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GOVERNO MUNICIPAL SÃO LOURENÇO DO OESTE GABINETE DO PREFEITO RUA DUQUE DE CAXIAS, 789 – CENTRO – Fone/Fax - (49) 3344-8500 89.990-000 – SÃO LOURENÇO DO OESTE – SANTA CATARINA CNPJ – 83.021.873/0001-08 – www.saolourenco.sc.gov.br Alterações: Lei nº 2.040, de 03/10/2012 - DOM/SC: 04/10/2012. LEI Nº 1.764, DE 27 DE AGOSTO DE 2008. Aprova o Plano Municipal de Educação e dá outras providências. O PREFEITO MUNICIPAL DE SÃO LOURENÇO DO OESTE, Estado de Santa Catarina, no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica do Município, Faço saber a todos os habitantes do Município, que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Educação constante do Anexo Único desta Lei, com duração de dez anos. Art. 2º A partir da vigência desta Lei, as Escolas e Instituições de Ensino Municipais deverão, com base nos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Educação, elaborar ou adequar seus Planos decenais correspondentes e/ou seus Projetos Político-Pedagógicos e Regimentos Escolares. Art. 3º A Secretaria Municipal de Educação, em articulação com os Poderes Executivo e Legislativo Municipais e com a sociedade civil procederão a avaliação periódica, de dois em dois anos, da implementação do Plano Municipal de Educação. § 1º O Poder Executivo, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação e da Comunidade Escolar, acompanhará a execução do Plano Municipal de Educação. § 2º Após as avaliações, cabe à Câmara Municipal de Vereadores aprovar as medidas legais decorrentes. Art. 4º O Município instituirá um Sistema Municipal de Avaliação e estabelecerá os instrumentos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Plano Municipal de Educação. Art. 5º Os planos plurianuais do Município serão elaborados de modo a dar suporte às metas constantes dos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Educação, respeitadas suas respectivas vigências. Art. 6º O Município de São Lourenço do Oeste ficará responsável pelo financiamento da educação pública da rede municipal de ensino, conforme as metas constantes deste Plano.

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GOVERNO MUNICIPAL SÃO LOURENÇO DO OESTE GABINETE DO PREFEITO

RUA DUQUE DE CAXIAS, 789 – CENTRO – Fone/Fax - (49) 3344-8500 89.990-000 – SÃO LOURENÇO DO OESTE – SANTA CATARINA

CNPJ – 83.021.873/0001-08 – www.saolourenco.sc.gov.br

Alterações: Lei nº 2.040, de 03/10/2012 - DOM/SC: 04/10/2012.

LEI Nº 1.764, DE 27 DE AGOSTO DE 2008.

Aprova o Plano Municipal de Educação e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE SÃO LOURENÇO DO OESTE , Estado de Santa Catarina, no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica do Município,

Faço saber a todos os habitantes do Município, que a Câmara Municipal

aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Educação constante do Anexo

Único desta Lei, com duração de dez anos.

Art. 2º A partir da vigência desta Lei, as Escolas e Instituições de Ensino Municipais deverão, com base nos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Educação, elaborar ou adequar seus Planos decenais correspondentes e/ou seus Projetos Político-Pedagógicos e Regimentos Escolares.

Art. 3º A Secretaria Municipal de Educação, em articulação com os Poderes Executivo e Legislativo Municipais e com a sociedade civil procederão a avaliação periódica, de dois em dois anos, da implementação do Plano Municipal de Educação.

§ 1º O Poder Executivo, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação e da Comunidade Escolar, acompanhará a execução do Plano Municipal de Educação.

§ 2º Após as avaliações, cabe à Câmara Municipal de Vereadores aprovar as medidas legais decorrentes.

Art. 4º O Município instituirá um Sistema Municipal de Avaliação e estabelecerá os instrumentos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Plano Municipal de Educação.

Art. 5º Os planos plurianuais do Município serão elaborados de modo a dar suporte às metas constantes dos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Educação, respeitadas suas respectivas vigências.

Art. 6º O Município de São Lourenço do Oeste ficará responsável pelo financiamento da educação pública da rede municipal de ensino, conforme as metas constantes deste Plano.

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Art. 7º Os Poderes Executivo e Legislativo de São Lourenço do Oeste empenhar-se-ão na divulgação deste Plano e na progressiva realização de seus objetivos e metas, para que a sociedade o conheça amplamente e acompanhe sua implementação.

Art. 8º As despesas decorrentes da execução da presente Lei correrão à conta de dotações consignadas no orçamento municipal de cada exercício.

Art. 9º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

São Lourenço do Oeste, SC, 27 de agosto de 2008.

NIVALDO LUIZ LAZARON Prefeito Municipal em Exercício

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ANEXO ÚNICO (Lei nº 1.764/2008)

Plano Municipal de Educação - 2008-2018

TOMÉ FRANCISCO ETGES Prefeito Municipal NIVALDO LUIZ LAZARON Vice-Prefeito LORECI CATARINA SMANIOTTO DE OLIVEIRA Secretária Municipal de Educação COORDENAÇÃO GERAL Loreci Catarina Smaniotto de Oliveira

Loiva Bernardete Maehler Barbosa

Vanessa Regina Sartor Galeazzi

Solange Bauer da Rosa Cenci

Cleonice Lazzarotto

Nelson da Costa

José Luiz Peres

COORDENAÇÃO POR MODALIDADE DE ENSINO Educação Infantil Coordenadora: Beatriz Valandro da Silva Secretária: Etenir de Cássia Suppi Goulart Membros:

Ilva Anália Consoli

Rosemary Terezinha Sartor Leindecker

Teresa Maria Girotto Miotto

Ensino Fundamental Coordenadora:

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Nereide Maria Curioletti Secretária: Leandra Wesolovski Costa Membros:

Debora Canever Bortoloti

Marli Aparecida BagioParisoto

Sirlei Tomazi Catani

Ensino Médio Coordenador: Sergio Ferronatto Secretária: Zenaide Dal Prá Peron Membros:

Narcísio Furlan

Neldi Kleinpaol

Nelí Bastezini Kronbauer

Solange Franzosi

Ensino Superior Coordenadora: Joana D’Arc Sutilli Secretária: Roseli Coelho dos Santos Membros:

Heliana Lia Tissiani Gobbato

Hivania Asolini de Almeida Tavella

Ilva Marlene Berger

Sabrina Rigon

Wilian Rodrigo Galeazzi

Educação de Jovens e Adultos Coordenadora: Gentilia Geltrudes Casagrande

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Secretária: Maria Marilene Consoli Membros:

Analice Pelisson Zembrani

Celso Baesso

Claudete Dal Bello Sutili

Eliane Regina Maehler

Mario Luiz Balena

Maristela Ines Battisti Bianchet

Educação Especial Coordenadora: Luciana Artuso Secretária: Josiane Cristina Kerber Kochake Membros:

Cristiane Aparecida Centenaro

Rosângela Lessa

Zeni Francisca Canabarro

Educação do Campo Coordenadora: Denize Maria Comunello Ranzan Secretária: Elisangela Vieira

Membros:

Marines Aparecida Bagio Moresco

Rocheler Carla Dalazen dos Santos

Vilson Jair Fusiger Formação de Professores Coordenadora: Gilda Valandro

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Secretária:

Zilda Salete Michelon Savi

Membros:

Cleusa Maria Deon

Lucia Iliane da Costa

Raquel Cristina Klein Schroll Schiavini

Vera Balen

Gestão e Financiamento Coordenador:

Wilmar Conte Secretária: Kéli Cristiane Dallagnol Membros:

Elisabeth de Oliveira D’Ávila

Francieli Tomazeli Oliveira Goldoni

Jussara Azevedo Echer

Maria Lourdes Pogere Detoni

Maria Neusa Pieta Peruzzo Tecnologias Educacionais Coordenadora: Marivoni Pozzer Secretária:

Leonice Mezomo Gotardo Membros:

Eunice Maria Ludwig Verona

José Luiz Pandini ASSESSORIA REGAR – Associação Rede de Educação, Gênero, Agroecologia, Trabalho, Geração de Renda e Cidadania

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APRESENTAÇÃO

UUMMAA CCAAMMIINNHHAADDAA CCOOLLEETTIIVVAA NNAA DDIIRREEÇÇÃÃOO DDEE UUMMAA EEDDUUCCAAÇÇÃÃOO DDEE QQUUAALLIIDDAADDEE

A elaboração do Plano Municipal de Educação constituiu-se como um

momento de planejamento conjunto do Governo Municipal com as Comunidades

Escolares, com base científica e com a utilização de recursos previsíveis, tendo como

intuito responder às necessidades sociais.

A elaboração deste Plano Municipal de Educação (PME) observou o princípio

constitucional de “gestão democrática do ensino público” (Constituição Federal. art.

206, inciso VI), gestão democrática de ensino e da educação, proporcionando a

garantia de princípios como a transparência e impessoalidade, autonomia e

participação, liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência. Nessa

direção, o PME está em consonância com o espírito e as normas definidas no Plano

Nacional de Educação estabelecidas na Lei nº 10.172 de 09 de janeiro de 2001, tendo

como foco central a responsabilidade constitucional do poder público para com a

educação e, por conseguinte, com o ensino público.

O Plano Municipal de Educação está construído sobre três eixos:

a) a educação como direito da pessoa;

b) a educação como fator de desenvolvimento econômico e social;

c) a educação como fator de inclusão social.

Segundo o PME, os objetivos gerais da educação nos próximos dez anos

são:

-a elevação geral do nível de escolaridade da população,

-a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis,

-a redução das desigualdades sociais, no tocante ao acesso e permanência

na educação pública;

- a democratização da gestão do ensino público.

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O Plano define os objetivos e as grandes prioridades municipais para a

educação, faz diagnósticos de todos os níveis e modalidades de ensino, da formação

de professores, do financiamento e da gestão da educação, define as diretrizes e

metas para cada nível e modalidade de ensino, para a formação dos professores, a

valorização do magistério e a gestão do ensino. Inclui, também, um capítulo sobre o

acompanhamento e avaliação do Plano Municipal de Educação. Determina,

igualmente, que ele seja amplamente divulgado, para conhecimento de toda a

sociedade, de sorte que esta possa acompanhar sua execução.

A primeira referência para a definição dos objetivos do plano encontra-se na

Constituição Federal de 1988, em seu art. 214: “erradicação do analfabetismo,

universalização do atendimento escolar, melhoria da qualidade de ensino, formação

para o trabalho e promoção humanística, científica e tecnológica do País”.

As prioridades estabelecidas no Plano Nacional de Educação dentro dos

macro-objetivos e que foram observadas na elaboração do PME são:

- Garantia do Ensino Fundamental obrigatório, com ampliação para 9 anos;

- Garantia do Ensino Fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso

na idade própria ou que não concluíram, aí incluída a erradicação do analfabetismo;

- Ampliação do atendimento nos demais níveis – educação infantil, ensino

médio e educação superior;

-Valorização dos profissionais da educação;

- Desenvolvimento de sistema de informação e avaliação em todos os níveis

de ensino e modalidade de educação.

O Plano Municipal de Educação estabelece estratégias que auxiliam e

orientam as decisões e as ações de todos os segmentos educativos existentes no

município, num esforço constante de colaboração. Nessa perspectiva sua construção

foi abrangente e tratou do conjunto da educação no âmbito municipal, expressando, por

conseguinte, uma política educacional para todos os níveis, as etapas e modalidades

de educação e de ensino.

O Plano Municipal de Educação é sobretudo, um documento de estratégias

de políticas de educação que inclui a intenção de uma avaliação constante à luz

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preceituada pela Constituição Federal, a Lei do Sistema Municipal de Ensino,

observando os princípios estabelecidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional e interagindo com as metas definidas no Plano Nacional de Educação e no

Plano Estadual de Educação.

É importante salientar que o ensino é livre para ser administrado pela

iniciativa privada, nos termos da Constituição Federal (art.209), razão pela qual esse

setor participou ativamente na elaboração deste Plano.

Embora o Governo Municipal não seja responsável pela oferta de ensino

médio e educação superior (em geral atendidos pelo Estado, pela União ou pela rede

privada), o PME estabelece diretrizes e metas para o ensino médio e para a educação

superior no Município, negociando ações e recursos das esferas competentes e,

principalmente, dialogando com os responsáveis por esses níveis de escolarização. É

evidente que o PME preocupa-se em estabelecer um cronograma de ações e dos

recursos para sua rede de educação infantil, de ensino fundamental, educação especial

e educação de jovens e adultos. Mas nenhuma etapa ou modalidade – ou seja,

nenhum cidadão – é um estranho ou um desconsiderado no PME. Isso leva a uma

reflexão mais profunda: o PME pensa a Educação do Município de São Lourenço do

Oeste como um ser coletivo, que busca sua vocação econômica, que cresce

culturalmente e tecnologicamente, que se expressa como uma comunidade educativa.

Nessa perspectiva, com a elaboração do PME, o Município está dando um

passo de qualidade em direção das necessidades educacionais identificadas, às

aspirações da comunidade educacional e às demandas da sociedade civil organizada.

São Lourenço do Oeste, 10 de julho de 2008

LORECI CATARINA SMANIOTTO DE OLIVEIRA

Secretária Municipal de Educação

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SUMÁRIO

I – INTRODUÇÃO............................................................................................................. 09

II – NÍVEIS DE ENSINO................................................................................................... 11

a – Educação Básica............................................................................................................ 11

1. Educação Infantil............................................................................................................. 11

2. Ensino Fundamental......................................................................................................... 18

3. Ensino Médio................................................................................................................... 22

b- Educação Superior........................................................................................................... 31

4. Educação Superior........................................................................................................... 31

III – MODALIDADES DE ENSINO.................................................................................. 35

5. Educação de Jovens e Adultos........................................................................................ 35

6. Educação Especial........................................................................................................... 39

7. Educação do Campo........................................................................................................ 44

8. Tecnologias Educacionais................................................................................................ 49

IV – MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA............................................................... 56

9. Formação de Professores e Valorização do Magistério................................................... 56

V – FINANCIAMENTO E GESTÃO................................................................................. 61

10. Financiamento e gestão................................................................................................. 61

VI – ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO............................................ 66

11. Acompanhamento e Avaliação do Plano....................................................................... 66

BIBLIOGRAFIAS............................................................................................................... 69

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I - INTRODUÇÃO

Com base nos artigos 214 da Constituição Federal/88 e 166 da Constituição Estadual/89; na Lei 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e na Lei 10.177/01 - Plano Nacional de Educação, além do Plano Estadual de Educação do Estado de Santa Catarina/2003-2004, produziu-se o presente Plano Municipal de Educação de São Lourenço do Oeste/SC. A participação das comunidades, na produção deste Plano Municipal de Educação, representa um importante marco histórico na educação e no desenvolvimento do Município de São Lourenço do Oeste.

A produção dos Planos Municipais de Educação se deu numa trajetória que durou aproximadamente 20 anos. O processo que culminou na produção deste documento, teve início nos anos oitenta, quando da instalação, em 1º de fevereiro de 1987, da Assembléia Nacional Constituinte, que promulgou, em 05 de outubro de 1988, a Constituição Brasileira. Também tramitou pela Assembléia Estadual Constituinte que promulgou sua Constituição Estadual em 19 de outubro de 1989. A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9.394/96 - é aprovada, vencendo assim, mais uma importante etapa deste processo. Logo no início do “novo milênio”, com base em todas estas leis, o Plano Nacional de Educação é produzido, apreciado e devidamente aprovado, fechando assim um ciclo de 16 anos em processo de desenvolvimento da educação brasileira. Em 2004, o Estado de Santa Catarina produziu o seu Plano Estadual de Educação, que foi devidamente apreciado e aprovado pela Assembléia Legislativa e promulgado pelo Governador do Estado. No ano de 2007, o município de São Lourenço do Oeste, com o objetivo de dar mais um passo no caminho da construção de políticas públicas, garantindo assim a participação democrática, realiza seu processo de constituição do Plano Municipal de Educação. O processo de elaboração do Plano Municipal de Educação perpassou o ano de 2007 e início de 2008, envolveu diferentes comunidades e foi sub-dividido em vários momentos. Primeiramente, com o auxílio de assessoria externa, prepararam-se as pessoas responsáveis por coordenar as reuniões que aconteceram nas comunidades, uma vez que para viabilizar a participação, o município optou por fazer encontros nas instituições de ensino, reunindo toda a comunidade escolar. Ainda neste momento inicial, formaram-se Grupos de Trabalho, integrando professores estaduais, municipais e da rede particular. Além da discussão centrar-se nos níveis e modalidades de ensino, também contribuíram com outros pontos importantes para o Plano. Em diferentes dias foram realizadas as reuniões nas instituições de ensino, com o objetivo de ouvir a população, fazer um diagnóstico da situação educacional no município e levantar demandas que, após análise feita pelos profissionais, representantes dos eixos temáticos, os quais elaboraram os textos, definindo, de forma preliminar, as diretrizes, os objetivos e as metas do Plano Municipal de Educação. Posteriormente, ocorreu uma reunião com os participantes dos Eixos temáticos, professores municipais e estaduais, para a socialização e debate do texto do Plano Municipal de Educação.

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Finalizando esse processo que se evidenciou participativo e democrático, no dia 16 de junho de 2008 realizou-se a Conferência Municipal de Educação, momento em que foi apresentado e aprovado o Plano Municipal de Educação. Todo este processo (re)vivido, desencadeou uma ampla mobilização para a implantação do proposto no Plano Municipal de Educação, já que a riqueza desta produção coletiva reside justamente na coragem dos sujeitos, que dela participaram, defendendo diferentes concepções de mundo, de educação, de humanidade e de sociedade. Dessa forma, se evidencia a garantia da elaboração de um “inédito viável”, capaz de libertar a si e a outros do “senso comum”, que não necessariamente implica “bom senso” e que, só por isso, já produz profundas mudanças e coletivas inovações educacionais, capazes, por sua vez, de transformar posicionamentos político-pedagógicos diversos.

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II – NÍVEIS DE ENSINO

A – EDUCAÇÃO BÁSICA 1. EDUCAÇÃO INFANTIL 1.1 DIAGNÓSTICO O ser humano é capaz de aprender e desenvolver-se em todas as fases da vida, entretanto, o processo que se faz na primeira infância é essencial e fundante na continuidade do processo de desenvolvimento do sujeito que é histórico e social, constituindo assim a própria existência humana. A infância é o início da vida do ser humano, é o período que ele principia o processo de humanização, o qual se dá ao longo de sua vida. É um período em que a criança está em constante desenvolvimento. Portanto, faz-se necessário proporcionar-lhe condições para se desenvolver plenamente, interagindo com o conhecimento e com sujeitos que possibilitem desenvolver-se e constituir-se como sujeito social e histórico. No campo legal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei 9394/96, a Educação Infantil deve atender a criança na faixa etária de 0 a 5 anos de idade, garantindo a ela seu “desenvolvimento integral, físico, psicológico, intelectual e social” (LDB, Art.29). Reportando ao referencial curricular da Educação Infantil, considera-se que a criança vive em uma família e interage em uma sociedade que será para ela uma referência. Assim, não se pode menosprezar a relevância dessas instituições na infância. Ao interagir com outras pessoas e com o meio - fazendo uso de jogos e brincadeiras - a criança formula hipóteses “originais sobre aquilo que busca” (BRASIL, 1998, 21), constrói seu conhecimento e desenvolve suas atividades psíquicas. No município, temos a seguinte realidade no que se refere a educação infantil: rede pública municipal, particular e filantrópica, atendendo as idades entre 2 a 5 anos e a rede estadual que atende a criança que está na faixa etária de 3 a 6 anos. As crianças freqüentam os Centros de Educação Infantil e as Escolas Básicas. Assim se apresentam as matrículas:

Entidades mantenedoras 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos

Estadual -- 19 7 66 3

Municipal 61 85 191 229 --

Particular/ Filantrópica 8 26 27 29 --

Fonte: GERED São Lourenço do Oeste e Secretaria Municipal de Educação de São Lourenço do Oeste/2007.

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Dentro da realidade do município, a rede pública municipal atende a maioria das crianças que freqüentam a Educação Infantil. Este quadro está condizente com a Constituição Nacional que delega aos municípios priorizar tal etapa de educação. Entretanto, apesar de apresentar um índice significativo de matrículas, o município, ainda não oferta vagas às crianças na faixa etária de 0 a 01 ano e 11 meses. Compreendendo que a intenção da Educação Infantil, segundo a LDB, é o desenvolvimento integral da criança, entende-se que, para efetivar o trabalho pedagógico competente que atinja este objetivo, é imprescindível um profissional habilitado, com formação acadêmica. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação e GERED, no município, os profissionais que atuam na primeira fase da Educação Básica têm habilitação específica, bem como especialização. No campo estrutural da Educação Infantil, percebe-se um crescente investimento nas estruturas físicas e mobiliárias, com adequações, ampliações e outros investimentos. Este desafio persiste e se faz necessário a continuidade de maiores investimentos para os próximos anos. A formação continuada dos educadores tem se dado no âmbito da própria Secretaria Municipal de Educação, com cursos e acompanhamento e, com a gradativa ampliação do atendimento. 1.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

A história da Educação Infantil tem mostrado a necessidade de ultrapassar os limites de uma tradição, pois a educação não é apenas uma peça do cenário subordinada a uma determinada contextualização política ou socioeconômica, mas é sim um elemento constitutivo da história e da vida social.

Com a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e Adolescente de 1990 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9394/1996, e com base na Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001 (que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE), a Educação Infantil no Brasil, legalmente deve ser oferecida em creches, ou entidades equivalentes para crianças de 0 a 3 anos de idade, ainda que não obrigatória, e para crianças de 4 anos completados até 31 de março do ano em curso, é obrigatória, para crianças que completarem 4 anos de idade até 31 de março do ano em curso.

A Educação Infantil, como a primeira etapa da Educação Básica, garantida no art. 29 da LDB, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de 0 a 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social. A instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as crianças que freqüentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação. (BRASIL, 1998, p. 23)

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As crianças costumam dedicar grande parte de seu tempo aos jogos e brincadeiras. No entanto, muitos adultos ainda não compreenderam a importância que a brincadeira e o brinquedo têm na vida e no desenvolvimento infantil, pois têm a concepção de que brincar é uma coisa sem importância, algo não sério, pelo fato de não ser um trabalho produtivo. É por meio da brincadeira que as crianças também se constituem como sujeitos. As brincadeiras não só expressam as possibilidades que elas têm de adquirirem certa autonomia, mas também valorizam uma reação positiva, sendo uma das formas mais variadas e construtivas de se relacionarem com os adultos e com outras crianças. É através do brinquedo que as crianças conquistam suas primeiras relações com o mundo exterior e entram em contato com os objetos, o que lhes permite várias possibilidades de expressão e criação.

A valorização integral da criança precisa estar presente nas práticas educativas institucionais e também nos ambientes familiares. Segundo a Constituição Nacional, Art. 205, “a Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Tratando-se de uma educação institucional, a Educação Infantil tem hoje o seu papel de educar e cuidar, desenvolvendo propostas educativas por meio da mediação do educador.

Para Souza (1996, p. 79):

A criança independentemente de sua idade é uma pessoa inteira, com sua afetividade, suas percepções, seus sentidos, sua criatividade, sendo fundamental ajudá-la a construir sua própria visão do universo, oferecer-lhe oportunidades para ampliar seus referenciais de mundo e de maneira dinâmica e em todos os sentidos, seja físico, emocional, cognitivo e motor.

A educação da criança nesta nova visão passa a ter um caráter diferenciado: o

educativo. Vale ressaltar que as instituições que oferecem a Educação Infantil possuem a responsabilidade de obter propostas com clareza de objetivos, visto que a criança desde cedo apropria-se de valores, informações e referenciais para a sua formação enquanto sujeitos. Dentro desta visão devemos produzir um currículo que considere as experiências que as crianças trazem do seu mundo, ampliando-as na instituição de Educação Infantil, através de conceitos científicos. O currículo é um ambiente especializado de aprendizagem, que deve contribuir para a melhoria da vida de cada criança e, conseqüentemente, de toda a sociedade. Neste projeto de construção e produção do currículo, devem estar envolvidos os profissionais da educação.

A faixa etária entre 0 a 5 anos de idade é um momento singular na construção de conceitos efetivado pela criança. Ela faz uso de muito simbolismo. Assim, a metodologia aplicada na educação infantil deve priorizar a ludicidade. Os espaços e tempos têm que ser prazerosos, regados de diversificadas brincadeiras.

Nossas leis acenam para uma educação integral das crianças, de todas elas independente de sua estrutura física ou psíquica. Dentro deste olhar, a Educação

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Infantil precisa estar organizada: espaço físico, tempo da criança na escola, número adequado de crianças por sala, planejamento e avaliação de acordo com a matriz curriculares, respeitadas as especificidades deste nível de ensino. Para conseguir que as crianças que necessitam de atenção especial tenham, também, acesso a uma educação integral garantida por lei, esta condição implica em “(...) uma verdadeira revolução educacional e envolve o descortinar de uma escola eficiente, diferente, aberta, comunitária e democrática” (MOSQUEIRA, 2006, p. 24), onde todos se sintam aceitos e respeitados.

O espaço físico na escola deverá ser adequado para a especificidade das crianças. É necessária tanto a elaboração e a observância de exigência legais e/ou técnicas quanto às dependências administrativas e de apoio bem como às salas de atividades, de repouso, de higienização e de alimentação das crianças. Deve haver adequação do espaço físico à faixa etária quanto ao tamanho, mobiliária e equipamentos, ventilação, visão para o ambiente externo, som e iluminação. Já o berçário deve ser provido de berços individuais, área interna livre para movimentação das crianças e também espaços externos para os banhos de sol.

Aconselha-se que a área coberta mínima para as atividades por criança atendida respeite a legislação vigente, sendo este espaço adequado para trabalhar com as crianças. Muitas crianças moram longe das instituições de Educação Infantil, assim, o transporte é um meio imprescindível para possibilitar o acesso e fazer com que a grande maioria das crianças sintam-se cidadãs respeitadas.

Como a Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica, período que a criança constrói conceitos, princípios e suas atividades mentais se desenvolvem a ritmo acelerado, é importante que seus profissionais tenham formação a nível superior em curso de licenciatura de graduação plena e específica na área, mesmo que a lei aceite como formação mínima o Ensino Médio.

Conforme Silva (2001, p. 23),

Cada vez mais, a integração da educação infantil ao sistema de ensino exige que tratemos esse profissional como um profissional da educação, aproximando-o de seus pares que já possuem referências profissionais constituídas, um estatuto e uma carreira própria. Ao mesmo tempo, não podemos prescindir de uma análise que realize essa aproximação contemplando as especificidades da educação infantil em relação às demais etapas da Educação Básica.

Só se faz uma educação com qualidade que eleve o nível intelectual,

psicomotor, social, enfim, integral da criança se no seu quadro houver profissionais que tenham também uma excelente formação, sentindo-se valorizados e respeitados pela magnitude de seu trabalho.

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1.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Desenvolver uma política pedagógica que zele pelo desenvolvimento integral da criança de 0 a 5 anos de idade, respeitando as especificidades e garantindo atendimento de acordo com a faixa etária da criança.

2. Elaborar um currículo interdisciplinar, a fim de contribuir na constituição de sujeitos íntegros capazes de exercerem a cidadania.

3. Assegurar que a prática pedagógica priorize a ludicidade, envolvendo projetos que contemplem as artes cênicas, plásticas, danças e corporeidade, musicalidade em espaços adequados.

4. Proporcionar momentos de integração entre a escola e a família no intuito de contribuir na educação da criança.

5. Oportunizar ingresso e permanência da criança com necessidades especiais na Educação Infantil.

6. Regulamentar, no prazo de 10 (dez) anos, padrões mínimos de infra-estrutura para funcionamento adequado das instituições de Educação Infantil públicas, privadas e filantrópicas, quanto a:

a) espaço interno, iluminação, insolação, ventilação, visão para o espaço externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário;

b) instalações sanitárias adequadas para a higiene pessoal das crianças; c) instalações adequadas para preparo e/ou serviço de alimentação; d) ambientes internos e externos para o desenvolvimento das atividades,

conforme as diretrizes curriculares e a metodologia da Educação Infantil, incluindo o repouso, a expressão livre, o movimento e o brinquedo;

e) mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos; f) adequação às características das crianças especiais. 7. A partir da regulamentação dos padrões mínimos de infra-estrutura,

somente autorizar a nova construção de instituições de Educação Infantil, públicas, privadas ou filantrópicas, que atendam aos requisitos estabelecidos.

8. Adequar os prédios de Educação Infantil para que em cinco anos, estejam conforme os padrões mínimos de infra-estruturas estabelecidos neste Plano.

9. Construir centros de Educação Infantil nos bairros do Município de acordo com a demanda, ofertando matrículas às crianças que compreendam a faixa etária de 0 a 5 anos.

10. Assegurar às instituições de ensino a gestão democrática, com o intuito de atender as suas especificidades.

11. Assegurar às instituições escolares um acervo bibliográfico diversificado, que atenda as especificidades da Educação Infantil.

12. Assegurar a manutenção e o fornecimento para as instituições escolares, de materiais didático-pedagógicos, bem como de brinquedos educativos em quantidade suficiente a todas as crianças.

13. Buscar universalizar no Município, neste período, a Educação Infantil de 0 a 5 anos.

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14. Criar e organizar ambientes lúdicos e educativos nas escolas e centros que oferecem Educação Infantil, por exemplo: jardins, trilhas, hortas, bosques etc.

15. Construir parques infantis e brinquedoteca em todas as escolas que atendem a Educação Infantil, parceria entre poder público e comunidade.

16. Ofertar o trabalho de um auxiliar para atender as turmas de Educação Infantil com crianças portadoras de necessidades especiais, observando o previsto em lei.

17. Assegurar a continuidade do processo de formação continuada aos profissionais, para que possam desempenhar suas funções de modo a atender as necessidades educativas atuais.

18. Implementar o Projeto Político Pedagógico nas instituições de Educação Infantil, levando em conta a realidade social e o acesso aos conhecimentos universais, a partir das diferentes dimensões do desenvolvimento da criança. 2. ENSINO FUNDAMENTAL 2.1. DIAGNÓSTICO Buscando cumprir o estabelecido na Lei, o Ensino Fundamental, no Município de São Lourenço do Oeste, encontra-se universalizado, pois nenhuma criança/adolescente está fora da escola, na faixa etária dos 06 aos 14 anos de idade. Resta ainda o desafio permanente por garantia da qualidade na educação, superando a evasão e a repetência, principalmente nos anos finais deste nível de ensino. O Ensino Fundamental em São Lourenço do Oeste é oferecido pelas redes públicas, privada e filantrópica, conforme quadro abaixo:

Ordem Escola Rede Comunidade/Bairro

01 EEB. Sóror Angélica* Estadual Bairro Cruzeiro

02 EEB. Rui Barbosa* Estadual Bairro Progresso

03 EEB. São Sebastião** Estadual Comunidade de Três Voltas

04 EEB. São Valentim* Estadual Distrito de Presidente Juscelino

05 EEB. Volta Redonda* Estadual Distrito de São Roque

06 EEB. Leoberto Leal** Estadual Distrito de Frederico Wastner

07 EBM. São Lourenço*** Municipal Bairro São Francisco

08 EBM. São Francisco** Municipal Bairro São Francisco

09 EBM. Santa Maria Goretti** Municipal Centro

10 EBM. Santa Catarina** Municipal Bairro Santa Catarina

11 EBM. Santa Inês** Municipal Comunidade de Santa Inês

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12 EIM. Sant’Ana da Bela Vista**

Municipal Comunidade de Sant’Ana da Bela Vista

13 Escola São Francisco de Assis**

Particular Bairro Cruzeiro

14 Colégio Cenecista Jorge Lacerda – CNEC*

Filantrópica Bairro Perpétuo Socorro

* Atendem alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. ** Atendem alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental. *** Atende alunos do Ensino Fundamental. O processo de nucleação das escolas, vivido por este município, mais intensamente na década de 90, estruturou núcleos escolares de Ensino Fundamental no campo e na cidade, o que trouxe a necessidade do zoneamento da matrícula escolar. Desta forma, o transporte escolar é garantido no campo e na cidade, respeitando os critérios legais. No diagnóstico feito com as comunidades, levantou-se a problemática das distâncias percorridas pelos alunos oriundos do campo, o que foi tratada no tópico deste Plano específico para a Educação do Campo. O Ensino Fundamental vêm aprimorando-se em alguns aspectos, buscando oferecer um ensino de qualidade com ampliação dos espaços físicos, recursos tecnológicos, professores qualificados com formação superior, melhoria na alimentação escolar, distribuição de material didático, autonomia das escolas nos investimentos dos recursos provenientes do Programa Dinheiro Direto na Escola do FNDE. Em São Lourenço do Oeste, o Ensino Fundamental de Nove Anos vem acontecendo de forma diferenciada nas redes municipal e estadual. Na rede municipal, a implantação ocorreu em 2006 e, na rede estadual, em 2007. A obrigatoriedade da Lei prevê que toda criança que completar seis (6) anos até trinta e um (31) de março seja matriculada e freqüente o primeiro ano do Ensino Fundamental. Outro fato identificado no diagnóstico pelas comunidades escolares foi a necessidade de incluir as escolas em projetos sociais e culturais, envolvendo as famílias, o que a rede municipal já vem buscando atender através da implantação gradativa da Escola em Tempo Integral e a rede estadual com o Projeto Ambial e Escola Aberta. O processo de informatização das escolas já vem acontecendo em nosso Município, nas 03 (três) redes de ensino, tanto na zona urbana quanto na zona rural, o que demonstra um avanço significativo nas oportunidades de acesso ao saber por meio do uso das tecnologias a todos os alunos. A implementação dos laboratórios possibilitou que tanto os professores como os alunos tivessem acesso a tecnologia, dinamizando o processo ensino-aprendizagem. Devido ao fato dos encaminhamentos metodológicos serem muito diversificados entre os professores, o diagnóstico identificou que, no decorrer das avaliações, existe diferenciação entre os instrumentos avaliativos, tais como provas escritas e trabalhos. A avaliação é expressa em nota e de forma individualizada, sendo que o aspecto qualitativo prevalece sobre o quantitativo. 2.2. DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

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1. A Constituição Federal, a LDB, os Planos Nacional e Estadual de Educação, a Pesquisa e o Estudo do Diagnóstico Educacional local, realizado nas comunidades escolares do Município, fomentam as diretrizes norteadoras do Ensino Fundamental do Município de São Lourenço do Oeste, tendo como finalidade o pleno desenvolvimento do aluno e seu preparo para o exercício da cidadania.

2. Acredita-se que, quanto maior for o nível de escolarização de um povo, maior será o progresso e a qualidade de vida deste povo. Além de eliminar o analfabetismo, é preciso oferecer uma educação de qualidade, que possibilite ao aluno o preparo e o contato com os avanços científicos e tecnológicos da atualidade, ampliando a visão e a leitura de mundo do aluno, tornando-o um cidadão consciente de seus direitos e deveres. Um cidadão crítico e criativo, capaz de analisar, tirar conclusões e interagir no contexto social, político, cultural e profissional.

3. A LDB preconiza, em seu art. 34, inciso II, a implantação gradativa da permanência do aluno na escola em tempo integral, durante o Ensino Fundamental. Tendo em vista que o Município de São Lourenço do Oeste já iniciou a implantação do tempo integral nos anos finais do Ensino Fundamental, propõe-se a continuidade deste processo para que, gradativamente, sejam alcançados os anos iniciais e, dessa forma se atinja todo este nível de ensino. Entende-se que este atendimento possibilita novos processos de ensino e aprendizagem, ampliando democraticamente as oportunidades, considerando as especificidades de cada escola.

4. O Município deve assegurar a implementação da gestão democrática nas instituições públicas de ensino.

5. Cada escola deve (re)elaborar seu Projeto Político Pedagógico que balizará a vida escolar, assegurando a participação da comunidade escolar, organizada por meio de conselhos, associações e organizações estudantis, a fim de acompanhar o cumprimento dos princípios educacionais estabelecidos.

6. O Projeto Político Pedagógico e as práticas pedagógicas vividas no cotidiano escolar devem considerar as diferenças dos tempos de vidas das crianças atendidas nos anos iniciais, bem como dos pré-adolescentes e adolescentes dos anos finais, ao proporem os conteúdos, metodologias e toda a organização do trabalho pedagógico nestas duas fases do Ensino Fundamental.

7. Os planos curriculares das escolas devem contemplar conhecimentos que tratem de conteúdos escolares vinculados à realidade social dos alunos, nas suas diferentes dimensões: econômica, política, cultural, ética etc., objetivando sua transformação.

8. Assegurar a continuidade na melhoria da qualidade do ensino, preparando os alunos para que sejam participantes do desenvolvimento social, econômico e político, instrumentalizando as escolas da rede, possibilitando para as mesmas, recursos humanos, físicos e tecnológicos.

9. Assegurar o acesso e permanência do aluno em idade escolar regular, corrigindo os problemas de distorções idade/série, buscando um ensino de qualidade.

9.1. a rede municipal de ensino conta com uma equipe multifuncional constituída por: fonoaudióloga, psicóloga e nutricionista para atender o objetivo acima estabelecido;

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9.2. o Município instituiu o núcleo de atendimento educacional especializado -NAEE, que por objetivos atender alunos com necessidades educacionais especiais, bem como, atuar no reforço escolar para os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

9.3. o Município implantou o núcleo de tecnologias municipais - NTM, que tem por objetivo dar suporte tecnológico aos profissionais da educação na diferentes áreas e ou diferentes programas. 2.3. OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012) 1. Garantir o acesso e permanência dos alunos do Ensino Fundamental na educação pública. 2. Adequar o ensino às necessidades dos alunos com compatibilidade de horários, programas e metodologias diferenciadas às escolas do campo e da cidade, quando necessário. 3. Pautar a organização do currículo escolar desde o contexto local na perspectiva da formação universal. 4. Assegurar a formação continuada dos profissionais do Ensino Fundamental. 5. Oferecer melhorias na infra-estrutura e/ou adequando-as às necessidades de cada unidade escolar, ampliando e construindo novas escolas, de acordo com a necessidade de cada comunidade. 6. Assegurar a manutenção dos laboratórios de informática com acesso à Internet para professores e alunos e profissional especializado para atender a demanda, bem como de outros recursos necessários ao desenvolvimento do projeto político pedagógico. 7. Manter o fornecimento da alimentação escolar de qualidade em todas as unidades escolares, com a inclusão de produtos da região. 8. Ampliar e manter parcerias com outras secretarias, possibilitando a efetivação de uma educação de qualidade. 9. O Projeto Político Pedagógico da escola deve prever e garantir o que estabelece o Art. 13 da LDB nº9394/96, no tangente a qualidade de ensino e das responsabilidades quanto à efetivação do processo de ensino-aprendizagem. 10. Assegurar o transporte escolar para as redes públicas, respeitando a legislação vigente. 11. Dar continuidade a implantação gradativa da escola em tempo integral, a partir de estudos da realidade, respeitadas as especificidades de cada escola. 12. Implementar e manter bibliotecas escolares com acervos atualizados para professores e alunos com um funcionário disponível para atendê-la. 13. Organizar os espaços escolares e comunitários para fins esportivos, recreativos e culturais. 14. Adaptar os prédios escolares para o atendimento de alunos com necessidades especiais de acordo com as necessidades. 15. Manter o fornecimento de material escolar diversificado para uso dos professores e/ou alunos em sala de aula.

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16. Implantar laboratórios e oficinas para as diversas áreas do conhecimento. 17. Manter e ampliar as vagas no Ensino Fundamental, conforme a demanda existente na comunidade. 18. Incluir auxiliar em turmas com alunos inclusos. 3. ENSINO MÉDIO 3.1. DIAGNÓSTICO As exigências sociais da modernidade impulsionam o jovem a buscar formação escolar como garantia de trabalho, melhoria das condições de vida e possibilidade de inserção nos variados contextos da sociedade. Sendo assim, a seqüência dos estudos é fundamental para que o jovem alcance estes objetivos. Além disto, cursar o ensino médio é a garantia de continuação de estudos superiores, nível de ensino almejado e buscado por grande parte dos egressos da educação básica. Nos últimos três anos, a matrícula do ensino médio, das escolas de ensino regular, no município de São Lourenço do Oeste, não apresentou variação significativa dos seus números, sendo 858 em 2004, 854 em 2005 e 835 em 2006, destacando-se um crescimento significativo na EJA. A estabilidade do número de matrículas é considerada muito positiva, caracterizada pelo acesso a esta etapa da escolaridade, de jovens oriundos das camadas sociais menos favorecidas e de todas as comunidades do município. De acordo com dados coletados pela Gerência Regional de Educação de São Lourenço do Oeste, nas duas escolas do município, percebe-se uma oscilação nas taxas de aprovados e reprovados, atingindo índices de reprovação de 3,1% em 2004, em 2005 de 11,3% e de 6,3 % em 2006. É interessante observar que o maior índice de reprovação no Ensino Médio, nos três anos pesquisados, se faz maior na primeira série, com média de 11,1% em comparação à segunda, que é de 5,3% e a terceira de 4,3%. Tais dados podem servir para o estabelecimento de políticas que garantam índices menores de reprovação associados à elevação do nível de aprendizagem dos alunos. Além dos índices de reprovação, devem ser observados criteriosamente os números de alunos afastados por abandono, constatados também no período de 2004 a 2006. Assim, em 2004 temos um índice de 7,6%, em 2005 de 8,3% e em 2006 de 9,6%. A constatação destes números precisa ser observada de maneira preocupante, talvez até mais que os números de reprovação. Tal afirmação justifica-se pelo fato de que, se o aluno reprova, mas continua na escola, é possível agir para melhorar o seu nível de aprendizado. O que não é possível fazer com o aluno evadido, pois enquanto está afastado não há o que fazer para que a sua condição seja diferente. Conclui-se que, ambos os índices, de reprovação e de evasão, merecem especial atenção da sociedade com o propósito de identificar e agir sobre os fatores associados a ambas as situações, com o objetivo de garantir o acesso ao conhecimento a todos os egressos do ensino fundamental no tempo previsto para a escolarização do ensino médio. “Diante destes dados, as estruturas física e pedagógica do ensino médio devem ser replanejadas de formas compatíveis com as previsões de matrícula, que considere não apenas a demanda, mas também as taxas de retorno do jovem à escola”. (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2003, p. 40).

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Diante das manifestações das comunidades escolares, apresentadas no diagnóstico realizado em 2007, são aqui apresentados alguns tópicos de relevância para o estabelecimento de políticas públicas para o Ensino Médio, muito embora algumas delas sejam abrangentes a todas as etapas/níveis de educação. As solicitações de melhorias podem ser classificadas por áreas, como a estrutura física, o pedagógico, a segurança, a alimentação escolar, o transporte escolar e a relação escola/família. Esta divisão foi estabelecida para garantir uma organização textual e não para destacar níveis de importância de cada item. As manifestações relacionadas à melhoria da estrutura física desmembram-se em: ampliação do acervo das bibliotecas escolares e da gratuidade dos livros didáticos; preservação do patrimônio público; laboratórios equipados para o desenvolvimento de aulas práticas de biologia, física e química; instalação de salas informatizadas com acesso à internet em todas as escolas; construção do centro de eventos; espaços de estudo adequados para cada faixa etária; áreas de lazer para diversão das famílias; organização de hortas escolares; inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais; instalação de cursos profissionalizantes gratuitos. Quanto ao transporte escolar são solicitadas melhorias e garantias para os que dele fazem uso, com melhor qualidade dos veículos e bom relacionamento entre motoristas e usuários. Para viabilizar uma melhor segurança às crianças pequenas que por ele transitam a possibilidade de um atendente ou ajudante, no interior do veículo, seria significativa. O item segurança aparece como uma preocupação tanto para pais como para os alunos que solicitam mais segurança nas escolas, nas praças, no trânsito, nas ruas próximas e no interior das escolas (inclusive no pátio, que deve ter muros, grades e telas). Em relação à alimentação escolar é solicitada a oferta para todas as etapas da educação básica, com cardápio organizado por nutricionista. Tal cardápio é composto por alimentos orgânicos, hortaliças e legumes de qualidade, adquiridos através da compra direta com os pequenos agricultores da região. A compra direta, programa que tem apoio do governo federal, possibilita além de uma alimentação saudável para os educandos, melhores condições de vida para quem vive do trabalho no campo. Uma das grandes preocupações apresentadas é a relação escola/família, destacada através dos seguintes itens: os pais devem acompanhar e incentivar os estudos dos filhos, participar do processo ensino-aprendizagem, ser exemplo, auxiliar nas atividades escolares, estabelecer limites, (inclusive para o uso da Internet), demonstrar afeto, transmitir valores humanos, educar com diálogo e não com violência; os pais devem se preocupar com o futuro dos filhos, assim como esses devem se preocupar com a importância do estudo para o seu futuro; a escola deve estabelecer uma relação de diálogo e parceria com a comunidade; a participação dos pais nas reuniões e atividades escolares é fundamental e serve como exemplo para os filhos; parte dos alunos não sabe valorizar a escola e a importância do estudo, o que causa desrespeito aos professores e ao patrimônio público; mais integração e diálogo entre família e escola; os professores estão muito mais integrados às necessidades dos adolescentes do que a própria família; necessidade de um trabalho coletivo para a preservação do patrimônio público. Já no item destinado às abordagens pedagógicas relacionadas aos alunos, aos professores e à escola constam algumas preocupações, como: os estudantes devem conhecer seus deveres e direitos, valorizar o trabalho educacional, ter interesse para com

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os estudos; aproveitar o tempo de estudo, auxiliar colegas, saber ouvir e pedir licença para falar e trabalhar em grupo; ter maior possibilidade de acesso à biblioteca; as novas gerações precisam ser capazes de selecionar, dentre todas as influências que recebem diariamente, o que é culturalmente saudável; dar mais direitos aos alunos serem ouvidos e poder opinar, tanto por parte dos professores como pelas equipes administrativa, pedagógica e funcionários; há uma grande falta motivação para os estudos. Com relação aos profissionais da educação têm relevância os seguintes itens: o professor deve trazer bons exemplos para as aulas; dar atendimento freqüente e qualificado; necessidade de maior planejamento de todas as atividades escolares e da adoção de técnicas e metodologias de ensino mais significativas, tornando as aulas mais dinâmicas e mais interessantes; falta qualificação profissional e comprometimento com o trabalho; há muita teoria sem ser relacionada com a prática; precisam exercer a autoridade de conduzir as aulas conforme o planejado e exercer a mediação com competência; há pouca valorização de outras modalidades na educação física para além do futebol (basquete, atletismo, natação, xadrez, skate, dança, ginástica, entre outras); deve haver incentivo à religiosidade, ao conhecimento histórico das religiões e o ensino de práticas religiosas relevantes à vida dos adolescentes. Para a escola, temos algumas definições e necessidades a serem supridas: a escola deve ser um espaço de construção e reconstrução do conhecimento, integrando-se aos interesses da comunidade; oferecer palestras que abordem temas centrais como violência, sexualidade, drogas e alcoolismo, família, valores humanos, meio ambiente, africanidade, valorização do estudo, entre outros; aos professores deve ser oferecida formação continuada e ser cobrada uma avaliação anual para testar seus conhecimentos, os quais devem estar sempre atualizados; a escola deve selecionar o que é significativo para a formação cultural dos seus alunos; oferecer auxílio aos adolescentes para a escolha profissional; desenvolver estudos e campanhas contra todo tipo de discriminação; promover jogos, teatros, filmes, viagens, passeios, gincanas, projetos culturais com contratação de profissionais específicos para tais atividades; divulgar a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS; possibilitar e incentivar a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais; ter profissionais das áreas de psicologia, fonoaudiologia e médica; a educação deve estar voltada para a valorização dos setores agropecuários, atendendo às necessidades regionais com o objetivo de evitar o êxodo rural, enfim, a escola deverá ser em tempo integral, ponto de referência para discussões acerca do trabalho escolar que deve vincular-se a realidade das comunidades na qual se insere. Outros itens merecedores de destaque, mas não são voltados para um ou outro segmento trabalhados anteriormente, mas atingem diretamente os estudantes do Ensino Médio. São eles: há uma desvalorização histórica dos profissionais da educação; necessidade de maior valorização dos educadores em todos os sentidos, inclusive para a sua formação continuada; projeto Escola Aberta é benéfica a toda comunidade; os jovens devem participar mais das atividades nos bairros e nas comunidades; há muitos professores com problemas de saúde; devem ser desenvolvidos projetos culturais em parceria com empresas; a legislação atual limita a autoridade da escola e da família; elaboração de projetos de coleta e reciclagem de lixo em parceria com a iniciativa privada ou pública; geração de empregos com renda justa; melhorar e estimular programas de 1º emprego.

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3.2. DIRETRIZES Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDB, de 1996, o Ensino Médio passou a ser considerado a etapa final da educação básica, sendo a oferta de responsabilidade do Estado. A criação de cursos de nível médio ou profissionalizante, em todos os municípios do Estado, tem contribuído para uma crescente procura desta formação, seja de freqüência regular ou na modalidade da Educação de Jovens e Adultos. Estas possibilidades são avaliadas de maneira muito positiva, apresentando-se como um caminho para tornar o ensino médio nível de escolarização obrigatório, a exemplo do Ensino Fundamental. Como os estudantes, deste nível de ensino, já são trabalhadores, ou potenciais, a escola tem a função de oferecer a estes estudantes a formação humana e também profissional para que, na relação com o trabalho, tenham maiores possibilidades de agregar conhecimentos que contribuam para o estabelecimento de sua cidadania. Portanto, melhorar a qualidade e a eficiência do ensino fundamental e médio é uma maneira de garantir maior equidade social aos brasileiros. A elaboração das diretrizes teve por base a Resolução nº 03/98, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

1. As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio são um conjunto de definições sobre princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados durante a prática pedagógica e curricular de cada unidade escolar que atue nesse nível de ensino, visando à educação para o mundo do trabalho e a prática social, fundamentais ao exercício da cidadania.

2. A organização curricular de cada unidade escolar será orientada pelos valores apresentados na Lei 9.394/96: os valores de interesse social, a garantia de direitos e deveres dos cidadãos, o respeito ao bem comum e à ordem democrática; assim como os valores familiares, o princípio da solidariedade humana e da tolerância religiosa e cultural. Para atingir as finalidades do ensino médio previstas em lei, as escolas organizarão seus currículos de modo a considerar os conteúdos como meios para desenvolver competências cognitivas e sociais e não como fins em si mesmos, tendo presente que o domínio das linguagens é fundamental para o desenvolvimento de competências e para a construção do conhecimento. Adotar metodologias de ensino diversificadas, que estimulem o estudo e a reconstrução do conhecimento e possibilite a experimentação, a solução de problemas. Essas metodologias devem desenvolver o raciocínio e outras competências cognitivas superiores, reconhecer que as situações de aprendizagem provocam também sentimentos e a manifestação destes e exigir que a afetividade do aluno seja valorizada e trabalhada.

3. A prática administrativa e pedagógica dos sistemas de ensino e de suas escolas (convivência escolar, métodos para implementar a política educacional, formas de conseguir recursos, organização do currículo e de sua aplicação e formas de avaliação) deverá observar os princípios estéticos, políticos e éticos, abrangendo: a Estética da Sensibilidade; a Política da Igualdade; a Ética da Identidade.

4. As propostas curriculares e pedagógicas buscam desenvolver competências básicas previstas pelas finalidades do Ensino Médio estabelecidas em Lei, como o desenvolvimento da capacidade de aprender, da autonomia intelectual e do pensamento crítico que possibilitem a continuidade dos estudos e a adaptação a novas condições de

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ocupação. A compreensão de significados socialmente construídos e reconhecidos como verdadeiros, assim como do significado das ciências, das letras, das artes e do processo de transformação da sociedade e da cultura, de modo a possuir as competências e habilidades necessárias ao exercício da cidadania e do trabalho. O domínio dos princípios e fundamentos científico-tecnológicos responsáveis pela produção moderna de conhecimentos, bens e serviços, a fim de relacionar a teoria com a prática, assim como sua utilização posterior de competências no uso da língua portuguesa, estrangeira e outras linguagens contemporâneas como instrumentos de comunicação, de construção de conhecimento e de exercício de cidadania.

5. O Ensino Médio deverá observar a Interdisciplinaridade no processo de ensino-aprendizagem, admitindo que todas as áreas de conhecimento estão inter-relacionadas e são enriquecedoras umas das outras, devendo desenvolver a capacidade de analisar, explicar, prever, intervir, a partir da contribuição específica de cada disciplina, a fim de conhecer e intervir nos problemas concretos do seu contexto. Cada disciplina reconhecerá que é sempre um recorte limitado de compreensão da realidade e não esgotam fatos físicos e sociais, devendo buscar entre si interações que permitam aos alunos a compreensão mais ampla da realidade. Para atingir o objetivo do desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, as disciplinas serão solidárias umas às outras, de modo que cada uma, com sua especificidade, contribuam para a constituição de diferentes capacidades. Essa integração entre as disciplinas, através do conhecimento, amplia significativamente a responsabilidade da escola, mas será fundamental para a constituição de identidades que integram conhecimentos, competências e valores para o exercício pleno da cidadania. Na observância da contextualização, as escolas terão presente que os conhecimentos utilizados no processo ensino-aprendizagem foram elaborados num determinado momento histórico e, portanto, deverão ser relacionadas às práticas ou experiências do aluno a fim de adquirir significado. A relação entre teoria e prática requer a concretização e contextualização dos conteúdos curriculares em situações de trabalho e de exercício de cidadania. Sendo assim, a aplicação dos conhecimentos, despertará o aluno para o entendimento, a análise, crítica e a reelaboração dos mesmos. Não haverá dissociação entre a formação geral e a preparação básica para o trabalho, nem esta última se confundirá com a formação profissional. A preparação básica para o trabalho deverá estar presente na base nacional comum como na parte diversificada. O Ensino Médio, atendida a formação geral, incluindo a preparação básica para o trabalho, poderá preparar para o exercício de profissões técnicas, por articulação com a educação profissional, mantida a independência entre os cursos. Estudos concluídos no Ensino Médio, tanto da base nacional comum, quanto da parte diversificada, poderão ser aproveitados para a obtenção de uma habilitação profissional, em cursos realizados concomitante ou seqüencialmente, até o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do tempo mínimo legalmente estabelecido como carga horária para o Ensino Médio. Estudos estritamente profissionalizantes, independentemente de serem feitos na mesma escola ou em outra escola ou instituição, de forma integrada, concomitante ou subseqüente ao Ensino Médio, deverão ser realizados em carga horária adicional às 2.400 (duas mil e quatrocentas) horas mínimas previstas na lei.

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3.3. OBJETIVOS E METAS 1

1. Garantir o acesso e a permanência de todos os alunos no Ensino Médio, com uma unidade escolar dinâmica, com flexibilidade de horários e metodologias variadas, possibilitando também ao aluno trabalhador a busca do conhecimento científico e a qualidade de ensino e aprendizagem.

2. Proporcionar atividades em horários alternativos, como teatro, banda rítmica, música, esportes, de valorização da cultura regional e resgate dos trabalhos artesanais, monitoradas por profissionais habilitados através das mais diversas parcerias.

3. Incentivar a participação da família em programas alternativos e atividades cotidianas desenvolvidas nas escolas, garantindo assim melhores resultados no processo ensino-aprendizagem.

4. Pleitear junto ao órgão competente a ampliação do acervo bibliográfico e o funcionamento das bibliotecas em todas as unidades escolares nos turnos em que é oferecido o ensino médio, incluindo bibliotecas virtuais e garantindo o acesso das comunidades escolares, inclusive nos finais de semana.

5. Instalar laboratórios e oficinas para as diversas áreas do conhecimento com garantia de verbas para atualização e manutenção dos mesmos.

6. Garantir a inclusão de portadores de necessidades especiais no ensino regular, com adequação dos prédios escolares para o atendimento a estes alunos.

7. Instalar laboratórios de informática em todas as escolas de nível médio, com acesso à internet, para a modernização, apoio e melhoria do processo ensino-aprendizagem, com contratação de profissionais responsáveis sob responsabilidade do Estado.

8. Criar mecanismos de incentivo financeiro e programas para iniciação à pesquisa a alunos e professores.

9. Garantir a segurança (interna e externa) nas escolas em todos os turnos de funcionamento através de funcionários concursados ou terceirizados, e/ou construções necessárias visando ambiente de tranqüilidade para a comunidade escolar.

10. Garantir a oferta de alimentação escolar composta, prioritariamente, por produtos orgânicos e do município, em todos os turnos.

11. Viabilizar junto ao órgão competente, o atendimento, em todas as escolas com equipes pedagógicas compostas por assistentes técnico-pedagógicos, psicólogos, entre outros.

12. Assegurar a continuidade de implementação de expansão do Ensino Médio, em especial no campo, com organização e proposta curricular que atenda as especificidades da vida no campo.

13. Diminuir os índices de evasão e repetência, sem desconsiderar a qualidade de ensino, buscando construir alternativas metodológicas.

14. Implantar cursos de Ensino Médio profissionalizante, levando em consideração as necessidades regionais.

15. Incluir auxiliar em turmas com alunos inclusos.

1 Competência do Estado

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B- EDUCAÇÃO SUPERIOR 4. EDUCAÇÃO SUPERIOR 4. 1. DIAGNÓSTICO O Brasil apresenta um dos índices mais baixos de acesso à educação superior. A porcentagem de matriculados na educação superior em relação à população de 14 a 18 anos é de menos de 12%, sendo muito inferior aos índices de outros países. É mister registrarmos que, sem educação de qualidade, que forme a massa crítica de pessoas cultas, nenhum país, estado ou município pode assegurar um desenvolvimento humano imparcial e nem reduzir a disparidade que separa ricos e pobres. O Ensino Superior em São Lourenço do Oeste – SC, conta com duas universidades privadas que oferecem o ensino na modalidade à distância e uma universidade comunitária regional com ensino presencial. Estas universidades oferecem cursos de: graduação e pós-graduação para aproximadamente 368 (trezentos e sessenta e oito) estudantes. O grupo educacional Uninter é formado pela Facinter (Faculdade Internacional de Curitiba) e pela Fatec (Faculdade de Tecnologia Internacional), estando instalada nesta cidade desde setembro de 2004. Esta instituição de Ensino Superior à distância oferece cursos de graduação em Pedagogia, Processos Gerenciais, Gestão Financeira, Secretariado, Marketing, Gestão da produção Industrial, Comércio Exterior e Gestão Pública. Também oferece cursos de Pós Graduação nas áreas de Psicopedagogia, Educação Infantil e Séries Iniciais, Educação Especial, Metodologia de Ensino de História e Geografia, Metodologia do Ensino de Biologia e Química e metodologia do ensino de Língua Portuguesa e Língua Estrangeira. A Unopar (Universidade do Norte do Paraná), instalada nesta cidade desde 2007, oferece cursos superiores de graduação à distância em Processos Gerenciais, Letras, Pedagogia, História, Serviços Sociais e Ciências Contábeis. A Unochapecó (Universidade Comunitária Regional de Chapecó) oferece os cursos de Administração e Ciências Contábeis, além de Pós-Graduação em diversas áreas do conhecimento. Mesmo existindo estas três universidades, muitos estudantes deslocam-se para outros municípios em busca de outras opções de cursos e instituições. Aproximadamente cerca de 200 estudantes dirigem-se à cidade de Pato Branco/Paraná, diariamente para instituições como: Fadep2, Mater Dei, UAB3 e UTFPR4. Para o município de Francisco Beltrão/Paraná deslocam-se, aproximadamente, 98 estudantes para instituições como: Unipar5, Unioeste6 e Cesul. Os estudantes utilizam transporte particular, sendo este

2 Fadep – Faculdade de Pato Branco 3 UAB – Universidade Aberta do Brasil 4 UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná 5 Unipar – Universidade do Paraná 6 UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná

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custeado pelos mesmos. As instituições UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), UAB (Universidade Aberta do Brasil) e Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) oferecem ensino superior gratuito, porém apenas 68 estudantes estão nestas instituições.

Municípios que apresentam IES Acadêmicos de SLO que freqüentam as IES

São Lourenço do Oeste/SC 314 acadêmicos

Pato Branco/PR 265 acadêmicos

Francisco Beltrão/PR 98 acadêmicos

O Ensino Superior enfrenta grandes desafios: a contradição entre a teoria e a prática; entre o mercado de trabalho e cidadania; entre o público e o privado. As universidades de nosso município não possuem sede própria com uma infra-estrutura adequada e equipada com laboratórios, bibliotecas, salas amplas e ferramentas tecnológicas que possibilitaria maior qualidade a educação oferecida. Outro ponto que merece destaque é a falta de parcerias entre as universidades e a sociedade a fim de firmar convênios de estágios e parcerias. Da mesma forma, há a necessidade de uma universidade pública que atenda os interesses dos jovens estudantes. Somos conscientes de que a educação é um dos pilares fundamentais dos direitos humanos, da democracia, do desenvolvimento sustentável e da paz. Sendo assim, ela deve ser acessível a todos no decorrer da vida, por isso são necessárias medidas que assegurem a coordenação e cooperação entre os diversos setores e dentro de cada um deles. A população deve buscar a união para o fortalecimento do Ensino Superior, principalmente em nosso município. 4.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

O Ensino Superior deve partir dos princípios da autonomia, investigação,

relação teoria e prática, trabalho cooperativo, criticidade, pesquisa e extensão, sendo necessário garantir a formação de qualidade, obedecendo às diretrizes e a legislação nacional para a educação, permitindo uma formação técnico-científica condizente com as exigências do mundo do trabalho e uma formação ética necessária para atuação de todo o cidadão.

Valoriza-se a ação, a reflexão crítica, a curiosidade, o questionamento exigente a inquietação e a incerteza, na qual o estudante problematiza o conhecimento, para que se tenha uma educação de qualidade e que esta possa ser posta em prática quando o estudante for atuar no mundo de trabalho.

Para que as Instituições de Ensino Superior atuem como espaço social de produção de conhecimento, voltado para o desenvolvimento integral do estudante, enfrentando desafios, destaca-se os seguintes aspectos:

a) Sua visibilidade social, no seu comprometimento com a qualidade de vida da comunidade e das pessoas, fundamentando a convivência política, a compreensão do mundo dos outros e de si mesmo, construindo e ampliando a emancipação humana.

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b) O respeito a outras formas de saber, além da acadêmica, praticando o pluralismo e gerando processos comunicativos entre esses diferentes saberes, possibilitando a reconfiguração destes e dos poderes.

c) A integração cada vez mais consistente entre ensino, pesquisa e extensão. d) A gestão das Instituições de Ensino Superior, enfatizando o envolvimento

corresponsável dos seus segmentos e da comunidade externa. Uma das finalidades da graduação, bem como a especialização, é a formação

do indivíduo para a inserção no mundo do trabalho, para isso é necessário o reconhecimento das rápidas e múltiplas mudanças nos diferentes contextos da vida humana, a participação da academia no desenvolvimento tecnológico, na análise dos modelos econômicos globalizados, na construção de novos saberes e na parceria com o setor produtivo, além de ações que visem a ampliação da qualificação docente para o ensino superior. 4.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Firmar parcerias entre o Poder Público Municipal, Estadual, Federal e Instituições de Ensino Superior, visando atender às demandas e necessidades regionais.

2. Estimular a organização estudantil, a fim de pleitear junto aos órgãos competentes, possibilidades de acesso e permanência dos estudantes no Ensino Superior, proporcionando a criação e ampliação de cursos de graduação e/ou instituições de Ensino Superior públicas no Município, bem como apoio aos estudantes que freqüentarem cursos em municípios da região.

3. Pleitear a instalação do Campus da UDESC e da Universidade Aberta do Brasil (UAB), no Município de São Lourenço do Oeste.

4. Fomentar parcerias voltadas à inclusão digital, por meio de projetos educativos comunitários, ofertados pelas Instituições de Ensino Superior - IES, pelo Poder Público e por outras instituições.

5. Buscar, junto aos órgãos competentes, assegurar transporte coletivo urbano nos horários de funcionamento das Instituições Educacionais.

6. Fomentar a participação dos Conselheiros Municipais de Educação para acompanhar as atividades acadêmicas, com o objetivo de assegurar o retorno à sociedade dos resultados das pesquisas, do ensino e extensão.

7. Incentivar a instalação, expansão e permanência das IES no Município. 8. Garantir a prestação de serviços do laboratório de análise do leite

implantado no Município. 9. Pleitear, junto aos órgãos competentes, a continuidade da disponibilização

de bolsas de estudo parciais e integrais. 10. Implantação de cursos de graduação e especialização, voltados às

especificidades da Educação Especial. 11. Possibilitar o acesso, a permanência e a inclusão de acadêmicos com

necessidades educativas especiais, nas IES.

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III - MODALIDADES DE ENSINO

5. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 5.1. DIAGNÓSTICO

A educação de Jovens e Adultos em face ao contexto da realidade atual torna-se importante instrumento para a universalização dos direitos humanos e a superação das desigualdades sociais promovendo assim a motivação necessária para o bom desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Nesse processo, o conhecimento ocorre a partir da mediação do professor, propondo discussões, engajamento no processo de investigação dos conhecimentos, sendo que a proposta pedagógica do CEJA se adéqua às necessidades de cada modalidade de ensino, objetivando ensino de qualidade. Sendo essa modalidade de ensino marcada por um processo de inclusão não apenas no mercado de trabalho, mas que possibilite a autonomia e o exercício da cidadania.

Segundo a LDB nos art.37 e 38, afirma que “a educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos, no ensino fundamental e médio na idade própria”.

Atualmente a Educação de Jovens e Adultos está sob a responsabilidade do CEJA, órgão este vinculado a Secretaria de Desenvolvimento Regional, sendo que o mesmo trabalha com as modalidades: Alfabetização e Nivelamento, Ensino Modularizado nos níveis Fundamental e Médio, Casa Familiar Rural, NAES, Telessala, Exame Supletivo, assessora também a execução do programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada. No período anterior a criação do CEJA, os alunos eram atendidos pelo NAES-Núcleo Avançado de Ensino Supletivo.

Os educandos que o CEJA atende são adultos e idosos que não tiveram oportunidade de estudar em idade própria, operários em que as empresas estão exigindo escolaridade, adolescentes e jovens que não se adaptaram a escola regular. São alunos oriundos do interior, sendo que grande parcela destes ainda reside na área rural.

Segundo dados do IBGE do ano 2000 no município de São Lourenço do Oeste dos 19.647 habitantes, 14.510 são alfabetizados, totalizando um percentual de analfabetismo de 8,8%.

O CEJA vem se empenhando em atender a comunidade em geral estabelecendo parcerias com órgãos públicos e privados com o objetivo de eliminar o déficit educacional existente. 5.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

O grande desafio de toda a sociedade é o de elevar o grau de escolaridade do trabalhador. Neste sentido a declaração feita na Conferência Internacional sobre a

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Educação de Adultos, realizada na cidade de Hamburgo no ano de 1997, estabelece diretrizes para a educação de jovens e adultos, direcionando seu foco de atuação para a educação básica e continuada: a educação para a cidadania e para a democracia; o respeito, a diversidade e á igualdade; a saúde como um direito humano básico; o mundo do trabalho; o acesso á informação à população dos idosos.

O Centro de Educação de Jovens e Adultos desenvolve os seguintes projetos: alfabetização de jovens e adultos; educação dos adolescentes em conflito com a lei; atendimento aos portadores de necessidades especiais; pedagogia da alternância, destinada a agricultores; atendimento à população da terceira idade.

Nesse sentido, estão sendo desenvolvidas ações para garantir o acesso e assegurar a permanência de jovens e adultos na educação básica e a progressiva oferta de educação continuada:

1. Implementação do Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos, como consolidação de políticas educacionais.

2. Aumento da oferta de vagas na rede pública, implantação da educação de jovens e adultos nas comunidades ainda não atendidas.

3. Ampliação da oferta de cursos de formação continuada para professores e demais profissionais, que atuam na educação de jovens e adultos.

4. Diversificação das metodologias, como forma de implementação de políticas educacionais inclusivas: Telessalas (Telecurso 2000); Ensino Modularizado; Ensino Presencial; Exames Supletivos; Pedagogia da Alternância das Casas Familiares Rurais.

5. Ampliação prioritária do atendimento aos segmentos sociais mais suscetíveis à exclusão social: portadores de necessidades especiais; adolescentes em conflito com a lei; populações afro-descendentes; desempregados; moradores de áreas urbanas periféricas; agricultores e idosos.

6. Gradativo aumento na oferta de cursos de língua estrangeira e informática para jovens e adultos, como instrumentos de inclusão no mundo globalizado.

7. Adoção de medidas específicas para a redução da evasão escolar, incluindo a flexibilização de horários e diversificação de procedimentos pedagógicos, respeitando as especificidades regionais e individuais.

Estas ações representam o esforço dos diversos segmentos sociais, que através de parcerias, contribuem de forma eficaz na consolidação desta modalidade de ensino, em todo o Estado. 5.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Garantir que os programas de erradicação do analfabetismo contemplem: domínio gradativo do conhecimento da língua portuguesa e da reflexão crítica sobre sua utilização social; introdução à história, à matemática, à informática e as ciências, enquanto instrumentos de compreensão da realidade social e do mundo do trabalho; melhoria da qualidade de vida; desenvolvimento de ações culturais; atenção adequada às pessoas com deficiências.

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1.1 Estabelecer na EJA, programas de educação continuada à população, com cursos regulares e presenciais, de caráter gratuito, com atendimento em todos os turnos, num prazo de dez anos.

1.3 Estabelecer programas de erradicação do analfabetismo. 1.4 Pleitear recursos, por meio de parcerias com iniciativas pública e/ou

privada para garantir financiamento e incentivos fiscais para a aquisição de espaço físico, construção da sede própria, material didático, bibliográfico e acesso às tecnologias, como estratégia complementar de acesso ao conhecimento.

2 Criar centros públicos de educação continuada, para atender às demandas específicas e permanentes de qualificação de jovens e adultos, num prazo de cinco anos.

2.1 Garantir o acesso aos programas de alfabetização e formação profissional as pessoas com necessidades educativas especiais.

2.2 Estabelecer parcerias com empresas privadas para a criação de programas de educação de jovens e adultos para os trabalhadores.

2.2 Viabilizar o fornecimento de material didático junto ao Estado e ao Município, repassados aos núcleos, de acordo com o número de alunos nos Centros Educacionais de Jovens e Adultos - CEJA.

2.3 Associar, sempre que possível ao Ensino Médio de Jovens e Adultos, a oferta de cursos de formação profissional, de acordo com as especificidades locais.

2.4 Estabelecer parcerias entre o CEJA e Secretarias de Saúde Estadual e Municipal, assegurando o atendimento com equipe multiprofissional para acompanhamento e desenvolvimento do aluno.

2.5 Assegurar em regime de colaboração com os órgãos competentes programas de formação de educadores de jovens e adultos.

2.6 Estabelecer políticas de parcerias com as comunidades para atendimento da educação de jovens e adultos.

2.7 Observar o mapeamento do censo educacional da população analfabeta, por bairro ou distrito das residências ou locais de trabalho, visando localizar, induzir a demanda e programar a oferta de educação de jovens e adultos.

2.8 Estabelecer parâmetros de qualidade, para as diversas etapas da educação de jovens e adultos, respeitando as especificidades dos alunos e a diversidade local.

3 Garantir a oferta da alimentação escolar de qualidade com acompanhamento de nutricionista, valorizando costumes alimentares da região.

3.1 Desenvolver programas, ações, projetos que superem o analfabetismo, envolvendo e mobilizando a sociedade.

3.2 Buscar, por meio dos órgãos competentes, a contratação de especialistas para suporte pedagógico no atendimento dos cursos de EJA.

3.3 Incluir os alunos da EJA no convênio Estado/Município nos repasses de recursos para o transporte escolar.

3.4 Garantir o cumprimento da Lei de Diretrizes e Base, art. 5º, §1º, visando: Recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental e os Jovens e

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Adultos, que a ele não tiveram acesso; fazer chamada pública; zelar junto aos pais ou responsáveis pela frequência à escola.

3.5 Incentivar a produção e divulgação dos trabalhos realizados pelos alunos de EJA.

3.6 Renovar, atualizar e multiplicar o material didático pedagógico utilizado na EJA.

3.7 Oferecer cursos profissionalizantes aos educandos de acordo com as necessidades locais.

3.8 Firmar convênios entre a EJA e o Sistema Nacional de Emprego-SINE, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE e outros órgãos. 6. EDUCAÇÃO ESPECIAL 6.1. DIAGNÓSTICO O papel da Educação Especial assume a cada ano importância maior dentro da perspectiva de atender as crescentes exigências de uma sociedade em processo de renovação e de busca incessante da democracia, que só será alcançada quando todas as pessoas, indiscriminadamente, tiverem acesso à informação, ao conhecimento e aos meios necessários para a formação da plena cidadania. Uma análise retrospectiva da história da Educação Especial no Brasil, evidencia que sua trajetória acompanha a evolução da conquista dos direitos humanos. Houve a época em que as pessoas com deficiência eram sacrificadas, porque nada de útil representavam para a sociedade. Durante séculos, foram considerados seres distintos e à margem dos grupos sociais. Mas, à medida que o direito do homem à igualdade e à cidadania tornou-se motivo de preocupação de todos os envolvidos no processo educacional, a história de Educação Especial começou a mudar. Constituição Federal estabelece o direito de as pessoas com necessidades especiais receberem educação preferencialmente na rede regular de ensino (art.208, III). O momento atual pede a plena integração dessas pessoas em todas as áreas da sociedade. No entanto, nossa realidade é ainda muito precária. Embora o município tenha como base econômica, indústrias (moveleira, metálica e alimentícia) e também uma agricultura de subsistência, a Educação Especial em todas as modalidades, ainda precisa ser qualificada. A população atendida encontra-se inserida num contexto social de baixa renda e de baixo nível de escolaridade, sendo assim, faltam condições dignas de sobrevivência impedindo o desenvolvimento das potencialidades dos sujeitos, que buscam na escola a solução de muitos de seus anseios. Considerando isso, o Município de São Lourenço do Oeste vem trabalhando para ter toda criança na escola e para assegurar uma boa escola para todos. Integrando-se a esse processo temos instituído a Escola Especial “Nossa Senhora das Graças” e os SAEDEs – Serviço de Atendimento Educacional Especializado - para deficientes visuais e auditivos.

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A Escola Especial “Nossa Senhora das Graças”, tem o compromisso de promover e articular ações – defesa de direitos, prevenção, orientação, habilitação, reabilitação, prestação de serviços, apoio à família, enfim, trabalha no sentido de melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária. A escola possui um espaço físico construído em mil e quinhentos metros, com onze salas de aula, atendendo 166 alunos de zero a cinqüenta anos. Além do município de São Lourenço do Oeste, onde se localiza, a escola atende ainda, os municípios de São Bernardino e Novo Horizonte, numa parceria com as Prefeituras. O atendimento acontece através de estimulação essencial para crianças de zero a três anos, e de quatro a quatorze anos, que apresentarem condições cognitivas e adaptativas para atendimento no SAEDE DM. Tem também duas turmas de alunos autistas (TID); duas turmas de surdocegueira; três turmas de Ocupacional para alunos com idade acima de 16 anos com comprometimento mais acentuado; duas turmas de oficinas: artesanato e cozinha; quatro turmas de itinerantes (atendimento a alunos com grande comprometimento impossibilitados de freqüentar a APAE). Ainda conta com duas turmas de Programa Pedagógico Especifico que atende crianças de 04 a 14 anos. Os alunos recebem atendimento de hidroterapia e equoterapia uma vez por semana, tendo surtido bons resultados, tanto na área afetiva, autoconfiança e resgate da auto-estima, como na área motora, melhorando o equilíbrio, movimentos e controle físico e cognitivo. Destes 166 alunos, 36 estão inclusos, freqüentando o ensino regular em horários opostos ao especial. Os SAEDEs instalados nas escolas da rede regular de ensino, contribuem para mediar o processo de apropriação e produção do conhecimento dos educandos com necessidades sensoriais (cegueira, baixa-visão e surdez), através da utilização de instrumentos e signos específicos, que visem sua integração na sociedade. São constituídas para deficientes visuais e auditivos e o trabalho é organizado em sala, com equipamentos, materiais e recursos pedagógicos específicos à necessidade de cada educando, O SAEDE – DA, instalado na Escola de Educação Básica Rui Barbosa, atende 21 alunos com surdez. Os educandos inclusos no ensino regular contam com o auxilio de um interprete de LIBRAS. O SAEDE – DV, instalado na Escola de Educação Básica Sóror Angélica, atende 10 alunos, sendo que destes 03 são cegos e 07 deles possuem baixa-visão. Para os alunos com baixa-visão, atividades são desenvolvidas visando a eficiência visual. Para os com cegueira total, é trabalhado o Braille (escrita e leitura), o sorobã (calculo da matemática), orientação e mobilidade e atividades da vida diária e também o DOSVOX (informática). As transformações que ocorrem no sistema educacional como um todo exigem o desenvolvimento de atividades que oportunizam maior participação do ser humano, fazendo-se necessário, tomar iniciativas que garantam a pessoa com deficiência à conquista de um espaço na comunidade local. Para tanto, a inclusão dos alunos com deficiência no contexto regular de ensino, é um novo desafio que vem se realizando gradativamente, envolvendo além do corpo docente e discente da escola a família e a comunidade em geral, garantindo a aceitação e permanência do educando no ensino regular, permitindo assim que a pessoa com deficiência conviva cotidianamente com a diversidade sociocultural.

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6.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

A sociedade como um todo, no mundo, vem passando por inúmeras modificações. Uma grande maioria da população vive de maneira precária, desprovida de condições financeiras, sofrendo por não conseguir acompanhar as evoluções tecnológicas que envolvem a sociedade e assim, a exclusão está sendo cada vez mais acentuada. Poucos são aqueles que possuem o privilégio de usufruir e beneficiar-se dos saberes produzidos e experenciados historicamente.

A exclusão e a fome estão presentes em nosso meio, como um grande problema para o qual precisamos de soluções. Cada um de nós tem sua parcela de responsabilidade, quanto às mudanças que devem acontecer para uma transformação da realidade, pela conscientização, mas principalmente pela ação. Um dos grandes desafios é, sem sombra de dúvida, despertar para a realidade que nos cerca, bem como preparar o educando para viver neste meio. Buscar o desenvolvimento de suas potencialidades, principalmente para fazer com que estes possam colocar em prática seus anseios e suas perspectivas de mudança.

As relações sociais, éticas, políticas e culturais e educacionais da atualidade estão diretamente interligadas e passando por inúmeras modificações, as quais geram exclusão pela diversidade de fatores que envolvem os indivíduos que constituem a sociedade.

Busca-se, por meio do trabalho da Educação Especial, conquistar inúmeros objetivos, mas principalmente reiterar que toda pessoa com deficiência tem direito de voz e vez diante das diferentes situações que ocorrem cotidianamente.

Procuramos, então melhoramentos no que tange a uma escola que possa atender as necessidades dos educandos, professores, equipe técnica composta por profissionais capacitados, com aperfeiçoamento constante e que estes recebam salários condizentes com a tarefa que exercem.

A frequência diária é de suma importância para que o aluno tenha maior qualidade de aprendizagem em um contexto coletivo, humano e igualitário para que possam ter uma sociedade atuante, crítica, participativa, consciente de direitos e deveres. Cabe a escola propiciar ao educando as capacidades de vivenciarem as diferentes formas de inserção social.

A escola hoje, mais do que nunca, precisa assumir-se como espaço social de construção de significados éticos imprescindíveis para a ação de cidadania. Através do trabalho realizado, procura-se garantir aos educandos o desenvolvimento das capacidades necessárias na construção de conhecimentos, para uma atuação igualitária junto à sociedade, respeitando suas limitações e oportunizando avanços no processo de aprendizagem.

A Educação Especial, em parceria com a família, é responsável pela construção de uma sociedade inclusiva, criando uma consciência social em prol da

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necessidade da pessoa com necessidades educativas especiais. O desejo desta pessoa é sentir-se aceita e respeitada em seus limites, valorizada no seu potencial.

Portanto, faz-se necessário que a Educação Especial ofereça a este educando o conhecimento, utilizando-se de caminhos, recursos e estratégias diferenciados, oportunizando condições adequadas de aprendizagem. 6.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012) 1. Organizar, em parcerias com as áreas de saúde e assistência, programas de estimulação precoce, em todas as creches, Centros de Educação Infantil e Escolas Básicas do Município, que tiverem crianças inclusas. 2. Ampliar programas de formação continuada, com cursos que contemplem as especificidades da Educação Especial, para professores em exercício na Educação Básica. 3. Garantir a manutenção da aplicação de testes de acuidade visual e auditiva em todas as instituições de educação infantil e do ensino fundamental, de forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado às crianças especiais. 4. Assegurar, durante a década, transporte escolar com as adaptações necessárias aos alunos que apresentam dificuldades de locomoção. 5. Disponibilizar através de convênios e parcerias, recursos financeiros para aquisição de equipamentos/recursos técnicos e tecnológicos, para educandos com necessidades visuais, auditivas e físicas. 6. Viabilizar, intérpretes de língua de sinais/língua portuguesa para as classes do ensino regular, onde o aluno estiver incluso. 7. Adaptar dentro da vigência do plano, as escolas da rede pública de ensino para o atendimento de estudantes com necessidades especiais, dentro do previsto em lei. 8. Articular as ações de Educação Especial e estabelecer mecanismos de cooperação com empresas e indústrias, desenvolvendo programas de qualificação profissional para alunos especiais, provendo seu acesso/inserção no mundo de trabalho. 7. EDUCAÇÃO DO CAMPO 7.1 DIAGNÓSTICO A partir da década de 70, com o crescente processo de industrialização e de urbanização, da mecanização da agricultura e da expulsão dos trabalhadores do campo gerado pelas várias crises econômicas nos setores da agricultura, ocorre um intenso processo de êxodo rural.

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Atualmente, podemos dizer que tanto na área urbana como na área rural, ainda enfrentamos sérios problemas educacionais, embora no campo estes se apresentem de forma mais acentuada. A população do Município de São Lourenço do Oeste gira em torno de 21.799 habitantes, sendo que 5.799 habitantes residem na área rural e 16.000 na área urbana. Depois da grande evasão da população do campo para a cidade, devido às várias crises enfrentadas pelo setor da agricultura. Hoje a população que ainda reside no campo é bastante reduzida e, na sua maioria é formada por casais de mais idade, cujos filhos foram para a cidade em busca de melhores condições, tanto para a educação como para a sustentação, sendo muito pequeno o número de jovens que permanecem no campo. As famílias dos nossos alunos agricultores de hoje, tem como principal atividade econômica, a criação de gado leiteiro, porém ainda investem em gados de corte; produção de grãos (milho, feijão, trigo, arroz); culturas de subsistência (cebola, alho, mandioca etc); também os hortifrutigranjeiros; suinocultores; avicultores; e as agroindústrias (biscoito, queijo, salame, doces). Devido ao grande êxodo rural, houve um esvaziamento nas escolas das pequenas comunidades, o que acelerou o processo de nucleação por considerar a questão pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem, bem como na socialização dos alunos. Em contrapartida, isso gerou outros problemas, tais como: a distância percorrida pelos alunos para chegarem até o transporte escolar e o tempo de permanência no transporte até a escola. O município de São Lourenço do Oeste, no campo, oferece as seguintes etapas/modalidades da Educação Básica, nas seguintes comunidades:

Educação

Infantil

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Educação de Jovens e Adultos

Rede Mantenedor

a

Frederico Wastner7

X X Estadual

Presidente Jucelino

X X X Estadual

Sant’Ana da Bela Vista8

X X (Anos Iniciais)

Municipal

Santa Inês9 X X X Municipal

São Roque X X X X Estadual

Três Voltas10 X X Estadual

7 Esta escola oferece o Projeto Ambiental. Vinculado ao governo estadual este projeto atende aos alunos no contra-turno, oferecendo atividades educativas nas áreas de informática, educação ambiental e reforço escolar. 8 A escola da comunidade Sant’Ana da Bela Vista atende os anos iniciais do Ensino Fundamental de forma bisseriada e o pré-escolar. 9 Nesta escola esta sendo implantada a escola em tempo integral nos anos finais do ensino fundamental, ampliando a carga horária semanal para 30 horas-aula, com as disciplinas de informática, artesanato, oficinas de matemática e língua portuguesa, de acordo com a realidade local. Nesta escola funcionam 02 turmas de Ensino Fundamental de EJA, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil –PETI e aulas de música-instrumental (gaita,violão e teclado) para os alunos, no contra-turno.

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Diante dessa realidade, percebe-se a valorização da Educação do Campo e justifica-se a diferenciação na aplicação dos recursos, estabelecida pelo FUNDEB, bem como a construção de um currículo que contemple as necessidades locais e projetos próprios à realidade da zona rural, para que possibilitem uma educação de qualidade a estes sujeitos. A Educação do Campo se coloca como um novo desafio necessário no processo de construção de políticas públicas. Deve ser construída, a partir das demandas, da luta e das experiências dos sujeitos que vivem no campo. O campo e a sua educação nos apontam vários desafios para superar os problemas do acesso, da permanência, da qualidade, da viabilidade e da dificuldade em assumir sua identidade. 7.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

A implementação das Diretrizes Operacionais para a Educação Básica do Campo (CNE/CEB número 13/04/02), aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação a partir do diálogo com movimentos sociais e com a luta destes, é tarefa prioritária da agenda da Coordenação-Geral de Educação do Campo e precisa ser o esforço deste Plano Municipal de Educação.

As diretrizes precisam pautar-se na prática de uma educação que respeite a diversidade cultural e as diferentes experiências de educação em desenvolvimento, em todas as regiões do País, como forma de ampliar a oferta em todos os níveis e modalidades da educação básica nas escolas do campo.

A Educação do Campo, no Município, coloca-se como prioridade das ações governamentais, entendendo-a ser direito social e prerrogativa de cidadania.

Assim, busca-se contemplar a escola vinculada à realidade dos sujeitos, assegurando o regime de colaboração entre os entes federados como prevê a legislação na oferta da educação aos povos do campo. Faz-se necessária a articulação da Educação do Campo com a Educação Profissional, assim como a participação conjunta de diferentes secretarias do governo municipal e estadual.

Os Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, devem assegurar a discussão coletiva entre educadores, alunos e comunidade com objetivos de atender as necessidades locais numa dinâmica interdisciplinar. Estas devem levar em conta as vivências dos educandos e os aspectos históricos, sociais e culturais, por meio de um processo de escolarização que respeite a relação teoria-prática e vise o exercício da cidadania.

Entendendo que a qualidade se faz além do aluno, também com a família, é necessário que haja investimentos a nível social para um trabalho organizado e produtivo nas famílias e comunidades, incentivando o coletivo diante das dificuldades encontradas no campo.

10 Esta escola também oferece o Projeto Ambiental, especificado na nota acima.

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É fundamental pensar hoje e no futuro, uma educação que vise resgatar uma produção de alimentos saudáveis, na visão agroecológica comprometida com o bem estar de quem produz, de quem consome e responsável pela preservação dos recursos ambientais. Considerando que a Educação no Campo também é de responsabilidade do poder público, é necessário que as políticas públicas educacionais voltem sua atenção para a qualidade. 7.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Implementar as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, assegurando as experiências e as demandas dos movimentos sociais e de todos os povos do campo.

2. Atentar-se para as peculiaridades da Educação do campo, assegurando no Projeto Político.

3. Garantir o acesso universal e a permanência com qualidade dos alunos do campo na educação básica, conforme Resolução nº 02, de 28/04/2008, do Conselho Nacional de Educação.

4. Garantir o acesso universal e a permanência com qualidade dos alunos do campo na educação básica.

5. Equipar devidamente as escolas, a fim de possibilitar acesso a informática aos alunos, educadores e comunidades das escolas do campo.

6. Possibilitar aos alunos, educadores e comunidade das escolas do campo, acesso a informática, equipando devidamente as escolas.

7. Garantir na comunidade do campo, o acesso à EJA, com currículo significativo, articulando o conhecimento científico com a realidade do educando.

8. Flexibilizar a organização escolar para o campo, atendendo as necessidades da demanda existente, oferecendo todos os níveis e modalidades de ensino, com vistas à redução do êxodo rural.

9. Possibilitar ao aluno da EJA o uso do transporte escolar. 10. Estabelecer parcerias com escolas agrícolas com projetos que abranjam

todas as comunidades rurais, de forma a efetuar o ensino de formação integral, garantindo conhecimentos teóricos e práticos, visando melhorar as condições econômicas e produtivas das comunidades rurais, respeitando e ampliando a cultura local.

11. Assegurar transporte escolar com segurança, aos alunos do Ensino Fundamental e Médio, que precisam se deslocar até as comunidades núcleos ou às escolas no centro urbano.

12. Garantir que nos projetos políticos pedagógicos e nos currículos das escolas localizadas no centro urbano, sejam contemplados conteúdos e propostas de trabalho que visem àqueles que vivem na cidade conhecer melhor a vida no campo.

13. Disponibilizar os espaços escolares possibilitando o desenvolvimento de atividades culturais e esportivas.

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14. Incentivar e criar projetos culturais, como coral, festivais, cursos, festas, intercâmbios para a população do campo, inclusive o acesso às atividades de esporte, arte e lazer.

15. Desenvolver políticas curriculares, de produção do material didático-pedagógico para as escolas do campo e dos programas que atendem a população do campo, considerando a identidade cultural dos sujeitos.

16. Assegurar a manutenção do cultivo das hortas escolares, visando à complementação da alimentação escolar, motivando também os educandos a organizarem junto a sua família e comunidade, hortas caseiras e/ou comunitárias, como forma educativa. 8. TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS 8.1. DIAGNÓSTICO As contradições da sociedade capitalista influenciam a realidade educacional, interferindo na função social da escola, que além de garantir os domínios fundamentais da leitura, escrita e cálculo, deve propiciar o acesso à evolução tecnológica para melhor compreensão do contexto social em constante transformação. O Estado, através da escola pública, deve garantir aos alunos conhecimento indispensável à vida, com vistas à redução das desigualdades sociais podendo, para tanto, se utilizar das tecnologias à disposição. Dentro deste contexto, a Educação a Distância é um processo formativo não presencial, podendo ser aplicada teoricamente a todos os níveis e modalidades de ensino e aos programas de educação permanente. É uma estrutura, um recurso que se utiliza para expandir a oferta educacional; é uma forma diferenciada de comunicação, que por sua vez se apresenta nas mais diversas formas: ensino por correspondência (o mais antigo), tele-educação (via rádio e televisão), sistemas integrados (via computador, multimídia, redes locais, Internet). Segundo a legislação vigente, “Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação”. Os cursos ministrados através de Educação a Distância são organizados em regime especial, atendendo o disposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais, de forma flexível quanto aos requisitos para admissão, horários e duração, sem prejuízos ao atendimento dos padrões de qualidade do ensino. A Educação a Distância aparece como meio adequado para o acesso à escola para uma grande quantidade de alunos, principalmente adultos que, ao mesmo tempo em que têm necessidade de prosseguir seus estudos ou de aperfeiçoar-se, enfrentam a dificuldade de compatibilizar seus horários diante da forma de organização do ensino presencial.

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É importante observar que a Educação a Distância não pode ser vista como substitutiva da educação convencional, presencial. São duas modalidades do mesmo processo. A Educação a Distância não concorre com a educação convencional; não é este o seu objetivo. Considerando as transformações da sociedade em função dos avanços das ciências e das tecnologias, faz-se necessário a apropriação do conhecimento e o acesso das diversas tecnologias na área educacional. Acompanhar essas transformações da sociedade, bem como ser agente transformador dessa sociedade, implica ter o acesso e estar em constante aprendizado. Dessa forma, a inclusão dos indivíduos no atual contexto social requer, da União, Estados e Municípios, políticas educacionais que contemplem o acesso e a apropriação do conhecimento das novas tecnologias educacionais. O uso das tecnologias educacionais deve ser concebido como um meio auxiliar no processo ensino e aprendizagem, sendo o educador o responsável pelo processo, assumindo posturas, rompendo com paradigmas e considerando ações pedagógicas que contemplem as necessidades da comunidade em que está inserido. Nessa perspectiva, o Projeto Político Pedagógico das escolas deve contemplar a utilização das tecnologias na educação, bem como a formação continuada do educador para sustentar no princípio da gestão do uso das tecnologias educacionais que indica encaminhamentos para ações pedagógicas na rede pública de ensino. O uso de diferentes tecnologias facilitou muito o aprofundamento dos conteúdos, pois podem ser trabalhados de diferentes formas: com maior motivação, melhor visibilidade, mais organização, mais recursos, melhor complementação de assuntos e qualidade. Porém, o acesso dessas tecnologias à grande parte da população ainda é limitado, devido ao baixo poder aquisitivo. Apesar de toda essa tecnologia, muitos ainda estão à mercê destas inovações; tanto aluno como professor. Temos escolas em pleno século XXI distantes dessa realidade. Se de um lado, professores e alunos são conhecedores e fazem uso das tecnologias, de outro, há novas expectativas de um dia a população, na sua maioria, poder compartilhar com essas novas fontes. Constatamos também que, em nossa realidade, além da falta de tecnologias e demais ferramentas de trabalho na maioria das escolas, há um despreparo por parte dos profissionais, que mesmo inseridos na transição tecnológica, sentem-se inseguros diante das indagações dos seus alunos. Estamos numa nova era, vivemos num mundo globalizado integrados a todas as partes do mundo. Isto exige que acompanhemos as mudanças, seja em nosso discurso, em nossas atividades diárias, no trabalho, e principalmente na escola. As tecnologias educacionais podem ser instrumentos poderosos e versáteis para serem usadas na sala de aula, mas devem ser usadas com inteligência e competência, para transformar-se em excelentes recursos pedagógicos. As tecnologias surgem como meios auxiliares, como ferramentas alternativas no processo de ensino aprendizagem. Uma das maiores dificuldades encontradas na área da tecnologia educacional é que as tecnologias sozinhas de nada servem sem o elemento humano, elas não são máquinas de ensinar. Também não adianta nada a escola ter potentes computadores, data show, televisões, vídeos se os professores não mudarem sua prática pedagógica. Se o educador não mudar a maneira de ensinar, as tecnologias não poderão ter muito efeito sobre a educação. Apontamos que para as tecnologias contribuam para a

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melhoria do processo de ensino e aprendizagem, o professor precisa investir um pouco de seu tempo para aprender a lidar com elas. São Lourenço do Oeste conta hoje com 06 Escolas de Ensino Regular e um Centro de Educação de Jovens e Adultos – CEJA - na rede estadual de ensino; 08 Escolas de Ensino Regular na rede municipal; 01 Escola Privada e 01 Filantrópica de Ensino Regular; 01 Escola Privada de Educação Especial – APAE, e 03 Entidades de Ensino Superior. Nos últimos anos, foram implantadas salas informatizadas em três escolas da rede estadual de ensino, sendo, 10 computadores na EEB Rui Barbosa, 10 computadores na EEB Sóror Angélica e 10 computadores na EEB Leoberto Leal. Das duas escolas de ensino regular da rede Privada, apenas uma possui sala informatizada, sendo composta por 12 computadores. Em 2007, na Escola Básica Municipal São Lourenço foi implantada, em parceria com a Unochapecó, aulas de informática, com professor habilitado na área, para o Ensino Fundamental, com acesso a internet para professores e alunos. No ano de 2008, as Escolas Básicas Municipais foram equipadas com laboratórios de informática: a EBM Santa Maria Goretti e a EBM Santa Inês contam com 20 computadores cada uma e as EBMs Santa Catarina e São Francisco, contam com 16 computadores cada uma interligadas a internet por fibra ótica. Ao longo de 2007, a Biblioteca Municipal foi informatizada, possibilitando à população, acesso a internet, pesquisa online e impressão de trabalhos e pesquisas, bem como os serviços de reprografia. São Lourenço do Oeste, conta ainda, com 03 estabelecimentos de Ensino Superior, sendo uma Universidade Regular (UNOCHAPECÓ), com um laboratório de 20 computadores; uma Universidade de Educação a Distância (UNOPAR), com uma sala composta por 12 computadores e uma Faculdade a Distância (FACINTER).

ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

TOTAL DOCENTES/

TUTORES

Nº ALUNOS POR ETAPA/MODALIDADE

EI EF EM EJA EE ES

Estaduais 07 170 183

2396

875

650 - -

Municipais 08 085 574

1138

- - - -

Privadas 02 034 098

0264

039

- - -

Educação Especial 01 019 - - - - 166 -

Ensino Superior 03 039 - - - - - 368

Fonte: GERED São Lourenço do Oeste e Secretaria Municipal de Educação de São Lourenço do Oeste/2007.

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UNIDADE EDUCACIONAL

REDE DE ENSINO

SALA INFORM.

INTERNET Nº ALUNOS

Nº PROFESSORES

EEB Soror Angélica Estadual Sim Sim 1676 36 efetivos

EEB Rui Barbosa Estadual Sim Sim 1198 28 efetivos

EEB Leoberto Leal Estadual Sim Não 0145 08 efetivos

EEB São Valentim Estadual Não Não 0264 07 efetivos

EEB Volta Redonda Estadual Não Não 0202 07 efetivos

EEB São Sebastião Estadual Não Não 0129 08 efetivos

CEJA São Lourenço Estadual Não Sim 0650 04 efetivos

EBM Santa Catarina Municipal Sim Sim 0323 14

EBM Santa Mª Goretti Municipal Sim Sim 0478 31

EBM São Lourenço Municipal Sim Sim 0348 18

EBM São Francisco Municipal Sim Sim 0184 11

EBM Santa Inês Municipal Sim Não 0202 15

EIM Sant’Ana da Bela Vista

Municipal Não Não 0044 02

CEIM Fantasia Municipal Não Não 0083 03

CEIM Mundo Colorido Municipal Não Não 0030 02

Escola São Francisco de Assis

Privada Sim Sim 186 16

Colégio Cenecista Jorge Lacerda

Filantrópica Não Não 186 19

Escola de Educação Especial

Privada Não Sim 166 19

FACINTER Sim Sim 104 02

UNOCHAPECÓ Sim Sim 147 30

UNOPAR Sim Sim 117 07

Fonte: GERED São Lourenço do Oeste e Prefeitura Municipal de São Lourenço do Oeste/2007 8.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Estabelecer em cooperação entre a União, Estado e o Município, padrões éticos e estéticos, bem como normas de credenciamento, mediante os quais, será feita

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a avaliação do funcionamento dos cursos e programas de educação à distância e presencial.

2. Apoiar financeira e institucionalmente as pesquisas e as atividades, na área de educação à distância, capazes de transformar a modalidade de EAD em uma ferramenta cada vez mais viável para a melhoria e a democratização do Ensino Superior no país. Observar, no que diz respeito à educação à distância e as novas tecnologias educacionais, as metas pertinentes incluídas nos capítulos referentes: à educação infantil, ao ensino fundamental e médio, à formação de professores, à educação de jovens e adultos, e a educação especial.

3. Garantir o acesso e a apropriação do conhecimento do uso das novas tecnologias a todos os alunos e professores residentes no Município de São Lourenço do Oeste, assegurando a qualificação dos profissionais da educação para o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Para tal se faz necessário a promoção de espaços de discussão, revendo os conceitos de educação em todas as modalidades para que sua implementação não signifique posteriormente, um retrocesso na formação docente e discente, vindo a comprometer a qualidade da educação.

4. Estimular a utilização dos recursos tecnológicos como instrumentos fundamentais no processo de ensino e aprendizagem. 8.4 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Compreender a abrangência da tecnologia nos diferentes espaços escolares.

2. Desenvolver a cultura da utilização das TICs na ação pedagógica assegurando-a no projeto Político Pedagógico.

3. Equipar as escolas com salas informatizadas e garantir a manutenção dos equipamentos.

4. Garantir a implementação do uso das TICs, no Projeto Político Pedagógico da escola.

5. Utilizar os meios de comunicação tais como rádio, jornais locais e regionais para trabalhar assuntos das Unidades Escolares, relacionados à realidade do Município.

6. Garantir a manutenção das máquinas e o funcionamento do Núcleo das Tecnologias Educacionais.

7. Garantir a execução do Decreto nº 3.965, de 27 de novembro de 2009 que cria o Núcleo de Tecnologias Educacionais - NTE.

8. Assegurar a presença de instrutores de Informática nos laboratórios, bem como, a capacitação continuada dos profissionais da área para auxiliar os demais profissionais do magistério.

9. Promover a interdisciplinaridade, em ambientes de aprendizagem em rede, entre os educadores.

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10. Garantir a aquisição de equipamentos básicos adaptados e softwares educacionais específicos para o atendimento ao aluno com necessidades especiais da rede pública de ensino.

IV – MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 9. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉ RIO 9.1. DIAGNÓSTICO A formação dos professores da Educação Básica é um processo sempre em construção, pois se ampara nos conhecimentos apropriados nos cursos de licenciaturas e no seu cotidiano profissional. Sendo assim, esta formação reflete o perfil da organização curricular do curso de licenciatura, sustentado pelos fundamentos ligados ao domínio dos conteúdos da sua área específica de atuação e da compreensão do processo pedagógico e dos valores éticos e políticos do processo de ensino-aprendizagem no ambiente profissional. Além desse conjunto de conhecimentos, a formação de professores não poderá prescindir da visão estratégica de sua atividade profissional para a formação de novas gerações, que é a de estar comprometido ética e politicamente com uma perspectiva de emancipação da educação. A partir disso, a aprendizagem dos alunos dar-se-á pela mediação pedagógica do professor, compreendendo diferentes percursos de seus alunos, efetivando intervenções significativas para garantir aos mesmos a apropriação do conhecimento e a compreensão das relações históricas, sociais, políticas e econômicas, que condicionam a vida das pessoas e a produção do conhecimento. A formação continuada dos professores no município de São Lourenço do Oeste tem sido realizada nos últimos anos em parceria com o estado. Além dessas formações as redes municipal, estadual e particular têm organizado capacitações específicas para seus professores. Foi possibilitado aos professores municipais a realização de cursos de aperfeiçoamento, em parceria com instituições de ensino superior, tais como: UNISINOS, UNOESC – São Miguel do Oeste e Xanxerê, UNOCHAPECÓ, Rede de Formação Continuada/MEC, entre outras. Os aspectos positivos que podemos acrescentar na formação de professores são cursos já realizados voltados não apenas para as especificidades de cada área, mas foram ofertados para todos os professores, independente da área e do nível de atuação, abordando além do conteúdo das disciplinas específicas, diferentes temas, tais como: Educação Inclusiva, Educação e Infância, Educação de Jovens, Alfabetização e Letramento, Contação de Histórias e Confecção de Fantoches, Pedagogia de Projetos, Educação Matemática e Científica, Arte Esporte e Educação Ambiental, Etnomatemática e

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a Ciência Através dos Tempos, Informática – Linux Educacional, Avaliação Institucional, Formação pela Escola, Africanidade, entre outros. Quanto aos cursos de licenciatura, em nosso município, foi oferecido pela UNOCHAPECÓ o curso de Pedagogia de Séries Iniciais e Ed. Infantil, capacitando cinco turmas. Hoje existem faculdades à distância “FACINTER, FATEC, UDESC, UNOPAR”, que introduzidas na região, estão formando professores em diferentes áreas. Além dos cursos oferecidos no município, muitos professores são formados em faculdades públicas e privadas em outros Municípios e Estados vizinhos. Existe também um pólo à distância da UFSC, em que os professores se deslocam para aperfeiçoamento em outros Municípios. É de responsabilidade da instituição superior à formação inicial do professor garantindo a qualidade social, política e pedagógica que se consideram necessárias, através da pesquisa, ensino e extensão e que a relação entre teoria e prática ocorra desde o início do curso. Além de oferecerem os cursos de licenciatura, as faculdades existentes oferecem cursos de Pós–Graduação Latu-Sensu e Stricto-Sensu, sendo que a maioria dos professores já possui especialização, porém somente um número restrito tem formação em nível de mestrado. Tanto na rede municipal quanto estadual todos os docentes efetivos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio são pós-graduados e, portanto, o trabalho de formação centra-se na formação continuada. A avaliação dos profissionais da educação não é realizada de forma individual e específica, porém, de forma indireta, por meio dos resultados das provas do ENEM, SAEM, SAEB, Prova-Brasil, tem-se uma avaliação da qualidade do ensino do Município. Conforme consta no Plano Estadual de Educação,

Existe a necessidade de evitar que as políticas públicas voltadas a valorização do magistério estreitem-se para a visão única da formação inicial e continuada, que constitui-se em dois eixos, e que deve ser trabalhado no mesmo patamar das políticas voltadas as condições de trabalho, carreira e remuneração. Existe a possibilidade de investimento em recursos humanos, que posteriormente, possam abandonar a rede pública estadual, em busca de melhores oportunidades de trabalho docente, comprometendo ainda mais a qualidade da educação no estado. A experiência tem demonstrado que esses eixos não podem ser tomados isoladamente, pois é a conjugação que garante a sustentação do entusiasmo, da dedicação e da confiança nos resultados do processo pedagógico; e a falta de apenas um deles compromete os resultados. (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2003).

9.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

Para garantir e oferecer uma educação de qualidade é indispensável adotar uma política voltada à formação inicial e continuada e de valorização dos profissionais

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da educação. Essa formação deve ser de responsabilidade das instituições superiores com a prioridade de formação presencial. Sendo à distância, que contemple horas presenciais, tendo como intenção a reflexão e a prática educacional, a socialização, com a finalidade do aperfeiçoamento técnico, ético e político. Conforme Constituição Federal:

A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do poder público que conduzam à: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV- formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. (BRASIL, 1988, p. 214).

A formação continuada, bem como a coordenação e o financiamento, é de responsabilidade das Secretarias Estadual e Municipal de Educação. Conforme previsto no Sistema Estadual de Educação, a rede municipal deverá garantir, por meio da participação coletiva, a elaboração e a reformulação constante das leis, consequentemente a valorização do magistério. É imprescindível que a formação continuada proporcione aos professores e demais profissionais da educação a reflexão sobre a prática educacional da realidade local, garantindo o aperfeiçoamento técnico, ético e político e, por extensão, a melhoria na qualidade da educação oferecida pelas redes de ensino.

Segundo o Plano Estadual de Educação (ESTADO DE SANTA CATARINA, 2003, p.110), o poder público deve,

Garantir, por meio de um programa conjunto da União, dos Estados e Municípios, que no prazo de dez anos, 70% dos professores de educação infantil e de ensino fundamental (em todas as modalidades) possuam formação específica de nível superior, de licenciatura plena em instituições qualificadas.

Conforme citação acima, o Município dentro do prazo previsto, foi além das expectativas, tendo hoje um quadro funcional em que todos os professores nos níveis e modalidades de ensino têm a habilitação específica na área de atuação. Este critério deve ser observado para a admissão de novos profissionais que venham fazer parte do quadro efetivo do magistério e em caráter temporário. Segundo o Plano Nacional de Educação: :

Esta exigência, aliás, se aplica também na formação para o magistério da educação infantil, nas séries iniciais e finais do ensino fundamental e no ensino médio. As características psicológicas, sociais e físicas das diferentes faixas etárias carregam modos diversos de encarar os objetos de conhecimento e aprender. Daí por que não basta ser

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formado num determinado nível de ensino; é preciso adquirir a especificidade do processo de construção do conhecimento em cada uma daquelas circunstâncias e faixas etárias. (MARQUEZAN, 2001).

A formação dos professores e demais profissionais da educação é considerada pela municipalidade como estratégia de melhoria da qualidade da educação, além de proporcionar a ampliação dos horizontes na atuação de seus profissionais.

Outro caminho a ser seguido é a valorização do magistério e demais profissionais da educação, através de um plano de carreira e remuneração que estabeleça um salário condigno, elevando a valorização destes profissionais e por conseqüência a qualificação inicial e continuada dos mesmos. Assim, professores e demais profissionais da educação terão melhorada sua qualidade de vida. 9.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Possibilitar a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, na rede regular de ensino.

2. Promover a formação continuada dos educadores, nas áreas específica e geral.

3. Assegurar avanço nos programas de formação continuada e qualificação, através de parcerias dos sistemas de ensino com as instituições de ensino superior.

4. Garantir os pressupostos teóricos e metodológicos previstos no Projeto Político Pedagógico da escola e das redes, na formação de professores e na prática pedagógica.

5. Promover cursos e realizar convênios com Instituições de Ensino Superior, a fim de oferecer formações continuadas previstas no calendário escolar, com temáticas que atendam as necessidades do grupo de profissionais da educação.

6. Incluir no quadro do magistério público municipal: instrutor surdo, professor bilíngüe, intérprete, transcritor e tradutor braile, conforme necessidade.

7. Assegurar a manutenção das condições adequadas de trabalho com espaço físico, material didático e tecnológico.

8. Manter o requisito, no Processo Seletivo para professor ACT, que no ato da inscrição deverá apresentar comprovante de conclusão do 2º período do Ensino Superior na área pleiteada.

9. Manter os serviços de Psicologia, Fonoaudiologia e Nutrição para atendimento nas unidades escolares.

10. Criar programas em parceria com as universidades, poder público, para criação de cursos de formação e qualificação dos profissionais do magistério, garantindo qualidade em todos os níveis de ensino.

11. Garantir que todos os professores de todos os níveis e modalidades possuam formação específica de nível superior na área de atuação.

12. Garantir formação continuada aos profissionais que atuam na educação.

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13. Viabilizar a realização de avaliações de desempenho, conforme preveem as leis municipais, estaduais e federais, possibilitando vislumbrar perspectivas de crescimento profissional e as adaptações e exigências do mundo do trabalho.

14. Possibilitar, em regime de parcerias, projetos e estudos referentes a área agrícola, aos profissionais da educação do sistema estadual e municipal de ensino, que atuam em escolas do campo.

15. Pleitear junto a Secretaria de Estado da Educação a nomeação por concurso público os profissionais da área de Psicologia e Fonoaudiologia para atender as escolas da rede estadual.

16. Assegurar o uso do transporte escolar para professores da rede pública de ensino de acordo com a lei vigente.

17. Possibilitar que as ações educativas voltadas a inclusão promovam maior inserção social da pessoa com deficiência.

V – FINANCIAMENTO E GESTÃO 10. FINANCIAMENTO E GESTÃO 10. 1 – DIAGNÓSTICO A construção de um plano de metas para a educação deve levar em consideração recursos que garantam a concretização do mesmo. Os investimentos na educação exigem um redimensionamento na medida em que novas propostas e demandas surgem. Além dos recursos oriundos das fontes que formam o montante a ser aplicado constitucionalmente, devem ser buscadas novas estratégias orçamentárias para garantir sua manutenção – estabelecimento de parcerias e regime de colaboração entre Estado e Município. Atualmente, a manutenção e o desenvolvimento do ensino provem da arrecadação de impostos e transferências, porém não na sua totalidade e sim de seus respectivos percentuais para a melhoria da gestão, profissionalização da carreira dos profissionais da educação, ampliação da rede física para o atendimento aos educandos. A profissionalização implica a definição de competências específicas e a adoção de novas capacidades humanas, políticas e técnicas com a finalidade de desenvolver uma gestão responsável para aumentar a produtividade. Neste sentido, financiamento e gestão da educação constituem uma mesma face. A tabela a seguir sintetiza a origem dos recursos para a educação do município e seus respectivos investimentos, considerando os anos 2005 e 2006, ou seja, os recursos são repassados conforme o número de alunos informados no censo escolar, referente ao ano anterior

2005 2006 Média

ORIGEM DOS RECURSOS 3.501.940,48 3.772.984,82 3.637.462,65

Receitas de impostos 25% 1.640.650,53 1.763.947,06 1.702.298,80

FUNDEF 1.264.796,72 1.345.518,93 1.305.157,83

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Salário-Educação 138.827,57 163.312,83 151.070,20

PNATE 103.751,04 104.369,38 104.060,21

PNAE 87.560,96 88.573,60 88.067,28

Demais Receitas ou Transferências

266.353,66 307.263,02 286.808,34

APLICAÇÃO DOS RECURSOS

3.501.940,48 3.772.984,82 3.637.462,65

Folha de pagamento 2.050.458,31 2.308.620,77 2.179.539,54

Manutenção – Materiais 154.509,24 204.822,44 179.665,84

Manutenção – Serviços 525.153,09 696.778,32 610.965,71

Transporte Escolar 273.685,11 259.444,90 266.565,01

Alimentação 83.642,55 89.660,26 86.651,41

Investimentos 330.849,63 213.658,13 272.253,88

Tabela de aplicação de recursos na educação - Exercícios 2005 e 2006 OBS: os valores relativos à folha de pagamento utilizaram recursos dos 25% e do FUNDEF, não estando separados por fonte de recursos nos exercícios 2005 e 2006 (Informação prestada por Roberto Zolet – Contador CRC/SC 0215778/09) A “gestão democrática do ensino sintetiza diferentes formas de participação coletiva das comunidades escolar e local nos processos de administração dos recursos (financeiros, de pessoal, de patrimônio) na construção dos projetos educacionais.” (PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO A DISTÂNCIA PARA GESTORES ESCOLARES, p. 43.) Para qualificar a gestão democrática, no contexto educacional da educação básica, é necessário garantir a criação e o fortalecimento dos conselhos escolares – Conselho Deliberativo, Grêmio Estudantil e a Associação de Pais e Professores (APP), possibilitando a participação de todos os segmentos constituídos. A ação dos colegiados orienta os princípios e encaminhamentos do Projeto Político Pedagógico de cada unidade escolar, buscando a autonomia, a responsabilidade social e a formação da cidadania de seus membros. Neste sentido, a função social da escola efetiva-se na medida em que seus espaços sejam utilizados também pela comunidade escolar, nos momentos diferenciados de funcionamento, isto é, nos finais de semana, para fins culturais, desportivos, artísticos, e outros projetos de interesse da comunidade. Para isso, é necessário buscar parcerias com as demais secretarias, clubes e instituições já constituídos na sociedade, no sentido de estimular a formação de novas lideranças e democratizar as ações conjuntas. A qualidade da educação pressupõe um processo de formação continuada a todos os profissionais envolvidos no projeto educativo. Cabe ao poder público, o estabelecimento de políticas que assegurem formação continuada. Além disso, é necessário intensificar a segurança nos estabelecimentos escolares, tanto no ambiente interno como externo, a fim de garantir a integridade dos educandos.

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10.2 DIRETRIZES (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Investir na formação de gestores, profissionais vinculados as secretarias municipal e estadual de educação, buscando a melhoria das condições de ensino e aprendizagem.

2. Otimizar a gestão dos espaços físicos das escolas, disponibilizando-os para atividades voltadas à cultura, ao lazer, à informação da comunidade aos finais de semana, estabelecendo, para isso, parcerias com instituições públicas e privadas para o desenvolvimento de projetos sociais.

3. Garantir no Projeto Político Pedagógico, além da Associação de Pais e Professores a criação dos colegiados escolares - Conselho Deliberativo Escolar e Grêmio Estudantil - a fim de efetivar a participação da comunidade escolar interna e externa, implementando no projeto da escola a avaliação institucional nas dimensões: pedagógica, administrativa, patrimonial e financeira, como indispensável para verificar a eficácia das políticas públicas, indicando suas fragilidades e as possíveis superações.

4. Promover a autonomia financeira da escola por meio do repasse de recursos a partir de critérios a serem definidos.

5. Fortalecer as instâncias de controle interno e externo, por meio de órgãos de gestão no sistema de ensino, como os Conselhos Municipal de Educação e de Acompanhamento de Controle Social do FUNDEB, observando as competências definidas na legislação.

6. Assegurar vigilância interna e externa nas escolas a fim de coibir a influência de entorpecentes e a prostituição, por meio da contratação de vigilantes capacitados e também com o apoio da segurança pública.

7. Ampliar o atendimento aos educandos com necessidades educativas especiais no que se refere ao transporte escolar, serviços especializados, para sua inserção no mundo de trabalho.

8. Proporcionar melhoria da qualidade da educação por meio de investimentos em recursos humanos, tecnológicos, materiais didático-pedagógicos e equipamentos.

9. Oportunizar a criação de um Conselho de Avaliação do Plano Municipal de Educação, para verificar os objetivos alcançados, tendo representantes de cada instituição de ensino, que será constituída por segmentos de: professores, alunos e pais. Esta representação irá atuar a partir da aprovação, implantação e durante a vigência deste plano. 10.3 OBJETIVOS E METAS (Redação determinada pela Lei 2.040/2012)

1. Garantir previsão de suporte financeiro para as metas do plano. 2. Oportunizar a todos os educandos uma melhor compreensão do mundo do

trabalho por meio da criação de oficinas profissionalizantes.

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3. Aperfeiçoar, nas unidades escolares, normas de gestão democrática, com a participação dos diversos segmentos da comunidade, com a garantia de competências e compromissos emanados da proposta pedagógica.

4. Aperfeiçoar a ação do Conselho Deliberativo Escolar e do Grêmio Estudantil com base nos princípios democráticos, por meio de reuniões, palestras, cursos, oficinas, etc.

5. Fomento da formação dos conselhos escolares por meio de palestras, reuniões e fóruns.

6. Organizar e fortalecer a Educação Básica no campo, de modo a preservar as características e valores da vida do campo, apoiando o estabelecimento de além do núcleo comum, um currículo diferenciado para a educação no campo.

7. Estabelecer, para o Ensino Médio, a aplicação de recursos que garantam a expansão de cursos profissionalizantes.

8. Buscar junto aos órgãos competentes a aplicação de recursos que garantam a expansão de cursos profissionalizantes no Ensino Médio.

9. Criar, em regime de colaboração entre Estado, Município e iniciativa privada, um Núcleo de Educação Profissional, visando à qualificação e requalificação profissional.

10. Garantir curso de capacitação e formação continuada aos profissionais envolvidos na educação.

11. Efetivar a participação da comunidade escolar interna e externa por meio do Conselho Deliberativo e Grêmio Estudantil.

12. Disponibilizar os espaços físicos da escola à comunidade, a fim de que sejam utilizados para fins culturais, esportivos e recreativos, nos dias de recesso escolar.

13. Estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas para a implementação de projetos sociais.

14. Assegurar vigilância interna e externa nas escolas, por meio da contratação de vigilantes capacitados e também com o apoio da segurança pública.

15. Realizar a avaliação institucional de forma contínua com a participação de todos os segmentos da escola, sistematizando as discussões e incorporando os resultados no Projeto Político Pedagógico, utilizando-os como parâmetros na busca da melhoria da qualidade da educação escolar.

16. Apoiar a instalação de cursos universitários públicos. 17. Ampliar a rede física escolar para assegurar o prosseguimento de estudo

aos alunos da Educação Infantil para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. 18. Adotar como parâmetro de idade para o ingresso da criança no primeiro

ano de Ensino Fundamental o estabelecido em Lei. 19. Garantir qualidade na aprendizagem, dotando a escolas com recursos

materiais, tecnológicos e físicos adequados, bem como profissionais devidamente qualificados para as diferentes funções.

20. Garantir previsão de suporte financeiro para as metas do plano. 21. Informatizar, progressivamente, as escolas, conectando-as em rede.

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VI – ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

11. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO O processo avaliativo do Plano Municipal de Educação – PME, deve se configurar como instrumento de compreensão do desenvolvimento do mesmo. Desta forma, deve primar por adotar uma avaliação participativa, global, formadora e emancipadora, que possibilite a compreensão da realidade do Plano e do Município de São Lourenço do Oeste, como forma de garantir uma educação de qualidade social a escola pública. A Secretaria Municipal de Educação e o Conselho Municipal de Educação são responsáveis pela coordenação do processo de implantação e consolidação do Plano, formando em conjunto o “Grupo de Avaliação e Acompanhamento do PME”. Desempenharão, também, um papel essencial nessas funções o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e a sociedade civil organizada. Assim, sob uma ótica ampla e abrangente, o conjunto das instituições envolvidas, sejam elas governamentais ou não, assumirá o compromisso de acompanhar e avaliar as diretrizes, os objetivos e as metas aqui estabelecidas, sugerindo, sempre que necessário, as intervenções para correção ou adaptação no desenvolvimento das metas. Os objetivos e as metas deste Plano Municipal somente poderão ser alcançados se ele for concebido e acolhido como o Plano do Município, mais do que Plano de Governo e, por isso, assumido como um compromisso da sociedade para consigo mesma. Sua aprovação pela Câmara Municipal, o acompanhamento e a avaliação pelas instituições governamentais e da sociedade civil são fatores decisivos para que a educação produza a grande mudança no panorama do desenvolvimento educacional da inclusão social e da cidadania plena. Assim, é fundamental que a avaliação seja efetivamente realizada, de forma periódica e contínua e que o acompanhamento seja voltado à análise de aspectos qualitativos e quantitativos do desempenho do PME, tendo em vista a melhoria e o desenvolvimento do mesmo. Para isto, deverão ser instituídos os seguintes mecanismos de avaliação e acompanhamento, necessários para monitorar continuamente, durante os dez anos, a execução do PME: aferição quantitativa: que controlem estatisticamente o avanço do atendimento das metas, observando-se os prazos estabelecidos ano a ano; aferição qualitativa: que controlem o cumprimento das metas, observando além dos prazos, as estratégias de execução das ações para medir o sucesso da implementação do PME. A primeira avaliação técnica será realizada no segundo ano, após sua implantação e as posteriores, a cada dois anos. Além da avaliação técnica, realizada periodicamente, poderão ser feitas avaliações contínuas. Neste processo de avaliação devem participar as comissões de elaboração do PME e a sociedade civil organizada, por meio de conferências, audiências, encontros e reuniões, organizadas pelo Grupo de Avaliação e Acompanhamento. Os instrumentos de avaliação instituídos como o SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, o Censo Escolar e os dados do IBGE são subsídios e informações necessárias ao

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acompanhamento e à avaliação do PME. Os instrumentos devem ser analisados e utilizados como meio de verificar se as prioridades, metas e objetivos propostos no PME estão sendo atingidos, bem como a implementação das mudanças necessárias. Além destes instrumentos, o Grupo de Avaliação e Acompanhamento pode, à medida que for preciso, criar e/ou utilizar-se de outros que couber.

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BIBLIOGRAFIA BRASIL. Constituição Federal, 1988. Ed. atualizada em 1996. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação: Brasília, 1996. BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. ESTADO DE SANTA CATARINA. Plano Estadual de Educação: a sociedade construindo educação dos catarinenses. Documento Básico. Secretaria de Estado da Educação e Inovação, Julho a Dezembro de 2003. MARCHEZAN, Nelson. Plano Nacional de Educação. Brasília: 2000. MOSQUEIRA, (org.). Educação Especial: em direção à educação inclusiva. 3ªed.Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. SANTA CATARINA. Proposta Curricular: abordagem às diversidades no processo pedagógico. Florianópolis, 1998. _______________. Abordagem no processo pedagógico: serviço de sala de recursos ao portador de deficiência sensorial. FCEE. São José, 1998. SILVA, Isabel de Oliveira e. Profissionais da Educação Infantil: entre o feminino e o profissional. São Paulo:Cortez, 2001. (Coleção Questões de Nossa Época). SOUZA, Ana Maria Costa de. Educação Infantil:uma proposta de gestão municipal. Campinas: Papirus, 1996. UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura/ Ministério da Educação e Ciência da Espanha/Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre necessidades especiais. Brasília, 1994.