Licenciamento+Ambiental+de+Loteamentos+Urbanos

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    Licenciamento Ambiental de Loteamentos Urbanos em Minas Gerais:Deliberao Normativa COPAM N 58, de 28 de novembro de 2002

    Autores: Benerval Alves Laranjeira Filho - engenheiro sanitaristaMaria Aparecida Seabra de Carvalho Cambraia - arquiteta

    urbanista

    INTRODUO

    A implantao de loteamentos uma atividade modificadora do meioambiente, cujo potencial de causar impactos ambientais relevante,

    seja no meio natural, seja no meio construdo, urbano. Em vistadisso, a legislao ambiental do Estado de Minas Gerais prev olicenciamento de empreendimentos caracterizados comoloteamentos do solo urbano para fins exclusiva oupredominantemente residenciais.

    Na esfera federal, a Resoluo CONAMA n 01/86 dispe, no incisoXV de seu Art. 2o, que o licenciamento de: Projetos urbansticos,acima de 100ha ou em reas consideradas de relevante interesseambiental a critrio da SEMA e dos rgos municipais e estaduais

    competentes depender da elaborao de Estudo de ImpactoAmbiental e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental EIA/RIMA.

    Em Minas Gerais, desde 22 de maro de 1990, a DeliberaoNormativa COPAM n 01/90 prev em seu Anexo, o licenciamento daatividade de parcelamento do solo urbano para fins exclusiva oupredominantemente residenciais. Foi estabelecida a rea total igualou maior que 25ha como dimenso mnima a partir da qual essesempreendimentos deveriam submeter-se ao licenciamento ambientalno Estado.

    Contudo, esses dispositivos legais ainda eram insuficientes parapromover um processo de licenciamento mais apropriado sespecificidades desse tipo de empreendimento e s peculiaridades decada um deles, que resultasse em melhoria da gesto ambiental daexpanso urbana.

    Culminando um longo processo de amadurecimento, foi elaboradapela equipe tcnica da Diviso de Projetos Urbansticos e Infra-Estrutura de Transporte DIURB/FEAM e da Procuradoria Jurdica PROJU/FEAM e aprovada em 28 de novembro de 2002 pelo COPAM a

    Deliberao Normativa COPAM n 58/2002, fundamentada nosdispositivos dos seguintes diplomas legais: Resoluo CONAMA n

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    001/86, Leis Federais n 6.766/79 e 9.985/2000, Lei Estadual n10.793/92, Decreto n 39.424/98 e na Deliberao COPAM n 01/90,modificada pela Deliberao COPAM n 036/99.

    Essa norma do rgo ambiental do Estado de Minas Gerais busca

    orientar o processo de forma mais clara e consistente e, porconseqncia, proporcionar condies mais adequadas para asustentabilidade da expanso urbana.

    Nesse trabalho, so feitas a apresentao e uma anlise crtica dareferida Deliberao Normativa, com o objetivo de fazer avanar odebate referente ao tema da sustentabilidade urbano-ambiental.Enquadramento dos empreendimentos: classificao e vedaes

    Para proceder ao licenciamento de empreendimentos foi necessrio,

    por motivos tcnicos e administrativos, estabelecer critrios visandosua classificao. Da qualificao estabelecida pela DeliberaoNormativa COPAM n 58/2002 decorre o enquadramento dosloteamentos em uma de trs classes, cada uma subdividida em duas:IA, IB, IIA, IIB, IIA ou IIIB. Esses critrios so necessrios, noaspecto tcnico-administrativo, pois permitem determinar tanto o tipode estudo ambiental a ser apresentado, quanto o valor a ser pagopelo empreendedor para o custeio da anlise pelo rgo ambiental.

    At novembro de 2002, o licenciamento de loteamentos cuja rea

    Total estivesse no intervalo entre 25 e 100 hectares, era feitomediante a apresentao de Relatrio de Controle Ambiental RCA,resultando, em princpio, num processo de avaliao menos complexocomparado quele em que se utiliza EIA/RIMA. O conceito de reaTotal adotado ento era a dimenso integral da gleba, expressa emhectares, compreendendo as reas loteadas e as demais reasdestinadas ao sistema de circulao, implantao de equipamentourbano e comunitrio, composio paisagstica, a espaos livres deuso pblico, reas remanescentes etc.

    No entanto, esse critrio de porte adotado para a classificao doempreendimento, visando definir os requisitos para o licenciamentoambiental, com base apenas em sua rea total - ainda que de carterpreliminar - inconsistente em determinadas situaes, seconsiderado seu contexto especfico.

    Loteamentos que ocupam uma gleba extensa, parcelada em lotesgrandes, de uso unifamiliar, e reas de domnio pblico maisgenerosas, tendem a causar impactos relativamente menossignificativos do que outros que ocupam reas menores, porm, deforma mais intensa, com lotes pequenos, de uso multifamiliar, e

    reas de domnio pblico mais restritas. Para se verificar isso, porexemplo, basta lembrar que a quantidade de resduos lquidos e

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    slidos a ser gerada diretamente proporcional populaoassentada.

    Em vista disso, a Deliberao Normativa COPAM n 58/2002estabeleceu, como critrio adicional para a classificao dos

    loteamentos urbanos, a Densidade Populacional Bruta. A DensidadePopulacional Bruta expressa em habitantes/hectare e corresponde relao entre a populao prevista para ocupar o empreendimentona sua fase de saturao e a rea total do empreendimento. Estima-se essa populao a partir dos parmetros urbansticos a seremadotados para o empreendimento, conforme a legislao municipal(nmero de moradias X habitantes por moradia).

    Alm disso, a rea Total considerada nessa Deliberao Normativapassou a se referir dimenso total da gleba de origem do

    loteamento, impedindo a utilizao do artifcio do desmembramentode uma propriedade em parcelas menores do que aquelasconsideradas como critrios de porte para definio dos requisitos eprocedimentos para o licenciamento ambiental como forma de burlara norma e esquivar-se de suas exigncias.

    As duas variveis dimenso da gleba e densidade populacionalbruta consideradas simultaneamente, passam ento a definir oporte dos loteamentos sujeitos ao licenciamento pelo COPAM,conforme a Tabela seguinte:

    Tabela 1Loteamentos exclusiva ou predominantemente residenciais

    CRITRIOS DE PORTE PARA ENQUADRAMENTO NO LICENCIAMENTOAMBIENTAL

    D

    (hab/ha)

    AT(ha)*

    D 70 D > 70

    25 AT 50 P M50 < AT < 100 M G

    AT 100 G G

    A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 adota tambm o critrio

    de localizao do empreendimento, dispensando tratamento especialqueles loteamentos prximos a reas de relevante interesse

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    ambiental. Estabelece a obrigatoriedade de licenciamento de qualquerloteamento urbano situado em rea limtrofe de municpios ou emrea pertencente a mais de um municpio, e em reas naturaisprotegidas definidas pela legislao federal ou estadual,independentemente de seu porte. Porm, para aqueles

    empreendimentos de porte muito pequeno, prev-se a utilizao deuma verso simplificada do Relatrio de Controle Ambiental.

    Considerando o porte, definido pela Tabela 1, e a localizao, emrea natural protegida ou no, possvel estabelecer o tipo de estudoambiental necessrio ao licenciamento do loteamento, conforme atabela seguinte:

    Tabela 2Estudos ambientais para licenciamento ambiental de loteamentos

    rea TotalEstudo (AT)Ambiental

    AT < 25haLE

    Pequeno Mdio Grande

    LE FL LE FL LE FL

    EIA / RIMA X X XRCA X XRCA

    simplificado

    X X

    Legenda:LE Localizao

    EspecialFL Fora de Localizao Especial

    RCA Relatrio de ControleAmbiental

    EIA Estudo de ImpactoAmbiental RCAs Relatrio deControle Ambiental simplificado

    RIMA Relatrio de ImpactoAmbiental PCA Plano de ControleAmbientalEm decorrncia de legislao especfica, foi vedada a execuo deparcelamento do solo em sub-bacias hidrogrficas enquadradas naclasse especial e classe I e em zona de amortecimento de unidadesde conservao de proteo integral.

    Procedimentos administrativos

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    A aprovao da Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 implicou aalterao da Deliberao Normativa COPAM n 01/90, que passou aincorporar os critrios de classificao definidos a partir de ento.Cabe comentar que, atualmente, est sendo analisada pelo COPAMuma proposta de alterao da Deliberao Normativa COPAM n

    01/90, visando propiciar que o licenciamento ambiental no sejaapenas um instrumento de controle, mas, de efetiva gestoambiental.

    Considerando que o potencial degradador dos loteamentos sobre omeio natural sempre qualificado como Grande, est em anlise umaproposta de alterao da Deliberao Normativa COPAM n 01/90,com a idia de permitir que empreendimentos com menor potencialpoluidor possam obter a LP e a LI simultaneamente.

    A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 estabelece que osempreendimentos sujeitos ao licenciamento pelo Estado eimplantados at a data de sua publicao devero requererlicenciamento corretivo. De acordo com o Decreto Estadual n39.424, de 5 de fevereiro de 1998, a regularizao dosempreendimentos instalados a partir de 17/fevereiro/1986 serefetivada com a obteno da LO, podendo, inclusive, ser exigida aapresentao de EIA/RIMA, alm de outros estudos ambientais. Aregularizao dos empreendimentos instalados antes daquela dataexigir a apresentao de Plano de Controle Ambiental - PCA, a ser

    aprovado pela competente Cmara Especializada do COPAM.A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 relaciona os documentosnecessrios formalizao administrativa dos processos, em cadafase do licenciamento, tais como requerimento de licena, cpia dapublicao do pedido de licena, certido negativa de dbitofinanceiro de natureza ambiental, etc.

    solicitada a anexao dos comprovantes de responsabilidadetcnica dos profissionais responsveis pela elaborao dos estudosambientais e pelos projetos especficos que o compem, garantindo aatuao profissional com responsabilidade social.

    A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 determina, tambm,que toda e qualquer denncia recebida pela FEAM, concernente airregularidades verificadas na implantao e operao de loteamentosser encaminhada ao municpio onde o empreendimento se localiza,bem como ao Ministrio Pblico.

    Critrios tcnicos de anlise ambiental de loteamentos

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    Para proceder ao licenciamento, necessrio apresentar umadeclarao da Prefeitura Municipal comprovando a conformidade dalocalizao do empreendimento legislao de uso do solo ouambiental do Municpio. fundamental que um loteamento licenciadoesteja em conformidade com as posturas do municpio, tais como

    Plano Diretor, legislao de uso do solo e outras normas.

    Alguns aspectos, que sempre foram motivo de questionamento,foram solucionados pela Deliberao Normativa COPAM n 58/2002,como, por exemplo, a j mencionada possibilidade dedesmembramento de uma propriedade em parcelas menores do queaquelas consideradas como critrios de porte para definir osrequisitos e procedimentos do licenciamento ambiental, como formade burlar a norma e esquivar-se de suas exigncias. Para secontrapor a isso, prope-se, como procedimento necessrio para

    enquadramento do loteamento, antes mesmo da elaborao dosestudos ambientais, a apresentao, pelo empreendedor, de histricodos ttulos de propriedade do imvel, abrangendo os ltimos vinteanos, conforme j definido pelo Art. 18, inciso II da Lei Federal No6766/1979.

    A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 determina que o estudoambiental, seja o Estudo de Impacto Ambiental e respectivoRelatrio de Impacto Ambiental - EIA/RIMA, ou seja o Relatrio deControle Ambiental RCA, na verso integral ou simplificada,

    apresente as diretrizes para o parcelamento, uso e ocupao do solofornecidas pelo rgo estadual, metropolitano ou municipalcompetente, demonstrando seu atendimento na proposta deparcelamento apresentado. Tambm estabelece que deve haver amanifestao do rgo ambiental competente (IEF ou PrefeituraMunicipal) quanto localizao do empreendimento em rea derelevante interesse ambiental, do Instituto Mineiro de Gesto dasguas - IGAM quanto ao uso de recursos hdricos e do InstitutoEstadual do Patrimnio Histrico e Artstico - IEPHA sobre a existnciade patrimnio histrico, arqueolgico e espeleolgico na rea doempreendimento, de modo a respeitar as competncias especficas everificar a conformidade do loteamento relativamente a essesaspectos.

    Na fase da LI devero ser anexados ao Plano de Controle Ambiental -PCA a cpia da licena para desmate expedida pelo rgocompetente, quando for o caso, bem como a outorga do IGAM parausos da gua, inclusive para lanamento de efluentes.

    Para obteno da LO deve ser apresentado o Termo de verificao daexecuo das obras exigidas pela legislao pertinente ao assunto,

    emitida pela Prefeitura Municipal, pois a fiscalizao das obras atribuio do poder pblico municipal, que passa a assumir a

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    responsabilidade pela operao e manuteno da infra-estrutura eservios pblicos implantados.

    Para concesso da LP a loteamentos situados distncia de at 10kmde Unidade de Conservao - UC, a Deliberao Normativa COPAM n

    58/2202 condicionou a concesso da LP manifestao favorvel dorgo gestor dessa UC, atendendo Lei Federal n. 9.985, de 18 dejulho de 2000 que instituiu o Sistema Nacional de Unidades deConservao da Natureza e Resoluo CONAMA N 13, 06 dedezembro de 1990.

    Com relao s reas de Preservao Permanente APPs, aDeliberao Normativa COPAM n 58/2002 determina que a anlisedos loteamentos deve atender aos termos da legislao vigente.

    As APPs foram criadas no art. 1 do Cdigo Florestal Federal. Suasdimenses foram alteradas pela Lei Federal n. 7.803, de 18 de julhode 1989. Recentemente, a Resoluo CONAMA n. 303, de 20 demaro de 2002, disps sobre parmetros, definies e limites dasAPPs.

    O posicionamento da legislao federal quanto expanso urbanadiante das limitaes ambientais impostas ao empreendimento apresentado na Lei 6.766/79, que veda o parcelamento de glebas queapresentem impedimentos ambientais, s permitindo o parcelamento

    de terrenos que possuam condies adequadas de uso, considerando-se os aspectos de salubridade, segurana e preservao ambiental. Oobjetivo garantir a habitabilidade de todos os lotes produzidos.

    Na legislao mineira, as APPs so objeto da Seo II do Captulo II da Lei n.14.309, de 19 de junho de 2002, abrangendo os artigos 10 a 13. No caput do art.10, define-se que rea de Preservao Permanente aquela protegida nos termosdesta lei, revestida ou no com cobertura vegetal, com a funo ambiental depreservar os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, abiodiversidade, o fluxo gnico de fauna e flora, de proteger o solo e de assegurar obem-estar das populaes humanas. Os incisos e pargrafos do art. 10estabelecem parmetros para sua delimitao. Os demais artigos estabelecem as

    condies para sua ocupao, utilizao e para supresso de cobertura vegetalnativa.

    Em Minas Gerais a ocupao humana apresenta conflitosprincipalmente, com as APPs referentes a declividades superiores a100 por cento, recursos hdricos e topos de morro. Em princpio, asduas primeiras categorias no devem ser ocupadas por habitaes deinteresse social, porque a edificao em fundos de vale e emencostas de alta declividade implica em elevados custos para queessas reas no se transformem em reas de risco. Infelizmente,

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    essas so as reas que costumam ser invadidas e ocupadasirregularmente, por falta de fiscalizao e de polticas pblicas deoferta de moradia populao de baixa renda.

    Para contemplar essas determinaes, a Deliberao Normativa COPAM n

    58/2002, exige, na fase da LP, a apresentao da autorizao do IEF parainterveno em APPs, se o projeto do loteamento o exigir. Essa autorizaosomente poder ser autorizada em caso de projetos de utilidade pblica ou deinteresse social. Em Minas Gerais, mais especificamente, essa situao dever sercaracterizada e motivada em procedimento administrativo prprio, quando noexistir alternativa tcnica e locacional ao empreendimento proposto.

    O artigo 13 daLei Federal n 6.766, de 19 de dezembro de 1979,prev casos em que a aprovao municipal de loteamentos em

    regies metropolitanas deve ser precedida pela anuncia prviaestadual. Em Minas Gerais, oDecreto Estadual n 39.585, de 11 demaio de 1998, estabelece normas sobre o exame e anuncia prviado Estado para aprovao de projetos de loteamento pelosMunicpios. A anuncia prvia documento essencial para o registroimobilirio dos loteamentos. A Deliberao Normativa COPAM n58/2002 exige que a LI preceda a concesso da anuncia prviaobjetivando impedir que o loteador possa obter a aprovao dosprojetos mediante o simples cumprimento dos procedimentosprevistos na legislao urbanstica, sem o atendimento aoestabelecido na legislao ambiental.

    Outro aspecto interessante dessa Deliberao Normativa que elabaseia-se no princpio da responsabilidade solidria do municpio, aoabordar a soluo para o aspecto dos resduos lquidos e slidos aserem gerados na fase de operao (ocupao residencial) doempreendimento. Tambm explicita a impropriedade de se aplicar aesse tipo de empreendimento a revalidao da Licena de Operao,conforme estabelecido pela COPAM no 17/1996. Esse aspecto decorredo carter diferenciado, peculiar, desse tipo de empreendimento: apropriedade se dispersa pela sua transferncia aos vrios adquirentesde lotes, bem como so transferidas ao Poder Pblico Municipal asreas de domnio pblico e toda sua infra-estrutura.

    Isso repercute no processo de licenciamento ambiental pois, aotornar-se parte integrante da estrutura urbana dos municpios, estesassumem a responsabilidade de prestar todos os servios pblicos aessa rea, inclusive, a operao e a manuteno de sistemas detratamento ou destinao adequada de resduos que eventualmentevenham a ser implantados para atendimento especificamente queleloteamento, ou o tratamento / destinao adequada de forma

    conjunta com os resduos gerados em outras reas da cidade.

    http://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2006.766,%20de%2019%20de%20dezembro%20de%201979..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2006.766,%20de%2019%20de%20dezembro%20de%201979..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2006.766,%20de%2019%20de%20dezembro%20de%201979..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://localhost/var/www/apps/Documents%20and%20Settings/mariaac/Configura%E7%B5%A5s%20locais/Temporary%20Internet%20Files/Publico/Decretos%20Estaduais/Decreto%20n%EA%A5%B2039.585,%20de%2011%20de%20maio%20de%201998..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2006.766,%20de%2019%20de%20dezembro%20de%201979..doc
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    A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 definiu que a ocupaodos lotes por edificaes para fins residenciais configura a operaodo empreendimento. Desse modo, no cabe, no caso dosloteamentos, ao contrrio de outros empreendimentos, a revalidaoda Licena de Operao. Contudo, no decorrer dos dezesseis meses

    de aplicao da DN, verificou-se que essa definio merece serrevista, considerando dispositivos da Lei 6.766/79.

    A dificuldade reside no carter peculiar dos loteamentos, emcontraposio aos demais empreendimentos submetidos ao controleambiental, decorrente da transferncia de propriedade aosadquirentes de lotes e ao Poder Pblico Municipal.

    A Lei 6.766/79 estabelece que o registro do loteamento deve ser feitono prazo de 180 dias depois de sua aprovao. O registro do

    loteamento pode ser feito com a mera aprovao um cronograma deexecuo das obras no perodo mximo de quatro anos. Assim sendo,se o loteamento estiver registrado, o loteador pode iniciar a alienaodos lotes. Portanto, para efeito da legislao ambiental, a concessoda LI (que deve anteceder a aprovao municipal) abre caminho paraa venda dos lotes e para sua ocupao. Portanto, caso se mantenha adefinio da DN, a operao pode ocorrer, legitimamente de acordocom a Lei 6.766/79, antes da concesso da LO, irregularmente,portanto, de acordo com a legislao ambiental.

    Essa incongruncia dever ser corrigida, mediante a reviso da DN, euma das possibilidades consideradas que a LO refira operao dainfra-estrutura instalada.

    Outra questo aqui considerada refere-se ao encaminhamento doscasos de empreendimentos urbansticos que so irregularmenteinstalados em rea rural, contrariando frontalmente a legislaomunicipal pertinente e configurando desrespeito legislao federalque dispe sobre o parcelamento do solo urbano.

    O planejamento do uso do territrio municipal deve objetivar omelhor aproveitamento do solo, orientando a expanso urbana eprotegendo da especulao imobiliria as reas onde existe genunaatividade rural ou vocao e potencialidade para tanto. A Lei6.766/79 estabelece que Somente ser admitido o parcelamento dosolo para fins urbanos em zonas urbanas, de expanso urbana ou deurbanizao especfica, assim definidas pelo plano diretor ouaprovadas por lei municipal...Esta lei, comumente denominada Leide Permetro, delimita as reas j urbanizadas e ocupadas, as reasdestinadas expanso urbana e, ainda, as reas reservadas aosstios de recreio.

    Os stios de recreio ou chacreamentos, mesmo quando produzemlotes que atendem ao mdulo mnimo rural de 2ha, no se

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    enquadram no conceito de imveis rurais, pois perderam suascaractersticas produtivas. Por outro lado, ajustam-se perfeitamenteao conceito de imvel urbano, destinado edificao, sendo seu usouma extenso de usos urbanos. A instalao dessesempreendimentos em zona rural, num processo completamente

    irregular, desconsidera o planejamento urbano municipal,consubstanciado na Lei de Permetro Urbano, causando, usualmente,danos ambientais. Um encaminhamento possvel para a questo dasurbanizaes irregulares j instaladas a sua regularizao,descaracterizando-as como reas rurais (inclusive para efeitotributrio). A partir de ento possvel executar o licenciamentoambiental, em carter corretivo, mediante a adequao doempreendimento s normas vigentes e a compensao aos danosambientais provocados.A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 determina, portanto,

    que os empreendimentos urbansticos instalados irregularmente emreas rurais sejam objeto de licenciamento, nos termos destaDeliberao Normativa, aps sua regularizao perante a legislaopertinente.

    Finalmente, a Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 chama aateno para o fato de que, independentemente da celebrao doconvnio dos municpios com a Secretaria Estadual de MeioAmbiente, conforme os critrios estabelecidos pela DeliberaoNormativa COPAM n COPAM n 29, de 9 de setembro de 1998, que

    permite a transferncia parcial da competncia estadual, relativa aolicenciamento ambiental, aos municpios, competir a estes olicenciamento ambiental de projetos de parcelamento do solo denatureza urbana, exclusiva ou predominantemente residenciais, comrea e densidades inferiores s previstas pela Deliberao NormativaCOPAM n 01/1990, exceto para os casos de localizao especial,conforme citado anteriormente. A aprovao dos loteamentos, nessecaso, deve ser condicionada, no mnimo, apresentao, peloempreendedor, de medidas de controle, conforme determinado pelorgo municipal competente.

    CONCLUSO

    O processo de licenciamento ambiental de loteamentos residenciais

    urbanos constitui um importante instrumento de gesto da expansourbana, ao considerar os aspectos ambientais, quer sejam referentes

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    ao meio natural (fatores geofsicos e biticos) ou ao meio construdo,urbano (fatores scio-econmicos e culturais), tendo como meta finalpromover a melhoria da qualidade de vida da populao.

    A Deliberao Normativa COPAM n 58/2002 visa uma aplicao mais

    efetiva desse instrumento de gesto, ao estabelecer, clara eracionalmente, regras especficas para o licenciamento ambientaldesse tipo de empreendimento, definidas com base em suapotencialidade diferenciada em funo de suas caractersticasurbansticas e de localizao de causar impactos ambientais, bemcomo na legislao ambiental e urbanstica incidente.

    A fim de que possamos contribuir para que se atinja uma forma dedesenvolvimento ambientalmente sustentvel que apresentamosessa Deliberao Normativa. Contudo, para alcanar esse objetivo,

    ela deve ser submetida a revises crticas, num processo de melhoriacontnua.

    ento fundamental o debate e a sinergia com todos os profissionaisatuantes na rea, especialmente aqueles que compartilham o mesmodesejo de se lograr promover, como resultado dos processos deexpanso urbana, a melhoria da qualidade de vida da cidade.

    BIBLIOGRAFIA

    1. CONSELHO DE POLTICA AMBIENTAL DE MINAS GERAIS COPAM. Deliberao Normativa N 58. 28 nov. 2002. BeloHorizonte. MG

    2. FUNDAO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE FEAM. Coletneade Legislao. Belo Horizonte: FEAM, 2000.

    Equipe Tcnica DIURB/FEAM: Engenheiro Sanitarista Ablio CsarSoares de Azevedo, Engenheiro Sanitarista Benerval Alves LaranjeiraFilho, Biloga Mnica Torrent Lanna, Arquiteta Urbanista MariaAparecida Seabra de Carvalho Cambraia, Arquiteta Urbanista MnicaCampolina Diniz Peixoto, Arquiteta Urbanista Regina Lcia Medeirosde Souza; Equipe Tcnica PROJU/FEAM: Augusto Henrique Lio Horta,Daniel Medeiros de Souza.

    Sendo P= Pequeno, M= Mdio e G= Grande.

    Unidades de Conservao de Uso Sustentvel, rea Especial deInteresse Turstico, reas Naturais Tombadas, reas de Interesse

  • 7/28/2019 Licenciamento+Ambiental+de+Loteamentos+Urbanos

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    Especial, reas de Proteo do Patrimnio Cultural, Histrico,Paisagstico e Arqueolgico e reas de Proteo Ambiental, entreoutras.

    O artigo 1 e o inciso VI do artigo 4 daLei Estadual n 10.793, de 2

    de julho de 1992(Publicao - Dirio do Executivo - "Minas Gerais" -03/07/1992) dispem que : "Art. 1 - Ficam consideradosmananciais, para os efeitos desta Lei, aqueles situados a montante doponto de captao previsto ou existente, cujas guas estejam ouvenham a estar classificadas na Classe Especial e na Classe I daResoluo n 20, de 18 de junho de 1986, do Conselho Nacional doMeio Ambiente - CONAMA -, e na Deliberao Normativa n 10, de 16de dezembro de 1986, do Conselho Estadual de Poltica Ambiental -COPAM." Art. 4 - Fica vedada a instalao, nas bacias demananciais, dos seguintes projetos ou empreendimentos que

    comprometam os padres mnimos de qualidade das guas: VI -parcelamento de solo: a) loteamento; b) conjunto habitacional."; Oartigo 49 daLei Federal n 9.985, de 18 de julho de 2000(Publicao- Dirio Oficial da Unio - 19/07/2000) dispe que: "Art. 49. A reade uma unidade de conservao do Grupo de Proteo Integral considerada zona rural, para os efeitos legais. Pargrafo nico. Azona de amortecimento das unidades de conservao de que trataeste artigo, uma vez definida formalmente, no pode sertransformada em zona urbana."

    Inciso V do art. 18 da lei 6.766/79.art. 2 e art. 25

    Lei Federal n.4.771, de 16 de setembro de 1965, que institui o novoCdigo Florestal.

    Anexo II.

    Anexo III.

    Anexo IV

    1 do art. 3 da Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965, queinstituiu o Cdigo Florestal.

    Art. 13 da Lei Estadual n. 14.309, de 19 de junho de 2002

    Art.3 da Lei 6.766/79.

    Item 3.3, c da Instruo 17b do INCRA 22 dez. 1980.

    Art. 53 da lei 6.766/79.

    http://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2009.985,%20de%2018%20de%20julho%20de%202000..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2009.985,%20de%2018%20de%20julho%20de%202000..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2009.985,%20de%2018%20de%20julho%20de%202000..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Federal/Leis%20Federais/Lei%20n%EA%A5%B2009.985,%20de%2018%20de%20julho%20de%202000..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..dochttp://aju06/c/Legisla%E7%A3%AF%20Ambiental%20-%20Consolidada/Estadual/Leis%20Estaduais/Lei%20n%EA%A5%B2010.793,%20de%202%20de%20julho%20de%201992..doc
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    DN COPAM n 29, de 9 de setembro de 1998.