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 X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                            p.1         Letramento fonológico     Resumo O presente artigo tem o propósito de discorrer sobre a importância de um letramento fonológico que se baseie a partir de um conhecimento prévio que a criança traz consigo. Versa, ainda, sobre a necessidade de conhecimento e compreensão, pelos professores que atuam nesta etapa de ensino, das diversas fases de assimilação e apreensão da leitura e da escrita pelas quais toda criança atravessa. A partir deste conhecimento, o professor, verificará a necessidade de intervir de modo suave e consciente na condução dela ao mundo letrado.  Palavraschave: Letramento fonológico; fases de leitura; fase de escrita.   Claudia Tavares Medeiros Secretaria Municipal de Educação [email protected]           1  Introdução O letramento fonológico exerce um papel importante no processo de aprendizagem da leitura e da escrita das línguas alfabéticas. Sendo assim, é de fundamental importância que todos os professores envolvidos no processo de letramento tenham conhecimento de como desenvolver um trabalho de qualidade no universo da sala de aula. 

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    Letramento fonológico    

 

Resumo O  presente  artigo  tem  o  propósito  de  discorrer  sobre  a importância de um  letramento  fonológico que  se baseie a partir  de  um  conhecimento  prévio  que  a  criança  traz consigo.  Versa,  ainda,  sobre  a  necessidade  de conhecimento  e  compreensão,  pelos  professores  que atuam  nesta  etapa  de  ensino,  das  diversas  fases  de assimilação e apreensão da  leitura e da escrita pelas quais toda  criança  atravessa.  A  partir  deste  conhecimento,  o professor,  verificará  a  necessidade  de  intervir  de  modo suave e consciente na condução dela ao mundo letrado.  Palavras‐chave: Letramento fonológico; fases de leitura; fase de escrita.  

 Claudia Tavares Medeiros 

Secretaria Municipal de Educação [email protected] 

      

 

 

 

 

1  Introdução 

O  letramento  fonológico  exerce  um  papel  importante  no  processo  de 

aprendizagem  da  leitura  e  da  escrita  das  línguas  alfabéticas.  Sendo  assim,  é  de 

fundamental  importância  que  todos  os  professores  envolvidos  no  processo  de 

letramento  tenham  conhecimento  de  como  desenvolver  um  trabalho  de  qualidade  no 

universo da sala de aula. 

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O  tema  abordado,  neste  artigo,  versa  sobre  a  importância  de  um  letramento 

fonológico a partir dos conhecimentos prévios da criança. Compreender as diversas fases 

de assimilação e apreensão da  leitura e da escrita que cada criança enfrenta, configura 

uma  importante ferramenta que fortalece a ação do professor que necessita  intervir de 

modo suave e consciente na condução deste aprendiz ao mundo letrado.   

Na  seção  seguinte,  intitulada  “Que  é  letramento  fonológico?”,  abordamos  uma 

definição  profunda  sobre  letramento  baseada  nos  estudos  de  SOARES  (2003). 

Enfatizamos que a criança não deve decodificar apenas as letras, sílabas e palavras, mas, 

antes  da  alfabetização  propriamente  dita,  precisa  ser  capaz  de  apropriar‐se 

conscientemente  de  habilidades  de  compreensão  do  funcionamento  do  alfabeto  e 

dominar  as  convenções  fonológicas  (letra‐som).  Dentro  dessa  seção,  há  fatores 

contributivos  para  o  letramento  fonológico  tais  como o  apoio  da  família,  a  função  do 

professor neste desenvolvimento bem  como a  contextualização. Na  seção 3,  intitulada 

“Etapas de uma alfabetização  letrada”, discrimina  fases demonstrando  como a  criança 

forma suas hipóteses na construção mental da sonoridade dos  fonemas,  transferindo‐a 

para a escrita, até o domínio da convenção da leitura e da escrita. Ciente dos desafios que 

ela enfrentará, cabe a o professor tornar esse caminho prazeroso.  

Na  seção  4,  intitulada  “Implicações  no  processo  de  letramento  fonológico”, 

suscitamos  uma  questão  vital:  como  a  criança  pode  aprender  e  apreender 

adequadamente as convenções da língua após sua compreensão do sistema alfabético. 

Fazemos  um  remetimento  aos  fatores  que  contribuem  para  um  letramento 

fonológico  ideal,  levando  em  conta  o  conhecimento  prévio  que  a  criança  traz  da 

influência  familiar  no  deleite  da  leitura,  o  professor  como mediador  do  processo  da 

aquisição  dessas  habilidades  essenciais  para  a  compreensão  e  inserção  desta  em  uma 

sociedade cada vez mais exigente e, por fim, a contextualização deste processo.  Dentro 

desta seção, abordamos, ainda, estratégias de letramento fonológico que são oferecidas 

como  sugestões  tanto  para  a  educação  infantil  como  para  o  primeiro  ano  de  ensino 

fundamental. Estas estratégias auxiliam no desenvolvimento suave deste processo. 

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Abordamos  este  tema  utilizando  referencial  teórico  robusto  e,  ainda,    dados 

coletados em pesquisa de campo envolvendo as atividades realizadas com o primeiro ano 

do ensino fundamental da Escola X da rede municipal do município de Rosário do Sul ‐ RS. 

 

2  que é letramento fonológico? 

Faremos uso de Soares (2003) para definir letramento da forma como utilizaremos 

neste ensaio. Entendemos, então, letramento como: 

[...]  exercício  efetivo  e  competente  da  tecnologia  da  escrita  [...]  que implica  habilidades  várias,  tais  como  habilidades  de  orientar‐se  pelos protocolos  de  leitura  que  marcam  o  texto  ou  de  lançar  mão  desses protocolos,  ao  escrever;  atitudes  de  inserção  efetiva  no  mundo  da escrita,  tendo  interesse  e  prazer  em  ler  e  escrever,  sabendo  utilizar  a escrita  para  encontrar  ou  fornecer  informações  e  conhecimentos, escrevendo ou  lendo  de  forma  diferenciada,segundo  as  circunstâncias, os objetos, o interlocutor... (SOARES, 2003b, p. 80).  

Dessa forma,  letramento, segundo a autora, engloba um conjunto de habilidades 

que  um  indivíduo  aprendiz  adquire  em  um  processo  complexo  e  concomitante  na 

construção  de  seu  pensamento,  por  meio  de  práticas  de  leitura  (interpretação)  e 

produção de diversos gêneros textuais, quer formal ou informal.  

Este processo  induz o  indivíduo explorar sua capacidade de dedução e expressão 

(catarse), opinando de modo crítico e obtendo uma visão mais clara da realidade social 

em que se insere.  

Leitura e escrita são ações essenciais no processo educativo. Porém, aprender o 

sistema alfabético é um processo cognitivo complexo e um sistema notacional, e não um 

código¹,  sendo  imprescindível  criar  novas  metodologias  de  alfabetização  e, 

consequentemente, promover atividades  reflexivas que  induzam o  indivíduo aprendiz a 

compreender o funcionamento do alfabeto e dominar as convenções fonológicas (letra‐

som). (FERRERO; TEBEROSKY, 1986) 

Por  isso,  define‐se  Letramento  Fonológico  como  um  conjunto  de  habilidades 

reflexivas  e  conscientes  (metacognição)  sobre  a  sonoridade  das  palavras  (oral)  e  na 

práxis da escrita delas (metalinguística), processando‐se de acordo com os quatro níveis 

de alfabetização: Pré‐silábico, Silábico, Silábico‐Alfabético e Alfabético.  

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2.1 Fatores contributivos ao letramento 

 É  imprescindível  que  nenhuma  etapa  seja  ‘queimada’,  pois  se  tratando  de  um 

processo  complexo,  o  aprendiz  deve  vivenciar  uma  a  uma  a  fim  de  ocorrer  uma 

construção de pensamento, raciocínio e dedução eficaz.  

Os  educadores  devem  ter  em mente  que  toda  criança  traz  alguma  ‘bagagem’ 

linguística  em  diferentes  estágios  de  seu meio  social.  “A  leitura  do mundo  precede  a 

leitura da palavra [...]”, afirma Paulo Freire (1989, p.11). Para isso, devem entender como 

se processa na mente das crianças o conceito de letras, números, símbolos.  

Além disso, devem ter em mente que cada criança busca dentro de seus limites de 

desenvolvimento (e de estímulos que recebe em seu meio familiar), assimilar e apreender 

o  objeto  a  ser  explorado,  independente  de metodologias  e material  didático  a  serem 

utilizados. 

Ferrero e Teberosky (1986), em Psicogênese da Língua, confirmam tais assertivas, 

quando discorrem que a aprendizagem da leitura é entendida como: 

[...] questionamento a respeito da natureza, função e valor deste objeto cultural que  é  a  escrita,  inicia‐se muito  antes do que  a  escola  imagina, transcorrendo por  insuspeitados caminhos. Que além dos métodos, dos manuais, dos recursos didáticos, existe um sujeito que busca a aquisição de  conhecimento, que  se propõem problemas e  trata de  solucioná‐los, segundo  sua própria metodologia...  Insistiremos  sobre o que  se  segue: trata‐se  de  um  sujeito  que  procura  adquirir  conhecimento,  e  não simplesmente  de  um  sujeito  disposto  ou mal  disposto  a  adquirir  uma técnica particular. Um sujeito que a psicologia da  lecto‐escrita esqueceu [...] (FERREIRO; TEBEROSKY, 1986, p. 11).  

    Tais dados  remetem  ao  fato de não  se pré‐julgar o desenvolvimento de  cada 

criança no processo  fonológico, ou seja, se não aprender e apreender como se espera, 

julgá‐la  por  incapacidade  e  má  vontade,  pois  cada  uma  tem  o  seu  próprio  jeito  ou 

desenvolve  sua  própria  metodologia,  no  tempo  certo,  em  assimilar  o  objeto  de 

conhecimento (aqui, no caso, letra‐som). 

Por  isso,  toda  essa  construção,  para  que  seja  eficaz  e  alcance  os  objetivos 

propostos  em  relação  ao  assunto  em  questão,  precisa  ser  contextualizada  para  fazer 

sentido para a criança, para que lhe resulte em prazer na busca do conhecimento e para 

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que  a  conduza  a  novas  descobertas.  Para  isso  ocorrer,  deve‐se  permitir  que  a  criança 

escrevesse  espontaneamente,  como  sabe,  a  fim  de  detectar  em  que  etapa  de 

compreensão do alfabeto ela está. 

“Linguagem e  realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do  texto a 

ser  alcançado  por  sua  leitura  crítica  implica  a  percepção  das  relações  entre  o  texto  e 

contexto.” (FREIRE, 1989, p. 11‐12). 

Pois,  além  de  decodificar  e  codificar  as  letras,  sílabas  e  palavras,  ela  terá  de 

gradativamente  reconstruir  propriedades  complexas  do  sistema  de  escrita  da  língua 

materna.  Daí  dá‐se  o  processo  de  uma  alfabetização  letrada  em  quatro  etapas,  não 

estancadas, mas bem interligadas.  

 

3 Etapas de uma alfabetização letrada. 

Como  em  todos  os  aspectos  da  vida  humana,  o  crescimento,  a  evolução  e  o 

desenvolvimento  se  dão  processualmente  a  seu  tempo.  Na  aquisição  da  leitura  e  da 

escrita por uma criança, não é diferente. Pois, no decorrer de sua construção mental, ela 

vai  concebendo  gradativamente  hipóteses  em  relação  à  fonologia  das  palavras  e  sua 

codificação. (MORAIS, 2012) 

Durante este percurso, é  vital que  as  crianças  se  sintam à  vontade em explorar 

todas  as  possibilidades  oferecidas  nas  aulas,  oportunizando‐lhes      produções 

espontâneas,  ampliando  e  ordenando  seus  conceitos,  e  refinando  sua  consciência 

fonológica. A intervenção adulta deve ser apenas o de mediar esse processo. 

                 Portanto,  a  partir  desta  referência,  verão  como  estas  etapas  sucedem, 

não de modo estancado, mas  interligado, conduzindo os professores alfabetizadores a 

uma compreensão das diversas progressões que as crianças se situam no decorrer do ano 

letivo. 

 

 

 

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3.1 Pré‐silábica 

Nesta  etapa,  também  denominada  icônica,  a    escrita    da  criança  é  produzir 

rabiscos, bolinhas e garatujas que não são  letras. Quando entra em contato com textos 

com figuras diversos, passa a observar outros ‘rabiscos’ ao redor dos nomes (letras), mas 

sem  relacioná‐las  com  entendimento.  Ocorrem,  porém,  outras  formas  de  relações 

mentais  bem  engraçadas:  quando  vê  coisas  grandes,  pensa  que  deve  escrever  com 

muitas letras, ou, coisas pequenas, poucas letras (realismo nominal). (CARRAHER; REGO, 

1981). 

Sem a ajuda de adultos, as crianças, nessa fase, formulam hipóteses tais como de 

quantidade mínima,  em  que  ela  supõe  que  é  preciso  apenas  duas  ou  três  letras  para 

denominar uma figura( KATO, 2002).  

Como pode  se  ver nas  figuras  abaixo, os  alunos notaram  as  seguintes palavras, 

demonstrando  o  amadurecimento  no  reconhecimento  de  letras  que  fazem  parte  da 

composição da  palavra proposta. 

SAO – SAPO  

STO – SALADA / ITO  ‐  JOGO /OBK – BONECA 

ORR – RODA 

Figura 01 ‐ (As figuras com escrita nas quatro etapas pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

 

A hipótese de variedade, em que a criança acredita que deve variar o repertório de 

letras e a ordem destas ao escrever muitas palavras, pode ser observada no exemplo a 

seguir,  

XO – LIXO 

VZNQ – ÁRVORE 

CGCXUL – PEIXE 

UFUD – FLOR 

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Figura 02 ‐ As figuras com escrita nas quatro etapas ( pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

 

 

Figura 03 ‐ As figuras com escrita nas quatro etapas (pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

                 

OAS – SAPO 

OCG – JOGO 

OFR – BONECA 

ALD – SALADA 

OAO – RODA 

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3.2 Silábica 

Nessa etapa, ocorre uma evolução e uma revolução na construção da  linguagem 

escrita. É nesse momento que o aprendiz começa a se dar conta                           (consciência 

fonológica) de que a escrita registra, ou nota, a pauta sonora das palavras (por exemplo, 

é comum vermos as crianças  registrarem a sílaba CA pela  letra do alfabeto K como em 

FACA/FAK/FKAA). Elas acreditam que as letras escritas vão substituir as sílabas oralizadas.  

(ainda não compreendem ou discernem a quantidade e a especificidade de sílabas para 

cada palavra). (LEAL; MORAIS, 2010) 

 

Figura 04 ‐ As figuras com escrita nas quatro etapas (pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

 Esta é uma fase de difícil enfrentamento para a criança, pois surgem conflitos que 

passam a transformar seus conceitos sobre as palavras, especialmente, quando observam 

que  em  sua  escrita  faltam  letras  em  comparação  com  a  da  professora  ou  de  outras 

crianças alfabetizadas.  Em virtude deste fato há necessidade que o docente tenha certa 

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cautela ao fazer as correções de tal forma que não deixe de alfabetizar  letrado, mas ao 

mesmo  tempo,  continue  a  estimular  a  espontaneidade  da  criança  em  sua  busca,  sem 

traumatizá‐la com um ar de fracasso.   

Por  exemplo,  na  figura  abaixo, o  aluno  registrou  a palavra PEIXE  como PIX, ou 

RÁDIO em RAO.  

   

Figura 05 ‐ As figuras com escrita nas quatro etapas (pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

xai ‐   xarope                                 cao – cadeado 

av – árvore                                    vsi – vaso 

pix – peixe                                     rao – rádio 

fo – flor                                         ria ‐ abelha 

 

Observamos um  avanço  significativo na  construção da hipótese das palavras. O 

aluno  notou  letras  e  sílabas  que  se  encontram  inseridas  nas  palavras  ditadas, 

demonstrando uma apropriação grafo fonológica.  

Em  outras  situações,    os  aprendizes  em  sua  interpretação  sonora  das  palavras, 

grafam ora  se  referindo às vogais ora às consoantes destas  ( como bem observado na 

palavra quatro abaixo). 

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Figura 06 ‐ As figuras com escrita nas quatro etapas (pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental. 

saro ‐  sapo 

jo – jogo 

b‐ boneca 

sld‐ salada 

roda‐ roda 

Vimos  aqui  uma progressão  semelhante  à  anterior,  na qual  a  aluna  já  identifica 

sílabas  e  fonemas  nas  respectivas  palavras,  compreendendo  gradativamente  a 

sonoridade.  

 

3.3  Silábico‐alfabética 

Há ainda uma fase de transição em que o aprendiz nota duas ou mais letras para a 

mesma sílaba, ou uma  letra para uma sílaba CV(consoante‐vogal),  tais como: B‐    /be/,C‐ 

/ce/,K‐ /ca/, Z/ze 

Desta forma, a criança concebe a hipótese de que cada grafia corresponde a um 

fonema, daí existindo a possibilidade dela falhar no ato da escrita.  

Reforçando  este  pensamento,  FERRERO  (1985,  p.13‐14)  afirma  que  “o  período 

silábico‐alfabético  marca  a  transição  entre  os  esquemas  prévios  em  vias  de  serem 

abandonados e os esquemas futuros em vias de serem construídos”. 

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Seguem‐se alguns exemplos: 

 

Fig.07  . As  figuras  com  escrita  nas  quatro  etapas  (pré‐silábica,  silábica,  silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

 

A  aluna  notou  em  dois  exemplos,  como  em  CADEADO,  a  sílaba  CA  por  /K/;  em 

FEIJÃO, a sílaba FE por /F/ apenas; e, em ABELHA, a sílaba BE por/B/.No próximo exemplo, 

o aprendiz, curiosamente,  representa na palavra FACA, para a sílaba CA, uma  letra com 

sonoridade  semelhante  /Q/.    Por  isso,  KATO  (2002,  p.55)  descreve  que  nesta  fase 

“coexistem duas formas de fazer corresponder sons e grafias: a silábica e a alfabética... 

mas, o critério de quantidade mínima  ‐ que afeta marcadamente as produções no nível 

silábico  –  é  aqui  compensado  pela  análise  fonética  (que  permite  agregar  letras  sem 

apartar‐se da correspondência sonora)”. 

                                                 

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Figura 08 As figuras com escrita nas quatro etapas (pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

 

É imprescindível que a alfabetizadora faça bom uso dos monossílabos, pois através 

deles, pode aguçar mais a consciência fonológica das crianças em relação ao conceito de 

que uma sílaba pode ser composta de CV/CVV, como PÉ, MÃO, entre outros.  

Assim, as crianças, nesta etapa “vão desestabilizando a hipótese silábica até que a 

criança  tem  coragem  suficiente  para  se  comprometer  em  seu  novo  processo  de 

construção...”. (FERRERO, 1985, pp.13‐14) 

     

3.4 – Alfabética 

Nesta etapa, em que ocorre a desestruturação e estruturação de novas hipóteses 

sobre  a  formação  das  palavras  e  a  interpretação  das  sonoridades  nelas,  “é  quando  a 

criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como unidade, mas que ela é, por 

sua vez, reanalisável em elementos menores,  ingressa no último passo da compreensão 

do sistema socialmente estabelecido”. (FERREIRO, 1985, p. 13‐14). 

Em outras palavras, mesmo não dominando  totalmente o aspecto ortográfico, a 

criança  nota  na  escrita  a  sonoridade  das  palavras,  reconhecendo  as  letras  para  cada 

‘sonzinho’ das sílabas. 

Observemos  esta  transição  na  formulação  de  hipóteses  silábico‐alfabéticas  nos 

seguintes trabalhos:  

zarope – xarope                       

 cado‐ cadeado       

avore – árvore ( ainda não identifica o r como consoante líquida vibrante)                       

 fegão – feijão ( ocorre um equívoco na sonoridade entre G/J) 

pixe – peixe  ( PE por /P/‐ transição da etapa silábico‐ alfabética para alfabética)                      

 rado ‐ rádio 

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foro – flor ( ainda não identifica o l/r como consoantes líquidas lateral e vibrante)                                

 abelia  –  abelha  (  há  um  leve  reconhecimento  na  sonoridade do dígrafo  LH,  no 

modo como notou por LIA). 

                                          

Figura 09 ‐ As figuras com escrita nas quatro etapas (pré‐silábica, silábica, silábico‐alfabética  e  alfabética)  são  produções  de  diferentes  alunos  nos  últimos  bimestres  do primeiro ano do ensino fundamental.  

 

A  aprendizagem  em  questão  demonstra  uma  progressão  na  compreensão  da 

sonoridade de  cada  letra  (relação  som‐grafia),  fazendo‐o assim,  como os  supracitados, 

com espontaneidade e sem receios.  

 

4 Implicações no processo de letramento fonológico. 

O que ocorre após o processo de reconhecimento ao sistema de escrita alfabética 

então? Que desafios surgem à criança em sua aprendizagem? 

E, a partir daí, descobre novos problemas: pelo lado quantitativo, se não basta  uma  letra  por  sílaba,  também  não  pode  estabelecer  nenhuma regularidade  duplicando  a  quantidade  de  letras  por  sílaba  (já  que  há sílabas que se escrevem com uma, duas,  três ou mais  letras); pelo  lado qualitativo, enfrentará os problemas ortográficos  (a  identidade de  som não  garante  a  identidade  de  letras,  nem  a  identidade  de  letras  a  de som)”. (FERREIRO, 1985, p. 13‐14)  

 

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A Psicogênese da língua escrita indica que a criança se alfabetiza antes mesmo de 

entrar na escola, e no primeiro ano, ela  iniciará, aprofundará e concretizará alguns dos 

saberes convencional: a) compreensão das palavras escritas com letras, diferenciando de 

outros símbolos; b) contabilizar oralmente as sílabas, discernindo as sonoridades iniciais e 

finais das palavras; c) as sílabas variam quanto à composição; d) e, as vogais estão sempre 

notadas em todas as sílabas.  

Durante este período, os pequenos aprendizes devem ser colocados em contato 

com  vários  gêneros,  tipos  e  suportes  textuais,  oportunizando‐lhes  produzirem  e 

interpretarem de maneiras, oral e escrita, àquilo que escutam ou leem. 

Os estudos da psicolinguista TEBEROSKY (1989) revelam que as crianças em tenra 

idade desenvolvem conhecimentos prévios, estabelecendo interações entre a escrita e as 

palavras, antes do contato com as convenções da escrita.  

As  crianças  pequenas  podem  discernir  oralmente  a  segmentação  (pedaços)  de 

sílabas  nas  palavras  (ja‐ca‐ré),  identificar  as  sílabas  iniciais  semelhantes  nas  palavras 

(cama/ casa),  identificar outras palavras dentro de outras (serpente/ pente), reconhecer 

as sílabas finais semelhantes (João/ avião) e assim por diante.  

Daí a  importância da escola e da  figura do professor quais mediadores entre as 

crianças  e  a  escrita,  como  imprescindíveis  neste  processo  de  formação  e 

desenvolvimento delas quais seres pensantes, colocando‐as gradativamente em contato 

com as informações sobre as convenções da escrita, aprendendo e apreendendo‐as. 

A minha contribuição foi encontrar uma explicação, segundo a qual, por trás  da mão  que  pega  o  lápis,  dos  olhos  que  olham,  dos  ouvidos  que escutam, há uma criança que pensa. Essa criança não pode se reduzir a um par de olhos, de ouvidos e a uma mão que pega o  lápis. Ela pensa também  a  propósito  da  língua  escrita  e  os  componentes  conceituais desta  aprendizagem precisam  ser  compreendidos.  (FERREIRO,  1985, p. 14).  

  Entretanto,  a  alfabetização  só  permitirá  um  desenvolvimento  maior  no 

letramento  infantil,  enquanto  este  situar‐se  no  contexto  social  da  criança,  pela  qual 

poderá  fazer  uso  pleno  em  sua  vida  e,  consequentemente,  aprofundará  seu  interesse 

pela leitura. 

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Por  isso,  é  vital  que  o  professor  interfira  de  modo  suave  e  constante  na 

alfabetização propriamente dita, auxiliando o aluno a dominar as convenções da escrita e 

pavimentando, para o futuro, o caminho para usarem de modo lógico e discursivo em sua 

vida social tais tecnologias complexas, como elaborar um requerimento ou um currículo. 

SOARES (1998, p. 190) faz uma inferência importante ao processo de letramento:  

Letrar  é mais que  alfabetizar;  é  ensinar  a  ler  e  escrever  dentro  de  um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do  aluno...  para  entrar  nesse  universo  do  letramento,  ele  [o  aluno] precisa apropriar‐se do hábito de buscar um jornal para ler, de frequentar revistarias  livrarias, e com esse convívio efetivo com a  leitura, apropriar‐se do sistema de escrita.  

A  própria  professora  considerou  lamentável  a  condição  da  leitura,  como 

instrumento  do  indivíduo  de  apropriar‐se  da  realidade  em  que  está  inserida,  e  da 

formação de leitores no país: 

No Brasil as pessoas não leem. “São indivíduos que sabem ler e escrever, mas não praticam essa habilidade e alguns não sabem sequer preencher um requerimento.” Este é um exemplo de pessoas que são alfabetizadas e não são letradas. No universo infantil há outro bom exemplo: a criança, sem ser alfabetizada, finge que  lê um  livro. Se ela vive em um ambiente literário,  vai  com o dedo na  linha,  e  faz  as  entonações de narração da leitura, até  com estilo. Ela é apropriada de  funções e do uso da  língua escrita.  Essas  são  pessoas  letradas  sem  ser  alfabetizadas.”(DIÁRIO NA ESCOLA,/SANTO ANDRÉ, 29/08/2003, p.3)  

O hábito da  leitura em nosso país é esporádico e esparsamente  incentivado no 

primeiro meio social de convívio: a  família. Quando há adultos que colocam as crianças 

em contato com diversos gêneros  textuais desde sua  tenra  idade, o  letramento ocorre 

antes da alfabetização. Elas chegam à escola já com uma consciência fonológica aguçada, 

acelerando  sua aprendizagem nas convenções da  leitura e da escrita concomitantes às 

habilidades de compreensão e interpretação no ato de ler.  

Pois, a consciência fonológica não surge com a maturação biológica; porém, deve 

ser desenvolvida no decorrer de sua vida, em especial no final da educação  infantil e no 

início  dos  primeiros  anos  de  ensino  fundamental.  O  ideal  é  que  se  fomentasse  esse 

processo  em  casa  e  a  escola  promovesse  a  continuidade.  Entrementes,  como  já 

comentado, a leitura não é o ponto forte em nossa cultura.   

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Algumas  estratégias  para  a  aquisição  do  letramento  fonológico  na  educação 

infantil  e  no  primeiro  ano  de  ensino  fundamental  (FREITAS,  2004)  devem  partir  de 

atividades que: 

‐Explorem a discriminação auditiva  (parlendas e  trava‐línguas) para que auxilie o 

aprendia tanto no lado quantitativo das palavras (reconhecer padrões silábicos de todas 

as  formas)  como  no  qualitativo  (reconhecer  problemas  ortográficos  desde  o  começo, 

pois em uma palavra o número de sons é maior do que letras ou vice‐versa). 

‐Explorem  rimas e contos  rimados  (os estilos  rap/hip‐hop podem  ser um  recurso 

contextual). 

Deve‐se fazer uma ressalva quanto ao trabalho em grupo, pois é comprovado por 

educadores alfabetizados de que o trabalho em grupo ainda desenvolve a socialização e o 

espírito de cooperação. 

Porém,  a distância entre o  conhecimento dos membros do grupo não pode  ser 

disparate. É aconselhável agrupar alunos de hipóteses próximas: alunos pré‐silábicos com 

silábicos;  e  silábicos  com  silábico‐alfabéticos,  que  também  funcionam  bem  com 

alfabéticos.  

No  trabalho em grupo, há  a  intervenção e  interação entre os  alunos. Ocorre    a 

construção da frase,  letra por  letra, de  ideias, assimilando e opondo a opinião do outro 

chegando  a  um  resultado. O  objetivo  é  promover  a  reflexão  sobre  como  escrever. O 

importante é: interação a serviço da reflexão.  

‐Aumentar, gradativamente, a complexidade das atividades, desafiando a criança a 

se  aventurar  em  novas  descobertas  na  área  da  linguística,  como  em  uma  produção 

textual simples: 

 

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Fig.12 ‐ A produção textual (O Gatinho)  foi realizada por um aluno último bimestre do primeiro ano do ensino fundamental.  

1. “O gatinho está fazendo carinho.” 

2. “O gatinho está (tá) tomando leite.” 

3. “O gatinho tá tomando.” 

4. “O gatinho tá miando.” 

Tal  reflexão consciente  sobre a  linguagem pode envolver palavras, partes delas, 

sentenças,  características  e  finalidades  textuais, mostrando  que  toda mensagem  tem 

suas  funções,  sendo  uma  delas  a metalinguística.  “O  domínio  da  leitura  e  da  escrita 

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pressupõe  o  domínio  da  linguagem  oral,  da  consciência metalinguística”.  (SOLÉ,  1998, 

p.50)  

Desse  modo,  inferindo‐se  à  definição  de  letramento  no  início  deste  ensaio, 

segundo  SOARES  (2003),  como  “capacidade  de  ler ou  escrever  para  atingir diferentes 

objetivos  –  para  informar  ou  informar‐se,  para  interagir  com  outros,  para  imergir  no 

imaginário, no estético, para ampliar conhecimentos, para  seduzir ou  induzir”..., é vital 

que  o  professor  prepare  o  aprendiz  para  atuar  linguisticamente  em  seu meio  social, 

apresentando‐lhes  os  níveis  de  linguagem  (culto,  coloquial,  inculto  e  grupal)  em 

concordância com a situação exigida. 

Por isso, há ainda outro fator implicado neste processo do letramento fonológico: 

os dialetos regionais, segundo expostas por KATO (1999, p.14): 

Reflexões de ordem  sociolinguística  fazem‐se necessárias nesse ponto. As diferenças dialetais passam a construir um sério problema enquanto a criança não descobre que a relação entre fala e escrita não é direta,  isto é, que a escrita não é uma  transcrição  fonética da  fala e que o  registro exige um planejamento mais cuidadoso em nível de unidades maiores do discurso. Crianças que têm o privilégio de ter o contato com a língua escrita antes de irem para a escola, através da leitura que lhes é feita pelo adulto, já têm consciência pelo menos dos aspectos discursivos que diferenciam a fala da escrita. Duas crianças podem estar na mesma fase cognitiva, mas uma poderá enfrentar mais dificuldades que a outra se não  tiver  tido a estimulação ambiental de que falamos ou se entre o seu dialeto e forma ortográfica  e  o  dialeto  prestigiado  pela  escola  houver  uma  maior distância.  

Em  sala  de  aula,  as  leituras  realizadas  pelo  professor  devem  sempre 

intertextualizar  informações/palavras/ideias novas  com as  já adquiridas,  inserindo‐as no 

contexto do  aluno. Caso  contrário,  se  a  construção dos  significados  for  feitos  sem  ter 

como embasamento em signos prévios, o aprendiz perde o  interesse, comprometendo 

sua aprendizagem. 

 Assim, as crianças necessitam de oportunidades lúdicas e prazerosas de refletirem 

sobre  as  palavras  e  seus  segmentos  sonoros,  proporcionando‐lhes  exercer  esta 

linguagem, atribuindo significados aos seus significantes de modo gradativo e lógico para 

si. 

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Além disso, o professor ao criar e desenvolver em seus alunos as “habilidades de 

interpretar  e  produzir  diferentes  tipos  e  gêneros  de  textos  [e]...  de  orientar‐se  pelos 

protocolos  de  leitura  que  marcam  o  texto  ou  de  lançar  mão  desses  protocolos,  ao 

escrever”,  deve mostrar  que  em  cada  uma  das mensagens  há  outras  funções  que  se 

unem  à  metalinguística:  referencial,  conativa,  fática,  poética  e  emotiva,  cada  qual 

apresentando um elemento essencial de comunicação. 

Consequentemente,  estes  fatores  permitirão  aos  educandos  a  oportunidade  de 

‘exercerem  de  modo  efetivo  e  competente  a  escrita’,  preparando‐os  para  atuar 

linguisticamente em seu meio social.  

Àquelas  crianças,  cujos  pais  ou  professores  não  proporcionam  tal 

desenvolvimento de letramento, não as capacitando para esse processo fonológico, cabe 

à escola e ao professor auxiliá‐las nesta construção do pensamento a fim de atingirem o 

domínio da aquisição da leitura e da escrita. 

Por fim, há neste processo de letramento outro fator vital a ser considerado: como 

adequar um currículo que atenda a heterogeneidade e diversidade dos aprendizes? 

Segundo KLEIMAN (2007, p.3), acerca de um currículo adequado ao processo de 

letramento, pressupõe princípios que devem regê‐lo: 

[...] o currículo é dinâmico; 2. o currículo parte da realidade local: turma – escola – comunidade; 3. o princípio estruturante do currículo é a prática social  (não o conteúdo); 4. os conteúdos do currículo  têm a  função de orientar,  organizar  e  registrar  o  trabalho  do  professor,  não  são, necessariamente, conteúdos a serem focalizados em sala de aula.  

Por ser dinâmico, o currículo ficará sempre em aberto a mudanças significativas e 

necessárias  para  um  letramento  eficiente,  sempre  contextualizado  para  manter  o 

interesse dos aprendizes no processo da leitura e escrita. O professor não deve apenas se 

concentrar no conteúdo a ser cumprido em sala de aula, porém, deve proporcionar por 

meio dele oportunidades para habilitar tais aprendizes a se tornarem cidadãos capazes de 

ascenderem profissional e socialmente,  

Por isso, a metodologia do professor, desenvolvida com base em sua percepção e 

sua  sensibilidade  acerca  da  realidade  e  ‘bagagem’  de  conhecimentos  do  aprendiz, 

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LETRAMENTO FONOLÓGICO  Claudia Tavares Medeiros 

X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.20 

 

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proporcionar‐lhe‐á  estas  oportunidades  de  uma  alfabetização  letrada.  Pois,  segundo 

Soares (2003a), “na época da cartilha havia método sem teoria sobre alfabetização, hoje 

há uma bela teoria, mas não se tem método. O ideal é que se tenha um método com base 

em  uma  teoria  de  alfabetização”,  cuja  teoria  fosse  desenvolvida  sobre  as  inúmeras 

experiências de alfabetizadores bem‐ sucedidos, e não técnicos de gabinete. 

 

5. Considerações finais 

 Compreender o desenvolvimento das etapas das  crianças  sobre  a escrita  como 

um processo torna‐se vital. Partindo dos conhecimentos prévios que a criança traz sobre 

a escrita, o professor pode desenvolver várias propostas de práticas pedagógicas a fim de 

sensibilizá‐las para a oralidade, para pensar de modo reflexivo sobre o que se lê, e usar as 

ferramentas da alfabetização para se comunicar de modo eficiente e produtivo diante de 

uma sociedade cada vez mais exigente. 

Diante do surgimento das dificuldades que as crianças encontram na compreensão 

dos fonemas,  letras e sílabas na escrita, é  importante que os professores reflitam sobre 

como  o  currículo  deve  estar  a  serviço  do  letramento  infantil,  ou  seja,  diversificar 

estratégias  e  metodologias  adequadas  à  realidade  das  crianças,  contextualizando  o 

processo  ensino‐aprendizagem  e  permitindo  a  evolução  da  criticidade  delas,  desde  os 

anos primordiais na escola. 

As execuções de atividades de escrita unida à ludicidade fonológica contribuem de 

forma  significativa  para  uma  consciência  fonêmica  e  fonológica,  conduzindo  a  um 

letramento desejado. Estas devem ser praticadas desde a tenra idade, preferencialmente 

na família, desde a tenra idade, preferencialmente na família, seguidas de uma forma mais 

sistemática  e  planejadas  na  escola,  resultando  em  crianças  na  escola,  resultando  em 

crianças  cada  vez  mais  habilitadas  e  competentes  em  seu  meio  social,  tornando‐se 

transformadoras deste. 

 

 

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X ANPED SUL, Florianópolis, outubro de 2014.                                                                                p.21 

 

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 MORAIS,  Artur  Gomes  de.  Sistema  de  Escrita  Alfabética.  São  Paulo: Melhoramentos, 2012. 192p.  

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