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Limpeza e desinfecção de caixas d’água Engenheiro Plínio Tomaz 20 de abril de 2005 No Brasil e em outros países em desenvolvimento, são usados reservatórios domiciliares conhecidos como caixas d’água. Os países da civilização ocidental como os Estados Unidos, Canadá e da Europa não usam as chamadas caixas d’água. Na prática caixa d’água é coisa de pais subdesenvolvido como o nosso. Os países desenvolvidos não usam a caixa d’água porque ela é um foco de contaminação, pois, possibilita a transmissão de doenças veiculadas pela água, como o cólera, diarréia e outras. Parasitas como a giardia são comuns em caixas d’água. Tive oportunidade de presenciar muitas famílias contaminadas, estando a água do serviço público de boa qualidade. O foco de contaminação é a caixa d’água. Nos Estados Unidos o abastecimento de água é direto, isto é, a água da rede pública tem bastante pressão e chega a todos os pontos da casa. No Brasil como temos pouco recursos e baixa eficiência, há muita quebra de tubulações e um sem número de interrupções no abastecimento de água, que se torna importante que toda a casa tenha uma caixa d’água e portanto, o nosso abastecimento de água domiciliar é indireto. Um dos motivos pelo qual se faz a cloração da água dos serviços públicos é que a mesma faça a desinfecção dos canos de água nas ruas e ainda sobre cloro ativo para ir para a caixa d’água, onde ele é consumido rapidamente. Durante a fase em que surgiu o cólera no nordeste do Brasil há alguns anos, foi determinado pelo Ministério da Saúde, que o residual de cloro fosse dobrado, isto é, passasse de 0,5mg/litro para 1,0mg/litro. Tudo isto para garantir a desinfecção dos reservatórios domiciliares. A caixa d’água deve ficar sempre coberta com a tampa, pois é comum ver-se em reservatórios domiciliares restos de pombas, passarinhos e até urubus. Casos de aparecimento de ratos acontece em prédios de apartamentos e chegam a entupir os encanamentos de água. A solução aconselhada para nós que temos caixa d´água é no mínimo uma vez por ano fazer uma limpeza e desinfecção. O correto seria de 6 em 6 meses.

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Limpeza e desinfecção de caixas d’água

Engenheiro Plínio Tomaz 20 de abril de 2005

No Brasil e em outros países em desenvolvimento, são usados reservatórios domiciliares conhecidos como caixas d’água. Os países da civilização ocidental como os Estados Unidos, Canadá e da Europa não usam as chamadas caixas d’água. Na prática caixa d’água é coisa de pais subdesenvolvido como o nosso.

Os países desenvolvidos não usam a caixa d’água porque ela é um foco de contaminação, pois, possibilita a transmissão de doenças veiculadas pela água, como o cólera, diarréia e outras. Parasitas como a giardia são comuns em caixas d’água. Tive oportunidade de presenciar muitas famílias contaminadas, estando a água do serviço público de boa qualidade. O foco de contaminação é a caixa d’água.

Nos Estados Unidos o abastecimento de água é direto, isto é, a água da rede pública tem bastante pressão e chega a todos os pontos da casa. No Brasil como temos pouco recursos e baixa eficiência, há muita quebra de tubulações e um sem número de interrupções no abastecimento de água, que se torna importante que toda a casa tenha uma caixa d’água e portanto, o nosso abastecimento de água domiciliar é indireto.

Um dos motivos pelo qual se faz a cloração da água dos serviços públicos é que a mesma faça a desinfecção dos canos de água nas ruas e ainda sobre cloro ativo para ir para a caixa d’água, onde ele é consumido rapidamente. Durante a fase em que surgiu o cólera no nordeste do Brasil há alguns anos, foi determinado pelo Ministério da Saúde, que o residual de cloro fosse dobrado, isto é, passasse de 0,5mg/litro para 1,0mg/litro. Tudo isto para garantir a desinfecção dos reservatórios domiciliares.

A caixa d’água deve ficar sempre coberta com a tampa, pois é comum ver-se em reservatórios domiciliares restos de pombas, passarinhos e até urubus. Casos de aparecimento de ratos acontece em prédios de apartamentos e chegam a entupir os encanamentos de água.

A solução aconselhada para nós que temos caixa d´água é no mínimo uma vez por ano fazer uma limpeza e desinfecção. O correto seria de 6 em 6 meses.

A limpeza é fácil de entender e de fazer, mas e a desinfecção? Também é fácil. Deve-se usar para isto água sanitária, que se compra nos supermercados. Use então, um litro de Cândida, Qboa ou qualquer outra em 1000 litros de água, deixando a água parada durante umas duas horas. Esvazie depois jogando a água fora, isto é, não bebendo a água com que foi feita a desinfecção e a sua caixa d’água está limpa e desinfetada.

Em casos de estabelecimentos com grande número de pessoas, como prédios de apartamentos, escolas, hospitais, restaurantes, hotéis, etc um comprovante da limpeza e desinfecção executada deveria estar afixada em local de acesso do público.

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Curso de limpeza e desinfecção de reservatórios domiciliares de água potável

Objetivo: dotar o aluno de conhecimentos básicos sobre técnicas modernas de proteger, limpar e desinfetar reservatórios de água potável domiciliares. Mostrar a forma correta de se manusear os equipamentos e produtos utilizados na limpeza e desinfecção em reservatórios até 5.000 litros.

Público alvo: o curso é destino a pessoas com curso fundamental básico.Carga horária: 16h

Intervalo para almoço e café.

Transporte: gratuito

Certificado: fornecido pelo CREA e ASSEAG

Nível: ser alfabetizado e maior que 18anos. Fundamental

Conteúdo pragmático:1. Noções básicas 2. Legislação: estadual e municipal3. Doenças de veiculação hídrica4. Agentes desinfetantes5. Impermeabilização de reservatórios6. Procedimentos para proteção e limpeza de reservatórios7. Desinfecção de reservatórios8. Materiais e equipamentos9. Análises

Número de vagas: 30 Custo: zero

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O que é Impermeabilização? Impermeabilização é a aplicação de um produto para manter as paredes e pisos dos reservatórios protegidas contra a ação do tempo e outros fatores de depreciação.

Porque executar este serviço? Todo reservatório de água potável possui uma pressão interna e externa que trabalha variando com a quantidade de água existente no reservatório, e com a temperatura na qual ele se encontra. Com essas mudanças de pressão e temperatura, as paredes e piso dos reservatórios sofrem uma dilatação que causará rachaduras e fendas na armação de concreto existente. Alem destes fatores, o clóro que apesar de não possuir um dosagem tão alta, tambem tem ação corrosíva sobre a armação de concreto. Devido a tudo isso, é necessário que seja realizada a Impermeabilização do reservatório, e a verificação de seu estado semestralmente.

Qual produto devo utilizar para Impermeabilizar o reservatório? Existem vários produtos impermeabilizantes, mais o principal é que o produto utilizado tenha as seguintes características:

Durabilidade: O produto deve ter uma alta durabilidade devido a dificuldade de sua aplicação. Diferente de uma Limpeza e desinfecção de reservatórios de água, a Impermeabilização necessita de um prazo maior de execução, podendo em determinados serviços impedir o uso do reservatório trabalhado por muitas horas.

Flexibilidade: O impermeabilizante deve possuir elásticidade. Como o reservatório de água trabalha com uma dilatação, o produto deve proteger a estrutura deste reservatório, acompanhando esta dilatação e impedindo o aparecimento de infiltrações

Resistência: O produto deve possuir grande resistência, pois a pressão existente no interior e exterior do reservatório como a mudança de temperatura são muito altas e no caso de um produto não resistente o aparecimento de fendas e rachaduras seriam inevitáveis.

Potabilidade: Não pode existir nenhuma mudança na qualidade da água armazenada nos reservatórios, o produto utilizado deve manter o mais alto padrão de potabilidade da água armazenada.

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Método de limpeza e desinfecção

Instruções para Desinfecção de Reservatórios Domiciliares

1. Esvaziar e limpar o reservatório, retirando o lodo, escovando as paredes e enxugando-o, de modo aeliminar toda a sujeira.

2. Deixar entrar nova água e, uma vez cheio o reservatório, fechar a entrada pelo registro ou amarrando a bóia.

3. Adicionar 4 (quatro) litros de água de lavadeira clorada para cada metro cúbico de água do reservatório.Na desinfecção de reservatório, a água de lavadeira poderá ser substituída pelo hipoclorito de sódio a 10%. Neste caso, ao invés de 4 (quatro) litros de água de lavadeira, deve-se utilizar 1,0 litro de hipoclorito de sódioa 10% para cada metro cúbico de água. (1.000 litros).

4. Tampar o reservatório adequadamente, impedindo o acesso de poeira, insetos, água de chuvas e qualquer outro elemento estranho.

5. Esperar 4 (quatro) horas e, findo esse prazo, abrir todas as torneiras do interior da residência para esgotar o reservatório e auxiliar a desinfecção das tubulações.

6. Liberar a entrada de água e encher novamente o reservatório.7. A água já está pronta para consumo.

Porque é necessário realizar a limpeza e desinfecção dos reservatórios de água? Após testes realizados em toda a rede de abastecimento em diversos pontos da nossa cidade, foi verificado que a água fornecida pela Companhia se encontra limpa e desinfetada, e que existem muitos reservatórios localizados em edificações comerciais e residenciais, que apresentam Coliformes Totais e Fecais, colocando em risco a saúde de quem utiliza a água destes reservatórios.

Qual o motivo destes reservatórios não possuírem boa qualidade na água reservada? Muitos reservatórios possuem uma situação irregular. Estão localizados

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próximos a fossas ou tubulações de escoamento, não possuem tampas para evitar a entrada de detritos e animais, são muito antigos e apresentam fendas e rachaduras possibilitando a entrada de água contaminada, principalmente em época de chuvas, não são limpos e desinfetados dentro de um tempo minimo de 06 (seis) meses. E muitos outros fatores que prejudicam a qualidade da água.

Como manter a água limpa? Os reservatórios de água existentes em sua edificação devem possuir paredes e piso Impermeabilizados. A tampa de entrada destes reservatórios deve ser de material resistente com uma base ao seu redor, evitando a entrada de animais e detritos como também água proveniente de chuva ou de limpezas no piso onde ela esta enterrada. A Impermeabilização deste reservatórios tem de estar em boas condições, não podendo apresentar fendas ou rachaduras.A Limpeza e Desinfecção, assim como o teste Bacteriológico deve ser realizado num período mínimo de 06 (seis) meses, por uma empresa especializada que tem o dever comunicar ao responsável da edificação qualquer irregularidade, e entregar um certificado de execução se os reservatórios se encontrem em boas condições.

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Legislação básicaCentro de Vigilância Sanitária CVS-36 de 27/06/91Obriga a limpeza e desinfecção de reservatório domiciliar a cada 6

meses

PUBLICADO EM D.ºE.; SEÇÃO 1; SÃO PAULO – 27/10/91

CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Comunicado CVS-36. De 27/06/91

A Diretoria Técnica do Centro de Vigilância Sanitária, considerando a necessidade de implementação das Áreas de Vigilância Sanitária e objetivando a higienização e desinfecção dos reservatórios de água domiciliares, e,

considerando a periculosidade do virtual risco de transmissão de doenças de veiculação hídricas , via a utilização da água de consumo, recurso indispensável em sua propagação, torna público o informativo Técnico 1/91 do Programa Pró-Água para divulgação à rede de Saúde e outros:

Desinfecção de Reservatório Domiciliar.I – Quando é necessário realizar a desinfecçãoQuando o reservatório estiver sujo.Quando houver suspeita ou confirmação de poluição da água do reservatório;Quando algum objeto ou animal cair dentro do reservatório; Periodicamente como medida preventiva, onde o intervalo máximo entre as lavagens de limpeza deve ser de 6 meses.Reservatório DomiciliarO reservatório deve estar sempre limpo; O reservatório deve estar sempre coberto com tampa, a fim de impedir a entrada de objetos e, principalmente animais;2 - Alguns aspectos importantes para a proteção sanitária do reservatório domiciliar.Nota – As paredes e a tampa do reservatório deverão ser constituídas de material inerte a ação da água. Deverão, igualmente, ser opacos à penetração de luz, de modo a impedir a proliferação de algas.3 – Técnica de desinfecção3.1 Cálculo de capacidade do reservatórioVerifique as dimensões do reservatório: altura, largura e comprimento.Calcule o volume multiplicando as 3 dimensões (altura, largura e comprimento, multiplique o valor achado por 1000)Ex: volume = altura do nível da água x largura (litros) (metro) (metro) x comprimento 1000 (metro)

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3.2 Lavagem do ReservatórioFechar o registro no cavalete ou amarrar a bóia para impedir a entrada de água;Esvaziar o reservatório;Lavar cuidadosamente o interior do reservatório com água e escova esfregando bem as paredes, a fim de eliminar toda a sujeira aderida nas paredes do reservatório (não utilizar escovas de aço para não abrasar as paredes do reservatório).Nota – Nunca use sabão, detergente ou similar para essa operação, pois poderá permanecer nas paredes do reservatório e posteriormente na água armazenada.3.3. Cálculo da quantidade do desinfetante a ser utilizadoEncher o reservatório e adicionar, por intermédio de um recipiente de plástico, água sanitária, respeitando a relação 1 litro do produto para cada 1.000 litros de água do reservatório;Promover a agitação do líquido, de modo a promover uma adequada homogeneização da solução desinfetante com água do reservatório;Manter essa solução em contato com a água durante um período de tempo superior a 2 horas;Transcorrido esse tempo, esvaziar totalmente o reservatório;

O esvaziamento deverá ser realizado, de preferência, mediante a abertura de todos os pontos de utilização de água do domicílio (torneiras, vaso sanitário etc.), de modo a promover a desinfecção das tubulações;Esta água não deverá ser utilizada como bebida ou para higiene pessoal;Encher novamente o reservatório e utilizar sua água normalmente.4 – Cuidados GeraisA desinfecção do reservatório implica na manutenção da mesma qualidade da água que chega no cavalete;

Na compra e escolha do produto químico empregado, utilize somente aquele de procedência confiável com registro expedido pelo Ministério da Saúde;Não utilize produtos químicos adquiridos de vendedores ambulante e outros não confiáveis;Armazene o produto químico conforme instruções do fabricante, tendo o cuidado de colocá-lo longe do alcance de crianças e animais.

5 – Cuidados no Manuseio do Produto QuímicoNo preparo da solução diluída de cloro utilize sempre luvas;No preparo da solução diluída de cloro sempre utilize recipientes plásticos ou vidros, nunca metálicos, pois o cloro ataca os metais;Quando à limpeza das paredes do reservatório, tenha sempre o cuidado de ter escova e botas limpas;Mantenha sempre afastados, crianças e animais no preparo e realização da desinfecção;Acidentes com produtos químicos:Queimadura – lavar abundantemente com água corrente.Nos olhos – lavar abundantemente com água corrente e procure médico.Inalação – afastar-se do produto e procurar local arejado.

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Ingestão – fazer bochechos com água e ingerir 4 copos de água e procurar médico.AnexoCaso utilize outro produto para desinfecção como por exemplo:Hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio, cal clorada, utilize a seguinte fórmula:

G = C x L________% cloro x 10

onde:G – quantidade do produto químico (grama)C – concentração inicial de 25 mg/1 (mínimo)L – Volume de água (litros)(Republicado por ter saído com incorreções)

Palácio dos Bandeirantes, 00 de 00 de 0000MÁRIO COVAS

José da Silva GuedesSecretário de Estado da Saúde

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Resolução SS 65 , de 12 de Abril de 2005.

( Publicado no D.O.E de 13/04/2005, seção 1. pág. 18 )

Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano no Estado de São Paulo e dá outras providências.

O Secretário da Saúde, com fundamento no inciso VI do artigo 200 da Constituição Federal e na Portaria 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde, e:

Considerando a importância de garantir que a água destinada ao consumo humano atenda ao padrão de potabilidade e esteja sujeita ao controle e vigilância previstos pela legislação e pelas normas específicas, como medida de prevenção de doenças e promoção da saúde;

Considerando os deveres e obrigações dos níveis federal, estadual e municipal na vigilância da qualidade da água para consumo humano em sua área de competência, conforme Portaria MS 518/2004, ou diploma legal que vier a substituí-la;

Considerando os deveres e obrigações do responsável pela operação de sistema e/ou solução alternativa de abastecimento de água, conforme Portaria MS 518/2004 , ou diploma legal que vier a substituí-la;

Considerando que todo e qualquer sistema de abastecimento de água, seja público ou privado, individual ou coletivo, está sujeito à fiscalização da autoridade sanitária competente em todos os aspectos que possam afetar a

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saúde pública conforme disposto no Artigo 18 da Lei Estadual 10083/98, ou diploma legal que vier a substituí-la;

Considerando que o Centro de Vigilância Sanitária , no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde, é o responsável pela coordenação, acompanhamento e normalização do PROÁGUA- Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, conforme disposto na Resolução Estadual SS 45 de 31/01/1992;

Considerando a relevância das ações desenvolvidas pelo Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano “PROÁGUA” no Estado de São Paulo, no contexto das ações integrais de saúde;

Considerando os princípios e diretrizes do SUS, conforme Lei federal 8080 de 19/09/1990;

Considerando a publicação da Portaria MS 518 de 25 de março de 2004

que revogou a Portaria MS 1469 de 29 de dezembro de 2000 ;

Considerando a necessidade de adequar os procedimentos do PROÁGUA à legislação vigente, no tocante à relação entre os responsáveis pelos Sistemas e Soluções Alternativas de Abastecimento de Água, os Consumidores e a Autoridade Sanitária, resolve :

Artigo 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

I. Água potável: Água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde.

II. Sistema de abastecimento de água para consumo humano: instalação composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à distribuição canalizada de água potável para

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populações, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão.

III. Solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano: toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fontes, poços comunitários, distribuição por veículo transportador, instalações condominiais horizontais e verticais, estabelecimentos comerciais, industriais, prestadores de serviços e destinados ao lazer.

Artigo 2º - É dever e obrigação da Secretaria de Estado da Saúde promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água para consumo humano em sua área de competência, em articulação com o nível municipal e os responsáveis pelo controle de qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS e Portaria MS 518/2004 , ou diploma legal que vier a substituí-la.

Artigo 3º - É dever e obrigação da Secretaria Municipal de Saúde exercer a vigilância da qualidade da água para consumo humano em sua área de competência, em articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da água, nos termos da legislação que regulamenta o SUS e Portaria MS 518/2004 , ou diploma legal que vier a substituí-la.

. Artigo 4º - É dever e obrigação do responsável pela operação do

sistema e/ou solução alternativa de abastecimento de água exercer o controle da qualidade da água de acordo com a Portaria MS 518/2004, ou diploma legal que vier a substituí-la.

.Artigo 5º - É dever do usuário, construir e/ou manter, as instalações

hidráulicas e sanitárias de seu imóvel em condições que garantam a manutenção da qualidade da água fornecida, bem como evitar o comprometimento da qualidade da água na rede de distribuição do sistema ou solução alternativa de abastecimento de água.

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Artigo 6º - Cabe ao(s) responsável(is) pela operação de sistema e/ou solução alternativa de abastecimento de água apresentar a autoridade sanitária municipal de sua localidade, os seguintes documentos:

I – Anualmente, até o dia 20 de março, o cadastro atualizado conforme modelo Anexo I.

II – Anualmente, até o dia 20 de janeiro, o plano de amostragem do ano corrente, da saída do tratamento e da rede de distribuição/ pontos de consumo, conforme modelo Anexo II.

III – Mensalmente, até o dia 20 de cada mês, o relatório mensal referente ao

mês anterior do controle da qualidade da água da saída do tratamento e da

rede de distribuição/pontos de consumo, conforme modelos Anexos III e IV.

Parágrafo único: Os sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água que realizam número de análises superior ao mínimo estabelecido pela Portaria MS 518/2004, ou instrumento normativo que vier a substituí-la, devem apresentar, nos relatórios, a totalidade das analises efetuadas e respectivos resultados analíticos.

Artigo 7º - A autoridade sanitária municipal a seu critério e a qualquer tempo realizará inspeção nos sistemas e nas soluções alternativas de abastecimento de água de modo a avaliar o potencial de risco para a saúde pública, notificando os responsáveis pelos sistemas e soluções alternativas a sanar a(s) irregularidade(s) detectada(s).

Artigo 8º - A autoridade sanitária municipal deve solicitar aos responsáveis pelos sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água a apresentação de dados sobre outros parâmetros de qualidade de água no caso de suspeita ou comprovação de presença de agentes físicos, químicos, biológicos e radioativos na saída do tratamento, na rede de distribuição ou no manancial.

Artigo 9º - A autoridade sanitária municipal deve encaminhar a Vigilância Epidemiológica do seu município, os resultados anômalos dos parâmetros microbiológicos, resultante das análises de controle e vigilância, e outros resultados que aquela julgar necessário, com os respectivos

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endereços de ocorrência para verificação de impactos a saúde decorrentes da anomalia identificada.

Parágrafo único - A autoridade sanitária municipal deve encaminhar, trimestralmente, ao responsável pelo Programa de Saúde Bucal do município, dados referentes ao monitoramento dos teores de flúor, das águas destinadas ao consumo humano.

Artigo 10 - Cabe a autoridade sanitária municipal a manutenção

atualizada dos registros no sistema de informações de qualidade da água,

definido pelo nível federal e/ou estadual, e o envio de informações das ações

do “PROÁGUA” desenvolvidas pelo município, à autoridade sanitária

estadual regional.

Artigo 11 - Os veículos transportadores de água deverão atender a Portaria MS 518/2004 e a Resolução Estadual SS 48 de 31/03/99, ou instrumento normativo que vier a substituí-las.

Artigo 12 -. Ficam os sistemas de abastecimento de água obrigados a

manter a concentração de íon fluoreto no intervalo 0,6 a 0,8 mg/L.

Parágrafo Único. Outros teores serão aceitos mediante comprovação do atendimento da Portaria 635/BSB de 26/12/75 e Resolução Estadual SS 250 de 26/04/1995, ou instrumento normativo que vier a substituí-las.

Artigo 13 - Para fins de determinação de trihalometanos (THM), na rede de distribuição, deverão ser eleitos como local de amostragem os pontos de consumo mais distantes da entrada da rede e/ou dos reservatórios de distribuição, respeitando os critérios para elaboração do Plano de Amostragem constantes na Portaria MS 518/2004, ou instrumento normativo que vier à substituí-la.. Artigo 14 – Fica proibida a utilização de dados de qualidade da água

pelo consumidor, para propaganda, comercialização de produtos ou outros fins

que possam prejudicar o desempenho e a qualidade do serviço prestado pelo

sistema e/ou solução alternativa de abastecimento de água.

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Artigo 15 - O não atendimento ao estabelecido na presente resolução,

pelos responsáveis dos sistemas ou soluções alternativas de abastecimento de

água, constitui infração sanitária, com sanções administrativas previstas em

legislação especifica.

Artigo 16 - Os dispositivos constantes nesta Resolução tem como

referência a Portaria Federal MS 518 de 25 de março de 2004, ou outro

diploma legal que vier a substituí-la, complementá-la ou alterá-la desde que a

presente Resolução não apresente disposições em contrário à legislação em

vigor no âmbito nacional.

Artigo 17- Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação ficando revogada a Resolução SS 04/2003 e disposições em contrário, retroagindo seus efeitos a 25 de março de 2004.

JOSÉ DA SILVA GUEDESSecretário de Estado da Saúde

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Limpeza de caixa de água ?

Limpeza de caixa de água

Portaria CVS-6/99 de 10/03/99 (Portaria Estadual)

Lei n° 10.770 de 08/11/89 (Município de São Paulo) A limpeza de caixa de água deve ser feita pelo menos a cada

06 meses (conforme portaria estadual). Já no município de São Paulo é obrigatório o controle de limpeza, desinfecção e conservação de caixas de água a cada período de 360 dias. O controle/limpeza deverá ser feito através de empresas credenciadas e estas ficam obrigadas a emitir certificados de limpeza e conservação de caixas de água ou reservatórios declarando-os em condições higiênicas sanitárias favoráveis para o recebimento de água potável pela SABESP.

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SANEAMENTO BÁSICO

CONCEITOS

É o controle de todos os fatores do meio físico do homem que podem prejudicar a sua saúde.OMS: É o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem efeito deletério sobre seu bem estar físico, mental ou social.SAÚDE: É o estado de completo bem estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de enfermidades.SAÚDE PÚBLICA: Ciência de promover, recuperar e proteger a saúde da população.

IMPORTÂNCIA DO SANEAMENTO BÁSICO

Indispensável para a manutenção da saúde humana.A implantação dos sistemas públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e destino adequado do lixo traz uma rápida e sensível melhoria na saúde e condições de vida de uma população. Como exemplo, podemos citar: Controle e prevenção de doençasPromoção de hábitos higiênicos Desenvolvimento de esportesMelhoria da limpeza públicaManutenção de praças e jardinsCombate a incêndiosCombate aos vetores

ÁGUA

Recurso natural, indispensável à vida. (cerca de 70% do corpo humano é constituído de água).

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No globo terrestre apenas 1% da água está disponível para consumo humano, os 99% restantes estão sob forma de geleiras (2%), oceanos e mares (97%)

Impurezas da água:

Origem física: relacionadas com a cor, turbidez, sabor, odor e temperatura.Origem química: presença de sais, cloretos, fluoretos, metais pesados e outros compostos químicos.Origem biológica: presença de microorganismos como bactérias, vírus, protozoários e vermes causadores de doenças no homem.

POLUIÇÃO DA ÁGUA

Água de poços e nascentes: Cuidados com relação à proximidade de poços e nascentes com fossas e cursos de água contaminadosDesequilíbrios ecológicos:

Consumo bioquímico de oxigênioContaminação por produtos químicosAspecto da água: TurvoLímpidoAutodepuração:

É o processo de transformação dos esgotos e resíduos orgânicos que são lançados nos cursos de água resultando na formação de pequenas quantidades de sais minerais dissolvidos na água. Podemos dizer que é um processo natural de depuração que depende do volume da carga poluidora, do espaço de tempo e da extensão do rio, fazendo com que as águas voltem às suas características naturais.

ESGOTO

É a água que contém dejetos produzidos pelo homem. Também chamado de água servida.O esgoto vem das pias e banheiros das residências, restaurantes, escritórios e fábricas.A maior parte dos esgotos contém produtos químicos nocivos e bactérias causadoras de doenças.Esgotos - rios, córregos, ribeirões, oceanos.

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Ideal - tratamento antes de ser lançado na águaNão tratado tem odor e aparência desagradáveis e mata peixes, plantas aquáticas, etc.Contaminação: QuímicaBiológicaSistemas coletores sanitários: UrbanoRuralFossa Séptica - é um tanque de concreto ou aço, enterrado e exclusivo de cada casa ou prédio.Quando enche, deve ser limpa através de bombeamento, ou então depositado seu conteúdo em locais afastados de núcleos habitacionais e dos mananciais de abastecimento, para evitar contaminação. A HIGIENE É O MELHOR REMÉDIO

Usar água fervida para beber, preparar alimentos, escovar os dentes e lavar a boca. A água para beber deve ser conservada em recipiente limpo e com tampa.Evitar o consumo de alimentos duvidosos quanto à higiene em seu preparo. Lavar as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos, antes de comer, depois de usar o banheiro.Lavar bem todos os alimentos antes do preparo e principalmente se forem consumidos crus.Guardar os alimentos em refrigeradores, armários ou outros locais de proteção para que não fiquem expostos a insetos e poeiras.Somente defecar em instalações sanitárias. Na impossibilidade, enterrar as fezes. As roupas de doentes devem ser lavadas separadamente e desinfetadas.Comer somente carne bem passada e sabidamente inspecionada.Manter limpa a casa e o terreno ao redor, evitando a presença de moscas e outros insetos, roedores, e animais perigosos.Conservar as mãos sempre limpas, as unhas aparadas e evitar colocar a mão na boca.Não deixar as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou em água poluída. Andar sempre com os pés calçados.Procurar periodicamente um médico ou posto de saúde.

HISTÓRICO

No antigo Egito, há aproximadamente 3.500 anos já era utilizada uma espécie de creme dental, na verdade uma mistura feita com pedra triturada e vinagre. O sabão é conhecido há mais de 2600 anos. Habitantes da Fenícia, região que corresponde hoje a uma parte do Oriente Médio Tomavam banho com uma pasta feita com banha de cabra fervida com cinza de madeira.

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Menos da metade da população do Brasil usa sabonete. A média é de 24 sabonetes por ano. Em alguns países europeus, a média é apenas 4 sabonetes anualmente.

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Saneamento e Higiene.1. Introdução: - Conceitos 2. Água no Planeta- Poluição da água- Autodepuração dos cursos d'água- Água potável- Padrões de potabilidade- Tratamento da água3. Higiene:- Doenças de Veiculação Hídrica- O Homem como parte da natureza.

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O que é Saneamento Básico? É o controle de todos os fatores do Meio Físico do Homem que podem prejudicar a sua saúde. É a solução dos problemas relacionados estritamente com o abastecimento de água, disposição dos esgotos e do lixo das comunidades humanas. Segundo a OMS : "É o controle de todos os fatores do meio físico do Homem que exercem efeito deletério ( prejudicial ) sobre seu bem estar físico, mental ou social ".SAÚDE : é o Estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças.SAÚDE PÚBLICA : Ciência de promover, recuperar e proteger a saúde da população.Importância do Saneamento BásicoÉ indispensável para a manutenção da saúde humana.A implantação de sistemas públicos de abastecimento de água traz uma rápida e sensível melhoria na saúde e condições de vida de uma população esgotam. Sanitário e destino adequado do lixo. Como exemplos podemos citar:. Controle e prevenção de doenças;. Promoção de hábitos higiênicos ( como asseio corporal, por exemplo );. Desenvolvimento de esportes, como a natação.. Melhoria da limpeza pública;. Manutenção de praças e jardins;. Combate a incêndios, etc.;. Combate aos vetores de doenças infecciosas.Além do tratamento de água também deverá se fazer presente o sistema de esgotamento sanitário, composto pelas redes coletoras de esgoto, estações de tratamento de esgoto, coleta regular de lixo, aterros sanitários ou usinas de lixo, etc.Segundo dados do JB de 05/03/93:- Para se acabar com a epidemia de cólera , seria necessário investir US$15 bilhões em Saneamento básico nos próximos 10 anos "...A ÁGUA: A água como o ar é um recurso natural, presente em toda a biosfera ( solo ar, seres vivos, etc.). Indispensável ã vida, pode se tornar prejudicial quando não tratada devidamente. Daí ser a qualidade da água tão importante quanto a sua quantidade. O homem inadvertidamente, vem poluindo as águas, contribuindo para o surgimento de muitas alterações nos recursos hídricos, provocando a destruição total ou parcial da vida ali existente. Pela intensidade poluidora, podemos destacar alguns tipos de poluição hídrica : natural, termal, esgotos, industrial e por agrotóxicos. A qualidade dos Recursos Hídricos não é responsabilidade exclusiva dos poderes públicos; devemos nos organizar em comunidades; para defender, conservar e desfrutar de um ambiente saudável. Dados da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental atestam que o Brasil gasta anualmente cerca de R$2,5 bilhões no tratamento de doenças causadas pela falta de Saneamento Básico. Se todo esse dinheiro

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fosse gasto com obras para melhoria do Sistema de água, lixo e esgoto, cujas condições atuais são responsáveis por 80 % de doenças que afetam a população brasileira, certamente o Brasil estaria mais perto do primeiro mundo. Na realidade, não se encontra na natureza água totalmente pura. Ela sempre contém impurezas que podem ser de origem física, química ou biológica. Os manuais definem como água potável, aquela que apresenta impurezas abaixo dos valores máximos permitidos, não causando malefícios ao homem - boletim de análises. As impurezas de natureza física estão relacionadas a cor, turbidez, sabor, odor e temperatura. As impurezas químicas resultam da presença de sais, cloretos, fluoretos, metais pesados e outros compostos químicos. As impurezas biológicas são microorganismos como bactérias, vírus, protozoários e vermes, que podem causar uma variada gama de doenças.Poluição da Água: Os povos primitivos associaram a idéia de águas sujas com a transmissão de doenças. Eles observaram que, em época de chuva, quando as águas se tornavam barrentas, ocorriam epidemias de febre tifóide e outras doenças nas populações que bebiam essas águas. Atualmente, essa coincidência entre o mau aspecto das águas e a transmissão de doenças nem sempre ocorre, pois os esgotos vão para os rios, através de tubulações, independentemente das chuvas. Assim sendo, as águas podem ser turvas sem conter patogênicos ou podem ser contaminados por patogênicos sem ficarem turvas ( quando a quantidade de esgoto é pequena em relação ao volume da água do rio ). A falsa idéia de que somente as águas com alterações do sabor a da sua qualidade estética podem transmitir doenças pode ter, ás vezes, graves conseqüências. Muitas pessoas preferem, por exemplo, beber água cristalina e nascentes ou de poços em lugar de torneira que é tratada e distribuída pelos serviços públicos. Freqüentemente, entretanto, a água dos poços e nascentes é contaminada pela proximidade de fossas e lançamentos de esgotos. A contaminação se dá por infiltração através do solo, de tal maneira que as partículas em suspensão ( causadoras de turbidez ) ficam retidas neste, enquanto que as bactérias e vírus, por serem muito menores, atravessam o solo atingido a água do poço ou da nascente que, embora "limpa" passará a transmitir doenças. Além do aspecto estético de doenças, a poluição pode causar também desequilíbrios ecológicos. Geralmente isso ocorre quando são lançadas ao rio grandes quantidades de resíduos orgânicos. A matéria orgânica é geralmente biodegradável seja ela proveniente de esgotos, ou qualquer outra origem, como restos de alimentos ou produtos industriais ( açúcar por exemplo ). Sendo biodegradável, ela pode ser utilizada como alimento pelos microorganismos decompositores da água ) bactérias, fungos e outros seres saprófitos que vivem e proliferam normalmente nas áreas ). Quanto maior for a quantidade de matéria orgânica lançada à água, maior o número de microorganismos que aí se desenvolverão. Esses microorganismos respiram, consumindo o oxigênio dissolvido na água. Assim sendo, quanto maior a quantidade de matéria biodegradável, maior o número de decompositores e

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maior o consumo de oxigênio.Como a água constitui um ambiente pobre em oxigênio ( por causa da baixa solubilidade deste ) esse excessivo consumo respiratório pode causar a extinção de todo o oxigênio dissolvido. O que ocasiona a conseqüente morte dos peixes e outros seres aeróbicos. O principal aspecto a merecer a nossa atenção é que a morte dos peixes neste caso, não é provocada pela presença de tóxicos ou de qualquer substância nociva, mas sim pelo excesso de alimentos no meio. Uma usina de açúcar pode poluir um rio por lançar nele nada mais do que açúcar. Trata-se, pois. De um desequilíbrio ecológico e não de um envenenamento das águas e esta é a causa mais freqüente de morte de rios poluídos. Esse tipo de poluição não é nociva ao homem, diretamente, pois este não faz parte dos ecossistemas aquáticos. Apenas os organismos que respiram dentro do ambiente líquido são afetados. Indiretamente, entretanto, o homem é prejudicado, seja pelo desaparecimento dos peixes que constituem uma importante fonte de alimento protéico, seja pelas dificuldades que a poluição em geral pode provocar em relação ao tratamento da água para abastecimento.O Aspecto Turvo da Água não significa necessariamente contaminação

O homem desde épocas imemoriais, sempre teve uma grande preocupação com respeito ao aspecto ao aspecto estético das águas que bebe. Antigas civilizações há milênios já empregam métodos de filtração ou decantação para remover a turbidez provocada por partículas em suspensão da água. O que realmente causa dano á saúde humana ou de animais que bebem a água poluída, são as substâncias tóxicas ( venenos ) e microorganismos patogênicos que ela pode conter. Ambos, porém, são invisíveis a olho nu, não alterando as características estéticas da água.Veiculação Hídrica de Organismos Patogênicos

Microorganismos patogênicos não se reproduzem nem vivem por muito tempo nas águas. Nelas são encontradas porque foram introduzidos através dos esgotos ou resíduos que contenham fezes humanas de pessoas doentes, pois o ambiente favorável à vida é a proliferação desses seres é o próprio corpo humano. Uma vez expelidos para o ambiente externo, solo ou água, eles geralmente vivem pouco tempo, embora o suficiente, muitas vezes para que sejam ingeridos por outra pessoas que se tornará assim contaminada, adquirindo doença provocada por eles. Quando não existem sistemas adequados de afastamento de esgotos e dejetos estes são lançados ao solo, nas imediações das casas de moradia. As águas de chuvas, lavando a superfície, transportam esses resíduos para os rios juntamente com partículas de terra e outros detritos. Dessa forma, as águas dos rios além de ficarem turvas por causa da terra, ficam também contaminadas com dejetos e com microorganismos pataog6enicos procedentes de pessoas doentes. Nessas condições as águas passam a veicular bactérias, protozoários, ovos e formas imaturas de vermes nocivos ao homem e a outros animais.

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As Doenças de Transmissão HídricaA Água atua como veículo do agente infeccioso.As Doenças de Origem Hídrica São decorrentes de contaminantes tóxicos eventualmente presentes na água.Principais agentes e doenças causadas por eles:Vírus: Poliomielite, Hepatite Infecciosa.Bactérias: Febre Tifóide, Desinteria Bacilar, Leptospirose, Cólera, Gastroenterites, etc.Protozoários : Desinteria Amebiana, Giardíase, etc.

Cólera: A Doença: O bacilo Víbrio Cholerae instala-se nas paredes do "intestino Delgado produz substâncias tóxicas, as enterotoxinas. Ao multiplicar-se, o Vibrião provoca intensa diarréia. Nos casos graves, pode ocorrer a perda de 10 a 20 litros de água por dia em condições normais, o organismo perde e , em seguida, recupera cerca de 2,5 litros de água por dia. A Contaminação: Ocorre através da ingestão de água ou alimentos, inclusive frutos do mar, contaminados. O vibrião colérico atinge a água por meio de fezes humanas, vômitos ou dejetos portadores do bacilo. Até mesmo insetos que pousam em fezes infectadas podem contaminar os alimentos. Os indivíduos são mais afetados onde é freqüente a falta de água e esgoto. A prevenção: Os epidemiologistas recomendam a fervura da água e o tratamento com cloro. O leite deve ser fervido, e os alimentos crus, como peixes ou frutos do mar, devem ser rigorosamente evitados. A organização Mundial da Saúde não recomenda o uso da vacina anticólera por causa da sua baixa eficácia. Confere imunidade a apenas 50% dos vacinados.

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Água

“ A água e a saúde da população são duas coisas inseparáveis. A disponibilidade de água de qualidade é condição indispensável para a própria vida e, mais do que qualquer outro fator, a qualidade da água condiciona a qualidade da vida.” (OPAS/OMS – Água e Saúde, Washington, D.C., 1998).

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Saneamento e saúde

A saúde e o ambiente são temas transversais, que exigem a integração dos diversos setores afins em torno de questões, desafios e problemas comuns. A qualidade de vida e o ambiente equilibrado exigem a intersetorialidade. Por isso, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu como competência do Sistema Único de Saúde (SUS) participar na formulação da política e da execução das ações de saneamento, criando condições para a integração das áreas de saneamento e de saúde. Essa determinação teve como principal objetivo tratar o saneamento no âmbito da política de saúde, colocando o problema sanitário do país para além dos estreitos limites da assistência médica curativa (área de saúde) e das grandes obras de infra-estrutura (área de saneamento).

A abordagem de forma intersetorial, como prevê a Constituição, pretende dar condições para uma ação mais eficaz e racional por parte das áreas envolvidas com o tema, de forma a reduzir os grandes problemas causados com a elevada prevalência de doenças infecciosas e parasitárias, sabidamente causadas pela carência de água e ambiente adequados.

A responsabilidade do SUS com relação ao saneamento é bastante abrangente e está detalhada na Lei no 8.080/90, que regulamenta o Sistema Único de Saúde e nas Constituições estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios. Esta responsabilidade vai desde a participação em formulação de políticas até a execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica.

No entanto, embora a Constituição Brasileira oriente para que haja integração das políticas sociais e econômicas para atender a saúde e o ambiente, a realidade tem sido diferente. Na verdade, é preciso que esta orientação seja traduzida para todas as normas regulamentadoras e se reflita, também, na conduta dos gestores públicos.

A fragmentação do conhecimento e das práticas é uma forte limitante da intersetorialidade. É preciso que ocorra o entendimento global das questões que afetam a saúde da população por parte dos técnicos, gestores e lideranças e que os problemas e demandas sociais sejam vistos de forma integrada. Os

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setores de saúde, do meio ambiente e do saneamento precisam articular ações conjuntas para que suas políticas produzam vida saudável em ambientes salubres. Enquanto isso não ocorre, o ambiente é tratado como algo externo ao homem. Essa perspectiva tem dificultado a compreensão de que a saúde e o ambiente são interdefiníveis, isto é, nenhum deles pode ser compreendido separadamente um do outro.

Uma vez que se passe do discurso à prática da integração das ações de saneamento e de saúde, algumas questões de garantia da universalidade e da equidade dos serviços virá à tona, a exemplo da exclusão dos que não podem pagar por estes serviços. Os excluídos dos serviços de saneamento nas áreas onde os investimentos ocorreram e ocorrem correspondem aos estratos de menor renda. Essa limitação ao acesso através das leis de mercado indica outro aspecto restritivo da política pública vigente: o saneamento foi encarado como um investimento financeiro que deveria ser remunerado a preços de mercado. Essa não deve ser a lógica para a área, caso ela possa ser pensada não apenas como mais um investimento em infra-estrutura rentável à reprodução do capital, mas como um item indispensável de política social. As políticas tarifárias devem ser justas, não podendo ser limitadoras do acesso aos serviços de saneamento ambiental.1

Doenças de veiculação hídricaOnde há saneamento, são melhores as condições de vida, já que o risco

de contágio de diversas doenças diminui. Conseqüentemente, os índices de mortalidade, principalmente infantil, acabam sendo reduzidos, assim como a necessidade de procura por hospitais. A água é o principal veículo de agentes causadores de doenças do trato gastrintestinal (diarréias, sobretudo), estando a sua qualidade diretamente relacionada com os indicadores de morbi-mortalidade infantil. No Brasil, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, 80% das doenças e 65% das internações hospitalares, implicando gastos de US$ 2,5 bilhões por ano, relacionam-se com água contaminada e falta de

1

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esgotamento sanitário dos dejetos. As enfermidades vão desde gastroenterites a graves doenças que podem ser fatais e apresentar proporções epidêmicas.

Os principais riscos à saúde estão associados à contaminação das águas por bactérias, vírus e parasitas (microbiológica); metais, pesticidas, subprodutos de desinfeção (química); toxinas produzidas por algas e outros.

Os riscos associados ao consumo de água podem ser coletivos ou individuais, imediatos ou de longo prazo. Os riscos de curto prazo resultam da poluição da água causada por elementos químicos ou microbiológicos e seus efeitos podem se manifestar em poucas horas ou em algumas semanas após a ingestão. Um simples copo d´água imprópria é suficiente para dar origem a sintomas cuja severidade depende da vulnerabilidade do indivíduo, bem como da natureza do agente infeccioso. As crianças abaixo de 5 anos, devido a sua nutrição baseada, principalmente, em alimentos liquidificados, geralmente estão mais expostas a este tipo de contaminação, exceto no caso dos bebês que são amamentados, o que aliás é fortemente recomendado pela OMS. Também se deve considerar sob risco mulheres grávidas, idosos, indivíduos que sofrem de determinadas doenças e pessoas debilitadas.

Já os riscos de médio e longo prazo são principalmente resultado de contaminações de origem química e resultam de uma exposição ao longo de meses, anos ou até décadas.

Um dos graves problemas sanitários no Brasil é a descarga de esgotos sem tratamento, que contaminam os recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Por isso é tão importante que exista uma política geral de proteção ambiental que resulte na proteção de mananciais, preservando a água que será utilizada para o abastecimento, além da destinação correta do esgoto.

Os riscos relacionados com o consumo de água contaminada vão desde doenças mais simples até doenças muito graves: diarréias, cólera, tracoma, hepatites, conjuntivites, poliomielite, leptospirose, infecções por rotavirus, escabioses, febre tifóide, esquistossomose e outras verminoses. As

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enfermidades resultantes da contaminação microbiológica das águas de consumo humano causam um grande impacto na população.

Muitas vezes, a doença assume a forma de gastroenterite com diarréia, dores abdominais ou vômitos. Tais manifestações são geralmente de curta duração. Elas podem afetar um número limitado de indivíduos ou comunidades inteiras, de acordo com o número e o tipo de microorganismos presentes na água. A infecção pode ocorrer como resultado de se beber água contaminada ou através de seus usos diários: preparação de comidas, asseio ou inalação.

A contaminação microbiológica da água ocorre, geralmente, através das fezes de origem humana ou animal. A presença nas proximidades de uma área de captação de águas residuárias e/ou de excretas de pessoas doentes ou portadoras saudáveis de patógenos podem ser a causa da contaminação da água.

No quadro abaixo, relacionamos as principais doenças de origem hídrica e seus agentes.

Doenças Agentes causadores

Origem bacteriana Febres tifóide e paratifóide typhi Salmonela typhi Salmonela paratyphi A e B

Disenteria bacilar Shigella spp.

Cólera Vibrio Cholerae

Gastrenterite aguda e diarréias Escherichia coli enterotóxica Campylobacter Yersinia enterocolitica Salmonela spp. Shigella spp. Origem viralHepatite A Vírus da hepatite A

Poliomielit Vírus da Poliomielite

Gastroenterites agudas e diarréias Vírus NorwalkRotavirus

Enterovirus Andenosvirus etc

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Origem parasitáriaDisenteria amibiana Entamoeba histolytica

Gastrenterite Giardia Lamblia Cryptosporidium

Fonte: A desinfecção da água - Organização Panamericana da Saúde.

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A qualidade da águaA qualidade da água para consumo humano merece especial atenção por

parte das organizações que integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. Apesar de alguns progressos com relação ao crescimento no número de pessoas que têm acesso à água encanada, em muitos municípios brasileiros observa-se problemas de qualidade: sistemas que funcionam com intermitência, ausência ou problemas com a desinfecção, redes de distribuição em condições precárias, conexões clandestinas e mal feitas são alguns dos principais fatores que contribuem para o comprometimento da qualidade da água.

A água não tratada representa sério risco para a saúde pública. Para se ter uma idéia do que isso significa, dados do Ministério da Saúde - que provavelmente estão subestimados - relativos a 1998, dão conta de que as doenças associadas à falta de saneamento básico mataram 10.844 pessoas no país somente naquele ano - número maior que o de homicídios na cidade de São Paulo no mesmo período.

Testes promovidos pelo Idec sobre a qualidade da água de abastecimento em cidades de Estados brasileiros desenvolvidos, como Rio de Janeiro e Paraná, em 2000 e 2001, constataram que a população recebia, em alguns locais, água contaminada por coliformes. Também se verificou que não existiam então programas estruturados de vigilância da qualidade das águas de abastecimento ou mecanismos de informação sobre situações de risco para a saúde. Isso denota um descaso afrontoso por parte das autoridades nas esferas federal, estadual e municipal em relação à saúde da população e ao meio ambiente.

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2000 mostrou que nas áreas urbanas milhões de pessoas ainda não têm acesso à água encanada. Elas moram em habitações de baixa qualidade nas favelas, em invasões, em loteamentos clandestinos, em bairros populares das periferias dos grandes centros ou em pequenos municípios. Mas, mesmo onde existe o serviço de abastecimento, deparamo-nos com muitos outros problemas: a

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intermitência no abastecimento afeta 20% dos distritos abastecidos, muitos dos pequenos sistemas distribuem água sem tratamento, um número muito grande não adiciona flúor à água e, em apenas 47% dos distritos abastecidos era realizada a vigilância da qualidade da água, conforme determina a legislação.Grande parte deste problema tem origem nas estruturas institucionais, recursos e mecanismos para o controle e vigilância inadequados e insuficientes. 

A legislação que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano é a  Portaria 518/2004, do Ministério da Saúde.

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Portaria 518 de 24/5/2004 do Ministério da Saúde Antes mesmo da promulgação da Constituição Federal de 1988, o decreto federal nº 79.367 de 9/3/1977 atribuía ao Ministério da Saúde competência para elaborar normas sobre o padrão de potabilidade da água, a serem observadas em todo o território nacional. Desde então o Ministério da Saúde sancionou 4 portarias que dispõe sobre potabilidade de água para consumo humano: Portaria 56Bsb/1977, Portaria 36GM/1990, Portaria 1469/2000 e Portaria 518/2004 (esta última idêntica à Portaria 1469/00, à exceção de prazos para adaptação e alguns quesitos técnicos).

A Portaria 518/04 trouxe diversos avanços em relação à Portaria 36GM/90, destacando-se: a incorporação do princípio da descentralização das ações do SUS; visão sistêmica da qualidade da água; definição clara de deveres e responsabilidades de cada esfera de governo e dos responsáveis pela produção e distribuição de água e principalmente a garantia ao consumidor do direito à informação sobre a qualidade da água a ele oferecida, seja pelos sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água ou pelo setor saúde.

A Portaria 518 atribui deveres e obrigações para diferentes níveis governamentais, sendo que as secretarias municipais de saúde têm o papel de exercer a vigilância da qualidade da água. Sendo assim, segundo a Portaria, a secretaria de saúde do município deve verificar, continuamente, se a água fornecida à população atende aos padrões de qualidade. A atividade de vigilância da qualidade da água para consumo humano envolve desde a avaliação do grau de risco que os sistemas representam à saúde pública em função da origem da água, do tratamento dado a essa água e dos procedimentos adotados em todo o processo até a verificação de queixas e denúncias feitas pelos consumidores em relação à água. Os responsáveis pela vigilância da qualidade da água devem avaliar o potencial de risco apresentado pela água consumida pela população e desencadear medidas corretivas e

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preventivas para que o sistema recupere ou mantenha as condições de segurança.

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Vigilância da qualidade da água para consumo humano

A vigilância da qualidade da água, sob responsabilidade da autoridade municipal de saúde, compreende todas e quaisquer formas de abastecimento de água coletivas ou individuais na área urbana e rural, de gestão pública ou privada, incluindo as instalações intradomiciliares. Estão incluídos nesse universo

os grandes sistemas de abastecimento público operados pelas concessionárias estaduais (públicas ou privatizadas) e pelos serviços municipais autônomos, como também os poços comunitários ou que atendam a um único domicílio, carros-pipa, dentre outras formas de abastecimento.

Para que todo este processo funcione de forma eficaz e permanente, a legislação prevê uma série de ações que devem ser implementadas pelas autoridades responsáveis. A autoridade municipal de saúde tem a responsabilidade de desenvolver, entre outras ações:

a) Monitoramento da qualidade da água, que engloba atividades como elaborar um plano próprio de amostragem e receber e analisar, mensalmente, os relatórios encaminhados pelos responsáveis pelo controle da qualidade da água (empresas de abastecimento).

b) Identificação, cadastramento e inspeção periódica de todas e quaisquer formas de abastecimento de água coletivas ou individuais na área urbana e rural, incluindo os poços que atendam a um único domicílio.

c) Informações para a população sobre a qualidade da água e os riscos à saúde associados ao seu consumo, mantendo registros atualizados sobre as características da água distribuída, sistematizados de forma compreensível à população e disponibilizados para pronto acesso e consulta pública.

d) Atuação junto aos responsáveis pelo fornecimento de água (empresas que operam sistemas de abastecimento ou soluções

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alternativas) exigindo a correção de situações irregulares (não conformidades).

e) Estruturação de canais para o recebimento de queixas referentes às características da água e estabelecimento de procedimentos para as providências necessárias.

À autoridade estadual cabe promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água em sua área de competência, em articulação com os municípios e com os responsáveis pelo controle da qualidade de água (que são as concessionárias de abastecimento, serviços autônomos municipais e outros). Quando constatado, tecnicamente, que as ações do município são insuficientes, a autoridade estadual passa a ter o dever de executar as ações de vigilância da qualidade da água, de forma complementar e em caráter excepcional.

No âmbito federal, o Ministério da Saúde, por intermédio da CGVAN - tem a atribuição de promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água, em articulação com as secretarias de saúde dos estados e com os responsáveis pelo controle de qualidade da água. Além disso, deve estabelecer referências laboratoriais nacionais e regionais, para dar suporte às ações de maior complexidade na vigilância da qualidade da água para consumo humano, dentre outras obrigações. A Portaria 518/04 também determina que a autoridade federal responsável execute ações de vigilância da qualidade da água, de forma complementar, em caráter excepcional, quando for constatada, tecnicamente, insuficiência da ação estadual.

Controle da qualidade da água para consumo humano

Já as atividades de controle da qualidade da água para consumo humano (veja o conceito de controle da qualidade da água no quadro abaixo) competem aos responsáveis pela operação do sistema de abastecimento ou da solução alternativa de abastecimento, que devem assegurar que a água fornecida à

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população apresente qualidade compatível com os padrões estabelecidos na legislação. Todo processo operacionalizado para tornar a água potável e garantir que esta condição seja mantida até a chegada aos domicílios é de responsabilidade da empresa de abastecimento público. Para que este conceito fique claro, deve-se ter em mente que a água fornecida aos consumidores nada mais é do que um produto, que é obtido através de um processo de tratamento da água disponível na natureza. Este processo é composto de sucessivas etapas que tornam a água segura para o consumo humano, obedecendo aos padrões de potabilidade. Conheça algumas das ações que as empresas responsáveis pelo abastecimento de água devem fazer para cumprir com as determinações da Portaria MS 518:

a) Operar e manter o sistema de abastecimento de água potável em conformidade com as normas técnicas aplicáveis publicadas pela ABNT e com outras normas e legislações pertinentes.

b) Manter e controlar a qualidade da água distribuída, que implica em realizar análises laboratoriais da água, em amostras provenientes das diversas partes que compõem o sistema de abastecimento; capacitar e atualizar tecnicamente os profissionais do sistema e controle da qualidade da água, realizar o controle operacional das unidades de captação, adução, tratamento, reserva e distribuição, entre outras ações.

c) Encaminhar à autoridade de saúde pública, relatórios mensais com informações sobre o controle da qualidade da água, segundo modelo estabelecido pela referida autoridade.

d) fornecer a todos os consumidores informações sobre a qualidade da água (veja mais detalhes no tópico “direito à informação” )

e) comunicar, imediatamente, à autoridade de saúde pública e informar, adequadamente, à população a detecção de qualquer anomalia operacional no sistema ou problema com a qualidade da água tratada, identificado como de risco à saúde.

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f) manter mecanismos para recebimento de queixas referentes às características da água, para a adoção das providências pertinentes.

g) promover, em conjunto com os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos, as ações cabíveis para a proteção do manancial.

Decreto Municipal- 17920/1993- Guarulhos

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CEARÁ- CAGECE

← Recomendações

← 1°. Passo

← 2°. Passo

← 3°. Passo

← 4°. Passo

← 5°. Passo

← 6°. Passo

← 7°. Passo

← 8°. Passo

← Observações

Recomendações← A limpeza da caixa deverá ser efetuada duas vezes por ano.

Programe o dia da lavagem e desinfecção, dando preferência para o fim-de-semana. |

1°. Passo

← Feche o registro geral ou prenda a bóia de entrada de água na caixa e, para evitar desperdício, utilize a água armazenada para limpeza de banheiros, pisos, jardim, etc., até restar apenas cerca de um palmo ( 20 cm) de água na caixa.

←|

2°. Passo

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← Tampe a boca do cano de saída da água com um tampão de madeira ou pedaço de pano para que a sujeira da caixa não entre no encanamento da casa.

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3°. Passo

← Com uma escova ou vassoura de nylon (nova), lave e esfregue as paredes e o fundo da caixa com a água restante.

NÃO USE SABÃO|

4°. Passo

← Abra o registro de descarga da caixa ou faça um sifão com uma mangueira para esgotar toda a água suja usada na limpeza.

5°. Passo

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← Depois de bem limpa a caixa d’água, retire o tampão da boca do cano de saída, abra o registro geral da entrada ou solte a bóia para encher a caixa. Adicione 1 (um) litro de água sanitária pura (sem aditivos químicos) para cada 500 (quinhentos) litros de água na caixa e agite bastante para obter uma boa mistura.

|

6°. Passo← Espere 12 (doze) horas e não utilize está água para consumo

humano. Se não puder esperar 12 horas, coloque 2 (dois) litros de água sanitária para cada 500 litros de água e espere 8 (oito) horas. Ou ainda, coloque 4 (quatro) litros de água sanitária e espere 4horas.

OBEDECER RIGOROSAMENTE O TEMPO INDICADO

7°. Passo

← Feche novamente a entrada de água ou prenda a bóia e esvazie a caixa d’água, abrindo todas as torneiras e dando descargas no banheiro.

8°. Passo

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← Feche bem a caixa, verificando se a tampa ficou bem vedada para evitar a entrada de materiais indesejáveis, pequenos animais e insetos, inclusive o mosquito transmissor da dengue.

← Abra o registro geral de entrada de água, ou solte a bóia, passando a usar normalmente a água da caixa.

Observações← Este procedimento deve ser usado para caixas d’água de até 5.000

litros de capacidade.

← Para reservatórios maiores, contrate uma firma especializada ou entre em contato com o SAAE para outros esclarecimentos.

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Entenda melhor os conceitos utilizados

água bruta - é a água encontrada nos mananciais, que é captada e tratada para depois ser distribuída à população

água potável – água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e não ofereça risco à saúde.

doenças de veiculação hídrica – são doenças transmitidas pela água

desinfecção – destruição de microorganismos patogênicos capazes de causar doenças

fluoretação - é o processo pelo qual se adicionam compostos de flúor às águas de abastecimento público, tendo como objetivo melhorar o desenvolvimento dos dentes da população atendida e reduzindo a incidência de cárie dentária

vigilância da qualidade da água para consumo humano – é o conjunto de ações adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água consumida pela população atenda à norma de qualidade estabelecida na legislação vigente e para avaliar os riscos que á água de consumo representa para a saúde humana.

vigilância ambiental em saúde – constitui-se no conjunto de ações e serviços que proporcionam o conhecimento e a detecção de fatores de risco do meio ambiente que interferem na saúde humana.

controle da qualidade da água para consumo humano – é o conjunto de atividades realizadas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água (ex: concessionárias estaduais, concessionárias privadas, serviços municipais autônomos), com o objetivo de verificar se a água fornecida à população é potável e de manter esta condição.

sistema de abastecimento de água para consumo humano – instalação destinada à produção e a distribuição de água potável canalizada para a população, sob a responsabilidade do poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão.

solução alternativa de abastecimento de água para consumo humano – é toda modalidade de abastecimento coletivo de água distinta do sistema de abastecimento de água, incluindo, entre outras, fontes, poços comunitários, distribuição por veículo transportador (carro-pipa), instalações condominiais horizontal e vertical.

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