Linguistica Interacional - Ana Cristina de Sousa …biblioteca.virtual.ufpb.br/files/linguistica_interacional... · LETRAS | 46 Assim, orientando rnos por uma visão cronológica

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    LINGUSTICA INTERACIONAL

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    LINGUSTICA INTERACIONAL

    ANA CRISTINA DE SOUSA ALDRIGUE

    ROSEANE BATISTA FEITOSA NICOLAU

    Apresentao

    Caro aluno de Letras,

    Voc j se deu conta de que a interao verbal faz parte da nossa vida, de que a todo momento

    estamos inter(agindo) como nossos familiares, colegas, jornalistas, escritores etc., buscando convencer ou ser

    convencidos, seja por um simples e mail, seja por uma complexa frmula matemtica? Voc j se deu conta de

    que vive numa corrente ininterrupta de comunicao com inmeras peculiaridades que nos fazem ser

    compreendidos, mal interpretados, contestados e que nos fazem visualizar quo rica e complexa a

    comunicao humana? Voc j percebeu que a nossa interao algo mais do que apenas transmisso de

    mensagem, que queremos influenciar e que somos influenciados por meio da interao verbal e, ainda, que

    por meio dessa interao que nos constitumos como sujeito? sobre essa viso que trataremos nessa

    disciplina: Lingustica Interacional.

    A Lingustica interacional uma nova vertente da Lingustica que v a linguagem como uma atividade e

    que considera, no processo de interao, elementos que at ento no eram levados em conta pelos estudos

    lingusticos, como certas formas lingusticas ou extra lingusticas e a situao que envolve a interao.

    Para realizarmos nossos estudos, preparamos um roteiro que, inicialmente, nos possibilitar uma viso

    panormica da interao nos domnios filosficos e cientficos, antes mesmo do termo interao ser adotado

    nos estudos lingusticos; depois, faremos uma leitura de contribuies significativas de estudiosos como Mead,

    Bakhtin, Vygotsky, Goffman, Gumperz, Austin, Benveniste, entre outros, que podem ser consideradas como

    peas chave para o surgimento de estudos recentes que tentam elaborar uma descrio do processo

    interacional em variados contextos comunicativos e que levam em considerao o sujeito e as relaes

    interpessoais.

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    Assim, orientando nos por uma viso cronolgica e, depois, por uma viso investigativa dos estudos da

    linguagem numa dimenso interacional1, organizamos o contedo dessa disciplina em quatro unidades:

    Unidade I ESTUDOS INTERACIONAIS: DAS REFLEXES FILOSFICAS AOS ESTUDOS CIENTFICOS

    Nessa unidade, realizaremos uma leitura breve dos primeiros estudos interacionais, ainda fora do

    domnio da Lingustica, ou seja, estudos desenvolvidos por filsofos e psiclogos etc., que provocaram uma

    mudana de paradigma: na viso da linguagem e do pensamento, que passam a ser vistos de forma

    intersubjetiva.

    Unidade II ESTUDOS BAKHTINIANOS E DE SEU CRCULO: UM NOVO PENSAR SOBRE A LNGUA

    Unidade dedicada s contribuies de Bakhtin e seu crculo que imprimem uma nova viso da

    linguagem como uma atividade dimensionada no social, na qual o sujeito eu, historicamente situado, se

    constitui pelo reconhecimento do seu interlocutor.

    Unidade III PRAGMTICA E LINGUSTICA INTERACIONAL PELO VIS DA SOCIOLINGUSTICA

    INTERACIONAL, PRAGMTICA CONVERSACIONAL E ANLISE DA CONVERSAO

    Unidade voltada para as teorias de linguistas como Goffman, Gumperz, Austin, Searle, Grice e Kerbart

    Orecchionni que se focam numa dimenso interacional e social da linguagem, tecem grandes contribuies

    para a formao de uma Lingustica Interacional.2

    Unidade IV LINGUSTICA INTERACIONAL PELO VIS DA TEORIA DA ENUNCIAO DE BENVENSITE

    Com o propsito de continuar abordando teorias que comungam de uma viso da linguagem numa

    dimenso interacional, trataremos das contribuies de Benveniste; agora no caminho da Teoria da

    enunciao do estudo da linguagem em situao, da subjetividade da linguagem , que vo configurar um

    novo quadro terico nos estudos lingusticos.

    Esperamos contar com o envolvimento de todos vocs no sentido de construirmos, juntos, uma

    aprendizagem colaborativa e significativa.

    Boa interao na disciplina com todos e bons resultados no aprendizado.

    1Esta ltima, citada por Kerbart Orecchionni (2005), que expe dois caminhos dos estudos da interao: a) o da linguagem como forma de agir, o que

    originou a Pragmtica e a Anlise da Conversao, e b) o de que na linguagem e pela linguagem que o homem se constitui como sujeito, o queoriginou a Lingustica Enunciativa.

    2Mesmo que de forma abreviada, ilustraremos essas contribuies com exemplos (cartum, tirinha, placa de trnsito, cartaz publicitrio, poema etc.), no

    sentido de observarmos a aplicao das teorias expostas pelos tericos citados nesta unidade, o que nos permite ver organizao social do discurso eminterao e a dinmica das interlocues em situaes diversas de interao.

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    UNIDADE I

    ESTUDOS INTERACIONAIS: DAS REFLEXES FILOSFICAS AOS ESTUDOS CIENTFICOS

    Nesta unidade, vocs tero uma viso dos primeiros estudos interacionais, fora do domnio da

    Lingustica, e, logo em seguida, em outras unidades faremos uma exposio dos estudos interacionais mais

    recentes centrados nos precursores dessa viso, tais como Mead, Bakhtin, Vygotsky, Goffman, Gumperz,

    Autin, Searle, Benveniste, entre outros, que se voltaram para a linguagem em uso e que nos permitiram falar

    em uma Lingustica Interacional.

    Esses apontamentos no substituem as obras estudadas; apenas estabelecem um vis de abordagem

    de forma didtica e sistemtica de algumas diretrizes para essa disciplina que se anuncia.

    Breves refexes filosficas sobre a interao

    Antes de ser um objeto de anlise cientfica no sculo XX como veremos mais a frente , a interao

    foi tema da reflexo filosfica no sculo XVIII. Faraco3, em Comunicao no Congresso Internacional

    Linguagem e Interao, realizado em So Leopoldo RS, no ano de 2005, expe pesquisas que apontam as

    primeiras concepes interacionistas filosficas e cientficas que aqui sero apresentadas de forma breve.

    Essas concepes partem de um movimento que se ope a concepes centradas no sujeito que

    encontra sua plenitude apenas em si mesmo, que reconhece sua existncia por si e a partir de si, que senhor

    do prprio conhecimento. Esse movimento surge, ento, como uma rebelio contra o indivduo tomado,

    desde pelo menos o sculo XVI, de acordo com Faraco, como elemento axiomtico, inquestionvel, do

    pensamento moderno. Temos como marco inicial desse movimento o slogan do filsofo alemo Friedrich

    Jacobi (1743 1819) Sem o Tu no h o Eu. Isto , o Eu impossvel sem o Tu.

    Hegel (1770 1831), em sua obra Fenomenologia do esprito (1808), apresenta uma formulao dessa

    perspectiva interacionista na chamada Dialtica do reconhecimento, que resumidamente seria a

    conscincia de si por meio de um retorno a si mesmo a partir do outro.

    Essa perspectiva interacionista retomada por outros filsofos como veremos a seguir.

    3Leia o texto da Comunicao de Faraco, na ntegra, em: http://www.pucsp.br/isd/artigos/Interacao_e_Linguagem_Faraco.pdf.

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    Filsofos e suas vises interacionistas

    Ludwig Feuerbach (1804 1872) foi o filsofo alemo que elevou a interao, a priori, ao estatuto de

    dimenso, condio transcendental da existncia, substituindo a razo auto suficiente por uma razo

    relacional e a subjetividade isolada pela subjetividade relacional, efeito da relao intersubjetiva.

    Martin Buber (1878 1965), inspirado em Feuerbach, escreveu o livro Eu e Tu (na traduo brasileira),

    no qual constri uma espcie de ontologia da relao. Ontologia resumida em seu slogan com

    intertextualidade bblica: No princpio a relao. Nessa obra, Buber afirma que a alteridade precede a

    identidade e dela constitutiva, da ipseidade: Me torno na relao com o Tu. Portanto, a existncia humana

    emerge do dilogo. O dilogo determina a palavra como interao entre homens, a palavra no mais logos;

    ela fundamenta a existncia.

    Esse filsofo afirma que devemos presena do Tu as nossas possibilidades existenciais. Toda e

    qualquer funo psquica s se desenvolve, bem ou mal, na presena do outro. Ser reconhecido a pedra

    angular da construo do Eu: ser visto, reconhecido, respeitado.

    Buber afirma que o homem possui a capacidade de inter relacionamento com seu semelhante, ou seja,

    a intersubjetividade e, ainda, determina que intersubjetividade precisa ser refletida e analisada.

    Faraco, em Comunicao citada, debruando se sobre as afirmaes de Buber, postula que Do carter

    constitutivo, estruturante da inter relao, decorrem os fundamentos de uma tica do inter humano. O Tu

    tem o dever de reconhecer o Eu. E complementa com uma citao de Bakhtin, de 1961, que converge em

    pensamento como Buber, quando afirma e de certa forma complementa que A morte absoluta o no ser

    o estado de no ser ouvido, de no ser reconhecido, de no ser lembrado. Ser significa ser para um outro, e,

    por meio do outro, ser para si mesmo.

    A intersubjetividade passa a ser, no estudo da comunicao verbal, um princpio fundamental. Ela

    permite a comunicao e alcanada pela comunicao; algo negociado e demonstra a reflexibilidade das

    aes, i.e., como o outro responde ao que foi dito.

    Bakhtin foi, dentre os filsofos que trataram da interao, quem mais avanou em termos de uma

    anlise da linguagem. No chamado Crculo de Bakhtin, existiu um encontro entre a reflexo filosfica e a

    cientfica centrada na intersubjetividade. As reflexes bakhtinianas sero abordas mais adiante, por ns, na

    Unidade II, dedicada exclusivamente a esse filsofo e a seu Crculo.

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    Primeiros estudos cientficos sobre a interao

    A interao passou a ser objeto de estudo cientfico a partir do comeo do sculo XX. Faraco

    estabelece a obra do norte americano George Herbert Mead (1863 1931) como uma espcie de marco desse

    estudo. E sobre Mead nos diz que este recusou qualquer abordagem psicolgica que tivesse como

    fundamento o primado do indivduo, uma vez que v o indivduo como efeito da interao, e que este no

    pode ser o ponto de partida das teorizaes e anlises psicolgicas e sociais.

    Seu foco era, portanto, a construo do sujeito como efeito da interao. No h na obra Mente, Sef,

    Sociedade, de Mead, como aponta Faraco, um estudo especfico da linguagem na interao. H, sim, o

    reconhecimento do papel da linguagem como constitutiva dos processos sociointeracionais e da construo

    do sujeito.

    Hebert Blumer classificou o pensamento de Mead, juntamente com o de vrios filsofos e socilogos

    da poca, como pertencente a uma linha de pensamento denominada de Interacionismo simblico em um

    artigo sobre psicologia social publicada em o Homem e Sociedade em 1937.

    O interacionismo simblico tem sido muito empregado em estudos das novas formas de sociabilidade

    que emergiram com a Internet, por pesquisas multidisciplinares, principalmente por parte da sociologia,

    antropologia e psicologia

    Blumer sucedeu Mead no Curso de Psicologia Social, na Universidade de Chicago, e condensou as

    ideias de Mead em trs premissas:

    a) o modo como as pessoas veem os objetos depende do significado destas coisas para elas.

    b) este significado ocorre como resultado de um processo de interao social.

    c) significados de objetos podem mudar com o passar do tempo.

    Mead combateu o primado do indivduo e o

    determinismo absoluto da estrutura ao afirmar que o social

    nunca um dado homogneo, mas sempre heterogneo. O

    social contm uma multiplicidade daquilo que ele chama de

    outros generalizados.

    Complementando com as palavras de Faraco (2005): Desse modo, nenhum sujeito fica confinado nos

    limites de um nico outro generalizado, mas emerge de relaes simultneas ou consecutivas com vrios

    outros generalizados, muitos deles opostos entre si, contraditrios, conflitivos.

    O que merece especial destaque em Mead no domnio dos estudos da linguagem, conforme Faraco e

    outros pesquisadores da interao na linguagem, a sua concepo da linguagem no como estrutura, mas

    como ao ao intersubjetiva que, como tal, se internaliza e se torna ao intrasubjetiva.

    Outros generalizados

    Conjuntos de aes, representaes, valores

    e atitudes que circulam numa determinada

    sociedade.

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    Sintetizando as ideias de Mead, Faraco diz que na complexa viagem de nossa individualizao, somos

    instados a responder ao eu social internalizado, mas, tendo de lidar com a heterogeneidade e seus conflitos,

    cada resposta vai ter necessariamente um carter especfico, portanto imprevisvel.

    Conforme Faraco (2005), ideia semelhante de Mead apresenta Bakhtin (2002), quando este diz que:

    o vir a ser axiolgico de um ser humano o processo de assimilar seletivamente as palavras alheias. Ou, em

    outra formulao, na mesma obra, deve se ter em conta tambm a importncia psicolgica em nossas vidas

    do que os outros dizem sobre ns e a importncia, para ns, da compreenso e interpretao dessas palavras

    alheias (a hermenutica viva), ou seja, o produto do meu processamento do dizer, do inter agir dos outros

    generalizados.

    Tambm aqui h o reconhecimento do papel constitutivo do que os outros dizem de ns e do papel

    ativo do psiquismo no processamento desse dizer. Embora no haja um detalhamento desse processo psquico

    por parte de Mead, importante deixar em destaque, como ressalta Faraco, para no se perder de vista a

    complexidade do psquico, o pressuposto de que o psiquismo tem mesmo imerso na dinmica da interao e

    dela emergindo uma autonomia e uma ao prpria.

    Processo semelhante defender Vygotsky (1984) quando consolida sua teoria da cognio humana,

    vista como uma atividade que se d primeiro na interao que passa a ser considerada como a base da

    construo do conhecimento. Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo depende das interaes. Ou seja,

    h uma mudana de rota no percurso da psicologia a partir da viso vygotskyana: o que interessa, agora, o

    homem em interao com a realidade. Os pressupostos tericos desse psiclogo sociointeracionista tm dado

    grandes contribuies no campo educacional, iluminam a

    discusso sobre o aprendizado.

    De acordo com Vygotsky, uma caracterstica

    essencial do aprendizado a de apresentar vrios

    processos de desenvolvimento que ocorrem quando a

    criana interage em seu ambiente de convvio, vivencia

    esse ambiente. Um dos princpios bsicos da teoria de

    Vygotsky o conceito de zona de desenvolvimento

    proximal.

    Levando esse princpio para a educao, v se a

    importncia dos professores, de seus conhecimentos e de

    suas experincias no desenvolvimento do aprendizado da

    criana. A ideia de Zona de Desenvolvimento Proximal

    de grande relevncia em todas as reas educacionais e nos

    Zona de desenvolvimento proximal

    Representa a diferena entre a capacidade da

    criana de resolver problemas por si prpria e a

    capacidade de resolv los com ajuda de algum.

    Ou seja, teramos uma "zona de desenvolvimento

    auto suficiente" que abrange todas as funes e

    atividades que a criana consegue desempenhar

    por seus prprios meios, sem ajuda externa e a

    zona de desenvolvimento proximal, que

    abrange todas as funes e atividades que a

    criana consegue desempenhar apenas se houver

    ajuda de algum.

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    ricos que s

    e que foram

    nesta unidad

    ca evidente

    dimenso, c

    da linguag

    a linguagem

    base marx

    mo idealista

    ndo o enunc

    oldtiano, traica isolada, eual, supervalua, desta corse materializ

    ualidade de pstema estveapresenta coudo pelos lino ferramenta

    DE II

    S E DE SBRE A L

    sustentam g

    apresentado

    de, a estuda

    aqui a adv

    com o intuit

    gem

    e Esttica d

    ista quando

    e o objetiv

    ciado como p

    balha com aem que o atoorizando estrrente, resumza sob a formproduto acabel (lxico,mo um depngistas ema pronta para

    SEU CRLINGUA

    grande parte

    os por Bakht

    ar Bakhtin e

    ertncia de

    to de contrib

    da criao ve

    o, ao se opo

    vismo abstra

    produto de u

    a idiao dete seume se ama debado

    sitovistaa o

    LETRAS | 5

    RCULOAGEM

    e dos estud

    in e seu Crc

    a produo

    que resgata

    buir para um

    erbal, Bakhti

    or s duas

    ato, expe a

    uma intera

    53

    :

    dos lingusti

    ulo.

    de seu Crcu

    aremos ape

    m despertar

    in e seu crc

    orientaes

    a existncia

    o verbal.

    cos

    ulo,

    nas

    da

    culo

    do

    do

  • Am

    discurso na

    totalidade d

    quem cria o

    interlocutor

    Essa

    um novo sis

    constri alim

    A constitu

    A p

    de linguage

    organizado

    sim a enun

    horizonte e

    e a aprecia

    A l

    est sempr

    OBJET

    LETRAS | 54

    bas vises p

    a arte, ao a

    do artstico o

    ou de quem

    res presente

    as afirmae

    stema de pe

    mentando se

    uio da li

    artir de uma

    em como u

    s, nela e po

    ciao, que

    spacial dos i

    o.

    ngua, para B

    e ligada s

    TIVISMO

    Repredesenum sidistinessa cperpeindivitericemp

    4

    pecam pela

    analisar essa

    ou de qualqu

    contempla

    es na materia

    es nos levam

    ensar filosfi

    e de signos s

    inguagem

    a concepo

    uma ativida

    or ela, consti

    envolve ele

    nterlocutore

    Bakhtin, um

    estruturas s

    O ABSTR

    esentado penvolvido peistema abstnguir dos prcorrente, naetu los, aoidual dos faco abstrato,rica (la lan

    mesma falta

    as vises, po

    uer formao

    a criao, m

    alidade lingu

    m a crer que

    ico, que ente

    sociais, em m

    o social do ho

    de dimensio

    ituem se. O

    mentos ling

    es da situa

    m fato socia

    sociais. A co

    RATO

    elo pensamelos estruturtrato de formrocedimentoa verdade, so abordar unalantes e ao, homognengue) ou o

    a. Segundo

    or via liter

    o lingustica n

    mas na forma

    stica.

    estamos di

    ende o hom

    meio s rela

    omem, Bakh

    onada no s

    importante,

    usticos em

    o imediata

    l, cuja exist

    omunicao

    mento saussuralistas, redmas. Por peos da filologs faz reiternicamente adesenvolve

    eo, impossvsistema.

    Bakhtin/ Vo

    ria, tenta se

    no se locali

    a especial e

    ante de uma

    em como um

    es sociointe

    htin e seu C

    social. Na li

    , para Bakht

    uma realida

    a ao context

    ncia se fund

    aqui ente

    uriano eduz a linguagensar em segia tradicionr los ea produoer um constvel de verifi

    olochinov (s/

    e descobrir

    za nem no m

    momentne

    a tese que a

    m ser de ling

    eracionais (F

    rculo formu

    inguagem, o

    tin, no o

    ade extraver

    o mais ampl

    da na necess

    endida tamb

    gem aenal,

    trutoicao

    /d), em Disc

    o todo pela

    material nem

    ea de inter re

    apresenta um

    guagem cuja

    FARACO, 200

    lam sua pr

    os indivduo

    enunciado, o

    bal em que

    lo a compr

    sidade da co

    bm como u

    curso na vid

    a parte, poi

    m nas psiques

    elao entre

    ma nova lg

    a conscincia

    01, p.114).

    pria concep

    os socialme

    o produto, m

    est inserid

    reenso com

    municao q

    uma relao

    da e

    s a

    s de

    e os

    ica,

    a se

    o

    nte

    mas

    o o

    um

    que

    de

  • LETRAS | 55

    alteridade, na qual o sujeito eu se constitui pelo reconhecimento do seu interlocutor, o tu, ou seja, o

    reconhecimento de si se d pelo reconhecimento do outro (MARTINS, 1990).

    Bakhtin expe um modo de tratar a linguagem, sem a necessidade de separ la, como os estudos

    lingusticos de at ento, que a tratava como unvoca, quase imutvel, perfeitamente codificada, sempre

    idntica a si mesma, apenas reitervel. Tal viso tratada pelo mtodo formal, diferentemente de uma

    linguagem criativa (dinmica, plurvoca, aberta, sempre adaptvel s realidades da interao), mostrando o

    dialogismo como carter unificante de todas as atividades linguageiras, bem como no as separando dos seus

    sujeitos reais e concretos, com um olhar ao mesmo tempo compreensivo e abrangente do ser humano e de

    seu fazer scio cultural.

    Com base nessa exposio, abre se o caminho para um novo pensar sobre a linguagem, partindo agora

    do seu carter dialgico, que assume o comando. Isto permite uma reflexo diferente sobre os problemas de

    lingustica, filosofia da linguagem, psicologia, da esttica, de teoria literria e da cultura.

    Para Bakhtin/Volochinov (1999, p.127), a lngua como um sistema estvel de formas normativamente

    idnticas apenas uma abstrao cientfica que s pode servir a certos fins tericos e prticos particulares,

    no dando conta do que o texto define como realidade concreta da lngua.

    O que seria essa realidade concreta da lngua? Esta pergunta levantada em Marxismo e Filosofia da

    Linguagem a grande questo de Bakhtin quando se trata da passagem do sinal reitervel para o

    acontecimento nico, no reitervel, do evento das palavras, sua vida concreta. Essa viso transpe o

    abismo entre a representao abstrata do mundo, desprovida de sujeito, e a vida concreta da palavra,

    inseparvel do sujeito situado.

    O conceito de signo e o problema da significao

    Nos primeiros escritos de Bakhtin j se encontram importantes consideraes sobre a lngua, sobre o

    processo de significao da palavra e sobre a enunciao. Em particular, toda realizao concreta da lngua

    contm uma entonao valorativa que deve ser considerada.

    Com base nessa afirmao, Bakhtin deixa claro que a palavra ou o signo lingustico apresenta trs

    faces:

    1. seu aspecto de contedo,

    2. seu aspecto palpvel-expressivo e

    3. a entonao da palavra, onde se encontra o sujeito situado e o ato realizado.

  • O s

    direo do o

    est para s

    s/d, p.50).

    Nen

    correspond

    O s

    signo, com

    sinal/smbo

    resumindo

    natureza int

    O s

    interindivid

    e da qual n

    individual e

    (BAKHTIN/V

    Bak

    sociais e ide

    Para

    como tal, e

    linguagem,

    elemento q

    especfica;

    reconhecim

    (BAKHTIN/V

    p.194 5), co

    LETRAS | 56

    igno se expr

    objeto, sobr

    er dissemina

    nhum conte

    e ao valor af

    signo, para B

    o j tanto

    olo da lngua

    se a um ins

    ter individua

    igno, na vis

    dual, socialm

    unca deixam

    e uma outra.

    VOLOCHINOV

    khtin/Voloch

    eolgicos. Ba

    a Bakhtin, e

    esta forma

    a sinaliza

    que torna a

    da mesma

    mento do

    VOLOCHINOV

    oncentra sua

    Signo

    Sinal

    6

    ressa por sua

    e o que de

    ado nele, to

    edo pode

    firmado para

    Bakhtin, faz

    mencionada

    oficial, com

    strumento t

    al que se rela

    o bakhtinia

    mente organi

    mos de fazer

    . A prpria c

    V, 2002).

    inov se op

    akhtin/Voloc

    nquanto um

    no ter ne

    o no exist

    forma lingu

    forma que

    sinal, mas

    V, 1999, p.94

    a ateno so

    o: Decodific

    l: Identifica

    a entonao

    esejvel ou in

    rna se um m

    ser dito se

    a aquele que

    parte de u

    a, vem opo

    mo uma entid

    cnico. Nest

    aciona como

    ana, fruto

    izado, o que

    parte. Os sig

    conscincia i

    e tica s

    chinov (1999

    ma forma ling

    enhum valor

    e, pois a fo

    ustica um s

    e aquilo qu

    sua com

    4). Nessa cit

    obre a passa

    ado: com va

    do: sem val

    o, propriedad

    ndesejvel n

    momento co

    em que se

    e diz, por aqu

    ma realidad

    or se de S

    dade de cont

    ta concepo

    o a conscinc

    de uma cad

    e correspond

    gnos emerge

    ndividual es

    aussuriana,

    ) diz que no

    gustica for

    r lingustico

    rma j or

    signo no

    ue constitui

    preenso d

    tao, perce

    agem do sina

    alor lingust

    lor lingustic

    de da pronn

    ele. Desse m

    nstituinte do

    exista nele

    uele que pen

    de, reflete e

    Saussure. Pa

    tedo imut

    o, no vist

    cia mediante

    deia ideolg

    de a uma un

    em do proce

    st impregna

    que oculta,

    o se pode co

    apenas um

    . At mesm

    ientada pelo

    sua identid

    a decodifi

    da palavra

    be se que B

    al para o sig

    tico; ideolg

    co; etapa do

    ncia, que

    modo, coloca

    o evento viv

    e um tom

    nsa o conted

    e refrata ess

    ara este, o

    vel que no

    to carter id

    a encarna

    gica, s pode

    idade social

    sso de intera

    ada de conte

    em sua vis

    nfundir signo

    sinal e for p

    o nas prime

    o contexto,

    dade como

    cao da fo

    no seu

    akhtin, conf

    no, quando

    gico; unidad

    o signo

    uma atitude

    o em dire

    vo em proce

    emocional v

    do.

    sa realidade

    signo funci

    pode refleti

    deolgico do

    o material e

    e aparecer e

    em que est

    ao entre u

    edo ideolg

    so estrutur

    o com sinal:

    percebida pe

    eiras fases d

    j constitui

    sinal, mas s

    orma lingu

    sentido pa

    forme observ

    a compreen

    de social

    e valorativa

    o do que ain

    sso (BAKHT

    volitivo, o q

    e. Essa viso

    iona como

    ir nem refrat

    o signo, de

    em signos.

    em um terre

    amos inserid

    uma conscin

    gico (semiti

    ralista, os fa

    elo interlocu

    da aquisio

    um signo.

    sua mobilida

    stica no

    articular (..

    va Tezza (20

    nso da pala

    em

    nda

    TIN,

    que

    de

    um

    tar,

    sua

    eno

    dos

    ncia

    ico)

    atos

    utor

    da

    O

    ade

    o

    ..).

    003,

    avra

  • no se conf

    saussuriana

    Para

    signo, anun

    ser resumid

    fornece tod

    Bak

    necessrio,

    prprio mei

    Os

    ideolgicas,

    produo d

    consigo as d

    dos sujeitos

    assim se fu

    A si

    tomadas d

    significao

    A p

    resulta no s

    sentidos co

    apreciativo

    Ao

    da significa

    A pa

    Tema

    O temaprocessodetermi

    funde com a

    a.

    a o Crculo d

    ciado em M

    do ao estud

    das as condi

    khtin/Voloch

    antes de tud

    io para, dest

    signos forjam

    , que se ma

    essas prtica

    determina

    s que deles

    nda o dialog

    ignificao, n

    e forma iso

    o constitud

    palavra, a ca

    sentido que

    onforme a en

    .

    abordar a sig

    o, precisa

    a) uma v

    b) outra

    artir da, ele

    correspondo de comprinado tanto

    a sua mera id

    de Bakhtin, o

    arxismo e Fil

    o de um sis

    es para sua

    inov (1999)

    do, voltar se

    ta forma, alc

    m se no con

    anifestam, p

    as que presc

    es e conte

    se servem.

    gismo.

    na viso de

    olada, desco

    da pelo/no co

    ada context

    a palavra pa

    ntonao ex

    gnificao, B

    se orientar e

    voltada para

    voltada para

    distingue

    de ao sentidreenso ativo pelas form

    dentificao.

    o signo de Sa

    losofia da lin

    stema abstr

    a interpreta

    expe que

    e para as esfe

    anar a signi

    ntexto de pr

    por sua vez,

    cindiram de

    dos de sua g

    Como no

    Bakhtin e se

    ontextualiza

    ontexto (BAK

    to, ganha no

    assa a ter, ist

    xpressiva que

    Bakhtin/ Volo

    em duas dire

    a o significad

    a o significad

    do, que resuva, que seria

    mas lingstic

    . O sinal seri

    aussure o o

    nguagem, pe

    ato de rela

    o, fatores e

    para se obs

    eras das rela

    ificao.

    ticas scio

    nos prprio

    constituio

    gnese e de

    h linguage

    eu Crculo, n

    da, tampou

    KHTIN/VOLO

    ovas signific

    to , podem

    e foi dada a

    ochinov diz a

    ees:

    o contextual

    do no sistema

    ulta da unia a significacas, quanto

    a uma etapa

    objeto de es

    ertence ao es

    es formais

    externos dev

    servar e com

    aes sociais

    comunicativ

    os signos.

    o desses sign

    seu devir, e

    em neutra, n

    no pertence

    uco est fix

    OCHINOV, 19

    caes, a pa

    mos dizer que

    ela, o que s

    ainda que a

    e

    a da lngua.

    o entre os iao unitriao pelos elem

    a do signo, n

    studo das ci

    studo das ci

    s. A viso e

    vem ser cons

    mpreender o

    , preciso v

    vas, sempre

    impossvel

    nos. Nesse pr

    m geral, ma

    no h igua

    e s formas

    ada na me

    999; 2002).

    artir de um

    e uma palavr

    seria o nvel

    cincia que

    nterlocutora de uma e

    mentos no v

    LETRAS | 5

    na qual se re

    ncias natura

    ncias huma

    struturalista

    siderados.

    os fenmeno

    er os interlo

    prenhas de

    descartar a

    rocesso, os s

    is ou menos

    lmente ling

    lingusticas e

    ente dos int

    acento apr

    ra pode adq

    mais superf

    tem por obj

    res e s se rnunciao.verbais da s

    57

    estringiu vi

    ais, enquant

    nas e no po

    da lngua n

    os lingustico

    cutores em

    determina

    s condies

    signos arrast

    desconhecid

    uagem nic

    enquanto sin

    terlocutores

    reciativo. Ni

    uirir diferen

    ficial do ace

    etivo dar co

    realiza noO tema situao.

    so

    to o

    ode

    no

    os

    seu

    es

    de

    tam

    dos

    a e

    nal,

    . A

    isto

    ntes

    nto

    nta

  • H

    impossve

    (1999, p. 12

    perderia se

    p

    atividades d

    (re)constru

    (BAKHTIN/V

    de acordo

    contexto, te

    Para

    (BAKHTIN/V

    significao

    ndices de

    comunica

    este entre

    (BAKHTIN/V

    O e

    possveis, c

    Bakhtin/Vo

    para uma n

    Os s

    discursos, q

    interpreta

    significao

    p

    significao

    Significa

    A signifique rede signif

    LETRAS | 58

    uma relao

    el designar a

    29). O tema

    u elo com o

    reciso consid

    de linguagem

    do numa sit

    VOLOCHINOV

    com Ribeiro

    endo as pala

    a Bakhtin,

    VOLOCHINOV

    o adquire num

    valores em

    o. Esta plu

    cruzamento

    VOLOCHINOV

    entendiment

    como afirm

    lochinov em

    nova lingust

    signos apont

    que se const

    es, as refra

    o sem a refra

    or meio da

    o. Como exp

    ao

    cao, diferepetida, elaficar.

    8

    o entre o tem

    a significao

    , por sua ve

    que precede

    derar a lingu

    m, mobilizand

    tuao concr

    V/, 1999), em

    o (2003), po

    vras tantas s

    os signo

    V, 1999). Pa

    m processo d

    uma dada

    urivalncia so

    dos ndice

    V p.46).

    o e o estud

    a Bakhtin,

    m Marxismo

    ica, cuja mat

    tam para um

    titui pelas vo

    aes, que s

    o, a partir

    operao d

    pe Faraco (

    rentementeno quer d

    ma e a signifi

    o de uma p

    ez, deve apo

    e e o que seg

    uagem em s

    do a materia

    reta de enun

    m funo do

    odemos conc

    significaes

    os no ap

    ra esta viso

    dialgico. Iss

    comunidade

    ocial do sign

    es de valor

    o desse pro

    no terreno

    e Filosofia d

    tria seria a

    ma realidade

    ozes sociais.

    o, por sua

    r de uma dad

    de reflexo

    2003, p.50):

    e do tema, ddizer nada e

    cao: no

    alavra isolad

    oiar se sobre

    gue, ou seja,

    eu funciona

    alidade lingu

    nciao. A to

    o contexto e

    cluir que a s

    quantos for

    penas refle

    o, h sempre

    so ocorre em

    e, que se u

    no ideolgico

    res que to

    ocesso ideol

    o da filosof

    da Linguage

    lngua, com

    que lhes e

    Esse signo s

    vez, condi

    da orientao

    e refrao s

    As significa

    deve ser entem si mesma

    h tema sem

    da (...) sem

    e certa esta

    ele perderia

    mento efetiv

    stica dos dis

    oda palavra

    da situao

    significao

    rem os conte

    etem o m

    e um novo c

    m funo de

    tiliza de um

    o um trao

    rna o sign

    gico, que s

    fia da lingu

    m como apo

    mo um instru

    externa. Est

    se realiza de

    es necessr

    o dialgica p

    simultnea

    es (...) so

    tendida coma, ela ape

    m significa

    fazer dela o

    bilidade da

    a, em suma, o

    vo e conside

    scursos, trat

    conferida

    de comunic

    determina

    extos.

    mundo, ma

    caminho entr

    um confront

    m nico e m

    o de maior i

    o vivo e m

    e materializ

    agem. A p

    onta Faraco

    mento racio

    o envoltos e

    modo refra

    rias a esse s

    rpria de tod

    nos signos

    o constituda

    mo re interenas, em po

    o, e vice ver

    o elemento d

    significao,

    o seu sentido

    erar a rela

    tando do sen

    uma mobilid

    ao. A part

    ada sempre

    s tambm

    re palavra e

    to de interes

    mesmo signo

    importncia.

    mvel, capa

    a no lingust

    proposta, ap

    (2003), d

    onal e vivo da

    em uma atmo

    tado, consti

    signo, pois n

    do discurso.

    que ocorre

    as na dinmi

    vel e idnttencial, a p

    rsa. Alm dis

    de um tema

    caso contr

    o.(Idem).

    o dialgica

    ntido como a

    dade especf

    tir dessa vis

    em funo

    o refrat

    aquilo que

    sses sociais, d

    o ideolgico

    . Na verdade

    az de evolu

    tico, tornam

    presentada

    de lanar ba

    a sociedade.

    osfera social

    tuindo diver

    o possve

    o processo

    ca da histri

    tica cada veossibilidade

    sso,

    a...

    rio

    nas

    algo

    fica

    o e

    do

    tam

    sua

    dos

    de

    e,

    uir

    m se

    por

    ases

    .

    l de

    rsas

    el a

    de

    ia e

    ze

  • LETRAS | 59

    esto marcadas pela diversidade de experincias dos grupos humanos, com suas inmeras contradies e

    confrontos de valorao e interesses.

    Entendemos que a refrao corresponde diversidade e s contradies histricas dos seres humanos.

    Trata se de um conjunto de mltiplos discursos sociais, denominada por Bakhtin (1999) de vozes sociais que

    deve ser entendido como a forma em que um grupo social representa o mundo, a sua realidade por meio do

    processo de significao dos enunciados. Todo signo, todo enunciado encontram o objeto a que se referem

    envolto por uma atmosfera social de discursos, constitudos pelas vozes sociais.

    A partir do conceito de dialogismo, to caro a Bakhtin, pde se traar uma teoria do discurso, na

    qual a conscincia individual um fato scio ideolgico e se constitui de uma experincia no processo de

    comunicao, a partir do social. Compreender o discurso seria v lo como objeto, produzido a partir de

    determinados condicionamentos histricos em relao dialgica com outros discursos. Assim o dialogismo

    passa a ser a primeira preocupao do estudioso do texto e do discurso.

    O discurso verbal, o extraverbal e o enunciado concreto

    Qualquer discurso verbal nasce de uma situao pragmtica extraverbal e mantm a conexo mais

    prxima possvel com esta situao, formando uma unidade indissolvel. Ao tomar o discurso verbal isolado,

    como fenmeno lingustico, no pode, naturalmente, ser verdadeiro ou falso, ousado ou tmido. O

    extraverbal integra se ao verbal, ou enunciado, como parte constitutiva essencial da estrutura de sua

    significao (BAKHTIN/VOLOCHINOV, S/d).

    O enunciado uma unidade real, determinada pela alternncia dos interlocutores. Segundo

    VOLOCHINOV/BAKHTIN (1999), h trs fatores que envolvem o enunciado e sua enunciao:

    a) o horizonte espacial comum dos interlocutores;

    b) conhecimento e a compreenso da situao por parte dos interlocutores; e

    c) a avaliao comum dessa situao.

    Esses fatores integram a situao de comunicao que por sua vez faz parte de uma corrente maior,

    ininterrupta da cadeia de comunicao.

    Um enunciado concreto, conforme Bakhtin/Volochinov (s/d), como um todo significativo comporta:

    aquilo que percebido, o verbal, ou realizado em palavras, e o que presumido, o que est revelado no

    verbal. A parte presumida resulta de um fenmeno puramente social, de um horizonte comum a todos,

    materializando se em atos sociais regulares e essenciais que unem os interlocutores no momento da

  • enunciao

    Tanto a form

    O q

    contexto ex

    Neste caso,

    tambm o

    estabelece

    Por

    pretende in

    insustentv

    como: o am

    p.26 27). O

    sequncias

    enunciado,

    Relaes

    A si

    discurso. S

    envolvidos,

    particular, e

    diferenteme

    Par

    ininterrupto

    com os olh

    tecido dial

    Concep

    Sentido

    Sentido

    LETRAS | 60

    . Neste inte

    ma como o s

    que distingue

    xtraverbal. E

    o horizonte

    caso da en

    um elo entre

    tanto, no en

    nstituir certa

    vel. Alm dis

    mbiente fsico

    ambiente f

    verbais que

    desde o seu

    dialgicas

    ituao de e

    o as difer

    entre o fala

    entre aquele

    ente acentua

    a Bakhtin (

    o: interrogam

    os, o lbios

    gico da exist

    es de Di

    o estrito: A i

    o amplo: O d

    0

    ervalo o eu

    significado s

    e um enunc

    Este que po

    e presumido

    ntoao, que

    e o discurso

    nunciado est

    a relao. A

    sso, os enun

    o da enuncia

    sico da enun

    envolvem o

    formato a s

    s, pluriling

    nunciao, c

    enas que

    ante e o siste

    e e o contex

    ados e ideolo

    (2000), a vi

    mos, respon

    , os gestos;

    tncia huma

    logo

    interao ve

    dilogo entr

    realiza se

    o determina

    iado de out

    de ser imed

    pode abarca

    e transporta

    verbal e o co

    t instaurad

    A ideia de q

    nciados poss

    o, o cotex

    nciao dete

    enunciado.

    eus anteced

    guismo e p

    conforme Ba

    se verificam

    ema lingust

    xto imediato

    ogicamente

    ida dialg

    ndemos, con

    com todas

    na.

    erbal entre

    re outros di

    verbalment

    ados por ess

    ro, que pod

    diato ou no

    ar desde fam

    a o discurso

    ontexto extra

    o um enunc

    que o enunc

    suem marca

    to e os sabe

    erminado no

    E, os sabere

    entes sociol

    plurilingui

    akhtin, est c

    m no dilog

    ico, no qual

    o, povoado p

    saturados.

    gica por na

    ncordamos e

    as suas a

    interlocuto

    iscursos, co

    e sobre um

    sa interao.

    e ser concre

    o quando se

    mlia a naes

    o verbal par

    averbal.

    ciador e os i

    ciado possu

    s que as pr

    res anteriore

    o prprio enu

    s anteriores,

    ingusticos.

    ismo dialo

    condicionada

    go entre o

    assenta o d

    por uma mu

    tureza. Vive

    etc. Neste p

    es. Pondo se

    ores, o princ

    nstituindo a

    ns torna

    etamente id

    e expande n

    s; desde dias

    ra alm de

    nterlocutore

    i um sentid

    rendem sit

    es enuncia

    unciado. O c

    , tudo que co

    ogizado

    a ao dilogo

    locutor e o

    iscurso e do

    ltiplicidade

    er significa

    processo dia

    e todo na p

    cpio fundad

    a significa

    ando se um

    ntico, a c

    o espao co

    s, anos a po

    suas fronte

    es com quem

    o fixo fora

    tuao da e

    o (MAING

    cotexto que

    olabora para

    o seja qual fo

    o interlocuto

    o qual deriva

    de linguagen

    participar d

    lgico, o ho

    palavra, o ho

    dor da lingu

    o.

    ato interati

    conexo com

    omo no tem

    ocas inteiras.

    iras. ela q

    m o enuncia

    de contexto

    enunciao, t

    UENEAU, 20

    corresponde

    a a formao

    or o produto

    or diretame

    a o seu discu

    ns ou discur

    de um dilo

    omem partic

    omem entra

    agem.

    ivo.

    m o

    mpo.

    H

    que

    dor

    o

    tais

    001,

    e s

    o do

    o do

    nte

    urso

    rsos

    ogo

    cipa

    no

  • LETRAS | 61

    Ao tratar do discurso como objeto de estudo, Bakhtin aponta para duas diferentes concepes do

    dilogo (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 109).

    O dialogismo tem por objetivo efetivo as relaes dialgicas, ou seja, todas as relaes que

    envolvem o processo de interao da linguagem, s que est subordinada ideologia do cotidiano e aos

    sistemas ideolgicos constitudos (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p 37 e 118 121). Acerca disso, tem se que,

    nos discursos, falam se vozes diversas que espelham a compreenso de classe ou segmento de classes do

    mundo em um dado momento histrico.

    Esse carter dialgico da linguagem, em Bakhtin, no est apenas presente nas relaes entre um

    enunciado e a palavra de outrem. Est tambm nas relaes do enunciado consigo mesmo (ressalvas

    internas), relaes estas que possam gerar significao de resposta, considerando as posies avaliativas,

    sendo as relaes dialgicas constitutivas por ndices sociais de valor entre pessoas, socialmente organizadas,

    o que geram consensos, mas tambm tensos combates dialgicos, pois toda enunciao efetiva, seja qual for a

    sua forma, contm sempre, com maior ou menor nitidez, a indicao de um acordo ou de um desacordo com

    alguma coisa. (...) encontram se numa situao de interao e de conflito tenso e ininterrupto.

    (BAKHITN/VOLOCHINOV. 1999, p. 107).

    Visto dessa forma, o dilogo, que era estudado no seu aspecto composicional de estruturao

    discursiva, passa a ser visto como um espao de lutas entre as vozes sociais, a partir de foras que buscam

    centralizar as vozes, num plurilnguismo convergente. J as foras descentralizadoras combatem o processo

    de centralizao das ideias, por meio de processo dialgicos, tais como a polmica explcita ou velada, a

    hibridao ou a reavaliao, a sobreposio de vozes etc.

    Todo enunciado correlaciona se com o j dito, provocando respostas as mais diversas, num

    dialogismo sem fim, numa corrente ininterrupta sob uma dupla orientao:

    a) como um processo de interao, em que o locutor se volta para seu interlocutor na

    interao face a face ou no; e,

    b) como um processo de constituio em que o discurso se constitui por meio de outros

    discursos, numa relao interdiscursiva.

    Essa concepo de dialogismo aproxima se das teorias pragmticas, do discurso e do texto. Quando se

    afirma tambm que impossvel uma formao individual sem alteridade. Isto mostra o quanto o outro que

    delimita e constri o espao de atuao do eu no mundo.

    Se os discursos falam vozes diversas, que mostram a compreenso que dada classe ou segmento de

    classe tem do mundo, em um dado momento histrico, os discursos so, por definio, ideolgicos, marcados

  • por coere

    vozes sociai

    Essa

    significae

    a face (FA

    presente se

    Bakhtin, ne

    desta dialo

    compreend

    A s

    depende de

    qualquer co

    Bak

    lngua; deta

    linguagens

    modas pass

    introduzido

    autor, dos d

    variedade d

    Aspect

    Todo dfiliando

    comun

    Todo d

    presum

    Todo d

    sociais

    Plurilng

    Meio no

    acento i

    LETRAS | 62

    es sociais. De

    is que corres

    a dialogia su

    es, entendida

    ARACO, 2003

    e encontra c

    m a lingusti

    gicidade int

    er como ess

    intaxe discu

    e fatores soc

    ontedo, s q

    khtin traz o c

    alhada nas p

    de gneros,

    sageiras, da

    os no romanc

    discursos dos

    de vozes soci

    tos da dialo

    izer no poo se a forma

    icao.

    izer orien

    mindo se se

    izer intern

    .

    guismo dial

    o qual a lng

    individual.

    2

    esse modo, o

    spondem a fo

    urge para de

    as como se r

    3, p.70). Tra

    com o discur

    ica, tampouc

    erna do disc

    a dialogicida

    rsiva compr

    ciais e abarca

    que est det

    conceito de p

    palavras dess

    , fala das ge

    s linguagen

    ce (e em qua

    s narradores

    iais sempre d

    ogicidade de

    de deixar daes discu

    tado para a

    mpre em au

    namente di

    logizado

    gua vive e se

    o discurso

    ormaes id

    esignar o c

    realizando re

    ata se de um

    rso de outre

    co a estilstic

    curso. Conh

    ade se realiza

    reende os p

    a os conted

    terminado pe

    plurilnguism

    se autor: em

    eraes, das

    s de certos

    alquer outro

    s, dos gnero

    dialogizadas.

    e todo dize

    e se orientarsivas anter

    a resposta: ouditrio soc

    alogizado:

    e forma e se

    disseminado

    eolgicas.

    omplexo da

    esponsivame

    m fenmeno

    em e travam

    ca, debruar

    hecer a estr

    a e funciona.

    rocessos de

    dos que so i

    elo todo enu

    mo, como res

    m dialetos soc

    s idades, da

    dias e mes

    texto, no no

    os intercalad

    .

    er

    ar para o jriores. Vive

    o enunciadocial (BAKHT

    heterogn

    e transform

    o por estas c

    s relaes d

    ente de mod

    o prprio a

    m uma viva e

    am se sobre

    rutura do di

    .

    estrutura

    investidos no

    unciativo e id

    sultado de u

    ciais, maneir

    s tendncia

    smo de cert

    osso caso o p

    dos etc. Cada

    dito: todmos numa

    o espera co

    IN, 1999, p.

    neo, uma

    ma, pleno d

    coeres soc

    dialgicas, a

    o similar s

    qualquer di

    e tensa inte

    e a semntica

    scurso, sua

    o do discur

    os moldes si

    deolgico qu

    uma estratific

    rismos de gr

    s, das autor

    tas horas, n

    publicitrio),

    a discurso pe

    o enunciadcorrente in

    ntinuament

    . 112 3)

    articulao

    de conted

    ciais e est a

    dinmica do

    rplicas de u

    scurso, qua

    rao. Confo

    a, a sintaxe e

    sintaxe e su

    rso. A semn

    ntticos. O d

    e o constitui

    cao intern

    rupos, jarge

    ridades, dos

    no seu mom

    , por meio d

    ermite um ex

    o uma rpinterrupta d

    te uma rpl

    de mltipla

    o e marcad

    ssentado so

    os signos e

    um dilogo f

    ndo o discu

    orme o prp

    e a composi

    ua semntic

    ntica discurs

    discurso veic

    i.

    na de uma da

    es profission

    s crculos e

    mento histr

    os discursos

    xerccio de u

    plica,de

    lica,

    as vozes

    o por um

    bre

    das

    ace

    urso

    prio

    o

    a

    siva

    cula

    ada

    ais,

    das

    ico,

    s do

    uma

  • O p

    No dizer de

    linguagem;

    por sua vez,

    Em

    todo enunc

    Lingustica e

    personifica

    sua existn

    contradie

    grupos sc

    entrecruzam

    Des

    monolgica

    discursivos

    do mundo,

    linguagem

    Concluind

    Com

    para forma

    interao v

    interao e

    Agocovo

    lurilingismo

    e Bakhtin (1

    alm disso,

    , variam seg

    suma, toda

    ciado o plu

    e a Estilstica

    as foras ce

    ncia histric

    es scio ideo

    cio ideolgico

    m se de man

    ssa viso ba

    a, isolada, o

    utilizam se d

    formas de s

    no um m

    do

    m ficou evide

    o de uma

    verbal, o asp

    ntre sujeitos

    ra mc

    o se remete

    1999, p112)

    cada idade t

    undo outros

    produo d

    urilinguismo

    a, para servir

    entrfugas, de

    ca, a lingua

    olgicas entr

    os, entre c

    neira multifo

    akhtiniana,

    ou nica, em

    do conhecim

    ua interpreta

    meio neutro

    ente, resgata

    nova Lingus

    pecto scio h

    s scio histor

    oportuna tBakhtin e separtir da visconceito de lenunciao,

    realidade

    : (...) cada

    tem seu fala

    fatores de e

    discursiva re

    dialogizado

    r s tendnc

    escentralizad

    agem gra

    re presente e

    orrentes, es

    rme, forman

    importante

    m nenhuma

    mento das lin

    ao verbal,

    (BAKHTIN, 1

    amos apena

    stica que con

    histrico. A

    ricamente sit

    tambm a elau Crculo, viso de Bakhtinlngua e lingudilogo, dial

    heterognea

    gerao, em

    ar, seu voca

    estratificao

    pousa sobre

    o. Bakhtin (1

    ias centraliza

    doras e estra

    andemente

    e passado, e

    scolas, crcu

    ndo novos f

    e guardar a

    de suas in

    guagens, do

    perspectiva

    1999, p. 113

    s algumas lin

    nsidera, alm

    lngua, na o

    tuados.

    aborao de ustos nesta unn. Entre os teuagem, signologismo, plur

    a da linguage

    m cada uma

    bulrio, seu

    o.

    e um plurilin

    999, p. 85)

    adoras, igno

    atificadoras.

    pluridiscurs

    entre diferen

    ulos, etc., e

    alares socia

    idia de q

    stncias. No

    o plurilinguism

    s referenciai

    4).

    nhas do pen

    m do aspecto

    obra de Bakh

    um Glossrioidade, tendormos que voo, tema e signrilinguismo, e

    em e multi

    a de suas ca

    sistema de

    nguismo e o

    alerta que a

    ravam o plur

    E diz ainda

    siva. Deve s

    ntes pocas

    etc. Estes

    almente tpic

    ue a linguag

    o Romance

    mo, que so

    is, semntica

    nsamento de

    o dialgico da

    htin, configu

    o com termoscomo objetivo compor essnificao, alteentre outros.

    LETRAS | 6

    plicidade de

    amadas soci

    acentuao

    ambiente d

    a Filosofia d

    rilinguismo d

    que: em cad

    e isso c

    do passado,

    falares do

    cos. (BAKHTI

    gem no

    como em o

    pontos de v

    as e axiolgic

    e Bakhtin, qu

    a linguagem

    ura se como

    s chave das ovo a fixao dse Glossrio eeridade, enu.

    63

    lnguas soci

    iais, possui

    particular, q

    de produo

    a Linguagem

    dialogizado q

    da momento

    coexistncia

    , entre diver

    plurilingis

    N, 1999, p.9

    uma realida

    outros gne

    vista especfi

    cas. Portanto

    ue contribur

    no processo

    um espao

    obras dedesses termoestariam onciado,

    ais.

    sua

    que,

    de

    m, a

    que

    o da

    de

    rsos

    smo

    8)

    ade

    eros

    cos

    o, a

    ram

    o de

    de

    os a

  • PRAGSC

    Nes

    linguagem,

    intuito de o

    essas contr

    nos permite

    diversas de

    A p

    funo sci

    puramente

    abstrata da

    Essa

    como por A

    linguagem e

    uma lingus

    A p

    discursivos,

    Pragm

    O termoramos dparte d2006,11no seuestudioseus prda lngu

    LETRAS | 64

    GMTICSOCIOCONVE

    sta unidade,

    o seu papel

    observarmos

    ribuies com

    e ver organ

    interao.

    partir dessa v

    io comunica

    formal das

    lngua para

    a mudana

    Austin (MAR

    em uso e do

    tica interacio

    pragmtica, d

    , tendo com

    tica

    o pragmtde estudo da semitica1). Essa vislivro Pragm

    oso, os estudodutores, nua(gem) at

    4

    CA E LINLINGU

    ERSACIO

    veremos alg

    l constitutivo

    s a aplicao

    m exemplos

    izao socia

    viso interac

    ativa e aspec

    estruturas d

    o uso que os

    denomina

    CUSHI, 2008

    os processos

    onal.

    de forma ge

    mo foco de

    ica foi intrda Semiticaa que trata do de Morrimatics, tentados pragmno dando e ento.

    UN

    NGUSTSTICA ONAL E

    gumas teoria

    o no curso d

    o das teoria

    (cartum, tir

    l do discurs

    cional da ln

    ctos cognitiv

    da lngua, ou

    s falantes de

    ada de vira

    8) e que vem

    s sociais que

    eral, correspo

    e anlise os

    oduzido poa: sintaxe, sda relao es retomada re definirticos devemexclusividad

    NIDAD

    TICA ININTERAE ANLI

    s lingusticas

    das relaes

    s expostas p

    rinha, placa d

    so em intera

    ngua(gem), o

    vos comear

    u seja, o foc

    ela fazem.

    da pragmt

    m intensifica

    e motivam a

    onde ao est

    s usos e n

    or Charles Msemntica eentre os signda e, s vezo termo conm se voltarde ao produ

    DE III

    TERACIACIONAISE DA

    s que conceb

    dialgicas e

    pelos terico

    de trnsito,

    ao e a din

    o uso da ln

    ram a se sob

    co dos estud

    ica que foi

    r as abordag

    a produo d

    tudo da lngu

    o as form

    Morris, em 1pragmticanos e os usues, contestansiderandopara o procto final, com

    IONAL AL, PRAGCONVE

    bem a dimen

    e na constru

    os citados n

    cartaz publi

    nmica das i

    gua em situ

    bressair em r

    dos lingustic

    i impulsiona

    gens interac

    dos enunciad

    ua relaciona

    mas. Conform

    1938, quanda. Na sua viurios dos sada por mua sua comp

    cesso de promo vinha se

    PELO VGMTIERSA

    nso interaci

    o dos sen

    essa unidad

    icitrio, poem

    nterlocue

    uaes conc

    relao an

    cos se desloc

    da tanto po

    ionistas de i

    dos verbais,

    ado a fatore

    me Francis

    do apresentso a pragmsignos (ARMitos estudioplexidade. Poduo da lendo feito p

    VIS DACA O

    onal e social

    tidos. E, com

    e, ilustrarem

    ma etc.), o q

    s em situa

    retas, com s

    lise imanen

    ca da estrut

    or Wittgenst

    investigao

    resultando

    s contextuai

    Jacques (ap

    tou os trsmtica aMENGAUD,osos. LevisoPara estengua e depelos estudo

    A

    l da

    m o

    mos

    que

    es

    sua

    nte,

    ura

    tein

    o da

    em

    is e

    pud

    on

    os

  • ARMENGAU

    discursivo, c

    Arm

    do falante e

    serve apena

    importante

    precisa sabe

    em context

    Com

    comportam

    pois ela nos

    A d

    sociolingus

    ligadas pr

    terico. Qu

    sentido de u

    Mo

    mudana no

    qual a lingu

    individual q

    individuais

    das relae

    levados a u

    interacioni

    usam esse

    Lingustica,

    Lingust

    Configuconsideconversreferenlinguage

    UD, 2006), o

    comunicativ

    mengaud (20

    e do ouvinte

    as para repr

    na viso pra

    er para ente

    o, considera

    mo afirma

    mento da ling

    s faz ver que

    imenso int

    stica interaci

    agmtica, v

    adro que foi

    um enunciad

    rato (2004),

    os estudos l

    uagem no p

    que se form

    dos outros.

    es entre ind

    uma viso

    ismos e in

    mesmo rt

    como a soci

    tica Interac

    ura se um coerada matersacionais, cociais e inferem (Morato

    s estudos pr

    o e social.

    06) expe q

    e. Explicando

    resentar o m

    agmtica por

    nder e avalia

    ndo a compe

    Tavares (20

    guagem, dev

    a lngua, me

    teracional te

    onal, anlise

    o se opor

    antecipado

    do se no se

    , em seu a

    ingusticos a

    pode ser pen

    ma e se de

    Essa nova li

    divduos e so

    nica ao rela

    nteracionism

    tulo. Dada

    ologia, antro

    ional

    onjunto derial interativomunicaorenciais realo, 2004)

    ragmticos d

    ue para a pr

    o melhor, a

    mundo, mas t

    rque atrav

    ar o que di

    etncia com

    007), para

    emos ter co

    esmo em situ

    em sido trata

    e do discurs

    viso imane

    por Bakhtin

    leva em con

    artigo O in

    a partir da co

    nsada em te

    senvolve em

    ngustica sur

    ociedade. M

    acionar indiv

    os, isto ,

    essa plurali

    opologia etc.

    questes ligvo: prticas,o verbal e nlizadas pelo

    devem abord

    agmtica int

    atravs dos

    tambm par

    s dele que

    to. Por fim,

    unicativa do

    atingirmos

    mo base o e

    uaes atpic

    ada por vr

    o, lingustica

    ente da lngu

    , a partir de

    nta a intera

    nteracionism

    onstruo do

    ermos de for

    m uma inte

    rge de um e

    Morato (2004

    vduo e socie

    h diferente

    dade, o int

    .

    gadas a tod, estratgiaso verbal, cos falantes,

    dar a linguag

    teressa: os a

    atos de fala

    ra realizar a

    os atos de fa

    o desempen

    o falante e do

    um entend

    estudo da pra

    cas, pode ser

    ias disciplina

    a textual, teo

    a e, consequ

    uma constat

    o verbal.

    o no camp

    o campo den

    rmas da lng

    erao const

    esforo plurid

    4) diz que,

    edade. Esta

    es vises nas

    teracionismo

    o o tipo des e operaconstruonormas pra

    gem como fe

    atos de fala, o

    a que se per

    es; falar

    ala so emiti

    ho que corre

    o ouvinte.

    dimento e

    agmtica, nu

    r estudada e

    as lingustica

    orias da enu

    uentemente,

    tao de que

    po lingstico

    nominado L

    ua, mas de

    tante e con

    disciplinar co

    ao pensar

    estudiosa n

    s teorias dos

    o circula em

    produo les linguagede valores c

    agmticas q

    LETRAS | 6

    enmeno sim

    o contexto e

    rcebe que a

    tambm ag

    idos; envolve

    esponde re

    compreens

    uma dimens

    compreend

    as: anlise d

    unciao, en

    , constituir u

    e no se pod

    o, ressalta

    Lingustica In

    uma experi

    ntnua com

    om vistas ao

    em interacio

    nos leva a ve

    s estudos int

    m reas que

    ingstica qeiras, dinmculturais, atue presidem

    65

    multaneame

    e o desempen

    linguagem n

    ir. O context

    e tudo o que

    ealizao do

    o integral

    o interacion

    ida.

    da conversa

    tre outras q

    m novo qua

    de determina

    a significat

    nteracional,

    ncia discurs

    os enunciad

    o entendime

    onismo, som

    er que exist

    teracionais q

    e vo alm

    que micas de troctividadesm a utiliza

    nte

    nho

    no

    to

    e se

    ato

    do

    nal,

    o,

    que,

    dro

    ar o

    tiva

    no

    siva

    dos

    nto

    mos

    tem

    que

    da

    cas

    o da

  • LETRAS | 66

    No podemos desconsiderar que a linguagem profundamente determinada pelo momento histrico,

    pelas contradies sociais e pelos conflitos ideolgicos de classes sociais, de geraes, de gnero, de grupos

    tnicos etc. Deve se conceber a lngua como um conjunto aberto e mltiplo de prticas sociointeracionais,

    orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados.

    A lngua viva s existe no contexto das relaes sociais, constituindo se, os sujeitos e a linguagem,

    nos mltiplos discursos e vozes que a integram. A linguagem como "cdigo", como sistema (esttico) posta

    de lado, em proveito da interao discursiva como ponte, lanada entre as pessoas, socialmente, envolvidas.

    Vivemos em uma corrente ininterrupta de comunicao na qual a linguagem e o pensamento,

    constitutivos do homem devem ser vistos como necessariamente intersubjetivos. Bakhtin (1999) considera a

    interao a realidade fundamental da linguagem e nos diz que os indivduos no recebem a lngua acabada,

    pronta para ser usada, eles penetram na corrente da comunicao verbal, ou melhor, somente quando

    mergulham nessa corrente que sua conscincia desperta e comea a operar. (BAKHTIN, 1999, p.108).

    Caminha se, assim, para um redimensionamento da Lingustica, cujo objeto de estudo a linguagem

    em uso; de forma simples, passa se a pensar o fenmeno lingustico no apenas como lngua, no nvel de

    construo sinttica de frases e da construo de estruturas morfossintticas, mas como linguagem, com o seu

    contexto, intenes e atitudes que visa a uma aptido para a comunicao e eficcia na interao.

    Primeiros estudos da linguagem em uso

    Nessa nova dimenso lingustica, a noo de interao surge como categoria de anlise a partir da

    dcada de 60 do sculo XX. Nos anos de 1960, os primeiros passos foram dados pelos linguistas Bally e

    Jakobson; Bally foi o primeiro linguista, segundo Teixeira e Flores (2005), a formular um raciocnio direcionado

    para a enunciao. Bally constri uma anlise fundamentada na presena da enunciao no enunciado. Ao

    retomar as noes de dictum (a estrutura semntica da frase) e de modus (reao de um sujeito modal diante

    do dictum), tidas como fundamentais em sua Linguistique Gnrale et Linguistique Franaise, mostram a

    presena de um sujeito e de um verbo modal no enunciado. Roman Jakobson que se volta para os fenmenos

    comunicacionais juntamente com os trabalhos desenvolvidos por Dell Hymes e, em seguida, por Gollfman e

    John Gumperz. A anlise interacional deve dar conta dos fenmenos dinmicos e emergente do processo da

    interao.

    Para Morato (2004), a partir dos estudos de Hymes e Gumperz acerca da linguagem com vistas para o

    contexto social, os estudos lingusticos voltam se para os fenmenos comunicacionais contribuindo, com isso,

    para o surgimento e formao de uma Lingustica Interacional.

  • Del

    competnc

    audio bas

    no dava co

    que preside

    da fala. Des

    assim, sua p

    O u

    fazer pedido

    podem ser

    faladas no c

    Hym

    possibility,

    appropriate

    pragmtica

    Can

    segunda ln

    a) Co

    b)Com

    regras de in

    c) Com

    d) Co

    lingustico n

    falantes, re

    problemtic

    Compet

    Habilidasentensenten

    l Hymes, em

    ia lingustica

    seada ou for

    onta queste

    em a forma

    ssa forma, e

    preocupao

    surio da ln

    a) conhe

    b) apren

    os ou solicita

    c) recon

    usados para

    contexto em q

    mes (1972) a

    denominad

    eness, deno

    (CANALE; SW

    nale e Swain

    gua, retoma

    ompetncia G

    mpetncia S

    nterao nec

    mpetncia Di

    ompetncia E

    nas situaes

    epetio de fr

    cos ou compl

    tncia Comu

    ade no apeas gramaticas.

    m 1966, intr

    a de Choms

    rmulada por

    es de varia

    o das sente

    ste estudios

    o com o uso r

    ngua apresen

    ece a gramt

    nde as regra

    aes, pedir d

    hece a realid

    a cada ocasi

    que so usad

    apresenta qu

    da compet

    ominada co

    WAIN, 1980)

    n (1980) e C

    m o conceito

    Gramatical - c

    cio-Lingustic

    cessrias a um

    scursiva - n

    Estratgica -

    s em que a c

    rases, nfase

    licados, aban

    unicativa

    enas de empcalmente co

    roduz o con

    sky. Esta d

    r regras gram

    o da lngua.

    enas, mas t

    o inclui a no

    real da lngu

    nta essas hab

    tica e o vocab

    as do falar; s

    desculpas, ag

    dade social, s

    o particula

    das ou produ

    uatro tipos d

    tncia gram

    mpetncia

    ).

    Canale (198

    o de compet

    conhecimento

    ca - adequa

    m discurso;

    fase na habi

    - soma de t

    comunicao

    e nas palavra

    ndono e/ou s

    pregar as reorretas, mas

    nceito de co

    definida por

    maticais. Par

    Ento, Hym

    ambm as n

    oo de adeq

    a pelo falant

    bilidades qua

    bulrio da ln

    sabe como a

    gradecer e co

    suas relaes

    r, sendo cap

    uzidas.

    de competn

    matical; fea

    sociolingust

    83), preocup

    tncia de Hy

    o do lxico, d

    o comunica

    lidade de pro

    todas as est

    verbal falha

    as principais,

    substituio d

    egras gramas tambm, d

    ompetncia

    r Chomsky c

    ra Hymes, o

    es props es

    ormas socia

    quao no

    te, em suas i

    ando:

    ngua alvo;

    tuar nos dive

    onvidar de fo

    s com as out

    pazes de inte

    ncias para te

    asibility, de

    tica; e att

    pados em co

    mes e prop

    da sintaxe e d

    ativa ao conte

    oduzir discur

    tratgias que

    a. Algumas d

    , pedido de a

    de uma frase

    aticais de umde saber qu

    comunicativ

    como uma i

    conceito de

    sse conceito,

    is e culturais

    mbito da co

    nterlocue

    ersos tipos d

    orma apropria

    ras pessoas e

    erpretar tant

    estar se um

    enominada

    estedness,

    omo se pro

    em os segui

    da semntica

    exto conside

    rsos com coes

    e podem se

    destas estrat

    ajuda, mmic

    e j iniciada,

    ma lngua couando, onde

    LETRAS | 6

    va, em rea

    nterao m

    e competnc

    , que inclui n

    s que define

    ompetncia;

    s, enquanto

    de conversas

    ada.

    e os tipos de

    to sentenas

    enunciado

    competnc

    denominada

    cessa a aqu

    ntes compo

    a de uma lng

    erando os pa

    so e coern

    eu usadas po

    gias so: ap

    ca, substitui

    dentre outro

    om o objetie e para qu

    67

    o noo

    ental de fal

    cia chomskya

    no s as reg

    m a adequa

    demonstran

    ser social.

    podendo as

    e linguagem q

    escritas qua

    comunicati

    cia discurs

    a competn

    uisio de u

    nentes:

    gua;

    rticipantes e

    ncia;

    or um usu

    proximao d

    o de conceit

    os.

    vo de form usar estas

    de

    a e

    ano

    gras

    o

    ndo,

    ssim

    que

    anto

    ivo:

    iva;

    ncia

    uma

    as

    rio

    dos

    tos

    ars

  • Os

    outros, a

    conhecimen

    Gof

    ou mais ato

    passa a ser

    Esse

    pesquisado

    na comunic

    quem fala p

    so mutuam

    Goffman su

    analise da c

    Vale

    interaciona

    que devolve

    ou seja, da

    conhecimen

    comportam

    sociolingus

    No

    bem como d

    Estudo da

    Esse

    investigao

    Sociolin

    uma tecorrespoalgum pr

    LETRAS | 68

    pressuposto

    comunicao

    nto de mund

    ffman (1972)

    ores que exe

    vista a partir

    e socilogo f

    res linguist

    cao face a

    para quem f

    mente ratific

    urgem algun

    conversao

    e ressaltar t

    l, no que diz

    eu uma Soci

    viso socio

    nto de como

    mento lingus

    stico.

    tpico segu

    de tericos q

    a linguage

    es novos es

    o, segundo K

    ngustica Int

    eoria fundamonde a um cropsito com

    8

    os para essa

    o baseada

    do.

    ), socilogo

    ercem uma i

    r do uso da f

    faz um conv

    tas, socioling

    face. Para G

    ala em uma

    cadas e ritua

    s dos funda

    juntamente

    tambm os e

    z respeito p

    olingustica

    lingustica la

    o o compor

    stico e de

    uinte veremo

    que, trabalha

    em na dim

    studos da li

    Kerbart Orec

    teracional

    mentada no dconjunto demunicativo (

    nova propo

    nas intera

    americano, e

    influncia re

    fala em conte

    vite no seu te

    guistas, antr

    Goffman (200

    lngua, mas

    almente gov

    mentos da S

    como as no

    estudos de A

    pragmtica e

    interacional,

    aboviana. G

    tamento cri

    como o su

    os algumas

    ando tambm

    menso inte

    nguagem na

    cchionni (200

    discurso querelaes soc(FIGUEROA,

    sta de Cana

    es interpe

    estudou a in

    ecproca. Atr

    extos sociais

    exto A situa

    oplogos, so

    02) a fala

    s tambm co

    vernadas, em

    Sociolingust

    oes de con

    Austin, Sear

    e s teorias s

    , reconhecid

    Gumperz (ap

    a interpreta

    ucesso da c

    contribuie

    m com a inte

    eracional:

    a dimenso

    05):

    se ocupa daiais realizada1994, p.13).

    le e Swain (

    essoais e so

    nterao soci

    ravs de seu

    s especficos.

    ao neglige

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  • LETRAS | 69

    1. da linguagem em situao, cujo interesse est voltado para fenmenos observveis durante o

    processo de atualizao lingustica; precisamente, para as modalidades de inscrio, no enunciado,

    dos enunciadores - tanto emissores quanto destinatrios - presentes no processo, isto , para o

    funcionamento do que se convencionou chamar, de acordo como Benveniste, a subjetividade da

    linguagem objeto da Lingustica (ou pragmtica) da Enunciao; e

    2. da linguagem encarada como forma de agir sobre o contexto interlocutivo e que permite a realizao

    de um certo nmero de atos especficos, chamados de atos de linguagem, atos de discurso,

    atos de fala, de forma geral, atos realizados por meio da linguagem.

    Essas ltimas investigaes desenvolveram se em meio a um movimento interdisciplinar ainda nos

    anos de 1960, originando a Pragmtica conversacional e Anlise da conversao pautadas na preocupao

    com a descrio da ao e por uma viso comunicacional de linguagem (MARATO, 2005). E as primeiras,

    denominadas de as Teorias da Enunciao (ou Lingustica da Enunciao) voltadas para as relaes entre

    linguagem em uso e o sujeito, centrando se, principalmente, nas marcas do sujeito no enunciado e na

    enunciao e na construo do sentido. O conceito de enunciao, conforme Maldidier e Robin, no artigo

    Discurso e ideologia: bases para uma pesquisa (1994), a tentativa mais importante dos estudos lingusticos

    das teorias da enunciao de ultrapassar os limites da lingustica da lngua e se volta para a linguagem

    assumida por um sujeito, o sujeito da enunciao.

    A Anlise da Conversao, numa perspectiva atual4, est voltada para a descrio das interaes

    verbais, e se constri a partir dos enfoques psicolgico, etno sociolgico, lingustico e filosfico. O objeto de

    estudo da Anlise da Conversao so os processos conversacionais. Nessa anlise foca se nas conversaes

    ditas naturais, e em elementos no apenas verbais, mas entonacionais, paralingusticos e contextuais.

    Mesmo sendo vocacionada para o estudo da co produo discursiva dos atos interlocutrios, do

    dilogo e da linguagem em ao, face a face, a conversao pode ser estudada em outras situaes como, por

    exemplo, mediada pela internet ou ainda em palestras, debates e pronunciamentos pblicos ou em textos

    como o cartum da pgina seguinte.

    Neste cartum de Quino, mostra se uma situao de comunicao em que as pessoas interagem pela

    linguagem verbal representada pelos bales. O que chama a nossa ateno, nesse cartum, que um falante,

    no caso o homem que fala no microfone (primeiro quadro), modifica a viso, a opinio de um grupo a partir do

    seu discurso, de sua fala (quadro central); embora a sua mensagem no coincida com o seu pensamento

    verdadeiro (ltimo quadro), este criou uma imagem na mente do grupo sensibilizando os e envolvendo os

    com suas colocaes. Este cartum nos mostra a ao da linguagem que se constri a partir de elementos

    verbais, mas que tambm pode ser construdo por outros elementos entonacionais, paralingusticos e

    contextuais.

    4Nos seus primeiros estudos, a Anlise da conversao no inclua traos de ordem entonacional, paralingustica em suas anlises.

  • LETRAS | 70

    Fonte: Quino. In Gente. Lisboa. Dom Quixote, 1991

    Breve sntese dos estudos: da Sociolingstica Interacional Pragmtica Conversacional

    Sabemos que existe lngua porque existem falantes e que os falantes existem em funo de aes de

    linguagem e essas aes procedem de interaes, ou seja, a nossa natureza humana no nos permite escapar

    da interao; a interao, como a linguagem, parte constitutiva da nossa natureza social. A partir dessa

    constatao, determinados estudiosos voltam se para o processo interacional, tomando a interao como

    uma das categorias de anlise dos fatos de linguagem, e no apenas o lcus onde a linguagem acontece. Esse

    procedimento tem trazido contribuies significativas para a cincia da linguagem. o que veremos a partir de

    agora.

  • Contribuie

    Con

    desenvolvid

    do discurso

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    LETRAS | 7

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    71

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    LETRAS | 72

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    IBEIRO, 2002

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