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INFORMAÇÃO 1 – Limitação de mandatos Face à adesão popular resultante da declaração de vontade de candidatura de Luís Filipe Menezes à Presidência da Câmara do Porto levantaramse de imediato algumas, poucas e previsíveis, vozes suscitando o essencial do que seriam as críticas com que nos próximos meses tentariam inibir o lançamento da mesma. Críticas desesperadas e completamente inconsistentes. Para esses poucos, o candidato seria inadequado a um projecto de sucesso por ser “despesista”, confundindo realização de obra concreta com efeitos reprodutivos na economia com despesismo estéril e, pasmese, seria inelegível por já ter três mandatos concluídos na autarquia Gaiense. Ora a chamada lei da limitação de mandatos (Lei 46/2005) foi aprovada na decorrência de um acordo político entre o Governo Socialista, liderado por José Sócrates e o Partido Social Democrata, liderado por Luís Marques Mendes. A intenção e a letra da lei são bem claras, até os opositores de Menezes se lembrarem de a esgrimir como arma de arremesso político, a mesma nunca suscitou dúvidas de interpretação. Essa lei limitase a impedir que um Presidente de Câmara ou um Presidente de Junta possam fazer mais de três mandatos consecutivos na comunidade territorial a que presidiam. Tal intenção, positiva, decorria da experiência que apontava para a perenização do poder sempre que o mesmo era exercido duradouramente num território muito circunscrito. Ficou à época, completamente, claro que tal nunca impediria que o cidadão que houvesse sido presidente numa determinada área pudesse candidatarse posteriormente a um outro território onde, obviamente, não detinha qualquer tipo de influência. Pelo PSD participaram na construção dessa lei, entre outros, Luís Marques Mendes, Luís Marques Guedes e Pedro da Vinha e Costa. Pelo Governo Socialista participaram, entre outros, Vitalino Canas, Vieira da Silva, Augusto Santos Silva e Alberto Martins. Face à clareza de princípios que norteou o trabalho destes interventores foi com espanto que se viu nascer, acerca de um ano, nos corredores da oposição à candidatura de Menezes, a tese mirabolante de que a intenção da lei era atingir individualmente o autarca e não o autarca enquanto líder de território. Gato escondido com rabo de fora! A única intenção da dúvida ardilosamente suscitada era a de contrariar a vontade da maioria do povo do Porto, que desejava ver uma candidatura de Luís Filipe Menezes à Presidência da Câmara da sua cidade. Tal ficou

Limitação de mandatos - informação

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Informação sobre a Lei de Limitação de Mandatos. Com a indicação dos diversos pareceres de vários constitucionalistas. Novembro 2012

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Page 1: Limitação de mandatos - informação

INFORMAÇÃO  1  –  Limitação  de  mandatos  

Face   à   adesão   popular   resultante   da   declaração   de   vontade   de   candidatura   de   Luís  Filipe  Menezes  à  Presidência  da  Câmara  do  Porto  levantaram-­‐se  de  imediato  algumas,  poucas  e  previsíveis,   vozes   suscitando  o  essencial  do  que  seriam  as   críticas   com  que  nos  próximos  meses  tentariam  inibir  o  lançamento  da  mesma.  

Críticas  desesperadas  e  completamente  inconsistentes.    

Para   esses   poucos,   o   candidato   seria   inadequado   a   um   projecto   de   sucesso   por   ser  “despesista”,   confundindo   realização   de   obra   concreta   com   efeitos   reprodutivos   na  economia  com  despesismo  estéril  e,  pasme-­‐se,  seria  inelegível  por  já  ter  três  mandatos  concluídos  na  autarquia  Gaiense.  

Ora  a  chamada  lei  da  limitação  de  mandatos  (Lei  46/2005)  foi  aprovada  na  decorrência  de   um   acordo   político   entre   o   Governo   Socialista,   liderado   por   José   Sócrates   e   o  Partido  Social  Democrata,  liderado  por  Luís  Marques  Mendes.  

A  intenção  e  a  letra  da  lei  são  bem  claras,  até  os  opositores  de  Menezes  se  lembrarem  de  a  esgrimir  como  arma  de  arremesso  político,  a  mesma  nunca  suscitou  dúvidas  de  interpretação.    

Essa  lei   limita-­‐se  a  impedir  que  um  Presidente  de  Câmara  ou  um  Presidente  de  Junta  possam   fazer   mais   de   três   mandatos   consecutivos   na   comunidade   territorial   a   que  presidiam.   Tal   intenção,   positiva,   decorria   da   experiência   que   apontava   para   a  perenização   do   poder   sempre   que   o   mesmo   era   exercido   duradouramente   num  território  muito  circunscrito.  

Ficou   à   época,   completamente,   claro   que   tal   nunca   impediria   que   o   cidadão   que  houvesse   sido   presidente   numa   determinada   área   pudesse   candidatar-­‐se  posteriormente  a  um  outro  território  onde,  obviamente,  não  detinha  qualquer  tipo  de  influência.  

Pelo   PSD   participaram  na   construção   dessa   lei,   entre   outros,   Luís  Marques  Mendes,  Luís  Marques  Guedes  e  Pedro  da  Vinha  e  Costa.  Pelo  Governo  Socialista  participaram,  entre  outros,  Vitalino  Canas,  Vieira  da  Silva,  Augusto  Santos  Silva  e  Alberto  Martins.  

Face   à   clareza   de   princípios   que   norteou   o   trabalho   destes   interventores   foi   com  espanto   que   se   viu   nascer,   acerca   de   um   ano,   nos   corredores   da   oposição   à  candidatura   de   Menezes,   a   tese   mirabolante   de   que   a   intenção   da   lei   era   atingir  individualmente   o   autarca   e   não   o   autarca   enquanto   líder   de   território.   Gato  escondido  com  rabo  de  fora!  A  única  intenção  da  dúvida  ardilosamente  suscitada  era  a  de   contrariar   a   vontade   da   maioria   do   povo   do   Porto,   que   desejava   ver   uma  candidatura  de  Luís  Filipe  Menezes  à  Presidência  da  Câmara  da  sua  cidade.  Tal   ficou  

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patente   no   facto   de   nunca   terem   sido   referidas   outras   candidaturas   semelhantes   já  indiciadas  em  outros  locais  do  País.  

Nas  últimas  semanas,  em  poucos  dias,  a  máscara  caiu.    

Vieira   da   Silva,   Vitalino   Canas,   Augusto   Santos   Silva,   Marques   Mendes,   Marques  Guedes,  Pedro  da  Vinha  e  Costa,  ou  seja  os  “pais  da  lei”,  vieram  a  público  explicitar  de  forma   radical   a   interpretação   da   mesma,   tornando   evidente   qual   o   espírito   do  legislador  (Vieira  da  Silva  em  declarações  ao  Diário  Económico,  14  de  Agosto  de  2012,  Vitalino  Canas  em  declarações  ao  JN,  2  de  Novembro  de  2012,  Luís  Marques  Mendes  no  seu  comentário  semanal  da  TVI  24,  25  de  Outubro  de  2012,  Marques  Guedes  em  declarações   à   Lusa,   1  de  Novembro  de  2012,   e  Augusto   Santos   Silva   em  palestra  na  Universidade  Católica  do  Porto,  13  de  Outubro  de  2012).  

Juristas  e  constitucionalistas  eminentes  como  Vital  Moreira,  Bacelar  Gouveia,  Vieira  de  Andrade,   João   Pacheco   de   Amorim,   entre   muitos   outros,   vieram   corroborar  insofismavelmente  a  mesma  tese  (através  do  Jornal  O  Público,  5  de  dezembro  de  2011,  e  de  pareceres  já  publicados).  

Finalmente,  nos  últimos  dias,  com  a  publicação  da  colecção  de  textos  doutrinais  com  origem   na   Faculdade   de   Direito   da   Universidade   de   Lisboa,   em   homenagem   ao  Professor   Jorge  Miranda,   em   capítulo   dedicado   em  exclusivo   ao   tema,   o   prestigiado  Professor   e   especialista   de   Direito   Público,   com   especial   enfoque   no   Direito   das  Autarquias  Locais,  o  Professor  Doutor  António  Cândido  de  Oliveira,  coloca  uma  pedra  em  cima  da  ignorância  ignomiosa:  “Os  titulares  (dos  cargos  de  Presidente  da  Câmara  Municipal   e   de   Presidente   da   Junta   de   Freguesia,   que   tenha   completado   três  mandatos  consecutivos)  não  estão  impedidos  de  se  candidatarem  a  outros  órgãos  ou  a   outras   autarquias.   Na   verdade,   a   limitação   de   mandatos   regulada   nesta   lei   diz  respeito   ao   exercício   de   cargos   na  mesma   autarquia.   A   lei,   tendo   em   conta   a   sua  história  e  os  termos  em  que  está  redigida,  nomeadamente  do  número  2  do  artigo  1º  pretende   apenas   evitar   a  manutenção   de   uma  mesma   pessoa   no  mesmo   lugar   de  uma  dada  autarquia”.  

Face  a  esta  panóplia  de  opiniões  unânimes  e  ilustres,  só  resta  aos  que  queriam  vencer  na  secretaria  defrontarem-­‐se  com  o  livre  arbítrio  do  voto  popular.  

Por  nós,  consideramos  este  assunto  politicamente  encerrado.  

 

Porto,  14  de  Novembro  de  2012.  

 

O  Secretariado  de  Apoio  à  Candidatura  de  Luís  Filipe  Menezes  à  Câmara  do  Porto