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Liberdade, necessidade, livre-arbítrio, contingência, ciênci a e vontade. Um antigo debate gira em torno da conciliação desses element os: se o homem é livre para escolher, é possível que alguém saiba previamente o resultado de suas escolhas sem privá-lo de sua liberdade? Aristóteles defende que não: liberdade supõe indeterminação, e a indeterminação parece implicar a impossibilidade de se saber previamente como algo se dará. Justamente o contrário do que defende a fé num Deus onisciente: Deus sabe exatamente como será nosso futuro e, ainda assim, somos livres. Guilherme de Ockham, frade franciscano do século XIV, apresenta esse mesmo problema a partir de um dilema: o que fazer quando a opinião de  Aristóteles, apesar de parecer bast ante sensata , também parece contrária ao q ue asseveram “a verdade e os teólogos”? Para ele, se Aristóteles tiver razão, e se a fé estiver correta na sua compreensão do conhecimento divino, estaremos diante de um novo e mais sério impasse: é possível alguma explicação que descarte a separação entre o conhecimento divino e nossa liberdade? Se não, estaremos condenados a nunca avançar nosso ponto de partida: onisciência e liberdade são compatíveis? Livro - Entre e Filosofia e a Teologia: Os Futuros Contingentes e a Predestinação Divina Segundo Guilherme de Ockham Liberdade, necessidade, livre-arbítrio, contingência, ciência e vontade. Um antigo debate gira em torno da conciliação desses elementos: Se o homem é livre para escolher, é possível que alguém saiba previamente o resultado de suas escolhas sem privá-lo de sua liberdade?  Aristóteles defende que não: liberdade supõe indeterminação, e a indeterminação parece implicar a impossibilidade de se saber previamente como algo se dará. Justamente o contrário do que defende a fé num Deus onisciente: Deus sabe exatamente como será nosso futuro e, ainda assim, somos livres. Guilherme de Ockham, frade franciscano do século XIV, apresenta esse mesmo problema a partir de um dilema: O que fazer quando a opinião de Aristóteles, apesar de parecer bastante sensata, também parece contrária ao que asseveram "a verdade e os teólogos"? Para ele, se Aristóteles tiver razão, e se a fé estiver correta na

Liberdade

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Liberdade, necessidade, livre-arbítrio, contingência, ciência e vontade. Um antigodebate gira em torno da conciliação desses elementos: se o homem é livre paraescolher, é possível que alguém saiba previamente o resultado de suas escolhassem privá-lo de sua liberdade? Aristóteles defende que não: liberdade supõeindeterminação, e a indeterminação parece implicar a impossibilidade de se saber

previamente como algo se dará. Justamente o contrário do que defende a fé numDeus onisciente: Deus sabe exatamente como será nosso futuro e, ainda assim,somos livres. Guilherme de Ockham, frade franciscano do século XIV, apresentaesse mesmo problema a partir de um dilema: o que fazer quando a opinião de Aristóteles, apesar de parecer bastante sensata, também parece contrária ao queasseveram “a verdade e os teólogos”? Para ele, se Aristóteles tiver razão, e se a fé

estiver correta na sua compreensão do conhecimento divino, estaremos diantede um novo e mais sério impasse: é possível alguma explicação que descarte aseparação entre o conhecimento divino e nossa liberdade? Se não,estaremos condenados a nunca avançar nosso ponto de partida: onisciência

e liberdade são compatíveis? Livro - Entre e Filosofia e aTeologia: Os Futuros Contingentes e aPredestinação Divina Segundo Guilherme deOckham

Liberdade, necessidade, livre-arbítrio, contingência, ciência evontade. Um antigo debate gira em torno da conciliação desseselementos:

Se o homem é livre para escolher, é possível que alguém saibapreviamente o resultado de suas escolhas sem privá-lo de sualiberdade?

 Aristóteles defende que não: liberdade supõe indeterminação, e aindeterminação parece implicar a impossibilidade de se saberpreviamente como algo se dará. Justamente o contrário do quedefende a fé num Deus onisciente: Deus sabe exatamente comoserá nosso futuro e, ainda assim, somos livres. Guilherme deOckham, frade franciscano do século XIV, apresenta essemesmo problema a partir de um dilema:

O que fazer quando a opinião de Aristóteles, apesar de parecerbastante sensata, também parece contrária ao que asseveram "averdade e os teólogos"?

Para ele, se Aristóteles tiver razão, e se a fé estiver correta na

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sua compreensão do conhecimento divino, estaremos diante deum novo e mais sério impasse:

É possível alguma explicação que descarte a separação entre o

conhecimento divino e nossa liberdade?

Se não, estaremos condenados a nunca avançar nosso ponto departida:

Onisciência e liberdade são compatíveis?http://isuba.s8.com.br/produtos/01/00/item/121259/9/121259967_1GG.jpg