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Nome do autor
TÍTULO DO PROJETO
Projeto de pesquisa apresentado ao prof. ___________ como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina ___________ do curso de ___________ das Faculdades Integradas de Patos – FIP. Orientador(a):
Patos
Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física
Trabalho de Conclusão de Curso
LESÕES EM CORREDORES DE RUA: LESÕES MAIS FREQUENTES
Autores: João Daniel Amaral Madeira Thiago Silva de Araújo
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Olavo de Almeida Córdova
Brasília - DF 2014
João Daniel Amaral Madeira
Thiago Silva de Araújo
LESÕES EM CORREDORES DE RUA: LESÕES MAIS FREQUENTES
Artigo de Conclusão de Curso, do curso de
graduação em Educação Física, como
requisito parcial para a obtenção do Título de
Bacharel em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Olavo de
Almeida Córdova
Brasília - DF
2014
Artigo de Conclusão de Curso de autoria de João Daniel Amaral Madeira e Thiago Silva de
Araújo, intitulada “LESÕES EM CORREDORES DE RUA: LESÕES MAIS
FREQUENTES”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Educação Física da Universidade Católica de Brasília, defendida e aprovada pela banca
examinadora abaixo assinada:
Prof. Dr. Claudio Olavo de Almeida Córdova
Orientador
Curso de Educação Física - UCB
Prof. Msc. João Bartholomeu Neto
Centro Universitário - UNIRG
Brasília-DF
2014
Dedicamos esse trabalho aos nossos pais,
irmãos, esposa, familiares e amigos que nos
incentivaram e nos apoiaram nesse momento
tão importante de nossas vidas, não mediram
esforços para nos ajudar nessa nova etapa de
conquistas e vitórias.
AGRADECIMENTOS
Quando nos propusemos a fazer um determinado trabalho pela primeira vez tudo se
torna uma dúvida: como?, onde?, por que?, de qual maneira?. Enfim, tantas outras perguntas
passam a fazer parte dos nossos dias e das nossas noites. Felizmente para a realização deste
estudo podemos contar com uma pessoa com capacidade e sobrenatural paciência para
responder a todas estas perguntas e muitas outras. Por isso, gostaríamos de agradecer em
primeiro lugar a Deus que nos iluminou durante todo o tempo e em seguida, ao Prof. Dr.
Claudio Olavo de Almeida Córdova pelo apoio e prestimosa ajuda na elaboração deste estudo.
Agradecemos à nossa família que souberam compreender as nossas ausências dos
seus aconchegos durante muitas horas para que este trabalho pudesse ser concluído.
A todas as pessoas que de uma forma ou outra contribuíram para a realização deste
trabalho.
“De uma maneira geral, os brinquedos
documentam como o adulto se coloca com
relação ao mundo da criança”.
Walter Benjamin.
RESUMO
As corridas de rua estão se tornado bem popular em todo o mundo. A prática desse
esporte não só atrai atletas profissionais em busca de premiações, patrocinadores e
notoriedade, mas também atletas amadores que buscam uma atividade física como forma
de alcançar melhor qualidade de vida e diversão. Diante do aumento da pratica de corrida,
observa-se também o elevado numero de lesões ósseas, tendinosas e musculares,
principalmente nos membros inferiores. O presente trabalho de pesquisa tem o objetivo de
revisar através da literatura estudos que identifique quais são as lesões mais frequentes em
corredores de rua.
Palavras-chave: Corrida de longa distância; lesões; Corredores de rua.
ABSTRACT
The road races are become very popular around the world. The practice of this sport
attracts not only professional athletes in search of prizes, sponsors and notoriety, but also
amateur athletes seeking a physical activity as a way to achieve better quality of life and fun.
In this context the increasing practice of race also observed the high number of bone and
muscle and tendon injuries, especially in the lower limbs. This research paper aims to review
the literature through studies that identify which are the most common running injuries street.
Keywords: Running long distance; injuries; Street racers.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10
2. METODOLOGIA ..................................................................................................... 11
3. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 12
3.1 Historia das Corridas ................................................................................................ 12
3.2 Revisão Acerca de Lesões ......................................................................................... 13
3.3 Lesões Musculares ................................................................................................... 13
3.4 Aspectos Biomecânicos Envolvidos na Corrida de Rua ........................................ 14
3.5Articulação do Quadril .............................................................................................. 14
3.6 Articulação do Joelho ............................................................................................... 15
3.7 Biomecânica da Corrida .......................................................................................... 15
3.8 A Corrida e as Lesões ............................................................................................... 18
4. RESULTADOS ......................................................................................................... 21
5. DISCUSSÃO .............................................................................................................. 26
6. CONCLUSÃO............................................................................................................ 29
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 30
10
INTRODUÇÃO
A corrida é a modalidade de atividade física mais popular do mundo (VAN
MIDDLKOOP, 2008). Comparada com a maioria dos exercícios e das atividades esportivas, a
corrida é uma atividade altamente versátil, pois pode ser realizada em uma ampla variedade
de ambientes, fechados ou abertos, em pistas ou terrenos irregulares, em subida, no mesmo
nível ou em descida, no calor do verão ou no frio do inverno, durante o dia ou à noite
(FUZIKI, 2012).
Podemos constatar a motivação para a prática da modalidade facilmente em parques,
pistas de atletismo e praças de pequenas cidades a grandes centros urbanos. Nessas
observações vemos desde atletas profissionais que buscam desempenho para as competições
como também atletas amadores que praticam a atividade como interesse na promoção do bem
estar.
A facilidade de acesso, o baixo custo, a viabilidade para treinamento e a aquisição de
materiais (tênis, meia, short e camiseta) são fatores que contribuem para a popularização
desse esporte e, consequentemente, para o nível competitivo entre os atletas. (SALGADO et
al, 2006; MOURA et al, 2010). No Brasil, também se verifica o crescimento das provas de
corrida de rua, onde empresas públicas e privadas, juntamente com as secretarias de esporte e
lazer de cada estado, cidades e municípios patrocinam e realizam provas.
Segundo dados da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) existem 36 registros de
nacionais no calendário de 2014. Esse número de provas se tornou um atrativo não só para
atletas amadores e profissionais que buscam premiações, retorno financeiro, patrocinadores e
notoriedade no esporte, mas também para interessados em praticar um esporte em busca dos
benefícios à saúde, qualidade de vida e diversão.
Por outro lado, tem se observado que atletas apresentam elevadas taxas de pressão na
região plantar, as quais se propagam para o restante do corpo. (SCHMMIDT ; BANKOFF,
2011).
Diante da grande popularidade do esporte, surgem duvidas a respeito da quantidade e
qualidade de informações, as quais os praticantes estão tendo acesso. Muitas vezes praticantes
dessa modalidade esportiva não possuem orientações técnicas a respeito de como começar a
praticar de forma eficiente e segura. Sendo assim, umas das consequências do aumento da
popularidade e sua pratica são as ocorrências de lesões musculoesqueléticas entre seus
praticantes. (VAN GENT et al, 2007)
11
É grande a prevalência de corredores que exibem lesões musculares e articulares
irreparáveis devido aos treinos inadequados ou competições excessivas. A falta de informação
tem sido preocupante, sendo alvo de vários estudos que pode ser visto no estudo de
Hespanhol Jr. et al (2012).
O presente trabalho justifica-se então pela relevância em pesquisar referenciais teóricos
que discorrem sobre o assunto para melhor compreendermos esse fenômeno. Nesse cenário, o
objetivo dessa revisão sistemática de literatura foi de revisar artigos que abordem o tema
lesões de maior prevalência em corredores de rua. É importante que o profissional de
educação física tenha o embasamento técnico necessário para orientar as atividades de corrida
de rua com maior segurança.
METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão sistemática da literatura sobre as principais lesões em
corredores de rua. De acordo com a definição de Castro (2011), a revisão sistemática é uma
revisão planejada para responder a uma pergunta específica e que utiliza métodos explícitos e
sistemáticos para identificar, selecionar e avaliar criticamente os estudos, e para coletar e
analisar os dados destes estudos incluídos na revisão.
Neste estudo a população foi formada por artigos que constam nas bases de dados
online SciELo, LILACS, Google Acadêmico, Portal Capes, Medline, além de todo o acervo
literário da biblioteca da Universidade Católica de Brasília.
Para obtermos a população utilizamos os descritores aceitos pela literatura especializada
combinados através dos operadores booleanos “or”, “and” e ”and not”. Portanto, mediante a
análise crítica da literatura pesquisada, a amostra foi constituida pelos estudos que
preencheram os seguintes critérios:
- Critérios de Inclusão
a) Artigos de estudos que tenham investigado as principais lesões em corredores de rua
como objetivo principal ou secundário;
b) Artigos que explanassem lesões musculoesqueléticas;
c) Estudos publicados em português ou inglês;
d) Estudos que possuem disponibilidade nas bases de dados escolhidas e/ou disponíveis
para aquisição na base de dados eletrônica da Biblioteca da Universidade Católica de Brasília.
- Critérios de Exclusão
a) Artigos que não tinham associação de lesões a corredores de ruas;
12
b) Estudos que estavam apenas escritos nas formas de resumo;
c) Artigos de revisão literária;
d) Estudos que possuíam ausência de dados quantitativos e com dados incompletos.
e) Artigos publicados com data anteriormente ao ano de 1998.
Com a pesquisa realizada foram encontrados diversos estudos, onde XX atendiam aos
critérios adotados. E destes estudos, 8 foram selecionados devido a qualidade e a riqueza na
descrição do fenômeno investigado (TABELA 1).
REVISÃO DE LITERATURA
História da Corrida de Rua
Há 2.500 anos, atletas gregos, competiam em eventos organizados por ricas
recompensas. Os primeiros jogos olímpicos foram realizados em 776 a.C., ainda que
competições atléticas fossem populares muito antes desse período. Os eventos de corrida
eram divididos em 3 categorias: “state”- 200m, “diaulos” - 400m e a corrida mais longa
“dolichos”, com cerca de 5km. Apesar da origem, na Grécia Antiga, a primeira maratona nos
jogos olímpicos foi corrida nos jogos olímpicos de Atenas, ressuscitado pelo Barão de
Coubertin, em 1896. (ERICNEWSHOLME et al, 2006).
Criada no Brasil em 1925, a Corrida de São Silvestre incorpora todas as características
da sociedade formada nos últimos 30 anos. É um exemplo da ligação entre corrida de rua e
sociedade (DALLARI, 2009). Inicialmente teve a participação de 60 inscritos e 48
participantes. Atualmente a cada ano é batido novos recordes de participação, valores esses
que ultrapassam 25 mil participantes por prova.
No Brasil a Corrida Internacional de São Silvestre, com um percurso de 15 km, é uma
corrida de rua realizada anualmente e no dia 31 de dezembro. É a corrida mais famosa e
tradicional do Brasil, sendo uma das mais importrantes do calendario internacional.
Revisão Acerca das Lesões
Segundo Whitinig; Zernick (2001), lesão é o dano causado por trauma físico, sofrido
pelos tecidos do corpo. Por Chen et al (2005) é definida como todo problema físico durante a
13
prática ou a competição em que resultou em um efeito ou em uma ausência da prática ou da
competição seguinte.
Lesões Musculares
Os músculos são os únicos geradores de força, capazes de produzir movimento articular.
Realizam contração convertendo energia química em trabalho mecânico. São 434 músculos,
representando 40% do peso corporal; dentre estes, 75 pares de músculos estriados são
envolvidos na postura geral e movimentação do corpo. A prática esportiva e a participação em
competições nas mais diversas modalidades vêm resultando um crescente número de lesões
musculoesqueléticas.
As lesões musculares estão entre as mais frequentes da traumatologia esportiva,
representando 10-55% de todas as lesões no esporte. Segundo Laurino, (2003) o sistema
muscular esquelético é constituído por unidades celulares, as fibras musculares estriadas
esqueléticas, alongadas, dispostas paralelamente, com citoplasma e um ou vários núcleos em
sua periferia, com um aspecto estriado característico ao microscópico, constituídas por 75%
de água e 20% de proteína. As lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade
física na prática esportiva.
A matriz extracelular é fundamental para o funcionamento normal do músculo,
manutenção e cicatrização. Uma lâmina basal contém fibras colágenas, proteínas não
colagenosas e proteoglicano. Starky (2001) afirma que uma lesão moderada nos músculos
posteriores da coxa pode ser recuperada no prazo de 10 dias a 2 semanas, mas um problema
mais grave pode durar até 3 meses. As lesões esqueléticas podem ser evitadas por um
programa de treinamento físico e técnico apropriados. O treino deverá fortalecer os
ligamentos, tendões e músculos oferecendo, assim, uma maior proteção e estabilidade das
articulações onde atuam.
O treinamento deve ser considerado, não só como um meio para se obter a melhoria da
condição física, técnica e tática mas também em termos de prevenção de lesões. A deficiente
preparação física do individuo das atuais gerações, aliados a alterações da coordenação
neuromuscular, à diminuição da flexibilidade e a falta de desenvolvimento muscular, são
facetas predisponentes de lesões atribuíveis a insuficiente condição física. (MASSADA,
2000)
Segundo Massada (2000), atletas e até mesmo técnicos do desporto negligenciam os
fatores predisponentes das lesões traumáticas nos desportistas. Esse conhecimento é
fundamental para poder atuar com as medidas preventivas adequadas
14
O condicionamento inadequado contribui para uma elevada porcentagem de lesões.
Kettunen (2001) defende que os exercícios realizados de maneira extenuante e, ainda,
inadvertida ou inapropriada, sendo subestimadas a prevalência e incidência destes episódios
devido à ausência de notificação em todo o universo esportivo, seja na iniciação das
modalidades ou em altos níveis de desempenho.
Aspectos Biomecânicos Envolvidos na Corrida de Rua
Os termos que se referem às estruturas descritas neste trabalho como ossos, articulações,
ligamentos, músculos e estruturas adjacentes obedecem a Terminologia Anatômica
Internacional (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA, 2001)
O corpo realiza seis movimentos básicos como extensão, flexão, abdução, adução e
rotação medial e lateral (Hamill ,1999) ao redor de três planos e eixos frontal, sagital e
horizontal. Além destes, é capaz de realizar outros combinando os planos e eixos de
movimento nas diferentes articulações. Os movimentos de flexão e extensão, executados no
plano sagital com o eixo frontal, são encontrados na maioria das articulações sinoviais ou
livremente móveis do corpo humano (Sacramento ; Castro, 2001).
.
Articulação do Quadril
A articulação do quadril é uma articulação triaxial, movimenta-se livremente nos três
planos e eixos, permitindo movimentos de flexão, extensão e hiperextensão (plano sagital e
eixo látero-lateral), abdução e adução (plano frontal e eixo anteroposterior e movimentos de
rotação medial, lateral, adução horizontal e abdução horizontal (plano transverso e eixo
longitudinal). (Fernandes; Marinho; Voitgt; Lima, 2002)
Considerando essa complexidade, é capaz também de produzir movimentos
combinados. A profundidade aumentada do encaixe, produzida pela fossa do acetábulo
confere a esta articulação mais estabilidade quando comparada ao ombro, razão pela qual, os
movimentos apresentam mais limitados.
A articulação do quadril é formada pela cabeça do fêmur, constituída por
aproximadamente dois terços de uma esfera e a cavidade do acetábulo. (KLIPPELL, 1998) O
acetábulo é considerado uma união dos ossos púbis, ílio e ísquio. A união desses três ossos no
acetábulo se faz através de tecido fibroso. O acetábulo apresenta um lábio de fibrocartilagem
situado na face semilunar, semelhante ao lábio glenoidal da escápula.
15
De acordo com (Watkis, 2001), esse anel de fibrocartilagem além de auxiliar na
absorção de impactos sofridos pela articulação, serve para aprofundar consideravelmente o
encaixe entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, contribuindo assim, para a maior estabilidade
da articulação.
Articulação do joelho
O joelho é uma articulação complexa e de grande importância na locomoção da vida
humana, formada pelo fêmur, tíbia e patela. O contato das superfícies articulares entre o
fêmur e a tíbia é feito pelos côndilos do fêmur (lateral e medial) e platô tibial. Apresenta dois
graus de liberdade, através dos quais são realizados os movimentos de flexão e extensão que
ocorrem no plano sagital com eixo látero-lateral. (FERNANDE; MARINHO; VOITGHT;
LIMA, 2002)
Segundo (Palastanga 2002) o joelho é uma articulação de sustentação apresentando
considerável grau de estabilidade, particularmente na extensão. A articulação desempenha
papel importante na locomoção, pois, ao se flexionar e estender permite um tocar suave dos
pés ao solo.
É uma das mais importantes articulações dos membros inferiores, pois absorve a grande
maioria dos impactos durante a atividade física ou mesmo no dia a dia. São muito frequentes
lesões nos joelhos em atletas como jogadores de futebol, voleibol, tênis, entre outros, que
deixam o esporte para passar por um longo tratamento para retornarem às suas atividades.
Biomecânica da Corrida
A corrida é elemento natural ao movimento do ser humano. Existem vários fatores que
são de importância relevante pra que se tenha um deslocamento em velocidade adequado.
Além da coordenação, equilíbrio e sensibilidade sinestética, outro fator importante e decisivo
para atletas corredores é a economia desse movimento. Quanto mais econômico for o atleta,
melhor será o desempenho final. Desta forma, fatores fisiológicos, antropométricos e
biomecânicos que podem influenciar a economia da corrida são de suma importância
(Gluglielmo et al, 2005).
Estudando os fatores biomecânicos que afetam a economia da corrida em diferentes
velocidades, Kyröläinen et al (2001) constataram que o consumo de oxigênio e o gasto
energético aumentam linearmente com aumento da velocidade. Evidenciaram também
16
diferenças interindividuais nos atletas avaliados, mesmo nas velocidades menores, que se
elevaram com velocidades maiores. Observaram aumento significativo da atividade
eletromiográfica do músculo bíceps femoral com o aumento da velocidade, correlacionando
positivamente com o gasto energético. Segundo os autores, o aumento da atividade
eletromiográfica muscular pode explicar em partes o aumento do gasto energético, pelo
menos nas provas com velocidades maiores. Outra característica que influencia o aumento do
gasto energético dos atletas é a qualidade da técnica. Atletas com técnicas de corrida ruins
apresentam gasto energético aumentado.
Segundo Hreljac e Ferber (2006), estes aspectos são de suma importância quando se
trata de corredores que treinam e competem objetivando a vitória. Para uma melhor
compreensão e análise biomecânica da corrida é imprescindível uma descrição inicial do ciclo
e biomecânica do andar, uma vez que o correr apresenta uma estreita relação com o andar.
Além disso, segundo Nogueira (2008), a corrida apresenta variações consideráveis, uma
vez que os movimentos articulares, atividades musculares e forças de reação do solo, possuem
relação direta com a velocidade específica da corrida. As variáveis mencionadas oscilam
significativamente quando da análise de uma corrida recreacional lenta para uma corrida de
velocidade máxima. Nesse sentido, é importante poder comparar o movimento em estudo com
um movimento padrão.
O andar é definido como uma progressão bípede na qual os movimentos repetitivos dos
membros inferiores incluem períodos de suporte duplo, seguidos por períodos nos quais
apenas um só sustenta o peso do corpo enquanto o outro se encontra na fase de balanço
(WALL, 2001).
Segundo Brunieira (1998) locomoção humana, o andar e o correr, é um comum e
repetitivo movimento voluntário que o ser humano executa. Comum, porque desde o seu
aparecimento na terra ele se utiliza deste meio de locomoção. No início por necessidade de
sobrevivência, pois era o único meio de transporte utilizado. Depois com a evolução dos
meios de locomoção, o que era necessidade de sobrevivência passou a ser necessidade de vida
saudável.
O ciclo do andar começa quando um pé inicia o contato com o solo e termina quando o
mesmo pé toca o solo novamente. A fase de apoio termina quando não há mais contato do pé
com o solo. A retirada dos dedos do solo demarca o início da fase de balanço. No ciclo do
andar existem dois períodos de duplo suporte (quando os dois pés estão em contato com o
solo simultaneamente), um no início da fase de apoio e outro no final (BRUNEIRA, 1998).
17
Uma das características mais marcantes do andar, de acordo com (Wall, 2001) que
permite distingui-lo das outras formas de locomoção é o duplo apoio. Ele é caracterizado pela
fase em que os dois pés se encontram em contato com o solo, um no início do contato
(retropé) e outro no final (antepé).
O ponto que demarca o término do andar e o início do correr é quando os períodos de
duplo apoio da fase de sustentação do andar cedem lugar a períodos em que nenhum dos pés
está em contato com o solo. Além disso, existem diferenças biomecânicas nos gestos dos
atletas de acordo com a velocidade específica da corrida. Como por exemplo, a diferença no
contato do pé com o solo (abordagem pé-solo). Nas corridas de longa distância, 80% dos
atletas fazem o contato inicial com o solo através do calcanhar, os demais com a parte média
do pé. Já nas corridas de velocidade, os atletas realizam esse contato utilizando somente a
ponta dos pés (NOVACHECK, 1998).
Segundo Wall (2001), a comparação de força entre o andar e o correr revelam
considerável aumento da força de reação do solo na corrida. No andar, o pico de força é de
aproximadamente 70% do peso corporal, sendo que na corrida com os pés descalços, ocorre
um aumento desse pico de força para aproximadamente 200%. Os deslizamentos para frente e
para trás apresentam padrões similares no andar e correr, no entanto, na corrida e magnitude
se eleva aproximadamente 50%. Nos deslizamentos medial e lateral, também se contatam
magnitudes maiores na corrida em relação ao andar.
Para Marsico et al (2002), a carga deve ser transmitida para toda a superfície plantar,
sendo 40% da mesma distribuída na parte anterior do pé e 60% na parte posterior
No momento do contato pé-solo registra-se um aumento da quantidade de flexão do
quadril, ocorre rápida flexão da articulação do joelho e dorsiflexão no tornozelo. Essa
movimentação articular auxilia na absorção do impacto gerado. Já na fase do apoio médio
ocorre progressiva extensão do quadril que prolonga até a retirada dos dedos do chão. A
articulação do joelho que, após rápida flexão a fase inicial do apoio estende na fase final (até a
retirada dos dedos). O tornozelo realiza rápida flexão plantar, propulsionando o corpo para
cima e para frente.
Segundo Novacheck (1998), durante a absorção do impacto, na fase de apoio, a
articulação do joelho flexiona aproximadamente 45°, seguida por aproximadamente 25° na
fase propulsiva. Os movimentos da pelve são minimizados para conservar energia e manter a
eficiência na corrida. No entanto, com o aumento da velocidade, a pelve e o tronco inclinam-
se mais, o centro de massa é abaixado e a força horizontal produzida na fase propulsiva é
minimizada.
18
Os movimentos que ocorrem no plano frontal são mais sutis que os do plano sagital.
No plano frontal, os movimentos do joelho e tornozelo são restringidos pelos ligamentos
colaterais. Não obstante, significativa movimentação é registrada na articulação do quadril. O
quadril é aduzido no momento em que a perna de apoio recebe o peso e abduzido na fase de
balanço.
Durante a fase de apoio da corrida, os músculos glúteo médio e tensor da fáscia lata
impedem que a pelve incline lateralmente para o lado oposto ao pé de apoio, ficando ativos
exatamente antes do momento do contato do pé com o solo e na fase da drenagem inicial do
apoio.
Os movimentos realizados no plano transverso, assim como os do plano frontal, são
pequenos em magnitude, quando comparados ao plano sagital. Só movimentos no plano
transverso são importantes na economia da energia. Rotação máxima da pelve ocorre na
metade da fase de balanço para alongar o comprimento da passada, no entanto, no momento
do contato pé-solo, a pelve é rodada lateralmente. Outros movimentos importantes ocorrem
no plano oblíquo do pé, como eversão (pronação) e inversão (supinação). A pronação ocorre
durante a fase de absorção enquanto o membro de apoio recebe o peso corporal. Neste
momento, o pé é supinado durante a fase propulsiva, gerando um nível de estabilidade para
retirada dos pés do chão.
Os braços devem movimentar-se lateralmente em relação ao tronco. (FERNANDES,
2003) tendo um importante papel na manutenção da velocidade horizontal, atuando como
contrabalanço para as rotações que ocorrem no membro inferior. Nesse sentido, sua
contribuição para a eficiência mecânica e de economia de energia na corrida são
significativas.
A Corrida e as Lesões
Aproximadamente 30 milhões de americanos correm por lazer ou competição, com
incidência de lesões significante. A cada ano 25% a 50% dos corredores sofrem lesões graves
o suficiente para interferir na sua prática ou performance. Essa situação faz com que os atletas
necessitem de atendimento específico, alteração da rotina e programação dos treinos e
competições ou, ainda, uso de medicamentos (HINO et al, 2009).
As lesões como fraturas por estresse, condromalácia patelar, síndrome de estresse
tibial, fascite plantar e tendinite do tendão calcâneo ocorrem por uso excessivo e repetido de
cargas nas estruturas do sistema musculoesquelético, características em corredores de longa
19
distância. A corrida de longa distância é a atividade considerada como mais propensa para
desenvolver esse tipo de lesão (HRELJAC et al, 2000).
Dessa forma, ao final de uma prova ou semana de treinamento, essa atividade
repetitiva e de intensidade considerável pode levar a um mau funcionamento e desencadear a
degeneração do sistema locomotor. Dados encontrados por Pastre et al (2005) observaram
taxas de lesões mais elevadas entre os corredores especialistas em provas combinadas
seguidas por corredores de provas de velocidade, corredores de longa distância e saltadores.
De acordo com estes autores, na análise das condições causadoras das lesões, verificaram que
os atletas se lesionaram 44,4% em função da intensidade da atividade e 44,4% em função das
repetições excessivas.
Considerando as forças externas e internas que atuam sobre o sistema locomotor na
corrida, o súbito contato do pé com o solo produz uma elevação aguda das forças verticais de
reação do solo, as quais se constituem no fator causal mais importante das lesões de
sobrecarga (HINO et al, 2009).
Segundo Derrick et al (2002), os impactos na corrida não produzem valores extremos,
porém a quantidade dos impactos gerados durante a corrida é significativa. Percursos de
aproximadamente 32km por semana produzem 1.3 milhões de impactos no corpo no período
de um ano.
Os pisos rígidos como o asfalto, um dos mais utilizados para a maioria da corrida,
interfere negativamente quando considerada a intensidade do impacto gerado na região
plantar e subsequente propagação por todo membro inferior, tronco e cabeça. A condição de
hiperpronação foi considerada por diversos autores como um fator importante que predispõem
a lesões dos membros inferiores em corredores. Acredita-se que o seu controle por meio de
uma adequada análise na distribuição de carga no pé e subsequente utilização de calçados
adequados reduza essa incidência. A condição de hiperpronação do pé durante a corrida se
deve, segundo Viel et al (2001) em função da posição original do calcâneo, que não é vertical
e a projeção do peso do corpo medialmente em relação ao ponto de apoio do calcâneo.
Viel et al (2001) relatam que os impactos se dissipam nas massas moles, tecido ósseo,
no tecido conjuntivo, nos músculos e discos intervertebrais. Entre os impactos sofridos
durante a corrida sobre o asfalto e outra sobre a grama, a diferença e, sem hesitação, do
simples ao duplo. Afirmam também que o corredor sente esta diferença, mas, à procura de
desempenho, ele fará um julgamento depreciativo sobre a grama, cujas capacidades
absorventes retardam a corrida.
20
É interessante levar em consideração que as superfícies não apresentam sempre as
mesmas características. Podendo ter uma variável de inclinações e rigidez dos pisos. A esse
fator é notável que o piso influencie no rendimento e na biomecânica do movimento. Nesse
sentido, evidencia-se que estudos que levam em consideração a rigidez dos pisos esportivos e
inclinação são de suma importância no esclarecimento dos fatores que contribuem para o
aumento do desempenho do atleta e reduzam as incidências de lesões.
A corrida envolve uma série de mecanismos biomecânicos e fisiológicos durante a
corrida. Os mecanismos que absorvem a maioria dos impactos são os de membros inferior
sendo assim a região de maior prevalência de leões em todos os estudos. Uma das maiores
causas de lesões em corredores de rua seria a intensidade do treinamento, fato esse que se
caracteriza pelo treino intensivo sem um descanso necessário para que o organismo venha a se
recuperar, esses treinos repetitivos podem desencadear problemas estruturais nos atletas de
naturezas graves.
21
RESULTADOS
Tabela 1: Descrição e resultados dos artigos incluídos na revisão.
REFERENCIAS
CARACTERISTICAS DA
AMOSTARA
OBJETIVOS
RESULTADOS
CONCLUSAO
LESOES RELACIONADAS
PREVALENCIAS,
% (n)
Hespanhol Jr. et al,. 2012
Estudos do tipo transversal onde
foram analisados 200 corredores preencheram um formulário
contendo questões sobre dados pessoais, histórico da prática de corrida, características do treinamento, tipo de tênis, tipo de pisada e histórico de lesões nos últimos 12 meses.
Descrever os hábitos, as
características de treinamento e o histórico de
lesões de corredores
recreacionais, além de verificar possíveis
associações entre os hábitos
e as características de treinamento com lesões
musculoesqueléticas prévias
relacionadas à corrida.
A maioria dos corredores
eram homens, com idade média de 43 anos, índice de
massa corporal de 24,2
(IQ=4,3) kg/m2 e 55% (110) dos corredores relataram
apresentar alguma lesão
musculoesquelética nos últimos 12 meses. As
principais lesões encontradas
foram as tendinopatias e as lesões musculares. A variável
que apresentou associação
com lesões musculoesqueléticas
A prevalência de
lesões de lesões relacionadas a
corrida foi de
55% e a variável de experiência foi
associada com
ausência de lesões
Tendinopatia 17,3 (19)
Distensões / Rupturas / Estiramento
15,5 (17)
Entorce/ lesão da articulação e/ou ligamentos
13,6 (15)
Fascite Plantar 12,7 (14)
Dor lombar / lombalgia / dor nas costas
8,2 (9)
Lesão de meniscos ou cartilagem 8,2 (9)
Fratura por estresse
6,4 (7)
Outros 18,1 (20)
Pileggi et al, 2010
Coorte Prospectivo, analisados 18 (13 homens e cinco mulheres)
amadores foram selecionados para
participarem do estudo. Eles foram submetidos a uma avaliação
clínica com exame físico completo
e do aparelho locomotor, avaliação nutricional, exames laboratoriais,
teste ergométrico, avaliação da
densidade mineral óssea e composição corporal e radiografia
dos pés no período basal e após
um ano de seguimento.
Os objetivos desse estudo foram: 1) relatar
prospectivamente a
incidência de lesões osteomioarticulares em
corredores amadores durante
12 meses de seguimento; e 2) detectar os principais
fatores extrínsecos e
intrínsecos para as lesões encontradas.
Metade da amostra (50%) apresentou alguma lesão
osteomuscular em membros
inferiores no período do estudo. Os fatores de risco
significantemente associados
foram graus de extensão de joelho e flexão plantar
diminuída, frequência cardíaca
de repouso menor e velocidade de treino maior.
Houve riscos significativos
associados ao
grau de extensão de joelho e flexão
plantar
diminuídos. Alta frequência de
lesões em
corredores associados a
fatores intrínsecos
e extrinsecos. Avaliações devem
ser focadas nesses
parâmetros com o intuito de prevenir
lesoes
Tendinopatia do tendão patelar
22,7 (5)
Síndrome do estresse medial da tíbia 13,6 (3)
Síndrome da banda iliotibial
9,1 (2)
Tendinopatia do tendão calcâneo 9,1 (2)
Fratura por estresse da tíbia
9,1 (2)
Bursite retrocantérica 9,1 (2)
Lesão muscular da panturrilha
4,5 (1)
Lesão muscular do adutor da coxa 4,5 (1)
Fratura por estresse da crista ilíaca 4,5 (1)
Bursite infrapatelar 4,5 (1)
Fascite plantar 4,5 (1)
22
Tabela 1: Descrição e resultados dos artigos incluídos na revisão.
REFERENCIAS CARACTRERISTICAS DA
AMOSTRA OBJETIVO RESULTADOS CONCLUSAO LESOES RELACIONADAS
PREVALENCIAS,
n %
Barbosa, R. O., 2010
Estudo do tipo transversal, Barbosa,
R. O. Lesões mais comuns no atletismo, na modalidade de corrida
de fundo, em atletas do município
de Campina Grande - PB. 2010. 45f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Educação
Física). Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2010
Conhecer de forma mais
aprofunda cada tipo de lesão, seus principais agravantes
identificando e prevenindo
principalmente as que ocorrem no esporte.
58% mostraram possuir
treinamento, 65% tem orientação profissional, 52,5
possuem plano de saúde, 90%
possuem material adequado para pratica de atividade física.
70% teve algum tipo de lesão,
37,1% possuem inflamação do joelho, 34,3% possuem
canelite. 5,7% possuem
estiramento muscular, 2,9% lesão na virilha.
Prioritariamente
lesões no membro inferior e
necessitam de
melhor treino e orientação existe
entre lesões e
fatores causais sendo os
principais:
sobrecarga de treinos,
performance de
atletas profissionais, falta
de orientação de
técnica a atletas amadores,
equipamentos
impróprios e solos impróprios
Inflação do joelho
38,24 (16)
Síndrome do estresse medial da tíbia
35,30 (15)
Estiramento muscular
5,88 (2)
Inflamação do quadril
5,88 (2)
Lesão calcânea
2,94 (1)
Estiramento muscular ( quadríceps)
2,94 (1)
Tendinite no tendão de aquilies
2,94 (1)
Inflamação do pubis
2,94 (1)
Fascite plantar
2,94 (1)
Lun V, et al. 2004
Foram observados 87 corredores,
em 6 meses para todos os que
executam lesões músculo-esqueléticas relacionadas do
membro inferior. As lesões foram
definidas de acordo com seis tipos: R1, R2, R3 e os ferimentos
causaram uma redução na execução
de quilometragem por um dia, dois a sete dias, ou mais de sete dias,
respectivamente; S1, S2, S3 e
ferimentos causados paralisação de correr por um dia, dois a sete dias,
ou mais de sete dias,
respectivamente.
Determinar se as medidas de
alinhamento de membros
inferiores estática estão relacionados à menor lesão
de membros em corredores
recreacionais.
Pelo menos uma pequena lesão
membro foi sofrida por 79%
dos corredores durante o
período de observação. Quando
os dados de todos os corredores
foram reunidos, os intervalos
de confiança foram de 95%,
Grande parte das lesões ocorreu durante o mesmo, principalmente a disfunção patelo-femoral, todavia, boa parte já fez algum tratamento fisioterapêutico
Sindrome femopatelar
6,9 (6)
23
Tabela 1: Descrição e resultados dos artigos incluídos na revisão.
REFERENCIAS CARACTERISTICAS DA
AMOSTRA OJETIVOS RESULTADOS CONCLUSAO LESOES RELACIONADAS
PREVALENCIAS,
n %
Barbosa R. T., et al
2011.
Trata-se de um estudo analítico,
longitudinal, feito durante 3 corridas do circuito,onde foram
acompanhados 75 atletas. Nesses
eventos foi aplicado um
questionário aos atletas, visando
conhecer o perfil dos participantes
do I circuito Anapolino de corrida de rua. Esse questionário abordava
itens como idade, sexo, o tempo
que pratica essa modalidade de atividade física e a frequência.
Proporcionar não só
atendimento para os atletas corredores, mas também
criar oportunidades para o
acadêmico aplicar o
conhecimento adquirido em
fisioterapia desportiva e
também de avaliar o perfil dos atletas participantes
deum circuito de corrida de
rua
A presença de lesões durante o
circuito de corrida de rua foi identificada em 46% da
amostra, destes, 67% se
lesionaram durante o
treinamento, 18% horas ou dias
após e 15% durante uma
competição. Quando questionados sobre a
ocorrência de lesões antes do
circuito, 46% relataram ter tido pelo menos uma lesão ocorreu
a menos de 1 ano, 27% entre 1
e 2 anos, 9 %entre 2 e 5 anos e em 18% a mais de 5 anos. As
lesões mais frequentes são
Síndrome do Trato
Grande parte das
lesões ocorreu durante o mesmo,
principalmente a
disfunção patelo-
femoral,
provavelmente
pela não orientação da
prática correta e
calçado adequado, todavia, boa parte
já fez algum
tratamento fisioterapêutico
Síndrome do TratoÍlio-Tibial 12 (9)
Disfunção patelo-femoral
27 (20)
Tendinite do tendão de Aquiles 15 (11)
Distensão
15 (11)
Outros tipos de lesões 31 (23)
Mckean,,et. al. 2006
Estudo transversal com 2.886
corredores consentiram em
participar de um inquérito. 94% concluído o inquérito
eletronicamente e 6%
manualmente. Corredores (≥ 40 anos) composta de 34% da
população.
Determinar se os padrões de
lesão e fatores de risco para
lesão diferem entre senhores e corredores mais jovens
A taxa lesão da população foi
de 46%. S. Significativamente
adultos corredores eram do sexo masculino, tinham 7 ou
mais anos de experiência em
execução, correndo mais de milhas 48 semanas joelho e pé
foram os locais mais comuns
de lesão para os dois grupos. A prevalência de lesões do tecido
do tipo macio para o bezerro,
Aquiles, e isquiotibiais. Correndo mais vezes / semana
aumentou o risco de lesão para
os dois grupos
Conclui-se que os
membros
inferiores são os mais expostos à
carga, que as
principais lesões estão relacionadas
ao excesso de uso
e a orientação especializada não
influenciou na
presença ou não de lesão
Fascite palntar
17,5(495)
Tendinopatia no tendão patelar
12,5(353)
Lesao de isquiotibiais
12,5(353)
Síndrome da banda iliotibial
10,5(297)
Tendinopatia do tendão calcaneo
9,5(268)
Entorce do tornozelo
9,5(268)
Síndrome do estresse medsial da tibia
9,5(268)
Síndrome femopatelar
5,5(156)
Fratura por estresse
4,5(127)
Lesao meniscal
3,5(99)
Outras tendinites 5,0(141)
24
Tabela 1: Descrição e resultados dos artigos incluídos na revisão.
REFERENCIAS CARACTRERISTICA DA
AMOSTRA OBJETIVO RESULTADOS CONCLUSAO LESOES RELACIONADAS
PREVALENCIAS,
n %
Silva R. E.; Menezes
de S.F. Tese de Conclusão de Curso.
Lesões em praticantes
de corrida de rua da
Grande Florianópolis
e sua relação com
acompanhamento técnico profissional,
2012.
É caracterizado como
observacional do tipo transversal, Foram incluídos na
amostra 80 corredores,
participantes da prova pré-
selecionada, de ambos os sexos,
maiores de 18 anos, que
praticassem corrida há no mínimo 6 meses e que
treinassem na região da Grande
Florianópolis. a foi elaborado um questionário composto por
10 perguntas,
sendo algumas abertas e outras fechadas
O objetivo desse estudo
foi investigar as principais lesões em corredores de
um grupo selecionado,
bem como a influência do
acompanhamento técnico
na presença ou não das
Mesmas.
Participaram 80 indivíduos
e desses, 57,5% tinham acompanhamento
profissional e
28,75% do total relataram
lesão no último ano, sendo
que 32% das lesões
relatadas acometeram a perna e a distensão
muscular foi a principal
lesão (25%). Não foi verificada associação entre
acompanhamento
profissional e ocorrência ou não de lesão
Conclui-se que os
membros inferiores são os
mais expostos à
carga, que as
principais lesões
estão relacionadas
ao excesso de uso e a orientação
especializada não
influenciou na presença ou não
de lesão.
Distensão/Estiramento muscular 8 (25)
Síndrome do Estresse Tibial Medial
6 (18)
Contratura Muscular
6 (18)
Fascite Plantar
3 (9)
Lesão articular
3 (9)
Tendinopatia 3 (9)
Síndrome da Banda Iliotibial 2 (6)
Entorse
2 (6)
Bastos A. trabalho de
conclusão de curso perfil dos corredores
de rua do estado de
São Paulo e as lesões a que estão sujeitos .-
UNIFMU, 2003
A amostra foi composta por 30
corredores do sexo masculino, profissionais ou amadores com
idades variando entre 20 e 54
anos ( 35,83 anos +8,96) que treinavam a mais de um ano de
três a sete vezes por semana, de
nível sócio econômico baixo a alto e escolhidos aleatoriamente
para este
estudo.
Traçar o perfil dos
corredores de rua do estado de São Paulo e
identificar as lesões mais
comuns a que estão sujeitos e os motivos que
levam ao aparecimento
das lesões
Em relação às lesões 46%
dos corredores sentiam dores
durante a corrida, no joelho
e 62% no tendão de Aquiles. E 55% dos
corredores sentiam
dores no tendão de Aquiles pós corrida. Destes apenas
47% já procuraram um
médico para diagnóstico. Do total
da amostra, 23 corredores
(77%) já tiveram lesões sendo 57%
de joelho, 13% de tendão
de Aquiles, 13% canelite, 13% região tibial, 9%
pulbeite e 9% nervo ciático.
As lesões mais
comuns identificadas
foram de joelho e
tendão de Aquiles e os tratamentos
mais
comuns foram aplicação de gelo,
antiinflamatórios
e fisioterapia.
Joelho relacionado a ligamento 13(57)
Tendão de aquiles 3 (13)
Síndrome do estresse medial da tíbia
3 (13)
Região tibial 3 (13)
pubeite 2 (9)
Nervo ciatico 2 (9)
Fascite plantar 1 (4)
25
Os artigos analizados evidenciaram uma prevalência de lesões em membros inferiores e, desse
modo, confirmando a afirmação do estudo de Hespanhol Jr, (2012) apontam as lesões mais
comuns dentre as lesões mais comuns estão as tendinopatias, lesões musculares e entorses
articulares.
A tendinopatia e a fascite plantar foram as lesões mais acometidas entre todas os
estudos analisados, sendo que a tendinopatia obteve o maior número de lesões descritas em
todos os artigos com um total de 667 atletas enquanto as lesões sobre fascite plantar obteve
um número de 515 atletas, entre eles amadores e profissionais.
Entre os artigos selecionados cinco foram de estudos do tipo transversal (62,5%),
Hespanhol Jr et al, 2012; Barbosa R. O, 2010; Meckean K. A., 2006; Silva R. E.;Meneses S.F,
2012; Bastos A.,2003; (25%) dos estudos foram do tipo coorte prospectivo (Lun V. et al
2004; Pillegi et al , 2010) e (12,5%) corresponde ao estudo de analítico longitudinal (Barbosa
et al, 2011).
Os Artigos selecionados utilizaram-se, de questionários como coleta de dados para os
seus respectivos estudos (HESPANHOL JR et al, 2012; PILLEGI et al, 2010; BARBOSA R.
T., 2010; LUN V. et al, 2004; BARBOSA R. T. et al.; MCKEAN K. A. et al, 2006; SILVA R.
E., 2012; BASTOS A., 2003).
Os atletas corredores de rua estão mais predispostos aos efeitos prejudiciais das
alterações morfofisiológicas que acometem a cartilagem articular, ossos, músculos, tendões e
ligamentos, uma vez que o peso corporal é aumentado aproximadamente 2,5 vezes durante a
corrida. No joelho é exercida grandes forças de impactos, é uma das articulações que
recebem maiores valores de sobrecarga durante uma corrida, esses valores podem chegar a 3
vezes o peso corporal do indivíduo (MACHADO, 2011). Estudos feitos por Barbosa, (2010)
também evidenciam um maior numero de lesões no joelho, valores que chegaram a 38,24%
de toda a sua amostra. Segundo Hespanhol Jr, 2012 diversos estudos sobre o tema foram
observados que a síndrome femoropatelar e as tendinopatias estão entre as lesões mais
frequentes em corredores de rua.
Pastre et al (2005) quando estudaram os tipos de lesões mais frequentes em atletas
praticantes de provas de corrida, identificaram 55,6% de lesões musculares. Quando estes
autores analisaram a localização anatômica das lesões mais frequentes, observaram que 44,4%
acontecem na região da coxa.
Hall (2000) analisou as lesões relacionadas às corridas e saltos e verificou que o
tornozelo foi acometido por 20% a 25% de todas as lesões. De acordo com o autor, o
tornozelo é a articulação com o maior índice de traumatismos esportivos. Estudo feito por
26
Barbosa (2010) relata que o tipo de solo influencia na corrida e até mesmo no desempenho.
São raros os registros de descrições de incidência de fraturas de estresse por esporte
específico, mas são representadas em geral de 1 a 20% de todas as lesões esportivas e
aproximadamente 4,7% a 15,6% das lesões entre corredores. (LAURINO, 2009), durante o
estudo 3 autores evidenciaram esses registros (HESPANHOL JR et al, 2012; PILLEGI et al,
2010; MCKEAN K. A. et al, 2006)
Dois estudos tiveram o mesmo período de 12 meses para coletar os dados
(HESPANHOL JR et al, 2012; PILLEGI et al, 2010) e ambos os estudos tiveram a
tendinopatia como a maior ocorrência de lesão.
.
DISCUSSÃO
Estudos analisados (HESPANHOL JR et al, 2012; PILLEGI et al, 2010; BARBOSA
R. T., 2011; LUN V. et al, 2004; BARBOSA R.O. et al 2010.; MCKEAN K. A. et al, 2006;
SILVA R. E., 2012; BASTOS A., 2003) destacaram a importância de se praticar o esporte. É
de comum acordo nos estudos realizados que a atividade de corrida além de trazer benefícios
fisiológicos a saúde trazem também benefícios psicológicos.
Cada vez mais a prática de corrida de rua tem sido recomendada, essa notoriedade é
visível pelo grande número de praticantes da modalidade não só no Brasil, mas em todo o
mundo. A difusão em massa da modalidade esta fazendo com que cada vez mais adeptos
procurem a modalidade, tanto por partes de atletas amadores quanto por profissionais. Mas
em decorrência desse maior número de adeptos, houve também uma ocorrência maior no
número de lesões em corredores de rua. O entendimento de fatores que levam a esse quadro
alarmante é de suma importância para que profissionais da área de educação física tenham
conhecimento necessário de como diminuir os fatores de riscos. Sendo assim o presente
trabalho buscou identificar quais são as lesões mais frequentes em corredores de rua.
Segundo Massada, (2000), durante os períodos de fadiga física ou mental é frequente o
surgimento de lombalgias, sacroileítes, contratura musculares dos músculos isquiotibiais,
tensor da fascia, tricípites sural e grupos musculares dos compartimentos das pernas, assim
como fraturas de fadiga, causando menor eficiência das massas musculares na disseminação
da força. No geral, as regiões mais acometidas nos praticantes de corrida de rua são os
membros inferiores e dentre as lesões mais comuns estão as tendinopatias, lesões musculares
e entorses articulares (HESPANHOL JÚNIOR et al, 2012; PILEGGI et al, 2010).
27
As lesões devem ser prevenidas e tratadas, e por isso, conhecer as principais lesões que
acometem os corredores de rua é fundamental para os profissionais envolvidos com esta
modalidade. O profissional que orienta esses praticantes precisa ter o máximo de informação
sobre incidência e prevenção de lesões (PASTRE et al, 2005).
A prática inadequada da corrida de rua podem desencadear uma serie de problemas que
segundo PILLEGI et al, (2010); BARBOSA et al (2010) podem ser fatores extrínsecos
relacionadas ao tipo de atividade esportiva, ambiente, esporte que pratica, tempo, época do
ano e fatores intrínsecos relacionados a características físicas, idade, peso, sexo, flexibilidade,
aptidão física e características psicológicas do individuo.
Hespanhol Jr. (2010) sugere que sejam conduzidos mais estudos com corredores que
realizam um menor volume de treinamento comparados aos maratonistas e que não estejam
engajados em participar de nenhuma prova específica, já que grande parte dos praticantes
simplesmente pratica corrida de forma recreativa, não ultrapassando poucos quilômetros por
sessão de treinamento. Entender melhor o perfil dos corredores recreacionais e quais fatores
estariam associados com lesões musculoesqueléticas nessa população pode auxiliar na
implementação de estratégias de prevenção com uma abordagem multidisciplinar, em que a
participação de fisioterapeutas, médicos, treinadores físicos e outros profissionais da saúde
possibilite ações mais eficazes para a redução das lesões musculoesqueléticas dessa enorme
população de praticantes de corrida. A relação entre a incidência de lesões com a presença de
acompanhamento profissional nos treinos ainda é desconhecida, porém sabe-se que a prática
irregular de exercícios físicos pode aumentar ainda mais os riscos de lesão (HINO, et al,
2009).
Um aspecto importante a se levar em consideração é aheterogeneidade das amostras.
Em estudo realizado por Pillege et al (2010), com 18 participantes pode se obter uma amostra
mais homogenia, enquanto Mckean et al (2006) utilizou 2.886 indivíduos e, portanto, de
maior variabilidade. Essas diferenças podem implicar em diferentes resultados e,
consequentemente dificultando comparações. Alguns estudos ressaltaram a importância de se
ter um calçado adequado (HESPANHOL JÚNIOR et al, 2012, BARBOSA R. O. et al,2010
BARBOSA R. T.et al, 2011). Os calçados amortecedores são muito absorventes ao choque
dissipa a pressão, alongando o tempo de reação, o que não é do gosto do desportista a procura
de desempenho. Um calçado esportivo eficaz propicia um amortecimento da pressão vertical e
permite, igualmente, movimentos de translação e de rotação no plano horizontal. (VIEL et al
2001). O conhecimento de fatores como a distribuição de pressão na região plantar na fase de
28
apoio durante a corrida é de suma importância para a escolha de calçados que devem ser
utilizados pelos corredores.
A busca do rendimento, prevenção de lesões e controle de sobrecargas ao aparelho
locomotor são de grande interesse e considerados os principais objetivos nas investigações
que tratam dos tipos de calçados, pisos esportivos e como estes interagem entre si e as
relações com a anatomia do indivíduo.
De acordo com estudos feitos por Wakeling et al (2002) ocorrem ajustes na atividade
muscular dos membros inferiores durante a corrida de acordo com a intensidade do impacto e
que esses ajustes apresentaram dependência entre sujeito-músculo. Para testar sua hipótese,
estudaram a atividade eletromiográfica dos músculos reto femoral, bíceps femoral (cabeça
longa), tibial anterior e gastrocnêmio (cabeça medial) em corredores utilizando duas
palmilhas com rigidez diferente, representando a diferença no grau de impacto. Evidenciaram
que a intensidade da atividade mioelétrica total e o grau de intensidade do sinal apresentou
diferenças significativas entre os tipos de palmilha, sujeitos e músculos. Segundo Gubian,
(2004) a articulação do tornozelo é crucial na transferência de força do corpo e para o corpo
durante a sustentação de peso e outras cargas. As dimensões dessas forças podem ser tão
grandes, até 10 vezes o peso corporal durante alguns tipos de corrida, ocasionando problemas
ortopédicos crônicos e intensos. Nos aspectos biomecânicos, as variáveis cinéticas como
magnitudes da força de impacto, carga de impacto, forças de propulsão, bem como a
magnitude dos movimentos de pronação são contribuintes potenciais para as lesões
(HRELJAC et al, 2000).
Apesar do grande número de interessados na pratica de corrida de rua os presentes
estudos mostram dados preocupantes, pois a elevada prevalência para lesões contribuem para
o abandono do esporte. Além disso, pesquisas atuais sobre as principais lesões e prevalecias
são de fundamental importância para que profissionais interessados em se aprofundar no
assunto tenham conhecimento necessário para orientar treinos com segurança uma vez que
uma das formas de ocorrências de lesões é prescrição inadequada de exercícios.
Diante desse número elevado de lesões, verifica-se a necessidade de bucar estratégias
para a prevenção e cuidados com a prescrição dos treinos. A relevância do trabalho é poder
contribuir para um melhor entendimento dos principais fatores que levam aos praticantes de
corrida de rua a se lesionar. É notável que muitos profissionais de educação física estão
trabalhando cada vez mais com grupos de corrida.. Poder identificar e intervir para que essas
lesões não evoluam é também de importância.
29
CONCLUSÃO
A corrida de rua vem se tornando um dos esportes mais praticados em todo mundo. Pela
busca de resultados expressivos em competições ou apenas pelo prazer de praticar o esporte.
Como toda atividade física, deve ser praticada com cautela e orientação de um profissional
especializado, pois pode causar danos sérios ao corpo.
Para que se prevenir de lesões musculoesqueléticas se faz necessário um treinamento
que seja seguro, respeitando, principalmente, os princípios do treinamento desportivo. Os
resultados do presente trabalho sugerem que a maior prevalência de lesões ocorre com aqueles
que têm o maior volume de treino semanal, de membros inferiores independente de receberem
orientação ou não.
30
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