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Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 12.871, DE 22 DE OUTUBRO DE 2013. Conversão da Medida Provisória nº 621, de 2013 Mensagem de veto Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis n o  8.745, de 9 de dezembro de 1993, e n o  6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS  Art. 1 o  É instituído o Programa Mais Médicos, com a finalidade de formar recursos humanos na área médica para o Sistema Único de Saúde (SUS) e com os seguintes objetivos: I - diminuir a carência de médicos nas regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades regionais na área da saúde; II - fortalecer a prestação de serviços de atenção básica em saúde no País; III - aprimorar a formação médica no País e proporcionar maior experiência no campo de prática médica durante o processo de formação; IV - ampliar a inserção do médico em formação nas unidades de atendimento do SUS, desenvolvendo seu conhecimento sobre a realidade da saúde da população brasileira; V - fortalecer a política de educação permanente com a integração ensino-serviço, por meio da atuação das instituições de educação superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos médicos; VI - promover a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais da saúde brasileiros e médicos formados em instituições estrangeiras; VII - aperfeiçoar médicos para atuação nas políticas públicas de saúde do País e na organização e no funcionamento do SUS; e VIII - estimular a realização de pesquisas aplicadas ao SUS.  Art. 2 o  Para a consecução dos objetivos do Programa Mais Médicos, serão adotadas, entre outras, as seguintes ações: I - reordenação da oferta de cursos de Medicina e de vagas para residência médica, priorizando regiões de saúde com menor relação de vagas e médicos por habitante e com estrutura de serviços de saúde em condições de ofertar campo de prática suficiente e de qualidade para os alunos; II - estabelecimento de novos parâmetros para a formação médica no País; e III - promoção, nas regiões prioritárias do SUS, de aperfeiçoamento de médicos na área de atenção básica em saúde, mediante integração ensino-serviço, inclusive por meio de intercâmbio internacional. CAPÍTULO II DA AUTORIZAÇÃO PARA O FUNCIONAMENTO DE CURSOS DE MEDICINA  Art. 3º A autorização para o funcionamento de curso de graduação em Medicina, por instituição de educação superior privada, será precedida de chamamento público, e caberá ao Ministro de Estado da Educação dispor sobre: I - pré-seleção dos Municípios para a autorização de funcionamento de cursos de Medicina, ouvido o Ministério da Saúde; II - procedimentos para a celebração do termo de adesão ao chamamento público pelos gestores locais do L12871 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm 1 de 10 25/06/2015 3:48 PM

Lei Mais Médicos

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Lei que institui o programa Mais Médicos

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  • Presidncia da RepblicaCasa Civil

    Subchefia para Assuntos Jurdicos

    LEI N 12.871, DE 22 DE OUTUBRO DE 2013.

    Converso da Medida Provisria n 621, de 2013

    Mensagem de veto

    Institui o Programa Mais Mdicos, altera as Leis no 8.745,

    de 9 de dezembro de 1993, e no 6.932, de 7 de julho de1981, e d outras providncias.

    A PRESIDENTA DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    CAPTULO I

    DISPOSIES GERAIS

    Art. 1o institudo o Programa Mais Mdicos, com a finalidade de formar recursos humanos na rea mdicapara o Sistema nico de Sade (SUS) e com os seguintes objetivos:

    I - diminuir a carncia de mdicos nas regies prioritrias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdadesregionais na rea da sade;

    II - fortalecer a prestao de servios de ateno bsica em sade no Pas;

    III - aprimorar a formao mdica no Pas e proporcionar maior experincia no campo de prtica mdicadurante o processo de formao;

    IV - ampliar a insero do mdico em formao nas unidades de atendimento do SUS, desenvolvendo seuconhecimento sobre a realidade da sade da populao brasileira;

    V - fortalecer a poltica de educao permanente com a integrao ensino-servio, por meio da atuao dasinstituies de educao superior na superviso acadmica das atividades desempenhadas pelos mdicos;

    VI - promover a troca de conhecimentos e experincias entre profissionais da sade brasileiros e mdicosformados em instituies estrangeiras;

    VII - aperfeioar mdicos para atuao nas polticas pblicas de sade do Pas e na organizao e nofuncionamento do SUS; e

    VIII - estimular a realizao de pesquisas aplicadas ao SUS.

    Art. 2o Para a consecuo dos objetivos do Programa Mais Mdicos, sero adotadas, entre outras, as seguintesaes:

    I - reordenao da oferta de cursos de Medicina e de vagas para residncia mdica, priorizando regies desade com menor relao de vagas e mdicos por habitante e com estrutura de servios de sade em condies deofertar campo de prtica suficiente e de qualidade para os alunos;

    II - estabelecimento de novos parmetros para a formao mdica no Pas; e

    III - promoo, nas regies prioritrias do SUS, de aperfeioamento de mdicos na rea de ateno bsica emsade, mediante integrao ensino-servio, inclusive por meio de intercmbio internacional.

    CAPTULO II

    DA AUTORIZAO PARA O FUNCIONAMENTO DE CURSOS DE MEDICINA

    Art. 3 A autorizao para o funcionamento de curso de graduao em Medicina, por instituio de educaosuperior privada, ser precedida de chamamento pblico, e caber ao Ministro de Estado da Educao dispor sobre:

    I - pr-seleo dos Municpios para a autorizao de funcionamento de cursos de Medicina, ouvido o Ministrioda Sade;

    II - procedimentos para a celebrao do termo de adeso ao chamamento pblico pelos gestores locais do

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  • SUS;

    III - critrios para a autorizao de funcionamento de instituio de educao superior privada especializada emcursos na rea de sade;

    IV - critrios do edital de seleo de propostas para obteno de autorizao de funcionamento de curso deMedicina; e

    V - periodicidade e metodologia dos procedimentos avaliatrios necessrios ao acompanhamento emonitoramento da execuo da proposta vencedora do chamamento pblico.

    1 Na pr-seleo dos Municpios de que trata o inciso I do caput deste artigo, devero ser consideradas, nombito da regio de sade:

    I - a relevncia e a necessidade social da oferta de curso de Medicina; e

    II - a existncia, nas redes de ateno sade do SUS, de equipamentos pblicos adequados e suficientespara a oferta do curso de Medicina, incluindo, no mnimo, os seguintes servios, aes e programas:

    a) ateno bsica;

    b) urgncia e emergncia;

    c) ateno psicossocial;

    d) ateno ambulatorial especializada e hospitalar; e

    e) vigilncia em sade.

    2 Por meio do termo de adeso de que trata o inciso II do caput deste artigo, o gestor local do SUScompromete-se a oferecer instituio de educao superior vencedora do chamamento pblico, mediantecontrapartida a ser disciplinada por ato do Ministro de Estado da Educao, a estrutura de servios, aes eprogramas de sade necessrios para a implantao e para o funcionamento do curso de graduao em Medicina.

    3 O edital previsto no inciso IV do caput deste artigo observar, no que couber, a legislao sobre licitaese contratos administrativos e exigir garantia de proposta do participante e multa por inexecuo total ou parcial docontrato, conforme previsto, respectivamente, no art. 56 e no inciso II do caput do art. 87 da Lei n 8.666, de 21 dejunho de 1993.

    4 O disposto neste artigo no se aplica aos pedidos de autorizao para funcionamento de curso deMedicina protocolados no Ministrio da Educao at a data de publicao desta Lei.

    5 O Ministrio da Educao, sem prejuzo do atendimento aos requisitos previstos no inciso II do 1 desteartigo, dispor sobre o processo de autorizao de cursos de Medicina em unidades hospitalares que:

    I - possuam certificao como hospitais de ensino;

    II - possuam residncia mdica em no mnimo 10 (dez) especialidades; ou

    III - mantenham processo permanente de avaliao e certificao da qualidade de seus servios.

    6 O Ministrio da Educao, conforme regulamentao prpria, poder aplicar o procedimento dechamamento pblico de que trata este artigo aos outros cursos de graduao na rea de sade.

    7 A autorizao e a renovao de autorizao para funcionamento de cursos de graduao em Medicinadevero considerar, sem prejuzo de outras exigncias estabelecidas no Sistema Nacional de Avaliao da EducaoSuperior (Sinaes):

    I - os seguintes critrios de qualidade:

    a) exigncia de infraestrutura adequada, incluindo bibliotecas, laboratrios, ambulatrios, salas de aula dotadasde recursos didtico-pedaggicos e tcnicos especializados, equipamentos especiais e de informtica e outrasinstalaes indispensveis formao dos estudantes de Medicina;

    b) acesso a servios de sade, clnicas ou hospitais com as especialidades bsicas indispensveis formaodos alunos;

    c) possuir metas para corpo docente em regime de tempo integral e para corpo docente com titulao

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  • acadmica de mestrado ou doutorado;

    d) possuir corpo docente e tcnico com capacidade para desenvolver pesquisa de boa qualidade, nas reascurriculares em questo, aferida por publicaes cientficas;

    II - a necessidade social do curso para a cidade e para a regio em que se localiza, demonstrada porindicadores demogrficos, sociais, econmicos e concernentes oferta de servios de sade, incluindo dadosrelativos :

    a) relao nmero de habitantes por nmero de profissionais no Municpio em que ministrado o curso e nosMunicpios de seu entorno;

    b) descrio da rede de cursos anlogos de nvel superior, pblicos e privados, de servios de sade,ambulatoriais e hospitalares e de programas de residncia em funcionamento na regio;

    c) insero do curso em programa de extenso que atenda a populao carente da cidade e da regio em quea instituio se localiza.

    CAPTULO III

    DA FORMAO MDICA NO BRASIL

    Art. 4 O funcionamento dos cursos de Medicina sujeito efetiva implantao das diretrizes curricularesnacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educao (CNE).

    1 Ao menos 30% (trinta por cento) da carga horria do internato mdico na graduao sero desenvolvidosna Ateno Bsica e em Servio de Urgncia e Emergncia do SUS, respeitando-se o tempo mnimo de 2 (dois) anosde internato, a ser disciplinado nas diretrizes curriculares nacionais.

    2 As atividades de internato na Ateno Bsica e em Servio de Urgncia e Emergncia do SUS e asatividades de Residncia Mdica sero realizadas sob acompanhamento acadmico e tcnico, observado o art. 27desta Lei.

    3 O cumprimento do disposto no caput e nos 1 e 2 deste artigo constitui ponto de auditoria nosprocessos avaliativos do Sinaes.

    Art. 5 Os Programas de Residncia Mdica de que trata a Lei n 6.932, de 7 de julho de 1981, ofertaroanualmente vagas equivalentes ao nmero de egressos dos cursos de graduao em Medicina do ano anterior.

    Pargrafo nico. A regra de que trata o caput meta a ser implantada progressivamente at 31 de dezembrode 2018.

    Art. 6 Para fins de cumprimento da meta de que trata o art. 5, ser considerada a oferta de vagas deProgramas de Residncia Mdica nas seguintes modalidades:

    I - Programas de Residncia em Medicina Geral de Famlia e Comunidade; e

    II - Programas de Residncia Mdica de acesso direto, nas seguintes especialidades:

    a) Gentica Mdica;

    b) Medicina do Trfego;

    c) Medicina do Trabalho;

    d) Medicina Esportiva;

    e) Medicina Fsica e Reabilitao;

    f) Medicina Legal;

    g) Medicina Nuclear;

    h) Patologia; e

    i) Radioterapia.

    Art. 7 O Programa de Residncia em Medicina Geral de Famlia e Comunidade ter durao mnima de 2(dois) anos.

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  • 1 O primeiro ano do Programa de Residncia em Medicina Geral de Famlia e Comunidade ser obrigatriopara o ingresso nos seguintes Programas de Residncia Mdica:

    I - Medicina Interna (Clnica Mdica);

    II - Pediatria;

    III - Ginecologia e Obstetrcia;

    IV - Cirurgia Geral;

    V - Psiquiatria;

    VI - Medicina Preventiva e Social.

    2 Ser necessria a realizao de 1 (um) a 2 (dois) anos do Programa de Residncia em Medicina Geral deFamlia e Comunidade para os demais Programas de Residncia Mdica, conforme disciplinado pela ComissoNacional de Residncia Mdica (CNRM), excetuando-se os Programas de Residncia Mdica de acesso direto.

    3 O pr-requisito de que trata este artigo apenas ser exigido quando for alcanada a meta prevista nopargrafo nico do art. 5, na forma do regulamento.

    4 Os Programas de Residncia Mdica estabelecero processos de transio para implementao,integrao e consolidao das mudanas curriculares, com o objetivo de viabilizar a carga horria e os contedosoferecidos no currculo novo e permitir o fluxo na formao de especialistas, evitando atrasos curriculares, repetiesdesnecessrias e disperso de recursos.

    5 O processo de transio previsto no 4 dever ser registrado por meio de avaliao do currculo novo,envolvendo discentes de diversas turmas e docentes.

    6 Os Programas de Residncia em Medicina Geral de Famlia e Comunidade devero contemplarespecificidades do SUS, como as atuaes na rea de Urgncia e Emergncia, Ateno Domiciliar, Sade Mental,Educao Popular em Sade, Sade Coletiva e Clnica Geral Integral em todos os ciclos de vida.

    7 O Ministrio da Sade coordenar as atividades da Residncia em Medicina Geral de Famlia eComunidade no mbito da rede sade-escola.

    Art. 8 As bolsas de Residncia em Medicina Geral de Famlia e Comunidade podero recebercomplementao financeira a ser estabelecida e custeada pelos Ministrios da Sade e da Educao.

    Art. 9 instituda a avaliao especfica para curso de graduao em Medicina, a cada 2 (dois) anos, cominstrumentos e mtodos que avaliem conhecimentos, habilidades e atitudes, a ser implementada no prazo de 2 (dois)anos, conforme ato do Ministro de Estado da Educao.

    1 instituda avaliao especfica anual para os Programas de Residncia Mdica, a ser implementada noprazo de 2 (dois) anos, pela CNRM.

    2 As avaliaes de que trata este artigo sero implementadas pelo Instituto Nacional de Estudos ePesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep), no mbito do sistema federal de ensino.

    Art. 10. Os cursos de graduao em Medicina promovero a adequao da matriz curricular para atendimentoao disposto nesta Lei, nos prazos e na forma definidos em resoluo do CNE, aprovada pelo Ministro de Estado daEducao.

    Pargrafo nico. O CNE ter o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de publicao desta Lei,para submeter a resoluo de que trata o caput ao Ministro de Estado da Educao.

    Art. 11. A regulamentao das mudanas curriculares dos diversos programas de residncia mdica serrealizada por meio de ato do Ministrio da Educao, ouvidos a CNRM e o Ministrio da Sade.

    Seo nica

    Do Contrato Organizativo da Ao Pblica Ensino-Sade

    Art. 12. As instituies de educao superior responsveis pela oferta dos cursos de Medicina e dosProgramas de Residncia Mdica podero firmar Contrato Organizativo da Ao Pblica Ensino-Sade com osSecretrios Municipais e Estaduais de Sade, na qualidade de gestores, com a finalidade de viabilizar a reordenaoda oferta de cursos de Medicina e de vagas de Residncia Mdica e a estrutura de servios de sade em condies

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  • de ofertar campo de prtica suficiente e de qualidade, alm de permitir a integrao ensino-servio na rea daAteno Bsica.

    1 O Contrato Organizativo poder estabelecer:

    I - garantia de acesso a todos os estabelecimentos assistenciais sob a responsabilidade do gestor da rea desade como cenrio de prticas para a formao no mbito da graduao e da residncia mdica; e

    II - outras obrigaes mtuas entre as partes relacionadas ao funcionamento da integrao ensino-servio,cujos termos sero levados deliberao das Comisses Intergestores Regionais, Comisses Intergestores Bipartitee Comisso Intergestores Tripartite, ouvidas as Comisses de Integrao Ensino-Servio.

    2 No mbito do Contrato Organizativo, cabero s autoridades mencionadas no caput, em acordo com ainstituio de educao superior e os Programas de Residncia Mdica, designar mdicos preceptores da rede deservios de sade e regulamentar a sua relao com a instituio responsvel pelo curso de Medicina ou peloPrograma de Residncia Mdica.

    3 Os Ministrios da Educao e da Sade coordenaro as aes necessrias para assegurar a pactuaode Contratos Organizativos da Ao Pblica Ensino-Sade.

    CAPTULO IV

    DO PROJETO MAIS MDICOS PARA O BRASIL

    Art. 13. institudo, no mbito do Programa Mais Mdicos, o Projeto Mais Mdicos para o Brasil, que seroferecido:

    I - aos mdicos formados em instituies de educao superior brasileiras ou com diploma revalidado no Pas;e

    II - aos mdicos formados em instituies de educao superior estrangeiras, por meio de intercmbio mdicointernacional.

    1 A seleo e a ocupao das vagas ofertadas no mbito do Projeto Mais Mdicos para o Brasil observaroa seguinte ordem de prioridade:

    I - mdicos formados em instituies de educao superior brasileiras ou com diploma revalidado no Pas,inclusive os aposentados;

    II - mdicos brasileiros formados em instituies estrangeiras com habilitao para exerccio da Medicina noexterior; e

    III - mdicos estrangeiros com habilitao para exerccio da Medicina no exterior.

    2 Para fins do Projeto Mais Mdicos para o Brasil, considera-se:

    I - mdico participante: mdico intercambista ou mdico formado em instituio de educao superior brasileiraou com diploma revalidado; e

    II - mdico intercambista: mdico formado em instituio de educao superior estrangeira com habilitao paraexerccio da Medicina no exterior.

    3 A coordenao do Projeto Mais Mdicos para o Brasil ficar a cargo dos Ministrios da Educao e daSade, que disciplinaro, por meio de ato conjunto dos Ministros de Estado da Educao e da Sade, a forma departicipao das instituies pblicas de educao superior e as regras de funcionamento do Projeto, incluindo acarga horria, as hipteses de afastamento e os recessos.

    Art. 14. O aperfeioamento dos mdicos participantes ocorrer mediante oferta de curso de especializao porinstituio pblica de educao superior e envolver atividades de ensino, pesquisa e extenso que terocomponente assistencial mediante integrao ensino-servio.

    1 O aperfeioamento de que trata o caput ter prazo de at 3 (trs) anos, prorrogvel por igual perodo casoofertadas outras modalidades de formao, conforme definido em ato conjunto dos Ministros de Estado da Educaoe da Sade.

    2 A aprovao do mdico participante no curso de especializao ser condicionada ao cumprimento detodos os requisitos do Projeto Mais Mdicos para o Brasil e sua aprovao nas avaliaes peridicas.

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  • 3 O primeiro mdulo, designado acolhimento, ter durao de 4 (quatro) semanas, ser executado namodalidade presencial, com carga horria mnima de 160 (cento e sessenta) horas, e contemplar contedorelacionado legislao referente ao sistema de sade brasileiro, ao funcionamento e s atribuies do SUS,notadamente da Ateno Bsica em sade, aos protocolos clnicos de atendimentos definidos pelo Ministrio daSade, lngua portuguesa e ao cdigo de tica mdica.

    4 As avaliaes sero peridicas, realizadas ao final de cada mdulo, e compreendero o contedoespecfico do respectivo mdulo, visando a identificar se o mdico participante est apto ou no a continuar noProjeto.

    5 A coordenao do Projeto Mais Mdicos para o Brasil, responsvel pelas avaliaes de que tratam os 1 a 4, disciplinar, acompanhar e fiscalizar a programao em mdulos do aperfeioamento dos mdicosparticipantes, a adoo de mtodos transparentes para designao dos avaliadores e os resultados e ndices deaprovao e reprovao da avaliao, zelando pelo equilbrio cientfico, pedaggico e profissional.

    Art. 15. Integram o Projeto Mais Mdicos para o Brasil:

    I - o mdico participante, que ser submetido ao aperfeioamento profissional supervisionado;

    II - o supervisor, profissional mdico responsvel pela superviso profissional contnua e permanente domdico; e

    III - o tutor acadmico, docente mdico que ser responsvel pela orientao acadmica.

    1 So condies para a participao do mdico intercambista no Projeto Mais Mdicos para o Brasil,conforme disciplinado em ato conjunto dos Ministros de Estado da Educao e da Sade:

    I - apresentar diploma expedido por instituio de educao superior estrangeira;

    II - apresentar habilitao para o exerccio da Medicina no pas de sua formao; e

    III - possuir conhecimento em lngua portuguesa, regras de organizao do SUS e protocolos e diretrizesclnicas no mbito da Ateno Bsica.

    2 Os documentos previstos nos incisos I e II do 1 sujeitam-se legalizao consular gratuita, dispensadaa traduo juramentada, nos termos de ato conjunto dos Ministros de Estado da Educao e da Sade.

    3 A atuao e a responsabilidade do mdico supervisor e do tutor acadmico, para todos os efeitos dedireito, so limitadas, respectiva e exclusivamente, atividade de superviso mdica e tutoria acadmica.

    Art. 16. O mdico intercambista exercer a Medicina exclusivamente no mbito das atividades de ensino,pesquisa e extenso do Projeto Mais Mdicos para o Brasil, dispensada, para tal fim, nos 3 (trs) primeiros anos departicipao, a revalidao de seu diploma nos termos do 2 do art. 48 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de1996. (Vide Decreto n 8.126, de 2013)

    1 (VETADO).

    2 A participao do mdico intercambista no Projeto Mais Mdicos para o Brasil, atestada pela coordenaodo Projeto, condio necessria e suficiente para o exerccio da Medicina no mbito do Projeto Mais Mdicos parao Brasil, no sendo aplicvel o art. 17 da Lei n 3.268, de 30 de setembro de 1957.

    3 O Ministrio da Sade emitir nmero de registro nico para cada mdico intercambista participante doProjeto Mais Mdicos para o Brasil e a respectiva carteira de identificao, que o habilitar para o exerccio daMedicina nos termos do 2.

    4 A coordenao do Projeto comunicar ao Conselho Regional de Medicina (CRM) que jurisdicionar na reade atuao a relao de mdicos intercambistas participantes do Projeto Mais Mdicos para o Brasil e os respectivosnmeros de registro nico.

    5 O mdico intercambista estar sujeito fiscalizao pelo CRM.

    Art. 17. As atividades desempenhadas no mbito do Projeto Mais Mdicos para o Brasil no criam vnculoempregatcio de qualquer natureza.

    Art. 18. O mdico intercambista estrangeiro inscrito no Projeto Mais Mdicos para o Brasil far jus ao vistotemporrio de aperfeioamento mdico pelo prazo de 3 (trs) anos, prorrogvel por igual perodo em razo dodisposto no 1 do art. 14, mediante declarao da coordenao do Projeto.

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  • 1 O Ministrio das Relaes Exteriores poder conceder o visto temporrio de que trata o caput aosdependentes legais do mdico intercambista estrangeiro, incluindo companheiro ou companheira, pelo prazo devalidade do visto do titular.

    2 Os dependentes legais do mdico intercambista estrangeiro podero exercer atividades remuneradas, comemisso de Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS) pelo Ministrio do Trabalho e Emprego.

    3 vedada a transformao do visto temporrio previsto neste artigo em permanente.

    4 Aplicam-se os arts. 30, 31 e 33 da Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980, ao disposto neste artigo.

    Art. 19. Os mdicos integrantes do Projeto Mais Mdicos para o Brasil podero perceber bolsas nas seguintesmodalidades:

    I - bolsa-formao;

    II - bolsa-superviso; e

    III - bolsa-tutoria.

    1 Alm do disposto no caput, a Unio conceder ajuda de custo destinada a compensar as despesas deinstalao do mdico participante, que no poder exceder a importncia correspondente ao valor de 3 (trs) bolsas-formao.

    2 a Unio autorizada a custear despesas com deslocamento dos mdicos participantes e seusdependentes legais, conforme dispuser ato conjunto dos Ministros de Estado do Planejamento, Oramento e Gestoe da Sade.

    3 Os valores das bolsas e da ajuda de custo a serem concedidas e suas condies de pagamento serodefinidos em ato conjunto dos Ministros de Estado da Educao e da Sade.

    Art. 20. O mdico participante enquadra-se como segurado obrigatrio do Regime Geral de Previdncia Social(RGPS), na condio de contribuinte individual, na forma da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991.

    Pargrafo nico. So ressalvados da obrigatoriedade de que trata o caput os mdicos intercambistas:

    I - selecionados por meio de instrumentos de cooperao com organismos internacionais que prevejamcobertura securitria especfica; ou

    II - filiados a regime de seguridade social em seu pas de origem, o qual mantenha acordo internacional deseguridade social com a Repblica Federativa do Brasil.

    Art. 21. Podero ser aplicadas as seguintes penalidades aos mdicos participantes do Projeto Mais Mdicospara o Brasil que descumprirem o disposto nesta Lei e nas normas complementares:

    I - advertncia;

    II - suspenso; e

    III - desligamento das aes de aperfeioamento.

    1 Na hiptese do inciso III do caput, poder ser exigida a restituio dos valores recebidos a ttulo de bolsa,ajuda de custo e aquisio de passagens, acrescidos de atualizao monetria, conforme definido em ato conjuntodos Ministros de Estado da Educao e da Sade.

    2 Na aplicao das penalidades previstas neste artigo, sero consideradas a natureza e a gravidade dainfrao cometida, assegurados o contraditrio e a ampla defesa.

    3 No caso de mdico intercambista, o desligamento do Programa implicar o cancelamento do registro nicono Ministrio da Sade e do registro de estrangeiro.

    4 Para fins do disposto no 3, a coordenao do Projeto Mais Mdicos para o Brasil comunicar odesligamento do mdico participante ao CRM e ao Ministrio da Justia.

    Art. 22. As demais aes de aperfeioamento na rea de Ateno Bsica em sade em regies prioritriaspara o SUS, voltadas especificamente para os mdicos formados em instituies de educao superior brasileiras oucom diploma revalidado, sero desenvolvidas por meio de projetos e programas dos Ministrios da Sade e daEducao.

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  • 1 As aes de aperfeioamento de que trata o caput sero realizadas por meio de instrumentos de incentivoe mecanismos de integrao ensino-servio.

    2 O candidato que tiver participado das aes previstas no caput deste artigo e tiver cumprido integralmenteaquelas aes, desde que realizado o programa em 1 (um) ano, receber pontuao adicional de 10% (dez porcento) na nota de todas as fases ou da fase nica do processo de seleo pblica dos Programas de ResidnciaMdica a que se refere o art. 2 da Lei no 6.932, de 1981.

    3 A pontuao adicional de que trata o 2 no poder elevar a nota final do candidato para alm da notamxima prevista no edital do processo seletivo referido no 2 deste artigo.

    4 O disposto nos 2 e 3 ter validade at a implantao do disposto no pargrafo nico do art. 5 destaLei.

    5 Aplica-se o disposto nos arts. 17, 19, 20 e 21 aos projetos e programas de que trata o caput.

    CAPTULO V

    DISPOSIES FINAIS

    Art. 23. Para execuo das aes previstas nesta Lei, os Ministrios da Educao e da Sade podero firmaracordos e outros instrumentos de cooperao com organismos internacionais, instituies de educao superiornacionais e estrangeiras, rgos e entidades da administrao pblica direta e indireta da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios, consrcios pblicos e entidades privadas, inclusive com transferncia de recursos.

    Art. 24. So transformadas, no mbito do Poder Executivo, sem aumento de despesa, 117 (cento e dezessete)Funes Comissionadas Tcnicas (FCTs), criadas pelo art. 58 da Medida Provisria no 2.229-43, de 6 de setembrode 2001, do nvel FCT-13, em 10 (dez) cargos em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores (DAS),sendo 2 (dois) DAS-5 e 8 (oito) DAS-4.

    Art. 25. So os Ministrios da Sade e da Educao autorizados a contratar, mediante dispensa de licitao,instituio financeira oficial federal para realizar atividades relacionadas aos pagamentos das bolsas de que trata estaLei.

    Art. 26. So a Empresa Brasileira de Servios Hospitalares (EBSERH) e o Hospital de Clnicas de Porto Alegre(HCPA) autorizados a conceder bolsas para aes de sade, a ressarcir despesas, a adotar outros mecanismos deincentivo a suas atividades institucionais e a promover as aes necessrias ao desenvolvimento do Programa MaisMdicos, observada a Lei n 12.550, de 15 de dezembro de 2011.

    Art. 27. Ser concedida bolsa para atividades de preceptoria nas aes de formao em servio nos cursos degraduao e residncia mdica ofertados pelas instituies federais de educao superior ou pelo Ministrio daSade.

    1 Integram as diretrizes gerais para o processo de avaliao de desempenho para fins de progresso e depromoo de que trata o 4 do art. 12 da Lei n 12.772, de 28 de dezembro de 2012, a serem estabelecidas em atodo Ministrio da Educao, o exerccio profissional no SUS, na rea de docncia do professor, a preceptoria de quetrata esta Lei e o exerccio de atividade nos programas definidos como prioritrios pelo Ministrio da Sade.

    2 Com vistas a assegurar a universalizao dos programas de residncia mdica prevista no art. 5 destaLei, podero ser adotadas medidas que ampliem a formao de preceptores de residncia mdica.

    Art. 28. Os mdicos participantes e seus dependentes legais so isentos do pagamento das taxas e dosemolumentos previstos nos arts. 20, 33 e 131 da Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980, e no Decreto-Lei n 2.236,de 23 de janeiro de 1985.

    Art. 29. Para os efeitos do art. 26 da Lei n 9.250, de 26 de dezembro de 1995, os valores percebidos a ttulode bolsa previstos nesta Lei e na Lei n 11.129, de 30 de junho de 2005, no caracterizam contraprestao deservios.

    Art. 30. O quantitativo dos integrantes dos projetos e programas de aperfeioamento de que trata esta Leiobservar os limites dos recursos oramentrios disponveis.

    1 O quantitativo de mdicos estrangeiros no Projeto Mais Mdicos para o Brasil no poder exceder opatamar mximo de 10% (dez por cento) do nmero de mdicos brasileiros com inscrio definitiva nos CRMs.

    2 O SUS ter o prazo de 5 (cinco) anos para dotar as unidades bsicas de sade com qualidade deequipamentos e infraestrutura, a serem definidas nos planos plurianuais.

    L12871 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm

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  • 3 As despesas decorrentes da execuo dos projetos e programas previstos nesta Lei correro conta dedotaes oramentrias destinadas aos Ministrios da Educao, da Defesa e da Sade, consignadas no oramentogeral da Unio.

    Art. 31. Os Ministros de Estado da Educao e da Sade podero editar normas complementares para ocumprimento do disposto nesta Lei.

    Art. 32. A Advocacia-Geral da Unio atuar, nos termos do art. 22 da Lei n 9.028, de 12 de abril de 1995, narepresentao judicial e extrajudicial dos profissionais designados para a funo de supervisor mdico e de tutoracadmico prevista nos incisos II e III do art. 15.

    Art. 33. A Lei no 8.745, de 9 de dezembro de 1993, passa a vigorar com as seguintes alteraes:

    Art. 2o ...................................................................

    ..............................................................................................

    XI - admisso de professor para suprir demandas excepcionais decorrentes de programase projetos de aperfeioamento de mdicos na rea de Ateno Bsica em sade emregies prioritrias para o Sistema nico de Sade (SUS), mediante integrao ensino-servio, respeitados os limites e as condies fixados em ato conjunto dos Ministros deEstado do Planejamento, Oramento e Gesto, da Sade e da Educao.

    ................................................................................ (NR)

    Art. 4o ....................................................

    ..............................................................................................

    IV - 3 (trs) anos, nos casos das alneas h e l do inciso VI e dos incisos VII, VIII e XI do

    caput do art. 2o desta Lei;

    ,,,...........................................................................................

    Pargrafo nico. ............................................................

    .............................................................................................

    V - no caso dos incisos VII e XI do caput do art. 2o, desde que o prazo total no exceda 6(seis) anos; e

    ................................................................................. (NR)

    Art. 34. O art. 1o da Lei no 6.932, de 7 de julho de 1981, passa a vigorar acrescido dos seguintes 3o, 4o e 5o:

    Art. 1o .........................................................................

    ..............................................................................................

    3o A Residncia Mdica constitui modalidade de certificao das especialidadesmdicas no Brasil.

    4o As certificaes de especialidades mdicas concedidas pelos Programas deResidncia Mdica ou pelas associaes mdicas submetem-se s necessidades doSistema nico de Sade (SUS).

    5o As instituies de que tratam os 1o a 4o deste artigo devero encaminhar,anualmente, o nmero de mdicos certificados como especialistas, com vistas apossibilitar o Ministrio da Sade a formar o Cadastro Nacional de Especialistas eparametrizar as aes de sade pblica. (NR)

    Art. 35. As entidades ou as associaes mdicas que at a data de publicao desta Lei ofertam cursos deespecializao no caracterizados como Residncia Mdica encaminharo as relaes de registros de ttulos deespecialistas para o Ministrio da Sade, para os fins previstos no 5 do art. 1 da Lei n 6.932, de 1981.

    Art. 36. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    L12871 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm

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  • Braslia, 22 de outubro de 2013; 192o da Independncia e 125o da Repblica.

    DILMA ROUSSEFFAloizio MercadanteAlexandre Rocha Santos PadilhaMiriam BelchiorLus Incio Lucena Adams

    Este texto no substitui o publicado no DOU de 23.10.2013

    L12871 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm

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