Lei Sanitária do Município de Itumbiara - Lei 2.833 de 2003

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SUMRIODISPOSIES PRELIMINARES ........................................... 2 DA COMPETNCIA ................................................................. 2 DAS ATRIBUIES ................................................................. 3 DA ASSISTNCIA A SADE................................................... 4 DOS DIREITOS BSICOS DOS USURIOS DOS SERVIOS DE SADE........................................................... 8 DA SADE DO TRABALHADOR ........................................... 8 DA VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA.....................................11 DO CONTROLE DE ZOONOSES E CRIAO DE ANIMAIS.................................................................................. 12 DA VIGILNCIA SANITRIA ................................................ 19 DAS INFRAES SANITRIAS. ......................................... 52 DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS .................. 62 DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DAS NORMAS PROCESSUAIS .................................................................... 71 DA COMPETNCIA ADMINISTRATIVA DOS AGENTES FISCAIS................................................................................... 79 DAS DISPOSIES GERAIS E TRANSITRIAS ............. 79

A CMARA MUNICIPAL DE ITUMBIARIA, ESTADO DE GOIS, aprova e eu, PREFEITO MUNICPAL DE ITUMBIARA, sanciono a seguinte Lei:

LEI N. 2.833/2.003 INSTITUI A LEI SANITRIA DO MUNICPIO DE ITUMBIARA E D OUTRAS PROVIDNCIAS

TTULO I DISPOSIES PRELIMINARESArt. 1 A presente lei estabelece normas de proteo sade da populao do Municpio de Itumbiara, visando garantir o bem estar do cidado e da coletividade. Art. 2 Constitui poder do Municpio de Itumbiara, atravs da Secretaria Municipal de Sade, estabelecer normas de inspeo e fiscalizao sanitria capazes de prevenir riscos sade e de intervir em problemas sanitrios relativos produo e circulao de bens de consumo e a prestao de servios que direta ou indiretamente se relacionem com a sade e meio ambiente, objetivando a proteo da sade do consumidor, do trabalhador e da populao em geral.

TTULO II DA COMPETNCIAArt. 3 da competncia da Secretaria Municipal de Sade a execuo das medidas sanitrias previstas nesta Lei. Art. 4 Compete Secretaria Municipal de Sade, sem prejuzo de outras atribuies: I) exercer o poder de polcia sanitria do municpio; II) promover, orientar e coordenar estudos de interesse da Sade Pblica; III) organizar hierarquicamente o Sistema nico de Sade Municipal. Art. 5 So autoridades sanitrias: a) o Prefeito Municipal; b) o Secretrio Municipal de Sade; c) os que estiverem no exerccio das atribuies expressamente relacio-nadas com esse poder, notadamente os Fiscais Municipais de Sade e os Agentes Sani-trios; d) outros servidores pblicos municipais, expressamente designados, mediante Decreto, para o desempenho das atribuies de que se trata.

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1 A qualquer do povo facultado dar cincia autoridade pblica municipal de infrao a disposio deste Cdigo. 2 Todo servidor pblico municipal tem o dever de dar cincia a autori-dade pblica municipal competente de qualquer infrao ao presente Cdigo, da qual tiver conhecimento, ficando quela a obrigao de apurar a responsabilidade pela infrao e cominar a sano que couber.

TTULO II DAS ATRIBUIESArt. 6 So atribuies da Secretaria Municipal de Sade: I) executar a Poltica Municipal de Sade; II) regulamentar, fiscalizar e controlar rotineira e permanentemente, os produtos, estabelecimentos que fabriquem ou comercializem alimentos, unidades de ser-vios de sade e servios de interesse da sade e propagandas a eles relacionados, exi-gindo o cumprimento das normas, quando for o caso; III) definir instncias e mecanismos de controle, avaliao e fiscalizao das aes e servios de sade; IV) elaborar e atualizar o Plano Municipal de Sade; V) gerir laboratrios e hemocentros pblicos; VI) normatizar, complementarmente, as aes a serem desenvolvidas nos servios pblicos de sade; VII) verificar o cumprimento dos princpios ticos e normas tcnicas do SUS pelo setor privado; VIII) gerenciar as receitas financeiras do SUS; IX) integrar as aes e os servios de sade do sistema municipal ao SUS, constituindo rede nica, regionalizada e hierarquizada; X) contratar ou efetuar convnios com servios privados quando houver insuficincia nos servios pblicos, de forma a assegurar a plena cobertura populao; XI) gerenciar o sistema de sade norteando-se nos princpios de carter pblico e eficcia no seu desempenho; XII) garantir a participao de usurios e trabalhadores em sade na for-mulao e controle da execuo da poltica municipal de sade sob aspectos econmicos e financeiros, atravs do Conselho Municipal de

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Sade e Comisses locais de Sade, de carter permanente e deliberativo, tripartite e paritrio; XIII) proceder anlise de controle e fiscal nos casos de suspeita de infrao sanitria ou inconformidade com as normas; XIV) aplicar sanes em casos de comprovada infrao sanitria, nos termos do artigo X desta Lei. XV) realizar interdio cautelar; XVI) definir as instncias e mecanismos de controle e fiscalizao inerentes ao poder de polcia sanitria; XVII) fomentar, coordenar e executar programas e projetos estrat-gicos de atendimento emergencial; XVIII) executar aes de: a) vigilncia sanitria; b) vigilncia epidemiolgica; c) sade do trabalhador; d) controle de zoonoses; e) assistncia teraputica integral, inclusive farmacutica; XIX) assegurar o direito a informao populao atravs de material informativo, recursos audiovisuais, veculos de comunicao de massa e outros que se fize-rem necessrios.

TTULO IV DA ASSISTNCIA A SADE CAPTULO I DA ASSISTNCIA A SADE INDIVIDUAL E COLETIVAArt. 7 O Municpio de Itumbiara prestar assistncia individual e coletiva sua populao atravs de aes de promoo, proteo e recuperao da sade, garantindo acesso igualitrio, universal e gratuito em todos os n-veis de atendimento, utilizando inclusive prticas assistenciais e teraputicas alternativas. Art. 8 Constitui dever do Municpio de Itumbiara, atravs da Secretaria Municipal de Sade: I) garantir assistncia ao deficiente para habilitao e reabilitao; II) garantir s mulheres acesso aos mtodos contraceptivos e de fecundidade; III) organizar um sistema pblico municipal de distribuio de medica-

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mentos, produtos biotecnolgicos, sangue e hemoderivados e outros insumos; IV) implantar um sistema de informao em sade com garantia de acesso ao usurio das informaes pertinentes, respeitando os preceitos ticos consa-grados; V) divulgar informaes quanto ao potencial dos servios de sade e sua utilizao pelos usurios; VI) realizar convnios ou contratos com instituies privadas quando as disponibilidades do setor pblico forem insuficientes, dando prioridades s entidades e sociedades assistenciais sem fins lucrativos; VII) fazer a integrao direo municipal do SUS de todos os servios pblicos assistenciais do Municpio.

CAPTULO II DAS MEDIDAS DE PREVENO, RECUPERAO E PROTEO A SADE.Art. 9 Para efeito deste Cdigo, define-se como Normas Tcnicas Espe-ciais as normas regulamentares, baixadas pela Secretaria Municipal de Sade, abran-gendo: I) assistncia mulher, inclusive nos casos de abortos legais; II) planejamento familiar; III) emergncias; IV) deficincias fsicas; V) crianas e adolescentes; VI) idosos; VII) sade mental; VIII) sade bucal; IX) assistncia farmacutica; X) equipamentos e outros insumos; XI) imunobiolgicos; XII) vigilncia sanitria; XIII) vigilncia epidemiolgica; XIV) controle de zoonoses;

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XV) sade do trabalhador; XVI) manipulao, transporte e venda de produtos de interesse da sade; XVII) outros programas estratgicos.

CAPTULO III DO FINANCIAMENTO DOS SERVIOS E AES DE SADEArt. 10. A Secretaria Municipal de Sade poder articular-se com a dire-o estadual do SUS para o planejamento, programao e oramentao da rede hierar-quizada do Municpio. Art. 11. A proposta oramentria deve ser elaborada de acordo com o Plano Municipal de Sade. Art. 12. Constituem fontes de recursos para financiamento das aes de sade no Municpio: I) verbas oramentrias da Unio, repassadas ao municpio segundo critrios estabelecidos previstos no artigo 35 da lei federal 8080 de 19.09.90 e da lei federal 8142 de 28.12.90; II) verbas repassadas pelo Estado; III) verbas municipais; IV) verbas ou doaes de organismos internacionais, entidades de cooperao tcnica e de financiamentos e em-prstimos; V) ajudas, servios prestados, contribuies e donativos, alienaes patrimoniais, rendimentos de capital, taxas, multas, emolumentos, preos pblicos arreca-dados do SUS, rendas eventuais comerciais e industriais inclusive. Art. 13. Os recursos financeiros do SUS devero ser depositados em conta especial e movimentados sob fiscalizao do Conselho Municipal de Sade. Pargrafo nico. Os recursos financeiros do SUS no podero ser utiliza-dos por outros setores alheios sade. Art. 14. Os servios prestados para outras esferas de governo devero ter seus custos considerados e ressarcidos. Art. 15. A Secretaria Municipal de Sade far a programao de ativida-des de controle e avaliao dos servios privados contratados ou conveniados do SUS, e estabelecer parmetros para o repasse de recursos financeiros.

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CAPTULO IV DO PLANEJAMENTO DAS AES DE SADEArt. 16. A Secretaria Municipal de Sade caber planejar, organizar, con-trolar, avaliar, gerir e executar os servios pblicos de sade, de acordo com recursos disponveis e critrios epidemiolgicos. Art. 17. A Secretaria Municipal de Sade baixar normas referentes participao dos servios privados de assistncia sade no mbito do Sistema Munici-pal de Sade, de acordo com a legislao vigente. Art. 18. O oferecimento de aes e servios de sade pblicos, bem como as contrataes de servios privados seguiro os critrios de demanda populacio-nal, cobertura do atendimento, distribuio geogrfica, grau de complexidade e articula-o do sistema e dados epidemiolgicos.

CAPTULO V DO GERENCIAMENTO DOS SERVIOSArt. 19. O Sistema nico de Sade em nvel municipal ter direo nica e ser organizado de forma regionalizada e hierarquizada, podendo ainda constituir consr-cios com outros municpios, ou organizar-se em distritos. Art. 20. Conferncia Municipal de Sade compete definir as Diretrizes Gerais da Poltica Municipal de Sade. Ao Conselho Municipal de Sade caber a elabo-rao de estratgias de implementao e o controle das atividades da Secretaria Munici-pal de Sade, inclusive da aplicao dos recursos financeiros do SUS. Art. 21. Os cargos e funes de chefia, direo e assessoramento, no mbito da estrutura administrativa do SUS sero exercidos em tempo integral, sendo ve-dada aos proprietrios, administradores ou dirigentes de instituies ou servios de sade da rede privada, conveniada ou contratada, a ocupao daqueles cargos e funes.

CAPTULO VI CONTROLE, AUDITORIA E AVALIAOArt. 22. O servio de controle, auditoria e avaliao exercer a fiscaliza-o tcnico-cientfica, contbil, financeira e patrimonial, bem com a avaliao do desem-penho, da qualidade e da resolutividade das aes e dos servios. Art. 23. Os rgos e entidades pblicas e as entidades do setor privado, participantes ou no do SUS, esto obrigados a fornecer informaes direo do SUS na forma por esta solicitada, para fins de planejamento, de correo finalstica de ativida-des e de elaborao da estatstica de sade.

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Pargrafo nico. A recusa em fornecer as informaes solicitadas pela di-reo do SUS poder acarretar a cassao do alvar de localizao e funcionamento e outras sanes cabveis, aps atendido os princpios do devido processo legal e do con-traditrio.

TTULO V DOS DIREITOS BSICOS DOS USURIOS DOS SERVIOS DE SADEArt. 24. So direitos bsicos dos usurios: I) a proteo da vida, sade e segurana contra os riscos provocados por prticas no fornecimento de produtos, servios e atividades laborais; II) a informao adequada e clara sobre os produtos, produtores e prestadores de servios, bem como os riscos a que esto expostos no desenvolvimento de suas atividades laborais; III) acesso universal, igualitrio e gratuito aos servios pblicos e privados conveniados e contratados; IV) a participao nas decises referentes sade e na organizao dos servios de sade atravs da Conferncia Municipal da Sade, do Conselho Municipal de Sade e das Comisses Locais de Sade; V) a efetiva preveno atravs da adoo de praticas que evitem ou eliminem os riscos a sade; VI) a educao e divulgao sobre o consumo adequado dos produtos e servios; VII) a informao dos resultados dos exames, das avaliaes mdicas e ambientais realizadas nos locais de trabalho; VIII) os resultados de anlises de produtos e substncias, avaliao de servios de sade ou outras atividades de interesse sade e de decises finais em pro-cessos administrativos.

TTULO VI DA SADE DO TRABALHADORArt. 25. A sade do trabalhador garantida por um conjunto de atividades que se destina a promoo, proteo, recuperao e reabilitao da sade dos tra-balhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condies de trabalho. 1 No ambiente de trabalho dever conter a utilizao de copos descartveis para ingerir lquido.

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2 O trabalhador dever utilizar os equipamentos de segurana exigidos pelo Ministrio do Trabalho. 3 As aes na rea de sade do trabalhador, previstas nesta Lei compreendem o meio urbano e o meio rural. Art. 26. Compete Secretaria Municipal de Sade: I) estabelecer Normas Tcnicas Especiais e executar aes preventivas e de recuperao da sade do trabalhador; II) fazer o controle e avaliao das condies dos ambientes de trabalho, novos ou em operao, envidando esforos para o cumprimento das normas de segu-rana e medicina do trabalho; III) garantir aos cidados pleno acesso s informaes e orientaes sobre sua condio de sade e segurana nos ambientes de trabalho, bem como direito parti-cipao nas decises referentes a sua sade; IV) exigir das empresas as informaes necessrias para avaliao dos riscos dos ambientes e processos de trabalho e notificao de acidentes de trabalho, do-enas profissionais e outros agravos sade relacionados com as atividades laborais; V) obrigar o empregador a tomar medidas de correo no ambiente de trabalho. Art. 27. So obrigaes do empregador, alm daquelas estabelecidas na legislao em vigor: I) manter o ambiente e a organizao do trabalho adequadas s condies psicofsicas dos trabalhadores; II) permitir e facilitar o acesso da fiscalizao aos locais de trabalho a qualquer dia e horrio, fornecendo as informaes e dados solicitados; III) dar conhecimento populao dos riscos ao meio ambiente e aos trabalhadores e a sua representao sindical, no mbito de cada empresa, dos riscos presentes no processo produtivo, bem como das recomendaes para sua eliminao e controle; IV) em caso de situao de riscos no conhecidos, realizar estudos e pesquisas que visem a esclarec-las, elimin-las ou control-las, arcando com os custos; V) uma vez detectado o risco, seja fsico, qumico, biolgico, operacional ou proveniente da organizao do trabalho, comunic-lo imediatamente as autoridades sanitrias, bem como elaborar cronograma, aprovado pelas mesmas, para eliminao dos riscos;

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VI) permitir a entrada da representao do sindicato e outras por ele indicadas junto com as autoridades sanitrias; VII) em situao de risco grave e iminente no local de trabalho, paralisar as atividades, garantindo todos os direitos dos trabalhadores; VIII) enviar Secretaria Municipal de Sade notificao sobre os acidentes de trabalho, doenas do trabalho e doenas profissionais; IX) custear os exames mdicos admissional, peridico e demissional obrigatrios conforme legislao em vigor e mant-los a disposio das autoridades sa-nitrias. Art. 28. A execuo de atividades de eliminao ou reduo dos riscos no ambiente de trabalho pelo empregador deve obedecer a seguinte ordem de prioridade: I) eliminao da fonte de risco; II) medida de controle diretamente na fonte; III) medida de controle no meio ambiente de trabalho; IV) uso de equipamento de proteo coletiva; V) uso de equipamento de proteo individual, os quais somente sero admitidos nas seguintes situaes: a) nas emergncias; b) dentro do prazo estabelecido no cronograma de implantao de pro-teo coletiva; c) sempre que as medidas de proteo coletiva forem tecnicamente in-viveis ou no oferecerem completa proteo contra os riscos de acidentes de trabalho e/ou doenas do trabalho e doenas profissionais. Pargrafo nico. Para avaliao da exposio aos riscos do processo de trabalho e para toda fiscalizao sero utilizadas a legislao federal, estadual e munici-pal pertinentes, podendo ser utilizados parmetros preconizados por entidades nacionais e internacionais de notrio saber e idoneidade. Art. 29. Os materiais e substncias empregados, manipulados ou trans-portados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos sade devem conter no rtulo, sua composio, recomendaes de socorro imediato e o smbolo de perigo cor-respondente, segundo a padronizao internacional. 1- Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste artigo afixaro, nos setores de trabalho expostos aos riscos, avisos ou cartazes, com ad-vertncias quanto aos materiais e substancias txicas.

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2- proibido fabricar, operar, comercializar mquinas ou equipamentos que ofeream risco sade do trabalhador. Art. 30. A Administrao Pblica, direta ou indireta, inclusive as fundaes institudas ou mantidas pelo Poder Pblico adotaro o respeito e observncia das normas relativas a segurana dos trabalhadores, como critrio definitivo para contratao de servios e obras. Art. 31. A autoridade sanitria poder exigir o afastamento temporrio dos trabalhadores das atividades exercidas, quando julgar necessrio ao controle de do-enas.

TTULO VII DA VIGILNCIA EPIDEMIOLGICAArt. 32. A vigilncia epidemiolgica um conjunto de aes que propor-cionam o conhecimento, a deteco ou preveno de qualquer mudana nos fatores de-terminantes e condicionantes de sade individual ou coletiva com a finalidade de reco-mendar e adotar as medidas de preveno e controle das doenas e agravos. Art. 33. A Secretaria Municipal de Sade far investigaes, inquritos e levantamentos epidemiolgicos necessrios, programao e avaliao das medidas de controle de doenas e de situaes que coloquem em risco a sade da populao. 1 A autoridade sanitria poder realizar investigao e inqurito junto a grupos populacionais, sempre que julgar necessrio ao controle e/ ou erradicao de doenas e agravos a sade. 2 No controle de endemias e zoonoses, a autoridade sanitria poder, considerados os procedimentos tcnicos pertinentes, exigir a eliminao de focos, reser-vatrios e animais que identificados como fontes de infeco, contribuam para a prolifera-o e disperso de agentes etiolgicos e vetores. 3 A autoridade sanitria, sempre que julgar necessrio, poder exigir exames clnicos e/ou laboratoriais. 4 A autoridade sanitria, sempre que julgar necessrio, poder proce-der ou exigir o isolamento, a quimioprofilaxia ou a vacinao de bloqueio de doenas transmissveis. Art. 34. Ningum poder reter atestado de vacinao obrigatria. Art. 35. obrigatria a notificao compulsria Secretaria Municipal de Sade dos casos suspeitos ou confirmados de doenas previstas na legislao federal e estadual vigentes e outras doenas definidas em Normas Tcnicas Especiais. Pargrafo nico. A notificao compulsria de doenas poder ser feita por qualquer cidado, sendo obrigatria aos profissionais de sade, e a todos os servios de ateno e assistncia sade.

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Art. 36. Os cartrios de registro civil ficam obrigados a remeter a Vigiln-cia Epidemiolgica nos prazos por ela determinados cpia das Declaraes de bitos ocorridos no Municpio sob pena da aplicao da sano prevista neste Cdigo. Art. 37. Os hospitais e as maternidades ficam obrigados a remeter a Vi-gilncia Epidemiolgica nos prazos por ela determinados, as Declaraes de Nascimen-tos ocorridos no municpio sob pena da aplicao da sano prevista neste Cdigo.

TTULO VIII DO CONTROLE DE ZOONOSES E CRIAO DE ANIMAIS CAPTULO I DAS DISPOSIES GERAISArt. 38. Cabe Secretaria Municipal de Sade o controle das zoonoses em todo o territrio do Municpio. Pargrafo nico. Para efeito desta lei, ficam adotados os seguintes con-ceitos: I - ZOONOSE: infeco ou doena infecciosa transmissvel naturalmente entre animais vertebrados e o homem, e vice-versa; II - AGENTE SANITRIO: Mdico Veterinrio da Coordenadoria de Controle de Zoonoses, da Secretaria Municipal de Sade; III - RGO SANITRIO RESPONSVEL: a Coordenadoria de Controle de Zoonoses da Secretaria de Sade da Prefeitura do Municpio de Itumbiara; IV - ANIMAIS DE ESTIMAO: os de valor afetivo, passveis de coabitar com o homem; V - OS ANIMAIS DE USO ECONMICO: as espcies domsticas, criadas, utilizadas ou destinadas produo econmica; VI - ANIMAIS SINANTRPICOS: as espcies que, indesejavelmente, coabitam com o homem, tais como os roedores, as baratas, as moscas, os pernilongos, as pulgas e outros; VII - ANIMAIS SOLTOS: todo e qualquer animal errante encontrado sem qualquer processo de conteno; VIII - ANIMAIS APREENDIDOS: todo e qualquer animal capturado por servidores da Coordenadoria de Controle de Zoonoses, da Secretaria

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Municipal de Sade, compreendendo desde o instante da captura, seu transporte, alojamento nas dependncias dos depsitos municipais de animais e destinao final; IX - DEPSITOS MUNICIPAIS DE ANIMAIS: as dependncias apropriadas da Coordenadoria de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Sade, para alojamento e manuteno dos animais apreendidos; X - CES MORDEDORES VICIOSOS: os causadores de mordeduras a pessoas ou outros animais, em logradouros pblicos, de forma repetida; XI - MAUS TRATOS: toda e qualquer ao voltada contra os animais que impliquem em crueldade, especialmente em ausncia de alimentao mnima necessria, excesso de peso de carga, uso de animais feridos, submisso a experincias pseudocientficas e o que mais dispe o Decreto Federal n 24.645 de 10 de julho de 1.934 (Lei de proteo aos animais); XII - CONDIES INADEQUADAS: a manuteno de animais em contato direto ou indireto com outros animais portadores de doenas infecciosas ou Zoonoses; XIII - ANIMAIS SELVAGENS OU SILVESTRES: os pertencentes s espcies no domsticas; XIV ANIMAIS DOMSTICOS so as espcies criadas pelo homem em seu do-miclio ou peri-domiclio, com fins de segurana, de lazer, fins econmicos ou de subsis-tncia; XV - FAUNA EXTICA: animais de espcies estrangeiras; XVI - COLEES LQUIDAS: qualquer quantidade de gua parada; XVII - VETORES so espcies no vertebradas capazes de transmitir doenas para o homem, no necessariamente zoonoses.

CAPTULO II DA APREENSO DE ANIMAISArt. 39. proibida a permanncia de animais soltos, nas ruas e logradou-ros pblicos, ou locais de livre acesso populao. 1 proibido o passeio de ces, nas vias pblicas e logradouros, ex-ceto com o uso adequado de coleira e guia, e conduzido por pessoas com idade e fora suficientes, para controlar os movimentos do animal, no se aplica esta exceo em locais onde o fluxo de pedestre seja intenso.

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2 Os ces mordedores e bravios, somente podero sair s ruas, logradouros pblicos, ou locais de livre acesso populao, devidamente amordaados. 3 Excetuam-se deste artigo, os animais devidamente atrelados, comprovadamente vacinados e que no ofeream risco a segurana das pessoas, a critrio da autoridade competente. Art. 40. Ser apreendido todo e qualquer animal: I) encontrado solto nas vias e logradouros pblicos ou locais de livre acesso populao; II) suspeito de raiva ou outra zoonose; III) cuja criao, ou uso, seja vedado pela presente legislao. Pargrafo nico. Os animais apreendidos por fora do disposto neste artigo, somente podero ser resgatados, se verificado pela autoridade competente, no mais existirem as causas ensejadoras da apreenso. Art. 41. Os animais apreendidos ficaro disposio dos proprietrios ou de seus representantes legais, nos prazos previstos no 1 deste artigo, sendo que, durante este perodo, o animal ser devidamente alimentado, assistido por mdico veterinrio e pessoal preparado para tal funo. 1 Os prazos, contados do dia subseqente ao dia da apreenso do animal, salvo disposio em contrrio, inserta nesta Lei, so de: I) 3 (trs) dias, no caso de pequenos e mdios animais; II) 5 (cinco) dias, no caso de grandes animais. 2 Para todos os efeitos deste artigo, consideram-se: I) pequenos animais: caninos, felinos, coelhos e aves; II) mdios animais: sunos, caprinos e ovinos; III) grandes animais: bovinos, eqinos, muares, asininos e bubalinos. Art. 42. O animal s poder ser resgatado pelo seu proprietrio, ou representante legal, aps o preenchimento do expediente prprio de identificao e pagamento da multa correspondente. Art. 43. O Municpio de Itumbiara, no responde por indenizaes, aps esgotamento dos prazos previstos no artigo 41, nos casos de: I) dano ou bito do animal apreendido; II) eventuais danos materiais ou pessoais, causados por animal, durante o ato da apreenso, sendo a indenizao nestes casos de inteira responsabilidade do proprietrio do animal.

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Art. 44. O animal apreendido, quando no reclamado junto ao Municpio de Itumbiara, nos prazos estabelecidos nesta Lei, ter a seguinte destinao a critrio da autoridade competente: I) doao; II) sacrifcio; III) leilo. Pargrafo nico - Ser imediatamente sacrificado, aplicando as tcnicas que no impliquem no sofrimento do animal, aquele animal portador de leses ou doenas, a critrio do mdico veterinrio, por no responder satisfatoriamente ao tratamento ou cujo tratamento supere o valor econmico do animal.

CAPTULO III DA DESTINAO DOS ANIMAIS APREENDIDOS

Art. 45. Os atos danosos cometidos pelos animais so de inteira responsabilidade de seus proprietrios. 1 Quando o ato danoso for cometido sob guarda de preposto, estender-se- a este, a responsabilidade a que se refere o presente artigo. 2 O proprietrio ou seu preposto responsvel por medidas que visem impedir a agresso s pessoas pelo animal, tais como grades, portes, telas, muros e cercas, correntes entre outros. Art. 46. da responsabilidade do proprietrio a manuteno dos animais em perfeitas condies de alojamento, alimentao, sade e bemestar, bem como as providncias pertinentes remoo dos dejetos. Pargrafo nico. proibido abandonar animais em qualquer rea pblica ou privada, sendo que os animais no mais desejados devero ser encaminhados ao Centro de Controle de zoonoses do municpio. Art. 47. Todo proprietrio de animal obrigado a mant-lo, permanentemente, imunizado contra a raiva. Art. 48. Em caso de falecimento do animal, cabe ao proprietrio, o encaminhamento do cadver ao Servio de Limpeza Urbana ou rgo afim. Art. 49. O proprietrio de animal suspeito de zoonose ou agressor/ mordedor, dever submet-lo observao, isolamento e cuidados, em local aprovado pela autoridade sanitria competente, durante 10 (dez) dias, no mnimo. a) 1 No poder ser sacrificado, dado sumio ou permitido a fuga do animal suspeito de zoonose ou agressor/mordedor, em nenhuma

CAPTULO IV DA RESPONSABILIDADE DOS PROPRIETRIOS DE ANIMAIS

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hiptese, durante o perodo de observao, sob pena da aplicao das sanes cabveis. 2 O proprietrio dever permitir o acesso do agente sanitrio no local onde se encontre o animal, bem como acatar as determinaes dele emanadas.

CAPTULO V DOS ANIMAIS SINANTRPICOSArt. 50. Os proprietrios ou responsveis por construes, edifcios ou terrenos, independentemente do seu uso ou finalidade, ficam obrigados a adotarem as medidas necessrias para a manuteno, em perfeitas condies de higiene e isentos de animais sinantrpicos e outros prejudiciais sade e bem estar do homem. 1 Os estabelecimentos que estoquem ou comercializem pneumticos so obrigados a mant-los, permanentemente isentos de colees lquidas, de forma a evitar a proliferao de mosquito. 2 Nas obras de construo civil, obrigada a drenagem permanente das colees lquidas, originadas ou no pelas chuvas, de forma a impedir a proliferao de mosquitos. 3 A autoridade competente determinar-se- a apreenso e destinao adequada dos pneumticos caso o infrator no corrija a irregularidade em 48 (quarenta e oito) horas partir da notificao. 4 proibido aplicar raticidas, produtos qumicos para desinsetizao ou atividade congnere, defensivos agrcolas, agrotxicos e demais substncias prejudiciais sade em estabelecimento de prestao de servios de interesse para a sade, estabelecimentos industriais e comerciais e demais locais de trabalho, galerias, bueiros, pores, stos ou locais de possvel comunicao com residncias ou outros locais freqentados por pessoas ou animais, sem autorizao especfica da Vigilncia Sanitria para evitar-se a exposio dessas pessoas ou animais a intoxicaes ou outros danos sade.

CAPTULO VI DAS DISPOSIES FINAIS

Art. 51. Qualquer animal, em que esteja evidenciada a sintomatologia clnica da raiva, ou, j esteja esta constatada por mdico veterinrio, dever ser prontamente isolado e/ou sacrificado e, seu crebro, encaminhado ao laboratrio oficial. Art. 52. expressamente proibida a criao de abelhas na zona urbana do municpio. 1 Os proprietrios ou prepostos de caixas de colmias de abelhas sero notificados para a retirada das mesmas em quarenta e oito horas da

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zona urbana. Na sua recusa ou ausncia, a notificao ser assinada por duas testemunhas e ser mencionado o fato. 2 Passado o prazo previsto no pargrafo anterior, sero as colmias apreendidas e imediatamente doadas a instituio ou pessoa fsica situada ou residente em zona rural, podendo, alternativamente, as caixas e colmias serem leiloadas ou destrudas/sacrificadas. 3 No caber indenizao ao proprietrio pelas aes decorridas da apreenso ou inutilizao da colmia e de caixas. 4 Caber ainda ao infrator o pagamento da multa estabelecida nesta Lei. Art. 53. expressamente proibida a criao de sunos na zona urbana, ou em rea de expanso urbana e mananciais do municpio. 1 Os proprietrios ou prepostos de sunos sero notificados para a retirada dos animais nos prazos, contados do dia subsequente ao dia da notificao da zona urbana ou em rea de expanso urbana e mananciais, na sua recusa ou ausncia, a notificao ser assinada por duas testemunhas e ser mencionado o fato, sendo os prazos de: I) 15 (quinze) dias em zona urbana; II) 15 (quinze) dias em rea de expanso urbana e mananciais, podendo ser concedido o prazo de at 30 (trinta) dias, desde que o proprietrio comprove, por escrito, aos agentes da vigilncia sanitria a necessidade da prorrogao, devendo o proprietrio aguardar no prazo de at 06 (seis) dias teis o deferimento ou no do agente competente, por escrito. 2 Passado o prazo previsto no pargrafo anterior, sero os animais apreendidos e doados, leiloados ou sacrificados. 3 No caber indenizao ao proprietrio pelas aes decorridas da apreenso, doao ou sacrifcio dos sunos. 4 Caber ainda ao infrator o pagamento da multa prevista nesta Lei. Art. 54. A criao dos demais animais em zona urbana ser permitida desde que, por seu nmero, espcie e instalaes, no constituam focos de insalubridade, incmodo ou riscos a sade pblica, a critrio da autoridade competente. 1 Os proprietrios ou prepostos de animais que, por seu nmero, espcie e instalaes, constituam focos de insalubridade, incmodo ou riscos a sade pblica, sero notificados para a retirada dos animais em quarenta e oito horas da zona urbana, salvo em relao aos sunos e animais de grande porte em nmero superior a 10 (dez) animais, em que aplicar-se- o prazo estabelecido no artigo 53 1 desta lei. Na sua recusa ou ausncia, a notificao ser assinada por duas testemunhas e ser mencionado o fato.

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2 Passado o prazo previsto no pargrafo anterior, sero os animais apreendidos e leiloados, sacrificados ou doados. 3 Caber ainda ao infrator o pagamento da multa prevista nessa Lei. Art. 55. No ser permitida, em residncia particular a criao, alojamento e a manuteno de mais de 05 (cinco) animais, no total, das espcies canina e felina, com idade superior a 90 (noventa) dias. Pargrafo nico. A criao, alojamento e manuteno de animais em quantidade superior especificada neste artigo, caracterizar o canil de propriedade privada, regulamentado em Normas Tcnicas Especiais. Art. 56. Os canis de propriedade privada somente podero funcionar, aps vistoria tcnica da autoridade sanitria competente, quando sero examinadas as condies de alojamento e manuteno dos animais, seguindo-se a expedio de Alvar Sanitrio pelo rgo competente, renovvel anualmente. Art. 57. proibida a permanncia de animais nos recintos e locais pblicos e privados, de uso coletivo, tais como, cinemas, teatros, clubes esportivos e recreativos, estabelecimentos comerciais, industriais e de sade, escolas, piscinas, feiras e outros. 1 Excetua-se, da proibio deste artigo, os locais, recintos e estabelecimentos legalizados e adequadamente instalados, destinados criao, venda, treinamento, competio, alojamento, tratamento e abate de animais. 2 Excetua-se, ainda, da proibio deste artigo, animal sendo utilizado de guia para deficiente visual, devidamente atrelado, desde que no oferea risco aos outros usurios. Art. 58. proibida a exibio de toda e qualquer espcie de animal bravio ou selvagem, ainda que domesticado, em vias e logradouros pblicos ou locais de livre acesso populao. Pargrafo nico. Excetua-se da proibio deste artigo, os recintos destinados a lazer (circos, zoolgicos, parques, etc.), desde que mantenham as condies necessrias segurana do pblico. Art. 59. proibida a utilizao ou exposio de animais em vitrine, exceto no que se refere aos ornamentais. Art. 60. Os estabelecimentos de comercializao de animais vivos, com fins no alimentcios, ficam obrigados a possurem alvar sanitrio, renovvel anualmente, quando sero verificadas as condies sanitrias de alojamento e manuteno dos animais. Art. 61. proibido o uso de animais feridos, enfraquecidos ou doentes, em veculos de trao animal.

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TTULO IX DA VIGILNCIA SANITRIA CAPTULO I CONCEITOArt. 62. A Vigilncia Sanitria um conjunto de aes capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos sade e de intervir nos problemas sanitrios decorrentes do meio ambiente, da produo e circulao de bens e da prestao de servios de interesse da sade, abrangendo: I) controle dos bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a sade, compreendidas todas as etapas e processos, da produo ao consumo; II) controle do comrcio e da prestao de servios que se relacionem direta ou indiretamente com a sade; III) controle do meio ambiente, quando implica em risco sade. Pargrafo nico. O controle do meio ambiente ser exercido pelo rgo competente, e complementarmente, pela Vigilncia Sanitria.

Art. 63. So sujeitos fiscalizao sanitria os medicamentos, saneantes domissanitrios, equipamentos mdico-hospitalares e correlatos, entorpecentes e psicotrpicos, drogas e insumos farmacuticos, produtos txicos e radioativos, alimentos, gua e bebidas, imunobiolgicos, sangue e hemoderivados, dentre outros produtos de interesse da sade. Pargrafo nico. Para efeito desta Lei, so produtos de interesse da sade as substncias ou equipamentos que por seu uso, consumo e comercializao ou aplicao possam causar danos sade individual e/ ou coletiva. Art. 64. Os produtos de interesse da sade, em trnsito ou depositados nos armazns das empresas transportadoras, ficaro sujeitos ao controle da autoridade fiscalizadora, que a seu critrio, poder exigir documentos relativos s mercadorias, bem como proceder a inspeo e coleta de amostras. Pargrafo nico. Ficam tambm sujeitos ao controle da autoridade fiscalizadora os produtos depositados nos rgos pblicos, principalmente nas despensas das escolas, hospitais, creches e entidades filantrpicas. Art. 65. proibido, aos estabelecimentos de sade, de interesse da sade e comerciais, manter e comercializar amostras grtis, bem como

CAPTULO II DOS PRODUTOS

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substncias e produtos destinados distribuio gratuita pelos rgos pblicos. Pargrafo nico. Os consultrios e clnicas mdicas, veterinrias e odontolgicas podero manter e distribuir amostras grtis. Art. 66. proibido extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, elaborar, manipular, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, depositar, armazenar, expor, distribuir, vender, ceder, entregar ao uso ou consumo, expedir ou transportar produtos imprprios para uso ou consumo ou em condies inadequadas que possam determinar a perda ou impropriedade dos produtos para o consumo, ocasionando risco sade individual ou coletiva. 1 Os produtos perecveis sero mantidos em temperatura de refrigerao (prximo de zero grau centgrado) ou congelamento (abaixo de zero grau centgrado), obedecendo temperatura recomendada pelo fabricante e conforme o tipo de produto. 2 Os alimentos semi-elaborados ou preparados congelados, bem como os supercongelados sero mantidos abaixo de dezoito graus centgrados negativos (-18C), tolerando-se, no transporte por curto perodo, elevar-se a temperatura at quinze graus centgrados negativos (-15C), observadas as indicaes do fabricante. 3 Os alimentos semi-elaborados ou preparados refrigerados, sero mantidos entre dois graus centgrados positivos (+2C) e oito graus centgrados positivos (+8C), tolerando temperaturas inferiores, observadas as indicaes do fabricante. 4 Os alimentos perecveis preparados, prontos para o consumo, quentes, tais como: comida pronta, pastis, quibes, coxinhas, entre outros, sero mantidos para conservao e venda em temperatura igual ou superior a sessenta e cinco graus centgrados positivos (+65C), devidamente protegidos em estufa, balco trmico ou outro equipamento apropriado. 5 Os alimentos perecveis preparados e matrias-primas de produtos que iro ou no sofrer processo de coco ou cozimento, prontos para o uso ou consumo frios, tais como, presunto, requeijo, mussarela, queijo prato, maionese, tortas frias, entre outros, sero mantidos para conservao e venda em temperatura entre dois e oito graus centgrados positivos (entre +2C e +8C), devidamente embalados ou acondicionados em vasilhames limpos, protegidos em balco ou outro equipamento apropriado. 6 Os produtos armazenados ou expostos venda sero organizados em estantes, balces, estrados, freezers, geladeiras, ilhas de congelamento e outros equipamentos, separados fisicamente entre si, por categorias ou gneros, de tal modo que no permita a contaminao cruzada entre eles.

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7 vedado o uso de jornal, plstico reciclado ou outro produto que possa conter corantes, tinta de impresso ou outras substncias qumicas prejudiciais sade para embalar ou envolver produtos, bem como forrar recipientes e bancadas, entre outros, nos quais se exponha ou se armazene os produtos. 8 Os produtos no perecveis podem ser estocados e colocados venda ou ao consumo temperatura ambiente, mas jamais diretamente sobre o solo, podendo ser usados estrados, estantes, armrios, vitrines, balco, bancada, ou outro que melhor atenda ao tipo de produto. 9 O fatiamento de presuntos, apresuntados, salames, mortadelas, mussarela, queijo tipo prato e outros produtos congneres sero realizados sob a vista do consumidor. 10 Salsichas e semelhantes podero ser vendidos a granel se conservados na embalagem original e em condies apropriadas. 11 A carne somente poder ser moda na presena do consumidor e no tipo por ele solicitado, exceto quando se tratar de carne semipreparada por estabelecimento registrado e licenciado pelo Servio de Inspeo Federal do Ministrio da Agricultura ou rgo competente. 12 - Qualquer produto alimentcio, perecvel ou no, quando tiver sua embalagem aberta para uso na produo e se o seu contedo no for utilizado de imediato, ser mantido tampado e, se a embalagem no o permitir, ser retirado de sua embalagem original e colocado em recipiente ou vasilhame limpo, tampado, de material lavvel, devidamente identificado, respeitado o limite do prazo ou data de validade inicial. 13 - No ser permitido o fabrico ou a preparao de produtos derivados da carne ou manipulao desta, para qualquer fim, nos aougues e suas dependncias. 14 - Os insumos e produtos imunobiolgicos, tais como, imunoglobulinas, vacinas, sangue e hemoderivados, entre outros, sero mantidos congelados ou refrigerados, em equipamento exclusivo para este fim, conforme a legislao vigente e recomendao do fabricante, sob rgido controle de temperatura pelo responsvel tcnico, sendo obrigatrio o uso de termmetro de mxima e mnima e registro dirio em mapas de controle apropriados. 15 - proibido reaproveitar vasilhames de saneantes, seus congneres, e de outros produtos potencialmente nocivos a sade, no envase de alimentos, bebidas, refrigerantes, produtos dietticos, medicamentos, drogas, produtos de higiene, cosmticos e perfumes. 16 - proibido reaproveitar vasilhames de alimentos, bebidas, refrigerantes, produtos dietticos, medicamentos, drogas, produtos de higiene, cosmticos e perfumes no envase de saneantes, seus congneres. Art. 67. So produtos imprprios ao uso e consumo:

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I) os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; III) os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, contaminados, proibidos de uso ou de venda, potencialmente nocivos sade e vida; III) aqueles em desacordo com as normas regulamentadoras de fabricao, distribuio, conservao, transporte ou apresentao. Art. 68. Todo produto apresentar: I) registro no rgo competente, salvo aquele isento de registro previsto na legislao federal; II) rtulo conforme a legislao em vigor, mencionando em caracteres perfeitamente legveis e sem rasura: a) a qualidade, a natureza e/ou tipo do produto; b) o nome e/ou marca do produto; c) nome do fabricante ou produtor; d) endereo da sede da fbrica ou local de produo; e) nmero de registro no rgo competente; f) ingredientes e indicao de uso de aditivo intencional quando for o caso; g) instrues para a sua conservao nas fases de transporte, comercializao, uso e consumo; h) nmero de identificao da partida, lote ou data de fabricao; i) data ou prazo de validade; j) o peso ou o volume lquido; k) outras informaes definidas em legislao especfica, federal, estadual ou municipal; III) composio, obedecendo as especificaes do respectivo padro de identidade e qualidade ou aquelas declaradas no momento do registro; IV) embalagem, acondicionamento, armazenamento, transporte, exposio venda ou ao consumo observando mtodos de preservao e controle rigorosos, de modo a impedir a contaminao, desenvolvimento de microorganismos, alteraes indesejveis, deteriorao ou outros riscos a sade pblica. Art. 69. Os estabelecimentos que comercializem quaisquer tipos de produtos previstos nesta lei so obrigados a manter nos mesmos uma via das Notas Fiscais de aquisio ou de transferncia destes produtos disposio da fiscalizao. Art. 70. Na obteno, manipulao, armazenamento e transporte de matria-prima e alimento in natura, seguir-se-o as seguintes normas

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gerais de higiene para assegurar as condies de pureza necessrias aos alimentos destinados ao consumo humano: I) ser dado destino adequado aos dejetos humanos e animais e aplicarse-o medidas especiais para evitar a contaminao da matria-prima alimentar ou alimento in natura, especialmente daqueles que possam ser consumidos crus, a fim de evitar riscos sade pblica, nas reas de cultivo e produo; II) ser utilizada, na irrigao ou rega de hortalias, plantaes e atividades afins, gua que no oferea risco sade atravs do alimento; III) no combate s doenas e pragas, de animais e de vegetais, sero empregados produtos qumicos, biolgicos ou fsicos, aprovados pelo rgo oficial competente, sob direta superviso de pessoal consciente dos perigos e riscos nele envolvidos, inclusive dos perigos relacionados com resduos txicos; IV) sero utilizados equipamentos e utenslios que entrem em contato com a matria-prima alimentar ou alimento in natura que no ofeream risco sade, sobretudo os destinados ao uso repetido, de materiais e formatos apropriados, a fim de apresentarem facilidade de limpeza, e que possam ser limpos e assim mantidos para no constiturem fonte de contaminao para o produto alimentar; V) os produtos imprestveis sero separados de maneira eficiente durante as fases de coleta e produo, dando-se aos mesmos destinao tal que no constituam fonte de contaminao para o alimento, para a gua de abastecimento ou para outras coletas; VI) sero tomadas medidas para proteger a matria-prima de contaminao por animais, insetos, aves e por contaminantes qumicos ou microbiolgicos ou por outras substncias indesejveis, durante a manipulao e a armazenagem; VII) os meios de transporte da safra colhida ou da matria-prima da rea de produo, local da coleta ou armazenagem, sero adequados aos fins a que se destinam e sero de material e construo que permitam completa limpeza e possam ser mantidos limpos, de modo que no constituam fonte de contaminao para o produto; VIII) sero observados os preceitos pertinentes ao emprego do gelo e adotadas prticas de manipulao que impeam a contaminao ou alterao da matria-prima ou do alimento in natura no transporte;

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IX) ser utilizado equipamento especial, tal como o de refrigerao, se a natureza do produto ou a distncia a ser percorrida indicar, observando os preceitos pertinentes ao emprego de gelo e/ou refrigerao, e quando utilizado gelo em contato com o produto alimentar, este ser fabricado com gua potvel. 1 - A utilizao de esgotos sanitrios ou lodo proveniente de seu tratamento em atividades agrcolas ou pastoris ser regulamentado por Normas Tcnicas Especiais. 2 - Ser proibida, nas reas de plantio, a utilizao de agrotxicos cuja composio e/ou concentrao comprometam a sade individual ou coletiva, conforme parmetros estabelecidos em legislao vigente. 3 - proibida a venda de leite in natura e da carne que no se provar ter sido objeto de inspeo sanitria.

CAPTULO III DOS ESTABELECIMENTOSArt. 71. Ficam sujeitos fiscalizao sanitria os estabelecimentos que fabriquem ou comercializem alimentos e/ou produtos de interesse da sade, as unidades de servios de sade, servios de interesse da sade e outros estabelecimentos e locais que pela natureza das suas atividades possam comprometer a proteo e a preservao da sade individual e/ou coletiva. Art. 72. Os estabelecimentos comerciais ou industriais de substncias e produtos de interesse da sade cumpriro o disposto na legislao vigente no que se refere s condies de funcionamento, tipo de produtos colocados venda, boas prticas de armazenamento, conservao, dispensao, manipulao e comercializao. Pargrafo nico. Os estabelecimentos respondem pelas infraes sanitrias cometidas por seus empregados, funcionrios, dirigentes, dentro de suas dependncias ou fora, quando em servio. Art. 73. Os estabelecimentos e locais cujas atividades so previstas nesta Lei sero instalados e equipados, quer em unidades fsicas, quer em equipamentos e maquinrios diversos, quer em pessoal habilitado, em razo da capacidade necessria para executarem as atividades a que se propem, bem como a conservao e manuteno dos padres de identidade das substncias e produtos. 1 - So considerados imprprios ao funcionamento os estabelecimentos e servios inadequados para os fins que se propem, bem como aqueles que no atendem as normas tcnicas especiais, ou s boas prticas de produo ou prestao de servios. 2 - Todas as mquinas, equipamentos, aparelhos e demais instalaes dos estabelecimentos sero mantidos em perfeitas condies de higiene, conservao e funcionamento.

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3 - As denominaes de estabelecimentos relacionados nesta Lei no podero ser empregadas como marca de fantasia, sendo o uso dessas denominaes gerais, restrito queles estabelecimentos que possuem os requisitos mnimos de instalaes, recursos materiais e humanos estabelecidos, fixando, assim, a correspondncia entre a assistncia indicada pela denominao geral e a real capacidade assistencial do estabelecimento. 4 - proibido manter, nas dependncias dos estabelecimentos, mveis ou objetos alheios a atividade licenciada. 5 - Os estabelecimentos possuiro equipamentos de preveno e combate a incndios aprovados pelo Corpo de Bombeiros. 6 - Os estabelecimentos e locais previstos nesta Lei faro controle de insetos e roedores permanentes e o combate de insetos e roedores a cada seis meses, por empresas devidamente licenciadas com Alvar Sanitrio para este fim, comprovado por nota fiscal.

Art. 74. Para fins desta Lei, regulamentos e normas, os estabelecimentos que comercializem alimentos tero as seguintes denominaes gerais: I) Estabelecimentos comerciais de maior risco epidemiolgico: b) aougue, casa de carne e similares; c) casa de frios, laticnios e embutidos; d) confeitaria e padaria; e) cozinhas de clube, hotel, penso, creche e similares; f) cantina e cozinha de escola; g) cozinha de indstria; h) cozinha e lactrio de hospital, maternidade e casa de sade; i) feira livre e comrcio ambulante de alimentos perecveis; j) trailer; k) lanchonete, pastelaria e similares; l) buf, churrascaria, pizzaria, restaurante, self-service e similares; m) supermercado, mercado e mercearia com venda de produtos perecveis; n) sorveteria; o) avirio; p) peixaria; q) depsito e distribuidora de alimentos perecveis; r) floricultura; - 25 -

CAPTULO IV DOS ESTABELECIMENTOS QUE FABRIQUEM OU COMERCIALIZEM ALIMENTOS OU PRODUTOS QUE CAUSEM RISCOS SADE E AO MEIO AMBIENTE

s) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais. II) Estabelecimentos comerciais de menor risco epidemiolgico: a) barraca de doces, balas, bombons, chocolates, pipocas e congneres; b) barraca de bebidas alcolicas, refrigerantes e gua mineral; c) casa de vitaminas, sucos, caldo de cana e similares; d) boteco ou botequim, caf e similares; e) bar, boate, danceteria, casa noturna e similares; f) depsito de po; g) mercearia, armazm e supermercado sem venda de produtos perecveis; h) depsito de frutas e verduras, hortifrutigranjeiros e sacolo (sem venda de outros produtos perecveis); i) depsito e distribuidora de alimentos no perecveis; j) depsito e distribuidora de bebidas; k) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais. Art. 75. Para fins desta Lei e normas tcnicas os estabelecimentos que fabriquem alimentos tero as seguintes denominaes gerais: I) Indstrias de maior risco epidemiolgico: a) abate de animais, preparao de embutidos e conservas de produtos de origem animal, matadouros-frigorficos; b) indstria de conservas de produtos de origem vegetal; c) indstria de doces e produtos de confeitaria (com cremes); d) granja produtora e entreposto de ovos; e) indstria de massas frescas e produtos derivados perecveis; f) indstria de produtos infantis; g) indstria de conservas de peixe, crustceos e moluscos; h) cozinha industrial; i) indstria de sorvetes e picols, bolos e tortas geladas; j) pasteurizadora de leite e fbrica de laticnios; k) fbrica de refeies congeladas; l) indstria de alimentos para fins especiais; m) indstria de aditivos alimentares; n) envasadora de gua mineral; o) fbrica de gelo; p) abatedouro de aves e pequenos animais; q) beneficiamento de cera, mel e produtos de apicultura; r) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais.

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II) Indstrias de menor risco epidemiolgico: a) indstria de farinhas diversas; b) indstria de bebidas alcolicas; c) indstria de refrigerantes, sucos e outras bebidas no alcolicas; d) indstria de doces, conservas de frutas, balas, caramelos, chocolates, bolachas, biscoitos e similares; e) cerealista, depsito e beneficiadora de gros; f) fbrica de condimentos, molhos e especiarias; g) refinadora de leos e gorduras comestveis; h) indstria de conservas de legumes e similares; i) indstria de massas secas; j) refinadora e envasadora de acar; k) refinadora e envasadora de sal; l) torrefadora de caf; m) indstria de caf, mate solvel e chs; n) indstria de pes e similares; o) indstria de vinagre; p) indstria de fermentos e leveduras; q) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais. Art. 76. As instalaes de estabelecimentos que fabriquem ou comercializem alimentos ou produtos que causem riscos sade e ao meio ambiente, seguiro as seguintes normas gerais de higiene para assegurar as condies de pureza necessrias aos alimentos destinados ao consumo humano: I) o estabelecimento e a rea adjacente sero calados, mantidos limpos, sem mato, entulho, sucatas, pneus velhos, material de construo, objetos, equipamentos ou materiais em desuso, poas dgua e outros focos de insalubridade, livres de odores estranhos, p, fumaa e de outros poluentes, livres de insetos, roedores, pssaros, ces, gatos ou outros animais daninhos ou domsticos; II) as dimenses do estabelecimento sero suficientes para atender o objetivo visado, sem excesso de equipamento ou de pessoal, com espao que facilite a circulao de pessoal, equipamentos, matria-prima e produtos; III) o acesso ao estabelecimento ser direto ao logradouro pblico e independente de acesso a domiclio, moradia, dormitrio ou similar; IV) disporo de abundante suprimento de gua fria e adequado suprimento

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de gua quente onde for necessrio, potvel e no inferior ao padro fixado na legislao; V) os encanamentos de gua no podero ter fendas, rachaduras, vazamentos, infiltraes nas paredes e pisos, bem como interconexo de gua potvel e no potvel; VI) os reservatrios e as caixas dgua sero mantidos tampados e limpos por dentro; VII) o sistema de canalizao de eliminao de rejeitos, inclusive o sistema de esgoto, ser adequado, bem dimensionado, sem vazamentos, com sifes e respiradouros adequados; VIII) as caixas de gordura estaro devidamente tampadas, sem fendas ou frestas que permitam a entrada de insetos e roedores; IX) as indstrias possuiro tratamento de efluentes aprovados pelo rgo competente; X) as redes de guas pluviais no podero ser ligadas na rede de esgoto e vice-versa; XI) os pisos, as paredes e os forros sero de material claro, liso, impermevel e lavvel, que permita limpeza fcil, sem frestas e sem sujidades; XII) os pisos tero declividade suficiente para um escoamento adequado da gua de limpeza, ralos adequados, tampados, telados, com grade fina e sifonados, sem obstruo, convenientemente localizados; XIII) as guas de limpeza jamais podero ser escoadas para o logradouro pblico; XIV) sero tomadas medidas eficientes para evitar a penetrao no prdio e o abrigo, nas suas dependncias, de insetos, roedores, pssaros ou outros animais daninhos; XV) as aberturas (portas, janelas, vos) sero fechados com vidros ntegros e limpos e telas nos locais de manipulao; XVI) a iluminao ser adequada, sem zonas de sombras ou contrastes excessivos e as fontes luminosas sero protegidas para se evitar a contaminao do alimento ou produto no caso de se quebrarem; XVII) as reas de produo sero bem ventiladas, especialmente nos locais onde se produzem excessivo calor, vapor ou aerossis contaminantes, que propiciem condensao de vapor dgua e a proliferao de mofo nas partes altas, que podero cair sobre o alimento;

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XVIII) a linha de produo ser racional e os equipamentos distribudos de forma que a produo seja contnua, sem cruzamento de matrias-primas, subprodutos, produtos, dejetos e resduos durante o fluxo de produo; XIX) o local de recebimento e armazenamento de matria-prima e alimento in natura ser separado dos destinados a preparao e acondicionamento do produto acabado; XX) os recintos e compartimentos destinados a armazenagem, fabricao ou manipulao sero separados daqueles reservados a material no comestvel e o local de manipulao de alimento no poder ter comunicao direta com residncia; XXI) disporo de dependncias com latrinas e mictrios em nmero suficiente e lavatrios contguos, bem iluminadas, ventiladas e sempre limpas, para empregados e para o pblico, quando for o caso, com instalaes para o deficiente fsico; XXII) obrigatria a existncia de sanitrios femininos e masculinos em cmodos distintos XXIII) as dependncias com latrinas e mictrios no podero ter comunicao direta com o local em que se manipule alimentos e sero fechadas com portas providas de molas para serem mantidas fechadas; XXIV) obrigatria a existncia de lavatrios nos locais de trabalho para que os empregados possam lavar as mos, com sabo ou detergente, e sec-las em papel toalha ou aparelhos apropriados, sempre que a natureza do trabalho o exija; XXV) as instalaes para lavagem e desinfeco de equipamentos sero em reas separadas da rea de manipulao e de armazenamento e compatveis com o volume de produo e tamanho dos utenslios; XXVI) disporo de equipamentos apropriados para proteo e acondicionamento de produtos, incluindo estufas, armrios, vitrines, balces, geladeiras, freezers, cmaras frias, banho-maria, entre outros que se faam nece ssrios; XXVII) disporo de equipamentos mecnicos para preparo dos produtos, restringindo ao mximo o uso manual; XXVIII) possuiro recipientes de material incuo e inatacvel para a guarda dos produtos em uso ou estocados, quando se fizer necessrio. Art. 77. Nas instalaes de equipamentos e utenslios em estabelecimentos que fabriquem ou comercializem alimentos ou produtos que

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causem riscos sade e ao meio ambiente, seguir-se-o as seguintes normas gerais de higiene para assegurar as condies de pureza necessrias aos alimentos destinados ao consumo humano e para a adoo das boas prticas de produo: I) os materiais destinados a entrar em contato com alimento, inclusive os utilizados em equipamentos, tero superfcies apropriadas, isentas de cavidades, fendas e farpas, no txicos, no afetveis pelos produtos alimentares, capazes de resistir ao repetido processo normal de limpeza, e no absorventes, exceto nos casos especiais de acordo com as exigncias do processo de fabricao; II) os equipamentos fixos ou mveis, incluindo tanques, mquinas, estantes, vitrines, mesas e utenslios, sero construdos e instalados de modo a prevenir risco sade e permitir a fcil e adequada limpeza; III) os equipamentos e utenslios destinados ao uso de produtos no comestveis ou contaminantes, devero ser facilmente identificados, no podendo ser usados em operaes com produtos comestveis; IV) os estrados tero altura mnima de vinte centmetros e guardaro a distncia mnima de cinqenta centmetros das paredes e entre eles; V) as estufas, geladeiras, freezers, ilhas de congelamento, cmaras e balces frigorficos e outros equipamentos de calor ou frio, sero regulados para manter a temperatura de tal forma que atenda a exigida para todos os produtos neles armazenados; VI) os fornos, foges e similares sero afastados das paredes no mnimo cinqenta centmetros. Art. 78. Nas operaes dentro de estabelecimentos que fabriquem ou comercializem alimentos ou produtos que causem riscos sade e ao meio ambiente seguir-se-o as seguintes normas gerais de higiene para assegurar as condies de pureza necessrias aos alimentos destinados ao consumo humano e para a adoo de boas prticas de produo: I) o edifcio, suas dependncias e instalaes, equipamentos e utenslios, sero mantidos em bom estado de conservao e em boas condies de limpeza; II) o lixo ser removido freqentemente dos locais de trabalho que disporo de recipientes apropriados, lavveis e tampados, com sacos coletores de plstico, localizados adequadamente; III) os detergentes e desinfetantes empregados sero apropriados ao fim

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a que se destinam e s podero ser usados de modo que no acarretem perigo sade pblica; IV) ser proibida a presena de ces, gatos e outros animais domsticos onde o alimento seja manipulado, armazenado ou exposto venda ou consumo; V) os utenslios destinados ao uso de produtos comestveis sero guardados limpos, em local ou armrio fechado, protegidos de poeira e outras contaminaes; VI) os raticidas, fumigantes, inseticidas e outros produtos txicos sero guardados separadamente, em local ou armrio fechado, e somente sero manejados por pessoas especialmente treinadas para este fim; VII) a matria-prima armazenada ser mantida sob condies tais que a protejam contra a contaminao e poluio; VIII) antes do processamento ou em fase conveniente do mesmo, a matria-prima ser obrigatoriamente examinada, classificada ou selecionada, para serem removidas as imprprias; IX) a matria-prima alimentar no ser utilizada se apresentar contaminantes ou matrias estranhas que no possam ser removidas em nvel aceitvel pelos processos normais; X) a gua utilizada para transporte e lavagem das matrias-primas no poder apresentar risco sade pblica, nem poder ser reciclada, salvo se for submetida a tratamento adequado, e atender aos requisitos sanitrios mnimos fixados pelo rgo governamental competente; XI) o gelo destinado a entrar em contato com alimento ser fabricado com gua potvelesermanipulado,armazenadoeusadodetalmaneiraquesejaprotegido contra contaminao, devendo ser precedida de anlise fsico-qumico-bacteriolgica da gua em rgo competente, devendo atender obrigatoriamente, as normas e padro de potabilidade da gua estabelecidos pelo Ministrio da Sade; XII) ser tomada precauo para evitar a contaminao do produto alimentar ou dos ingredientes por qualquer substncia estranha durante a produo e manipulao; XIII) as operaes que levam a obteno do produto e as operaes de embalagem sero programadas de tal forma que haja um fluxo ordenado de maneira a evitar contaminao, deteriorao, decomposio ou desenvolvimento de microorganismos patognicos;

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XIV) somente poder trabalhar na rea de manipulao de alimento, pessoal sem infeces cutneas, intestinais, respiratrias e outras doenas que possam ser transmitidas por alimentos, considerado apto atravs de exame de sade. XV) os empregados dos estabelecimentos comunicaro gerncia o aparecimento de qualquer ferimento, ferida, chaga, lcera ou leso de pele de outra natureza, bem como outros tipos de doenas, principalmente as do aparelho respiratrio e as do aparelho digestivo acompanhadas de diarria; XVI) a gerncia do estabelecimento impedir o acesso ao local de produo e encaminhar ao servio mdico qualquer empregado suspeito de ser portador de enfermidade que possa ser transmitida por alimento; XVII) todo pessoal que trabalha diretamente com alimento manter obrigatoriamente o rigoroso asseio, unhas curtas e sem esmaltes, sem adornos nos dedos ou pulsos, barba aparada, cabelo curto ou preso com rede; XVIII) o vesturio, inclusive gorro, avental e calado fechado, deve ser de cor clara, apropriado ao tipo de trabalho que executa e mantidos sempre limpos; XIX) as mos sero lavadas tantas vezes quanto necessrio, de acordo com as exigncias do trabalho em execuo; XX) ser proibido comer, cuspir, mascar goma ou fumo, e fumar nos locais em que se manipulem alimentos; XXI) as luvas para manuseio de alimento, quando houver indicao, sero de material adequado, em boas condies sanitrias de uso; XXII) os materiais de embalagem do produto final sero armazenados e utilizados em condies higinicas satisfatrias, no podendo, em nenhum caso, interferir com as caractersticas prprias do alimento ou torn-lo inadequado para a alimentao humana; XXIII) o acondicionamento do produto final ser efetuado de forma a impedir a contaminao do produto; XXIV) para a preservao e controle final do produto sero adotados mtodos rigorosos de modo a proteger o produto acabado da contaminao e outros riscos para a sade pblica, bem como da deteriorao; XXV) o produto acabado ser armazenado e transportado sob condies

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tais que evitem contaminao ou desenvolvimento de microorganismos patognicos ou outras alteraes indesejveis e protejam de deteriorao o produto alimentar ou seu invlucro; XXVI) cada organizao, em seu prprio interesse, destacar um empregado para supervisionar a higiene do estabelecimento e que tenha, sob suas ordens, auxiliares bem treinados no manejo de equipamentos de limpeza e dos mtodos de desmontagem dos mesmos, e que estejam conscientes do significado de contaminao e dos riscos que ela representa, dedicando maior ateno s reas crticas, aos equipamentos, higiene do pessoal e aos materiais; XXVII) cada empresa, em seu prprio interesse, ter controle de qualidade de seus produtos. Pargrafo nico. O controle de qualidade ser obrigatrio nas indstrias de alimentos e obedecer ao disposto na portaria N 1428, de 26/11/93 do Ministrio da Sade, e/ou que venha alter-la e/ou substitu-la, e ter os seguintes elementos: a) responsabilidade tcnica; b) padro de identidade e qualidade dos produtos; c) manual de boas prticas de produo e prestao de servios; d) monitoramento de processos e procedimentos; e) verificao de processos e procedimentos; f) controle laboratorial.

CAPTULO V UNIDADES DE SERVIOS DE SADEArt. 79. Para fins desta Lei e suas normas tcnicas, consideram-se unidades de servios de sade todos os estabelecimentos destinados a promover e proteger sade individual e coletiva, prevenir e diminuir os danos causados pelas doenas e agravos que acometem o indivduo e a coletividade e reabilitar o indivduo quando a sua capacidade fsica, psquica ou social for afetada. Pargrafo nico. Todos os estabelecimentos e unidades de servios de sade so classificados como estabelecimentos de alto risco epidemiolgico. Art. 80. As unidades de servios de sade obedecero ao disposto nesta Lei e tero as seguintes denominaes gerais: I) unidades de servios mdicos de sade: a) consultrio mdico; b) clnica mdica; c) ambulatrio;

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d) posto de sade; e) unidade bsica de sade; f) unidade mista ou unidade integrada de sade; g) unidade de sade especializada; h) policlnica; i) unidade de pronto atendimento; j) pronto-socorro; k) hospital; l) spa; m) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais. II) unidades de servios odontolgicos de sade: a) consultrio odontolgico; b) clnica odontolgica; c) policlnica odontolgica; d) pronto-socorro odontolgico; e) centro mdico-odontolgico; f) entidade de assistncia odontolgica; g) unidade mvel; h) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais. III) unidades de servios de apoio diagnstico teraputico: a) laboratrio de anlises clnicas; b) laboratrio de patologia clnica; c) laboratrio de anatomia patolgica; d) ultra-sonografia; e) radiologia diagnstica; f) ressonncia magntica nuclear; g) endoscopia; h) eletroneuromiografia e eletrocardiografia; i) ecocardiografia; j) audiometria e fonoaudiologia; k) ptica; l) anlises metablicas e endocrinolgicas; m) provas respiratrias; n) provas hemodinmicas; o) unidade de sorologia; p) termografia; q) hemoterapia; r) hemodilise, dilise peritoneal; s) banco de sangue, leite, tecidos e rgos;

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t) fisioterapia; u) fisiatria; v) medicina nuclear; w) radioterapia; x) laboratrio de radioistopos; y) tratamento hiperbrico; z) outros que possam vir a ser definidos e disciplinados em Normas Tcnicas Especiais. IV) unidades de servios farmacuticos: a) farmcia; b) drogaria; c) ervanrio; d) distribuidora de medicamentos, drogas, cosmticos e correlatos; e) indstria de medicamentos, drogas, cosmticos e correlatos. V) outras unidades de servios de sade: a) clnica de repouso; b) clnica de emagrecimento; c) clnica de tratamento natural; d) clnica ou consultrio de acupuntura; e) cinesiologia aplicada; f) homeopatia; g) terapia floral; h) fitoterapia; i) quiropatia; j) iridologia; k) massagem oriental; l) magnetoterapia; m) musicoterapia; n) antroposofia; o) clnica de reabilitao fsica; p) clnica e asilo geritricos; q) instituto de podologia; r) clnica ou consultrio de fonoaudiologia; s) clnica de terapia ocupacional; t) clnica ou consultrio de psicologia; u) estabelecimento de enfermagem; v) clnica de nutrio; w) casa de massagem teraputica; x) estabelecimento de assistncia veterinria; y) outros no especificados acima.

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1 - Sero tambm considerados estabelecimentos de assistncia complementar as empresas de transporte de pacientes com a finalidade de remoo simples ou de atendimento emergencial, com ou sem recurso para suporte vital, e com ulterior remoo referencial, utilizando meios de transporte areo, rodovirio, ferrovirio. 2 - Todos os estabelecimentos dispostos neste artigo somente podero funcionar mediante Alvar Sanitrio, atendidas todas as exigncias legais. 3 - proibido fornecer, vender ou praticar atos de comrcio em relao a medicamentos, drogas e correlatos sujeitos a prescrio mdica, sem observncia dessa exigncia e contrariando as normas legais e regulamentares vigentes. 4 - O comrcio e a dispensao de receiturio com manipulao de frmulas oficinais e magistrais privativo de farmcia, no podendo, em hiptese nenhuma, funcionar sem a presena do responsvel tcnico, e nem haver sublocao deste comrcio entre estabelecimentos de sade, em quaisquer circunstncias. 5 - Entende-se por farmcia o estabelecimento de manipulao de frmulas magistrais e oficinais, de comrcio de drogas, medicamentos, insumos farmacuticos e correlatos, compreendendo o de dispensao e o de atendimento privativo de unidade hospitalar e/ou de qualquer outra equivalente de assistncia mdica. 6 - Entende-se por drogaria o estabelecimento de dispensao e comrcio de drogas, medicamentos, insumos farmacuticos e correlatos em suas embalagens originais. 7 - Entende-se por ervanrio o estabelecimento que realiza dispensao de plantas medicinais; observados o acondicionamento adequado e a classificao botnica. 8 - expressamente proibido o comrcio de frmulas oficiais e magistrais em farmcias, sem a respectiva receita mdica, sob forma de fabricao em srie e sem registro no rgo competente. 9 - proibido aviar receitas em desacordo com expressa determinao legal e regulamentar. 10 - proibido aviar receita em cdigo em servios farmacuticos que atendam diretamente ao consumidor. 11 - Entende-se por unidades de servios de apoio diagnstico teraputico todos os servios intra-hospitalares ou autnomos relacionados neste artigo. 12 - proibido comercializar sangue e derivados, placentas, rgos, glndulas ou hormnios, bem como quaisquer substncias ou partes do corpo humano, contrariando a legislao vigente. 13 - proibido utilizar na preparao de hormnios, rgos de

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animais doentes, estafados, emagrecidos ou que apresentem sinais de decomposio no momento de serem manipulados. 14 - proibido proceder cremao de cadveres, ou utiliz-los contrariando as normas sanitrias pertinentes. Art. 81. Nas unidades de servios de sade seguir-se-o as seguintes condies mnimas para aprovao, licenciamento e funcionamento: I) construo em alvenaria, slida, sem defeitos de edificao, tais como, rachaduras, vazamentos, infiltraes ou outros que desaconselhem o licenciamento; II) o acesso ao estabelecimento ser direto ao logradouro pblico e independente de acesso a domiclio, moradia, dormitrio ou similar; III) pisos, paredes e tetos com revestimento de cores claras, resistentes, impermeveis, que permitam fcil limpeza e desinfeco; IV) disporo de dependncias com latrinas e mictrios em nmero suficiente, inclusive para deficientes fsicos, com paredes de revestimento liso, lavvel, resistente at a altura mnima de 2,00 m, com portas providas de molas para serem mantidas fechadas e sempre limpas, bem iluminadas, ventiladas e sempre limpas, dotadas de lixeiras com tampa, pedal para acionamento das tampas e saco plstico adequado, para empregados e para o pblico, quando for o caso,; V) as dependncias sanitrias disporo de pequena rea de acesso com o mesmo revestimento e provida de lavatrio com sabo lquido e papel toalha e, somente podero ter comunicao direta com os locais administrativos do estabelecimento, salvo quando autorizado pela Vigilncia Sanitria; VI) os pisos tero declividade suficiente para um escoamento adequado da gua de limpeza, ralos adequados, tampados, telados, com grade fina e sifonados, sem obstruo, convenientemente localizados; VII) as guas de limpeza jamais podero ser escoadas para o logradouro pblico; VIII) sero tomadas medidas eficientes para evitar a penetrao no prdio e o abrigo, nas suas dependncias, de insetos, roedores, pssaros ou outros animais daninhos; IX) as aberturas, portas, janelas e vos, sero limpos, fechados ou telados nos locais de manipulao de produtos ou pacientes; X) a iluminao ser adequada, sem zonas de sombras ou contrastes

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excessivos, e as fontes luminosas sero protegidas para se evitar acidentes e contaminao no caso de se quebrarem; XI) a ventilao, nvel de rudo, condicionamento do ar, acondicionamento e manipulao dos produtos relacionados sade respeitaro a legislao especfica; XII) a rea de produo e prestao de servios ser bem ventilada, especialmente nos locais onde se produzem excessivo calor, vapor ou aerossis contaminantes, que propiciem condensao de vapor dgua e a proliferao de mofo nas partes altas, que podero cair sobre os produtos ou usurios; XIII) as linhas de produo ou prestao de servios sero racionais e os equipamentos distribudos de forma que a produo ou atendimento seja contnuo, sem cruzamento de matrias-primas, subprodutos, produtos, dejetos, resduos e usurios durante o fluxo de produo ou atendimento; XIV) o local de recebimento e armazenamento de matria-prima ser separado dos destinados a preparao e acondicionamento do produto acabado; XV) os recintos e compartimentos destinados a armazenagem, fabricao ou manipulao de drogas, medicamentos, insumos farmacuticos sero separados daqueles reservados a correlatos e o local de manipulao de produtos no poder ter comunicao direta com residncia; XVI) obrigatria a existncia de lavatrios nos locais de manipulao de pacientes ou de produtos para que os prestadores ou manipuladores possam lavar as mos, com sabo lquido e/ou degermantes, e sec-las em papel toalha ou aparelhos apropriados, sempre que a natureza do trabalho o exija; XVII) as instalaes para lavagem e desinfeco de equipamentos sero em reas separadas da rea de atendimento, manipulao e de depsito de materiais e sero compatveis com o volume de produo e tamanho dos utenslios; XVIII) disporo de equipamentos apropriados para esterilizao de materiais, proteo, conservao e acondicionamento de produtos e materiais, entre outros que se faa necessrio; XIX) disporo de equipamentos mecnicos para preparo dos produtos, restringindo ao mximo o uso manual; XX) possuiro recipientes de material incuo e inatacvel para a guarda

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dos produtos em uso ou estocados, quando se fizer necessrio; XXI) disporo de lixeiras com tampa, pedal para acionamento das tampas e saco plstico adequado nos locais de gerao de resduos slidos e recipientes rgidos, identificado, estanque, impermevel, resistente ruptura ou perfurao para resduos perfuro-cortantes. XXII) somente poder trabalhar em estabelecimento de sade, pessoal considerado sadio atravs de exame de sade; XXIII) os empregados dos estabelecimentos comunicaro gerncia o aparecimento de qualquer ferimento, ferida, chaga, lcera ou leso de pele de outra natureza, bem como outros tipos de doenas, principalmente as do aparelho respiratrio e as do aparelho digestivo acompanhadas de diarria; XXIV) a gerncia do estabelecimento impedir o acesso ao local de trabalho e encaminhar ao servio mdico qualquer empregado suspeito de ser portador de enfermidade transmissvel; XXV) todo pessoal que trabalha em estabelecimentos de sade manter obrigatoriamente o rigoroso asseio, unhas curtas e sem esmaltes, sem adornos nos dedos ou pulsos, barba aparada; XXVI) as mos sero lavadas tantas vezes quanto necessrio, de acordo com as exigncias do trabalho em execuo; XXVII) ser proibido comer, cuspir, mascar goma ou fumo, e fumar nos locais em que se atenda ao pblico ou usurios; 1 - As unidades de servios de sade que utilizem em seus procedimentos medicamentos sob regime de controle especial, devero manter registro, na forma prevista na legislao vigente. 2 - Todas as unidades de servios de sade mantero, diariamente, atualizados, registros e outros meios de arquivamento de dados sobre pacientes, onde constaro, obrigatoriamente, o nome do paciente e seu endereo completo, motivo do atendimento, concluso diagnstica, tratamento institudo, nome e inscrio no Conselho Regional do profissional responsvel pelo atendimento, alm dos demais registros de interesse da sade. 3 - Os registros e outros meios de arquivamento de dados sobre pacientes mencionados no pargrafo anterior permanecero, obrigatoriamente, no servio e sero apresentados a autoridade sanitria sempre que solicitado, sendo obrigatrio o arquivamento pelo prazo mnimo de 5 (cinco) anos. Os interessados diretos ou representantes

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legais tero acesso aos registros e outros modos de arquivamento de dados. 4 - As unidades de servios de sade observaro a legislao de proteo sade do trabalhador, com nfase para medidas coletivas com obrigatoriedade de uso dos equipamentos de proteo individual para os trabalhadores expostos a fluidos orgnicos.

CAPTULO VI DO CONTROLE DAS INFECES NAS UNIDADES DE SERVIOS DE SADEArt. 82. As unidades de servios de sade sero mantidas em rigorosas condies de higiene devendo ser observadas, quando for o caso, as normas de esterilizao e controle de infeces hospitalares estipuladas na legislao sanitria. Art. 83. As unidades de servios mdicos de sade que executarem procedimentos em regime de internao hospitalar devero implantar e manter comisses de controle de infeco hospitalar. Pargrafo nico. Caber direo administrativa e ao seu responsvel tcnico dos servios comunicarem autoridade sanitria a instalao, composio e eventuais alteraes na comisso mencionada neste artigo, bem como notificar a ocorrncia de infeco hospitalar regularmente, conforme estabelecido na legislao sanitria. Art. 84. O funcionamento dos estabelecimentos relacionados com substncia, servios e produtos de interesse da sade, integrantes da Administrao Pblica, ou por ela institudos, ficam sujeitos s mesmas exigncias legais estipuladas para os estabelecimentos de natureza privada. Art. 85. Todos os utenslios e instrumentos diagnsticos, teraputicos e auxiliares, utilizados nas unidades de servios de sade que possam ser expostos ao contato com fluidos orgnicos de pacientes ou usurios, devero ser descartveis ou obrigatoriamente submetidos desinfeco ou subseqente esterilizao adequada. 1 - Os materiais listados no caput deste artigo devero existir em quantidade suficiente para esterilizao, visando atender a demanda de pacientes sem prejuzo do atendimento e da esterilizao, conforme estabelecido em legislao sanitria vigente. 2 - obrigatrio o uso de seringas, escalpes e agulhas descartveis, sendo expressamente proibido o reaproveitamento em quaisquer circunstncias. 3 - vedado s unidades de servios de sade manter objetos alheios atividade desenvolvida. Art. 86. Em estabelecimentos prestadores de servios de sade, o

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fluxo interno e o armazenamento dos resduos sero regulamentados em Normas Tcnicas Especiais. 1 - proibida a reciclagem de resduos slidos infectantes gerados por estabelecimentos e unidades de servios de sade. 2 - Os resduos classificados como infectantes tero de ser acondicionados em saco plstico branco leitoso, em conformidade com a NBR 9190 ou outra que venha substitu-la. 3 - Os resduos perfurocortantes devero ser acondicionados em recipientes rgidos, identificados, estanques, impermeveis, resistentes ruptura ou perfurao. 4 - Os resduos infectantes, procedentes de anlises clnicas, hemoterapia e pesquisa microbiolgica, tm de ser submetidos esterilizao na unidade geradora. 5 - Os resduos lquidos infectantes como sangue, secrees, excrees e outros lquidos orgnicos, tm de ser submetidos ao tratamento adequado antes de serem lanados na rede pblica de esgotos. 6 - obrigatria a separao, no local de origem, de resduos dos servios de sade especiais considerados perigosos, sob a responsabilidade do gerador do resduo, seguindo as especificaes prprias nas fases de gerao e segregao. 7 - Para disposio final de resduos classificados como especiais, devero ser tomadas medidas adequadas para proteo da sade e do meio ambiente. Art. 87. Todos os equipamentos, roupas, e instalaes fsicas das unidades de servios de sade, que possam ser expostos ao contato com fluidos orgnicos de pacientes ou usurios, devero ser submetidos desinfeco e subseqente esterilizao adequada, conforme estabelecido na legislao sanitria vigente.

CAPTULO VII DO CONTROLE DE RADIAESArt. 88. Os estabelecimentos que empregam radiao ionizante e no ionizante, seja para fins de diagnstico e/ou teraputico, ou de qualquer outro uso, devero ser licenciados pela Vigilncia Sanitria e devero obedecer a legislao especfica do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a legislao federal, estadual e municipal, alm do disposto nesta Lei e em suas Normas Tcnicas Especiais. 1 - A responsabilidade tcnica pela utilizao e guarda, enquanto existir vida til dos equipamentos, ser solidria entre o responsvel tcnico, o proprietrio, o fabricante, a rede de assistncia tcnica e o importador, para efeito deste Cdigo.

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2 - Nas incidncias de radiaes ionizantes, o paciente dever, obrigatoriamente, utilizar equipamentos radio-protetores, envoltrios sobre as partes corpreas que no sejam de interesse diagnstico ou teraputico, fornecidos pelo estabelecimento. 3 - As instalaes e equipamentos de radiao ionizante e no ionizantes devero operar com riscos mnimos sade dos trabalhadores, pacientes e ambiente, respeitando a legislao pertinente. 4 - As fontes de radiao ionizante no intermitentes, aps sua vida til, tero destinao adequada, sob responsabilidade solidria entre proprietrio e fabricante.

CAPTULO VIII DAS ATIVIDADES HEMOTERPICASArt. 89. So estabelecimentos hemoterpicos os servios que, em parte ou no seu todo, realizem, entre outras, as atividades de captao e seleo de doadores, coleta de sangue, processamento, fracionamento, armazenamento, testes sorolgicos, transporte, aplicao, produo industrial de hemoderivados e insumos. Pargrafo nico. Sero considerados tambm como estabelecimentos hemoterpicos os servios integrados de hematologia e hemoterapia de funcionamento hospitalar ou ambulatorial. Art. 90. As atividades hemoterpicas, compreendendo, entre outras, desde a captao de doadores, seleo e triagem clnica de doadores, classificao, sorologia, manipulao, armazenamento, industrializao e a prescrio de sangue e hemoderivados, bem como as instalaes e equipamentos dos estabelecimentos hemoterpicos, obedecero ao disposto nesta Lei, s Normas Tcnicas Especiais e a toda legislao pertinente. Art. 91. Os estabelecimentos hemoterpicos devero pautar suas atividades de captao e seleo de doadores, coleta de sangue, armazenamento, processamento para Sfilis, Hepatite B, Chagas, AIDS, Hepatite C e Vrus HTLV-1, 2, identificao e registro das unidades de sangue, aplicao e acompanhamento ps-transfusional e demais atividades, inclusive prescrio de sangue e hemoderivados, de acordo com o disposto nesta Lei, em decretos, Normas Tcnicas Especiais e toda legislao pertinente.

CAPTULO IX DOS SERVIOS DE INTERESSE DA SADEArt. 92. Para fins desta Lei e das Normas Tcnicas Especiais, considera-se como servio de interesse da sade, todos os estabelecimentos que prestam aes, em carter genrico, de promoo, de

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proteo e preservao da sade, dirigidas a populao e realizadas por rgos pblicos, empresas pblicas, empresas privadas, instituies filantrpicas, outras pessoas jurdicas de direito pblico, de direito privado e pessoas fsicas. Art. 93. Para efeito desta Lei e regulamentos, so tambm considerados servios de interesse da sade, os que se seguem, que s podero funcionar mediante autorizao sanitria, atendidas as exigncias legais: I) estabelecimentos de ensino: a) escolas formais de quaisquer graus, nveis ou ciclos; b) escolas de lnguas estrangeiras; c) escolas especiais; d) creches, berarios e similares; e) casas de asilos; f) escolas de natao; g) escolas de dana; h) academias de ginstica; i) instituies de escotismo e congneres; j) outras escolas de ensino formal ou no formal; II) estabelecimentos de lazer e diverses pblicas: a) clubes recreativos; b) colnias e acampamento de frias; c) danceterias; d) boates; e) parque de diverses; f) zoolgicos; g) jardim botnico; h) reas de lazer de conjuntos ou edificaes de habitao coletiva; i) circos; j) ringues de patinao; k) cinemas; l) teatros; m) casas de espetculos e outros estabelecimentos assemelhados; III) estabelecimentos de esteticismo e cosmtica, tais como: a) cabeleireiros; b) barbearias; c) institutos de beleza; d) saunas; e) estabelecimentos de massagem; f) estabelecimentos de tatuagem;

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g) casas de banho; h) perfumarias e congneres; IV) hotis, hospedarias, penses, motis e outros estabelecimentos de hospedagem; V) estabelecimentos responsveis pela produo, transporte e armazenamento de material radioativo ou equipamento que contenham substncias radioativas ionizantes e no ionizantes; VI) empresas de desinsetizao e desratizao; VII) artigos agropecurios e veterinrios e clnicas veterinrias; VIII) funerrias, cemitrios e necrotrios. IX) depsitos de ferro-velho, pneus, sucatas, garrafas, plsticos e de outros materiais reciclveis ou no, e similares. X) empresas de transportes de produtos e animais de interesse da sade, seus agentes e consignatrios, aeronaves, estaes ferrovirias e rodovirias, veculos terrestres, nacionais e estrangeiros. 1 - Os estabelecimentos mencionados no inciso III devero, obrigatoriamente, esterilizar todo o material e instrumental perfurocortante, roupa de cama, banho e outros que possam entrar em contato com sangue ou outros fluidos orgnicos, atravs de produtos adequados, obedecendo as normas de esterilizao. 2 - Os cabeleireiros, barbearias, institutos de beleza e congneres somente podero utilizar lminas descartveis, sendo vedado o seu reaproveitamento. 3 - Nos estabelecimentos de tatuagem somente podero ser utilizados procedimentos previamente aprovados pela Vigilncia Sanitria. 4 - Os hotis, hospedarias, penses e outros estabelecimentos de hospedagem, devero, obrigatoriamente, colocar disposio dos usurios preservativos sexuais tipo Condom, alm de serem afixadas informaes de preveno da AIDS, na forma de cartazes legveis, nos locais de freqncia dos usurios, incluindo os dormitrios. 5 - Os estabelecimentos referidos nos incisos III e IV devero, obrigatoriamente, fazer a desinfeco da roupa de cama e banho, atravs de produtos adequados previstos em Normas Tcnicas Especiais. 6 - Os estabelecimentos referidos no inciso IX devero obrigatoriamente manter os materiais em rea totalmente coberta, impedindo acmulo de gua e proliferao de insetos.

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7 - Os estabelecimentos referidos no inciso X cumpriro as normas legais e regulamentares, medidas, formalidades e outras exigncias sanitrias. Art. 94. As unidades de servios de interesse da sade devero contribuir na reduo de riscos sade e observar o disposto nesta Lei e nas suas Normas Tcnicas Especiais.

Art. 95. Os estabelecimentos determinados em legislao federal, estadual municipal, sujeitos a esta lei, s podero funcionar aps a expedio de Alvar de Localizao e Funcionamento, mediante prvio parecer da autoridade sanitria. 1 - O Alvar de Localizao e Funcionamento dever ser afixado no estabelecimento, em local visvel ao pblico. 2 - O Alvar de Localizao e Funcionamento poder ser suspenso, cassado ou cancelado a qualquer momento, como penalidade, no interesse da sade pblica, decorrente de infrao sanitria apurada em processo administrativo. Art. 96. A emisso do Alvar de Localizao e Funcionamento no exime os estabelecimentos sujeitos fiscalizao sanitria da licena do rgo sanitrio competente prevista na Lei Federal N 6437, de 20/08/77, Decreto-Lei N 986, de 21/10/69, Lei Federal N 6360, de 23/09/76, Lei Federal N 5991, de 17/12/73 e demais Leis, Decretos e resolues pertinentes. 1 - A licena a que se refere o caput deste artigo ser denominada Alvar Sanitrio e ter validade at 31 de dezembro do ano de exerccio do requerimento. 2 - A renovao do Alvar Sanitrio ser requerida at 31 de maro de cada ano. 3 - Independem de licena de funcionamento e alvar sanitrio os estabelecimentos integrantes da Administrao Pblica ou por ela institudos, ficando sujeitos, porm, s exigncias pertinentes s instalaes, aos equipamentos e aparelhagem adequados e assistncia e responsabilidade tcnica. Art. 97. Para a emisso do Alvar Sanitrio sero exigidos os seguintes documentos: I) requerimento assinado pelo responsvel tcnico legalmente habili-tado e pelo proprietrio da firma, conforme modelo fornecido pela Vigilncia Sanitria;

CAPTULO X ALVAR DE LOCALIZAO E FUNCIONAMENTO E ALVAR SANITRIO

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II) termo de responsabilidade assinado pelo responsvel tcnico e pelo proprietrio da firma, conforme modelo fornecido pela Vigilncia Sanitria; III) cpia do contrato de constituio da empresa e suas atualizaes, ou similares, quando for o caso; IV) certificado de responsabilidade tcnica emitido pelo Conselho Profissional ao qual esteja vinculado o responsvel tcnico para o ano em exerccio, quando for o caso; V) prova de relao contratual entre o responsvel tcnico e o estabelecimento, quando for o caso; VI) cpia do comprovante de endereo do responsvel tcnico (conta de luz ou gua); VII) certido negativa de dbitos emitida pela Secretaria Municipal de Fazenda; VIII) cpia do Alvar de Localizao atualizado; IX) planta baixa do estabelecimento, na escala 1:50, com todas as especificaes necessrias (memorial descritivo); X) atestado mdico de aptido de todos os funcionrios que manipulem alimentos, medicamentos, cosmticos e correlatos; XI) relao dos profissionais que prestam servios entidade com endereo completo, nmero do registro no respectivo conselho, horrio de atendimento e es-pecialidade, quando for o caso; XII) relao dos exames e atividades desenvolvidas no estabele-cimento, quando for o caso; XIII) cpia do manual de boas prticas de produo e prestao de servios, quando for o caso; XIV) cpia de padro de identidade e qualidade dos produtos e ser-vios, quando for o caso. 1 - Todas as cpias no autenticadas devero ser apresentadas juntamente com os documentos originais. 2 - O Alvar somente ser emitido aps vistoria aprovada pela Vigilncia Sanitria atendidas todas as exigncias legais. 3 - O Responsvel Tc