LICENCIATURA EM MATEMÁTICA EAD NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS: REDES DE SUBJETIVIDADES

NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO CURSO

Alcione Marques Fernandes1 1 Universidade Federal do Tocantins/Câmpus de Arraias/Licenciatura em Matemática EAD,

alcione@uft.edu.br

Resumo – Este artigo apresenta elementos presentes na pesquisa que está sendo realizada no curso de Licenciatura em Matemática EAD da Universidade Federal do Tocantins do sistema da Universidade Aberta do Brasil a partir do ano de 2017 propondo estabelecer o processo de construção da sua identidade. O curso realizado em 14 polos de Educação a Distância distribuídos ao longo do Estado de Tocantins utiliza o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para a mediação da aprendizagem, porém desenvolveu grupos de tutores, alunos e professores por meio do aplicativo de celular: WhatsApp, tornando-se uma rede de subjetividades onde a aprendizagem acontece de maneira complexa, possibilitando que a afetividade desenvolvida no sentipensar seja aliada na busca pelo conhecimento. A pesquisa de natureza investigatória com metodologia qualitativa estabelece contato com os distintos grupos organizados pelo aplicativo de celular por meio de um questionário semiaberto, com vistas a observar de que maneira as redes são utilizadas para o processo de ensino aprendizagem. As redes de subjetividades tem se estabelecido como um dos componentes principais da construção de identidade do curso.

Palavras-chave: Sentipensar, Afetividade, Redes de subjetividades, Identidade.

Abstract – This article presents elements present in the research that is being carried out in the degree course in Mathematics EAD of the Federal University of Tocantins of the system of the Open University of Brazil from the year 2017 proposing to establish the process of construction of its identity. The course, conducted in 14 poles of Distance Education distributed throughout the State of Tocantins, uses the Virtual Learning Environment (AVA) to mediate learning, but developed groups of tutors, students and teachers through the mobile application: WhatsApp, becoming a network of subjectivities where learning happens in a complex way, allowing the affectivity developed in the sentipensar to be allied in the search for knowledge. Research with a qualitative methodology establishes contact with the different groups organized by the mobile application through a semi-open questionnaire, with a view to observing in what way the networks are used for the process of teaching learning. The networks of subjectivities have been established as one of the main components of the construction of course identity.

Keywords: Feeling, Affectivity, Networks of subjectivities, Identity.

INTRODUÇÃO

O curso de Licenciatura em Matemática EAD da Universidade Federal do Tocantins (UFT) vinculado à Universidade Aberta do Brasil (UAB) teve seu projeto pedagógico de curso aprovado em 2013 e a primeira turma ingressou no ano de 2015. No primeiro edital foram ofertadas 300 vagas e a seleção instituiu uma forma de ingresso diferenciada, por meio da análise de currículo comprovado com pontuação específica (Barema). As vagas ofertadas distribuídas ao longo de nove polos localizados em cidades do estado do Tocantins espalhadas de norte a sul não foram preenchidas em sua totalidade, resultando em 185 alunos e alunas matriculados nesta primeira turma. As aulas tiveram início em fevereiro de 2015 e a seleção de tutores à distância e presenciais aconteceu no mês seguinte.

As aulas acontecem por meio da plataforma de aprendizagem virtual moodle e tanto os professores como os tutores tinham pouca ou nenhuma experiência nesta modalidade de Educação, distinta do modelo tradicional que se estabelece nos encontros presenciais, sendo assim, o aprendizado dos atores se deu ao longo do desenvolvimento do curso. A construção de identidade do curso pode ser reportada pela busca de uma interação prazerosa no Ambiente de Aprendizagem Virtual (AVA), conjugando professores, tutores e alunos num sistema que possibilite a aprendizagem, onde afetividade e cognição estão intimamente relacionadas.

As dificuldades enfrentadas neste processo foram amenizadas à medida que curso foi se desenvolvendo, porém muitas lacunas se estabeleceram pelos mais variados motivos e situações vivenciadas, mas é possível distinguir que o curso de Licenciatura em Matemática EaD da Universidade Federal do Tocantins delineia nestes quatro anos de implantação uma identidade construída/e ou em construção.

No ano de 2017 houve dois novos editais de ingresso no curso: 200 vagas no mês de abril com 4 novos polos inseridos e no mês de dezembro 90 vagas e mais um novo polo contemplado. Neste momento é possível estabelecer algumas características da formação dos licenciandos em Matemática neste ambiente de múltiplas possibilidades. Abordamos neste trabalho o uso do aplicativo de celular WhatsApp Messenger1 como rede de subjetividade complexa aliada ao processo de aprendizagem.

Este aplicativo tornou-se ao longo destes quatro anos de existência do curso de Licenciatura em Matemática EAD importante aliado no processo de mediação de dúvidas tornando-se um instrumento de estabelecimento de redes de aprendizagem. Estas redes desempenham um papel transformador na forma de conhecimento, rompendo com o paradigma positivista de uma educação linear e absoluta em que o professor possuía o domínio e o controle do processo de aprendizagem.

A pesquisa de que trata este texto está sendo realizada desde o ano de 2017 com o objetivo de delinear a construção da identidade do curso por meio das redesestabelecidas entre seus atores principais: estudantes, tutores e professores.

1 WhatsApp Messenger é um aplicativo de mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens pelo celular sem pagar por SMS. Está disponível para smartphones iPhone, BlackBerry, Windows Phone, Android e Nokia. Fonte: https://www.WhatsApp.com/about/

CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE

Na concepção do ensamento complexo o conhecimento é um conjunto ela-borado por três vertentes: a competência, a atividade cognitiva e os saberes construídos pela espécie humana ao longo dos tempos. Dessa forma, o conhecimento considerado como construção cultural, pode ser partilhado desde que o desenvolvimento cognitivo aconteça a partir dessa matriz complexa (ALMEIDA, 2012).

Como apontado por Almeida (2012, p.105): “Conhecimento não se transfere, mas se organiza a partir da experiência e da reflexão da curiosidade, do espanto interrogativo. É neste sentido que dizemos que todo conhecimento é subjetivo, apesar de ser compartilhado socialmente”. Ancorada nesta perspectiva as salas virtuais de um curso na modalidade à distância permitem esta construção subjetiva pelos alunos e alunas que a vivenciam em sua rotina diária, à medida que se desenvolvem os instrumentos de discussão e avaliação, o conhecimento vai sendo tecido.

Silva, Shitsuka e Pascoal (2015) salientam que a interação no AVA pressupõe além de professor e aluno, a figura do tutor, desenvolvendo a partir desta dinâmica novas lógicas interacionais: “Durante essas relações interpessoais, o aluno pode criar laços afetivos, tanto com o professor quanto com o tutor, comunicando-se de forma a constituir relações de entendimento ou desentendimento mútuo” (p. 13).

Nesta dinâmica tutores, alunos e professores ingressam no sentipensar enunciado por Moraes e Torre (2004, p. 63) como:

[...] processo, mediante o qual se coloca para trabalhar conjuntamente o sentimento e o pensamento, a emoção e a razão, evidenciando assim, o quanto nossas estruturas cognitivas são irrigadas pelos nossos componentes emocionais, pelos nossos sentimentos e crenças.

Este processo orienta a criação de conceitos e espaços de interação em cursos com mediação tecnológica, mesmo porque pela ausência da interação física dos espaços de aprendizagem tradicionais, desenvolve-se a enunciação como possibilidade de “[...] instauração da emoção na linguagem” (SILVA; SHITSUKA; PASCOAL, 2015, p. 15)

A partir dessas características complexas, envolvendo a cognição que tem “[...] como finalidade ensinar o aluno a dialogar com o conhecimento enquanto dialoga consigo mesmo, com o outro ou com sua realidade mutante” (Moraes, 2008, p. 170), os espaços de vivência virtual foram sendo construídos e mantidos, desenvolvendo um estreito laço de afetividade entre tutores, alunos e professores. Estes laços tornam-se fundamentais na construção da rede de aprendizagem que possibilita o conhecimento.

A identidade do curso foi construída como uma rede interligada, não por meio da AVA, ambiente oficial de aula, discussão e postagem de atividades, mas sim por meio de um aplicativo de rede social onde os grupos de tutores e alunos, tutores e professores foram sendo criados e fortalecidos. A rede social de mensagens em grupo WhatsApp Messenger2 tomou, em muitas situações, a característica de ambiente de aprendizagem, permitindo que os alunos e alunas, receosos em expor suas dificuldades na sala virtual, colocassem suas fragilidades nestes grupos menores e fossem acolhidos pelos tutores e pelos colegas de turma.

Em muitas oportunidades a rede construída pelo aplicativo do celular proporcionou ambiente propício para que dúvidas não esclarecidas pudessem ser sanadas por meio da enunciação do tutor ou do professor, decifrando o passo a passo da resolução de um problema, por exemplo. Vídeos curtos com a resolução de atividades propostas foram gravados por tutores ou professores com o objetivo de esclarecer pontos obscuros no processo de aprendizagem.

A rede WhatsApp Messenger foi tomando os contornos de rede de aprendizagem dentro do curso de Licenciatura em Matemática, sua importância sendo aos poucos potencializada e definindo desta forma a identidade do curso. A pesquisa em curso tem demonstrado estas características.

Salientamos que a construção da identidade do curso perpassa pelos caminhos de reconhecimento das fragilidades e das potencialidades imersas no cotidiano dos estudantes que frequentam as salas de aprendizagem virtual, estudantes que se deslocam a cada dois meses para os encontros presenciais nos distintos polos. Sendo que em muitos casos, os estudantes atendidos por determinado polo residem entre 50 a 200 quilômetros de distância do polo e sua identificação cotidiana com o curso está vinculada aos grupos do aplicativo de celular ao qual está inserido.

CONHECIMENTO TECIDO POR MEIO DE UM APLICATIVO DE CELULAR

Os grupos de alunos e tutores do aplicativo de celular WhatsApp foram formados nos 14 polos do curso de Licenciatura em Matemática EaD, localizados nas cidades de Alvorada, Ananás, Araguatins, Araguacema, Arraias, Cristalândia, Dianópolis, Guaraí, Gurupi, Mateiros, Nova Olinda, Palmas, Porto Nacional e Taguatinga, convergindo alunos e alunas de diferentes municípios, como também do entorno destas cidades matriculados no curso numa rede de aprendizagem, dessa forma o raio de ação destes grupos acabou se potencializando. “Portanto, utilizar o aplicativo de comu-nicação WhatsApp como recurso didático metodológico se torna viável para o processo de ensino-aprendizagem, na medida em que possibilita a ação comunicativa entre os estudantes” (Araújo; Bottentuit, 2015, p. 15) e no caso da Educação a Distância permite que a ação comunicativa se estabeleça também com os outros agentes do processo, como tutores e professores.

2 O WhatsApp é hoje o app mais popular em 140 países e é apontado como o aplicativo de celular mais importante para os usuários brasileiros (Reis, 2013)

Esta comunicação em rede mostrou-se de fundamental importância não somente no processo de ensino e de aprendizagem, mas também como mediador das interlocuções e ações entre professores e tutores. Os grupos de WhatsApp transformaram-se em pequenas redes de subjetividade (Santos, 1995) interligadas, constituídas pelos múltiplos contextos de vida de cada um de seus componentes, facilitando o diálogo, a interação e a aproximação entre realidades distintas.

Portanto, as interações dos grupos de WhatsApp proporcionam a impressão de “conexão contínua”, que segundo Amorim e Castro (2010) vinculam a ideia de amplificação das ações:

[...] ampliam a comunicação descentralizada, multiplicam a capacidade de circulação de informações, alteram a noção de tempo e espaço (…). Tudo isso aliado à liberdade do usuário poder renegociar suas atividades a partir dos novos fluxos, o que denota a ampliação e flexibilização do planejamento das suas ações.

(AMORIM, CASTRO, 2010, p.3).

O conhecimento tecido por meio desta rede de subjetividades interligadas permitiu que o curso construísse sua identidade baseada num novo conceito de rede de aprendizagem complexa, ainda em construção:

Esse modo de pensar a educação, mediante a criação de cenários e redes de aprendizagem integrada de natureza complexa e transdisciplinar, talvez seja uma das grandes chaves para a reconstrução de uma nova tessitura social, a partir de processos ativos, construtivos, inclusivos, reflexivos, críticos e transformadores, ao mesmo tempo, tolerantes, sensíveis, amorosos e não competitivos, voltados para um aprendizado mais solidário e, sobretudo, mais humano e feliz.

(MORAES, 2008, p.146)

A possibilidade de novos cenários surge à medida que os grupos interagem e começam a descobrir novas formas de aprendizagem, garantindo que a identidade de um curso constrói-se no desenrolar de seus sujeitos e de seus atores em ação.

Entretanto, é importante considerar que a mesma rede que integrapromovendo o intercâmbio de distintas realidades, como é o caso dos estudantes quilombolas do Parque Estadual do Jalapão ou dos indígenas Xerente das aldeias de Tocantínia, pode também estabelecer conflitos, exclusão e inúmeras desvantagens. No entanto, ao buscarmos a identidade do curso por meio das redes de subjetividade estamos pontuando os aspectos positivos desses instrumentos de aprendizagem. Os aspectos negativos serão abordados posteriormente, em outras análises referentes à pesquisa.

REDES DE SUBJETIVIDADE

A construção das redes de subjetividade no curso de Licenciatura em Matemática EAD permite desvendar aspectos da construção da identidade do curso: solidariedade nos grupos, interação de diferentes perspectivas do mesmo objeto de aprendizagem, discussão a respeito das possibilidades inerentes da Educação Matemática.

A pesquisa sobre o uso do aplicativo de grupos de WhatsApp no processo de ensino aprendizagem no curso de Licenciatura em Matemática EAD da Universidade Federal do Tocantins teve início em 2017, após dois anos de implantação do curso, desde que foi evidenciada a importância desse instrumento que permite a “conexão contínua” entre alunos e tutores. Após as primeiras experiências, os grupos foram sendo estendidos também aos professores, congregando os diversos atores no processo da rede de subjetividades.

Esta pesquisa a respeito da construção da identidade do curso encontra-se em processo de análise apontando para a possibilidade de desvendamento de redes de subjetividade, criadas a partir dos grupos de WhatsApp de tutores e alunos do curso, bem como pelo desenvolvimento da cognição por meio do conceito do sentipensar construído nas relações intermediadas neste ambiente de aprendizagem inovador e diferenciado.

A pesquisa realizada a partir de questionário semiaberto, contou com a adesão espontânea dos componentes dos diversos grupos de WhatsApp, entre professores, alunos e tutores. O período de aplicação do questionário foi de quatro meses contados a partir de agosto de 2017.

Consideramos rede de subjetividades: “[...] pelo que indivíduos e os grupos sociais são, de fato, constelações de subjetividades, articulações particulares, varáveis de contexto para contexto, entre as diferentes formas ou dimensões” (Santos, 1995, p.287) e por meio das relações estabelecidas nestas redes o conhecimento se instaura, desenvolve-se, integra e descortina novos horizontes de possibilidades.

Como dito a respeito da matriz do Pensamento Complexo, o conhecimento ancora-se em um tripé constituído pela competência, representado pela aptidão em buscar, em conhecer, pela atividade cognitiva, responsável pelo desenvolvimento de conceitos e percepções, e finalmente pelos saberes construídos pelas sociedades humanas.

Sendo assim, os grupos de alunos, tutores e professores do curso de Licenciatura em Matemática criados por meio de um aplicativo de celular possuem em sua base esta matriz complexa possibilitando que o conhecimento desenvolva a afetividade entre os atores, como prevê o sentipensar (MORAES, 2008).

Além disso, num sistema complexo de rede digital cada nova informação ou pensamento parte de sua origem e integra-se a outras informações, tornando a intencionalidade inicial completamente modificada a partir de tantas inferências, modificando as ações e reações. A rede de subjetividades dos grupos de aplicativo de celular permite a criação desta malha de ações e reações em cadeia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sentipensar estabelece que a cognição seja possível a partir da ligação equilibrada entre a razão e a emoção. De acordo com esta visão da Educação, o aprender implica em transformação do sujeito, ou seja: “[...] o sentir e o pensar, duas maneiras de se interpretar a realidade e que o pensamento clássico separou ao longo dos séculos” (Moraes, 2008, p. 165). Portanto, o equilíbrio entre estas duas maneiras de interpretação da realidade permite que o conhecimento seja articulado desenvolvendo suas múltiplas possibilidades.

No estabelecimento dos grupos de WhatsApp como rede de subjetividades no curso de Licenciatura de Matemática EAD foi possível observar através da pesquisa relatada que os grupos permitem a conexão contínua entre alunos, tutores e professores fortalecendo os vínculos e criando espaços propícios ao desenvolvimento do sentipensar. Por meio desta estratégia a afetividade instaurada possibilita fluxos interativos que levam a transformações importantes e desejadas.

A construção da identidade do curso está diretamente imbricada nesta rede de subjetividades virtualmente constituídas, permitindo que sujeitos inseridos em realidades distintas comunguem do mesmo espaço e muitas vezes do mesmo tempo, interferindo diretamente nos processos de aprendizagem e pactuando novos acordos e novas possibilidades que podem despontar. A identidade do curso é um processo em que os pactos e acordos estabelecidos vão se constituindo como referências importantes a serem consideradas pelos novos membros que se integram ao grupo: alunos, professores e tutores.

Como dito por Moraes (2008, p. 166): "Somos seres multidimensionais, multissensoriais, e não somente pentassensoriais, pois percebemos a realidade a partir da colaboração de outros sentidos" e por isso mesmo podemos utilizar estes vários sentidos para interpretar a realidade que nos cerca, nos atinge e nos emerge. A Educação a distância é mediada por espaços diferenciados dos usuais da Educação tradicional, permitindo que outros sentidos sejam despertados no processo de construção de conhecimento.

As redes de subjetividade construídas no curso de Licenciatura em Matemática por meio dos grupos de WhatsApp podem ser consideradas como espaços diferenciados e suas possibilidades são imprevisíveis, justamente por comporem um emaranhado de criatividade, característica fundamental do conhecimento compartilhado em rede.

Como a pesquisa ainda não foi concluída podemos considerar que existem vários pontos que devam ser considerados como norteadores do processo de análise das redes de subjetividade que foram estabelecidas no curso de Licenciatura em Matemática.

Segundo Moran (2011, p. 23):

Aprendemos quando descobrimos novas dimensões de significação que antes se nos escapavam quando vamos ampliando o círculo de compreensão do que nos rodeia, quando, como numa cebola, vamos descascando novas camadas que antes permaneciam ocultas à nossa percepção, o que nos faz perceber de uma outra forma.

Neste sentido, o processo de aprendizagem no curso de Matemática EAD tem proporcionado novas e distintas formas dos estudantes aprenderem os cálculos, as fórmulas, as demonstrações, as discussões da área, as polêmicas e controvérsias da Educação Matemática por meio das redes de subjetividade que tem sido formada. Tais redes possibilitam que o sentipensar de que fala Moraes e Torre (2004) possa ser vivenciado de maneira equilibrada.

A construção da identidade do curso de Licenciatura em Matemática EAD está sendo pesquisada por meio desta característica específica: uso dos grupos de aplicativo de celular como mediador do processo de ensino e aprendizagem, porém é evidente que existem outros elementos que constituem a identidade do curso e deverão ser pesquisados e diagnosticados, inclusive como forma de promover a maior interação entre todos os atores do processo: professores, tutores e alunos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, M. da C. de. Ciências da Complexidade e Educação: razão apaixonada e politização do pensamento. Natal: EDUFRN, 2012.

AMORIM, P. K. D. F.; CASTRO, D. T. Mídias digitais: uma nova ambiência para a comunicação móvel. In: Encontro de História da Mídia da Região Norte, 1, 2010. Anais..... Palmas: UFT, 2010. Disponível em <http://www.ufrgs.br/alcar/noticias-dos-nucleos/artigos/Midias%20digitais%20uma%20nova%20ambiencia%20para%20a%20comunicacao%20movel.pdf>. Acesso em 02 abr.17.

ARAÚJO, P.C.; BOTTENTUIT JÚNIOR, J. B. O aplicativo de comunicação Whatsapp como estratégia no ensino de Filosofia. Revista Temática, João Pessoa, vol 11, n 2, p 11-23, 2015. Disponível em <http://www.okara.ufpb.br/ojs/index.php/tematica/article/viewFile/22939/12666>.Acesso em 02 abr. 2017.

MORAES, M.C.; TORRE, S. de La. Sentipensar: Fundamentos e estratégias para reencantar a educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 2004.

______. Ecologia de Saberes: complexidade, transdisciplinaridade e educação: novos fundamentos para iluminar novas práticas educacionais. São Paulo: Antakarana/WHH- Willis Harman House, 2008.

MORAN, JOSÉ MANUEL. Ensino e Aprendizagem inovadores com tecnologias audiovisuais e telemáticas. In: MORAN, J. M., BEHRENS, M. A., MASETTO, M. T. (Org.) Novas tecnologias e mediação pedagógica. 19 ed. Campinas, SP: Papirus, 2011. p. 11-65.

REIS, B.S. S. “Você tem WhatsApp?” Um estudo sobre a apropriação do aplicativo de celular por jovens universitários de Brasília. 2013. Monografia. 84 f.(Graduação em ComunicaçãoSocial). Faculdade de Comunicação. Universidade de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em < http://bdm.unb.br/handle/10483/7590>. Acesso em 02 abr. 2017.

SANTOS, B.S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.

SILVA, P.C.D.; SHITSUKA, R.; PASCHOAL, P.A.G. Afetividade nas interações em AVA: um estudo sobre a interação na educação a distância. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, vol 14,p. 11-20, 2015. Disponível em http://seer.abed.net.br/edicoes/2015/01_AFETIVIDADE_NAS_INTERACOES.pdf. Acesso em 01 abr. 2017.