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LElitIA-FATIMfi - leiria-fatima.pt · Tendo presentes as recomendações do capítulo V da Exortação Apostólica "Pastores dabo Vobis", (25.03.1992) e o nº 83 do Directó rio para

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LElitIA-FATIMfi Órgão Oficial da Diocese

Ano VII • N.· 20 • Maio-Agosto 1999

DIRECTOR AMÉRICO FERREIRA

CHEFE DE REDACÇÃO JOSÉ ALMEIDA SOUSA

ADMINISTRADOR HENRIQUE DIAS DA SILVA

CONSELHO DE REDACÇÃO BELMIRA DE SOUSA

JORGE GUARDA LUCIANO CRISTINO

MANUEL MELQUÍADES SAULGOMES

PERIODICIDADE QUADRIMESTRAL

PROPRIEDADE E EDIÇÃO DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO SEMINÁRIO DIOCESANO DE LEIRIA 2410 LEIRIA • TELEF. (044) 832760

ASSINATURA ANUAL - 2.000$00

Actos Episcopais ................ ...................................... .. 83

Comunicado do Conselho Pastoral Diocesano............ 93

Comunicado do Conselho Presbiteral...... ... ............ . .. . 95

Vida Eclesial............................................................... 97

Exposição Missionária 2000 . . . . . . . . . ....... . . . . ..... . . . . . . . . . . . ... 104

Movimentos Eclesiais vão colaborar mais na diocese 105

Fátima (Peregrinação de 12·13 de Maio) .... ............... 107

Beatificação dos Veneráveis Servos de Deus Francisco

Marta e Jacinta Marta........................................... 111

O que será o Inferno2 .................................................. 114

Comunicado do Conselho Permanente da Conferência

Episcopal Portuguesa . ........................... ............. .

Mensagem do Santo Padre aos Sacerdotes . .............. .

xx Colóquio Europeu de Paróquias ......... ................ .

Mais Ordenações Presbiterais em Portugal . ............. .

Uma Catequese Afectiva .......... ................................ ..

Bula do Ano Santo 2000 .......... . . .. .. . . . . . ............ .. ... ..... ..

Ecos da Cáritas .................... .................................... ..

Calendário I Anuário ................................................ ..

As Nossas Comunidades Paroquiais ........................ ..

Escola de Formação Teológica de Leigos ................... .

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ACTOS EPISCOPAIS VIGÁRIOS PAROQUIAIS DE PATAIAS

E ALPEDRIZ, MACEIRA, MARINHA GRANDE,

SOUTO DA CARPALHOSA E ORTIGOSA

Tendo presentes as necessidades pastorais da diocese e depois de ouvir as pessoas em causa) havemos por bem:

- Nomear Vigário Paroquial de Pataias e Alpedriz o Rev" P. João Nuno de Pina Pedro;

- Nomear Vigário Paroquial da Maceira o Rev" P. José Henri­que Domingues Pedrosa;

- Nomear Vigário Paroquial da Marinha Grande o Rev" P. Ma­nuel Vítor de Pina Pedro;

- Nomear Vigário Paroquial do Souto da Carpalhosa e Ortigo­sa o Rev" P. Orlandino Barbeiro Bom.

Este decreto entra imediatamente em vigor e inclui os poderes consignados no cânone 1111 do Código de Direito Canónico, a saber, a faculdade geral de assistir a matrimónios no respectivo território.

Leiria, 13 de Maio de 1999

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

CONSELHO PRESBITERAL

Decorrido o tempo do mandato trienal do anterior Conselho Presbiteral (19.03.1996) e tendo presentes as disposições dos novos estatutos (08.03.1999), achamos por bem constituir o novo Conselho Presbiteral da Diocese de Leiria-Fátima como segue:

_________________________________________ 83

ACTOS EPISCOPAIS

Membros natos:

- Vigário Geral e Pres.da Frater.Sacerdotal Padre Dr. Jorge Manuel Faria Guarda

- Reitor do Seminário Diocesano Padre Dr. Virgílio do Nascimento Antunes

- Chanceler da Cúria Diocesana Padre Dr. Américo Ferreira

Membros eleitos

- Equipa do Seminário e outros Padre Dr.Adelino Filipe Guarda

- Vigararia da Batalha Padre Bernardo Pereira Morganiça

- Vigararia de Caxarias Padre Benevenuto Vieira de Oliveira Dias

- Vigararia de Colmeias Padre Filipe da Fonseca Lopes

- Vigararia de Fátima Padre Mário de Almeida Verdasca

- Vigararia de Leiria Padre Joaquim de Almeida Baptista

- Vigararia da Marinha Grande Padre Sérgio Feliciano de Sousa Henriques

- Vigararia dos Milagres Padre Davide Vieira Gonçalves

- Vigararia de Monte Real .

Padre Bertolino Vieira

- Vigararia de Ourém Padre Elias Ferreira da Costa

- Vigararia de Porto de Mós Padre Manuel Gonçalves Peixoto

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ACTOS EPISCOPAIS

- Equipa do Santuário de Fátima Padre Clemente Dotti

- Directores de Secretariados e Comissões Padre Dr. Luís Inácio João

- Padres Religiosos (Leiria) Padre Frei Luís Oliveira

- Padres Religiosos (Fátima)

Membros designados:

Padre Dr. Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira Padre Dr. Luciano Gomes Paulo Guerra Padre Dr. Joaquim Rodrigues Ventura

Este decreto entra imediatamente em vigor e consequentemen­te convocamos a primeira reunião deste mandato trienal para o dia 21 de Junho de 1999.

Leiria, 19 de Maio de 1999

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

VIGÁRIOS DA VARA Considerando que está em curso o estudo de um projecto de re­

modelação das VIGARARIAS DA VARA, achamos por bem, tendo ouvido os pareceres dos Colaboradores mais próximos, reconduzir nas suas funções por mais um ano os actuais Sres. Vigários da Va­ra, a saber:

Vigararia da Batalha: P. José Ferreira Gonçalves Vigararia de Caxarias: P. Luís Henriques Francisco Vigararia de Colmeias: Cón. Manuel Simões Bento Vigararia de Fátima: P. António Ramos Vigararia de Leiria: P. Manuel dos Santos José Vigararia da Marinha Grande: P. Armindo Castelão Ferreira

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ACTOS EPISCOPAIS __________ ___ _ ___ _

Vigararia dos Milagres: P. Joaquim Duarte Pedrosa Vigararia de Monte Real: P. Joaquim de Jesus João Vigararia de Ourém: P. José Luís de Jesus Ferreira Vigararia de Porto de Mós: P. Manuel Pedrosa Melquíades

Convocamos a próxima reunião para 19 de Outubro 1999

Leiria, 6 de Julho de 1999

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

MEMBROS DO TRIBUNAL ECLESIÁSTICO

Tendo presentes os decretos episcopais de 31.03. 1994 e de 25.01. 1996, achamos por bem reconduzir por novo quinquénio, a con­tar do dia 31 de Março de 1999, todos os actuais Membros do Tribu­nal Eclesiástico Diocesano, a quem agradecemos a prestimosa solicitude em tão alta missão eclesial.

Leiria, 5 de Abril de 1999

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

PÁRoco DE PATAIAS E ALPEDRIZ, VIGÁRIOS PAROQUIAIS DA SÉ

DE LEIRIA E MACEIRA, EQUIPAS FORMADORAS DO SEMINÁRIO

DIOCESANO E DO S.M. DE COIMBRA

Tendo ponderado e pedido conselho, perante a necessidade pas­torai de algumas transferências no ministério sacerdotal, havemos por bem:

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ACTOS EPISCOPAIS

1. Disponibilizar o Rev. P. Armindo Castelão Ferreira que até ao presente é o Pároco de Pataias e Alpedriz, para que possa ser no­meado para a equipa formadora do Seminário Maior de Coimbra;

2. nomear Pároco de Pataias e Alpedriz o Rev. P. Dr. Adelino Fi­lipe Guarda que até ao presente era membro da equipa formadora do Seminário Maior de Coimbra;

3. nomear director espiritual integrado na equipa formadora do Seminário Diocesano o Rev. P. José Lopes Baptista que era vigário paroquial da Sé de Leiria;

4. nomear vigário paroquial da Sé de Leiria, com os poderes con­signados no cânone 1111 do Código de Direito Canónico, O Rev. P. Jo­sé Henrique Domingues Pedrosa que era vigário paroquial da Maceira;

5. nomear vigário paroquial da Maceira, com os poderes consig­nados no cânone 1111 do Código de Direito Canónico, o Rev. P. Manuel Vítor de Pina Pedro que era vigário paroquial da Marinha Grande;

Rezamos a Deus e aos Homens para que a Nossa Igreja corres­ponda melhor à Vontade do seu Fundador.

Leiria, 14 de Agosto de 1999, MO de S. Maximiliano M. Kolbe.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

NOTA EPISCOPAL SOBRE AS AULAS DE EDUCAÇÃO MORAL

E RELIGIOSA CATÓLICA

Com o fim de mais um ano lectivo surgem as matrículas esco­lares. A aula de Educação Moral e Religiosa Católica faz parte dos planos do ensino básico e secundário como disciplina de opçâo.

Recomendo aos pais e encarregados de educaçâo que não se es­queçam de matricular os seus educandos na aula de Educação Mo­ral e Religiosa Católica; peço também o mesmo aos jovens que já

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ACTOS EPISCOPAIS

podem optar, igualmente aos párocos, catequistas e professores que devem dar informação e colaboração adequadas e oportunas.

A aula de Educação Moral e Religiosa Católica oferece uma in­formação integral, ao mesmo tempo ética e social, moral e religiosa. Inclui a Revelação Bíblica e Cristã e a atitude religiosa como inspi­radora das atitudes morais.

Não é suficiente dizer que temos boas catequeses paroquiais, pois são coisas complementares e diferentes, Em renovação sinodal, temos de atender cuidadosamente a toda a pastoral escolar. Exorto os educadores e agentes da pastoral a que nos empenhemos na for­mação dos mais novos para a vida, com razões e regras de viver,

A todos os diocesanos digo que podem fazer confiança nos pro­fessores de Educação Moral e Religiosa Católica.

Leiria, 21 de Maio de 1999

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA

Bispo de Leiria-Fátima

NOTA PASTORAL SOBRE O JUBILEU DO ANO 2000

No primeiro Domingo do Advento 98, o Santo Padre presi­diu à Concelebração Eucarística para a abertura do terceiro ano de preparação para o Grande Jubileu do ano 2000.

No átrio da basílica de S. Pedro, o Papa fez entrega da Bula "lncarnationis Mysterium",

Este documento pontifício sobre o Jubileu da Encarnação, depois de lembrar os princípios históricos e bíblicos do Jubileu, esta­belece que em cada Diocese a "inauguração do Jubileu seja celebra­da no dia Santíssimo do Natal do Senhor Jesus com uma Liturgia Eucarística presidida pelo Bispo".

Perante tal determinação assim acontecerá na Sé de Leiria e na basílica de Fátima, tendo presente a recomendação do n" 6 da Bula, a saber, "a concentração das pessoas noutra igreja, donde par­tirá a peregrinação" para a celebração festiva.

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ACTOS EPISCOPAIS

o Ano Jubilar prolonga-se até à Epifania do Senhor, a 6 de Ja­neiro de 2001.

Mais acrescenta a referida Bula que durante o ano jubilar po­d�se lucrar a indulgência plenária que diz respeito à "pena tempo­ral" do pecado (cfr. Catecismo da Igreja Católica nº 1472).

Esta indulgência, fundamentada na doutrina da comunhão dos santos, alcança-se nas condições gerais da confissão sacramental com a comunhão, e a oração pelas "intenções do Romano Pontffice". Além disso outras condições particulares são requeridas, a saber: a peregrinação e a visita de oração a uma igreja. Para além das basí­licas de Roma e da Terra Santa em geral, também serão igrejasju­bilares a igreja catedral da respectiva diocese e outra(s) igreja(s) designadaCs) pelo Bispo Diocesano.

E assim para a nossa Diocese de Leiria-Fátima, determinamos, depois de ouvido o Conselho Presbiteral e a Comissão do Jubileu, que sejam consideradas "igrejas jubilares" a sé de Leiria e a basílica de Fátima.

Qualquer Confessor poderá comutar para a igreja paroquial ou capela, a favor dos fiéis que tenham notória dificuldade, por motivo de doença, de idade ou por outra razão adequada.

Os consagrados de clausura e os doentes que não possam sair da sua residência "poderão ganhar a indulgência, unindo-se em es­pírito a todos aqueles que realizam de modo ordinário a obra pres­crita, oferecendo a Deus as suas orações, os seus sofrimentos e as suas contrariedades".

Em qualquer dos casos, na visita à igreja ou na própria casa, far-s�á a profissão de fé, com a recitação do Pai Nosso e da Ave Maria.

As condições especiais jubilares supra da "peregrinação" com visita e oração podem ser substituídas por actos de jejum ou de re­núncia (por exemplo álcool ou tabaco), a favor dos mais pobres.

Leiria, 13 de Julho de 1999, aniversário da dedicação da Igreja Catedral

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

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ACTOS EPISCOPAIS

TEMPO SABÁTICO DO CLERO DA DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA

Tendo presentes as recomendações do capítulo V da Exortação Apostólica "Pastores dabo Vobis", (25.03.1992) e o nº 83 do Directó­rio para o Ministério e a Vida dos Presbíteros (31.01.1994), achamos por bem aceitar uma proposta do Conselho Presbiteral sobre o tem­po sabático do Clero da Diocese, que se regerá pelos princípios se­guintes:

1. Entende-se por tempo sabático o período de tempo em que um sacerdote é libertado das actividades habituais para:

a) entregar-se ao repouso que lhe permita renovar ou recupe­rar a energia física) psíquica e espiritual, necessária para o seu tra­balho na Igreja;

b) melhorar e actualizar a sua formação teológica, pastoral, cul­tural e espiritual.

2. Dadas as finalidades referidas no artigo anterior, o tempo sabático deve ser visto como parte da formação permanente a que o sacerdote está obrigado, e, como tal, não é apenas um certo direito, que resulta de uma necessidade, mas também um dever do seu com­promisso na Igreja.

3. Não será contado como tempo sabático:

a) O tempo em que um sacerdote, de acordo com o Bispo Dioce­sano, se dedica a um estudo de graduação ou pós-graduação acadé­mica.

b) O tempo em que um sacerdote precisa de estar inactivo por motivo de doença e de convalescença de uma doença.

4. Podem beneficiar do tempo sabático:

a) Todos os sacerdotes pertencentes ao Presbitério Diocesano de Leiria-Fátima e que exerçam a sua actividade na Diocese.

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ACTOS EPISCOPAIS

b) Os sacerdotes de outras dioceses e os de institutos religiosos, que já exerçam a sua actividade pastoral na Diocese de Leiria-Fáti­ma sob ajurisdição e na dependência directa do Bispo por um perío­do de pelo menos 10 anos.

5. O sacerdote pode usufruir do tempo sabático:

a) Por regra, dez anos depois da ordenação sacerdotal ou do úl­timo tempo sabático;

b) Excepcionalmente, sempre que o próprio, de acordo com o Bispo Diocesano, sentir ser necessário.

6. O tempo sabático terá, por princípio, uma duração de dez-do­ze meses seguidos.

7. Para evitar perturbações do ano pastoral, o tempo sabático de­ve, em regra, ser iniciado e conel uído, no final do mês de Julho.

8. No caso do tempo sabático interromper as tarefas de que o sa­cerdote está incumbido, a sua substituição durante O ano de ausên­cia deve ser bem preparada sob os aspectos canónico e pastoral.

9. O tempo sabático deverá ser requerido ao Bispo Diocesano pelo menos um ano antes da sua concretização.

10. Não devem usufruir do tempo sabático no mesmo ano mais do que cinco sacerdotes.

11. A programação das actividades e dos lugares para o tempo sabático é feita pelo próprio sacerdote, mas deve obter a aprovação do Bispo Diocesano.

12. As despesas feitas com o tempo sabático serão cobertas, não havendo outros meios, do seguinte modo;

a) Pelo vencimento mensal, com os devidos suplementos, se for o caso, que o sacerdote continuará a receber de uma das entidades referidas no artigo 70º do Regulamento de Administração de Bens da Igreja na Diocese de Leiria-Fátima.

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ACTOS EPISCOPAIS

b) Por um contributo do Fundo Diocesano do Clero, suficiente para pagar despesas não cobertas pelo vencimento mensal indicado na alínea a) deste artigo.

Estes 12 princípios gerais entram em vigor desde já, a título in­dicativo e experimental.

Leiria, 13 de Julho de 1999, Aniversário da Dedicação da Cate­dral.

t SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

NR. - A proposta de "tempo sabático" para o Clero insere-se num programa geral de "formação permanente", que é necessariamente plural e euo· lutiva.

Das normas publicadas, tomamos a liberda­de de lembrar que o tempo sabático deverá ser re­querido "um ano antes da sua concretização", Acrescentaremos que a rotina pode empobrecer, ao passo que a mobilidade é um desafio e pode ser uma graça.

o nosso bispo explicita que os 12 principios agora promulgados e em vigor são meramente in­dicativos. Esperamos todos que a vivência I expe­riência produza bons frutos para a Igreja e para o seu Cléro, na Sociedade em profundas e acelera­das mudanças.

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COMUNICADO DO CONSELHO PASTORAL

DIOCESANO Dando cumprimento ao calendário previamente estabelecido,

no passado dia 19 de Junho decorreu a terceira e última reunião des­te ano pastoral do Conselho Pastoral Diocesano (CPD).

Os trabalhos começaram às 9:30 horas sob a presidência do Sr. Bispo, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, tendo--se registado a au­sência de alguns membros por motivos diversos.

Desta vez, e para proporcionar um melhor conhecimento entre os membros do CPD bem como a celebração da fé e o estreitamento dos laços de amizade, o programa foi um pouco diferente do habitual. A concluir os trabalhos da manhã foi celebrada a Eucaristia, tendo­-se seguido o almoço e o tempo do café que proporcionou um diálogo mais informal entre participantes.

No período antes da ordem do dia, entre outros assuntos de me­nor re1evância, foram nomeadamente abordados os seguintes: O Pa­dre Jorge Guarda, Vigário Geral, informou das reuniões que tem feito com os secretariados e movimentos em ordem à definição de ob­jectivos pastorais para o ano de 1999/2000; a propósito distribuiu um documento com a síntese desse trabalho, merecendo a aprecia­ção e alguns contributos da parte dos participantes. A pedido do Sr. Bispo, o Reitor do Santuário de Fátima, Pe. Luciano Paulo Guerra, deu algumas informações acerca da evolução do projecto da constru­ção da nova basílica em Fátima, podendo--se concluir que é um pro­cesso longo e que ainda vai levar algum tempo até que haja uma resolução final.

Também a questão da formação cristã dos adultos foi aborda­da, sentindo--se nos presentes a urgência deste tema.

Foram marcadas as datas das reuniões do próximo ano pasto­ral: 16 de Outubro, 19 de Fevereiro e 17 de Junho, tendo já perspec­tivado alguns temas para debate. No período da "ordem do dia" foram abordados dois temas: a experiência da Vigararia de Leiria na formação cristã de adultos e a situação actual da catequese na Diocese.

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COMUNICADO DO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

Para tratar do primeiro assunto esteve um padre da Vigararia de Leiria que esclareceu os presentes sobre o trabalho que se tem vindo a realizar nesta área e os frutos que dele se têm colhido.

Para falar do segundo tema esteve presente o responsável do Secretariado da Catequese que apresentou aos presentes um docu­mento bastante abrangente da catequese quer do ponto de vista so­ciológico quer ao nível de números de catequistas e catequisandos ao nível diocesano.

A sua exposição e a sua proposta para uma melhoria da cateque­se levou à troca de impressões entre os participantes tendo-se che­gado mais uma vez à conclusão, entre outras, de que para o êxito da catequese das crianças é muito importante a catequisação dos pais.

o Secretariado Permanente

NR. - Sabemos que a reunião do Conselho Pastoral no início do ano 1999-2000 está progra­mada para 16 de Outubro. Como acontecerá de­pois da 3." sessão da Assembleia Sinodal e quase na abertura do Grande Jubileu (25 de Dezembro), supomos que serão inevitáveis na agenda os pon· tos do Sínodo e do Ano Jubilar. No período de "an­tes da ordem do dia" poderá sentir-se o ritmo e o modo da Vida na nossa Diocese.

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COMUNICADO DO CONSELHO PRESBITERAL

No dia 21 de Junho de 1999, reuniu-se no Seminário Diocesa­no, pela primeira vez, o novo Conselho Presbiteral da Diocese de Lei­ria-Fátima, sob a presidência do Bispo da Diocese. D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva.

No iniciar dos trabalhos foram transmitidos ao Conselho algu­mas informações, a saber:

- Jornadas da Escola Teológica de Leigos e encerramento das suas actividades;

- Participação das Dioceses Portuguesas na obra de apoio a doentes com HIV, "Domus Fraternitas", sediada em Braga, como si­nal comemorativo do Jubileu do ano 2000;

- Contas do Fundo Económico do Clero.

Procedeu-se à eleição do Secretário do Conselho, ficando eleito o Padre Adelino Filipe Guarda, que posteriormente apresentou os outros membros do Secretariado o Padre Filipe da Fonseca Lopes e o Padre Sérgio Feliciano de Sousa Henriques, tendo o Conselho ra­tificado esta escolha.

No ponto da agenda "Assuntos antes da Ordem do Dia", foi dis­tribuída proposta para debate com objectivos pastorais da Diocese para o ano pastoral de 1999/2000. Esta proposta foi apreciada aquan­do da discussão do ponto da agenda: Linhas do Plano Pastoral da Diocese. Após alguns esclarecimentos foi decidido retomar em pró­xima reunião esse assunto.

O Conselho reflectiu ainda, e em dinâmica de trabalho de gru­pos, um projecto para remodelação das Vigararias da Diocese. Tra­ta-se de uma tentativa de reajustar algumas deficiências geográficas e pastorais que se notam na estrutura vicarial actual. Pela partilha feita chega-se à conclusão de prolongar algum tempo mais a refle­xão.

No terminar dos trabalhos foi eleita a comissão para aplicação do Regulamento da Administração dos Bens da Igreja, ficando como representante do clero paroquial das zonas urbanas o Padre Joaquim

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COMUNICADO DO CONSELHO PRESBITERAL

de Almeida Baptista, pelo clero paroquial das zonas rurais foi eleito o Padre Bernardo Pereira Morganiça, o clero não paroquial será re­presentado pelo Padre Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira.

Com a marcação da próxima reunião par o dia 18 de Outubro de 1999 e com a oração do Sínodo Diocesano terminaram os traba­lhos.

o Secretariado

NR. - Na reunião de 18 de Outubro do Con­selho Presbiteral serão tratadas as questões das festas religiosas e dos objectivos pastorais, no ano que começa, 1999/2000.

Cremos saber que a comissão para a aplica­ção do estatuto económico do Clero vai tentar es­clarecer algumas dúvidas, em casos pontuais, e vai também dar o seu contributo para o bom uso da Casa diocesana do Clero.

Os trabalhos do Conselho Presbiteral costu­mam desenvolver-se no seminário diocesano des­de as 10 até às 19 horas.

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VIDA ECLESIAL

NOVA DIRECÇÃO DO CABIDO DA SÉ

o senhor Bispo confirmou a eleição da nova direcção do Cabido da Sé Catedral de Leiria, para o triénio de 1999/2002, efectuada em sessão capitular convocada para o efeito.

A sua constituição é a seguinte:

Presidente: Cón. Luciano Coelho Cristino Secretário: Cón. António das Neves Gameiro Tesoureiro: Cón. Manuel da Silva Gaspar

Leiria, 6/5/1999

SACERDOTES JUBILÁRIOS

Celebraram no mês de Julho 50 anos de sacerdócio os Rev. Padres

Carlos Querido da Silva e Júlio Domingos Vieira

Em Agosto celebrou 25 anos de sacerdócio o Rev. Padre

José Mirante Carreira Frazão

Ocorreu também em Agosto o 45' aniversário da ordenação sacer­dotal do nosso Bispo, D. Serafim e o 60' do seu antecessor D. Alberto.

MINISTÉRIO DOS ACÓLITOS

No dia 20 de Maio, foi instituído no Ministério dos Acólitos o aluno do Seminário Diocesano de Leiria, Leonel Vieira Baptista, na­tural da paróquia de Urqueira. É actualmente aluno finalista do Ins­tituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra.

A celebração teve lugar na igreja do Seminário de Leiria, presi­dida pelo Senhor Bispo. Participaram os padres residentes no Semi­nário, a Equipa Formadora e os seus colegas que estudam em Coimbra

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A VIDA ECLESIAL

REUNIÃO DE VIGÁRIOS

Realizou-se no dia 18 de Maio na Casa Episcopal , a habitual reunião de vigários da vara da diocese de Leiria-Fátima. Presidiu o Senhor Bispo, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, e participaram o Sr. Vigário Geral e todos os Vigários da vara.

A agenda da reunião tinha como pontos principais, os seguin­tes: Vida das vigararias, remodelação das vigararias e festas religio­sas. Analisando a vida das vigararias, cada um dos vigários apresentou um breve apontamento dos trabalhos realizados ao lon­go deste ano pastoral e alguns projectos em ordem ao futuro.

Quanto à remodelação das vigararias, o senhor Vigário Geral, Pe. Dr. Jorge Guarda, entregou a todos os presentes um esboço de projecto, a ser estudado e reflectido, surgindo algumas alterações na composição das vigararias, tendo em conta o desenvolvimento de al­gumas zonas da diocese e certas afinidades sociológicas, religiosas e até geográficas.

As festas religiosas mereceram também a atenção de todos os presentes. São um valor cristão da nossa diocese, fazem parte das tradições cristãs do nosso povo, e por isso há uma necessidade de as valorizar, não só como celebrações da fé, mas também como momen­tos importantes de encontro, de convívio e reforço dos laços de união das nossoas comunidades. É um tema que continuará a ser estuda­do em próximas reuniões.

ASSEMBLEIA DO CLERO

No dia 17 de Maio, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva en­controu-se com os seus padres que havia convocado para uma as­sembleia geral.

Os trabalhos decorreram na aula magna do Seminário de Leiria e iniciaram-se com a assembleia da Fraternidade Sacerdotal da Diocese de Leiria-Fátima. Foram apresentadas e aprovadas as contas do ano de 1998 e apreciadas algumas condições oferecidas pe­lo Centro Hospitalar de S. Francisco de Leiria para consultas e in­ternamentos dos membros da Fraternidade. Também os sacerdotes membros da Casa do Clero fizeram a sua assembleia discutindo al-

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A VIDA ECLESIAL

guns assuntos que se prendem com O bom funcionamento que se de­seja para aquela casa, que todos os padres deveriam sentir como sua.

No final, o Senhor Bispo interveio dirigindo--se aos sacerdotes presentes, que informou de várias iniciativas, particularmente as que se prendem com a formação pastoral e espiritual dos sacerdotes.

A assembleia terminou com a celebração da Eucaristia, presi­dida pelo Bispo Diocesano, na qual foram especialmente lembrados os membros da Fraternidade entretanto falecidos.

ANIVERSÁRIO DE LEIRIA

o feriado anual do Município de Leiria, 22 de Maio, foi ocasião para assinalar os aniversários da criação da Diocese e da elevação de Leiria a Cidade.

Na Sé de Leiria, pelas 10 horas, o Senhor Bispo presidiu à Eu­caristia. Presentes o Cabido, o Pároco da Sé e alguns sacerdotes das paróquias do concelho de Leiria. Estiveram presentes à celebração a Sra Presidente da Cãmara, vereadores e outras autoridades civis e militares.

O Senhor Bispo fez referência à criação da Diocese no ano de 1545 e à elevação da vila de Leiria à categoria de Cidade na mesma ocasião. Fez votos para que Leiria fosse um espaço onde todos respi­rassem o ar puro da paz e do progresso, recordando que a cidade cres­ceu sempre à sombra da sua catedral.

INAUGURAÇÃO DA IGREJA DE PICASSINOS

Presidida pelo Senhor Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, e com a presença das autoridades civis locais, nomeadamente o Senhor Governador Civil e Presidente da Càmara da Marinha Grande, decorreu no dia 13 de Junho a cerimónia da inauguração da igreja de Picassinos que passou a chamar-se Igreja de Santo António, em honra do seu padroeiro

À cerimónia compareceram milhares de picassinenses e não 56, que se concentraram no sede do clube local, seguindo em cortejo até

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A VIDA ECLESIAL

à igreja, onde o Bispo procedeu ao descerramento duma lápide come­morativa e presidiu à missa inaugural.

A sua construção deve-se ao esforço não só da Comissão Fabri­queira mas de todos os que ao longo de 10 anos generosamente de­ram o seu apoio e contribuição. Na obra foram gastos, até à inauguração, cerca de um milhão e seiscentos mil contos.

No final os Picassinenses deram largas à sua alegria numa fes­ta que se prolongou pela tarde e noite.

FESTA DO CORPO DE DEUS

Em união e comunhão com a Igreja Portuguesa que, em Braga, se encontrava a viver o III Congresso Eucarístico Nacional, a Dioce­se de Leiria-Fátima celebrou, em festa, a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

A Missa festiva foi presidida pelo Bispo Diocesano D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva e juntou, no adro da Sé, cristãos vindos de praticamente toda a diocese com os estandartes das suas comunida­des. Seguiu-se a grande procissão que percorreu as ruas da "Leiria medieval" abrilhantada com a presença das filarmónicas concelhias.

xxv ENCONTRO NACIONAL DE LITURGIA

De 26 a 30 de Julho, realizou-se no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, o XXV Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, organi­zado pelo Secretariado Nacional de Liturgia.

O encontro reuniu mais de 1 200 pessoas e procurou evidenciar que "a liturgia é património comum aos interesses de Deus e dos ho­mens: Deus deseja a salvação dos homens e os homens precisam de Deus para serem salvos e possuírem a vida em si mesmos, como he­rança eterna".

Este ano, o último do triénio de preparação l2ara o Grande Jubi­leu do Ano 2000, desenvolveu o tema "Deus Pai". E neste sentido, e se­guindo a proposta e recomendação do Santo Padre, que a Pastoral da Liturgia de 1999 se dedica à reflexão do tema "Deus Pai na Liturgia".

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A VIDA ECLESIAL

PADRE JOSÉ DOMUNGUES HELENO

Faleceu no dia 5 de Maio, em Monte Real, onde residia, o Rev.º Pe. José Domingues Hele­no (ou José Heleno Tomás de Lacerda).

O P. José Domingues Heleno nasceu em Carvide em 1915. Ingressou no Seminário de Leiria em Outubro de 1928 e terminou o curso em 1939. Foi ordenado Presbítero a 6 de Agos­to do mesmo ano por D. José Alves Correia da Silva na Sé Catedral de Leiria.

Iniciou a sua vida pastoral como Coadjutor na paróquia da Caranguejeira tendo depois sido pároco de Pataias e Caranguejeira. Ultimamente, devido ao seu estado de saúde, encon­trava-se dispensado das suas responsabilidades paroquiais.

PADRE DR. ANTÓNIO CARREIRA BONIFÁCIO

Faleceu no dia 8 de Maio o Rev" P. Dr. An­tónio Carreira Bonifácio.

O P. António Carreira Bonifácio era natu­ral de Maceira, onde nasceu em 8 de Março de 1923. Ingressou no Seminário de Leiria em 14 de Outubro de 1937. Após o 2' ano do curso teo­lógico, em 1945, transferiu-se para a Universi­dade Gregoriana, em Roma, onde terminou a licenciatura em Teologia, em 1949. Foi em Ro­ma que recebeu a Ordem do Presbiterado.

Regressado a Portugal foi nomeado professor e prefeito do Semi­nário Diocesano - Outubro de 1950; no ano seguinte foi nomeado Vi­ce-Reitor do Seminário Menor de Nossa Senhora de Fátima, que abriu, na Cova da Iria. A partir de 1965 iniciou a sua actividade paroquial como pároco de Porto de Mós. Viria ainda a ser pároco da Atouguia -1982. Em 1989 por motivos de saúde, deixou as responsabilidades pa­roquiais e foi viver para a Casa Diocesana do Clero em Fátima.

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A VIDA ECLESIAL

PADRE DR. ARMINDO DA CRUZ VALENTE

Faleceu no dia 28 de Junho o ReVº P. Dr. Armindo da Cruz Valente.

O P. Armindo da Cruz Valente nasceu no lugar de Arneiros, então paróquia de Olival e hoje Urqueira, no dia 22 de Setembro de 1923. Ingressou no Seminário Diocesano de Leiria em 15 de Outubro de 1936; em Janeiro de 1946 foi cursar a Universidade Gregoriana em Roma tendo terminado a Licenciatura em Teologia Dogmática em 1948.

Regressando à Diocese, em Outubro de 1948, foi nomeado pre­feito e professor no Seminário onde se manteve até 1950 data em que foi nomeado pároco da Marinha Grande. Em 1961 regressou nova­mente às suas funções de prefeito e professor no Seminário Diocesa­no sendo também Assistente da Acção Católica. Em 1973 é nomeado pároco dos Marrazes. No ano seguinte deixa a responsabilidade des­ta paróquia e vai para o Santuário de Fátima, prestando serviço co­mo capelão até à data do seu falecimento.

NR. - O bispo diocesano presidiu à celebração dos funerais e in­formou que costuma celebrar três Missas pelas intenções de cada um dos sacerdotes da Diocese, que "nos precedem na esperança da res­surreição".

P. FREI ROGÉRIO GUEDES AMORIM, OP

A 23 de Maio e com 66 anos de idade, faleceu o P. Frei Rogério Guedes Amorim. Professou na Ordem Dominicana em 1954 e rece­beu a ordenação sacerdotal em 1959. Trabalhou no Seminário Domi­nicano de Aldeia-Nova donde partiu para terras de Missão em Moçambique. De regresso a Portugal, em 1980, foi eleito prior do Convento de Cristo-Rei, no Porto. Ultimamente residia no Conven­to de Fátima.

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A VIDA ECLESIAL

P. FREI ANTÓNIO FERREIRA PEIXOTO, OP

Após prolongada doença, faleceu no dia 27 de Junho, em Fáti­ma, o P. Frei António Ferreira Peixoto. Tinha 70 anos de idade e foi ordenado sacerdote em 1953. Durante anos foi promotor do Rosário e confessor no Santuário de Fátima.

P. FREI ALBERTO MARIA VIEIRA, OP

No dia 28 de Junho faleceu também o sacerdote dominicano P. Alberto Maria Vieira. Natural de Ourém, Frei Alberto tinha 76 anos de idade e 49 de ordenação presbiteral. Foi Prior de vários conven­tos dominicanos e desde há 4 anos que prestava serviço na paróquia de S. Domingos de Benfica.

FREI JOSÉ CARREIRA CRESPO, OH

Com 67 anos de idade, faleceu no dia 3 de Junho, o Irmão Jo­sé Carreira Crespo. Era natural da Martinela, freguesia do Arrabal. Aos 14 anos de idade deixou a sua terra para dar entrada no Ordem Hospitaleira de S. João de Deus. Fez a sua profissão religiosa em 1949. Depois de uma longa vida de dedicação e trabalho, passando por Moçambique e ilha Terceira nos Açores, encontrava-se ultima­mente no hospital, em Montemor-o-Novo.

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EXPOSIÇÃO MISSIONÁRIA 2000

Vai realizar-se em Roma a EXPO 2000, com inauguração pre­vista para 10 de Junho de 2000 e que se estenderá até 6 de Janeiro de 2001.

o comité central para o Jubileu e a Congregação para a Evan­gelização dos Povos assumiram conjuntamente o patrocfnio da inicia­tiva e nomearam os responsáveis. São presidentes honorários Mans. Cesare Nosiglia, vice-presidente da comissão pastoral e missionária do Jubileu do ano 2000 e Mons. Marcello Zago, secretário da Congre­gação para a Evangelização dos Povos. O coordenador geral é o Pa­dre Franco Cagnasso, superior geral do PIME e secretário geral o Padre Giordano Rigamonti, missionário da Consola ta.

Os monjes trapistas do mosteiro "Tre Fontane" em Roma puse­ram à disposição um terreno com cerca de 20.000 metros quadrados, adjacente ao mosteiro e à Igreja do Martírio de S. Paulo. O Apóstolo será "companheiro e guia" ideal dos visitantes, que poderão partici­par nalguns momentos com a oração diária dos monjes. Mais do que uma EXPO de tipo tradicional trata-se de uma série de propostas e de iniciativas a que se poderia dar o nome de "caminhos missionários do Jubileu".

"Testemunho e Anúncio", "Justiça e Paz", "Diário interreligio­sos", "Evangelho e Culturas" serão os temas da Missão do Povo de Deus.

Durante os sete meses serão realizadas várias iniciativas para transmitir aos peregrinos toda a vitalidade ou riqueza que a missão tem em si. Os quatro temas fundamentais ilustrados (a relação ho­mem-Jesus Cristo--Homem, o diálogo, a inculturação, o testemunho) serão relidos, aprofundados, meditados com reuniões, seminários, testemunhos, celebrações . . . Será A actualidade da Missão.

A anteceder a EXPO 2000 (lO de Junho de 2006 a 6 de Janei­ro de 2(01) haverá em Roma o CONGRESSO MISSIONÁRIO MUNDIAL de 18 a 22 de Outubro de 2000.

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MOVIMENTOS ECLESIAIS VÃO COLABORAR MAIS

NA DIOCESE Os movimentos, associações e obras eclesiais da Diocese de Lei­

ria-Fátima vão colaborar em projectos comuns, sem prejuízo da iden­tidade específica e das iniciativas próprias de cada um. Esta é a principal conclusão do encontro que, no passado dia 10 de Julho, em Leiria, reuniu os dirigentes daquelas realidades eclesiais com o Vi­gário Geral. A peregrinação anual a Fátima e a celebração do Corpo e Sangue de Cristo serão duas ocasiões para a colaboração referida. O Bispo Diocesano fez-se presente para saudar os participantes e incentivar o trabalho eclesial destes organismos.

No encontro foram lembradas palavras do Papa João Paulo II sobre os movimentos, no congresso mundial realizado há um ano, em Roma. O Santo Padre confessa ter sempre atribuído "especial impor­tãncia ao caminho dos movimentos eclesiais" e reconhece que, no de­curso das suas visitas pastorais às paróquias e das viagens apostólicas, pôde "apreciar os frutos da sua difundida e crescente pre­sença", Por isso, salienta: "Eles merecem atenção por parte de cada membro da comunidade eclesial, a começar pelos pastores". E acres­centa: "Os movimentos podem oferecer um contributo precioso à di­nâmica vital da única Igreja, nas suas diversas situações locais".

Os dirigentes de 13 movimentos e obras presentes deram a co­nhecer os objectivos e principais actividades que promovem e algu­mas das dificuldades que hoje enfrentam. Desta partilha veio em realce a importância do seu trabalho: todos estes movimentos pres­tam diversos serviços à Diocese, desde a educação integral à forma­ção e vivência espiritual, sem esquecer a preparação para o matrimónio, a catequese de adultos e o apostolado domiciliário. Eles contribuem, de forma eficaz, para o crescimento da vida cristã e do testemunho, da fé. Estes movimentos e obras desejam ser mais co­nhecidos e apreciados pelas comunidades e seus pastores. Alguns sentem necessidade de maior assistência por parte dos sacerdotes e de espaços adequados para a realização das suas actividades.

Quem não conhece o dinamismo dos escuteiros ou o trabalho dos Centros de Preparação para o Matrimónio? E dos Cursos de Cris-

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MOVIMENTOS ECLESIAIS VÃO COLABORAR

tandade, do Renovamento Carismático ou dos Focolares, quem nun­ca ouviu falar deles? Estes são apenas alguns dos 30 movimentos, associações e obras eclesiais existentes na Diocese. Todos eles contri­buem para que o Evangelho de Jesus Cristo seja mais conhecido e vi­vido. O presente encontro será continuado com outros, em ordem a proporcionar maior conhecimento e apreço entre todos.

P. Jorge Guarda

NR. - Valendo-nos do nosso calendário/anuário, poderemos constatar que na nossa Diocese existem, pelo menos, as seguintes "obras eclesiais":

• Acção Católica Independente (ACI) • Acção Católica Rural (ACR) • Apostolado da Oração (AO) • Associação Católica de Enfermeiros e Profissionais da Saúde

(ACEPS) • Associação Católica Internacional ao Serviço da Juventude

Feminina (ACISJF) • Associação da Pastoral Carcerária • Associação dos Servi tas • Caminho NeoCatecumenal • Sociedade de S. Vicente de Paulo • Convívios Fraternos • Corpo Nacional de Escutas (CNE) • Cursos de Cristandade (CC) • Equipas de Nossa Senhora (ENS) • Legião de Maria (LM) • Liga Eucarística (LE) • Movimento Católico de Estudantes (MCE) • Movimento de Educadores Católicos (MEC) • Movimento da mensagem de Fátima (MMF) • Movimento Esperança e Vida (MEV) • Oficinas de Oração e Vida • Movimentos dos Focolares • Renovamento Carismático

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FÁTIMA PEREGRINAÇÃO DE 12-13 DE MAIO

Mais de 250 mil peregrinos vindos de toda a parte participaram na Peregrinação de 13 de Maio, em Fátima.

A Peregrinação, que decorreu sob o tema "Pai, perdoai-nos co­mo nós perdoamos", foi presidida pelo Senhor D. José da Cruz Poli­carpo, Patriarca de Lisboa. Concelebraram a Eucaristia final 19 bispos católicos, 386 presbíteros e 4 diáconos. Participaram também 1 bispo e 29 sacerdotes anglicanos.

Telegrama ao Papa

Na ocasião o Senhor Bispo de Leiria-Fátima enviou ao Santo Padre o seguinte telegrama:

"Mais de 250 mil peregrinos, de muitas nações, participaram na Peregrinação de 12-13 de Maio, neste Santuário de Fátima.

O tema da Peregrinação foi ,Pai perdoai-nos como nós perdoa­mos», na perspectiva do Grande Jubileu do Ano 2000. Presidiu à Eu­caristia final Sua Excelência o Senhor D. José da Cruz Policarpo, Patriarca de Lisboa. Concelebraram 386 presbíteros e 19 bispos ca­tólicos. Esteve presente um bispo anglicano, Sua Excelência Edwin Barnes, juntamente com um grupo de 19 sacerdotes anglicanos.

Todos rezàmos com amor e esperança pelas intenções da Igreja em geral e pelas intenções particulares e saúde de Vossa Santidade.

Rezàmos pela paz e decidimos enviar, hoje mesmo, em nome do Santo Padre, cinco milhões de escudos para Timor e Kosovo.

Lembràmos a Viagem Apostólica de Vossa Santidade à Romé­nia e pedimos à Mãe que proporcione bons frutos.

Na proximidade do 79" aniversário natalício de Vossa Santida­de, eu e todos os peregrinos, em filial homenagem, apresentamos ca­lorosas felicitações e rezamos para que continue com muita coragem a servir a Igreja.

Saudações e votos in J. C.

Fátima, 13 de Maio de 1999

t D. SERAFIM DE SOUSA FERREIRA E SILVA Bispo de Leiria-Fátima

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FÁTIMA

Resposta ao Papa

A este telegrama, o Santo Padre, através da Secretaria de Es­tado, enviou a seguinte mensagem:

"Senhor D. Serafim

o Sumo Pontífice recebeu a mensagem de felicitaçães que enviou de Fátima para Lhe fazer saber que essa Comunidade Diocesana e os peregrinos, que tomaram parte nas Cerimónias comemorativas do dia 13 de Maio, se encontravam particularmente unidos ao Sucessor de Pedro no dia do seu aniversário natalício, louvando a Deus pela sua vi­da e rezando para que se realizem os anseios e votos do seu coração de Pastor da Igreja e da humanidade inteira.

Desempenho-me do honroso encargo de agradecer, da parte de Sua Santidade o Papa, os sentimentos de afecto e adesão afirmados e os votos expressos, que Ele retribui formulando também um, no qual de bom grado inclui todos os fiéis confiados aos seus cuidados pastorais: "Ninguém queira excluir-se do abraço do Pai. Ninguém se porte como o irmão mais velho da parábola evangélica que se re­cusa a entrar em casa para festejar (cf. Lc 15, 25-30). A alegria do perdão seja mais forte e maior do que todo o ressentimento" (Bula de proclamação do Grande Jubileu do ano 2000, n' 11). Implorando a abundância da misericórdia celeste sobre toda a Igreja de Deus que peregrina em Leiria-Fátima para poder com a graça do Espírito San­to acolher, viver e anunciar condignamente Jesus Cristo Senhor, o "grande Mistério da Piedade que Se manifestou na carne,,(cf. 1 Tim 3,16) há dois mil anos, o Santo Padre concede-lhe a implorada Bên­ção Apostólica.

Aproveito a oportunidade para lhe reiterar a expressão de sen­timentos de estima fraterna em Cristo

t G.B. RE, SUSTo

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FÁTIMA

MOVIMENTO DA MENSAGEM DE FÁTIMA

Hoje com mais de cem mil associados, o Movimento da Mensa­gem de Fátima (MMF) desenvolve a sua acção em torno de três áreas apostólicas distintas - a Oração, os Doentes e as Peregrinações. To­das as intervenções do Movimento são desenvolvidas em sintonia com os secretariados diocesanos e paroquiais, espalhados pelo país. Na área da "Oração" o MMF pretende, acima de tudo, "ensinar a re­zar e divulgar as devoções recomendadas pelo Anjo de Portugal e Nossa Senhora de Fátima", explica o P. Manuel de Sousa Antunes, actual assistente nacional do Movimento.

Ao nível dos "Doentes", o Movimento "colabora na organização de retiros, encontros e visitas", nomeadamente no que respeita a transportes, estadias e programas a desenvolver em Fátima. O MMF concretiza 38 retiros anuais, cada um deles contando com a partici­pação de 100 doentes. Os retiros têm por norma uma duração de três dias. O P. Antunes explica que estas acções se repetem anualmente e que contam com o especial apoio do Santuário de Fátima.

No que respeita às "Peregrinações", a acção do Movimento dis­tingue-se pelo especial apoio prestado aos peregrinos que se deslocam a pé de todo o País para o Santuário de Fátima. Neste acolhimento, o MMF tem como aliados a Ordem de Malta, a Cruz Vermelha, a OCA­DAP instituições religiosas, paroquiais, associações de bombeiros vo­luntários e escuteiros.

Ainda relativamente ao serviço dedicado às "Peregrinações", o Movimento, em sintonia com os secretariados diocesanos e paro­quiais, promove e organiza várias peregrinações a "lugares de culto mariano", Um dos circuitos com grande adesão e participação é, in­forma O Major Francisco Neves presidente do Movimento, "aquele que começa em Tuy, passa por Pontevedra e termina em Santiago de Compostela".

O Movimento da Mensagem de Fátima tem ainda sob a sua res­ponsabilidade a Casa Jovem, no Santuário de Fátima. Aberta a to­das as crianças e jovens, esta secção procura "divulgar a Mensagem

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Mariana" através de três níveis de catequese, consoante o "grau de espiritualidade exigida". O objectivo último é a sensibilização para "a adoração ao Santíssimo Sacramento". Francisco Neves comenta que a intenção é levar os jovens a "proceder como Francisco Marto, que se refugiava junto do Sacrário para falar com Jesus escondido". Neste sentido, foijá editado um guião "de adoração eucarística ao jei­to dos Pastorinhos".

A primeira intenção vocacionada para a sensibilização da Men­sagem de Fátima surge pela mão do Cónego Manuel Nunes Formi­gão que, em 1924, concretizou uma confraria especialmente dedicada ao apostolado da Mensagem de Fátima, que se viria a espalhar por todo o país. Passados dez anos, e no seguimento da publicação do de­creto de aprovação das Aparições (datado de 13 de Outubro de 1930), D. José Alves Correia da Silva, ao tempo bispo da diocese de Leiria, instituiu a Pia União dos Cruzados de Fátima. A estes "cruzados" ca­beria a responsabilidade de levar às paróquias de todo o país a Men­sagem de Fátima e o real sentimento de veneração à Virgem. A Pia União torna-se então um movimento Laico.

Em 1984, a Conferência Episcopal Portuguesa decidiu transfor­mar a Pia União dos Cruzados de Fátima num movimento institucio­nal, com estatutos próprios e uma direcção definida. Esta mudança formal levou à criação dos Secretariados Diocesanos e Paroquiais, que depressa começaram a desenvolver uma dinâmica importante para que o movimento funcionasse em perfeita sintonia em todo o país.

A denominação "Movimento da Mensagem de Fátima" apenas surge em 1994, por decisão da Conferência Episcopal Portuguesa. A mudança do nome deste movimento veio no sentido de se retirar a co­notação negativa que sugeria a denominação "cruzados".

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BEATIFICAÇÃO DOS VENERÁVEIS SERVOS DE DEUS

FRANCISCO MARTO E JACINTA MARTO

DECRETO SOBRE O MILAGRE

Às 12h10 do dia 28 de Junho de 1999, na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano, na presença do Santo Padre, foi pro­mulgado o Decreto da Congregação das Causas dos Santos sobre de­zoito processos, entre os quais foram apresentados para beatificação os videntes de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, através dos quais a Mãe de Cristo recomendou a toda a Igreja a oração perseverante, a conversão do coração e a penitência como meios insubstituíveis de santidade e instrumentos de perfeição.

Apresentamos, na íntegra, a tradução do Decreto, escrito em Latim, que se refere aos videntes de Fátima.

((Os veneráveis servos de Deus Francisco e Jacinta Marto nasce· ram em Aljustrel, aldeia da paróquia de Fátima, na diocese de Lei­ria-Fátima. Francisco nasceu no dia 11 de Junho de 1908 e sua irmã Jacinta no dia 11 de Março de 1910. Na sua humilde família, apren­deram a conhecer e a louvar a Deus e a Virgem Maria. No ano de 1917, enquanto pastoreavam o rebanho, juntamente com a prima, Lúcia dos Santos, tiveram a graça singular de ver várias vezes a San· tíssima Mãe de Deus, na Cova da Iria. Desde então, os servos de Deus não tiveram outro desejo a não ser fazer em tudo a vontade de Deus e contribuir para a salvação das almas e para a paz no mundo, pela oração e penitência. Em pouco tempo alcançaram uma extraordiná­ria perfeição cristã. Francisco adormeceu no Senhor no dia 4 de Abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de Fevereiro de 1920.

As causas de beatificação e canonização começaram no ano de 1952. O Sumo Pontífice João Paulo II, no dia 13 de Maio de 1989, afirmou que ambas as crianças exerceram de modo heróico as virtu­des teologais, cardeais e outras.

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BEATIFICAÇÃO DOS VENERÁVEIS SERVOS DE DEUS _________ _

Com vista à beatificação, a Postulação submeteu ao exame da

Congregação das Causas dos Santos uma presumível cura milagro­sa, atribuída à sua intercessão. O caso refere-se a Maria Emília San­tos, portuguesa, a qual em 1946, quando tinha dezasseis anos, começou a sofrer de febres reumáticas, com leve defeito no andar. Dois anos depois, teve dores mais fortes nas pernas, com a perda dos mo­vimentos. Suspeitando-se da presença de um processo inflamatório vertebro-medular, de provável natureza tuberculosa, foi sujeita a uma intervenção cirúrgica à coluna vertebral, mas sem sucesso, pois nâo conseguia andar, devido às fortes dores nos membros inferiores. Na Universidade de Coimbra foi sujeita a uma segunda intervenção. A situação agravou-se ainda mais, por ter aparecido urna paraplegia completa dos membros inferiores. Maria Emília ficou estendida nu­ma dura cama, conseguindo somente mexer a cabeça e as mãos. In­ternada em 1978 no hospital de Leiria, por ter surgido uma síndroma febril não bem definida, permaneceu seis anos sem conseguir obter um diagnóstico preciso. Dada a incapacidade da ciência, depois de 22 anos de imobilidade, a doente recorreu com confiança ao auxílio di­vino, pela intercessão dos servos de Deus Francisco e Jacinta Marto. No dia 25 de Março de 1987, a doente sentiu inesperadamente calor nos pés e conseguiu sentar-se, o que lhe era impossível desde há mui­to tempo. No dia 20 de Fevereiro de 1989, conseguiu levantar-se e dar espontaneamente os primeiros passos sem dores; em seguida cami­nhou livremente, com a ajuda de um bordão.

Sobre a cura, considerada milagrosa, a Cúria de Leiria instruiu, em 1997, um inquérito diocesano cuja validadejurídicafoi reconhe­cida pela Congregação das Causas dos Santos, pelo decreto de 21 de Novembro do mesmo ano. O Colégio Médico do Dicastério, na sessão do dia 28 de Janeiro de 1999, declarou por unanimidade que a cura foi rápida, completa, duradoura e cientificamente inexplicável. No dia 7 de maio do mesmo ano, realizou�e a Reunião Peculiar dos Con­sultores Teólogos e no dia 22 de Junho seguinte a Sessão Ordinária dos Padres Cardeais e Bispos, sendo Ponente da Causa o Eminentís­simo Cardeal André Maria Descur. Em ambos os encontros, quer dos Consultores quer dos Cardeais e Bispos, colocada a dúvida se se tra­tava de um milagre divino, a resposta foi afirmativa.

Finalmente, feita a cuidadosa relação de todos estes factos ao Sumo Pontífice João Paulo II pelo subscrito Prefeito, Sua Santidade,

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BEATIFICAÇÃO DOS VENERÁVEIS SERVOS DE DEUS

aceitando os votos da Congregação das Causas dos Santos, mandou que o decreto da referida cura milagrosa fosse promulgado.

Tendo sido realizado o que acima está dito, convocados no dia de hoje o subscrito Prefeito, o Cardeal Ponente da Causa, e eu próprio, Bispo Secretário da Congregação, e todos os outros que costumam ser convocados, e na sua presença, o Beatíssimo Padre declarou: Conta que se trata de um milagre operado por Deus, pela intercessão dos Servos de Deus Francisco Marto, menino, e Jacinta Marta, menina, isto é, a cura rápida, completa e duradoura de Maria Emília santos de uma "paraplegia da probabile mielite transversa, della durata di circa 22 anni, in assenza di patologia psichica".

Sua Santidade quis também que este decreto se tornasse público e fosse transcrito nas actas da Congregação das Causas dos Santos.

Dado em Roma, no dia 28 do mês de Junho do ano do Senhor de 1999.

t J OSÉ SARAIVA MARTINS Arcebispo Titular de Tuburnica - Prefeito

t EDUARDO NOWAK Arcebispo Titular de Luni - Secretário

NR. - Os meios de comunicação social, que emprestaram bastante relevo à notícia do decreto sobre o milagre que dará motivo à beatificação de Francisco e Jacinta Marto, também jd disseram que os serviços centrais da Igreja calendarizaram para o próximo ano a cerimónia da Beatificação em Roma; ao mesmo tempo foram dizendo que os Bispos de Portugal renovaram o convite / pedido ao Papa João Paulo II para que venha de novo a Fá­tima e então celebre a beatificação dos dois pasto­rinhos. Em Roma ou em Fátima, a Beatificação de Francisco e Jacinta Marta será de festa e apelo.

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o QUE SERÁ O INFERNO? Na alocução da audiência geral de 28 de Julho, disse Sua Santidade o

Papa João Paulo II: L Deus é Pai infInitamente bom e misericordioso. Mas o homem, cha­

mado a responder-Lhe na liberdade, pode infelizmente optar por rejeitar de maneira definitiva o Seu amor e o Seu perdão, subtraindo--se assim, para sempre, à alegre comunhão com Ele. Precisamente esta trágica situação é apontada pela doutrina cristã, quando faJa de perdição ou inferno. Não se tra­ta de um castigo de Deus infligido a partir do exterior, mas do desenvolvi­mento de premissas já postas pelo homem nesta vida. A própria dimensão de infelicidade que esta obscura condição traz consigo, pode ser de algum modo intuída à luz de algumas das nossas terríveis experiências, que tornam a vida, como se costuma dizer, um "inferno". Em sentido teológico, contudo, o inferno é outra coisa: é a última consequência do próprio pecado, que se vi· ra contra quem o cometeu. É a situação em que definitivamente se coloca quem rejeita a misericórdia do Pai, também no último instante da sua vida.

2. Para descrever esta realidade, a Sagrada Escritura serve-se de uma linguagem simbólica, que aos poucos assumirá aspectos bem definidos. No Antigo Testamento, a condição dos mortos ainda não estava plenamente ilu· minada pela Revelação. Com efeito, pensava-se em geral que os mortos es· tivessem recolhidos no sheol, um lugar de trevas (cf. Ez 28, 8; 31, 14; Jb 10, 21 S.; 38, 17; SI 30, 10; 88, 7 . 13), uma fossa da qual não se sobe (cf. Jb 7, 9), um lugar onde não é possível louvar a Deus (cf. Is 38, 18; SI 6, 6).

O Novo Testamento projecta nova luz sobre a condição dos mortos, so· bretudo anunciando que Cristo, com a Sua ressurreição, venceu a morte e estendeu o Seu poder libertador também ao reino dos mortos.

A redenção, contudo, continua uma oferta de salvação que compete ao homem acolher em liberdade. Por isso cada um será julgado "segundo as suas obras" (Ap 20, 13). Recorrendo a imagens, o Novo Testamento apresen­ta o lugar destinado aos operadores de iniquidade como uma fornalha ar­dente, onde há "choro e ranger de dentes" (Mt 13, 42; cf. 25, 30.41), ou como a Geena de "fogo inestinguível" (Me 9, 43). Tudo isto é expresso de modo nar­rativo na parábola do rico avarento, na qual se precisa que o inferno é o lu­gar de pena definitiva, sem possibilidade de retorno ou de mitigação do sofrimento (cf. Lc 16, 19-31).

Também o Apocalipse representa de maneira simbólica, num "lago de fogo", aqueles que não estão inscritos no livro da vida, indo assim ao encon­tro da "segunda morte" (Ap 20, 13 s.). Quem, portanto, se obstina a não abrir­-se ao Evangelho predispõe-se a "uma ruína eterna, longe da face do Senhor e da glória do seu poder" (2 Ts 1, 9).

(Continua na pág. 118)

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COMUNICADO DO CONSELHO PERMANENTE

DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA Sobre o Projecto de Lei que "reforça as garantias do direito à saú­

de reprodutiva" recentemente aprovado na Assembleia da República:

1 - A Assembleia da República aprovou um Projecto de Lei, com um título ambíguo - "garantias do direito à saúde reprodutiva" -que se afasta ou desconhece, em vários pontos, a dimensão moral das matérias tratadas. É esse o motivo que nos leva a tomar posição, na linha da missão da Igreja de contribuir para o esclarecimento e rec­ta formação da consciência dos cristãos e, mesmo, da população em geral.

Parece ser objectivo deste Projecto de Lei encontrar soluções pa­ra problemas graves e reais que existem na nossa sociedade. Os pro­blemas existem e são efectivamente graves. Perante eles, a Lei agora aprovada, esquecendo lamentavelmente os males que estão na raiz, opta, mais uma vez, pela via das soluções pragmáticas, aliás de efei­to não garantido. Ignora-se que, por mais graves que sejam os pro­blemas, não há soluções humanamente dignas e válidas se são encontradas à custa do menosprezo pela dignidade da pessoa huma­na, que se deve exprimir na moralidade das soluções apresentadas.

Esquecidos os critérios éticos e culturais, resta a reacção, inter­veniente e positiva, da consciência dos cidadãos, sobretudo dos pais e dos educadores, aproveitando todos os meios e momentos de inter­venção que o próprio texto legal prevê e permite.

2 - No que à educação sexual diz respeito, é grave a equação fei­ta do binómio educação/informação, reduzindo, praticamente, a pri­meira à segunda. Concordamos que há passos a dar na forma de inserir na educação, em todas as suas instâncias e níveis etários, a educação sexual enquanto descoberta da vida como relação generosa e comprometida, formação para o dom, generoso e gratuito, cultivo da delicadeza, da beleza e da ternura. A sexualidade é o dinamismo mais abrangente do homem; e se não há formação integral sem educação

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COMUNICADO DO CONSELHO PERMANENTE

da sexualidade, esta não pode ser isolada da riqueza da personalida­de, com as suas componentes somáticas, psicológicas, espirituais e morais.

A educação sexual supõe a informação sobre os ritmos da sexua­lidade humana, mas não se pode reduzir a ela. A informação tem de ser integrada na descoberta global do sentido humano e espiritual da sexualidade; ao contrário, a informação fisicista e mecãnica dos rit­mos da sexualidade, pode tornar-se degradante para o crescimento global da pessoa.

3 - É por isso que a informação deve ser feita pelas entidades a quem compete garantir a educação na sua integralidade, com prio­ridade para a família, sem excluir a escola, os grupos ou movimen­tos em que as crianças e os jovens se integram, as Igrejas nas suas estruturas formativas.

O papel preponderante reservado à escola no texto legal é proble­mático e que só se explica pela prioridade dada à informação. A famÍ­lia é relegada para a possível intervenção das associações de pais nas decisões da escola. A visão interdisciplinar da educação sexual é cor­recta, o que exige a qualidade formativa dos docentes, num horizonte global da personalidade do aluno e no respeito por um quadro cultu­ral de valores sobre que assente um projecto educativo conhecido e aceite por todos. A informação sobre os mecanismos da sexualidade, no contexto da escola, isolada dessa perspectiva de formação global, pode levar a riscos na formação, que nenhum resultado prático justifica.

No futuro quadro legal instituído por esta Lei, os Pais, os Pro­fessores e responsáveis de escolas tem uma responsabilidade acres­cida para garantir que a escola seja lugar de formação, em sintonia com a família e não lugar de agressão dos mais delicados sentimen­tos das nossas crianças e dos nossos jovens.

4 - A doutrina exposta no texto legal sobre o planeamento fa­miliar afasta-se da doutrina católica sobre este assunto. O planea­mento familiar é uma necessidade e um direito. Mas a sua concepção não pode ser redutora. Só a consciência das pessoas, depois de recta­mente informadas, pode assumir o caminho escolhido, aceitando, pe­rante si mesmos, perante a comunidade e perante Deus, os riscos físicos, psicológicos e morais dessa escolha.

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COMUNICADO DO CONSELHO PERMANENTE

A preocupação mecanicista de resultados eficazes, menospre­zou o enquadramento cultural e ético das questões, lacuna grave nu­ma época dominada por um constante apelo ao sexo; isso é tanto mais grave quando sabemos que não é só a ignorância, mas, sobretudo, o desregramento dos costumes, que contribuem para a multiplicação de casos de aborto.

5 - É lamentável que a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis quase se limite à distribuição gratuita de preservati­vos nos estabelecimentos de ensino e nos locais de trabalho. É a ab­dicação total da perspectiva educativa. As nossas famílias e os nossos jovens mereciam melhor

Lisboa, 16 de Julho de 1999.

ACAMPAMENTO REGIONAL DO C.N.E.

"VIDAS COM SENTIDO" - Foi este o tema do XVII Acampamento do Corpo Nacional de Escutas de toda a região de Leiria, que se realizou na Quinta da Várzea, na freguesia da Batalha de 3 a 9 de Agosto.

Enquanto durou o acampamento os cerca de 800 escuteiros participan­tes entregaram-se às actividades habituais de campo, com o entusiasmo e a alegria que os caracteriza.

O domingo foi o grande dia, com a visita dos pais, arraial, iniciado com almoço de sardinhada e churrasco, animação pelos agrupamentos com mú­sicas e teatros nos dois palcos disponíveis. Durante a Eucaristia presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim, os escuteiros e chefes renovaram a sua promessa de fidelidade ao ideal escutista. Ao fim da tarde ocorreu uma sessão solene com a presença do Senhor Bispo, dos presidentes das Câma­ras da Batalha e Leiria, bem como de outras entidades civis.

À noite realizou-se o tradicional Fogo de Conselho, um dos momentos mais marcantes do acampamento, pois serviu para cada aldeia apresentar aquilo que os seus membros foram descobrindo ao longo destes dias, através de músicas, mimicas e até apresentações multirnédias.

Durante O acampamento, e aproveitando a generosidade própria dos escuteiros, o Hospital de Leiria fez uma recolha de dádivas de sangue dos chefes e caminheiros presentes.

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o QUE SERÁ O INFERNO? (Continuação da pág. 114)

3. As imagens com que a Sagrada Escritura nos apresenta o inferno de­vem ser interpretadas de maneira correcta. Elas indicam a completa frus­tração e vazio de uma vida sem Deus. O inferno está a indicar, mais do que um lugar, a situação em que se vai encontrar quem de maneira livre e defi­nitiva se afasta de Deus, fonte de vida e de alegria. Assim resume os dados da fé sobre este tema o Catecismo da Igreja Católica: «Morrer em pecado mortal sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor misericordioso de Deus é a mesma coisa que morrer separado d'EIe para sempre, por livre escolha própria. E é este estado de auto--exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela palavra "Inferno",) (n. 1033).

A "perdição" não deve, por isso, ser atribuída à iniciativa de Deus, pois no Seu amor misericordioso Ele não pode querer senão a salvação dos seres por Ele criados. Na realidade, é a criatura que se fecha ao Seu amor. A "per­dição" consiste precisamente no definitivo afastamento de Deus, livremen­te escolhido pelo homem e confirmado com a morte que sela para sempre aquela opção. A sentença de Deus ratifica este estado.

4. A fé cristã ensina que, no delineamento do "sim" e do "não", que ca­racteriza a liberdade da criatura, alguém já disse não. Trata-se das criatu­ras espirituais que se rebelaram contra O amor de Deus e são chamadas demónios (cf. Concílio Lateranense N: DS 800-801). Para nós, seres huma­nos, esta sua vicissitude soa como advertência: é apelo contínuo a evitar a tragédia a que o pecado leva e a modelar a nossa existência segundo a de Je­sus, que se desenvolveu no sinal do "sim" a Deus.

A perdição continua urna real possibilidade, mas não nos é dado co­nhecer, sem especial revelação divina, se e quais os seres humanos que ne­la estão efectivamente envolvidos. O pensamento do inferno - e menos ainda a utilização imprópria das imagens bíblicas - não deve criar psico­ses ou angústia, mas representa uma necessária e salutar advertência à liberdade, no interior do anúncio de que Jesus Ressuscitado venceu Sata­nás, dando-nos o Espírito de Deus, que nos faz invocar "Abbà, Pai" (Rm 8, 15; Gl 4, 6).

Esta perspectiva rica de esperança prevalece no anúncio cristão. Ela está reflectida de maneira eficaz na tradição litúrgica da Igreja, como teste­munham por exemplo as palavras do Cânone Romano: "Aceitai com benevo­lência, ó Senhor, a oferta que nós, vossos ministros e a vossa família inteira, Vos apresentamos . . . salvai-nos da perdição eterna, e acolhei-nos no reba­nho dos eleitos".

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MENSAGEM DO SANTO PADRE POR OCASIÃO DO IV

ENCONTRO INTERNACIONAL DE SACERDOTES,

REALIZADO NA TERRA SANTA

FIDELIDADE À IDENTIDADE SACERDOTAL

Estar sempre mais « no» mundo, mas ser cada vez menos «do» mundo.

De 22 a 27 de Junho realizou-se na Tetra Santa a IV Encontro Internacional de Sacerdotes em preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, prosseguindo a mesma linha de orientação dos encon­tros precedentes realizados em Fátima, Yamoussoukro e México. Cerca de 600 prelados e presbíteros provenientes do mundo inteiro participaram na Missa de abertura, na Basílica de Nazaré, presidi­da pelo Cardeal Gantin, e em seguida dedicaram os dias da reunião, em Nazaré (22 24) e em Jerusalém (25-27), a reflexão sobre os vá­rios aspectos da identidade e missão do sacerdote. O encerramento contou com a Concelebração eucarística presidida pelo Cardo Dario Castrillon Hoyos, Prefeito da Congregação para o Clero, na igreja do mosteiro do "Pai Nosso", no Monte das Oliveiras, durante a qual re­ceberam a Ordenação sacerdotal três diáconos, respectivamen te um Legionário de Cristo e dois da Congregação de S João Foi anuncia­da também a data do próximo Encontro;o Internacional, a realizar­-se em Roma durante o Jubileu do Ano 2000, entre os dias 14 e 18 de Agosto.

Unindo-se espiritualmente aos participantes neste Encontro, O Santo Padre enviou-lhes uma especial Mensagem de exortação e de bênção, que agora publicamos, com subtítulos, que são da Re­dacção.

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MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS SACERDOTES __________ _

1. Identidade e Verdade

Caríssimos sacerdotes!

Com profundo afecto e intensa alegria dirijo-me a vós que par­ticipais, na Terra Santa, no vosso IV Encontro Internacional em pre­paração para o Grande Jubileu do Ano 2000.

Estamos para entrar num novo milénio, o terceiro da encarna­ção do Verbo. Numerosos são os desafios que se apresentam no nos­so horizonte mas, podendo contar com Aquele que venceu o mundo e nos assegurou que está connosco até ao fim dos tempos Ccf. Mt 28, 19-20), não temos motivo para temer as incógnitas do futuro. Teme­mos, antes, não ser testemunhas de Cristo tais como os tempos e as circunstancias requerem.

O único interrogativo, portanto, que nos deve inquietar é acer­ca da fidelidade, a ser renovada cada dia, à nossa identidade, porque a identidade é verdade: verdade do ser, da qual deriva a verdade do agir, a verdade do nosso ministério pastoral.

2. Quem dizemos que é Cristo?

Jesus está diante de nós e pergunta-nos, com% utrora aos Apóstolos: «E vós quem dizeis que Eu sou". Hoje reina muita confu­são a respeito disso. As respostas muitas vezes acabam por identifi­car, pelo menos na prática, Cristo com um iluminado, com uma sagaz mestre moral, com um fascinante filantropo.

A identidade de Jesus não é um dentre tantos problemas: é a questão fundamental, pois da resposta a ela depende a inteira pano­râmica sobre o homem, a 'Sociedade, a história, a vida, a morte e so­bre aquilo que está para além dela.

No que se refere à Igreja não menos do que a nós, tudo está fir­me ou em ruína em relação à fé em Jesus de Nazaré. '<Vós - e Jesus agora interpela-nos - quem dizeis que Eu sou?». Conhecemos a res­posta que Simão Pedro deu na região de Cesareia de Filipe, em no­me de todos os discípulos: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo,,! Assim respondeu outrora Pedro e assim ele continuou a responder ao longo dos séculos, através dos seus Sucessores. Assim ele responde

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MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS SACERDOTES

hoje, de Roma, em nome também de todos vós: «Tu és o Cristo, O Fi­lho de Deus vivo,,! Esta é a identidade de Cristo; e tal identidade es­tá no fundo da nossa identidade.

3. Ontologia e Deontologia

Caríssimos! Vós estais ontologicamente configurados a Cristo Sacerdote, a Ele Cabeça e Pastor razão por que com toda a verdade se pode bem dizer com a inteira Tradição, que cada Sacerdote é «al­ter Christus». Sobre esta vossa ontologia se funda a consequente deontologia.

Cristo desejava ardentemente compartilhar com os homens o seu único sacerdócio. Por isso, quando sentou no Cenáculo para a Ul­tima Ceia, disse aos Apóstolos: «Desejei ardentemente comer convos­co esta páscoa, antes de padecer". Então, tendo tomado o pão, deu graças, partiu-o e deu-lho dizendo: «Isto é o Meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em Minha memória" (Le 22, 15.19). Nos lábios de 'nosso Senhor, estas palavras significam que Ele dá o po­der e o dever de renovar e tornar presente o evento do Cenáculo du­ran te todas as épocas da história.

Deste modo Cristo, graças a vós Sacerdotes, está sempre sacra­mentalmente presente na sua Igreja (cf. Sacrosanctum Concilium, 7). Vós agis «em nome de Cristo e na pessoa de Cristo" (Lumen gen· tium, 28). Sois vós que anunciais com autoridade o Evangelho. Cris­to fala através de vós: acontece assim que «Cristo anuncia Cristo)�. Quem oferece a Eucaristia? Vós mas não sozinhos: por meio de vós é Cristo que age «Ele que, tendo-Se oferecido uma vez na cruz, Sé ofe­rece ainda a Si mesmo mediante o ministério dos Sacerdotes" (Cone. Tlid., Sess. XXII, 17/9/1562, Doct. De ss. Missae sacrificio, cano 2, cr. Cone. Vat. II, Consto Sacrosanctum Concilium, 7). Quem concede a absolvição sacramental das culpas cometidas? Vós Sacerdotes, mas não sozinhos: é Cristo que perdoa por vosso intermédio. Vós sois os «administradores dos mistérios de Deus" (I Cor 4, 1).

Graças à Ordenação, em sentido ontológico sois testemunhas de Cristo no serviço da Palavra é dos Sacramentos; sois, contempora­neamente, o real testemunho de Cristo único Sacerdote. No momen­to da Ordenação recebestes um novo modo de ser. Estais marcados pelo carácter sacerdotal que é um real sinal espiritual, incancelável.

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MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS SACERDOTES

Esse carácter não vos separa da humanidade: ao contrário, põe-vos no seu centro, para poderdes colocar-vos ao seu serviço. Com efeito, o carácter sacerdotal insere--vos no sacerdócio de Cristo, que é «a cha­ve, o centro e o fim de toda a história humana" (Gaudium et spes, 10), «o alfa e o ómega" (ibid" 45) das realidades visíveis e invisíveis,

4. Fazer da pastoral vocacional uma prioridade

Caríssimos! Como seria possível as águas salutares da Reden­ção se derramarem para todas as gerações, se vós não existísseis? Da clareza e da certeza da vossa identidade nasce a consciência do vos­so absoluto aspecto insubstituível na Igreja e no mundo,

O bom Pastor, por meio de vós, continua a ensinar, a santificar, a guiar, a amar todas as pessoas, de todas as culturas, de cada con­tinente, de cada tempo, Por esta razão, s6 a vós compete o título de pastores e, visto que não há salvação senão em Cristo e Ele deve ser anunciado até aos confins da terra, não é possível cruzar o limiar do terceiro milénio sem fazer da pastoral vocacional uma prioridade, Se o mundo não pode prescindir de Cristo, nem sequer pode prescindir dos seus Sacerdotes,

Da Terra da encarnação do Verbo, da Terra por Ele percorrida, imersos no ar por Ele respirado, iluminados pelo sol que iluminou os Seus passos, caros Sacerdotes, proclamai a todos quem é Jesus de Nazaré, dizei que só n'Ele está a completa realização do homem, só n'Ele o verdadeiro progresso, só n'Ele a plena justiça e a paz, só n'Ele a alegria sem sombras, só n'EIe o verdadeiro e pleno humanismo, que encontra o seu coroamento na salvação eterna.

Com a vossa própria presença dizei quem e o Sacerdote qual é a sua identidade, mostrai a vossa impossibilidade de serdes substituí­dos, a necessidade do alargar-se do vosso ministério pastoral no in­terior do presbitério unido de modo estreito à volta do seu Bispo, Empenhai-vos em fazer com que cada homem compreenda que, se o lugar da Eucaristia é absolutamente central na comunidade, de igual modo é central, precisamente em relação a ela, a pessoa do Sacerdo­te, Lá onde escasseassem as presenças sacerdotais, elas não poderiam ser substituídas, mas antes deveriam ser imploradas com maior in­sistência por parte da inteira comunidade, com a oração pessoal e co­munitária, com a penitência e a santidade específica dos Sacerdotes,

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MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS SACERDOTES

5. Orgulhosos . . . e humildes!

Caríssimos! No pleno cumprimento do «múnus» petrino, quero confinnar-vos nesta fé na identidade de Cristo e na vossa identida­de de «outros Cristas». Sede santamente orgulhosos de vos sentirdes «chamados» e sede humildes de modo particular diante de dignida­de tão grande, na consciência da fragilidade humana.

Obrigado a vós Sacerdotes que, como lãmpada, iluminais quem se aproxima de vós e, como sal, dais sabor ao viver. Obrigado por aquilo que fazeis e sobretudo por aquilo que sois. Com intensa como­ção quero agradecer a lodos aqueles Sacerdotes que, fiéis à própria identidade e missão, ainda sofrem nas mais diversas situações. Obri­gado pelo vosso suor, pelo vosso trabalho, pela vossa força, pelas vos­sas lágrimas, pelo vosso sorriso. Obrigado a Deus pela vossa existência!

E obrigado a vós, Sacerdotes dos dois milénios transcorridos que, fieis ate ao martírio à vossa identidade e missão, como precio­síssimos grãos de incenso vos consumis no fogo ardente da caridade pastoral e agora sois nossos intercessores no esplendor da Igreja ce­leste, sem ruga nem mancha. Obrigado pelo exemplo tão admirável!

Mas o meu agradecimento faz-se sobretudo «Te DeuTn» pelo dom do sacerdócio e torna-se exortação a vós, para que estejais sempre mais no mundo, mas sejais cada vez menos do mundo, para que vos saibais mostrar sempre a todos, com orgulho humilde, também com O imperioso sinal externo, por aquilo que sois: é o sinal de um servi­ço sem tréguas e sem idade, porque está inscrito no vosso « ser».

A Virgem, que nos foi dada de modo muito singular como Mãe do eterno Sacerdote, confio com terno afecto cada um de vós. Nas suas mãos unidas deponho, para cada um, O humilde pedido da per­severança e o empenho de deixar aos irmãos, como herança, pelo me­nos um continuador daquele único sacerdócio que vive e urge de amor em nós.

A todos abençoo juntamente com as almas que o Sumo e Eter­no Sacerdote vos confiou e que ainda colocará no vosso caminho.

Vaticano, 19 de Junho de 1999.

Joannes Paulus II

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xx COLÓQUIO EUROPEU DE PARÓQUIAS

Conclusões gerais "Se encontrares outra pessoa, se passares diante de alguém de outra

cultura, então tira os teus sapatos. Senão, corres o risco de espezinhar um sonho mais verdadeiro que o teu. Esquecer-te--ias muito simplesmente que Deus estava lá bem antes de tu chegares."

L Este Colóquio foi verdadeiramente exemplar, quer no seu conjunto, quer, em especial, no Trabalho de Grupos. O clima fraterno permitiu que ca· da um pudesse expressar-se com verdade e facilitar o trabalho em comum. Este encontro foi verdadeiramente modelar e permitiu uma troca de opiniões muito frutuosa entre europeus. Isto manifestou-se na riqueza da descober­ta das diferenças a nível, quer da sociedade, quer da Igreja, sobretudo entre o Leste e o Ocidente. O interesse e a clareza dos debates, permitiram pro­gressos reais na compreensão dos temas abordadosj a diversidade cultural e religiosa é perceptível mesmo nas comunidades paroquiais.

2. Convidados a sair do seu pequeno mundo, os participantes toma­ram consciência da necessidade de aprender o diálogo e a escuta, evitando juizos de valor e dando lugar ao outro, seja no interior da sua Igreja, seja no mundo e na sociedade. Isto implica uma visão renovada da Igreja em diálo­go com o mundo, uma nova atitude de Igreja feita de acolhimento e de hu­mildade e uma nova disposição da Igreja para perceber a presença de Deus em todo o ser hwnano. Aliás, o diálogo com as outras culturas e as outras re­ligiões leva sempre aquele que se mete por esse caminho a aprofundar a sua fé e a enriquecer a sua comunidade.

3. A obra de Deus é muito mais vasta do que aquilo de que nos aperce­bemos à primeira vista. O próprio Cristo ensina que os valores do Reino de Deus vão muito além dos critérios pelos quais dizemos que alguém faz par­te da Igreja. Todavia, a Igreja é sacramento deste Reino. Contando com a Igreja e assentando nela a sua fé, o cristão sente-se muito mais enviado a escutar, a encontrar-se e servir, humildemente, os seus contemporâneos. É no seio da própria vida, de qualquer vida, que o Espírito Santo marca encon­tro com cada um. Todos somos atingidos por este Espírito. Através da Pala­vra e dos Sacramentos - mas também para além deles - as Paróquias podem ser mediadoras de tais encontros, simultaneamente contemplativas no louvor e activas nos serviços dos pobres, dos marginais, dos refugiados e de todos os que sofrem.

(Continua na pág. 150)

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MAIS ORDENAÇÕES PRESBITERAIS EM PORTUGAL

NO ANO 1999

A Igreja Católica em Portugal celebra, com alegria, o sacramen­to da ordem. Em cada ano pastoral, as ordenações diaconais e presbi­terais repetem-se por todas as Dioceses e nas diferentes Congregações Religiosas e são, sempre, motivo de renovada comunhão eclesial e no­vo ardor pastoral.

O fim do ano lectivo é a ocasião escolhida, pela maioria das Dio­ceses, para celebrar as ordenações. É por essa razão que, nesta edi­ção da Agência Ecclesia, queremos percorrer a Igreja do Minho às Ilhas para descobrir os números e as mensagens que marcaram ou virão a marcar as comunidades eclesiais em dia de ordenações duran­te este ano de 1999.

Na Diocese de Viana do Castelo foram já ordenados, a 31 de Ja­neiro, 1 Presbítero e 3 Diáconos. Uma oportunidade para o Bispo da Diocese recordar que "Os sacerdotes são dispensadores dos bens es­pirituais e o maior contributo que eles podem levar à comunidade é a proposta dos valores perenes do Evangelho". Viana do Castelo viu ainda serem ordenados 3 presbíteros, a 25 de Julho, prevendo-se que, em Novembro, novas ordenações aconteçam.

D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real, ordenou, no passa­do dia 4 de Julho, 1 presbítero e 1 diácono. Aos neoordenados e aos fiéis presentes sublinhou a necessidade de os jovens terem a cora­gem de deixar tudo para abraçarem o sacerdócio.

Na nova Catedral de Bragança foram ordenados, este ano, 5 sacerdotes. Foi no passado dia 10 de Julho, no mesmo diaem que ou­tros sacerdotes assinalaram datas jubilares.

Um dia depois, a 11 de Julho, D. Eurico Dias Nogueira presidiu, pela última vez como Arcebispo de Braga, às ordenações de 3 Pres­bíteros e 4 Diáconos e exortou os novos sacerdotes a serem fiéis à Igreja e cada vez mais zelosos no cuidado para com o povo de Deus.

No mesmo dia, a Diocese do Porto via "nascer" 16 novos padres (14 Diocesanos e 2 Religiosos, um dehoniano e outro da Sociedade Mis­sionária Boa Nova) e 5 diáconos (4 diocesanos e 1 Capuchinho). D. Ar­mindo Lopes Coelho, na celebração, salientou os aspectos positivos da

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MAIS ORDENAÇÕES PRESBITERAIS EM PORTUGAL

experiência do pré-seminário: "respeita as características etárias dos jovens, da vida e do crescimento no seio da família, da inserção no meio ambiente da escola, da juventude e da sociedade em geral". A opção e experiência do Pré-Seminário ajuda a amadurecer a vocação e a tor­nar porventura mais responsável a opção pela entrada no Seminário, quando sejulga oportuno, conveniente ou necessário",

Na Diocese da Guarda foi em Junho, no dia 27 que foram orde­nados um presbítero e dois diáconos. Na celebração, D. António dos Santos agradeceu o dom do neo-sacerdote e lembrou que, pelo sacra­mento da ordem, os presbíteros e os diáconos são chamados "a fazer do estatuto de Cristo o seu próprio estatuto". Recordou igualmente que eles são consagrados para "anunciar o Evangelho, santificar e apascentar o povo de Deus e celebrar o culto divino, principalmente no sacrifício do Senhor":

. . . Voltando ao litoral e ao dia 11 de Julho, deparamo-nos com a ordenação de sete diáconos permanentes e dois candidatos ao sa­cerdócio, em Aveiro. Uma oportunidade para D. António Marcelino lembrar que o diácono "é, por vocação, um servidor" e que o seu ser­viço pastoral se traduz "num amor gratuito a todos e muito especial­mente aos mais pobres e necessitados C .. ), aos mais carenciados de um digno estatuto humano, social e eclesial".

Na Diocese de Coimbra foi ordenado um presbítero diocesano no dia 27 de Junho. Durante a celebração, o Bispo de Coimbra, D. João Alves, apelou aos jovens para que sejam capazes de se entrega­rem ao serviço do Evangelho.

A 25 de Abril, na Diocese de Leiria-Fátima foram ordenados 4 presbíteros. Em Agosto, serão ordenados dois padres franciscanos. Prevê-se igualmente que, em Novembro, venham a acontecer novas ordenações. Em declarações à Agência Ecclesia, D. Serafun Ferreira e Silva afirmou que uma das suas preocupações, em dia de ordena­ções, é apelar aos novos sacerdotes que sejam leais e que se sintam realizados na sua missão.

Em Santarém foram ordenados 3 diáconos da Congregação da Missão, conhecidos por Lazaristas (Vicentinos), a 18 de Julho, e es­tá agendado para o dia 26 de Setembro a ordenação de dois presbí­teros e dois diáconos da Diocese.

No Patriarcado de Lisboa, no dia 4 de Julho, 5 presbíteros, 2 dio­cesanos e 3 frades menores (franciscanos), receberam o sacramento da

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MAIS ORDENAÇÕES PRESBITERAIS EM PORTUGAL

ordem. Na mesma celebração foram ainda ordenados 6 diáconos per­manentes. Diante dos neo--ordenados e seus familiares e amigos, D. Jo­sé Policarpo referiu que a escassez de vocações sacerdotais "não nos deve impedir de contemplar a maravilha da graça que constitui sem­pre o dom de um sacerdote". O Patriarca de Lisboa sublinhou ainda que "a falta de vocações não é nem um castigo, nem uma fatalidade, mas pode ser o sinal da fragilidade da nossa fé e da nossa esperança".

Em Setúbal, foi ordenado um presbítero no passado dia 13 de Junho, e está também agendada a ordenação de dois diáconos no dia 8 de Dezembro. Na celebração, D. Gilberto Canavarro dos Reis aler­tou para a necessidade de se rezar pelas vocações sacerdotais.

Na Diocese de Évora, D. Maurílio de Gouveia, no dia 4 de Ju­lho, quando foram ordenados 3 diáconos, alertou os seus diocesanos para a falta de vocações e para o facto de que aquela diocese ter fal­ta de Clero.

Em Beja, D. António Vitalino Dantas presidiu, pela primeira vez, ao sacramento da ordem na sua Diocese. Foi no passado dia 3 de Julho, quando ordenou um diácono. Nessa ocasião recordou que, numa diocese carenciada de presbíteros, é necessário que haja mais ministérios para que o povo de Deus seja bem atendido. Afirmando que Deus não escolhe apenas os santos para o servirem, apelou à res­posta generosa. Em Beja será ainda ordenado um vicentino, no pró­ximo dia 22 de Agosto e prevê-se ainda a ordenação de um outro presbítero.

No Algarve, D. Manuel Madureira Dias ordenou dois presbí­teros. Foi no dia 29 de Junho, dia em que o Bispo da Diocese lem­brou que "a missão do padre é ser formador de comunidades e ser anunciador da pessoa de Jesus Cristo".

Na Diocese do Funchal, no passado dia 8 de Abril, D. Teodoro de Faria ordenou um presbítero e afinnou que, "para se ser ordena­do presbítero e exercer a missão pastoral com entusiasmo crescente, é necessário amar verdadeiramente a Igreja". Nesta Ilha prevê-se ainda a ordenação de dois sacerdotes no dia 4 de Setembro.

Na Diocese de Angra do Heroísmo, D. António de Sousa Bra­ga ordenou um presbítero, não se prevendo mais ordenações até ao final do ano.

(Agência Eclesia, n." 736)

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NOTÍCIAS BREVES:

Macau, colónia portuguesa durante mais de 450 anos, mu­dará de administração a 20 de Dezembro próximo. Um acontecimento único e irrepetível, que de uma maneira ou de outra condicionou a vida de muitas pessoas neste peque­no território ao longo dos últimos anos.

No dia 7 de Agosto, o arcebispo de Nampula (Moçambique), D. Manuel Vieira Pinto, celebrou as bodas de ouro da sua ordenação sacerdotal.

o Santo Padre nomeou, em 24 de Fevereiro último, para bispo de Itumbiara (Goiás - Brasil) o sacerdote português padre António Lino da Silva Dinis.

A Rádio Renascença iniciou em finais de Junho um progra­ma informativo dirigido à comunidade timorense da Gran­de Lisboa, através do emissor Voz de Lisboa, designado ('Timor Sol Nascente".

Cerca de um quinto dos habitantes da União Europeia en­contram-se abaixo do limite de pobreza; 20 por cento dos mais ricos dividem entre si 40 por cento dos recursos.

"Igreja e Democracia" é um novo livro resultante de uma entrevista dos jornalistas Marujo e Wemans com D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa.

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UMA CATEQUESE AFECTIVA Uma catequese afectiva não significa descuido na aquisição de

conteúdos, nem fuga dos conflitos existenciais e sociais, nem refúgio num falso sentimentalismo, nem abstracção da historicidade e do compromisso dos cristãos na construção do Reino. Por outro lado, não se pode negar que há actualmente tendências de uma catequese com forte ênfase sentimental, centralizada no querigma que produz um sucesso imediato, pois responde ao quotidiano prático e a soluções fáceis.

No espírito da Exortação "Catechesi Tradendae", uma cateque­se afectiva quer antes de tudo criar uma nova postura decorrente de novas tendências antropológicas e metodológicas.

Uma catequese afectiva quer construir pessoas felizes, pessoas que têm um projecto, que descobrem as matrizes básicas de sua vo­cação e as põem ao serviço dos irmãos e do Reino.

AJgurnnas indicações

• Trabalhar os sujeitos da catequese numa sintonia entre ca­tequistas e catequizandos. Todos estão no mesmo caminho, apesar de ministérios diferentes.

• Recriar a realidade, dizendo-a. Isto é: criar novas relações de diálogo, de acolhimento, de respeito à diversidade de posiciona­mentos.

• Centralizar as forças na construção da pessoa nas suas di­mensões integradoras, mais do que em repetição de conteúdos. Para uma pessoa desintegrada o conteúdo agride. Uma pessoa em proces­so de integração, busca por si mesma aprofundamentos e razões da sua fé.

A vida é a chave geral da catequese. Mas uma vida integra­da na caminhada de fé e no seguimento de Jesus Cristo. A fé cristã é um mistério que se vai descobrindo, é um horizonte que vai se abrin­do, mais do que um corpo de doutrina.

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UMA CATEQUESE AFECTIVA

• Trabalhar uma nova antropologia ascendente, integrando a afectividade e o simbólico nas matrizes básicas da existência hu­mana. Toda a pessoa quer ser feliz. A catequese afectiva tem de ajudar as pessoas a encontrarem os caminhos da felicidade, da gra­tuidade.

• Trabalhar mais pela apreensão do real do que do racional. O quotidiano real está ferido, fragmentado especialmente no cam­po humano-afectivo. É bom lembrar que "frustrar alguém no amor é a mais terrível decepção; é uma perda para a qual não há compen­sação".

• Trabalhar a reflexão a partir de práticas, pois a "reflexão tor­na-se reflexão a partir de práticas".

• Usar uma linguagem mais narrativa e sapiencial do que dis­cursiva.

• Focar mais a dimensão da experiência de fé, do que o norma­tivo e dogmático, apesar deste ser verdadeiro. Dar uma linguagem afectiva ao dogmático.

• Redescobrir a linguagem do "coração" conforme o sentido bí· blico. Gravar no coração ou falar "de coração" num acto de amor, de entrega e de confiança.

• Apresentar um cristianismo que ajude o homem e a mulheI de hoje a situar-se no contexto do mundo moderno, urbanizado e plu· ralista.

• Procurar iluminação no jeito de Jesus se relacionar com os dis cípulos (Lc 12, 12), com as mulheres (Lc 13, 10-17) e Jo 8, 1-11), con os pobres (Lc lO, 5-37), com os pecadores (Lc 19, 1-10), com as crian ças (Mt 19, 13-15), com Marta e Maria (Lc lO, 38--42), com os sofre dores (Mt 9, 35-37).

(in: Revista de Catequese - Brasi Pe. Juventino Kestering

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JOÃO PAULO BISPO

SERVO DOS SERVOS DE DEUS

A TODOS OS FIÉIS QUE CAMINHAM

PARA O TERCEIRO MILÉNIO:

SAÚDE E BÊNÇÃO APOSTÓLICAl

[Jesus, centro da história] *

1. Tendo diante dos olhos o mistério da encarnação do Filho de Deus, a Igreja está prestes a cruzar o limiar do terceiro milénio. Nes­te momento, mais do que nunca, sentimos o dever de fazer nosso o cântico de louvor e agradecimento do Apóstolo: "Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo que, do alto dos Céus, nos aben­çoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo. Foi assim que n'Ele nos escolheu antes da constituição do mundo, para sermos santos e imaculados diante dos seus olhos. Predestinou-nos para ser­mos seus filhos adoptivos por meio de Jesus Cristo, por sua livre von­tade. ( . . . ) [Deu-nos] a conhecer o mistério da sua vontade, segundo o beneplácito que n'Ele de antemão estabelecera, para ser realizado ao completarem-se os tempos: reunir sob a chefia de Cristo todas as coisas que há no Céu e na Terra" (Ef 1, 3-5. 9-10).

Por estas palavras, se vê claramente que a história da salvação tem o ponto culminante e significado supremo em Jesus Cristo. N'Ele, todos nós recebemos "graça sobre graça", (Jo 1, 16), ao sermos reconciliados com o Pai (cf. Rm 5, 10; 2 Cor 5, 18).

O nascimento de Jesus em Belém não é um facto que se possa relegar para o passado. Diante d'Ele, está a história humana intei­ra: o nosso tempo actual e o futuro do mundo são iluminados pela sua presença. Ele é "o Vivente" (Ap 1, 18), "Aquele que é, que era e que há-de vir" (Ap 1, 4). Diante d'Ele, deve dobrar-se todo o joelho

* Os títulos em itálico negro, entre parênteses rectos, são da responsabili· dade da Redacção.

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no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua há-de proclamar que Ele é o Senhor (cf. Fil 2, 10-ll). Cada homem, ao encontrar Cristo, descobre o mistério da sua própria vida (') .

Jesus é verdadeiramente a realidade nova que supera tudo quanto a humanidade poderia esperar, e assim permanecerá para sempre ao longo das épocas sucessivas da história. Deste modo, a en­carnação do Filho de Deus e a salvação, que realizou com a sua mor­te e ressurreição, são o verdadeiro critério para avaliar a realidade temporal e qualquer projecto que tenha em vista tornar a vida do ho­mem cada vez mais humana.

[Roma e a Terra Santa: centros da celebração do Grande Jubileu]

2. O Grande Jubileu do Ano 2000 está à porta. Desde a minha primeira Carta encíclica, a Redemptor hominis, chamei a atenção para esta meta unicamente com o objectivo de preparar o ânimo de todos para se tornarem dóceis à acção do Espírito ('). Trata-se de um evento que será celebrado simultaneamente em Roma e em todas as Igrejas Particulares espalhadas pelo mundo e terá, por assim di­zer, dois centros: um será a Cidade onde a Providência quis colocar a sede do Sucessor de Pedro, e o outro, a Terra Santa, onde o Filho de Deus enquanto homem nasceu, tomando a nossa carne de uma Virgem, chamada Maria (cf. Lc 1, 27). Por isso o Jubileu, além de ser celebrado em Roma, sê-Jo..-á também, com igual dignidade e impor­tância, na Terra justamen te chamada "santa" por ter visto nascer e morrer Jesus. Aquela Terra, na qual desabrochou a primeira comu­nidade cristã, é o lugar onde se verificaram as revelações de Deus à humanidade. É a Terra prometida que marcou a história do povo ju­deu, e é venerada também pelos adeptos do Islamismo. Possa o Ju­bileu favorecer mais um passo no diálogo recíproco, até um dia

1. Cf. CONC. CUM. VAT. II, Const. pasto sobre a Igreja no mundo contem­porâneo Gaudium et spes. 22.

2. Cf. n. 1: AAS 71 (1979), 258.

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podermos, todos juntos -judeus, cristãos e muçulmanos -, trocar entre nós a saudação da paz em Jerusalém. (')

[Tempo jubilar: tempo de conversão e penitência]

o tempo jubilar faz-nos ouvir a linguagem vigorosa que Deus usa, na sua pedagogia de salvação, para impelir o homem à conver­são e à penitência, princípio e caminho da sua reabilitação e também condição para recuperar o que não poderia conseguir só com as suas forças: a amizade de Deus, a sua graça, a vida sobrenatural, a única onde podem achar solução as aspirações mais profundas do coração humano.

[O novo milénio e o compromisso missionário da Igreja]

A entrada no novo milénio estimula a comunidade cristã a alar­gar o seu olhar de fé para horizontes novos no anúncio do Reino de Deus. Numa ocorrência tão especial como esta, é forçoso voltar com segura fidelidade à doutrina do Concílio Vaticano II, o qual, conside­rando as exigências actuais da evangelização, projectou nova luz so­bre o compromisso missionário da Igreja. De facto, no Concílio a Igreja adquiriu consciência mais viva do seu próprio mistério e da missão apostólica que lhe foi confiada pelo seu Senhor. Esta cons­ciência obriga a comunidade dos crentes a viver no mundo conscien­te

-de que é "o fermento e a alma da sociedade humana, a qual há-de

ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus" ('). Pa­ra corresponder eficazmente a tal compromisso, deve permanecer na unidade e crescer na sua vida de comunhão (') . A iminência do acon­tecimento jubilar constitui vigoroso estímulo nesta direcção.

3. Cc. JOÃO PAULO II, Carta ap. Redemptionis anno (20 de Abril de 1984): AAS 76 ( 1984), 627.

4. CONe. ECUM. VAT. II, Consto pasto sobre a Igreja no mundo contempo­râneo Gaudium et spes, 40.

5. CC. JOÃO PAULO II, Carta ap. Tertio millennio adveniente (10 de No­vembro de 1994), 36: AAS 87 (1995), 28.

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A passagem dos crentes para o terceiro milénio não se res­sente de forma alguma do cansaço que o peso de dois mil anos de his­tória poderia acarretar consigo; pelo contrário, os cristãos sentem-se" revigorados com a certeza de levarem ao mundo a luz verdadeira� Cristo Senhor. Ao anunciar Jesus de Nazaré, verdadeiro Deus e per­feito Homem, a Igreja oferece a todo o ser humano a perspectiva de ser "divinizado" e, dessa forma, tornar-se mais homem ('). Este é o único caminho pelo qual o mundo pode descobrir a sublime vocação a que é chamado, e realizá-la na salvação operada por Deus.

[O mistério da Trindade: origem e termo da caminhada de fé]

3. Durante estes anos de preparação imediata para o Jubileu, as Igrejas Particulares, de acordo com o que escrevi na Carta Ter� tio millennio adveniente (') (O Advento do terceiro milénio), têm vindo a predispor-se, por meio da oração, da catequese e do empe­nho nas diversas formas da pastoral, para este acontecimento que introduz a Igreja inteira num novo período de graça e de missão. A aproximação da efeméride jubilar suscita também crescente inte­resse por parte de quantos andam à procura de um sinal propício que os ajude a discernir os traços da presença de Deus no nosso tempo.

Os anos de preparação para o Jubileu foram colocados sob o sig­no da Santíssima Trindade: por Cristo -no Espírito Santo - a Deus Pai. O mistério da Trindade é origem do caminho de fé e o seu termo último, quando finalmente os nossos olhos contemplarem eternamen­te o rosto de Deus. Ao celebrarmos a Encarnação, mantemos o olhar fixo no mistério da Trindade. Jesus de Nazaré, revelador do Pai, sa­tisfaz plenamente o desejo escondido no coração de cada homem de conhecer Deus. Aquilo que a criação conservava impresso em si co-

6. Cf. CONC. ECUM. VAT. II, Consto pasto sobre a Igreja no mundo contem­porâneo Gaudium et spes, 41.

7. Cf. nn. 39-54: AAS 87 ( 1995), 3 1-37.

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mo selo da mão criadora de Deus e que os antigos Profetas tinham anunciado como promessa, adquire a sua manifestação definitiva com a revelação de Cristo. (')

Jesus revela o rosto de Deus Pai, "misericordioso e compassivo" (Tg 5, 11), e, com o envio do Espírito Santo, torna patente o mistério de amor da Trindade. É o Espírito de Cristo que actua na Igreja e na história: é preciso permanecer à escuta d'Ele, a fim de reconhecer os sinais dos novos tempos e fazer com que a expectativa do regresso do Senhor glorioso se torne cada vez mais ardente no coração dos fiéis. Por isso, o Ano Santo deverá ser um único e incessante cântico de louvor à Trindade, Deus Altíssimo. Podem ajudar-nos estas pala­vras poéticas de S. Gregório de Nazianzo, o Teólogo:

"Glória a Deus Pai e ao Filho, Rei do universo. Glória ao Espírito, digno de louvor e todo santo. A Trindade é um só Deus que tudo criou e cumulou: o céu de seres celestes, e a terra de terrestres.

o mar, os rios e as fontes encheu-os de seres aquáticos, tudo vivificando com o seu Espírito, para que toda a criatura cante hinos ao seu sábio Criador, causa única do viver e da duração dos seus dias.

Mais do que qualquer outra, a criatura racional louve--O sempre como grande Rei e bom Pai" (').

8. Cf. CONC ECUM. VAT. II, Consto dogm. sobre a Revelação divina Dei Verbum, 2.4.

9. Poemas dogmáticos, XXXI, Hymnus alias: PG 37, 510-5 11.

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[Carácter ecuménico do Grande Jubileu]

4. Que este hino à Trindade pela encarnação do Filho seja ele­vado conjuntamente por todos os que, tendo recebido o mesmo Bap­tismo, partilham a mesma fé no Senhor Jesus. O carácter ecuménico do Jubileu torne-se sinal concreto do caminho que, sobretudo nes­tes últimos decénios, estão a realizar os fiéis das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais. É a escuta do Espírito que nos deve tornar, a todos, capazes de chegar a manifestar visivelmente, na plena co­munhão, a graça da filiação divina inaugurada pelo Baptismo: todos somos filhos de um único Pai. O Apóstolo não cessa de nos repetir, também hoje, esta empenhativa exortação: "Há um só corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança no chamamento que recebes­tes. Há um único Senhor, uma única fé, um único baptismo. Há só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua por meio de to­dos e Se encontra em todos" (Ef. 4, 4--6). Parafraseando Santo Ire­neu, não podemos permitir-nos dar ao mundo a imagem de terra árida, depois de termos recebido a Palavra de Deus como chuva des­cida do céu; nem nunca poderemos pretender tornar-nos um único pão, se impedirmos a farinha de ser amassada pela água que sobre nós foi derramada. (")

Cada ano jubilar é uma espécie de convite para uma festa nup­cial. Acorramos todos, vindos das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais espalhadas pelo mundo, à festa que se prepara; tragamos connosco o que já nos une. O olhar fixo unicamente em Cristo per­mita-nos crescer na unidade que é fruto do Espírito. Como Suces­sor de Pedro, o Bispo de Roma vem por este meio incutir maior força ao convite para a celebração jubilar, a fim de que a ocorrência bi­milenária do mistério central da fé cristã seja vivida como caminho de reconciliação e como sinal de genuína esperança para todos os que levantam o seu olhar para Cristo e para a sua Igreja, sacra­mento "da íntima união com Deus e da unidade de todo o género hu­mano". (11)

10. Cf. Contra as heresias, III, 17: PG 7, 930.

11. CONC. ECUM. VAT. II, COnsto dogm. sobre a Igreja Lumen gentiurn, 1.

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lA tradição dos Anos Santos]

5. Quantos acontecimentos históricos evoca a ocorrência jubi­lar! Penso no ano 1300, quando o Papa Bonifácio VIII, corresponden­do ao desejo de todo o povo de Roma, deu solene início ao primeiro Jubileu da história. Retomando uma antiga tradição que conferia "abundantes remissões e indulgências de pecados" a quantos visitas­sem, na Cidade Eterna, a Basílica de S. Pedro, ele quis conceder na­quela altura "uma indulgência de todos os pecados, não só mais abundante, mas pleníssima" ("l. Desde então, a Igreja sempre cele­brou o Jubileu como etapa significativa do seu caminhar para a ple­nitude em Cristo.

A história mostra o grande empenho com que o Povo de Deus sempre viveu os Anos Santos, vendo neles um tempo em que se fa­zia sentir mais intensamente o convite de Jesus conversão. Não fal­taram abusos e incompreensões ao longo deste caminho, mas os testemunhos de fé autêntica e de sincera caridade superam-nos de longe. Atesta-o de modo exemplar a figura de S. Filipe Néri, que, por ocasião do Jubileu de 1550, iniciou a chamada "caridade romana", sinal tangível do acolhimento reservado aos peregrinos. Poder-se es­crever uma longa história de santidade, partindo precisamente da prática do Jubileu e dos frutos de conversão que a graça do perdão produziu em tantos crentes.

[Convite a toda a família humana para partilhar a alegria do Jubileu]

6. Durante o meu pontificado tive a alegria de proclamar, em 1983, o Jubileu extraordinário pelos 1950 anos da redenção do géne­ro humano. Este mistério, realizado pela morte e ressurreição de Cristo, constitui o auge dum acontecimento que tem o seu início na encarnação do Filho de Deus. Por isso, este Jubileu pode justamen­te ser considerado "grande", e a Igreja nutre o vivo desejo de acolher

12. Bula Antiquorum habet (22 de Fevereiro de 1300): Bullarium Romanum III 2, p. 94.

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nos seus braços todos os fiéis, para lhes oferecer a alegria da recon­ciliação. De toda a Igreja elevar-se-á o hino de louvor e acção de gra­ças ao Pai, que, no seu amor incomparável, nos concedeu em Cristo a graça de senTIaS "concidadãos dos santos e membros da família de Deus" (Ef2, 19). Por ocasião desta grande festa, convidamos cordial­mente a partilharem também da nossa alegria os adeptos de outras religiões e ainda todos os que estão longe da fé em Deus. Como irmãos da única família humana, atravessamos juntos o limiar dum novo milénio, que exigirá o empenhamento e a responsabilidade de todos.

Para nós, crentes, o ano jubilar porá claramente em relevo a re­denção operada por Cristo através da sua morte e ressurreição. De­pois desta morte, ninguém pode ser separado do amor de Deus (cf. Rm 8, 21 39), senão por culpa própria. A graça da misericórdia vem ao encontro de todos, para que quantos foram reconciliados sejam tam­bém "salvos pela sua vida" (Rm 5, 10).

{Início e fim do Jubileu, em Roma e nas Igrejas Particulares]

Estabeleço, portanto, que o Grande Jubileu do Ano 2000 tenha início na noite de Natal de 1999, com a abertura da porta santa da Basílica de S. Pedro do Vaticano, que precederá, no espaço de pou­cas horas, tanto a celebração inaugural prevista em Jerusalém e em Belém como a abertura da porta santa nas outras Basílicas Patriar­cais de Roma. Quanto á Basílica de S. Paulo, a abertura da porta san­ta fica adiada para o dia 18 de Janeiro seguinte, uma terça-feira, início da Semana de oração pela unidade dos cristãos, para sublinhar o carácter ecuménico próprio deste Jubileu.

Além disso, estabeleço que a inauguração do Jubileu nas Igre­jas Particulares seja celebrada no dia santíssimo do Natal do Senhor Jesus, com uma solene Liturgia Eucarística presidida pelo Bispo dio­cesano na catedral e também na concatedral. Relativamente à con­catedral, o Bispo pode confiar a presidência da celebração a um seu delegado. Uma vez que o rito de abertura da porta santa é próprio da Basílica Vaticana e das Basílicas Patriarcais, será conveniente que, na inauguração do período jubilar em cada diocese, tenha preferên­cia a concentração noutra igreja donde partirá a peregrinação para

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a catedral, a valorização litúrgica do Livro dos Evangelhos, a leitu­ra de alguns parágrafos desta Bula, segundo as indicações do "Ri­tual da celebração do Grande Jubileu nas Igrejas Particulares".

O Natal de 1999 seja, para todos, uma solenidade radiante de luz, prelúdio duma experiência particularmente profunda de graça e misericórdia divina, que se prolongará até ao encerramento do Ano jubilar no dia da Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 6 de Ja­neiro do ano 2001. Cada crente acolha o convite que os Anjos anun­ciam incessantemente: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados (Lc 2, 14). Deste modo, o tempo do Natal se­rá o coração pulsante do Ano Santo, que há-de trazer à vida da Igre­ja a abundância dos dons do Espírito para uma nova evangelização.

[Sinais característicos do Jubileu: a peregrincu;ãol

7. A instituiçâo do Jubileu foi-se enriquecendo, ao longo da sua história, com sinais que atestam a fé e favorecem a devoção do povo cristão. De entre eles, há que recordar, em primeiro lugar, a peregri­nação, que manifesta a condição do homem, que gosta de descrever a sua própria existência como um caminho. Do nascimento até à mor­te, cada um vive na condição peculiar do homo viator (homem pere­grino). Por sua vez, a Sagrada Escritura testemunha repetidas vezes o valor da peregrinação em direcção aos lugares sagrados. Era tra­diçâo do Israelita ir em peregrinação à cidade onde se conservava a arca da aliança, ou então visitar o santuário de Betel (cf. Jz 20, 18), ou o de Silo, onde Ana, mãe de Samuel, viu a sua oração atendida (cf. 1 Sam 1, 3). Submetendo-Se voluntariamente à Lei, também Jesus, com Maria e José, foi como peregrino à cidade santa de Jerusalém (cf. Lc 2, 41). A história da Igreja é o diário vivo duma incessante pere­grinação. A caminho da cidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, da Terra Santa, ou de santuários - antigos e novos - dedicados à Virgem Maria e aos Santos: eis a meta de muitos fiéis que assim ali­mentam a sua devoçâo.

A peregrinação sempre constituiu um momento significativo na vida dos fiéis, revestindo expressões culturais diferentes nas várias épocas. Ela lembra o caminho pessoal do crente seguindo as pegadas do Redentor: é exercício de ascese activa, de arrependimento pelas

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faltas humanas, de vigilância constante sobre a própria fragilidade e de preparaçâo interior para a conversão do coração. Através da vi­gilância, do jejum e da oração, o peregrino avança pela estrada da perfeição cristâ, esforçando--se por chegar, com a ajuda da graça de Deus, "ao estado de homem perfeito, ã medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4, 13).

lA porta santa]

8. Conexo com a peregrinação, temos o sinal da porta santa, aberta pela primeira vez na Basílica do Santíssimo Salvador de La­trão durante o Jubileu de 1423, a qual evoca a passagem do pecado à graça, que cada cristão é chamado a realizar. Jesus disse: "Eu sou a porta" (Jo 10, 7), para indicar que ninguém pode ter acesso ao Pai senão por Ele. Esta designação que Jesus faz de Si mesmo, atesta que só Ele é o Salvador enviado pelo Pai. Há um único acesso que abre de par em par a entrada na vida de comunhão com Deus: este acesso é Jesus, caminho único e absoluto de salvação. Só a Ele se po­dem aplicar, na sua verdade plena, estas palavras do Salmista: "Es­ta é a porta do Senhor; por ela entram apenas os justos" [Sal 118 (117), 20].

O sinal da porta lembra a responsabilidade de todo o crente quando atravessa o seu limiar. Passar por aquela porta significa con­fessar que Jesus Cristo é o Senhor, revigorando a fé n'Ele para viver a vida nova que nos deu. É uma decisão que supõe a liberdade de es­colher e ao mesmo tempo a coragem de deixar alguma coisa, na cer­teza de adquirir a vida divina (cf. Mt 13, 44-46). Será com este espírito que o Papa, à frente de todos, atravessará a porta santa na noite de 24 para 25 de Dezembro de 1999. Ao cruzar o seu limiar, mostrará à Igreja e ao mundo do Santo Evangelho, fonte de vida e de esperança para o terceiro milénio que está a chegar. Através da por­ta santa, simbolicamente mais ampla porque aberta ao fim de um milénio ("), Cristo integrar-nos-á mais profundamente na Igreja,

13. Cf. JOÃO PAULO II, Carta ap. Tertio millennio adveniente (10 de No­vembro de 1994), 33: AAS 87 ( 1995), 25.

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seu Corpo e sua Esposa. Compreendemos assim como é rico de sig­nificado o apelo do apóstolo Pedro, quando escreve que, unidos a Cris­to, também nós entramos, "como pedras vivas, na construção dum edificio espiritual, por meio dum sacerdócio santo, cujo fim é ofere­cer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus" ( 1 Ped. 2, 5).

IA indulgência]

9. Outro sinal peculiar, bem conhecido dos fiéis, é a indulgên­cia, um dos elementos constitutivos do acontecimento jubilar. Nela se manifesta a plenitude da misericórdia do Pai, que vem ao encon­tro de todos com o seu amor, expresso primariamente no perdão das culpas. Ordinariamente, Deus Pai concede o seu perdão por meio do sacramento da Penitência e da Reconciliação ("). De facto, a recon­ciliação consciente e livre ao pecado grave separa o crente da vida da graça com Deus, excluindo-o consequentemente da santidade a que é chamado. A Igreja, tendo recebido de Cristo o poder de perdoar em seu nome (cf. Mt 16, 19; Jo 20, 23), é, no mundo, a presença viva do amor de Deus que se inclina sobre toda a fraqueza humana para a acolher no abraço da sua misericórdia. É precisamente através do ministério da sua Igreja que Deus espalha pelo mundo a sua miseri­córdia por meio do dom precioso que, segundo antiquíssima designa­ção, se chama "indulgência".

O sacramento da Penitência oferece ao pecador "nova possibili­dade de se converter e reencontrar a graça da justificação" ("), obti­da pelo sacrifício de Cristo. Fica assim inserido novamente na vida de Deus e com plena participação na vida da Igreja. Confessando os seus pecados, o crente recebe verdadeiramente o perdão e pode tomar parte de novo na Eucaristia, como sinal da recuperada comunhão com o Pai e com a sua Igreja. A Igreja esteve sempre, desde a anti­guidade, profundamente convencida de que o perdão, concedido gra-

14. Cf. JOÃO PAULO II, Exort, ap. após-sinodal Reconciliatio et paeniten­tia (2 de Dezembro de 1984), 28-34: AAS 77 (1985), 250-273.

15. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1446.

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tuitamente por Deus, implica como consequência real mudança de vi­da, eliminação progressiva do mal interior, renovação da existência própria. O acto sacramental há-de ser acompanhado por um acto existencial, com real purificação da culpa, que precisamente se cha­ma penitência. Perdão não significa que este processo existencial se torne supérfluo, mas antes que adquire um sentido, que é aceite e agradável a Deus.

De facto, a realização da reconciliação com Deus não exclui a permanência de algumas consequências do pecado, das quais é ne­cessário purificar-se. É precisamente neste âmbito que ganha rele­vo a indulgência, através da qual se manifesta o "dom total da misericórdia de Deus" ("). Pela indulgência é concedida, ao pecador arrependido, a remissão da pena temporal devida pelos seus pecados já perdoados quanto à culpa.

[Significado da indulgência]

10. Com efeito, o pecado, devido ao seu carácter de ofensa â san­tidade e àjustiça de Deus e também de desprezo da amizade pessoal que Deus tem pelo homem, reveste dupla consequência. Em primei­ro lugar, se for grave, importa a privação da comunhão com Deus e, consequentemente, a exclusão da participação na vida eterna. Po­rém, ao pecador arrependido, Deus, na sua misericórdia, concede o perdão do pecado grave e a remissão da "pena eterna" que lhe era devida.

Em segundo lugar, "todo o pecado, mesmo venial traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual tem de ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado" ("); expiada esta, desaparece tudo o que obsta à plena comunhâo com Deus e com os irmãos.

16. JOÃO PAULO II, Bula Aperite portas Redemptori (6 de Janeiro de 1983), 8: AAS 75 ( 1983), 98.

17. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1472.

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Por outro lado, a Revelação ensina que o cristão não está sozi­nho no seu caminho de conversão. Em Cristo e por Cristo, a sua vi­da encontra-se ligada por um vínculo misterioso à vida de todos os outros cristãos na unidade sobrenatural do Corpo místico. Deste mo­do, instaura-se entre os fiéis um intercâmbio maravilhoso de bens espirituais, em virtude do qual a santidade de um aproveita aos ou­tros em medida muito superior ao dano que o pecado de um pôde cau­sar aos demais. Há pessoas que deixam atrás de si uma espécie de saldo de amor, sofrimento suportado, pureza e verdade, que atrai e sustenta os outros. É o fenómeno da "vicariedade", sobre o qual as­senta todo o mistério de Cristo. O seu amor superabundante salva­-nos a todos. E faz também parte da grandeza do amor de Cristo não nos deixar na condição de destinatários passivos, mas chamar-nos a colaborar na sua obra salvífica e de modo particular na sua paixão. Assim o exprime o conhecido texto da carta aos Colossenses: "Com­pleto o que falta aos sofrimentos de Cristo na minha carne, em favor do seu Corpo que é a Igreja" (1, 24).

Esta profunda realidade aparece admiravelmente expressa também na passagem do Apocalipse, onde se descreve a Igreja como a esposa adornada com um vestido simples de linho branco, mas de linho fino, puro e resplandecente. E S. João escreve: "O linho fino são as virtudes dos santos" (Ap 19,). De facto, na vida dos santos é teci­do o linho fino e resplandecente que é a veste da eternidade:

Tudo provém de Cristo, mas, porque nós Lhe pertencemos, o que é nosso torna-se também d'Ele e adquire uma força que cura. A isto se alude ao falar do "tesouro da Igreja", que são as obras boas dos santos. Rezar para obter a indulgência significa entrar nesta comu­nhão espiritual e, por conseguinte, abrir-se completamente aos ou­tros. Na verdade, mesmo no âmbito espiritual, ninguém vive para si mesmo. Apreocupação salutar pela salvação da própria alma somen­te fica liberta do temor e do egoísmo quando se torna também preo­cupação pela salvação do outro. É a realidade da comunhão dos santos, o mistério da "realidade vicária", da oração como caminho de união com Cristo e com os seus santos. Ele toma-nos consigo para te­cermos, em união com Ele, a veste branca da nova humanidade, a veste de linho fino resplandecente da Esposa de Cristo.

Esta doutrina sobre as indulgências "ensina em primeiro lugar quão triste e amargo e ter abandonado o Senhor Deus (cf. Jer 2, 19).

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Com efeito, os fiéis, quando lucram as indulgências, compreendem que com as próprias forças não seriam capazes de reparar o mal que, pelo pecado, causaram a si mesmos e a toda a comunidade, e conse­quentemente sentem-se estimulados a realizar actos salutares de hu­mildade" ("). Depois, a verdade acerca da comunhão dos santos, que une os crentes a Cristo e uns aos outros, ensina-nos também quanto pode cada um servir de ajuda aos outros - vivos ou defuntos - a fim de viverem cada vez mais intimamente unidos ao Pai celeste.

Com base nestas razões doutrinais e interpretando o sentir maternal da Igreja, disponho que todos os fiéis, convenientemente preparados, possam usufruir abundantemente, ao longo de todo o Jubileu, do dom da indulgência, segundo as indicações que acom­panham esta Bula (cf. decreto anexo).

[Outros sinais da misericórdia de Deus]

11. Estes sinais já fazem parte da tradição da celebração jubi­lar. Mas o povo de Deus não deixará de manter a sua mente aberta para reconhecer outros possíveis sinais da misericórdia de Deus, ope­rante no Jubileu. Na Carta Apostólica Tertia millennia adueniente (O Advento do terceiro milénio), indiquei alguns que podem contri­buir adequadamente para viver, com maior intensidade, a graça ex­celsa do Jubileu ("). Recordo--os aqui brevemente.

[A purificação da memória: pedir perdão pelas faltas cometidas]

Antes de mais, o sinal da purificação da memória: isto requer de todos um acto de coragem e de humildade para reconhecerem as faltas cometidas por todos quantos tiveram e têm o nome de cristãos.

18. PAULO VI, Const. ap. InduIgentiarurn doctrina ( 1 de Janeiro de 1967), 9: AAS 59 (1967), 18.

19. Cf. nn. 33.37.51: AAS 87 (1995), 25-26.29-30.36.

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BULA DO ANO SANTO 2000

o Ano Santo é, por sua natureza, tempo de apelo à conversão. Esta constitui o primeiro tema da pregação de Jesus, com o qual es­tá significativamente conexo o da disponibilidade para crer: "Arre­pendei-vos e acreditai na Boa Nova" (Mc 1, 15). Este imperativo de Cristo resulta da convicção de que "se completou o tempo" (Mc 1, 15). Completar-se o tempo de Deus traduz-se em apelo à conversão. Aliás, esta é em primeiro lugar, fruto da graça. É o Espírito que im­pele cada um a "cair em si mesmo" e a sentir a necessidade de re­gressar à casa do Pai (cf. Lc 15, 17-20). Por conseguinte, o exame de consciência constitui um dos momentos mais distintivos da existên­cia pessoal. Por ele, de facto, cada pessoa é confrontada com a verda­de da própria vida; e descobre assim a distância que separa as suas acções do ideal que se tinha proposto.

A história da Igreja e uma história de santidade. O Novo Tes­tamento sublinha esta característica dos baptizados: são "santos" na medida em que, separados do mundo enquanto sujeito ao Maligno, se consagram a prestar o culto ao único e verdadeiro Deus. Esta san­tidade manifesta-se nas vidas de tantos Santos e Beatos reconheci­dos pela Igreja, mas também na vida de uma multidão imensa de mulheres e homens desconhecidos, cujo número é impossível calcu­lar (cf. Ap 7, 9). A sua vida atesta a verdade do Evangelho, oferecen­do ao mundo o sinal visível de que a perfeição é possível. No entanto, é forçoso reconhecer que a história regista também numerosos fac­tos que constituem um contra-testemunho para o cristianismo. Por causa do vínculo que nos une uns aos outros dentro do Corpo místi­co, todos nós, embora não tenhamos responsabilidade pessoal por tais factos e sem nos substituirmos ao juízo de Deus - o único que conhece os corações -, carregamos o peso dos erros e culpas de quem nos precedeu. Mas, também nós, filhos da Igreja, pecámos, tendo im­pedido a Esposa de Cristo de resplandecer em toda a beleza do seu rosto. O nosso pecado estorvou a acção do Espírito no coração de mui­tas pessoas. A nossa pouca fé fez cair na indiferença e afastou mui­tos de um autêntico encontro com Cristo.

Como Sucessor de Pedro, peço que neste ano de misericórdia a Igreja, fortalecida pela santidade que recebe do seu Senhor, se ajoe­lhe diante de Deus e implore o perdão para os pecados passados e presentes dos seus filhos. Todos pecaram, e ninguém pode declarar-

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BULA DO ANO SANTO 2000

-se justo diante de Deus (cr. 1 Rs 8, 46). Repita-se sem temor: "Pe· cámos" (Jer 3, 25), mas mantendo viva a certeza de que, "onde abun· dou o pecado, superabundou a graça" (Rm 5, 20).

O abraço que o Pai reserva para quem vier, arrependido, a( seu encontro será ajusta recompensa para o reconhecimento humil· de das culpas próprias e alheias, fundado na consciência do víncu· lo profundo que une entre si todos os membros do Corpo místico d, Cristo. Os cristãos são convidados a assumir, perante Deus e os ho· mens ofendidos pelos seus comportamentos, as faltas que comete ramo Façam-no sem nada pedir em troca, animados apenas pele "amor de Deus [que] foi derramado em nossos corações" (Rm 5, 5) Não faltarão pessoas imparciais, capazes de reconhecer que a his tória do passado e do presente registou e continua a registar fre quentes episódios de marginalização, de injustiça e de perseguiçã, contra os filhos da Igreja.

Neste ano jubilar, ninguém queira excluir-se do abraço do Pai Ninguém se porte como o irmão mais velho da parábola evangélic, que se recusa a entrar em casa para a festa (cf. Lc 15, 25-30). A ale gria do perdão seja mais forte e mais poderosa do que todo e qualque ressentimento. Deste modo, a Esposa brilhará aos olhos do mund, com a beleza e santidade que provém da graça do Senhor. Há dois mi anos que a Igreja é o berço onde Maria depõe Jesus e O confia à ado ração e contemplação de todos os povos. Que, através da humildad da Esposa, resplandeça ainda mais a glória e a força da Eucaristi, que ela celebra e conserva no seu seio. Nos sinais do Pão e do Vinh consagrados, Cristo ressuscitado e glorioso, luz das nações (cf. Lc � 32), manifesta a continuidade da sua Encarnação. Ele permanec verdadeiramente vivo no nosso meio, para alimentar os crentes COI o seu Corpo e Sangue.

Por isso, voltemos o olhar para o futuro. O Pai misericordios não toma em conta os pecados de que verdadeiramente estiverrnc arrependidos (cf. Is 3,17). Ele realiza aqui algo de novo pois, no ame que perdoa, antecipa os novos céus e a nova terra. Portanto, que a j se revigore, cresça a esperança, e a caridade se torne cada vez mai operante, em ordem a um renovado compromisso de testemunho cri� tão no mundo do próximo milénio.

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BULA DO ANO SAl'JTO 2000

IA caridade, sinal da misericórdia de Deus; a dívida das nações pobres]

12. Um sinal da misericórdia de Deus, particularmente neces­sário hoje, é a caridade, que abre os nossos olhos às carências daque­les que vivem pobres e marginalizados. Tais situações estendem-se hoje sobre vastas áreas sociais e cobrem com a sua sombra mortífe­ra populações inteiras. O género humano tem pela frente novas for­mas de escravatura, mais subtis do que as conhecidas no passado. Para muitas pessoas, a liberdade continua a ser uma palavra desti­tuída de conteúdo. Numerosos nações, especialmente as mais pobres, vivem oprimidas por uma dívida que assumiu tais proporções que o seu pagamento se tornou praticamente impossível. Por outro lado, é claro que não se pode atingir o progresso real sem efectiva colabora­ção entre os povos das diversas línguas, raças, nacionalidades e re­ligiões. devem ser eliminadas as prepotências que levam ao predomínio de uns sobre os outros: tais prepotências são pecado e in­justiça. Quem se preocupa em acumular tesouros apenas na terra (cf. Mt 6, 19), "não enriquece diante de Deus" (Lc 12, 21).

Da mesma forma, deve criar se nova cultura de solidariedade e cooperação internacionais, na qual todos e especialmente os países ricos e o sector privado - assumam a sua quota-parte de responsa­bilidade para se chegar a um modelo de economia ao serviço de toda a pessoa. Não deve ser prorrogado indefinidamente o tempo em que também o pobre Lázaro se possa sentar ao lado do rico para parti­lhar do mesmo banquete, sem se ver obrigado a alimentar-se do que cai da mesa (cr. Lc 16, 19-31). A pobreza extrema é fonte de violên­cias, rancores e escãndalos; remediá-la e trabalhar pela justiça e con­sequentemente pela paz.

O Jubileu é um novo apelo à conversão do coração, através da mudança de vida. A todos recorda que não se devem absolutizar os bens da terra porque não são Deus, nem o seu domínio ou a preten­são de domínio por parte do homem porque a terra pertence a Deus e a Ele somente: "A terra pertence-Me, e vós sois apenas estran­geiros e hóspedes na minha casa" (Lv 25, 23). Que este ano de gra­ça toque o coração de quantos tem nas suas mãos os destinos dos povos!

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BULA DO ANO SANTO 2000

[Memória dos mártires]

13. Sinal perene, e hoje particularmente eloquente, da verdade do amor cristão e a memória dos mártires. O seu testemunho não fi­que esquecido. Eles anunciaram o Evangelho, dando a vida por amor. Sobretudo nos nossos dias, o mártir e sinal do amor maior que con­tem em si todos os outros valores. A sua existência reflecte a palavra suprema, pronunciada por Cristo na cruz: "Perdoa-lhes, ó Pai, por­que não sabem o que fazem" (Lc 23, 34). O fiel que tenha considera­do seriamente a sua vocação cristã, dentro da qual o martírio aparece como uma possibilidade preanunciada na Revelação, não pode ex­cluir esta perspectiva do horizonte da própria vida. Estes dois mil anos depois do nascimento de Cristo estão marcados pelo constante testem unho dos mártires.

Também este século, que caminha para ° seu ocaso, conheceu numerosíssimos mártires, sobretudo por causa do nazismo, do comu­nismo e das lutas raciais ou tribais. Sofreram pela sua fé pessoas das diversas condições sociais, pagando com o sangue a sua fidelidade a Cristo e à Igreja ou enfrentando corajosamente infindáveis anos de prisão e de privações de todo o género, para não cederem a uma ideo­logia que se transformou num regime de cruel ditadura. Do ponto de vista psicológico, o martírio é a prova mais eloquente da verdade da fé, que consegue dar um rosto humano inclusivamente à morte mais violenta e manifestar a sua beleza mesmo nas perseguições mais atrozes.

Inundados pela graça no próximo ano jubilar, poderemos mais vigorosamente erguer ao Pai o nosso hino de gratidão, cantando: Te martyrum candidatus Zaudat exercitus (o exército resplandecente dos mártires canta os vossos louvores). É, na verdade, o exército dos que "lavaram os seus vestidos e os branquearam no sangue do Cordeiro" (Ap 7, 14). Por isso, a Igreja espalhada pela terra inteira deverá per­manecer ancorada ao seu testemunho e defender zelosamente a sua memória. Possa o povo de Deus, revigorado na fé pelos exemplos des­tes autênticos campeões de diversa idade, língua e nação, cruzar con­fiadamente o limiar do terceiro milénio. A admiração pelo seu martírio associe--se, no coração dos fiéis, o desejo de poderem, com a graça de Deus, seguir o seu exem pIo, caso o exijam as circunstâncias.

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BULA DO ANO SANTO 2000

[Invocação de Maria, Mãe de Deus]

14. A alegria jubilar não seria completa se o olhar não se voltas­se para Aquela que, com plena obediência ao Pai, para nós gerou na carne o Filho de Deus. Em Belém, completaram-se para Maria "os dias de Ela dar à luz" (Lc 2, 6), e, cheia do Espírito, deu à luz o Pri­mogénito da nova criação. Chamada a ser a Mãe de Deus, Maria vi­veu plenamente a sua maternidade, desde o dia da concepção virginal até encontrar O seu coroamento no Calvário aos pés da cruz. Lá, por dom admirável de Cristo, tornou-Se também Mãe da Igreja, indi­cando a todos o caminho que conduz ao Filho.

Mulher do silêncio e da escuta, dócil nas mãos do Pai, a Virgem Maria é chamada "bem aventurada" por todas as gerações, porque soube reconhecer as maravilhas que n'Ela realizou o Espírito Santo. Jamais os povos se cansarão de invocar a Mãe da misericórdia, e sem­pre encontrarão refúgio sob a sua protecção. Aquela que, com o seu filho Jesus e o seu esposo José, foi em peregrinação ao templo santo de Deus, proteja o caminho de quantos se fizerem peregrinos neste ano jubilar. Queira Ela interceder com particular intensidade, duran­te os próximos meses, pelo povo cristão, para que obtenha a abundãn­cia da graça e da misericórdia, enquanto rejubila pelos dois mil anos passados desde o nascimento do seu Salvador.

A Deus Pai no Espírito Santo suba o louvor da Igreja, pelo dom da salvação em Cristo Senhor, agora e pelos séculos que hão--de vir.

Dado em Roma, junto de S. Pedro, no primeiro Domingo de Ad­vento, dia 29 de Novembro do ano do Senhor de 1998, vigésimo pri­meiro do meu Pontificado.

Joannes Paulus II

NR. - No próximo número publicaremos a Instrução Pastoral dos Bispos (18.12.1984) sobre a celebração e aplicação da Missa.

149

xx COLÓQUIO EUROPEU DE PARÓQUIAS

Conclusões gerais (Continuação da pág. 124)

4. A hospitalidade, as visitas, os encontros na rua ou em casa, fazem parte da Missão. Vale a pena correr riscos para levar por diante esta tarefa. A missão convida o cristão a lançar pontes, vivendo o Evangelho onde quer que se encontre. Há um desafio lançado à Igreja para a construção da vida social: apreciar o que há de comum nos homens, nas familias, nas comuni­dades, nas Igrejas. nas nações.

A fé de Cristo não é, em caso nenhum, um assunto privado. Por voca­ção própria, a fé é pública e social. As Paróquias são por isso convidadas a dar aos cristãos os meios necessários para estarem presentes no mundo, pa­ra serem cristãos activos, responsáveis, dando assim rosto à humanidade de Deus. Assim, a evangelização torna-se serviço à humanidade e o serviço à humanidade torna-se evangelização. Por aqui se constrói um novo céu e uma nova terra. Recordando porém que nada se pode fazer sem paciência, que é característica da acção de Deus.

5. Esta paciência é mais forte que os medos humanos, preconceitos ou, o fechar-se sobre si mesmo. Afinal, o encontro com o outro é também encon· tro consigo próprio: quem perde a sua vida, ganha-a!

Isto é inteiramente verdade, quer para a vida das pessoas singulares, quer para a vida das comunidades paroquiais, estas deverão, como foi acen· tuado neste colóquio, fazer surgir novas formas de presença no mundo, no· meadamente no acolhimento às novas formas de cultura e na atenção às outras confissões cristãs e outras tradições religiosas. Estas atenção pode le· var a expressões tais como encontros comuns de oração.

6. Tudo isto convida a fazer referência constante à Sagrada Escritu· ra, fonte da nossa fé e à tradição viva da Igreja, em particular o Concílio Ecuménico Vaticano II. Neste sentido, é indispensável familiarizar com estas fontes o maior número de cristãos. O Desenvolvimento da formação em ordem à reflexão e comunicação pastorais contribuirá largamente pa· ra este objectivo.

Woldingham, 16 de Julho de 1999

1 50 __________________________________________ __

ECOS DA CÁRITAS

KOSOVO, TIMOR E OUTROS

A Cáritas Diocesana promoveu nos últimos tempos campanhas diversas tendentes a manifestar a fraterna solidariedade para con­frontações violentas. Sente, por isso, seu dever corresponder à na­tural curiosidade das pessoas que participaram activamente nessas campanhas e por isso dá a conhecer os resultados de cada uma.

Assim, foram recolhidos para o Kosovo 3 795 contos, para Timor e para a Guiné 740 contos. A maior parte dos donativos veio das co­munidades cristãs da diocese, a que sejuntaram algumas dádivas in­dividuais entregues directamente na Cáritas. Nestes números não estão incluídos 4 050 contos entregues pelo Santuário de Fátima. To­das estas importâncias foram já integralmente remetidas para os respectivos destinos.

OS NÚMEROS DO PEDITÓRIO ANUAL

No peditório público anual para a Cáritas foram recolhidos 3.001.299$00. Cerca de 736 contos, correspondentes a 50% da colec­ta da cidade de Leiria, revertem para o Centro de Acolhimento de Leiria, como na ocasião foi anunciado.

NA CASA DA PRAIA DO PEDRÓGÃO

Foram já 152 os idosos que no último mês passaram um perío­do de repouso e convívio na casa da Cáritas no Pedrógão.

Tendo em conta a circunstância de se comemorar o Ano Inter­nacional para as pessoas idosas, a Cáritas proporcionou a cada um dos três grupos um serão diferente e bem animado com danças e can­tares tradicionais tendo oferecido a cada um dos idosos uma expres­siva lembrança alusiva à efeméride. Outros grupos se seguirão no mês de Setembro.

Começaram também, no passado dia 6, as colónias de férias. Até ao dia 4 de Setembro serão cerca de 400 crianças adolescentes que,

__________________________________________ 1 51

ECOS DA CÁRITAS

repartidos em 5 turnos, encontrarão no sol da praia, no convívio, nas actividades que irão desenvolver e no carinho dos monitores/as que as vão acompanhar, uma ocasião propícia ao seu desenvolvimento huma­no e espiritual.

PEREGRINAÇÃO À TERRA SANTA Como já foi anunciado, o Senhor Bispo, na Peregrinação Dioce­

sana a Fátima, no passado dia 2 1 de Março, comunicou que a dioce­se ia organizar uma Peregrinação Oficial à Terra Santa, no âmbito da celebração do Grande Jubileu da Redenção.

A peregrinação vai realizar-se de 7 a 14 de Dezembro do corren­te ano e o programajá foi publicado e comunicado a todos os Párocos da Diocese. Deseja o Senhor Bispo que estejam representadas, nes­ta celebração diocesana, todas as paróquias.

O preço da peregrinação, com tudo incluído, em regime de pen­são completa, é de 175.000$00, (alojamento em quarto duplo; o quar­to individual custa mais 35.000$00). Além dos delegados paroquiais, podem inscrever-se todas as pessoas que, tendo condições normais de saúde, desejarem tomar parte nesta peregrinação. As inscrições po­dem fazer-se junto de cada pároco, ou directamente na Comissão Dio­cesana da Peregrinação- Casa Episcopal de Leiria, tel. 832714/82612l. No acto da inscrição devem entregar 30.000$00. O restante pode ser pago, em prestações, até ao final de Outubro.

Até esta data já se inscreveram 67 peregrinos e, destes, 38 são casais, o que vai dar à peregrinação um clima muito familiar. Estão inscritos 3 peregrinos de Alpedriz, 3 da Bajouca, 6 da Batalha, 2 de Gondemaria, 14 de Fátima, 4 de Leiria, 5 de Marrazes, 1 das Matas, 5 de Minde, 3 dos Parceiros, 6 de Pataias, 1 do Reguengo do Fetal, 6 de Rio de Couros, 4 de Santa Eufémia e 4 de Seiça.

Pedimos aos reverendos párocos que enviem à Comissão Dioce­sana, o mais depressa possível, os nomes dos delegados paroquiais, e desde já agradecemos toda a colaboração prestada na promoção desta peregrinação - momento especial da celebração do Grande Ju­bileu da Redenção.

A Comissão Diocesana da Peregrinação

152 __________________________________________ __

CALENDÁRIO / ANUÁRIO Acaba de ser publicado o CALENDÁRIO/ANUÁRIO para o Ano

Pastoral de 1999/2000. Por ser pertinente e actual transcrevemos a seguir a "Introdução" assinada pelo bispo diocesano, D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva:

"Estamos no Grande Jubileu do ANO 2000. Começa oficialmen­te no dia 25 de Dezembro e prolonga-se até 16 de Janeiro 2001. Na nossa Diocese as igrejas jubilares são a sé de Leiria e a basílica da Co­va da Iria. O objectivo básico é "a glorificação da Santíssima Trin­dade", como diz o Papa. E sempre por intermédio do Salvador, ou seja, como diz a Liturgia {por Cristo, com Cristo e em Cristo, agora e para sempre. Amen".

Iremos à Terra Santa (7-14 de Dezembro 99) e preparamos uma peregrinação oficial a Roma. A comissão diocesana do Jubileu dará notícia de outros actos ou sinais. Sem milenarismos, o Grande Jubi­leu do ANO 2000 será um "sacramento" de recristianização. Dentro de cada cristão e em Igreja. Um dos tlsinais" será a ((Domus Fraterni­tas" para acolher <fsidosos" em ligação

'com as suas famílias; a renún­

cia quaresmal da nossa Diocese terá essa finalidade. Também estamos a preparar a Cerimónia de Beatificação dos

Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. Sobretudo queremos celebrar e fazer viver toda a pastoral da Beatificação, conjugando a Mensagem da Senhora com a mensagem testemunhal dos Pastorinhos. Está constituído um "grupo de trabalho" para este efeito; publicações, a já habitual peregrinação das crianças (lO de Junho) e outros actos es­tão a ser estudados e programados. A nossa querida Diocese de Lei­ria-Fátima tem mais obrigações. Esperamos que o MMF, o SDEC, o SDEIE, o MCE, o CNE e muitos outros movimentos ou serviços dêem o seu indispensável contributo. Lembro que o processo de Beatifica­ção de Francisco e Jacinta Marto começou há 50 anos (21 de Dezem­bro de 1949), a pedido dos organismos juvenis da Acção Católica.

Continuamos em Sínodo. A terceira sessão da ASSEMBLEIA SI­NODAL (1-3 de Outubro 99) ajudará a renovação, em curso, de todas as celebrações litúrgicas. Desde a Eucaristia e os outros Sacramentos, até às festas populares e a oração em família. A assembleia sinodal é constituída por 187 delegados ou conselheiros sinodais, que ao mesmo tempo são obreiros de uma profunda "revisão de vida" em ordem a um a "renovação permanente" das celebrações da fé e das razões da Vida.

153

CALENDÁRIO I ANUÁRIO

A quarta etapa da caminhada sinodal,já em preparação, ajudará a siso tematizar conclusões vitais e dinâmicas para uma Igreja que tem a Mis­são de ser fermento e alma da Sociedade, em mudança e em busca.

Somos um povo que caminha. A meta é Jesus Cristo, que cami· nha connosco. Que Sua Mãe nos acompanhe. Que ninguém queira fi· car para trás ou desanimado na berma da estrada. Que o Grande Jubileu do ANO 2000 seja de encontro, de reconciliação e de paz. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

cese. Leiria, 2 de Agosto de 1999, 12.' ano da minha vinda para a Dia·

(t SERAFIM S. F. SILVA, Bispo de Leiria-Fátima)

* * *

ADENDA AO CALENDÁRIO / ANUÁRIO DIOCESANO

Por já não ter sido possível incluir em substituição do que se en· contrava no calendário/anuário do corrente ano, transcrevemos a se­guir alguns dados actualizados. Assim:

Composição do Secretariado Diocesano da Pastoral dos Ci­ganos

Responsáveis: Ana Maria Marques da Silva Matos (Presidente), Paula Maria Cardoso Portela Areias (Vice-Presidente), Maria Doná­ria da Fonseca Santos (Secretária), Manuel Caseiro (Tesoureiro) e Da­niela Filipa Matos dos Santos (Responsável de evangelização).

Assistente Religioso: P. Albino da Luz Carreira.

Composição da Associação "Os Samaritanos" - Pastoral Carcerária

Responsáveis: Joaquim Carrasqueiro de Sousa (Presidente), Adelina Rabaçal Martins (Secretária) e Cláudio Pereira da Silva (Te­soureiro).

Assistente Religioso: P. Albino da Luz Carreira

154 ________________________________________ __

CALENDÁRIO I ANUÁRIO

Composição do Secretariado Diocesano da Pastoral Ju­venil

Responsáveis: P. Virgílio do Rocio Francisco (Director), Ir. Alci­Iene Fernandes, Lina Oliveira, Elisabete Ferreira, Carla Neto, Ma­ria Irene Vieira, Gabriel Gameiro e Daniel Gameiro.

AS NOSSAS CO�DADES PAROQUUUS

São 74 as paróquias da nossa Diocese. A propósito do "relatório quinquenal" que o nosso bispo teve de enviar para Roma, foi feito um inquérito aos Párocos sobre alguns dados estatísticos, e muito signi­ficativos, da vida nas diferentes comunidades paroquiais. Apesar de nem todas as paróquias terem respondido e mesmo tendo em conta que os dados fornecidos podem não ter todo o rigor científico, nomea­damente no que concerne à percentagem de "praticantes", pareceu­-nos, sem invadir a competência técnica de um possível e desejável gabinete de sociologia religiosa, que poderíamos publicar os núme­ros a que tivemos acesso.

Nas duas páginas seguintes oferecemos, com humildade e sen­tido de serviço, os dados que obtivemos, esperando que todos com­preendam, especialmente as comunidades não quantificadas.

No próximo número publicaremos, se possível, os dados referentes às paróquias que faltam.

155

ANo a . ... go I 2 3 • 5 • 7 8 9 PARÓQUIA HABIT. CATÓL IDOSOS BAPT. \.ICOM. CONFIR. CASAM. UNÇOES % PRAT.

Albergaria dos Doze 3 000 3 000 2 700 26 22 1 4 8 10 50

Alburitel 1 270 1 270 270 8 9 41 2 10 60

Alcaria

Aljubarrota 6 775 6 665 1 780 56 49 69 26 39 25

Alpedriz 1 535 1 500 - 15 4 8 9 - 20

Alqueidão da Serra 2 800 2 789 876 25 17 20 3 1 8 53

Alvados

Amor 5 600 5 590 2 000 62 58 68 27 - 35

Arrabal

Arrima! 1 500 1 425 - 14 - 1 5 1 0 - 95

Atouguia 7 200 7 100 2 880 14 49 50 12 4 60

Azoia

Bajouca 2 590 2 350 - 42 44 33 16 22 -

Barosa 1 750 1 600 100 16 23 1 1 12 10 40

Barreira 2 900 2 800 - 20 28 19 1 1 - -

Balalha 8 100 7 700 - 102 97 103 78 60 50

Bidoeira 3 590 3 590 290 24 15 19 7 8 70

Boavista 2 800 2 790 255 26 18 25 7 8 70

Calvaria 2 650 2 605 579 21 21 1 0 1 1 20 80

Caranguejeira 5 500 5 540 1 0SD 64 63 83 30 10 68

Carnide 2 502 2 450 - 57 40 35 15 - -

Carvide 4 600 3 500 153 31 19 39 14 19 50

Casal dos Bernardos 1 089 1 089 252 9 1 6 - 2 19 90

Caxarias - - - 24 18 - 14 - -

CercaI

Coimbrão 2 680 2 500 370 26 27 70 7 16 40

Colmeias 3 750 3 675 - 46 33 40 27 - 70

Corles 3 100 3 000 - 23 31 43 9 - -

Esp�e 870 870 1 10 26 15 25 12 12 28

Fátima 14 000 13 940 1 850 172 124 121 153 73 95

Formigais 730 722 195 4 6 - 2 - 60

Freixianda 5 000 4 750 800 63 39 48 19 38 85

Gondemaria 1 163 1 1 50 lSD 20 16 - 7 14 75

Juncal Leiria 17 200 - - 256 207 1 16 189 - 20

Maceira 12 000 1 1 800 4 000 1 1 2 1 1 0 1 1 2 35 30 36

Marinha Grande

156 ________________________________________ __

A"O D. 1IOOB PARÓQUIA

Marrales

Matas

Meirinhas

Memória

Mendiga

Milagres

Minde

Mira de Aire

Monle Real

Monte Redondo

Olival

Ortigosa

Ourém-N.S. Piedade

Ourém-N.S. Miseric.

Parceiros

Pataias

Pedreiras

Porto de Mós

Pouses

Regueira de Pontes

Reguengo do Fetal

Ribeira do Farrio

Rio de Couros

SLI Catarina da Serra

Santa Eufémia

São Bento

São Mamede

S. Simão de Ulém

Seiça

Serra de St2Anlónio

Serro Ventoso

SoulO da Carpalhosa

Urqueira

Vermoil

Vieira de Leiria

I - Numero de Habitantes 2 - Numefo de Cat611cos

1 HA91T.

-

900

2 500

1 050

1 600

3 172

3 500

6 500

3 800

5 500 -

3 400

8 792

2 491

2 000

2 240

2 1 30

2 820

4 600

1 610

2 400

2 280

2 000

-3 390

3 _ Húmero de Idosos ti mais de 65 anos

, CATÓL

-

870

2 320

1 030

1 550

3 125

2 600

6 500

3 400

-

-

3 200

8 617

2 379

2 000

2 235

2 1 1 9

2 820

4 590

1 610

2 400

2 270

1 980

-

3 280

3 • , 100SOS 9APT. I.ICOM.

- 128 88

80 10 14

550 20 19 - I I 7

- 15 12

360 66 39

1 1 9 26 24

420 68 59 - 16 25

- 72 82

- 100 78

302 33 33 - 72 83

495 36 1 8

- 33 -

485 46 24

- 43 22

130 7 28

1 500 46 39

320 20 -520 20 16

980 6 22 - 12 19

- 29 30

789 38 28

4 - Baptismos 5 - Primeiras Comunhões 6 -Conlirmaç6eS

, 7 , • CONFlR. CASAM. UNÇÓES ,,"PRAT.

94 32 -�

20 8 6 30

25 7 7 85

7 2 - 70

la 8 - -

46 42 5 40

- 1 1 10 50

73 20 28 � - la - -

103 14 22 -77 52 36 -27 13 6 -

101 28 - 1 8

30 I I 1 9 80

- 10 3 30

- 13 - -----w

52 I I - -32 8 13 80

- 15 12 70

19 15 10 60

42 13 80 60

32 7 14 60

20 7 - -

73 1 2 6 -

27 18 23 65

7 -Casamentos 8 -Unç6es de Enlermos 9 - Percentagem de Praticantes

157

ESCOLA DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA DE LEIGOS

ANO DE 1999-2000

CURSO GERAL DE FORMAÇÃO TEOLÓGICA

DISCIPLINAS

1 - Teologia Fundamen tal 2 - Introdução à Bíblia 3 - Antigo Testamento 4 - Novo Testamento 5 - Mistério de Deus (O Deus de Jesus Cristo) 6 - Cristologia (Quem és Tu, Senhor?) 7 - Eclesiologia (A Igreja Católica) 8 - Antropologia Teológica (Criados e Redimidos) 9 - Teologia Litúrgica (Reunidos no Senhor)

10 - Teologia Moral (Fé, Discernimento e Vida) 11 - Doutrina Social da Igreja 12 - História da Igreja 13 - História das Religiões 14 - Fé e Mundo Contemporãneo 15 - Teologia Pastoral (Enviados pelo Senhor) 16 - Escatologia (No Caminho da Plenitude) 17 - Mariologia ("Eis a Tua Mãe")

V� Semestre * Reunidos no Senhor

(Teologia Litúrgica) Pe. Carlos Cabecinhas

* 'lEis a Tua Mãe}} (Mariologia) Dr. Augusto Pascoal

* No Caminho da Plenitude (Escatologia) Dr. Augusto Pascoal

2.2 Semestre * Doutrina Social da Igreja

Dr. Luís Inácio João

* História das Religiões Dr. Jorge Guarda

1 58 ________________________________________ _

2." feira

DIAS DE AULAS

1.2

SEMESTRE

18 h - 20 h - Teologia Litúrgica

2 1 h - 23 h - "Eis a Tua Mãe" (até 6/12/99)

Escatologia (desde 13/12/99)

4." feira

18 h - 20 h - História das Religiões

2 1 h - 23 h - "Eis a Tua Mãe" (até 15/12/99)

Escatologia (desde 5/1/2000)

2.ª feira

2.2

SEMESTRE

18 h - 20 h - História das Religiões

2 1 h - 23 h - Doutrina Social da Igreja

4." feira

18 h - 20 h - Doutrina Social da Igreja

2 1 h - 23 h - História das Religiões

__________________________________________ 1 59

LEIRIA-FÁTIMA, publicação quadri­mestral, que arquiva decretos e pro­visões, divulga critérios e normas de acção pastoral e recorda etapas im­portantes da vida da Diocese.

Impresso na GRÁFICA DE LEIRIA

Depósito Legal Nl! 64587/93

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