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Estudos sobre os incentivos fiscais concedidos pela Lei de informática
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Da Lei nº 8.248/1191
A lei 8.248/91 dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de
informática e automação, e concede incentivos fiscais para empresas do ramo
tecnológicos (áreas de hardware e automação), que tenham por prática investir
em pesquisa e desenvolvimento.
Esses incentivos fiscais dizem respeito à redução do IPI em produtos
habilitados/incentivados. O governo federal utiliza desse mecanismo para
incentivar investimentos em inovação no setor de hardware e automação por
parte da indústria nacional.
Aprofundando um pouco mais, temos que a lei de informática vigente é
resultado de uma redefinição dos rumos da política industrial para o complexo
eletrônico, ocorrida no início dos anos noventa. Este instrumento beneficia
considerável número de empresas voltadas para atividades tecnológicas.
Nesse esteio, como já exposto acima, a concessão de benefícios fiscais
prevista na legislação vincula-se à, por um lado, realização de esforços de
pesquisa e desenvolvimento por parte das empresas em seus próprios
departamentos de pesquisa, mas também em convênio com outras instituições.
Por outro lado, está associada ao cumprimento dos requisitos do Processo
Produtivo Básico (PPB), como forma de garantir a internalização de etapas do
processo de produção.
Muito embora estas exigências representem importantes iniciativas para o
desenvolvimento tecnológico e industrial brasileiro, este instrumento tem-se
mostrado insuficiente no sentido de superar alguns importantes entraves para o
desenvolvimento brasileiro, bem como para atenuar o problema estrutural do
déficit comercial do complexo eletrônico no Brasil.
Posto isto, cumpre analisarmos, diga-se de passagem, a quem se destina,
quais os produtos podem ser incentivados etc.
A QUEM SE DESTINA
A lei de Informática se destina a todas as empresas de hardware e automação
que investem em pesquisas e desenvolvimento, que comprovem regularidade
fiscal e sejam produtoras de algum item cujo NCM (Nomenclatura Comum do
Mercosul) conste na lista de produtos incentivados pela lei.
Ainda impende demonstrar o disposto no art.11 da Lei 8.248/91 (Lei de
Informática) que para fazer jus aos benefícios, este estatuídos no art.4º do
mesmo diploma legal, as empresas de desenvolvimento ou produção de bens e
serviços de informática e automação deverão investir, anualmente, em
atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação a
serem realizadas no País, no mínimo 5% do seu faturamento bruto no mercado
interno, decorrente da comercialização de bens e serviços de informática,
incentivados na forma da lei 8.248/91.
O art.12 da Lei 8.248/91 disciplina que para os efeitos da referida lei não se
considera como atividade de pesquisa desenvolvimento a doação de bens e
serviços de informática.
QUAIS PRODUTOS PODEM SER INCENTIVADOS
Primeiramente é importante salientar que a Lei de Informática é voltada para
hardware e componentes eletrônicos. Sendo assim, para verificar se um
produto de sua empresa poderá ser incentivado pela Lei de Informática, é
necessário saber se o código NCM está na lista de produtos incentiváveis. Os
software não são incentivados pela Lei, pelo dato de não haver incidência de
IPI sobre eles.
O art.1º da Lei 8.191/91 (Institui isenção do Imposto sobre Produtos
Industrializados- IPI), dispõe que fica instituída a isenção de IPI aos
equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos novos, inclusive aos de
automação industrial e de processamento de dados, importados ou de
fabricação nacional, bem como respectivos acessórios, sobressalentes e
ferramentas.
Destarte, a Lei de informática tem contribuído constantemente para o
desenvolvimento da tecnologia injetando conhecimento em nosso País,
estando à disposição das indústrias de tecnologia e informação,
disponibilizando benefícios e incentivos fiscais para as empresas fabricarem
bens e serviços com tecnologia desenvolvidas no país.
Representa assim importante instrumento para o avanço e distribuição dos
meios de tecnológicos, beneficiando entidades que estão voltadas à inovação
tecnológica, exercendo papel fundamental para a expansão do mercado
eletrônico, atraindo novos empreendimentos internacionais que obterão custo
benefício para produção e desenvolvimento.
O incentivo da Lei de Informática está destinado às empresas que produzirem
itens definidos pelo Decreto 5.906/2006, industrializado de acordo com o seu
processo produtivo básico (PPB).
De acordo com o art.4º da Lei de Informática, os incentivos aos benefícios
fiscais são:
Art.4º: As empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços
de informática e automação que investirem em atividades de pesquisa e
desenvolvimento em tecnologia da informação farão jus aos benefícios:
§5º: I - redução de 95% di imposto devido, de 1 de janeiro de 2004 até 31 de
dezembro de 2014 (redação dada pela Lei 11.007/2004)
EFEITOS DA LEI DE INFORMÁTICA
A Lei de Informática, como analisado, representou, portanto, uma tentativa
deliberada do governo federal de estimular o estabelecimento, no Brasil, de
empreendimentos ligados ao complexo eletrônico. Como já ressaltado, a
referida lei contempla incentivos voltados à promoção tecnológica no Brasil,
mas também inclui uma preocupação, ao condicionar a concessão dos
incentivos ao atendimento dos requisitos do PPB.
Os resultados dessa política podem ser considerados um sucesso. Segundo
dados do MCT (2000), são mais de 200 empresas que gozam dos benefícios
da Lei de Informática, o que se traduz em investimentos que atingiram a casa
de R$ 3 bilhões no período que vai de 1993 a 2001. Todas as atividades
pertencentes ao complexo eletrônico podem gozar dos incentivos previstos na
Lei.
Por fim, ainda pode ser apontado um último efeito positivo da Lei de Informática
sobre a economia brasileira. Algumas dessas empresas passaram a exportar
parte dos produtos fabricados no Brasil, o que serviu para, principalmente, a
partir de 2000, atenuar o déficit comercial do complexo eletrônico. Tal processo
pode ser percebido pelas vendas externas de estações radiobase e sobretudo
terminais celulares, que ultrapassam a casa de U$$ 1 bilhão em 2002 (dados
da SCEX/MDIC).
Portando, os elementos apontados revelam o caráter virtuoso da política de
incentivos ao complexo eletrônico, expressa por meio da Lei de Informática.