Industrial Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial ℡ Fone:+55 41 3271-9360 Fax:+55 41 3271-9358

Site: http://www.pr.senai.br Esta mensagem é de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es). As opiniões nela emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista do Sistema FIEP.

De: CÂMARA DE COMÉRCIO BRASIL PORTUGAL PARANÁ [mailto:[email protected]] Enviada em: quarta-feira, 29 de abril de 2009 10:12 Para: Reinaldo Victor Tockus; Kelly Reikdal Procopio; AICEP PORTUGAL Cc: EDINEIA Assunto: Re: Duvida sobre exportação Á RETEC - CURITIBA E AICEP - S. PAULO Solicitamos e agradecemos o favor de na medida do possível esclareceram a questão colocada em baixo pela Sra. EDINEIA XAVES. -- Com os melhores cumprimentos,

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ANEXO 06

Decreto no 875 de 19 de Julho de 1993

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DECRETO Nº 875, DE 19 DE JULHO DE 1993.

Promulga o texto da Convenção sobre o Controle de MovimentosTransfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.

O PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso da atribuição que lhe confere oart. 84, inciso VIII, da Constituição, e

Considerando que a Convenção de Basiléia sobre o Controle deMovimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito foiadotada sob a égide da Organização das Nações Unidas, em Basiléia, em 22de março de 1989;

Considerando que a Convenção ora promulgada foi oportunamentesubmetida à apreciação do Congresso Nacional, que a aprovou por meio doDecreto Legislativo nº 34, de 16 de junho de 1992;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de Adesãoao instrumento multilateral em epígrafe em 15 de outubro de 1992,passando o mesmo a vigorar, para o Brasil, em 30 de dezembro de 1992, naforma de seu artigo 25, parágrafo 2º,

DECRETA:

Art. 1º - A Convenção de Basiléia sobre o Controle de MovimentosTransfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, concluída emBasiléia, em 22 de março de 1989, apensa por cópia a este Decreto, deveráser cumprida tão inteiramente como nela se contém, ressalvada adeclaração de reservas apresentada por ocasião do depósito do instrumentode adesão junto ao Secretariado-Geral das Nações Unidas e adiantetranscrita ‘in verbis’:

‘1 – Ao aderir à Convenção de Basiléia sobre o Controle deMovimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, oGoverno brasileiro se associa a instrumento que considera positivo, umavez que estabelece mecanismos internacionais de controle dessesmovimentos – baseados no princípio do consentimento prévio e explícitopara a importação e o trânsito de resíduos perigosos -, procura coibir otráfico ilícito e prevê a intensificação da cooperação internacional paraa gestão adequada desses resíduos.

2 – O Brasil manifesta, contudo, preocupação ante as deficiênciasda Convenção. Observa, assim, que seu articulado corresponderia melhoraos propósitos anunciados no preâmbulo caso apontasse para a solução doproblema da crescente geração de resíduos perigosos e estabelecesse umcontrole mais rigoroso dos movimentos de tais resíduos. O artigo 4,parágrafo 8, e o artigo 11, em particular, contêm dispositivosexcessivamente flexíveis, deixando de configurar um compromisso claro dosEstados envolvidos na exportação de resíduos perigosos com a gestãoambientalmente saudável desses resíduos.

3 – O Brasil considera, portanto, que a Convenção de Basiléiaconstitui apenas um primeiro passo no sentido de se alcançarem osobjetivos propostos ao iniciar-se o processo negociador, a saber: a)reduzir os movimentos transfronteiriços de resíduos ao mínimo consistentecom a gestão eficaz e ambientalmente saudável de tais resíduos; b)minimizar a quantidade e o conteúdo tóxico dos resíduos perigosos geradose assegurar sua disposição ambientalmente saudável tão próximo quantopossível do local de produção; e c) assistir os países em desenvolvimentona gestão ambientalmente saudável dos resíduos perigosos que produzirem.

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4 – Quanto à questão da abrangência da Convenção, o Brasil reiteraseus direitos e responsabilidades em todas as áreas sujeitas a suajurisdição, inclusive no que se refere à proteção e à preservação do meioambiente em seu mar territorial, zona econômica exclusiva e plataformacontinental.’

Art. 2º - O presente Decreto entra em vigor na data de suapublicação.

Brasília, 19 de julho de 1993; 172º da Independência e 105º daRepública.

ITAMAR FRANCO

Luiz Felipe Palmeira Lampreia

ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇAO DE

BASILEIA SOBRE O CONTROLE DE MOVIMENTOS

TRANSFRONTEIRIÇOS DE RESIDUOS PERIGOSOS E SEU

DEPÓSITO, DE 22/03/1989/MRE.

CONVENÇAO DE BASILEIA SOBRE O CONTROLE DE MOVIMENTOS TRANSFRONTEIRIÇOS DERESIDUOS PERIGOSOS E SEU DEPOSITO (ADOTADA em 22 de março de 1989)

P R E A M B U L O

As Partes da presente Convenção,

Conscientes do risco que os resíduos perigosos e outros resíduos eseus movimentos transfronteiriços representam para a saúde humana e omeio ambiente,

Atentas à crescente ameaça à saúde humana e ao meio ambiente que amaior geração, complexidade e movimento transfronteiriço de resíduosperigosos e outros resíduos representam,

Atentas também ao fato de que a maneira mais eficaz de protegersaúde humana e o meio ambiente dos perigos que esses resíduos representamé a redução ao mínimo da sua geração em termos de quantidade e/oupotencial de seus riscos,

Convencidas de que os Estados devem tomar medidas necessárias paragarantir que a administração de resíduos perigosos e outros resíduos,inclusive seu movimento transfronteiriço e depósito, seja coerente com aproteção da saúde humana e do meio ambiente, independentemente do localde seu depósito,

Observando que os Estados devem assegurar que o gerador cumpra suastarefas no que se refere ao transporte e depósito de resíduos perigosos eoutros resíduos numa maneira coerente com a proteção do meio ambiente,independentemente do local de depósito,

Reconhecendo plenamente que qualquer Estado tem o direito soberanode proibir a entrada ou depósito de resíduos perigosos e outros resíduosestrangeiros em seu território,

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Reconhecendo também o desejo crescente de proibir movimentostransfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito em outros Estados,especialmente nos países em desenvolvimento,

Convencidas de que os resíduos perigosos e outros resíduos devem,na medida em que seja compatível com uma administração ambientalmentesaudável e eficiente, ser depositados no Estado no qual foram gerados,

Conscientes também de que os movimentos transfronteiriços dessesresíduos do Estado gerador para qualquer outro Estado devem serpermitidos apenas quando realizados em condições que não ameacem a saúdehumana e o meio ambiente, nas condições previstas na presente Convenção,

Considerando que um maior controle do movimento transfronteiriço deresíduos perigosos e outros resíduos agirá como um estímulo para aadministração ambientalmente saudável dos mesmos e para a redução dovolume deste movimento transfronteiriço,

Convencidas de que os Estados devem tomar medidas para estabelecerum intercâmbio adequado de informações sobre o movimento transfronteiriçode resíduos perigosos e outros resíduos que saem desses Estados ou nelesentram e param o controle de tais movimentos,

Observando que diversos acordos internacionais e regionaisabordaram a questão da proteção e preservação do meio ambiente em relaçãoao trânsito de bens perigosos,

Levando em consideração a Declaração da Conferência das NaçõesUnidas sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972), as Diretrizes ePrincípios do Cairo para a administração ambientalmente saudável deresíduos perigosos adotados pelo Conselho de Administração do Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) por meio da decisão 14/30de 17 de junho de 1987, as Recomendações do Comitê de Peritos das NaçõesUnidas para o Transporte de Bens Perigosos (formuladas em 1957 eatualizadas bienalmente), recomendações, declarações, instrumentos eregulamentos pertinentes adotados dentro do sistema das Nações Unidas e otrabalho e os estudos desenvolvidos dentro de outras organizaçõesinternacionais e regionais,

Atentas ao espírito, princípios, objetivos e funções da CartaMundial da Natureza adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas nasua trigésima sétima sessão (1982) como a regra de ética para a proteçãodo meio ambiente humano e a preservação dos recursos naturais,

Afirmando que os Estados devem cumprir suas obrigaçõesinternacionais no que se refere à proteção da saúde humana e proteção e àpreservação do meio ambiente e que são responsáveis por danos emconformidade com o direito internacional,

Reconhecendo que, no caso de uma violação grave dos dispositivos dapresente Convenção ou de qualquer protocolo da mesma, aplicar-se-ão asnormas pertinentes do direito internacional dos tratados,

Conscientes da necessidade de continuar o desenvolvimento e aimplementação de tecnologias ambientalmente racionais, que gerem escassosresíduos, medidas de reciclagem e bons sistemas de administração e demanejo, permitam reduzir ao mínimo a geração de resíduos perigosos eoutros resíduos,

Conscientes também da crescente preocupação internacional com a

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necessidade de um controle rigoroso do movimento transfronteiriço deresíduos perigosos e outros resíduos, bem como com a necessidade de,tanto quanto possível, reduzir este movimento a um mínimo,

Preocupadas com o problema do tráfico transfronteiriço ilegal deresíduos perigosos e de outros resíduos,

Levando também em consideração que países em desenvolvimento têmuma capacidade limitada para administrar resíduos perigosos e outrosresíduos,

Reconhecendo que é preciso promover a transferência de tecnologiapara a administração saudável dos resíduos perigosos e outros resíduosproduzidos localmente, particularmente para os países em desenvolvimento,de acordo com o espírito das Diretrizes do Cairo e da decisão 14/16 doConselho de Administração do PNUMA sobre a promoção da transferência detecnologias de proteção ambiental,

Reconhecendo também que os resíduos perigosos e outros resíduosdevem ser transportados de acordo com as convenções e recomendaçõesinternacionais pertinentes,

Convencidas também de que o movimento transfronteiriço de resíduosperigosos e outros resíduos só deve ser permitido quando o transporte e odepósito final desses resíduos forem ambientalmente racionais, e

Determinadas a proteger, por meio de um controle rigoroso, a saúdehumana e o meio ambiente contra os efeitos adversos que podem resultar dageração e administração de resíduos perigosos e outros resíduos,

Acordaram o seguinte:

ARTIGO 1

Alcance da Convenção

1 – Serão ‘resíduos perigosos’ para os fins da presente Convenção,os seguintes resíduos que sejam objeto de movimentos transfronteiriços:

a) Resíduos que se enquadrem em qualquer categoria contida no AnexoI, a menos que não possuam quaisquer das características descritas noAnexo III; e

b) Resíduos não cobertos pelo parágrafo (a) mas definidos, ouconsiderados, resíduos perigosos pela legislação interna da Parte queseja Estado de exportação, de importação ou de trânsito.

2 – Os resíduos que se enquadram em qualquer categoria contida noAnexo II e que sejam objeto de movimentos transfronteiriços serãoconsiderados ‘outros resíduos’ para os fins da presente Convenção.

3 – Os resíduos que, por serem radioativos, estiverem sujeitos aoutros sistemas internacionais de controle, inclusive instrumentosinternacionais que se apliquem especificamente a materiais radioativos,ficam excluídos do âmbito da presente Convenção.

4 – Os resíduos derivados de operações normais de um navio, cujadescarga esteja coberta por um outro instrumento internacional, ficamexcluídos do âmbito da presente Convenção.

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ARTIGO 2

Definições

Para os fins da presente Convenção:

1 – Por ‘Resíduos’ se entendem as substâncias ou objetos, a cujodepósito se procede, se propõe proceder-se, ou se está obrigado aproceder-se em virtude do disposto na legislação nacional;

2 – Por ‘Administração’ se entende à coleta, transporte e depósitode resíduos perigosos e outros resíduos, incluindo a vigilância doslocais de depósito;

3 – Por ‘Movimento transfronteiriço’ se entende todo movimento deresíduos perigosos ou outros resíduos procedentes de uma área sob ajurisdição nacional de um Estado para ou através de uma área sob ajurisdição nacional de outro Estado ou para ou através de uma área nãoincluída na jurisdição nacional de qualquer Estado, desde que o movimentoafete a pelo menos dois Estados;

4 – Por ‘Depósito’ se entende qualquer das operações especificadasno Anexo IV da presente Convenção;

5 – Por ‘Local ou Instalação aprovada’ se entende um local ou umainstalação para o depósito de resíduos perigosos e outros resíduosautorizada ou liberada para operar com esta finalidade por uma autoridadecompetente do Estado no qual o local ou a instalação esteja localizada;

6 – Por ‘Autoridade competente’ se entende uma autoridadegovernamental designada por uma Parte para ser responsável, dentro dasáreas geográficas consideradas adequadas pela Parte, para receber anotificação de um movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ououtros resíduos, bem como qualquer informação relativa ao mesmo, e paradar resposta a tal notificação, como prevê o Artigo 6;

7 – Por ‘Ponto focal’ se entende a entidade de uma Parte mencionadano Artigo 5, responsável por receber e fornecer informações na formaprevista nos Artigos 13 e 16;

8 – Por ‘Administração ambientalmente saudável de resíduosperigosos ou outros resíduos’ se entende a tomada de todas as medidaspráticas para garantir que os resíduos perigosos e outros resíduos sejamadministrados de maneira a proteger a saúde humana e o meio ambiente deefeitos nocivos que possam ser provocados por esses resíduos;

9 – Por ‘Area sob a jurisdição nacional de um Estado’ se entendequalquer área terrestre, marítima ou área dentro da qual um Estado exerçaresponsabilidade administrativa e regulamentadora de acordo com o direitointernacional em relação à proteção da saúde humana ou do meio ambiente;

10 – Por ‘Estado de exportação’ se entende uma Parte a partir daqual se planeja iniciar ou se inicia um movimento transfronteiriço deresíduos perigosos ou outros resíduos;

11 – Por ‘Estado de importação’ se entende uma Parte para a qual seplaneja fazer ou se faz efetivamente um movimento transfronteiriço deresíduos perigosos ou outros resíduos com a finalidade de aí depositá-losou de carregá-los antes de depositá-los numa área não incluída najurisdição nacional de qualquer Estado;

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12 – Por ‘Estado de trânsito’ se entende qualquer Estado, que nãoseja o Estado de exportação ou importação, através do qual se planejafazer ou se faz um movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ououtros resíduos;

13 – Por ‘Estados interessados’ se entende as Partes que sãoEstados de exportação ou importação, ou Estados de trânsito, quer sejamPartes ou não;

14 – Por ‘Pessoa’ se entende qualquer pessoa física ou jurídica;

15 – Por ‘Exportador’ se entende qualquer pessoa sob a jurisdiçãodo Estado de exportação que providencia a exportação de resíduosperigosos ou outros resíduos;

16 – Por ‘Importador’ se entende qualquer pessoa sob a jurisdiçãodo Estado de importação que providencia a importação de resíduosperigosos ou outros resíduos;

17 – Por ‘Transportador’ se entende qualquer pessoa que realiza otransporte de resíduos perigosos ou outros resíduos;

18 – Por ‘Gerador’ se entende qualquer pessoa cuja atividadeproduza resíduos perigosos ou outros resíduos que sejam objeto de ummovimento transfronteiriço ou, caso essa pessoa não seja conhecida, apessoa que possui e/ou controla esses resíduos;

19 – Por ‘Encarregado do depósito’ se entende qualquer pessoa paraa qual resíduos perigosos ou outros resíduos são enviados ou que efetua odepósito desses resíduos;

20 – Por ‘Organização de integração política e/ou econômica’ seentende uma organização constituída por Estados soberanos para a qualseus Estados-membros tenham transferido a competência pelas questõesregidas pela presente Convenção e que tenha sido devidamente autorizada,de acordo com seus procedimentos internos, a assiná-la, ratificá-la,aceitá-la, aprová-la, confirmá-la formalmente ou aderir à mesma;

21 – Por ‘Tráfico ilegal’ se entende qualquer movimentotransfronteiriço de resíduos perigosos ou outros resíduos na formaespecificada no Artigo 9.

ARTIGO 3

Definições Nacionais de Resíduos Perigosos

1 – Cada Parte deverá, dentro de um prazo de seis meses a contar dadata em que se tornar uma Parte da presente Convenção, informar aSecretaria da Convenção a respeito dos resíduos, excluídos aquelesrelacionados nos Anexos I e II, considerados ou definidos como perigososem sua legislação nacional e a respeito de quaisquer requisitosrelacionados com os procedimentos adotadas para o movimentotransfronteiriço desses resíduos.

2 – Cada Parte deverá subseqüentemente, informar a Secretaria arespeito de quaisquer mudanças significativas ocorridas na informaçãoprestada em conformidade com o parágrafo 1.

3 – A Secretaria deverá prontamente levar ao conhecimento de todas

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as Partes as informações recebidas de acordo com os parágrafos 1 e 2.

4 – As Partes estarão obrigadas a colocar à disposição de seusexportadores a informação que lhes seja transmitidas pela Secretaria emcumprimento do parágrafo 3.

ARTIGO 4

Obrigações Gerais

1 – (a) As Partes que estiverem exercendo o seu direito de proibira importação de resíduos perigosos e outros resíduos para depósitodeverão informar as outras Partes de sua decisão em conformidade com oque prevê o Artigo 13.

(b) As Partes deverão proibir ou não permitir a exportação deresíduos perigosos e outros resíduos para as Partes que proibirem aimportação desses resíduos, quando notificadas como prevê o subparágrafo(a) acima.

(c) As Partes deverão proibir ou não permitir a exportação deresíduos perigosos e outros resíduos se o Estado de importação não derconsentimento por escrito para a importação específica, no caso de oEstado de importação não ter proibido a importação desses resíduos.

2 – Cada Parte deverá tomar medidas adequadas para:

(a) Assegurar que a geração de resíduos perigosos e outros resíduosem seu território seja reduzida a um mínimo, levando em consideraçãoaspectos sociais, tecnológicos e econômicos;

(b) Assegurar a disponibilidade de instalações adequadas para odepósito, visando a uma administração ambientalmente saudável de resíduosperigosos e outros resíduos, as quais deverão se localizar, na medida dopossível, dento de seu território, seja qual for o local de depósito;

(c) Assegurar que as pessoas envolvidas na administração deresíduos perigosos e outros resíduos dentro de seu território tomem asmedidas necessárias para evitar a poluição por resíduos perigosos eoutros resíduos provocada por essa administração e, se tal poluiçãoocorrer, para minimizar suas conseqüências em relação à saúde humana e aomeio ambiente;

(d) Assegurar que o movimento transfronteiriço de resíduosperigosos e outros resíduos seja reduzido ao mínimo compatível com aadministração ambientalmente saudável e eficiente desses resíduos e queseja efetuado de maneira a proteger a saúde humana e o meio ambiente dosefeitos adversos que possam resultar desse movimento;

(e) Não permitir a exportação de resíduos perigosos e outrosresíduos para um Estado ou grupo de Estados que pertençam a umaorganização de integração econômica e/ou política de que sejam Partespaíses, particularmente países em desenvolvimento, cuja legislação tenhaproibido todas as importações, ou se tiver razões para crer que osresíduos em questão não serão administrados de forma ambientalmentesaudável, de acordo com critérios a serem decididos pelas Partes em suaprimeira reunião.

(f) Exigir que informações sobre qualquer movimentotransfronteiriço de resíduos perigosos e outros resíduos proposto sejam

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fornecidas aos Estados interessados, de acordo com o Anexo V A, nosentido de definir claramente os efeitos desse movimento sobre a saúdehumana e o meio ambiente;

(g) Impedir a importação de resíduos perigosos e outros resíduos setiver razões para crer que os resíduos em questão não serão administradosde forma ambientalmente saudável;

(h) Cooperar com outras Partes e organizações interessadas ematividades, diretamente e através do Secretariado, inclusive divulgandoinformações sobre o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos eoutros resíduos, com o objetivo de aprimorar a administraçãoambientalmente saudável desses resíduos e impedir o tráfico ilegal;

3 – As Partes consideram que o tráfico ilegal de resíduos perigososou outros resíduos é uma atividade criminosa.

4 – Cada Parte deverá tomar medidas legais, administrativas ou deoutra natureza para implementar e fazer vigorar os dispositivos dapresente Convenção, inclusive medidas para impedir e punir condutas querepresentem violação da presente Convenção.

5 – Nenhuma Parte permitirá que resíduos perigosos ou outrosresíduos sejam exportados para um Estado que não seja Parte, ouimportados de um Estado que não seja Parte.

6 – As Partes acordam que não permitirão a exportação de resíduosperigosos e outros resíduos para depósito dentro da área ao sul dos 60graus de latitude sul, estejam ou não esses resíduos sujeitos a movimentotransfronteiriço.

7 – Além disso, cada Parte deverá:

(a) Proibir todas as pessoas sob sua jurisdição nacional detransportarem ou depositarem resíduos perigosos ou outros resíduos, a nãoser que essas pessoas estejam autorizadas ou tenham permissão pararealizar esse tipo de operações;

(b) Exigir que os resíduos perigosos e outros resíduos a seremobjeto de um movimento transfronteiriço sejam embalados, etiquetados etransportados em conformidade com normas e padrões internacionais aceitose reconhecidos de forma geral no campo da embalagem, etiquetagem etransporte, e que sejam levadas em consideração práticas pertinentesinternacionalmente reconhecidas;

(c) Exigir que os resíduos perigosos e outros resíduos se façamacompanhar de um documento de movimento desde o ponto no qual tenhainício um movimento transfronteiriço até o ponto de depósito.

8 – Cada Parte deverá exigir que os resíduos perigosos e outrosresíduos a serem exportados sejam administrados de forma ambientalmentesaudável no Estado de importação ou em qualquer outro lugar. Diretrizestécnicas a serem adotadas para a administração ambientalmente saudáveldos resíduos cobertos pela presente Convenção serão acordadas pelasPartes em sua primeira reunião.

9 – As Partes deverão tomar medidas adequadas no sentido degarantir que o movimento transfronteiriço de resíduos perigosos e outrosresíduos só seja permitido se:

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(a) O Estado de exportação não tiver capacidade técnica e asinstalações necessárias, capacidade ou locais de depósito adequados paradepositar os resíduos em questão de forma ambientalmente saudável eeficiente; ou

(b) Os resíduos em questão forem necessários como matéria-primapara as indústrias de reciclagem ou recuperação no Estado de importação;ou

(c) O movimento transfronteiriço em questão estiver de acordo comoutros critérios a serem acordados pelas Partes, desde que essescritérios não divirjam dos objetivos da presente Convenção.

10 – A obrigação estipulada pela presente Convenção em relação aosEstados nos quais são gerados resíduos perigosos e outros resíduos, deexigir que esses resíduos sejam administrados de forma ambientalmentesaudável não poderá, em nenhuma circunstância, ser transferida para osEstados de importação ou trânsito.

11 – Nada na presente Convenção deve impedir uma Parte de imporexigências adicionais que sejam compatíveis com os dispositivos dapresente Convenção e que estejam em concordância com as normas de direitointernacional, a fim de melhor proteger a saúde humana e o meio ambiente.

12 – Nada na presente Convenção deve afetar em nenhum aspecto asoberania dos Estados sobre seu mar territorial, estabelecida de acordocom o direito internacional e os direitos soberanos e a jurisdição que osEstados exercem sobre suas zonas econômicas exclusivas e plataformascontinentais de acordo com o direito internacional, bem como o exercíciodos direitos e liberdades de navegação por parte dos navios e aviões detodos os Estados, conforme prevê o direito internacional e comoestabelecido em instrumentos internacionais pertinentes.

13 – As Partes deverão rever periodicamente as possibilidades dereduzir a quantidade e/ou o potencial de poluição dos resíduos perigosose outros resíduos que são exportados para outros Estados, particularmentepara os países em desenvolvimento.

ARTIGO 5

Designação de Autoridades Competentes e do Ponto Focal

Para facilitar a implementação da presente Convenção, as Partesdeverão:

1 – Designar ou estabelecer uma ou mais autoridades competentes eum ponto focal. Uma autoridade competente deverá ser designada parareceber a notificação no caso de um Estado de trânsito.

2 – Informar o Secretariado, em um período de três meses a partirda entrada em vigor da presente Convenção para elas, a respeito dasrepartições designadas por elas como seu ponto focal e suas autoridadescompetentes.

3 – Informar o Secretariado, em um período de um mês a contar dadata da decisão, a respeito de quaisquer mudanças relacionadas com adesignação feita em conformidade com o parágrafo 2 acima.

ARTIGO 6

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Movimento Transfronteiriço entre Partes

1 – O Estado de exportação deverá notificar, ou exigir que ogerador ou exportador notifiquem, por escrito, por meio da autoridadecompetente do Estado de exportação, a autoridade competente dos Estadosinteressados, a respeito de qualquer movimento transfronteiriço deresíduos perigosos ou outros resíduos proposto. Essa notificação deveráconter as declarações e informações especificadas no Anexo V A, escritasnuma língua aceitável para o Estado de importação. Apenas uma notificaçãoprecisará ser enviada para cada um dos Estados interessados.

2 – O Estado de importação deverá responder por escrito aonotificador, permitindo o movimento com ou sem condições, negandopermissão para o movimento ou solicitando informações adicionais. Umacópia da resposta final do Estado de importação deverá ser enviada àsautoridades competentes dos Estados interessados que sejam Partes.

3 – O Estado de exportação não deverá permitir que o gerador ouexportador dê início ao movimento transfronteiriço até que tenha recebidoconfirmação por escrito de que:

(a) O notificador recebeu o consentimento por escrito do Estado deimportação; e

(b) O notificador recebeu da parte do Estado de importaçãoconfirmação quanto à existência de um contrato entre o exportador e oencarregado do depósito especificando a administração ambientalmentesaudável dos resíduos em questão.

4 – Cada Estado de trânsito que seja Parte deverá acusarprontamente ao notificador o recebimento da notificação.Subseqüentemente, poderá dar uma resposta por escrito ao notificador, emum prazo de 60 dias, permitindo o movimento com ou sem condições, negandopermissão para o movimento ou solicitando informações adicionais. OEstado de exportação não deverá permitir que o movimento transfronteiriçotenha início antes de haver recebido a permissão por escrito do Estado detrânsito. Não obstante, caso em qualquer momento uma Parte decida nãoexigir consentimento prévio, de forma geral ou sob condições específicas,para movimentos transfronteiriços de trânsito de resíduos perigosos ououtros resíduos, ou caso modifique seus requisitos neste particular,deverá informar prontamente as outras partes de sua decisão, como prevê oArtigo 13. Neste último caso, se o Estado de exportação não receberqualquer resposta em um prazo de 60 dias a partir do recebimento de umadeterminada notificação pelo Estado de trânsito, o Estado de exportaçãopoderá permitir que a exportação se faça através do Estado de trânsito.

5 – No caso de um movimento transfronteiriço em que os resíduossejam legalmente definidos ou considerados como resíduos perigososapenas:

(a) Pelo Estado de exportação, os requisitos do parágrafo 9 dopresente Artigo que se aplicam ao importador e encarregado do depósito eao Estado de importação aplicar-se-ão, mutatis mutandis, ao exportador eao Estado de exportação, respectivamente;

(b) Pelo Estado de importação, ou pelos Estados de importação e detrânsito que sejam Partes, os requisitos dos parágrafos 1, 3, 4 e 6 dopresente Artigo que se aplicam ao exportador e ao Estado de exportaçãoaplicar-se-ão, mutatis mutandis, ao importador ou encarregado do depósitoe ao Estado de importação, respectivamente; ou

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(c) Por qualquer Estado de trânsito que seja uma Parte, osdispositivos do parágrafo 4 aplicar-se-ão a tal Estado.

6 – O Estado de exportação poderá, mediante consentimento porescrito dos Estados interessados, permitir que o gerador ou o exportadorusem uma notificação geral pela qual os resíduos perigosos ou outrosresíduos com as mesmas características físicas e químicas sejam expedidosregularmente para o mesmo encarregado do depósito via a mesma aduana desaída do Estado de exportação, via a mesma aduana de entrada do Estado deimportação e, no caso de trânsito, via a mesma aduana de entrada e saídado Estado ou Estados de trânsito.

7 – Os Estados interessados poderão apresentar sua permissão porescrito para a utilização da notificação geral mencionada no parágrafo 6mediante o fornecimento de determinadas informações, como as quantidadesexatas ou relações periódicas de resíduos perigosos ou outros resíduos aserem expedidos.

8 – A notificação geral e o consentimento por escrito mencionadosnos parágrafos 6 e 7 poderão abranger múltiplas expedições de resíduosperigosos ou outros resíduos durante um período máximo de 12 meses.

9 – As Partes deverão exigir que todas as pessoas encarregadas deum movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou outros resíduosassinem o documento do movimento na entrega ou no recebimento dosresíduos em questão. Também deverão exigir que o encarregado do depósitoinforme tanto o exportador quanto a autoridade competente do Estado deexportação do recebimento, pelo encarregado do depósito, dos resíduos emquestão e, no devido tempo, da conclusão do depósito de acordo com asespecificações da notificação. Caso essas informações não sejam recebidasno Estado de exportação, a autoridade competente do Estado de exportaçãoou o exportador deverão notificar o Estado de importação.

10 – A notificação e resposta exigidas pelo presente Artigo deverãoser transmitidas à autoridade competente das Partes interessadas ou àsautoridades governamentais responsáveis no caso de Estados que não sejamPartes.

11 – Qualquer movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ououtros resíduos deverá ser coberto por seguro, caução ou outra garantiaexigida pelo Estado de importação ou qualquer Estado de trânsito que sejauma Parte.

ARTIGO 7

Movimento Transfronteiriço a Partir de uma Parte através de Estados quenão sejam Partes

O parágrafo 2 do Artigo 6 da Convenção aplicar-se-á, mutatismutandis, ao movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou outrosresíduos a partir de uma Partes através de um Estado ou Estados que nãosejam partes.

ARTIGO 8

O Dever de Reimportar

Quando um movimento transfronteiriço de resíduos perigosos ououtros resíduos para o qual foi dado consentimento dos Estados

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interessados, com base nos dispositivos da presente Convenção não puderser concluído de acordo com os termos do contrato, o Estado de exportaçãodeverá garantir que os resíduos em questão serão levados de volta para oseu território pelo exportador, caso não possam ser estabelecidosesquemas alternativos para o depósito dos mesmos, de uma formaambientalmente saudável, num prazo de 90 dias a partir da data em que oEstado importador informou o Estado de exportação e o Secretariado a esserespeito, ou em qualquer outro prazo acordado entre os Estadosinteressados. Para esse fim, o Estado de exportação e qualquer Parte detrânsito não deverá se opor, dificultar ou impedir o retorno dessesresíduos para o Estado de exportação.

ARTIGO 9

Tráfico Ilegal

1 – Para os fins da presente Convenção, qualquer movimentotransfronteiriço de resíduos perigosos ou outros rejeitos:

(a) sem notificação, segundo os dispositivos da presente Convenção,para todos os Estados interessados; ou

(b) sem o consentimento, segundo os dispositivos da presenteConvenção, de um Estado interessado; ou

(c) com o consentimento de Estados obtido por meio de falsificação,descrição enganosa ou fraude; ou

(d) que não esteja materialmente em conformidade com os documentos;ou

(e) que resulte num depósito deliberado (por exemplo, ‘dumping’) deresíduos perigosos ou outros resíduos caracterizando violação da presenteConvenção e de princípios gerais do direito internacional, seráconsiderado tráfico ilegal.

2 – No caso de um movimento transfronteiriço de resíduos perigososou outros resíduos considerado tráfico ilegal em função da conduta doexportador ou gerador, o Estado de exportação deverá assegurar que osresíduos em questão sejam:

(a) levados de volta pelo exportador ou pelo gerador ou, senecessário, pelo próprio Estado para dentro de se território ou, se istofor impraticável,

(b) depositados de alguma outra forma de acordo com os dispositivosda presente Convenção,

em um prazo de 30 dias a contar da data em que o Estado deexportação foi informado do tráfico ilegal ou em qualquer outro prazoacordado entre os Estados interessados. Para esse fim, as Partesinteressadas não deverão se opor, dificultar ou impedir o retorno dessesresíduos para o Estado de exportação.

3 – No caso de um movimento transfronteiriço de resíduos perigososou outros resíduos considerado tráfico ilegal em função da conduta doimportador ou do encarregado do depósito, o Estado de importação deveráassegurar que os resíduos em questão sejam depositados de formaambientalmente saudável pelo importador ou encarregado do depósito ou, senecessário, pelo próprio Estado de importação em um prazo de 30 dias a

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partir da data em que o tráfico ilegal tenha chegado ao conhecimento doEstado de importação ou em qualquer outro prazo acordado entre os Estadosinteressados. Para esse fim, as Partes interessadas deverão cooperar umascom as outras, conforme necessário, no depósito dos resíduos de formaambientalmente saudável.

4 – Nos casos em que a responsabilidade pelo tráfico ilegal nãopossa ser atribuída ao exportador ou gerador nem ao importador ouencarregado do depósito, as Partes interessadas ou outras Partes, deacordo com a situação, deverão assegurar, por meio de cooperação, que osresíduos em questão sejam depositados o mais rapidamente possível deforma ambientalmente saudável no Estado de exportação, no Estado deimportação ou em algum outro lugar considerado adequado.

5 – Cada Parte deverá implementar uma legislação nacional/internaadequada para impedir e punir o tráfico ilegal. As Partes deverãocooperar uma com as outras para atingir os objetivos deste Artigo.

ARTIGO 10

Cooperação Internacional

1 – As Partes deverão cooperar umas com as outras com o objetivo deaprimorar e alcançar um manejo ambientalmente saudável de resíduosperigosos e outros resíduos.

2 – Para esse fim, as Partes deverão:

(a) Mediante solicitação, fornecer informações, seja numa basebilateral ou multilateral, com vistas a promover o manejo ambientalmentesaudável de resíduos perigosos e outros resíduos, incluindo aharmonização de padrões técnicos e práticas para um manejo adequado deresíduos perigosos e outros resíduos;

(b) Cooperar na vigilância dos efeitos do manejo de resíduosperigosos sobre a saúde humana e o meio ambiente;

(c) Cooperar, em sintonia com suas leis, regulamentos e políticasnacionais, no desenvolvimento e implementação de novas tecnologiasambientalmente racionais com baixo índice de resíduos e noaperfeiçoamento das tecnologias existentes com vistas a eliminar, namedida do possível, a geração de resíduos perigosos e outros resíduos eestabelecer métodos mais efetivos e eficientes de assegurar um manejoambientalmente saudável para os mesmos, incluindo o estudo dos efeitoseconômicos, sociais e ambientais da adoção de tais tecnologias novas ouaperfeiçoadas;

(d) Cooperar ativamente, em sintonia com suas leis, regulamentos epolíticas nacionais, na transferência de tecnologias e sistemasadministrativos relacionados com o manejo ambientalmente saudável deresíduos perigosos e outros resíduos. Também deverão cooperar nodesenvolvimento de capacidade técnica entre as Partes, especialmenteentre aquelas que necessitem ou solicitem assistência técnica nessa área;

(e) Cooperar no desenvolvimento de diretrizes técnicas e/ou códigosde práticas apropriadas.

3 – As Partes deverão empregar meios adequados para cooperarem umascom as outras a fim de dar assistência aos países em desenvolvimento naimplementação dos subparágrafos a, b, c e d do parágrafo 2 do Artigo 4.

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4 – levando em consideração as necessidades dos países emdesenvolvimento, estimula-se a cooperação entre as Partes e asorganizações internacionais competentes com o objetivo de promover, interalia, uma consciência pública, o desenvolvimento de um manejoambientalmente saudável de resíduos perigosos e outros resíduos e aadoção de novas tecnologias com baixo índice de resíduos.

ARTIGO 11

Acordos Bilaterais, Multilaterais e Regionais

1 – Não obstante o disposto no Artigo 4 parágrafo 5, as Partespodem estabelecer acordos ou arranjos bilaterais, multilaterais ouregionais no que se refere ao movimento transfronteiriço de resíduosperigosos ou outros resíduos com Partes ou não Partes, desde que essesesquemas ou acordos não derroguem a administração ambientalmente saudáveldos resíduos perigosos e outros resíduos exigida pela presente Convenção.Esses acordos ou esquemas deverão estabelecer dispositivos que não sejammenos ambientalmente saudáveis que aqueles previstos na presenteConvenção, particularmente levando-se em consideração os interesses dospaíses em desenvolvimento.

2 – As Partes deverão notificar o Secretariado a respeito dequaisquer acordos ou arranjos bilaterais, multilaterais ou regionaismencionados no parágrafo 1 assim como a respeito daqueles estabelecidosantes da entrada em vigor da presente Convenção para tais Partes, com afinalidade de controlar os movimentos transfronteiriços de resíduosperigosos e outros resíduos exclusivamente entre as Partes dessesacordos. Os dispositivos da presente Convenção não afetarão movimentostransfronteiriços efetuados em conformidade com esses acordos, desde queesses acordos sejam compatíveis com o manejo ambientalmente saudável deresíduos perigosos e outros resíduos, que estipula a presente Convenção.

ARTIGO 12

Consultas sobre Responsabilidade

As Partes deverão cooperar com o objetivo de adotar, tão prontopossível, um protocolo que estabeleça normas e procedimentos adequados nocampo da responsabilidade e compensação por danos provocados pelomovimento transfronteiriço e depósito de resíduos perigosos e outrosresíduos.

ARTIGO 13

Transmissão de Informações

1 – As Partes deverão velar para que sejam imediatamente informadosos Estados interessados, sempre que tiverem conhecimento de algumacidente ocorrido durante o movimento transfronteiriço de resíduosperigosos ou outros resíduos que possa apresentar riscos à saúde humana eao meio ambiente em outros Estados.

2 – As Partes deverão informar umas às outras, por meio doSecretariado, do seguinte:

(a) Mudanças em relação à designação de autoridades competentese/ou pontos focais, de acordo com o Artigo 5;

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(b) Mudanças na sua definição nacional de resíduos perigosos, deacordo com o Artigo 3;

e, o mais rapidamente possível,

(c) Decisões tomadas por elas de proibir total ou parcialmente aimportação de resíduos perigosos ou outros resíduos para depósito dentroda área sob sua jurisdição nacional;

(d) Decisões tomadas por elas com vistas a limitar ou banir aexportação de resíduos perigosos ou outros resíduos;

(e) Quaisquer outras informações exigidas em conformidade com oparágrafo 4 do presente Artigo.

3 – As Partes deverão, em consonância com suas leis e regulamentosnacionais, transmitir, por meio do Secretariado, à Conferência das Partesestabelecida pelo Artigo 15, antes do final de cada ano civil, umrelatório sobre o ano civil anterior, o qual deverá conter as seguintesinformações:

(a) Autoridades competentes e pontos focais designados pelas mesmasde acordo com o Artigo 5;

(b) Informações sobre os movimentos transfronteiriços de resíduosperigosos ou de outros resíduos com os quais tenham tido alguma relação,incluindo:

(i) A quantidade de resíduos perigosos e outros resíduosexportados, a categoria dos mesmos, suas características, destino equalquer país de trânsito e método de depósito especificados na respostaà notificação;

(ii) A quantidade de resíduos perigosos e outros resíduosimportados, a categoria dos mesmos, suas características, origem emétodos de depósito;

(iii) Depósitos que não tenham sido efetuados como planejado;

(iv) Esforços para reduzir a quantidade de resíduos perigosos eoutros resíduos sujeitos a movimento transfronteiriço;

(c) Informações sobre as medidas adotadas por elas na implementaçãoda presente Convenção;

(d) Informações sobre estatísticas qualificadas disponíveis quetenham sido compiladas pelas mesmas a respeito dos efeitos da geração,transporte e depósito de resíduos perigosos e outros resíduos sobre asaúde humana e o meio ambiente;

(e) Informações sobre acordos e esquemas bilaterais, multilateraise regionais estabelecidos de acordo com o Artigo 11 da presenteConvenção;

(f) Informações sobre acidentes ocorridos durante o movimentotransfronteiriço e depósito de resíduos perigosos e outros resíduos esobre as medidas tomadas para lidar com os mesmos;

(g) Informações sobre opções de depósito existentes dentro da áreade sua jurisdição nacional;

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(h) Informações sobre medidas tomadas para desenvolver tecnologiasdestinadas a reduzir e/ou eliminar a produção de resíduos perigosos eoutros resíduos; e

(i) Quaisquer assuntos considerados pertinentes pela Conferênciadas Partes.

4 – As Partes deverão, em consonância com suas leis e regulamentosnacionais, assegurar que cópias de cada notificação relativa a qualquermovimento transfronteiriço de resíduos perigosos ou outros resíduos, bemcomo de sua resposta, sejam enviadas ao Secretariado toda vez que umaParte, ao considerar que seu meio ambiente pode ser afetado por aquelemovimento transfronteiriço, formule solicitação nesse sentido.

ARTIGO 14

Aspectos Financeiros

1 – As Partes convêm que, de acordo com as necessidades específicasde diferentes regiões e sub-regiões, devem ser estabelecidos centrosregionais e sub-regionais para treinamento e transferência de tecnologiasrelacionadas com o manejo de resíduos perigosos e outros resíduos e com aredução ao mínimo de sua geração. As Partes deliberarão a respeito doestabelecimento de mecanismos de financiamento adequados em basesvoluntárias.

2 – As Partes examinarão a conveniência de estabelecer um fundorotativo destinado a prestar assistência provisória no caso de situaçõesde emergência, com o objetivo de minimizar os danos provocados poracidentes resultantes de movimentos transfronteiriços de resíduosperigosos e outros resíduos, ou ocorridos durante o depósito dessesresíduos.

ARTIGO 15

Conferência das Partes

1 – Fica estabelecida por meio desta uma Conferência das Partes. Aprimeira reunião da Conferência das Partes será convocada pelo DiretorExecutivo do PNUMA no prazo de um ano a partir da entrada em vigor dapresente Convenção. Subseqüentemente, reuniões ordinárias da Conferênciadas partes serão realizadas em intervalos regulares a serem determinadospela Conferência em sua primeira reunião.

2 – Reuniões extraordinárias da Conferência das Partes serãorealizadas em outras ocasiões consideradas necessárias pela Conferência,ou mediante solicitação por escrito de qualquer Parte, num prazo de seismeses a partir do envio da referida solicitação ao Secretariado, desdeque tal solicitação seja apoiada por pelo menos um terço das Partes.

3 – A Conferência das partes deverá acordar e adotar por consensoregras de procedimento para si mesma e para qualquer organismosubsidiário que possa vir a estabelecer, bem como normas financeiras paradeterminar especificamente a participação financeira das partes nocumprimento da presente Convenção.

4 – Em sua primeira reunião, as partes deverão considerar medidasadicionais que possam auxiliá-las no cumprimento de suasresponsabilidades em relação à proteção e preservação do meio ambiente

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marinho no contexto da presente Convenção.

5 – A Conferência das Partes deverá manter sob contínua revisão eavaliação a efetiva implementação da presente Convenção e, além disso,deverá:

(a) promover a harmonização de políticas, estratégias e medidasadequadas, com vistas a minimizar os danos provocados por resíduosperigosos e outros resíduos à saúde humana e ao meio ambiente;

(b) Considerar e adotar, de acordo com as necessidades, emendas àpresente Convenção e seus anexos, levando em consideração, inter alia,informações científicas, técnicas, econômicas e ambientais disponíveis;

(c) Considerar e empreender qualquer ação adicional que possa sernecessária para alcançar os propósitos da presente Convenção à luz daexperiência adquirida na sua operacionalização assim como naoperacionalização dos acordos e esquemas previstos no Artigo 11;

(d) Considerar e adotar protocolos, de acordo com as necessidade; e

(e) Estabelecer quaisquer organismo subsidiários consideradosnecessários para a implementação da presente Convenção.

6 – As Nações Unidas, suas agências especializadas, bem comoqualquer Estado que não seja Parte da presente Convenção, poderão estarrepresentados como observadores nas reuniões da Conferência das partes.Qualquer organismo ou agência, seja nacional ou internacional,governamental ou não governamental, qualificado nas áreas relacionadas aresíduos perigosos ou outros resíduos que tenha informado o Secretariadode seu desejo de ser representado como observador numa reunião daConferência das partes, poderá ter permissão para tal, a não ser quepelo menos um terço das Partes presentes façam objeção. A admissão eparticipação de observadores ficará sujeita às regras de procedimentoadotadas pela Conferência das partes.

7 – A Conferência das Partes deverá fazer, num prazo de três anos apartir da entrada em vigor da presente Convenção e pelo menos a cada seisanos subseqüentemente, uma avaliação de sua eficácia e, se julgadonecessário, considerar a adoção de uma proibição completa ou parcial demovimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e outros resíduos, àluz das últimas informações científicas, ambientais, técnicas eeconômicas disponíveis.

ARTIGO 16

O Secretariado

1 – As funções do Secretariado serão as seguinte:

(a) Organizar e prestar assistência às reuniões previstas nosArtigos 15 e 17;

(b) Preparar e transmitir relatórios baseados nas informaçõesrecebidas de acordo com os Artigos 3, 4, 6, 11 e 13, bem como nasinformações oriundas de reuniões de organismos subsidiários estabelecidasde acordo com o Artigo 15 e também, de acordo com as necessidades, nasinformações fornecidas por entidades intergovernamentais e nãogovernamentais pertinentes;

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(c) Preparar relatórios sobre as atividades que desenvolveu naimplementação de suas funções de acordo com a presente Convenção eapresentá-los à Conferência das partes;

(d) Garantir a necessária coordenação com organismos internacionaispertinentes e, em particular, estabelecer esquemas administrativos econtratuais necessários para o efetivo desempenho de suas funções;

(e) Comunicar-se com os pontos focais e autoridades competentesestabelecidas pelas Partes de acordo com o Artigo 5 da presenteConvenção;

(f) Compilar informações relativas aos locais e instalaçõesnacionais autorizadas pelas Partes e disponíveis para o depósito de seusresíduos perigosos e outros resíduos e fazer essas informações circularesentre as Partes;

(g) Receber e transmitir informações de e para Partes sobre:

- fontes de assistência técnica e treinamento;

- know-how técnico e científico disponível;

- fontes de consultoria e avaliação especializada; e

- disponibilidade de recursos

com vistas a assistir às Partes, mediante solicitação, em áreascomo:

- gerenciamento do sistema de notificação da presente Convenção;

- manejo de resíduos perigosos e outros resíduos;

- tecnologias ambientalmente racionais relacionadas com os resíduosperigosos e outros resíduos, como tais tecnologias com baixo índice deresíduos ou sem resíduos;

- avaliação das capacidades e locais de depósito;

- vigilância de resíduos perigosos e outros resíduos; e

- respostas e emergências;

(h) Fornecer às Partes, mediante solicitação, informações sobreconsultores ou firmas de consultoria que tenham a necessária competênciatécnica na área e que possam assistir às mesmas no exame de umanotificação para um movimento transfronteiriço, na avaliação daconformidade de um carregamento de resíduos perigosos ou outros resíduoscom a notificação pertinente e/ou na verificação de que às instalaçõespropostas para o depósito de resíduos perigosos e outros resíduos sãoambientalmente saudáveis, quando as Partes tiverem razões para crer queos resíduos em questão não serão manejados de forma ambientalmentesaudável. Qualquer exame dessa natureza não terá suas despesas cobertaspelo Secretariado;

(i) Assistir às Partes, mediante solicitação, na identificação decasos de tráfico ilegal e fazer circular imediatamente, para as Partesinteressadas, quaisquer informações que tenha recebido sobre tráficoilegal;

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(j) Cooperar com as Partes e com as organizações e agênciasinternacionais pertinentes e competentes no fornecimento de peritos eequipamentos para rapidamente prestar assistência aos Estados no caso deuma situação de emergência; e

(k) Desempenhar quaisquer outras funções relevantes às finalidadesda presente Convenção, de acordo com as determinações da Conferência daspartes.

2 – As funções do Secretariado serão interinamente desempenhadaspelo PNUMA até a conclusão da primeira reunião da Conferência das Partesrealizada de acordo com o Artigo 15.

3 – Na sua primeira reunião, a Conferência das Partes deverá nomearo Secretariado dentre as organizações intergovernamentais competentesexistentes que tiverem manifestado intenção de desempenhar as funções doSecretariado estabelecidas na presente Convenção. Nessa reunião, aConferência das partes deverá também avaliar a execução, peloSecretariado interino, das funções a ele designadas, em particularaquelas decorrentes do parágrafo 1 acima, e tomar decisões a respeito dasestruturas adequadas para essas funções.

ARTIGO 17

Emendas à Convenção

1 – Qualquer Parte poderá propor emendas à presente Convenção equalquer parte de um protocolo poderá propor emendas àquele protocolo.Essas emendas deverão levar em conta, inter alia, consideraçõescientíficas e técnicas relevantes.

2 – Emendas à presente Convenção deverão ser adotadas em umareunião da Conferência das partes. Emendas a qualquer protocolo deverãoser adotadas numa reunião da conferência das Partes envolvendo oprotocolo em questão. O texto de qualquer emenda proposta à presenteConvenção ou a qualquer protocolo, salvo quando previsto de outra maneiraem tal protocolo, deverá ser comunicado às Partes pelo Secretariado pelomenos 6 meses antes da reunião na qual ela será proposta para adoção. OSecretariado deverá ainda comunicar as emendas propostas aos Signatáriosda presente Convenção para informação dos mesmos.

3 – As Partes deverão envidar todos os esforços para chegarem a umconsenso em relação a qualquer emenda proposta à presente Convenção. Casotenham sido feitos todos os esforços, sem que se tenha chegado a umconsenso, a emenda deverá, como último recurso, ser adotada por votomajoritário de três quartos das Partes presentes e que estejam votando nareunião e apresentada pelo Depositário a todas as Partes pararatificação, aprovação, confirmação formal ou aceitação.

4 – O procedimento mencionado no parágrafo 3 acima aplicar-se-á aemendas propostas a qualquer protocolo, a não ser quando uma maioria dedois terços das Partes do protocolo em questão presentes e que estejamvotando na reunião seja suficiente para a sua adoção.

5 – Os instrumentos de ratificação, aprovação, confirmação formalou aceitação de emendas deverão ser depositados junto ao Depositário. Asemendas adotadas de acordo com os parágrafos 3 d 4 acima deverão entrarem vigor entre as Partes que as tenham aceito no nonagésimo dia após arecepção pelo Depositário do instrumento de ratificação, aprovação,

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confirmação formal ou aceitação de pelo menos três quartos das Partes quetenham aceito as emendas ao protocolo em questão, a não ser quandoprevisto de outra maneira no próprio protocolo. As emendas deverão entrarem vigor para qualquer outra Parte no nonagésimo dia após essa Parte terdepositado seu instrumento de ratificação, aprovação, confirmação formalou aceitação das emendas.

6 – Para os fins do presente Artigo, por ‘Partes presentes e queestejam votando’ entende-se Partes que estejam presentes e emitam um votoafirmativo ou negativo.

ARTIGO 18

Adoção de Emendas aos Anexos

1 – Os anexos da presente Convenção ou de qualquer protocolodeverão ser parte integrante desta Convenção ou do protocolo em questão,conforme o caso, e, salvo quando expressamente previsto de outra maneira,uma referência a esta Convenção ou a seus protocolos constitui também umareferência a seus anexo. Esses anexos restringir-se-ão a questõescientíficas, técnicas e administrativas.

2 – Salvo quando previsto de outra maneira em qualquer protocolo emrelação a seus anexos, o seguinte procedimento aplicar-se-á à proposta,adoção e entrada em vigor de anexos adicionais à presente Convenção ou deanexos a um protocolo:

(a) Os anexos à presente Convenção e seus protocolos deverão serpropostos e adotados de acordo com o procedimento estabelecido no Artigo17, parágrafos 2, 3 e 4;

(b) Qualquer Parte que não possa aceitar um anexo adicional àpresente Convenção ou um anexo a qualquer protocolo de que seja Partedeverá notificar o Depositário a esse respeito, por escrito, em um prazode seis meses a partir da data da comunicação da adoção feita peloDepositário. O Depositário notificará sem demora todas as Partes arespeito do recebimento de qualquer notificação dessa natureza. Uma Partepoderá a qualquer momento substituir uma declaração anterior de objeçãopor uma aceitação e os anexos deverão, depois disso, entrar em vigor paraessa Parte;

(c) Ao término de seis meses a partir da data em que circular acomunicação feita pelo Depositário, o anexo deverá entrar em vigor paratodas as Partes da presente Convenção ou de qualquer protocolo emquestão, mesmo as que não tiverem apresentado uma notificação comoprevisto no subparágrafo (b) acima.

3 – A proposta, adoção e entrada em vigor de emendas a anexos dapresente Convenção ou de qualquer protocolo ficarão sujeitas ao mesmoprocedimento adotado em relação à proposta, adoção e entrada em vigor deAnexos à presente Convenção ou Anexos a um protocolo. Os Anexos e emendasaos mesmos deverão levar em conta, inter alia, considerações científicase técnicas relevantes.

4 – Caso um anexo adicional ou alguma emenda a um anexo envolva umaemenda à presente Convenção ou a qualquer protocolo, o anexo adicional ouanexo emendado não deverá entrar em vigor até que a emenda à presenteConvenção ou ao protocolo entre em vigor.

ARTIGO 19

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Verificação

Qualquer Parte que tenha razões para crer que outra Parte agiu, ouestá agindo de forma a violar suas obrigações para com a presenteConvenção poderá informar o Secretariado a esse respeito e, nesse caso,deverá simultânea e imediatamente informar, diretamente ou por meio doSecretariado, a Parte contra a qual as alegações estão sendo levantadas.Todas as informações pertinentes deverão ser encaminhadas pela Secretariaàs Partes.

ARTIGO 20

Solução de Controvérsias

1 – No caso de alguma controvérsia entre as Partes quanto àinterpretação, aplicação ou cumprimento da presente Convenção ou dequalquer protocolo da mesma, estas deverão procurar solucionar acontrovérsia por meio de negociações ou de qualquer outro meio pacíficode sua escolha.

2 – Caso as Partes interessadas não consigam solucionar acontrovérsia pelos meios mencionados no parágrafo anterior, acontrovérsia deverá ser submetida, se as Partes nela envolvidas assimconcordarem, à Corte Internacional de Justiça ou a arbitragem sob ascondições descritas no Anexo VI sobre Arbitragem. Não obstante, caso nãocheguem a um acordo quanto à submissão da controvérsia à CorteInternacional de Justiça ou a arbitragem, as Partes não ficarão isentasda responsabilidade de continuar a procurar uma solução pelos meiosmencionados no parágrafo 1.

3 – Ao ratificar, aceitar, aprovar, confirmar formalmente ou aderirà presente Convenção, ou em qualquer momento subseqüente, um Estado ouorganização de integração política e/ou econômica poderá declarar quereconhece como obrigatório de pleno direito e sem acordo especial, emrelação a qualquer Parte que aceite a mesma obrigação; a submissão dacontrovérsia:

(a) à Corte Internacional de Justiça; e/ou

(b) a arbitragem de acordo com os procedimentos estabelecidos noAnexo VI.

Essa declaração deverá ser notificada por escrito ao Secretariado,que a comunicará às Partes.

ARTIGO 21

Assinatura

A presente Convenção ficará aberta para assinatura por Estados,pela Namíbia, representada pelo Conselho das Nações Unidas para aNamíbia, e por organizações e integração política e/ou econômica, emBasiléia em 22 de março de 1989, no Departamento Federal de NegóciosEstrangeiros da Suíça, em Berna, de 23 de março de 1989 a 30 de junho de1989 e na sede das Nações Unidas em Nova York de 1 de julho de 1989 a 22de março de 1990.

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ARTIGO 22

Ratificação, Aceitação, Confirmação Formal ou Aprovação

1 – A presente Convenção será objeto de ratificação, aceitação ouaprovação pelos Estados e pela Namíbia, representada pelo Conselho dasNações Unidas para a Namíbia, e de confirmação formal ou aprovação pororganizações de integração política e/ou econômica. Os instrumentos deratificação, aceitação, confirmação formal ou aprovação deverão serdepositados junto ao Depositário.

2 – Qualquer organização mencionada no parágrafo 1 acima que setorne Parte da presente Convenção sem que nenhum de seus Estados-membrosseja uma Parte ficará sujeita a todas as obrigações previstas na presenteConvenção. No caso de organizações dessa natureza, em que um ou mais deseus Estados-membros sejam Parte da Convenção, a organização e seusEstados-membros deverão decidir a respeito de suas respectivasresponsabilidades em relação ao cumprimento de suas obrigações previstasna Convenção. Nesses casos, a organização e os Estados-membros nãopoderão exercer concomitantemente direitos previstos na Convenção.

3 – Em seus instrumentos de confirmação formal ou aprovação, asorganizações mencionadas no parágrafo 1 acima deverão declarar o âmbitode sua competência em relação às questões regidas pela Convenção. Essasorganizações deverão também informar o Depositário, o qual, por sua vez,informará as Partes, a respeito de qualquer modificação substancial noâmbito de sua competência.

ARTIGO 23

Adesão

1 – A presente Convenção ficará aberta à adesão de Estados, daNamíbia, representada pelo Conselho das Nações Unidas para a Namíbia, ede organizações de integração política e/ou econômica a partir do diaseguinte à data na qual a Convenção for fechada para assinaturas. Osinstrumentos de adesão deverão ser depositados junto ao Depositário.

2 – Em seus instrumentos de adesão, as organizações mencionadas noparágrafo 1 acima deverão declarar o âmbito de sua competência em relaçãoàs questões regidas pela Convenção. Essas organizações também, deverãoinformar o Depositário a respeito de qualquer modificação substancialocorrida no âmbito de sua competência.

3 – Os dispositivos do Artigo 22, parágrafo 2 aplicar-se-ão àsorganizações de integração política e/ou econômica que aderirem àpresente Convenção.

ARTIGO 24

Direito a Voto

1 – Com exceção do que prevê o parágrafo 2 abaixo, cada ParteContratante da presente Convenção terá um voto.

2 – As organizações de integração política e/ou econômicaexercerão, em matérias no âmbito de sua competência, de acordo com oArtigo 22, parágrafo 3, e Artigo 23, parágrafo 2, seu direito de voto comum número de votos igual ao número de seus Estados-membros que sejamPartes da Convenção ou do protocolo em questão. Essas organizações não

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deverão exercer seu direito de voto se seus Estados-membros exercerem odireito deles e vice-versa.

ARTIGO 25

Entrada em Vigor

1 – A presente Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia após adata de depósito do vigésimo instrumento de ratificação, aceitação,confirmação formal, aprovação ou adesão.

2 – Para cada Estado e/ou organização de integração política e/oueconômica que ratifique, aceite, aprove ou confirme formalmente apresente Convenção ou que aceda à mesma após a data de depósito dovigésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação, confirmaçãoformal ou adesão, a Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia após adata de depósito por esse Estado ou organização de integração políticae/ou econômica de seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação,confirmação formal ou adesão.

3 – Para os fins dos parágrafos 1 e 2 acima, qualquer instrumentodepositado por uma organização de integração política e/ou econômica nãoserá contado como adicional àqueles depositados pelos Estados-membrosdaquela organização.

ARTIGO 26

Reservas e Declarações

1 – Não poderá ser feita qualquer reserva ou exceção à presenteConvenção.

2 – O parágrafo 1 deste Artigo não impede que um Estado ouorganização de integração política e/ou econômica, ao assinar, ratificar,aceitar, aprovar, confirmar formalmente ou aderir à presente Convenção,emita declarações ou manifestações, sob qualquer forma ou título, comvistas a, inter alia, harmonizar suas leis e regulamentos com osdispositivos da presente Convenção, desde que essas declarações ouafirmações não pretendam excluir ou modificar os efeitos legais dosdispositivos da Convenção na sua aplicação àquele Estado.

ARTIGO 27

Denúncia

1 – A qualquer momento, após um prazo de três anos contado a partirda data de entrada em vigor da presente Convenção para uma Parte, a mesmapoderá denunciar a Convenção apresentando uma notificação por escrito aoDepositário.

2 – A denúncia será efetiva um ano após o recebimento danotificação pelo Depositário ou em qualquer data posterior especificadana notificação.

ARTIGO 28

Depositário

O Secretário-Geral das Nações Unidas será o Depositário da presenteConvenção e de todo protocolo à mesma.

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ARTIGO 29

Textos Autênticos

Os textos originais em árabe, chinês, inglês, francês, russo eespanhol da presente Convenção são igualmente autênticos.

Em fé do que, os signatários, estando devidamente autorizados nessesentido, assinaram a presente Convenção.

Feita em Basiléia, em 22 de março de 1989.

ANEXO I

CATEGORIAS DE RESIDUOS A SEREM CONTROLADOS

Fluxos de Resíduos

Y1 Resíduos clínicos oriundos de cuidados médicos em hospitais,centros médicos e clínicas

Y2 Resíduos oriundos da produção e preparação de produtosfarmacêuticos

Y3 Resíduos de medicamentos e produtos farmacêuticos

Y4 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização debiocidas e produtos fitofarmacêuticos

Y5 Resíduos oriundos da fabricação, formulação e utilização deprodutos químicos utilizados na preservação de madeira

Y6 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização desolventes orgânicos

Y7 Resíduos oriundos de operações de tratamento térmico e detêmpera que contenham cianetos

Y8 Resíduos de óleos minerais não aproveitáveis para o uso a queestavam destinados

Y9 Misturas, ou emulsões residuais de óleos/água,hidrocarbonetos/água

Y10 Substâncias e artigos residuais que contenham ou estejamcontaminados com bifenilos policlorados e/ou terfenilos policlorados e/oubifenilos polibromados

Y11 Resíduos de alcatrão resultantes de refino, destilação ouqualquer outro tratamento pirolítico

Y12 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização detintas em geral, corantes, pigmentos, lacas, verniz

Y13 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização deresinas, látex, plastificantes, colas/adesivos

Y14 Resíduos de substâncias químicas produzidas em atividades depesquisa e desenvolvimento ou de ensino que não estejam identificadas

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e/ou sejam novas e cujos efeitos sobre o homem e/ou o meio ambiente sejamdesconhecidos

Y15 Resíduos de natureza explosiva que não estejam sujeitos a outralegislação

Y16 Resíduos oriundos da produção, preparação e utilização deprodutos químicos e materiais de processamento fotográfico

Y17 Resíduos resultantes do tratamento superficial de metais eplásticos

Y18 Resíduos resultantes de operações de depósito de resíduosindustriais

Resíduos que tenham como elementos constitutivos:

Y19 Carbonilos metálicos

Y20 Berílio; composto de berílio

Y21 Compostos de cromo hexavalentes

Y22 Compostos de cobre

Y23 Compostos de zinco

Y24 Arsênico; compostos de arsênico

Y25 Selênio; compostos de selênio

Y26 Cádmio; compostos de cádmio

Y27 Antimônio; compostos de antimônio

Y28 Telúrio; compostos de telúrio

Y29 Mercúrio; compostos de mercúrio

Y30 Tálio; compostos de tálio

Y31 Chumbo; compostos de chumbo

Y32 Compostos inorgânicos de flúor, excluindo o fluoreto de cálcio

Y33 Cianetos inorgânicos

Y34 Soluções ácidas ou ácidos em forma sólida

Y35 Soluções básicas ou bases em forma sólida

Y36 Amianto (pó e fibras)

Y37 Compostos fosforosos orgânicos

Y38 Cianetos orgânicos

Y39 Fenóis; compostos fenólicos, inclusive clorofenóis

Y40 Eteres

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Y41 Solventes orgânicos halogenados

Y42 Solventes orgânicos, excluindo os solventes halogenados

Y43 Qualquer congênere de dibenzo-furano policlorado

Y44 Qualquer congênere de dibenzo-p-dioxina

Y45 Compostos orgânicos halógenos diferentes das substânciasmencionadas no presente Anexo (por exemplo, Y39, Y42, Y42, Y43, Y44).

ANEXO II

CATEGORIAS DE RESIDUOS QUE EXIGEM CONSIDERAÇAO ESPECIAL

Y46 Resíduos coletados de residências

Y47 Resíduos oriundos da incineração de resíduos domésticos

ANEXO III

LISTA DE CARACTERISTICAS PERIGOSAS

CLASSE Código CaracterísticasDAS NU*

1 H1 Explosivos

Por substância ou resíduo explosivo entende-se todasubstância ou resíduo sólido ou líquido (ou mistura desubstâncias e resíduos) que por si só é capaz, mediantereação química, de produzir gás a uma temperatura,pressão e velocidade tais que provoque danos às áreascircunjacentes.

3 H3 Líquidos inflamáveis

Por líquidos inflamáveis entende-se aqueles líquidos, oumisturas de líquidos, os líquidos que contenham sólidosem solução ou suspensão (por exemplo, tintas, vernizes,lacas, etc., mas sem incluir substâncias ou resíduosclassificados de outra maneira em função de suascaracterísticas perigosas) que liberam vaporesinflamáveis a temperaturas não superiores a 60,5 C, aoserem testados em recipiente fechado, ou a 65,6 C, emteste com recipiente aberto. (Considerando que osresultados dos testes com recipiente aberto e recipientefechado não são estritamente comparáveis, e queresultados individuais dos mesmos testes muitas vezesvariam, regulamentos que apresentem variações dosnúmeros apresentados acima com o objetivo de levar emconta essas diferenças seriam compatíveis com o espíritodesta definição).

4.1 H4.1 Sólidos inflamáveis

Sólidos, ou resíduos sólidos, diferentes dosclassificados como explosivos, que sob as condiçõesencontradas no transporte possam entrar em combustão

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facilmente ou causar ou contribuir para gerar fogo porfricção.

4.2 H4.2 Substâncias ou resíduos sujeitos a combustão espontânea

Substâncias ou resíduos sujeitos a aquecimentoespontâneo sob condições normais de transporte ou aaquecimento quando em contato com o ar, sendo portantosuscetíveis a pegar fogo.

4.3 H4.3 Substâncias ou resíduos que, em contato com água, emitemgases inflamáveis

Substâncias ou resíduos que, por interação com água,podem se tornar inflamáveis espontaneamente ou emitirgases inflamáveis em quantidades perigosas

5.1 H5.1 Oxidantes

Substâncias ou resíduos que, embora não sejamnecessariamente combustíveis por sua própria natureza,possam provocar a combustão de outros materiais oucontribuir para tanto, geralmente mediante a liberaçãode oxigênio.

5.2 H5.2 Peróxidos orgânicos

Substâncias ou resíduos orgânicos que contêm a estrutura-o-o-bivalente são substâncias termicamente instáveis quepodem entrar em decomposição exotérmica auto-acelerada.

6.1 H6.1 Venenosas (Agudas)

Substâncias ou resíduos passíveis de provocar morte ousérios danos ou efeitos adversos à saúde humana seingeridos ou inalados ou pelo contato dos mesmos com apele.

6.2 H6.3 Substâncias infecciosas

Substâncias ou resíduos contendo microorganismos viáveisou suas toxinas que comprovada ou possivelmenteprovoquem doenças em animais ou seres humanos.

8 H8 Corrosivas

Substâncias ou resíduos que, por ação química, provoquemsérios danos quando em contato com tecidos vivos ou, emcaso de vazamento, materialmente danifiquem, ou mesmodestruam, outros bens ou o meio de transporte; elestambém podem implicar outros riscos.

9 H10 Liberação de gases tóxicos em contato com o ar ou a água

Substâncias ou resíduos que, por interação com o ar ou aágua, são passíveis de emitir gases tóxicos emquantidades perigosas.

9 H11 Tóxicas (Retardadas ou crônicas)

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Substâncias ou resíduos que, se inalados ou ingeridos,ou se penetrarem na pele, podem implicar efeitosretardados ou crônicos, inclusive carcinogenicidade.

9 H12 Ecotóxicas

Substâncias ou resíduos que, se liberados, apresentem oupossam apresentar impactos adversos retardados sobre omeio ambiente por bioacumulação e/ou efeitos tóxicossobre os sistemas bióticos.

9 H13 Capazes, por quais meios, após o depósito, de geraroutro material, como, por exemplo, lixívia, que possuaquaisquer das características relacionadas acima.

* Corresponde ao sistema de classificação de risco incluído nasRecomendações das Nações Unidas para o Transporte de MercadoriasPerigosas (ST/SG/AC.10/1/Rev.5, Nações Unidas, Nova York, 1988).

T E S T E S

Os riscos potenciais de determinados tipos de resíduos ainda nãoforam completamente documentados; não existem testes para definirquantitativamente esses riscos. E necessário aprofundar as pesquisas afim de desenvolver meios para caracterizar riscos desses resíduos emrelação ao ser humano e/ou ao meio ambiente. Foram elaborados testespadronizados para as substâncias e materiais puros. Diversos paísesdesenvolveram testes nacionais que podem ser aplicados aos materiaisrelacionados no Anexo I com o objetivo de decidir se esses materiaisapresentam quaisquer das características relacionadas neste Anexo.

ANEXO IV

OPERAÇOES DE DEPOSITO

A – Operações que não incluam a possibilidade de recuperação derecursos, reciclagem, reaproveitamento, regeneração, reutilização diretaou usos alternativos

A Seção A abrange todas as operações de depósito que ocorrem naprática

D1 Depósito na terra ou sobre superfície de terra (por exemplo,aterramento, etc.)

D2 Tratamento de solo (por exemplo, biodegradação de resíduoslíquidos ou lamacentos no solo, etc.)

D3 Injeção profunda (por exemplo, injeção de resíduos bombeáveis empoços, formações salinas ou depósitos de ocorrência natural, etc.)

D4 Confinamento superficial (por exemplo, depósito de resíduoslíquidos ou lamacentos em covas, tanques ou lagoas, etc.)

D5 Aterramentos especialmente projetados (por exemplo, emcompartimentos separados, revestidos, tampados e isolados uns dos outrose do meio ambiente, etc.)

D6 Descarga num corpo de água, exceto mares/oceanos

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D7 Descarga em mares/oceanos, inclusive inserções nos leitos dosmares

D8 Tratamento biológico não especificado em outra parte do presenteAnexo que produza compostos ou misturas finais que sejam eliminadas pormeio de quaisquer das operações mencionadas na Seção A

D9 Tratamento físico-químico não especificado em outra parte dopresente Anexo que produza compostos ou misturas finais que sejameliminadas por meio de quaisquer das operações mencionadas na Seção A(por exemplo, evaporação, secagem, calcinação, neutralização,precipitação, etc.)

D10 Incineração sobre o solo

D11 Incineração no mar

D12 Armazenagem permanente (por exemplo, colocação de containersdentro de uma mina, etc.)

D13 Combinação ou mistura antes de se efetuar quaisquer dasoperações mencionadas na Seção A

D14 Reempacotamento antes de se efetuar quaisquer das operaçõesmencionadas na Seção A

D15 Armazenagem no decorrer de quaisquer das operações mencionadasna Seção A

B – Operações que possam levar à recuperação de recursos,reciclagem, reaproveitamento, reutilização direta ou usos alternativos

A Seção B abrange todas as operações relacionadas com materiaislegalmente definidos ou considerados como resíduos perigosos e que, deoutro modo, teriam sido destinados a operações incluídas na Seção ª

R1 Utilização como combustível (mas não incineração direta) ououtros meios de gerar energia

R2 Reaproveitamento/regeneração de solventes

R3 Reciclagem/reaproveitamento de substâncias orgânicas que nãosejam usadas como solventes

R4 Reciclagem/reaproveitamento de metais e compostos metálicos

R5 Reciclagem/reaproveitamento de outros materiais inorgânicos

R6 Regeneração de ácidos ou bases

R7 Recuperação de componentes usados na redução da poluição

R8 Recuperação de componentes de catalisadores

R9 Re-refinamento de petróleo usado ou outras reutilizações depetróleo previamente usado

R10 Tratamento de solo que produza benefícios para a agricultura oumelhoras ambientais

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R11 Utilização de materiais residuais obtidos a partir de qualquerdas operações relacionadas de R1 a R10

R12 Intercâmbio de resíduos para submetê-los a qualquer dasoperações relacionadas de R1 a R11

R13 Acumulação de material que se pretenda submeter a qualquer dasoperações mencionadas na Seção B

ANEXO V A

Informações a serem Fornecidas por Ocasião da Notificação

1 – Razão para a exportação dos resíduos

2 – Exportador dos resíduos 1/

3 – Gerador(es) dos resíduos e local de geração 1/

4 – Encarregado do depósito e local efetivo do mesmo 1/

5 – Transportador(es) pretendido(s) dos resíduos ou seus agentes,se conhecidos 1/

6 – País de exportação dos resíduos

Autoridade competente 2/

7 – Possíveis países de trânsito

Autoridade competente 2/

8 – País de importação dos resíduos

Autoridade competente 2/

9 – Notificação geral ou isolada

10 – Data(s) projetada(s) do(s) embarque(s) e período durante oqual os resíduos serão exportados e itinerário proposto (inclusive pontode entrada e saída) 3/

11 – Meio de transporte planejado (rodovia, ferrovia, mar, ar,águas internas)

12 – Informações sobre seguro 4/

13 – Designação e descrição física dos resíduos, inclusive número Ye número das Nações Unidas e sua composição 5/ e informações sobrequaisquer requisitos especiais de manejo inclusive providências deemergência em caso de acidentes

14 – Tipo de empacotamento planejado (por exemplo, a granel, dentrode tambores, navio)

15 – Quantidade estimada em peso/volume 6/

16 – Processo pelo qual os resíduos são gerados 7/

17 – Para os resíduos relacionados no Anexo i, classificações do

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Anexo III: características de risco, número H e classe das Nações Unidas.

18 – Método de depósito, de acordo com o Anexo IV

19 – Declaração do gerador e exportador de que as informações sãocorretas

20 – Informações transmitidas (inclusive descrição técnica dausina) ao exportador ou gerador da parte do encarregado do depósito arespeito dos resíduos, com base nas quais este fez a sua avaliação de quenão havia razão para crer que os resíduos não seriam administrados deforma ambientalmente saudável de acordo com as leis e regulamentos dopaís de importação.

21 – Informações relativas ao contrato entre o exportador e oencarregado de depósito.

N O T A S

1/ Nome completo e endereço, número do telefone, telex ou fac-símile e nome, endereço, número do telefone, telex ou fac-símile dapessoa a ser contatada.

2/ Nome completo e endereço, número do telefone, telex ou fac-símile.

3/ No caso de uma notificação geral para diversas expedições, asdatas planejadas de cada expedição ou, se não forem conhecida, afreqüência esperada das expedições será exigida.

4/ Informações a serem fornecidas sobre exigências relativas aoseguro e sobre como serão cumpridas pelo exportador, transportador eencarregado do depósito.

5/ A natureza e a concentração dos componentes mais perigosos, emtermos de toxicidade e outros perigosos apresentados pelos resíduos tantono seu manuseio como no método de depósito proposto.

6/ No caso de uma notificação geral para diversas expedições, tantoa quantidade total estimada como as quantidades estimadas para cadaexpedição individual serão exigidas.

7/ Na medida em que isto for necessário para avaliar o risco edeterminar até que ponto a operação de depósito proposta é efetivamenteadequada.

ANEXO V B

Informações a serem fornecidas no Documento de Movimento

1 – Exportador dos resíduos. 1/

2 - Gerador(es) dos resíduos e local de geração. 1/

3 – Encarregado do depósito e local efetivo do mesmo.

4 – Transportador(es) dos resíduos 1/ ou seu(s) agente(s).

5 – Objeto da notificação geral ou unitária.

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6 – A data de início do movimento transfronteiriço e data(s) eassinatura de cada pessoa encarregada dos resíduos por ocasião dorecebimento dos mesmos.

7 – Meio de transporte (rodovia, ferrovia, vias aquáticas internas,mar, ar), inclusive países de exportação, trânsito e importação, bem comoponto de entrada e saída que tenham sido indicados.

8 – Descrição geral dos resíduos (estado físico, nome de embarque eclasse apropriados das Nações Unidas, número das Nações Unidas, número Ye número H, de acordo com o caso).

9 – Informações sobre exigências especiais de manuseio, inclusiveprovidências de emergência em caso de acidentes.

10 – Tipo e número de pacotes.

11 – Quantidade peso/volume.

12 – Declaração do gerador ou exportador de que as informações sãocorretas.

13 – Declaração do gerador ou exportador de que não há objeçãoalguma por parte das autoridades competentes de todos os Estadosinteressados que sejam partes.

14 – Certificado do encarregado de depósito quanto ao recebimentona instalação de depósito designada e indicação do método de depósito edata aproximada do mesmo.

N O T A S

As informações exigidas para o documento de movimento serão, quandopossível, integradas num único documento com as informações exigidaspelas normas de transporte. Quando isto não for possível, as informaçõesdevem complementar, e não duplicar, aquelas exigidas de acordo com asnormas de transporte. O documento de movimento deverá conter instruções arespeito de que deverá fornecer informações e preencher qualquerformulário.

1/ Nome completo e endereço, número de telefone, telex ou fac-símile e o nome, endereço, número de telefone, telex ou fac-símile dapessoa a ser contatada em caso de emergência.

ANEXO VI

Arbitragem

ARTIGO 1

Salvo se o acordo mencionado no Artigo 20 da Convenção dispuser deoutra maneira, o procedimento de arbitragem deverá ser conduzido deacordo com os Artigos 2 a 10 abaixo.

ARTIGO 2

A parte demandante deverá notificar o Secretariado de que as partesconcordaram em submeter a controvérsia a arbitragem de acordo com oparágrafo 2 ou parágrafo 3 do Artigo 20 e indicar, em particular, osArtigos da Convenção cuja interpretação ou aplicação sejam objeto da

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controvérsia. O Secretariado encaminhará as informações recebidas a todasas Partes da Convenção.

ARTIGO 3

O tribunal de arbitragem deverá ser composto por três membros. Cadauma das partes envolvidas na controvérsia deverá indicar um árbitro e osdois árbitros assim indicados deverão designar de comum acordo umterceiro árbitro, que será o presidente do tribunal. Este último nãopoderá ser um cidadão de qualquer das partes envolvidas na controvérsia,nem residir usualmente no território de uma das partes, e tampouco serempregado por uma delas ou ter lidado com o caso em qualquer outrainstância.

ARTIGO 4

1 – Caso o presidente do tribunal de arbitragem não tenha sidodesignado no prazo de dois meses a contar da data de indicação do segundoárbitro, o Secretário-Geral das Nações Unidas deverá, a pedido de uma daspartes, designá-lo dentro de um prazo adicional de dois meses.

2 – Caso uma das partes envolvidas na controvérsia não indique umárbitro num prazo de dois meses a partir do recebimento da solicitação, aoutra parte poderá informar o fato ao Secretário-Geral das Nações Unidas,o qual designará o presidente do tribunal de arbitragem num períodoadicional de dois meses. Após a designação, o presidente do tribunal dearbitragem deverá solicitar à parte que não indicou um árbitro para fazê-lo num prazo de dois meses. Decorrido este período, ele deverá informar oSecretário-Geral das Nações Unidas, que fará a indicação num prazoadicional de dois meses.

ARTIGO 5

1 – O tribunal de arbitragem deverá proferir sua decisão de acordocom o direito internacional e de acordo com os dispositivos da presenteConvenção.

2 – Qualquer tribunal de arbitragem constituído como previsto nopresente Anexo deverá estabelecer suas próprias regras de procedimento.

ARTIGO 6

1 – As decisões do tribunal de arbitragem com relação tanto aoprocedimento quanto à substância, deverão ser tomadas por votomajoritário de seus membros.

2 – O tribunal poderá tomar as medidas apropriadas para determinaros fatos. Mediante solicitação de uma das partes. Poderá recomendarmedidas cautelares indispensáveis.

3 – As Partes envolvidas na controvérsia oferecerão todas asfacilidades necessárias para o bom andamento do processo.

4 – A ausência ou não cumprimento de obrigação por uma parte nãorepresentará impedimento ao andamento do processo.

ARTIGO 7

O tribunal poderá conhecer alegações contrárias baseadasdiretamente na matéria da controvérsia, e deliberar a respeito.

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ARTIGO 8

A menos que o tribunal de arbitragem determine de outra forma emfunção de circunstâncias particulares do caso, as despesas do tribunal,inclusive a remuneração de seus membros, deverão ser assumidas pelaspartes envolvidas na controvérsia e divididas igualmente. O tribunalmanterá um registro de todas as suas despesas e encaminhará um balançofinal das mesmas às partes.

ARTIGO 9

Qualquer parte que tenha um interesse de natureza legal na matériada controvérsia, o qual possa ser afetado pela decisão do caso, poderáintervir no processo mediante autorização do tribunal.

ARTIGO 10

1 – O tribunal deverá proferir sua sentença arbitral num prazo decinco meses a partir da data de sua constituição, a menos que julguenecessário dilatar o prazo por um período adicional que não deve excedercinco meses.

2 – A sentença do tribunal de arbitragem deverá ser acompanhada poruma declaração de motivos. Ela será definitiva e obrigatória para asPartes envolvidas na controvérsia.

3 – Qualquer controvérsia que possa surgir entre as Partes comrelação à interpretação ou execução da sentença poderá ser encaminhada aotribunal de arbitragem que emitiu a sentença ou, caso não seja possívelsubmetê-la a este, a um outro tribunal constituído da mesma maneira que oprimeiro.

(Vide, no Decreto de promulgação, declaração de reservas feita peloBrasil, por ocasião do depósito da Carta de Adesão, em 15 de outubro de1992).

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ANEXO 07

Lei 12.305 - Politica Nacional de Residuos Sólidos

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Política Nacionalde Resíduos Sólidos

Centro de Documentação e Informação Edições Câmara Brasília | 2010

Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010,que institui a Política Nacional de Re-síduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

Câmara dos Deputados

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

DIRETORIA LEGISLATIVADiretor Afrísio Vieira Lima Filho

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃODiretor Adolfo C. A. R. Furtado

COORDENAÇÃO EDIÇÕES CÂMARADiretora Maria Clara Bicudo Cesar

COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOSDiretora Lêda Maria Louzada Melgaço

Câmara dos DeputadosCentro de Documentação e Informação – CediCoordenação Edições Câmara – CoediAnexo II – Praça dos Três PoderesBrasília (DF) – CEP 70160-900Telefone: (61) 3216-5809; Fax: (61) [email protected]

Coordenação Edições Câmara Projeto gráfico Paula Scherre e Tereza PiresCapa e diagramação Rafael BenjaminRevisão Seção de Revisão e Indexação

SÉRIELegislação

n. 48

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.

Política nacional de resíduos sólidos : Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. -- Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 52 p. – (Série legislação ; n. 48)

ISBN 978-85-736-5799-9

1. Resíduo sólido, Brasil. 2. Política ambiental, Brasil. I. Série. CDU 628.4(81)(094)

ISBN 978-85-736-5798-2 (brochura) ISBN 978-85-736-5799-9 (e-book)

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- SUMáRIO -

PoLíTICA NACIoNAL dE RESíduoS SóLIdoS

LEI No 12.305, DE 2 DE AGoSTo DE 2010Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. ................................................... 7

TÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS .................................................................................7

CAPÍTULO IDo Objeto e do Campo de Aplicação ..............................................................7

CAPÍTULO IIDefinições .......................................................................................................8

TÍTULO IIDA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................12

CAPÍTULO IDisposições Gerais .........................................................................................12

CAPÍTULO IIDos Princípios e Objetivos ............................................................................13

CAPÍTULO IIIDos Instrumentos ..........................................................................................15

TÍTULO IIIDAS DIRETRIZES APLICáVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS ...................18

CAPÍTULO IDisposições Preliminares ...............................................................................18

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CAPÍTULO IIDos Planos de Resíduos Sólidos .....................................................................21

Seção IDisposições Gerais ......................................................................................21

Seção IIDo Plano Nacional de Resíduos Sólidos ......................................................22

Seção IIIDos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos ...................................................24

Seção IVDos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ................27

Seção VDo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos ........................................32

CAPÍTULO IIIDas Responsabilidades dos Geradores e do Poder Público ..............................36

Seção IDisposições Gerais ......................................................................................36

Seção IIDa Responsabilidade Compartilhada ..........................................................37

CAPÍTULO IVDos Resíduos Perigosos .................................................................................45

CAPÍTULO VDos Instrumentos Econômicos ......................................................................47

CAPÍTULO VIDas Proibições ...............................................................................................49

TÍTULO IVDISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS .................................................51

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

7

- LEI NO 12.3051, DE 2 DE AGOSTO DE 2010 -

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras pro-vidências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a lei:

TíTuLo IDISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULo IDo Objeto e do Campo de Aplicação

Art. 1o Esta lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

§ 1o Estão sujeitas à observância desta lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsá-veis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à ges-tão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.

1 Publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de agosto de 2010.

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§ 2o Esta lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação específica.

Art. 2o. Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta lei, nas Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).

CAPÍTULo IIDefinições

Art. 3o Para os efeitos desta lei, entende-se por:

I – acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;

II – área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos;

III – área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificá-veis ou individualizáveis;

IV – ciclo de vida do produto: série de etapas que envol-vem o desenvolvimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final;

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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V – coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previa-mente segregados conforme sua constituição ou composição;

VI – controle social: conjunto de mecanismos e proce-dimentos que garantam à sociedade informações e participação nos processos de formulação, imple-mentação e avaliação das políticas públicas relacio-nadas aos resíduos sólidos;

VII – destinação final ambientalmente adequada: des-tinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destina-ções admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a dis-posição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

VIII – disposição final ambientalmente adequada: distri-buição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

IX – geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou ju-rídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo;

X – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas eta-pas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos

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resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano mu-nicipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta lei;

XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os re-síduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvi-mento sustentável;

XII – logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a via-bilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada;

XIII – padrões sustentáveis de produção e consumo: pro-dução e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permi-tir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das necessi-dades das gerações futuras;

XIV – reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas proprieda-des físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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XV – rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas to-das as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada;

XVI – resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particula-ridades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente in-viáveis em face da melhor tecnologia disponível;

XVII – responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individuali-zadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urba-na e de manejo dos resíduos sólidos, para minimi-zar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saú-de humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta lei;

XVIII – reutilização: processo de aproveitamento dos resí-duos sólidos sem sua transformação biológica, físi-ca ou físico-química, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, do SNVS e do Suasa;

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XIX – serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades previstas no art. 7o da Lei no 11.445, de 2007.

TíTuLo IIDA POLÍTICA NACIONAL DE

RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULo IDisposições Gerais

Art. 4o A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo governo federal, isoladamente ou em regime de cooperação com estados, Distrito Federal, municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

Art. 5o A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei no 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005.

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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CAPÍTULo IIDos Princípios e Objetivos

Art. 6o São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I – a prevenção e a precaução;

II – o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;

III – a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultu-ral, econômica, tecnológica e de saúde pública;

IV – o desenvolvimento sustentável;

V – a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à ca-pacidade de sustentação estimada do planeta;

VI – a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade;

VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

VIII – o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX – o respeito às diversidades locais e regionais;

X – o direito da sociedade à informação e ao controle social;

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XI – a razoabilidade e a proporcionalidade.

Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;

II – não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como dispo-sição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

III – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de pro-dução e consumo de bens e serviços;

IV – adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;

V – redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;

VI – incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos deri-vados de materiais recicláveis e reciclados;

VII – gestão integrada de resíduos sólidos;

VIII – articulação entre as diferentes esferas do poder pú-blico, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão in-tegrada de resíduos sólidos;

IX – capacitação técnica continuada na área de resí-duos sólidos;

X – regularidade, continuidade, funcionalidade e uni-versalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômi-cos que assegurem a recuperação dos custos dos

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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serviços prestados, como forma de garantir sua sus-tentabilidade operacional e financeira, observada a Lei no 11.445, de 2007;

XI – prioridade, nas aquisições e contratações governa-mentais, para:

a) produtos reciclados e recicláveis;

b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e am-bientalmente sustentáveis;

XII – integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilida-de compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

XIII – estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;

XIV – incentivo ao desenvolvimento de sistemas de ges-tão ambiental e empresarial voltados para a melho-ria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;

XV – estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

CAPÍTULo IIIDos Instrumentos

Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros:

I – os planos de resíduos sólidos;

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II – os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;

III – a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

IV – o incentivo à criação e ao desenvolvimento de coope-rativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

V – o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;

VI – a cooperação técnica e financeira entre os seto-res público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambien-talmente adequada de rejeitos;

VII – a pesquisa científica e tecnológica;

VIII – a educação ambiental;

IX – os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;

X – o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;

XI – o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir);

XII – o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);

XIII – os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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XIV – os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sólidos urbanos;

XV – o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;

XVI – os acordos setoriais;

XVII – no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre eles:

a) os padrões de qualidade ambiental;

b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Poten-cialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais;

c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instru-mentos de Defesa Ambiental;

d) a avaliação de impactos ambientais;

e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);

f ) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

XVIII – os termos de compromisso e os termos de ajusta-mento de conduta;

XIX – o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.

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TíTuLo IIIDAS DIRETRIZES APLICáVEIS

AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULo IDisposições Preliminares

Art. 9o Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não ge-ração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

§ 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recupe-ração energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de moni-toramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.

§ 2o A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as políticas de resíduos sólidos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios serão compatíveis com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes estabelecidas nesta lei.

Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do Sis-nama, do SNVS e do Suasa, bem como da responsa-bilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta lei.

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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Art. 11. Observadas as diretrizes e demais determinações es-tabelecidas nesta lei e em seu regulamento, incumbe aos estados:

I – promover a integração da organização, do plane-jamento e da execução das funções públicas de in-teresse comum relacionadas à gestão dos resíduos sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos termos da lei com-plementar estadual prevista no § 3o do art. 25 da Constituição Federal;

II – controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licenciamento ambiental pelo órgão es-tadual do Sisnama.

Parágrafo único. A atuação do estado na forma do caput deve apoiar e priorizar as iniciativas do município de soluções con-sorciadas ou compartilhadas entre dois ou mais municípios.

Art. 12. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.

Parágrafo único. Incumbe aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios fornecer ao órgão federal responsável pela coordenação do Sinir todas as informações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência, na forma e na pe-riodicidade estabelecidas em regulamento.

Art. 13. Para os efeitos desta lei, os resíduos sólidos têm a se-guinte classificação:

I – quanto à origem:

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a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da var-rição, limpeza de logradouros e vias públicas e ou-tros serviços de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alí-neas a e b;

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e pres-tadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas b, e, g, h e j;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento bá-sico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea c;

f ) resíduos industriais: os gerados nos processos pro-dutivos e instalações industriais;

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos servi-ços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisna-ma e do SNVS;

h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas ativida-des agropecuárias e silviculturais, incluídos os re-lacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, ro-doviários e ferroviários e passagens de fronteira;

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k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

II – quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcino-genicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regula-mento ou norma técnica;

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea a.

Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea d do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo po-der público municipal.

CAPÍTULo IIDos Planos de Resíduos Sólidos

Seção IDisposições Gerais

Art. 14. São planos de resíduos sólidos:

I – o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;

II – os planos estaduais de resíduos sólidos;

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III – os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos sólidos de regiões metropolita-nas ou aglomerações urbanas;

IV – os planos intermunicipais de resíduos sólidos;

V – os planos municipais de gestão integrada de resí-duos sólidos;

VI – os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade ao conteú-do dos planos de resíduos sólidos, bem como controle social em sua formulação, implementação e operacionalização, ob-servado o disposto na Lei no 10.650, de 16 de abril de 2003, e no art. 47 da Lei no 11.445, de 2007.

Seção IIDo Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e ho-rizonte de vinte anos, a ser atualizado a cada quatro anos, tendo como conteúdo mínimo:

I – diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;

II – proposição de cenários, incluindo tendências inter-nacionais e macroeconômicas;

III – metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resí-duos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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IV – metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;

V – metas para a eliminação e recuperação de lixões, asso-ciadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

VI – programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;

VII – normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União, para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;

VIII – medidas para incentivar e viabilizar a gestão regio-nalizada dos resíduos sólidos;

IX – diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;

X – normas e diretrizes para a disposição final de rejei-tos e, quando couber, de resíduos;

XI – meios a serem utilizados para o controle e a fiscali-zação, no âmbito nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social.

Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e consultas públicas.

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Seção IIIDos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos

Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta lei, é condição para os estados terem acesso a recursos da União, ou por ela controla-dos, destinados a empreendimentos e serviços relacio-nados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem bene-ficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os estados que instituírem micror-regiões, consoante o § 3o do art. 25 da Constituição Federal, para integrar a organização, o planejamento e a execução das ações a cargo de municípios limítrofes na gestão dos resíduos sólidos.

§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas com-plementares sobre o acesso aos recursos da União na forma deste artigo.

§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos ter-mos desta lei, as microrregiões instituídas conforme previsto no § 1o abrangem atividades de coleta seleti-va, recuperação e reciclagem, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, a gestão de resíduos de construção civil, de serviços de transporte, de servi-ços de saúde, agrossilvopastoris ou outros resíduos, de acordo com as peculiaridades microrregionais.

Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será elaborado para vigência por prazo indeterminado, abrangendo todo o território do estado, com horizonte de atuação de vinte anos e revisões a cada quatro anos, e tendo como conteúdo mínimo:

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I – diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no estado e seus impactos socio-econômicos e ambientais;

II – proposição de cenários;

III – metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resí-duos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;

IV – metas para o aproveitamento energético dos ga-ses gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;

V – metas para a eliminação e recuperação de lixões, asso-ciadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

VI – programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;

VII – normas e condicionantes técnicas para o acesso a re-cursos do estado, para a obtenção de seu aval ou para o acesso de recursos administrados, direta ou indire-tamente, por entidade estadual, quando destinados às ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;

VIII – medidas para incentivar e viabilizar a gestão con-sorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos;

IX – diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões metropoli-tanas, aglomerações urbanas e microrregiões;

X – normas e diretrizes para a disposição final de rejei-tos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito nacional;

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XI – previsão, em conformidade com os demais instru-mentos de planejamento territorial, especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamen-to costeiro, de:

a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de rejeitos;

b) áreas degradadas em razão de disposição inadequa-da de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de recuperação ambiental;

XII – meios a serem utilizados para o controle e a fiscali-zação, no âmbito estadual, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social.

§ 1o Além do plano estadual de resíduos sólidos, os estados poderão elaborar planos microrregionais de resíduos sólidos, bem como planos específicos direcionados às regiões metropolitanas ou às aglomerações urbanas.

§ 2o A elaboração e a implementação pelos estados de pla-nos microrregionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas, em consonância com o previsto no § 1o, dar-se-ão obrigato-riamente com a participação dos municípios envolvidos e não excluem nem substituem qualquer das prerrogati-vas a cargo dos municípios previstas por esta lei.

§ 3o Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta lei, o plano microrregional de resíduos sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos e,

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consideradas as peculiaridades microrregionais, outros tipos de resíduos.

Seção IVDos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta lei, é con-dição para o Distrito Federal e os municípios terem aces-so a recursos da União, ou por ela controlados, destina-dos a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entida-des federais de crédito ou fomento para tal finalidade.

§ 1o Serão priorizados no acesso aos recursos da União re-feridos no caput os municípios que:

I – optarem por soluções consorciadas intermunici-pais para a gestão dos resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermuni-cipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos referi-dos no § 1o do art. 16;

II – implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis for-madas por pessoas físicas de baixa renda.

§ 2o Serão estabelecidas em regulamento normas comple-mentares sobre o acesso aos recursos da União na for-ma deste artigo.

Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos só-lidos tem o seguinte conteúdo mínimo:

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I – diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gera-dos no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas;

II – identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Cons-tituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver;

III – identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com ou-tros municípios, considerando, nos critérios de eco-nomia de escala, a proximidade dos locais estabeleci-dos e as formas de prevenção dos riscos ambientais;

IV – identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística reversa na forma do art. 33, observadas as disposições des-ta lei e de seu regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS;

V – procedimentos operacionais e especificações míni-mas a serem adotados nos serviços públicos de lim-peza urbana e de manejo de resíduos sólidos, in-cluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada a Lei no 11.445, de 2007;

VI – indicadores de desempenho operacional e ambien-tal dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

VII – regras para o transporte e outras etapas do geren-ciamento de resíduos sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do

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Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinen-tes da legislação federal e estadual;

VIII – definição das responsabilidades quanto à sua imple-mentação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos a que se refere o art. 20 a cargo do poder público;

IX – programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização;

X – programas e ações de educação ambiental que pro-movam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos;

XI – programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou ou-tras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físi-cas de baixa renda, se houver;

XII – mecanismos para a criação de fontes de negó-cios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos;

XIII – sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de ma-nejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a Lei no 11.445, de 2007;

XIV – metas de redução, reutilização, coleta seletiva e re-ciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quan-tidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;

XV – descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística

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reversa, respeitado o disposto no art. 33, e de ou-tras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

XVI – meios a serem utilizados para o controle e a fiscali-zação, no âmbito local, da implementação e opera-cionalização dos planos de gerenciamento de resí-duos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa previstos no art. 33;

XVII – ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento;

XVIII – identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;

XIX – periodicidade de sua revisão, observado priorita-riamente o período de vigência do plano pluria-nual municipal.

§ 1o O plano municipal de gestão integrada de resíduos sóli-dos pode estar inserido no plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei no 11.445, de 2007, respeita-do o conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observado o disposto no § 2o, todos deste artigo.

§ 2o Para municípios com menos de vinte mil habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado, na forma do regulamento.

§ 3o O disposto no § 2o não se aplica a municípios:

I – integrantes de áreas de especial interesse turístico;

II – inseridos na área de influência de empreendimen-tos ou atividades com significativo impacto am-biental de âmbito regional ou nacional;

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III – cujo território abranja, total ou parcialmente, uni-dades de conservação.

§ 4o A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não exime o município ou o Distrito Fe-deral do licenciamento ambiental de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais inte-grantes do serviço público de limpeza urbana e de mane-jo de resíduos sólidos pelo órgão competente do Sisnama.

§ 5o Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas estabele-cidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS.

§ 6o Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste ar-tigo, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos contemplará ações específicas a serem desenvol-vidas no âmbito dos órgãos da administração pública, com vistas à utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a todas as formas de desperdício e à mini-mização da geração de resíduos sólidos.

§ 7o O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos será disponibilizado para o Sinir, na forma do regulamento.

§ 8o A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser utilizada para impedir a ins-talação ou a operação de empreendimentos ou atividades devidamente licenciados pelos órgãos competentes.

§ 9o Nos termos do regulamento, o município que optar por soluções consorciadas intermunicipais para a

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gestão dos resíduos sólidos, assegurado que o plano intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado da elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.

Seção VDo Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos:

I – os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíne-as e, f, g e k do inciso I do art. 13;

II – os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:

a) gerem resíduos perigosos;

b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos do-miciliares pelo poder público municipal;

III – as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;

IV – os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea j do inciso I do art. 13 e, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;

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V – os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.

Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo IV deste título, serão estabelecidas por regulamento exigências específicas relativas ao plano de gerenciamento de resíduos perigosos.

Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:

I – descrição do empreendimento ou atividade;

II – diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou admi-nistrados, contendo a origem, o volume e a caracte-rização dos resíduos, incluindo os passivos ambien-tais a eles relacionados;

III – observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:

a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do ge-renciamento de resíduos sólidos;

b) definição dos procedimentos operacionais relati-vos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

IV – identificação das soluções consorciadas ou compar-tilhadas com outros geradores;

V – ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;

VI – metas e procedimentos relacionados à minimiza-ção da geração de resíduos sólidos e, observadas as

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normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

VII – se couber, ações relativas à responsabilidade com-partilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na for-ma do art. 31;

VIII – medidas saneadoras dos passivos ambientais rela-cionados aos resíduos sólidos;

IX – periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de opera-ção a cargo dos órgãos do Sisnama.

§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos sólidos atenderá ao disposto no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos do respectivo município, sem prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa.

§ 2o A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a imple-mentação ou a operacionalização do plano de geren-ciamento de resíduos sólidos.

§ 3o Serão estabelecidos em regulamento:

I – normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atua-ção de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

II – critérios e procedimentos simplificados para apre-sentação dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos para microempresas e empresas de pequeno porte, assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3o da Lei Complementar no 123, de 14

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de dezembro de 2006, desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem resíduos perigosos.

Art. 22. Para a elaboração, implementação, operacionaliza-ção e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, nelas inclu-ído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, será designado responsável técnico devidamente habilitado.

Art. 23. Os responsáveis por plano de gerenciamento de re-síduos sólidos manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente, ao órgão licenciador do Sisnama e a outras autoridades, informações comple-tas sobre a implementação e a operacionalização do plano sob sua responsabilidade.

§ 1o Para a consecução do disposto no caput, sem prejuízo de outras exigências cabíveis por parte das autoridades, será implementado sistema declaratório com periodi-cidade, no mínimo, anual, na forma do regulamento.

§ 2o As informações referidas no caput serão repassadas pe-los órgãos públicos ao Sinir, na forma do regulamento.

Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento am-biental do empreendimento ou atividade pelo órgão competente do Sisnama.

§ 1o Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a li-cenciamento ambiental, a aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade municipal competente.

§ 2o No processo de licenciamento ambiental referido no § 1o a cargo de órgão federal ou estadual do Sisnama,

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será assegurada oitiva do órgão municipal competente, em especial quanto à disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.

CAPÍTULo IIIDas Responsabilidades dos Geradores e do Poder Público

Seção IDisposições Gerais

Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletivida-de são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determina-ções estabelecidas nesta lei e em seu regulamento.

Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses serviços, observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, a Lei no 11.445, de 2007, e as disposições desta lei e seu regulamento.

Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.

§ 1o A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que vierem a ser

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provocados pelo gerenciamento inadequado dos res-pectivos resíduos ou rejeitos.

§ 2o Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob res-ponsabilidade do gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5o do art. 19.

Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos com a disponibili-zação adequada para a coleta ou, nos casos abrangidos pelo art. 33, com a devolução.

Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vis-tas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conheci-mento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pú-blica relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos.

Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão inte-gralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas na forma do caput.

Seção IIDa Responsabilidade Compartilhada

Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ci-clo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consu-midores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos nesta seção.

Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo ci-clo de vida dos produtos tem por objetivo:

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I – compatibilizar interesses entre os agentes econômi-cos e sociais e os processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desen-volvendo estratégias sustentáveis;

II – promover o aproveitamento de resíduos sólidos, di-recionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas;

III – reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais;

IV – incentivar a utilização de insumos de menor agressivi-dade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade;

V – estimular o desenvolvimento de mercado, a produ-ção e o consumo de produtos derivados de mate-riais reciclados e recicláveis;

VI – propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade;

VII – incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de gerenciamento de resíduos sólidos e com vistas a fortalecer a responsabilidade compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes têm responsabilidade que abrange:

I – investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos:

a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem ou a outra forma de des-tinação ambientalmente adequada;

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b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível;

II – divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos asso-ciados a seus respectivos produtos;

III – recolhimento dos produtos e dos resíduos remanes-centes após o uso, assim como sua subsequente des-tinação final ambientalmente adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa na forma do art. 33;

IV – compromisso de, quando firmados acordos ou ter-mos de compromisso com o município, participar das ações previstas no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos no sistema de logística reversa.

Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a reciclagem.

§ 1o Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as em-balagens sejam:

I – restritas em volume e peso às dimensões reque-ridas à proteção do conteúdo e à comercialização do produto;

II – projetadas de forma a serem reutilizadas de manei-ra tecnicamente viável e compatível com as exigên-cias aplicáveis ao produto que contêm;

III – recicladas, se a reutilização não for possível.

§ 2o O regulamento disporá sobre os casos em que, por ra-zões de ordem técnica ou econômica, não seja viável a aplicação do disposto no caput.

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§ 3o É responsável pelo atendimento do disposto neste ar-tigo todo aquele que:

I – manufatura embalagens ou fornece materiais para a fabricação de embalagens;

II – coloca em circulação embalagens, materiais para a fabricação de embalagens ou produtos embalados, em qualquer fase da cadeia de comércio.

Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distri-buidores e comerciantes de:

I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;

II – pilhas e baterias;

III – pneus;

IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercú-rio e de luz mista;

VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

§ 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o po-der público e o setor empresarial, os sistemas previstos

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no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, priorita-riamente, o grau e a extensão do impacto à saúde públi-ca e ao meio ambiente dos resíduos gerados.

§ 2o A definição dos produtos e embalagens a que se re-fere o § 1o considerará a viabilidade técnica e eco-nômica da logística reversa, bem como o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio am-biente dos resíduos gerados.

§ 3o Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS, ou em acordos setoriais e ter-mos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, cabe aos fabricantes, importado-res, distribuidores e comerciantes dos produtos a que se referem os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o § 1o tomar todas as medidas necessárias para asse-gurar a implementação e operacionalização do sistema de logística reversa sob seu encargo, consoante o esta-belecido neste artigo, podendo, entre outras medidas:

I – implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;

II – disponibilizar postos de entrega de resíduos reutili-záveis e recicláveis;

III – atuar em parceria com cooperativas ou outras for-mas de associação de catadores de materiais reutili-záveis e recicláveis, nos casos de que trata o § 1o.

§ 4o Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos

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e das embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de outros produtos ou embalagens objeto de logística reversa, na forma do § 1o.

§ 5o Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a de-volução aos fabricantes ou aos importadores dos pro-dutos e embalagens reunidos ou devolvidos na forma dos §§ 3o e 4o.

§ 6o Os fabricantes e os importadores darão destinação am-bientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.

§ 7o Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.

§ 8o Com exceção dos consumidores, todos os participan-tes dos sistemas de logística reversa manterão atuali-zadas e disponíveis ao órgão municipal competente e a outras autoridades informações completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade.

Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de compromisso re-feridos no inciso IV do caput do art. 31 e no § 1o

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do art. 33 podem ter abrangência nacional, regional, estadual ou municipal.

§ 1o Os acordos setoriais e termos de compromisso firma-dos em âmbito nacional têm prevalência sobre os fir-mados em âmbito regional ou estadual, e estes sobre os firmados em âmbito municipal.

§ 2o Na aplicação de regras concorrentes consoante o § 1o, os acordos firmados com menor abrangência geográ-fica podem ampliar, mas não abrandar, as medidas de proteção ambiental constantes nos acordos setoriais e termos de compromisso firmados com maior abran-gência geográfica.

Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos só-lidos e na aplicação do art. 33, os consumidores são obrigados a:

I – acondicionar adequadamente e de forma diferen-ciada os resíduos sólidos gerados;

II – disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.

Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir incentivos econômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva referido no caput, na forma de lei municipal.

Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:

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I – adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos ser-viços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

II – estabelecer sistema de coleta seletiva;

III – articular com os agentes econômicos e sociais me-didas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriun-dos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

IV – realizar as atividades definidas por acordo seto-rial ou termo de compromisso na forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;

V – implantar sistema de compostagem para resíduos só-lidos orgânicos e articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido;

VI – dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

§ 1o Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput, o titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação.

§ 2o A contratação prevista no § 1o é dispensável de licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

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CAPÍTULo IVDos Resíduos Perigosos

Art. 37. A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições para prover os cuidados necessários ao ge-renciamento desses resíduos.

Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigo-sos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obri-gadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Opera-dores de Resíduos Perigosos.

§ 1o O cadastro previsto no caput será coordenado pelo órgão federal competente do Sisnama e implantado de forma conjunta pelas autoridades federais, esta-duais e municipais.

§ 2o Para o cadastramento, as pessoas jurídicas referidas no caput necessitam contar com responsável técni-co pelo gerenciamento dos resíduos perigosos, de seu próprio quadro de funcionários ou contratado, devidamente habilitado, cujos dados serão mantidos atualizados no cadastro.

§ 3o O cadastro a que se refere o caput é parte integrante do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmen-te Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e do Sistema de Informações previsto no art. 12.

Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38 são obrigadas a elaborar plano de gerenciamento de resíduos perigo-sos e submetê-lo ao órgão competente do Sisnama e, se couber, do SNVS, observado o conteúdo mínimo

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estabelecido no art. 21 e demais exigências previstas em regulamento ou em normas técnicas.

§ 1o O plano de gerenciamento de resíduos perigosos a que se refere o caput poderá estar inserido no plano de ge-renciamento de resíduos a que se refere o art. 20.

§ 2o Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 38:

I – manter registro atualizado e facilmente acessível de todos os procedimentos relacionados à implementa-ção e à operacionalização do plano previsto no caput;

II – informar anualmente ao órgão competente do Sis-nama e, se couber, do SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a destinação temporária ou final dos resíduos sob sua responsabilidade;

III – adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a periculosidade dos resíduos sob sua responsabilida-de, bem como a aperfeiçoar seu gerenciamento;

IV – informar imediatamente aos órgãos competentes sobre a ocorrência de acidentes ou outros sinistros relacionados aos resíduos perigosos.

§ 3o Sempre que solicitado pelos órgãos competentes do Sisnama e do SNVS, será assegurado acesso para ins-peção das instalações e dos procedimentos relaciona-dos à implementação e à operacionalização do plano de gerenciamento de resíduos perigosos.

§ 4o No caso de controle a cargo de órgão federal ou esta-dual do Sisnama e do SNVS, as informações sobre o conteúdo, a implementação e a operacionalização do plano previsto no caput serão repassadas ao poder pú-blico municipal, na forma do regulamento.

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Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades que operem com resíduos perigosos, o ór-gão licenciador do Sisnama pode exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras sobre cobertura e os limites máximos de contra-tação fixados em regulamento.

Parágrafo único. O disposto no caput considerará o porte da empresa, conforme regulamento.

Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras esferas governa-mentais, o governo federal deve estruturar e manter instrumentos e atividades voltados para promover a descontaminação de áreas órfãs.

Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio órfão re-alizada com recursos do governo federal ou de outro ente da Federação, forem identificados os responsáveis pela contami-nação, estes ressarcirão integralmente o valor empregado ao poder público.

CAPÍTULo VDos Instrumentos Econômicos

Art. 42. O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamen-te, às iniciativas de:

I – prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no processo produtivo;

II – desenvolvimento de produtos com menores im-pactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu ciclo de vida;

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III – implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e re-cicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;

IV – desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou, nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional;

V – estruturação de sistemas de coleta seletiva e de lo-gística reversa;

VI – descontaminação de áreas contaminadas, incluin-do as áreas órfãs;

VII – desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecno-logias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos;

VIII – desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos.

Art. 43. No fomento ou na concessão de incentivos creditícios destinados a atender diretrizes desta lei, as instituições oficiais de crédito podem estabelecer critérios diferen-ciados de acesso dos beneficiários aos créditos do Siste-ma Financeiro Nacional para investimentos produtivos.

Art. 44. A União, os estados, o Distrito Federal e os municí-pios, no âmbito de suas competências, poderão ins-tituir normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as limi-tações da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:

I – indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos pro-duzidos no território nacional;

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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II – projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;

III – empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas.

Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei no 11.107, de 2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos têm prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo governo federal.

Art. 46. O atendimento ao disposto neste capítulo será efetiva-do em consonância com a Lei Complementar no 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como com as diretrizes e objetivos do respectivo plano plu-rianual, as metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e no limite das disponibilida-des propiciadas pelas leis orçamentárias anuais.

CAPÍTULo VIDas Proibições

Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:

I – lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;

II – lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;

III – queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa finalidade;

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Série Legislação

50

IV – outras formas vedadas pelo poder público.

§ 1o Quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada, desde que au-torizada e acompanhada pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa.

§ 2o Assegurada a devida impermeabilização, as bacias de decantação de resíduos ou rejeitos industriais ou de mineração, devidamente licenciadas pelo órgão com-petente do Sisnama, não são consideradas corpos hí-dricos para efeitos do disposto no inciso I do caput.

Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades:

I – utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;

II – catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;

III – criação de animais domésticos;

IV – fixação de habitações temporárias ou permanentes;

V – outras atividades vedadas pelo poder público.

Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.

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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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TíTuLo IVDISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 50. A inexistência do regulamento previsto no § 3o do art. 21 não obsta a atuação, nos termos desta lei, das cooperativas ou outras formas de associação de cata-dores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta lei ou de seu regu-lamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento.

Art. 52. A observância do disposto no caput do art. 23 e no § 2o do art. 39 desta lei é considerada obrigação de relevante inte-resse ambiental para efeitos do art. 68 da Lei no 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras sanções cabíveis nas esferas penal e administrativa.

Art. 53. O § 1o do art. 56 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 56. .........................................................................

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as nor-mas ambientais ou de segurança;

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Série Legislação

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II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, trans-porta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabele-cida em lei ou regulamento.

............................................................... (NR)

Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos rejei-tos, observado o disposto no § 1o do art. 9o, deverá ser implantada em até quatro anos após a data de publica-ção desta lei.

Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor dois anos após a data de publicação desta lei.

Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos de que tratam os incisos V e VI do caput do art. 33 será implementada progressivamente segundo cronograma estabelecido em regulamento.

Art. 57. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de agosto de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INáCIO LULA DA SILVA Rafael Thomaz Favetti

Guido Mantega José Gomes Temporão

Miguel Jorge Izabella Mônica Vieira Teixeira

João Reis Santana Filho Marcio Fortes de Almeida

Alexandre Rocha Santos Padilha

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ANEXO 08

Pedido de Patente BR-PI-0702708A2

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ANEXO 10

Contaminação do solo com Creosoto e Antraceno

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CONTAMINAÇÃO DO SOLO COM ANTRACENO E CREOSOTO E O CRESCIMENTO VEGETAL... 805

R. Bras. Ci. Solo, 31:805-811, 2007

CONTAMINAÇÃO DO SOLO COM ANTRACENO E CREOSOTOE O CRESCIMENTO VEGETAL E A COLONIZAÇÃO

MICORRÍZICA PELO Glomus etunicatum(1)

Alessandra Monteiro de Paula(2), José Oswaldo de Siqueira(3) &Claúdio Roberto Fonsêca Sousa Soares(4)

RESUMO

A contaminação do solo por compostos orgânicos, especialmente oshidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) de petróleo, é um problemacrescente e que traz graves conseqüências ambientais. Para avaliar os impactoscausados por esses compostos, torna-se necessário conhecer seus efeitos sobre asplantas e a microbiota rizosférica associada. No presente estudo avaliaram-se osefeitos de antraceno e creosoto no crescimento e na colonização micorrízica deBrachiaria brizantha e Pueraria phaseoloides. Antraceno e creosoto foramaplicados a um solo infestado com o fungo micorrízico Glomus etunicatum, sendo:antraceno nas concentrações de 0; 0,25; 0,5; 0,75 e 1 g kg-1 solo; e creosoto nasconcentrações de 0; 0,5; 1; 2 e 3 g kg-1 solo. O solo com os tratamentos foi colocadoem tubetes (290 cm3) e semeado com as plantas-teste, as quais foram cultivadaspor seis semanas. Verificou-se que o antraceno não afetou o crescimento da pueráriae teve pequeno estímulo no crescimento da braquiária na dose mais baixa, enquantoo creosoto reduziu o crescimento da braquiária e não teve efeito na puerária.Entretanto, ambos os contaminantes inibiram a colonização micorrízica dapuerária, atingindo redução de cerca de 90 % em relação ao controle. Emconcentrações bem inferiores às encontradas em solos contaminados, a colonizaçãomicorrízica foi inibida em 50 %, ficando evidente o potencial de impacto dessespoluentes na relação planta-fungo micorrízico. Na braquiária não foi encontradacolonização micorrízica. Fica evidenciada a resposta diferenciada das duas espécies

(1) Projeto financiado pelo CNPq. Extraído da Tese de Mestrado do primeiro autor, apresentada ao Programa de Pós-Graduaçãoem Solos e Nutrição de Plantas, Universidade Federal de Lavras – UFLA. Recebido para publicação em dezembro de 2005 eaprovado em abril de 2007.

(2) Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, Laboratório de Microbiologia do Solo, EscolaSuperior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP. Caixa Postal 09, CEP 13418-900 Piracicaba (SP). Bolsista CAPES. E-mail: [email protected]

(3) Professor Titular do Departamento de Ciência do Solo, Universidade Federal de Lavras – UFLA. Caixa Postal 3037, CEP 37200-000 Lavras (MG). Bolsista do CNPq. E-mail: [email protected]

(4) Assistente de Pesquisa do Departamento de Ciência do Solo, UFLA. Bolsista Prodoc-CAPES, E-mail: [email protected]

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estudadas aos contaminantes e o acentuado efeito negativo destes sobre acolonização micorrízica. A puerária, por ter se mostrado insensível aos HAPs, nasconcentrações estudadas, apresenta potencial para aplicação na fitorremediaçãode áreas impactadas por esses contaminantes.

Termos de indexação: HAPs, fungos do solo, micorrizas arbusculares,fitorremediação.

SUMMARY: SOIL CONTAMINATION WITH ANTHRACENE AND CREOSOTE:IMPACT ON PLANT GROWTH AND MYCORRHIZALCOLONIZATION BY Glomus etunicatum

Soil contamination by organic compounds, especially by the petroleum-derived,polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs), is a growing problem with serious environmentalconsequences. To evaluate the environmental impact of these products it is important tounderstand their effects on plants and the associated microbiota. The effects of PAHs ongrowth and mycorrhizal colonization of Brachiaria brizantha and Pueraria phaseoloideswere evaluated here. Two PAHs, anthracene and creosote, were applied to a soil infestedwith the mycorrhizal fungus Glomus etunicatum at varied concentrations: anthracene (0;0.25; 0.5; 0.75 and 1 g kg-1 soil) and creosote (0; 0.5; 1; 2 and 3 g kg-1 soil). This soil waspacked into plastic tubes (290 cm3) where test plants were sown and grown for six weeks. Itwas found that anthracene did not affect pueraria growth and had a slight stimulus onbrachiaria growth at the lowest concentration, whereas creosote had no effect on puerariaeither, but inhibited brachiaria growth. Both contaminants inhibited mycorrhizalcolonization in pueraria by about 90 %, compared to the control. At concentrations belowthose found in contaminated soils, AM colonization was inhibited by 50 %. The potentialimpact of these products on plant-AM fungus relationships is quite evident here. Nocolonization was found in brachiaria, regardless of the presence of PAHs. The resultsshowed a differentiated sensitivity of the plants to the contaminants and their markednegative effect on G. etunicatum root colonization. In the evaluated concentration range,pueraria was insensitive to both compounds, which indicates the species for further studieson phytoremediation of areas under the impact of these contaminants.

Index terms: PAHs, soil fungi, arbuscular mycorrhiza, phytoremediation.

INTRODUÇÃO

A intensificação das atividades industriais e agrí-colas, em conseqüência do desenvolvimento tecnológicoe do crescimento populacional nas últimas décadas,tem ocasionado aumento dos níveis de contaminantesorgânicos no solo. Os poluentes orgânicos derivadosde petróleo e do coque destacam-se dentre os demaiscontaminantes, devido ao grande volume de produ-ção, industrialização, transporte e usos diversos dosseus derivados (Schwab & Banks, 1999).

Dentre os poluentes orgânicos de solo maiscomuns, destacam-se o creosoto e o antraceno. Ocreosoto é um óleo derivado da destilação do coqueamplamente utilizado na preservação da madeira eformado por uma mistura de hidrocarbonetosaromáticos policíclicos (HAPs) e monocíclicos líquidose sólidos (85 %), compostos fenólicos (10 %) ecompostos S-, N- e O- heterocíclicos (5 %). Estepoluente possui elevada capacidade de inibição dosfungos (Muncnerova & Augustin, 1994; Richter et al.,

2003) e tem efeitos mutagênicos e carcinogênicos sobreoutros organismos. A contaminação do solo porcreosoto é muito freqüente e ocorre devido avazamentos de tanques, gotejamento de madeirastratadas, derramamentos e pela lixívia de lagosartificiais de contenção (Mueller et al., 1989), podendocontaminar o solo, as águas superficiais e o lençolfreático. A composição complexa deste poluenterepresenta um desafio para técnicas de biorremediaçãode ambientes contaminados (Mueller et al., 1989).Outros poluentes importantes derivados de petróleoapresentam várias ligações benzeno condensadas,sendo na maioria não-voláteis, representados por maisde 100 diferentes compostos, como o antraceno, que éformado por três anéis aromáticos fundidos (Prince &Drake, 1999). Em razão das suas característicasquímicas, o antraceno e outros HAPs sãorelativamente resistentes à biodegradação, podendose acumular em concentrações elevadas no ambiente,havendo a necessidade de intervenção humana paraacelerar a dissipação desses compostos em ambientescontaminados.

PAULO MELO
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Solos contaminados com HAPs têm sido tratadospor biorremediação (Prince & Drake, 1999) e estudosrecentes indicam que a presença de plantas acelera eaumenta a degradação desses compostos (Susarla etal., 2002; Merkl et al., 2005). As modificações físico-químicas e nutricionais estimulam os microrganismosdecompositores que ocorrem na rizosfera, facilitandoa degradação dos contaminantes (Reilley et al., 1996).As espécies vegetais variam muito quanto a estacapacidade e quanto à adaptação ao ambientecontaminado (Cunningham et al., 1996). Huang et al.(2004a) demonstraram que a combinação delandfarming, bioaumento e fitorremediaçãoincrementou os processos metabólicos no solo,aumentando a dissipação de creosoto. Pradhan et al.(1998) demonstraram que componentes carcinogênicosdos HAPs tiveram maior dissipação na presença dagramínea Panicum sp. Segundo Kim et al. (2004), osexsudatos radiculares são capazes de solubilizar de25 a 80 % do antraceno presente no solo, e isso podecontribuir para a ação biodegradadora dosmicrorganismos heterotróficos na rizosfera. Emestudo recente, Kirk et al. (2005) verificaram queLolium perenne e Medicago sativa são capazes dealterar a estrutura da comunidade microbiana narizosfera e aumentar a população de bactériasdegradadoras de hidrocarbonetos em solo contaminadocom petróleo, podendo assim ampliar o potencialbiorremediador do sistema. Entretanto, não seconhecem estudos dessa natureza para os fungosrizosféricos.

Sabe-se que a grande maioria das plantas encontra-se, em condições naturais, invariavelmente associadasa fungos mutualistas em suas raízes, formando asmicorrizas arbusculares (MAs). Essa simbiose podeexercer efeito protetor sobre as plantas por meio damelhoria do estado nutricional ou redução do efeitotóxico de compostos orgânicos (Siqueira et al., 1991;Binet el al., 2000). Plantas micorrizadas apresentammaior sistema radicular e maior capacidade absortivaem virtude da extensão do micélio extra-radicular. Issofacilita a absorção de íons e de água do solo,aumentando a ação filtrante e purificadora deste (Safiret al., 1990). Apesar de as MAs já serem estudadasmesmo em áreas degradadas, são raros os estudos emsolos com poluentes orgânicos que podem exercer forteação inibitória sobre os fungos micorrízicosarbusculares (FMAs) (Joner & Leyval, 2003). Essesefeitos sobre os FMAs podem inibir a colonizaçãomicorrízica, o que aumentaria a susceptibilidade dasplantas à ação tóxica desses contaminantes e afetariao potencial remediador destas, conforme demonstradopor Joner et al. (2001) para Trifolium repens e Loliumperenne em solo contaminado artificialmente comHAPs de petróleo.

Estudos dos efeitos de HAPs sobre os FMAs emsolos brasileiros são inexistentes e, como o País é umgrande produtor e consumidor de petróleo e derivados,gerando grande quantidade de resíduos poluentes,torna-se necessário conhecer os efeitos desses

contaminantes sobre as plantas e seus associados edesenvolver técnicas eficientes de remediação. Nopresente trabalho são relatados os efeitos dacontaminação do solo com dois HAPs, creosoto eantraceno, sobre o crescimento e a colonizaçãomicorrízica de Brachiaria brizantha e Puerariaphaseoloides em condições controladas.

MATERIAL E MÉTODOS

Um estudo composto de dois ensaios foi realizadoem casa de vegetação, no Departamento de Ciência doSolo da Universidade Federal de Lavras (UFLA), emLavras-MG, para avaliar o efeito de antraceno ecreosoto no crescimento e na colonização micorrízicade B. brizantha e P. phaseoloides, durante o períodode seis semanas, entre setembro e novembro de 2004.O delineamento experimental utilizado foi ointeiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 2,compreendendo cinco doses de cada contaminante eas duas espécies vegetais, todas inoculadas com FMAs,totalizando 10 tratamentos, com cinco repetições.Empregou-se uma amostra de um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico (LVd) coletado em área demata no campus da UFLA. O material de solo foiseco, peneirado (4 mm) e submetido à correção do solo,aplicando-se calcário dolomítico (PRNT 100 %) paraelevar o índice de saturação por bases para 60 %,quando o solo apresentou: pH (água) = 6,4; V( %) =70 %; matéria orgânica = 34 g kg-1; 2,5 e 30 mg dm-3

de P e K; 7,4, 0,7, 68, 3,7, 1,4, 0,6 e 8,4 mg dm-3 deNa, Zn, Fe, Mn, Cu, B e S, respectivamente; e 3,4,1,9 e 2,3 cmolc dm-3 de Ca2+, Mg2+ e H + Al,respectivamente. Fósforo, K e micronutrientes foramextraídos por Mehlich-1; Ca2+ e Mg2+, por KCl 1 mol L-1;H + Al, pelo método do tampão SMP; e a matériaorgânica, por oxidação com dicromato de sódio,conforme Embrapa (1997). Após a incubação, o solofoi fumigado com a aplicação de brometo de metila98 % (brometo de metila 98 % + cloropicrina 2 %) nadose de 393 cm3 m-3, a fim de eliminar propágulos defungos micorrízicos arbusculares (FMAs) indígenas.Antes da semeadura foi realizada uma adubação comNPK (4-14-8), sendo aplicados 4 mg kg-1 solo de N,7 mg kg-1 solo de P e 6,7 mg kg-1 solo de K. O solocorrigido foi colocado em tubetes de polietileno de290 cm3, nos quais foram aplicados os tratamentos erealizada a inoculação com FMAs. Para inoculação,empregaram-se propágulos de Glomus etunicatumGedermann & Nicolson obtidos de vasos demultiplicação em Brachiaria decumbens Stapf. dacoleção do Laboratório de Microbiologia do Solo daUFLA, o qual foi empregado em razão da sua comumocorrência em vários ecossistemas brasileiros (Stürmer& Siqueira, 2006). No momento da semeadura foramaplicados 3 mL de solo-inóculo por tubete, contendofragmentos de raízes colonizadas, hifas do solo eaproximadamente 100 esporos dm-3 de solo. Assementes de B. brizantha e P. phaseoloides foram

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808 Alessandra Monteiro de Paula et al.

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escarificadas com ácido sulfúrico concentrado (10 e1 min, respectivamente). As sementes de P.phaseoloides foram também inoculadas com a estirpede rizóbio SEMIA 6175 (BR 2613). Foram semeadasde três a cinco sementes, procedendo-se ao desbastepara uma planta por tubete, 15 dias após a semeadura.

No ensaio com antraceno foram aplicadas cincodoses do produto (Sigma 97 %): 0; 0,25; 0,50; 0,75 e1 g kg-1 de solo, definidas com base no estudo de Joner& Leyval (2001). Para aplicação, o produto foidissolvido em álcool absoluto e adicionado ao solo, oqual foi misturado e incubado por 15 dias antes dasemeadura. Após a adição do antraceno, adicionaram-se 50 mL kg-1 solo de uma suspensão de solo (50 cm-3

de solo em 1 L de água), visando reintroduzir osmicrorganismos nativos, exceto FMAs. No ensaio comcreosoto, cinco doses de Palum® (EurofarmaLaboratórios Ltda. – 100 % óleo de creosoto) foramaplicadas ao solo nas concentrações de 0; 0,5; 1; 2 e3 g kg-1 de solo, sendo estas concentrações baseadasem estudo realizado por Huang et al. (2004a). Oproduto foi aplicado diretamente no solo e incubadopor um período de 15 dias. Demais procedimentosforam realizados conforme descrito para o primeiroensaio.

Nos dois ensaios, as plantas foram mantidas emcasa de vegetação por seis semanas com umidadeadequada, controlada por irrigações diárias. No finaldo período de crescimento, as plantas foram retiradasdos tubetes e separadas em raízes e parte aérea. Aparte aérea foi seca em estufa com circulação de ar a65 °C (até peso constante), para determinação damatéria seca. Para avaliação da colonizaçãomicorrízica, aproximadamente 1 g de raízes frescasfoi separado para coloração, conforme Phillipis &Haymann (1970), e avaliado quanto à percentagemde raiz colonizada, segundo Giovannetii & Mosse(1980).

Os resultados foram submetidos à análise devariância por meio do programa estatístico SISVAR(Ferreira, 2000). Curvas de regressão foram ajustadaspelo programa TableCurve 2D for Windows v.3.01(Jandel Corp.).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação do antraceno em baixa concentração(0,25 g kg-1 solo) exerceu estímulo em B. brizantha enão teve efeito sobre P. phaseoloides (Figura 1a). Oefeito estimulante de derivados de petróleo sobre asplantas já foi observado por Maliszewska-Kordybach& Smreczak (2000), trabalhando com baixasconcentrações de antraceno (0,1 g kg-1 de solo). Elesverificaram ainda que concentrações de até 20 mg kg-1

de fluoreno, antraceno, pireno e criseno no solo nãoinibiram o crescimento de tomate, feijão, trigo e milhoe, ao contrário, estimularam o crescimento de aveia egirassol. Os derivados de petróleo são hidrofóbicos epodem se ligar aos componentes orgânicos do solo(Johnsen et al., 2005), reduzindo a biodisponibilidadena solução e o efeito tóxico para as plantas. Como osolo empregado no presente estudo apresentava34 g kg-1 de matéria orgânica, é provável que issotenha contribuído para a baixa fitotoxicidade doantraceno. Entretanto, este hidrocarboneto exerceefeito fitotóxico quando presente em concentraçõesmais elevadas no solo (5,9 g kg-1), como constatadopor Baund-Grasset et al. (1993).

O aumento da concentração de creosoto no solo teveefeito diferenciado no crescimento das duas espécies(Figura 1b). Tal como verificado no ensaio comantraceno, P. phaseoloides foi insensível àsconcentrações de creosoto estudadas, enquanto B.brizantha teve o crescimento reduzido com a aplicação

Figura 1. Matéria seca da parte aérea de B. brizantha e P. phaseoloides inoculada com G. etunicatum emsolo tratado com antraceno (a) e creosoto (b); ** efeito significativo a 5 %; ns – diferença não-significativaentre as doses; s.a. – sem ajuste polinomial.

0,0 0,5 1,0 2,0 3,0

0,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2 Brachiaria brizantha

Pueraria phaseoloides

nsns

s.a.

dms = 0,16dms = 0,14

Brachiaria brizantha

Pueraria phaseoloides

y = 0,847 + 0,564 R = 0,95**^ -0,576xe 2

MA

SS

AS

EC

APA

RT

EA

ÉR

EA

,g

ANTRACENO, g kg de solo-1 CREOSOTO, g kg de solo-1

(a) (b)

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deste. A inibição em B. brizantha ocorreu já naprimeira dose aplicada (0,5 g kg-1 de solo), indicandoelevada sensibilidade desta espécie ao produto, sendoverificada redução de 30 % na matéria seca da parteaérea na dose de 1 g kg-1 de solo, em relação ao controle.Esse comportamento de B. brizantha corrobora osresultados de Huang et al. (2004b), que constataramefeito adverso da contaminação do solo com creosotoem três gramíneas, o qual promoveu decréscimo de50 % no crescimento de Elymus canadensis na dosede 1 g kg-1 de solo; para as espécies Festucaarundinacea e Poa pratensis essa redução ocorreuapenas na maior dose (3 g kg-1 de solo). Os resultadosaqui relatados também estão de acordo com os deHernández-Valencia & Mager (2003), que observaram,no México, efeito negativo de hidrocarbonetos depetróleo em B. brizantha. Segundo esses autores,concentrações de até 30 g kg-1 de solo dehidrocarbonetos poluidores não limitaram ocrescimento das plantas nos primeiros 45 dias deexposição, mas causaram redução acentuada aos280 dias. Esses resultados indicam que B. brizanthaapresenta sensibilidade aos hidrocarbonetos derivadosde petróleo, ao contrário de P. phaseoloides.

Tanto o antraceno como o creosoto exerceram efeitoinibitório acentuado na colonização micorrízica de P.phaseoloides (Figura 2). Verificou-se que a reduçãona colonização ocorreu já nas concentrações maisbaixas de antraceno e creosoto, sendo esse efeitoinibitório acentuado com a elevação das doses, ficandoevidente o efeito negativo desses compostos sobre acolonização de G. etunicatum em P. phaseoloides. Adose de antraceno capaz de reduzir em 50 % acolonização micorrízica foi estimada em apenas0,30 g kg-1 de solo, indicando que este composto, mesmoem concentrações mais baixas em relação ao que podeser encontrado em solos próximos a regiões industriais,em geral acima de 1 g kg-1 de solo (WHO, 1998), exerceefeito inibitório acentuado na colonização micorrízica

de P. phaseoloides. Isso, além de limitar o crescimentodas plantas, pode agravar os impactos dessescontaminantes nos ecossistemas terrestres, pois asMAs desempenham importante papel nafuncionalidade destes (Koide, 2000). Esses resultadosevidenciam efeitos distintos deste poluente na plantae na micorrização, não exercendo efeito fitotóxico paraP. phaseoloides, porém causando grande impacto narelação desta espécie com o fungo G. etunicatum. Aelevada sensibilidade da colonização micorrízica aocreosoto manifestou-se já na primeira dose (0,5 g kg-1

de solo), sendo a dose capaz de reduzir em 50 % acolonização micorrízica estimada em 0,47 g kg-1 desolo. Não foram encontrados estudos que avaliam oefeito de creosoto sobre a colonização por FMAs emsolos tropicais, sendo este o primeiro relato sobre essetema no Brasil. A sensibilidade das MAs a estescompostos está em concordância com Gaspar et al.(2002), que constataram redução de 50 % nacolonização micorrízica do milho por Glomusgeosporum, isolado de área contaminada comhidrocarbonetos, na presença de 0,1 g kg-1 defenantreno. Joner & Leyval (2001) tambémverificaram acentuado efeito negativo da contaminaçãodo solo com 500 + 500 + 50 mg kg-1 de antraceno,criseno e dibenzo(a,h) antraceno no solo na colonizaçãomicorrízica do trevo (Trifolium repens) e azevém(Lolium perenne) cultivados juntos. Binet et al.(2000), avaliando o efeito da contaminação comantraceno na concentração de 5 g kg-1 de solo,verificaram também que a adição do contaminantenão afetou o peso da parte aérea seca do azevém(Lolium perenne), independentemente da inoculaçãocom Glomus mosseae. Os autores atribuíram esseresultado à procedência do fungo, que havia sido isoladode uma área contaminada e, portanto, estaria adaptadoaos contaminantes. Além disso, os autoresencontraram menor quantidade de antracenotransportada para a parte aérea nas plantas

Figura 2. Colonização micorrízica de P. phaseoloides inoculada com G. etunicatum em solo tratado comdoses crescentes de antraceno (a) e creosoto (b). ** efeito significativo a 5 %.

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00

0

5

10

15

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35

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0,0 0,5 1,0 2,0 3,0

0

5

10

15

20

25(b)(a)

y = -0,437 + 37,351 R = 0,98**^ e-0,446x 2 y = -0,418 + 23,107 R = 0,99**^ e-0,633x 2

ANTRACENO, g kg de solo-1 CREOSOTO, g kg de solo-1

%R

AIZ

CO

LO

NIZ

AD

A

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810 Alessandra Monteiro de Paula et al.

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micorrizadas, indicando ação protetora e possibilidadede sobrevivência em ambientes contaminados.

No presente estudo não foi observada colonizaçãomicorrízica de B. brizantha por G. etunicatum e,portanto, o efeito dos contaminantes sobre esta espécienão pôde ser avaliado. A ausência de colonizaçãomicorrízica em B. brizantha neste experimento nãopôde ser explicada, pois esta espécie tem se mostradocompatível com G. etunicatum (Santos et al., 2001) eo inóculo empregado era viável, uma vez que elecolonizou satisfatoriamente P. phaseoloides nasmesmas condições.

Apesar de existirem relatos sobre os benefícios dasMAs sobre o crescimento das plantas em ambientescontaminados com hidrocarbonetos de petróleo(Cabello, 1999; Joner & Leyval, 2001), os efeitos dessescompostos na relação planta-fungo são aindadesconhecidos. Os propágulos de FMAs podemsobreviver em ambientes contaminados comhidrocarbonetos de petróleo (Cabello, 1997; Paula etal., 2006), mas sua eficiência na colonização e os efeitossobre as plantas hospedeiras ainda são pouco estudados.Os resultados aqui apresentados indicam a altasensibilidade da colonização micorrízica aos HAPs depetróleo e que, como os fungos que formam as MAssão componentes essenciais dos ecossistemas, essesefeitos sobre as raízes e suas funções podem ser degrande relevância para o impacto ambiental dos HAPse na remediação dessas áreas.

CONCLUSÕES

1. Pueraria phaseoloides mostrou-se insensível aoantraceno e creosoto, enquanto Brachiaria brizanthafoi também insensível ao antraceno, porém sensívelao creosoto nas condições e doses aplicadas no solo.

2. Ao contrário do efeito observado no crescimentodas plantas, os dois HAPs estudados exercem efeitoinibitório acentuado na colonização de P. phaseoloidespor Glomus etunicatum.

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ANEXO 11

Recomendação do Ministerio Publico de MG sobre queima de madeira

tratada com Creosoto e CCA

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Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente da Comarca de Formiga

RECOMENDAÇÃO 01/2009

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, por meio da Promotora de Justiça signatária, no uso das atribuições legais, com fundamento no artigo 26, inciso VII, da Lei 8.625/93, Lei Orgânica Nacional do Ministério Público e visando à efetividade do que dispõem os artigos 170, incisos II e VI, 225, § 1º, inciso V, e § 3° todos da Constituição Federal, Deliberação Normativa Copam nº 26/1998, Lei nº 6.938/1981, artigos 54, 60 e 68 da Lei n°. 9.605/1998, vem expedir RECOMENDAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I – Objeto da recomendação:

Cuida a presente recomendação da impossibilidade de queima de madeira tratada com creosoto e CCA em fornos de cal instalados nos municípios que compõem a Comarca de Formiga.

II – Fatos e fundamentos jurídicos:

Considerando que vem sendo publicado em jornal de circulação local material publicitário que oferta madeira tratada com creosoto ou CCA para fornos de cal que trabalhem com temperatura de 800 a 900 graus;

Considerando que o creosoto e CCA são pesticidas extremamente tóxicos;

Considerando que o art. 4º da Deliberação Normativa Copam nº 26/1998 proíbe o co-processamento de resíduos radioativos, farmacêuticos, hospitalares, PVC, PCB's (bifenil policlorados e similares), pesticidas e explosivos;

Considerando que a mesma Deliberação Normativa Copam nº 26/1998 permite o co-processamento de resíduos somente em fornos de clínquer de fábricas de cimento, condicionando-o, todavia, à obtenção prévia das Licenças prévia, de instalação e de operação perante o Conselho de Política Ambiental do Estado de Minas Gerais – Copam;

Considerando que o co-processamento, ou seja, a produção de clínquer Portland concomitante à queima de resíduos industriais, é permitida pela legislação mineira devido às condições específicas operacionais dos fornos de cliquerização, tais como a temperatura igual a superior a 1.200°C, longo tempo de residência dos gases e alta turbulência, fundamentais para garantir a oxidação térmica dos resíduos;

oo
Highlight
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Considerando que a temperatura de operação dos fornos de cal, entre 800 e 900°C não garante a oxidação térmica de resíduos industriais perigosos, sendo vedada pela legislação específica em vigor no Estado de Minas Gerais;

Considerando que a norma ABNT/NBR 10.004 define resíduos perigosos como aqueles que, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, reatividade e patogenicidade podem apresentar riscos ou problemas crônicos à saúde humana, contribuindo para um aumento da mortalidade ou da incidência de doenças, ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados e dispostos de forma inadequada;

Considerando que a queima de madeira tratada com creosoto ou CCA, reconhecidos pesticidas, em fornos de produção de cal poderá causar poluição ambiental, assim definida na Lei nº 6.938/1981 como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

Considerando que a mesma Lei de Política Nacional de Meio Ambiente define como poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

Considerando que o art. 225, § 3º da Constituição da República dispõe que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados;

Considerando que o art. 54 da Lei nº. 9.605/1998 apena com reclusão de um a quatro anos a conduta consistente em causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora;

Considerando que, sem embargo da previsão de crime de poluição ambiental, a Lei n°. 9.605/1998, em seu artigo 60 prevê que fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes, é crime ambiental a que se comina pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

III – Recomendação:

Por todo o exposto, considerando a impossibilidade técnica e legal da queima de madeira tratada com creosoto e CCA em fornos de cal atualmente em operação na Comarca de Formiga, o Ministério Público RECOMENDA aos responsáveis pelas empresas de fabricação de cal atualmente instaladas nesta Comarca que se abstenham terminantemente de co-processar os materiais descritos no art. 4º da Deliberação Normativa Copam nº 26/1998, especialmente pesticidas, dentre os quais se incluem as madeiras tratadas com creosoto ou CCA.

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Adverte o Ministério Público que a desconsideração dos termos da presente poderá acarretar a adoção de medidas cíveis e criminais em face dos recalcitrantes.

Para fiscalização do cumprimento dos termos desta recomendação, determina o envio de cópia da presente aos ilustres agentes públicos a seguir nomeados: a) Prefeitos Municipais de Formiga e Córrego Fundo b) Presidentes das Câmaras Legislativas dos Municípios de Formiga e Córrego Fundo; c) Comandante da Polícia Militar de Meio Ambiente; d) Superintendente da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Divinópolis.

Para ampla divulgação dos termos desta recomendação, determina o encaminhamento da mesma aos jornais de circulação local, solicitando sua publicação, por tratar-se de matéria de interesse do público em geral.

Cumpra-se.

Formiga, 16 de julho de 2009.

Promotora de Justiça

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ANEXO 12

Denuncia NUCRISA

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Denuncia de Comercialização de Produtos Contaminados com Agente Cancerígeno Denunciada: V.Macedo Ind., Com., Imp. e Exp. de Produtos de Madeira Ltda. CNPJ: 08.744.103/0001-78 I.E: 904.015.7414 Endereço para emissão de NF: Rua da Gloria, 72, sala 105, Centro Cívico, CEP 80.030-060, Curitiba, PR Endereço de Entrega e Cobrança: Rua José Felipe, 10, Santo Inácio, CEP 82.010-440, Curitiba, PR Fone: (41) 3272-1215 / Fax: (41) 3272-3751 Sócios:

Vanessa Cristina Macedo RG: 4.354.593-0/PR CPF: 767.922.269-04 (41) 9975-9447 Verginia Luiza Macedo RG: 587.627/PR CPF: 402.998.999-34 (41) 9983-0900

Denunciante: Paulo Mendonça de Melo RG: 9.908.896-4 CPF: 035.182.458-80 Relato:

1. A empresa acima qualificada tem comercializado produtos feitos com madeira contaminada com creosoto, cujo uso já foi proibido no passado por ser cancerígeno. (anexo 01- Arquivo sobre creosoto disponível neste link no próprio website da empresa: http://www.pauvelho.com.br/02-Produtos/Creosoto,%20Perguntas%20e%20Respotas.pdf ).

2. A empresa passou a omitir esta informação em seu material promocional mais recente (anexo 02-folder promocional + revistas REFERENCIA e ARTEFACTO apensas) e também nas ultimas atualizações de seu web-site, deliberadamente induzindo seus clientes ao erro visto que as sócias da empresa estão cientes desta condição como pode ser comprovado pelos documentos anexados a esta denuncia e também pelo fato de que, conforme pode ser comprovado, a empresa de quem foram comprados os dormentes usados (CPTM - Companhia Paulista de Transportes Municipais) exigiu no ato da venda que um termo de ciência do estado de contaminação da madeira fosse assinado pela Sra. Vanessa Cristina Macedo.

3. Ao contrário do propósito inicial, a empresa abandonou os testes para certificar a segurança dos processos que deveriam ser empregados na fabricação e está vendendo seus produtos sem oferecer uma proteção efetiva e duradoura contra os produtos químicos cancerígenos contidos na madeira dos dormentes (anexo 03-imagens reproduzidas do web-site da empresa) apesar de prometer isto em seu material de informações técnicas mais antigo e que ainda está disponível em seu web-site embora as referencias a eles tenham sido suprimidas.

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(anexo 04- Arquivo sobre produto (deck) disponível no website da empresa: http://www.pauvelho.com.br/02-Produtos/DK-Pranchas/Deck%20Rustico%20Pranchas.pdf + anexo 05-imagens antigas reproduzidas do web-site da empresa)

4. Além de fartamente documentada, esta denuncia também pode ser comprovada fisicamente na loja ARTEFACTO que mantém uma mostra anual permanente com um ambiente totalmente assoalhado com piso de madeira fabricado pela empresa denunciada. A loja em questão fica localizada no seguinte endereço: Rua Comendador Araújo 672, Batel, Curitiba, PR - Tel: (41) 3111-2300. Esta mostra se encerrará no final deste mês e os produtos deverão ser removidos após esta data, portanto é necessário que se faça uma vistoria no local o quanto antes.

5. Outras lojas que revendem os produtos da empresa denunciada estão relacionadas em seu web-site: www.pauvelho.com.br e é imperioso que todas elas, assim como os representantes comerciais, sejam cientificadas desta denuncia para que cessem as vendas destes produtos já que o fazem sem saber que os mesmos podem causar mal à saúde de seus clientes. Aproveito para informar que eu mesmo irei providenciar imediatamente um comunicado extra-judicial contendo uma cópia desta denuncia e que será enviado por e-mail ou carta para todas as empresas envolvidas.

6. Adicionalmente será necessário fazer um levantamento dos clientes que compraram e instalaram estes produtos em seus lares, escritórios, lojas, etc... para que tomem ciência das caracteristicas dos referidos produtos e possam assim tomar as medidas que julgarem apropriadas.

7. O motivo de eu estar a par desta situação e fazendo esta denuncia é o fato de que fui eu quem idealizou e montou esta empresa, mas com uma filosofia de trabalho completamente diferente da que tem sido empregada pelas responsáveis atuais que resolveram abandonar totalmente o propósito original, o que irá, em ultima instância, denegrir de uma forma abrangente não só todos os produtos criados por mim como também o próprio modelo de negócio que é inovador e isto, por sua vez, irá dificultar, ou até mesmo tornar inviável, a minha tentativa de lançar uma linha própria destes mesmos produtos mas com o diferencial de serem eficazmente produzidos de forma a se tornarem seguros ao contato humano pois esta era a intenção inicial. Trata-se portanto de concorrência desleal da denunciada além de flagrante descaso com a saúde publica.

8. As afirmações acima poderão ser confirmadas por varias testemunhas, inclusive pela engenheira Suzana Cardoso do TECPAR: Suzana L. S. Pierri Cardoso, Eng. Tecpar / PROGEX [email protected] - http://www.tecpar.br Telefone: +55 41 3316-3053 Fax: +55 41 3346-2872

9. Outros documentos que podem ajudar a confirmar as afirmações acima são vários e-mails compilados. (anexo 06) Curitiba, 20 de Maio de 2010 ____________________ Paulo Mendonça de Melo

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ANEXO 01 Arquivo sobre

creosoto disponivel no web site da

empresa

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ANEXO 03

Imagens do web site da empresa

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ANEXO 04 Arquivo sobre

produto disponivel no web site da

empresa

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ANEXO 05

Imagens do web site da empresa

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Anexo 13

Legislação, Portarias, Instruções Normativas, etc...

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Legislação E Normalização Em Preservação De Madeiras Normas que Já Receberam Número NBR: NBR 6229 Postes de Eucalipto Preservados sob Pressão. Especificação. NBR 6232 Penetração e Retenção de Preservativos em Postes de Madeira. Método de Ensaio. NBR 6236 Madeiras para Carretéis para Fios, Cordoalhas e Cabos. Especificação. NBR 8456 Postes de Eucalipto Preservados para Redes de Distribuição de Energia Elétrica. Especificações. NBR 8457 Postes de Eucalipto Preservados para Redes de Distribuição de Energia Elétrica. Dimensões. Padronização. NBR 8764 Madeiras para Embalagens para Isoladores. Especificação. Normas que Ainda Não Receberam Número NBR: EB 474/1986 Moirões de Madeira Preservada para Cercas. Especificação 11: 01.02.001 2.3 Leis e Decretos Relacionados à Preservação de Madeiras: Lei n.º 4.797 de 20/10/65 Torna obrigatório, pelas empresas concessionárias dos serviços públicos, o emprego de madeiras preservadas. Decreto-Lei n.º 58.016 de 18/03/66 Regulamenta o dispositivo na lei n.º 4797 de 20/10/65 e dá nova redação. Uso obrigatório em todo o território nacional em serviços de utilidade pública, explorados por empresas estatais, paraestatais e privadas destinadas aos transportes ferroviário e rodoviário, serviços telegráficos, telefônicos e de fornecimento de eletricidade, o emprego de madeiras preservadas, especialmente preparados e trabalhados para esse fim. Decreto-Lei n.º 61.248 de 30/08/67 Dá nova redação ao artigo 4º do decreto n.º 58.016 de 18/03/66. Artigo 4º Na preservação de madeira, será dada preferência aos produtos de fabricação nacional, observados as condições de similaridade, nos termos da seção V do Decreto-Lei n.º 37, de 18/11/66 e sua regulamentação. Portarias do IBAMA (ex. - IBDF): Portaria n.º 2748 - DN de 16/03/72 Dá competência às D.E. do IBAMA para fiscalizar a indústria e comércio de equipamentos e instalações de preservação de madeiras, registro de empresas de tratamento e de fabricantes de preservativos bem como dos seus produtos químicos dentre outras atribuições. Portaria n.º 055/82 - P de 08/03/82 Regulamenta a forma de registro de usinas de preservação de madeiras: - Tipo de Usina (com ou sem pressão); - Capacidade Técnica atestada por Engenheiro Florestal, Engenheiro Agrônomo, Químico ou Químico Industrial, no exercício legal de sua profissão; - Histórico; - Material Tratado; - Planta Detalhada de Instalação; - Preservativos a serem utilizados; - Método de tratamento; - Área total do imóvel; - Planta topográfica de situação e; - Comprovação de condições técnicas de combate a incêndios e prestação de primeiros socorros de emergência. Portaria do Ministério da Agricultura: Portaria n.º 329 de 02/09/85 Proíbe em todo o território nacional, a comercialização, o uso e a distribuição dos produtos agrotóxicos organoclorados, destinados à agropecuária: Aldrin, BHC,

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Canfeno Clorado (Toxafeno), DDT, Dodecacloro, Endrin, Heptacloro, Lindane, Endosulfan, Metoxicloro, Nona-Cloro, Pentaclorofenol, Dicofol e Clorobenzilato. Leis e Decretos de Leis Estaduais sobre Agrotóxicos: Lei nº 7.747 de 22/12/82 (Rio Grande do Sul). Projeto de Lei nº 330/83 de 21/09/83 (Minas Gerais). Lei nº 398 de 01/11/83 (Mato Grosso). Lei nº 7.827 de 29/12/83 (Paraná). Lei nº 4002 de 05/01/84 (São Paulo). Lei nº 6.452 de 19/11/84 (Santa Catarina). Entidades Internacionais de Normalização: AFNOR - Association Française de Normalisation NF - Normes Françaises ANSI - American National Standard ASTM - American Society for Testing and Materials AWPA - American Wood-Preserver s Association BSI - British Standards Institution BS - British Standard COPANT - Comissión Panamericana de Normas Técnicas CAN - National Standard of Canada SCAN - Standards Council of Canada DIN - Deutsches Institut für Normung DIN - Deutsches Norm IRAM - Instituto Argentino de Racionalización de Materiales ISO - International Organization for Standardization JSA - Japanese Standards Association JAS - Japanese Agricultural Standards JIS - Japanese Industrial Standards NP - Norma Portuguesa SAA - Standards Association of Austrália

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LEI 4.797 20 DE OUTUBRO DE 1965

TORNA OBRIGATÓRIO O EMPREGO

DE MADEIRAS PRESERVADAS

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LEI Nº 4.797, DE 20 DE OUTUBRO DE 1965 Torna obrigatório pelas empresas concessionárias de serviços públicos, o emprego de madeiras preservadas, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º. Passa a ser de uso obrigatório em todo o território nacional, em serviços de utilidade pública explorados por empresas estatais, paraestatais e privadas, destinados aos transportes ferroviário e rodoviário, serviços telegráficos, telefônicos e de fornecimento de eletricidade, o emprego de madeiras preservadas, especialmente preparadas e trabalhadas para esse fim.

Parágrafo Único. A obrigatoriedade a que se refere o presente artigo será observada exclusivamente com relação às essências florestais passíveis de tratamento.

Art. 2º. Considera-se madeira preservada a que for tratada com substâncias químicas que assegurem satisfatória conservação das peças, especialmente quando em contato com o solo ou sob condições que contribuam para a diminuição de sua durabilidade.

Parágrafo Único. Deverão ser usadas para esse fim substâncias preferencialmente nacionais.

Art. 3º. Aplicam-se à importação de matérias-primas ou preparadas de emprego específico na preservação das madeiras os dispositivos do art. 4º e seus parágrafos, da Lei nº 3.244, de 14 de agosto de 1957.

§ 1º. O Departamento de Recursos Naturais Renováveis, do Ministério da Agricultura1, indicará os produtos ou preparados, de uso essencial na preservação das madeiras, que devem gozar dos benefícios do art. 4º da citada Lei nº 3.244/57.

§ 2º. A importação dos produtos de que trata este artigo far-se-á na forma das instruções baixadas pelo Conselho de Política Aduaneira.

Art. 4º. O Departamento de Recursos Naturais Renováveis será devidamente aparelhado, a fim de poder orientar e fiscalizar, diretamente ou mediante acordo com órgãos estaduais, os trabalhos que se relacionem com a extração e tratamento de madeiras.

Art. 5º. O Departamento de Recursos Naturais Renováveis fiscalizará o cumprimento desta Lei e aplicará as respectivas sanções, graduando-as conforme a gravidade de que se revestirem.

Parágrafo Único. As entidades a que se refere o art. 1º ficarão sujeitas, pela violação desta Lei, à multa de 5 (cinco) a 20% (vinte por cento) do valor da madeira que deixar de ser preservada, respondendo por ela a pessoa jurídica, em caso de empresa privada, ou o diretor do serviço, em caso de empresa estatal ou paraestatal.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

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Art. 6º. O Poder Executivo expedirá, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da publicação desta Lei, o regulamento necessário à sua execução.

Art. 7º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º. Revogam-se as disposições em contrário.

H. CASTELLO BRANCO OCTÁVIO GOUVEIA DE BULHÕES

HUGO DE ALMEIDA LEME (DOU de 22.10.65)

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PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 292 28 DE ABRIL DE 1989

DISCIPLINA AS ATIVIDADES

RELACIONADAS À PRESERVAÇÃO DE MADEIRAS

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PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 292, DE 28 DE ABRIL DE 1989 OS MINISTROS DE ESTADO DA FAZENDA, DA SAÚDE E DO INTERIOR, no uso das suas atribuições e considerando a necessidade e o interesse de criar uma sistemática integrada para disciplinamento de atividades relacionadas à preservação de madeiras,

RESOLVEM:

Art. 1º. As empresas que se dediquem à indústria e comércio de preservativos e preservação de madeiras são obrigadas ao registro junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

Parágrafo Único. O pedido de registro das indústrias de preservativos de madeira deverá conter os seguintes dados:

a) requerimento dirigido ao Instituto; b) nome e qualificação do requerente; c) prova de que está regularmente constituída; d) planta de situação e localização, acompanhada de memorial descritivo; e) prova de condições técnicas de combate a incêndios; f) capacidade de produção; g) tipos de preservativos de madeira a serem produzidos; h) nome e qualificação do responsável técnico devidamente habilitado; i) licença de operação expedida pelo órgão ambiental competente.

Art. 2º. As indústrias de preservativos de madeira deverão apresentar relatórios semestrais ao IBAMA, contendo a produção mensal de cada produto.

Art. 3º. Os preservativos para madeiras e seus ingredientes ativos só poderão ser fabricados, consumidos ou postos à venda depois de registrados no IBAMA, inclusive os importados.

§ 1º. O IBAMA informará periodicamente à Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil - CACEX os produtos preservativos, os ingredientes e as matérias-primas cuja importação para atividades de preservação de madeiras seja permitida1.

§ 2º. São ingredientes ativos as substâncias de natureza química ou biológica que dão eficácia aos preservativos de madeira.

Art. 4º. Não estão sujeitos ao registro no IBAMA os preservativos que forem destinados à experimentação e ao uso domissanitário.

Art. 5º. Os produtos preservativos de madeira deverão ser registrados no IBAMA mediante apresentação do memorial descritivo, contendo:

a) requerimento dirigido ao Instituto; b) prova de que a empresa está registrada no Instituto como indústria de preservativo de

madeira; c) nome e qualificação do fabricante; d) nome e marca comercial do produto; e) nome químico; f) fórmula bruta dos ingredientes ativos;

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

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g) composição qualitativa e quantitativa dos ingredientes ativos, indicados por seus nomes químicos, técnicos ou comuns, e genericamente as demais substâncias;

h) características físicas do produto; i) instruções para uso, incluindo precauções na manipulação; j) modelo de rótulo; l) apresentação da Certidão de Classificação Toxicológica expedida pelo Ministério da

Saúde; m) apresentação de Certidão de Classificação quanto ao Risco Ambiental expedida pelo

IBAMA; n) certificado de análise química dos ingredientes ativos dos produtos preservativos de

madeira expedido por um laboratório oficial; e o) comprovação de eficiência preservativa para o fim a que se destina o produto, mediante

apresentação, pela empresa requerente, de resultados de estudos e pesquisas, assim como resultados de ensaios próprios, ou de terceiros, nacionais ou do exterior, aplicáveis às condições nacionais.

Parágrafo Único. A Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária - SNVS e o IBAMA terão prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir do recebimento integral das informações solicitadas, para expedirem a Certidão ou classificação Toxicológica e de Risco Ambiental, respectivamente.

Art. 6º. Ao IBAMA caberá examinar o memorial apresentado e, se julgar necessário, proceder aos ensaios e exames técnicos para a verificação da praticabilidade do produto para o fim a que se destina.

Art. 7º. O registro no IBAMA de preservativo de madeira com marca já registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial invalidará o nome de preservativos com a mesma marca comercial.

Art. 8º. Para efeito de registro, as usinas de preservação de madeiras serão classificadas em:

I - Usinas de preservação de madeira sob pressão: Unidades industriais dotadas de autoclaves, bombas de vácuo, bombas de pressão e fonte de calor, esta última quando o produto e os processos utilizados assim exigirem.

II - Usinas de preservação de madeira sem pressão: Unidades industriais dotadas de equipamentos necessários, inclusive fonte de calor, que permitam submeter a madeira a um tratamento preservativo, sem utilização de pressão.

III - Usina piloto: Unidades destinadas exclusivamente à pesquisa e ao aperfeiçoamento dos processos de tratamento.

Art. 9º. O pedido de registro das usinas de preservação de madeiras, previstas nos incisos I e II do artigo 8º, deverá conter os seguintes dados:

a) requerimento dirigido ao Instituto; b) capacidade técnica da requerente atestada por profissional devidamente habilitado, de

acordo e no limite de suas atribuições específicas; c) nome e qualificação do requerente; d) classificação da usina; e) características do equipamento; f) prova da natureza da atividade comercial; g) data do início de funcionamento previsto; h) preservativos a serem utilizados no tratamento; i) planta de situação e localização acompanhada de memorial descritivo; l) prova de condições técnicas de combate a incêndio; m) responsável técnico pela usina de produção de madeira tratada; e n) licença de operação expedida pelo órgão ambiental competente.

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Art. 10. O pedido de registro das usinas de preservação de madeiras prevista no inciso III do artigo 8º deverá conter os seguintes dados:

a) requerimento dirigido ao Instituto; b) nome e qualificação do requerente; c) características do equipamento; d) planta de situação e localização acompanhada de memorial descritivo; e) prova de condições técnicas de combate a incêndio; f) responsável técnico pela usina de produção de madeira tratada; e g) licença de operação expedida pelo órgão ambiental competente.

Art. 11. As usinas de preservação da madeira, previstas nos incisos I e II do artigo 8º deverão, obrigatoriamente, apresentar relatórios semestrais ao IBAMA, contendo:

a) gêneros ou espécies de madeiras tratadas; b) tipo e dimensões das madeiras; c) volume de madeira tratada mensalmente, para cada preservativo; d) concentração dos preservativos de madeira utilizados; e e) consumo mensal de preservativos.

Art. 12. Nas usinas de preservação de madeiras previstas nos incisos I e II do artigo 8º, os materiais utilizados na sua fabricação devem obedecer as Normas Brasileiras aprovadas pelo Conselho de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro.

Art. 13. Qualquer alteração nos dados e informações apresentados no memorial descritivo, por ocasião do registro das indústrias de preservativos, dos produtos preservativos de madeira, e das usinas de preservação deverá ser submetida à apreciação do IBAMA, através de requerimento, que julgará da necessidade de novo registro.

Art. 14. As empresas usuárias e as que se dediquem ao comércio de preservativos de madeira, inclusive importadoras, são obrigadas ao cadastramento junto ao IBAMA, exceto aquelas já registradas na conformidade dos artigos 1º e 8º desta Portaria Interministerial.

Art. 15. Os rótulos e bulas dos produtos preservativos de madeira deverão conter os seguintes dados:

a) marca comercial; b) número de registro no Instituto; c) composição qualitativa e quantitativa dos ingredientes ativos, indicados por seus nomes

químicos, técnicos ou comuns e genérica-quantitativamente as demais substâncias; d) características físicas; e) peso e volume do produto expresso em sistema métrico decimal; f) razão social e endereço do fabricante; g) instruções de uso do produto; h) classificação de risco em que se enquadra o produto; e i) precauções e instruções para o caso de acidente, incluindo sintomas de alarme,

advertência, primeiros socorros e antídotos e/ou tratamento.

Art. 16. Só será permitida a expressão “recomendado” no rótulo e bula dos preservativos de madeira quando a recomendação for feita exclusivamente pelo fabricante.

Art. 17. Na propaganda, sob qualquer modalidade, não será permitido o uso de expressões falsas ou exageradas que estiverem em flagrante desacordo com a natureza e indicação declaradas para o registro do produto.

Art. 18. O registro de que trata o artigo 1º e seu parágrafo único e o artigo 5º e seu parágrafo único é válido por 5 (cinco) anos, devendo, obrigatoriamente, ser renovado por igual período.

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Art. 19. Ao IBAMA caberá a fiscalização do cumprimento das exigências contidas nesta Portaria Interministerial por ocasião da instalação das empresas de que trata o artigo 1º, ou em época que julgar oportuna.

Art. 20. O IBAMA fiscalizará as atividades relacionadas com a preservação e comércio dos preservativos para madeira e de madeira preservada.

Art. 21. Ao IBAMA caberá o direito de implementar medidas visando assegurar a correta utilização a que se destina o preservativo para madeiras.

Art. 22. Sem prejuízo da responsabilidade civil e penal cabíveis, a infração às disposições da presente Portaria Interministerial acarretará, isolada ou cumulativamente, independente das medidas cautelares de embargo do estabelecimento e a apreensão do produto, a aplicação das seguintes sanções;

I - multa de quinhentas vezes ao maior valor de referência, aplicável em dobro em caso de reincidência2;

II - apreensão dos produtos da infração;

III - interdição do estabelecimento comercial ou industrial;

IV - cancelamento do registro.

Art. 23. As empresas de que trata o artigo 1º, já devidamente registradas no IBAMA à data de publicação desta Portaria Interministerial, terão o prazo de 6 (seis) meses para se regularizarem quanto ao seu registro e de 18 (dezoito) meses quanto ao registro dos seus produtos preservativos.

Art. 24. O IBAMA e a SNVS expedirão os atos necessários ao cumprimento do estabelecido nesta Portaria Interministerial.

Art. 25. Esta Portaria Interministerial entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as Portarias nº 2.748-DN, de 16 de março de 1972 e nº 5-P, de 8 de março de 1982.

Mailson Ferreira da Nóbrega Sérgio Tsuzuki João Alves Filho Ministro da Fazenda Ministro da Saúde Ministro do Interior (DOU de 02.05.1989) _________________

1 A Secretaria de Comércio Exterior - SECEX foi criada pela lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992.

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5 20 DE OUTUBRO DE 1992

DISCIPLINA OS PROCEDIMENTOS NO CUMPRIMENTO DA PI-292 DE 28 DE

ABRIL DE 1989

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 5, DE 20 DE OUTUBRO DE 1992

O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, no uso das atribuições legais que lhe confere o artigo 83, do Regimento Interno do IBAMA, aprovado pela Portaria Ministerial nº 445/89, do Ministério do Interior, de 16 de agosto de 1989, e tendo em vista o disposto na lei nº 4.797 1, de 20 de outubro de 1965, no Decreto nº 58.016, de 18 de março de 1966, no Decreto nº 97.631, de 10 de abril de 1989 2,

RESOLVE:

Disciplinar os procedimentos a serem observados quando do cumprimento do estabelecido na Portaria Interministerial nº 292, de 28 de abril de 1989 3.

I - DAS DEFINIÇÕES

Para efeito desta Instrução Normativa, adotar-se-ão as seguintes definições:

a) indústria de preservativos de madeira - todo e qualquer estabelecimento que se dedique a produzir em escala comercial, ou para consumo próprio, os produtos considerados como preservativos de madeira; e

b) usina de preservação de madeira.

I - usinas de preservação de madeiras sob pressão: Unidades industriais dotadas de autoclaves, bombas de vácuo, bombas de pressão e fonte de calor, esta última quando o produto e o processo utilizados assim o exigirem.

II - usinas de preservação de madeiras sem pressão: Unidades industriais dotadas de equipamentos necessários, inclusive fonte de calor, que permitam submeter a madeira a um tratamento preservativo, sem utilização de pressão.

III - usina piloto: Unidades destinadas exclusivamente à pesquisa e ao aperfeiçoamento dos processos de tratamento.

c) produtos preservativos de madeira - todo e qualquer ingrediente ativo e/ou formulação, cuja finalidade seja a preservação de madeira;

d) importador de preservativos de madeira - toda empresa que importa, regular ou eventualmente, produtos preservativos de madeira;

e) comércio de preservativos de madeira - todo estabelecimento comercial que se dedique à compra e venda, no varejo ou atacado, de preservativos de madeira;

f) usuário de preservativos de madeira - toda e qualquer empresa que faça uso de preservativos de madeira em qualquer das etapas de seu processo produtivo, bem como as empresas prestadoras de serviços, desde que não enquadradas na letra b desta I.N.

g) substâncias (citadas na letra g do art. 5º da Portaria Interministerial nº 292/89) - compostos químicos que façam parte da formulação de preservativo de madeira, tais como solventes e inertes;

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

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h) nome químico (citado na letra e do art. 5º da Portaria Interministerial nº 292/89) - nomenclatura da substância adotada pela “International Union of Pure and Applifd - IUPAC” ou “Chemical Abstracts Service - CAS”; e

i) fabricação - a citação feita no art. 12 da Portaria Interministerial nº 292/89 refere-se à fabricação dos equipamentos, tais como autoclaves, tubulações e bombas de vácuo, cujos materiais constituintes devem obedecer às Normas Brasileiras aprovadas pelo Conmetro.

________________ 1 Vide Lei nº 4.797, de 20 de outubro de 1965 2 Os Decretos nº 58.016, de 18 de março de 1966 e 97.631, de 10 de abril de 1989 foram revogados pelo Decreto s/nº , de 5 de setembro de 1991. O Decreto nº 61.248, de 30 de agosto de 1967 foi revogado pelo Decreto nº 417, de 8 de janeiro de 1992. 3 Vide Portaria Interministerial nº 292, de 28 de abril de 1989

II - DO REGISTRO a) são obrigadas ao registro no IBAMA todas as empresas e produtos enquadrados nas

letras a, b, e c do item I - DAS DEFINIÇÕES desta I.N.;

b) para efeito de registro de produtos de preservativos de madeira (art. 5º da Portaria Interministerial nº 292/89) deverá ser encaminhado à diretoria de Controle e Fiscalização - DIRCOF/IBAMA, diretamente ou através das Superintendências estaduais do IBAMA - SUPES, toda documentação necessária, acrescida de cópia do comprovante de pagamento do documento Único de Arrecadação - DUA, juntamente com o requerimento (Anexo 2 desta I.N.);

c) para efeito do registro previsto nos artigos 1º, 9º e 10 da Portaria Interministerial nº 292/89, deverão ser encaminhados via SUPES, todos os dados constantes dos referidos artigos, em via única, acompanhados de cópia do comprovante de pagamento do documento Único de Arrecadação - DUA, juntamente com o formulário preenchido;

d) para efeito de registro referente ao art. 5º da Portaria Interministerial nº 292/89, deverá ser encaminhada documentação prevista naquele artigo, em via única, à exceção da letra m, acompanhada do requerimento (Anexo 2 desta I.N.), além dos seguintes dados:

• modelo de bula;

• documento de registro da marca comercial no Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI;

e) deverá ser encaminhada a documentação constante do Anexo 3 desta I.N., com vistas à obtenção da certidão de classificação quanto ao risco ambiental (letra m do art. 5º da Portaria Interministerial nº 292/89), junto com a remessa de documentos para registro do produto, porém em volumes separados;

f) todas as informações prestadas pelas empresas requerentes serão para uso exclusivo do IBAMA, no registro do produto, que se responsabilizará pela sua confidencialidade;

g) os estudos de propriedade particular de uma determinada empresa só poderão ser utilizados por terceiros para fins do registro de produto mediante expressa autorização do proprietário da mesma; e

h) não será permitido registro de produto por similaridade.

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III - DO CADASTRO a) os estabelecimentos e empresas enquadradas nas letras d, e e f do item I - DAS

DEFINIÇÕES desta I.N. são obrigados a se cadastrarem no IBAMA, de acordo com o artigo 14 da Portaria Interministerial nº 292/89;

b) para efeito de cadastramento, as empresas deverão preencher formulário próprio junto à SUPES, acompanhado dos seguintes dados:

- nome / razão social - CGC - endereço - classificação (usuário / comerciante / importador) - produto(s) utilizado(s) / comercializado(s) / importado(s) - fornecedor / fabricante - consumo médio / mensal / produto (para usuário) - venda média / mensal / produto (para comércio / importador) - dados e assinatura do responsável legal;

c) as empresas enquadradas na letra d do item I - DAS DEFINIÇÕES supra, que se dedicarem ao fracionamento e/ou reembalagem dos produtos preservativos de madeira serão consideradas conforme a letra a do item I - DAS DEFINIÇÕES, necessitando do registro; e

d) no caso de empresa com rede de estabelecimentos comerciais, a mesma deverá efetuar um único cadastro, constando a relação dos respectivos estabelecimentos.

IV - DA RENOVAÇÃO

a) a renovação do cadastro no IBAMA deverá ser efetuada a cada 12 meses, mediante

experimento do interessado, o qual deverá informar qualquer alteração cadastral, quando assim houver; e

b) a renovação do registro de que trata o artigo 18 da Portaria Interministerial nº 292/89 deverá ser feita através de requerimento enviado à DIRCOF/IBAMA, em prazo não inferior a 6 (seis) meses do término de validade do mesmo.

V - DO PRAZO

Todas as empresas de que tratam os artigos 1º e 8º, e os produtos de que trata o artigo 5º

da Portaria Interministerial nº 292/89 terão um prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de publicação desta instrução Normativa, para anexar documentação aos processos em tramitação, em decorrência desta I.N.

VI - DA EMBALAGEM E ROTULAGEM

a) nas embalagens dos preservativos de madeira devem constar, em destaque,

informações que determinem o não-reaproveitamento das embalagens;

b) as empresas produtoras ficam sujeitas à anuência do IBAMA, quando da comercialização a granel de produtos preservativos de madeira;

c) os rótulos deverão ser confeccionados com materiais cuja qualidade assegure a devida resistência à ação dos agentes atmosféricos, bem como às manipulações usuais;

d) o rótulo deverá ser dividido em 3 (três) colunas de igual largura e comprimento quando a embalagem assim o permitir.

e) deverá conter no rótulo:

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I - Na coluna central:

- o logotipo da empresa registrante, aposto na parte superior da coluna central, deve ocupar, no máximo, 5% da área útil do rótulo, podendo ser apresentado nas cores características da mesma;

- todos os dados constantes do art. 15 da Portaria Interministerial nº 292/89, exceto os referentes às letras g e i;

- classificação toxicológica conferida pelo Ministério da Saúde;

- recomendação em destaque para que o usuário leia o rótulo e a bula antes de utilizar o produto, e guarde a bula em seu poder;

- indicação se a formulação é explosiva, inflamável, comburente, corrosiva ou irritante;

- os dizeres “é obrigatório o uso de equipamentos de segurança. Proteja-se”;

- data de fabricação e validade constando: mês e ano, sendo que o mês deverá ser impresso com as três letras iniciais;

- número do lote ou da partida;

- os itens referentes à data de fabricação e validade, bem como número do lote ou da partida poderão ser colocados em etiqueta afixada na embalagem, devendo a esma possuir logotipo identificando-a como sendo original do fabricante.

II - Na coluna da direita:

- precauções de uso e recomendações gerais quanto a primeiros socorros, antídotos e tratamento, no que diz respeito à saúde humana, e

- telefone dos centros de informações Toxicológicas ou do Pró-Química.

III - Na coluna da esquerda:

- precauções de uso e advertência quanto aos cuidados de proteção ao meio ambiente, e

- instruções de armazenamento do produto, visando a sua conservação e prevenção contra acidentes;

f) os rótulos conterão em sua parte inferior uma faixa colorida nitidamente separada do restante do rótulo, observando o que se segue:

1 - as cores da faixa serão:

Vermelho vivo, para produtos de classe toxicológica I (extremamente tóxicos);

amarelo intenso, para produtos de classe toxicológica II (altamente tóxicos);

Azul intenso, para produtos de classe toxicológica III (medianamente tóxicos);

Verde intenso, para produtos de classe toxicológica IV (pouco tóxicos);

2 - a largura máxima da faixa colorida será de 1/10 (um décimo) da altura total do rótulo e mínima de 2 (dois) centímetros;

3 - devem incluir no painel frontal do rótulo, na faixa colorida, um círculo branco, com diâmetro igual à altura da faixa, contendo uma caveira e duas tíbias cruzadas na cor preta com fundo branco, com os dizeres: “CUIDADO - VENENO”, exceto para os produtos que obtenham a classificação toxicológica - classe IV, do Ministério da Saúde;

4 - ao longo da faixa deverão constar os pictogramas específicos, dispostos do centro para a extremidade, devendo ocupar no mínimo 50% da altura da mesma, sendo apresentadas em preto com fundo branco.

Page 207: Lei 12305 Residuos Solidos - Comunicado Ao MPF Sobre Situacoes Em Desacordo Com a Nova Lei

g) para efeito de rotulagem, deverão ser observados ainda:

1 - o rótulo deverá ser confeccionado em fundo de uma única cor, com letras que permitam a legibilidade do texto;

2 - a impressão direta do rótulo em embalagens será permitida, desde que observadas a legibilidade e a identificação dos símbolos obrigatórios no rótulo;

3 - os rótulos de produtos importados deverão ser confeccionados em língua portuguesa;

h) deverão constar do folheto ou bula, além de todos os dados constantes do rótulo, os demais relacionados a seguir:

1 - concentração do ingrediente ativo;

2 - modo de aplicação;

3 - limitações de uso;

4 - informações sobre os equipamentos de aplicação;

5 - informações sobre os equipamentos de proteção individual a serem utilizados;

6 - informações sobre o destino final das embalagens e dos resíduos;

7 - dados relativos à proteção da saúde humana:

• mecanismo de ação, absorção e excreção para o ser humano;

• efeitos agudos e crônicos;

• efeitos colaterais

8 - dados relativos à proteção do meio ambiente:

i) os dados da bula poderão ser inclusos no rótulo, desde que aprovado pelo IBAMA;

j) caberá ao IBAMA, se julgar necessário, solicitar ao requerente a inclusão de informações adicionais no rótulo ou bula.

VII - DA COMERCIALIZAÇÃO

a) a comercialização de produtos preservativos de madeira que contenham ingrediente(s)

ativo(s) organoclorado(s) (pentaclorofenol e seus sais, heptacloro, aldrin, lindane, cloradane e outros) só será permitida na forma de venda direta entre os produtores e/ou importadores, conforme definido nas alíneas a e d, e os consumidores, alíneas b e f do item I - DAS DEFINIÇÕES desta I.N.;

b) fica estabelecido o prazo de 90 (noventa) dias para que os estabelecimentos comerciais definidos na alínea e do item I - DAS DEFINIÇÕES realizem a venda de produtos preservativos de madeira à base de organoclorados existentes em estoque; e

c) a partir do prazo supramencionado, as empresas fornecedoras dos preservativos à base de organoclorados (alíneas a e d do item I - DAS DEFINIÇÕES) disporão de 60 (sessenta) dias para promoverem o recolhimento dos estoques remanescentes desses produtos nos estabelecimentos comerciais (alínea e do item I - DAS DEFINIÇÕES).

VIII - DA DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS E EMBALAGENS

a) é proibida a reutilização de embalagens de preservativos de madeira para outras

finalidades;

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b) o IBAMA poderá autorizar o reaproveitamento de embalagens de preservativos de madeira pela empresa produtora;

c) o descarte da embalagem e resíduos de preservativos de madeira e ingredientes ativos deverá atender às recomendações técnicas apresentadas na bula, relativas aos processos de destinação final, observadas as exigências dos setores de saúde e meio ambiente; e

d) os tambores metálicos vazios devem ser amassados, além de terem o seu fundo perfurado, de maneira a torná-los inadequados para qualquer outro acondicionamento de produtos.

IX - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

a) a efetivação do registro, cadastramento e/ou certidão se dará após análise e aprovação de toda a documentação exigida pela Portaria Interministerial nº 292/89, sendo expedida à empresa requerente comprovação da mesma;

b) O recolhimento da contribuição para efetivação do registro e cadastro poderá ser realizado em qualquer agência da rede bancária autorizada mediante Documento Único de Arrecadação - DUA, conforme valores constantes da tabela de preços do IBAMA emitida mensalmente pela DIRAF e preenchido de acordo com os códigos abaixo discriminados:

CATEGORIAS Código DUA

Campos nº 16,19, ou 20

Código DUA Campos nº 16, 19 ou 20

Renovação 1. Registro de indústria/ importador

de preservativo de madeira

4551

4552 2. Registro de usina de preservação de

madeira

4551

4552 3. Registro de produto preservativo de

madeira

5341

5342 4. Cadastro 5341 5342

c) quando a empresa se enquadrar em mais de uma categoria, a taxa a ser recolhida será

equivalente ao somatório de cada categoria específica;

d) o relatório de que trata o artigo 2º da Portaria Interministerial nº 292/89 deve seguir o modelo apresentado no anexo 4, devendo ser encaminhado ao IBAMA em 2 (duas) vias;

e) os produtos preservativos de madeira que não constarem da lista dos permitidos para importação fornecida anualmente pelo IBAMA a Decex, poderão vir a ser importados, desde que obtenham anteriormente a Certidão de Classificação Toxicológica do Ministério da Saúde4;

f) nos procedimentos oriundos do artigo 6º da Portaria Interministerial nº 292/89, qualquer ensaio adicional necessário será requisitado à empresa requerente;

g) o relatório de que trata o artigo 11 da Portaria Interministerial nº 292/89 deve seguir o modelo apresentado no Anexo 5 desta I.N., devendo ser encaminhado ao IBAMA em 2 (duas) vias;

h) em referência ao artigo 12 da Portaria Interministerial nº 292/89, serão aceitas normas estrangeiras, quando não houver nenhuma norma nacional que qualifique os materiais

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utilizados na fabricação das usinas, num prazo máximo de 2 (dois) anos, a contar da data de publicação desta Instrução Normativa;

i) o encaminhamento do pedido de registro das indústrias e seus produtos deverão ser efetuados separadamente;

j) toda a documentação referente aos testes constantes do Anexo 3 (metodologia e conclusão) deverá estar sumarizada em português; e

k) o prazo máximo para avaliação da documentação e efetivação do registro, em caso favorável, será de 180 dias.

HUMBERTO CAVALCANTE LACERDA

Presidente (DOU de 21.10.92)

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PORTARIA NORMATIVA Nº 151 24 DE NOVEMBRO DE 1997

TRATA DO REGISTRO DE PRODUTOS

PRESERVATIVOS DE MADEIRA

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PORTARIA NORMATIVA Nº 151, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1997

O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, no uso das atribuições legais que lhe confere o artigo 24 do anexo I do Decreto nº 78, de 05 de abril de 1991, bem como o Regimento Interno do IBAMA, aprovado pela Portaria Ministerial nº 445, de 16 de agosto de 1989, do Ministério do Interior, e tendo em vista o disposto na lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.816, de 11 de janeiro de 1990, modificado pelo Decreto nº 991, de 24 de novembro de 1993, bem como a Portaria nº 333 do Ministério do Meio Ambiente, publicada no diário Oficial da União de 14 de outubro de 1996;

considerando que o procedimento de registro e adequação de registro dos produtos Preservativos de Madeira dependem da determinação do Risco Ambiental por eles representado;

considerando que a documentação solicitada pelos instrumentos legais que disciplinam o registro e adequação de registro de Produtos Preservativos de Madeira é indispensável para avaliação quanto ao Risco Ambiental desses produtos;

RESOLVE:

Art. 1º - Para efeito de registro de produtos Preservativos de Madeira, o interessado deverá protocolar processo contendo a documentação completa estabelecida pelo Art. 5º da Portaria Interministerial nº 292/89 de 28 de abril de 1989 e pelo inciso II, alíneas b, d e e da Instrução Normativa nº 5/92 de 20 de outubro de 1992.

Art. 2º - No encaminhamento ao IBAMA da documentação a que se refere o artigo anterior, os testes, informações e justificativas técnicas devem seguir as seguintes especificações:

a) Cada sessão do dossiê (C, D, E, F, e G) deverá constar de volumes separados, podendo ainda uma sessão ter mais de um volume, mas não o contrário;

b) Será exigido o ordenamento dos testes de acordo com os códigos constantes do anexo 3, item 11, da Instrução Normativa nº 5/92;

c) Cada volume deverá ser montado em fichário com separadores e abas de identificação para cada teste;

d) Cada volume deverá apresentar ao menos capa frontal e lombada na cor correspondente à sessão, como descrito a seguir: (Parte C - branca, Parte D - rosa, Parte E - amarela, Parte F - azul, Parte G - verde).

§ 1º - A não apresentação de testes ou informações deverá ser justificada tecnicamente e será avaliada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.

§ 2º - a não aceitação da justificativa técnica apresentada será comunicada oficialmente à empresa, que disporá de 10 (dez) dias para a complementação do processo, sob pena de arquivamento do mesmo por despacho fundamentado, implicando no indeferimento do pleito.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

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Art. 3º - Os interessados que disponham de processo em tramitação junto ao IBAMA para fins de adequação de registro de produto Preservativo de Madeira na forma da legislação em vigor, terão prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação desta Portaria Normativa para complementar a documentação.

Parágrafo Único - O não atendimento ao prazo em questão implicará no arquivamento do processo e cancelamento do registro do produto.

Art. 4º - Os interessados que disponham de processo em tramitação junto ao IBAMA relativos a registro de produto Preservativo de Madeira terão o prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação desta Portaria Normativa para complementar a documentação exigida pela legislação em vigor.

Parágrafo Único - O não atendimento ao prazo em questão implicará no arquivamento do processo e no indeferimento do pleito de registro.

Art. 5º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

EDUARDO DE SOUZA MARTINS PRESIDENTE DO IBAMA

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Constituição da Republica Federativa do Brasil

Capitulo VI

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VI DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.

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