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 Título VIII Da Ordem Social Capítulo III Da Educação, da Cultura e do Desporto  Seção II Da Cultura Art 216 Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1º  O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. § 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

Leis Cultura

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Relação de leis que apoiam a cultura

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  • Ttulo VIII

    Da Ordem Social Captulo III

    Da Educao, da Cultura e do Desporto Seo II Da Cultura

    Art. 216. Constituem patrimnio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,

    tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade, ao,

    memria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

    I - as formas de expresso;

    II - os modos de criar, fazer e viver;

    III - as criaes cientficas, artsticas e tecnolgicas;

    IV - as obras, objetos, documentos, edificaes e demais espaos destinados s

    manifestaes artstico-culturais;

    V - os conjuntos urbanos e stios de valor histrico, paisagstico, artstico, arqueolgico,

    paleontolgico, ecolgico e cientfico.

    1 O poder pblico, com a colaborao da comunidade, promover e proteger o

    patrimnio cultural brasileiro, por meio de inventrios, registros, vigilncia, tombamento e

    desapropriao, e de outras formas de acautelamento e preservao.

    2 Cabem administrao pblica, na forma da lei, a gesto da documentao

    governamental e as providncias para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

    3 A lei estabelecer incentivos para a produo e o conhecimento de bens e valores

    culturais.

    4 Os danos e ameaas ao patrimnio cultural sero punidos, na forma da lei.

    5 Ficam tombados todos os documentos e os stios detentores de reminiscncias

    histricas dos antigos quilombos.

  • 6 facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento

    cultura at cinco dcimos por cento de sua receita tributria lquida, para o financiamento de

    programas e projetos culturais, vedada a aplicao desses recursos no pagamento de:

    I - despesas com pessoal e encargos sociais;

    II - servio da dvida;

    III - qualquer outra despesa corrente no vinculada diretamente aos investimentos ou

    aes apoiados.

  • Dilma sanciona lei que oficializa o Dia Nacional da Poesia

    Sugerida pelo senador lvaro Dias, do PSDB do Paran, a data ser comemorado em 31 de outubro, dia do nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade por Portal BrasilPublicado: 10/06/2015 18h41ltima modificao: 10/06/2015 18h41

    Dia Nacional da Poesia ser comemorado em 31 de outubro, nascimento de Carlos

    Drummond de Andrade

    A presidente Dilma Rousseff sancionou em 3 de junho a Lei 13.131/2015, publicada no

    Dirio Oficial da Unio da ltima sexta-feira, que cria oficialmente o Dia Nacional da

    Poesia.

    A proposta foi sugerida pelo senador lvaro Dias, do PSDB do Paran. A data passa a

    ser comemorado em 31 de outubro, nascimento do poeta Carlos Drummond de

    Andrade.

    Nascido em Itabira, Minas Gerais, em 1902, Carlos Drummond de Andrade se

    consagrou como um dos poetas mais influentes do Brasil. Na opinio de Alvaro Dias,

    esta uma justa homenagem ao escritor, alm de contribuir para estimular a leitura no

    pas.

    Para o autor da proposta, necessrio valorizar a cultura, para dar cumprimento ao

    que dispe o artigo 216 da Constituio, segundo o qual, entre outros dispositivos, o

    poder pblico "promover e proteger o patrimnio cultural brasileiro". O senador

    observa que, apesar de sua timidez e do recato de sua vida privada, Drummond "teve

    sua obra celebrada por milhes de admiradores" e tornou-se o poeta mais influente da

    literatura brasileira.

    "A obra de Drummond continua a influenciar poetas e prticas de ensino e

    aprendizagem da poesia, seduzindo novos leitores a cada dia. Por isso, um dia

  • dedicado poesia que tambm homenageie o poeta poder marcar ainda mais o amor

    dos brasileiros pela poesia", argumenta lvaro Dias.

    Desde 1977, o Dia Nacional da Poesia era comemorado em 14 de maro, em

    homenagem ao escritor Antnio Frederico de Castro Alves, nascido em 1847. A data

    foi sugerida pelo ento deputado federal Joo Alves. No entanto, a proposta no foi

    oficializada e o Projeto de Lei foi arquivado.

  • LEI N 7.505, DE 02 DE JULHO DE 1986 (Lei Sarney)

    Dispe sobre benefcios fiscais na rea do imposto de renda concedidos a operaes de carter cultural ou artstico.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA - Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 O contribuinte do imposto de renda poder abater da renda bruta, ou deduzir com despesa operacional, o valor das doaes, patrocnios e investimentos inclusive despesas e contribuies necessrias sua efetivao, realizada atravs ou a favor de pessoa jurdica de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, cadastrada no Ministrio da Cultura, na forma desta Lei.

    1 Observado o limite mximo de 10% (dez por cento) da renda bruta, a pessoa fsica poder abater: I - at 100% (cem por cento) do valor da doao; II - at 80% (oitenta por cento) do valor do patrocnio; III - at 50% (cinqenta por cento) do valor do investimento.

    3 A pessoa jurdica poder deduzir do imposto devido, valor equivalente aplicao da alquota cabvel do imposto de renda, tendo como base de clculo: I - at 100% (cem por cento) do valor das doaes; II - at 80% (oitenta por cento) do valor do patrocnio; III - at 50% (cinqenta por cento) do valor do investimento. 4 Na hiptese do pargrafo anterior observado o limite mximo de 2% (dois por cento) do imposto devido, as dedues previstas no esto sujeitas a outros limites estabelecidos na legislao do imposto de renda. 5 Os benefcios previstos nesta Lei no excluem ou reduzem outros benefcios ou abatimentos e dedues em vigor, de maneira especial as doaes a entidades de utilidade pblica feitas por pessoas fsicas ou jurdicas. 6 Observado o limite de 50% (cinqenta por cento) de dedutibilidade do imposto devido pela pessoa jurdica, aquela que no se utilizar, no decorrer de seu perodo-base, dos benefcios concedidos por esta Lei, poder optar pela deduo de at 5% (cinco por cento) do imposto devido para destinao ao Fundo de Promoo Cultural, gerido pelo Ministrio da Cultura. Art. 2 Para os objetivos da presente Lei, no concernente a doaes e patrocnio, consideram-se atividades culturais, sujeitas a regulamentao e critrios do Ministrio da Cultura: I - incentivar a formao artstica e cultural mediante concesso de bolsas de

  • estudo, de pesquisa, e de trabalho, no Brasil ou no exterior a autores, artistas e tcnicos brasileiros, ou estrangeiros residentes no Brasil; II - conceder prmios a autores, artistas tcnicos de arte, filmes, espetculos musicais e de artes cnicas, em concursos e festivais realizados no Brasil; III - doar bens mveis ou imveis, obras de arte ou de valor cultural a museus, bibliotecas, arquivos, e outras entidades de acesso pblico, de carter cultural, cadastradas no Ministrio da Cultura; IV - doar em espcies s mesmas entidades; V - editar obras relativas s cincias humanas, s letras, s artes e outras de cunho cultural; VI - produzir discos, vdeos, filmes e outras formas de reproduo fono-videogrficas, de carter cultural; VII - patrocinar exposies, festivais de arte, espetculos teatrais, de dana, de msica, de pera, de circo e atividades congneres; VIII - restaurar, preservar e conservar prdios, monumentos, logradouros, stios ou reas tombadas pelo Poder Pblico Federal Estadual ou Municipal; IX - restaurar obras de arte e bens mveis de reconhecido valor cultural, desde que acessveis ao pblico; X - erigir monumentos, em consonncia com os Poderes Pblicos, que visem preservar a memria histrica e cultural do Pas, com prvia autorizao do Ministrio da Cultura; XI - construir, organizar, equipar, manter, ou formar museus, arquivos ou bibliotecas de acesso pblico; XII - construir, restaurar, reparar ou equipar salas e outros ambientes destinados a atividades artsticas e culturais em geral, desde que de propriedade de entidade sem fins lucrativos; XIII - fornecer recursos para o Fundo de Promoo Cultural do Ministrio da Cultura, para fundaes culturais, ou para instalao e manuteno de cursos de carter cultural ou artstico, destinados ao aperfeioamento, especializao ou formao de pessoal em estabelecimentos de ensino sem fins lucrativos; XIV - incentivar a pesquisa no campo das artes e a cultura; XV - preservar o folclore e as tradies populares nacionais bem como

  • patrocinar os espetculos folclricos sem fins lucrativos; XVI - criar, restaurar ou manter jardins botnicos, parques zoolgicos e stios ecolgicos de relevncia cultural; XVII - distribuir gratuitamente ingressos, adquiridos para esse fim, de espetculos artsticos ou culturais; XVIII - doar livros adquiridos no mercado nacional a bibliotecas de acesso pblico; XIX - doar arquivos, bibliotecas e outras colees particulares que tenham significado especial em seu conjunto, a entidades culturais de acesso pblico; XX - fornecer, gratuitamente, passagens para transporte de artistas, bolsistas, pesquisadores ou conferencistas brasileiros ou residentes no Brasil, quando em misso de carter cultural no Pas ou no exterior, assim reconhecida pelo Ministrio da Cultura; XXI - custear despesas com transporte e seguro de objetos de valor cultural destinados a exposio ao pblico no Pas; XXII - outras atividades assim consideradas pelo Ministrio da Cultura. Art. 3 Para fins desta Lei considera-se doao a transferncia definitiva de bens ou numerrio, sem proveito pecunirio para o doador. 1 O doador ter direito aos favores fiscais previstos nesta Lei se expressamente declarar, no instrumento de doao a ser inscrito no Registro de Ttulos e Documentos, que a mesma se faz sob as condies de irreversibilidade do ato e inalienabilidade e impenhorabilidade do objeto doado. 2 O Ministrio da Cultura ou o Ministrio da Fazenda poder determinar a realizao de percia para apurar a autenticidade e o valor do bem doado, cuja despesa correr por conta do doador. 3 Quando a percia avaliar o bem doado por valor menor ao atribudo pelo doador, para efeitos fiscais, prevalecer o valor atribudo pela percia. 4 Os donatrios de bens ou valores, na forma prevista nesta Lei, ficam isentos da incidncia do imposto de renda sobre a receita no operacional obtida em razo da doao. Art. 4 Para os efeitos desta Lei, consideram-se investimentos a aplicao de bens ou numerrios com proveito pecunirio ou patrimonial direto para o investidor, abrangendo as seguintes atividades:

  • I - compra ou subscries de aes nominativas preferenciais sem direito a voto, ou quotas de sociedades limitadas de empresas livreiras, ou editoriais que publiquem, pelo menos, 30% (trinta por cento) dos seus ttulos de autores nacionais, devidamente cadastrados no Ministrio da Cultura; II - participao em ttulos patrimoniais de associaes, ou em aes nominativas preferenciais sem direito a voto, quotas do capital social ou de participantes de sociedades que tenham por finalidade: produes cinematogrficas, musicais, de artes cnicas, comercializao de produtos culturais e outras atividades empresariais de interesse cultural. 1 As participaes de que trata este artigo dar-se-o, sempre, em pessoas jurdicas que tenham sede no Pas e estejam, direta ou indiretamente, sob controle de pessoas naturais residentes no Brasil. 2 As aes ou quotas adquiridas nos termos desta Lei ficaro inalienveis e impenhorveis, no podendo ser utilizadas para fins de cauo, ou qualquer outra forma de garantia, pelo prazo de 5 (cinco) anos. As restries deste pargrafo compreendem, tambm, o compromisso de compra e venda, a cesso de direito sua aquisio e qualquer outro contrato que tenha por objetivo o bem e implique a sua alienao ou gravame, mesmo que futuros. 3 As quotas de participantes so estranhas ao capital social e; a) conferem a seus titulares o direito de participar do lucro lquido da sociedade nas condies estipuladas no estatuto ou contrato social; b) podero ser resgatadas, nas condies previstas no estatuto ou contrato social, com os recursos de proviso formada com parcela do lucro lquido anual; c) no conferem aos titulares direito de scio ou acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos da lei,os atos dos administradores da sociedade. 4 O capital contribudo por seus subscritores inexigvel mas, em caso de liquidao da sociedade, ser reembolsado aos titulares antes das aes ou quotas do capital social. Art. 5 Para os efeitos desta Lei, considera-se patrocnio a promoo de atividades culturais, sem proveito pecunirio ou patrimonial direto para o patrocinador. Art. 6 As instituies financeiras, com os benefcios fiscais que obtiverem com base nesta Lei, podero constituir carteira especial destinada a financiar, apenas com a cobertura dos custos operacionais, as atividades culturais mencionadas no art. 4. Art. 7 - Nenhuma aplicao de benefcios fiscais previstos nesta Lei poder ser

  • feita atravs de qualquer tipo de intermediao ou corretagem. Art. 8 As pessoas jurdicas beneficiadas pelos incentivos da presente Lei devero comunicar, para fins de registro, aos Ministrios da Cultura e da Fazenda, os aportes recebidos e enviar comprovante de sua devida aplicao. 1 Os Ministrios da Cultura e da Fazenda podero celebrar convnios com rgos pblicos estaduais ou municipais delegando-lhes as atividades mencionadas neste artigo, desde que as entidades e empresas beneficiadas no recebam, como doaes, patrocnios ou investimentos, quantia superior a 2.000 (duas mil) OTN de cada contribuinte. 2 As operaes superiores a 2.000 (duas mil) OTN devero ser previamente comunicadas ao Ministrio da Fazenda pelo doador, patrocinador ou investidor para fins de cadastramento e posterior fiscalizao. O Ministrio da Cultura certificar se houve a realizao da atividade incentivada. Art. 9 Em nenhuma hiptese, a doao, o patrocnio e o investimento podero ser feitos pelo contribuinte a pessoa a ele vinculada. Pargrafo nico. Considera-se pessoa vinculada ao Contribuinte: a) a pessoa jurdica da qual o contribuinte seja titular, administrador, acionista, ou scio data da operao, ou nos 12 (doze) meses anteriores; b) o cnjuge, os parentes at o 3 (terceiro) grau, inclusive os afins, e os dependentes do contribuinte ou dos titulares, administradores, acionistas ou scios de pessoa jurdica vinculada ao contribuinte nos termos da alnea anterior; c) o scio, mesmo quando outra pessoa jurdica. Art. 10. Se, no ano-base, o montante dos incentivos referentes a doao, patrocnio , ou investimento, for superior ao permitido, facultado ao contribuinte deferir o excedente para at os 5 (cinco) anos seguintes, sempre obedecidos os limites fixados no art. 1 e seus pargrafos. Art. 11. As infraes aos dispositivos, desta Lei, sem prejuzo das sanes penais cabveis, sujeitaro o contribuinte cobrana do imposto sobre a renda no recolhido em cada exerccio acrescido das penalidades previstas na legislao do imposto de renda, alm da perda do direito de acesso, aps a condenao, aos benefcios fiscais aqui institudos, e sujeitando o beneficirio multa de 30% (trinta por cento) do valor da operao, assegurando o direito de regresso contra os responsveis pela fraude. Art. 12. As doaes, patrocnios e investimentos, de natureza cultural, mencionados nesta Lei sero comunicados ao Conselho Federal de Cultura, para que este possa acompanhar e supervisionar as respectivas aplicaes,

  • podendo, em caso de desvios ou irregularidades, serem por ele suspensos. 1 O Conselho Federal de Cultura, nas hipteses deste artigo, ser auxiliado, (VETADO), pelos Conselhos Estaduais de Cultura (Vetado). 2 (Vetado). Art. 13. A Secretaria da Receita Federal, no exerccio das suas atribuies especficas, fiscalizar a efetiva execuo desta Lei, no que se refere realizao das atividades culturais ou aplicao dos recursos nela comprometidos. Art. 14. Obter reduo do imposto de renda, utilizando-se fraudulentamente de qualquer dos benefcios desta Lei, constitui crime punvel com recluso de 2 (dois) a 6 (seis) meses e multa. 1 No caso de pessoa jurdica, respondem pelo crime o acionista controlador e os administradores, que para ele tenham concorrido. 2 Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos, bens ou valores, em funo desta Lei, deixe e promover, sem justa causa, atividade cultural objeto do incentivo. Art. 15. No prazo de 120 (cento e vinte) dias o Poder Executivo baixar decreto regulamentando a presente Lei. Art. 16. Esta Lei produzir seus efeitos no exerccio financeiro de 1987, sendo aplicvel s doaes, patrocnios e investimentos realizados a partir da data de sua publicao. Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Art. 18. Revogam-se as disposies em contrrio.

    Braslia, em 02 de julho de 1986;165 da Independncia e 98 da Repblica. JOS SARNEY

    Dlson Domingos Funaro, Joo Sayad, ngelo Oswaldo de Arajo Santos

  • LEI ROUANET

    LEI N 8.313, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1991

    Restabelece princpios da Lei n 7.505, de 2 de julho de 1986, institui o Programa Nacional de Apoio Cultura (Pronac) e d outras providncias.

    (Alterada pelas LEI N 9.312/96, LEI No 9.874/99 e N 9.999/2000, 11.646, DE 10 MARO DE 2008, LEI N 12.590/9.2012, j inseridas no texto)

    O PRESIDENTE DA REPBLICA - Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

    CAPTULO I Disposies Preliminares

    Art. 1 Fica institudo o Programa Nacional de Apoio Cultura (Pronac), com a finalidade de captar e canalizar recursos para o setor de modo a:

    I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso s fontes da cultura e o pleno exerccio dos direitos culturais;

    II - promover e estimular a regionalizao da produo cultural e artstica brasileira, com valorizao de recursos humanos e contedos locais;

    III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestaes culturais e seus respectivos criadores;

    IV - proteger as expresses culturais dos grupos formadores da sociedade brasileira e responsveis pelo pluralismo da cultura nacional;

    V - salvaguardar a sobrevivncia e o florescimento dos modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira;

    VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimnio cultural e histrico brasileiro;

    VII - desenvolver a conscincia internacional e o respeito aos valores culturais de outros povos ou naes;

    VIII - estimular a produo e difuso de bens culturais de valor universal, formadores e informadores de conhecimento, cultura e memria;

    IX - priorizar o produto cultural originrio do Pas.

    Art. 2 O Pronac ser implementado atravs dos seguintes mecanismos:

  • I - Fundo Nacional da Cultura (FNC);

    II - Fundos de Investimento Cultural e Artstico (Ficart);

    III - Incentivo a projetos culturais.

    1o Os incentivos criados por esta Lei somente sero concedidos a projetos culturais cuja exibio, utilizao e circulao dos bens culturais deles resultantes sejam abertas, sem distino, a qualquer pessoa, se gratuitas, e a pblico pagante, se cobrado ingresso. (Redao da LEI N 11.646, DE 10 MARO DE 2008)

    2o vedada a concesso de incentivo a obras, produtos, eventos ou outros decorrentes, destinados ou circunscritos a colees particulares ou circuitos privados que estabeleam limitaes de acesso. (NR)(Redao da LEI N 11.646, DE 10 MARO DE 2008)

    (Redao anterior) - Pargrafo nico. Os incentivos criados pela presente lei somente sero concedidos a projetos culturais que visem a exibio, utilizao e circulao pblicas dos bens culturais deles resultantes, vedada a concesso de incentivo a obras, produtos, eventos ou outros decorrentes, destinados ou circunscritos a circuitos privados ou a colees particulares.

    Art. 3 Para cumprimento das finalidades expressas no art. 1 desta lei, os projetos culturais em cujo favor sero captados e canalizados os recursos do Pronac atendero, pelo menos, um dos seguintes objetivos:

    I - incentivo formao artstica e cultural, mediante:

    a) concesso de bolsas de estudo, pesquisa e trabalho, no Brasil ou no exterior, a autores, artistas e tcnicos brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil;

    b) concesso de prmios a criadores, autores, artistas, tcnicos e suas obras, filmes, espetculos musicais e de artes cnicas em concursos e festivais realizados no Brasil;

    c) instalao e manuteno de cursos de carter cultural ou artstico, destinados formao, especializao e aperfeioamento de pessoal da rea da cultura, em estabelecimentos de ensino sem fins lucrativos;

    II - fomento produo cultural e artstica, mediante:

    a) produo de discos, vdeos, filmes e outras formas de reproduo fonovideogrfica de carter cultural;

    b) edio de obras relativas s cincias humanas, s letras e s artes;

    c) realizao de exposies, festivais de arte, espetculos de artes cnicas, de msica e de folclore;

  • d) cobertura de despesas com transporte e seguro de objetos de valor cultural destinados a exposies pblicas no Pas e no exterior;

    e) realizao de exposies, festivais de arte e espetculos de artes cnicas ou congneres;

    III - preservao e difuso do patrimnio artstico, cultural e histrico, mediante:

    a) construo, formao, organizao, manuteno, ampliao e equipamento de museus, bibliotecas, arquivos e outras organizaes culturais, bem como de suas colees e acervos;

    b) conservao e restaurao de prdios, monumentos, logradouros, stios e demais espaos, inclusive naturais, tombados pelos Poderes Pblicos;

    c) restaurao de obras de artes e bens mveis e imveis de reconhecido valor cultural;

    d) proteo do folclore, do artesanato e das tradies populares nacionais;

    IV - estmulo ao conhecimento dos bens e valores culturais, mediante:

    a) distribuio gratuita e pblica de ingressos para espetculos culturais e artsticos;

    b) levantamentos, estudos e pesquisas na rea da cultura e da arte e de seus vrios segmentos;

    c) fornecimento de recursos para o FNC e para fundaes culturais com fins especficos ou para museus, bibliotecas, arquivos ou outras entidades de carter cultural;

    V - apoio a outras atividades culturais e artsticas, mediante:

    a) realizao de misses culturais no pas e no exterior, inclusive atravs do fornecimento de passagens;

    b) contratao de servios para elaborao de projetos culturais;

    c) aes no previstas nos incisos anteriores e consideradas relevantes pelo Ministro de Estado da Cultura, consultada a Comisso Nacional de Apoio Cultura.(redao da LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - c) aes no previstas nos incisos anteriores e consideradas relevantes pela Secretaria da Cultura da Presidncia da Repblica (SEC/PR), ouvida a Comisso Nacional de Incentivo Cultura (CNIC)

  • CAPTULO II Do Fundo Nacional da Cultura (FNC)

    Art. 4 Fica ratificado o Fundo de Promoo Cultural, criado pela Lei n 7.505, de 2 de julho de 1986, que passar a denominar-se Fundo Nacional da Cultura (FNC), com o objetivo de captar e destinar recursos para projetos culturais compatveis com as finalidades do Pronac e de:

    I - estimular a distribuio regional eqitativa dos recursos a serem aplicados na execuo de projetos culturais e artsticos;

    II - favorecer a viso interestadual, estimulando projetos que explorem propostas culturais conjuntas, de enfoque regional;

    III - apoiar projetos dotados de contedo cultural que enfatizem o aperfeioamento profissional e artstico dos recursos humanos na rea da cultura, a criatividade e a diversidade cultural brasileira;

    IV - contribuir para a preservao e proteo do patrimnio cultural e histrico brasileiro;

    V - favorecer projetos que atendam s necessidades da produo cultural e aos interesses da coletividade, a considerados os nveis qualitativos e quantitativos de atendimentos s demandas culturais existentes, o carter multiplicador dos projetos atravs de seus aspectos scio-culturais e a priorizao de projetos em reas artsticas e culturais com menos possibilidade de desenvolvimento com recursos prprios. 1o O FNC ser administrado pelo Ministrio da Cultura e gerido por seu titular, para cumprimento do Programa de Trabalho Anual, segundo os princpios estabelecidos nos arts. 1o e 3o.(alterado pela LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - 1 O FNC ser administrado pela Secretaria da Cultura da Presidncia da Repblica (SEC/PR) e gerido por seu titular, assessorado por um comit constitudo dos diretores da SEC/PR e dos presidentes das entidades supervisionadas, para cumprimento do Programa de Trabalho Anual aprovado pela Comisso Nacional de Incentivo Cultura (CNIC) de que trata o art. 32 desta lei, segundo os princpios estabelecidos nos artigos 1 e 3 da mesma.

    2 - Os recursos do FNC somente sero aplicados em projetos culturais aps aprovados, com parecer do rgo tcnico competente, pelo Ministo de Estado da Cultura (alterado pela Lei n 9.874, de 23 de novembro de 1999).

    (redao original) - 2 Os recursos do FNC sero aplicados em projetos culturais submetidos com parecer da entidade supervisionada competente na rea do projeto, ao comit assessor, na forma que dispuser o regulamento.

  • 3 Os projetos aprovados sero acompanhados e avaliados tecnicamente pelas entidades supervisionadas, cabendo a execuo financeira SEC/PR.

    4 Sempre que necessrio, as entidades supervisionadas utilizaro peritos para anlise e parecer sobre os projetos, permitida a indenizao de despesas com o deslocamento, quando houver, e respectivos pr-labore e ajuda de custos, conforme ficar definido no regulamento.

    5 O Secretrio da Cultura da Presidncia da Repblica designar a unidade da estrutura bsica da SEC/PR que funcionar como secretaria executiva do FNC. 6o Os recursos do FNC no podero ser utilizados para despesas de manuteno administrativa do Ministrio da Cultura, exceto para a aquisio ou locao de equipamentos e bens necessrios ao cumprimento das finalidades do Fundo.(alterado pela LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - 6 Os recursos do FNC no podero ser utilizados para despesas de manuteno administrativa da SEC/PR.

    7 Ao trmino do projeto, a SEC/PR efetuar uma avaliao final de forma a verificar a fiel aplicao dos recursos, observando as normas e procedimentos a serem definidos no regulamento desta lei, bem como a legislao em vigor.

    8 As instituies pblicas ou privadas recebedoras de recursos do FNC e executoras de projetos culturais, cuja avaliao final no for aprovada pela SEC/PR, nos termos do pargrafo anterior, ficaro inabilitadas pelo prazo de trs anos ao recebimento de novos recursos, ou enquanto a SEC/PR no proceder a reavaliao do parecer inicial.

    Art. 5 O FNC um fundo de natureza contbil, com prazo indeterminado de durao, que funcionar sob as formas de apoio a fundo perdido ou de emprstimos reembolsveis, conforme estabelecer o regulamento, e constitudo dos seguintes recursos:

    I - recursos do Tesouro Nacional;

    II - doaes, nos termos da legislao vigente;

    III - legados;

    IV - subvenes e auxlios de entidades de qualquer natureza, inclusive de organismos internacionais;

    V - saldos no utilizados na execuo dos projetos a que se referem o Captulo IV e o presente captulo desta lei;

  • VI - devoluo de recursos de projetos previstos no Captulo IV e no presente captulo desta lei, e no iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa;

    VII - um por cento da arrecadao dos Fundos de Investimentos Regionais, a que se refere a Lei n 8.167, de 16 de janeiro de 1991, obedecida na aplicao a respectiva origem geogrfica regional;

    VIII - trs por cento da arrecadao bruta dos concursos de progonstico e loterias federais e similares cuja realizao estiver sujeita a autorizao federal, deduzindo-se este valor do motante destinado aos prmios; ( (Redao da LEI N 9.999, DE 30 DE AGOSTO DE 2000)

    (redao anterior) VIII - um por cento da arrecadao bruta dos concursos de prognsticos e loterias federais e similares cuja realizao estiver sujeita a autorizao federal, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prmios. (alterado pela Lei n 9.312, de 05.11.96) (redao original) - VIII - um por cento da arrecadao bruta das loterias federais, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prmios;

    IX - reembolso das operaes de emprstimo realizadas atravs do fundo, a ttulo de financiamento reembolsvel, observados critrios de remunerao que, no mnimo, lhes preserve o valor real;

    X - resultado das aplicaes em ttulos pblicos federais, obedecida a legislao vigente sobre a matria;

    XI - converso da dvida externa com entidades e rgos estrangeiros, unicamente mediante doaes, no limite a ser fixado pelo Ministro da Economia, Fazenda e Planejamento, observadas as normas e procedimentos do Banco Central do Brasil;

    XII - saldos de exerccios anteriores; XIII recursos de outras fontes.

    Art. 6 O FNC financiar at oitenta por cento do custo total de cada projeto, mediante comprovao, por parte do proponente, ainda que pessoa jurdica de direito pblico, da circunstncia de dispor do montante remanescente ou estar habilitado obteno do respectivo financiamento, atravs de outra fonte devidamente identificada, exceto quanto aos recursos com destinao especificada na origem.

    1 (Vetado)

    2 Podero ser considerados, para efeito de totalizao do valor restante, bens e servios oferecidos pelo proponente para implementao do projeto, a serem devidamente avaliados pela SEC/PR.

    Art. 7 A SEC/PR estimular, atravs do FNC, a composio, por parte de instituies financeiras, de carteiras para financiamento de projetos culturais, que levem em conta

  • o carter social da iniciativa, mediante critrios, normas, garantias e taxas de juros especiais a serem aprovados pelo Banco Central do Brasil.

    CAPTULO III Dos Fundos de Investimento Cultural e Artstico (Ficart)

    Art. 8 Fica autorizada a constituio de Fundos de Investimento Cultural e Artstico (Ficart), sob a forma de condomnio, sem personalidade jurdica, caracterizando comunho de recursos destinados aplicao em projetos culturais e artsticos. Art. 9o So considerados projetos culturais e artsticos, para fins de aplicao de recursos do FICART, alm de outros que venham a ser declarados pelo Ministrio da Cultura: (alterado pela Lei n 9.874, de 23.11.99)

    (redao original) - Art. 9 So considerados projetos culturais e artsticos, para fins de aplicao de recursos dos Ficart, alm de outros que assim venham a ser declarados pela CNIC:

    I - a produo comercial de instrumentos musicais, bem como de discos, fitas, vdeos, filmes e outras formas de reproduo fono-videogrficas;

    II - a produo comercial de espetculos teatrais, de dana, msica, canto, circo e demais atividades congneres;

    III - a edio comercial de obras relativas s cincias, s letras e s artes, bem como de obras de referncia e outras de cunho cultural;

    IV - construo, restaurao, reparao ou equipamento de salas e outros ambientes destinados a atividades com objetivos culturais, de propriedade de entidades com fins lucrativos; V - outras atividades comerciais ou industriais, de interesse cultural, assim consideradas pelo Ministrio da Cultura." (alterado pela Lei No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - V - outras atividades comerciais ou industriais, de interesse cultural, assim consideradas pela SEC/PR, ouvida a CNIC .

    Art. 10. Compete Comisso de Valores Mobilirios, ouvida a SEC/PR, disciplinar a constituio, o funcionamento e a administrao dos Ficart, observadas as disposies desta lei e as normas gerais aplicveis aos fundos de investimento.

    Art. 11. As quotas dos Ficart, emitidas sempre sob a forma nominativa ou escritural, constituem valores mobilirios sujeitos ao regime da Lei n 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

    Art. 12. O titular das quotas de Ficart:

  • I - no poder exercer qualquer direito real sobre os bens e direitos integrantes do patrimnio do fundo;

    II - no responde pessoalmente por qualquer obrigao legal ou contratual, relativamente aos empreendimentos do fundo ou da instituio administradora, salvo quanto obrigao de pagamento do valor integral das quotas subscritas.

    Art. 13. A instituio administradora de Ficart compete:

    I - represent-lo ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;

    II - responder pessoalmente pela evico de direito, na eventualidade da liquidao deste.

    Art. 14. (Revogado pela LEI N 8.894, DE 21 DE JUNHO DE 1994)

    (redao original)- Art. 14 - Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pelos Ficart ficam isentos do imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, assim como do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza.

    Art. 15. Os rendimentos e ganhos de capital distribudos pelos Ficart, sob qualquer forma, sujeitam-se incidncia do imposto sobre a renda na fonte alquota de vinte e cinco por cento.

    Pargrafo nico. Ficam excludos da incidncia na fonte de que trata este artigo, os rendimentos distribudos a beneficirio pessoas jurdica tributada com base no lucro real, os quais devero ser computados na declarao anual de rendimentos.

    Art. 16. Os ganhos de capital auferidos por pessoas fsicas ou jurdicas no tributadas com base no lucro real, inclusive isentas, decorrentes da alienao ou resgate de quotas dos Ficart, sujeitam-se incidncia do imposto sobre a renda, mesma alquota prevista para a tributao de rendimentos obtidos na alienao ou resgate de quotas de fundos mtuos de aes.

    1 Considera-se ganho de capital a diferena positiva entre o valor de cesso ou resgate da quota e o custo mdio atualizado da aplicao, observadas as datas de aplicao, resgate ou cesso, nos termos da legislao pertinente.

    2 O ganho de capital ser apurado em relao a cada resgate ou cesso, sendo permitida a compensao do prejuzo havido em uma operao com o lucro obtido em outra, da mesma ou diferente espcie, desde que de renda varivel, dentro do mesmo exerccio fiscal.

    3 O imposto ser pago at o ltimo dia til da primeira quinzena do ms subseqente quele em que o ganho de capital foi auferido.

  • 4 Os rendimentos e ganhos de capital a que se referem o caput deste artigo e o artigo anterior, quando auferidos por investidores residentes ou domiciliados no exterior, sujeitam-se tributao pelo imposto sobre a renda, nos termos da legislao aplicvel a esta classe de contribuintes.

    Art. 17. O tratamento fiscal previsto nos artigos precedentes somente incide sobre os rendimentos decorrentes de aplicaes em Ficart que atendam a todos os requisitos previstos na presente lei e na respectiva regulamentao a ser baixada pela Comisso de Valores Mobilirios.

    Pargrafo nico. Os rendimentos e ganhos de capital auferidos por Ficart, que deixem de atender aos requisitos especficos desse tipo de fundo, sujeitar-se-o tributao prevista no artigo 43 da Lei n 7.713, de 22 de dezembro de 1988.

    CAPTULO IV Do Incentivo a Projetos Culturais

    Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a Unio facultar s pessoas fsicas ou jurdicas a opo pela aplicao de parcelas do Imposto sobre a Renda, a ttulo de doaes ou patrocnios, tanto no apoio direto a projetos culturais apresentados por pessoas fsicas ou por pessoas jurdicas de natureza cultural, como atravs de contribuies ao FNC, nos termos do art. 5o, inciso II, desta Lei, desde que os projetos atendam aos critrios estabelecidos no art. 1o desta Lei.(alterado pela Lei n LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a Unio facultar s pessoas fsicas ou jurdicas a opo pela aplicao de parcelas do imposto sobre a renda a ttulo de doaes ou patrocnios, tanto no apoio direto a projetos culturais apresentados por pessoas fsicas ou por pessoas jurdicas de natureza cultural, de carter privado, como atravs de contribuies ao FNC, nos termos do art. 5, inciso II, desta lei, desde que os projetos atendam aos critrios estabelecidos no art. 1 desta lei, em torno dos quais ser dada prioridade de execuo pela CNIC.

    1 - Os contribuintes podero deduzir do imposto de renda devido as quantias efetivamente despendidas nos projetos elencados no 3o, previamente aprovados pelo Ministrio da Cultura, nos limites e nas condies estabelecidos na legislao do imposto de renda vigente, na forma de: a) doaes; e b) patrocnios.( inseridos pela Lei n LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999) 2o As pessoas jurdicas tributadas com base no lucro real no podero deduzir o valor da doao ou do patrocnio referido no pargrafo anterior como despesa operacional.( inserido pela Lei n LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

  • 3o As doaes e os patrocnios na produo cultural, a que se refere o 1o, atendero exclusivamente aos seguintes segmentos: a) artes cnicas; b) livros de valor artstico, literrio ou humanstico; c) msica erudita ou instrumental; d) circulao de exposies de artes plsticas; e) doaes de acervos para bibliotecas pblicas e para museus.( inseridos pela Lei n LEI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    h) construo e manuteno de salas de cinema e teatro, que podero funcionar tambm como centros culturais comunitrios, em Municpios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes. (NR) (Redao da11.646, DE 10 MARO DE 2008)

    Art. 19 - Os projetos culturais previstos nesta Lei sero apresentados ao Ministrio da Cultura, ou a quem este delegar atribuio, acompanhados do oramento analtico, para aprovao de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC.(alterado pela L EI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta lei sero apresentados SEC/PR, ou a quem esta delegar a atribuio, acompanhados de planilha de custos, para aprovao de seu enquadramento nos objetivos do Pronac e posterior encaminhamento CNIC para deciso final.

    1 - O proponente ser notificado dos motivos da deciso que no tenha aprovado o projeto, no prazo mximo de cinco dias.(alterado pela L EI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - 1 No prazo mximo de noventa dias do seu recebimento poder a SEC/PR notificar o proponente do projeto de no fazer jus aos benefcios pretendidos, informando os motivos da deciso.

    2 - Da notificao a que se refere o pargrafo anterior, caber pedido de reconsiderao ao Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias.

    (redao original) - 2 Da notificao a que se refere o pargrafo anterior, caber recurso CNIC, que dever decidir no prazo de sessenta dias.

    3 (Vetado) 4 (Vetado) 5 (Vetado)

    6 A aprovao somente ter eficcia aps publicao de ato oficial contendo o ttulo do projeto aprovado e a instituio por ele responsvel, o valor autorizado para obteno de doao ou patrocnio e o prazo de validade da autorizao.

  • 7 - O Ministrio da Cultura publicar anualmente, at 28 de fevereiro, o montante dos recursos autorizados pelo Ministrio da Fazenda para a renncia fiscal no exerccio anterior, devidamente discriminados por beneficirio (alterado pela L EI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - 7 A SEC/PR publicar anualmente, at 28 de fevereiro, o montante de recursos autorizados no exerccio anterior pela CNIC, nos termos do disposto nesta lei, devidamente discriminados por beneficirio.

    8o Para a aprovao dos projetos ser observado o princpio da no-concentrao por segmento e por beneficirio, a ser aferido pelo montante de recursos, pela quantidade de projetos, pela respectiva capacidade executiva e pela disponibilidade do valor absoluto anual de renncia fiscal.(inserido pela L EI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    Art. 20. Os projetos aprovados na forma do artigo anterior sero, durante sua execuo, acompanhados e avaliados pela SEC/PR ou por quem receber a delegao destas atribuies.

    1 A SEC/PR, aps o trmino da execuo dos projetos previstos neste artigo, dever, no prazo de seis meses, fazer uma avaliao final da aplicao correta dos recursos recebidos, podendo inabilitar seus responsveis pelo prazo de at trs anos.

    2 - Da deciso a que se refere o pargrafo anterior, caber pedido de reconsiderao ao Ministro de Estado da Cultura, a ser decidido no prazo de sessenta dias.(alterado pela L EI No 9.874, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999)

    (redao original) - 2 Da deciso da SEC/PR caber recurso CNIC, que decidir no prazo de sessenta dias.

    3 O Tribunal de Contas da Unio incluir em seu parecer prvio sobre as contas do Presidente da Repblica anlise relativa a avaliao de que trata este artigo.

    Art. 21. As entidades incentivadoras e captadoras de que trata este Captulo devero comunicar, na forma que venha a ser estipulada pelo Ministrio da Economia, Fazenda e Planejamento, e SEC/PR, os aportes financeiros realizados e recebidos, bem como as entidades captadoras efetuar a comprovao de sua aplicao.

    Art. 22. Os projetos enquadrados nos objetivos desta lei no podero ser objeto de apreciao subjetiva quanto ao seu valor artstico ou cultural.

    Art. 23. Para os fins desta lei, considera-se:

    I - (Vetado)

    II - patrocnio: a transferncia de numerrio, com finalidade promocional ou a cobertura, pelo contribuinte do imposto sobre a renda e proventos de qualquer

  • natureza, de gastos, ou a utilizao de bem mvel ou imvel do seu patrimnio, sem a transferncia de domnio, para a realizao, por outra pessoa fsica ou jurdica de atividade cultural com ou sem finalidade lucrativa prevista no art. 3 desta lei.

    Art 24. Para os fins deste Captulo, equiparam-se a doaes, nos termos do regulamento:

    I - distribuies gratuitas de ingressos para eventos de carter artistico-cultural por pessoa jurdicas a seus empregados e dependentes legais;

    II - despesas efetuadas por pessoas fsicas ou jurdicas com o objetivo de conservar, preservar ou restaurar bens de suas propriedade ou sob sua posse legtima, tombados pelo Governo Federal, desde que atendidas as seguintes disposies:

    a) preliminar definio, pelo Instituto Brasileiro do Patrimnio Cultural - IBPC, das normas e critrios tcnicos que devero reger os projetos e oramentos de que trata este inciso;

    b) aprovao prvia, IBPC, dos projetos e respectivos oramentos de execuo de obras:

    c) posterior certificao, pelo referido rgo, das despesas efetivamente realizadas e das circunstancias de terem sido obras executadas de acordo com os projetos aprovados.

    Art 25 Projetos a serem apresentados por pessoas fsicas ou pessoas jurdicas, de natureza cultural para fins de incentivo, objetivaro desenvolver as formas de expresso, os modos de criar e fazer, os processos de preservao e proteo do patrimnio cultural brasileiro, e os estudos e mtodos de interpretao da realidade cultural, bem como contribuir para propiciar meios, populao em geral, permitam o conhecimento dos bens e valores artsticos e culturais, compreendendo entre outros, os seguintes segmentos:

    I - teatro,dana, circo,pera, mmica e congneres;

    II - produo cinematogrfica, videogrfica, fotogrfica, discogrfica e congneres;

    III - literatura, inclusive obras de referncia;

    IV - msica;

    V - artes plsticas, artes grficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congneres;

    VI - folclore e artesanato;

    VII - patrimnio cultural inclusive histrico, arquitetnico, arqueolgico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos;

  • VIII - humanidades; e

    IX - rdio e televiso, educativas e culturais, de carter no-comercial.

    Pargrafo nico - Os projetos culturais relacionados com os segmentos do inciso II deste artigo devero beneficiar exclusivamente as produes independentes, bem como as produes culturais-educativas de carter no comercial, realizadas por empresas de rdio e televiso.( inserido pela Lei n 9.874, de 23.11.99)

    (redao original) - Pargrafo nico. Os projetos culturais relacionados com os segmentos culturais do inciso II deste artigo devero beneficiar, nica e exclusivamente, produes independentes conforme definir o regulamento desta Lei.

    Art 26. O doador ou patrocinador poder deduzir do imposto devido na declarao do Imposto sobre a Renda os valores efetivamente contribudos em favor de projetos culturais aprovados de acordo com os dispositivos desta Lei, tendo como base os seguintes percentuais:

    I - no caso das pessoas fsicas, oitenta por cento das doaes e sessenta por cento dos patrocnios;

    II - no caso das pessoas jurdicas tributadas com base no lucro real, quarenta por cento das doaes e trinta por cento dos patrocnios.

    1. A pessoa jurdica tributada com base no lucro real poder abater as doaes e patrocnios como despesa operacional.

    2. O valor mximo das dedues de que trata o " caput " deste artigo ser fixado anualmente pelo Presidente da Repblica, com base em um percentual da renda tributvel das pessoas fsicas e do imposto devido por pessoas jurdicas tributadas com base no lucro real.

    3. Os benefcios de que trata este artigo no excluem ou reduzem outros benefcios, abatimentos e dedues em vigor, em especial as doaes a entidades de utilidade pblica efetuadas por pessoas fsicas ou jurdicas.

    4. (Vetado)

    5. O Poder Executivo estabelecer mecanismo de preveno do valor real das contribuies em favor de projetos culturais, relativamente a este Captulo.

    Art 27. A doao ou o patrocnio no poder ser efetuada a pessoa ou instituio vinculada ao agente.

    1. Consideram-se vinculados ao doador ou patrocinador:

  • a) a pessoa jurdica da qual o doador ou patrocinador seja titular, administrador, gerente, acionista ou scio, na data da operao, ou nos doze meses anteriores;

    b) o cnjuge, os parentes at o terceiro grau, inclusive os afins, e os dependentes do doador ou patrocinador ou dos titulares, administradores, acionistas ou scios de pessoa jurdica vinculada ao doador ou patrocinador, nos termos da alnea anterior;

    c) outra pessoa jurdica da qual o doador ou patrocinador seja scio. 2o No se consideram vinculadas as instituies culturais sem fins lucrativos, criadas pelo doador ou patrocinador, desde que devidamente constitudas e em funcionamento, na forma da legislao em vigor." (inserido pela Lei n 9.874, de 23.11.99)

    (redao original) - 2. No se consideram vinculadas as instituies culturais sem fins lucrativos, criadas pelo doador ou patrocinador, desde que, devidamente construdas e em funcionamento, na forma da legislao em vigor e aprovadas pela CNIC.

    Art 28. Nenhuma aplicao dos recursos previstos nesta Lei poder ser feita de qualquer tipo de intermediao. Pargrafo nico. A contratao de servios necessrios elaborao de projetos para a obteno de doao, patrocnio ou investimento, bem como a captao de recursos ou a sua execuo por pessoa jurdica de natureza cultural, no configura a intermediao referida neste artigo." ( inserido pela Lei n 9.874, de 23.11.99)

    (redao original) - Pargrafo nico. A contratao de servios necessrios elaborao de projetos para obteno de doao, patrocnio ou investimentos no configura a intermediao referida neste artigo.

    Art 29. Os recursos provenientes de doaes ou patrocnios devero ser depositados e movimentados, em conta bancria especfica, em nome do beneficirio, e a respectiva prestao de contas dever ser feita nos temos do regulamento da presente Lei.

    Pargrafo nico. No sero consideradas, para fins de comprovao do incentivo, as contribuies, em relao s quais no se observe esta determinao.

    Art 30. As infraes aos dispositivos deste Captulo, sem prejuzo das sanes penais cabveis, sujeitaro o doador ou patrocinador ao pagamento do valor atualizado do Imposto sobre a Renda devido em relao a cada exerccio financeiro, alm das penalidades e demais acrscimos previstos na legislao que rege a espcie. 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se solidariamente responsvel por inadimplncia ou irregularidade verificada a pessoa fsica ou jurdica propositora do projeto. (alterado pela Lei n 9.874, de 23.11.99)

  • 2o A existncia de pendncias ou irregularidades na execuo de projetos da proponente junto ao Ministrio da Cultura suspender a anlise ou concesso de novos incentivos, at a efetiva regularizao. (includo pela Lei n 9.874, de 23.11.99) 3o Sem prejuzo do pargrafo anterior, aplica-se, no que couber, cumulativamente, o disposto nos arts. 38 e seguintes desta Lei." ( includo pela Lei n 9.874, de 23.11.99)

    (redao original) - Pargrafo nico. Para os efeitos deste artigo, considera-se solidariamente responsvel por inadimplncia ou irregularidade verificada a pessoa fsica ou jurdica propositora do projeto.

    Art. 31-A. Para os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos como manifestao cultural a msica gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas. Redao da LEI N 12.590/9.01.2012.

    CAPTULO V Das disposies Gerais e Transitrias

    Art 31. Com finalidade de garantir a participao comunitria, a representao de artistas e criadores no trato oficial dos assuntos da cultura e a organizao nacional sistmica da rea, o Governo Federal estimular a institucionalizao de Conselhos de Cultura no Distrito Federal, nos Estados, e nos Municpios.

    Art. 31-A. Para os efeitos desta Lei, ficam reconhecidos como manifestao cultural a msica gospel e os eventos a ela relacionados, exceto aqueles promovidos por igrejas. (Redao da LEI N 12.590/9.2012)

    Art 32. Fica instituda a Comisso Nacional de Incentivos Cultura - CNIC, com a seguinte composio:

    I - o Secretrio da Cultura da Presidncia da Repblica;

    II - os Presidentes das entidades supervisionadas pela SEC/PR;

    III - O Presidente da entidade nacional que congrega os Secretrios de Cultura as Unidades Federadas;

    IV - um representante do empresrio brasileiro;

    V - seis representantes de entidades associativas dos setores culturais e artstico de mbito nacional.

    1. A CNIC ser presida pela autoridade referida no inciso I deste artigo que, para fins de desempate ter voto de qualidade.

  • 2. Os mandatos, a indicao e a escolha dos representantes a que se referem os incisos IV e V deste artigo, assim como a competncia da CNIC, sero estipulados e definidos pelo regulamento deste Lei.

    Art 33. A SEC/PR, com a finalidade de estipular e valorizar a arte e a cultura, estabelecer um sistema de premiao anual que reconhea as contribuies mais significativas para a rea:

    I - de artistas ou grupos de artistas brasileiros ou residentes no Brasil, pelo conjunto de sua obra por abras individuais;

    II - de profissionais de rea do patrimnio cultural;

    III - de estudiosos e autores na interpretao crtica da cultura nacional, atravs de ensaios, estudos e pesquisas.

    Art 34. Fica instituda a Ordem do Mrito Cultural, cujo estatuto ser aprovado por decreto do Poder Executivo, sendo que as distines sero concedidas pelo Presidente da Repblica, ato solene, as pessoas que, por sua atuao profissional ou como incentivadoras das artes e da cultura, merecem reconhecimento.

    Art 35. Os recursos destinados ao ento Fundo de Promoo Cultural, nos termos do artigo 1, 6, da Lei n 7.505, de 2 de julho de 1986, sero recolhidos ao tesouro Nacional para aplicao pelo FNC, observada a sua finalidade.

    Art 36. O Departamento da Receita Federal, do Ministrio da Economia, Fazenda e Planejamento, no exerccio de suas atribuies especficas, fiscalizar a efetiva execuo desta Lei, no que se refere aplicao de incentivos fiscais nela previstos.

    Art 37. O Poder Executivo afim de atender o disposto no artigo 26, 2 desta Lei, adquando-o s disposies da Lei diretrizes Oramentrias, enviar, no prazo de 30 dias, Mensagem ao Congresso Nacional, estabelecendo o total da renncia fiscal e correspondente cancelamento de despesas oramentrias.

    Art 38. Na hiptese de dolo, fraude ou simulao, inclusive no caso de desvio de objeto, ser aplicada, ao doador e ao beneficirio, a multa correspondente a duas vezes o valor da vantagem recebida indevidamente.

    Art 39. Constitui crime, punvel com a recluso de dois a seis meses e multa de vinte por cento do valor do projeto, qualquer discriminao da natureza poltica que atende contra a liberdade de expresso, de atividade intelectual e artstica, de conscincia ou crena, no andamento dos projetos a que se referem esta Lei.

    Art 40. Constitui crime, punvel, com recluso de dois a seis meses e multa de vinte por cento do valor do projeto, obter reduo do Imposto sobre a Renda utilizando-se fraudulentamente de qualquer benefcio desta Lei.

  • 1. No caso de pessoa jurdica respondem pelo crime o acionista controlador e os administradores que para ele tenham concorrido.

    2. Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos, bens ou valores em funo desta Lei, deixe de promover, sem justa causa, atividade cultural objeto do incentivo.

    Art. 41. O Poder Executivo, no prazo de sessenta dias, Regulamentar a presente lei.

    Art. 42. Esta lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 43. Revogam-se as disposies em contrrio.

    Braslia, 23 de dezembro de 1991; 170 da Independncia e 103 da Repblica. FERNANDO COLLOR

    Jarbas Passarinho

  • LEI N 12.761, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012.

    Institui o Programa de Cultura do Trabalhador; cria o vale-cultura; altera as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, e 7.713, de 22 de dezembro de 1988, e a Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1o de maio de 1943; e d outras providncias.

    A PRESIDENTA DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Art. 1o Fica institudo, sob a gesto do Ministrio da Cultura, o Programa de Cultura do Trabalhador, destinado a fornecer aos trabalhadores meios para o exerccio dos direitos culturais e acesso s fontes da cultura.

    Art. 2o O Programa de Cultura do Trabalhador tem os seguintes objetivos:

    I - possibilitar o acesso e a fruio dos produtos e servios culturais;

    II - estimular a visitao a estabelecimentos culturais e artsticos; e

    III - incentivar o acesso a eventos e espetculos culturais e artsticos.

    1o Para os fins deste Programa, so definidos os servios e produtos culturais da seguinte forma:

    I - servios culturais: atividades de cunho artstico e cultural fornecidas por pessoas jurdicas, cujas caractersticas se enquadrem nas reas culturais previstas no 2o; e

    II - produtos culturais: materiais de cunho artstico, cultural e informativo, produzidos em qualquer formato ou mdia por pessoas fsicas ou jurdicas, cujas caractersticas se enquadrem nas reas culturais previstas no 2o.

    2o Consideram-se reas culturais para fins do disposto nos incisos I e II do 1o:

    I - artes visuais;

    II - artes cnicas;

    III - audiovisual;

    IV literatura, humanidades e informao;

  • V - msica; e

    VI - patrimnio cultural.

    3o O Poder Executivo poder ampliar as reas culturais previstas no 2o.

    Art. 3o Fica criado o vale-cultura, de carter pessoal e intransfervel, vlido em todo o territrio nacional, para acesso e fruio de produtos e servios culturais, no mbito do Programa de Cultura do Trabalhador.

    Art. 4o O vale-cultura ser confeccionado e comercializado por empresas operadoras e disponibilizado aos usurios pelas empresas beneficirias para ser utilizado nas empresas recebedoras.

    Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

    I - empresa operadora: pessoa jurdica cadastrada no Ministrio da Cultura, possuidora do Certificado de Inscrio no Programa de Cultura do Trabalhador e autorizada a produzir e comercializar o vale-cultura;

    II - empresa beneficiria: pessoa jurdica optante pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizada a distribuir o vale-cultura a seus trabalhadores com vnculo empregatcio, fazendo jus aos incentivos previstos no art. 10;

    II - empresa beneficiria: pessoa jurdica optante pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizada a distribuir o vale-cultura a seus trabalhadores com vnculo empregatcio; (Redao dada pela Medida Provisria n 620, de 2013)

    II - empresa beneficiria: pessoa jurdica optante pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizada a distribuir o vale-cultura a seus trabalhadores com vnculo empregatcio; (Redao dada pela Lei n 12.868, de 2013)

    III - usurio: trabalhador com vnculo empregatcio com a empresa beneficiria;

    IV - empresa recebedora: pessoa jurdica habilitada pela empresa operadora para receber o vale-cultura como forma de pagamento de servio ou produto cultural.

    Art. 6o O vale-cultura ser fornecido aos usurios pelas empresas beneficirias e disponibilizado preferencialmente por meio magntico, com o seu valor expresso em moeda corrente, na forma do regulamento.

    Pargrafo nico. Somente ser admitido o fornecimento do vale-cultura impresso quando comprovadamente invivel a adoo do meio magntico.

    Art. 7o O vale-cultura dever ser fornecido ao trabalhador que perceba at 5 (cinco) salrios mnimos mensais.

  • Pargrafo nico. Os trabalhadores com renda superior a 5 (cinco) salrios mnimos podero receber o vale-cultura, desde que garantido o atendimento totalidade dos empregados com a remunerao prevista no caput, na forma que dispuser o regulamento.

    Art. 8o O valor mensal do vale-cultura, por usurio, ser de R$ 50,00 (cinquenta reais).

    1o O trabalhador de que trata o caput do art. 7o poder ter descontado de sua remunerao o percentual mximo de 10% (dez por cento) do valor do vale-cultura, na forma definida em regulamento.

    2o Os trabalhadores que percebem mais de 5 (cinco) salrios mnimos podero ter descontados de sua remunerao, em percentuais entre 20% (vinte por cento) e 90% (noventa por cento) do valor do vale-cultura, de acordo com a respectiva faixa salarial, obedecido o disposto no pargrafo nico do art. 7o e na forma que dispuser o regulamento.

    3o vedada, em qualquer hiptese, a reverso do valor do vale-cultura em pecnia.

    4o O trabalhador de que trata o art. 7o poder optar pelo no recebimento do vale-cultura, mediante procedimento a ser definido em regulamento.

    Art. 9o Os prazos de validade e condies de utilizao do vale-cultura sero definidos em regulamento.

    Art. 10. At o exerccio de 2017, ano-calendrio de 2016, o valor despendido a ttulo de aquisio do vale-cultura poder ser deduzido do imposto sobre a renda devido pela pessoa jurdica beneficiria tributada com base no lucro real.

    1o A deduo de que trata o caput fica limitada a 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido, observado o disposto no 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995.

    2o A pessoa jurdica inscrita no Programa de Cultura do Trabalhador como beneficiria, de que trata o inciso II do art. 5o, poder deduzir o valor despendido a ttulo de aquisio do vale-cultura como despesa operacional para fins de apurao do imposto sobre a renda, desde que tributada com base no lucro real.

    3o A pessoa jurdica dever adicionar o valor deduzido como despesa operacional, de que trata o 2o, para fins de apurao da base de clculo da Contribuio Social sobre o Lucro Lquido - CSLL.

    4o As dedues de que tratam os 1o e 2o somente se aplicam em relao ao valor do vale-cultura distribudo ao usurio.

  • 5o Para implementao do Programa, o valor absoluto das dedues do imposto sobre a renda devido de que trata o 1o dever ser fixado anualmente na lei de diretrizes oramentrias, com base em percentual do imposto sobre a renda devido pelas pessoas jurdicas tributadas com base no lucro real. (Revogado pela Medida Provisria n 618, de 2013) Revogado pela Lei n 12.872, de 2013

    Art. 11. A parcela do valor do vale-cultura cujo nus seja da empresa beneficiria:

    I - no tem natureza salarial nem se incorpora remunerao para quaisquer efeitos;

    II - no constitui base de incidncia de contribuio previdenciria ou do Fundo de Garantia do Tempo de Servio - FGTS; e

    III - no se configura como rendimento tributvel do trabalhador.

    Art. 12. A execuo inadequada do Programa de Cultura do Trabalhador ou qualquer ao que acarrete desvio de suas finalidades pela empresa operadora ou pela empresa beneficiria acarretar cumulativamente:

    I - cancelamento do Certificado de Inscrio no Programa de Cultura do Trabalhador;

    II - pagamento do valor que deixou de ser recolhido relativo ao imposto sobre a renda, contribuio previdenciria e ao depsito para o FGTS;

    III - aplicao de multa correspondente a 2 (duas) vezes o valor da vantagem recebida indevidamente no caso de dolo, fraude ou simulao;

    IV - perda ou suspenso de participao em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crdito pelo perodo de 2 (dois) anos;

    V - proibio de contratar com a administrao pblica pelo perodo de at 2 (dois) anos; e

    VI - suspenso ou proibio de usufruir de benefcios fiscais pelo perodo de at 2 (dois) anos.

    Art. 13. O 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar acrescido da seguinte alnea y:

    Art. 28. ........................................................................

    .............................................................................................

  • 9o ...............................................................................

    .............................................................................................

    y) o valor correspondente ao vale-cultura.

    .................................................................................... (NR)

    Art. 14. O 2o do art. 458 da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VIII:

    Art. 458. .....................................................................

    .............................................................................................

    2o ...............................................................................

    .............................................................................................

    VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.

    .................................................................................... (NR)

    Art. 15. O art. 6o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso XXIII:

    Art. 6o ..........................................................................

    .............................................................................................

    XXIII - o valor recebido a ttulo de vale-cultura.

    .................................................................................... (NR)

    Art. 16. O Poder Executivo regulamentar esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de sua publicao.

    Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 27 de dezembro de 2012; 191o da Independncia e 124o da Repblica.

    DILMA ROUSSEFF Guido Mantega Carlos Daudt Brizola Marta Suplicy

  • INFORMAES SOBRE O VALE CULTURA

    O Vale-Cultura foi criado para beneficiar prioritariamente os trabalhadores que recebem at cinco salrios mnimos. Com ele, o trabalhador pode comprar ingressos de teatro, cinema, museus, espetculos, shows, circo, CDs, DVDs, livros, revistas, jornais, entre outros. O Vale-Cultura tambm poder pagar mensalidades de cursos de audiovisual, dana, circo, fotografia, msica, literatura, teatro, entre outras atividades culturais.

    O benefcio concedido pelo empregador aos seus trabalhadores com vnculo empregatcio formal com empregador por meio de um carto magntico pr-pago, vlido em todo territrio nacional, no valor de R$ 50,00 mensais.

    Para os trabalhadores que quiserem adquirir produtos ou servios culturais que custam mais de R$ 50,00, uma boa notcia: o crdito cumulativo, ou seja, no expira nem tem prazo de validade. Assim, possvel fazer uma poupana para viabilizar a compra desejada.

    Sobre o valor concedido pelo empregador a ttulo de Vale-Cultura aos seus empregados no incidem encargos trabalhistas. Alm disso, as empresas tributadas com base no lucro real podero abater valores desembolsados em at 1% do Imposto de Renda devido.

    O desconto em folha de pagamento do trabalhador opcional e de, no mximo, 10% do valor do benefcio, ou seja R$ 5,00 para aqueles que se encontram na faixa salarial de 1 a 5 salrios mnimos. Mas, ateno: para participar do programa necessrio que haja a adeso do empregador por meio do credenciamento no Ministrio da Cultura.

    Os participantes do Vale-Cultura se dividem em quatro grupos: empregador (beneficiria); seus trabalhadores; empresas recebedora e operadoras do carto.

    As beneficirias so as empresas que fornecem o benefcio aos seus empregados.Saiba mais.

    As recebedoras so as pessoas jurdicas habilitadas a receber o Vale-Cultura como forma de pagamento de servio ou produto cultural, tais como cinemas, casas de espetculos, livrarias e outros estabelecimentos comerciais. Saiba mais.

    As operadoras so empresas autorizadas pelo Ministrio da Cultura a produzir e comercializar os cartes do Vale-Cultura. Saiba mais.

    No caso do trabalhador, cabe a ele conferir com o setor de recursos humanos se sua empresa j aderiu ao programa.