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O PLANETA MOVIDO A INTERNET É ESCRAVO DA TECNOLOGIA
Lilian Vasconcellos Paranhos 1
Resumo
As mudanças na modernidade, sobretudo as de arcabouço tecnológicos exercem um papel, muitas vezes, negativo, nos seus usuários. O século XXI trouxe muitas inovações, facilitou a vida, mas com ela trouxe uma dependência, criando assim escravos dos meios tecnológicos. As informações passaram a chegar com mais facilidade, trazendo aproximação, aniquilando a privacidade, possibilitando novas perspectivas, inclusive negativamente. A tecnologia abriu janelas, derrubou muros, aproximou gerações e nações e toda essa chuva de inovações facilitou a vida do homem e na mesma proporção trouxe a dependência, fazendo-os escravos das tecnologias. O computador, a internet, a televisão, o telefone-móvel, os eletro-portáteis, os eletroeletrônicos, estruturas diferentes que tornou a vida quase que dependente delas, mudando a forma do mundo se comunicar. Hoje praticamente tudo gira em torno das tecnologias. Antes o tempo e a mão de obra que se usava nas grandes construções, hoje com os usos tecnológicos essa produção torna-se mais rápida e mais barata. As pessoas estão perdendo o valor profissional, pois as máquinas não “falham” e não dão prejuízos as grandes empresas, algumas profissões perderam seu valor para as tecnologias. Precisa-se compreender o uso e a importância dessas tecnologias a adaptá-las somente para coisas positivas, para que não se torne cada vez mais escravos, a tal ponto de ser irreversível.
PALAVRAS-CHAVES: Tecnologia, cibernético, modernidade, internet, educação.
1 Licenciada em História pela Faculdade de Ciências e Tecnologia, Pedagogia pela UNEB com especialização em Psicopedagogia, especialização em inclusão escolar e terapia de família.
Resumen
Los cambios en la modernidad , sobre todo el marco tecnológico juegan
un papel , a menudo negativo, sobre sus usuarios. El siglo XXI ha traído muchas
novedades , lo que hace la vida más fácil , pero trajo consigo una dependencia,
creando así en esclavos de los medios tecnológicos . La información que se pasa
para llegar más fácilmente , con lo que la aproximación, aniquilando la vida
privada, la apertura de nuevos puntos de vista, incluso de forma negativa. La
tecnología ha abierto las ventanas , muros derribados , se aproximó a las
generaciones y las naciones, y toda esta lluvia innovaciones facilitado la vida del
hombre y en la misma proporción traído la adicción , lo que los esclavos de la
tecnología. La computadora, el Internet , la televisión , el teléfono móvil , electro
-ordenadores portátiles , la electrónica , las diferentes estructuras que hicieron la
vida depende casi sobre ellos , cambiando la forma en que el mundo a
comunicarse . Hoy en día casi todo gira en torno a la tecnología . Antes de que
el tiempo y el trabajo que se utiliza en grandes edificios , hoy en día con los usos
tecnológicos esta producción se vuelve más rápido y más barato . La gente está
perdiendo su valor profesional, porque las máquinas no " fallan " y no dan daños
grandes empresas , algunas profesiones han perdido su valor a las tecnologías.
Necesidad de entender el uso y la importancia de estas tecnologías para
adaptarlas sólo para cosas positivas , no sea que se conviertan cada vez más
esclavos , hasta el punto de ser irreversible.
PALABRAS CLAVE: Tecnología, cibernéticos, la modernidad, internet, educación.
Atualmente a tecnologia faz parte de todos os contextos mundiais, aos poucos mudou o perfil social, cultural de toda humanidade. Para compreender
melhor, basta remeter-se ao passado, onde imediatamente questionamos a impossibilidade de viver sem as tecnologias, sem as facilidades que tantos nos adaptamos. Chegamos por muitas vezes até argumentar que sem tais tecnologias seria impossível viver. De acordo com Steven Johnson (2001):
[...] Frequentemente vejo amigos meus exclamarem: “Como a gente
conseguiria viver sem e-mail e processador de textos?” E, no entanto,
de modo geral consigo imaginar prontamente como as coisas
aconteciam naquele mundo, o ritmo daquela existência mais
acomodada e desconectada. Tudo parece bastante óbvio para mim.
Conseguiríamos viver porque não sabíamos o que nos falava. As
pessoas sempre reclamavam da lentidão do correio, mas a demora só
se torna intolerável depois que se experimentou o e-mail. (p. 102).
As descobertas vivenciadas hoje tornar-se-ão arcaicas, substituídas por
tecnologias mais avançadas, onde será possível ouvir relatos negativos do que
usufruirmos hoje, apontando como ultrapassado. E assim tornamos
dependentes de novas tecnologias, motivamos principalmente pelo setor
econômico.
No século IXX foi possível conhecer algumas palavras que mudaram o sentido
da humanidade: desktop, links, bits, velocidade elétrica, janelas, ciberespaço,
peopleware, megabits, computador, internet, navegação, e-mail, processador de
textos, dentre outras. A de mais evidência é cibernético, mas que palavras é
essa que parece até que veio de outro mundo? Pierre Lévy ( 2000), define:
O espaço é o terreno onde está funcionando a humanidade hoje. É um
novo espaço de interação humana que já tem uma importância
profunda principalmente no plano econômico e científico, e,
certamente, esta importância vai ampliar-se e vai estender-se a vários
outros campos. [...] (. P. 13).
A tecnologia possibilitou que pessoas criassem novas relações afetivas, seja nos
âmbitos de amizade, amorosa ou profissional. Junto com essas facilidades
também vieram algumas consequências, tais como o distanciamento das
pessoas, pois as relações basicamente passaram a ser mantidas via os meios
tecnológicos.
Nessa perspectiva, o anonimato torna-se algo sugestivo na criação de
personagens fictícios, personalidades fictícias e até mesmo infringir as leis, é no
caso do cracker que comete delitos sem mesmo sair de casa.
André Lemos (2010) define os cracker como o lado negro da informatização:
Os crackers penetram sistemas com o intuito de apagar e roubar
informações, inserir poderosos e destrutivos vírus. O objetivo é destruir
a sociedade da informática e sabotar, ao máximo, os grandes sistemas
de computadores ou apenas roubar e ganhar muito dinheiro. (p. 219)
O crescimento tecnológico, em especial o uso dos computadores associados à
internet, trouxe alterações no comportamento. A forma do laser, a maneira de
trabalhar, o tempo dedicado aos estudos, enfim dentre vários aspectos Pierre
Lévy (2010) reforça:
[...] o crescimento do ciberespaço não determina automaticamente o
desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta
inteligência um ambiente propício. De fato, também vemos surgir na
órbita das redes digitais interativas diversos tipos de formas novas...
_de isolamento e de sobrecarga cognitiva (estresse pela
comunicação e pelo trabalho diante da tela);
_ de dependência (vício na navegação ou em jogos em mundos
virtuais);
_ de dominação (reforço dos centros de decisão e de controle,
domínio quase monopolista de algumas potências econômicas sobre
funções importantes da rede etc);
_ de exploração (em alguns casos de teletrabalho vigiado ou de
deslocalização de atividades do terceiro mundo);
_e mesmo de bobagem coletiva (rumores, conformismo em rede
ou em comunidades virtuais, acúmulo de dados sem qualquer
informação, “televisão interativa”).
O uso da tecnologia acaba afastando as pessoas e causando o isolamento.
Analisando as rotinas sociais de antigamente, percebemos uma aproximação
maior entre as pessoas, onde os diálogos eram extensos, motivando as relações
da comunidade. Pessoas dedicavam horas para “prosear”. Reuniam a família, a
vizinhança, onde todos poderiam falar e serem ouvidos. Atualmente as famílias
reúnem-se em frente a uma televisão e ficam horas sem mesmo olhar, nem tão
pouco falar para o familiar ao seu lado. A televisão passou a dividir seu espaço
com os computadores e celulares, onde o comportamento é o mesmo,
isolamento social. Crianças logo ao nascer já são expostos a frente a uma
televisão onde criar-se um ciclo vicioso. Esses comportamentos familiares
podem relacionar também com as mudanças sociais em relação à mulher ter
ganhado o mercado de trabalho. A mulher passou a ter necessidade de trabalhar
fora e seus filhos passaram a ficar com terceiros e principalmente com os meios
tecnológicos, nesse caso a televisão. Era uma forma de suprir a falta da mãe
que antes se dedicava por total a educação dos filhos. Segundo Valdemar W.
Setzer:
O extenso estudo sobre meios eletrônicos e a família da Kaiser Family
Foundation mostra um resultado interessantíssimo: 55% dos pais
deixam os filhos pequenos, de 6 meses a 6 anos de idade, com seus
próprios aparelhos de TV, video gemes, computadores e Internet, em
geral no dormitório das crianças, para que os primeiros possam ver em
paz seus programas preferidos na TV! (Rideout e Hamel 2006, p. 18.)
Isso significa um isolamento entre pais e filhos. Aliás, 33% das crianças
daquelas idades têm TV no dormitório, sendo 19% com 1 ano ou
menos, 29% com 2 e 3 anos, e 43% com 4 a 6 anos, o que dá 91% das
crianças com 6 anos ou menos! 25% usam apenas para ver vídeos ou
jogar video games, isto é, 66% usam o aparelho de TV para verem
programas (p. 18). Aliás, 19% dos pais usam a TV para os filhos irem
para a cama (idem). Imagine-se um quarto infantil com uma criança
indo para a cama com a TV ligada. Ela estará prestando atenção na
tela, e não nos pais que a estão preparando para deitar, isto é, deixa
de haver o contato entre pais e seus filhos, tão importante justo antes
desses adormecerem.
Isso tem tornado-se um hábito vicioso, que dificilmente mudará de estrutura. Por
horas a educação dessas crianças acaba repercutindo no seu tempo na escola,
com os educadores.
Na escola também é possível perceber o uso abusivo onde o aluno passou a
utilizar e dominar tais ferramentas tecnológicas (computador e internet). Esse
aluno que antes passava horas nas bibliotecas, pesquisando, lendo,
investigando, descobriu que num “click”, e em alguns segundos sua pesquisa
está feita, que em sua grande totalidade nem sequer lê o que está sendo
copiado. Sem contar que essas “cópias-pesquisas” acabam sendo realizadas
por diversos sites com fonte indigna, incerta, trazendo informações distorcidas
para população acadêmica. Os usos das tecnologias interferiram também na
língua culta escrita, onde abreviações sem referencial foram surgindo, visando
agilidade na escrita informal. O problema é que tais comunicações acabam se
misturando à linguagem formal, onde exige uma maturação acadêmica
possibilitando o erro gravíssimo a língua culta. Tais erros são cometidos sem
mesmo o aluno se dar conta, pois tais linguagens fazem parte de seu cotidiano.
Consequente a isso podemos acrescentar a falta da criatividade, logo se não
existe leitura, produção, interpretação, juntamente com a pesquisa, dificilmente
existirá a criatividade, o criar, o elaborar o construir o novo. Pelas facilitações da
pesquisa rápidas on-line, alunos mal se preocupam em produzir, busca de
alguém que já pesquisou, e simplesmente copia, e ainda por cima de tudo, torna-
se autor. Muitas vezes esses sites de pesquisa são de fonte duvidosa, sem
fundamentações teóricas, sem uma certeza das informações postadas,
desqualificando assim a pesquisa acadêmica, caracterizando assim uma
pesquisa aleatoriamente. Outro ponto que acaba atrapalhando a vida estudantil
são as redes sociais que tomam o tempo que deveria ser dedicado aos estudos.
Isso não é limitado apenas aos adolescentes, segundo Kirschner e Karpinski
(2010) em uma pesquisa:
[...] pesquisa baseada em questionários sobre o uso da rede Facebook
(FB), com 102 estudantes de graduação e 117 de pós-graduação de
uma grande universidade no centro oeste americano, sendo 39,7% de
homens e 60,3% de mulheres. Aplicando uma análise estatística
multivariada, eles concluíram que "O principal resultado é que os dados
mostram uma relação negativa significativa entre o uso de FB e o
rendimento acadêmico. Isso significa que o simples uso do FB, e
certamente qualquer outra rede social, prejudica o rendimento
acadêmico. No entanto, curiosamente essa não era a percepção dos
entrevistados: "Com respeito aos resultados qualitativos, é
interessante notar que a maioria dos estudantes declararam que usar
o FB não tinha um impacto em seu rendimento acadêmico. Esse
resultado é oposto ao da análise multivariada, que sugere uma relação
entre as duas variáveis."
Podemos observar também na questão da leitura, onde o hábito se perdeu,
devido aos alunos terem se tornado escravos das redes de entretenimento, tais
como internet e em menor proporção a televisão. Consequentemente se perde
a criatividade na hora das produções textuais, no vocabulário e principalmente
no âmbito da interpretação textual. Tais alterações indicam que os educadores
devem tomar novas posturas em relação a esses questionamentos. Pierre Lévy
(2010) afirma que os educadores devem adaptar-se e explorar a seu favor o uso
das tecnologias, já que sofremos abalos e transformações. Pierre Lévy conclui
que:
Podemos propor que as transformações tecnológicas nas formas de
comunicar, de acessar e tratar a informação colocam os profissionais
da educação a desafios inusitados. Sucumbir ao mal estar, ou construir
modos criativos e significativos de apropriação dessa tecnologia são
opções que todos, consciente ou inconsciente, terão pela frente. ( p.
113).
Essas mudanças estabelecem-se em diversos setores, podendo até dizer que
em quase todos os setores, tornando a sociedade escrava de suas funções.
Pierre Lévy (2000), afirma que:
É notável que a presença maciça da informática em diversos setores
da vida cotidiana multiplica-se a cada dia. Há uma onda, uma invasão
das novas tecnologias da informação. O sistema de automação
bancária e sua exigência progressiva do mundo do trabalho são
exemplos bastante evidentes. Além disso, a navegação da Internet e
a frequência às salas de bate-papo virtuais engendra novas
modalidades de relações afetivas e sexuais e certamente novos
problemas que hoje despertam o interesse da psicologia. [...] Ela assim
se revela, criando problemas e exigindo novas soluções cognitivas e
existenciais. [...] (p.49)
Isso é possível, conforme a invisibilidade que o computador oferece, a distância,
a sensação de impunidade, releva instintos mais secretos que certamente se
não fosse essa ferramenta estaria adormecido ou nem descoberto. A
discrepância entre o real e o cibernético favorece os inúmeros distúrbios
comportamentais, principalmente ligados à sexualidade.
O que se faz necessário são as adaptações entre o uso excessivo das
tecnologias, procurando o uso consciente dessas ferramentas, desvinculando a
construção da ideia do inatingível e da distância que o computador oferece.
Necessitamos compreender tais tendências e adaptarmos, pois a tecnologia
estar presente e jamais voltará a ser como antes da expansão tecnológica.
Pierre Lévy ( 2010 ) conclui que:
Longe de ser uma subcultura dos fanáticos pela rede, a Cibercultura
expressa uma mutação fundamental da própria essência da cultura,
nessa proposição, “o universal” significa a presença virtual da
humanidade para si mesma. ( p 257 )
A Cibercultura faz parte maciçamente da cultura da humanidade atual. O que
se faz necessário são adequações a essa mudanças que por hora torna-se até
agressiva.
A humanidade precisa compreender que estão tornando-se escravos dos meios
tecnológicos, necessitando criar estratégias para que o uso desses meios sejam
racionais, sem maiores prejuízos. O uso precisa ser controlado, diminuído,
garantindo assim a não dependência, evitando os escravos da tecnologia.
A sociedade é tão dependente que nem imagina a vida sem eles. Sem mesmo
perceber em suas ações e em seus discursos, que tudo gira em torno dos usos
das inovações tecnológicas. A solução não é exterminar seu uso, tirando de cena
todos os meios tecnológicos. E sim a compreensão que os meios tecnológicos
tornaram a sociedade extremamente dependente, criaram novas modalidades
criminológicas, afastaram as pessoas, desabilitaram trabalhadores, atrofia
raciocínio e desenvolvimento cerebral, dentre outros. O uso precisa ser racional
e adaptável a vida atual que a modalidade tecnológica faz parte. Não se
necessita guardar todos e banir o uso tecnológico, e sim saber usa-los.
REFERÊNCIAS
JOHSON, Steven. Cultura da Interface: como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. Rio de Janeiro:Jorge Zahar Editor, 2001. LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 5. Ed. Porto Alegre: Suína, 2002.
LÉV, Pierre. Cibercultura. 3.Ed. São Paulo: Editora 34, 2010.
PELLANDA, Nize; PELLANDA, Eduardo. Ciberespaços: um hipertexto com Pierre Lévy. Porto Alegre: Artes Ofícios, 2000.
LILIAN VASCONCELLOS PARANHOS
O PLANETA MOVIDO A INTERNET É ESCRAVO DA
TECNOLOGIA
Salvador/BA-2013
Lilian Vasconcellos Paranhos
O PLANETA MOVIDO A INTERNET É ESCRAVO DA
TECNOLOGIA
Artigo apresentado ao curso de pós-graduação como requisito obrigatório para obtenção do título de especialista em Psicopedagogia Institucional, da Faculdade de Tecnologia e Ciência.
Orientador: Esp. Isadora Vinhático
Salvador/BA
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
Nome do aluno: Lilian Vasconcellos Paranhos
Curso: Psicopedagogia Institucional
Título do Artigo: O planeta movido a internet é escravo da tecnologia
Comentários:
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Data de aprovação / /
BANCA EXAMINADORA:
Orientador Prof. Isadora Vinhático
Especialista Pela UFBA
Coordenador do Curso de Nadja Pinho dos Santos
FACULDADE DE DA CIDADE DO SALVADOR
Salvador - 2013
Dedicatória
Dedico este presente artigo aos professores que por mim passaram, acreditando
no meu potencial, dando constante palavras de incentivo e principalmente
passando seus grandiosos conhecimentos. Agradeço também aos colegas que
ajudaram na construção do meu conhecimento. Ofereço com muito carinho a
dedicatória ao meu esposo, que ajudou na escolha do tema, pois passa a maior
parte do tempo em frente ao seu computador, seja para trabalhar ou pra se
distrair.