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2016
Leis Especiais p conc v39 -Tavora-Roque-Lei de Drogas-3ed.indb 3 03/05/2016 17:57:28
LEI N.º 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Dro-gas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as subs-tâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
1. A questão da droga. Não resta qualquer dúvida de que a droga é um dos principais problemas enfrentados pela sociedade brasileira, seja sob o aspecto penal (crescimento da violência, superlotação do sistema carcerário, proliferação de organizações criminosas), seja sob o aspecto social (destruição de vidas e famílias, por força do vício e dos efeitos deletérios dele decorrentes). E isto sem falar questões de outra natureza, como sociológica (o fenômeno social subjacente ao elevado número de usuários), econômica (a fortuna movimentada por organizações crimi-nosas, o dinheiro despendido pelas famílias, a ausência de arrecadação estatal e os gastos com a manutenção da guerra às drogas etc.) e de saúde pública.
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LEI DE DROGAS – Nestor Távora • Fábio Roque AraújoArt. 1º
Todas estas questões não poderiam passar -
cional manifesta preocupação com a questão das drogas em inúmeras passagens, senão vejamos:
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d) O direito de proteção especial à criança, ao adolescente e ao jovem abrange “programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes
e) “Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em de-
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parágrafo único).
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-dos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
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LEI n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 Art. 1º
estabelecer mandados de criminalização dirigidos ao legislador ordi-
previsão em lei de determinadas condutas como criminosas. -
ao legislador ordinário a criminalização das condutas relacionadas ao
a observância de um regramento mais gravoso do que o convencional.
-
infraproteção), de acordo com o qual os bens jurídicos mais relevantes não prescindem da tutela penal, de forma a protegê-los das agressões mais graves.
Naturalmente, mesmo antes do advento da atual
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drogas com os crimes hediondos.
preliminares.
-ção e reinserção social de usuários e dependentes d drogas, e
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LEI DE DROGAS – Nestor Távora • Fábio Roque AraújoArt. 1º
-
-ros pontos marcantes que podem ser apontados, no que se refere às
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o vício.
-damento da reprimenda penal, com descarcerização. Remetemos o(a)
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LEI n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 Art. 1º
mais detalhes.
-tamento mais brando ao usuário de drogas, que já não pode estar sujeito
entrada em vigor, depende de uma percuciente análise do caso concreto.
), jamais para piorar sua situação ( ).
-
sua jurisprudência, nos seguintes termos:
Súmula n.º 611/STF: “Transitada em julgado a sentença condenatória,
Ademais, é relevante destacar, desde já, que não é possível a retroa-
-
seguintes termos:
Súmula n.º 501/STJ
na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da
-
pessoal.
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LEI DE DROGAS – Nestor Távora • Fábio Roque AraújoArt. 1º
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indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de
de drogas.
medidas de prevenção e tratamento ao uso indiscriminado dos entor-
aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto
como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros com-
-
intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-tes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
-des de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usu-ários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada
usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
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LEI n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 Art. 1º
para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu
-vido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas
1) penal em branco é uma norma penal
penal) em que o preceito primário (parte da norma penal incriminadora
preceito é fundamental para que se possa dimensionar os reais contor-nos da conduta criminosa. A lei penal em branco pode ser:
: Quando o complemento à norma penal em branco é
Esta norma penal em branco homogênea pode ser: quando o complemento é dado pela própria lei que contém a norma
quando o complemento ao preceito
traz a conduta consistente em ocultação dolosa de impedimento
quais são tais impedimentos matrimoniais).
-
majoritária.
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LEI DE DROGAS – Nestor Távora • Fábio Roque AraújoArt. 1º
-tária.
Em dou-
branco heterogênea, por afronta ao princípio da legalidade que, como
esta tese, se o complemento à lei penal incriminadora é dado por um ato
A despeito da relevância da discussão, é uma tese minoritária em dou-trina, e que não encontra qualquer eco na jurisprudência dos Tribunais pátrios.
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penal, razão pela qual não há que se falar em afronta ao princípio da
adotada em tratados ou convenções, além de ser acolhida pela própria
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LEI n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 Art. 1º
como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar depen-
traz um rol das substâncias que considera como drogas, pois o encargo
Atualmente, o rol de substâncias proscritas encontra-se na portaria
Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle espe-
que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, pre-
• -
A) manteve a mesma terminologia ‘substância entorpecente ou que de-
razão pela qual não há qualquer dúvida de que se trata de droga ilícita, no Brasil. A discussão de relevo, encerrada com o advento da decisão
Esta decisão, porém, foi adotada pelo diretor-presidente da Agência,
Tratava-se, portanto, de uma decisão “
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LEI DE DROGAS – Nestor Távora • Fábio Roque AraújoArt. 1º
outras palavras, o lança-perfume foi incluído, novamente, no rol de substâncias entorpecentes (drogas).
causam dependência. Em sede doutrinária, acolhemos a ideia de que
-
.
das condutas
voltaram a ser consideradas criminosas.
STF
enumeração legal das substâncias entorpecentes para a complemen-
à nova redação da
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LEI n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006 Art. 1º
-
-
No que se re-
:
há alguns anos, os
-bater a disseminação das drogas em todo o mundo. Basta constatar que, a despeito de se levar a cabo este modelo há algumas décadas,
número de usuários de drogas, tampouco a pujança do mercado ilegal de entorpecentes, que movimenta muitos bilhões de dólares em todo
-tuações muito similares, com o lamentável crescimento no número de usuários e dependentes de drogas.
muitos países europeus
uma questão de saúde pública, e não como caso de polícia. Rejeita
que também rechaça a lógica da tolerância zero, que produz muito mais violência.
públicas como a distribuição de seringas e outros materiais descartáveis, controle do consumo, assistência médica, delimitação de local para o
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