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Nome do Aluno Organizadores Maria Lúcia V. de Oliveira Andrade Neide Luzia de Rezende Valdir Heitor Barzotto Elaborador Waldemar Ferreira Netto 3 módulo Língua Portuguesa

Língua Portuguesa - CiênciaMão - Universidade de São Paulo · Apresentação da área Os módulos de Língua Portuguesa deste curso constituem uma forma de levar você, aluno

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Nome do Aluno

OrganizadoresMaria Lúcia V. de Oliveira AndradeNeide Luzia de RezendeValdir Heitor Barzotto

Elaborador

Waldemar Ferreira Netto3

módulo

LínguaPortuguesa

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Governador: Geraldo Alckmin

Secretaria de Estado da Educação de São Paulo

Secretário: Gabriel Benedito Issac Chalita

Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP

Coordenadora: Sonia Maria Silva

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Reitor: Adolpho José Melfi

Pró-Reitora de Graduação

Sonia Teresinha de Sousa Penin

Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária

Adilson Avansi Abreu

FUNDAÇÃO DE APOIO À FACULDADE DE EDUCAÇÃO – FAFE

Presidente do Conselho Curador: Selma Garrido Pimenta

Diretoria Administrativa: Anna Maria Pessoa de Carvalho

Diretoria Financeira: Sílvia Luzia Frateschi Trivelato

PROGRAMA PRÓ-UNIVERSITÁRIO

Coordenadora Geral: Eleny Mitrulis

Vice-coordenadora Geral: Sonia Maria Vanzella Castellar

Coordenadora Pedagógica: Helena Coharik Chamlian

Coordenadores de Área

Biologia:

Paulo Takeo Sano – Lyria Mori

Física:

Maurício Pietrocola – Nobuko Ueta

Geografia:

Sonia Maria Vanzella Castellar – Elvio Rodrigues Martins

História:

Kátia Maria Abud – Raquel Glezer

Língua Inglesa:

Anna Maria Carmagnani – Walkyria Monte Mór

Língua Portuguesa:

Maria Lúcia Victório de Oliveira Andrade – Neide Luzia de Rezende – Valdir Heitor Barzotto

Matemática:

Antônio Carlos Brolezzi – Elvia Mureb Sallum – Martha S. Monteiro

Química:

Maria Eunice Ribeiro Marcondes – Marcelo Giordan

Produção Editorial

Dreampix Comunicação

Revisão, diagramação, capa e projeto gráfico: André Jun Nishizawa, Eduardo Higa Sokei, José Muniz Jr.Mariana Pimenta Coan, Mario Guimarães Mucida e Wagner Shimabukuro

Cartas aoAluno

Carta daPró-Reitoria de Graduação

Caro aluno,

Com muita alegria, a Universidade de São Paulo, por meio de seus estudantese de seus professores, participa dessa parceria com a Secretaria de Estado daEducação, oferecendo a você o que temos de melhor: conhecimento.

Conhecimento é a chave para o desenvolvimento das pessoas e das naçõese freqüentar o ensino superior é a maneira mais efetiva de ampliar conhecimentosde forma sistemática e de se preparar para uma profissão.

Ingressar numa universidade de reconhecida qualidade e gratuita é o desejode tantos jovens como você. Por isso, a USP, assim como outras universidadespúblicas, possui um vestibular tão concorrido. Para enfrentar tal concorrência,muitos alunos do ensino médio, inclusive os que estudam em escolas particularesde reconhecida qualidade, fazem cursinhos preparatórios, em geral de altocusto e inacessíveis à maioria dos alunos da escola pública.

O presente programa oferece a você a possibilidade de se preparar para enfrentarcom melhores condições um vestibular, retomando aspectos fundamentais daprogramação do ensino médio. Espera-se, também, que essa revisão, orientadapor objetivos educacionais, o auxilie a perceber com clareza o desenvolvimentopessoal que adquiriu ao longo da educação básica. Tomar posse da própriaformação certamente lhe dará a segurança necessária para enfrentar qualquersituação de vida e de trabalho.

Enfrente com garra esse programa. Os próximos meses, até os exames emnovembro, exigirão de sua parte muita disciplina e estudo diário. Os monitorese os professores da USP, em parceria com os professores de sua escola, estãose dedicando muito para ajudá-lo nessa travessia.

Em nome da comunidade USP, desejo-lhe, meu caro aluno, disposição e vigorpara o presente desafio.

Sonia Teresinha de Sousa Penin.

Pró-Reitora de Graduação.

Carta daSecretaria de Estado da Educação

Caro aluno,

Com a efetiva expansão e a crescente melhoria do ensino médio estadual,os desafios vivenciados por todos os jovens matriculados nas escolas da redeestadual de ensino, no momento de ingressar nas universidades públicas, vêm seinserindo, ao longo dos anos, num contexto aparentemente contraditório.

Se de um lado nota-se um gradual aumento no percentual dos jovens aprovadosnos exames vestibulares da Fuvest — o que, indubitavelmente, comprova aqualidade dos estudos públicos oferecidos —, de outro mostra quão desiguaistêm sido as condições apresentadas pelos alunos ao concluírem a última etapada educação básica.

Diante dessa realidade, e com o objetivo de assegurar a esses alunos o patamarde formação básica necessário ao restabelecimento da igualdade de direitosdemandados pela continuidade de estudos em nível superior, a Secretaria deEstado da Educação assumiu, em 2004, o compromisso de abrir, no programadenominado Pró-Universitário, 5.000 vagas para alunos matriculados na terceirasérie do curso regular do ensino médio. É uma proposta de trabalho que buscaampliar e diversificar as oportunidades de aprendizagem de novos conhecimentose conteúdos de modo a instrumentalizar o aluno para uma efetiva inserção nomundo acadêmico. Tal proposta pedagógica buscará contemplar as diferentesdisciplinas do currículo do ensino médio mediante material didático especialmenteconstruído para esse fim.

O Programa não só quer encorajar você, aluno da escola pública, a participardo exame seletivo de ingresso no ensino público superior, como espera seconstituir em um efetivo canal interativo entre a escola de ensino médio ea universidade. Num processo de contribuições mútuas, rico e diversificadoem subsídios, essa parceria poderá, no caso da estadual paulista, contribuirpara o aperfeiçoamento de seu currículo, organização e formação de docentes.

Prof. Sonia Maria Silva

Coordenadora da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas

Apresentaçãoda área

Os módulos de Língua Portuguesa deste curso constituem uma forma de levarvocê, aluno de ensino médio, a refletir sobre a sua língua materna, oferecendo sub-sídios para melhoria e aprimoramento de seus conhecimentos lingüísticos.

Compusemos o material numa progressão que leva em conta, em primeiro lugar,o seu processo de amadurecimento. Assim, partindo de realidades vivencialmentepróximas, o grau de abstração se intensifica dentro da cada unidade e de um módulopara outro.

Estruturamos os módulos em torno de uma posição fundamental: os tópicos gra-maticais e textuais constantes do currículo do ensino médio só assumem seu signifi-cado pleno quando focalizados a partir da linguagem, entendida como faculdadeinerente ao ser humano, pela qual ele interage com seus semelhantes. Por essa razãonão fizemos uma separação rígida de assuntos, o que deturparia o caráter essencial-mente flexível dos problemas de linguagem.

Dentro desta perspectiva, foram organizados os quatro módulos de Língua Por-tuguesa e seus respectivos conteúdos: variabilidade da linguagem e noção de nor-ma, morfossintaxe das classes de palavras, processos de organização da frase, orga-nização e articulação do texto, o problema da significação e os recursos de estilo.

Preocupamo-nos com que as aulas levem você a refletir criticamente sobre suavivência lingüística e, em contato com as normas gramaticais vigentes, habilitem-no ainterpretar e a produzir textos representativos das mais diversas situações interacionais.

Com o material que preparamos, você terá a oportunidade de rever os pontosmais importantes sobre a Língua Portuguesa e fazer atividades para avaliar seu pro-gresso e possíveis dificuldades.

Procure ver essa fase de estudos como mais uma oportunidade de aprendizagemsobre o mundo, a sociedade em que vive e sobre você mesmo. Se você entrar nelacom esse espírito, seguramente sairá dela enriquecido – não apenas de conhecimen-tos para ingressar na Universidade, mas também de informações e pontos de vistanovos que servirão em toda a sua vida. Daí, sim, você poderá olhar o mundo comconfiança. Você pode não se transformar em um cientista, mas será sem dúvida umapessoa que tem conhecimentos e informações e é capaz de usá-los da melhor manei-ra possível. Afinal, vale a pena investir em você mesmo.

Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira Andrade

Coordenadora de Língua Portuguesa

Este módulo procura abarcar os mecanismos de formação da frase e demanutenção de sua coerência interna. A ênfase maior foi dada aos conectivos,que agrupam elementos, e às funções sintáticas que os grupos nominais assu-mem nas orações. Não se preocupou com a definição de terminologia deta-lhada, para que se estimule uma compreensão mais global do processo deformação de frases. No módulo 2, tratamos da formação de grupos nominais.Neste módulo, a atenção estará voltada para as articulações desses gruposnominais. Ao final de cada unidade, há um conjunto de exercícios e algumassugestões de leitura. É interessante, porém, que o treino da compreensão dasfrases não se limite aos fragmentos de textos ora apresentados, mas que oaluno reconheça as mesmas estruturas sintáticas e estratégias de formação defrases em qualquer texto. A gramática é a parte mais íntima da linguagem e,independentemente do conhecimento terminológico que se usa para explicitá-la, é conhecida por todos os falantes desde os primeiros anos de vida. Resta-nos saber explorar esse conhecimento prévio, trazendo-o à tona, para quepossamos nos fazer entender cada vez mais da melhor maneira possível.

Apresentaçãodo módulo

Unidade 1

Palavras invariáveis

OrganizadoresMaria Lúcia V. deOliveira Andrade

Neide Luzia deRezende

Valdir HeitorBarzotto

ElaboradoresWaldemarFerreira Netto

AdvérbiosA classe de palavras dos advérbios comporta uma variedade bastante grande

de formas. De maneira geral, caracterizam-se por não estabelecer relações deconcordância obrigatória com outras palavras da oração. São elementos quemodificam o sentidos de palavras e de orações, acrescentando-lhes novas in-formações.

Tempo e lugar são circunstâncias bastante características da informação dosadvérbios. De maneira geral, mesmo sem fazer concordância, nesses casos, osadvérbios têm alguma relação com a pessoa e o tempo das palavras com que serelacionam. No exemplo abaixo, repare nos advérbios ontem e hoje.

– Não sei... disse o pai; o fato é que ela estavaestavaestavaestavaestava ontemontemontemontemontem muito bem disposta e hojehojehojehojehoje, ao

contrário, estáestáestáestáestá impertinente como nunca! AZEVEDO, Aluísio. Girândola de Amores.

Como ontem é um advérbio que indica passado e hoje é um advérbio queindica presente, também os verbos aparecem com tempo passado e presente,estava e está, respectivamente. Essa não é uma relação obrigatória, como sepode notar nos exemplos abaixo.

Se eu soubesse que esta maldita rua estava hojeestava hojeestava hojeestava hojeestava hoje neste estado, não tinha saído de casa.

FRANÇA Jr., Joaquim José da. Caiu o ministério.

VVVVVou vou vou vou vou voltar hojeoltar hojeoltar hojeoltar hojeoltar hoje mesmo para casa sem ir a Copacabana. QUEIROS, Dinah S. História de

mineiro.

No primeiro exemplo, o advérbio hoje relaciona-se com um verbo flexio-nado em tempo passado e, no segundo, em tempo futuro.

Policiais militares do 29º Batalhão acompanharão amanhãacompanharão amanhãacompanharão amanhãacompanharão amanhãacompanharão amanhã uma reintegração de pos-

se. Folha de São Paulo, 26/05/2002

O presidente da República e o governador de São Paulo participam amanhãparticipam amanhãparticipam amanhãparticipam amanhãparticipam amanhã da apre-

sentação do ERJ-170, o novo jato da Embraer. Folha de São Paulo, 28/10/2001

Também no caso do advérbio amanhã, que indica futuro, pode-se notarque não há necessariamente concordância do tempo verbal. Este pode ocorrertanto no presente, como é o caso do primeiro exemplo, como no futuro, nosegundo exemplo.

Os advérbios também podem marcar as relações de lugar que se estabele-cem entre as pessoas. De forma semelhante à dos pronomes demonstrativos,percebe-se que os advérbios portam essas informações.

Vamos para outra sala que aquiaquiaquiaquiaqui está calor demais. MACHADO, Antônio Alcântara. Laran-

ja da China.

Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aíaíaíaíaí ficas na

caixinha de costura. ASSIS, Machado. Um apólogo.

O senhor já reparou naquele anúncio alialialialiali? Bem em cima da mulher de chapéu verde.

MACHADO, Antônio Alcântara. Laranja da China.

Nos exemplos acima, os advérbios aqui, aí e ali relacionam os objetos àposição do falante. No primeiro exemplo, aqui refere-se ao lugar onde está ofalante, aí, ao lugar onde está o interlocutor e, finalmente, ali, a um lugar quenão é nem o do falante nem o de seu interlocutor. De alguma maneira, pode-mos dizer que esses advérbios de lugar estão relacionados às pessoas do dis-curso. É o mesmo caso dos advérbios de lugar, cá e lá, este para uma terceirapessoa e aquele para a primeira.

Os advérbios de tempo, ontem, hoje e amanhã, também estão relacio-nados ao falante. Nota-se que a referência ao tempo parte sempre do momen-to em que ocorre a fala: hoje refere-se ao dia em que o falante produziu o seudiscurso. É só a partir daí que podemos saber a quais momentos referem-se osadvérbios ontem e amanhã.

Essa referência, entretanto, não é obrigatória. Pode haver um grande nú-mero de advérbios de tempo ou de lugar que não se relacionem às pessoas dodiscurso:

lugar: abaixo, acima, acolá, além, aquém, algures, alhures, nenhures, atrás, fora, afora, den-

tro, perto, longe, adiante, diante, onde, através, defronte, adonde, donde, detrás etc.

tempo: já, sempre, amiúde, nunca, jamais, ainda, logo, antes, cedo, tarde, ora, afinal, outro-

ra, breve, enquanto, durante, entrementes, imediatamente, raramente, finalmente,

comumente, presentemente, diariamente, simultaneamente etc.

Alguns desses advérbios são mais raros de se encontrar, como é o casosde algures (em algum lugar), alhures (em outro lugar), nenhures (em nenhumlugar), amiúde (com freqüência), entrementes (naquele momento).

– Se o roteiro do português estivesse exato – disse eu suspirando – a poça de água devia

aparecer por aqui alguresalguresalguresalguresalgures... HAGGARD, H. Rider (trad. Eça de Queirós) As minas do rei

Salomão.

E por mais que procurasse desviar para alhuresalhuresalhuresalhuresalhures o pensamento, revia com clareza a

figura séria e aberta de Fernando... MAGALHÃES, Valentim. Flor de sangue.

Por que não me escreves mais amiúdeamiúdeamiúdeamiúdeamiúde e mais extensamente? AZEVEDO, Aluísio. Casa

de Pensão.

E preciso não te esqueceres que entrementesentrementesentrementesentrementesentrementes continuei estudando o meu malaio, isto

é, o tal javanês. BARRETO, Lima. O homem que falava javanês.

Também se pode falar em advérbios que exprimem negação, afirmação,dúvida, intensidade, modo. Trata-se de uma classe muitíssimo extensa que

abarca uma grande variedade de formas cujas relações com as demais pala-vras das orações também são muito variadas. Nesses casos, o advérbio rela-ciona-se especialmente com as classes de palavras verbo e adjetivo, podendotambém relacionar-se com outros advérbios.

A princípio ele achou prudente nãonãonãonãonão voltarem juntos, já que uma nãonãonãonãonão sabia da existência

da outra. SABINO, Fernando. O golpe do comendador.

Quem é o homem nesta casa? Se você nãonãonãonãonão for olhar eu nãonãonãonãonão fico aqui dentro nem mais

um minuto. SABINO, Fernando. No quarto da Valdirene

Nos exemplos acima, todas as ocorrências do advérbio “não” relacionam-se ao verbo da oração.

Ela ficara moça e era bonita; alguns diziam muitomuitomuitomuitomuito bonita, e ela concordava com estes.

ALENCAR, José de. Encarnação.

O advérbio de intensidade, muito, do exemplo, relaciona-se ao adjetivobonita acrescentando-lhe informações que este por si só não poderia apre-sentar. Os advérbios de intensidade são numerosos: muito, pouco, assaz, bas-tante, mais, menos, tão demasiado, meio, todo, completamente, demasiada-mente, demais, quão, bem, mal, quase, apenas etc.

Contudo, os advérbios de modo são os mais numerosos de todos, porquealém de alguns fixos — por exemplo, bem, mal, assim, depressa, devagar,debalde, adrede (intencionalmente) —, também fazem parte desse grupo quasetodas as palavras formadas com o sufixo -mente: adequadamente, brevemente,corretamente, delicadamente, gostosamente, minimamente, rapidamente etc.Não há como definir todo esse conjunto, pois a todo momento novos advér-bios como esses são criados pelos falantes.

Atirou, desmontou para dar-lhe o tiro da graça; e descobriu então que havia matado um

bezerro complacente que uma máscara adredeadredeadredeadredeadrede transformara em onça. BARRETO, Lima.

Numa e Ninfa.

Descobrindo o engano, Berta não se agastou e riu-se gostosamentegostosamentegostosamentegostosamentegostosamente com o rapaz, da

peça que lhe pregara ele. ALENCAR, José de. Til.

Nos exemplos, adrede relaciona-se ao verbo transformar, acrescentando-lhe o sentido de intenção, e gostosamente relaciona-se ao verbo rir.

Advérbios ocorrem também na forma de locuções, chamadas locuçõesadverbiais. Suas características são as mesmas: são invariáveis sempre, ape-sar de se comporem por uma preposição e um substantivo. Podem expressarvariados sentidos:

às cegas, às claras, à toa, à pressa, às pressas, a pé, a fundo, à uma, às duas, às três, às tontas,

à noite, ao acaso, à vista, a prazo, às vezes, em breve, por ora, por trás, em vão, de propósito,

em cima, em vão, em prol etc.

Ponhamos três mesas à vistaà vistaà vistaà vistaà vista, para que se veja a soberania daquela. VIEIRA, Pe. Antônio.

Sermão XIX. Com o Santíssimo Sacramento Exposto.

Muitos optam pelo pagamento à vista à vista à vista à vista à vista ou por um modelo mais potente. Agência O

Estado de São Paulo, 28/01/2001

Ninguém lhe ouvia palavra mais áspera ou gesto menos conveniente, e às vezesàs vezesàs vezesàs vezesàs vezes en-

trava pela hora do recreio grudado aos livros sem os querer deixar. AZEVEDO, Aluísio.

Casa de pensão.

Trabalhemos, portanto, cada um com o recurso de que dispomos em prem prem prem prem prololololol da causa que

abraçamos. Luiz Carlos Prestes, Carta a Paulo Nogueira Filho (13 set. 1928). In BONAVIDES

P. e Amaral, P. (2002).Textos Políticos da História do Brasil.

ConectivosPreposições e conjunções são palavras que estabelecem a ligação entre

palavras, grupos de palavras ou orações. Já vimos, por exemplo, que tanto osadjetivos quanto os advérbios podem ter seus sentidos substituídos, pelo me-nos parcialmente, por expressões chamadas locuções. Essas locuções, porsua vez, formam-se a partir de um grupo nominal, cuja base será um substan-tivo ou um pronome, e uma preposição qualquer. Dessa maneira teremos:espetáculo circense, em que circense é um adjetivo que se refere ao substan-tivo espetáculo, concordando com ele, e teremos, também, espetáculo de cir-co, em que de circo é uma locução adjetiva formada pela preposição de e pelosubstantivo circo.

Naquela casa de burgueses bem modestosde burgueses bem modestosde burgueses bem modestosde burgueses bem modestosde burgueses bem modestos, estava se realizando um milagre digno

do Natal de um Deus. ANDRADE, Mário de. O peru de natal.

No exemplo acima, a seqüência de burgueses bem modestos forma-se demodo semelhante a uma locução adjetiva, isto é, uma preposição seguida deum grupo nominal, cujo núcleo gerador de concordância é burgueses. São gru-pos nominais dentro de grupos nominais, cuja ligação se faz pela preposição.

Naquela casa de de de de de burgueses bem modestos

As preposições são conectivos que estabelecem essa relação de subordi-nação entre os grupos nominais. Ainda no exemplo acima, teremos outrasligações que se realizam também por meio de preposições.

Dessa maneira, pode-se notar com alguma facilidade que há três gruposnominais – um milagre digno do Natal de um Deus, o Natal de um Deus e umDeus –, sendo que uns se encaixam dentro de outros.

Ainda que estejamos falando de grupos nominais, não é essa a única pos-sibilidade. Essa ligação também ocorre entre verbos e grupos nominais.

Um milagre digno do do do do do Natal de de de de de um Deus

Não a desmenti e fomos até a borda da cama de dona Clementina. BARRETO, Lima.

Cemitério dos vivos.

Novamente, temos uma sucessão de grupos nominais subordinados, istoé, uns dentro dos outros:

No exemplo, o grupo nominal cuja ligação com o verbo fomos se faz coma preposição até subordina outros dois que lhe são encaixados: a cama dedona Clementina e dona Clementina.

As preposições mais comuns são a, ante, após, até, com, contra, de, des-de, em, entre, para, perante, por, sem, sob, trás. Embora elas sejam facilmenteconfundidas com advérbios – como após, na frase A rapariga foi-se e logoapós voltou –, é importante ter sempre em mente que preposições estabele-cem um vínculo subordinativo entre o grupo nominal que lhe segue e outrapalavra. No caso referido, após não está subordinando nenhum grupo nomi-nal; assim, não está sendo usado como preposição, mas sim como advérbio.

Como as preposições são palavras de muito uso na língua, geralmente sãomonossilábicas e átonas. Assim, é muito freqüente que os falantes produzampreposições incrustadas em outras palavras.

fomos até até até até até a borda da da da da da cama de de de de de dona Clementina

à = a + a na = em + a

ao = a + o naquilo = em + aquilo

àquela = a + aquela naquele = em + aquele

àquilo = a + aquilo nesse = em + esse

daquele = de + aquele nisso = em + isso

desse = de + esse pela = per + a

disso = de + isso pelo = per + o

Deve-se ressaltar que, em todos esses casos, há sempre uma preposição esta-belecendo ligações entre grupos nominais ou entre grupo nominal e verbo. Ocaso mais complexo, que comumente gera mais dúvida, é a contração da prepo-sição a com o artigo a, formando uma crase, que significa que fundiram-se ambasas formas. Quando essa contração ocorre, sobrepõe-se um acento grave. Se hácrase da preposição a e do artigo a, então haverá acento grave: à ou às.

Não há uma regra que deixe isso claro, pois o uso do artigo é facultativo,o que estabelece que a crase é facultativa. Entretanto, padronizou-se que emalguns casos diferenciais manter-se-ia a crase, ainda que, rigorosamente, elanão seja obrigatória.

A nossa obra está à vistaà vistaà vistaà vistaà vista de todos, só os cegos não a querem ver. PATROCÍNIO, José do.

Campanha abolicionista.

No exemplo acima, a expressão à vista está formada pela preposição a e pelogrupo nominal a vista. Houve, portanto, crase, entre a preposição e o artigo.

Um caso óbvio de crase ocorre quando a forma é plural, isto é, com a prepo-sição a e o artigo as. Como preposição não tem plural, pois é invariável, sem-pre estaremos diante de uma crase – portanto, com acento grave – no caso dasexpressões com grupo nominal de gênero feminino e número plural: às vezes,às escondidas, às escuras, às apalpadelas etc.

Caminham às apalpadelasàs apalpadelasàs apalpadelasàs apalpadelasàs apalpadelas, como cegos a quem houvessem levado o guia. COELHO

NETO, Henrique M. Mano.

Note-se que a expressão do exemplo, às apalpadelas, é semelhante a ou-tra cujo substantivo é masculino, por exemplo, aos tropeços. Neste caso, estáóbvia a presença do artigo.

No caso de alguns verbos, há um uso padronizado de certas preposições.A isso chama-se regência verbal. Dificilmente se poderá estabelecer regrasque nos permitam deduzir qual é a preposição ideal para cada verbo; assim, omelhor é consultar dicionários de regência verbal. Diz-se, por exemplo, que,na norma culta, os verbo chegar e ir são usados com a preposição a.

Quando chegamos aaaaao Largo da Imperatriz, desabou uma pancada d’água. FRANÇA JÚNIOR,

Joaquim José da. Maldita parentela.

Ontem fomos aaaaao Jardim Zoológico. ALMEIDA, Júlia de. A intrusa.

Apesar de as preposições não terem um significado facilmente detectável,elas mudam o sentido das expressões, apontando, pelo menos, para algumsignificado.

Depois foi à janela respirar um pouco de ar, e viu na rviu na rviu na rviu na rviu na ruauauauaua, encostado ao lampião, o

homem que falara com Violante. AZEVEDO, Aluísio. Condessa Vésper.

Verdade é que o primo Antônio disse que uma noite, passando por aqui, viu da ruaviu da ruaviu da ruaviu da ruaviu da rua uma

sombra de mulher passeando na sala de visitas. ASSIS, Machado de. Os óculos de Pedro

Antão.

Embora possam ser extremamente parecidas, as expressões viu na rua eviu da rua são bastante diferentes. No primeiro, a pessoa que viu não estavana rua, mas estava na janela, olhando para a rua; no segundo, a pessoa que viuestava na rua, olhando para a janela.

Conjunções coordenativasCom características bastante semelhantes às das preposições, as conjunções

também estabelecem ligações entre palavras, grupos nominais ou orações. Acaracterística diferencial é que as conjunções podem fazer relações de subor-dinação e de coordenação. Elementos coordenados não estão encaixados unsdentro dos outros, são paralelos entre si.

Entre gritos eeeee penas, ela foi presa. LISPECTOR, Clarice. Uma galinha.

Ainda tonta, sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos eeeee indecisos. LISPECTOR, Clarice.

Uma galinha.

Todos correram de novo à cozinha eeeee rodearam mudos a jovem parturiente. LISPECTOR,

Clarice. Uma galinha.

Continuou entre a cozinha eeeee o terraço dos fundos. LISPECTOR, Clarice. Uma galinha.

Nos exemplos acima, a conjunção e faz a ligação entre elementos diversos:dois substantivos na primeira frase, dois adjetivos na segunda, duas orações naterceira e dois grupos nominais na última. Nenhum desses elementos está inse-rido no outro, pois são construções paralelas. O grupo nominal cacarejos rou-

cos e indecisos, por exemplo, contém a seqüência coordenada dos adjetivosroucos e indecisos, que concordam com o substantivo cacarejos.

As conjunções que coordenam os elementos entre si são as conjunçõescoordenativas: podem ser aditivas, alternativas, adversativas, conclusivas eexplicativas.

Conjunções aditivas estabelecem que as informações devem ser incluídasou eliminadas mutuamente. As mais características são e e nem; esta estabeleceque as informações devem ser eliminadas e aquela que devem ser incluídas.

Sozinha no mundo, sem pai nemnemnemnemnem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. LISPECTOR,

Clarice. Uma galinha.

A conjunção nem, do exemplo, estabelece que a informação mãe, em re-lação à informação pai, deve ser igualmente excluída. É a preposição sem noinício da expressão que marca a eliminação do primeiro item pai.

Conjunções alternativas estabelecem que as informações podem acres-centar-se ou não. Nesse caso, não é obrigatório que as informações sejamincluídas, apesar de se poderem incluir.

Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, em dois

ououououou três lances, alcançar a murada do terraço. LISPECTOR, Clarice. Uma galinha.

Note-se que, no exemplo acima, a conjunção ou, na expressão dois outrês lances, foi utilizada para indeterminar a quantidade de lances de asas dagalinha: podiam ter sido dois lances, bem como podiam ter sido três lances;ou seja, as duas possibilidades seriam verdadeiras.

Conjunções adversativas estabelecem que há uma contradição entre o quese esperava que ocorresse e o que ocorreu de fato.

Nesses momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às

fêmeas cantar, ela não cantaria masmasmasmasmas ficaria muito mais contente. LISPECTOR, Clarice.

Uma galinha.

Nesse exemplo, a conjunção mas estabelece uma relação entre as oraçõesela não cantaria e ficaria mais contente que contradiz a expectativa criadapela primeira oração: o fato de que se soubesse cantar e não cantasse é porquetalvez não estivesse contente. Outras conjunções alternativas são: porém, con-tudo, todavia, no entanto, entretanto.

As conjunções conclusivas e as explicativas relacionam orações procu-rando estabelecer um sentido fluente de uma para outra.

Não havia entre ele e a menina o menor grau de consangüinidade, portantoportantoportantoportantoportanto, não podia

haver crime nas suas intenções. CAMINHA, Adolfo. A normalista.

Vou buscá-la de carro, ppppporororororquanquanquanquanquantttttooooo vamos ao cassino, e tu me esperas lá, pois tenho um

camarote. BARRETO, Lima. Um especialista.

No primeiro exemplo, a conjunção portanto ressalta que a oração que vaia seguir é uma conclusão da primeira. No segundo exemplo, a conjunçãoporquanto (= porque) aponta para o fato de que a oração vamos ao cassinoapenas justifica o fato expresso na primeira oração vou buscá-la de carro.

Conjunções subordinativasAs conjunções subordinativas caracterizam-se por estabelecer uma relação

de dependência entre as orações, isto é, elas apontam para o fato de que asorações se encontram encaixadas umas dentro das outras. Assim, as oraçõesque se encaixam internamente às outras têm de exercer alguma função sintá-tica de sujeito, de objeto ou de adjunto, por exemplo.

Uma das conjunções subordinativas mais comuns é a chamada conjunçãointegrante. Trata-se do conectivo que. Esse conectivo pode assumir muitos va-lores, indicando variados tipos de relacionamento entre orações. No que dizrespeito às orações que atuam como grupos nominais, ele é o único conectivopossível. Nesse caso particular é que recebe o nome de conjunção integrante.

Exercícios

O papel da mulher de hoje não é o da de ontem. FRANÇA Júnior. As doutoras.

Espero, meu caro doutor, que não deixe de vir hoje; esperei-o ontem em vão. ASSIS,

Machado de. A mulher de preto.

Nos exemplos acima, compare o uso dos advérbios e aponte as diferençasna marcação de tempo de cada um.

No fragmento acima, a negação aparece em dois momentos pelo uso deadvérbios. Aponte as diferenças entre elas, salientando a variação de sentidoque essa duplicidade produziu.

O bom velho não gostava nunca da visita de homens, com receio de que a sobrinha

escolhesse algum e casasse. ASSIS, Machado de. A desejada das gentes.

Há no texto acima uma relação de adversidade que não é manifesta poruma conjunção adversativa. Identifique essa relação e aponte a conjunçãoque liga as orações em questão.

As áreas sociais estão abandonadas e, enquanto isso, continuamos rigorosamente em

dia com o FMI e os organismos internacionais que nos asfixiam, nos menosprezam e nos

ridicularizam. Antônio Carlos Magalhães. Discurso de renúncia ao Senado. 2001.

Nos exemplos acima, estão sublinhadas duas expressões. Justifique oemprego do acento grave na primeira expressão e a ausência dele na segunda.

Lucas e a marroquina trocam olhares e, como antes, dão um jeito de driblar a guarda e

marcar um encontro às escondidas para o dia seguinte. Contigo, n. 1369, de 11 de

dezembro de 2001.

Até que enfim, por obra daquele estonteante acaso, iam surgir à luz do sol as escondidas

riquezas do Caramuru. SETUBAL, Paulo. O romance do Prata.

Nos exemplos acima, estão sublinhadas três expressões. Justifique o em-prego ou a ausência do acento grave nos três casos e descreva o sentido decada uma dessas expressões.

Viu a vida universal com a vista cansada dos velhos. CUNHA, Euclides da. Contrastes e

confrontos.

Gabriel sentiu ouriçar-lhe o cabelo à vista da terrível cena que se patenteava a seus

olhos. AZEVEDO, Aluísio. A condessa Vésper.

O preço depois de regateado fora pago à vista. ALENCAR, José de. Lucíola.

No trecho acima, há o uso de duas conjunções adversativas. Descreva acontradição que se pressupõe nas orações que as antecedem em relação àsque as seguem.

Mudanças bruscas, desligadas de uma visão de longo prazo, podem satisfazer interesses

conjunturais, mas não constroem o perfil de um Estado responsável. Não devemos,

contudo, ter receio de inovar quando os nossos interesses e valores assim indicarem.

Fernando Henrique Cardoso. Discurso de posse. 1995

No trecho acima, o conectivo no entanto estabelece uma relação adversativaentre as orações. Como ficaria essa construção se quiséssemos estabeleceruma relação de concessividade, por meio do conectivo embora?

Automóveis buzinavam como se fosse dia alto. E, no entanto, era noite, ainda. CAMPOS,

Humberto de. A mina.

Sugestões de leituraComo leituras complementares, é sempre conveniente ter à mão as gramá-

ticas tradicionais da língua portuguesa. A Moderna gramática brasileira de Cel-so Pedro Luft, recentemente reeditada pela Globo, e a Moderna gramática por-tuguesa, de Evanildo Bechara, sobretudo a 37ª edição que foi revista e amplia-da, editada pela Lucerna, são obras excelentes para uma visão mais atualizadada gramática tradicional da língua portuguesa. Para além das leituras de obrastécnicas específicas, como essas gramáticas, sugerimos atividades de produçãode texto em que se tenha a liberdade para arriscar o máximo possível, a partir demodelos apresentados pelas mais diferentes obras e gêneros.

Unidade 2

Sintaxe

OrganizadoresMaria Lúcia V. deOliveira Andrade

Neide Luzia deRezende

Valdir HeitorBarzotto

ElaboradoresWaldemarFerreira Netto

Sintaxe interna da oraçãoConforme já vimos anteriormente, as palavras formam grupos de concor-

dância de gênero e número, chamados grupos nominais ou sintagmas nomi-nais. Esses grupos podem ser tratados não só como unidades de sentido, mastambém como unidades que formam orações na língua portuguesa. As pala-vras que ocorrem no interior de um sintagma nominal podem ser caracteri-zadas como núcleo e adjuntos. O núcleo é a palavra que desencadeia a con-cordância, e os adjuntos são as palavras que fazem a concordância com onúcleo; ou seja, os adjuntos flexionam-se obrigatoriamente de acordo com ascaracterísticas de gênero e número do núcleo. Como vimos, o núcleo podeser um substantivo, um pronome ou uma outra palavra qualquer que tenhasido substantivada.

Grupos nominais que estabelecem concordância de número e de pessoacom o verbo recebem o nome de sujeito. Trata-se de um elemento especial eobrigatório na formação de orações. O verbo, por sua vez, constitui-se, juntode seus complementos, no predicado da oração. Desse modo, sujeito epredicado são os itens básicos no estabelecimento de orações.

A paA paA paA paA patatatatata caiu, e eleeleeleeleele ficou olhando para o rato meio cadáver. ASSIS, Machado de. Causa

secreta.

No exemplo, o grupo nominal a pata e ele são os elementos com os quaisos verbos caiu e ficou olhando, respectivamente, fazem sua concordância denúmero e de pessoa. Esses grupo nominais são os sujeitos dessas orações.Note-se que cada ocorrência desse par – um sujeito e um verbo concordandocom ele – estabelece uma oração. Praticamente todas as orações na línguaportuguesa têm um sujeito e um verbo que concorda com ele.

Pode ocorrer, muitas vezes, que o sujeito seja tão óbvio ou tão conhecidosdo falante e do seu interlocutor que não haja sequer necessidade de manifestá-lo lingüisticamente. Isso, entretanto, não quer dizer que ele não exista; elesimplesmente não foi expresso.

CamargoCamargoCamargoCamargoCamargo consolou a filha do desgosto que lhe causava a partida do noivoa partida do noivoa partida do noivoa partida do noivoa partida do noivo; falou-lhe

a linguagem da razão; disse que havia assuntos práticos, a que os sentimentosos sentimentosos sentimentosos sentimentosos sentimentos tinham

de ceder o passo alguma vez. Assis, Machado de. Helena.

No exemplo, vemos que os verbos (sublinhados), consolou e tinham deceder, concordam com os sujeitos (negritados), Camargo e os sentimentos.Os verbos falou e disse, entretanto, não têm nenhum sujeito expresso com oqual concordem. Ambos os verbos têm o mesmo sujeito de consolou, que é osubstantivo Camargo. Esse processo chama-se correferência. É possível ima-ginar que o interlocutor, ou o leitor, tenha uma memória suficientemente boapara que possa lembrar-se do autor dessas atitudes que se está descrevendo.

Apesar de a disposição mais corriqueira ser aquela em que o verbo apa-rece em seguida ao sujeito , é possível que essa ordem se inverta. Note o casodo verbo causava, cujo sujeito é o grupo nominal a partida do noivo.

O silêncioO silêncioO silêncioO silêncioO silêncio prolongou-se alguns minutos, durante os quais MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça tornou a abrir o

livro, examinou uma espingarda de caça, preparou um cigarro e fumou. O escravoO escravoO escravoO escravoO escravo

ajudava o senhor a mudar de roupa. EstácioEstácioEstácioEstácioEstácio continuava mortalmente calado; Men-Men-Men-Men-Men-

donçadonçadonçadonçadonça falou algumas vezes, sobre coisas indiferentes, e o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo não correu, andou

com a lentidão que lhe é natural, quando trata com impacientes. Logo que EstácioEstácioEstácioEstácioEstácio se

deu por pronto, e o escravoo escravoo escravoo escravoo escravo saiu, MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça voltou diretamente ao assunto que o

preocupava. ASSIS, Machado de. Helena.

Nesse exemplo mais longo, pode-se notar que há profusão de mudançasde sujeitos com os quais concordam os verbos: o silêncio, Mendonça, o escra-vo, Estácio e o tempo. Como eles não estão ordenados, isto é, cada vez ocorreum deles, às vezes repetindo-se, às vezes não, eles têm de ser expressos paraque a informação do texto possa ser compreendida pelo interlocutor. Imagi-nemos a seqüência interna reescrita sem todos os sujeitos expressos:

*Estácio*Estácio*Estácio*Estácio*Estácio continuava mortalmente calado; falou algumas vezes, sobre coisas indiferen-

tes, e não correu, andou com a lentidão que lhe é natural, quando trata com impacientes.

Logo que se deu por pronto, e saiu, voltou diretamente ao assunto que o preocupava.

O interlocutor entenderia que todas as ações foram feitas pelo sujeito doverbo continuava: Estácio.

O inverso, expressar todos os sujeitos, também não será uma solução ade-quada.

O silêncioO silêncioO silêncioO silêncioO silêncio prolongou-se alguns minutos, durante os quais MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça tornou a abrir o

livro, MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça examinou uma espingarda de caça, MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça preparou um cigarro e

MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça fumou. O escravoO escravoO escravoO escravoO escravo ajudava o senhor a mudar de roupa. EstácioEstácioEstácioEstácioEstácio continuava

mortalmente calado; MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça falou algumas vezes, sobre coisas indiferentes, e ooooo

tempotempotempotempotempo não correu, o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo andou com a lentidão que lhe é natural, quando o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo

trata com impacientes. Logo que EstácioEstácioEstácioEstácioEstácio se deu por pronto, e o escravoo escravoo escravoo escravoo escravo saiu, Men-Men-Men-Men-Men-

donçadonçadonçadonçadonça voltou diretamente ao assunto que o preocupava.

No entanto, apesar de o texto ficar sobrecarregado de repetições, não trarátantas confusões como a eliminação de todas as expressões de sujeito. Pode-se substituir as formas repetidas por pronomes, ou então eliminá-las. Em am-bos os casos, é preciso que estejam sempre concatenadas umas às outras. Sesubstituirmos todas as ocorrências de Mendonça por ele ou por meras elimi-nações, teremos alguns problemas.

O silêncioO silêncioO silêncioO silêncioO silêncio prolongou-se alguns minutos, durante os quais MendonçaMendonçaMendonçaMendonçaMendonça tornou a abrir o

livro, eleeleeleeleele examinou uma espingarda de caça, [ ] preparou um cigarro e [ ] fumou. OOOOO

escravoescravoescravoescravoescravo ajudava o senhor a mudar de roupa. EstácioEstácioEstácioEstácioEstácio continuava mortalmente calado;

EleEleEleEleEle falou algumas vezes, sobre coisas indiferentes, e o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo não correu, o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo

andou com a lentidão que lhe é natural, quando o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo trata com impacientes. Logo

que EstácioEstácioEstácioEstácioEstácio se deu por pronto, e o escravoo escravoo escravoo escravoo escravo saiu, [ ] voltou diretamente ao assunto que

o preocupava.

Note que o interlocutor novamente não terá como saber que, no final, porexemplo, quem voltou foi Mendonça, pois a oração segue uma outra com osujeito o escravo. Pode até ser que o interlocutor admita que o escravo nãopossa ter voltado ao assunto porque saiu, nesse caso o sujeito a ser depreendidopelo interlocutor seria necessariamente Estácio. Dessa maneira, é fundamentalque haja ponderação nas supressões de sujeitos: se há um mesmo sujeito quese repete, pode-se expressar o primeiro e substituir os demais por pronomesou mesmo eliminá-los, mas se a seqüência for quebrada, isto é, se ocorreremoutros sujeitos entre eles, será necessário repeti-lo. É preciso ter em mente quenem sempre é culpa do interlocutor se ele não entende um texto; o escritor ouo falante tem que dar todas as informações necessárias para que o interlocutorpossa compreender o que está escrito.

Uma das características interessantes dessa concordância do sujeito com overbo é o fato de ela se estender para todo o predicado. Nas orações em que overbo apenas refere uma ligação entre dois grupos nominais – nesses casos overbo é chamado de ligação –, há concordância de gênero e de número como predicado.

A arte é uma forma de sentir o universo, a ciência é uma forma de conhecer o universo.

TEIXEIRA, Anísio. Cartas.

Na família da modelo, a história também é desconhecida. Contigo, n. 1369, de 11 de

dezembro de 2001

No primeiro exemplo, os sujeito a arte e a ciência estabelecem que overbo ser esteja na terceira pessoa do singular. Este verbo, em ambos os ca-sos, apenas faz a ligação entre os grupos nominais uma forma de sentir ouniverso e uma forma de conhecer o universo com os sujeitos. No segundoexemplo, o sujeito a história estabelece que o verbo esteja na terceira pessoado singular. Este verbo também faz a ligação entre o grupo nominal e o adje-tivo desconhecida. Por tratar-se de um adjetivo, há de se fazer também a con-cordância de gênero e número com o sujeito. Assim, a concordância com osujeito estende-se a todo o predicado, se nele houver itens que estejam asso-ciados ao sujeito por meio de um verbo de ligação. A esses predicados, cha-mamos de nominais; aos demais, chamamos de verbais.

Um dos tipos de pronomes que foram apenas rapidamente referidos, quandotratamos deles isoladamente, é o dos chamados pronomes relativos. Esses prono-mes só são bem compreendidos se os estivermos observando nas orações. Elestêm uma função dupla que é a de serem conectivos e, simultaneamente, de prono-mes que atuam sintaticamente como um dos elementos da oração. Se retomarmosa seqüência do exemplo anterior, poderemos entender isso melhor.

o tempoo tempoo tempoo tempoo tempo não correu, andou com a lentidão quequequequeque lhe é natural

Na apresentação que fizemos, o verbo é não estava sublinhado; agora osublinhamos e negritamos o pronome relativo que. De par com outros prono-mes relativos mais raros – o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos,

cujas – o relativo que é o mais utilizado de todos. Por ser um pronome, eleatua na oração como atuaria um grupo nominal qualquer que ele esteja subs-tituindo; no caso em questão ele substitui a lentidão. Sua capacidade de subs-tituir outros elementos é muito restrita, pois se limita ao grupo nominal queimediatamente o anteceda.

Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz quequequequeque

sonha, quequequequeque adivinha, quequequequeque indaga, quequequequeque quer saber e não acaba de saber nada. ASSIS.

Machado de. Uns braços.

O primeiro pronome relativo da série substituiu o grupo nominal rapaz; osseguintes mantiveram a mesma característica que vimos há pouco em relaçãoao apagamento de sujeitos que ocorrem em seqüência. Apenas para o últimoverbo, acaba, não há um sujeito expresso, nem mesmo o pronome relativoque. De fato, todos os sujeitos poderiam não ter sido expressos.

Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz quequequequeque

sonha, adivinha, indaga, quer saber e não acaba de saber nada.

Essa é uma opção pessoal do autor, trata-se somente de um efeito de estilo.

Assim, mesmo que uma oração pareça não ter sujeito, ela tem. São muitoraros os casos em que não há realmente sujeito. Verbos que referem fenôme-nos meteorológicos não têm sujeito com o qual concordem e o verbo haver,especialmente no sentido de “existir”, também não tem sujeito.

– Sabes o que estou fazendo, Anastácio?

– Não “sinhô”.

– Estou vendo se choveu muito.

– Para que isso, patrão? A gente sabe logo “de olho” quando chove muito ou pouco...

BARRETO, Lima. O triste fim de Policarpo Quaresma.

Nas duas ocorrências do verbo chover, não há sujeito expresso. Aliás, nãohá sujeito. Essa é uma propriedade da língua portuguesa (há línguas em quesempre há um sujeito expresso). Quando se utiliza esses verbos metaforica-mente, então haverá um sujeito, mesmo que não seja expresso. É o que acon-tece no exemplo a seguir:

Tendo sido na noite de quarta-feira o banquete escandinavo, o nosso céuo nosso céuo nosso céuo nosso céuo nosso céu ainda resistiu

durante a quinta-feira, e com tal desespero que parecia queimar tudo; mas na sexta-feira

já não pôde, e não teve remédio senão chover e ventar. Não choveu, nem ventou muito,

não chegou a nevar, mas fez-nos respirar, e basta. ASSIS, Machado de. A semana.

No exemplo, o verbo resistir está concordando com o grupo nominal onosso céu. Os verbos queimar e poder, por sua vez, têm o mesmo sujeito doresistir, ainda que não esteja expresso. Os verbos chover, ventar e nevar, arigor, não teriam sujeito, pois indicam fenômenos meteorológicos. A locuçãoverbal fazer-nos respirar tem novamente o mesmo sujeito do verbo resistir.Por se tratar de uma seqüência de verbos, todos com o mesmo sujeito, parececlaro que os verbos que indicam fenômenos meteorológicos estão, nesse caso,

concordando com o mesmo sujeito do resistir. Isso deixa claro que o autor,com muita habilidade, propôs que foi o nosso céu que choveu, que ventoumas que não nevou.

Além de atuar como sujeito de oração, grupos nominais atuam com outrasfunções: objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjuntoadnominal e adjunto adverbial.

Diz-se que um grupo nominal é objeto direto de um verbo quando é umcomplemento obrigatório do verbo, que não necessita de conectivos para as-sociar-se a ele. Apesar de isso parecer muito pouco esclarecedor, dificilmenteas pessoas têm dificuldade em produzir objetos diretos.

Eu sou de um tempo, Mitre, e não está muito longe: 1968 – eu comprei um primeiroum primeiroum primeiroum primeiroum primeiro

terreno de cinco por vinte e cincoterreno de cinco por vinte e cincoterreno de cinco por vinte e cincoterreno de cinco por vinte e cincoterreno de cinco por vinte e cinco e eu comprei o materialo materialo materialo materialo material a prestação, construí umumumumum

quarto e cozinhaquarto e cozinhaquarto e cozinhaquarto e cozinhaquarto e cozinha, entrei dentro e, depois que eu construí esse quarto e cozinhaesse quarto e cozinhaesse quarto e cozinhaesse quarto e cozinhaesse quarto e cozinha e

paguei os doze meses de prestaçãoos doze meses de prestaçãoos doze meses de prestaçãoos doze meses de prestaçãoos doze meses de prestação, eu fui no depósito de material, fiz outra dívidaoutra dívidaoutra dívidaoutra dívidaoutra dívida,

construí mais um quartomais um quartomais um quartomais um quartomais um quarto. Luís Inácio Lula da Silva. 2º debate do 2º turno das eleições

presidenciais de 1989, realizado no dia 14.12.89

No exemplo acima, na primeira ocorrência do verbo comprar, ele concordacom o sujeito de primeira pessoa singular eu. O grupo nominal um primeiroterreno de cinco por vinte e cinco, por sua vez, com flexão de terceira pessoa,masculino e singular, não desencadeia nenhuma concordância. Ele atua comocomplemento imediato da informação verbal. Note-se que houve apenas a jus-taposição do objeto ao verbo, sem que nenhum conectivo fosse utilizado. É umobjeto e é direto, sem conectivos. Da mesma maneira, teremos os grupos nomi-nais o material, um quarto e sala, os doze meses de prestação, outra dívida emais um quarto como objetos diretos, cada um de um verbo diferente.

O objeto direto faz parte do predicado, estabelecendo uma relação umpouco diferente entre o objeto direto e o verbo, em relação àquela que existeentre o sujeito e o verbo.

Essa representação gráfica pode ser feita, também, de uma outra maneiraque deixe essas relações um pouco mais claras:

sujeito predicado

verbo objeto direto

eu comprei um primeiro terreno de cinco por vinte e

Nesse tipo de representação, ficam muito mais claras as relações que seestabelecem entre esses elementos. Pode-se dizer, por exemplo, que a concor-dância do sujeito é com o predicado, de uma maneira geral. Todas as demais

eu comprei um primeiro terreno de cinco por vinte e cinco

orações que encontramos no exemplo acima poderão ser representadas deuma maneira muitíssimo semelhante:

sujeito predicado

verbo objeto direto

eu comprei

— construí

eu construí

— paguei

— fiz

— construí

o material

um quarto e cozinha

esse quarto e cozinha

os doze meses de prestação

outra dívida

mais um quarto

Essa ordem que vimos – sujeito, verbo, objeto – é a mais usual na línguaportuguesa. É comumente chamada de ordem direta. As pessoas em geralescrevem e falam valendo-se dessa ordem de palavras.

Os complementos verbais não precisam ser diretos. Há aqueles que sãoutilizados somente com conectivos (mais especificamente, com preposições).

Os marceneiros necessitam de cursos de treinamento relacionados à área de se-cursos de treinamento relacionados à área de se-cursos de treinamento relacionados à área de se-cursos de treinamento relacionados à área de se-cursos de treinamento relacionados à área de se-

gurgurgurgurgurança e higiene no trança e higiene no trança e higiene no trança e higiene no trança e higiene no trabalhoabalhoabalhoabalhoabalho. SILVA, K.R. e outros. Revista Árvore, v26(4); 2002

O verbo necessitam vai acompanhado de um objeto que lhe complementao sentido; no entanto, esse objeto não está ligado diretamente a ele. Há apreposição de entre eles. Por haver essa preposição, esses complementos sãochamados de indiretos. Alguns verbos tradicionalmente vêm acompanhadosde objetos indiretos, como é o caso de gostar, dar, oferecer, lembrar, esque-cer, e muitos outros.

Os jogadores não gostaram ddddda acusação do companheiro de que falta vergonha na cara

ao elenco. Folha OnLine, 15/01/2001

No exemplo, o grupo nominal a acusação do companheiro de que faltavergonha na cara ao elenco não vai apenas justaposto ao verbo. Há a prepo-sição intercedendo essa relação.

Apesar de os exemplos que demos apresentarem objetos indiretos isola-damente, não é assim que eles normalmente ocorrem. É mais comum queocorram em conjunto com objetos diretos:

As equipagens transbordando de cravos e de rendas brancas davam ao desfileao desfileao desfileao desfileao desfile um

aspecto de batalha de flores. ORTIGÃO, Ramalho. Cartas à Emília.

As novas formações partidárias surgidas em todo o mundo, por sua própria natureza

refratárias aos processos democráticos, oferecemoferecemoferecemoferecemoferecem perigo imediato para as institui-para as institui-para as institui-para as institui-para as institui-

çõesçõesçõesçõesções, VARGAS, Getúlio. Discurso-manifesto à nação, em 10 nov. 1937.

Como se nota nos exemplos acima, os objetos indiretos ao desfile e paraas instituições ocorrem em conjunto com os objetos diretos um aspecto debatalha de flores e perigo imediato, respectivamente. Não há uma ordem ne-cessária em que devem ocorrer esses objetos; é comum, entretanto, que omenor deles apareça mais próximo ao verbo.

Importavam tudo issotudo issotudo issotudo issotudo isso, como matéria-prima, livre de impostos, montavam as botasas botasas botasas botasas botas nas

suas singulares fábricas e vendiam pelo triplo do que custavam os estrangeiros. BARRETO,

Lima. O falso Dom Henrique V.

Embora seja muito menos freqüente, a eliminação do objeto também é umfenômeno comum que se pode usar quando há seqüência de objetos idên-ticos. No caso acima, o objeto direto as botas do verbo montar é o mesmo doverbo vender. Assim, o objeto do verbo vender pode ser eliminado sem ne-nhum prejuízo para a compreensão do texto.

Os grupos nominais também atuam na oração exercendo outras funções,para além das funções de sujeito ou de objeto; como já vimos, podem seradjuntos adnominais e adjuntos adverbiais.

Os adjuntos adnominais são os grupos nominais que se subordinam porintermédio de uma preposição no interior de outro grupo nominal: são aslocuções adjetivas.

Os adjuntos adverbiais são os grupos nominais que se acrescentam à oração,ou mesmo a outros grupos nominais, atuando com função semelhante à de advér-bios. Dessa maneira, a função de adjuntos adverbiais pode ser exercida tanto porum advérbio quanto por um grupo nominal, se este vincular-se aos demais ele-mentos de uma oração por intermédio de uma preposição.

sujeito predicado

verbo objeto direto

— importavam

— montavam

— vendiam

tudo isso

as botas

Na ponta da produçãoNa ponta da produçãoNa ponta da produçãoNa ponta da produçãoNa ponta da produção, encontramos o processo de industrialização, como dominan-

te. ALCÂNTARA, Lúcio. Discursos. 2001. Disponível em www.senado.gov.br

HojeHojeHojeHojeHoje encontrei dois regatos de boa água. ALMEIDA, Francisco José de. Diário de viagem

de Moçambique para os rios de Sena.

Nos exemplos acima, na ponta da produção e hoje, respectivamente daprimeira e da segunda oração, temos adjuntos adverbiais; no primeiro caso, oadjunto é formado por um grupo nominal encabeçado por uma preposição –em+ a = na – e, no segundo, por um advérbio. Ambos têm exatamente amesma função sintática: a de adjunto adverbial. No caso particular de adjuntoadverbial formado por grupo nominal preposicionado, é comum separá-lopor vírgula dos demais termos da oração.

Finalmente, temos os complementos nominais com elementos sintáticos.Não é fácil distingui-los dos adjuntos adnominais. A sua característica funda-mental é o fato de serem verbos nominalizados, isto é, verbos que foram tra-tados como nomes. Assim, o complemento nominal é o objeto direto do verboque foi nominalizado. Para fazer essa nominalização, basta que coloquemosum verbo qualquer na posição de um substantivo, isto é, como núcleo de umgrupo nominal. Dessa maneira, uma verbo nominalizado desencadeará todasas concordâncias próprias dos substantivos.

a todo o vivvivvivvivvivererererer corresponde um sofrsofrsofrsofrsofrererererer. QUEIRÓS, Eça de. A cidade e as serras.

No exemplo acima, temos os verbos viver e sofrer que ocupam posição desubstantivos, como núcleos de grupo nominal. Note-se que os artigos que osantecedem concordam em gênero masculino com os verbos nominalizados.Como já vimos anteriormente, verbos não fazem concordância de gênero.Quando verbos nominalizados são usados com objeto direto, esse objeto dire-to torna-se, então, complemento nominal.

os povos indígenas são solidários aos trabalhadores rurais em defesa da reforma agrá-da reforma agrá-da reforma agrá-da reforma agrá-da reforma agrá-

rrrrriaiaiaiaia. SUPLICY, Eduardo. Discursos, 1994

A expressão defesa da reforma agrária consiste em um substantivo defe-sa e em um complemento nominal a reforma agrária. O complemento nomi-nal seria o objeto direto do verbo defender: defender a reforma agrária; en-tretanto, como o verbo foi nominalizado, não há como tomá-lo por objetodireto nem tampouco estabelecer uma relação direta entre o substantivo e seucomplemento. Assim, é necessária a presença da preposição de para estabele-cer a ligação entre esses elementos.

A democracia socialista que ambicionamos construir estabelece a legitimação majoritá-

ria do poder político, o rrrrrespespespespespeiteiteiteiteitooooo às minorias e a possibilidade de alternância no poder.

Genuíno, José. Discursos na Câmara Federal, 2001.

Novamente, pode-se entender que o substantivo respeito tem o comple-mento nominal as minorias, se estabelecermos um paralelo com a construçãoverbo + objeto direto. A preposição a, na crase às, é o conectivo que faz aligação entre os grupos nominais em questão.

Embora estejamos citando sempre grupos nominais, não há razão pararestringir a eles essas funções sintáticas de sujeito, objeto, adjunto adnominal,adjunto adverbial e complemento nominal. Qualquer um desses elementospoderá ser oracional e estará sujeito às mesmas regras.

Sintaxe entre oraçõesOs mecanismos gramaticais para reunir orações entre si são mais ou me-

nos semelhantes aos que vimos entre os grupos nominais. Orações podemestar encaixadas umas dentro das outras ou podem estar paralelas entre si. Nocaso de estarem encaixadas umas dentro das outras, elas estarão assumindofunções sintáticas semelhantes às dos grupos nominais. São chamadas de ora-ções subordinadas e caracterizadas como substantivas se estiverem no lugarde substantivos, adjetivas se estiverem no lugar de adjetivos e adverbiais seestiverem no lugar de advérbios.

Da mesma maneira que grupos nominais podem ser sujeito, objeto, com-plemento, também o poderão ser as orações subordinadas substantivas.

Meu caro amigo eu não pretendo provocar

Nem atiçar suas saudades

Mas acontece que não posso me furtarnão posso me furtarnão posso me furtarnão posso me furtarnão posso me furtar

A lhe contar as novidades.A lhe contar as novidades.A lhe contar as novidades.A lhe contar as novidades.A lhe contar as novidades. Chico Buarque. Meu caro amigo.

Não quero que pensem que tenho ódio do senhor presidente da República tenho ódio do senhor presidente da República tenho ódio do senhor presidente da República tenho ódio do senhor presidente da República tenho ódio do senhor presidente da República. Maga-

lhães, Antônio Carlos. Discurso de renúncia ao mandato de senador. 2001.

Nesse instante o moço marítimo teve a visão de que, ao encontro da sua, vinham duasvinham duasvinham duasvinham duasvinham duas

almas iguaisalmas iguaisalmas iguaisalmas iguaisalmas iguais, tristes na sua esterilidade. ALMEIDA, Júlia Lopes de. A falência.

Ao final da avaliação, as instituições assinam um documento em que se comprometem se comprometem se comprometem se comprometem se comprometem

a melhorar em pontos insatisfatórios.a melhorar em pontos insatisfatórios.a melhorar em pontos insatisfatórios.a melhorar em pontos insatisfatórios.a melhorar em pontos insatisfatórios. Folha de São Paulo, 12/02/2003

De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), um ônibus que trtrtrtrtrafafafafafegaegaegaegaegavvvvvaaaaa

na Ana Ana Ana Ana Avvvvvenida Benida Benida Benida Benida Brrrrrigadeirigadeirigadeirigadeirigadeiro Lo Lo Lo Lo Luís Auís Auís Auís Auís Annnnntôniotôniotôniotôniotônio, sentido centro-bairro, atingiu um carro no

cruzamento com a Avenida Paulista, sentido Paraíso-Consolação. O Estado de São Paulo,

online, 21/12/2003

Nos exemplos acima, temos as orações não posso me furtar a contar asnovidades, tenho ódio do senhor presidente da República, vinham duas al-mas iguais, se comprometem a melhorar em pontos satisfatórios e trafegavana Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Cada uma dessa orações pode ser tomada com uma unidade sintática cujafunção poderia ser a de um grupo nominal qualquer.

No primeiro exemplo, a oração negritada é o sujeito do verbo acontece.Isso a define como uma oração subordinada substantiva subjetiva. No segun-do exemplo, a oração negrita é o objeto direto do verbo pensem. Assim, é umaoração subordinada substantiva objetiva direta. No terceiro exemplo, a oraçãonegritada é um complemento nominal. Assim, é uma oração subordinada subs-tantiva completiva nominal. No quarto exemplo, a oração negritada é adjuntoadverbial. Assim, é uma oração subordinada adverbial. No quinto exemplo, aoração negrita é adjunto adnominal. Assim, é uma oração subordinada adjetiva.Deve-se salientar que, em todos os casos em que não haveria uma ligação indi-reta – sujeito, objeto direto e adjetivo – entre os elementos que se relacionam,não foi usada preposição. Nos casos em que essa relação seria mediada poruma preposição – adjunto adverbial e complemento nominal –, ela ocorreu.

As orações adjetivas, por sua vez, apresentam algumas características quenos permitem estabelecer dois subgrupos: o das restritivas e os das explicativas.Enquanto as restritivas atuam unicamente como adjetivos, especificando ofato por uma de suas qualidades intrínsecas, as explicativas apenas acrescen-tam informações às já existentes.

A maioria dos homens que assumiram a responsabilidade do movimentoassumiram a responsabilidade do movimentoassumiram a responsabilidade do movimentoassumiram a responsabilidade do movimentoassumiram a responsabilidade do movimento

abolicionistaabolicionistaabolicionistaabolicionistaabolicionista está de tal modo comprometida com as esperanças dos escravos e com

as convicções de suas consciências; adiantou-se tanto e com tamanho impulso que lhe

é impossível parar. PATROCÍNIO, José do. Campanha abolicionista.

Aqueles homens, que chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e peloschegavam dilacerados pelas garras do jagunço e peloschegavam dilacerados pelas garras do jagunço e peloschegavam dilacerados pelas garras do jagunço e peloschegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos

espinhos da terraespinhos da terraespinhos da terraespinhos da terraespinhos da terra, eram o vigor de um povo posto à prova do ferro, à prova do fogo e

à prova da fome. CUNHA, Euclides da. Os sertões.

Nem sempre é fácil distinguir entre uma adjetiva restritiva e entre uma adjetivaexplicativa. A oração do primeiro exemplo é restritiva e a do segundo éexplicativa. A diferença entre elas está no fato de que, na primeira, a oraçãorestringe o conjunto dos homens que está comprometido com as esperançasdos escravos, isto é, são apenas os que assumiram a responsabilidade do movi-mento abolicionista que têm esse compromisso; na segunda, todos os homenseram o vigor de um povo, independentemente de chegarem dilacerados ou não.As orações adjetivas explicativas podem ocorrer como orações coordenadas.

Aqueles homens chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos espi-chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos espi-chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos espi-chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos espi-chegavam dilacerados pelas garras do jagunço e pelos espi-

nhos da terra nhos da terra nhos da terra nhos da terra nhos da terra e eram o vigor de um povo posto à prova do ferro, à prova do fogo e à

prova da fome.

Assim, orações adjetivas explicativas apenas acrescentam informações aoelemento antecedentes. Devemos lembrar que, apesar de o conectivo que fa-zer a ligação, trata-se de um pronome, o chamado pronome relativo que jávimos anteriormente. Os pronomes relativos são os conectivos específ icosdas orações adjetivas.

As orações que têm as mesmas propriedades dos advérbios são as oraçõesadverbiais. Podem ser temporais, causais, comparativas, consecutivas, condi-cionais, finais, proporcionais, modais, locativas; são muitas as possibilidadesde classificação para essas orações. Uma das características próprias das ora-ções adverbiais é o fato de não aparecerem necessariamente numa mesmaposição, da mesma maneira que a grande maioria dos advérbios.

As capitanias foram doze, embora divididas em maior número de lotes divididas em maior número de lotes divididas em maior número de lotes divididas em maior número de lotes divididas em maior número de lotes. ABREU,

Capistrano. Capítulos de história colonial.

A oração embora divididas em maior número de lotes é uma oração ad-verbial concessiva. O seu conectivo é embora, uma conjunção subordinativa.Essa oração adverbial poderia ter ocorrido em muitas posições.

Embora divididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotes, as capitanias foram doze.

As capitanias, embora divididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotesdivididas em maior número de lotes, foram doze.

Como se pode notar nos exemplos construídos acima, não há grandesmudanças na informação que se procura transmitir ao interlocutor. Trata-semais propriamente de uma questão de estilo do próprio autor.

Ainda que as orações adverbiais possam ser percebidas, nem sempre épossível distinguir entre as diversas categorias propostas. No exemplo abai-xo, pode-se interpretar a oração o assunto é demasiado sério como uma ora-ção temporal ou como uma oração condicional.

Certo amigo lhe retorquiu que, quando o assuno assuno assuno assuno assunttttto é demasiado séro é demasiado séro é demasiado séro é demasiado séro é demasiado sérioioioioio, não se pode rir.

Teixeira, Anísio. Cartas.

A oração encabeçada pelo conectivo quando é a que estabelece o mo-mento em que, numa conversa, não se pode rir. É uma oração adverbial tem-poral. Poderia também ser uma condição para que não se pudesse rir numaconversa qualquer. A despeito dessas ambigüidades, a oração é adverbial,atuando como um advérbio, à semelhança do que se viu no outro exemplo.

Dessa maneira, podemos estabelecer que as orações subordinadas são asseguintes:

Quando o assuno assuno assuno assuno assunttttto é demasiado séro é demasiado séro é demasiado séro é demasiado séro é demasiado sérioioioioio,,,,, certo amigo lhe retorquiu que não se pode rir.

Certo amigo lhe retorquiu que não se pode rir quando o assunto é demasiado sérioo assunto é demasiado sérioo assunto é demasiado sérioo assunto é demasiado sérioo assunto é demasiado sério.

As orações subordinadas, então, fazem parte de uma oração maior chamadaoração principal. Isso pode ser compreendido pelo gráfico:

A oração tomasse nota de tudo que gastante é o objeto do verbo pedi.Assim, são duas orações: uma principal, que engloba todo o conjunto, inclu-sive o objeto direto oracional, e outra subordinada, que se restringe a oraçãoque atua como objeto direto.

Pode ocorrer que haja mais de uma oração exercendo a mesma funçãosintática em uma oração principal. É o caso de uma oração com dois objetosdiretos:

orações subordinadas

substantivas adjetivas adverbiais

subjetivas

objetivas

completivas

...

restritivas

explicativas

temporais

concessivas

condicionais

...

sujeito predicado

verbo objeto direto

pedi que tomasse nota de tudo que gastasse—

Ao aproximarem-se, viram que o vulto branco era de mulhero vulto branco era de mulhero vulto branco era de mulhero vulto branco era de mulhero vulto branco era de mulher e que os outros traja-os outros traja-os outros traja-os outros traja-os outros traja-

vam saiosvam saiosvam saiosvam saiosvam saios e elmose elmose elmose elmose elmos e traziam achas de armas. HERCULANO, Alexandre. Eurico, o presbítero.

No exemplo acima, as orações o vulto branco era de mulher e os outrostrajavam saios e elmos são objetos diretos do verbo viram, conectados à ora-ção principal pela conjunção que.

sujeito predicado

verbo objeto direto

viram o vulto branco era de mulher os outros trajavam saios e elmos

coordenação

subordinadas coordenadas

substantivas adjetivas adverbiais

subjetivas

objetivas

completivas

...

restritivas

explicativas

temporais

concessivas

condicionais

...

aditivas

alternativas

adversativas

explicativas

conclusivas

Normalmente, a coordenação é classif icada como aditiva, alternativa,adversativa, explicativa e conclusiva. As conjunções coordenativas, por suavez, também podem ser usadas como recurso para orientar a interpretação aser feita pelo interlocutor.

A Educação Ambiental está longe de ser uma atividade tranqüilamenteaceita e desenvolvida, porque ela implica em mudanças profundas e nadainócuas. Ministério da Educação e do Desporto. PCN-Educação Ambiental.

A oração ela implica em mudanças profundas e nada inócuas é explicativa,não só por ser encabeçada da conjunção explicativa porque, mas tambémpelo fato de estar justificando a oração anterior. A presença da conjunção nãoé obrigatória. A relação estabelecida entre as orações, por si só, permite suainterpretação pelo leitor. Se substituirmos essa conjunção por outras, teremosoutras nuances de sentido que nem sempre permitem ao interlocutor recupe-rar a informação que o escritor tentou passar. Nesse caso, temos a coordena-ção de duas orações completas, que não se subordinam a nenhuma outra.Entre elas, poderíamos simplesmente colocar um ponto após a primeira e ini-ciar a segunda com letra maiúscula.

Nos dois segmentos acima, diga qual é o sujeito do verbo ocorrer.

No dia 7, recebemos seu telegrama daí, estimei saber que fizeram boa viagem e que

chegaram sem novidade. TEIXEIRA, Anísio. Cartas.

A classificação das orações como coordenadas ou subordinadas não é ex-clusiva: as orações podem ser subordinadas e coordenadas ao mesmo tempo.Da mesma maneira, pode-se estabelecer uma outra classificação referindo-seao fato de as orações estarem sendo relacionadas mediante o uso de um conectivo,ou simplesmente pela justaposição. No caso de haver um conectivo, as oraçõessão chamadas de sindéticas; no caso de não haver esse conectivo, são chama-das de assindéticas. Orações assindéticas têm, portanto, a sua relação estabelecidaespecialmente pelo sentido de cada uma das orações relacionadas, exigindo dointerlocutor maior atividade de interpretação. O uso dos conectivos facilita acompreensão de um texto, isto é, permite ao interlocutor interpretar um texto damaneira para próxima possível daquela que seu autor deseja.

ExercíciosRecentemente, ocorreu outro exemplo de grande importância, em relação ao Vietnã.

Suplicy, Eduardo. Discursos no Senado. 1994

O pedido feito pela CET junto à Administração Regional ocorreu logo que os agentes do

tráfego interditaram a via, fato ocorrido por volta da 1h30 desta madrugada. O Estado de

São Paulo, on line, 28/01/2001

Nos dois segmentos acima, diga quais são os objetos dos verbos receber,estimar, saber e fazer.

No trecho acima, aponte o grupo nominal que atua como complemento nominal.

Temos que distribuir a renda no país num programa nacional de defesa do Brasil. DIRCEU,

José. Discursos na Câmara Federal. 2001

As tapuias da vila também enviavam a oferecer à curiosidade dos passageiros as belas

redes de algodão, laboriosamente. SOUZA, Inglês de. O missionário.

No trecho acima, aponte o grupo nominal que atua como complemento nominal.

Tomando o fragmento do poema acima transcrito, aponte os objetos dire-tos, destacando um que normalmente não ocorreria.

Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse

A anatomia de um corpo...

(E nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita

Das ruas de Porto Alegre

Onde jamais passarei...

Ha tanta esquina esquisita,

Tanta nuança de paredes,

Ha tanta moça bonita

Nas ruas que não andei

(E há uma rua encantada

Que nem em sonhos sonhei...)

QUINTANA, Mário. fragmento de O mapa.

No trecho acima, o autor valeu-se da estratégia de eliminar objetos paraevitar repetições e reforçar a coesão interna da frase. Mostre em que momentoisso ocorreu.

Para esses comerciantes portanto, o que conta nos bens que compram e em seguida

vendem em operações sucessivas e permanentemente repetidas, não é o valor de uso,

como o nosso camponês, e sim o valor de troca. (Prado Jr, Caio. Teoria marxista do

conhecimento e método dialético materialista.)

Sugestões de leituraA compreensão da sintaxe da língua portuguesa faz-se muito mais pela

leitura crítica de diferentes textos do que pela aplicação de exercícios prepara-dos. Assim, é fundamental que, em qualquer leitura, estejamos sempre atentospara a compreensão das frases e das estratégias usadas pelos autores paracriá-las. A sintaxe é uma das áreas dos estudos gramaticais que mais têm tidoavanços. Para ter alguma idéia dessas discussões, o texto de Flávia de BarrosCarone, Subordinação e coordenação. Confrontos e contrastes, editado pelaÁtica, é uma contribuição importante e acessível. Novamente, a gramática deEvanildo Bechara não pode deixar de ser pelo menos consultada.

Sobre o autorWaldemar Ferreira Netto

é professor de Filologia e Língua Portuguesa da USP, autor de Introduçãoà fonologia da língua portuguesa, São Paulo, Hedra.

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