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AVM Faculdade Integrada Pregão Eletrônico Rosely Solange Mota Chrispim VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Toledo – PR. 2014

Licitações Tarefa 4 Antiga RESPOSTA

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licitações descrição do procedimento no âmbito da legislação brasileira

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AVM Faculdade Integrada

Pregão Eletrônico

Rosely Solange Mota Chrispim

VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA

Toledo – PR.

2014

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AVM Faculdade Integrada

Pregão Eletrônico

Rosely Solange Mota Chrispim

VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA

Resenha apresentada à AVM FaculdadeIntegrada como parte integrante doconjunto de tarefas avaliativas da disciplinaLicitações Públicas (1).Nome do Tutor: Deborah Farah Sobrinho.

Toledo – PR.

2014

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1—INTRODUÇÃO

O processo licitatório é um procedimento administrativo complexo, composto de

fases obrigatórias, devidamente positivadas a fim de manter os preceitos de isonomia e

garantir a aquisição de bens ou serviços, que embora privilegie o fator preço, exige

também a manutenção de qualidade e adequação do bem ou serviço adquirido às

necessidades do solicitante.

Aos gestores públicos cabe, então, uma dupla responsabilidade: primeiro,

garantir que a compra seja feita dentro dos parâmetros legais, e em ao mesmo tempo,

que seja considerada a relação custo-benefício: os materiais, equipamentos, bens ou

serviços adquiridos devem servir aos propósitos intentados quando da verificação de sua

necessidade.

2 – PROCESSO DE CONTRATAÇÃO – VISÃO SISTÊMICA

De maneira a realizar a contratação obedecendo à lei e ao mesmo tempo

atendendo aos interesses da população, o processo é dividido em três fases: o

Planejamento, o Processo Licitatório propriamente dito e finalmente, a Execução do

Contrato. Cada uma das fases subdivide-se em outras, que dependem de uma relação

harmônica entre todos os componentes.

A primeira fase, ou Planejamento, é, de longe, a mais sensível: é aqui que o

gestor determina, através de informações previamente colhidas nas mais diversas áreas

sob sua responsabilidade, a necessidade do bem ou serviço contratado. De posse dessa

informação, é o momento de elaboração das especificações, determinação de qual

modalidade de licitação ou mesmo dispensa da mesma, com a subsequente justificativa

legal, estipulação dos valores disponíveis para contratação, elaboração da

documentação, autorização da realização da licitação, e, claro, indicação de quais

recursos dispostos no orçamento garantirão as despesas. O correto desenrolar de todas

as etapas dessa fase determinará o êxito ou o fracasso de todo a contratação.

O próximo passo consiste na licitação efetiva, e é aqui o início da fase externa e

o mais conhecido do público, que o considera, na maioria das vezes, como o processo

integral, embora seja apenas um dos passos do mesmo. Aqui temos a publicação do

edital, ou expedição do convite, conforme o caso, o recebimento de documentos e

propostas de todos os candidatos com a subsequente habilitação dos licitantes, a

apreciação e julgamento das propostas, seguidas de homologação e adjudicação ou

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revogação ou anulação, que ocorrerá por ilegalidade, vício ou constatação de que o

objeto licitado não é de interesse público. Nesse momento, cabe a interposição dos

recursos administrativos, se for o caso.

Finalmente, e só após terem sido cumpridas rigorosamente as etapas

anteriores, chega-se à fase de Execução do Contrato, quando a administração pública

recebe o bem ou serviço objeto inicial de todo o processo.

3 – FATORES E INFLUÊNCIAS.

Nas palavras de Renato Geraldo Mendes,

Processo de contratação público é o conjunto de fases, etapas e atosestruturado de forma lógica para permitir que a Administração, a partir daidentificação precisa da sua necessidade e demanda, possa definir comprecisão o encargo desejado, minimizar seus riscos e selecionar,isonomicamente, se possível, a pessoa capaz de satisfazer a suanecessidade pela melhor relação benefício-custo.(MENDES, 2012).

Cada uma das partes do processo é indispensável à existência material

do mesmo; no entanto, o planejamento, o orçamento, a política de compras

adotada e a soma de estrutura organizacional, processos de trabalho, tecnologia e

pessoal são os fatores que influenciam positiva ou negativamente a contratação.

O correto entrosamento de todos os componentes dessa fase irá

determinar o êxito ou o fracasso de toda a contratação. “(...) o processo não é uma

realidade uniforme,(...) mas uma conformação que pode variar de acordo com

determinadas condições.” (MENDES, 2012).

3.1 – O Fator Planejamento

Não havendo previsão real, toda contratação tenderá ao fracasso.

Explica-se: no momento em que determinada área inicia a tomada de providências

quando se verifica a necessidade de tal produto ou serviço, ao invés de prever

essa mesma necessidade antes que ela se torne real, a equipe ou a pessoa

responsável causará um impacto negativo em todo o processo de contratação

antes mesmo de iniciá-lo. Cumpre, pois, o entrosamento total entre a equipe

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técnica, que traduzirá as necessidades, e o gestor público, que precisa solicitar as

informações com antecedência suficiente.

O edital, que nada mais é do que a formalização do planejamento,

depende quase que exclusivamente dessa antecedência. Não raro surgem

contratações posteriormente revistas por serem elaboradas em tempo

demasiadamente curto, porque se destinam a atender premências que surgiram

onde menos se esperava, simplesmente por falha de planejamento ou

entrosamento entre os integrantes de determinado setor.

3.2 - Previsão Orçamentária e Política de Estoques

Intrinsecamente ligado ao planejamento temos a previsão orçamentária,

que não deve ser confundida com a disponibilidade de recursos:

“Quando falamos em orçamento estamos nos referindo a uma previsão.Já os recursos financeiros ficarão disponíveis apenas quando estaprevisão se concretizar, através de transferências de outras instânciasadministrativas (…) ou de arrecadação de tributos e taxas.”(REDEACADÊMICA DE CIÊNCIA ECONÔMICA, 2014)

Tanto essa divisão é importante, que o STJ (Superior Tribunal de Justiça)

decidiu que “dinheiro do orçamento não precisa estar disponível antes da licitação”

(STJ,2012). A associação entre uma política de estocagem mínima, ao menos no

que tange materiais de alta rotatividade, e o entendimento de que “os recursos

públicos que irão garantir o pagamento de uma despesa não precisam estar

disponíveis antes da licitação”(Ibid), ao mesmo tempo em que garantem a

eficiência do planejamento, permitem um perigoso viés de subterfúgio para

superfaturamento ou mesmo dispensa do processo licitatório: não havendo

exigência de prévia disponibilidade monetária para aquisição de produto ou

serviço, poderá ocorrer contratação baseada na indispensabilidade do objeto

licitado e a exiguidade de tempo hábil para elaboração da licitação.

3.3 – Componentes Organizacionais

A própria estrutura da organização, incluindo-se tanto o fator humano,

(elemento crucial de todo processo) quanto o fator tecnológico e o administrativo

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– os processos de trabalho – influem diretamente na agilidade e na flexibilidade

das decisões quanto a contratação de bens e serviços. Se por um lado a

diminuição de níveis hierárquicos colabora para a celeridade das decisões,

também viabiliza, em caso de gestores mal orientados ou pouco ciosos de seus

deveres, a facilidade na tomada de decisões que poderá acarretar prejuízo ao

erário, de um lado, ou escassez de recursos, de outro.

A solução mais eficaz tanto para evitar o primeiro quanto prever o

segundo é a multidisciplinaridade das equipes responsáveis por todas as fases do

processo de contratação, desde a previsão orçamentária até a execução

contratual. Uma equipe de servidores constituída de representantes das mais

diversas áreas permite uma visão holística do problema, ao mesmo tempo em que

incentiva um cuidado maior por parte do gestor; este, corretamente orientado por

colaboradores capazes, incorrerá em erro com menos facilidade do que tomando

decisões individuais, o que acontecerá fatalmente se depender apenas de

relatórios elaborados um qualquer fase do processo isoladamente.

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O procedimento licitatório como regra para contratação com a

Administração Pública, é baseado em mecanismos legais originários das mais

diversas fontes, que objetivam a correta aplicação de seus pressupostos a fim de

gerir as necessidades da população com o menor custo para os cofres públicos, e

à medida que essas necessidades surjam, sem atendê-las com excesso de zelo –

o que acarretaria gastos dispensáveis – ou com atraso, o que demandaria

despesas exorbitantes, comprometendo a capacidade administrativa do gestor.

Ao passo que a estrutura normativa é considerada avançada,

abrangendo todas as nuances, incluindo o viés financeiro, o elemento mais

importante - as pessoas que atuam no sistema – muitas vezes é relegada a

segundo plano, em detrimento de fatores considerados erroneamente mais

preponderantes.

Em que pese a importância do planejamento e do orçamento, o fator

humano em todos os níveis da hierarquia, pede atenção redobrada por parte do

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gestor. Da capacidade dos servidores que o orientam dependerá o sucesso ou

fracasso do processo de contratação, e como consequência, de todos os

benefícios dele derivados, inclusive o julgamento favorável ou não de seus outros

atos administrativos, ainda que não estejam diretamente interligados

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI,

da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da

Administração Pública e dá outras providências. Lei das Licitações e Contratos.

Brasília, DF, 21 jun. 1993. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 15 fev.

2014.

MENDES, Renato Geraldo. O Processo de Contratação pública – Fases,

etapas e atos. Curitiba: Zênite, 2012.

REDE ACADêMICA DE CIêNCIA ECONÔMICA. Ufrj. Programa de Apoio à

Melhoria do Ensino Municipal. Disponível em:

<http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/ceae/md3txt1.htm>. Acesso em: 22 fev. 2014.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Dinheiro do orçamento não precisa estar

disponível antes da licitação. 2012. Disponível em:

<http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?

tmp.area=398&tmp;.texto=107040>. Acesso em: 20 fev. 2014.