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Informação sobre a Lei de Limitação de Mandatos. Com a indicação dos diversos pareceres de vários constitucionalistas. Novembro 2012
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INFORMAÇÃO 1 – Limitação de mandatos
Face à adesão popular resultante da declaração de vontade de candidatura de Luís Filipe Menezes à Presidência da Câmara do Porto levantaram-‐se de imediato algumas, poucas e previsíveis, vozes suscitando o essencial do que seriam as críticas com que nos próximos meses tentariam inibir o lançamento da mesma.
Críticas desesperadas e completamente inconsistentes.
Para esses poucos, o candidato seria inadequado a um projecto de sucesso por ser “despesista”, confundindo realização de obra concreta com efeitos reprodutivos na economia com despesismo estéril e, pasme-‐se, seria inelegível por já ter três mandatos concluídos na autarquia Gaiense.
Ora a chamada lei da limitação de mandatos (Lei 46/2005) foi aprovada na decorrência de um acordo político entre o Governo Socialista, liderado por José Sócrates e o Partido Social Democrata, liderado por Luís Marques Mendes.
A intenção e a letra da lei são bem claras, até os opositores de Menezes se lembrarem de a esgrimir como arma de arremesso político, a mesma nunca suscitou dúvidas de interpretação.
Essa lei limita-‐se a impedir que um Presidente de Câmara ou um Presidente de Junta possam fazer mais de três mandatos consecutivos na comunidade territorial a que presidiam. Tal intenção, positiva, decorria da experiência que apontava para a perenização do poder sempre que o mesmo era exercido duradouramente num território muito circunscrito.
Ficou à época, completamente, claro que tal nunca impediria que o cidadão que houvesse sido presidente numa determinada área pudesse candidatar-‐se posteriormente a um outro território onde, obviamente, não detinha qualquer tipo de influência.
Pelo PSD participaram na construção dessa lei, entre outros, Luís Marques Mendes, Luís Marques Guedes e Pedro da Vinha e Costa. Pelo Governo Socialista participaram, entre outros, Vitalino Canas, Vieira da Silva, Augusto Santos Silva e Alberto Martins.
Face à clareza de princípios que norteou o trabalho destes interventores foi com espanto que se viu nascer, acerca de um ano, nos corredores da oposição à candidatura de Menezes, a tese mirabolante de que a intenção da lei era atingir individualmente o autarca e não o autarca enquanto líder de território. Gato escondido com rabo de fora! A única intenção da dúvida ardilosamente suscitada era a de contrariar a vontade da maioria do povo do Porto, que desejava ver uma candidatura de Luís Filipe Menezes à Presidência da Câmara da sua cidade. Tal ficou
patente no facto de nunca terem sido referidas outras candidaturas semelhantes já indiciadas em outros locais do País.
Nas últimas semanas, em poucos dias, a máscara caiu.
Vieira da Silva, Vitalino Canas, Augusto Santos Silva, Marques Mendes, Marques Guedes, Pedro da Vinha e Costa, ou seja os “pais da lei”, vieram a público explicitar de forma radical a interpretação da mesma, tornando evidente qual o espírito do legislador (Vieira da Silva em declarações ao Diário Económico, 14 de Agosto de 2012, Vitalino Canas em declarações ao JN, 2 de Novembro de 2012, Luís Marques Mendes no seu comentário semanal da TVI 24, 25 de Outubro de 2012, Marques Guedes em declarações à Lusa, 1 de Novembro de 2012, e Augusto Santos Silva em palestra na Universidade Católica do Porto, 13 de Outubro de 2012).
Juristas e constitucionalistas eminentes como Vital Moreira, Bacelar Gouveia, Vieira de Andrade, João Pacheco de Amorim, entre muitos outros, vieram corroborar insofismavelmente a mesma tese (através do Jornal O Público, 5 de dezembro de 2011, e de pareceres já publicados).
Finalmente, nos últimos dias, com a publicação da colecção de textos doutrinais com origem na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em homenagem ao Professor Jorge Miranda, em capítulo dedicado em exclusivo ao tema, o prestigiado Professor e especialista de Direito Público, com especial enfoque no Direito das Autarquias Locais, o Professor Doutor António Cândido de Oliveira, coloca uma pedra em cima da ignorância ignomiosa: “Os titulares (dos cargos de Presidente da Câmara Municipal e de Presidente da Junta de Freguesia, que tenha completado três mandatos consecutivos) não estão impedidos de se candidatarem a outros órgãos ou a outras autarquias. Na verdade, a limitação de mandatos regulada nesta lei diz respeito ao exercício de cargos na mesma autarquia. A lei, tendo em conta a sua história e os termos em que está redigida, nomeadamente do número 2 do artigo 1º pretende apenas evitar a manutenção de uma mesma pessoa no mesmo lugar de uma dada autarquia”.
Face a esta panóplia de opiniões unânimes e ilustres, só resta aos que queriam vencer na secretaria defrontarem-‐se com o livre arbítrio do voto popular.
Por nós, consideramos este assunto politicamente encerrado.
Porto, 14 de Novembro de 2012.
O Secretariado de Apoio à Candidatura de Luís Filipe Menezes à Câmara do Porto