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Leonardo - agronomiaconcursos.com.br · ser parte do ambiente de outro organismo” (ART, 1998). Santos (1996), ... envolve “a biosfera ou a fina camada de vida que recobre a superfície

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CONCEITOS DE MEIO AMBIENTE

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CURSO TEÓRICO COM RESOLUÇÕES DE QUESTÕES

Prof. Leonardo

Olá, meus amigos e amigas!

Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito

bom tê-los aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos

concursos relacionados as áreas agrícolas, onde faltam materiais de

qualidade para que possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso

objetivo e preencher esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma

vaga, e estar entre os classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os

principais concursos nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA)

(Agronomia, veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL

(Agronomia, engenharia florestal, engenharia elétrica, etc),

POLÍCIA CIENTÍFICA, INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos

elaborando aulas de acordo com os editais, com muitos exercícios, para

que possamos gabaritar estas provas. Queremos abordar várias áreas,

como engenharia agrícola, florestal, ambiental, engenharia civil,

engenharia elétrica, arquitetura etc.

O curso de SANEAMENTO compõem-se de quatro aulas em PDF

totalmente explicadas contemplando vários exercícios de concursos

anteriores visando o treinamento do candidato, esse material objetiva ser

a única fonte do aluno contemplando toda a matéria solicitada no edital

Emater – MG. Então, não precisará de livros, apostilas, ou qualquer outro

material. Em caso de dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente ligado

aos professores, no qual você pode entrar em contato, quando julgar

necessário, para esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão

claros ou precisam de um aprofundamento. O site foi feito pensando em

você, para que alcance seus sonhos, passar em um bom concurso. Para

isso precisamos de excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas

específicas, hoje temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher

está lacuna.

INTRODUÇÃO

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Agronomia concursos

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APRESENTAÇÃO

Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na

Universidade Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG

(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas

Gerais). Tenho pós-graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o

Desenvolvimento Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o

mestrado em Agricultura Tropical, na área de conservação de solos. Fui

professor do curso técnico agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e

forragicultura, fertilidade do solo e culturas anuais e olericultura. Sou

professor de matemática e física do ensino médio. Ministro vários cursos

para agricultura familiar, entre eles fertilidade do solo, culturas anuais,

olericultura, mecanização agrícola, cafeicultura e manejo da bovinocultura

de leite. Trabalho com crédito rural (custeio e investimento), elaborando

projeto e prestando orientação aos agricultores há 10 anos. Sou

responsável pela elaboração da Declaração de Aptidão ao Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) e correspondente

bancário pelo sistema COPAN.

Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização

agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 –

agronomia, Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui

reprovado em outros, mas assim é a vida do concurseiro. Passei na

Emater-MG, onde estou até hoje. O AGRONOMIACONCURSOS tornou-se o

nosso ponto de encontro, nosso espaço de estudo para gabaritar todas as

provas de agronomia. Aproveite todas as oportunidades. Solicitamos que

os alunos que adquirirem nossos cursos avaliem-nos no final, para que

possamos melhorar a linguagem e os temas que não ficarem tão claros.

Espero que vocês também aprovem e gostem do nosso material, e que ele

possa ajudar na sua aprovação!

O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?

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ANÁLISE DO EDITAL

Vamos analisar nosso edital e montar um cronograma de aula.

SANEAMENTO

5.1 Conceitos de meio ambiente.

5.2 Saneamento rural em nível domiciliar:

5.2.1. Água:

5.2.2 Tratamento em nível domiciliar;

5.2.3 Doenças

5.3 Resíduos Sólidos:

5.3.1 importância sanitária dos resíduos sólidos;

5.3.2 cuidados domésticos;

5.3.3 prevenção e controle de insetos, pragas e vetores.

5.4 Dejetos:

5.4.1. importância sanitária;

5.4.2. esgotos domésticos;

5.4.3. contaminação;

5.4.4. soluções domiciliares.

5.5. Educação Ambiental.

5.5.1 Legislação sobre Educação Ambiental;

5.5.2. Metodologias Aplicadas em Educação Ambiental.

Assim, vamos montar nosso cronograma.

Cronograma das aulas

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0 NOÇÕES DE MEIO AMBIENTE

POSTADO

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Aula 1

SANEAMENTO RURAL EM NÍVEL DOMICILIAR:

ÁGUA, TRATAMENTO EM NÍVEL DOMICILIAR;

DOENÇAS POSTADO

Aula 2

RESÍDUOS SÓLIDOS: IMPORTÂNCIA

SANITÁRIA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS;

CUIDADOS DOMÉSTICOS; PREVENÇÃO E

CONTROLE DE INSETOS, PRAGAS E VETORES.

POSTADO

Aula 3

DEJETOS: IMPORTÂNCIA SANITÁRIA;

ESGOTOS DOMÉSTICOS; CONTAMINAÇÃO;

SOLUÇÕES DOMICILIARES POSTADO

Aula 4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: LEGISLAÇÃO SOBRE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL; METODOLOGIAS

APLICADAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

POSTADO

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A partir do texto constitucional vigente, são inúmeras as

interpretações existentes na literatura sobre o conceito de ambiente e meio

ambiente. Assim é que, para alguns autores como Art (1998), dentro de

uma visão mais estática, natureza é “termo genérico que designa

organismos e o ambiente onde eles vivem: o mundo natural”. Por ambiente

entende-se o “... Conjunto de condições que envolvem e sustentam os

seres vivos na biosfera, como um todo ou em parte desta, abrangendo

elementos do clima, solo, água e de organismos”, e por meio ambiente a

“soma total das condições externas circundantes no interior das quais um

organismo, uma condição, uma comunidade ou um objeto existe.

O meio ambiente não é um termo exclusivo; os organismos podem

ser parte do ambiente de outro organismo” (ART, 1998). Santos (1996),

discutindo o conceito de sustentabilidade, considera que environment

(ambiente) compreende a base física e material da vida, a infra-estrutura

possibilita a sua existência em toda e qualquer escala. Nesse sentido, ainda

citando Humphrey e Buttel in Santos (1996), o conceito de ambiente

envolve “a biosfera ou a fina camada de vida que recobre a superfície da

terra, localizada entre a crosta terrestre e a atmosfera” constituindo,

portanto, “as condições externas e influências afetando a vida ou a

totalidade do organismo das sociedade, ou a infra-estrutura biótica que

sustenta populações de todos os tipos”.

ECOLOGIA

A Ecologia é a parte da Biologia que estuda as relações dos seres vivos

entre si e destes com o meio. O termo, que foi usado pela primeira vez em

1866 por Ernest Haeckel, como a “ciência capaz de compreender as

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relações do organismo com seu ambiente” ou mais recentemente como o

“estudo científico da distribuição e abundância de organismos e das

interações que determinam a distribuição e abundância” (TOWNSEND et al

2006: p.24).

Assim, a palavra ecologia deriva da palavra grega oikos, que significa

“casa” ou “lugar onde se vive”. Em sentido literal, a ecologia é o estudo dos

organismos “em sua casa”. A ecologia define-se usualmente como o estudo

dos organismos ou grupos de organismos com o seu ambiente, ou a ciência

das inter-relações que ligam os organismos ou grupos de organismo com

seu ambiente, ou a ciência das inter-relações que ligam os organimos vivos

ao seu ambiente.

O conceito inicial, sofreu modificações ao longo dos anos, de modo

que, atualmente, a Ecologia é considerada a ciência que estuda a

distribuição e abundância dos organismos e as interações que as

determinam (Begon et al., 2007). Neste contexto, a Ecologia trata de níveis

de organização desde organismo até biosfera. O estudo de Ecologia baseia-

se em quatro níveis principais de organização, que obedecem a um arranjo

hierárquico que agrupa sistemas mais simples até os mais complexos,

sendo:

População: conjunto de organismos de uma mesma espécie que

vivem juntos em uma determinada área e apresentam maiores

chances de reproduzir-se entre si do que com outros indivíduos de

outras populações.

Comunidades: conjunto de populações de uma determinada região.

Ecossistema: conjunto formado pela comunidade e os fatores

abióticos.

Biosfera: nível mais amplo e autossuficiente que

corresponde a todos os seres vivos do planeta, abarcando as relações

deles entre si e com o meio ambiente.

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Desta forma, Alfred George Tansley (1871-1955) foi o primeiro a

utilizar o termo ecossistema em 1935, entendia o ecossistema como um

elemento na hierarquia dos sistemas físicos e desse modo, como o sistema

básico da análise ecológica (GOLLEY 1993). A abordagem ecossistêmica da

ecologia e seu entendimento da natureza como sistemas auto-regulados,

integrados e em equilíbrio foi a que teve a mais forte ressonância no

pensamento ambientalista nas últimas décadas. O principal pressuposto do

paradigma clássico na ecologia é a idéia que os ecossistemas são unidades

autoreguladas e que seguem uma trajetória linear de desenvolvimento em

direção a uma particular diversidade biológica e um estado de estabilidade

denominado de clímax (FIEDLER et al. 1997).

Em tal perspectiva os distúrbios (fogo, insetos, doenças e mesmo

ação humana) são considerados muito mais como eventos externos do que

propriedades intrínsecas dos sistemas ecológicos. Segundo Golley (1993), o

conceito de ecossistema se ajusta bem à idéia de Thomas Khun de um

paradigma, pois, se trata de uma idéia dominante e organizadora no

desenvolvimento da ecologia, principalmente nos EUA entre 1950-1965. A

idéia de um sistema no qual interagem organismos e fatores ambientais,

organizado em níveis tróficos, ligado através de fluxo de energia, dominou

a ciência durante esse período.

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Vamos exercitar!!

1 - Paranaguá - PR – Biólogo - FAUEL - 2012

Ecologia é uma ciência importante que:

I - Trata do destino da natureza e do próprio homem.

II - Estuda as relações dos seres vivos com o ambiente em que vivem e

entre si, segundo Ernest Haeckel (1870).

III - O homem torna-se capaz de racionalizar os desmatamentos, explorar

racionalmente os recursos naturais, controlar a poluição urbana, ordenar

melhor o crescimento das populações e controlar as doenças nutricionais.

IV - Grupos de indivíduos servem-se dessa ciência para incrementar

interesses comerciais ou políticos deturpando seu verdadeiro objetivo.

Estão corretas apenas:

A. I, III, IV.

B. I, II, IV.

C. I, II, III.

D. II, III, IV.

SOLUÇÃO

Ecologia é a análise e estudo das interações entre os organismos e seu

ambiente.O termo Ecologia foi empregado pela primeira vez pelo biólogo

alemão Ernest Haeckel, em 1869, em seu livro “Morfologia geral dos

organismos”. Deriva da palavra grega oikos, que significa casa, e logos,

que significa estudo. É portanto a ciência que estuda o ambiente, com

todos os seus habitantes, bem como as diversas interações e ligações

existentes entre eles.

O homem deve ter consciência de que ele é capaz de controlar a

poluição urbana, racionalizar o desmatamento, explorar racionalmente os

recursos naturais (caça, pesca, extração madeireira etc), ordenar melhor o

crescimento das populações e respeitar a natureza onde vive. Caso

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contrário isso implica em um mundo totalmente poluído e futuramente

desequilibrado, pois a natureza não acompanhará esse ritmo acelerado de

destruição. O objetivo da ecologia é entender os princípios de operação dos

sistemas naturais e prever suas reações às mudanças, principalmente para

que se possa controlar, ou seja, usar a natureza a favor do homem. (ex:

biorremediação). Assim, Grupos de indivíduos servem-se dessa ciência para

incrementar interesses comerciais ou políticos não deturpando seu

verdadeiro objetivo.

ECOSSISTEMA

O termo ecossistema foi cunhado por Sir Arthur George Tansley, um

ecólogo vegetal inglês, em 1935. De modo geral, um sistema pode ser

caracterizado pela existência de componentes que funcionam de modo

interligado e que interagem entre si.

Um ecossistema ou sistema ecológico é constituído por um

agrupamento de componentes abióticos e bióticos, presentes em um

determinado local, que estão em interação por meio do fluxo de energia e

da ciclagem de materiais. Assim, segundo Odum & Barret (2007) podemos

definir um ecossistema como sendo:

“Qualquer unidade que inclui todos os organismos em uma dada área

interagindo com o ambiente físico de modo que um fluxo de energia

leve a estruturas bióticas claramente definidas e à ciclagem de

materiais entre os componentes vivos e não vivos”.

Desta forma, o conjunto de todos os ecossistemas existentes na

Terra é denominado biosfera (do grego bios = vida e sfaira = esfera). O

ecossistema é um sistema aberto caracterizado pela existência de entradas

RESPOSTA C

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(importação) e saídas (exportação) de energia e material que podem variar

de acordo com sua idade, em diferentes épocas do ano e de sistema para

sistema.

A existência de entradas e saídas pressupõe a existência de limites no

ecossistema. Na maioria dos ecossistemas, a principal fonte de energia

para a continuidade de sua manutenção provém da radiação solar, mas

existem sistemas nos quais os detritos (matéria orgânica morta particulada

ou dissolvida) constituem a principal fonte de energia como ocorre em

cavernas nas quais a luz solar é ausente ou muito reduzida.

Vamos exercitar!!

2 - Técnico em Laboratório – Biologia - FUB - CESPE - 2011

As dimensões de um ecossistema podem variar consideravelmente, de uma

poça de água à totalidade do planeta Terra, considerado um imenso

ecossistema composto por todos os ecossistemas existentes. Internet:

(com adaptações)

Com base no texto acima, julgue o item subsequente.

Um ecossistema consiste em um conjunto de vida definido pelo

agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala

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regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de

mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.

SOLUÇÃO

Quando se fala em ecossistemas e biomas, tratamos de conjuntos. Embora

distintos nos seus elementos e abrangência, podem se sobrepor, interceder

e se completar.

Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre

componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e

micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como

o ar, a água, o solo e minerais. Estes componentes interagem através das

transferências de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os

demais elementos de seu ambiente.

Como são definidos pela rede de interações entre organismos, e entre

os organismos e seu ambiente, ecossistemas podem ter qualquer tamanho.

Como é difícil determinar os limites de um ecossistema, convenciona-se

adotar distinções para a compreensão e possibilidade de investigação

científica. Assim, temos, inicialmente, uma separação entre os meios

aquáticos e terrestres. Então, ecossistemas aquáticos serão os lagos,

naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos. Os

ecossistemas terrestres serão as florestas, as dunas, os desertos, as

tundras, as montanhas, as pradarias e pastagens.

O bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) é o "conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo

agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala

regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de

mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria". Em outras

palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida formada por

um complexo de ecossistemas com características homogêneas. Assim, a

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questão esta incorreta por ter trocado os conceitos – ECOSSISTEMA E

BIOMA.

É importante notar os diferentes biomas, domínios e ecossistemas

presentes no território nacional, atestando a diversidade climática, vegetal,

animal e de relevo que estão contidas entre as fronteiras terrestres. Assim,

os termos Bioma, domínio e ecossistema são termos ligados e utilizados ao

mesmo tempo nas áreas da biologia, geografia e ecologia, mas, não

significando em absoluto que sejam palavras referentes a um mesmo

conceito. São todos empregados quando se pretende dividir um território

de acordo com suas paisagens naturais. Desta forma, podemos conceituar

Biomas como sendo grandes áreas ou ecorregiões geográficas, de até mais

de um milhão de quilômetros quadrados (uma dimensão que equivale a

pouco menos que o estado do Pará ou a África do Sul), com condições

ambientais específicas, onde ocorre interação entre os fatores no conjunto

natural (relevo, clima, vegetação, fauna, hidrografia e solo). Segundo o

IBGE, Bioma é um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo

agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala

regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de

mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria.

Apesar da diversidade de vegetação, a paisagem apresenta-se com

certa uniformidade, havendo porém, dificuldade de definição de seus

limites naturais. Como exemplo de biomas, de acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), temos:

Mata Atlântica

Cerrado

Amazônia

Caatinga

RESPOSTA ERRADO

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Pantanal

Pampa

Os Domínio é um conjunto natural em que há interação entre o clima e

os elementos relevo ou vegetação determinantes. Possui o domínio certa

ordem de grandeza, geralmente apresentando-se como uma área menor

que o bioma. Neste conjunto há certa coerência nos aspectos de relevo,

tipos de solo, vegetação, clima e hidrografia. Modernamente, substitui o

termo zona (como por exemplo, zonas tropicais, zonas temperadas,

subtropical, etc.). Definimos os domínios morfoclimáticos brasileiros a

partir de características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e

fitogeográficas, havendo seis importantes destes espaços em território

brasileiro:

Domínio Amazônico

Domínio dos Cerrados

Domínio dos Mares de Morros

Domínio das Caatingas

Domínio das Araucárias

Domínio das Pradarias

Podemos também definir ecossistema como sendo uma comunidade

de organismos que interagem entre si e com o meio ambiente ao qual

pertencem, como exemplos de meio ambiente são lagos, floresta,

savana, tundra, etc. É um complexo que compõe o ecossistema onde

ocorre a interação entre seres vivos e os elementos não-vivos (bióticos

e abióticos), havendo a transferência de energia e matéria entre eles. Um

domínio pode conter mais de um bioma e de um ecossistema. Os principais

ecossistemas brasileiros são:

Floresta Amazônica

Mata Atlântica

Cerrado

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Caatinga

Campos

Pantanal

Restingas e Manguezais

Desta forma, o fluxo de energia e a ciclagem de materiais são os

processos que determinam o funcionamento do ecossistema, enquanto

seus componentes determinam sua estrutura. Nesta aula veremos o

funcionamento dos ecossistemas, ou seja, da forma como a energia e o

material passam pelos elementos estruturais do sistema.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS ECOSSISTEMAS

A forma como os organismos interagem com o ambiente influencia

seu desempenho biológico, ou seja, seu sucesso no meio, que pode ser

avaliado em função de sua capacidade de sobreviver, crescimento

corpóreo, grau de atividade e reprodução. Sobrevivência, crescimento

corpóreo, atividade e reprodução são atributos dos organismos

(indivíduos), mas não dos demais níveis de organização tratados em

Ecologia.

Assim, a interação de um indivíduo com o ambiente no qual vive envolve

a troca de energia e material, sendo que o seu ambiente é composto por

fatores.

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Bióticos

e Abióticos.

Desta forma, os componentes bióticos de um ecossistema são os

seres vivos, como as plantas, animais e micro-organismos, sendo divididos

em dois grupos principais: os organismos autotróficos e os heterotróficos.

Os primeiros produzem seu próprio alimento através de processos de

fotossíntese e quimiossíntese, já os heterotróficos são os consumidores e

os decompositores.

Os componentes abióticos são fatores não vivos, como a luz, a

temperatura, os nutrientes, o solo e a água. Apesar de não darmos muita

importância aos fatores abióticos quando pensamos em um ecossistema,

eles são fundamentais para a sobrevivência dos organismos. Podemos

destacar os seguintes fatores abióticos: a radiação solar, que permite o

processo de fotossíntese pelos seres fotossintetizantes, a água e a

temperatura que também exercem um importante papel na sobrevivência

de organismos.

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Para Schumacher (1997), todo e qualquer ecossistema, constituído

por florestas, rios, oceanos e outros, apresenta componentes bióticos e

substâncias abiótica que, quando em equilíbrio com o meio, produzem

estabilidade

Os Recursos são atributos do meio que são utilizados pelos

organismos e, assim como as condições, afetam o desempenho biológico

dos indivíduos. Exemplos de recursos são a energia luminosa para os seres

fotossintetizantes, a água, gases como o oxigênio e dióxido de carbono,

entre outros, e o espaço físico. Parte da energia contida nos recursos que o

organismo capta do ambiente é utilizada no metabolismo (gastos para

manutenção). O restante é o que está disponível para os processos

relacionados ao desempenho biológico. Uma vez que os recursos são

utilizados pelos organismos, a atividade destes pode afetar a

disponibilidade daqueles. Isto significa que se um indivíduo utiliza um

alimento ou um determinado espaço, torna-o indisponível para outros

indivíduos. Podemos também citar como exemplos de recursos os parceiros

sexuais, onde dependendo do grau de utilização, os organismos podem

causar sua diminuição, limitando o número de indivíduos de sua própria

população.

Assim, em condições de escassez de um determinado recurso, pode

ocorrer competição entre organismos por este recurso. Interações

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ecológicas entre indivíduos da mesma espécie ou de espécies diferentes

também podem afetar o desempenho biológico dos organismos.

FATORES LIMITANTES

Tudo o que afeta o desempenho biológico dos organismos, ou seja,

condições, recursos e interações ecológicas, é considerado um fator

limitante. A teoria relacionada aos fatores limitantes apoia-se basicamente

na ideia de que o fator menos disponível para uma espécie em um

determinado ambiente deve ser o mais limitante para esta espécie (Lei do

Mínimo) e no conceito de amplitude de tolerância aos fatores ecológicos

(Lei da Tolerância). Em 1843, o químico alemão Justus von Liebig

apresentou a Lei do Mínimo, que afirma que sob condições de estado

constante, o nutriente presente em menor quantidade (concentração

próxima à mínima necessária) tende a ter efeito limitante sobre a planta. É

importante entender que a manutenção de um recurso em estado

constante não significa que não seja utilizado, mas que as saídas do

recurso do ambiente são compensadas pelas entradas.

Em 1913, o ecólogo norte-americano Victor Ernest Shelford

apresentou o conceito da Lei da Tolerância, propondo que cada espécie

apresenta amplitudes de tolerância aos fatores ecológicos, com um valor

mínimo e um máximo dentro das quais consegue existir. Entre os limites

mínimo e máximo de valores que compõem a amplitude de tolerância para

cada fator ambiental, há uma faixa ótima na qual o desempenho biológico

dos indivíduos da espécie é máximo. Fora desta faixa, estes estão sujeitos

a estresse. Abaixo ou acima dos valores englobados pela amplitude de

tolerância, não sobrevivem. Para exemplificarmos, uma espécie marinha

pode tolerar uma ampla faixa de valores de temperatura e uma estreita de

salinidade. Podemos, então, classificá-la como euritérmica (euri = amplo) e

estenohalina (esteno = estreito). Espécies euriécias (ou euriecas)

apresentam amplitude de tolerância ampla para muitos fatores ambientais,

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enquanto que as estenoécias (ou estenoecas) apresentam amplitude de

tolerância estreita para muitos fatores.

Fig. 1 – lei da tolerância

fonte: http://www.ib.usp.br/ecologia/fatores_limitantes_print.htm (modificado de Cox et al., 1976)

NICHO ECOLÓGICO

O nicho ecológico de uma espécie pode ser definido, de forma

sintética, como o conjunto de relações que os indivíduos têm com o

ambiente, ou ainda, como o conjunto de limites de tolerância da espécie.

Vamos ver alguns conceitos:

A posição ou status de um organismo dentro de sua comunidade e

ecossistema resultante de suas adaptações estruturais, respostas

fisiológicas e comportamento específico (por herança e/ou

aprendizado). (E. P. Odum.1959. Fundamentals of Ecology. W. B.

Sanders, Philadelephia.)

Nicho ecológico é a soma total do uso dos recursos bióticos e

abióticos por um organismo em seu ecossistema. (N.E.

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Campbell.1996.. Biology. The Benjamin/Cummings Publishing

Company, Inc., Menlo Park, California)

Relação do indivíduo ou da população com todos os aspectos de

seu ambiente – e dessa forma o papel ecológico das espécies

dentro da comunidade. (R.E. Ricklefs.1996. A Economia da

Natureza. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro)

Segundo Chase e Leibold (2003)

definem nicho, de uma forma bastante

clara, como o conjunto de requerimentos de uma espécie para viver em um

dado ambiente e seus efeitos sobre este ambiente. Cada fator ambiental

limitante para uma espécie pode ser considerado como uma dimensão de

seu nicho ecológico. Assim, a

avaliação da faixa ótima para um determinado fator limitante, na qual os

indivíduos da espécie apresentam seu máximo desempenho ecológico, é

realizada em condições experimentais nas quais se controla o maior

número possível de fatores, inclusive impedindo interações com outras

espécies, e se varia apenas o fator que ser quer avaliar. Deste modo,

define-se uma faixa ótima fisiológica (ou ótimo fisiológico) para o fator que

está sendo estudado.

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FLUXO DE ENERGIA

Os organismos que conseguem produzir matéria orgânica a partir de

substâncias inorgânicas são denominados autótrofos (do grego auto =

próprio e trophe = alimento). Na grande maioria dos ecossistemas estes

organismos, direta ou indiretamente, têm um papel fundamental na

manutenção dos demais organismos. Grande parte da energia que entra

em um ecossistema tem origem na radiação solar e é fixada em energia

química por autótrofos denominados produtores primários que realizam a

fotossíntese oxigênica, na qual ocorre síntese de glicose na presença de

luz, dióxido de carbono (CO2) e água (que doa elétrons para a ocorrência

da reação) e liberação de oxigênio como subproduto das reações

envolvidas no processo.

No entanto, existem autótrofos que não produzem matéria orgânica

por meio da fotossíntese oxigênica. Assim, a fotossíntese anoxigênica é

realizada por bactérias fotossintetizantes que fixam o carbono presente no

CO2 em matéria orgânica, na presença de luz, mas sem haver produção de

oxigênio. Neste processo fotossintético a energia luminosa também é a

fonte de energia para a fixação do CO2, mas os doadores de elétrons são

compostos como o H2 (hidrogênio molecular) ou o gás sulfídrico (também

denominado sulfeto de hidrogênio) (H2S), o que explica o fato de não haver

produção de oxigênio.

Acredita-se que este foi o primeiro tipo de fotossíntese existente.

Pode ser realizado por bactérias sulfurosas púrpuras e sulfurosas verdes

que são anaeróbias obrigatórias (vivem obrigatoriamente na ausência de

oxigênio) ou por bactérias fotossintéticas não sulfurosas que são

anaeróbias facultativas (vivem na presença ou ausência de oxigênio). Na

quimiossíntese, bactérias quimiossintetizantes obtêm a energia necessária

para a fixação de carbono inorgânico na matéria orgânica a partir da

oxidação de compostos inorgânicos reduzidos como o íon amônio (NH4+),

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metano (CH4), gás sulfídrico (H2S) e íon ferroso (Fe2+).

A maior parte destas bactérias utiliza oxigênio para a oxidação destes

compostos. Existem ecossistemas em águas oceânicas profundas que são

totalmente dependentes da produção das bactérias quimiossintetizantes.

Em fontes sulfurosas há abundância de bactérias do gênero Thiobacillus

que realizam quimiossíntese obtendo energia a partir da oxidação de gás

sulfídrico a nitrato (NO3-).

A energia fixada pelos autótrofos como energia química na matéria

orgânica é utilizada em vias metabólicas envolvidas nos processos

relacionados ao desempenho biológico destes indivíduos (sobrevivência,

atividade, crescimento e reprodução). Parte desta energia é transformada

em calor, devido ao processo de respiração celular e é liberada para o

meio. A energia que não é eliminada como calor e que não é gasta nos

processos relacionados ao desempenho biológico fica estocada nos

autótrofos, levando ao aumento de sua biomassa.

Esta é definida como a massa total de organismos por unidade de

área ou de volume (caso de organismos planctônicos, por exemplo),

podendo ser calculada para apenas uma espécie ou para um conjunto de

espécies, dependendo do objetivo que levou ao cálculo. A biomassa,

geralmente, é convertida e expressa em termos de energia (ex.: kcal/km2

), peso seco (massa restante nos organismos após a secagem para

eliminação de água) (ex.: gramas de peso seco por m2 ) ou conteúdo de

carbono (ex.: grama de C por m2 ).

Todos os organismos que não conseguem sintetizar matéria orgânica

a partir de matéria inorgânica obtêm seu alimento e, portanto, energia por

meio do consumo de outros organismos, sendo denominados heterótrofos

(do grego hetero = outro e trophe = alimento) ou, ainda, consumidores.

Estes também liberam parte da energia obtida sob a forma de calor devido

à respiração celular e, assim como os autótrofos, estocam energia na

biomassa. Como resultado das interações tróficas entre as espécies que

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vivem em um ecossistema estabelece-se um fluxo de energia entre os

componentes da biota que é expresso como quantidade de energia que flui

entre os organismos em uma área em um determinado tempo (ex.: kcal

por km2 por ano).

CADEIA ALIMENTAR E NÍVEIS TRÓFICOS

Parte da energia solar que entra em um ecossistema terrestre, após

ser absorvida pelos vegetais e fixada em energia química, segue para os

consumidores que consomem estes produtores primários (herbívoros), mas

que também servem de alimento para outros consumidores (carnívoros) e

assim sucessivamente. Esta passagem de energia por organismos que

consomem e são consumidos denomina-se cadeia alimentar ou trófica.

Cada posição ocupada pelos organismos (de uma ou mais espécies) ao

longo da cadeia recebe o nome de nível trófico.

Em um ecossistema a degradação da matéria orgânica morta até sais

minerais, ou seja, o processo de decomposição ou mineralização, está a

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cargo dos decompositores (fungos e bactérias). Assim como os

decompositores, os detritívoros também utilizam detritos como recurso

alimentar, mas não realizam sua decomposição. Ao se alimentar de matéria

orgânica morta acabam diminuindo o tamanho das partículas detritais, o

que acelera sua degradação por processos físicos (abrasão) e químicos

(lixiviação de compostos orgânicos dissolvidos), além de facilitar a ação dos

decompositores.

Como estes dois grupos de consumidores recebem recursos de todos

os demais níveis tróficos, não são apresentados em sequência a nenhum

outro nível na cadeia. No entanto, podem ser representados como

receptores de energia dos demais níveis (atente para o fato de que na

representação de uma cadeia alimentar, a direção da seta aponta qual

grupo é o receptor de energia).

O posicionamento de uma espécie em um nível trófico é função de

sua participação em uma determinada cadeia e não da espécie

propriamente dita. Por este motivo, a mesma espécie pode ser atribuída a

diferentes níveis dependendo da cadeia considerada. Existem três tipos de

cadeias alimentares que diferem quanto à forma como o alimento

disponível aos consumidores entra na cadeia. A cadeia de pastejo se inicia

com produtores primários. Neste caso, a biomassa produzida pelos

organismos fotossintetizantes torna-se disponível para os consumidores

primários como matéria orgânica viva.

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Fonte: modificado de Brandimarte e Santos, 2014b

A cadeia de detritos ou detrítica inicia-se com organismos detritívoros

que utilizam a energia contida na matéria orgânica morta como recurso

alimentar. A biomassa produzida pelos autótrofos entra na forma de

matéria orgânica morta que será utilizada pelos detritívoros. Este tipo de

cadeia é encontrado em todos os ecossistemas, visto que detritos sempre

são produzidos, mas existem situações em que elas são particularmente

importantes. Este é o caso de cavernas que não recebem luz solar,

sedimento de pântanos, serapilheira (camada de folhedo) que recobre o

solo de uma floresta, entre outros exemplos.

A cadeia microbiana ou alça microbiana ocorre em ambientes

aquáticos e nela a matéria orgânica oriunda dos autótrofos entra sob a

forma de matéria orgânica dissolvida, a qual juntamente com substâncias

liberadas pelos consumidores é incorporada por micro-organismos que

iniciam a cadeia.

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LEIS DA TERMODINÂMICA

O destino da energia em um ecossistema é explicado pelas leis da

termodinâmica. A primeira lei da termodinâmica, ou lei da conservação de

energia, afirma que um determinado tipo de energia pode ser transformado

em outro, mas que a quantidade de energia no sistema se mantém

constante. Exemplos de transformação de energia no ecossistema são a

fixação da radiação solar em energia química pela fotossíntese e a

transformação de parte desta energia em calor, o qual é liberada pelos

organismos para o meio.

Assim, a energia que entra no sistema como energia luminosa (A) é

transformada em energia química fixada nas moléculas de glicose (B) e

parte desta é liberada pelos organismos como calor (C). No entanto, a

quantidade de energia no sistema se mantém igual à que entrou (A = B +

C) (fig. 3)

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Fig. 3 – sistema termodinamico

Desta forma, podemos conclui-se que a energia que entra em um

determinado nível trófico é igual à somatória da energia liberada como

calor e da energia disponível (armazenada na biomassa) para o próximo

nível trófico. A segunda lei da termodinâmica ou lei da entropia afirma que

um tipo de energia pode ser transformado em outro apenas se houver

degradação da energia que entra no sistema para uma forma menos

concentrada, como ocorre com parte da energia química contida na glicose

(energia mais concentrada) que é transformada em calor (forma menos

concentrada). Assim, podemos concluir que, em função da degradação de

energia que entra em um nível trófico para calor, a quantidade de energia

disponível para o nível posterior sempre diminui ao longo da cadeia

alimentar.

Soma-se a isto, o fato de que nem sempre um item alimentar é

aproveitado em sua totalidade por um consumidor como por exemplo um

predador deixa de lado pele, ossos e outros componentes de sua presa.

Deste modo, é fácil concluir que o número de níveis tróficos ocupados por

consumidores em uma cadeia, ou seja, quantas ordens de consumidores

existirão, depende da quantidade de energia fixada em biomassa pelos

autótrofos e da eficiência de utilização de energia recebida por cada nível

trófico de consumidor. Em outras palavras, o número de elos em uma

cadeia alimentar não é infinito devido às “perdas” de energia que ocorrem

nos diferentes níveis tróficos, essa perda é utilizada no sentido de que

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parte da energia não será utilizada. Uma vez que a energia disponível para

um determinado nível trófico não retorna ao nível trófico anterior e que

parte desta energia é sempre liberada sob uma forma mais degradada e

não aproveitável (calor). O fluxo de energia estabelecido entre

componentes bióticos do ecossistema é unidirecional.

TEIAS ALIMENTARES

Um ecossistema, geralmente, é formado por muitas espécies que

interagem por meio da participação em mais de uma cadeia alimentar.

Como, geralmente, uma mesma espécie pode servir de alimento para

diferentes espécies, normalmente ocorrem várias cadeias alimentares que

se interligam em função de possuírem componentes em comum. Estas

cadeias interligadas são denominadas teias ou redes alimentares.

EFICIÊNCIA ECOLÓGICA

A segunda lei da termodinâmica indica que nenhuma transformação

de energia é totalmente eficiente, visto que sempre há liberação de uma

forma de energia que não é aproveitável. A manutenção de uma população

em um dado ecossistema depende da eficiência de seus componentes na

canalização da energia captada em prol do desempenho biológico. A

eficiência ecológica de cada nível trófico, ou mesmo de cada população,

pode ser avaliada pela razão entre a energia que é disponibilizada para o

próximo nível trófico e a energia que recebeu, multiplicada por 100. Quanto

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maior esta razão, maior a eficiência do nível trófico pois indica que houve

menor liberação de energia como calor.

- Produtividades primária e secundária: A quantidade de energia luminosa

fixada na biomassa por organismos que realizam fotossíntese oxigênica por

unidade de área é denominada produção primária. Se esta produção for

calculada em um determinado período de tempo fala-se em produtividade

primária. Esta taxa pode ser expressa em termos de unidade de massa por

área por tempo, mas normalmente a biomassa é convertida em energia e o

valor é expresso como unidade de energia por área por tempo (ex.: kcal

por m2 por ano). A produtividade primária bruta (PPB) diz respeito a toda

biomassa produzida por uma determinada espécie ou grupo de espécies de

produtores primários em uma área (ou volume no caso de ecossistemas

aquáticos) por um determinado período de tempo. Como parte da energia

fixada na biomassa pelos produtores é utilizada por eles próprios, com

consequente liberação de calor, a biomassa realmente disponível para os

consumidores primários é a equivalente à PPB menos o que foi gasto na

respiração (R) e que é medido como calor. Esta porção da produtividade

primária disponível para os consumidores primários é denominada

produtividade primária líquida (PPL). A porção da energia recebida que é

efetivamente transformada em biomassa por consumidores por unidade de

área por tempo é denominada produtividade secundária.

PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

As pirâmides ecológicas são utilizadas como uma forma fácil de

visualizar as relações entre número de indivíduos, biomassa e energia

presentes nos diferentes níveis tróficos. Cada camada da pirâmide

representa um nível trófico, sendo que a basal se refere ao primeiro nível

trófico e as demais, em sequência, aos níveis consecutivos. A largura de

cada camada é proporcional à quantidade de indivíduos, biomassa ou

energia existente em cada nível.

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As pirâmides de números e de biomassa podem ser invertidas, ou

seja, apresentar valores menores na base que nos demais níveis. A

pirâmide de energia, no entanto, jamais será invertida devido à ocorrência

de dissipação de energia sob a forma de calor de um nível trófico para

outro. Assim, para que um próximo nível trófico possa ser mantido, o

anterior sempre deverá conter maior quantidade de energia que o seguinte.

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Os elementos químicos, incluindo os elementos essenciais para a

vida, tendem a circular na biosfera em caminhos característicos. Além

disso, iremos observar que sempre teremos fluxos saindo do ambiente para

os organismos e voltando para os ambientes. Esses fluxos, virtualmente

circulares, são chamados de Ciclos Biogeoquímicos. Esta denominação

deve-se ao fato de o movimento da matéria ocorrer entre organismos vivos

(bio) e o ambiente geológico (geo) representado por rochas, solo, ar e

água, ao mesmo tempo em que ocorrem alterações em suas formas

químicas (químicos).

A Biogeoquímica é a ciência que estuda a troca ou a circulação de

matéria entre os componentes vivos e físico-químicos da Biosfera

(Odum, 1971).

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Assim, diferentemente do fluxo de energia, observamos que os

nutrientes são, em sua maioria, reaproveitados no mesmo ambiente ou em

outras localidades. Os ciclos biogeoquímicos extrapolam os limites do

ecossistema, visto que os elementos e substâncias podem ser oriundos de

outros ecossistemas, bem como ser exportados para outros locais, via

transporte atmosférico ou carreamento pela água, por exemplo. Além

disso, não estão igualmente distribuídos, em quantidade e forma química,

mesmo dentro de um ecossistema, estando presentes em reservatórios ou

compartimentos dos quais são disponibilizados em diferentes velocidades.

Entre estes reservatórios podem ser citados a atmosfera, o solo, a

coluna d’água e os sedimentos em ambientes aquáticos e a biota.

Como pode ser observado, a ciclagem envolve diferentes vias, sendo

que a quantidade de um determinado material que passa por estas vias em

um determinado período de tempo pode ser estimada, por exemplo, em

toneladas por ano. Estas taxas de troca ou de transferências entre os

vários compartimentos têm maior influência na estrutura e funcionamento

dos ecossistemas que as quantidades presentes em um dado momento ou

local.

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Existem dois tipos contrastantes de ciclos biogeoquímicos, que diferem

quanto ao fato do principal reservatório do elemento ou substância ser a

atmosfera (ciclos gasosos) ou os sedimentos e solos (ciclos sedimentares).

Dependendo do elemento, no entanto, o ciclo pode apresentar feições

intermediárias entre os tipos gasosos e sedimentares. O transporte na

atmosfera é bastante rápido (minutos, horas) em comparação com o que

ocorre nos sedimentos, nos quais os elementos podem ficar imobilizados

por muito tempo (anos). Como exemplo de ciclo gasoso é apresentado o

ciclo do nitrogênio, no qual a participação de micro-organismos é essencial

em várias etapas. Assim, podemos classificação dos ciclos biogeoquímicos

em:

Ciclos Gasosos - o depósito está na atmosfera ou hidrosfera,

composto dos seguintes nutrientes:

Ciclos Sedimentares - o depósito está na crosta terrestre, composto dos

seguintes nutrientes:

Ciclo da água - Os depósitos são o mar, rios, lagos e os lençóis

subterrâneos.

CICLO DO CARBONO

O carbono é um elemento químico de grande importância para os

seres vivos, pois participa da composição química de todos os componentes

orgânicos e de uma grande parcela dos inorgânicos também. O gás

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carbônico se encontra na atmosfera numa concentração bem baixa,

aproximadamente 0,03% e, em proporções semelhantes, dissolvido na

parte superficial dos mares, oceanos, rios e lagos.

Parte dos restos de animais e vegetais pode não sofrer decomposição

e transformar-se em combustíveis fósseis (carvão e petróleo), sendo que a

maior parte do carbono que estava preso durante milhões de anos nessas

substâncias, está sendo devolvido à atmosfera, através da queima de

combustíveis. Em conseqüência destas queimas, a concentração de CO2 na

atmosfera aumentou nos últimos anos, provocando o efeito estufa que

hoje é uma das principais preocupações de governos e de instituições

internacionais ligadas ao problema ambiental e provocando as seguintes

consequência:

Alterações nos Ecossistemas – extinção de espécies

Derretimento das Geleiras

Perdas na Produção Agrícola

Alterações nas Correntes Marinhas

CICLO DO OXIGÊNIO

O oxigênio se distribui em três reservatórios: a atmosfera (os gases

que rodeiam a superfície da terra), a biosfera (os organismos vivos e o seu

ambiente próximo) e a litosfera (a parte sólida exterior da terra). O

oxigênio é o elemento mais abundante na crosta terrestre e nos oceanos, e

o segundo na atmosfera. Na atmosfera encontra-se como oxigênio

diatômico/oxigênio molecular (O2), dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3),

dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de nitrogênio (NO), dióxido de

enxofre (SO2), etc.

O oxigênio molecular (O2) representa 20% da atmosfera terrestre.

Este oxigênio satisfaz as necessidades de todos os organismos terrestres

que o respiram no seu metabolismo. O principal fator na produção de

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oxigênio é a fotossíntese, que é responsável pela atual atmosfera terrestre

e pela existência da vida.

O fator mais recente que afeta o ciclo do oxigênio na biosfera e o

balanço de oxigênio na terra, é o próprio homem. Além de inalar oxigênio e

de exalar dióxido de carbono, o homem contribui para diminuir o nível de

oxigênio e aumentar de dióxido de carbono, pela queima de combustíveis;

pelo desmatamento e pela pavimentação de terras anteriormente verdes.

CICLO DO NITROGÊNIO

O ciclo do nitrogênio, assim como o do carbono, é um ciclo gasoso. Apesar

dessa similaridade, existem algumas diferenças notáveis entre os dois

ciclos: o a atmosfera é rica em nitrogênio (78%) e pobre em Carbono

(0,032%); o apesar da abundância de nitrogênio na atmosfera, somente

um grupo seleto de organismos consegue utilizar o nitrogênio gasoso; O

envolvimento biológico no ciclo do nitrogênio é muito mais extenso do que

no ciclo do carbono.

O nitrogênio utilizável pelos seres vivos é o combinado com o

hidrogênio na forma de amônia (NH3). A transformação do N2 em NH3 é

chamada fixação. Assim, existem bactérias que realizam a fixação do

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nitrogênio molecular gasoso (N2) presente na atmosfera em formas

nitrogenadas (amônia, nitrito e nitrato) que podem ser utilizadas pelos

produtores primários. Outro grupo de bactérias promove a denitrificação,

na qual o nitrato (NO3-) é convertido a nitrogênio molecular (N2)

possibilitando seu retorno para a atmosfera. Há ainda bactérias

quimiossintetizantes que promovem a nitrificação por meio da oxidação do

íon amônio (NH4+) a nitrito (NO2

-) e do nitrito a nitrato (NO3-).

A primeira oxidação da nitrificação é realizada por bactérias do

gênero Nitrosomona e a segunda por bactérias do gênero Nitrobacter. Estas

bactérias podem ser muito abundantes no solo. O processo de nitrificação

pode ser dividido em duas etapas:

• Nitrosação: A amônia é transformada em nitrito

• Nitratação: Ocorre a transformação do íon nitrito em íon nitrato

Os fenômenos físicos, como os relâmpagos e faíscas elétricas, são

também processos fixadores de nitrogênio. A produção de amônia por

esses fenômenos atmosféricos é pequeníssima, sendo praticamente

negligenciável em face às necessidades dos seres vivos. A fixação do

nitrogênio por esses meios é denominada fixação física.

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Outra forma de fixação de nitrogênio é a fixação industrial, realizada

por indústrias de fertilizantes, onde se consegue uma elevada taxa de

fixação de nitrogênio. o A fixação do nitrogênio realizada pelas bactérias,

algas azuis e fungos que vivem livres no solo ou associados às raízes de

plantas é denominada de fixação biológica ou biofixação. Quando os

decompositores começam a atuar sobre a matéria orgânica nitrogenada

(proteínas do húmus, por exemplo), liberam diversos resíduos para o

ambiente, entre eles a amônia (NH3). Combinando-se com a água do solo,

a amônia forma hidróxido de amônio que ionizando-se produz o íon amônio

(NH4 +) e hidroxila. Esse processo é denominado de amonização.

CICLO DO FÓSFORO E ENXOFRE

O ciclo do fósforo é mais simples do que os ciclos do carbono e do

nitrogênio, pois não existem muitos compostos gasosos de fósforo, apenas

um composto de fósforo realmente importante para os seres vivos que é o

íon fosfato. O fósforo é um elemento químico que participa estruturalmente

de moléculas fundamentais do metabolismo celular, como fosfolipídios,

coenzimas e ácidos nucléicos.

Estes dois elementos químicos não menos requeridos que o

nitrogênio e a disponibilidade elevada representada por grandes depósitos

não faz com que estes dois ciclos sejam menos importantes com relação

aos outros. Todavia são ciclos mais simples e com menos variações

químicas e tendo na forma de fosfato e sulfato as formas principais

disponíveis. Além disso, seus grandes depósitos são tipos sedimentares e

possuem uma relação positiva na ciclagem de um com relação ao outro.

Neste caso observamos que quando sulfetos de ferro são formados nos

sedimentos o fósforo, que antes era insolúvel, se torna solúvel tornando

disponível para os organismos.

O fósforo costuma ser um fator limitante para os ambientes aquáticos

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haja vista sua baixa disponibilidade aos organismos oriunda da reação com

outros elementos tornando-se insolúveis, ao passo que o enxofre possui

um papel fundamental no processo de decomposição anaeróbica, realizado

por certas bactérias em solos e ambientes aquáticos continentais (Figura 1).

Figura 1 – Ciclo do fósforo e do enxofre e valores dos estoques e fluxos expressos

em unidades 1012 para ambos os elementos (Fonte: www.google.com/images;

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_enxofre; Odum & Barrett, 2007).

A mineração do fosfato é uma via não natural de liberação de

grandes quantidades de fósforo que, de outra forma, estariam

praticamente indisponíveis para a biota, visto que sua liberação dependeria

da ocorrência de intemperismo e erosão destas rochas, processos que são

naturalmente lentos. Aves marinhas piscívoras, por meio de suas fezes,

promovem o retorno de muitas toneladas de fósforo do ambiente marinho

para o terrestre, formando extensos depósitos de fezes, denominados

guano, que frequentemente são explorados como fertilizante

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SUCESSÃO ECOLÓGICA

Ecossistemas não são entidades imutáveis no tempo. A composição e

a estrutura das comunidades, bem como as vias que compõem o fluxo de

energia e a ciclagem de nutriente sofrem alterações naturais ao longo do

tempo. Quando um novo ambiente se torna disponível, passa a ser

ocupado por espécies, ditas pioneiras, que apresentam características que

as tornam aptas para iniciarem a ocupação deste novo ambiente, no qual

as condições, nutrientes e outros recursos são limitantes.

A presença de tais espécies resulta no início da alteração da estrutura

abiótica do ecossistema, de forma que este se torna adequado para a

ocupação por outras espécies. Estas, por sua vez, também modificam o

ambiente tornando-o adequado para a ocupação por outras espécies e

assim sucessivamente. Assim, conforme o tempo passa, ocorre um

processo gradual e ordenado caracterizado por várias etapas, no qual as

espécies vão sendo substituídas e o ambiente abiótico vai sendo

modificado. Este processo é denominado sucessão ecológica ou

amadurecimento do ecossistema.

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Assim, cada etapa do processo é denominada estágio seral e

apresenta uma comunidade com composição e estrutura peculiar. Quando

a comunidade e o ambiente abiótico se tornam mais estáveis, considera-se

que foi atingido o estágio final de maturação do ecossistema denominado

clímax. Na verdade, o clímax representa o estágio final teórico determinado

pelo clima regional. No entanto, em uma mesma região existem diferenças

locais devido a peculiaridades como tipo de solo, topografia e

disponibilidade de água, de modo que este estágio mais estável não

corresponde exatamente ao final teórico esperado a partir do clima. Assim,

o que se tem são estágios finais determinados por estas variações.

Desta forma, o cerrado, por exemplo, a ocorrência periódica de fogo,

impede que a sucessão atinja um estágio mais maduro. Quando o processo

sucessional se inicia a partir do surgimento de um novo ambiente, o

processo é denominado sucessão primária. O surgimento de uma nova ilha

ou lago e o total recobrimento de áreas por lava vulcânica representam

oportunidades para a ocorrência de sucessão primária.

A sucessão secundária ocorre quando um ambiente já ocupado sofre

alterações de tal ordem que se abrem espaços disponíveis para nova

colonização. Neste caso, não há limitação por nutrientes e o ambiente não

é tão inóspito como ocorre no caso da sucessão primária. A abertura de

clareiras em uma floresta, resultante de desmatamento, fogo ou da queda

de uma grande árvore, propicia sucessão secundária. Normalmente,

mesmo no interior de florestas preservadas, são encontradas áreas em

vários estágios sucessionais devido ao fato da abertura de clareiras por

queda de árvores mortas ocorrer em momentos distintos.

Ao longo do processo sucessional várias tendências podem ser

observadas no ecossistema como o aumento da riqueza e diversidade de

espécies e, portanto, do número de interações interespecíficas. Os ciclos

biogeoquímicos tendem a se tornar mais fechados dentro do ecossistema,

embora não deixe de haver importação e exportação de material. O fluxo

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de energia também sofre alterações pois no início do processo há menor

quantidade de biomassa a ser sustentada, de modo que grande parte da

energia pode ser destinada ao crescimento dos indivíduos (produção de

biomassa). Nos estágios mais maduros, há maior quantidade de biomassa

que necessita, portanto, de mais energia para ser mantida. Deste modo,

mais energia é gasta manutenção dos indivíduos, restando menos energia

para investimento em biomassa.

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ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

O Brasil é um país com proporções territoriais continentais, existindo

vários tipos de conjuntos ambientais, chamados de ecossistemas.

Como ecossistema entende-se um conjunto de seres vivos, animais e

vegetais, que convivem em equilíbrio num dado ambiente físico, possuindo

como base para seu desenvolvimento as condições físicas do meio, como o

relevo, o clima, a hidrografia, dentre outros. Os principais ecossistemas

brasileiros são: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Mata dos

Cocais, Pantanal, Restingues e Mangue.

AMAZÔNIA

Também conhecida como Floresta Pluvial Equatorial, a Floresta

Amazônica é a maior floresta tropical existente no mundo ocupando cerca

de 49,29% do território brasileiro. No caso do Brasil, ela se estende por

mais de 3,7 milhões de quilômetros quadrados, existindo em sua

abrangência uma expressiva parcela constituída por unidades de

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conservação, ou seja, ambientes onde as atividades humanas são restritas,

por conta dos riscos de degradação ambiental. Abrange os estados do Acre,

Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e uma porção do Mato Grosso,

Maranhão e Tocantins.

Nos anos de 1970 houve uma intensa devastação da Floresta

Amazônica, quando houve uma expansão da ocupação humana em direção

à região Norte do Brasil, quando ocorreu a construção de rodovias. Além

disso, atividades como mineração, garimpos, expansão agrícola e

exploração madeireira, também foram as responsáveis pela expansão

humana em direção às áreas florestais.

Possui clima quente e úmido, com temperaturas variando entre 20ºC

a 41ºC durante o ano. As precipitações pluviométricas são superiores a

1800 mm/ano. A umidade na região apresenta índices de 80 a 100%. Sua

flora e composta por Castanheira-do-pará, a seringueira, a sumaúma, o

guaraná e uma diversidade de plantas epífitas. E a fauna é composta por

insetos, os anfíbios, jiboias, sucuris, bichos-preguiça, peixe-boi, botos,

onças-pintadas e pirarucu.

A Floresta Amazônica é formada por três estratos vegetais, sendo

eles uma área de igapó, a qual é constituída por um ambiente

permanentemente alagado, onde a vegetação que se desenvolve é

adaptada aos elevados índices de umidade, como a vitória-régia. Há

também a várzea, a qual é uma região suscetível aos alagamentos, mas

não fica permanentemente alagada, desenvolvendo plantas como a

seringueira. Os ambientes de terra firme são aqueles que nunca inundam,

e onde se desenvolve a vegetação de maior porte, com árvores de grande

dimensão, podendo chegar aos 60 metros de altura, como a castanheira.

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Fig. 1 - Vista aérea da floresta amazônica

Vamos exercitar!!

3 - Prefeitura de Juatuba – MG - Geografia - CONSULPLAN - 2015

Na Amazônia existem florestas de inundação e florestas de terra firme. As

florestas de inundação podem ser divididas em dois tipos: as matas

permanentemente inundadas e as florestas de inundação periódicas.

Existem, ainda, na região litorânea, os manguezais inundados

periodicamente pelas marés. Dentre as árvores destacadas a seguir, qual

delas é comum nas matas de várzea?

A. Arapati.

B. Mamorana.

C. Seringueira.

D. Castanha do Pará.

SOLUÇÃO

Mata de Várzea é um tipo de mata que também é encontrada próxima aos

rios. Porém, estão em áreas em que as chuvas ocorrem em grande parte

do ano, mas não durante todo ano. As árvores frondosas de médio e

grande porte fazem parte da vegetação típica da mata de várzea. Entre

estas árvores podemos citar as seringueiras, samaúmas e andirobas.

4 - Professor de Geografia - Acari – RN - 2016

O mapa abaixo é uma representação do domínio original da floresta

amazônica no Brasil. Leia-o, analise as assertivas verdadeiras e falsas

RESPOSTA C

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sobre essa formação vegetal e, em seguida, assinale a sequência correta

das respostas.

( ) Corresponde a uma formação vegetal heterogênea, densa, latifoliada,

perenifólia e hidrófila típica de áreas tropicais úmidas.

( ) Apresenta solos de grande fertilidade em toda a sua extensão, o que

explica a riqueza da sua cobertura vegetal e tem gerado a cobiça do

agronegócio, que avança perigosamente sobre ela e tem provocado a sua

devastação.

( ) É composta por uma formação vegetal densa, homogênea e higrófita

que se localiza nas terras firmes e está ausente nos terrenos alagados, nos

quais predominam formações campestres, o que reflete as diferenças de

solo e de clima da região do seu domínio.

( ) Funciona, junto com a extensa e densa rede hidrográfica presente nesse

espaço, como alimentadora da massa de ar equatorial continental úmida,

que influência o regime de precipitações pluviométricas em muitas partes

da América do Sul e, particularmente, do Brasil, como é exemplar as

chuvas que caem no semiárido nordestino no verão.

( ) É objeto de cobiça e disputa por causa da sua riqueza biológica, mineral,

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madeireira, o que aguça os conflitos pela sua posse entre atores sociais

internos e externos à região onde ela se localiza.

A sequência correta das respostas é:

A.F F V V V.

B.V F F F V.

C.V F F V V.

D.F V V F F.

E.V V F F F.

SOLUÇÃO

Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica

que se encontra na superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada

fértil é oriunda da própria floresta, nela os organismos (insetos, fungos,

algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente. Além

disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que

permanece alta o ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na

região e a restrita variação do clima. Tudo isso garante a sustentação da

floresta. Segundo pesquisa, apenas 14% do solo amazônico é próprio para

agricultura. A escassez é justificada devido à acidez do Rio Negro,

acarretando na pouca quantidade de nutrientes em cada solo. Estima-se

que somente na região amazônica existam aproximadamente seis tipos de

solos, que são: Latossolos, Argissolos, Terra Preta de Índio, Solos de

Várzea, Solos de Igapó e Nitossolos. Estes solos apresentam diversas

particularidades e se diferenciam um do outro pela variação climática,

recursos de nutrientes e até mesmo através de resíduos orgânicos deixados

pelos antepassados indígenas da era pré-colombiana, como é o caso da

Terra Preta de Índio, solo com alto teor de fertilidade e material orgânico.

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CAATINGA

A Caatinga é uma das maiores e mais distintas regiões fitogeográficas

brasileiras, compreendendo uma área aproximada de 734.478 Km2 , o que

representa cerca de 70% da região Nordeste e 11% do território nacional.

O nome “caatinga” é de origem Tupi-Guarani e significa floresta branca,

que certamente caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação seca,

quando as folhas caem (Prado, 2003). A flora deste bioma faz parte da

flora brasileira e abrange no aspecto fitogeográfico seis estados (Sergipe,

Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará), oeste e

sudoeste do Piauí e Nordeste da Bahia (Andrade-Lima, 1954).

A Caatinga é um tipo de formação vegetal com características bem

definidas: árvores baixas e arbustos que, em geral, perdem as folhas na

estação das secas, além de muitas cactáceas, que têm estruturas

adaptadas para de armazenamento de água. Sua paisagem é formada por

árvores de troncos tortuosos, recobertos por cortiça e espinhos. As raízes

cobrem a superfície do solo, para capturar o máximo de água durante as

chuvas leves. Algumas das espécies mais comuns são: a umburana, a

aroeira, o umbu, a baraúna (braúna), a maniçoba, a macambira, o

mandacaru, o xiquexique, o faceiro e juazeiro.

Dentre os biomas brasileiros, a Caatinga é o menos conhecido

botanicamente. As famílias com maior número de espécies endêmicas são

Leguminosae (80) e Cactaceae (41). Dessas, várias estão em perigo de

extinção (MMA, 2003). Muito se tem feito para tentar classificar a

vegetação do mundo de acordo com a sua fisionomia, porém muitas

controvérsias têm sido observadas. Na América do Sul aparecem três

núcleos de regiões semi-áridas bastante separadas entre si, inseridos no

contexto de uma área continental predominantemente úmida. De sul para

RESPOSTA C

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norte, sucedem-se os seguintes setores secos, regionalmente significativos,

porém percentualmente minoritários em relação aos espaços úmidos:

1. diagonal arreica do Cone Sul do continente, altamente

heterogênea;

2. o domínio das caatingas semi-áridas, no Nordeste brasileiro;

3. o domínio semi-árido guajira, na fachada caribiana da Venezuela,

no extremo nor-noroeste (sic) do bloco continental sulamericano,

deve-se, entretanto, considerar que essas áreas ocupam

províncias geológicas diferentes, tanto do ponto de vista das

condições térmicas, hidroclimáticas e fisiográficas (Ab’ Saber,

1974).

A região das caatingas, a “Hamadryades, -flora nordestina-” de

Martius, ou como chamada na língua indígena -Mata Branca-, por

apresentar-se sem folhas e com aspecto seco a maior parte do ano, ocupa

cerca de 10% do território nacional, estendendo-se por áreas desde o Piauí

até o norte de Minas Gerais, caracterizando-se por formações vegetais

complexas, com predomínio de árvores e arbustos decíduos, diversas

suculentas (entre as quais podemos citar as cactáceas), as bromeliáceas,

as euforbiáceas e as leguminosas. A área ocupada pelas Caatingas é

apresentada na Figura 1.

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Figura 1: Área de ocorrência das Caatingas no Nordeste do Brasi

Fig. 3 - Os cactos são as plantas características da Caatinga

CERRADO

O Cerrado detém 5% da biodiversidade do planeta, sendo

considerado a savana mais rica do mundo. O Cerrado é um dos biomas

brasileiros mais ameaçados em função de sua conversão para usos

alternativos do solo, o que implica a perda de cobertura vegetal nativa. A

dinâmica de substituição, que inclui tanto o desmatamento quanto os

incêndios florestais, ocasiona alteração da paisagem, fragmentação dos

habitats, extinção de espécies, invasão de espécies exóticas, e pode levar à

erosão dos solos, à poluição dos aqüíferos, ao assoreamento dos rios e ao

desequilíbrio no ciclo de carbono, entre outros prejuízos. Políticas de

ocupação e o desenvolvimento de tecnologias para o aproveitamento

agropecuário do solo permitiram que, em poucas décadas, enormes áreas

de vegetação nativa fossem suprimidas, apesar do aumento da

produtividade de algumas culturas nos últimos anos. A gradativa conversão

da vegetação nativa por atividades agropecuárias e o consumo de carvão

vegetal já levaram à perda de aproximadamente a metade da área original

do Cerrado.

O Cerrado é a maior região de savana tropical da América do Sul,

incluindo grande parte do Brasil Central, parte do nordeste do Paraguai e

leste da Bolívia, sendo o segundo bioma brasileiro em extensão. Na Figura

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1, observa-se o tamanho deste grande bioma que, em área, é menor

apenas que o bioma da Amazônia. Originalmente, com uma área de quase

2 milhões Km², o cerrado foi amplamente ocupado a partir da década de

70, pela agricultura e a pecuária. Conforme citado anteriormente, as

principais monoculturas implantadas neste bioma são soja e milho, porém,

destaca-se também o café, o sorgo e a cana-de-açúcar. A produção destas

culturas é voltada não só para o mercado interno, como também e,

principalmente, para a exportação. Com esta rápida mecanização da

agricultura e o crescimento das exportações de grãos para o mercado

exterior, novas áreas precisaram ser devastadas para a plantação destas

culturas.

Figura 1 – Extensão do bioma cerrado Fonte: Portal MeioAmbiente.com

Com mais de três décadas de exploração intensa do cerrado, sua

área reduziu drasticamente, conforme demonstrado na Figura 2.

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Conforme demonstrado na Figura 2, o cerrado encontra-se

completamente ameaçado. Grande parte de sua aérea já se encontra

devastada. Outro fato que coloca em risco a biodiversidade deste bioma é a

devastação de reservas protegidas que se localizam muito afastadas uma

das outras ou que são reservas muito pequenas, causando a fragmentação

de habitats, ou seja, limitando o espaço de circulação dos animais e

contribuindo para uma diminuição da variabilidade genética. O

desmatamento desses ecossistemas que formam o cerrado continua de

forma muito rápida. De acordo com levantamentos encontrados na

literatura, observa-se que 55% do cerrado já foram desmatados ou

sofreram alguma interferência humana (MACHADO et al., 2004).

Assim, faz limite com outros quatro biomas brasileiros: ao norte,

encontra-se com a Amazônia, a nordeste com a Caatinga, a sudeste com a

Mata Atlântica e a sudoeste, com o Pantanal. Particularmente nessas áreas

de contato entre os biomas, chamadas de ecótonos, a biodiversidade é

extremamente alta, com elevado endemismo de espécies. Nenhum outro

bioma sul-americano possui zonas de contatos biogeográficos tão distintos,

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conferindo-lhe um aspecto ecológico único, com alta biodiversidade. Ocupa

aproximadamente 24% do território brasileiro, possuindo uma área total

estimada em 2.036.448 km². Sua área nuclear abrange o Distrito Federal e

dez estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins,

Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, somando

aproximadamente 1.500 municípios (Tabela 1).

Em função de sua extensão territorial, compreende um mosaico de

vários tipos de vegetação, desde fisionomias campestres até florestais,

como as matas secas e as matas de galeria. A diversidade de

fitofisionomias é resultante da diversidade de solos, de topografia (altitudes

variáveis de 200 até 1.600m) e de climas que ocorrem nessa região do

Brasil Central. A diversidade de fisionomias do Cerrado pode ser verificada

pela existência de 11 tipos principais de vegetação para o bioma Cerrado,

segundo o sistema de classificação de Ribeiro & Walter (2008).

Nesse, existem as formações florestais (mata ciliar, mata de galeria,

mata seca e cerradão), as savânicas (cerrado sentido restrito, parque de

cerrado, palmeiral e vereda) e as campestres (campo sujo, campo limpo e

campo rupestre). Apesar de esse sistema ser amplamente utilizado, a

classificação oficial da vegetação é aquela definida pelo IBGE (Figura 3).

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Fig. 3 - mosaico fisionomia vegetais;

Fig 4 - Árvores no Cerrado

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Fig . 5 – extratos vegetacionais

MATA ATLÂNTICA

A temperatura, a freqüência das chuvas, a altitude, a proximidade do

oceano e a composição do solo determinam as variações de vegetação que

definem os diferentes ecossistemas que constituem a Mata Atlântica.

Certos animais têm adaptações para viverem em apenas um desses

ecossistemas, isto é, num ambiente com determinadas características. A

diversidade biológica (biodiversidade) de todos os ecossistemas ou em

apenas um deles é considerável. A Lei nº 11.428 (Lei da Mata Atlântica), de

2006, define que a Mata Atlântica contempla diferentes formações

florestais e ecossistemas associados os quais foram detalhados pelo

Decreto nº 6.660, de 2008, e delimitados no “Mapa da Área de Aplicação

da Lei nº 11.428”, de 2006, elaborado e publicado pelo IBGE

Floresta Ombrófila Densa

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Floresta Ombrófila Aberta

Floresta Ombrófila Mista

Floresta Estacional Decidual

Floresta Estacional Semidecidual

Mangues

Restingas

Na região norte de Santa Catarina ocorrem todos estes ecossistemas.

Como há vários tipos de ecossistemas e subdivisões desses, as

denominações podem variar de um texto para outro.

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Figura 6 - Figueira: uma imponente árvore típica da Floresta Ombrófila Densa.

Floresta grandiosa e heterogênea, de solo bem drenado e com grande

fertilidade, é caracterizada por apresentar árvores de folhas largas,

sempre-verdes, de longa duração e mecanismos adaptados para resistir

tanto a períodos de calor extremo quanto de muita umidade. Sua

vegetação apresenta altura média de 15 metros, mas as grandes árvores

chegam a atingir até 40 metros. O grande número de cipós, bromélias,

orquídeas e outras epífitas (plantas aéreas) que se hospedam nas

imponentes árvores dão a esta floresta um caráter tipicamente tropical.

FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

Caracterizada pela presença de árvores de grande e médio portes,

além de lianas (cipós) e epífitas em abundância. Estende-se pela costa

litorânea desde o Nordeste até o extremo Sul. Sua ocorrência está ligada

ao clima tropical quente e úmido, sem período seco, com chuvas bem

distribuídas durante o ano (excepcionalmente com até 60 dias de umidade

escassa) e temperaturas médias variando entre 22º C e 25º C.

FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA

Composta por árvores mais espaçadas e com estrato arbustivo pouco

denso. Ocupa áreas com gradientes climáticos variando entre dois a quatro

meses secos, identificados por meio da curva ombrotérmica, e

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temperaturas médias entre 24º C e 25o C. Suas formações apresentam

quatro faciações florísticas, resultantes do agrupamento de espécies de

palmeiras, cipós, bambus ou sororocas, que alteram a fisionomia da

floresta de densa para aberta. É encontrada, por exemplo, em Minas

Gerais, Espírito Santo e Alagoas.

FLORESTA OMBRÓFILA MISTA OU MATA DE ARAUCÁRIA

Outra formação florestal da Mata Atlântica é a Floresta Ombrófila

Mista ou Mata de Araucária, localizada principalmente na região Sul. O

clima é subtropical, com chuvas regulares o ano todo, e temperaturas

relativamente baixas. Nesta floresta predomina uma espécie de árvore, o

pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifólia), conhecida também por

araucária, que pode atingir até 50 metros de altura. Outros exemplos de

árvores que ocorrem neste ecossistema são: imbuia, erva-mate,

bracatinga, gavirova (ou gabirova), tarumã, pessegueiro-bravo, cedro,

vassourão e a canela-sassafrás.

Quanto a fauna da Floresta Ombrófila Mista, podem ser encontrados

roedores (ratos, cutias e pacas), aves ameaçadas de extinção como a

gralha-azul e o papagaio-de-peito-rocho, além de inúmeros insetos. A

semente da araucária, o pinhão, é muito apreciada pela fauna em geral e

se constitui numa fonte de alimento essencial para o seu sustento.

A ameaça de extinção de algumas espécies desse ecossistema, como

a gralha-azul e o papagaio-de-peito-rocho, pode ser atribuída à escassez

do pinhão. Para agravar a situação, as pessoas vêm coletando o pinhão

para comércio, já que é muito apreciado também pelos humanos. Quando

as pinhas - que agregam os pinhões, que são os fruto da araucária - estão

ainda verdes são furtadas das áreas de preservação, não deixando nada

para a fauna que acaba perecendo de fome.

Infelizmente, esse ecossistema está ameaçado de extinção, devido à

exploração da madeira e pela substituição de sua área de domínio pela

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agricultura e reflorestamentos de pinus e eucalipto. Em Santa Catarina,

restam menos de 1% do ecossistema original e a destruição continua

intensa. A araucária é ainda bastante comum de ser observada nas

propriedades, devido ao fato das pessoas gostarem muito do pinhão. A

abundância das sementes produzidas que germinam facilmente, colabora

muito para a perpetuação da espécie. Além disso, em área aberta, num

solo de boa fertilidade, em apenas 13 anos uma araucária já produz

sementes (pinhões).

A araucária é uma árvore que só se desenvolve bem em áreas

abertas, ou seja, é uma espécie pioneira (isto é, a primeira a desenvolver

em áreas desmatadas). Por isso, é difícil sua regeneração numa floresta

onde ocorreu sua extração nas últimas décadas, o que causa um grave

impacto na fauna, pois a oferta de pinhão durante um certo período do ano

é crucial para a sobrevivência de muitas espécies. Os pinhões cobrem uma

lacuna na oferta de alimento na floresta. Evidentemente, outras espécies

de árvores são igualmente importantes.

O fato de ser uma árvore apreciada pelo homem, este acaba

provocando seu adensamento (artificial) em certas regiões, o que acaba

não contribuindo muito para a conservação da biodiversidade, para a qual

seria necessária uma floresta com uma maior diversidade de espécies de

árvores, arbustos, cipós etc. É muito comum os proprietários suprimir

todas as outras espécies de árvores de grande porte e as espécies de

vegetação do sub-bosque, o que aniquila com quase toda a fauna.

FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL

É conhecida como Mata de Interior e condicionada por dupla

estacionalidade climática. Na região tropical, é definida por dois períodos

pluviométricos bem marcados, um chuvoso e outro seco, com temperaturas

médias anuais em torno de 21º C; e na região subtropical, por um curto

período de seca acompanhado de acentuada queda da temperatura, com as

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médias mensais abaixo de 15º C. Essa estacionalidade atinge os elementos

arbóreos dominantes, induzindo-os ao repouso fisiológico, determinando

uma porcentagem de árvores caducifólias entre 20% e 50% do conjunto

florestal.

CAMPOS DE ALTITUDE

No alto de serras, em geral acima de 900m, ocorrem formações

conhecidas como Campos de Altitude. Na serra do Mar da região norte de

Santa Catarina, no município de Garuva principalmente, temos a ocorrência

deste ecossistema. A camada do solo é bastante rasa e pedregosa de modo

que somente plantas de pequeno porte conseguem se desenvolver,

vegetação rasteira em geral, predominando as gramíneas, formando

extensos campos naturais.

Entre as montanhas, onde a camada de solo é mais espessa e mais

úmida devido ao acúmulo das águas das chuvas que escoa das partes mais

altas (formando as nascentes), ocorrem áreas com floresta constituída por

árvores de grande porte. Essa mata recebe o nome de floresta de galeria.

Esses locais oferecem condições para abrigar uma diversificada fauna de

mamíferos e aves. Nascentes de rios importantes, como o rio Quiriri

(afluente do rio Cubatão) que abastece Joinville, localizam-se nos Campos

de Altitude.

Após as chuvas, as águas escoam rapidamente para as partes mais

baixas deixando o solo (que já é bastante pedregoso, de fácil drenagem

portanto) sempre seco. Neste ambiente seco, de solo bem drenado,

combinado com os ventos fortes e constantes as plantas desenvolveram

adaptações especiais. Uma dessas adaptações são tubérculos, conforme

mostra a foto abaixo.

Os diversos tipos de liquens são encontrados sobre as rochas, além

de bromélias, orquídeas e samambaias e muitas outras espécies de

plantas. Observa-se que o principal mecanismo de dispersão das sementes

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das plantas rasteiras que ocorrem nos campos de altitude é o vento, que é

sempre intenso e constante o ano inteiro.

Esse ecossistema é muito frágil. O solo é de fácil erosão. Ao se

remover a vegetação rasteira surgem grandes voçorocas (fendas), expondo

as rochas. Uma simples abertura de estrada dá início a um processo de

erosão incontrolável.

Ainda, hoje, estes campos naturais vêm sendo utilizados para criação

de gado, cuja degradação causa um enorme prejuízo para a sociedade

(destruição do patrimônio natural, das nascentes e rios que afetam a

produção de água que abastecem grandes cidades). Outro gravíssimo

problema são as queimadas criminosas para a substituição da vegetação

nativa por pastagens e reflorestamento de pinus. As queimadas atingem

até mesmo as áreas protegidas por proprietários particulares. Aliás, essas

áreas protegidas são também afetadas pelas plantas invasoras como o

próprio pinus que está se tornando um problema muito sério e sua

remoção envolve custos elevados e nem sempre é simples, sobretudo em

áreas de escarpas (área com alta declividade).

Estepe

Ocorre na área subtropical brasileira onde as plantas são submetidas a uma

dupla condição de estacionalidade, cujas causas são o frio e a seca. A adoção do

termo estepe para os campos do Brasil meridional baseia-se na fisionomia da

vegetação, homóloga à estepe da Zona Holártica, embora com florística diversa

daquela.

Savana

A vegetação de Savana (Cerrado) ocorre em variados climas, tanto os

estacionais tropicais com período seco entre três a sete meses, como os

ombrófilos sem período seco. Sua distribuição está relacionada a

determinados tipos de solos, na maioria profundos, com alto teor de

alumínio e de baixa fertilidade natural, arenosos lixiviados e mesmo

pedregosos. No Bioma Mata Atlântica, existem algumas disjunções de

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savana em meio a outros tipos de vegetação.

Savana

Estépica Constitui uma tipologia vegetal estacional decidual,

tipicamente campestre, em geral com espécies lenhosas espinhosas,

entremeadas de plantas suculentas, sobretudo cactáceas, que crescem

sobre solos geralmente rasos e quase sempre pedregosos. As árvores são

baixas, raquíticas, com troncos finos e esgalhamento profuso. No Bioma

Mata Atlântica ocorrem duas disjunções de Savana Estépica: no nordeste

de Minas Gerais e em Cabo Frio, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro.

Formações Pioneiras

Constituem os complexos vegetacionais edáficos de primeira

ocupação (pioneiras), que colonizam terrenos pedologicamente instáveis,

relacionados aos processos de acumulação fluvial, lacustre, marinha,

fluviomarinha e eólica. Englobam a vegetação da restinga, dos manguezais,

dos campos salinos e das comunidades ribeirinhas aluviais e lacustres.

Refúgio Vegetacional

Comunidade vegetal que difere e se destaca do contexto da

vegetação clímax regional, apresentando particularidades florísticas,

fisionô- micas e ecológicas. Em geral constitui uma comunidade relictual

que persiste em situações muito especiais, como é o caso daquelas

situadas em altitudes acima de 1.800 metros. Áreas de Tensão Ecológica

Constituem os contatos entre tipos de vegetação que podem ocorrer na

forma de ecótono, quando a transição se dá por uma mistura florística,

envolvendo tipologias com estruturas fisionômicas semelhantes ou

claramente distintas; ou na forma de encrave, quando a distinção das

tipologias vegetacionais, ou mosaicos entre distintas regiões ecológicas,

reflete uma transição edáfica e resguarda sua identidade ecológica.

MATA DOS COCAIS

O Território dos Cocais foi assim denominado por incorporar, em

grande medida, a região dos cocais ou mata de cocais, rica em espécies de

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palmeiras (de cocos), como babaçu, carnaúba e buriti, presentes

principalmente nos Estados do Maranhão e do Piauí, configurando-se como

zona de transição entre a floresta amazônica e a caatinga e o cerrado.”

“(...) os cocais são mais densos em áreas de antigas fazendas, pois logo

após as queimadas os frutos das palmeiras germinavam, aumentando a

densidade da sua população.”

Regiões Costeiras são Depositos Sedimentares, e no interior são Bacias e

Cobertura Sedimentares, Bacia Sedimentar do Maranhão–Piauí com

litologias da Formação Serra Grande; Variação média de altitude entre 0m

e 1000m. Apresenta índices elevados de chuva, com 1500 mm a 2200 mm.

A temperatura média anual é de 26ºC. A espécie mais característica desse

ecossistemas é a palmeira Orbignya martiana, o babaçu. Essa palmeira

possui importância econômica para a população, pois de suas sementes se

extrai um óleo e as folhas são usadas para cobertura de casas. Apresenta

diversas espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos, Os animais

característicos são a arara-vermelha, gavião-rei, ariranha, gato-do-mato,

macaco-prego, lobo-guará, boto, jacu, paca, cotias, acará-bandeira, dentre

outros.

As vegetações típicas da Mata dos Cocais são babaçu (em maior

quantidade), carnaúba, oiticica e buriti. Árvores da família Arecaceae; As

folhas das palmáceas caracterizam-se por serem grandes e finas. No

extrato mais baixo da mata, encontramos diversas espécies de arbustos e

vegetações de pequeno porte; As palmeiras, babaçu e carnaúba, tem suas

raízes do tipo cabeleira e absorve os nutrientes do solo com mais rapidez.

Esse tipo de raiz, também auxilia na sustentação da árvore nesse tipo de

solo.

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Fig. 6 - A palmeira do babaçu

PANTANAL

O Pantanal Mato-grossense constitui-se um dos maiores sistemas de

áreas alagáveis do mundo (Da Silva, 1998), sendo considerado a maior

área de inundação do continente sul americano (RADAMBRASIL, 1982). O

Pantanal é uma planície sedimentar, com área de 138.183 km2, preenchida

com depósitos aluviais dos rios da bacia do Alto Paraguai, com 65% de seu

território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região

é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto

Paraguai, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado,

Chaco e Mata Atlântica (Prance et al., 1982). De acordo com Ross & Santos

(1982) as planícies pantaneiras foram formadas no Período Quaternário,

resultantes de processos erosivos promovidos por climas semi-árido e

úmido alternados, com rebaixamento contínuo das depressões e deposição

de sedimentos, principalmente arenosos, procedentes das bordas das

Bacias Sedimentares dos Parecis e do Paraná, nos terrenos mais

rebaixados.

As planícies e pantanais mato-grossenses constituem uma unidade

geomorfológica caracterizada por um relevo plano e com complexa rede

hidrográfica. Essa unidade geomorfológica representa as porções internas

da depressão do rio Paraguai, na periferia da qual estão instalados os

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planaltos residuais do Alto Guaporé e a província serrana, ao norte; os

planaltos dos Guimarães, do Taquari-Itiquira e de MaracajuCampo Grande,

a leste; o planalto da Bodoquena, ao sul; e os planaltos residuais do

Urucum-Amolar, a oeste.

A rede de drenagem faz parte da Bacia Platina, abrangendo na área o

alto curso do rio Paraguai e seus afluentes, pela margem esquerda o

Cuiabá, o Taquari e o Negro e, pela direita, o rio Jauru (Ross & Santos

1982). O clima da região é caracterizado por uma estação seca e fria entre

maio e setembro e uma chuvosa e quente entre outubro e abril. As

temperaturas médias do ar nos meses de verão, de dezembro a fevereiro,

é de 32ºC e durante o inverno o clima torna-se muito mais frio e seco na

faixa de 21ºC. A média da precipitação anual da planície alagável está

entre 1000 e 1400mm, com picos máximos em janeiro e mínimos em julho.

A precipitação varia durante o ano, causando um ciclo regular de seca e

cheia, o que torna o Pantanal um ecossistema único (PCBAP 1997).

Os solos da planície alagável são compostos por sedimentos soltos,

datados do Período Quaternário, principalmente arenosos, com algumas

áreas de argila e com maior teor de matéria orgânica. Os tipos de solos

encontrados são: podozólicos vermelhoamarelos, regossolos, litólicos,

brunizéns avermelhado e solos concrecionários (PCBAP 1997). De acordo

com Pott (2003) a qualidade dos solos variando dos mais pobres em

nutrientes, como as areias lixiviadas aos vertissolos muito férteis, têm

influência marcante sobre a flora. Predominam cerrados nos solos

distróficos, sem aporte de sedimentos fluviais, enquanto nas áreas de

inundação dos rios, com solos eutróficos, há espécies da Amazônia e do

Chaco úmido.

Como particularidades, há solos orgânicos (histossolos) das ilhas

flutuantes (batume) e os solos de conchas (calcimórficos petrocálcicos) de

capões, em sítios arqueológicos, nos quais são encontradas algumas

espécies pantropicais de uso medicinal, possivelmente disseminadas por

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povos indígenas, como Argemone mexicana L. e Caparia biflora L Segundo

Valls et al. (2003) os ciclos anuais de inundação e rebaixamento das águas,

assim como a aglutinação em períodos de vários anos com inundações mais

volumosas, alternadas com períodos mais secos, determinam forte zonação

na distribuição da vegetação, principalmente a vegetação rasteira.

Para Prance & Schaller (1982) e Adámoli (1986), a diversidade

fitogeográfica no Pantanal é de primeira magnitude devido à convergência

de quatro grandes províncias fitogeográficas da América do Sul:

Amazônica, Cerrado, Florestas Meridionais e Chaquenha. Sua maior ou

menor expressão está condicionada a fatores ambientais que atuam

localmente. Segundo Prance & Schaller (1982), o aspecto que mais chama

atenção no Pantanal é a combinação de vegetação mésica e xérica

crescendo lado a lado.

E as razões para esta mistura, são a topografia e a sazonalidade

climática. Assim, a oferta biológica das linhagens florísticas destas

províncias passa por diversos filtros e as espécies adaptadas a diferentes

condições farão parte da fisionomia característica dos diversos pantanais.

Segundo Pott & Pott (1997), com cerca de 1700 espécies vegetais, o

Pantanal abriga uma incrível variedade de plantas, as quais têm-se

dispersado por toda a América do Sul, e subseqüentemente, formaram

populações maiores que as iniciais como os cambarazais (Vochysia

divergens) e paratudais (Tabebuia aurea).

De acordo com Pott & Pott (1997) o ecossistema pantaneiro pode ser

dividido em até 10 sub-regiões diferentes, cada fisionomia resultando de

uma interação única de fatores edáficos, hidrológicos e biogeográficos.

Estas sub-regiões são: Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paraguai,

Paiaguás, Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda e Nabileque. A

Constituição Federal promulgada em 1988 considera o Pantanal Mato-

grossense como “Patrimônio Nacional”. De acordo com a “Convenção de

Ramsar”, sobre áreas úmidas, o Brasil decretou o Parque Nacional do

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Pantanal Mato-grossense e a Reserva Particular do Patrimônio Natural do

SESC como sítios RAMSAR. A UNESCO (Organização nas Nações Unidas

para a Educação, Saúde, Ciência e Cultura) concedeu ao Pantanal os títulos

de Reserva da Biosfera do Pantanal e Patrimônio Natural da Humanidade,

em 2000 (Tocantins, 2004).

MATA DE ARAUCÁRIAS

A Floresta das Araucárias recebendo esse nome uma vez que a região

está repleta de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), conhecido

como Araucária, conhecida também como Floresta Ombrófila Mista,

composta de 352 espécies, das quais 13,3% são exclusivas desta região;

Registros apontam que a Mata dos Pinhais já ocupou cerca de 2,6% do

território nacional; Infelizmente 95% da mata nativa foi derrubada devido o

corte ilegal para produção de madeira e resinas, além de agricultura e

pecuária. Menos de 1% de sua área guarda as características da flora

primitiva (RIZZI, 2008). É encontrado uma pequena porção no Estado de

São Paulo e Região Sul (principalmente Paraná e Santa Catarina) iniciando

no primeiro planalto, imediatamente a Oeste da Serra do Mar e estende-se

pelos Segundo e terceiro planalto do Estado do Paraná e Laranjeiras do Sul.

Assim, os animais ameaçados: onça-pintada, a jaguatirica, o

monocarvoeiro, o macaco-prego, o guariba, o mico-leão-dourado, vários

saguis, a preguiça-de-coleira, o caxinguelê, e o tamanduá. O jacu, o

macuco, a jacutinga, o tiê-sangue, a araponga, o sanhaço, numerosos

beijaflores, tucanos, saíras e gaturamos, são as aves de maior destaque

nesse bioma. Entre os principais répteis desse ecossistema estão o teiú,

jiboias, jararacas e corais verdadeiras;

As arvores ameaçadas são: imbuía, perobas, cedro, cambará; Suas

sementes constituíram importante fonte de alimentação para gralha-azul, a

gralha-amarela, o sabiá e o próprio homem; Sombra, evitam erosão,

acolhem animais, produzem oxigênio, purificam o ar absorvendo gás

carbônico e liberam para o ar umidade, colaborando na formação de

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nuvens, portanto interfere no equilíbrio ecológico.

A araucária protege o crescimento de outras espécies ao seu redor:

árvores, ervas, fungos, musgos e líquens; Sendo o pinhão principal fonte

de alimento no inverno quando não há muitas frutas, é procurado por

ratos-do-mato, cotias, pacas, capivaras, ouriços, e muitas aves, entre as

quais se destacam o papagaio-charão e a gralha-azul; A araucária produz a

melhor madeira branca, de fibra longa, da flora brasileira. É leve e ideal

para vigamentos em construções;. Sociedade de Pesquisa em Vida

Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) afirma que a monocultura do pinus

para papel, celulose e móveis é a maior ameaça.

Fig . 9 - Mata de Araucárias

MANGUEZAIS

Os manguezais são ecossistemas costeiros encontrados nos trópicos e

subtrópicos de todo o mundo. Espécies arbóreas típicas desenvolvem-se

sobre um substrato lodoso, cuja influência das marés é marcante e

determinante da sobrevivência e sucesso dessas plantas, que possuem

adaptações específicas para seu desenvolvimento neste ambiente que seria

estressante para outras espécies vegetais (Odum et al., 1982; Tomlinson,

1986; Schaeffer-Novelli, 1995). As florestas de manguezal são

consideradas muito importantes por servirem de áreas de descanso,

alimentação e reprodução para fauna diversa (aves, moluscos, crustáceos,

peixes, etc.) e também por contribuir com nutrientes, principalmente

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através da queda das folhas (serapilheira), para os ambientes no entorno,

sustentando as cadeias alimentares costeiras (Lacerda, 1984;

SchaefferNovelli, 1995).

Este ecossistema apresenta ainda funções ecológicas diversas que

serão citadas com mais detalhes ao longo deste trabalho, e consiste em um

ambiente a partir do qual muitas pessoas sobrevivem, direta ou

indiretamente, retirando produtos para seu sustento, e até mesmo

desenvolvendo um sentimento de afeto para com este ecossistema

(Vanucci, 1999; Menezes e Mehlig, 2009). A despeito de sua importância, e

em função dessas florestas geralmente ocuparem regiões litorâneas,

sofrendo com a pressão do desenvolvimento crescente, que é

particularmente forte nessas regiões, os manguezais estão entre os

ambientes mais ameaçados do planeta, especialmente nos continentes

Americano e Asiático (Valiela et al., 2001).

Estes mesmos autores afirmam ainda que ao longo de duas décadas,

a partir dos anos 80, houve uma redução de pelo menos 35% da área dos

manguezais, tal redução sendo maior que os valores registrados para

Florestas Tropicais Úmidas e Recifes de Corais. O Brasil possui dezessete

estados litorâneos, e desse total, a maioria tem suas capitais no litoral; de

modo que a densidade média na zona costeira é de 87 hab/km2 , enquanto

a média nacional é de 17 hab/km2 (Scherer et al., 2009). Essa alta

densidade populacional somada ao fato de que grande parte do PIB

(produto interno bruto) brasileiro é gerada nessa mesma região, já são

indícios da intensificação de problemas ambientais nesta área.

Assim, a urbanização e outras diversas atividades econômicas

desenvolvidas nas cidades e estados litorâneos produzem sérios impactos

sócio-ambientais sobre os ecossistemas costeiros. Dentre estas podemos

citar atividades industriais dos setores químico e petroquímico;

beneficiamento de pescado e indústria de celulose; extrativismo mineral,

principalmente de petróleo e gás; atividades portuárias; pesca; turismo e

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maricultura, em especial a carcinicultura (Scherer et al., 2009). Neste

contexto, o manguezal se insere entre os ecossistemas costeiros que mais

estão sob pressão.

Segundo Schaeffer-Noveli (1989), dentre os trinta ecossistemas

encontrados no litoral brasileiro, os manguezais assumem a posição dos

mais afetados. No entanto, é interessante notar que, em contraposição a

esta realidade, uma extensa legislação ambiental protege os manguezais

(Código Florestal - Lei Federal nº 4.771/65, revogado pela Lei Federal nº

12.651/12; Lei Federal nº 9.605/98; Lei Federal nº 11.428/06). Os

ecossistemas naturais, incluindo os manguezais, geram bens e serviços

ambientais para as populações humanas, estando por isso associados à

qualidade de vida das pessoas.

No entanto, para que haja a continuidade da provisão desses bens e

serviços é necessário manter a qualidade do ambiente, da qual, em última

instância, dependerá o bem estar da sociedade (MEA, 2005).

Fig. 9 - As plantas com raízes expostas no manguezal

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DINÂMICA DE POPULAÇÕES

O estudo das populações é uma das abordagens fundamentais da

Ecologia, não somente pela importância de se compreender as variações de

abundância dos organismos, mas também para o entendimento dos

fenômenos ecológicos de escalas maiores, como comunidades e

ecossistemas. Interações entre populações, diversidade de espécies, e

funcionamento de ecossistemas são processos em escalas diferentes, mas

cada vez mais interligados.

Assim, a área responsável pelo estudo das mudanças que ocorrem no

tamanho relativo das populações, bem como dos fatores que explicam

essas mudanças, é conhecida como dinâmica de populações. Também

podemos conceituar a Dinâmica das populações como sendo a parte da

ecologia que estuda as variações de ocorrência de indivíduos da mesma

espécie (população) e procura definir a(s) causa(s) dessas variações. Como

exemplo temos a caça de jacarés, há um aumento da população de

piranhas resultando, desta forma, em uma variação de ocorrência.

Para um estudo de populações, alguns conceitos são importantes,

como o caso da densidade de populações, sendo definido como o número

de indivíduos em uma determinada área, ou seja, é o tamanho da

população em relação a alguma unidade de espaço. Geralmente é avaliada

e expressa como o número de indivíduos ou a biomassa da população por

unidade de área e de volume.

FATORES MÚLTIPLOS E SUA INFLUÊNCIA SOBRE A DINÂMICA DE

POPULAÇÕES

A busca de algumas respostas na ecologia de populações tem

instigado os biólogos, tais como aquelas relativas aos fatores que

determinam a abundância de uma espécie ou mesmo as responsáveis pela

flutuação de seus números. Quando amostramos alguns ambientes,

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percebemos que algumas espécies são raras e outras abundantes. Ou

mesmo, constatamos que uma espécie é abundante em uma localidade e,

em outra, não. Será que as respostas a esses desígnios são comuns para

os diferentes organismos? Veremos, a seguir, que alguns mecanismos

relacionados à dinâmica de populações são variáveis. Produzir respostas

robustas que visem esclarecer algumas dessas perguntas, dependerão da

essência do conhecimento de aspectos da biologia do organismo, de

informações do seu ambiente e sua relação com outras espécies. Para

entender como a população se comporta ao longo do tempo, torna-se

fundamental uma radiografia da população.

Alguns aspectos deverão ser obtidos com o intuito de esclarecer

questões, tais como aquelas que envolvem a viabilidade da população.

Portanto, os estudos deverão buscar informações sobre o sexo, idade e

tamanho de cada indivíduo. A teoria geral de regulação da população está

relacionada ao potencial biótico do organismo, às formas de crescimento e

à variação existente da capacidade suporte. Existem dois tipos de

mecanismos reguladores da densidade de uma população. O primeiro deles

é conhecido como fator independente da densidade. Seu efeito independe

do tamanho da população. Já o segundo mecanismo, chamado dependente

da densidade, está ligado à densidade populacional. Espera-se uma

influência notória deste fator a partir do aumento da densidade de uma

população.

FATORES INDEPENDENTES DA DENSIDADE

Os fatores independentes da densidade são aqueles que não sofrem a

influência do número de indivíduos de uma população. Variáveis climáticas

são um bom exemplo deste tipo de fator. Estes fatores tendem a causar

variações, às vezes, drásticas na densidade da população. A capacidade

suporte de um ambiente pode ser influenciada por estes fatores. Os fatores

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independentes da densidade têm maior importância nos ecossistemas

fisicamente estressado

Descobrir os princípios que regem a abundância das espécies e sua

distribuição, é uma questão-chave em ecologia. Vários fatores associados,

tais como a competição, predação, parasitismo, mutualismo e o movimento

dos animais operam de maneira simultânea. Assim, a dinâmica de

populações está sob a influência de todos eles, embora a importância de

cada um possa varia. Assim,temos alguns conceitos importantes para

ecologia como ciência:

Espécie

É um conceito fundamental da Biologia que designa a unidade básica

do sistema na classificação científica dos seres vivos. Espécies são grupos

de populações naturais que estão ou têm o potencial de estar se

intercruzando, e que estão reprodutivamente isolados de outros grupos.

Populações

Unidade biológica formada por um grupo de organismos da mesma

espécie, que vivem em uma mesma área, estabelecendo uma

interdependência com as demais populações que ali vivem. São necessários

alguns conceitos para se entender a população e seu desenvolvimento. São

eles:

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Comunidade

Grupo de populações que vive em uma determinada área, podendo

ser composto por populações de espécies diferentes, como, por exemplo, a

comunidade de um rio que será composta por algumas espécies de peixes,

de anfíbios, de plâncton, etc, mas todos submetidos ao mesmo regime das

condições ambientais (essas não são o foco do estudo, e sim a relação

entre as populações presentes). Dentro do estudo de comunidades, há três

conceitos ecológicos importantes: o conceito de riqueza, o de diversidade e

o de equidade.

Riqueza

É o número total de espécies de uma determinada área

Diversidade

A diversidade é uma função do número de espécies e da

equitabilidade. Ex:

Populações biológicas

São conjuntos de indivíduos de uma mesma espécie, que vivem

temporariamente juntos em um mesmo hábitat. O tamanho de uma

população é um balanço numérico momentâneo entre os nascimentos e

imigrações, acrescentando indivíduos, e as mortes e emigrações,

subtraindo. Quando os ganhos superam as perdas, a população cresce, por

outro lado, quando as perdas são maiores, a população diminui.

Ecossistema

Um ecossistema é composto pela comunidade e seu ambiente físico,

dessa forma além de levar em consideração as relações entre as

populações da comunidade também se observa a dinâmica da comunidade

com o ambiente físico. No exemplo do rio, incluiríamos no estudo de um

ecossistema, a dinâmica das águas e como isso influenciaria a comunidade:

um rio (em contrapartida a uma barragem) possui caráter lótico, dessa

forma os parâmetros da sua comunidade (como por exemplo a riqueza)

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podem ser diferentes. De forma didática podemos pensar que esses

conceitos ecológicos formam sub-conjuntos:

Relações intra-especficas

As interações que ocorrem dentro de uma mesma espécie são

chamadas de intraespecificas, em particular a dependência da densidade é

um dos mais importantes fenômenos que ocorre em uma população. O

conceito de dependência da densidade é aplicado a populações onde o

crescimento é limitado, e sua taxa de crescimento diminui conforme a

população se aproxima de um patamar, que pode ser chamado de

capacidade de suporte.

Relações inter-especificas

Todas as formas de vida são tanto cosumidoras quanto vitimas de

consumidores. A predação, a herbivoria, o parasitismo e outros tipos de

consumo são as interações mais fundamentais da Natureza. As relações

predador-presa, herbívoro-planta e parasitahospedeiro são todas exemplos

de interações conumidor-recurso, que organizam as comunidades

biológicas numa série de cadeias de consumidores.

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ATRIBUTOS BIOLÓGICOS DE POPULAÇÕES

DENSIDADE (D)

Podemos definir uma densidade populacional de um organismo como

sendo a contagem dos indivíduos de uma população em uma fronteira

estabelecida pelo pesquisador. As fronteiras, muitas das vezes, são

arbitrárias. Quando nos propomos a contar indivíduos de uma população,

esta tarefa quase sempre é muito complexa. Dificilmente conseguiríamos

contar, por exemplo, o número de besouros de uma floresta,

independentemente da espécie de besouro e do tamanho da floresta.

Desta forma, os ecólogos trabalham com estimativas populacionais.

Sendo que as estimativas não necessariamente são obtidas a partir da

contagem de todos os indivíduos de uma população. Para fins de contagem,

o nascimento de um indivíduo é muitas vezes empregado como o ponto de

partida de um ecólogo populacional.

A população pode ser representada pelo que chamamos de

densidade. A densidade populacional é dada pela contagem do número de

indivíduos da população por unidade de área.

𝐃𝐄𝐍𝐒𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 = 𝐍º 𝐃𝐄 𝐈𝐍𝐃𝐈𝐕Í𝐃𝐔𝐎𝐒

Á𝐑𝐄𝐀 𝐎𝐔 𝐕𝐎𝐋𝐔𝐌𝐄

Assim, podemos considerar outros aspectos, tais como a sua

biomassa por unidade de área. Como exemplo, poderemos ter uma

população de 10 milhões de diatomáceas por metro cúbico de água ou 680

kg/árvores por hectare. Porém, inúmeras vezes, estimar a densidade é

muito difícil. Os indivíduos de uma população irão distribuir-se pelo seu

habitat típico de diferentes formas. Podem ser citados três tipos básicos de

distribuição dos organismos:

Homogênea

agrupada e

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aleatória.

Estes três tipos básicos de distribuição dos organismos são

dependentes do potencial de sua dispersão, assim como das condições e

recursos necessários à sobrevivência. O modelo de distribuição

demonstrado por cada organismo tem diversas implicações para o seu

estudo, assim como em estratégias de conservação. O método de

amostragem tem que levar em consideração o modelo de distribuição de

cada um deles.

O padrão de distribuição homogênea (ou regular) ocorre quando um

indivíduo possui uma tendência em evitar o indivíduo mais próximo. Assim,

indivíduos que ocorram muito próximos a outros, mais do que se esperaria,

normalmente morrem. Daí, o padrão observado é de uma distribuição

homogênea, como resultado do espaçamento regular entre eles.

Os agrupamentos irão se formar na natureza a partir da tendência

exibida pelos organismos de se agregarem em função de locais

particulares. Nota-se, também, que os indivíduos podem se agrupar

influenciados pela presença de um ou mais, propiciando uma atratividade

para vários outros. Dessa forma, os indivíduos juntos poderiam aumentar

suas chances de sobrevivência. Por exemplo, animais sociais se distribuem

em agrupamentos (distribuição agrupada), já que tendências sociais os

mantêm assim. Como alguns exemplos, podemos citar formigas, abelhas e

cupins.

A distribuição aleatória, também conhecida como ao acaso, ocorre

quando os organismos possuem a mesma probabilidade de ocupar qualquer

ponto do habitat. Sendo assim, como a sua ocupação está ligada às

chances que o mesmo tem de alcançar uma porção vazia, esses ficarão

distribuídos ao acaso.

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Taxas de Natalidade e Mortalidade

Os organismos unitários variam em função de algumas fases do seu

desenvolvimento. Essas vão do seu nascimento, seguindo pelos períodos

pré-reprodutivo, reprodutivo, pós reprodutivo e a sua morte. Os ciclos de

vida das espécies podem ser curtos ou longos. Nos ciclos de vida curto, as

espécies podem ser classificadas como iteróparas, quando germinam e

nascem em razão da sazonalidade (comuns em regiões temperadas); ou

semélparas, quando apresentam evento reprodutivo repentino (algumas

espécies de plantas de deserto).

As espécies de ciclo de vida longo são aquelas que normalmente

apresentam um ciclo de vida anual voltado à reprodução. Em geral, são

espécies de vida longa. Muitas vezes, sua reprodução é regulada pelo

fotoperíodo, normalmente ajustado à época em que os recursos são

abundantes. Em regiões tropicais, a pluviosidade tem importante papel na

determinação do período reprodutivo de várias espécies de organismos.

Assim, podemos definir a Natalidade como sendo a capacidade de

uma população aumentar em número de indivíduos. A taxa de natalidade é

equivalente à taxa de nascimento na terminologia do estudo da população

humana (demografia). Novos indivíduos nascimento, eclosão, germinação

ou divisão. Natalidade máxima que é a produção máxima teórica de novos

indivíduos sob condições ideais (sem fatores ecológicos limitantes).

Natalidade ecológica a qual refere-se ao aumento populacional sob

condição real específica do ambiente.

𝑁𝐴𝑇𝐴𝐿𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 =𝑁º 𝐷𝐸 𝑁𝑂𝑉𝑂𝑆 𝐼𝑁𝐷𝐼𝑉Í𝐷𝑈𝑂𝑆

∆ 𝑡 ( 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜)

A natalidade geralmente é expressa como uma taxa determinada pela

divisão entre o número de novos indivíduos produzidos e o tempo, ou como

o número de novos indivíduos produzidos por unidade de tempo, por

unidade de população (Taxa de natalidade específica).

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A Mortalidade é a morte dos indivíduos da população. É a antítese da

natalidade. Os cálculos sobre natalidade e mortalidade devem levar em

conta o tamanho de cada população.

𝑴𝒐𝒓𝒕𝒂𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝑵º 𝒅𝒆 𝒎𝒐𝒓𝒕𝒆𝒔 𝒏𝒐 𝒂𝒏𝒐

𝑻𝒂𝒎𝒂𝒏𝒉𝒐 𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐

MONITORANDO NATALIDADE E MORTALIDADE: TABELAS DE VIDA

As tabelas de vida são ferramentas úteis para o acompanhamento

das populações. Entender como funciona a biologia de uma população é

importante para prever aspectos fundamentais do seu ciclo de vida dos

organismos. A tabela de vida oferecerá informações relevantes sobre as

propriedades dinâmicas da população e as estratégias da história de vida

de cada organismo.

Os ecólogos, em geral, estão interessados em uma tabela de vida que

registre o número atual de indivíduos que estão dentro de cada estágio do

seu ciclo de vida. Existem, porém, tabelas de vida diferentes. Uma delas é

a tabela de vida de coorte que objetiva acompanhar todos os indivíduos

que nascem em um período até que o último morra. Porém, nem sempre é

possível acompanhar todos os indivíduos até a sua morte. Desta forma,

empregamos o uso de tabelas de vida estática. Essas tabelas são

conhecidas pelo monitoramento da população a partir de indivíduos de

diferentes idades e a contribuição de cada um deles para novos

nascimentos nessa população.

A contribuição de cada indivíduo de uma população em relação à

fecundidade também varia com a idade. Para tal, torna-se necessário

conhecer os padrões de fecundidade específicos por idade.

Potencial biótico (Pb) ou potencial reprodutivo

Propriedade inerente a um indivíduo ou organismo de se reproduzir,

de sobreviver, ou seja, de aumentar quantitativamente, não levando em

consideração a resistência do meio em que ele vive. É a soma algébrica da

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quantidade de prole produzida em cada ato de reprodução, da quantidade

de atos de reprodução em dado período de tempo.

Exemplo: um único casal de pássaros chocando 6 ovos/ano, deverá

produzir 14.348.907 de descendentes ao final de 15 anos, desde que a

resistência do ambiente (Ra) seja igual a zero e a razão sexual (Rs) seja

igual a 0,5. Assim o é porque o potencial biótico, neste caso, tem a

seguinte expressão

𝑃𝑏 = 𝑄𝑑𝑒.𝑑𝑒 𝑓ê𝑚𝑒𝑎𝑠

𝑄𝑑𝑒.𝑑𝑒 𝑓ê𝑚𝑒𝑎𝑠 + 𝑄𝑑𝑒. 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑐ℎ𝑜𝑠 6

15

− 𝑅𝑎

CURVAS DE SOBREVIVÊNCIA

As curvas de sobrevivência estão divididas em três tipos básicos

(Figura 4). Aquela conhecida como Tipo I apresenta a mortalidade

concentrada em idades mais avançadas, em geral ligadas ao tempo

máximo de vida de um organismo. Essa curva pode ser observada entre

seres humanos que vivem em países desenvolvidos, bem como em animais

domésticos e com cuidados especiais em zoológicos.

As curvas de sobrevivência do Tipo II são aquelas em que a

mortalidade é constante na população, seguindo assim do nascimento até

as idades mais avançadas. A sobrevivência de sementes enterradas no solo

pode ser um dos exemplos deste tipo.

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Figura 4 - Tipos de curvas de sobrevivência em razão da idade, indicando o risco

de morte em cada caso.

A última, do Tipo III, descreve uma alta mortalidade inicial, porém

uma elevada taxa de sobrevivência posterior. Embora, aqui, os tipos de

curvas tenham sido divididos de maneira didática, um organismo qualquer

poderá apresentar diferentes tipos de curvas. Este fato dependerá de vários

aspectos como, por exemplo, as condições da população (baixa, média ou

alta densidades). Este é o padrão mais encontrado entre plantas e animais

na natureza. Espécies com prole numerosa exibem curva do tipo III.

Contudo, na prática, as variações são mais complexas. Por exemplo,

uma mesma espécie de planta pode exibir curvas diferentes quando em

baixa densidade (curva do tipo I), em densidades medianas uma curva do

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tipo II, bem como uma curva do tipo III quando em altas densidades nos

estágios iniciais de vida.

DISPERSÃO E MIGRAÇÃO

A dispersão é marcada pelo movimento dos animais. O termo é

aplicado para explicar a maneira com a qual os indivíduos afastam-se uns

dos outros. Ao contrário da dispersão, outro termo empregado para

discriminar o movimento dos animais, a migração é caracterizada como o

movimento direcional em massa pelo quais os indivíduos se dirigem de um

local para o outro. A migração obedece ao deslocamento dos indivíduos de

regiões com baixa quantidade de recursos para aquelas com alta

disponibilidade. A dispersão é um importante fator a ser considerado nas

populações, pois a mesma tem grande influência no tamanho da população.

Os movimentos de entrada (imigração) e saída (emigração) de uma

população são importantes na regulação do tamanho das populações, bem

como em outros processos ligados a sua variabilidade genética.

A variação no tamanho da população determina em que nível

ocorrerá a competição intraespecífica. A intensidade da competição por

recursos interferirá diretamente nas taxas de natalidade, mortalidade e na

dispersão dos organismos. Daí, dizermos que estes efeitos são

dependentes da densidade. À medida que a densidade populacional

aumenta, a competição reduzirá a capacidade de o indivíduo reproduzir,

além de aumentar a sua chance de morrer.

FORMAS DE CRESCIMENTO POPULACIONAL

Existem dois padrões básicos de crescimento populacional:

exponencial (ou em J) e logístico (ou em S). O crescimento exponencial

retrata o rápido aumento na densidade de um organismo, onde a curva

comporta-se de forma exponencial (Figura 6). Este crescimento é

interrompido de maneira abrupta quando a resistência ambiental ou outro

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fator limitante se torna efetivo de forma repentina. Algas e alguns insetos

podem ser usados como exemplos que exibem crescimento exponencial.

Figura 6 - Curva de crescimento populacional do tipo exponencial ou curva em J. Legenda:d.derivada; N. número de indivíduos; t. tempo; r. potencial biótico.

O crescimento logístico (Figura 7), a população aumenta devagar no

início (fase de aceleração positiva), depois com rapidez (aproximando-se de

uma fase logarítmica). Após esta fase, ocorre uma desaceleração no exato

momento em que a resistência ambiental começa a atuar. Em seguida,

ocorre a estabilização da curva. O instante máximo atingido por estas

curvas está relacionado ao K, ou seja, a capacidade suporte do ambiente. K

constitui-se, no caso do crescimento logístico, a assíntota superior da curva

sigmoidal (em forma de S).

Figura 7 - Curva de crescimento logístico (sigmoidal) ou curva em S.

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Conforme observado, os dois tipos de crescimento são bem distintos

entre si. O crescimento exponencial é marcado pelo livre acesso a recursos,

onde o potencial biótico da espécie é utilizado ao máximo. Contudo, quando

observamos o crescimento logístico, há uma limitação do crescimento

populacional. Mas o que de fato marca a diferença dos dois modelos?

Ao observarmos a equação do crescimento logístico, existe a expressão [(K

– N)/K]. Esta expressão é a principal responsável pela limitação do

crescimento populacional no modelo logístico. Essa expressão é chamada

de resistência ambiental. A resistência ambiental é um tipo de limitação

criada pela própria população em crescimento. Uma redução na taxa

reprodutiva potencial pode ser acionada conforme a população se aproxima

da capacidade suporte do ambiente.

Na prática, o que podemos observar, é a exibição de um padrão de

crescimento intermediário para muitos organismos. Esse crescimento está

situado entre o crescimento exponencial e o logístico (Figura 8).

Figura 8 - Curvas de crescimento exponencial e logístico teóricas, e

crescimento intermediário. Em cinza, a área demarcada por diferentes tipos

de crescimentos intermediários dos organismos.

Vamos exercitar!!

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5- Ministério Público Estadual - SP - Biólogo – VUNESP- 2016

No estudo da dinâmica de populações, é importante o conhecimento da

curva de sobrevivência das espécies, uma vez que esse conhecimento

possibilita o manejo mais seguro da população. Sobre isso, é correto

afirmar que

A. em espécies que apresentam curva convexa, ocorre grande produção de

filhotes que não são “cuidados e protegidos” pelos pais.

B. nas espécies que apresentam curvas côncavas, os pais produzem poucos

filhotes e investem na sobrevivência dos mesmos.

C.curva acentuadamente côncava é decorrente de uma alta taxa de

mortalidade na fase jovem do indivíduo.

D.as curvas convexas estão relacionadas com baixa probabilidade de

sobrevivência dos filhotes.

E.curva convexa ocorre em espécies cuja porcentagem de sobrevivência

está diretamente relacionada à idade.

SOLUÇÃO

As curvas de sobrevivência têm grande importância dentro do ramo

da ecologia, já que representam a fase em que os animais estão mais

fracos. Sendo assim, o processo de intervenção do homem pode ocasionar

efeitos no crescimento de uma população. Veja abaixo os três tipos de

curva de sobrevivência:

1) Curvas convexas: é determinado pelos indivíduos que têm a mesma

durabilidade de vida, como é o caso dos seres humanos, da drosófila e da

maioria dos mamíferos:

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2) Reta: é representada pelos indivíduos que possuem a taxa de

mortalidade constante por toda a vida, como é o caso da hidra.

3) Curva côncava: é representada pelos indivíduos que apresentam alta

taxa de mortalidade durante a idade juvenil.

RESPOSTA C

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SUSTENTABILIDADE

Estudos indicam que a nossa espécie, Homo sapiens, teria entre 90

mil a 195 mil anos. Até 12 mil anos atrás, éramos nômades caçadores e

coletores, ou seja, movíamos de acordo com a necessidade de encontrar

alimentos para sobrevivermos. A partir daí mudanças culturais modificaram

nossa relação com o meio ambiente e nossos impactos sobre ele

aumentaram consideravelmente. Três importantes mudanças culturais

ocorreram.

1. Revolução agrícola- 10 mil, 12 mil anos atrás.

2. Revolução industrial/médica- 275 anos atrás.

3. Revolução da informação/globalização- 50 anos atrás.

Essas mudanças permitiram o crescimento da população e uma maior

expectativa de vida, pois passamos a dispor de maior disponibilidade de

alimentos, mais energia e novas tecnologias para alterar o meio ambiente

de acordo com nossas necessidades. De algumas décadas para cá, estamos

vivendo em uma era exponencial, na qual o crescimento das atividades

humanas está diretamente associado à degradação ambiental.

O crescimento exponencial é enganoso, pois começa devagar e, após

se multiplicar algumas vezes, aumenta de forma espantosa. Entre 1950 e

2005, a população mundial aumentou de 2,5 bilhões para 6,5 bilhões. E as

estimativas para 2100 são de, aproximadamente, 8 a 10 bilhões de

pessoas! A economia também apresenta um elevado crescimento desde

1950. Apesar disso, a pobreza no mundo ainda é grande: “praticamente

um em cada dois trabalhadores no mundo tenta sobreviver com uma renda

menor que US$2 por dia”.

87

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O sistema econômico adotado, aliado ao crescimento exponencial das

atividades humanas, afeta a qualidade ambiental, pois estão diretamente

associados à degradação de florestas, campos, áreas úmidas, recifes de

corais, superfícies do solo de plantações e consequentemente, toda a

biodiversidade. Todos esses efeitos nocivos comprometem nosso futuro,

nosso sustento e nossas economias.

Assim, os problemas ambientais existirem durante muito tempo, foi

apenas recentemente que a análise econômica tomou suficiente consciência

deles e de suas implicações. Desta forma, podemos conceituar a

sustentabilidade como a capacidade dos diferentes sistemas da Terra (ex.

econômicos, sociais, políticos, culturais) sobreviverem e se ajustarem às

condições ambientais em mudança.

As etapas ao longo do caminho para a sustentabilidade (Figura 1) são

fundamentadas pela ciência consolidada, ou seja, são embasadas em

conceitos, ideias e orientações amplamente aceitos por especialistas em

diferentes áreas de pesquisa: química, biologia, geologia, física, economia,

política, ética. Por exemplo: a ciência consolidada diz que precisamos

proteger e sustentar nossas nascentes para que tenhamos acesso à água

potável. Ela também nos orienta na recuperação das nascentes já

degradadas.

Figura 1 – Um caminho para a sustentabilidade. Fonte: Miller Jr. (2007).

Desta forma, o primeiro passo em direção à sustentabilidade é

entender e reconhecer a importância do capital natural. O capital natural

são os recursos e serviços naturais que apoiam e sustentam as nossas

vidas e economias (Figura 2). Em economia, capital é a riqueza usada para

sustentar uma empresa e gerar mais riqueza. Por exemplo: você faz um

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investimento de R$100 mil e obtém 10% de retorno sobre o valor aplicado.

Isso significa que você terá R$10 mil de rendimento e seu capital

aumentará para R$110 mil. Se utilizarmos os recursos naturais sem

degradar ou exaurir o capital natural teremos uma renda biológica sempre

renovável.

Figura 2 – Capital natural: os recursos naturais e os serviços ambientais que sustentam nossas economias e vidas. Fonte: Miller Jr. (2007).

A segunda etapa do caminho para a sustentabilidade é reconhecer os

impactos humanos que degradam o capital natural. Muitos estudos

mostram que isso ocorre em uma velocidade acelerada, muito mais rápido

do que a capacidade da natureza em renovar seus recursos. Entretanto, há

aqueles que discordam disso, afirmando que tais fatos são exagerados e

que podemos superar esses problemas com a criatividade humana e os

avanços tecnológicos.

A partir do momento que reconhecemos que muitas atividades

humanas trazem consequências negativas ao capital natural, podemos

buscar soluções para contorná-las. Para tanto, é preciso comprometimento

recursos naturais:

- ar

- água

solo

vida

serviços naturais:

- purificação do ar, água.

- renovação do solo

controle de pragas

=capital natural

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e acreditar que os indivíduos podem fazer diferença. Ideias e ações

individuais podem ser chaves centrais para a solução de diferentes

problemas. Ou então, indivíduos podem atuar em equipe em busca dessas

soluções.

PROBLEMAS AMBIENTAIS E SUAS CAUSAS

As principais causas dos problemas ambientais são: pobreza,

crescimento populacional, desperdício de recursos, falta de

responsabilidade ambiental e ignorância ecológica (Figura 3).

Figura 3 – Cinco causas básicas da degradação do capital natural. Fonte: Miller Jr.

(2007).

Assim, mais de um terço da população mundial vive em situação de

pobreza, sem acesso a condições básicas para uma vida digna e saudável.

Diante da situação de privação de alimentos, água, escolarização e

saneamento, essas pessoas não “podem se dar ao luxo” de se preocupar

com a qualidade e a sustentabilidade do meio ambiente. Além disso, a

pobreza afeta o crescimento populacional: como uma forma de segurança

econômica e falta de informação, as pessoas mais pobres tendem a ter

mais filhos.

90

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Os filhos ajudariam na busca por suprimentos (ex.: madeira para o

aquecimento e para cozinhar) e água potável, no cuidado com as

plantações e criações e com o próprio trabalho (ex.: casos de trabalho

infantil). A concepção da pobreza como causadora e vítima da degradação

ambiental perdeu forças a partir da segunda metade dos anos 90, mas

continua ainda sendo discutida. Outros aspectos foram reconhecidos, entre

eles os baixos investimentos governamentais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a desnutrição, a

falta de acesso à água limpa e potável, a inalação de poluentes e a

susceptibilidade a doenças infecciosas (que geralmente não são fatais) são

responsáveis pela morte prematura de pelo menos 7 milhões de pessoas

pobres por ano. Dois terços dessas mortes atingem crianças menores de

cinco anos de idade.

Figura 4 – Principais fatores da degradação ambiental. Fonte: Miller J. (2007).

Na contramão deste quadro de riqueza, temos as altas taxas de

consumo das populações dos países desenvolvidos (Figura 4). O

superconsumismo e o materialismo, espalhados mundo afora pela

globalização e marketing, baseia-se na ideia de que os produtos podem e

devem comprar a felicidade. Isso traz como consequência um impacto

ambiental enorme, pois cada vez mais é preciso de mais e mais recursos

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para suprir essas (desnecessárias) necessidades. Entretanto, a riqueza dos

países desenvolvidos pode ser benéfica para a qualidade do meio ambiente.

Ela possibilita o acesso à informação e educação, fazendo com que as

pessoas se preocupem mais com o meio ambiente. Além disso, a riqueza

pode financiar o desenvolvimento de novas tecnologias para reduzir o

desperdício de recursos e a degradação ambiental.

Podemos observar que a qualidade ambiental é afetada por (Figura

5):

1. tamanho da população;

2. consumo de recursos;

3. tecnologia.

Importante dizer que algumas formas de tecnologia são nocivas ao

meio ambiente, como por exemplo, indústrias e carros motorizados

poluidores, e outras são benéficas, como o controle e a prevenção de

poluição e placas solares para a economia de energia.

Figura 5 – Conexões entre os problemas ambientais e suas causas. Fonte: Miller

Jr. (2007).

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CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Para compreendermos melhor os aspectos da sustentabilidade, temos

que ter em mente as diferenças entre crescimento e desenvolvimento

econômico (Figura 6).

Figura 6 – Principais diferenças entre crescimento econômico e desenvolvimento

econômico.

RECURSOS

O recurso do ponto de vista humano “é qualquer coisa obtida do

meio ambiente para atender às nossas necessidades e desejos”, como

exemplos temos a água, alimentos, abrigo, lazer, produtos manufaturados,

comunicação, etc. Na escala de tempo humano, os recursos são

classificados em:

1. perenes;

2. renováveis;

3. não renováveis.

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Recursos perenes

São recursos renovados continuamente e estão diretamente

disponíveis para uso. Como exemplos, a energia solar, vento e água

corrente.

Recursos renováveis

São recursos que podem ser repostos relativamente rápidos - de

horas a várias décadas - se considerarmos a escala humana, por meio de

processos naturais. Entretanto, eles somente são sustentáveis se não os

usarmos mais rápidos do que são repostos. Se excedermos a taxa de

reposição natural de um recurso, há a sua degradação e exauria.

Entre os exemplos de degradação ambiental estão: a urbanização de terras

produtivas, erosão excessiva do solo, poluição, desmatamento, uso

exaustivo da água subterrânea, superutilização de campos pelo gado e

redução das formas da biodiversidade (principalmente em decorrência da

eliminação de habitats e espécies).

De acordo com Miller Jr. (2007), “a taxa mais elevada na qual um

recurso renovável pode ser usado indefinidamente sem reduzir seu

suprimento disponível é chamada de produção sustentável”.

Florestas, campos, solo fértil, ar limpo, água potável e animais selvagens

são exemplos de recursos renováveis.

Recursos não renováveis

São recursos que podem ser esgotados muito mais rápido do que são

produzidos (em escala humana), pois existem em uma quantidade ou

estoque fixo. Quando os custos de extração e uso ultrapassam seu valor

econômico, eles se tornam economicamente exauridos. Podem ser

separados em:

• Recursos energéticos - carvão, petróleo, gás natural. Não podem ser

reciclados.

• Recursos metálicos - ferro, cobre, alumínio. Podem ser reciclados e/ou

reaproveitados. A reciclagem destes recursos é muito (muito mesmo!)

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menos impactante para o meio ambiente do que a extração dos recursos

virgens.

• Recursos não metálicos - sal, argila, areia, fosfatos. Difíceis ou muito

caros para serem reciclados.

PEGADAS ECOLÓGICAS

Com a intenção de medir o tamanho dos impactos que nós, seres

humanos, deixamos no planeta, os cientistas William Rees e Mathis

Wackernagel criaram, na década de 90, uma metodologia de contabilidade

ambiental chamada Pegada Ecológica. A Pegada Ecológica é uma

ferramenta de monitoramento ecológico que avalia a demanda e a oferta

de capital natural renovável. Essa demanda é definida como o uso humano

da capacidade regenerativa anual da biosfera (Pegada Ecológica), expresso

em hectares de áreas biologicamente produtivas de terra e mar

(denominados hectares globais). As contas da Pegada Ecológica e da

Biocapacidade incluem seis grandes categorias de áreas bioprodutivas que

sustentam as economias humanas: terras agrícolas, terras de pasto,

Reciclagem envolve a coleta de resíduos, seu processamento em

novos materiais e a venda destes novos produtos.

Reaproveitamento é o uso de um recurso repetidas vezes sob a

mesma forma.

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florestas, áreas de pesca, áreas de consumo de carbono e solo construído.

(Figura 7).

Figura 7 – Os componentes da Pegada Ecológica. Fonte: WWF- Brasil (2015).

Em geral, países desenvolvidos apresentam pegadas maiores em

virtude do maior consumo e da expansão de suas marcas, pois utilizam

recursos de diferentes partes do mundo. Os dados nos mostram que, desde

a década de 70, utilizamos mais recursos do que a capacidade do planeta

em renová-los. E, de acordo com as projeções para 2050, se continuarmos

neste ritmo, precisaremos de mais dois planetas para manter nosso

consumo!

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Vamos exercitar!!

6 - IBGE - Analista - Análise em Biodiversidade - FGV - 2016

A pegada ecológica é a área em hectares de terra/água necessária para

produzir a quantidade de recursos ou serviços ecológicos usados por uma

população denida. Na gura abaixo é mostrada a variação, em hectares

globais per capita, da biocapacidade e da pegada ecológica de todos os

países da Terra

Com relação aos dados fornecidos pelo gráco, analise as armativas a

seguir:

I. No início da década de 70 a pegada ecológica iguala a biocapacidade.

II.A redução sistemática da biocapacidade é um indicador de degradação

ambiental ao longo do tempo.

III. Em muitos países a pegada ecológica supera sua biocapacidade; e há

outros que “exportam" sua biocapacidade, são aqueles em que a

biocapacidade supera a pegada ecológica.

Está correto o que se afirma em:

a) somente I;

b) somente I e II;

c) somente I e III;

d) somente II e III;

e) I, II e III

97

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SOLUÇÃO

Pegada Ecológica é uma ferramenta de monitoramento ecológico que avalia

a demanda e a oferta de capital natural renovável. Essa demanda é

definida como o uso humano da capacidade regenerativa anual da biosfera

(Pegada Ecológica), expresso em hectares de áreas biologicamente

produtivas de terra e mar (denominados hectares globais).

Em se tratando da Biocapacidade, entende-se como a capacidade dos

ecossistemas de produzir material biológico útil e ainda absorver resíduos

materiais gerados pela atividade humana.

Em geral, países desenvolvidos apresentam pegadas maiores em virtude do

maior consumo e da expansão de suas marcas, pois utilizam recursos de

diferentes partes do mundo. Os dados nos mostram que, desde a década

de 70, utilizamos mais recursos do que a capacidade do planeta em

renová-los.

Item I correto

Esta ferramenta é um calculo da quantidade de área de terra e água (por

exemplo, floresta, solos agrícolas, rios, etc.) que uma população humana

requer para produzir os recursos que usa e para assimilar os seus resíduos,

utilizando a tecnologia disponível (AMEND et al., 2010). Este método

consiste em um indicador de sustentabilidade que mede o impacto do

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homem sobre a Terra, um indicador da pressão exercida sobre o ambiente,

e permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o

nosso estilo de vida (CERVI e CARVALHO, 2007). A pegada ecológica é uma

forma de traduzir a percepção de sustentabilidade em ação pública

(WACKERNAGEL e REES, 1996). O total disponível de área produtiva no

mundo, a chamada biocapacidade, é de 11,9 bilhões de hectares globais,

isto representa uma biocapacidade por habitante de 1,7 gha, considerando

que o planeta tem atualmente 7 bilhões de habitantes (ONUBRASIL, 2011).

No entanto, para dados de 2007, a pegada de toda a humanidade foi de 18

bilhões de hectares globais, ou seja, 2,7 gha por habitante, considerando a

população humana ainda com 6,7 bilhões de habitantes. Baseando-se

nestes dados, é possível afirma que para manter este nível de consumo de

recursos naturais são necessários 1,5 planetas (GLOBAL FOOTPRINT

NETWORK, 2010). Além disso, a biocapacidade vem diminuindo – seja pelo

aumento da população ou pela degradação de solos e mares (FAVA e

VIALLI, 2009).

Item II correto

De acordo com o sétimo relatório “Planeta Vivo 2008” - Living Planet

Report 2008, publicação bianual do Fundo Mundial para a Natureza (World

Wildlife Fund – WWF), o índice da Pegada Ecológica recomendado para que

a biocapacidade do planeta seja suficiente para garantir uma vida

sustentável seria de 2,1 ha/ano por pessoa. Alguns países, como os EUA e

a China, demandam mais que sua biocapacidade se caracterizando como

“países devedores ecológicos”. Outros países, como o Brasil, são “países

credores ecológicos”, pois ainda possuem mais recursos ecológicos do que

consomem, e usualmente “exportam” sua biocapacidade para os

devedores. No entanto, de acordo com o mesmo relatório, a média

brasileira por pessoa já supera este patamar e está atualmente em 2,4

ha/ano.

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Item III correto.

ABORDAGENS DA SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade é definida por meio de diferentes modelos para

que as sociedades atuais possam se adequar a novos estilos de vida

(Figura 9). As dimensões econômicas, ambientais e sociais são tidas como

seus pilares e devem ser abordadas de maneira integrada, holística. Outras

abordagens estão cada vez mais ganhando espaço para complementar a

estruturação da sustentabilidade (ex.: sustentabilidade espacial, cultural e

política).

Figura 9 – Comparação entre o crescimento econômico não sustentável e o

desenvolvimento

Assim, vamos analisar cada uma das principais dimensões da

sustentabilidade.

Dimensão ambiental

RESPOSTA E

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Compreender e respeitar as dinâmicas do meio ambiente. Entender

que nós somos apenas uma das partes do meio ambiente e dependentes do

meio em que estamos inseridos. Respeitar a capacidade de renovação dos

recursos naturais. Algumas mudanças envolvidas: prevenção da poluição

através de uma produção mais limpa; prevenção e redução de resíduos;

proteção do local onde as espécies vivem (proteção do habitat);

restauração ambiental; menos desperdício no uso de recursos (mais

eficiência); estabilização da população por meio da diminuição das taxas de

nascimento; proteção do capital natural e aproveitamento do retorno

biológico que ele fornece.

Dimensão econômica

Gestão e alocação mais efetiva dos recursos e fluxo regular de

investimentos públicos e privados para o crescimento econômico. Geração

de trabalho de forma digna, desenvolvimento das potencialidades locais e

diversificação de setores. Acesso à ciência e tecnologia.

Algumas estratégias: uso de indicadores que monitoram a saúde

econômica e ambiental; incluir nos preços de mercado de mercadorias e

serviços os efeitos estimados do prejuízo ao meio ambiente e à saúde

humana (fixação de preço com custo total); eliminar gradualmente

subsídios e reduções de impostos sobre atividades prejudiciais ao meio

ambiente e aumentá-los sobre os que não prejudiquem o meio ambiente;

reduzir os impostos sobre renda e bens, mas aumentar os impostos e taxas

ecológicas (ex.: taxas sobre a poluição e desperdícios de recursos).

Dimensão social

Maior equidade na distribuição de renda, com melhoria dos direitos e

condições das populações. Diminuição das desigualdades sociais com igual

de acesso a bens e serviços para uma vida de boa qualidade. Participação e

organização popular.

Dimensão cultural

101

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Respeito à cultura de cada povo, valorizar culturas tradicionais. Garantir

continuidade e equilíbrio entre a tradição e a inovação. Principais

estratégias de ação: promover, preservar e divulgar a história, tradições e

valores regionais e acompanhar suas transformações.

Dimensão espacial

A preocupação com a dimensão espacial começou com a

reconfiguração da paisagem através do êxodo rural, levando aos crescentes

índices de urbanização. Leva em consideração a descentralização e a

melhor distribuição das habitações humanas e das atividades econômicas.

Busca recuperar a qualidade de vida e a biodiversidade a começar em

pequenas escalas. Uma de suas estratégias é a adoção de práticas não

agressivas e seguras para a produção agrícola e conservação de áreas

ecologicamente frágeis.

Dimensão política

Maior autonomia dos governos locais e descentralização de recursos.

Participação ativa e democrática nas tomadas de decisão através da

sensibilização e motivação dos indivíduos. Favorecer o acesso à informação

para uma maior compreensão dos problemas e oportunidades. Buscar o

consenso nas decisões coletivas e superar as políticas de exclusão.

Vamos dar uma pausa aqui, em aulas especificas veremos a educação

ambiental. Então até a próxima aula.

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

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1 - Paranaguá - PR – Biólogo - FAUEL - 2012

Ecologia é uma ciência importante que:

I - Trata do destino da natureza e do próprio homem.

II - Estuda as relações dos seres vivos com o ambiente em que vivem e

entre si, segundo Ernest Haeckel (1870).

III - O homem torna-se capaz de racionalizar os desmatamentos, explorar

racionalmente os recursos naturais, controlar a poluição urbana, ordenar

melhor o crescimento das populações e controlar as doenças nutricionais.

IV - Grupos de indivíduos servem-se dessa ciência para incrementar

interesses comerciais ou políticos deturpando seu verdadeiro objetivo.

Estão corretas apenas:

B. I, III, IV.

B. I, II, IV.

C. I, II, III.

D. II, III, IV.

SOLUÇÃO

Ecologia é a análise e estudo das interações entre os organismos e seu

ambiente.O termo Ecologia foi empregado pela primeira vez pelo biólogo

alemão Ernest Haeckel, em 1869, em seu livro “Morfologia geral dos

organismos”. Deriva da palavra grega oikos, que significa casa, e logos,

que significa estudo. É portanto a ciência que estuda o ambiente, com

todos os seus habitantes, bem como as diversas interações e ligações

existentes entre eles.

O homem deve ter consciência de que ele é capaz de controlar a

poluição urbana, racionalizar o desmatamento, explorar racionalmente os

recursos naturais (caça, pesca, extração madeireira etc), ordenar melhor o

crescimento das populações e respeitar a natureza onde vive. Caso

contrário isso implica em um mundo totalmente poluído e futuramente

desequilibrado, pois a natureza não acompanhará esse ritmo acelerado de

103

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destruição. O objetivo da ecologia é entender os princípios de operação dos

sistemas naturais e prever suas reações às mudanças, principalmente para

que se possa controlar, ou seja, usar a natureza a favor do homem. (ex:

biorremediação). Assim, Grupos de indivíduos servem-se dessa ciência para

incrementar interesses comerciais ou políticos não deturpando seu

verdadeiro objetivo.

2 - Técnico em Laboratório – Biologia - FUB - CESPE - 2011

As dimensões de um ecossistema podem variar consideravelmente, de uma

poça de água à totalidade do planeta Terra, considerado um imenso

ecossistema composto por todos os ecossistemas existentes. Internet:

(com adaptações)

Com base no texto acima, julgue o item subsequente.

Um ecossistema consiste em um conjunto de vida definido pelo

agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala

regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de

mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.

SOLUÇÃO

Quando se fala em ecossistemas e biomas, tratamos de conjuntos. Embora

distintos nos seus elementos e abrangência, podem se sobrepor, interceder

e se completar.

Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre

componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e

micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como

o ar, a água, o solo e minerais. Estes componentes interagem através das

RESPOSTA C

104

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transferências de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os

demais elementos de seu ambiente.

Como são definidos pela rede de interações entre organismos, e entre

os organismos e seu ambiente, ecossistemas podem ter qualquer tamanho.

Como é difícil determinar os limites de um ecossistema, convenciona-se

adotar distinções para a compreensão e possibilidade de investigação

científica. Assim, temos, inicialmente, uma separação entre os meios

aquáticos e terrestres. Então, ecossistemas aquáticos serão os lagos,

naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos. Os

ecossistemas terrestres serão as florestas, as dunas, os desertos, as

tundras, as montanhas, as pradarias e pastagens.

O bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) é o "conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo

agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala

regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de

mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria". Em outras

palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida formada por

um complexo de ecossistemas com características homogêneas. Assim, a

questão esta incorreta por ter trocado os conceitos – ECOSSISTEMA E

BIOMA.

3 - Prefeitura de Juatuba – MG - Geografia - CONSULPLAN - 2015

Na Amazônia existem florestas de inundação e florestas de terra firme. As

florestas de inundação podem ser divididas em dois tipos: as matas

permanentemente inundadas e as florestas de inundação periódicas.

Existem, ainda, na região litorânea, os manguezais inundados

RESPOSTA ERRADO

105

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periodicamente pelas marés. Dentre as árvores destacadas a seguir, qual

delas é comum nas matas de várzea?

A. Arapati.

B. Mamorana.

C. Seringueira.

D. Castanha do Pará.

SOLUÇÃO

Mata de Várzea é um tipo de mata que também é encontrada próxima aos

rios. Porém, estão em áreas em que as chuvas ocorrem em grande parte

do ano, mas não durante todo ano. As árvores frondosas de médio e

grande porte fazem parte da vegetação típica da mata de várzea. Entre

estas árvores podemos citar as seringueiras, samaúmas e andirobas.

4 - Professor de Geografia - Acari – RN - 2016

O mapa abaixo é uma representação do domínio original da floresta

amazônica no Brasil. Leia-o, analise as assertivas verdadeiras e falsas

sobre essa formação vegetal e, em seguida, assinale a sequência correta

das respostas.

RESPOSTA C

106

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( ) Corresponde a uma formação vegetal heterogênea, densa, latifoliada,

perenifólia e hidrófila típica de áreas tropicais úmidas.

( ) Apresenta solos de grande fertilidade em toda a sua extensão, o que

explica a riqueza da sua cobertura vegetal e tem gerado a cobiça do

agronegócio, que avança perigosamente sobre ela e tem provocado a sua

devastação.

( ) É composta por uma formação vegetal densa, homogênea e higrófita

que se localiza nas terras firmes e está ausente nos terrenos alagados, nos

quais predominam formações campestres, o que reflete as diferenças de

solo e de clima da região do seu domínio.

( ) Funciona, junto com a extensa e densa rede hidrográfica presente nesse

espaço, como alimentadora da massa de ar equatorial continental úmida,

que influência o regime de precipitações pluviométricas em muitas partes

da América do Sul e, particularmente, do Brasil, como é exemplar as

chuvas que caem no semiárido nordestino no verão.

( ) É objeto de cobiça e disputa por causa da sua riqueza biológica, mineral,

madeireira, o que aguça os conflitos pela sua posse entre atores sociais

internos e externos à região onde ela se localiza.

A sequência correta das respostas é:

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A.F F V V V.

B.V F F F V.

C.V F F V V.

D.F V V F F.

E.V V F F F.

SOLUÇÃO

Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica

que se encontra na superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada

fértil é oriunda da própria floresta, nela os organismos (insetos, fungos,

algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente. Além

disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que

permanece alta o ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na

região e a restrita variação do clima. Tudo isso garante a sustentação da

floresta. Segundo pesquisa, apenas 14% do solo amazônico é próprio para

agricultura. A escassez é justificada devido à acidez do Rio Negro,

acarretando na pouca quantidade de nutrientes em cada solo. Estima-se

que somente na região amazônica existam aproximadamente seis tipos de

solos, que são: Latossolos, Argissolos, Terra Preta de Índio, Solos de

Várzea, Solos de Igapó e Nitossolos. Estes solos apresentam diversas

particularidades e se diferenciam um do outro pela variação climática,

recursos de nutrientes e até mesmo através de resíduos orgânicos deixados

pelos antepassados indígenas da era pré-colombiana, como é o caso da

Terra Preta de Índio, solo com alto teor de fertilidade e material orgânico.

RESPOSTA C

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5- Ministério Público Estadual - SP - Biólogo – VUNESP- 2016

No estudo da dinâmica de populações, é importante o conhecimento da

curva de sobrevivência das espécies, uma vez que esse conhecimento

possibilita o manejo mais seguro da população. Sobre isso, é correto

afirmar que

A. em espécies que apresentam curva convexa, ocorre grande produção de

filhotes que não são “cuidados e protegidos” pelos pais.

B. nas espécies que apresentam curvas côncavas, os pais produzem poucos

filhotes e investem na sobrevivência dos mesmos.

C.curva acentuadamente côncava é decorrente de uma alta taxa de

mortalidade na fase jovem do indivíduo.

D.as curvas convexas estão relacionadas com baixa probabilidade de

sobrevivência dos filhotes.

E.curva convexa ocorre em espécies cuja porcentagem de sobrevivência

está diretamente relacionada à idade.

SOLUÇÃO

As curvas de sobrevivência têm grande importância dentro do ramo

da ecologia, já que representam a fase em que os animais estão mais

fracos. Sendo assim, o processo de intervenção do homem pode ocasionar

efeitos no crescimento de uma população. Veja abaixo os três tipos de

curva de sobrevivência:

1) Curvas convexas: é determinado pelos indivíduos que têm a mesma

durabilidade de vida, como é o caso dos seres humanos, da drosófila e da

maioria dos mamíferos:

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2) Reta: é representada pelos indivíduos que possuem a taxa de

mortalidade constante por toda a vida, como é o caso da hidra.

3) Curva côncava: é representada pelos indivíduos que apresentam alta

taxa de mortalidade durante a idade juvenil.

6 - IBGE - Analista - Análise em Biodiversidade - FGV - 2016

A pegada ecológica é a área em hectares de terra/água necessária para

produzir a quantidade de recursos ou serviços ecológicos usados por uma

população denida. Na gura abaixo é mostrada a variação, em hectares

globais per capita, da biocapacidade e da pegada ecológica de todos os

países da Terra

RESPOSTA C

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Com relação aos dados fornecidos pelo gráco, analise as armativas a

seguir:

I. No início da década de 70 a pegada ecológica iguala a biocapacidade.

II.A redução sistemática da biocapacidade é um indicador de degradação

ambiental ao longo do tempo.

III. Em muitos países a pegada ecológica supera sua biocapacidade; e há

outros que “exportam" sua biocapacidade, são aqueles em que a

biocapacidade supera a pegada ecológica.

Está correto o que se afirma em:

a) somente I;

b) somente I e II;

c) somente I e III;

d) somente II e III;

e) I, II e III

SOLUÇÃO

Pegada Ecológica é uma ferramenta de monitoramento ecológico que avalia

a demanda e a oferta de capital natural renovável. Essa demanda é

definida como o uso humano da capacidade regenerativa anual da biosfera

(Pegada Ecológica), expresso em hectares de áreas biologicamente

produtivas de terra e mar (denominados hectares globais).

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Em se tratando da Biocapacidade, entende-se como a capacidade dos

ecossistemas de produzir material biológico útil e ainda absorver resíduos

materiais gerados pela atividade humana.

Em geral, países desenvolvidos apresentam pegadas maiores em virtude do

maior consumo e da expansão de suas marcas, pois utilizam recursos de

diferentes partes do mundo. Os dados nos mostram que, desde a década

de 70, utilizamos mais recursos do que a capacidade do planeta em

renová-los.

Item I correto

Esta ferramenta é um calculo da quantidade de área de terra e água (por

exemplo, floresta, solos agrícolas, rios, etc.) que uma população humana

requer para produzir os recursos que usa e para assimilar os seus resíduos,

utilizando a tecnologia disponível (AMEND et al., 2010). Este método

consiste em um indicador de sustentabilidade que mede o impacto do

homem sobre a Terra, um indicador da pressão exercida sobre o ambiente,

e permite calcular a área de terreno produtivo necessária para sustentar o

nosso estilo de vida (CERVI e CARVALHO, 2007). A pegada ecológica é uma

forma de traduzir a percepção de sustentabilidade em ação pública

(WACKERNAGEL e REES, 1996). O total disponível de área produtiva no

mundo, a chamada biocapacidade, é de 11,9 bilhões de hectares globais,

isto representa uma biocapacidade por habitante de 1,7 gha, considerando

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que o planeta tem atualmente 7 bilhões de habitantes (ONUBRASIL, 2011).

No entanto, para dados de 2007, a pegada de toda a humanidade foi de 18

bilhões de hectares globais, ou seja, 2,7 gha por habitante, considerando a

população humana ainda com 6,7 bilhões de habitantes. Baseando-se

nestes dados, é possível afirma que para manter este nível de consumo de

recursos naturais são necessários 1,5 planetas (GLOBAL FOOTPRINT

NETWORK, 2010). Além disso, a biocapacidade vem diminuindo – seja pelo

aumento da população ou pela degradação de solos e mares (FAVA e

VIALLI, 2009).

Item II correto

De acordo com o sétimo relatório “Planeta Vivo 2008” - Living Planet

Report 2008, publicação bianual do Fundo Mundial para a Natureza (World

Wildlife Fund – WWF), o índice da Pegada Ecológica recomendado para que

a biocapacidade do planeta seja suficiente para garantir uma vida

sustentável seria de 2,1 ha/ano por pessoa. Alguns países, como os EUA e

a China, demandam mais que sua biocapacidade se caracterizando como

“países devedores ecológicos”. Outros países, como o Brasil, são “países

credores ecológicos”, pois ainda possuem mais recursos ecológicos do que

consomem, e usualmente “exportam” sua biocapacidade para os

devedores. No entanto, de acordo com o mesmo relatório, a média

brasileira por pessoa já supera este patamar e está atualmente em 2,4

ha/ano.

Item III correto.

RESPOSTA E

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BIBIOGRAFIA:

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