Upload
vunhi
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ISSN 2237-8324
PAEBES ALFA2015PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESPÍRITO SANTO
REVISTA PEDAGÓGICA
LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Paulo César Hartung GomesGovernador do Estado do Espírito Santo
César Roberto ColnaghiVice Governador do Estado do Espírito Santo
Haroldo Corrêa RochaSecretário de Estado da Educação
Eduardo MaliniSubsecretário de Estado de Administração e Finanças
Caroline Falco Fernandes ValpassosGerente de Informação e Avaliação Educacional
Subgerência de Avaliação Educacional
Fabíola Mota Sodré (Subgerente)Claudia Lopes de VargasDenise Moraes e SilvaGloriete Carnielli
Subgerência de Estatística Educacional
Denise Pereira da Silva (Subgerente)Andressa Mara Malagutti Assis (Estatística)Elzimar Sobral ScaramussaRegina Helena Schaff eln Ximenes
Paulo César Hartung GomesGovernador do Estado do Espírito Santo
César Roberto ColnaghiVice Governador do Estado do Espírito Santo
Haroldo Corrêa RochaSecretário de Estado da Educação
Eduardo MaliniSubsecretário de Estado de Administração e Finanças
Caroline Falco Fernandes ValpassosGerente de Informação e Avaliação Educacional
Subgerência de Avaliação Educacional
Fabíola Mota Sodré (Subgerente)Claudia Lopes de VargasDenise Moraes e SilvaGloriete Carnielli
Subgerência de Estatística Educacional
Denise Pereira da Silva (Subgerente)Andressa Mara Malagutti Assis (Estatística)Elzimar Sobral ScaramussaRegina Helena Schaff eln Ximenes
Apresentação
Caro Educador,
O Estado do Espírito Santo completou, em 2015, o 16º ano do Programa de Avalia-
ção da Educação Básica (PAEBES). A implementação de uma avaliação em larga escala
é imprescindível para um melhor monitoramento da qualidade e da equidade educa-
cional. No decorrer dessa trajetória, o programa forneceu subsídios para a tomada de
decisão e para o direcionamento de investimentos, com vistas à melhoria na qualidade
da educação nas escolas, voltadas principalmente para a otimização do trabalho peda-
gógico na construção de estratégias de aprendizagem.
A Coleção 2015 de divulgação do PAEBES apresenta os resultados das provas
e dos questionários socioeconômicos aplicados nas turmas de 1º, 2º, 3º e 5º anos e
8ªsérie/9º ano do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio, possibilitando
aos sistemas de ensino conhecer o desempenho de nossas crianças e jovens e refl etir
sobre o que as escolas podem fazer para melhorar esse ensino.
Esse material precisa constituir-se em instrumento efetivo de consultas para gesto-
res e professores no acompanhamento e no planejamento de intervenções, pois a ava-
liação não se relaciona apenas à “aprovação” ou “reprovação” dos estudantes, como
também à análise dos resultados, de modo a contribuir para que cada escola realize seu
planejamento à luz das necessidades de aprendizagem dos alunos.
Nessa parceria, contamos com o compromisso dos nossos profi ssionais de Educação
e aproveitamos para parabenizar a todos pelas melhorias conquistadas, o que, em última
instância, signifi ca a construção de uma sociedade com mais igualdade de oportunidades.
Forte abraço,
Haroldo Corrêa Rocha
Secretário de Estado da Educação
SUMÁRIO
13 2. O QUE É AVALIADO
NO PAEBES ALFA?
111. POR QUE AVALIAR
A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO?
18 3. COMO É A AVALIAÇÃO
NO PAEBES ALFA?
56 4. COMO SÃO
APRESENTADOS OS RESULTADOS DO
PAEBES ALFA?
58 5. COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA
AVALIAÇÃO?
64 6. QUE ESTRATÉGIAS
PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS
PARA DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES?
Prezado(a) educador(a),
Apresentamos a Revista Pedagógica do PAEBES ALFA 2015.
Esta publicação faz parte da coleção de divulgação dos resultados da avaliação realizada
no final do ano de 2015.
Para compreender os resultados dessa avaliação, é preciso responder aos seguintes ques-
tionamentos.
POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO?
O QUE É AVALIADO NO PAEBES ALFA?
COMO É A AVALIAÇÃO NO PAEBES ALFA?
COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO PAEBES ALFA?
Uma das dúvidas mais frequentes, quando se fala em avaliação
externa em larga escala, é: por que avaliar um sistema de ensi-
no, se já existem as avaliações internas nas escolas?
POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO?
1
Para responder a essa pergunta, é
preciso, em primeiro lugar, diferenciar
avaliação externa de avaliação interna.
Avaliação interna é aquela que
ocorre no âmbito da escola. O edu-
cador que elabora, aplica e corrige o
teste para, em seguida, analisar seus
resultados faz parte da unidade esco-
lar em que o processo educacional é
levado a efeito.
A avaliação externa em larga es-
cala, por sua vez, constitui um procedi-
mento avaliativo baseado na aplicação
de testes e questionários padroniza-
dos, para um grande número de estu-
dantes. Esses testes são elaborados
com tecnologias e metodologias bem
definidas e específicas, por agentes
externos à escola. A avaliação exter-
na possibilita verificar a qualidade e a
efetividade do ensino ofertado a uma
determinada população (estado ou mu-
nicípio, por exemplo).
Mas como os dados obtidos por
esse tipo de avaliação podem con-
tribuir para melhorar os processos
educativos, no interior das escolas, e,
consequentemente, os resultados das
redes de ensino? Esse é um questio-
namento muito observado entre as
equipes gestoras e pedagógicas das
escolas que recebem os resultados da
avaliação externa.
É necessário ter em mente que
a avaliação externa em larga escala
tem como objetivo oferecer, por meio
de seus resultados, um importante
subsídio para as tomadas de decisão,
inicialmente na esfera das redes de
ensino. Os dados oriundos dos testes
respondidos pelos estudantes formam
um painel que ilustra o que está sen-
do ensinado e o que os estudantes
estão aprendendo, em cada discipli-
na e etapa avaliada; de posse dessas
informações, os gestores de rede po-
dem envidar esforços no sentido de
estabelecer políticas que contribuam
para a melhoria do desempenho dos
estudantes de toda a rede, e também
têm a possibilidade de atuar em casos
pontuais, como escolas ou regiões es-
pecíficas que apresentem o mesmo
tipo de dificuldade.
Além da dimensão da rede de
ensino, as escolas, individualmente,
podem e devem utilizar os resultados
da avaliação para verificar o desen-
volvimento, pelos estudantes, das ha-
bilidades esperadas para a etapa de
escolaridade em que estão inseridos.
É relevante lembrar que esses resulta-
dos precisam ser pensados à luz dos
conteúdos curriculares trabalhados
pela escola: as Matrizes de Referên-
cia, base para a elaboração dos testes,
devem estar relacionadas a esses con-
teúdos, sem, no entanto, substituí-los.
As unidades escolares têm a possibili-
dade de observar se o currículo adota-
do contempla as habilidades conside-
radas mínimas para que os estudantes
consigam caminhar, a cada etapa ven-
cida, rumo à aquisição dos conheci-
mentos necessários para se tornarem
cidadãos críticos e conscientes de seu
papel na sociedade.
Verificada a correlação Currículo X
Matriz de Referência, gestores e profes-
sores podem atuar de diversas manei-
ras. Algumas estão indicadas nesta pu-
blicação, nas seções 5 - Como a escola
pode se apropriar dos resultados da
avaliação? e 6 - Que estratégias pe-
dagógicas podem ser utilizadas para
desenvolver determinadas habilida-
des? O importante é descobrir as estra-
tégias mais adequadas para que todos
os membros da comunidade escolar se
apropriem dos resultados da avaliação,
compreendendo sua importância e seu
significado para a vida dos estudantes, e
concentrem seus esforços em levá-los
a vencer as dificuldades apontadas por
esses resultados.
Essas estratégias passam por um
estudo acurado dos materiais disponi-
bilizados para as escolas: os conteúdos
do site do programa, as revistas de di-
vulgação de resultados, os encartes
contendo os resultados da escola, em
cada disciplina e etapa avaliada formam
um conjunto robusto de informações
que merece atenção e análise.
Esse conjunto foi pensado com a
intenção de fornecer, aos gestores e
professores, o máximo de elementos
para que possam avaliar, por meio de
dados obtidos externamente à escola,
como está o desempenho de seus es-
tudantes, em comparação com as de-
mais escolas da rede, e quais são os
pontos que demandam uma atenção
maior, no trabalho desenvolvido no in-
terior da escola.
Desse modo, fica patente que as
informações obtidas a partir dos testes
da avaliação externa em larga escala,
isoladamente, não solucionam os pro-
blemas da educação brasileira, nem
têm essa pretensão. A trilha que pode-
rá levar a essa solução é a forma como
os dados serão utilizados. E, nesse
aspecto, somente os educadores en-
volvidos com o processo educacional
poderão estabelecer o melhor cami-
nho a seguir.
As próximas seções têm o objeti-
vo de auxiliá-los nessa trajetória, ofe-
recendo informações relevantes para
que a apropriação e a análise dos re-
sultados da avaliação externa em larga
escala sejam produtivas para sua esco-
la e para sua prática profissional.
12
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Antes de iniciar a elaboração dos testes para a avaliação, é im-
prescindível determinar, com clareza, o que se deseja avaliar.
O QUE É AVALIADO NO PAEBES ALFA?
2
Matriz de Referência
O QUE É UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA?
As Matrizes de Referência indicam as habilidades que
se deseja avaliar nos testes do PAEBES ALFA. Importa regis-
trar que as Matrizes de Referência são uma parte do Currícu-
lo, ou da Matriz Curricular: as avaliações em larga escala não
pretendem avaliar o desempenho dos estudantes em todos
os conteúdos presentes no Currículo, mas, sim, nas habili-
dades consideradas fundamentais para que os estudantes
progridam em sua trajetória escolar.
As Matrizes de Referência relacionam os conhecimen-
tos e as habilidades para cada etapa de escolaridade ava-
liada, ou seja, elas detalham o que será avaliado, tendo em
vista as operações mentais desenvolvidas pelos estudantes
em relação aos conteúdos escolares que podem ser afe-
ridos pelos testes de proficiência. No que diz respeito ao
PAEBES ALFA, o que será avaliado está indicado nas Matri-
zes de Referência desse programa.
O Tópico ou o Tema agrupa um con-
junto de habilidades, indicadas pelos
descritores, que possuem afinidade
entre si.
Os Descritores descrevem as habili-
dades que serão avaliadas por meio
dos itens que compõem os testes de
uma avaliação em larga escala.
14
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
MATRIZ DE REFERÊNCIA LÍNGUA PORTUGUESA 3EF
T1. RECONHECIMENTO DE CONVENÇÕES DO SISTEMA ALFABÉTICO
C1. Identificação de letras do alfabeto
D02 Identificar letras do alfabeto.
D03 Diferenciar letras de outros sinais gráficos, como os números, sinais de pontuação ou de outros sistemas de representação.
D04 Distinguir, como leitor, diferentes tipos de letras.
C2. Uso adequado da página
D05 Reconhecer as direções e o alinhamento da escrita da língua portuguesa.
T2. APROPRIAÇÃO DO SISTEMA ALFABÉTICO
C3. Reconhecimento da palavra como unidade gráfica
D06 Compreender a função da segmentação de espaços em branco, na delimitação de palavras em textos escritos (consciência de palavras).
C4. Aquisição da consciência fonológica
D07 Identificar o número de sílabas de uma palavra (consciência silábica).
D08 Identificar sílabas e sons (consciência silábica e consciência fonêmica).
D09 Identificar relações fonema/grafema, som/letra (consciência fonêmica).
C5. Leitura de palavras, frases e pequenos textos
D10 Ler palavras silenciosamente.
D11 Ler frases e pequenos textos, localizando informações explícitas contidas neles.
T3. USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA
C6. Implicações do suporte e do gênero na compreensão de textos
D12 Reconhecer o local de inserção de determinada palavra numa sequência em ordem alfabética.
D13 Identificar gêneros textuais diversos.
D14 Reconhecer a finalidade de gêneros diversos.
T4. LEITURA: COMPREENSÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO
C7. Localização de informações explícitas em textos
D15 Localizar informações explícitas em textos de maior extensão ou em textos que apresentam dados.
D16 Identificar elementos que constroem a narrativa.
C8. Interpretação de informações implícitas em textos
D17 Inferir informações implícitas em textos.
D18 Identificar assunto de textos.
D20 Identificar efeitos de humor em textos diversos.
C9. Coerência e coesão no processamento de textos
D21 Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto.
D22 Estabelecer relações de continuidade temática, a partir da recuperação de elementos da cadeia referencial do texto.
D23 Identificar o efeito de sentido decorrente do uso de recursos gráficos, da pontuação, da seleção lexical e repetições.
D24 Identificar marcas linguísticas que evidenciam o enunciador no discurso direto ou indireto.
C10. Avaliação do leitor em relação aos textos lidos
D25 Distinguir fato de opinião sobre o fato.
T5. PRODUÇÃO ESCRITA
C11. Escrita de palavras e frases
D28 Escrever palavras.
D29 Escrever frases.
C12. Produção de textos
D30 Produzir textos.
15
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
MATRIZ DE REFERÊNCIA MATEMÁTICA 3EF
T1. RECONHECIMENTO DE NÚMEROS E OPERAÇÕES
C1. Mobilizar ideias, conceitos e estruturas relacionadas à construção do significado dos números e suas representações
D01 Associar quantidades de objetos/pessoas/animais à sua representação numérica.
D02 Associar um número natural à sua escrita por extenso.
D03 Comparar ou ordenar quantidades de objetos/pessoas/animais
D04 Comparar ou ordenar números naturais.
D05 Reconhecer números ordinais ou indicadores de posição.
C2. Mobilizar conceitos e propriedades numéricas, para resolver problemas
D06 Resolver problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados da adição ou subtração.
D07 Resolver problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados da multiplicação ou divisão.
C3. Mobilizar conceitos e propriedades numéricas para efetuar operações.
D08 Efetuar a adição ou subtração de números naturais.
T2. NOÇÕES DE ESPAÇO E FORMA
C4. Reconhecer figuras geométricas planas ou espaciais
D09 Identificar a representação de figuras bidimensionais.
D10 Identificar a representação de figuras tridimensionais.
C5. Localizar objetos em representações do espaço
D11 Identificar a localização ou movimentação de pessoas, objetos ou pontos em representação plana do espaço.
T3. NOÇÕES DE GRANDEZAS E MEDIDAS
C6. Mobilizar conceitos e propriedades relacionadas a grandezas e medidas para comparar, identificar ou efetuar medições
D12 Comparar ou ordenar comprimento, altura e espessura.
D13 Identificar ou relacionar cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro.
D14 Estabelecer relações entre unidades de medidas de tempo.
C7. Reconhecer grandezas e suas diferentes unidades de medida
D15 Identificar diferentes maneiras de medir uma grandeza.
D16 Ler horas em relógios digitais e/ou analógicos.
T4. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
C8. Reconhecer informações e dados apresentados em gráficos, tabelas ou gêneros textuais
D17 Identificar informações apresentadas em quadros ou tabelas.
D18 Identificar informações apresentadas em gráficos de colunas.
D19 Identificar informações apresentadas em diferentes gêneros textuais.
16
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
A elaboração dos itens do teste de Escrita tem como fundamento uma Matriz de Referência
que indica o “O QUE” será avaliado, assim como ocorre com os de leitura.
No PAEBES ALFA, são quatro as habilidades aferidas no teste de escrita e que se encontram
delimitadas na Matriz de Referência de Língua Portuguesa. Além do Tópico 5 – Produção Escri-
ta, o qual engloba duas competências que apresentam três descritores que se desdobram em
níveis de complexidade, avalia-se, também, uma habilidade apresentada em outra seção dessa
Matriz de Referência, o D05, presente na Competência 2 do Tópico 1 e que é avaliada no âmbito
da Leitura e da Escrita.
A seguir, apresentamos um recorte da Matriz de Referência de Língua Portuguesa do
PAEBES ALFA, destacando o tópico relacionado à avaliação de Escrita.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DE LÍNGUA PORTUGUESA PAEBES ALFA
Tópicos Competências Descritores
T1Reconhecimento de convenções do sistema alfabético
C2Uso adequado da página
D05Reconhecer as direções e o alinhamento da escrita da Língua Portuguesa
T5Produção escrita
C11Escrita de palavras e frases
D28Escrever palavras
D29Escrever frases
C12Produção de textos
D30Produzir textos
17
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Para elaborar os testes do PAEBES ALFA, é necessário
estabelecer como se dará esse processo, a partir das habi-
lidades elencadas nas Matrizes de Referência, e como será
o processamento dos resultados desses testes.
COMO É A AVALIAÇÃO NO PAEBES ALFA?
3
Leia o texto abaixo.
5
10
15
Curaçao, um simpático e colorido paraíso
Há uma lenda que explica a razão de Curaçao ser uma ilha tão colorida. Consta que um governador, há muitos anos, sentia dores de cabeça terríveis por todas as construções serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Ele teria então sugerido algo a seus conterrâneos: colocar outras cores nas fachadas de suas residências e comércios; ele mesmo passaria a usar o amarelo em todas as construções que tivessem a ver com o governo. E assim nasceu o colorido dessa simpática e pequena ilha do Caribe.
E quem se importa se a história é mesmo real? Todo o colorido de Punda e Otrobanda combina perfeitamente com os muitos tons de azul que você vai aprender a reconhecer no mar que banha Curaçao, nos de branco, presentes na areia de cada uma das praias de cartão-postal, ou nos verdes do corpo das iguanas, o animal símbolo da ilha.
Acostume-se, aliás, a encontrar bichinhos pela ilha. Sejam grandes como os golfinhos e focas do Seaquarium, os lagartos que vivem livres perto das cavernas Hato, ou os muitos peixes que vão cercar você assim que entrar nas águas da lindíssima praia de Porto Mari. Tudo em Curaçao parece querer dar um “oi” para o visitante assim que o avista.
A ilha, porém, tem mais do que belezas naturais. Descoberta apenas um ano antes do Brasil, Curaçao também teve um histórico [...] que rendeu ao destino uma série de atrações [...], como o museu Kura Hulanda, ou as Cavernas Hato. [...]
Disponível em: <http://zip.net/bhq1CS>. Acesso em: 11 out. 2013. Fragmento. (P070104F5_SUP)
(P070105F5) De acordo com esse texto, qual é o animal símbolo da ilha?A) A foca.B) A iguana.C) O golfinho.D) O lagarto.
Item
O que é um item?
O item é uma questão utilizada nos
testes das avaliações em larga escala.
Como é elaborado um item?
O item se caracteriza por avaliar uma
única habilidade, indicada por um descri-
tor da Matriz de Referência do teste. O item,
portanto, é unidimensional.
Um item é composto pelas seguintes partes:
1. Enunciado – estímulo para que o estudante mobilize
recursos cognitivos, visando solucionar o problema apre-
sentado.
2. Suporte – texto, imagem e/ou outros recursos que ser-
vem de base para a resolução do item. Os itens de Mate-
mática e de Alfabetização podem não apresentar suporte.
3. Comando – texto necessariamente relacionado à ha-
bilidade que se deseja avaliar, delimitando com clareza a
tarefa a ser realizada.
4. Distratores – alternativas incorretas, mas plausíveis – os
distratores devem referir-se a raciocínios possíveis.
5. Gabarito – alternativa correta.
1ª ETAPA – ELABORAÇÃO DOS ITENS QUE COMPORÃO OS TESTES.
19
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Na avaliação de escrita, as habilidades são avaliadas por meio de itens politômicos, nos quais não
se pressupõe a existência de uma única opção ou situação correta, mas sim diferentes possibilidades
de acerto ou concordância. Assim, as respostas são ordenadas considerando uma progressão dos
acertos.
A seguir, são apresentados exemplos de itens para cada uma das habilidades de escrita avalia-
das pelo teste do PAEBES ALFA.
Os itens originários desse descritor avaliam se os estudantes já conseguem
fazer uso adequado de uma página de caderno com margens e pauta. Isto é,
avaliam se eles já sabem respeitar os limites estabelecidos pela página e, tam-
bém, se já dominam os princípios da direção da escrita – da esquerda para a
direita e de cima para baixo.
20
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
D05 RECONHECER AS DIREÇÕES E O ALINHAMENTO DA ESCRITA DA LÍN-GUA PORTUGUESA
D28 ESCREVER PALAVRAS
Os itens que avaliam essa habilidade foram elaborados de duas formas distintas:
Nesse tipo de item, apresenta-se ao estudante uma figura que de-verá ser nomeada. Esse exemplo pede a nomeação da figura TE-SOURA.
Nesse formato, o Aplicador dita a palavra que deve ser escrita pelo estudante. Esse exemplo solicita a escrita da palavra CORRENTE.
21
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
D29 ESCREVER FRASES
Os itens que avaliam essa habilidade foram elaborados de duas formas distintas:
Observação: nesse item, avaliam-se aspectos ortográficos (realização dos
fonemas em grafemas, hipossegmentação e hipersegmentação), assim como o
uso de maiúscula no início de frase. No entanto, o domínio da acentuação gráfica,
separação de sílabas e pontuação não são avaliados, pois essas convenções da
escrita ainda estão em processo de desenvolvimento nessa etapa de escolari-
dade.
Os estudantes escutam uma frase ditada pelo Aplicador, a qual, de modo geral, organiza-se em ordem direta (Sujeito + verbo + complemento), não sendo muito longas. Esse item pede a escrita da frase A MANGA CAIU DO GALHO.
22
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Outra forma de avaliar essa habilidade é através da apresentação de uma imagem aos estudantes, a partir da qual se solicita que ele escreva uma frase coerente com a cena observada. Nesse formato de item, o es-tudante precisa criar e não apenas copiar uma frase. Assim, a realização dessa tarefa envolve também a in-terpretação da imagem.
Observação: nesse tipo de item são considerados, portanto, aspectos rela-
cionados à coerência da frase em relação à imagem, assim como os aspectos
relacionados ao domínio da ortografia e das convenções da escrita, como na
escrita de frase ditada.
23
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
D30 PRODUZIR TEXTOS
Os itens associados a esse descritor podem apresentar situações de produção distintas (narrativa a partir de suporte
não verbal, lista de palavras ou bilhete), conforme a etapa de escolaridade avaliada.
Esses itens permitem que se avaliem diferentes dimensões ou aspectos envolvidos na sua realização, que são trata-
dos como sendo itens diferentes. Os aspectos considerados são:
A seguir, exemplos de item para avaliar esse descritor.
ASPECTO 1Análise discursiva (adequação à proposta)
ASPECTO 2Análise linguística (elaboração do texto)
Nessa ótica, é verificado se o estudante produziu o texto conforme os padrões pré-estabelecidos pelo gênero textual elencado (bilhete, lista ou narrativa).
Nessa perspectiva, observam-se os aspectos ortográficos e morfossintáticos do texto elaborado pelo estudante.
Nesse formato de item, o estudante deve elaborar um texto verbal a partir de um su-porte não verbal, como uma tirinha ou história em quadri-nhos. Os elementos verbais permitidos no suporte devem limitar-se a onomatopeias.
24
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Nesse tipo de item, o estudante deve listar o nome de cinco elemen-tos que compõem a cena.
Nessa tarefa do teste de escrita do 3º ano, solici-ta-se ao estudante a ela-boração de um bilhete a partir de uma situação pré-determinada.
25
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
2ª ETAPA – ORGANIZAÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE.
são organizados em blocosItens que são distribuídos em cadernos.
CADERNO DE TESTE
CADERNO DE TESTE
Cadernos de Teste
Como é organizado um caderno de teste?
A definição sobre o número de itens é crucial para a composição dos
cadernos de teste. Por um lado, o teste deve conter muitos itens, pois um
dos objetivos da avaliação em larga escala é medir de forma abrangente as
habilidades essenciais à etapa de escolaridade que será avaliada, de forma a
garantir a cobertura de toda a Matriz de Referência adotada. Por outro lado, o
teste não pode ser longo, pois isso inviabiliza sua resolução pelo estudante.
Para solucionar essa dificuldade, é utilizado um tipo de planejamento de tes-
tes denominado Blocos Incompletos Balanceados – BIB .
O que é um BIB – Bloco Incompleto Balanceado?
No BIB, os itens são organizados em blocos. Alguns desses blocos for-
mam um caderno de teste. Com o uso do BIB, é possível elaborar muitos
cadernos de teste diferentes para serem aplicados a estudantes de uma
mesma série. Podemos destacar duas vantagens na utilização desse modelo
de montagem de teste: a disponibilização de um maior número de itens em
circulação no teste, avaliando, assim, uma maior variedade de habilidades; e
o equilíbrio em relação à dificuldade dos cadernos de teste, uma vez que os
blocos são inseridos em diferentes posições nos cadernos, evitando, dessa
forma, que um caderno seja mais difícil que outro.
26
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
2ª ETAPA – ORGANIZAÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE.VERIFIQUE A COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE:
CADERNO DE TESTE CADERNO DE TESTE CADERNO DE TESTE
Língua Portuguesa EscritaMatemática
80 itens divididos em: 16 blocos de Língua Portuguesa com 5 itens cada
30 itens divididos em: 6 blocos de Escrita com 5 itens cada
96 itens divididos em: 16 blocos de Matemática com 6 itens cada
4 blocos (20 itens) de Língua Portuguesa 1 bloco (5 itens) de Escrita4 blocos (24 itens) de Matemática
formam cadernos de Língua Portuguesa, Matemática e Escrita.
Ao todo, são 12 modelos diferentes de cadernos de Língua Portuguesa, 8 modelos diferentes de cadernos Matemática e 12 modelos diferentes de Escrita.
16x 6x
12x 8x 12x
16x
80x 30x 96x
27
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Comparar resultados de
diferentes avaliações,
como o Saeb.
Avaliar com alto grau de
precisão a proficiência
de estudantes em am-
plas áreas de conheci-
mento sem submetê-los
a longos testes.
Comparar os resultados
entre diferentes séries,
como o início e fim do
Ensino Médio.
Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida
de desempenho dos estudantes submetidos a uma avalia-
ção externa em larga escala: (a) a Teoria Clássica dos Testes
(TCT) e (b) a Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Os resultados analisados a partir da Teoria Clássica dos Tes-
tes (TCT) são calculados de uma forma muito próxima às
avaliações realizadas pelo professor em sala de aula. Con-
sistem, basicamente, no percentual de acertos em relação
ao total de itens do teste, apresentando, também, o percen-
tual de acerto para cada descritor avaliado.
TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI) E TEORIA CLÁSSICA DOS TESTES (TCT)
Ao desempenho do estudante nos
testes padronizados é atribuída uma
proficiência, não uma nota.
Não podemos medir diretamente o conhecimento
ou a aptidão de um estudante. Os modelos mate-
máticos usados pela TRI permitem estimar esses
traços não observáveis.
Teoria de Resposta ao Item (TRI)A Teoria de Resposta ao Item (TRI), por sua vez, permite a produ-
ção de uma medida mais robusta do desempenho dos estudantes,
porque leva em consideração um conjunto de modelos estatísticos
capazes de determinar um valor/peso diferenciado para cada item
que o estudante respondeu no teste de proficiência e, com isso,
estimar o que o estudante é capaz de fazer, tendo em vista os itens
respondidos corretamente.
A TRI nos permite
3ª ETAPA – PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS.
28
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
A proficiência relaciona o conhecimento do
estudante com a probabilidade de acerto nos
itens dos testes.
Cada item possui um grau
de dificuldade próprio e
parâmetros diferenciados,
atribuídos através do processo
de calibração dos itens.
A proficiência é estimada considerando o padrão de respostas dos es-
tudantes, de acordo com o grau de dificuldade e com os demais parâ-
metros dos itens.
Parâmetro A Discriminação
Capacidade de um item de
discriminar os estudantes que
desenvolveram as habilidades
avaliadas e aqueles que não as
desenvolveram.
Parâmetro B Dificuldade
Mensura o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis.
Os itens são distribuídos de for-
ma equânime entre os diferen-
tes cadernos de testes, o que
possibilita a criação de diversos
cadernos com o mesmo grau de
dificuldade.
Parâmetro “C” Acerto ao acaso
Análise das respostas do
estudante para verificar o acerto ao acaso nas respostas.
Ex.: O estudante errou muitos
itens de baixo grau de dificulda-
de e acertou outros de grau ele-
vado (situação estatisticamente
improvável).
O modelo deduz que ele respon-
deu aleatoriamente às questões
e reestima a proficiência para um
nível mais baixo.
Que parâmetros são esses?
29
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Padrões de Desempenho Estudantil
O QUE SÃO PADRÕES DE DESEMPENHO?
Os Padrões de Desempenho constituem uma caracterização das competências e
habilidades desenvolvidas pelos estudantes de determinada etapa de escolaridade,
em uma disciplina / área de conhecimento específica.
Essa caracterização corresponde a intervalos numéricos estabelecidos na Escala
de Proficiência. Esses intervalos são denominados Níveis de Desempenho, e um
agrupamento de níveis consiste em um Padrão de Desempenho.
Apresentaremos, a seguir, as descrições das habilidades relativas aos Padrões de
Desempenho do 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa - Leitura e
Escrita - e Matemática. Esses Padrões de Desempenho vêm acompanhados por
exemplos de itens. Assim, é possível observar em que Padrão a escola e o estudan-
te estão situados e, de posse dessa informação, verificar quais são as habilidades já
desenvolvidas e as que ainda precisam de atenção.
Padrão de Desempenho muito abaixo do mínimo esperado para a
etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Para os es-
tudantes que se encontram nesse padrão de desempenho, deve ser
dada atenção especial, exigindo uma ação pedagógica intensiva por
parte da instituição escolar.
Padrão de Desempenho básico, caracterizado por um processo inicial
de desenvolvimento das competências e habilidades corresponden-
tes à etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas.
Padrão de Desempenho adequado para a etapa e área do conhe-
cimento avaliadas. Os estudantes que se encontram nesse padrão,
demonstram ter desenvolvido as habilidades essenciais referentes à
etapa de escolaridade em que se encontram.
Padrão de Desempenho desejável para a etapa e área de conheci-
mento avaliadas. Os estudantes que se encontram nesse padrão de-
monstram desempenho além do esperado para a etapa de escolarida-
de em que se encontram.
LP - Até 600 pontos
MT - Até 450 pontos
ABAIXO DO BÁSICO
LP - De 600 até 650 pontos
MT - De 450 até 550 pontos
BÁSICO
LP - De 650 até 750 pontos
MT - De 550 até 650 pontos
PROFICIENTE
LP - Acima de 750 pontos
MT - Acima de 650 pontos
AVANÇADO
30
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
ABAIXO DO BÁSICO
Até 600 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - LEITURA
Os estudantes que se encontram no Padrão de Desem-
penho Abaixo do Básico apresentam manifestações de ha-
bilidades relacionadas à apropriação do sistema de escrita,
como também aos processos iniciais de leitura. Dado o ca-
ráter inicial do processo de alfabetização, esses estudan-
tes necessitam de uma intervenção pedagógica focalizada
tanto em tarefas que possibilitem o desenvolvimento das
habilidades do eixo da Matriz de Referência denominado
Apropriação do sistema alfabético como àquelas que dizem
respeito ao eixo Leitura: compreensão, análise e avaliação.
No que se referem aos aspectos gráficos, as crianças
que apresentam este Padrão de Desempenho fazem dis-
tinção entre a escrita e outras formas de representação,
como desenhos, garatujas, formas geométricas e/ou outros
símbolos. Isso significa que reconhecem que na escrita são
usadas letras, embora ainda não saibam como agrupá-las de
forma convencional na leitura.
A partir dos 250 pontos de proficiência, os estudantes
já identificam algumas letras do alfabeto (especialmente as
iniciais), quando apresentadas isoladamente ou em um con-
junto de letras (sequência de três letras).
Os estudantes com proficiência a partir de 300 pontos,
além das habilidades descritas anteriormente, identificam a síla-
ba inicial de uma palavra, especialmente em palavras formadas
exclusivamente por sílabas no padrão canônico (consoante/vo-
gal). Este fato indica que as crianças que se encontram neste
nível de proficiência percebem as relações entre fala e escrita
de forma mais sistemática, demonstrando que desenvolveram
habilidades específicas da consciência fonológica.
Aqueles que estão no limite da passagem deste Padrão
ao seguinte – entre 350 e 400 pontos –, além de terem
consolidado as habilidades relacionadas à identificação de
letras do alfabeto, reconhecem uma mesma letra, ou se-
quência de letras, grafada em diferentes padrões gráficos
(maiúscula, minúscula, de imprensa, cursiva). Esses estudan-
tes leem silenciosamente palavras dissílabas e trissílabas,
especialmente as paroxítonas, quando formadas exclusiva-
mente por sílabas no padrão canônico, ou por sílaba forma-
da exclusivamente por uma vogal. Tal constatação indica
que resolvem tarefas relacionadas a habilidades iniciais de
leitura de palavras, sendo esse um marco importante de seu
processo de alfabetização.
Além das habilidades citadas anteriormente, os estudantes
deste Padrão de Desempenho realizam a leitura de palavras
dissílabas ou trissílabas, paroxítonas, formadas por diferentes
estruturas silábicas (sílaba no padrão CV, CVC, ditongo).
Os estudantes que se encontram entre 450 e 500 pon-
tos identificam o gênero ao qual pertencem alguns textos
mais familiares, como por exemplo, receita. Surgem, neste
nível, as primeiras ocorrências de habilidade de leitura de
frases na ordem direta (sujeito, verbo, objeto). Também apa-
recem ocorrências de localização de informações explícitas
(que se encontram na superfície textual) em textos curtos e
de gênero familiar ao contexto escolar, como parlendas e
textos que informam sobre curiosidades. Em textos narra-
tivos curtos (entre três e quatro linhas), os estudantes que
apresentam este nível de proficiência identificam elementos,
como o tempo em que ocorre um determinado fato e a per-
sonagem principal da narrativa.
31
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Aqueles com proficiência entre 500 e 550 pontos apri-
moram habilidades relacionadas à consciência fonológica,
uma vez que realizam tarefas de contagem de sílabas em
palavras formadas por diferentes padrões silábicos. Conse-
guem ainda identificar sílabas no padrão canônico (consoan-
te/vogal) no final de palavras.
Em relação às habilidades de leitura de textos, além da-
quelas que se referem à localização de informações explí-
citas em textos curtos, as crianças que se encontram neste
Padrão de Desempenho realizam inferências a partir da lei-
tura de textos que conjugam linguagem verbal e não verbal,
como histórias em quadrinhos e tirinhas. Trata-se de gêne-
ros que, geralmente, circulam nas esferas escolares.
Com relação às habilidades relacionadas aos usos so-
ciais de gêneros e suportes textuais, inicia-se o desenvolvi-
mento da habilidade de identificar gêneros textuais menos
familiares, como a carta e a finalidade de textos, como bi-
lhete, lista de compras, folheto, tabela de preços. Os estu-
dantes que se encontram neste Padrão de Desempenho
identificam também o assunto de textos verbais.
Os estudantes que estão no limite da passagem deste
Padrão de Desempenho ao seguinte, com proficiência entre
550 e 600 pontos, consolidaram habilidades relacionadas
à consciência fonológica, como a de identificar sons iniciais
e/ou finais de palavras formadas por sílabas no padrão CV
e também as relativas à leitura de palavras em diferentes
extensões e padrões silábicos.
As habilidades relacionadas à localização de informa-
ções em texto se ampliam, uma vez que os estudantes que
se encontram neste nível localizam informações em textos
de diversos gêneros, podendo tal informação estar no início,
meio ou fim do texto. Esses estudantes identificam o espaço
entre os elementos que compõem uma narrativa. Ampliam-
-se, também, aquelas habilidades relacionadas à identifica-
ção de gênero, finalidade e assunto de textos, assim como
se amplia a extensão dos textos que esses estudantes con-
seguem ler.
Além de inferirem informações em textos exclusivamen-
te não verbais, os estudantes que apresentam este nível de
proficiência inferem o sentido de uma palavra ou expres-
são. Esses estudantes reconhecem o local de inserção de
determinada palavra numa sequência em ordem alfabética,
considerando sua letra inicial.
32
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
(P040316E4) Veja a cena abaixo.
Faça um X na frase que conta o que acontece nessa cena.
AS CRIANÇAS BRINCAM COM AS LATAS.
AS CRIANÇAS CORREM COM AS VACAS.
AS CRIANÇAS NADAM COM AS PATAS.
AS CRIANÇAS SAEM COM AS CAPAS.
Esse item avalia a habilidade de ler frases. A leitura de frases requer que o
estudante não apenas decodifique as palavras que a compõe, mas que as reto-
me ao final da leitura para produzir um sentido global à sentença.
Para acertar o item, o estudante precisa ler as frases apresentadas nas al-
ternativas e associá-las à cena utilizada como suporte. O fato de todas as frases
apresentarem o mesmo sujeito e serem escritas com palavras finais que rimam
requer que o estudante leia as alternativas até o final para identificar qual é a
frase que corresponde à cena retratada.
Aqueles estudantes que optaram pela alternativa A como resposta, o gaba-
rito, identificaram corretamente a frase “As crianças brincam com as latas” como
aquela que descreve a cena apresentada como suporte para avaliar a tarefa
proposta pelo item.
LEITURA
33
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
ABAIXO DO BÁSICO
Até 600 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - ESCRITA
Os estudantes que se encontram nos níveis iniciais des-
se Padrão de Desempenho começam a desenvolver habili-
dades relacionadas à apropriação do sistema de escrita. Es-
sas habilidades dizem respeito tanto aos aspectos gráficos
– distinção entre letras e outras formas de representação,
como o desenho, por exemplo, e utilização adequada da pá-
gina ao escrever – quanto sonoros (consciência fonológica).
Dado o caráter inicial desse processo de apropriação, as
habilidades de leitura e escrita são ainda incipientes nesse
Padrão.
Os estudantes com proficiência entre 250 e 300 pon-
tos, ao realizarem a cópia de um texto em uma página de
caderno, ainda não consideram a ordem convencional de
organização do texto na página, não respeitando as mar-
gens nem a sequência das palavras no texto e não realizan-
do adequadamente a passagem de uma linha a outra do
texto/caderno.
Estudantes com proficiência entre 300 e 450 pontos,
ao realizarem a cópia de um texto, já observam algumas re-
gras de utilização da página, embora possam não observar
os limites das margens ou a necessidade de recomeçar a
escrita na margem esquerda na passagem de uma linha a
outra do texto/caderno. O ganho significativo nesse intervalo
de proficiência diz respeito ao fato de os estudantes inicia-
rem a escrita de palavras dissílabas e trissílabas paroxítonas
nos padrões silábicos CV, CVC e/ou CVV. Entretanto, ao rea-
lizarem tal escrita, o fazem a partir da hipótese silábica e/ou
da silábico-alfabética. Isso significa que podem usar apenas
uma letra para representar cada sílaba da palavra ou, ainda,
que podem utilizar ora uma letra para cada sílaba, ora uma
letra para cada som da palavra.
As crianças que estão se aproximando do Padrão de
Desempenho seguinte, entre 450 e 500 pontos, ampliam
os padrões silábicos que são capazes de escrever, embo-
ra ainda de forma silábica e silábico-alfabética, para os pa-
drões CV, CVC, CVV, V e com ditongo.
As crianças com proficiência entre 500 e 550 pontos
apresentam uma escrita que pode ser, em alguns casos,
silábico-alfabética e, em outros, alfabética. Essas crianças
escrevem palavras de diferentes extensões e padrões silá-
bicos – CV, VC, CVC, CVV – em conformidade com as hipó-
teses anteriormente referidas.
No intervalo compreendido entre 550 e 600 pontos
na Escala de Proficiência, os estudantes demonstram a ha-
bilidade de usar a página adequadamente, respeitando as
margens e a sequência adequada das palavras, inclusive
quando há mudança de linha, além da habilidade de pro-
duzir uma escrita alfabética de palavras de diferentes ex-
tensões e formadas por padrões silábicos variados: CV, VC,
CVC, CVV, CVCC, CCVC.
34
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Esse item solicita ao estudante a escrita de uma palavra a partir da apresen-
tação de sua imagem. Nesse caso, deseja-se que o estudante escreva a palavra
TESOURA.
Nesse exemplo de escrita, o estudante grafou “TIZORAS”, revelando ainda
não ter consolidado uma escrita ortográfica. Observam-se os seguintes desvios:
» interferência da oralidade – a troca do “E” pelo “I”, na primeira sílaba e a
realização do ditongo “OU” como “O”;
» correspondência direta equivocada – “S” intervocálico realizado como
“Z” (concorrência dos fonemas S/Z em função do contexto);
» o acréscimo do “S” ao final da palavra, pluralizando a mesma.
No entanto, esses desvios são naturais no processo de aprendizagem dos
princípios da língua escrita.
ESCRITA
35
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
BÁSICO
De 600 a 650 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - LEITURA
Os estudantes que apresentam o Padrão de Desempenho Básico desen-
volveram todas as habilidades de leitura descritas no Padrão de Desempenho
Abaixo do Básico. Localizam sílabas iniciais e finais de palavras formadas exclusi-
vamente pelo padrão CV, reconhecem ainda sílabas mediais.
Quanto às habilidades de leitura, elas se ampliam, tanto aquelas que se re-
ferem à apreensão de elementos que se encontram na superfície textual e à
identificação de elementos da narrativa, quanto àquelas que dizem respeito à
realização de inferências.
Apropriam-se também das habilidades relacionadas aos usos sociais da lei-
tura e da escrita, o que indica que esses estudantes demonstram ter maior fami-
liaridade com gêneros textuais diversos.
36
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Leia o texto abaixo.
Fantasias, confetes e serpentinas em quatro dias de muita alegria e diversão: este é o Carnaval, a festa mais popular do Brasil!
Há relatos de historiadores que já no século XVII existia o carnaval por aqui. Eram festas com caráter bem popular. Não havia máscaras ou fantasias, a brincadeira consistia apenas em jogar farinha e água nos participantes. As famílias mais ricas também brincavam, mas na segurança de seus lares.
O carnaval tem origem nas celebrações da colheita dos povos da Antiguidade. Chegou até o Brasil através dos portugueses e aqui chegou para fi car, pois combina com o ritmo alegre e festeiro dos brasileiros.
Disponível em: <http://www.smartkids.com.br/especiais/carnaval.html>. Acesso em: 15 mar. 2013. Fragmento. (P010163E4_SUP)
(P010164E4) De acordo com esse texto, o carnaval chegou ao Brasil através de
famílias mais ricas.
historiadores.
portugueses.
povos da Antiguidade.
Esse item avalia a habilidade de localizar informação explícita em textos. No
caso desse item, para realizar a tarefa o estudante deve ler todo o texto e identificar
na penúltima linha do último parágrafo a informação solicitada pelo comando do
item. Essa localização final pode ter contribuído para facilitar a realização da tarefa.
Os estudantes que assinalaram a alternativa C como resposta, o gabarito,
identificaram que a festa de caráter popular, o carnaval, foi trazida para o Brasil
pelos portugueses.
LEITURA
37
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
BÁSICO
De 600 a 650 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - ESCRITA
Nesse Padrão de Desempenho, ampliam-se as habilidades relacionadas aos
usos sociais da escrita, o que indica que os estudantes demonstram ter maior
familiaridade para produzirem gêneros textuais diversos (lista, bilhete, narrativa,
convite etc.).
Os estudantes com proficiência alocada nesse padrão começam a escrever
frases curtas, no padrão sintático sujeito/verbo/complemento, quando ditadas,
que podem ou não conter espaçamento correto entre as palavras. No caso de
frases não ditadas, produzidas a partir de uma imagem que serve como mote, ini-
cia-se o desenvolvimento da habilidade de escrevê-las, ainda que no padrão de
escrita silábico-alfabético, com ou sem uso de pontuação e de letras maiúsculas
no início das frases.
38
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Ao analisar esse exemplo de escrita, no qual se espera a grafia da frase
ditada “A MANGA CAIU DO GALHO”, nota-se que o estudante possui alguma
noção sobre a composição de uma estrutura frasal, mas ainda comete desvios
ao escrevê-la.
Nesse caso, o estudante não utilizou letra maiúscula no início da frase, assim
como não respeitou o espaçamento correto entre as palavras em “amãoga” e
trocou a nasalização “AN” por “ÃO” na sílaba nasalizada da palavra “MANGA”.
Constata-se, assim, que os desvios cometidos pelo estudante são bastante
comuns nessa etapa da alfabetização, mas percebe-se que o emprego da nasa-
lização ainda está em processo de desenvolvimento por parte desse estudante.
Com relação ao outro aspecto que pode tornar a frase complexa, o estudan-
te grafou corretamente o dígrafo “LH” e “O” em posição final na palavra “GALHO”.
ESCRITA
39
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
PROFICIENTE
De 650 a 750 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - LEITURA
Os estudantes que apresentam Padrão de Desempenho Proficiente desen-
volveram, além das habilidades de leitura descritas anteriormente, outras que
ampliam suas possibilidades de interação com os textos como leitores, o que
permite afirmar que são considerados alfabetizados.
Os estudantes com proficiência entre 650 e 700 pontos desenvolveram ha-
bilidades mais sofisticadas, ligadas à consciência fonológica, como a habilidade
de identificar o número de sílabas de palavras de diferentes extensões e forma-
das por padrões silábicos diversos.
Quanto à leitura, a interação com textos narrativos revela que tais estudantes
identificam o conflito gerador em narrativas. As habilidades de realização de infe-
rências também se ampliam, pois os estudantes que se encontram neste nível de
proficiência desenvolveram a habilidade de inferir o assunto de um texto a partir
de seu título, de perceber o que provoca o efeito de humor num texto e de reco-
nhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de onomatopeias em poesias. A
partir dos 700 pontos, os estudantes ampliam a habilidade de inferir informações
em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como tirinhas. Outra
habilidade que aparece neste nível é a de identificar a relação entre pronomes
anafóricos e seus referentes.
40
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://migre.me/kAhUo >. Acesso em: 20 mar. 2014. (P032235E4_SUP)
(P032235E4) No segundo quadrinho, a expressão “zupt” indica
a folha do livro passando.
a ideia de uma das meninas.
o grito de uma das meninas.
o som da luz se apagando.
Esse item avalia a habilidade de identificar o efeito de sentido decorrente
do uso de recursos gráficos, da pontuação, da seleção lexical e repetições. Essa
habilidade recorre a um recurso linguístico e estilístico no texto.
Para resolver a tarefa proposta pelo item, os estudantes precisam realizar a
leitura da tirinha quadro a quadro, realizando inferências a partir da integração
entre o texto verbal e não verbal.
Aqueles estudantes que assinalaram a letra D, o gabarito, identificaram o
efeito de sentido utilizado pela expressão destacada no comando da tarefa no
texto por terem percebido que, entre o primeiro e o segundo quadrinhos, a ex-
pressão “ZUPT” indica o som da luz que se apaga.
LEITURA
41
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
PROFICIENTE
De 650 a 750 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - ESCRITA
Estudantes com proficiência entre 650 e 700 pontos apresentam avanços
significativos no que tange à competência escritora. Nesse intervalo, começa a
haver a transição da escrita alfabética de palavras para uma escrita com obser-
vância de algumas regras ortográficas, especialmente as contextuais: uso de “l”
ou “u” em final de palavra; uso de “ss”, “ç” ou “c”, dentre outras. Os estudantes
também escrevem palavras com dígrafos, marcas de nasalização e irregularida-
des ortográficas como o uso de “s”/“z”; “s”/”c”; “x”/“ch”; “g”/“j”; “ss”/“ç”.
No caso da escrita de frases ditadas, os problemas de hipossegmentação,
quando o alfabetizando junta uma palavra na outra em uma frase ou texto, já não
ocorrem na maioria dos casos. No entanto, quando se trata da escrita de frases
a partir de imagens, esses tipos de desvios ainda são recorrentes, mesmo com
sequências plausíveis em relação à cena apresentada, embora possam aparecer
equívocos ortográficos decorrentes da semelhança entre os modos de articu-
lação de alguns sons (transcrição fala-escrita), assim como na escrita de frases
ditadas também.
Os estudantes proficientes iniciaram o desenvolvimento de habilidades ne-
cessárias à produção de uma escrita ortográfica, tais como a observância de
regras que orientam o uso de letras que podem representar um mesmo som em
diferentes contextos e o uso adequado de marcas de nasalização e letras que
podem representar um mesmo som em contextos semelhantes.
Além disso, os estudantes começam a desenvolver a habilidade de produzir
textos de gêneros mais familiares a partir da proposição de uma situação comu-
nicativa: bilhete e/ou convite.
42
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Esse exemplo revela um estudante que já consolidou a habilidade requerida
pelo item ao conseguir escrever a frase ditada “A MANGA CAIU DO GALHO”.
Observa-se que o estudante apresenta escrita ortográfica, apesar dos as-
pectos dificultadores dessa frase, como vogal nasalizada (“AN”), ditongo (CAIU) e
dígrafo (GALHO), além do domínio de regras de uso de letra maiúscula no início
da frase.
ESCRITA
43
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
AVANÇADO
Acima de 750 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - LEITURA
A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência com-
patível com o Padrão de Desempenho Avançado é o fato de terem desenvolvido
habilidades de leitura além daquelas esperadas para a etapa de escolarização
em que se encontram. Este Padrão abriga vários níveis de desempenho, portanto
as habilidades descritas apresentam diferentes níveis de complexidade, a depen-
der da proficiência dos estudantes.
Os estudantes com 750 pontos de proficiência ampliaram a habilidade de
inserção de uma palavra na ordem alfabética, tendo como referência a segunda
ou a terceira letra da palavra. Aprimora-se ainda a habilidade de inferir o sentido
de uma palavra ou expressão em texto curto. Neste nível, o estudante consegue
identificar o interlocutor em textos como propagandas.
A partir dos 800 pontos de proficiência, constata-se a ampliação das ha-
bilidades de leitura anteriormente referidas, especialmente aquelas ligadas ao
estabelecimento de relações lógico- discursivas entre partes ou elementos dos
textos, como relações de causa e consequência e relações lógico-discursivas
marcadas por conjunção temporal ou advérbio de tempo.
Observa-se, portanto, que as principais conquistas a partir deste nível de pro-
ficiência dizem respeito à capacidade de interagir com os textos percebendo as
relações existentes entre as diferentes partes que os constituem.
44
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Leia o texto abaixo.
Dois-a-dois
Seus fi lhos costumam notar quantas coisas podem ser encontradas em pares na natureza? Caminhe pelo bairro para encontrar vários pares naturais.
Você vai precisar de: • Bloco de papel• Canetas ou lápisComo brincar:Passo 1: reúna as crianças e dê uma volta pela casa, pelo jardim ou
pelo bairro. Quantas coisas você encontra que vêm em pares? Peça para anotarem no bloco.
Passo 2: acabaram os pares? Peça para procurarem por coisas que vêm naturalmente em quatro, dúzia ou centena. Compare as listas das crianças e dos amiguinhos. Essa brincadeira também é ótima para festas.
Disponível em: <http://casa.hsw.uol.com.br/jogos-matematicos-criancas1.htm>. Acesso em: 10 jul. 2015. (P030418G5_SUP)
(P030418G5) Esse texto foi escrito para
crianças.
matemáticos.
pais.
professores.
Esse item avalia a habilidade de identificar marcas linguísticas que eviden-
ciam o enunciador no discurso direto ou indireto. O texto que dá suporte ao item
é da ordem do instruir e o estudante precisa estar atento a determinadas marcas
presentes nas orientações destinadas aos interlocutores a quem o texto se dirige.
Aqueles estudantes que escolheram a letra C, o gabarito, ficaram atentos
ao trecho “seus filhos costumam anotar”, cuja presença do pronome possessivo
“seus” e do substantivo “filhos” são marcas linguísticas que tornaram possível a
inferência de que o texto foi escrito para os pais.
LEITURA
Acima de 750 pontos
45
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
AVANÇADO
Acima de 750 pontos
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
LÍNGUA PORTUGUESA - ESCRITA
Os estudantes que se encontram no Padrão de desempenho AVANÇADO
demonstram já terem desenvolvido todas as habilidades de escrita descritas nos
demais padrões e iniciam o desenvolvimento da habilidade de produzir uma his-
tória a partir de uma cena ou sequência de cenas, com todos os principais ele-
mentos que compõem uma narrativa: personagens praticando ações em uma
sequência temporal; uso de articuladores, como marcadores temporais (“então”,
“depois”); uso de recursos coesivos, como pronomes, que contribuem para a
continuidade temática do texto sem torná-lo repetitivo.
Essas crianças demonstram já terem desenvolvido as habilidades elementa-
res exigidas de um estudante ao término do ciclo de alfabetização.
46
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
A produção de narrativa a partir de uma sequência de cenas, nesse caso
uma tirinha, é avaliada sob dois aspectos distintos: adequação à proposta de
texto (domínio da tipologia textual) e aspectos linguísticos. Para essa análise, se-
rão considerados os aspectos linguísticos, uma vez que o domínio da estrutura
narrativa solicitada já se consolidou no padrão anterior.
Percebe-se, portanto, que o texto selecionado apresenta uma narrativa com
apenas um desvio de hipersegmentação, que ocorre na última palavra do texto,
“A SIM”. Isso ocorre comumente durante a fase de transição da fala para a escrita,
por conta da primeira vogal da palavra “ASSIM” compor uma sílaba e, por isso,
muitas vezes é reconhecida como um artigo e não como parte da palavra. Fora
isso, não há mais desvios e o texto progride claro, com uma escrita em nível orto-
gráfico, revelando que os princípios básicos da aprendizagem da escrita, espera-
dos de um estudante ao término do ciclo de alfabetização, já foram apreendidos.
ESCRITA
Acima de 750 pontos
47
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
ABAIXO DO BÁSICO
Até 450 pontos
MATEMÁTICA0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
Percebe-se neste Padrão de Desempenho a gênese do
sentido numérico e dos efeitos das operações. Os estudan-
tes demonstram manipular os números nos diversos contex-
tos, seja para comparar quantidades ou para associá-las à
sua representação numérica, seja para manipular algoritmos
ou resolver problemas envolvendo alguns dos significados
das operações aritméticas.
Os estudantes que se encontram neste Padrão de De-
sempenho desenvolveram estratégias operativas utilizando
contagem, quando, por exemplo, resolvem problemas en-
volvendo adição, subtração e multiplicação com apoio de
imagem. Eles estabelecem relações e comparações numé-
ricas, além de evidenciar habilidades matemáticas relativas à
consciência direcional, ou seja, eles projetam as dimensões
espaciais do corpo no espaço imediato, demonstrando o
apoderamento de conceitos espaciais sobre o movimento
ou localizações de objetos no ambiente.
A partir dos 200 pontos de proficiência, os estudantes
associam figuras bidimensionais presentes na composição
de objetos do cotidiano, quando, por exemplo, percebem
que as faces laterais de uma pirâmide são triângulos.
Os estudantes com proficiência entre 250 e 300 pontos
são capazes de diferenciar o maior do menor, o mais alto do
mais baixo, o mais curto do mais comprido, a partir da com-
paração entre objetos. Eles também reconhecem cédulas e
moedas do Sistema Monetário Brasileiro e associam objetos
do cotidiano à forma de figuras tridimensionais, quando, por
exemplo, relacionam esfera à bola e cubo à caixa, além de
identificar informações apresentadas em gráficos de coluna.
Os estudantes com proficiência entre 300 e 350 pon-
tos começam a resolver problemas envolvendo o significa-
do de juntar da adição e retirar da subtração com apoio de
figuras e com quantidades menores que 10. Eles também re-
conhecem os números ordinais, mas identificam até o nono
elemento de um arranjo. Além de identificar a posição de
um personagem a partir de uma referência, utilizando-se das
noções de mais próximo/perto, eles são capazes de compa-
rar e ordenar comprimento, altura e espessura.
Percebe-se que, no intervalo de 350 a 450 pontos,
além das habilidades descritas anteriormente, esses estu-
dantes identificam o registro por extenso de números na-
turais até 20, reconhecem até o 12º elemento de uma fila e
relacionam conceitos e propriedades matemáticas dos qua-
tro domínios quando mobilizam habilidades em situações
da vida cotidiana, que não exigem maior formalização. Eles
também realizam a leitura e a interpretação de dados mate-
máticos apresentados em gráficos de colunas, além de iden-
tificar intervalos de tempo (hora, dia, semana, mês e ano) em
situações envolvendo sequências de eventos e localizam
informações, em pequenos textos, envolvendo significado
numérico. Demonstram, ainda, ser capazes de relacionar os
valores entre cédulas e moedas do Sistema Monetário Bra-
sileiro, e associar objetos do mundo físico a sólidos geomé-
tricos (cubo e pirâmide).
Constata-se no intervalo entre 400 a 450 pontos mar-
cos cognitivos no Campo Numérico, pois esses estudantes,
além de resolver problemas envolvendo as ações de com-
parar e completar quantidades, eles manipulam o algoritmo
da adição e subtração sem reagrupamento, bem como pro-
blemas envolvendo a multiplicação.
Devido à presença ainda incipiente de habilidades ma-
temáticas neste Padrão de Desempenho para estudantes
que se encontram no 3º do Ensino Fundamental, torna-se
necessário que a escola amplie o contato com atividades
que sejam significativas, de forma a possibilitar o desenvol-
vimento de habilidades relativas a Grandezas e Medidas e
Tratamento da Informação, além de ampliar os Campos Nu-
mérico e Geométrico.
48
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Esse item avalia a habilidade de os estudantes compararem comprimento
de objetos.
Para resolvê-lo, eles devem perceber que cada colher apresentada no su-
porte possui um tamanho distinto e que a menor colher, na comparação com as
demais, é a de café. Os estudantes que escolheram a alternativa A possivelmen-
te desenvolveram a habilidade avaliada.
Questão ## M030162G5
Sílvia organizou as colheres que tem em sua cozinha por tamanho. Observe abaixo.
SO
PA
SO
BR
EM
ES
A
CH
Á
CA
FÉ
Qual dessas colheres é a menor?
COLHER DE CAFÉ.
COLHER DE CHÁ.
COLHER DE SOBREMESA.
COLHER DE SOPA.
49
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
BÁSICO
De 450 a 550 pontos
MATEMÁTICA0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
Os estudantes que apresentam o Padrão de Desempenho Básico desen-
volveram todas as habilidades descritas no Padrão de Desempenho Abaixo do
Básico. Eles demonstram ter se apropriado do sentido numérico com mais pro-
priedade que os estudantes que se encontram no Padrão anterior.
Constata-se que esses estudantes identificam propriedades comuns e diferen-
ças entre figuras bidimensionais, o que evidencia uma sistematização das habilidades
que lhes permitem projetar para a dimensão plana o objeto representado tridimensio-
nalmente, quando, por exemplo, relacionam a roda de um carro à sua forma circular.
Os estudantes que se encontram no intervalo de 450 a 500 pontos de desem-
penho, no que se refere a Grandezas e Medidas, conseguem estabelecer trocas entre
cédulas e moedas do Sistema Monetário Brasileiro em situações-problema. Demons-
tram, no que se refere a habilidades de medida de tempo, reconhecer horas exatas e
meia hora em relógios digitais e analógicos. No Campo Espaço e Forma, os estudantes
que se encontram neste Padrão de Desempenho demonstram que identificam proprie-
dades geométricas que lhes permitem diferenciar figuras planas – como o triângulo, o
retângulo e o círculo – em representações que combinam essas formas. Além disso,
identificam a localização/movimentação de objetos em mapas tomando como refe-
rência noções de perto/longe, direita/esquerda. No Campo Tratamento da Informação,
identificam informações apresentadas em gráficos de coluna, bem como identificam,
em diferentes gêneros textuais, informações relativas ao significado numérico.
Os estudantes com proficiência entre 500 e 550 pontos resolvem proble-
mas de multiplicação envolvendo o significado de dobro e triplo, com e sem
apoio de figura, bem como problemas de divisão envolvendo a ideia de metade
com e sem apoio de figura. No Campo Geométrico, eles identificam figuras bidi-
mensionais em desenhos formados pela composição de retângulos, círculos e
triângulos, bem como associam objetos do mundo físico à representação de só-
lidos geométricos (cubo, pirâmide, cilindro e cone), o que representa uma maior
abstração das propriedades que envolvem essas figuras.
Ao considerar esse conjunto de habilidades, evidencia-se a necessidade de
continuar a desenvolvê-las, sobretudo, as que dizem respeito aos Campos Geo-
métrico e Grandezas e Medidas, que necessitam de uma intervenção mais efetiva
da escola em diálogo com outras áreas do conhecimento.
50
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem informações
relativas ao significado numérico em diferentes gêneros textuais.
Para resolvê-lo, eles devem perceber que o convite apresentado no suporte
traz informações sobre uma festa de aniversário cuja data de realização está
descrita na frente da palavra “dia”. Logo, o dia dessa festa de aniversário foi 7 de
outubro de 2014. Os estudantes que escolheram a alternativa B possivelmente
desenvolveram a habilidade avaliada.
Questão ## M030149G5
Observe abaixo o convite de aniversário de Emanuel.
Venha comemorar comigo meus 4 aninhos
Dia: 7 de outubro de 2014.
Horário: 19 horas.
Local: Campestre Clube, Rua Rui Barbosa, Número 21.
Emanuel
O dia dessa festa de aniversário é
4
7
19
21
51
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
PROFICIENTE
De 550 a 650 pontos
MATEMÁTICA
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
Neste Padrão de Desempenho, é perceptível um aumento do grau de com-
plexidade das habilidades do Campo Numérico que pode ser verificado quan-
do esses estudantes demonstram resolver problemas de multiplicação e divisão
com e sem apoio de figura. Além de serem capazes de manipular o algoritmo da
adição e subtração sem reagrupamento e identificar o registro por extenso de
números naturais até 30. Amplia-se também o pensamento geométrico, uma vez
que eles demonstram identificar retângulos, círculos e triângulos com base na
análise de figuras construídas pela justaposição de outras.
Os estudantes que se encontram no nível entre 550 e 600 pontos desen-
volveram as habilidades dos níveis anteriores. Além disso, demonstram ampliar o
conhecimento relativo aos sólidos geométricos, passam a reconhecer o cone e a
esfera, e a identificar em calendários os dias da semana, meses e anos.
Os estudantes cuja proficiência se localiza no intervalo de 600 a 650 pontos
consolidaram a habilidade de identificar igualdades e desigualdades numéricas
por meio da contagem, indicando o desenvolvimento da habilidade relativa ao
estabelecimento de relações e comparações numéricas sem apoio de figuras.
Eles também demonstram resolver problemas relativos à divisão sem apoio de
figuras com grau de complexidade maior que nos níveis anteriores, bem como
extrair informações de gráficos de colunas.
Ao observar o conjunto de habilidades que estão localizadas neste Padrão
de Desempenho, constata-se marcos cognitivos nos Campos Numérico, Geomé-
trico e das Medidas, demonstrando que os estudantes cuja proficiência se en-
contra nesse intervalo encontram sentido para seu objeto de estudo de maneira
significativa. Esses estudantes percebem a relação existente entre a Matemática
e o mundo.
52
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Esse item avalia a habilidade de os estudantes resolverem problemas envol-
vendo multiplicação.
Para resolvê-lo, primeiramente, eles devem perceber que o contexto do item
envolve adição de parcelas iguais, uma das ideias associadas à operação de
multiplicação. Uma possível estratégia para a resolução desse item consiste em
efetuar a multiplicação proposta (4 x 5). Outra possível estratégia é a realizar a
soma de quatro parcelas iguais e fazer (5 + 5 + 5 + 5).
Provavelmente, os estudantes que optaram pela alternativa C desenvolve-
ram a habilidade avaliada pelo item.
Questão ## M030107G5
Cláudia tem 4 caixas com 5 livros em cada uma.Quantos livros Cláudia tem ao todo nessas caixas?
9
19
20
25
53
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
AVANÇADO
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000
Acima de 650 pontos
MATEMÁTICA
A principal característica dos estudantes que apresentam proficiência com-
patível com o Padrão de Desempenho Avançado é o fato de terem desenvolvido
habilidades matemáticas além daquelas esperadas para a etapa de escolaridade
em que se encontram.
Constata-se que estudantes com proficiência localizada acima de 650 pon-
tos desenvolveram todas as habilidades dos níveis anteriores e consolidaram
aquelas relativas à resolução de problemas envolvendo as ações de juntar, sepa-
rar, acrescentar e retirar quantidades sem apoio de figuras, além de resolverem
problemas envolvendo divisão sem apoio de figuras em situações mais comple-
xas. Eles consolidaram também as habilidades relativas ao reconhecimento de
figuras tridimensionais, extração de informação em gráficos de colunas e identifi-
cação de intervalo de tempo.
54
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Esse item avalia a habilidade de os estudantes reconhecerem as represen-
tações de figuras geométricas tridimensionais.
Para acertá-lo, os estudantes devem perceber que a figura 2 foi obtida pela
composição da figura 1 e um cone. O conhecimento mobilizado por eles para
essa identificação consiste na diferenciação de poliedros e corpos redondos,
no reconhecimento de que o cone é um corpo redondo formado por uma única
base circular e um único vértice, além da associação dessa forma à nomenclatura
cone. Os estudantes que marcaram a alternativa B provavelmente desenvolve-
ram a habilidade avaliada pelo item.
Questão ## M030113G5
A Figura 1 abaixo foi usada para montar a Figura 2.
Figura 1 F gura 2i
Qual fi gura geométrica foi usada para montar o restante da Figura 2?
CILINDRO.
CONE.
ESFERA.
PIRÂMIDE.
55
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
4COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO PAEBES
ALFA?
Realizado o processamento dos testes, ocorre a divulgação dos
resultados obtidos pelos estudantes.
O processo de avaliação em larga escala não acaba quan-
do os resultados chegam à escola. Ao contrário, a partir desse
momento toda a escola deve analisar as informações recebi-
das, para compreender o diagnóstico produzido sobre a apren-
dizagem dos estudantes. Em continuidade, é preciso elaborar
estratégias que visem à garantia da melhoria da qualidade da
educação ofertada pela escola, expressa na aprendizagem de
todos os estudantes.
Para tanto, todos os agentes envolvidos – gestores, profes-
sores, famílias – devem se apropriar dos resultados produzidos
pelas avaliações, incorporando-os à discussão sobre as práticas
desenvolvidas pela escola.
O encarte de divulgação dos resultados da escola traz uma
sugestão de roteiro para a leitura dos resultados obtidos pelas
avaliações do PAEBES ALFA. Esse roteiro pode ser usado para
interpretar os resultados divulgados no Portal da Avaliação http://
www.paebesalfa2onda.caedufjf.net/ e no encarte Escola à vista!
57
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
5
Apresentamos, a seguir, um Estudo de Caso de apropriação
dos resultados da avaliação externa. Este estudo representa
uma das diversas possibilidades de trabalho com os resultados,
de acordo com a realidade vivida pela comunidade escolar.
COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO?
Mudanças a partir da apropriação dos resultados da avaliação externa
Juliana era professora das sé-
ries iniciais do Ensino Fundamental
na escola Silmara Rosa. Quando se
formou em Pedagogia, Juliana esta-
va ciente do seu papel de alfabeti-
zadora e sabia que haveria muitos
desafios a serem enfrentados para
garantir a aprendizagem de seus
estudantes. No entanto, a professo-
ra, recém-formada, não imaginava
que diversos fatores iriam influen-
ciar em seu trabalho.
Ao ser efetivada em sua atual
escola, a primeira ação de Julia-
na foi conhecer o Projeto Político
Pedagógico, o PPP, como se refe-
riam seus professores formadores.
Além disso, buscou com os novos
colegas, orientações sobre o plane-
jamento e a proposta curricular da
rede. Entretanto, ao chegar à escola
e solicitar o PPP, o acesso ao docu-
mento não foi simples e fácil, pois
estava desatualizado. Ao consultar
os colegas, poucos conseguiram
orientá-la sobre como proceder em
relação ao planejamento. Foi nesse
primeiro contato que a professora
começou a perceber que perten-
ceria a um universo bem diferente
daquele que imaginava encontrar.
Suas preocupações, enquanto
graduanda em Pedagogia, sempre
foram voltadas para o saber ensinar
e para o saber alfabetizar. Durante
os momentos de formação, sua tur-
ma esteve em contato constante
com aspectos relacionados à impor-
tância da utilização das orientações
curriculares e da construção de pla-
nos de aula, com foco no uso de
diferentes metodologias e práticas
pedagógicas.
Além disso, algumas disciplinas
faziam referência constante ao PPP
e Juliana sabia que ele deveria ser
consultado e atualizado periodica-
mente pelos gestores e pela equipe
pedagógica. Esse documento de-
veria apresentar detalhes da esco-
la, com os objetivos educacionais e
os meios que seriam utilizados para
um rendimento adequado pelos es-
tudantes. Assim, ao longo de sua
formação, considerando tantos ele-
mentos do contexto escolar, Juliana
sempre buscou aproveitar todas as
oportunidades para se aperfeiçoar,
fazendo com dedicação vários cur-
sos e estágios que julgava interes-
santes para auxiliá-la nessas tarefas.
A escola em que Juliana foi
lotada era mediana, possuía, em
seus três turnos, apenas 29 turmas.
Localizada em um bairro periférico,
a escola enfrentava problemas de
cunho social para garantir a apren-
dizagem de seus estudantes. Na
sala dos professores, Juliana sem-
pre escutava que a maior parte dos
estudantes não possuía incentivo
familiar e que os responsáveis qua-
se não apareciam na escola para
saber da vida escolar de seus filhos.
Na verdade, por conta da pouca
adesão, a direção já não realizava
mais reuniões de pais. Sem diálogo
com a família, a responsabilidade
pela educação dos estudantes fi-
cava exclusivamente com a escola
e, principalmente, com os professo-
res. Isso era uma queixa recorrente
entre seus colegas de trabalho, que
alegavam não conseguir grandes
avanços na aprendizagem dos seus
estudantes por conta dos fatores
extraescolares e pela falta de apoio
familiar.
Apesar de se sentir prepara-
da para enfrentar a vida docente,
Juliana descobriu que, na prática,
era preciso, sim, saber ensinar, sa-
ber alfabetizar, saber planejar aulas.
Percebeu que seus cursos foram
de grande valia, mas era preciso,
também, saber lidar com a diversi-
dade encontrada em sua sala de
aula, com as histórias que seus es-
tudantes traziam e com a realidade
que envolvia a comunidade em que
sua escola estava inserida. E isso,
inicialmente, foi um choque para a
professora novata, cheia de planos
e idealizações.
Juliana sabia que não apenas
a sua turma enfrentava essas difi-
culdades, sendo essa uma situação
vivenciada por toda a escola. Por
isso, seu primeiro passo foi conver-
“ [...] na prática,
era preciso, sim, saber ensinar, saber
alfabetizar, saber planejar aulas [...] mas era preciso, também,
saber lidar com a diversidade
encontrada em sua sala de aula [...]
59
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
sar com os outros professores mais
experientes e com mais tempo na
escola, para saber como lidavam
com esses fatores, sem que eles
os desanimassem e atrapalhassem
seus trabalhos. Nesse percurso, ela
ouviu diferentes histórias e opiniões
de seus colegas de trabalho, algu-
mas um pouco desanimadoras, mas
outras bem estimulantes.
Juliana era professora regente
da turma do 3º ano do Ensino Fun-
damental e, apesar de todas as di-
ficuldades encontradas, julgou que
o seu trabalho estava sendo de-
senvolvido com êxito, uma vez que
estava cumprindo o seu papel, inde-
pendente das barreiras no caminho.
Mas ela tinha consciência de que,
mesmo com toda a sua dedicação
e empenho, seus estudantes ainda
apresentavam muitas dificuldades, e
estavam muito aquém daquilo que
era esperado deles no 3º ano do
Ensino Fundamental.
Em abril, Juliana foi convidada
para participar de uma reunião so-
bre o programa de avaliação esta-
dual que já existia há três anos na
rede. Juliana conhecia pouco sobre
avaliação externa, sabia de algumas
avaliações nacionais, como a Ava-
liação Nacional da Alfabetização
(ANA), a Prova Brasil e a Provinha
Brasil, mas não conhecia qual era o
objetivo dessas avaliações, nem a
metodologia utilizada. Sua reação, a
princípio, foi questionar o porquê de
mais uma prova, sendo que já exis-
tiam outras. Como essa avaliação
poderia ajudar, sendo que ela já sa-
bia a situação de seus estudantes?
Será que a intenção era avaliar o de-
sempenho dos professores? Além
de seus próprios questionamentos,
Juliana começou a ouvir o questio-
namento de seus colegas que já es-
tavam na rede desde o surgimento
do programa de avaliação estadual,
e a cada fala ficava mais apreensiva
com o objetivo daquela avaliação.
A preocupação de Juliana justifica-
va-se pelo fato de ela mesma saber
que seus estudantes apresentavam
dificuldades e, portanto, não teriam,
dependendo do teste, um rendi-
mento satisfatório. Ela seria punida
por isso? Seria vista pelos seus co-
legas como uma má profissional?
Desde o início da faculdade,
Juliana sempre se preocupou em
informar-se sobre os assuntos rela-
cionados à educação, mas o tema
avaliação externa não havia sido dis-
cutido durante o curso, e ela pouco
tinha ouvido falar sobre esse assun-
to. Por isso, apesar de não acreditar
que a reunião seria produtiva, pois,
na maior parte das vezes, as reu-
niões viravam grandes discussões,
Juliana resolveu participar, com a in-
tenção de esclarecer suas dúvidas
iniciais, também, para conhecer me-
lhor o programa de avaliação.
Na reunião, conduzida pela
coordenadora pedagógica Rita, foi
possível perceber que grande par-
te dos professores, apesar de estar
na escola havia bastante tempo, não
estava envolvida com o programa.
E foi abordando essa situação que
Rita iniciou a fala dela, demons-
trando preocupação com o pouco
engajamento de sua equipe com a
avaliação e, também, com a mudan-
ça negativa nos resultados de um
ano para o outro.
A coordenadora pedagógica
sabia de todas as dificuldades en-
frentadas pela escola e pelos seus
professores, principalmente as re-
lacionadas ao pouco envolvimento
familiar e às condições socioeconô-
micas da comunidade. Além disso,
existiam algumas dificuldades em
relação ao planejamento escolar. O
PPP, importante documento de ges-
tão dos resultados de aprendiza-
gem, por meio da projeção e da or-
ganização, e acompanhamento de
todo o universo escolar, encontra-
va-se desatualizado. Os professores
não tinham o costume de consultar
a proposta curricular da rede. Rita
sabia que um trabalho grande ainda
haveria de ser feito.
A coordenadora pedagógica
conhecia detalhadamente os resul-
“ [...] sempre se preocupou em informar-se sobre os
assuntos relacionados à educação, mas o tema avaliação externa não havia sido discutido [...]
60
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
tados de sua escola, que nos dois
últimos anos mostravam uma defi-
ciência enorme na aprendizagem:
os resultados do primeiro ano da
avaliação foram ruins, muito abaixo
do que ela e a equipe pedagógica
esperavam, e os do segundo ano
foram ainda piores. Ela precisava re-
verter essa situação, mas não conse-
guia pensar sozinha em estratégias
e projetos: seria necessário ter o
apoio dos professores e dividir com
eles as angústias e as responsabili-
dades.
A primeira estratégia seria, en-
tão, dado o relato de Juliana ao ini-
ciar o trabalho na escola, era atuali-
zar o PPP da escola. Como estavam
trabalhando, naquele momento, com
as informações sobre o rendimento
dos estudantes nas avaliações ex-
ternas, foi esse o primeiro esforço
de atualização do documento.
Rita estava envolvida com o pro-
grama de avaliação desde o início,
mas ainda não tinha conseguido
uma forma de quebrar os tabus re-
ferentes à avaliação e de fazer com
que a equipe da escola a enxergas-
se como um instrumento a favor do
trabalho docente. Então, como se-
gunda estratégia, pensou que seria
importante organizar uma reunião
com os professores, mas seguindo
uma proposta diferenciada: antes de
falar da importância da aplicação do
teste, que seria em outubro, e co-
mentar o resultado do ano anterior,
Rita começou a apresentar alguns
exemplos de ações em diferentes
contextos escolares, mesmo que de
outras redes de ensino, que tinham
conseguido aumentar a participação
dos estudantes na avaliação e me-
lhorar os resultados obtidos a partir
do trabalho feito com base nos re-
sultados e na consulta aos docu-
mentos oficiais da rede, como as
propostas curriculares e o PPP. Para
poder apresentar tais exemplos, Rita
fez várias pesquisas e pediu apoio a
sua Coordenadoria Regional. Aquela
reunião já estava sendo preparada
por Rita havia muito tempo.
Após a apresentação, Rita per-
cebeu que os professores come-
çaram a conversar entre si e a fazer
perguntas sobre cada escola citada
como exemplo. Foi a primeira reu-
nião em que a coordenadora peda-
gógica enxergava algum interesse
por parte de seus professores. De-
pois de responder aos questiona-
mentos, Rita apresentou novamente,
pois já o tinha feito em outra data,
os resultados de participação e
proficiência dos anos anteriores, e
marcou uma reunião para a semana
seguinte. Nessa reunião, a coorde-
nadora capacitaria os professores,
para que eles pudessem analisar
os resultados das avaliações e rela-
cioná-los ao trabalho realizado pela
equipe escolar.
Juliana saiu da reunião mais ali-
viada e com mais interesse sobre
o tema. De acordo com exemplos
apresentados, a avaliação exter-
na poderia ser mais um importante
instrumento para o planejamento
pedagógico e, por meio dela, era
possível acompanhar em quais habi-
lidades os estudantes apresentavam
dificuldade, em cada etapa de esco-
larização, e, também, saber em quais
habilidades os estudantes possuíam
mais facilidade. Juliana não estava
mais preocupada com o julgamento
que receberia por conta do resulta-
do de seus estudantes, mas ansiosa
para poder diagnosticar as dificulda-
des e relacioná-las aos conteúdos
apresentados nas orientações cur-
riculares, apresentando, assim, um
norte para planejar seu trabalho. Ela
sabia que, provavelmente, as dificul-
dades apresentadas por seus estu-
dantes seriam as mesmas que eles
já apresentavam em suas próprias
avaliações internas, mas seria possí-
vel ter essa confirmação e saber se
essa era a realidade dos estudan-
tes de toda a escola ou, especifica-
mente, de sua turma. Seria possível,
também, saber se seus estudantes
conseguiriam, em um teste elabora-
“ [...] a avaliação
externa poderia ser mais um importante
instrumento para o planejamento pedagógico e, por meio dela, era possível
acompanhar em quais habilidades
os estudantes apresentavam dificuldade, em cada etapa de
escolarização [...]
61
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
do por outras pessoas, demonstrar
as habilidades que ela julgava que
eles já tinham consolidado.
Como combinado, na segun-
da reunião sobre o programa de
avaliação, Rita apresentou como a
avaliação externa era pensada, sua
metodologia e seus instrumentos. A
coordenadora não era especialista
no assunto, mas já o estava estu-
dando havia um bom tempo, e sen-
tiu-se segura para dividir com sua
equipe o que ela havia aprendido.
Com o fim da segunda reunião, ela
solicitou que os professores anali-
sassem os resultados obtidos nos
anos anteriores e propusessem
ações e projetos para melhorar o
desempenho de seus estudantes.
Rita passou o endereço do site para
que eles conhecessem as revistas
pedagógicas e a senha para que
todos pudessem acessar os resul-
tados.
Então, com o que havia apren-
dido na reunião pedagógica e de
posse das revistas e dos resultados,
Juliana analisou os dados de anos
anteriores e tentou interpretá-los
com o apoio da Matriz de Referên-
cia e da Escala de Proficiência. Ao
pesquisar quais habilidades os es-
tudantes do 3° ano apresentavam
mais dificuldade, nas duas últimas
edições da avaliação, percebeu
que elas giravam em torno dos gê-
neros textuais e da produção escri-
ta. Aqueles resultados não eram re-
ferentes aos estudantes de Juliana,
mas ela, através das suas avaliações
internas, sabia que aquelas eram as
mesmas dificuldades que seus es-
tudantes apresentavam. Por curio-
sidade, Juliana resolveu conhecer
os resultados das outras etapas do
ciclo de alfabetização, e descobriu
que as dificuldades concentravam-
-se, também, em questões ligadas à
leitura e à escrita.
Foi bem desanimador para Ju-
liana conhecer a realidade da sua
escola na avaliação, ver oficializado
aquilo que ela presenciava todos os
dias. Mas o que mais a incomodava
era o fato de alguns professores en-
cararem aquela situação como nor-
mal, pois já haviam se acostumado
e não acreditavam que era possível
reverter o quadro e conseguir me-
lhorar o desempenho dos estudan-
tes. Para ela, era impossível aceitar
trabalhar sem perspectiva de me-
lhora, sem acreditar no seu trabalho
e no pontecial de seus estudantes.
Era preciso ao menos tentar!
Desde os seus primeiros dias
na escola, Juliana pensava em fazer
algum trabalho com seus estudan-
tes utilizando a biblioteca, que pos-
suía um bom número de livros infan-
tis e era pouco frequentada. Como
apresentado nas orientações curri-
culares, ela sabia que trabalhar a lei-
tura de vários gêneros textuais iria
melhorar a interpretação textual e a
escrita de sua turma. Sua ideia inicial
era montar um “Cantinho de Leitura”
na sua sala de aula, para estimular
o gosto pela leitura, e fazer visitas
regulares à biblioteca escolar, moni-
torando a escolha dos livros e a lei-
tura dos mesmos pelos estudantes.
Para a implementação da sua ideia,
Juliana precisaria de alguns livros,
por isso, resolveu conversar com
Rita para ver o que poderia ser feito.
Para Rita, a ideia de Juliana era
fácil de ser efetivada e muito inte-
ressante, por isso resolveu compar-
tilhá-la com os demais professores
do Ciclo de Alfabetização. Seria
importante que todas as salas ti-
vessem o seu “Cantinho de Leitura”
e, também, que fosse criada uma
agenda regular para a visita à biblio-
teca. Incentivar e estimular a leitura
com certeza traria benefício para a
aprendizagem dos estudantes, e a
escola possuía recursos (livros) para
implementar tal projeto.
Para apresentar a proposta do
“Cantinho de Leitura” para os outros
professores, Rita convocou uma
reunião com os responsáveis pelo
Ciclo de Alfabetização. Na reunião,
ela pediu que Juliana falasse sobre
a interpretação que tinha feito dos
resultados, das conclusões a que
chegou e sobre o “Cantinho de Lei-
tura”. A fala de Juliana foi bem aceita
pelos seus colegas e, com o decor-
rer da reunião, outras ideias com-
plementares ao seu projeto foram
surgindo. Todos concordaram que
“ Todos concordaram que incentivar a leitura era um caminho essencial para melhorar o desempenho dos estudantes e que seria interessante
conseguir o apoio das famílias nesse trabalho.
62
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
incentivar a leitura era um caminho
essencial para melhorar o desem-
penho dos estudantes e que seria
interessante conseguir o apoio das
famílias nesse trabalho. Sendo as-
sim, tiveram, em conjunto, a ideia
de fazer “O Dia do Livro na Escola”
para inaugurar o “Cantinho de Leitu-
ra”: esse evento teria como principal
foco sensibilizar os responsáveis
sobre a importância de incentivar
a leitura dos estudantes e mostrar-
-lhes como poderiam fazer isso.
Nas duas semanas seguintes,
Juliana e os outros professores tra-
balharam na elaboração do evento:
ensaiaram um grupo de estudantes
para uma apresentação teatral, ela-
boraram os convites para os pais,
organizaram um “Cantinho de Lei-
tura” em cada sala e conseguiram
doações de livros. No evento “O Dia
do Livro na Escola”, cada estudante
ganharia um livro de presente para
ler em casa e os responsáveis se-
riam incentivados a acompanhar a
leitura dos estudantes.
Apesar de muitos pais não te-
rem participado do evento, o grupo
de professores à frente do projeto
ficou satisfeito com a participação e
com o envolvimento dos que esta-
vam presentes. A partir desse dia,
cada professor começaria a utilizar
o “Cantinho de Leitura” de sua sala
e a levar seus estudantes à biblio-
teca. Foi combinado, também, que
os pais seriam sempre lembrados
da importância da leitura, através de
bilhetes e de reuniões na escola.
Além disso, os professores iriam se
reunir de 15 em 15 dias para com-
partilhar seus trabalhos e trocar ex-
periências.
Durante todo o ano, o projeto
foi levado a sério pela escola. O tra-
balho compartilhado contribuiu não
só para a aprendizagem dos estu-
dantes, mas também para o entro-
samento da equipe pedagógica e
seu enriquecimento profissional. A
insistência da escola em buscar o
incentivo dos responsáveis conse-
guiu o apoio de alguns, antes pou-
co envolvidos com a educação de
seus filhos.
Com todo o trabalho desen-
volvido, Juliana e os demais pro-
fessores perceberam melhora no
desempenho de seus estudantes,
e estavam curiosos para conhecer
o resultado da avaliação externa
aplicada naquele ano. Foi a primeira
vez que a escola desenvolveu um
trabalho pautado nos resultados da
avaliação externa da rede estadual,
por isso eles estavam ansiosos para
ver como esse trabalho havia im-
pactado os resultados e para quais
caminhos eles iriam apontar.
No começo do ano seguinte,
a coordenadora pedagógica Rita
marcou uma reunião com os pro-
fessores do Ciclo de Alfabetização
para apresentar os resultados do
ano anterior e conversar sobre eles.
Rita acompanhou o trabalho realiza-
do por Juliana e seus colegas, sabia
que aquele resultado estava sen-
do esperado por todos e sentiu-se
realizada por ter conseguido que o
resultado das avaliações transfor-
masse a prática de seus professo-
res e, consequentemente, a apren-
dizagem dos estudantes. O projeto
“Cantinho de Leitura”, proposto por
Juliana, surgiu a partir da interpreta-
ção dos resultados da avaliação ex-
terna, e conseguiu mudar a relação
dos estudantes com a leitura e a vi-
são que a equipe pedagógica tinha
da avaliação externa.
Quando apresentou o novo re-
sultado, Rita parabenizou os profes-
sores por todo o empenho e pelo
aumento da proficiência. Como con-
sequência do trabalho realizado ao
longo do ano anterior, a escola teve
um resultado satisfatório. A coor-
denadora pedagógica, nessa mes-
ma reunião, conversou com toda a
equipe sobre as possibilidades de
continuidade e adaptação do proje-
to para os próximos anos. Ela sabia
que ainda havia um longo caminho
pela frente, mas o primeiro passo já
havia sido dado, quando os profes-
sores entenderam que os resulta-
dos poderiam ser utilizados para a
melhoria do ensino da escola. Com
o apoio de todos, Rita tratou de ofi-
cializá-lo no PPP, buscando conti-
nuar a atualização dele para consul-
ta dos profissionais da escola.
Juliana que, inicialmente, havia
se assustado com a ideia da avalia-
ção externa, viu nela a possibilidade
de obter informações para trans-
formar a sua prática, melhorando a
aprendizagem de seus estudantes.
Para o novo ano, a equipe pedagó-
gica, que agora estava ciente do pa-
pel dessa avaliação, planejou novas
capacitações, para que todos pu-
dessem conhecer mais esse instru-
mento e implementar novas ações.
63
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
6
O texto apresentado nesta seção oferece propostas para a
abordagem, em sala de aula, de algumas habilidades verifica-
das pelas avaliações externas em larga escala.
QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS PARA
DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES?
GÊNEROS DISCURSIVOS: CONSIDERAÇÕES SOBRE OS USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA
INTRODUÇÃO
Os seres humanos estão inseridos em um mundo letra-
do e, para terem participação significativa nesse mundo, são
necessários a compreensão e o domínio de seus códigos
escritos e falados. Nesse sentido, o conhecimento da língua
materna, tanto oral quanto escrita, é de fundamental impor-
tância para que o indivíduo estabeleça comunicação, rela-
cione-se com seus pares e consiga participar efetivamente
da sociedade da qual faz parte, construindo conhecimentos,
hipóteses e visões sobre o mundo que o cerca.
No entanto, não basta apenas decodificar o sistema al-
fabético, mas compreendê-lo a partir de um contexto social,
que exige habilidades e compreensões de leitura e escrita
acerca do cotidiano em que o indivíduo está inserido. Ou
seja, o processo de alfabetização do indivíduo deve ser
desenvolvido em um “contexto de letramento”, com a “par-
ticipação em eventos variados de leitura e de escrita, e o
consequente desenvolvimento de habilidades de uso da lei-
tura e da escrita nas práticas sociais que envolvem a língua
escrita, e de atitudes positivas em relação a essas práticas”
(SOARES, 2003, p. 16). E é a partir desse domínio do uso da
leitura e escrita que o indivíduo conseguirá uma participação
efetiva na vida em sociedade, garantindo e/ou tendo a pos-
sibilidade de lutar por sua cidadania.
Mas como a escola pode possibilitar o acesso a esse
letramento? Para muitas crianças, especialmente as com
menos acesso a diferentes suportes textuais, a escola será
de fundamental importância para apresentar e ampliar o co-
nhecimento acerca tanto dos diferentes gêneros textuais,
quanto das linguagens, signos e significados que são utili-
zados em diferentes contextos e culturas. Por exemplo, a
linguagem utilizada em uma roda de amigos não deve ser a
mesma empregada em uma conversa com o professor, a es-
trutura e a linguagem utilizada na escrita de uma receita não
é a mesma que compõe um bilhete. Assim, a escola deve, a
partir do conhecimento prévio do que seus estudantes co-
nhecem sobre a linguagem utilizada em diferentes gêneros
textuais, “promover a sua ampliação de forma que, progres-
sivamente, [...] cada estudante se torne capaz de interpretar
diferentes textos que circulam socialmente, de assumir a pa-
lavra e, como cidadão, de produzir textos eficazes nas mais
variadas situações” (BRASIL, 1997, p. 21).
Visando garantir que os estudantes, desde os anos ini-
ciais do Ensino Fundamental, construam seus conhecimen-
tos a partir da perspectiva do letramento, faz-se necessário
o trabalho com diferentes temas, tais como: “Apropriação do
Sistema Alfabético”, “Leitura: compreensão, análise e avalia-
ção” e “Usos sociais da leitura e da escrita”. No tocante às
avaliações em larga escala, elaboradas pelo Centro de Polí-
ticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), para o com-
ponente curricular de Língua Portuguesa, tais temas fazem
parte da matriz de referência de um teste. Esta matriz é com-
posta por, competências e descritores que determinarão a
forma como cada item do teste será elaborado. Vale salien-
tar que, embora essa matriz de referência seja desenvolvi-
da a partir da proposta curricular dos sistemas de ensino,
não pode ser utilizada como única fonte para o trabalho do
professor, uma vez que ela consiste em um recorte do currí-
culo. No entanto, o professor que planeja as suas aulas con-
siderando a proposta curricular do sistema de ensino para
o qual trabalha estará desenvolvendo um trabalho também
em consonância com a matriz de referência das avaliações
em larga escala.
No que se refere ao presente artigo, será privilegiada
a abordagem acerca do tema “Usos sociais da leitura e da
escrita”, com os seguintes descritores:
» reconhecer o gênero discursivo;
» identificar a finalidade de textos de diferentes gê-
neros.
65
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM GÊNERO DISCURSIVO
Durante todos os momentos da
vida em sociedade, o indivíduo se co-
munica, estabelece relações, troca in-
formações, argumenta e expõe seus
pontos de vista. E, para cada situação,
utiliza um tipo de linguagem que lhe
permite entender e ser entendido por
seus pares. Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) de Língua
Portuguesa, “a língua é um sistema de
signos histórico e social que possibi-
lita ao homem significar o mundo e a
realidade” (BRASIL, 1997, p. 22). Assim,
nada mais importante do que a escola
trabalhar com desenvolvimento de ha-
bilidades que lhe possibilitem ampliar
o repertório de linguagens, signos e
significados, para que seus estudantes
consigam estabelecer relações de for-
ma cada vez mais significativas.
Segundo Bakhtin (1997), o indiví-
duo se utiliza de gêneros do discurso
para se comunicar e escrever. Tais gê-
neros “dispõe[m] de uma forma padrão
e relativamente estável de estrutura-
ção de um todo” (BAKHTIN, 1997, p.
302). Sendo assim, faz-se importante
o conhecimento e a compreensão da
“forma padrão” em que os diferentes
gêneros do discurso se apresentam.
Ainda de acordo com o autor, “se não
existissem os gêneros do discurso e se
não os dominássemos, se tivéssemos
de criá-los pela primeira vez no proces-
so da fala, se tivéssemos de construir
cada um de nossos enunciados, a co-
municação verbal seria quase impossí-
vel” (1997, p. 303). Dessa forma, é im-
prescindível para a formação de todos
os cidadãos o acesso à construção de
conhecimentos sobre os gêneros dis-
cursivos.
Nesse sentido, é indispensável
que a escola propicie que os estu-
dantes tenham contato com diferentes
gêneros discursivos, tanto na forma
oral, quanto na escrita. Geralmente
as crianças gostam de ouvir e contar
histórias e o professor pode estimular
ainda mais esse “gosto”. Mas como
fazer isso? Uma sugestão é trabalhar
com textos de diferentes gêneros. Por
exemplo, um dia o professor conta uma
fábula, no outro traz uma bula de remé-
dio para debater com os estudantes
se eles acham que ela também é um
texto, propondo questões como: para
que serve? Transmite alguma informa-
ção? Possui um jeito próprio para ser
escrito? Se parece com aquela história
(fábula ou outra que tenha sido conta-
da recentemente)? Enfim, explorando
se esse texto possui uma estrutura es-
pecífica e quais as suas características.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESCRITOR “RECONHECER O GÊNERO DISCURSIVO”
Em termos gerais, para que um in-
divíduo reconheça determinado obje-
to, é necessário que já o tenha visto,
saiba suas características, ou ainda te-
nha acesso a uma descrição minuciosa
a respeito. Da mesma forma, podemos
inferir sobre o descritor “Reconhecer o
gênero discursivo”: o estudante deve
já ter conhecimento a respeito do gê-
nero discursivo em questão ou saber
características sobre sua estrutura.
Assim, nada mais natural do que, par-
tindo do conhecimento prévio que os
estudantes tenham a respeito de al-
guns gêneros, aprofundar e propiciar
o conhecimento de outros que ainda
não fazem parte de seu contexto so-
cial. Como apontam os PCN de Língua
Portuguesa, “cabe, portanto, à escola
viabilizar o acesso do estudante ao
universo dos textos que circulam so-
cialmente, ensinar a produzi-los e a in-
terpretá-los” (BRASIL, 1997, p. 26).
Dessa forma, o acesso aos tex-
tos que circulam socialmente não se
restringe à sua produção pelos es-
tudantes: vai muito além, incluindo o
ouvir histórias, mesmo quando ainda
não sabem ler. Tal fato está associa-
do à estrutura dos diferentes gêneros
textuais, uma vez que, mesmo que o
estudante ainda não saiba grafar, por
exemplo, um convite, ao escutar ou-
tra pessoa lendo, estará conhecendo
e organizando como é essa estrutura,
quais são os elementos fundamentais
desse gênero. A partir de então, uma
atividade interessante seria propor que
ele também faça um convite, de forma
oral, e o professor ou outro estudante
que já esteja em um nível mais avança-
do de alfabetização registre no quadro.
“ é indispensável que
a escola propicie que os estudantes tenham contato com diferentes
gêneros discursivos, tanto na forma oral quanto na escrita.
66
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Figura 1 – Exemplo de convite.
Seria interessante também propor um debate sobre o
convite que está sendo transcrito: está faltando algum ele-
mento? O que precisa ter em um convite para que a pessoa
consiga chegar no dia e na hora certa? E o lugar onde vai
ser o evento (festa), também é necessário? Por quê?
A própria leitura deleite (leitura por prazer, por fruição,
sem se preocupar em ensinar determinado conteúdo), que
faz parte da rotina escolar especialmente das turmas de al-
fabetização, é um momento interessante para explorar dife-
rentes gêneros discursivos. O professor pode alterná-los tra-
balhando, por exemplo, com fábulas, propagandas, notícias,
histórias em quadrinhos, charges, lendas, cartas, bilhetes,
entrevistas, entre outros.
Um título paradidático que pode ser uma boa ferramen-
ta para explorar diversos gêneros discursivos é “O carteiro
chegou” (AHLBERG; AHLBERG, 2007). Nesse livro, que é
escrito em rimas, alguns personagens dos contos de fadas
se comunicam entre si, através de cartas que são entregues
por um carteiro. Essas cartas são de assuntos diversos: há
cartões postais, catálogo de ofertas, carta com pedido de
desculpa, cartão de aniversário, entre outros. Dessa forma,
o paradidático supracitado se constitui em uma importante
ferramenta para ampliar o conhecimento dos estudantes so-
bre os diferentes gêneros discursivos, propiciando tanto um
trabalho oral, através da leitura deleite, quanto com a produ-
ção escrita.
Uma sugestão para a produção escrita seria escrever
uma carta para um super-herói, por exemplo, que poderia
servir para fazer um pedido de ajuda ou algum agradeci-
mento sobre um salvamento que ele teria praticado. Tudo
poderia ser discutido com os estudantes, de forma que eles
se posicionassem e escolhessem o destinatário de que
mais gostassem. A escrita da carta poderia ser tanto indivi-
dual quanto coletiva, dependendo da intencionalidade do
professor na exploração da atividade.
“ O professor trabalhando de forma a trazer sempre novos portadores
de textos, com gêneros discursivos variados, certamente auxiliará
o estudante a sistematizar seus conhecimentos de modo que
consiga reconhecer um gênero discursivo ao analisar sua estrutura, ao ouvir sua leitura, ao se relacionar
em diferentes contextos sociais e mesmo ao ser indagado em uma avaliação, seja ela interna ou em
larga escala.
67
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Figura 2 – Capa do livro “O carteiro chegou” (AHLBERG; AHLBERG, 2007).
Hila e Nascimento (2009) propu-
seram uma sequência didática para ser
desenvolvida com os estudantes das
séries iniciais do Ensino Fundamental.
Entre as atividades, estão analisar as
cartas dos personagens e seus objeti-
vos, analisar o panfleto do livro que a
bruxa malvada recebeu, identificando
os elementos do contexto de produ-
ção, fazer uma roda de leitura para re-
lembrar os contos presentes no texto,
entre outras.
O professor, trabalhando de forma
a trazer sempre novos portadores de
textos, com gêneros discursivos varia-
dos, certamente auxiliará o estudante
a sistematizar seus conhecimentos, de
modo que consiga reconhecer um gê-
nero discursivo, ao analisar sua estrutu-
ra, ao ouvir sua leitura, ao se relacionar
em diferentes contextos sociais e mes-
mo ao ser indagado em uma avaliação,
seja ela interna ou em larga escala.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESCRITOR “IDENTIFICAR A FINALIDADE DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS”
Para conseguir identificar a finali-
dade de um texto, o estudante precisa
estar familiarizado com a estrutura e as
características de diferentes gêneros
discursivos. Assim, o trabalho realizado
com vistas a apresentar os diferentes
gêneros a ele, de modo a permitir que
reconheça um determinado gênero, é
de grande importância também para a
identificação da finalidade do mesmo.
Por exemplo, ao trabalhar com o con-
vite, conforme sugerido no presente
artigo, além de problematizar sobre
os elementos estruturais, é importante
problematizar também sobre sua fina-
lidade: para que serve esse texto? Da
mesma forma, cabe o trabalho com os
diferentes textos abordados no livro
paradidático “O carteiro chegou”: para
que serve o panfleto que a bruxa mal-
vada recebeu? Para que serve a carta
que Cachinhos Dourados enviou para
“ O professor pode
aproveitar cartazes e outros textos
informativos para trabalhar com os
estudantes sobre sua finalidade, sobre a
mensagem que eles querem transmitir.
68
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
o Senhor e a Senhora Urso? Para que
serve o cartão de aniversário que Cha-
peuzinho Vermelho enviou para Cachi-
nhos Dourados?
Em outras palavras, o estudante
precisa desenvolver a habilidade de
identificar a função social, o objetivo
do texto que será analisado. Para tanto,
precisa, além de reconhecer qual é o
gênero discursivo, identificar se o obje-
tivo, a finalidade do texto é, por exem-
plo, convidar, informar, dar instruções,
explicar, felicitar, dar um recado, diver-
tir, anunciar, entre outros. É importante
que o estudante perceba que todo
texto tem uma finalidade específica e,
para que seja compreendido de forma
significativa, é imprescindível que tal
finalidade, que a sua função comunica-
tiva, seja conhecida e entendida pelo
leitor.
O cartão postal, geralmente, não é
um gênero discursivo muito presente
no cotidiano dos estudantes. No en-
tanto, a forma como ele é mostrado no
livro “O carteiro chegou” pode ser uma
boa estratégia pedagógica para apre-
sentá-lo a eles.
Figura 3 – Cartão postal contido no livro “O carteiro chegou” (AHLBERG; AHLBERG, 2007).
Trata-se de um cartão enviado por
Joãozinho (da história “João e o pé de
feijão”) para o Gigante, contando como
foi sua viagem para o Rio de Janeiro.
O professor pode problematizar tan-
to questões relacionadas à estrutura
do texto (quem enviou o cartão? Para
quem ele foi enviado? Há alguma sau-
dação?), como questões relacionadas
à finalidade do texto (por que o João-
zinho enviou esse postal para o Gigan-
te? Para que serve um cartão postal?).
Ainda, seria interessante propor aos
estudantes que elaborassem um car-
tão postal, que poderia ser sobre algu-
ma viagem que tenham feito ou gosta-
riam de fazer, sobre algum passeio que
fizeram na escola, sobre algum lugar
imaginário que gostariam de conhecer,
sobre algum reino encantado (aprovei-
tando que o livro aborda alguns contos
de fadas) etc.
O professor pode aproveitar car-
tazes e outros textos informativos para
trabalhar com os estudantes sobre sua
finalidade, sobre a mensagem que eles
querem transmitir. Um exemplo são as
propagandas que circulam na televisão
e em outros ambientes que fazem par-
te do cotidiano dos estudantes: campa-
nhas de vacinação, campanhas sobre
o trânsito, estreia de filmes, produtos
em promoção etc. Na própria escola,
e mesmo na sala de aula, geralmente
há alguns cartazes informativos que
podem ser analisados. Esses cartazes
normalmente contêm, além de informa-
ções sobre determinados locais, algu-
mas regras básicas de convivência nos
ambientes.
Uma sugestão seria, além de anali-
sar com os estudantes os cartazes que
já estão prontos, afixados, criar outros
a partir de situações que acontecem
na sala de aula ou mesmo na escola.
Em outras palavras, utilizar os “combi-
nados”, as regras de convivência, para
trabalhar com a habilidade de identifi-
car a finalidade de textos de diferentes
gêneros.
69
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Figura 4 – Cartazes com regras de convivência na sala de aula.
O professor pode, num primeiro
momento, problematizar com sua tur-
ma: “para que servem os textos dos
cartazes?” Num segundo momento,
propor que os próprios estudantes ela-
borem cartazes que possam ajudar na
boa convivência do grupo. Os cartazes
podem conter uma ilustração e frases
curtas e, após serem elaborados, de-
vem ser apresentados pelos próprios
estudantes para a turma, expondo o
porquê do texto e da ilustração. Assim,
eles trabalharão tanto com a identifica-
ção da finalidade de gêneros discursi-
vos de textos prontos, quanto com a
produção de textos, respeitando um
determinado gênero.
Para saber mais:
AHLBERG, Janet; AHLBERG, Allan. O carteiro chegou. São Paulo: Compa-
nhia das Letrinhas, 2007.
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. Estética da criação verbal. 2. ed. São Pau-
lo: Martins Fontes, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais primeiro e segundo ciclos do
ensino fundamental: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
HILA, Cláudia Valéria Doná; NASCIMENTO, Elvira Lopes. O carteiro chegou:
uma proposta de sequência didática para séries iniciais. Revista Prolíngua, v.
2, n. 1, jan/jun de 2009. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/index.php/pro-
lingua/article/view/13418/7617> Acesso em: 08 fev 2016.
SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista
Brasileira de Educação, São Paulo: Autores Associados, v.25, 2004. p. 5-17.
70
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
PERSPECTIVAS E DESAFIOS ACERCA DO TEMA “GRANDEZAS E MEDIDAS”: A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COM AS MEDIDAS DE TEMPO NA ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA
INTRODUÇÃO
A Matemática está presente em, praticamente, todos os
lugares da sociedade: desde quando um indivíduo nasce
(data e hora do nascimento, peso e comprimento do bebê)
até quando vai envelhecendo (idade, número de filhos, ta-
manho da vestimenta). Em todos os momentos, ele utiliza
conhecimentos matemáticos para se localizar no tempo e no
espaço, bem como para se comunicar e se relacionar com
seus pares. Nesse sentido, a Alfabetização Matemática se
torna tão importante para o exercício da cidadania de qual-
quer indivíduo, quanto saber ler e escrever. E o que enten-
demos por “Alfabetização Matemática”? Conforme apontam
as pesquisas de Danyluk, a Alfabetização Matemática é um
[...] fenômeno que trata da compreensão, da interpre-
tação e da comunicação dos conteúdos matemáticos
ensinados na escola, tidos como iniciais para a cons-
trução do conhecimento matemático. Ser alfabetizado
em matemática, então, é compreender o que se lê e
escreve o que se compreende a respeito das primeiras
noções de lógica, de aritmética e de geometria. Assim,
a escrita e a leitura das primeiras ideias matemáticas po-
dem fazer parte do contexto de alfabetização. Ou seja,
podem fazer parte da etapa cujas primeiras noções das
diversas áreas do conhecimento podem ser enfocadas
e estudadas dentro de um contexto geral da alfabetiza-
ção. (DANYLUK, 2015, p. 26)
Partindo desse pressuposto, os conhecimentos mate-
máticos devem ser trabalhados desde o início da escolari-
zação, de forma a propiciar que o estudante consiga cons-
truir e sistematizar a linguagem, signos e significados das
questões de cunho lógico, aritmético e geométrico. Nesse
sentido, alguns temas são de fundamental importância para
serem trabalhados, a saber: “Espaço e forma”, “Grandezas e
Medidas”, “Números, Operações e Álgebra” e “Tratamento
da Informação”. Nas avaliações em larga escala elabora-
das pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educa-
ção (CAEd), esses temas são subdivisões do componente
curricular de Matemática, e contam com descritores para
indicar quais são as habilidades que o estudante precisa
desenvolver. Esses temas e descritores compõem a Matriz
de Referência de um teste, que, embora seja embasada nos
currículos dos sistemas de ensino, não deve ser confundida
nem utilizada como proposta curricular dos mesmos. Em ou-
tras palavras, o professor que desenvolve um trabalho pau-
tado nos parâmetros curriculares do sistema de ensino no
qual está inserido certamente estará trabalhando com todos
os descritores que compõem o teste em larga escala a que
seus estudantes serão submetidos.
Embora a Matemática faça parte da vida de todo indiví-
duo, não é uma tarefa simples relacionar o que está presen-
te em seu cotidiano com os diversos conteúdos escolares
e componentes curriculares. Segundo os Parâmetros Cur-
riculares Nacionais (PCN), “[...] destacam-se dois aspectos
básicos: um consiste em relacionar observações do mundo
real com representações (esquemas, tabelas, figuras); outro
consiste em relacionar essas representações com princípios
e conceitos matemáticos” (BRASIL, 1997, p. 19). Para tanto, fa-
z-se necessário trabalhar com os estudantes não por meio
de fórmulas e conceitos prontos, mas de forma a estimulá-
-los a refletir e a fazer inferências sobre o meio que os cerca,
dialogando com seus pares e com o professor, escrevendo
relatos sobre suas percepções, seja através de um texto
propriamente dito, ou de desenhos e representações que
os auxiliem na organização e sistematização dos dados.
Para o presente artigo, abordaremos algumas perspecti-
vas e desafios acerca do tema “Grandezas e Medidas”, mais
especificamente sobre o seguinte descritor: “Em um proble-
ma, reconhecer e utilizar as unidades usuais de medidas de
tempo: dia, semana, mês e ano”.
71
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
“ quando há espaço para o estudante falar, fazer experiências (agir) e ter a ação mediadora do professor, ele irá sistematizar os conhecimentos e
estabelecer relações entre as situações cotidianas e a Matemática.
1. POR QUE TRABALHAR COM O TEMA “GRANDEZAS E MEDIDAS”?
Desde muito cedo, algumas questões relacionadas ao
tema “Grandezas e Medidas” estão presentes na vida do
indivíduo: à noite, é hora de dormir; de dia, realizamos várias
tarefas (como trabalhar e brincar); há dias em que meus pais
não trabalham; um dia é meu aniversário e demora muito
para ser de novo; precisamos de dinheiro para comprar coi-
sas; compramos algumas coisas com moedas e, para outras,
precisamos de cédulas ou muitas moedas etc. Enfim, em vá-
rias situações vivenciadas pelo indivíduo, há conceitos ma-
temáticos que precisam ser trabalhados para fazerem senti-
do. Além disso, é importante que ele reflita que as medidas
e as comparações entre elas foram historicamente construí-
das pelo homem ao longo dos anos. Ou seja, o que conhe-
cemos como dia, mês, ano, hora, nem sempre foi entendido
como o é atualmente, mas foi pautado por convenções das
civilizações antigas.
Outra questão interessante a ser trabalhada é o instru-
mento que utilizamos para medir. Por exemplo, hoje temos
a régua, a trena, mas o palmo e o pé já foram utilizados por
algumas civilizações como unidades de medida. A partir
dessa troca de informações, os estudantes devem ser ins-
tigados a fazer experiências e a tecer reflexões: “vamos
medir determinado objeto com os pés. Vocês acham que
a quantidade de pés de uma criança vai ser igual à de um
adulto? Por quê? Então seria mais fácil comprar um pedaço
de pano hoje, que temos a fita métrica para medir, ou antiga-
mente, que mediríamos utilizando o pé do vendedor?” Estas
e outras questões e propostas poderiam ser lançadas para
que os estudantes pudessem analisar, construir e registrar
os conhecimentos envolvidos. Além disso, essa discussão
seria interessante para a compreensão de que as conven-
ções são importantes para unificar os sistemas de medida
e melhorar a comunicação entre os seres humanos. Dessa
forma, um conceito que, sem contexto, seria abstrato, pode-
rá fazer mais sentido e facilitar a compreensão do estudante.
Como bem aponta Vygotski:
(1) A fala da criança é tão importante quanto a ação para
atingir um objetivo. As crianças não ficam simplesmente
falando o que elas estão fazendo; sua fala e ação fazem
parte de uma mesma função psicológica complexa, diri-
gida para a solução do problema em questão.
(2) Quanto mais complexa a ação exigida pela situação
e menos direta a solução, maior a importância que a
fala adquire na operação como um todo. Às vezes a fala
adquire uma importância tão vital que, se não for permi-
tido seu uso, as crianças pequenas não são capazes de
resolver a situação.
Essas observações me levam a concluir que as crian-
ças resolvem suas tarefas práticas com a ajuda da fala,
assim como dos olhos e das mãos. Essa unidade de
percepção, fala e ação, que, em última instância, provo-
ca a internalização do campo visual, constitui o objeto
central de qualquer análise da origem das formas carac-
teristicamente humanas de comportamento. (VYGOTS-
KI, 1994, p. 21)
Nesse sentido, quando há espaço para o estudante fa-
lar, fazer experiências (agir) e ter a ação mediadora do pro-
fessor, ele irá sistematizar os conhecimentos e estabelecer
relações entre as situações cotidianas e a Matemática. E a
relação entre as medidas e o número poderá auxiliar o estu-
dante a ampliar sua compreensão numérica e a compreen-
der “a necessidade de criação de números fracionários, ne-
gativos etc.” (BRASIL, 1997, p. 84).
72
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
2. TRABALHANDO COM AS MEDIDAS DE TEMPO: DIAS DA SEMANA
O descritor “Em um problema, reco-
nhecer e utilizar as unidades usuais de
medidas de tempo: dia, semana, mês
e ano”, embora pareça uma tarefa sim-
ples para um adulto, exige grande es-
forço para uma criança, especialmente
no primeiro ciclo do Ensino Fundamen-
tal. As questões relacionadas ao tempo
estão presentes no cotidiano dos in-
divíduos, mas o significado e relações
entre os termos não são diretamente
perceptíveis. Por exemplo, uma criança
sabe que existem os termos hoje, ama-
nhã e ontem, mas não necessariamente
sabe que eles estão relacionados. Não
é difícil ouvir uma criança dizer “amanhã
eu brinquei de bola”, querendo se refe-
rir ao dia anterior (a “ontem”). Ou seja,
ela ainda não consegue relacionar que
o tempo presente é o “hoje”, o dia an-
terior é o “ontem” e o dia seguinte é
o “amanhã”. Outro ponto a ser destaca-
do é o nome de cada dia da semana
e sua sequência: “hoje é segunda-feira
e amanhã, que dia vai ser?”; “em quais
dias da semana não tem aula?”
Uma sugestão interessante para
desenvolver as questões apontadas
acima é o trabalho diário com o calen-
dário em sala de aula. Essa rotina já faz
parte da realidade de muitos professo-
res, mas não deixa de ser importante
enfatizar e dar sugestões sobre esse
recurso pedagógico. Toda a sala de
aula deve ser um ambiente alfabetiza-
dor, com cartazes, alfabeto, numerais,
cantinho de leitura, calendário, entre
outros. Mas não basta apenas um am-
biente favorável para que o estudante
se alfabetize e construa seus conheci-
mentos: são necessárias metodologias
adequadas. No que se refere ao calen-
dário, podem ser utilizadas desde es-
tratégias pedagógicas mais informais,
como uma roda de conversa sobre os
usos e funções do calendário, até a re-
solução de problemas que envolvam a
sua utilização.
Segundo as pesquisas de Goulart
(2010, p. 11),
[...] o que se percebe, nas avalia-
ções externas, é que os alunos
não conseguem ler o calendá-
rio e isso se deve a uma prática
divergente de possibilitar o uso
deste como instrumento que
tem a função de medir o tempo
para se fazer contagens, com-
parar números, ver a grafia. A
prática docente deixa de realizar
intervenções ou interrogações,
priorizando apenas a passagem
do tempo como o único conhe-
cimento matemático a ser explo-
rado no calendário, sendo todo
o resto uma distorção ou assimi-
lação deformante de uma prática.
Partindo desses pressupostos, o
trabalho com calendários deve estar
pautado em abordagens mais signifi-
cativas sobre o seu principal objetivo:
medir o tempo. Certamente que, ao se-
rem abordadas questões como os dias
da semana e sua sequência, estarão
sendo trabalhadas também as concer-
nentes à quantidade, contagem e gra-
fia das palavras. No entanto, o objetivo
maior é tecer relações entre os dias da
semana: qual é o primeiro dia, o “on-
tem”, o “hoje” e o “amanhã”, qual é o dia
em que não há aula etc. Goulart (2010)
aponta, ainda, a importância em se tra-
balhar com “calendários reais”, ou seja,
aqueles que encontramos em nosso
dia a dia (que traz informações como as
fases da lua, feriados nacionais, conti-
nuidade entre um mês e outro etc.). As-
sim, o professor não deve confeccionar
seu próprio calendário, para que não
deixe de trabalhar questões importan-
tes que fazem parte do contexto em
que os estudantes estão inseridos.
2.1. Roda de conversa: diálogos acerca do calendário
Assim como para a Educação In-
fantil, para os anos iniciais do Ensino
Fundamental é de grande importância
que a roda de conversa seja uma ativi-
dade presente no cotidiano das aulas.
De acordo com o Referencial Nacional
para a Educação Infantil,
[...] a roda de conversa é o mo-
mento privilegiado de diálogo e
intercâmbio de ideias. Por meio
desse exercício cotidiano as
crianças podem ampliar suas ca-
pacidades comunicativas, como
a fluência para falar, perguntar,
expor suas ideias, dúvidas e
descobertas, ampliar seu voca-
bulário e aprender a valorizar o
grupo como instância de troca
e aprendizagem. A participação
na roda permite que as crianças
aprendam a olhar e a ouvir os
amigos, trocando experiências.
(BRASIL,1998, p. 138)
Nesse sentido, tanto vale uma roda
de conversa sobre um conteúdo que
será trabalhado em sala de aula, quan-
to sobre temas corriqueiros do dia a
dia dos estudantes. O professor deve,
além de ouvir, mediar as conversas en-
tre eles, de forma a contribuir para que
os conflitos de ideias e a construção de
conhecimentos sejam beneficiados.
Para iniciar a roda de conversa
sobre o calendário, a sugestão é que
esteja afixado na sala de aula um ca-
lendário grande, legível, com um mês
em cada folha, conforme a imagem a
seguir:
73
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Figura 1 – Calendário indicando os dias do mês de janeiro de 2016.
Após observarem o calendário, algumas perguntas po-
deriam ser feitas para iniciar a conversa: “O que é um calen-
dário?”; “Para que usamos o calendário?”; “Na casa de vocês
tem um calendário?”; “É igual ao que temos aqui na escola?”;
“O que significam os números que aparecem nele?”; “E as
letras?” A partir do que for desenvolvido na roda de con-
versa, o professor e/ou algum estudante que já esteja numa
fase mais avançada do processo de alfabetização deverá
registrar no quadro e/ou em alguma folha grande (de pa-
pel pardo, por exemplo) os resultados dos debates sobre o
tema. Dessa forma, as discussões tecidas durante a roda de
conversa seriam sistematizadas e passíveis de serem con-
sultadas em outras aulas e/ou quando se fizer necessário.
2.2 Os dias da semana: vamos problematizar?
Para trabalhar com os dias da semana, faz-se necessário
que os estudantes construam conhecimentos a respeito de
duas habilidades: quais e quantos são os dias da semana.
Conforme aponta Constance Kamii, “[...] a criança não cons-
trói o número fora do contexto geral do pensamento no dia a
dia. Portanto, o professor deve encorajar a criança a colocar
todos os tipos de coisas, ideias e eventos em relações todo
o tempo, em vez de focalizar apenas a quantificação” (KAMII,
2011, p.65). Nesse sentido, cabe ao professor buscar estra-
tégias que façam parte do cotidiano dos estudantes para
auxiliá-los na construção do conhecimento referente aos
dias da semana. Por exemplo, ao trabalhar com o calendário,
explorar questões como: quais são os nomes de cada dia da
semana, o que cada letra representa no calendário, porque
na letra “D” (domingo) os números estão em vermelho. Have-
rá alguns conflitos, como por exemplo, porque há duas letras
“Q” e duas letras “S” em seguida. Seria interessante trazer e/
ou pedir para que os estudantes pesquisem se em outros
tipos de calendários isso ocorre, deixando que eles tentem
dialogar e resolver os conflitos que surgirem. Esse debate
irá propiciar a sistematização não só dos nomes dos dias da
semana, mas também da sequência entre eles.
De posse de alguns desses signos e significados, o
professor deve não só propor situações-problemas, como
deixar que os próprios estudantes proponham também. Por
exemplo, se hoje é segunda, ontem foi que dia? Quais são
os dias da semana em que não temos aula? Em que dia é a
aula de Educação Física? Quais são os dias em que passa
determinado programa de televisão (consultar os estudan-
tes previamente sobre os programas que eles assistem)?
Em que dia é a aula na biblioteca? Tais situações podem
ser propostas tanto em forma de conversa, como através de
registros no próprio caderno de Matemática.
Outra forma de trabalhar com os dias da semana é atra-
vés de situações-problema fictícias. Uma sugestão seria
dividir os estudantes em grupos e distribuir alguns papéis
com situações para que eles descubram o dia a que está se
referindo. Por exemplo:
Figura 2 – papéis com situações-problema fictícias
Querida Joana,
não consegui comprar os
ingressos para o cinema
hoje, terça-feira, só para
daqui a três dias.
Beijos,
Carla
Olá Bruno!
Esqueci de te avisar, mas
vou viajar na sexta-feira
para praia. Mas não se
preocupe, só vou ficar dois
dias lá.
Abraços!
Mariana
Nesses casos, o professor deve orientar sobre quais
informações os estudantes irão localizar em cada situação-
-problema. De outro modo, o professor pode propor também
que os próprios discentes elaborem uma situação-problema
para que seus pares possam resolver. Essa interação entre
os grupos é de grande valia para a construção de conheci-
mentos, uma vez que, “quando a criança é confrontada com
a ideia de outra criança, conflitante com a sua, geralmente é
motivada a pensar outra vez sobre o problema, a retificar sua
ideia ou encontrar um argumento para defendê-la” (KAMII,
2011, p. 58).
As medidas de tempo são muito importantes para a or-
ganização dos indivíduos. Sendo assim, seria interessante
utilizar a organização do tempo escolar para desenvolver
uma atividade pedagógica. Uma sugestão seria trabalhar
com um calendário de atividades cotidianas, como uma
marcação dos dias das aulas e atividades em classe, por
exemplo.
74
PAEBES ALFA 2015 Revista Pedagógica
Figura 3 – Calendário com marcação das atividades escolares
MAIO 2016D S T Q Q S S
1
Dia do
Trabalhador
2
Trabalho de
Português
3
Aula de
Informática
4
Biblioteca
5
Aniversário do
Lucas
6
Educação Física
7
8
Dia das Mães
9
Trabalho de
Ciências
10
Informática
11
Biblioteca
12 13
Educação Física14
15
16
Aniversário da
Ana
17
Informática
18
Biblioteca
19
Trabalho de
Matemática
20
Aula de
Educação Física
21
22 2324
Informática
25
Biblioteca
26
Corpus Christi
27
Educação Física28
2930
Sessão Pipoca
31
Informática 1 2 3 4
A partir da elaboração das marcações no calendário,
que podem ser de atividades permanentes e/ou de ativida-
des e eventos importantes para os estudantes, o professor
pode elaborar situações-problema que utilizarão o calendá-
rio como suporte: quantas aulas de Informática teremos em
maio? Quantos estudantes fazem aniversário nesse mês?
Qual vai ser o dia da semana em que teremos “Sessão Pi-
poca”? Dessa forma, os discentes estarão desenvolvendo
as habilidades acerca das medidas de tempo de forma sig-
nificativa para a leitura de mundo e o seu processo de cida-
dania.
Para saber mais:
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Se-
cretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular
nacional para a Educação Infantil. v. 3. Brasília: MEC/SEF,
1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Se-
cretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curricula-
res nacionais primeiro e segundo ciclos do ensino funda-
mental: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
DANYLUK, Ocsana Sônia. Alfabetização matemática:
as primeiras manifestações da escrita infantil. 5. ed. Passo
Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo, 2015.
GOULART, Ilsa do Carmo Vieira. M. A formação do-
cente e a constituição de um espaço de ensino. In: Semi-
nário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, 5º, 2010,
Campinas. Anais do 5º Seminário Nacional O Professor e
a Leitura do Jornal, Campinas, SP: ALB, 2010. Disponível
em: <http://alb.com.br/arquivo-morto/portal/5seminario/
PDFs_titulos/A_FORMACAO_DOCENTE_E_A_CONSTI-
TUICAO_DE_UM_ESPACO.pdf>. Acesso em: 17 jan. 2016.
KAMII. Constance. A criança e o número: implicações
da teoria de Piaget. 39 ed. Campinas: Papirus, 2011.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São
Paulo: Martins Fontes, 1994.
75
3º ano do Ensino Fundamental PAEBES ALFA 2015
Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria)Marcos Vinício Chein Feres
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria)Marcos Vinício Chein Feres
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
Ficha catalográfica
Espírito Santo. Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo.
PAEBES ALFA – 2015/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual.
Conteúdo: Revista Pedagógica - Língua Portuguesa e Matemática - 3º ano do Ensino Fundamental.
ISSN 2237-8324
CDU 373.3+373.5:371.26(05)