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Clipping ANFIP ÍNDICE Incentivos fiscais afetam arrecadação da Receita ................................................................................3 Arrecadação federal ...................................................................................................................................4 Unificação do PIS e da Cofins gera incertezas no mercado ...............................................................4 Compras retidas (Dos Leitores) ................................................................................................................6 Projeto na Câmara reabre programa de parcelamento ........................................................................6 Arrecadação perde força ...........................................................................................................................7 Economia fraca derruba arrecadação .....................................................................................................8 'O governador Perillo mentiu', diz relator da CPI ...................................................................................9 Apesar de recorde para o mês de maio, arrecadação federal perde vigor .....................................11 Categorias da Receita Federal querem reajuste. ................................................................................12 Pressão total por reajuste ........................................................................................................................13 Análise: Gasto sobe pouco, mesmo com arrecadação maior ...........................................................13 Medidas podem prejudicar superávit a partir de 2013 ........................................................................14 IPI menor para carro zero deixa usado mais barato ...........................................................................15 Veja as manchetes dos jornais desta quarta-feira ..............................................................................16 Lula pode usar verba públ ica .................................................................................................................17 Itália socorre banco secular ....................................................................................................................18 Projeto reabre prazo do Refis .................................................................................................................19 Desoneração da folha atenua perda de fôlego do emprego .............................................................20 Empresários mobilizam-se para eleição em SP ..................................................................................21 Maia coloca em votação projetos que contrariam governo ...............................................................23 TCU defende regime diferenciado de contratações no PAC .............................................................24 Julgamento começará em 2 de agosto .................................................................................................24 Para relator, Perillo mentiu em depoimento .........................................................................................25 Escândalo federal .....................................................................................................................................26 Corrida para cassar Demóstenes...........................................................................................................27 Nádia Campeão é indicada para vice de Haddad ...............................................................................28 O fator Maia - Nas Entrelinhas................................................................................................................29 Uma agressão ao Parlamento e ao povo .............................................................................................30 SNI "encontra" RG falso de Dilma..........................................................................................................31 Caciques em ação (3) ..............................................................................................................................33 Sob pressão, ministro libera mensalão para julgamento....................................................................33 64% dos petistas rejeitam apoio de Maluf ............................................................................................35 Ex-presidente, Haddad, Ratinho e SBT são condenados pelo TRE ................................................36 Plenário vai votar cassação de Demóstenes no dia 11 de julho.......................................................36

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Clipping ANFIP

ÍNDICE

Incentivos fiscais afetam arrecadação da Receita ................................................................................ 3

Arrecadação federal ................................................................................................................................... 4

Unificação do PIS e da Cofins gera incertezas no mercado ............................................................... 4

Compras retidas (Dos Leitores) ................................................................................................................ 6

Projeto na Câmara reabre programa de parcelamento ........................................................................ 6

Arrecadação perde força ........................................................................................................................... 7

Economia fraca derruba arrecadação ..................................................................................................... 8

'O governador Perillo mentiu', diz relator da CPI ................................................................................... 9

Apesar de recorde para o mês de maio, arrecadação federal perde vigor ..................................... 11

Categorias da Receita Federal querem reajuste. ................................................................................ 12

Pressão total por reajuste ........................................................................................................................ 13

Análise: Gasto sobe pouco, mesmo com arrecadação maior ........................................................... 13

Medidas podem prejudicar superávit a partir de 2013 ........................................................................ 14

IPI menor para carro zero deixa usado mais barato ........................................................................... 15

Veja as manchetes dos jornais desta quarta-feira .............................................................................. 16

Lula pode usar verba públ ica ................................................................................................................. 17

Itália socorre banco secular .................................................................................................................... 18

Projeto reabre prazo do Refis ................................................................................................................. 19

Desoneração da folha atenua perda de fôlego do emprego ............................................................. 20

Empresários mobilizam-se para eleição em SP .................................................................................. 21

Maia coloca em votação projetos que contrariam governo ............................................................... 23

TCU defende regime diferenciado de contratações no PAC ............................................................. 24

Julgamento começará em 2 de agosto ................................................................................................. 24

Para relator, Perillo mentiu em depoimento ......................................................................................... 25

Escândalo federal ..................................................................................................................................... 26

Corrida para cassar Demóstenes ........................................................................................................... 27

Nádia Campeão é indicada para vice de Haddad ............................................................................... 28

O fator Maia - Nas Entrelinhas................................................................................................................ 29

Uma agressão ao Parlamento e ao povo ............................................................................................. 30

SNI "encontra" RG falso de Dilma .......................................................................................................... 31

Caciques em ação (3) .............................................................................................................................. 33

Sob pressão, ministro libera mensalão para julgamento.................................................................... 33

64% dos petistas rejeitam apoio de Maluf ............................................................................................ 35

Ex-presidente, Haddad, Ratinho e SBT são condenados pelo TRE ................................................ 36

Plenário vai votar cassação de Demóstenes no dia 11 de julho ....................................................... 36

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Câmara vai dar 30% de reajuste a salário de assessor comissionado ........................................... 37

Tucanos dizem não temer 'mordida' de Lula ........................................................................................ 38

Bate boca em CPI ..................................................................................................................................... 39

Governo vai acelerar compras de olho em 2013 ................................................................................. 39

Dilma deve conceder reajustes a servidores da União ...................................................................... 40

Uma proposta para evitar o erro de 2009 ............................................................................................. 41

Freada de arrumação (3) ......................................................................................................................... 42

PIB per capita deve cair este ano .......................................................................................................... 43

Alemanha já pensa em referendo sobre resgate do euro (2) ............................................................ 44

Inadimplência bate recorde em maio ..................................................................................................... 46

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A TARDE - BA | ECONOMIA

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012

Incentivos fiscais afetam arrecadação da Receita

CÉLIA FROUFE E RENATA VERÍSSIMO Agência Estado, Brasília

CONTAS PÚBLICAS A arrecadação de Tributos em maio totalizou R$ 77,971 bi

Os incentivos fiscais concedidos pelo governo a setores produtivos deprimiram aindamaisoritmodecrescimento da arrecadação federal em maio, que já sofre com o esfriamento da atividade econômica.

Apesar de ainda recorde para o mês, o saldo de R$ 77,97 bilhões ficou 16,13% abaixo do registradoemabril e levou a Receita Federal a prever que a expansão do recolhimento de Tributos este ano ficará perto do piso da estimativa oficial.

"A gente ainda sustentaum pouco essa previsão, mas o crescimento será mais próximo de 4%", admitiu ontem a secretária-adjuntadaReceita, Zayda Manatta.

Para ela, não há dúvidas de que a arrecadação avançará este ano, ainda que menos do que os 10,2% vistos em 2011. "Hoje temosalta da massa salarial, de bens e serviços e consumo, mas a produção industrial está crescendo menos", assinalou.

Desonerações Ao lado da atividade mais fraca, as desonerações pesaram no resultado, como do IPI sobre automóveis, cuja arrecadação caiu 24,5% em maio, e do IPI que incide sobre produtos da linha branca e móveis, quetevequedade11,70%.

Além dessa diminuição, os bancos, que vinham sustentando a robustez da arrecadação, remeteram menor quantia ao Fisco em maio do que nesse mesmo mês de 2011.

Nessa base de comparação, aarrecadaçãogeralaindasustentaumcrescimento, porém tímido, de 3,8% em termos reais, já descontada a inflação.

Foramo faturamento das companhias e a renda das pessoas físicas os responsáveis por esse incremento em maio, enquanto a lucratividade das companhias míngua.

O grupo de empresas que declaramImposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) pelo lucro presumido (que é calculado combase no faturamento) registrou um aumento no pagamento destes tributosde 8,53% na comparação com maio de 2011. Por outro lado, as grandes corporações que pagam IR e CSLL combase na estimativa mensal de lucro tiveram uma queda no recolhimento dos Tributos de 22,39% no mesmo período.

A queda na lucratividade dasempresas levou a uma reduçãode13,86% nopagamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) em maio e de 9,29%, no caso da CSLL.

Estes dois Tributos foram os que mais influenciaram na desaceleração do crescimento da arrecadação no mês. Já o

crescimento da massa salarial e do emprego no País ajudou a reforçar o caixa do governopormeiodasreceitas previdenciárias, que subiram 9,29% em relação a maio de 2011. Elas representam 83% do aumento da arrecadação federal no mês passado.

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3,82%

foi o crescimento da arrecadação federal em maio em relação a igual mês do ano passado.

No acumulado de janeiro a maio, R$ 427,448 bilhões entraram nos cofres públicos, ante os R$ 382,883 bilhões do mesmo período do ano passado

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NACIONAL | REPÓRTER BRASIL

RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012

Arrecadação federal

A arrecadação federal bateu recordes em maio, mas desacelera pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com a Receita Federal a arrecadação deverá fechar o ano com crescimento real próximo de quatro por cento. 1'39''

JORNAL DO COMÉRCIO - RS | CADERNOS

SEGURIDADE SOCIAL | TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Unificação do PIS e da Cofins gera incertezas no mercado

De acordo com especialistas, para fazer a reforma tributária esperada por todos os brasileiros, é preciso simplificação. O governo Dilma Rousseff demonstra certa disposição em mexer no emaranhado fiscal que vem enredando milhares de contribuintes

Gilvânia Banker

O governo federal acenou com a possibilidade de simplificar a Legislação tributária unindo as duas contribuições sociais, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), em uma só. A tão

almejada medida excluirá um tributo, mas a carga tributária permanecerá a mesma. Aliás, essa ainda é uma das dúvidas que provoca rumores e insegurança no meio empresarial, pois se cogita a possibilidade de aumento na alíquota. No entanto, essa questão ainda não foi anunciada efetivamente pela equipe econômica do governo federal.

Só a leve suspeita em aumentar o valor dos impostos gera um clima de animosidade no País. "Dizem que o governo vai

perder receita e, por isso, teria que aumentar o imposto, mas ninguém aguenta mais isso", reclama o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, que prefere a situação como está, mesmo que complexa, do que ver mais um aumento na carga tributária. "Os empresários não devem permitir isso, pois o governo dá de um lado e tira do outro", critica, ao relembrar o recente caso da diminuição do IPI dos carros e, logo em seguida, o aumento do mesmo tributo nos refrigerantes e na cerveja.

As duas contribuições sociais representam a segunda maior fonte de arrecadação federal, com recolhimento de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2011. Elas só perdem para o Imposto de Renda, que rende 6% do PIB aos cofres públicos. De acordo com os dados da Receita Federal, o recolhimento dos impostos de janeiro a abril de 2012 cresceu 6,28%

na comparação com o mesmo período de 2011, e saltou de R$ 331,149 bilhões para R$ 351,955 bilhões. Com relação ao PIS e à Cofins, a soma deles passou de R$ 67,8 bilhões para R$ 69,2 bilhões, o que representa um acréscimo de 1,94%.

Não cumulatividade gera legislação complexa

A briga pela não cumulatividade da Cofins vem desde 1982, ano da sua criação. De acordo com o advogado e sócio da Pactum Consultoria Empresarial, Guillermo Antônio Grau, o direito ao crédito, que veio 20 anos depois, foi positivo para as instituições, porém, o governo majorou a carga tributária e criou uma série de restrições que acabaram complicando o que já não era simples. Segundo ele, o movimento de unificar as regras do PIS e da Cofins é muito bem-vindo, pois tratam-se de dois Tributos que têm a mesma base de cálculo e forma de cobrança similar. "Não justifica duas contribuições com legislações

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próprias se são quase idênticas", argumenta.

Até 2002, de acordo com o especialista, o PIS e a Cofins estavam na lista dos Tributos nocivos para a economia, mesmo

incidindo sobre o faturamento das empresas independentemente do lucro. Porém, no fim do governo Fernando Henrique Cardoso, a cobrança do PIS mudou para alguns setores, que passaram a descontar as despesas com insumos. Para haver maior clareza na operação, foi criada a não cumulatividade, com o objetivo de respeitar a cadeia produtiva, sendo que cada um pagaria o tributo proporcional à sua operação, o que se chama de valor agregado.

"O que se pretende é que cada setor não se pague o imposto sobre o valor total", explica. Porém, diferentemente do que ocorre com o ICMS e o IPI, o valor do PIS e da Cofins não aparece destacado na nota, pois, segundo ele, essa seria a maneira correta de saber o custo exato do crédito a ser aproveitado. Para isso, o governo determinou um rol de operações que identifica o que pode e não pode gerar créditos. "É uma legislação que complica a apuração", reconhece.

Mas a simplificação do sistema tributário, conforme Grau, é uma das bandeiras da sociedade que vive entre frustrações e promessas não cumpridas. "Só recentemente o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) vem reconhecendo a impossibilidade de aplicar as mesmas regras do IPI para caracterizar os insumos passíveis de gerar créditos das contribuições sociais, o que ainda, infelizmente, não é acatado pela fiscalização", salienta.

No entanto, a fusão das alíquotas ainda não desata o nó tributário. O advogado concorda que ela deixará as operações mais claras e melhor definidas, mas, para ele, o ideal seria mesmo a mudança da base de cálculo, o que diminuiria custos extras com a Justiça para o enquadramento correto da contribuição. "A jurisprudência não tem aplicação para todos, mas, enquanto o governo não mudar o critério, a Receita Federal vai perdendo essas ações judiciais", salienta. Segundo ele, a base tributária não está sendo discutida na nova proposta de unificação.

Setor de serviços sofre mais com a lei

Bernardon critica tratamento diferenciado. CCA/DIVULGAÇÃO/JC

No labirinto tributário criado pelas leis 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, que reconfigurou as regras das duas contribuições sociais, PIS e Cofins, deixou de lado um dos setores que mais crescem no Brasil: o de serviços. Desde a entrada em vigor do regime não cumulativo, muitos questionamentos são feitos a respeito da aplicação das leis para os prestadores de serviços, especialmente as que são tributadas com base no lucro real, que possuem alíquota de 9,65%.

O contador e advogado da CCA Bernardon Contadores e Advogados, Celso Luiz Bernardon, explica que as empresas com base no lucro presumido têm autorização legal para continuar recolhendo as contribuições considerando a sistemática anterior, pelo regime cumulativo, aplicando, sobre suas receitas, a alíquota de 3,65%.

Segundo ele, esse tratamento diferenciado causa enorme distorção entre os contribuintes que exercem a mesma atividade, gerando um expressivo desequilíbrio na carga tributária, e afeta, de forma direta, as instituições tributadas pelo lucro real e que se submetem, obrigatoriamente, ao regime não cumulativo.

De acordo com o advogado da Pactum Consultoria Empresarial Guillermo Antônio Grau, com a alíquota em 9,25% e sem direito a crédito, os impostos ficaram insuportáveis para esses empresários. Porém, um alívio pode ser dado a esse setor. Foi

aprovada na Câmara dos Deputados a inclusão dos escritórios de advocacia e agências de publicidade no regime não cumulativo. Se passar pelo Senado, a nova regra poderá desobrigar as sociedades que faturam mais de R$ 48 milhões por ano, dentro do regime de tributação do Lucro Real, com alíquota de 3,65% do faturamento, em vez dos atuais 9,25%.

O tributo cumulativo não permite o abatimento de insumos de sua base de cálculo, já que despesas com mão de obra não são consideradas dedutíveis. "A parcela de salários é muito alta na operação e não gera créditos. Por isso, a briga para voltar alíquota de 3,65%", explica Grau.

Empresas recorrem à Justiça para rever valores do imposto

O contador e advogado da CCA Bernardon Contadores e Advogados, Celso Luiz Bernardon, não está otimista com a possibilidade de fusão das contribuições. Para ele, não basta unificar; é preciso simplificar e corrigir as distorções. No caso das organizações que têm por principal atividade a prestação de serviços, os seus créditos do PIS e Cofins são praticamente nulos, já que o seu principal insumo é a mão de obra, e não existe autorização para se creditar.

Em razão disso, algumas empresas tributadas com base no lucro real ingressaram em juízo a fim de pleitear o direito de tributarem essas contribuições na modalidade cumulativa, com carga de 3,65%. A alegação, segundo ele, é a ofensa a diversos princípios constitucionais, dentre eles o da isonomia e o da livre concorrência, pois elas perdem igualdade de competição no seu mercado. No escritório do advogado e sócio da CCA, pelo menos em um dos casos julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, houve o reconhecimento desse direito.

Indústria teme aumento de alíquotas

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Os rumores sobre o aumento nas alíquotas vêm assombrando até mesmo as indústrias exportadoras de alimentos, que suplicam pela simplificação nas contribuições. A ATL- Indústria Ltda, instalada em Nova Santa Rita, produz cerca de 4 mil toneladas de arroz ao mês, sendo que desses, 2,5 mil vão para o mercado externo, aos países como Congo, Haiti e Nigéria. O restante é consumido internamente no Brasil. Para Anderson Turella, diretor e empresário, a unificação das alíquotas pode facilitar o processo tributário na comercialização entre produtores e indústria.

A tributação social aparece nos insumos, mas o ressarcimento do crédito, segundo ele, é bastante demorado. "Estamos preocupados se vai mudar a regra dos impostos e o nosso desejo é de que não haja aumento", comenta.

O GLOBO | OPINIÃO

RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012

Compras retidas (Dos Leitores)

A Receita Federal, deliberadamente e sem motivo que se possa entender, vem retendo compras realizadas em sites

internacionais.

Em vez de tributar e liberar as mercadorias, retém as mesmas indefinidamente. Compras que eram recebidas entre sete e 14 dias estão levando meses, quando chegam. Não há ninguém na Receita Federal que queira ou possa esclarecer o que está havendo.

ANTONIO INÁCIO DOS SANTOS JÚNIOR Rio

JORNAL DO COMMERCIO - RJ | PAÍS

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012

Projeto na Câmara reabre programa de parcelamento

Comissão de Finanças e Tributação deve apreciar, no segundo semestre, proposta que dá nova oportunidade a devedores de parcelarem Tributos em atraso

Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados deve aprovar, no início do segundo semestre, em caráter terminativo, projeto de lei que reabre o Refis da Crise, o programa de parcelamento de Tributos atrasados criado em 2009

pelo governo Lula. Há duas propostas em análise. Uma, do deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), prevê a abertura do prazo de adesão da Lei n° 11.941, que instituiu o programa, para todos os contribuintes, pessoas físicas e jurídicas.

"O projeto não muda uma vírgula do conteúdo da lei aprovada e em vigor. Mexe somente no período de adesão, em mais nada. Apenas dá nova chance aos que não tiveram oportunidade de entrar no programa à época", reforça o deputado. Pela lei,

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somente os débitos vencidos até novembro de 2008 podem entrar nessa forma de pagamento mais benéfica, que prevê redução de até 90% das multas e de até 40% dos juros, conforme o total das parcelas escolhido. "Essa regra está mantida", diz Mendes Thame. Dados da Receita Federal apontam que um terço dos contribuintes que tinham débitos alcançados pela lei na

época ficou de fora do programa.

O projeto de Mendes Thame foi apensado a um outro apresentado pelo deputado Nelson Marquezan Filho (PSDB-RS), que reabre o prazo só para aqueles que apresentaram o pedido de parcelamento, mas perderam a data para consolidação dos débitos, conforme estabelecido na Lei n° 11.941. O relator dos projetos, o deputado Junior Coimbra (PMDB-TO), apresentará parecer favorável apenas à proposta de Marquezan.

É o que resultou das negociações com o Ministério da Fazenda, que concordou somente em dar nova oportunidade aos contribuintes que já tinham apresentado o pedido em 2009. Eles chegaram a pagar as parcelas mínimas mensais exigidas - de R$ 50 para pessoas físicas e de R$ 100 para pessoas jurídicas -, mas perderam a data fixada pela Receita Federal para

consolidação dos débitos e forma de pagamento.

JORNAL DO COMMERCIO - RJ | ECONOMIA

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012

Arrecadação perde força

Recolhimentos de impostos e contribuições federais somaram R$ 77,971 bilhões em maio, valor recorde para o mês, mas

16,13% inferior, em termos reais, ao resultado de abril (R$ 92,628 bilhões). Ante igual mês de 2011, o crescimento foi de 3,82%

Os incentivos fiscais concedidos pelo governo federal a setores produtivos deprimiram ainda mais o ritmo de crescimento da arrecadação de impostos e contribuições federais em maio, que já sofre com o esfriamento da atividade econômica. Apesar

de ainda recorde para o mês, a arrecadação de R$ 77,971 bilhões ficou 16,13% abaixo da registrada em abril (R$ 92,628 bilhões), já descontada a inflação (IPCA), e levou a Receita Federal a prever que a expansão do recolhimento de Tributos

este ano ficará perto do piso da estimativa oficial. Na comparação com igual mês de 2011 (R$ 71,534 bilhões), a arrecadação em maio ainda sustentou crescimento, porém tímido, de 3,82%, também em termos reais.

"A gente ainda sustenta um pouco essa previsão, mas o crescimento será mais próximo de 4%", admitiu ontem a secretária-adjunta da Receita, Zayda Bastos Manatta. No mês passado, a secretária havia dito que a arrecadação cresceria entre 4% e 4,5% acima da inflação em 2012. Para ela, não há dúvidas de que a arrecadação avançará este ano, ainda que menos do que os 10,2% registrados em 2011. "Hoje temos alta da massa salarial, de bens e serviços e consumo, mas a produção industrial está crescendo menos".

Zayda evitou comentar o comportamento da arrecadação na segunda metade do ano, alegando que a Receita faz previsões para o ano fechado, não para determinados meses. A previsão de expansão real da arrecadação, no entanto, ainda leva em conta a projeção oficial da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 4,5% em 2012. Em declarações recentes, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a economia brasileira deve crescer 4% neste ano. As instituições financeiras projetam aumento ainda menor, de apenas 2,18%, segundo a a última pesquisa Focus, divulgada segunda-feira pelo Banco Central.

IPI, IOF e Cide

A estimativa da Receita também não considera desonerações anunciadas recentemente, como as reduções nos impostos

sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e sobre Operações Financeiras (IOF) para o crédito à pessoa física e a diminuição para zero das alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Apesar disso, Zayda diz que ainda é cedo para avaliar se essas desonerações terão efeito sobre a receita do governo.

"Várias desonerações têm efeitos na economia que geram contrapartidas que compensam a diminuição de receita em um tributo. O governo reduziu o IPI sobre os automóveis, mas as vendas podem subir e provocar o aumento da arrecadação de

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PIS e Cofins", concluiu Zayda.

Nos cinco primeiros meses do ano, a arrecadação federal somou inéditos R$ 427,448 bilhões, com crescimento de 5,83%, descontado o IPCA, contra crescimento real acumulado de 6,28%, de janeiro a abril, e de 7,32%, de janeiro a março. Para que o ano termine com expansão em torno de 4%, a arrecadação terá de desacelerar nos meses seguintes, mesmo com uma eventual recuperação da economia no segundo semestre.

As principais reduções, em termos reais, em maio frente a abril ocorreram IPI de Bebidas (18,56%), do IPI Outros (21,3%), do Imposto de Renda Total (36,6%), do Imposto sobre Operações Financeiras - IOF (7,74%) e da Contribuição Social sobre o Lucro líquido - CSLL (44,52%).

Em maio a arrecadação do governo federal já refletiu exclusivamente o nível de atividade do País, sem influência de arrecadação oriunda da declaração de ajuste das empresas que ajudou no resultado da Receita Federal em meses anteriores.

Na comparação de maio deste ano com igual mês do ano passado, houve recuos na receita do IPI Automóveis (24,55%), IR Total (3,32%), IOF (8,64%) e CSLL (9,29%). Além dessa diminuição, os bancos, que vinham sustentando a robustez da arrecadação, remeteram quantia menor ao Fisco em maio do que em igual mês de 2011.

Nessa base de comparação, a arrecadação geral ainda sustenta um crescimento, porém tímido, de 3,82% em termos reais, já descontada a inflação oficial (IPCA). O faturamento das companhias e a renda das pessoas físicas foram os responsáveis por esse incremento em maio, enquanto a lucratividade das companhias míngua.

O grupo de empresas que declaram Imposto de Renda e CSLL pelo lucro presumido (que é calculado com base no faturamento) registrou aumento no pagamento destes Tributos de 8,53% na comparação com maio de 2011. Por outro lado,

as grandes corporações que pagam IR e CSLL com base na estimativa mensal de lucro tiveram queda no recolhimento dos Tributos de 22,39% na mesma base de comparação.

A queda na lucratividade das empresas levou a uma redução de 13,86% no pagamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) em maio. Este tributo mais a CSLL (9,92%) foram os que mais influenciaram na desaceleração do crescimento da arrecadação no mês. Já o crescimento da massa salarial e do emprego no País ajudou a reforçar o caixa do governo por meio das receitas previdenciárias, que atingiram R$ 24 bilhões em maio e subiram 9,29% em relação a igual mês de 2011, mas com ligeiro recuo de 0,02% na comparação com abril. Elas representam 83% do aumento da arrecadação federal no mês passado.

Crescimento

A economia cresceu 0,2% no primeiro trimestre do ano. E dá sinais de lenta recuperação, como indicou o mais recente dado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBCBr), que cresceu 0,22% em abril. Nesse cenário de dificuldades econômicas, a arrecadação tem apresentado desempenho mais frágil, tanto que o governo reduziu em R$ 9,988 bilhões a previsão de receita com Tributos e impostos. Até abril, os obstáculos vinham da produção industrial em queda.

Até agora o governo tem sustentado que não há prejuízo ao cumprimento da meta cheia de superávit primário - economia feita pelo setor públicos para pagamento de juros - neste ano, de R$ 139,8 bilhões. Toda a preocupação do governo é resultado de incertezas persistentes no cenário internacional. O governo tem buscado minimizar os efeitos e estimular a economia através de redução de impostos e incentivos a investimentos.

O GLOBO | ECONOMIA

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Imagem 1

Economia fraca derruba arrecadação

Valor de maio caiu comparado com abril, mas subiu 3,8% reais sobre 2011

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Cristiane Bonfanti

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BRASÍLIA. O governo federal arrecadou R$ 77,971 bilhões em impostos e contribuições em maio, valor recorde para o mês.

O número representa uma alta real, acima da inflação, de 3,82% sobre o mesmo mês do ano passado, quando o valor foi de R$ 71,534 bilhões. Em comparação com abril, no entanto, a arrecadação teve uma queda de 16,3%.

O resultado se deve, sobretudo, à redução do ritmo do setor produtivo, que já aparece no recolhimento dos Tributos. Em maio,

o pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica caiu pela metade em relação ao mês anterior. A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), por sua vez, caiu 44,5%, sinais da desaceleração da atividade econômica.

- O que a gente percebe é que há uma queda na lucratividade das empresas, que está atingindo todos os segmentos - disse Zayda Manatta, secretária adjunta da Receita Federal.

Menos lucratividade reduz impostos de empresas

A secretária observa que, na comparação com maio do ano passado, o recolhimento desses impostos caiu 22,39%. Houve

uma retração no pagamento até mesmo por parte do setor financeiro. Para Zayda, uma explicação é o balanço que as empresas fazem nesta época do ano, caso percebam que as estimativas feitas para o ano estão acima do lucro que efetivamente será obtido.

- Se, no acumulado do ano, considerarem que pagaram o imposto previsto para o ano, podem suspender ou reduzir o recolhimento - explicou.

Mesmo com a queda na lucratividade, as instituições financeiras continuam puxando a arrecadação no resultado dos cinco primeiros meses. Os bancos foram responsáveis por 70,9% do crescimento da receita de janeiro a maio. Em seguida destacam-se os setores varejista; responsável por 20,2% do crescimento; e o de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 11,4%. Na lista dos dez segmentos que mais puxaram a arrecadação, há apenas um representante da indústria: o de fabricantes de bebidas, o que mostra que o setor continua patinando apesar dos pacotes anunciados pelo governo.

No acumulado dos cinco primeiros meses, entraram R$ 427,448 bilhões nos cofres públicos, ante os R$ 382,883 bilhões do mesmo período do ano passado. Isso significa que, a cada dia, incluindo sábados, domingos e feriados, os brasileiros jogaram R$ 2,8 bilhões nas contas do governo. Zayda afirmou que a arrecadação deverá crescer entre 4% e 4,5% este ano., mas ainda sobre parâmetros econômicos não revisados.

O ESTADO DE S. PAULO - SP | NACIONAL

RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

'O governador Perillo mentiu', diz relator da CPI

Odair Cunha afirmou ontem, após depoimento do arquiteto Alexandre Milhomen, que o tucano vendeu a casa para Cachoeira

Eugênia Lopes

Ricardo Brito

O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PTMG), disse ontem que está convencido de que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), mentiu sobre a venda de um imóvel em condomínio de luxo, em Goiânia. Foi nessa casa que o

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contraventor Carlinhos Cachoeira foi preso em fevereiro pela Polícia Federal.

Para o relator, Perillo vendeu a casa para Cachoeira, e não para o professor Walter Paulo Santiago, conforme relatou à CPI. O governador poderá ser indiciado pelo crime de perjúrio ao fim dos trabalhos da comissão. "O governador mentiu. Está evidenteque a história da venda da casa foi montada", afirmou Cunha. Para ele, Perillo foi no mínimo "conivente, leniente com a organização criminosa de Cachoeira". "Me parece que o Walter Paulo foi enganado de que comprava uma casa do Perillo."

O petista argumentou que o arquiteto Alexandre Milhomen, que depôs ontem na CPI, foi contratado por Cachoeira para redecorar a casa em maio, quando o imóvel teoricamente ainda pertencia ao governador. "Há evidências de que quem adquiriu a casa do governador foi o Cachoeira", disse o relator, baseado nas escutas feitas pela PF durante a Operação Monte Carlo que detectaram conversas entre Cachoeira e Milhomem.

"Há um direcionamento inquestionável do relator de investigar o governador de Goiás", reagiu o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). "O governo federal é que está associado à organização do Cachoeira", rebateu o senador tucano Álvaro Dias (PR).

Único dos três depoentes agendados para a sessão de ontem que falou à CPI - Lúcio Fiúza e Écio Antônio Ribeiro foram convocados, mas ficaram calados -, Milhomen disse que foi contratado para decorar o imóvel por Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira. Ele disse ter recebido R$50mil, pagos em cinco parcelas de R$ 10mil. Pelo menos uma dessas parcelas saiu da contada Alberto Pantoja, empresa de Cachoeira que recebia recursos da Delta Construções.

Novas escutas. Grampos revelados ontem pela CPI sugerem que Cachoeira quis desvincular seu nome da compra de uma casa que seria de Perillo. Em uma conversa interceptada pela PF no dia 5 de maio de 2011, Cachoeira disse para Andressa que era para "rasgar urgentemente" um contrato do imóvel." Têm áudios, inclusive, em que ele (Cachoeira) manda rasgar o contrato para não ficar evidenciada a relação entre eles", afirmou Cunha.

Na conversa grampeada pela PF, o contraventor afirmou para a mulher que não queria que a casa fosse vinculada a seu nome. Para Andressa, Cachoeira disse que preferiu usar na negociação uma empresa controlada por Deca, apelido de André Teixeira Jorge. Ele é apontado pela polícia com o laranjadas empresas de fachada e uma espécie de secretário do contraventor.

A casa de R$ 1,4 milhão foi paga com três cheques de uma empresa do sobrinho do contraventor, Leonardo de Almeida Ramos. ÀCPI, Perillo disse não ter se preocupado com quem emitiu os cheques e negou que tenha vendido a casa para Cachoeira. Contudo, Odair Cunha disse que o governador mentiu à comissão, tendo montado uma história para negar a relação entre os dois.

Em nota, a assessoria do Governo de Goiás acusa Cunha de fazer prejulgamento e de usar a CPI "como instrumento de vingança". "Querer condenar um governador em seu terceiro mandato pela venda de um bem pessoal, vendido a preço de mercado, escritura do pelo valor da venda e declarado à Receita Federal é algo insano e de má-fé."

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Empresária admite emissão de cheques

A empresária Rosane Puglisi, sócia da Excitant Confecções, afirmou que atendeu a um pedido de Carlinhos Cachoeira e permitiu que o contraventor depositasse R$ 1,4 milhão na conta da empresa e, em troca, emitiu os três cheques que pagaram a casa do governador de Goiás, Marconi Perillo, na qual Cachoeira foi preso. "O favor era para que deixasse depositar o dinheiro na nossa conta e que déssemos o cheque. Por que ele teve de fazer isso, eu não sei. Ele falou que os cheques seriam para o governador do Estado", afirmou Rosane ao jornal O Popular, de Goiânia. "Ninguém ia imaginar que daria esse problema. Sabia exatamente que era para isso, para comprar a casa. Acredito que (a casa) era para ele (Cachoeira), porque ele é que ia fazer os depósitos." Perillo nega que soubesse que a empresa tinha relação com Cachoeira.

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REAÇÕES

Odair Cunha

Deputado (PT-MG)

"Está evidente que a história da venda da casa foi montada. Me parece que o Walter Paulo foi enganado de que comprava uma casa do Perillo"

Carlos Sampaio

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Deputado

(PSDB-SP)

"Há um direcionamento inquestionável do relator de investigar o governador de Goiás"

BRASIL ECONÔMICO | BRASIL

SEGURIDADE SOCIAL | TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Apesar de recorde para o mês de maio, arrecadação federal perde vigor

Desaceleração da economia reduz expansão das receitas do governo pelo terceiro mês, mas ainda não preocupa autoridades

Apesar da arrecadação recorde para o mês de maio, os números da Receita Federal mostram que a desaceleração da

economia está começando a ter impacto sobre as receitas do governo. Pelo terceiro mês seguido, o crescimento acumulado da arrecadação diminuiu de ritmo na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a maio, houve aumento de 5,83% acima da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), contra avanço real acumulado de 6,28%, de janeiro a abril, e de 7,32%, de janeiro a março. A desaceleração é puxada por três Tributos: o Imposto sobre Produtos

Industrializados (IPI) nacionais, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre os combustíveis, e o Imposto de Renda Retido na Fonte de residentes no exterior.

Essa desaceleração no ritmo da arrecadação ainda não preocupa o governo, mesmo porque os resultados continuam robustos e a previsão para o ano é de expansão entre 4% e 4,5%, bem acima da estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), que na avaliação do mercado vai crescer abaixo de 3% em 2012.

"Mantemos a previsão de aumento da arrecadação dentro desse intervalo, mas acreditamos que o crescimento real fechará o ano mais perto de 4%", afirmou a secretária adjunta da Receita Federal, Zayda Manatta.

Até agora o governo tem sustentado que essa perda de vigor não prejudica o cumprimento da meta cheia de superávit primário- economia feita pelo setor público para pagamento de juros - neste ano, de R$ 139,8 bilhões. O que preocupa são as incertezas persistentes no cenário internacional. Por isso, a equipe econômica tem buscado minimizar os efeitos externos e estimular a economia através de redução de impostos e incentivos a investimentos.

Além disso, segundo informações dadas na semana passada pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, ao BRASIL ECONÔMICO, o governo mantém uma carta na manga caso a expansão econômica continue fraca e influencie negativamente as receitas a ponto de colocar em xeque o cumprimento do superávit primário. Nessa situação, o Tesouro Nacional vai requerer o aumento do volume de dividendos pagos pelas estatais federais aos cofres públicos.

Efeitos sazonais

Considerando apenas o mês de maio, a arrecadação somou R$ 77,971 bilhões, com crescimento de 3,82% sobre igual período de 2011, mas 16,13% inferior a abril último. O recuo de abril para maio é influenciado também por fatores sazonais, como o pagamento da primeira cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoa Física, que ocorre no quarto mês do ano, inflando o resultado.

Em relação ao IPI, o recuo na arrecadação, de acordo com a Receita, foi provocado pela queda de cerca de 2,5% na produção industrial em 2012 e pela redução de 9,77% nas vendas de automóveis nos cinco primeiros meses do ano na comparação com 2011. Além disso, a redução foi influenciada pelas desonerações para a linha branca e para o setor de móveis.

O crescimento da arrecadação em 2012 está sendo sustentado, fundamentalmente, pela formalização no mercado de trabalho, que se reflete em aumento real de 8,62% na arrecadação da Previdência Social, no acumulado do ano. Mas, apesar da

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queda no ritmo de crescimento em relação ao ano passado, a lucratividade das empresas também tem impacto positivo nas receitas da União.

Com agências

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Resultado continua robusto e, para o ano, governo ainda prevê alta de 4% a 4,5% na arrecadação, acima da expansão do PIB

FOLHA DE PERNAMBUCO - PE | ECONOMIA

RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Categorias da Receita Federal querem reajuste.

Os dois cargos funcionais da Receita Federal - analista tributário e auditor fiscal - estão lutando por um salário melhor. Os

primeiros realizaram, ontem, o segundo "Dia Nacional de Luta pela Reestruturação Salarial", cujo grande objetivo é a equidade salarial dos mesmos postos de trabalho no Poder Executivo. Com a última negociação salarial tendo acontecido há quatro anos e parcelada em três anos, o reajuste necessário para 2013, levando em consideração o decréscimo sofrido, seria de, aproximadamente, 35%. Segundo o delegado sindical da Delegacia Sindical (DS) do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) do Recife, Thales Freitas Alves, uma greve ainda não foi sinalizada.

"Essa mobilização foi uma espécie de assembleia. A mesa de negociação ainda continua aberta", garantiu.

"Queremos a correção das distorções referentes aos cargos análogos dentro do Poder Executivo Federal. Em 1989, quando o cargo de analista ainda era chamado de técnico, ganhávamos 10% a mais do que os analistas do ciclo de gestão do Poder Executivo. Hoje, o analista teve uma diminuição na remuneração. Nosso teto está inferior ao piso do analista do Banco Central, que faz parte do ciclo de gestão", contou Alves. O atual teto da categoria, de acordo com o delegado, é de R$ 11.595. "O ideal seria um valor médio de algo em torno de R$ 15 mil e R$ 18 mil".

Já os auditores fiscais da Receita Federal estão com um posicionamento mais duro, atuando em operação padrão desde o

último dia 18. "Continuamos com a operação e, por isso, já existe um acúmulo de carga nos pontos que tratam disso. O Governo não sinalizou com nenhuma proposta concreta e, até que isso aconteça, não vamos mudar nossa atuação", disse o presidente da DS Recife do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), Dauzley Miranda. O reajuste pleiteado é de 30,19%.

Hoje deve ser concluída uma plenária que a categoria está realizando em São Paulo, com 350 auditores do País. "É quando a gente vai saber das decisões. Dependendo do resultado, pode ser chamada uma assembleia. Nossa expectativa é que ela deva acontecer na primeira semana de julho". Caso a assembleia realmente fique para a próxima semana, a operação padrão continua. Dos cerca de 400 auditores fiscais da Receita no Estado, 70% teriam aderido ao movimento.

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CORREIO BRAZILIENSE - DF | ECONOMIA

RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Imagem 1

Pressão total por reajuste

Diante dos primeiros sinais de desgaste da greve geral no funcionalismo, os sindicalistas apelam cada vez mais à categoria para intensificar os protestos. A paralisação total dos órgãos do Executivo foi convocada há 10 dias, mas, até o momento, dos 37 ministérios que formam a administração federal, 29 continuam a funcionar normalmente. Ontem, os manifestantes se reuniram em frente ao Ministério do Planejamento para cobrar uma contraproposta à campanha salarial unificada do Executivo. O ato, entretanto, não sensibilizou o governo. A Secretaria de Relações do Trabalho (SRT), encarregada das negociações, permanece sem qualquer previsão se acatará alguma das reivindicações.

Quanto mais o tempo passa, maior é o temor das centrais sindicais de que a greve deste ano se transforme em um fiasco, sem qualquer conquista relevante para a categoria. O motivo é que o envio do Projeto de Lei Orçamentária de 2013 para o Congresso precisa ser feito até 31 de agosto. "Temos 64 dias para garantir os nossos recursos no Orçamento. O tempo é curto, por isso temos que intensificar a greve", declarou Oton Pereira Neves, secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal. Enquanto o governo se mantém calado, mais dois ministérios prometem aderir à greve a partir de amanhã: Comunicações e Transportes.

Eles se somarão aos funcionários de outros oito ministérios que já estão de braços cruzados: Saúde, Previdência, Trabalho, Agricultura, Justiça, Integração Nacional, Relações Exteriores, Desenvolvimento Agrário. A partir de sexta-feira, também devem entrar em greve os servidores do Hospital das Forças Armadas (HFA). A intensificação dos protestos incluirá, ainda, a montagem de um acampamento dos servidores no meio da Esplanada dos Ministérios, a partir de 4 de julho. A vigília será por tempo indeterminado e deve reunir entre 5 mil e 6 mil trabalhadores.

Itamaraty

Os servidores do Itamaraty também fizeram uma manifestação ontem. Eles se concentraram em frente ao Palácio do Planalto para reivindicar o reajuste salarial. O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (SindItamaraty) informou que 110 embaixadas e consulados brasileiros espalhados pelo mundo estão com as atividades paradas devido à greve. É a primeira vez na história que diplomatas, assistentes e oficiais de chancelaria cruzam os braços por tempo indeterminado. Os protestos de ontem foram engrossados pelo efetivo dos servidores que atuaram na Rio+20.

Os protestos contaram ainda com a participação dos analistas-tributários da Receita. A categoria promoveu o segundo Dia Nacional de Luta pela Reestruturação Salarial, com manifestações em todo o país. A deliberação quanto à greve por tempo indeterminado da Receita será definida nas próximas assembleias locais. Os diretores do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) se reunirão com o governo no próximo dia 5.

Caso não seja apresentada uma proposta pelo Planejamento, a greve é considerada praticamente certa. O primeiro movimento do SindiReceita foi realizado no último dia 14 e contou com 90% de adesão. Na ocasião, os servidores protestaram em frente aos prédios do Ministério da Fazenda e das sedes da Receita Federal.

FOLHA ONLINE | COTIDIANO

SEGURIDADE SOCIAL | TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS 27/06/2012 06:00 Veja a matéria no site de origem

Análise: Gasto sobe pouco, mesmo com arrecadação maior

No início dos anos 2000, o Congresso definiu que o gasto público anual em educação deveria chegar a 7% do PIB até 2010.

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Naqueles tempos de oposição, os petistas defendiam 10%.

O texto foi vetado pelo governo FHC. De lá para cá, o gasto subiu de exatos 3,9% para 5,1% da renda nacional, mesmo com recordes na arrecadação de impostos.

Os dados servem para mostrar que a meta aprovada ontem pelos deputados é virtualmente irrealizável. Trata-se de dobrar uma despesa de R$ 230 bilhões anuais -mais de dez vezes o desembolso atual do Bolsa Família.

Ainda que a bandeira das entidades militantes se torne lei mais à frente, não há nem está em discussão uma estratégia para ao menos tentar cumprir o prometido.

Pela Constituição, os gastos mínimos em educação são fixados como percentuais da receita de União, Estados e municípios. Duplicar esses percentuais exigiria uma improvável maioria de três quintos da Câmara e do Senado.

Com ou sem mudança no texto constitucional, seria necessário elevar ainda mais a carga de impostos do Brasil -a maior entre os países de renda média- ou promover cortes profundos em outras áreas, como Previdência Social e saúde.

Comparada às dimensões da economia nacional, a despesa pública em educação não é pequena. Está na média dos países desenvolvidos e é semelhante às de EUA, França e Reino Unido.

É evidente que, como o PIB per capita desses países é muito maior, o mesmo acontece com o gasto por aluno e a qualidade da educação pública. O grau de prioridade conferido ao setor, no entanto, é equivalente.

A radicalização da meta torna mais provável um veto presidencial, como da última vez. Dilma Rousseff, que na campanha falou em atingir 7% do PIB até 2014, teria assim menos uma promessa a ser descumprida.

DCI - SP | POLÍTICA ECONÔMICA

SEGURIDADE SOCIAL | TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS 27/06/2012

Medidas podem prejudicar superávit a partir de 2013

As medidas já anunciadas pelo governo, e a que deve ser divulgada hoje, todas para estimular o crescimento econômico, podem causar incertezas no mercado quanto o cumprimento da meta cheia do superávit primário a partir de 2013 - por volta de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Como o governo está fazendo um afrouxamento por conta das desonerações tributárias - como é o caso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) -, somado ao fato de que os juros [taxa Selic] estão caindo, a política fiscal [contenção de gastos] deveria ser mantida. Aumentar gastos nesse cenário pode sinalizar o não cumprimento da meta cheia", comenta o analista da Tendências Consultoria, Felipe Salto.

Por enquanto, segundo ele, o cumprimento da meta cheia neste ano está garantido, mas vai depender do anuncio a ser feito hoje pelo governo, conforme antecipado ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel.

Segundo os últimos dados do Banco Central (BC), de janeiro a abril, o setor público economizou R$ 60,2 bilhões, o que representa 43% da meta, de R$ 139,8 bilhões. O próximo resultado - acumulado até maio - será divulgado na sexta-feira que vem. Hoje terá uma prévia do esforço fiscal do governo, por meio dos números do governo central, formado por BC, Tesouro Nacional e Previdência Social.

Nova medida

Paliativamente a equipe econômica de Dilma Rousseff anuncia medidas para tentar liberar mais crédito, e, assim aumentar o

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consumo no País ou expandir a produção. As ações a serem divulgadas hoje visam reforçar e acelerar as compras governamentais, o que, segundo o professor do Ibmec, Márcio Salvato, possibilitará também a expansão da demanda agregada no Brasil.

O governo entende que ampliando os gastos em algumas áreas poderá dar um estímulo adicional aos investimentos e, com isso, melhorar o desempenho do PIB.

As compras públicas serão preferencialmente da indústria nacional em setores com alto poder de dinamização da economia, como Saúde, Defesa e Educação. O governo poderá antecipar aquisições já previstas no Orçamento e utilizar o mecanismo de margem preferencial, pela qual pode pagar até 25% mais caro nos processos de licitação para aquisição de produtos fabricados no País. Por este mecanismo, o governo pode adquirir produtos dos setores têxtil, confecção, calçados, fármacos e medicamentos e para retroescavadeiras e motoniveladoras.

Para o professor do Ibmec, as medidas podem resultar também na construção de hospitais e escolas. "O problema é que se fazer isso quando a economia não está crescendo, e a arrecadação de impostos está desacelerando, pode aumentar o custo

a ser pago no futuro. Os juros estão caindo, mas essas despesas podem coincidir mais para frente com a subida da taxa, e isso compromete as contas públicas. Este prejuízo pode acontecer a partir de 2013", diz.

Por outro lado, Salvato afirma que, no curto prazo, medidas paliativas ajudam a resolver a situação econômica. "Contudo, são políticas que dão mais visibilidade ao governo, do que uma solução de fato. A equipe de Dilma teria que, ao mesmo tempo, discutir reformas estruturais, como a Tributária. Reduzir IPI em algumas áreas é possível. Mas também teria que se conversar sobre alterações em todo o sistema tributário, por exemplo", aconselha.

Ainda hoje, a presidente Dilma deve anunciar a prorrogação da redução do IPI para produtos da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e freezer), além de móveis, luminárias, lustres e papel de parede. O benefício terminaria neste sábado.

Investimentos

O ministro do MDIC disse ontem que o pacote de estímulo à economia brasileira que o governo federal lançará hoje focará mais no investimento. Ele não quis antecipar muitos detalhes do pacote, alegando que "não gostaria de tirar o brilho do anúncio", mas explicou que desta vez as medidas não serão só para a indústria.

Segundo Pimentel, o pacote consiste em um conjunto de ações do governo para alavancar mais a economia. "Trata-se de um pacote mais generalizado. Não é só para a indústria", reiterou. "Nós já fizemos muita coisa para expandir o consumo. Melhoramos o crédito, [fizemos] reduções importantes de imposto para os bens de consumo duráveis e, agora, estamos focando muito no investimento", acrescentou o ministro.

Ele declarou ainda ontem que o Brasil dispõe dos quatro requisitos necessários para fazer parte do grupo de nações líderes. O primeiro deles é o grande contingente populacional, que fomenta a existência de um mercado dinâmico, seguido pela ampla gama de recursos naturais, democracia sólida e o investimento em recursos tecnológicos.

O DIA - RJ | ECONOMIA

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS 27/06/2012

IPI menor para carro zero deixa usado mais barato

Quem compra pela primeira vez pode levar automóvel com preço até 35% menor. Já os que vendem veículo seminovo precisam pesquisar para conseguir vantagem

A redução do IPI para carro zero já impacta positivamente o mercado de seminovos. Do ponto de vista do consumidor, quem compra um automóvel usado pode encontrar preços até 35% menores. Segundo economistas, com a inadimplência em alta, as financeiras passaram a ser mais seletivas para autorizar o crédito de seminovos. Para os revendedores, trata-se de

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preconceito contra seu público, majoritariamente da classe C, que merece ação de proteção do governo federal. De qualquer forma, a procura passou a ser menor, o que provocou a queda nos preços.

"O usado está bom para comprar porque está barato. Hoje um carro usado vale, em média, 20% menos do que valia há um mês. Já quem vai usar o velho como moeda de troca, vai precisar pesquisar para ter um bom retorno", orienta o presidente do Instituto das Concessionárias do Brasil (ICBR), Evaldo Costa.

A dica, segundo ele, é pesquisar em revendedoras de diferentes marcas e bairros, especialmente nas áreas da cidade onde há uma tendência maior para se comprar. "Se uma concessionária vende mais e está com estoque baixo, ela vai oferecer um valor maior pelo veículo", diz.

Para o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, os próximos meses serão do usado. "Agora, o movimento da compra do novo vem tirando uma parcela de mercado do seminovo. Mas não quer dizer que vai continuar. O incentivo do IPI vai parar em agosto e a tendência é que o mercado volte ao normal antes do fim do ano", avalia.

"Na compra de um Idea Attractive 2009, por exemplo, o modelo pode sair por R$ 28 mil, enquanto um do ano sai por R$ 43.700. A diferença de quase R$ 16 mil é uma ótima pedida para o consumidor, que conquista redução de 35%".

FOLHA ONLINE | PODER

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS 27/06/2012 03:37 Veja a matéria no site de origem

Veja as manchetes dos jornais desta quarta-feira

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Jornais nacionais

Folha de S.Paulo

Ministro dá aval, e STF tem data para julgar o mensalão

Agora S.Paulo

Lote de atrasados acima de R$ 32.700 sai até domingo

O Estado de S.Paulo

STF julga mensalão em 2 de agosto, após 7 anos

O Globo

Revisor libera processo e mensalão já tem data

Estado de Minas

Até merenda e marmita são superfaturadas

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Correio Braziliense

O Mensalão na ordem do dia

Zero Hora

Dilma aposta em escolas e obras para o país destravar

Valor Econômico

Desoneração da folha atenua perda de fôlego do emprego

Brasil Econômico

Juros para crédito ao consumidor é o menor dos últimos 12 anos

*

Jornais internacionais

The New York Times (EUA)

Apoiado pela OTAN, Turquia endurece discurso contra a Síria

The Guardian (Reino Unido)

Jersey ameaça romper com o Reino Unido

Le Figaro (França)

Merkel não aceitará partilha da dívida

El País (Espanha)

Governo vai retirar 456 remédios do financiamento público

Clarín (Argentina)

Cristina faz defesa aumento de impostos

JORNAL DE BRASILIA - DF | POLÍTICA

TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Lula pode usar verba públ ica

MUSEU PESSOAL

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A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, disse ontem que o Instituto Lula poderá usar verbas da Lei Rouanet para financiar a construção do Memorial da Democracia, museu que exibirá o acervo do ex-presidente em São Paulo. O mecanismo de renúncia fiscal é regulado pelo governo e permite que empresas interessadas em apoiar projetos culturais deduzam as doações do Imposto de Renda.

Na prática, isso significa que o museu de Lula usará recursos públicos, o que ele e os dirigentes do seu instituto prometiam não fazer. O projeto está orçado inicialmente em até R$ 100 milhões.

"Claro que vai poder ter captação pela Lei Rouanet", afirmou a ministra, depois de se reunir com Lula. "Pode sim, claro. Nada impede".

Ana de Hollanda disse que já se reuniu com o ex-ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos, hoje diretor do Instituto Lula) para discutir como o governo apoiará a construção do memorial. "Abri todas as possibilidades institucionais possíveis", disse.

Na conversa, ela também ofereceu ajuda de técnicos do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), autarquia vinculada à sua pasta, para organizar o acervo e as exposições do futuro memorial.

A ministra disse que o pedido de financiamento a ser apresentado pelo instituto "será analisado como qualquer outro".

NOVO DISCURSO Em comunicado divulgado em fevereiro, o Instituto Lula afirmou que assumiria "todos os custos da construção de um edifício de alta excelência arquitetônica" para abrigar o memorial.

Depois das declarações da ministra, o presidente da entidade, Paulo Okamotto, disse que estuda recorrer à renúncia fiscal. "Nós ainda vamos debater como levantar os recursos para construir o museu. Certamente, lá na frente pode pintar essa possibilidade", afirmou.

"Pode ser que mais para a frente, depois de uma discussão para manter o instituto, talvez tenhamos que lançar mão da Lei Rouanet." Okamotto chegou a dizer que a legislação "não prevê recurso público". Ao ser lembrado de que as empresas doadores deixam de pagar impostos ao governo, disse: "Você considera isso recurso público? Então tá bom."

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TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS 27/06/2012

Itália socorre banco secular

O governo italiano aprovou ontem o resgate com o máximo de 2 bilhões de euros do banco mais antigo do mundo, o Banca Monte dei Paschi di Siena (BMPS), fundado em 1472, na cidade de Siena, na Toscana. Além da ajuda, o governo substituirá empréstimo de 1,9 bilhão de euros concedido em 2009 por outro, o que deverá somar no total 3,9 bilhões de euros. Com essa medida, o banco contará com fundos de recurso próprio que respeitará as exigências da autoridade bancária europeia. Muito exposto à dívida italiana, o BMPS fechou o ano de 2011 com um prejuízo de 4,69 bilhões de euros. A decisão do governo italiano procura evitar que um dos alicerces da formação das instituições financeiras do país desabe com a crise. Além disso, explicou uma autoridade do governo, que pediu anonimato, o BMPS é símbolo da solidez italiana, "e não poderia ir à lona".

Ao socorrer a tradicional institucional financeira, o primeiro-ministro Mario Monti espera conquistar apoio em momento decisivo para sua permanência no cargo. Ele ganhou os primeiros dois de quatro votos de confiança convocados para acelerar a aprovação de sua reforma trabalhista, criticada tanto por sindicatos quanto pelo setor empresarial. As duas votações finais e consequente aprovação da reforma devem acontecer hoje. Monti tem inclusive o apoio do antecessor, Silvio Berlusconi, na empreitada. Berlusconi disse ontem, em Roma, que o mais importante, neste momento, é salvar o país.

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A crise bancária europeia é o principal item da agenda de dois dias de reunião de cúpula da União Europeia, que começa amanhã. A ideia de criar mecanismo de fiscalização e unificação bancária e fiscal estará na mesa de discussão.

Protestos

Entre o novo imposto predial, a alta dos impostos ao consumo, o IVA, e a caça às evasões fiscais lançada pelo governo de

Monti, os italianos se dizem estrangulados pelo Fisco em plena recessão da economia. "Não terminamos nunca de pagar multas, faturas, recibos. Cada dia a corda está mais estreita e a cada dia menos podemos pagar. Este governo corre muito para cobrar impostos", diz o empresário Gianbattista Tagliani. O jovem empresário havia acabado de sair de uma filial de Equitalia, a agência pública para a arrecadação de impostos, onde estava pagando as cotações atrasadas de um empregado.

Especializado em monitoramento de mídias, ele conta a situação absurda na qual se encontra: a Câmara dos Deputados, ou seja, o Estado italiano, lhe deve 20.000 euros por serviços prestados, os quais lhes serão pagos com 180 dias de atraso.

O imposto predial, que Silvio Berlusconi eliminou em 2008 e que foi reintroduzido por Monti, e o IVA, que subiu de um ponto a 21% e que pode chegar a 23%, converteu-se em um pesadelo para os italianos. Monti tem procurado atenuar a situação com o compromisso de estimular o crescimento, mas com o aumento de custos da dívida italiana em face do risco, a espera por dias melhores ainda é incerta na Zona do Euro.

Tesouro comum

A Zona do Euro poderá criar um Tesouro para o bloco monetário e emitir eurobônus no último estágio de uma união fiscal que pode levar anos para ser construída, de acordo com documento preparado para a cúpula dos líderes, que começa amanhã. "Numa perspectiva de médio prazo, a emissão de dívida comum pode ser explorada como um elemento de tal união fiscal e sujeita ao progresso da integração fiscal", diz o relatório.

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TRIBUTOS - CONTRIBUIÇÕES E IMPOSTOS | RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Imagem 1

Projeto reabre prazo do Refis

"É um contingente expressivo de contribuintes que precisam da chance de regularizar sua vida fiscal nesses tempos de crise"

Mendes Thame, deputado federal do PSDB-SP

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados deve aprovar, no início do segundo semestre, em caráter terminativo, projeto de lei que reabre o Refis da Crise, o programa de parcelamento de Tributos atrasados criado em 2009

pelo governo Lula. Há duas propostas em análise. Uma, do deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), prevê a abertura do prazo de adesão da Lei n° 11.941, que instituiu o programa, para todos os contribuintes, pessoas físicas e jurídicas.

"O projeto não muda uma vírgula do conteúdo da lei aprovada e em vigor. Mexe somente no período de adesão, em mais nada. Apenas dá nova chance aos que não tiveram oportunidade de entrar no programa à época", reforça o deputado. Pela lei, somente os débitos vencidos até novembro de 2008 podem entrar nessa forma de pagamento mais benéfica, que prevê redução de até 90% das multas e de até 40% dos juros, conforme o total das parcelas escolhido. "Essa regra está mantida", diz Mendes Thame. Dados da Receita Federal apontam que um terço dos contribuintes que tinham débitos alcançados pela lei na

época ficou de fora do programa.

O projeto de Mendes Thame foi apensado a um outro apresentado pelo deputado Nelson Marquezan Filho (PSDB-RS), que reabre o prazo só para aqueles que apresentaram o pedido de parcelamento, mas perderam a data para consolidação dos débitos, conforme estabelecido na Lei n° 11.941. O relator dos projetos, o deputado Junior Coimbra (PMDB-TO), apresentará parecer favorável apenas à proposta de Marquezan.

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É o que resultou das negociações com o Ministério da Fazenda, que concordou somente em dar nova oportunidade aos contribuintes que já tinham apresentado o pedido em 2009. Eles chegaram a pagar as parcelas mínimas mensais exigidas - de R$ 50 para pessoas físicas e de R$ 100 para pessoas jurídicas -, mas perderam a data fixada pela Receita Federal para

consolidação dos débitos e forma de pagamento.

Débitos

De abril a agosto de 2010, esses devedores tiveram de se submeter à chamada consolidação da dívida, declarando os débitos que queriam incluir. Somente em maio de 2011, eles foram convocados para selecionar as opções de pagamento, com desconto. Quem perdeu algum desses dois prazos foi excluído do programa.

"Foram várias portarias e atos expedidos durante o período, o que gerou falta de clareza e impediu vários contribuintes de consolidar o seu parcelamento", explicou o relator. Segundo ele, o governo alega a necessidade de previsão das renúncias fiscais para dar nova oportunidade a todos os contribuintes que não chegaram a aderir ao Refis da Crise em 2009.

Mendes Thame discorda. Para ele, a falha na divulgação das datas ocorreu também no início do programa. "Não houve divulgação suficiente para todos os devedores", alega. Na sua avaliação, os que ficaram de fora equivalem a metade dos que aderiram. "Há um contingente expressivo de contribuintes que precisa da chance de regularizar sua vida fiscal nesses tempos de crise. Os que estão de fora continuarão de fora, se não tiverem nova oportunidade de regularizar seus débitos em condições mais favoráveis", argumenta o deputado.

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Desoneração da folha atenua perda de fôlego do emprego

Os setores da economia beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos estão apresentando um desempenho melhor na criação de empregos, especialmente na indústria, do que aqueles que não tiveram os Tributos sobre a mão de obra

reduzidos. O baixo crescimento no primeiro trimestre, com o recuo na criação de vagas formais, obriga que a comparação seja feita não entre os setores que criaram mais empregos, e sim entre os que apresentaram uma menor queda na geração de postos de trabalho. O resultado mostra que em confecções, couro e calçados, tecnologia da informação e comunicação (TIC) e call centers, os ramos que mais empregam no país, a situação seria pior sem a desoneração.

Com o recuo geral na taxa de crescimento da economia, a indústria, que apresenta um quadro de estagnação desde pelo menos 2011, perdeu o fôlego na criação de empregos. Nos setores desonerados, o emprego formal ainda cresceu, mas deu origem a um número de vagas 40% menor nos cinco primeiros meses do ano em relação a igual período de 2011. Foram abertos 67 mil postos no ano passado e 41 mil agora. O desempenho na indústria como um todo foi bem inferior, com a abertura de novas vagas recuando 53%. O setor de couro e calçados ficou praticamente estável, com redução de apenas 5% na criação de vagas.

A queda na geração de empregos foi observada em levantamento feito pelo Valor com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A pesquisa considerou atividades vinculadas aos setores com desoneração da folha e atingiu 36 mil empresas - quase 86% dos estabelecimentos incluídos na medida.

"Um primeiro efeito das medidas é aumentar o nível do emprego com a geração de vagas. Mas os números mostram que ela não foi suficiente para compensar a queda na demanda pelos produtos desses setores e a forte entrada de bens estrangeiros", diz o economista José Márcio Camargo. Em maio, as demissões nas fábricas de artigos de couro e calçados superaram as admissões em 2 mil vagas. O resultado, porém, foi melhor que o do mesmo período de 2011, quando foram fechados mais de 4 mil postos.

O benefício tributário na folha de pagamentos deve ter impacto mais acentuado no segundo semestre. "No início do ano, em geral, o mercado de trabalho não é muito aquecido. O efeito deve ser maior na segunda metade do ano, quando há o pico de

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produção da indústria", prevê o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado.

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VALOR ECONÔMICO -SP | POLÍTICA

POLITICA 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Empresários mobilizam-se para eleição em SP

Antes refratário a apoiar campanhas eleitorais, o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, reviu seus conceitos depois do fechamento de um shopping e o impedimento para que outro abrisse. "Nas outras eleições, não apoiamos diretamente nenhum candidato. Mas este ano, pelos problemas que tivemos, há o entendimento de que é fundamental ter uma participação maior na eleição", diz.

O "problema" a que se refere Sahyoun é o veto da Prefeitura de São Paulo à inauguração do Shopping JK Iguatemi antes que fosse construída uma ponte para reduzir o trânsito causado. A obra ainda não foi concluída, mas, depois de dois meses, o shopping recebeu permissão para abrir. Houve também o fechamento do Center Norte, um dos maiores da cidade, erguido sobre um lixão nos anos 1980 e que tinha risco de explosão. Além das denúncias de propina para liberar licenças de funcionamento.

O representante dos lojistas diz que é "absurda" a demora dos órgãos públicos para liberar empreendimentos que contribuem para o desenvolvimento da cidade. "A prefeitura exige mais de 70 documentos, uma parafernália de papéis, e não tem prazo para aprová-los. Toda essa burocracia atrasa a vida de São Paulo", diz.

Nesta eleição, o empresário quer a promessa de que haverá redução no número de documentos necessários e que será estabelecido prazo para os departamentos responsáveis avaliarem as certidões. "Podemos assumir publicamente o apoio ao candidato que lavrar esse compromisso em cartório", afirma.

O pleito pela desburocratização, diz, tem o apoio de entidades que representam o comércio, franquias e supermercados. "Não queremos tudo para nosso setor, mas quem paga imposto, quem gera riqueza, tem que ser respeitado", exige.

A exemplo dos lojistas, outros setores se movimentam para influenciar a eleição da maior cidade brasileira. Durante dois meses, o Valor ouviu empresários e representantes de associações empresariais, e acompanhou reuniões de candidatos com setores privados. Presenciou pedidos que envolvem desde contratos milionários da prefeitura até a inclusão do pão francês - comprado em padarias próximas - no cardápio das escolas municipais.

Dessas conversas colheu que a ação mais polêmica do atual governo, do prefeito Gilberto Kassab (PSD), foi a restrição ao tráfego de caminhões nas principais vias da cidade nos horários de pico. Feita para aumentar a fluidez de um trânsito cada vez mais travado, a proibição aumentou os custos com transporte, dizem empresários de vários setores.

Os empresários reconhecem, porém, que são necessárias ações para amenizar os problemas de mobilidade da capital, que também atrapalham seus negócios. "A limitação de horários aumenta os custos para as construtoras, mas sabemos que não é uma discussão fácil e que envolve toda a sociedade", afirma o vice-presidente de Obras Públicas do Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon), Luiz Antônio Messias.

Para o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (Abresi), Edson Pinto, é preciso flexibilizar as restrições. "Os caminhões com produtos perecíveis não podem ficar parados fora da cidade, à espera do horário para entrar em São Paulo, ou há sério risco dos produtos estragarem", reclama.

Os candidatos se dividem sobre as restrições. O ex-deputado Celso Russomano (PRB) afirma que discutirá a restrição com o setor de transporte para evitar o desabastecimento da cidade. Outro que questiona a medida é o deputado federal Gabriel Chalita (PMDB). "A eficácia é duvidosa. A cidade passou a enfrentar trânsito em horários em que anteriormente não havia", diz.

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O pemedebista não afirma, contudo, se acabará com a restrição.

Já o ex-governador José Serra (PSDB) e o ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) concordam com a restrição, mas por motivos diferentes. O tucano avalia como positiva a ação do prefeito, que é seu aliado. "O que se fez foi reordenar a circulação desses veículos, muitos de fora da cidade, e não simplesmente proibir a circulação", afirma. O petista considera o veto uma "medida emergencial", mas diz que o manterá por causa da falta de investimento, que impede a população de trocar o carro pelo transporte público.

Empresários também querem rediscutir a Lei Cidade Limpa, uma das ações mais populares do prefeito Gilberto Kassab por diminuir a poluição visual da cidade, que acabou com outdoors, reduziu o tamanho das fachadas de lojas e restringiu a publicidade exterior na capital.

Para representantes do setor, as restrições foram duras demais. "Todas as cidades do mundo têm publicidade exterior. Em algumas cidades, é até ponto turístico, mas em São Paulo a lei é muito restritiva", afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado de São Paulo (Sepex-SP), João Silva.

O sindicato pretende conversar com os candidatos para expor seu ponto de vista e apresentar projeto para permitir o retorno dos outdoors "de forma mais controlada". "Entendemos que havia exageros antes e não queremos uma lei permissiva, mas que regulamente o meio com regras de tamanho e distância entre as placas", diz.

No que depender dos candidatos, porém, essas empresas ainda terão poucos negócios a fazer na cidade - que, segundo o sindicato patronal, respondia por 30% do faturamento com publicidade exterior de todo o Estado em 2007, quando a lei entrou em vigor.

Haddad, Chalita e Serra dizem ser contra alterações no Cidade Limpa. Russomano é o único favorável à volta de placas e outdoors, desde que como contrapartida o anunciante faça a manutenção de equipamentos públicos, como uma praça ou jardim. A ideia é a mesma da licitação do mobiliário urbano, que Kassab lançou este ano.

O prefeito pretende liberar a propaganda em abrigos de ônibus e relógios de rua em troca da manutenção deles e do pagamento de uma contrapartida. Dividida em dois lotes, a licitação, suspensa pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) para esclarecimentos, exclui as pequenas, médias e até grandes empresas do setor, reclama João Silva.

"Do jeito que está, só as grandes multinacionais participarão", critica. O lote dos abrigos de ônibus exige investimento de R$ 540 milhões nos pontos e pagamento de R$ 133 milhões à prefeitura paulistana, além de uma outorga decidida em leilão - o maior lance leva a concessão por 25 anos. Nos relógios, o investimento é de R$ 146 milhões, mais as outras contrapartidas.

O modelo é criticado por Russomano, que pretende mudar a licitação para permitir que empresas menores concorram. Já Haddad promete destinar os anúncios a pequenas e médias empresas, que não têm condições de fazer propaganda em veículos de massa. Serra é o único que defende a atual licitação, sem propor mudanças. Chalita diz que irá estudar o assunto.

O modelo de grandes licitações, presente na disputa pelo mobiliário urbano, gera reclamações também no ramo de obras públicas e de limpeza urbana por excluir companhias menores.

A megalicitação do lixo foi contestada na Justiça pelas empresas que realizavam os serviços de limpeza de bocas de bueiro e varrição de ruas, agora prestados por duas concessionárias. Elas não conseguiram barrar a assinatura do contrato, de R$ 2,1 bilhões por três anos, que foi assinado em dezembro de 2011. Caberá ao novo prefeito, portanto, prorrogar o contrato ou fazer uma nova licitação, se achar que o serviço não está satisfatório.

Ariovaldo Caodaglio, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur), defende a licitação conjunta como um das grandes conquistas do setor. "No modelo anterior, feito em 2004 pagava-se para limpar a cidade, pela tonelagem transportada para o lixão. Agora, paga-se para mantê-la limpa, com bônus ou deduções dependendo da avaliação dos serviços", diz.

Segundo Caodaglio, isso obriga as concessionárias a realizar campanhas para conscientizar à população a não sujar a cidade- uma peça publicitária será exibida em breve na televisão para esclarecer "sobre a importância de cuidar de São Paulo". "A população já percebeu a melhora na limpeza. Esperamos que a próxima gestão, independente da coloração partidária, apoie e colabore com esse novo modelo", diz.

Os candidatos questionados pelo Valor dizem que precisam avaliar individualmente os contratos para definir se o melhor é realizar a licitação de vários serviços conjuntamente, como ocorreu na limpeza urbana, ou se estes serão realizados por várias empresas.

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Maia coloca em votação projetos que contrariam governo

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), decidiu ontem manifestar a indisposição sua e da base aliada com o Palácio do Planalto pela falta de participação no governo e o não atendimento de emendas parlamentares.

Após reunião com líderes das bancadas, o petista pautou para a sessão de hoje vários projetos que o governo não pretendia apreciar nesse instante, como o que redistribui os royalties do petróleo, o que reduz para 30 horas a jornada de trabalho dos profissionais de enfermagem do SUS e o que discrimina nas notas fiscais o peso de cada tributo no preço final ao consumidor.

Além disso, a comissão especial que analisava a proposta aprovou, por unanimidade e em caráter terminativo o Plano Nacional de Educação (PNE), que inclui uma meta de investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, a ser alcançado no prazo de dez anos. O governo era favorável a uma meta de 7,5% por conta do impacto fiscal. O projeto ainda será analisado pelo Senado. Há controvérsias sobre o poder de veto que a presidente pode vir a ter sobre a elevação de gastos prevista no projeto aprovado ontem.

A lista só não incluiu o projeto que acaba com o fator previdenciário porque o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), conseguiu agendar reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto.

Sobre o projeto dos royalties, o governo também prefere que ele seja levado a plenário apenas após as eleições municipais de outubro. O objetivo é evitar que o processo eleitoral seja contaminado por ele, uma vez que, se aprovado, municípios de todos o país serão beneficiados. Mas Marco Maia ignorou essa posição e colocou-o na pauta de hoje.

Pegou de surpresa até mesmo o relator, Carlos Zarattini (PT-SP), que promovia alterações no relatório para adequá-lo aos interesses da presidente Dilma Rousseff e, desse modo, evitar eventuais vetos presidenciais.

A bancada do Rio, maior representante dos Estados produtores nesse debate e que tem se oposto a todos os modelos de distribuição de royalties defendidos pelos Estados produtores, também não esperava a votação hoje. Decidiu, então, se mobilizar e pressionar Zarattini para que ele apresentasse um relatório que rejeitasse o projeto em suas mãos - oriundo do Senado - e apresentasse um substitutivo em outro projeto cuja origem é na Câmara. Desse modo, conseguiriam fazer com que os deputados dessem a última palavra sobre seu teor antes de ir à sanção. O relator, porém, não deve encampar o roteiro.

Ainda mais porque, apesar de a pauta de votações ter sido acordada com os líderes, não havia certeza ontem de que haverá quórum para votá-la. O motivo é que termina sábado o prazo final para a realização das convenções que escolherão os candidatos a prefeito para as eleições de outubro. Em razão disso, muitos parlamentares se planejaram para ficar em Brasília apenas ontem e voltar para suas bases eleitorais hoje.

De qualquer modo, o recado foi mandado. Um parlamentar disse ao Valor que contrariar o Planalto foi um ato proposital liderado por Maia, com anuência dos líderes. "Se o Palácio não cumpre acordos conosco, não divide o governo, não há porque só votar o que ele quer aqui."

Basicamente, a insatisfação ocorre pela baixa liberação de emendas e pela falta de participação no governo no segundo e terceiro escalões. O problema é que agora esse incômodo também chega ao PT, que se veem alijados de espaços que ocuparam no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Caso do Banco do Brasil, da alçada de Guido Mantega. (Colaborou Luciano Máximo, de São Paulo)

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TCU defende regime diferenciado de contratações no PAC

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Benjamin Zymler, defendeu ontem a extensão das licitações simplificadas para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

"Eu vejo como uma excelente medida. Eu tenho o Regime Diferenciado de Contratações como uma evolução em relação à Lei 8666. Permite o uso de uma técnica muito parecida com o pregão para obras públicas", disse Zymler, após participar de audiência pública na Câmara.

"Então, se permite contratar por menor preço de forma muito mais rápida e isso é bom para sociedade civil", completou o ministro. A simplificação das licitações públicas para o PAC está prevista na Medida Provisória (MP) 559, que já foi aprovada pela Câmara e agora tramita no Senado. Enquanto a proposta não é aprovada, o RDC só vale para as obras da Copa do Mundo de 2014.

O ministro afirmou que a questão das obras da Copa que podem ser contempladas pelo regime já está pacificada no TCU: vale o entendimento, disse ele, que obras com trechos que possam entrar em operação antes de junho de 2014 poderão utilizar o RDC. Um exemplo são os terminais de aeroportos.

Zymler afirmou que algumas obras, como estradas, poderiam não ser contempladas pelo RDC porque não estariam prontas no prazo. Mas ponderou que a aprovação da MP que estende o RDC para as obras do PAC deve contemplar esses trabalhos que teriam problemas de prazo segundo a regra em vigor.

Durante a audiência, Zymler ouviu críticas de juristas sobre a regra de que o orçamento para as obras licitadas só será apresentado após as propostas dos concorrentes. Alguns especialistas apontaram que isso pode tirar empresas da concorrência. Além disso, o orçamento "oculto" pode dar muito poder para o ente público, o que abre brecha para corrupção, segundo os mestres e doutores em Direito presentes na audiência.

O ministro, no entanto, defendeu o modelo e disse que o sigilo promove uma redução de preços, já que muitos concorrentes balizam suas propostas no valor para a obra no orçamento.

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Julgamento começará em 2 de agosto

Num tom de desabafo, o ministro Ricardo Lewandowski liberou o processo do mensalão e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, marcou o início do julgamento para 2 de agosto, um dia depois do previsto pelo cronograma inicial que havia sido estabelecido pela Corte e que fixou a data de 1º de agosto.

"Eu fiz das tripas coração para respeitar o cronograma estabelecido pela Suprema Corte", disse Lewandowski, revelando um

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desconforto com o cronograma que foi fixado pelos colegas em reunião, em 6 de junho, em que ele não estava presente.

Segundo o ministro, a média para a revisão de processos que envolvem um réu é de seis meses. O mensalão tem 38 réus. Lewandowski é revisor dos autos e recebeu-os em seu gabinete em fevereiro. "É o voto revisor mais curto da história do STF", enfatizou o ministro.

Após receber o ofício de Lewandowski, Ayres Britto consultou os ministros a respeito da data de início do julgamento. Para o presidente da Corte, o processo teria que ser liberado na segunda-feira de modo a cumprir os prazos para o início do julgamento. A partir da publicação do processo na pauta, são necessárias 24 horas para dar conhecimento aos réus e outras 48 horas para o início da sessão. Esses prazos teriam que ser contados até a próxima sexta-feira para que o julgamento do mensalão começasse em 1º de agosto, já que, em julho, o STF está em recesso e os prazos são suspensos.

Como o processo foi liberado ontem, a alternativa seria a de o STF publicar uma sessão extra do "Diário de Justiça" eletrônico para viabilizar o cumprimento dos prazos até sexta-feira.

O gabinete de Lewandowski defendeu a publicação de uma edição extra, mas o presidente consultou o relator, Joaquim Barbosa, e outros ministros e eles acharam melhor não utilizar a edição extra de modo a evitar eventuais alegações de nulidade por parte dos advogados dos réus.

"Consultados, vários ministros, a partir do relator, avaliaram que a edição extra do DJ não seria conveniente para não ensejar alegações de casuísmo e, por consequência, de nulidade processual em matéria penal", justificou Britto.

Dessa forma, ele indicou 2 de agosto como dia inicial do julgamento. "Com essa liberação, finalmente, está definido o cronograma de julgamento da Ação Penal nº 470, embora com um dia de atraso", afirmou Britto, citando o nome técnico do processo do mensalão.

O STF já usou edições extras do "Diário de Justiça" para marcar o julgamento de outras ações penais e o próprio processo do mensalão contou com despachos pelo sistema eletrônico. Em 9 de dezembro de 2010 foram publicados quatro despachos envolvendo a Ação Penal nº 470 em edição extra do DJ, além da publicação para julgamento das ações penais nº 372, que envolveu Jackson Barreto de Lima, e nº 527, em que o réu era Luiz Carlos Setim. Nesse ano, foram utilizadas quatro edições extras eletrônicas para marcar julgamentos urgentes. Mas, no caso do mensalão, a Corte optou por não utilizar a edição extra eletrônica.

Marcado por divergências com relação à data de julgamento, o mensalão deve opor o relator e o revisor. A expectativa é a de que Barbosa e Lewandowski apresentem votos diferentes em algumas questões, como a imputação de penas aos réus.

Um dos debates deve ser o da aplicação de penas aos réus primários, que teriam direito a punições menores, pois nunca foram condenados. O dilema é que, se penas menores forem impostas, algumas punições podem prescrever. Esse será um tema em discussão.

Em agosto de 2007, quando o STF recebeu a denúncia feito pelo Ministério Público Federal, Barbosa e Lewandowski discordaram em outros pontos, como a qualificação dos crimes. O revisor reclamou que, num trecho, a denúncia mencionou tanto a formação de quadrilha quanto a de organização criminosa, padecendo de "imprecisão terminológica" para a qualificação do crime antecedente à lavagem de dinheiro. Na ocasião, Barbosa reclamou da "abordagem puramente formalista" do colega.

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POLITICA 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Para relator, Perillo mentiu em depoimento

O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse ontem que o governador de Goiás, Marconi Perillo

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(PSDB), "com certeza" mentiu em seu depoimento sobre o episódio envolvendo uma controversa venda de uma casa que pertencia a ele.

"Com certeza [o governador mentiu]. Está evidente que foi uma história montada. A história da casa é para negar a relação do governador com o senhor Carlos Cachoeira", disse Odair Cunha, no fim da sessão da CPI convocada para ouvir pessoas envolvidas no episódio.

O governador negou ter mentido à CPI e reafirmou que não vendeu sua casa para Carlos Cachoeira.

Em depoimento à comissão, Perillo disse não ter se preocupado, à época, com quem tinha emitido os cheques usados na transação nem a quem se destinaria o imóvel, cuja venda foi intermediada por um de seus assessores. O governador tem sustentado a versão de que o pagamento ocorreu por meio de três cheques, sendo dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil.

No entendimento do relator, os áudios obtidos pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, evidenciam que o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, alvo central das investigações, tinha interesse em comprar a casa pertencente ao governador e que estaria preocupado com o fato de a casa ser repassada em seu nome.

O relator apontou conflitos entre as datas informadas nas diferentes versões sobre o episódio, disse que Cachoeira tentou "esconder" o proprietário do imóvel, inclusive ordenando que o contrato da venda fosse rasgado.

"Quem comprou a casa foi o senhor Carlos Cachoeira, os áudios mostram isso, e aqui o arquiteto disse que quem o contratou foi a senhora Andressa [Mendonça, mulher de Cachoeira]", disse Cunha no fim do depoimento do arquiteto Alexandre Milhomem, que alegou desconhecer Perillo, mas admitiu ter prestado serviços ao casal. O relator anunciou que vai requerer cópias das notas fiscais às empresas prestadoras do serviço de decoração feito por Milhomem, com a finalidade de identificar o valor e os meios de pagamento recebidos pelo arquiteto.

Em nota, a assessoria do governador afirma que os depoimentos do empresário Walter Paulo e do ex-vereador Wladimir Garcez deixaram claro que "o imóvel foi ocupado a partir de agosto de 2011, portanto após o pagamento e a escrituração". (Com agências noticiosas)

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POLITICA 27/06/2012

Escândalo federal

O esquema do mensalão teve origem nas dívidas de campanha assumidas pelo PT em 2002, ano da primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, os petistas teriam concordado em pagar R$ 10 milhões ao Partido Liberal (PL) - hoje Partido da República (PR) - em troca do apoio da legenda. Para quitar parte do débito, a cúpula do PT teria recorrido a empréstimos. O dinheiro passou a ser usado, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), para a suposta compra de apoio de parlamentares ao governo Lula.

O escândalo do mensalão veio à tona em junho de 2005, por meio de denúncia feita pelo então deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson. Em 2007, o Supremo Tribunal Federal recebeu a denúncia e abriu a ação penal do mensalão contra 40 denunciados. No total, 38 serão julgados, pois o ex-deputado José Janene (PP) faleceu em setembro de 2010 e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira fez acordo com o Ministério Público para substituir uma eventual pena pela prestação de serviços comunitários.

Entre os 38 réus que serão julgados pelos ministro do Supremo, estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Roberto Jefferson, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e João Paulo Cunha (PT-SP). Este, aliás, lançou no último sábado candidatura à prefeitura de Osasco (SP).

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POLITICA 27/06/2012 Imagem 1

Corrida para cassar Demóstenes

O pedido de cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), braço político do esquema do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, aprovado segunda-feira por unanimidade no Conselho de Ética, vai ser votado no plenário do Senado em 11 de julho. A garantia foi dada pelo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). A defesa do parlamentar goiano tinha a esperança de jogar a votação para agosto e, dessa maneira, aproveitar o esfriamento do clima no Senado para salvar o mandato. O Congresso Nacional entra em recesso em 17 de julho. Para inviabilizar qualquer possibilidade de o processo ser votado após o descanso parlamentar, a Mesa Diretora, depois de entendimento de um grupo de senadores com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), marcou sessões ordinárias deliberativas em plenário na quinta e na segunda-feira.

A medida é necessária para a contagem de prazo exigida pelo Regimento do Senado. O relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) chegou ontem à CCJ. "Vamos ter hoje (ontem) a primeira sessão ordinária do Senado. Na próxima quarta-feira, o processo será votado na comissão. Acabamos de acertar com o presidente Sarney para fazer sessão ordinária na quinta e na segunda para contar prazo", informou Eunício Oliveira. Ele antecipou que não há nenhum motivo para o relatório não ser aprovado na CCJ. "Não vejo nenhum risco de o pedido de cassação ser arquivado. O rito foi acompanhado pelos membros da CCJ. Quando votei a favor do encaminhamento do processo no Conselho de Ética, abrindo a votação, tinha convicção daquilo que estava fazendo."

Dessa maneira, sendo aprovado em 4 de julho e publicado no Diário Oficial do Senado um dia depois, o regimento determina que o pedido só pode ser encaminhado ao plenário depois de três dias úteis. O regimento abre margem para interpretações diversas em relação ao prazo e havia o entendimento, entre alguns parlamentares, de que o pedido de cassação já poderia ser votado na próxima semana. "A norma interna fala que pode ir ao plenário em até cinco sessões. Dessa maneira, já poderíamos votar na primeira sessão. Mas, para não ocorrer nenhum tipo de questionamento, estamos tendo todo o cuidado", salientou Eunício. O senador explicou que não existe possibilidade de a tramitação ser questionada pela defesa de Demóstenes.

Em silêncio

Na tarde de ontem, o senador goiano pegou todo mundo de surpresa. Fez uma aparição relâmpago no plenário do Senado. Chegou, cumprimentou alguns colegas, marcou presença, participou de uma votação e foi embora rapidamente. Na saída, ao ser abordado por alguns jornalistas, repetiu o mantra que tem proferido desde que surgiram as primeiras denúncias: "Falem com o meu advogado". Ele deixou o plenário pelo acesso privativo.

O relatório apresentado no Conselho de Ética por Humberto Costa, que agora vai ser apreciado na CCJ, foi aprovado por unanimidade. Foram 15 votos a favor do pedido de perda de mandato. A votação foi nominal e aberta. Na CCJ, os membros vão analisar os aspectos constitucionais e jurídicos. No relatório, o senador pernambucano deixou claro que Demóstenes Torres quebrou o decoro parlamentar ao colocar o mandato a serviço da organização criminosa chefiada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. No documento de 79 páginas, com várias citações de juristas e filósofos, Humberto Costa destacou vários trechos de diálogos travados entre o parlamentar goiano e o contraventor. O relatório alega que não é crível que o representado afirme não conhecer as atividades ilegais do comandante da quadrilha.

41 Quantidade de votos necessários para a cassação de Demóstenes Torres em plenário

Cronograma

» O relatório do senador Humberto Costa (PT-PE), que pede a cassação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), chegou ontem à CCJ. De acordo com o regimento, o prazo para aprovação na comissão é de cinco sessões ordinárias deliberativas no plenário do Senado

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» Após entendimento com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) garantiu que o relatório será apreciado e votado na CCJ em 4 de julho

» Se aprovado na CCJ, o que deve ocorrer sem nenhum problema, o ato será publicado no Diário Oficial do Senado na quinta-feira, 5 de julho. Pelo regimento, é preciso respeitar, após a publicação, o prazo de três dias úteis antes de seguir para votação no plenário

» Portanto, o relatório que pede a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres vai ser votado no plenário em 11 de julho

» Ao contrário do Conselho de Ética, a votação no plenário é secreta. Para ocorrer a cassação, são necessários 41 votos

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POLITICA 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Nádia Campeão é indicada para vice de Haddad

O PT deve anunciar hoje a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, como a vice na chapa que terá o ex-ministro Fernando Haddad como candidato à Prefeitura de São Paulo.

O nome já era dado como certo ontem entre articuladores da campanha petista, mas havia o cuidado de não cravar a escolha, já que o presidente municipal do PSB, vereador Eliseu Gabriel, tem reunião marcada com Haddad hoje, às 13h. O partido, que havia indicado a deputada federal Luiza Erundina para o posto - ela renunciou depois que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva selou aliança, com direito a foto, com o PP do deputado federal Paulo Maluf -, teme ficar deslocado na campanha e quer de Haddad garantias de participação em um futuro governo para então referendar a opção por Nádia. Líderes do PSB chegaram a sugerir aos petistas a formação de uma chapa pura, entregando a vice ao senador Eduardo Suplicy ou ao deputado estadual Simão Pedro.

Secretária municipal de Esportes durante a gestão de Marta Suplicy (2001 a 2004), Nádia está no PCdoB desde 1979, é engenheira agrônoma e foi candidata a vice-governadora na chapa encabeçada por Aloizio Mercadante (PT) em 2006. Ela foi um dos três nomes sugeridos pela sigla para a vice de Haddad. Além dela, o PCdoB propôs o vereador Jamil Murad e a deputada estadual Leci Brandão.

Contam a favor de Nádia a fidelidade partidária e o perfil discreto. Em meio ao escândalo que se abateu sobre a campanha de Mercadante com a repercussão do dossiê dos aloprados, quando petistas foram presos suspeitos de tentar comprar um dossiê com informações supostamente comprometedoras de José Serra (PSDB) - então candidato ao governo paulista e agora candidato à prefeitura - Nádia se manteve fiel à coligação e não fez declarações públicas que constrangessem ainda mais o grupo. (VL)

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POLITICA 27/06/2012 Imagem 1

O fator Maia - Nas Entrelinhas

"Fiquem de olho no Marco Maia. Ele, às vezes, pode ser mais perigoso do que o Sarney." A recomendação de alguns ministros e assessores diretos da Presidência da República aos parlamentares fiéis ao governo é sintoma de que o armário de projetos polêmicos está tão cheio que, se Maia escancarar a porta, cairão sobre a cabeça da presidente Dilma Rousseff.

As últimas avaliações palacianas indicam que Maia se prepara para girar essa chave. Nos últimos dias, enquanto a presidente Dilma cuidava de avaliar a extensão da crise no Paraguai, o presidente da Câmara dos Deputados demonstrava-se inclinado a encerrar o semestre com tudo o que o governo não quer incluído na agenda. Nesse bolo, royalties do petróleo, PEC 300 (que equipara salários de policiais dos estados aos valores pagos no Distrito Federal), fator previdenciário, correções mais generosas aos estados na hora de pactuar o pagamento de dívidas e por aí vai. Todos esses projetos estão na Câmara.

Não por acaso, o presidente da Casa foi chamado ao Planalto há dois dias para conversar. Sem pestanejar, as ministras de forma muito educada deixaram claro que a ideia do governo para essa reta final de movimento do Legislativo antes do recesso é aprovar o regime diferenciado de contratações para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nada que possa onerar os cofres públicos saturados de gastos com os projetos em curso.

Por falar em onerar.

Maia saiu do Planalto com um problemão em mãos e um dilema: atender o governo, evitando a apreciação dos projetos considerados indigestos pelas autoridades do Executivo ou dar aquela mãozinha aos seus pares no Legislativo. Deputados e senadores se mostram ávidos por encontrar uma brecha capaz de garantir a liberação de emendas do Orçamento até 7 de julho, prazo final para emplacar obras antes das eleições. Ontem, inclusive, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, estava no Planalto para discutir justamente o que ainda é possível liberar nesses próximos dias.

Rezam a lenda e a tradição criada pelo próprio Executivo, de que nada é melhor do que uma votação "perigosa" para o governo abrir as portas da esperança às emendas individuais sugeridas por parlamentares. Na sessão de ontem, quando todos achavam que Marco Maia iria girar a chave em favor dos parlamentares, ele se conteve. Mas, em tempo de encerramento de semestre, é real a possibilidade de o plenário apreciar os projetos que o Executivo quer ver enterrados. Especialmente agora, quando o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para obras do PAC já seguiu para o Senado e os deputados se sentem livres para votarem as propostas enquanto as medidas provisórias cumprem seus prazos nas comissões especiais. Não é à toa que, no Planalto, Maia é visto como alguém que provoca mais preocupações do que Sarney.

Por falar em RDC.

Aos poucos, o governo vai enterrando a Lei de Licitações. Primeiro, foram as obras da Copa do Mundo. Agora, os projetos do PAC. Há outra medida provisória em análise na Câmara que prevê o regime diferenciado para expansão do ensino público. Ou seja, a portinhola da Copa virou um portal. Nunca é demais lembrar que estamos num ano eleitoral. E regimes diferenciados, quando associados a calendário eleitoral, costumam representar uma mistura tão explosiva quanto o foi a convivência entre o contraventor Carlos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, que, ao que tudo indica será julgado mesmo no finalzinho desse período legislativo, para que não se passe a ideia de que Sarney quer deixar o processo "esfriar". Afinal, para um mês de agosto bem quente o julgamento do mensalão e a campanha eleitoral já estão de bom tamanho.

O Planalto estará em alerta máximo nos próximos 10 dias. O que preocupa é a mistura de projetos polêmicos em pauta no Congresso com a vontade dos deputados e senadores de criar problemas para garantir a liberação das emendas ao Orçamento

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Uma agressão ao Parlamento e ao povo

Nenhum partido vai bem na CPI do Cachoeira. Aliás, a política vai mal, muito mal nesse palco iluminado com velas. Todas as legendas estão divididas e não acertaram até agora sua atuação. Ninguém conseguiu analisar denúncias e comparar dados. Não existem exceções e quem vai pior são os dirigentes com responsabilidade de liderar o grupo de investigadores. A CPI é uma interminável sucessão de negações: não, nada, ninguém, nenhum.

As gravações telefônicas da Polícia Federal continuam sendo a base da arguição do relator, que não sai do lugar na sua peroração de assessoria. Fez até um treinamento para aprender a inquirir, sem resultados, gira em torno do já gravado, já apurado, já comparado, já investigado.

O que há não é nem palanque eleitoral. É discurso vazio, gritaria da pior qualidade, torcida de times perna de pau. A CPI se irrita quando um depoente usufrui do direito de ficar calado, mas quando ele fala não tem o que perguntar, não sabe o que precisaria saber.

CPI faz inquérito sob o filtro da negação

Os dados recebidos estão empilhados, o sigilo fiscal e bancário da Delta, a grande empreiteira envolvida no caso, foi quebrado, mas nenhuma informação serviu ainda ao inquérito, pois ninguém estuda aquele calhamaço.

Uma maneira de CPIs burlarem a trabalheira que é levantar irregularidades com base no sigilo quebrado é convocar os dirigentes das empresas e as pessoas que com eles têm ligação explícita para, a partir dos seus depoimentos, localizar os dados que servirão a possíveis provas. Essas pessoas, no caso desse inquérito, entraram na disputa partidária e foram perdoadas por antecipação.

A CPI já nasceu causando perplexidade e assim continua. Primeiro pela sua composição, pois estavam lá, e ainda estão, parlamentares como o senador Fernando Collor, presidente que sofreu impeachment depois exatamente do trabalho de uma comissão parlamentar de inquérito criada a partir de denúncias da imprensa, e o deputado Protógenes Queiroz, ex-delegado que fez sua história política na esteira de uma investigação baseada em grampos por ele interpretados com grande capacidade de distorção, atingindo culpados e inocentes. No caso em tela, tem inclusive seu nome nos autos por suspeita de ligação com os réus. O PT entrou dividido, tem um grupo que age em nome dos réus do mensalão e que tenta não deixar a CPI perder o rumo inicial de ser manobra diversionista do grande escândalo de corrupção do governo Lula.

O relator nomeado pelo PT é alma penada, esbraveja, acusa e esperneia em entrevistas pós sessões de arguição em que repete o que está nas gravações da polícia. O PMDB, o cindido de sempre, colocou lá um presidente que não lidera o processo, ficando o partido entretido com a defesa política dos seus. A oposição, velha coitada, sem número para fazer valer posições, alvo da investigação por intermédio de um governador importante, atém-se à disputa partidária e foge da investigação. Há os éticos de CPI, desgarrados de seus partidos, tentando fazer inquérito, entre os quais se destacam Miro Teixeira e as revelações Pedro Taques e Randolfe Rodrigues, mas e os resultados? Zero.

Nem o objetivo diversionista do início a CPI consegue atingir. Lula a estimulou como instrumento para os réus do mensalão fazerem um samba enredo contra o procurador-geral da República e contra a imprensa, incluindo de quebra o governador de Goiás, seu desafeto pessoal. O barulho não desviou as atenções do julgamento do mensalão, ainda. A aguardar a combustão da CPI em agosto, a ver se tem carta na manga. O que a CPI oferece à sociedade é degradante, é uma manipulação grosseira das atribuições do Parlamento, que também deveria se sentir ofendido. Carlos Augusto Ramos Cachoeira, Fernando Cavendish, Delta Engenharia, Luiz Antonio Pagot, passam muito bem, obrigado, na plateia desse espetáculo de quinta categoria.

A maior autoridade do Brasil, ao contrário das organizações não governamentais que atuam na área e entraram no encontro para fazer o embate político-ideológico independentemente do que ali ocorresse, em defesa de suas posições, não está nada decepcionada com a conferência ambiental da Organização das Nações Unidas, a Rio+20. A presidente Dilma Rousseff sabia o que queria do encontro e cumpriu à risca seus objetivos, como faz em tudo o mais que diz respeito ao governo.

Evitou lá chegar com o telhado de vidro do Código Florestal aprovado no Congresso, e depois de sucessivas reuniões com equipes enormes de ministros, fez os vetos que considerou necessários para, também de acordo com seus critérios, respeitar

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a maioria do Parlamento e ao mesmo tempo suprimir questões que por princípio já havia condenado, como tirar do texto tudo o que pudesse ser entendido como anistia a desmatadores.

Também à parte da performance política das ONGs, suplicando retirada do registro de sua presença dos documentos oficiais, dentro também de seu script político, o governo queria que lá estivessem, e lá estiveram.

Textos que compatibilizam posições de dezenas de países são sempre os possíveis, é um axioma ao qual essa conferência não fugiu e outras não fugirão.

E só os desinformados estranharam as ausências de líderes de alguns países desenvolvidos, anotando o fato como algo surpreendente e significativo. Dilma sabia e divulgou, um mês antes do anúncio oficial, que Angela Merkel não vinha, bem como era notória, avisada e justificada a ausência de Barack Obama. No meio que frequentam a presidente e a diplomacia que a assessora, compreendia-se que o presidente americano estava numa campanha difícil, e que os presidentes europeus, afogados em crise econômica, não conseguiriam pensar em outros problemas. A presença de Hillary Clinton foi uma surpresa positiva, a expectativa era de uma representação até menor.

O Brasil esteve, e ainda está, olhando o futuro, muito satisfeito com a presença da China e da França, países com os quais a presidente queria aproveitar, e aproveitou, encontros bilaterais para fazer negócios. Dilma Rousseff aceitou, também, de bom humor, o pitoresco, em cotação alta na conferência.

Rosângela Bittar é chefe da Redação, em Brasília. Escreve às quartas-feiras

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POLITICA 27/06/2012

SNI "encontra" RG falso de Dilma

Um documento da agência de Salvador (BA) do Serviço Nacional de Informação (SNI), de setembro de 1971, detalha a operação que resultou na morte de Iara Iavelberg e registra que a psicóloga e última companheira do ex-capitão Carlos Lamarca trazia na bolsa, no dia de sua morte, uma das carteiras de identidade falsas usada por Dilma Vana Rousseff durante a ditadura. De acordo com o relatório, que faz parte do acervo do Arquivo Nacional, aberto ao público desde a semana passada, ao revistar os pertences de Iara, os agentes que participaram da "Operação Pajussara", no bairro Pituba, em Salvador, encontraram o documento e pediram informações sobre o nome "Maria Lúcia dos Santos" à Agência Rio de Janeiro (ARJ), do SNI.

A agência respondeu que o registro era de Dilma, conforme trecho do documento: "Ela (Iara) deu um tiro em si, vindo a falecer a caminho do hospital. Em sua bolsa foi encontrada a carteira de identidade da Guanabara (possivelmente falsa) de Maria Lúcia Ribeiro dos Santos.(.) Quanto a Maria Lúcia Ribeiro dos Santos, consta Maria Lúcia dos Santos, nome falso de Dilma Vana Rousseff Linhares, codinome Luiza, Estela e Maria Lúcia, filha de Pedro Rousseff e Dilma Rousseff, natural de Belo Horizonte, casada com Cláudio Galeno Linhares. Pertenceu a CMP, ao Colina e a Var-Palmares, constituindo como presa desde junho de 1970."

Documentos do SNI registram que Dilma teria usado identidade falsa com o nome de Marina Guimarães Garcia de Castro, além do Maria Lúcia dos Santos. Os codinomes Estela, Wanda e Luiza também constam nos registros. O relatório do SNI aponta que 40 homens foram mobilizados para localizar Lamarca e que militantes de outros estados, que teriam alguma relação com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) ou com o ex-capitão, foram monitorados para dar pistas do esconderijo do guerrilheiro morto menos de um mês depois de Iara. "Desde julho, o Codi vinha monitorando atividades de elementos subversivos não somente da área como de outras, vindas da Guanabara, Goiás e São Paulo", traz o documento.

Irmão de Iara, o jornalista Samuel Iavelberg confirma a amizade entre Dilma e a psicóloga, mas acha improvável que ela estivesse carregando algum documento que a ligasse a outra organização. "Não tinham condições de ser muito amigas,

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porque viviam na clandestinidade, mas eram amigas. Ela foi desse grupo que saiu da Var-Palmares, a Dilma continuou, elas se conheciam. A Dilma já deu declarações sobre ela. Dificilmente essa versão é verdadeira (sobre a carteira de identidade falsa com nome usado por Dilma). Quando ela caiu, elas militavam em organizações diferentes. Era contra norma de segurança andar com carteira de identidade de outro grupo", afirma Samuel. Nilmário Miranda, ex-secretário de Direitos Humanos no governo Luiz Inácio Lula da Silva, também questiona a versão do documento do SNI. "É improvável que Iara carregasse um documento de Dilma quando foi morta, porque quando isso aconteceu Dilma estava presa fazia um ano."

A farsa do suicídio

Os registros da agência de Salvador do SNI repetem a versão de suicídio de Iara Iavelberg, derrubada pela família da psicóloga, que conseguiu na Justiça, em 2003, o direito à exumação do corpo para realizar laudo pericial comprovando o homicídio, ocorrido dentro de um apartamento na Rua Minas Gerais, na Pituba, em Salvador. Nos relatos policiais, os agentes envolvidos na operação tentam explicar a morte da psicóloga, mas se contradizem ao confirmar que ela disse "eu me entrego" e que a vítima havia sido transportada até um hospital em carro particular, deixando claro que as autoridades não prestaram socorro após o suposto incidente.

"Observou-se também que o gás não estava agindo no interior do sanitário. Usa-se então o lançador de granada inerte, que permite apenas furar o basculante. Logo a seguir ouve-se uma voz feminina dizendo 'eu me entrego'. Aguardou-se qualquer movimento da porta durante cinco minutos, mas nada aconteceu. (.) Aguardou-se novamente mais um minuto, quando ouviu-se um estampido vindo do interior do sanitário, o agente Emanuel abriu logo a porta, encontrando o corpo de uma moça perdendo sangue, caído sobre o vaso sanitário e um revólver calibre .38 caído no chão. O coronel Luiz Arthur e os agentes Veras e Vilas Boas puxaram o corpo para dentro do quarto, notando-se o orifício de um tiro exatamente na altura do coração", registraram os agentes, descrevendo a morte de Iara em 20 de agosto de 1971, aos 27 anos.

Lista

Confira a relação de parte do material encontrado em poder de Iara Iavelberg, de acordo com relatório do Serviço Nacional de Informação (SNI)

» Um título eleitoral da Guanabara

» Uma carteira de identidade funcional

» Uma cédula de identidade do Instituto Félix Pacheco, da Guanabara

» Uma cédula de identidade do Serviço de Identificação do Estado do Pará

» Uma cédula para Carteira Nacional de Habilitação da Inspetoria Geral de Trânsito do Rio de Janeiro

» Um titulo eleitoral em branco

» Vários retratos de Iara com aparências diferentes.

Coronel condenado

a pagar indenização

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi de São Paulo, foi condenado a pagar indenização por danos morais à mulher e à irmã do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, morto em julho de 1971. A juíza Claudia de Lima Menge, da 20ª Vara Cível de São Paulo, definiu que cada uma deverá receber R$ 50 mil. Preso em 15 de julho de 1971 em Santos, o jornalista foi morto quatro dias depois. Segundo a versão oficial dos agentes do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), ele se suicidou enquanto era transportado para o Rio Grande do Sul. No entanto, as condições do corpo da vítima mostraram que Merlino havia sido espancado e morreu por falta de atendimento médico adequado. O advogado de defesa de Ustra, Paulo Alves Esteves, afirmou que irá recorrer, baseado na Lei de Anistia.

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FOLHA DE S. PAULO - SP | OPINIÃO

POLITICA 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Caciques em ação (3)

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Editoriais

Sob a aparência gelatinosa e bizarra das alianças eleitorais de ocasião, vislumbra-se na política brasileira a atuação de seus verdadeiros demiurgos: as lideranças personalistas que, para fazer valer seus desígnios, não hesitam em passar por cima da mais elementar coerência ideológica.

Foi assim com Luiz Inácio Lula da Silva, no governo federal. E é agora, mais uma vez, na cidade de São Paulo, onde o ex-presidente se sente à vontade para trocar afagos -e cargos- com o antigo arquirrival Paulo Maluf.

É assim também em outros Estados, conforme atesta a nova configuração política que se desenha em Pernambuco e no Ceará, com vistas às eleições municipais de outubro em Recife e Fortaleza.

Nas duas capitais nordestinas, o PSB, por motivos diferentes dos alegados por Luiza Erundina em São Paulo, também deu as costas ao PT. Em ambos os casos, o motivo do divórcio foi o lançamento de candidaturas próprias.

Por detrás das manobras sobressai a figura de Eduardo Campos, governador pernambucano e presidente nacional do partido.

Alçado ao primeiro escalão federal no governo Lula, quando se tornou ministro da Ciência e Tecnologia, o jovem político, de 47 anos, liderou sua sigla na conquista, em 2010, de 34 cadeiras na Câmara, três no Senado e seis governos estaduais. Venceu no Ceará, em Pernambuco, na Paraíba, no Piauí, no Amapá e no Espírito Santo, Estados que reúnem cerca de 15% do eleitorado brasileiro.

Mantendo-se associado ao PT no governo federal e no de Pernambuco, Campos, no plano municipal, orquestrou um acordo com o PMDB, oposicionista local. Com esse reforço, o PSB e seus aliados vão enfrentar a situação, da qual faziam parte até há pouco. A mesma sinfonia ensaia-se em Fortaleza, sob a batuta de Cid Gomes.

O ascendente cacique pernambucano, neto do morubixaba Miguel Arraes (1916-2005), diria, por certo, que as disputas locais não representam um rompimento com o governo Dilma Rousseff e com o PT.

Com um pé em cada canoa, como é habitual na primitiva política brasileira, tentará acumular força e ganhar mais autonomia para decidir, enfim, o que fará em 2014.

FOLHA DE S. PAULO - SP | PODER

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Sob pressão, ministro libera mensalão para julgamento

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DE BRASÍLIA

Autos foram devolvidos após cobrança do presidente da corte, Ayres Britto

Conclusão da revisão do processo permite que julgamento comece em 2 de agosto, um dia após o previsto inicialmente

O ministro Ricardo Lewandowski concluiu ontem a revisão do processo do mensalão e liberou os autos do caso, permitindo que o julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) comece em 2 de agosto, um dia depois do prazo inicialmente previsto.

Na segunda-feira, Lewandowski disse à Folha que tinha até sexta-feira para concluir a análise do caso e queixou-se do presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto, que o alertara por escrito para o risco de atrasos se não devolvesse os autos logo.

Em mais uma demonstração de insatisfação com a cobrança que sofreu, Lewandowski afirmou ontem que fez a revisão "mais curta da história do Supremo". "A média para um réu é de seis meses", afirmou, lembrando que o mensalão tem 38 réus. "Eu fiz das tripas coração para respeitar o que foi estabelecido."

Como revisor do processo, o papel de Lewandowski é verificar se todas as formalidades legais foram cumpridas no processo, que foi conduzido pelo ministro Joaquim Barbosa, relator da ação.

Barbosa apresentou no fim do ano passado seu relatório, que resume o caso e as alegações dos réus. Lewandowski não fez reparos ao seu trabalho ao liberar o processo, nem indicou se o fará mais tarde.

Barbosa, Lewandowski e os outros integrantes do STF só anunciarão seus votos em agosto, no julgamento. Só então eles dirão o que pensam da acusação e decidirão o destino dos réus do processo.

A Procuradoria-Geral da República descreve o mensalão como um esquema ilegal de financiamento organizado pelo PT para comprar apoio político no Congresso no início do governo Lula.

O caso levou ao banco dos réus o ex-ministro José Dirceu, dirigentes partidários que compunham a cúpula do PT e políticos de partidos que se aliaram aos petistas após a chegada de Lula ao poder.

Segundo a Folha apurou, Lewandowski esperou até a última semana para devolver o processo porque julgou indevidas as pressões que recebeu para apressar a revisão.

No início de junho, o STF definiu o calendário do julgamento e sugeriu que ele poderia começar em 1º de agosto se Lewandowski liberasse os autos até o fim do mês.

Na semana passada, porém, Ayres Britto lembrou a Lewandowski que seriam necessários quatro dias para cumprir formalidades legais necessárias para que o julgamento comece, e por isso sugeriu que ele devolvesse os autos na segunda-feira.

Os ministros chegaram a discutir a possibilidade de publicar uma edição extra do "Diário da Justiça" assim que Lewandowski liberasse os autos, para manter a data prevista para o julgamento.

Mas o processo só foi liberado nos computadores do STF às 17h26 de ontem. Como o Judiciário entrará em recesso na semana que vem e só voltará das férias em agosto, será preciso adiar por um dia o início do julgamento.

Ayres Britto consultou outros integrantes do tribunal antes de definir a nova data. Falou com Barbosa e os ministros Marco Aurélio Mello e Celso de Mello. Todos entenderam que um dia de diferença não trará prejuízo.

Se houver novos atrasos, o julgamento poderá ter a participação de apenas dez ministros, porque Cezar Peluso terá que se aposentar no início de setembro, quando completará 70 anos de idade.

De acordo com o Código Penal, os réus podem ser beneficiados em caso de empate, o que poderá ocorrer se Peluso não puder participar do julgamento.

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FOLHA DE S. PAULO - SP | PODER

POLITICA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

64% dos petistas rejeitam apoio de Maluf

BERNARDO MELLO FRANCO

DE SÃO PAULO

Datafolha mostra que aliança com ex-prefeito pode prejudicar Haddad, que hoje tem 6% das intenções de voto

Serra mantém liderança com 31% das intenções de voto; Russomanno tem 24%, e candidato do PT aparece com 6%

Eleições 2012

O apoio do deputado Paulo Maluf (PP-SP) ao petista Fernando Haddad é rejeitado por 62% dos eleitores de São Paulo, mostra pesquisa concluída ontem pelo Datafolha. Entre os que declaram preferência pelo PT, a reprovação da aliança chega a 64%.

Este é o primeiro levantamento a medir o impacto da união patrocinada pelo ex-presidente Lula, que abriu crise na campanha petista e levou a ex-vice Luiza Erundina (PSB) a abandonar a chapa.

Os números indicam que a foto com Maluf pode prejudicar Haddad na corrida à prefeitura. A maioria dos entrevistados (59%) disse que não votaria num candidato apoiado pelo ex-prefeito. Outros 12% seguiriam sua indicação, e 26% seriam indiferentes.

"A rejeição ao apoio de Maluf é muito alta e pode vir a ser determinante na eleição. Agora temos que ver como isso será explorado na campanha", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

A pesquisa mostra que 70% dos eleitores ainda não sabem quem Maluf apoiará na eleição municipal. Só 17% sabem que ele apoia Haddad.

A desistência de Erundina, em protesto contra a aliança do PT com o adversário histórico, teve ampla aprovação popular: 67% dos eleitores disseram que ela "agiu bem". Outros 17% reprovaram a atitude, e 16% não opinaram.

Outra má notícia para Haddad é que a influência de Lula segue em queda. Hoje, 36% dos eleitores dizem que o apoio do ex-presidente os faria escolher um candidato. O índice era de 49% em janeiro, e cai a cada pesquisa.

Mesmo assim, Lula permanece como o principal cabo eleitoral da disputa. Segundo o levantamento anterior, concluído no último dia 14, o apoio da presidente Dilma Rousseff influía no voto de 28%. O aval do governador Geraldo Alckmin era decisivo para 29%, e o do prefeito Gilberto Kassab, para 12%.

SERRA LIDERA

A pesquisa mostra que o cenário geral da eleição permanece estável. Serra oscilou um ponto percentual para cima e lidera a corrida com 31% das intenções de voto.

Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou para menos, ele se mantém no mesmo patamar.

Em segundo lugar aparece o ex-deputado Celso Russomanno (PRB), que oscilou três pontos para cima e agora aparece com 24%. Ele tem crescimento constante desde janeiro, quando tinha 17%.

Haddad interrompeu a trajetória de alta. Ele oscilou dois pontos negativamente e continua em terceiro lugar, com 6%. O mesmo aconteceu com Soninha Francine (PPS).

Também registraram 6% o deputado Gabriel Chalita (PMDB) e o vereador Netinho de Paula (PC do B), que deixou a disputa anteontem para apoiar Haddad. Quando a pesquisa foi registrada, ele ainda era pré-candidato.

Paulinho da Força (PDT) tem 3%, e Carlos Giannazi (PSOL), 1%. Os demais pré-candidatos não pontuaram. Nulos e brancos

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somam 11%, e 5% não opinaram.

O Datafolha ouviu 1.081 eleitores na capital paulista entre os dias 25 e 26. A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sob o número 87/2012.

FOLHA DE S. PAULO - SP | PODER

POLITICA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Ex-presidente, Haddad, Ratinho e SBT são condenados pelo TRE

DE SÃO PAULO

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo condenou ontem o ex-presidente Lula, o candidato do PT à prefeitura paulistana, Fernando Haddad, o SBT e o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, a pagamento de multa por propaganda eleitoral antecipada.

Cada um deles deverá pagar R$ 5.000. A decisão foi motivada por representações do PPS e do PSDB.

No dia 31 de maio, Lula participou do "Programa do Ratinho", do SBT. O ex-presidente ficou por mais de 40 minutos no ar. Durante a entrevista, justificou a escolha de Haddad, ex-ministro da Educação, para a disputa, e disse que São Paulo precisava "ter alguém com o entusiasmo que ele teve quando era ministro".

No meio da entrevista, Haddad foi chamado ao palco, e o programa exibiu vídeo do ProUni, programa que ele capitaneou no ministério.

Em sua decisão, a juíza Carla Themis Lagrotta Germano afirma que "ficou demonstrado que houve realização de propaganda eleitoral extemporânea". Ainda segundo a magistrada, houve "clara indução ao eleitor no pedido de votos".

Lula, Haddad, a emissora e Ratinho podem recorrer.

FOLHA DE S. PAULO - SP | PODER

POLITICA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Plenário vai votar cassação de Demóstenes no dia 11 de julho

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Senado

DE BRASÍLIA - Depois de consultar informalmente o STF (Supremo Tribunal Federal), líderes do Senado aceleraram o cronograma e marcaram para 11 de julho, sete dias antes do recesso parlamentar, a votação pelo plenário do processo de cassação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

Levantamento feito pelos líderes mostra que Demóstenes será cassado por 46 votos contra 23 a 30 pela absolvição. O regimento exige maioria absoluta para a cassação (no mínimo 41 votos).

Como o voto é secreto, pode haver surpresas. Mas os líderes creem que, além das provas de ligação dele com Carlinhos Cachoeira, pesará o fato de Demóstenes ter criado vários inimigos quando se colocava como arauto da moralidade.

Aprovado anteontem pelo Conselho de Ética, o pedido de cassação deverá passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) no dia 4.

Como o regimento prevê cinco sessões ordinárias do plenário (com votações) entre as decisões do conselho e da CCJ, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), convocará sessões extras até segunda para contagem do prazo. Vários cuidados foram tomados para que Demóstenes não tenha brechas para questionamentos na Justiça.

O relator do caso, Humberto Costa (PT-PE), disse que Demóstenes atuava como "despachante de luxo" de Cachoeira e conhecia suas "atividades ilícitas".

FOLHA DE S. PAULO - SP | PODER

POLITICA 27/06/2012 Veja a matéria no site de origem

Câmara vai dar 30% de reajuste a salário de assessor comissionado

Legislativo

DE BRASÍLIA - Em ano eleitoral, a verba de gabinete dos 513 deputados federais vai ser reajustada em 30%, saindo de R$ 60 mil e chegando a R$ 78 mil.

Com isso, cada parlamentar terá direito a R$ 18 mil a mais para pagar assessores comissionados. O impacto anual da medida é estimado em pelo menos R$ 117 milhões.

O valor é acima do esperado pelos próprios parlamentares, que calculavam R$ 15 mil. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), aos líderes partidários e deve ser confirmada nos próximos dias.

Ontem, a Folha revelou que a presidente Dilma assinou decreto com crédito extraordinário de R$ 150 milhões para garantir o aumento nos próximos seis meses. A verba de gabinete é usada para a contratação de, no máximo, 25 assessores, os "secretários parlamentares".

São contratados sem concurso e podem atuar em Brasília ou nos redutos dos congressistas, sem controle de ponto. Seus salários, em valores líquidos, variam de R$ 664 a R$ 6,2 mil, mais auxílio-alimentação de R$ 741. Serão beneficiados cerca de 10 mil servidores.

Segundo assessores da Câmara, não será alterado, ao menos por enquanto, o teto dos secretários.

De acordo com Maia, as remunerações estavam congeladas havia quatro anos. Líderes do governo e da oposição apoiaram o

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reajuste.

O ESTADO DE S. PAULO - SP | NACIONAL

POLITICA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Tucanos dizem não temer 'mordida' de Lula

Equipe de Serra ironiza fala de ex-presidente; deputado afirma que em SP ex-presidente não é "pit bull" e sim "uma Lassie

Bruno Boghossian ESTADÃO.COM.BR

Depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende "morder a canela dos adversários" para eleger Fernando Haddad (PT) para a Prefeitura de São Paulo, a equipe de José Serra (PSDB) reagiu ao discurso - que chamou de "violento" - e declarou que não se intimida por sua participação na campanha.

"Em São Paulo, o Lula não é um pit bull. Ele não passa de uma Lassie",afirmou o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), em referência à cadela personagem do cinema e da TV. "Os candidatos de Lula não conseguem ganhar aqui. Marta (Suplicy)perdeu, (Aloizio) Mercadante perdeu e agora é a vez do Haddad." Anteontem, Lula chamou a candidatura de Serra de"equívoco"e disse que entrará na campanha em julho. "Se necessário, vou morder a canela dos adversários para que Fernando Haddad seja prefeito", disse.

Aliados de Serra afirmam que a declaração de Lula"incita à violência". "Vamos enfrentá-los com propostas e com respeito, e vamos ganhar a eleição", disse o vereador Floriano Pesaro.

Vice. A pressão para que Serra escolha um nome do PSDB para a vaga de vice chegou ao secretariado do governador Geraldo Alckmin. Integrantes do governo e aliados defendem a "chapa puro-sangue", em oposição à indicação de Alexandre Schneider (PSD), defendido pelo prefeito Gilberto Kassab. Alckmin ainda não interferiu no movimento.

A cúpula do PSDB também aprovou ontem o envio de um pedido formal a Serra para que o vice seja do partido. Os nomes favoritos para a vaga são Andrea Matarazzo e Edson Aparecido.

A balança pode pesar a favor de Schneider hoje, se o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar uma ação que analisa a possibilidade de conceder um espaço maior na propaganda eleitoral de TV ao PSD. Caso o partido seja favorecido, aliados de Kassab afirmam que o prefeito deve ter direito a escolher o vice.

O DEM pleiteia a vaga,com Rodrigo Garcia,mas poderia,em último caso, apoiar um nome do PSDB, com o aval de Alckmin.

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CBN | JORNAL DA CBN

POLITICA 27/06/2012

Bate boca em CPI

Um bate boca envolvendo integrantes do PT e do PSDB que convenhamos não chega a ser nenhuma novidade agora, marcou a sessão da CPI do cachoeira. 5'17''

VALOR ECONÔMICO -SP | BRASIL

ECONOMIA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Governo vai acelerar compras de olho em 2013

Determinada a impulsionar o crescimento do país, principalmente em 2013, a presidente Dilma Rousseff anuncia hoje um pacote de compras governamentais que poderá movimentar aproximadamente R$ 6 bilhões. O governo considera que o crescimento econômico deste ano está dado e não será vistoso, embora acredite que o resultado do segundo semestre será melhor que o verificado nos primeiros seis meses. Quer, assim, garantir que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 receba a herança estatística mais generosa possível deste ano, o que os economistas chamam de "carry over".

Constam da lista de compras que poderão ser antecipadas ou impulsionadas pelo governo federal ônibus e mobiliários escolares, retroescavadeiras que deverão ser adquiridas por um "custo menor" pelas prefeituras de todo o país. Também está prevista a compra de caminhões para o Exército, ambulâncias pelo Ministério da Saúde e vagões para a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A. (Transurb) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Além disso, o governo vai antecipar as compras de máquinas, equipamentos e mobiliário para os ministérios da Agricultura, Educação, Justiça, Saúde e Desenvolvimento Agrário.

O governo também deve anunciar a compra e distribuição de motoniveladoras para 1.330 municípios e retroescavadeiras para 3.591 prefeituras, como anunciou Dilma na Marcha de Prefeitos em maio. À época, Dilma estimou que a entrega das máquinas seriam feitas no fim do ano.

A presidente também deve anunciar investimentos para construção de quadras esportivas. O governo deve ainda publicar hoje portaria com a regulamentação do decreto 7.713 de abril deste ano, que prevê as margens de preferência para as compras do Ministério da Saúde, de 8% para "insumos farmacêuticos ativos" em desenvolvimento ou com capacidade nacional de fabricação imediata; 20% para fármacos, medicamentos não ativos e medicamentos que utilizem fármacos específicos; e 25% para produtos biológicos.

O governo também deve anunciar a prorrogação, por mais três meses, do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para eletrodomésticos da linha branca, móveis, laminados PET, papel de parede, luminárias e lustres. A atual tabela de IPI reduzido perde validade no sábado. A desoneração de PIS/Cofins para as massas também será prorrogada.

A redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que baliza as operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não está descartada. A decisão sobre o futuro da TJLP, no entanto, cabe ao Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento e pelo Banco Central (BC). O CMN se reúne amanhã.

Desde junho de 2009 em 6% ao ano, a redução de TJLP tem sido motivo de análise na área econômica nos últimos dias. Enquanto um setor do governo entende que a forte redução na taxa básica de juros, a Selic (hoje em 8,5% ao ano), permite a "adequação" da TJLP, outros economistas do governo defendem a manutenção da taxa até que a inflação ceda de maneira "firme" para baixo de 5%.

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Para um defensor do corte na TJLP, a medida "dinamizaria" os investimentos privados. Até o início da noite de ontem, o Valor apurou que a divisão no alto escalão do governo permanecia entre os que defendem a manutenção em 6%, os que desejam um corte pequeno, de 0,25 ponto percentual, e os que querem cortes maiores.

Já o anúncio do novo Plano Safra, com cerca de R$ 115 bilhões, deve ser feito amanhã. A cifra é 7,5% superior aos desembolsos do atual Plano Safra. Em São Paulo, o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, disse que o pacote será focado no investimento.

VALOR ECONÔMICO -SP | BRASIL

RECEITA FEDERAL DO BRASIL 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Dilma deve conceder reajustes a servidores da União

A presidente Dilma Rousseff resolveu ceder e fará concessões para atender parte das demandas do funcionalismo público por reajustes salariais. Os principais beneficiados pela decisão devem ser os integrantes da base dos servidores, o que agradará ao meio sindical.

O primeiro desdobramento prático do sinal verde dado por Dilma foi percebido ontem: o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, assinou minuta de projeto de lei, que busca incorporar ao salário as gratificações recebidas por assistentes e oficiais de chancelaria.

Outras categorias pressionam o governo federal por melhores salários, como os auditores da Receita Federal e a Polícia

Federal. Como resultado, a presidente vem realizando reuniões nos últimos dias para tratar do assunto. No Palácio do Planalto, porém, avalia-se que são menores as chances de concessão de reajustes às carreiras que estão no topo do funcionalismo. Os ocupantes de cargos de confiança também devem ter dificuldades para receber melhores vencimentos. Servidores públicos fizeram ontem mais uma barulhenta manifestação na Esplanada dos Ministérios.

A decisão de Dilma de ceder a algumas categorias sinaliza que ela poderá acolher este ano a proposta de reajuste salarial dos servidores do Poder Judiciário, contra a qual se opôs no ano passado. As informações disponíveis nos bastidores da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional dão conta de que uma nova proposta do Judiciário, com impacto fiscal diluído ao longo dos próximos anos, poderia ser uma alternativa para resolver o impasse.

A incorporação das gratificações recebidas por assistentes e oficiais de chancelaria aos salários é um dos principais pontos da pauta de reivindicações dos servidores do Itamaraty, que estão em greve há uma semana. O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) informou que o objetivo do movimento é equiparar os vencimentos de diplomatas, assistentes e oficiais de chancelaria aos de outras carreiras de Estado.

A proposta será encaminhada ao Ministério do Planejamento para que seja incluída na proposta orçamentária de 2013. Autoridades da equipe econômica explicaram recentemente que não é possível fazer mudanças salariais para este ano, pois isso implicaria alteração do chamado Anexo V da lei orçamentária em vigor, o que só pode ser feito por meio de projeto de lei. Durante a tramitação desse projeto, argumentam as mesmas fontes, seria difícil evitar que outras categorias obtivessem as mesmas vantagens.

Na avaliação do Sinditamaraty, o documento assinado reconhece "a indesejável distorção entre as carreiras do Serviço Exterior Brasileiro", a qual acarretou "grave problema de gestão na política de pessoal do Ministério de Relações Exteriores".

Atualmente, a greve da categoria afeta 110 embaixadas e consulados brasileiros no exterior, além de quatro postos regionais do Itamaraty no Brasil (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná). Em Brasília, a paralisação teve a adesão de aproximadamente 60% dos servidores.

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VALOR ECONÔMICO -SP | BRASIL

ECONOMIA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Uma proposta para evitar o erro de 2009

Cristiano Romero Se o governo mantiver a disciplina fiscal, BC poderá sustentar os juros em níveis historicamente baixos. Página A2

Se o governo mantiver a disciplina fiscal, mesmo em meio ao fraco crescimento da economia, é bem provável que o Banco Central (BC) consiga manter a taxa básica de juros (Selic), de forma permanente, em níveis historicamente baixos. A preservação da meta de superávit primário das contas públicas evitaria a repetição do erro cometido em 2009. Naquele momento, o Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou rapidamente e, em resposta, o BC promoveu forte queda dos juros, mas teve que voltar atrás depois, graças ao aumento da inflação provocado pelo excesso de estímulos fiscais concedidos pelo governo.

A nova onda de desaquecimento da economia mundial e do próprio PIB brasileiro cria outra oportunidade. Popularidade para insistir na atual estratégia fiscal, a presidente Dilma Rousseff tem de sobra. Níveis de desemprego historicamente baixos, rede de proteção social fortalecida e inflação razoavelmente comportada (alta para padrões internacionais, mas sob controle) ajudam a sustentar politicamente uma postura mais austera na área fiscal.

"Quando a economia enfrenta uma série de choques negativos, como ocorre hoje, um período de taxas de juros excepcionalmente baixas abre uma oportunidade para o governo reduzir rapidamente a relação dívida/PIB, uma vez que mais do superávit primário pode ser usado para quitar dívida, dada a menor despesa com juros", diz o economista Tony Volpon, da Nomura Securities, em Nova York. "Níveis menores de dívida devem permitir que as taxas de juros permaneçam mais baixas permanentemente."

Política anticíclica seria mais adequada para o momento

A estratégia do governo Dilma parece ser, de fato, a geração de superávits primários suficientes para apoiar a política do BC de redução dos juros. Volpon e seu colega George Lei defendem, entretanto, que o governo ouse um pouco mais e adote uma política fiscal anticíclica.

A queda da taxa Selic e a geração de superávits primários fizeram com que o gasto com juros da dívida caísse de 6% do PIB em 2005 para 4,4% em 2011. Volpon e Lei observam que o custo médio da dívida do governo geral, que inclui a dívida federal, as operações compromissadas do BC e outros itens, não seguiu exatamente o recuo da Selic. Isso é explicado pelo fato de a dívida pública ter papéis de tipos e prazos diferentes. Segundo os dois analistas, o Tesouro considera ótima uma estrutura de dívida em que a participação dos papéis prefixados aumente dos atuais 36,8% para no mínimo 40% e no máximo 50% do total e dos títulos atrelados à inflação de 31,3% para no mínimo 30% e no máximo 35%, com redução dos papéis corrigidos por taxas flutuantes de 25,4% para no mínimo 20% e no máximo 10%.

Os dois economistas acreditam que essas metas serão alcançadas em 2015. Aplicando modelos econométricos, eles estimaram os custos dos diferentes tipos de dívida. As LFTs, por exemplo, são papéis pós-fixados e seguem a variação da Selic. As LTNs de curto prazo são prefixadas e, basicamente, respondem ao nível da Selic. Atreladas à inflação, as NTN-B seguem a Selic e a diferença entre a inflação corrente (IPCA) e as expectativas mercado para a inflação 12 meses adiante.

A conta mais difícil diz respeito às NTN-F, que são prefixadas e de longo prazo. Seu custo praticamente não variou desde 2010, apesar da redução da Selic. O que pode explicar isso é que o Tesouro vem ampliando os prazos desses títulos, o que o obriga a oferecer maior rentabilidade ao investidor.

Partindo da composição de dívida mencionada e de projeções para Selic, inflação e expectativas de inflação, Volpon e Lei calcularam o custo de cada tipo de dívida e também o custo total e, assim, o déficit nominal, considerando determinados níveis de superávit primário. No modelo, projetaram crescimento do PIB de 1,9% em 2012, 4,1% em 2013 e 3,5% ao ano a partir de 2014. No caso da inflação, previram média de 5% ao ano.

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A partir desse ponto, os dois montaram dois cenários: um em que a Selic ficaria "mais baixa para sempre", chegando a 7,5% ao fim do atual ciclo de ajuste monetário (hoje, está em 8,5% ao ano); e outro, "cíclico", com a Selic caindo a 7,5%, mas depois voltando a crescer até atingir 9% em outubro de 2013. Consideradas essas duas possibilidades, se o governo mantiver o superávit primário anual de 3,1% do PIB, no cenário de Selic "mais baixa para sempre", o déficit público nominal cairia de 2,6% para 0,5% do PIB em 2015. Em 2017, o país geraria um superávit nominal de 0,1% do PIB nas contas públicas.

No cenário "cíclico" e considerando o mesmo superávit, a relação dívida bruta/PIB cairia para 48,3% em 2015 (hoje, está em 55,5%). Ainda nesse cenário, um caminho alternativo seria o governo estabilizar a relação dívida/PIB em 55%, o que lhe autorizaria a reduzir o superávit primário até 0,7% do PIB em 2015.

Volpon e Lei explicam que, na média dos dois cenários, o país poderia reduzir a relação dívida/PIB para 46% ou cortar a necessidade de superávit primário em 2,4 pontos percentuais do PIB. "Esses resultados são importantes para dar uma estimativa dos graus de liberdade que o Brasil pode adquirir ao administrar, e esperamos que ao reformular, sua política fiscal", diz Volpon.

Os dois analistas defendem que o governo siga uma possibilidade intermediária, que chamam de contingente. Eles dizem que manter o superávit de 3,1% pura e simplesmente sobrecarrega a política monetária. A proposta é atrelar o superávit primário ao ciclo econômico e ao nível de taxas de juros nominais: nos momentos de crescimento forte do PIB, o superávit primário aumentaria graças à elasticidade receita/crescimento, resultando no aperto da política fiscal de maneira anticíclica.

Volpon e Lei acreditam que, no sistema contingente, o peso sobre a política monetária seria menor, haveria mais transparência (o ajuste anticíclico seria "ex ante" e não "ex post", como é feito hoje graças a descontos discricionários nos investimentos), os investimentos públicos seriam mais alinhados com o ciclo econômico (cresceriam quando a economia estivesse fraca e diminuiriam quando estivesse forte, uma vez que o setor privado cumpre seu papel em momentos de expansão), a relação dívida/PIB continuaria a cair, ajudando a manter a confiança na sustentabilidade fiscal.

Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras.

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FOLHA DE S. PAULO - SP | OPINIÃO

ECONOMIA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Freada de arrumação (3)

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Projeções sobre PIB brasileiro não param de cair; economia nacional sofre os efeitos de novas restrições externas e antigas deficiências internas

Editoriais

Caem as projeções para o crescimento do PIB. A última edição do relatório Focus, com a média das opiniões de economistas do mercado colhidas pelo Banco Central (BC), indicou alta de 2,18% no PIB de 2012, contra 3% há um mês.

Já são comuns projeções de 1,5%, ou menos (a depender do desenrolar da crise europeia). Classificadas como "piada" pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, tais projeções já parecem mais críveis que a ministerial, estacionada na vizinhança de irreais 3,5%.

Há muitas razões, externas e internas, para expectativas tão pífias: esgotamento, ainda que temporário, do ciclo de endividamento das famílias; baixo crescimento da produtividade; problemas para alavancar investimentos públicos e privados;

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infraestrutura pobre; asfixia tributária; e custos de produção muito acima da concorrência.

Nenhum desses problemas é novo, mas, no quadro atual, todos parecem ainda mais limitantes. O crédito, depois de incorporar dezenas de milhões de brasileiros ao mercado, não apenas deixou de ajudar como agora parece atrapalhar o consumo.

Pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas mostra que 23,4% das famílias com renda mensal de até R$ 2.100 devem mais da metade do que ganham. A inadimplência superior a 30 dias nesse segmento atinge 19,1%. O BC indica que calotes de pessoas físicas e empresas atingiram 6% do total de empréstimos, novo recorde.

Do lado dos custos, o grande choque ocorreu a partir de 2008, quando o governo federal deu curso a uma política fiscal e salarial expansiva, sem cuidar de remover gargalos que emperram a produtividade. Não é surpresa, pois, que a estagnação da indústria já tenha há muito deixado de ser conjuntural -a produção do setor permanece próxima do nível do final de 2007.

Há também fatores externos. A década de 2000 trouxe grande salto na globalização da produção, com a acelerada incorporação da China no comércio mundial após sua adesão à OMC em 2001. Associada a esse fenômeno houve a explosão de crédito nos países ricos (e na própria China), que agora cobra o seu preço e abala a saúde financeira de bancos e governos.

Nos países emergentes, o impacto crucial se deu sobre os preços de commodities -eles mais que dobraram entre 2002 e 2010. No Brasil, a valorização das exportações trouxe um aumento de renda, que nos momentos mais favoráveis atingiu 2,5% do PIB ao ano. Tal movimento agora cessou.

O mundo todo sofre uma freada de arrumação, cujo efeito deve se prolongar. Para o Brasil fica a lição de que o estímulo ao consumo -como se prevê para algumas das medidas a serem anunciadas hoje- pouco alterará o panorama.

Neste mundo menos exuberante, a disputa pelo que resta de demanda será cada vez mais feroz. O país precisa urgentemente de uma agenda mais ousada, que contemple investimento, educação, inovação e produtividade -as verdadeiras fontes de crescimento perene.

O ESTADO DE S. PAULO - SP | ECONOMIA E NEGÓCIOS

ECONOMIA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

PIB per capita deve cair este ano

Desvalorização do real faz renda do brasileiro cair de US$ 12.788, em 2011, para US$ 12.465 neste ano, a primeira queda desde 2009

Luiz Guilherme Gerbelli

O mundo vai ficar mais caro para os brasileiros. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil deverá cair de US$ 12.788, em 2011, para US$ 12.465 este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A queda será a primeira desde 2009. Naquele ano, porém, a economia brasileira se retraiu, enquanto a expectativa é de crescimento em 2012.

O que deve contribuir para a piora da renda média do País em dólar é a desvalorização do real. No ano, a moeda brasileira já perdeu 10,97% em relação ao dólar - em 12 meses, 29,30%. Em menor grau, a desaceleração do crescimento brasileiro também deve pesar. No primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil cresceu apenas 0,2% ante os últimos três meses de 2011.

"O fator cambial é bem importante. O real mais desvalorizado explicaria esse número um pouco mais fraco. O crescimento menor da economia do Brasil também deve pesar", diz Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultorias. A previsão do

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FMI é que o Brasil cresça 3% este ano, mas já há no mercado quem aposte num número abaixo disso.

A queda do PIB per capita não significa que os brasileiros vão perder qualidade de vida, afinal uma economia pode crescer com o câmbio depreciado.

Pela previsão do FMI, o PIB per capita brasileiro só vai voltar ao patamar de 2011 daqui a dois anos, quando o indicador deve chegar a US$13.488 - para 2013, a previsão é de US$ 12,728.

Histórico. Apesar da queda prevista para este ano, o PIB per capita brasileiro em dólares tem crescido constantemente, com destaque para uma evolução mais rápida na última década. Em2010, o Brasil ultrapassou os US$ 10 mil e se tornou um país de PIB per capita médio.

O desempenho do indicador só começou a acelerar com a criação do Plano Real. Até então, os sucessivos planos econômicos fracassados comprometeram o resultado brasileiro. O atraso fica claro quando o País é comparado com a Coreia do Sul.

Na década de 80, os dois países tinha um PIB per capita de mesmo patamar, mas o investimento maciço dos sul-coreanos em educação e produtividade acelerou o desempenho do país asiático. Este ano, o PIB per capita da Coreia do Sul será de US$ 23.680, quase o dobro do brasileiro." Como resultado de vários investimentos em educação, principalmente na década de 90, os coreanos passaram a gente e nos deixaram para trás", afirma Homero Guizzo, economista da LCA Consultores.

Contramão. Em 2012, desempenho do Brasil estará na contramão de países com mesmo patamar de desenvolvimento. O PIB per capita da China e da Índia deverá ter alta de 8,9% e 4,7%, respectivamente. Esse aumento ainda ocorre porque os dois países têm uma renda baixa, o que facilita o crescimento.

"A China e da Índia têm muito espaço para crescer e chegar mais perto do PIB per capita brasileiro. Essa tendência não deve durar para sempre", diz Guizzo.

Já os países em crise deverão ter uma redução do PIB per capita, diz o FMI. Pela previsão do órgão, deve haver uma redução de 1,6% em toda a Europa. Na Grécia, a queda prevista é de 10,6%, em Portugal de 7,8%; na Espanha de 6,8% e Itália de 6,4%.

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Turismo

No bolso do consumidor, a perda do poder de compra com a queda do PIB per capita em dólar pode ser sentida no encarecimento do turismo internacional.

O ESTADO DE S. PAULO - SP | ECONOMIA E NEGÓCIOS

ECONOMIA 27/06/2012 Imagem 1 Veja a matéria no site de origem

Alemanha já pensa em referendo sobre resgate do euro (2)

Debate cresce no país à medida que crise leva cada um dos membros do bloco a abrir mão de sua de soberania

Charles Hawley

Diz-se que a Europa não está agindo o bastante para solucionar a crise do euro. Os líderes mundiais passaram semanas exigindo mais dos líderes da zona do euro e, na Alemanha,muitos se juntaram a esse coro. Na segunda feira, o diretor do banco central alemão, Jens Weidmann, disse em uma visita à redação da Spiegel em Hamburgo que a falta de vontade dos

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políticos europeus no momento de tomar uma decisão obrigou os bancos centrais a extrapolar seu papel tradicional.

Mas,recentemente,tornou se claro que a ideia de fazer muito mais é problemática em si, especialmente na Alemanha. Um debate a respeito da legitimidade democrática tem ganhado força em Berlim -desencadeada principalmente pelo mais alto tribunal alemão-,fazendo a chanceler Angela Merkelmudar sua abordagem na busca por apoio parlamentar para o planejamento atual das medidas de combate à crise do euro. Além disso, o país debate agora se não teria chegado o momento de fazer um referendo envolvendo os esforços para salvar o euro.

Em entrevista à Spiegel,o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schaeuble, disse que "não há problema em transferir mais direitos a Bruxelas, mas esta é uma decisão que terá de ser tomada pelo povo alemão". Pressionado, ele disse que um referendo "deve ocorrer antes do que eu teria imaginado alguns meses atrás".

Referendo inevitável? Imediatamente, Merkel se distanciou dos comentários de Schaeuble, dizendo por meio de seu porta-voz que um eventual referendo desse tipo não deve ocorrer tão cedo. Mas outros políticos apoiam a ideia, entre eles o líder social-democrata, Peer Steinbrück, e o secretário-geral dos democratas livres, Patrick Döring, parceiro de coalizão de Merkel. Steinbrück disse que "aqueles que têm ouvido atentamente a Corte Federal Constitucional percebem que não há como evitar" um referendo.

De fato, a decisão relativa a um referendo pode não ser política. A Corte Constitucional alemã, o mais alto tribunal do país, indicou recentemente que os limites da Constituição da Alemanha foram atingidos em se tratando dos esforços para salvar a moeda comum. A Corte já está apresentando vários desafios legais para o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e, na semana passada, fez ao presidente alemão, Joachim Gauck, o controvertido pedido de que fosse atrasada a assinatura da lei até queo tribunal pudesse examinar atentamente as acusações.No último mês de setembro, o presidente da Corte Constitucional, Andreas Vosskuhle, disse que o aprofundamento da integração europeia exigiria uma nova Constituição,o que tornaria inevitável um referendo.

Até Merkel parece ter entendido o recado. A chanceler já tinha gasto um preciso capital político (e monetário) para assegurar a maioria parlamentar de dois ter- ços necessária à aprovação do pacto fiscal, exigida por causa da transferência de parte da autoridade orçamentária para Bruxelas prevista no pacto.

Ainda assim,com os líderes da UE reunidos para uma esperadíssima cúpula amanhã e sexta-feira em Bruxelas, parece provável que a Constituição alemã precise em breve de uma emenda para acomodar as ideias atualmente examinadas no nível europeu.

Assim sendo, parece ser apenas questão de tempo até que o povo alemão seja indagado a respeito do rumo que deseja seguir.

Abaixo, comentaristas alemães analisam mais de perto a questão do referendo.

Diário de centro esquerda Süddeutsche Zeitung: "O pacto fiscal e o MEE são essencialmente emendas constitucionais que não alteram substancialmente o texto da Constituição. Ainda assim, o sistema está perdendo o equilíbrio: a autonomia orçamentária do Parlamento alemão está sendo profundamente afetada, bem como sua soberania. As medidas no sentido de uma integração ainda maior na zona do euro são essencialmente emendas constitucionais discretas.

São práticas permitidas, de acordo com os artigos constitucionais que regem a questão euro-peia, mas exigem uma maioria de dois terços. Entretanto, também é possível que algumas das mudanças afetem os alicerces da Constituição. Neste caso, nem mesmo uma maioria de dois terços seria suficiente. E então seria o momento de perguntar ao povo alemão."

Frankfurter Allgemeine Zeitung, de centro-direita: "A pergunta a ser feita é: qual seria o resultado de um referendo? Em se tratando da União Europeia, a Constituição é vista como extremamente 'favorável à integração'. As hesitações quase fanáticas diante dos passos que aprofundariam a integração são diametralmente opostos à visão histórica e política sustentada pelos pais e mães da Constituição. Por outro lado, é certo que a possibilidade de um referendo constitucional abriria caminho para demandas adicionais. Quem é que acredita de fato que tal debate poderia ser satisfeito com a adição e votação de um artigo complementar relativo à Europa? Seria melhor manter fechada essa caixa de Pandora."

Financial Times Deutsch-land: "É notável a rapidez com a qual a União Democrata Cristã busca sufocar um debate que teve início com seu próprio ministro de Finanças, Wolfgang Schaeuble. A chefe dele, Angela Merkel, descreveu os referendos envolvendo emendas constitucionais relativas ao futuro da Europa como um passo para 'depois de amanhã'... Está bem, mas, por que esperar? O pacto fiscal,uma união bancária e a responsabilidade conjunta - tudo isso era impensável pouco tempo atrás. Políticos e cidadãos devem poder debater as alternativas em paz, avaliando os prós e os contras _ e votando com base nesta avaliação." TRADUÇÃO AUGUSTO CALIL

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METRO | SÃO PAULO

ECONOMIA 27/06/2012

Inadimplência bate recorde em maio

Atrasos no pagamento da prestação do carro voltam a crescer e puxam a alta dos calotes Cartão de crédito lidera com taxa perto de 30%

A inadimplência dos consumidores voltou a subir em maio e atingiu o maior patamar desde 2009. Segundo o BC (Banco Central), 8% dos empréstimos a pessoas físicas apresentam atraso no pagamento superior a 90 dias, acima dos 7,8% de abril. O calote geral, incluindo as empresas, foi de 6% no mês passado e o maior da série histórica iniciada em junho de 2000.

"A inadimplência mantém-se em patamar elevado influenciado pelo crédito de pessoas físicas, principalmente para compra de veículos", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. O calote no financiamento de carros subiu pelo sétimo mês seguido, passando de 5,9% em abril para 6,1% e bateu novo recorde.

O cartão de crédito, no entanto, é a linha de crédito que possui o maior percentual de atrasos acima de 90 dias. A taxa de inadimplência na modalidade, a mais cara do mercado, chegou a 29,5% em maio.

Apesar do cenário de alta do calote, as taxas de juros cobradas do consumidor continuaram em queda. Com os cortes da Selic e a disputa entre os bancos, patrocinada pelo governo, a taxa média para pessoas físicas caiu de 41,8% ao ano para 38,8% ao ano, o menor nível da série histórica, iniciada em julho de 1994.

A boa notícia é que os consumidores começam a buscar linhas de crédito com juros mais baixos. Enquanto a média diária das concessões do crédito pessoal, incluídas as operações consignadas em folha, cresceu 4,8%, no mês passado em relação abril, houve queda de 6,7% no cheque especial e de 13% no rotativo do cartão de crédito.