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LETRAS | 43
LINGUSTICA INTERACIONAL
LETRAS | 44
LETRAS | 45
LINGUSTICA INTERACIONAL
ANA CRISTINA DE SOUSA ALDRIGUE
ROSEANE BATISTA FEITOSA NICOLAU
Apresentao
Caro aluno de Letras,
Voc j se deu conta de que a interao verbal faz parte da nossa vida, de que a todo momento
estamos inter(agindo) como nossos familiares, colegas, jornalistas, escritores etc., buscando convencer ou ser
convencidos, seja por um simples e mail, seja por uma complexa frmula matemtica? Voc j se deu conta de
que vive numa corrente ininterrupta de comunicao com inmeras peculiaridades que nos fazem ser
compreendidos, mal interpretados, contestados e que nos fazem visualizar quo rica e complexa a
comunicao humana? Voc j percebeu que a nossa interao algo mais do que apenas transmisso de
mensagem, que queremos influenciar e que somos influenciados por meio da interao verbal e, ainda, que
por meio dessa interao que nos constitumos como sujeito? sobre essa viso que trataremos nessa
disciplina: Lingustica Interacional.
A Lingustica interacional uma nova vertente da Lingustica que v a linguagem como uma atividade e
que considera, no processo de interao, elementos que at ento no eram levados em conta pelos estudos
lingusticos, como certas formas lingusticas ou extra lingusticas e a situao que envolve a interao.
Para realizarmos nossos estudos, preparamos um roteiro que, inicialmente, nos possibilitar uma viso
panormica da interao nos domnios filosficos e cientficos, antes mesmo do termo interao ser adotado
nos estudos lingusticos; depois, faremos uma leitura de contribuies significativas de estudiosos como Mead,
Bakhtin, Vygotsky, Goffman, Gumperz, Austin, Benveniste, entre outros, que podem ser consideradas como
peas chave para o surgimento de estudos recentes que tentam elaborar uma descrio do processo
interacional em variados contextos comunicativos e que levam em considerao o sujeito e as relaes
interpessoais.
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Assim, orientando nos por uma viso cronolgica e, depois, por uma viso investigativa dos estudos da
linguagem numa dimenso interacional1, organizamos o contedo dessa disciplina em quatro unidades:
Unidade I ESTUDOS INTERACIONAIS: DAS REFLEXES FILOSFICAS AOS ESTUDOS CIENTFICOS
Nessa unidade, realizaremos uma leitura breve dos primeiros estudos interacionais, ainda fora do
domnio da Lingustica, ou seja, estudos desenvolvidos por filsofos e psiclogos etc., que provocaram uma
mudana de paradigma: na viso da linguagem e do pensamento, que passam a ser vistos de forma
intersubjetiva.
Unidade II ESTUDOS BAKHTINIANOS E DE SEU CRCULO: UM NOVO PENSAR SOBRE A LNGUA
Unidade dedicada s contribuies de Bakhtin e seu crculo que imprimem uma nova viso da
linguagem como uma atividade dimensionada no social, na qual o sujeito eu, historicamente situado, se
constitui pelo reconhecimento do seu interlocutor.
Unidade III PRAGMTICA E LINGUSTICA INTERACIONAL PELO VIS DA SOCIOLINGUSTICA
INTERACIONAL, PRAGMTICA CONVERSACIONAL E ANLISE DA CONVERSAO
Unidade voltada para as teorias de linguistas como Goffman, Gumperz, Austin, Searle, Grice e Kerbart
Orecchionni que se focam numa dimenso interacional e social da linguagem, tecem grandes contribuies
para a formao de uma Lingustica Interacional.2
Unidade IV LINGUSTICA INTERACIONAL PELO VIS DA TEORIA DA ENUNCIAO DE BENVENSITE
Com o propsito de continuar abordando teorias que comungam de uma viso da linguagem numa
dimenso interacional, trataremos das contribuies de Benveniste; agora no caminho da Teoria da
enunciao do estudo da linguagem em situao, da subjetividade da linguagem , que vo configurar um
novo quadro terico nos estudos lingusticos.
Esperamos contar com o envolvimento de todos vocs no sentido de construirmos, juntos, uma
aprendizagem colaborativa e significativa.
Boa interao na disciplina com todos e bons resultados no aprendizado.
1Esta ltima, citada por Kerbart Orecchionni (2005), que expe dois caminhos dos estudos da interao: a) o da linguagem como forma de agir, o que
originou a Pragmtica e a Anlise da Conversao, e b) o de que na linguagem e pela linguagem que o homem se constitui como sujeito, o queoriginou a Lingustica Enunciativa.
2Mesmo que de forma abreviada, ilustraremos essas contribuies com exemplos (cartum, tirinha, placa de trnsito, cartaz publicitrio, poema etc.), no
sentido de observarmos a aplicao das teorias expostas pelos tericos citados nesta unidade, o que nos permite ver organizao social do discurso eminterao e a dinmica das interlocues em situaes diversas de interao.
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UNIDADE I
ESTUDOS INTERACIONAIS: DAS REFLEXES FILOSFICAS AOS ESTUDOS CIENTFICOS
Nesta unidade, vocs tero uma viso dos primeiros estudos interacionais, fora do domnio da
Lingustica, e, logo em seguida, em outras unidades faremos uma exposio dos estudos interacionais mais
recentes centrados nos precursores dessa viso, tais como Mead, Bakhtin, Vygotsky, Goffman, Gumperz,
Autin, Searle, Benveniste, entre outros, que se voltaram para a linguagem em uso e que nos permitiram falar
em uma Lingustica Interacional.
Esses apontamentos no substituem as obras estudadas; apenas estabelecem um vis de abordagem
de forma didtica e sistemtica de algumas diretrizes para essa disciplina que se anuncia.
Breves refexes filosficas sobre a interao
Antes de ser um objeto de anlise cientfica no sculo XX como veremos mais a frente , a interao
foi tema da reflexo filosfica no sculo XVIII. Faraco3, em Comunicao no Congresso Internacional
Linguagem e Interao, realizado em So Leopoldo RS, no ano de 2005, expe pesquisas que apontam as
primeiras concepes interacionistas filosficas e cientficas que aqui sero apresentadas de forma breve.
Essas concepes partem de um movimento que se ope a concepes centradas no sujeito que
encontra sua plenitude apenas em si mesmo, que reconhece sua existncia por si e a partir de si, que senhor
do prprio conhecimento. Esse movimento surge, ento, como uma rebelio contra o indivduo tomado,
desde pelo menos o sculo XVI, de acordo com Faraco, como elemento axiomtico, inquestionvel, do
pensamento moderno. Temos como marco inicial desse movimento o slogan do filsofo alemo Friedrich
Jacobi (1743 1819) Sem o Tu no h o Eu. Isto , o Eu impossvel sem o Tu.
Hegel (1770 1831), em sua obra Fenomenologia do esprito (1808), apresenta uma formulao dessa
perspectiva interacionista na chamada Dialtica do reconhecimento, que resumidamente seria a
conscincia de si por meio de um retorno a si mesmo a partir do outro.
Essa perspectiva interacionista retomada por outros filsofos como veremos a seguir.
3Leia o texto da Comunicao de Faraco, na ntegra, em: http://www.pucsp.br/isd/artigos/Interacao_e_Linguagem_Faraco.pdf.
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Filsofos e suas vises interacionistas
Ludwig Feuerbach (1804 1872) foi o filsofo alemo que elevou a interao, a priori, ao estatuto de
dimenso, condio transcendental da existncia, substituindo a razo auto suficiente por uma razo
relacional e a subjetividade isolada pela subjetividade relacional, efeito da relao intersubjetiva.
Martin Buber (1878 1965), inspirado em Feuerbach, escreveu o livro Eu e Tu (na traduo brasileira),
no qual constri uma espcie de ontologia da relao. Ontologia resumida em seu slogan com
intertextualidade bblica: No princpio a relao. Nessa obra, Buber afirma que a alteridade precede a
identidade e dela constitutiva, da ipseidade: Me torno na relao com o Tu. Portanto, a existncia humana
emerge do dilogo. O dilogo determina a palavra como interao entre homens, a palavra no mais logos;
ela fundamenta a existncia.
Esse filsofo afirma que devemos presena do Tu as nossas possibilidades existenciais. Toda e
qualquer funo psquica s se desenvolve, bem ou mal, na presena do outro. Ser reconhecido a pedra
angular da construo do Eu: ser visto, reconhecido, respeitado.
Buber afirma que o homem possui a capacidade de inter relacionamento com seu semelhante, ou seja,
a intersubjetividade e, ainda, determina que intersubjetividade precisa ser refletida e analisada.
Faraco, em Comunicao citada, debruando se sobre as afirmaes de Buber, postula que Do carter
constitutivo, estruturante da inter relao, decorrem os fundamentos de uma tica do inter humano. O Tu
tem o dever de reconhecer o Eu. E complementa com uma citao de Bakhtin, de 1961, que converge em
pensamento como Buber, quando afirma e de certa forma complementa que A morte absoluta o no ser
o estado de no ser ouvido, de no ser reconhecido, de no ser lembrado. Ser significa ser para um outro, e,
por meio do outro, ser para si mesmo.
A intersubjetividade passa a ser, no estudo da comunicao verbal, um princpio fundamental. Ela
permite a comunicao e alcanada pela comunicao; algo negociado e demonstra a reflexibilidade das
aes, i.e., como o outro responde ao que foi dito.
Bakhtin foi, dentre os filsofos que trataram da interao, quem mais avanou em termos de uma
anlise da linguagem. No chamado Crculo de Bakhtin, existiu um encontro entre a reflexo filosfica e a
cientfica centrada na intersubjetividade. As reflexes bakhtinianas sero abordas mais adiante, por ns, na
Unidade II, dedicada exclusivamente a esse filsofo e a seu Crculo.
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Primeiros estudos cientficos sobre a interao
A interao passou a ser objeto de estudo cientfico a partir do comeo do sculo XX. Faraco
estabelece a obra do norte americano George Herbert Mead (1863 1931) como uma espcie de marco desse
estudo. E sobre Mead nos diz que este recusou qualquer abordagem psicolgica que tivesse como
fundamento o primado do indivduo, uma vez que v o indivduo como efeito da interao, e que este no
pode ser o ponto de partida das teorizaes e anlises psicolgicas e sociais.
Seu foco era, portanto, a construo do sujeito como efeito da interao. No h na obra Mente, Sef,
Sociedade, de Mead, como aponta Faraco, um estudo especfico da linguagem na interao. H, sim, o
reconhecimento do papel da linguagem como constitutiva dos processos sociointeracionais e da construo
do sujeito.
Hebert Blumer classificou o pensamento de Mead, juntamente com o de vrios filsofos e socilogos
da poca, como pertencente a uma linha de pensamento denominada de Interacionismo simblico em um
artigo sobre psicologia social publicada em o Homem e Sociedade em 1937.
O interacionismo simblico tem sido muito empregado em estudos das novas formas de sociabilidade
que emergiram com a Internet, por pesquisas multidisciplinares, principalmente por parte da sociologia,
antropologia e psicologia
Blumer sucedeu Mead no Curso de Psicologia Social, na Universidade de Chicago, e condensou as
ideias de Mead em trs premissas:
a) o modo como as pessoas veem os objetos depende do significado destas coisas para elas.
b) este significado ocorre como resultado de um processo de interao social.
c) significados de objetos podem mudar com o passar do tempo.
Mead combateu o primado do indivduo e o
determinismo absoluto da estrutura ao afirmar que o social
nunca um dado homogneo, mas sempre heterogneo. O
social contm uma multiplicidade daquilo que ele chama de
outros generalizados.
Complementando com as palavras de Faraco (2005): Desse modo, nenhum sujeito fica confinado nos
limites de um nico outro generalizado, mas emerge de relaes simultneas ou consecutivas com vrios
outros generalizados, muitos deles opostos entre si, contraditrios, conflitivos.
O que merece especial destaque em Mead no domnio dos estudos da linguagem, conforme Faraco e
outros pesquisadores da interao na linguagem, a sua concepo da linguagem no como estrutura, mas
como ao ao intersubjetiva que, como tal, se internaliza e se torna ao intrasubjetiva.
Outros generalizados
Conjuntos de aes, representaes, valores
e atitudes que circulam numa determinada
sociedade.
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Sintetizando as ideias de Mead, Faraco diz que na complexa viagem de nossa individualizao, somos
instados a responder ao eu social internalizado, mas, tendo de lidar com a heterogeneidade e seus conflitos,
cada resposta vai ter necessariamente um carter especfico, portanto imprevisvel.
Conforme Faraco (2005), ideia semelhante de Mead apresenta Bakhtin (2002), quando este diz que:
o vir a ser axiolgico de um ser humano o processo de assimilar seletivamente as palavras alheias. Ou, em
outra formulao, na mesma obra, deve se ter em conta tambm a importncia psicolgica em nossas vidas
do que os outros dizem sobre ns e a importncia, para ns, da compreenso e interpretao dessas palavras
alheias (a hermenutica viva), ou seja, o produto do meu processamento do dizer, do inter agir dos outros
generalizados.
Tambm aqui h o reconhecimento do papel constitutivo do que os outros dizem de ns e do papel
ativo do psiquismo no processamento desse dizer. Embora no haja um detalhamento desse processo psquico
por parte de Mead, importante deixar em destaque, como ressalta Faraco, para no se perder de vista a
complexidade do psquico, o pressuposto de que o psiquismo tem mesmo imerso na dinmica da interao e
dela emergindo uma autonomia e uma ao prpria.
Processo semelhante defender Vygotsky (1984) quando consolida sua teoria da cognio humana,
vista como uma atividade que se d primeiro na interao que passa a ser considerada como a base da
construo do conhecimento. Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo depende das interaes. Ou seja,
h uma mudana de rota no percurso da psicologia a partir da viso vygotskyana: o que interessa, agora, o
homem em interao com a realidade. Os pressupostos tericos desse psiclogo sociointeracionista tm dado
grandes contribuies no campo educacional, iluminam a
discusso sobre o aprendizado.
De acordo com Vygotsky, uma caracterstica
essencial do aprendizado a de apresentar vrios
processos de desenvolvimento que ocorrem quando a
criana interage em seu ambiente de convvio, vivencia
esse ambiente. Um dos princpios bsicos da teoria de
Vygotsky o conceito de zona de desenvolvimento
proximal.
Levando esse princpio para a educao, v se a
importncia dos professores, de seus conhecimentos e de
suas experincias no desenvolvimento do aprendizado da
criana. A ideia de Zona de Desenvolvimento Proximal
de grande relevncia em todas as reas educacionais e nos
Zona de desenvolvimento proximal
Representa a diferena entre a capacidade da
criana de resolver problemas por si prpria e a
capacidade de resolv los com ajuda de algum.
Ou seja, teramos uma "zona de desenvolvimento
auto suficiente" que abrange todas as funes e
atividades que a criana consegue desempenhar
por seus prprios meios, sem ajuda externa e a
zona de desenvolvimento proximal, que
abrange todas as funes e atividades que a
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reconhecimento de si se d pelo reconhecimento do outro (MARTINS, 1990).
Bakhtin expe um modo de tratar a linguagem, sem a necessidade de separ la, como os estudos
lingusticos de at ento, que a tratava como unvoca, quase imutvel, perfeitamente codificada, sempre
idntica a si mesma, apenas reitervel. Tal viso tratada pelo mtodo formal, diferentemente de uma
linguagem criativa (dinmica, plurvoca, aberta, sempre adaptvel s realidades da interao), mostrando o
dialogismo como carter unificante de todas as atividades linguageiras, bem como no as separando dos seus
sujeitos reais e concretos, com um olhar ao mesmo tempo compreensivo e abrangente do ser humano e de
seu fazer scio cultural.
Com base nessa exposio, abre se o caminho para um novo pensar sobre a linguagem, partindo agora
do seu carter dialgico, que assume o comando. Isto permite uma reflexo diferente sobre os problemas de
lingustica, filosofia da linguagem, psicologia, da esttica, de teoria literria e da cultura.
Para Bakhtin/Volochinov (1999, p.127), a lngua como um sistema estvel de formas normativamente
idnticas apenas uma abstrao cientfica que s pode servir a certos fins tericos e prticos particulares,
no dando conta do que o texto define como realidade concreta da lngua.
O que seria essa realidade concreta da lngua? Esta pergunta levantada em Marxismo e Filosofia da
Linguagem a grande questo de Bakhtin quando se trata da passagem do sinal reitervel para o
acontecimento nico, no reitervel, do evento das palavras, sua vida concreta. Essa viso transpe o
abismo entre a representao abstrata do mundo, desprovida de sujeito, e a vida concreta da palavra,
inseparvel do sujeito situado.
O conceito de signo e o problema da significao
Nos primeiros escritos de Bakhtin j se encontram importantes consideraes sobre a lngua, sobre o
processo de significao da palavra e sobre a enunciao. Em particular, toda realizao concreta da lngua
contm uma entonao valorativa que deve ser considerada.
Com base nessa afirmao, Bakhtin deixa claro que a palavra ou o signo lingustico apresenta trs
faces:
1. seu aspecto de contedo,
2. seu aspecto palpvel-expressivo e
3. a entonao da palavra, onde se encontra o sujeito situado e o ato realizado.
O s
direo do o
est para s
s/d, p.50).
Nen
correspond
O s
signo, com
sinal/smbo
resumindo
natureza int
O s
interindivid
e da qual n
individual e
(BAKHTIN/V
Bak
sociais e ide
Para
como tal, e
linguagem,
elemento q
especfica;
reconhecim
(BAKHTIN/V
p.194 5), co
LETRAS | 56
igno se expr
objeto, sobr
er dissemina
nhum conte
e ao valor af
signo, para B
o j tanto
olo da lngua
se a um ins
ter individua
igno, na vis
dual, socialm
unca deixam
e uma outra.
VOLOCHINOV
khtin/Voloch
eolgicos. Ba
a Bakhtin, e
esta forma
a sinaliza
que torna a
da mesma
mento do
VOLOCHINOV
oncentra sua
Signo
Sinal
6
ressa por sua
e o que de
ado nele, to
edo pode
firmado para
Bakhtin, faz
mencionada
oficial, com
strumento t
al que se rela
o bakhtinia
mente organi
mos de fazer
. A prpria c
V, 2002).
inov se op
akhtin/Voloc
nquanto um
no ter ne
o no exist
forma lingu
forma que
sinal, mas
V, 1999, p.94
a ateno so
o: Decodific
l: Identifica
a entonao
esejvel ou in
rna se um m
ser dito se
a aquele que
parte de u
a, vem opo
mo uma entid
cnico. Nest
aciona como
ana, fruto
izado, o que
parte. Os sig
conscincia i
e tica s
chinov (1999
ma forma ling
enhum valor
e, pois a fo
ustica um s
e aquilo qu
sua com
4). Nessa cit
obre a passa
ado: com va
do: sem val
o, propriedad
ndesejvel n
momento co
em que se
e diz, por aqu
ma realidad
or se de S
dade de cont
ta concepo
o a conscinc
de uma cad
e correspond
gnos emerge
ndividual es
aussuriana,
) diz que no
gustica for
r lingustico
rma j or
signo no
ue constitui
preenso d
tao, perce
agem do sina
alor lingust
lor lingustic
de da pronn
ele. Desse m
nstituinte do
exista nele
uele que pen
de, reflete e
Saussure. Pa
tedo imut
o, no vist
cia mediante
deia ideolg
de a uma un
em do proce
st impregna
que oculta,
o se pode co
apenas um
. At mesm
ientada pelo
sua identid
a decodifi
da palavra
be se que B
al para o sig
tico; ideolg
co; etapa do
ncia, que
modo, coloca
o evento viv
e um tom
nsa o conted
e refrata ess
ara este, o
vel que no
to carter id
a encarna
gica, s pode
idade social
sso de intera
ada de conte
em sua vis
nfundir signo
sinal e for p
o nas prime
o contexto,
dade como
cao da fo
no seu
akhtin, conf
no, quando
gico; unidad
o signo
uma atitude
o em dire
vo em proce
emocional v
do.
sa realidade
signo funci
pode refleti
deolgico do
o material e
e aparecer e
em que est
ao entre u
edo ideolg
so estrutur
o com sinal:
percebida pe
eiras fases d
j constitui
sinal, mas s
orma lingu
sentido pa
forme observ
a compreen
de social
e valorativa
o do que ain
sso (BAKHT
volitivo, o q
e. Essa viso
iona como
ir nem refrat
o signo, de
em signos.
em um terre
amos inserid
uma conscin
gico (semiti
ralista, os fa
elo interlocu
da aquisio
um signo.
sua mobilida
stica no
articular (..
va Tezza (20
nso da pala
em
nda
TIN,
que
de
um
tar,
sua
eno
dos
ncia
ico)
atos
utor
da
O
ade
o
..).
003,
avra
no se conf
saussuriana
Para
signo, anun
ser resumid
fornece tod
Bak
necessrio,
prprio mei
Os
ideolgicas,
produo d
consigo as d
dos sujeitos
assim se fu
A si
tomadas d
significao
A p
resulta no s
sentidos co
apreciativo
Ao
da significa
A pa
Tema
O temaprocessodetermi
funde com a
a.
a o Crculo d
ciado em M
do ao estud
das as condi
khtin/Voloch
antes de tud
io para, dest
signos forjam
, que se ma
essas prtica
determina
s que deles
nda o dialog
ignificao, n
e forma iso
o constitud
palavra, a ca
sentido que
onforme a en
.
abordar a sig
o, precisa
a) uma v
b) outra
artir da, ele
correspondo de comprinado tanto
a sua mera id
de Bakhtin, o
arxismo e Fil
o de um sis
es para sua
inov (1999)
do, voltar se
ta forma, alc
m se no con
anifestam, p
as que presc
es e conte
se servem.
gismo.
na viso de
olada, desco
da pelo/no co
ada context
a palavra pa
ntonao ex
gnificao, B
se orientar e
voltada para
voltada para
distingue
de ao sentidreenso ativo pelas form
dentificao.
o signo de Sa
losofia da lin
stema abstr
a interpreta
expe que
e para as esfe
anar a signi
ntexto de pr
por sua vez,
cindiram de
dos de sua g
Como no
Bakhtin e se
ontextualiza
ontexto (BAK
to, ganha no
assa a ter, ist
xpressiva que
Bakhtin/ Volo
em duas dire
a o significad
a o significad
do, que resuva, que seria
mas lingstic
. O sinal seri
aussure o o
nguagem, pe
ato de rela
o, fatores e
para se obs
eras das rela
ificao.
ticas scio
nos prprio
constituio
gnese e de
h linguage
eu Crculo, n
da, tampou
KHTIN/VOLO
ovas signific
to , podem
e foi dada a
ochinov diz a
ees:
o contextual
do no sistema
ulta da unia a significacas, quanto
a uma etapa
objeto de es
ertence ao es
es formais
externos dev
servar e com
aes sociais
comunicativ
os signos.
o desses sign
seu devir, e
em neutra, n
no pertence
uco est fix
OCHINOV, 19
caes, a pa
mos dizer que
ela, o que s
ainda que a
e
a da lngua.
o entre os iao unitriao pelos elem
a do signo, n
studo das ci
studo das ci
s. A viso e
vem ser cons
mpreender o
, preciso v
vas, sempre
impossvel
nos. Nesse pr
m geral, ma
no h igua
e s formas
ada na me
999; 2002).
artir de um
e uma palavr
seria o nvel
cincia que
nterlocutora de uma e
mentos no v
LETRAS | 5
na qual se re
ncias natura
ncias huma
struturalista
siderados.
os fenmeno
er os interlo
prenhas de
descartar a
rocesso, os s
is ou menos
lmente ling
lingusticas e
ente dos int
acento apr
ra pode adq
mais superf
tem por obj
res e s se rnunciao.verbais da s
57
estringiu vi
ais, enquant
nas e no po
da lngua n
os lingustico
cutores em
determina
s condies
signos arrast
desconhecid
uagem nic
enquanto sin
terlocutores
reciativo. Ni
uirir diferen
ficial do ace
etivo dar co
realiza noO tema situao.
so
to o
ode
no
os
seu
es
de
tam
dos
a e
nal,
. A
isto
ntes
nto
nta
H
impossve
(1999, p. 12
perderia se
p
atividades d
(re)constru
(BAKHTIN/V
de acordo
contexto, te
Para
(BAKHTIN/V
significao
ndices de
comunica
este entre
(BAKHTIN/V
O e
possveis, c
Bakhtin/Vo
para uma n
Os s
discursos, q
interpreta
significao
p
significao
Significa
A signifique rede signif
LETRAS | 58
uma relao
el designar a
29). O tema
u elo com o
reciso consid
de linguagem
do numa sit
VOLOCHINOV
com Ribeiro
endo as pala
a Bakhtin,
VOLOCHINOV
o adquire num
valores em
o. Esta plu
cruzamento
VOLOCHINOV
entendiment
como afirm
lochinov em
nova lingust
signos apont
que se const
es, as refra
o sem a refra
or meio da
o. Como exp
ao
cao, diferepetida, elaficar.
8
o entre o tem
a significao
, por sua ve
que precede
derar a lingu
m, mobilizand
tuao concr
V/, 1999), em
o (2003), po
vras tantas s
os signo
V, 1999). Pa
m processo d
uma dada
urivalncia so
dos ndice
V p.46).
o e o estud
a Bakhtin,
m Marxismo
ica, cuja mat
tam para um
titui pelas vo
aes, que s
o, a partir
operao d
pe Faraco (
rentementeno quer d
ma e a signifi
o de uma p
ez, deve apo
e e o que seg
uagem em s
do a materia
reta de enun
m funo do
odemos conc
significaes
os no ap
ra esta viso
dialgico. Iss
comunidade
ocial do sign
es de valor
o desse pro
no terreno
e Filosofia d
tria seria a
ma realidade
ozes sociais.
o, por sua
r de uma dad
de reflexo
2003, p.50):
e do tema, ddizer nada e
cao: no
alavra isolad
oiar se sobre
gue, ou seja,
eu funciona
alidade lingu
nciao. A to
o contexto e
cluir que a s
quantos for
penas refle
o, h sempre
so ocorre em
e, que se u
no ideolgico
res que to
ocesso ideol
o da filosof
da Linguage
lngua, com
que lhes e
Esse signo s
vez, condi
da orientao
e refrao s
As significa
deve ser entem si mesma
h tema sem
da (...) sem
e certa esta
ele perderia
mento efetiv
stica dos dis
oda palavra
da situao
significao
rem os conte
etem o m
e um novo c
m funo de
tiliza de um
o um trao
rna o sign
gico, que s
fia da lingu
m como apo
mo um instru
externa. Est
se realiza de
es necessr
o dialgica p
simultnea
es (...) so
tendida coma, ela ape
m significa
fazer dela o
bilidade da
a, em suma, o
vo e conside
scursos, trat
conferida
de comunic
determina
extos.
mundo, ma
caminho entr
um confront
m nico e m
o de maior i
o vivo e m
e materializ
agem. A p
onta Faraco
mento racio
o envoltos e
modo refra
rias a esse s
rpria de tod
nos signos
o constituda
mo re interenas, em po
o, e vice ver
o elemento d
significao,
o seu sentido
erar a rela
tando do sen
uma mobilid
ao. A part
ada sempre
s tambm
re palavra e
to de interes
mesmo signo
importncia.
mvel, capa
a no lingust
proposta, ap
(2003), d
onal e vivo da
em uma atmo
tado, consti
signo, pois n
do discurso.
que ocorre
as na dinmi
vel e idnttencial, a p
rsa. Alm dis
de um tema
caso contr
o.(Idem).
o dialgica
ntido como a
dade especf
tir dessa vis
em funo
o refrat
aquilo que
sses sociais, d
o ideolgico
. Na verdade
az de evolu
tico, tornam
presentada
de lanar ba
a sociedade.
osfera social
tuindo diver
o possve
o processo
ca da histri
tica cada veossibilidade
sso,
a...
rio
nas
algo
fica
o e
do
tam
sua
dos
de
e,
uir
m se
por
ases
.
l de
rsas
el a
de
ia e
ze
LETRAS | 59
esto marcadas pela diversidade de experincias dos grupos humanos, com suas inmeras contradies e
confrontos de valorao e interesses.
Entendemos que a refrao corresponde diversidade e s contradies histricas dos seres humanos.
Trata se de um conjunto de mltiplos discursos sociais, denominada por Bakhtin (1999) de vozes sociais que
deve ser entendido como a forma em que um grupo social representa o mundo, a sua realidade por meio do
processo de significao dos enunciados. Todo signo, todo enunciado encontram o objeto a que se referem
envolto por uma atmosfera social de discursos, constitudos pelas vozes sociais.
A partir do conceito de dialogismo, to caro a Bakhtin, pde se traar uma teoria do discurso, na
qual a conscincia individual um fato scio ideolgico e se constitui de uma experincia no processo de
comunicao, a partir do social. Compreender o discurso seria v lo como objeto, produzido a partir de
determinados condicionamentos histricos em relao dialgica com outros discursos. Assim o dialogismo
passa a ser a primeira preocupao do estudioso do texto e do discurso.
O discurso verbal, o extraverbal e o enunciado concreto
Qualquer discurso verbal nasce de uma situao pragmtica extraverbal e mantm a conexo mais
prxima possvel com esta situao, formando uma unidade indissolvel. Ao tomar o discurso verbal isolado,
como fenmeno lingustico, no pode, naturalmente, ser verdadeiro ou falso, ousado ou tmido. O
extraverbal integra se ao verbal, ou enunciado, como parte constitutiva essencial da estrutura de sua
significao (BAKHTIN/VOLOCHINOV, S/d).
O enunciado uma unidade real, determinada pela alternncia dos interlocutores. Segundo
VOLOCHINOV/BAKHTIN (1999), h trs fatores que envolvem o enunciado e sua enunciao:
a) o horizonte espacial comum dos interlocutores;
b) conhecimento e a compreenso da situao por parte dos interlocutores; e
c) a avaliao comum dessa situao.
Esses fatores integram a situao de comunicao que por sua vez faz parte de uma corrente maior,
ininterrupta da cadeia de comunicao.
Um enunciado concreto, conforme Bakhtin/Volochinov (s/d), como um todo significativo comporta:
aquilo que percebido, o verbal, ou realizado em palavras, e o que presumido, o que est revelado no
verbal. A parte presumida resulta de um fenmeno puramente social, de um horizonte comum a todos,
materializando se em atos sociais regulares e essenciais que unem os interlocutores no momento da
enunciao
Tanto a form
O q
contexto ex
Neste caso,
tambm o
estabelece
Por
pretende in
insustentv
como: o am
p.26 27). O
sequncias
enunciado,
Relaes
A si
discurso. S
envolvidos,
particular, e
diferenteme
Par
ininterrupto
com os olh
tecido dial
Concep
Sentido
Sentido
LETRAS | 60
. Neste inte
ma como o s
que distingue
xtraverbal. E
o horizonte
caso da en
um elo entre
tanto, no en
nstituir certa
vel. Alm dis
mbiente fsico
ambiente f
verbais que
desde o seu
dialgicas
ituao de e
o as difer
entre o fala
entre aquele
ente acentua
a Bakhtin (
o: interrogam
os, o lbios
gico da exist
es de Di
o estrito: A i
o amplo: O d
0
ervalo o eu
significado s
e um enunc
Este que po
e presumido
ntoao, que
e o discurso
nunciado est
a relao. A
sso, os enun
o da enuncia
sico da enun
envolvem o
formato a s
s, pluriling
nunciao, c
enas que
ante e o siste
e e o contex
ados e ideolo
(2000), a vi
mos, respon
, os gestos;
tncia huma
logo
interao ve
dilogo entr
realiza se
o determina
iado de out
de ser imed
pode abarca
e transporta
verbal e o co
t instaurad
A ideia de q
nciados poss
o, o cotex
nciao dete
enunciado.
eus anteced
guismo e p
conforme Ba
se verificam
ema lingust
xto imediato
ogicamente
ida dialg
ndemos, con
com todas
na.
erbal entre
re outros di
verbalment
ados por ess
ro, que pod
diato ou no
ar desde fam
a o discurso
ontexto extra
o um enunc
que o enunc
suem marca
to e os sabe
erminado no
E, os sabere
entes sociol
plurilingui
akhtin, est c
m no dilog
ico, no qual
o, povoado p
saturados.
gica por na
ncordamos e
as suas a
interlocuto
iscursos, co
e sobre um
sa interao.
e ser concre
o quando se
mlia a naes
o verbal par
averbal.
ciador e os i
ciado possu
s que as pr
res anteriore
o prprio enu
s anteriores,
ingusticos.
ismo dialo
condicionada
go entre o
assenta o d
por uma mu
tureza. Vive
etc. Neste p
es. Pondo se
ores, o princ
nstituindo a
ns torna
etamente id
e expande n
s; desde dias
ra alm de
nterlocutore
i um sentid
rendem sit
es enuncia
unciado. O c
, tudo que co
ogizado
a ao dilogo
locutor e o
iscurso e do
ltiplicidade
er significa
processo dia
e todo na p
cpio fundad
a significa
ando se um
ntico, a c
o espao co
s, anos a po
suas fronte
es com quem
o fixo fora
tuao da e
o (MAING
cotexto que
olabora para
o seja qual fo
o interlocuto
o qual deriva
de linguagen
participar d
lgico, o ho
palavra, o ho
dor da lingu
o.
ato interati
conexo com
omo no tem
ocas inteiras.
iras. ela q
m o enuncia
de contexto
enunciao, t
UENEAU, 20
corresponde
a a formao
or o produto
or diretame
a o seu discu
ns ou discur
de um dilo
omem partic
omem entra
agem.
ivo.
m o
mpo.
H
que
dor
o
tais
001,
e s
o do
o do
nte
urso
rsos
ogo
cipa
no
LETRAS | 61
Ao tratar do discurso como objeto de estudo, Bakhtin aponta para duas diferentes concepes do
dilogo (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 109).
O dialogismo tem por objetivo efetivo as relaes dialgicas, ou seja, todas as relaes que
envolvem o processo de interao da linguagem, s que est subordinada ideologia do cotidiano e aos
sistemas ideolgicos constitudos (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p 37 e 118 121). Acerca disso, tem se que,
nos discursos, falam se vozes diversas que espelham a compreenso de classe ou segmento de classes do
mundo em um dado momento histrico.
Esse carter dialgico da linguagem, em Bakhtin, no est apenas presente nas relaes entre um
enunciado e a palavra de outrem. Est tambm nas relaes do enunciado consigo mesmo (ressalvas
internas), relaes estas que possam gerar significao de resposta, considerando as posies avaliativas,
sendo as relaes dialgicas constitutivas por ndices sociais de valor entre pessoas, socialmente organizadas,
o que geram consensos, mas tambm tensos combates dialgicos, pois toda enunciao efetiva, seja qual for a
sua forma, contm sempre, com maior ou menor nitidez, a indicao de um acordo ou de um desacordo com
alguma coisa. (...) encontram se numa situao de interao e de conflito tenso e ininterrupto.
(BAKHITN/VOLOCHINOV. 1999, p. 107).
Visto dessa forma, o dilogo, que era estudado no seu aspecto composicional de estruturao
discursiva, passa a ser visto como um espao de lutas entre as vozes sociais, a partir de foras que buscam
centralizar as vozes, num plurilnguismo convergente. J as foras descentralizadoras combatem o processo
de centralizao das ideias, por meio de processo dialgicos, tais como a polmica explcita ou velada, a
hibridao ou a reavaliao, a sobreposio de vozes etc.
Todo enunciado correlaciona se com o j dito, provocando respostas as mais diversas, num
dialogismo sem fim, numa corrente ininterrupta sob uma dupla orientao:
a) como um processo de interao, em que o locutor se volta para seu interlocutor na
interao face a face ou no; e,
b) como um processo de constituio em que o discurso se constitui por meio de outros
discursos, numa relao interdiscursiva.
Essa concepo de dialogismo aproxima se das teorias pragmticas, do discurso e do texto. Quando se
afirma tambm que impossvel uma formao individual sem alteridade. Isto mostra o quanto o outro que
delimita e constri o espao de atuao do eu no mundo.
Se os discursos falam vozes diversas, que mostram a compreenso que dada classe ou segmento de
classe tem do mundo, em um dado momento histrico, os discursos so, por definio, ideolgicos, marcados
por coere
vozes sociai
Essa
significae
a face (FA
presente se
Bakhtin, ne
desta dialo
compreend
A s
depende de
qualquer co
Bak
lngua; deta
linguagens
modas pass
introduzido
autor, dos d
variedade d
Aspect
Todo dfiliando
comun
Todo d
presum
Todo d
sociais
Plurilng
Meio no
acento i
LETRAS | 62
es sociais. De
is que corres
a dialogia su
es, entendida
ARACO, 2003
e encontra c
m a lingusti
gicidade int
er como ess
intaxe discu
e fatores soc
ontedo, s q
khtin traz o c
alhada nas p
de gneros,
sageiras, da
os no romanc
discursos dos
de vozes soci
tos da dialo
izer no poo se a forma
icao.
izer orien
mindo se se
izer intern
.
guismo dial
o qual a lng
individual.
2
esse modo, o
spondem a fo
urge para de
as como se r
3, p.70). Tra
com o discur
ica, tampouc
erna do disc
a dialogicida
rsiva compr
ciais e abarca
que est det
conceito de p
palavras dess
, fala das ge
s linguagen
ce (e em qua
s narradores
iais sempre d
ogicidade de
de deixar daes discu
tado para a
mpre em au
namente di
logizado
gua vive e se
o discurso
ormaes id
esignar o c
realizando re
ata se de um
rso de outre
co a estilstic
curso. Conh
ade se realiza
reende os p
a os conted
terminado pe
plurilnguism
se autor: em
eraes, das
s de certos
alquer outro
s, dos gnero
dialogizadas.
e todo dize
e se orientarsivas anter
a resposta: ouditrio soc
alogizado:
e forma e se
disseminado
eolgicas.
omplexo da
esponsivame
m fenmeno
em e travam
ca, debruar
hecer a estr
a e funciona.
rocessos de
dos que so i
elo todo enu
mo, como res
m dialetos soc
s idades, da
dias e mes
texto, no no
os intercalad
.
er
ar para o jriores. Vive
o enunciadocial (BAKHT
heterogn
e transform
o por estas c
s relaes d
ente de mod
o prprio a
m uma viva e
am se sobre
rutura do di
.
estrutura
investidos no
unciativo e id
sultado de u
ciais, maneir
s tendncia
smo de cert
osso caso o p
dos etc. Cada
dito: todmos numa
o espera co
IN, 1999, p.
neo, uma
ma, pleno d
coeres soc
dialgicas, a
o similar s
qualquer di
e tensa inte
e a semntica
scurso, sua
o do discur
os moldes si
deolgico qu
uma estratific
rismos de gr
s, das autor
tas horas, n
publicitrio),
a discurso pe
o enunciadcorrente in
ntinuament
. 112 3)
articulao
de conted
ciais e est a
dinmica do
rplicas de u
scurso, qua
rao. Confo
a, a sintaxe e
sintaxe e su
rso. A semn
ntticos. O d
e o constitui
cao intern
rupos, jarge
ridades, dos
no seu mom
, por meio d
ermite um ex
o uma rpinterrupta d
te uma rpl
de mltipla
o e marcad
ssentado so
os signos e
um dilogo f
ndo o discu
orme o prp
e a composi
ua semntic
ntica discurs
discurso veic
i.
na de uma da
es profission
s crculos e
mento histr
os discursos
xerccio de u
plica,de
lica,
as vozes
o por um
bre
das
ace
urso
prio
o
a
siva
cula
ada
ais,
das
ico,
s do
uma
O p
No dizer de
linguagem;
por sua vez,
Em
todo enunc
Lingustica e
personifica
sua existn
contradie
grupos sc
entrecruzam
Des
monolgica
discursivos
do mundo,
linguagem
Concluind
Com
para forma
interao v
interao e
Agocovo
lurilingismo
e Bakhtin (1
alm disso,
, variam seg
suma, toda
ciado o plu
e a Estilstica
as foras ce
ncia histric
es scio ideo
cio ideolgico
m se de man
ssa viso ba
a, isolada, o
utilizam se d
formas de s
no um m
do
m ficou evide
o de uma
verbal, o asp
ntre sujeitos
ra mc
o se remete
1999, p112)
cada idade t
undo outros
produo d
urilinguismo
a, para servir
entrfugas, de
ca, a lingua
olgicas entr
os, entre c
neira multifo
akhtiniana,
ou nica, em
do conhecim
ua interpreta
meio neutro
ente, resgata
nova Lingus
pecto scio h
s scio histor
oportuna tBakhtin e separtir da visconceito de lenunciao,
realidade
: (...) cada
tem seu fala
fatores de e
discursiva re
dialogizado
r s tendnc
escentralizad
agem gra
re presente e
orrentes, es
rme, forman
importante
m nenhuma
mento das lin
ao verbal,
(BAKHTIN, 1
amos apena
stica que con
histrico. A
ricamente sit
tambm a elau Crculo, viso de Bakhtinlngua e lingudilogo, dial
heterognea
gerao, em
ar, seu voca
estratificao
pousa sobre
o. Bakhtin (1
ias centraliza
doras e estra
andemente
e passado, e
scolas, crcu
ndo novos f
e guardar a
de suas in
guagens, do
perspectiva
1999, p. 113
s algumas lin
nsidera, alm
lngua, na o
tuados.
aborao de ustos nesta unn. Entre os teuagem, signologismo, plur
a da linguage
m cada uma
bulrio, seu
o.
e um plurilin
999, p. 85)
adoras, igno
atificadoras.
pluridiscurs
entre diferen
ulos, etc., e
alares socia
idia de q
stncias. No
o plurilinguism
s referenciai
4).
nhas do pen
m do aspecto
obra de Bakh
um Glossrioidade, tendormos que voo, tema e signrilinguismo, e
em e multi
a de suas ca
sistema de
nguismo e o
alerta que a
ravam o plur
E diz ainda
siva. Deve s
ntes pocas
etc. Estes
almente tpic
ue a linguag
o Romance
mo, que so
is, semntica
nsamento de
o dialgico da
htin, configu
o com termoscomo objetivo compor essnificao, alteentre outros.
LETRAS | 6
plicidade de
amadas soci
acentuao
ambiente d
a Filosofia d
rilinguismo d
que: em cad
e isso c
do passado,
falares do
cos. (BAKHTI
gem no
como em o
pontos de v
as e axiolgic
e Bakhtin, qu
a linguagem
ura se como
s chave das ovo a fixao dse Glossrio eeridade, enu.
63
lnguas soci
iais, possui
particular, q
de produo
a Linguagem
dialogizado q
da momento
coexistncia
, entre diver
plurilingis
N, 1999, p.9
uma realida
outros gne
vista especfi
cas. Portanto
ue contribur
no processo
um espao
obras dedesses termoestariam onciado,
ais.
sua
que,
de
m, a
que
o da
de
rsos
smo
8)
ade
eros
cos
o, a
ram
o de
de
os a
PRAGSC
Nes
linguagem,
intuito de o
essas contr
nos permite
diversas de
A p
funo sci
puramente
abstrata da
Essa
como por A
linguagem e
uma lingus
A p
discursivos,
Pragm
O termoramos dparte d2006,11no seuestudioseus prda lngu
LETRAS | 64
GMTICSOCIOCONVE
sta unidade,
o seu papel
observarmos
ribuies com
e ver organ
interao.
partir dessa v
io comunica
formal das
lngua para
a mudana
Austin (MAR
em uso e do
tica interacio
pragmtica, d
, tendo com
tica
o pragmtde estudo da semitica1). Essa vislivro Pragm
oso, os estudodutores, nua(gem) at
4
CA E LINLINGU
ERSACIO
veremos alg
l constitutivo
s a aplicao
m exemplos
izao socia
viso interac
ativa e aspec
estruturas d
o uso que os
denomina
CUSHI, 2008
os processos
onal.
de forma ge
mo foco de
ica foi intrda Semiticaa que trata do de Morrimatics, tentados pragmno dando e ento.
UN
NGUSTSTICA ONAL E
gumas teoria
o no curso d
o das teoria
(cartum, tir
l do discurs
cional da ln
ctos cognitiv
da lngua, ou
s falantes de
ada de vira
8) e que vem
s sociais que
eral, correspo
e anlise os
oduzido poa: sintaxe, sda relao es retomada re definirticos devemexclusividad
NIDAD
TICA ININTERAE ANLI
s lingusticas
das relaes
s expostas p
rinha, placa d
so em intera
ngua(gem), o
vos comear
u seja, o foc
ela fazem.
da pragmt
m intensifica
e motivam a
onde ao est
s usos e n
or Charles Msemntica eentre os signda e, s vezo termo conm se voltarde ao produ
DE III
TERACIACIONAISE DA
s que conceb
dialgicas e
pelos terico
de trnsito,
ao e a din
o uso da ln
ram a se sob
co dos estud
ica que foi
r as abordag
a produo d
tudo da lngu
o as form
Morris, em 1pragmticanos e os usues, contestansiderandopara o procto final, com
IONAL AL, PRAGCONVE
bem a dimen
e na constru
os citados n
cartaz publi
nmica das i
gua em situ
bressair em r
dos lingustic
i impulsiona
gens interac
dos enunciad
ua relaciona
mas. Conform
1938, quanda. Na sua viurios dos sada por mua sua comp
cesso de promo vinha se
PELO VGMTIERSA
nso interaci
o dos sen
essa unidad
icitrio, poem
nterlocue
uaes conc
relao an
cos se desloc
da tanto po
ionistas de i
dos verbais,
ado a fatore
me Francis
do apresentso a pragmsignos (ARMitos estudioplexidade. Poduo da lendo feito p
VIS DACA O
onal e social
tidos. E, com
e, ilustrarem
ma etc.), o q
s em situa
retas, com s
lise imanen
ca da estrut
or Wittgenst
investigao
resultando
s contextuai
Jacques (ap
tou os trsmtica aMENGAUD,osos. LevisoPara estengua e depelos estudo
A
l da
m o
mos
que
es
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is e
pud
on
os
ARMENGAU
discursivo, c
Arm
do falante e
serve apena
importante
precisa sabe
em context
Com
comportam
pois ela nos
A d
sociolingus
ligadas pr
terico. Qu
sentido de u
Mo
mudana no
qual a lingu
individual q
individuais
das relae
levados a u
interacioni
usam esse
Lingustica,
Lingust
Configuconsideconversreferenlinguage
UD, 2006), o
comunicativ
mengaud (20
e do ouvinte
as para repr
na viso pra
er para ente
o, considera
mo afirma
mento da ling
s faz ver que
imenso int
stica interaci
agmtica, v
adro que foi
um enunciad
rato (2004),
os estudos l
uagem no p
que se form
dos outros.
es entre ind
uma viso
ismos e in
mesmo rt
como a soci
tica Interac
ura se um coerada matersacionais, cociais e inferem (Morato
s estudos pr
o e social.
06) expe q
e. Explicando
resentar o m
agmtica por
nder e avalia
ndo a compe
Tavares (20
guagem, dev
a lngua, me
teracional te
onal, anlise
o se opor
antecipado
do se no se
, em seu a
ingusticos a
pode ser pen
ma e se de
Essa nova li
divduos e so
nica ao rela
nteracionism
tulo. Dada
ologia, antro
ional
onjunto derial interativomunicaorenciais realo, 2004)
ragmticos d
ue para a pr
o melhor, a
mundo, mas t
rque atrav
ar o que di
etncia com
007), para
emos ter co
esmo em situ
em sido trata
e do discurs
viso imane
por Bakhtin
leva em con
artigo O in
a partir da co
nsada em te
senvolve em
ngustica sur
ociedade. M
acionar indiv
os, isto ,
essa plurali
opologia etc.
questes ligvo: prticas,o verbal e nlizadas pelo
devem abord
agmtica int
atravs dos
tambm par
s dele que
to. Por fim,
unicativa do
atingirmos
mo base o e
uaes atpic
ada por vr
o, lingustica
ente da lngu
, a partir de
nta a intera
nteracionism
onstruo do
ermos de for
m uma inte
rge de um e
Morato (2004
vduo e socie
h diferente
dade, o int
.
gadas a tod, estratgiaso verbal, cos falantes,
dar a linguag
teressa: os a
atos de fala
ra realizar a
os atos de fa
o desempen
o falante e do
um entend
estudo da pra
cas, pode ser
ias disciplina
a textual, teo
a e, consequ
uma constat
o verbal.
o no camp
o campo den
rmas da lng
erao const
esforo plurid
4) diz que,
edade. Esta
es vises nas
teracionismo
o o tipo des e operaconstruonormas pra
gem como fe
atos de fala, o
a que se per
es; falar
ala so emiti
ho que corre
o ouvinte.
dimento e
agmtica, nu
r estudada e
as lingustica
orias da enu
uentemente,
tao de que
po lingstico
nominado L
ua, mas de
tante e con
disciplinar co
ao pensar
estudiosa n
s teorias dos
o circula em
produo les linguagede valores c
agmticas q
LETRAS | 6
enmeno sim
o contexto e
rcebe que a
tambm ag
idos; envolve
esponde re
compreens
uma dimens
compreend
as: anlise d
unciao, en
, constituir u
e no se pod
o, ressalta
Lingustica In
uma experi
ntnua com
om vistas ao
em interacio
nos leva a ve
s estudos int
m reas que
ingstica qeiras, dinmculturais, atue presidem
65
multaneame
e o desempen
linguagem n
ir. O context
e tudo o que
ealizao do
o integral
o interacion
ida.
da conversa
tre outras q
m novo qua
de determina
a significat
nteracional,
ncia discurs
os enunciad
o entendime
onismo, som
er que exist
teracionais q
e vo alm
que micas de troctividadesm a utiliza
nte
nho
no
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o,
que,
dro
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tiva
no
siva
dos
nto
mos
tem
que
da
cas
o da
LETRAS | 66
No podemos desconsiderar que a linguagem profundamente determinada pelo momento histrico,
pelas contradies sociais e pelos conflitos ideolgicos de classes sociais, de geraes, de gnero, de grupos
tnicos etc. Deve se conceber a lngua como um conjunto aberto e mltiplo de prticas sociointeracionais,
orais ou escritas, desenvolvidas por sujeitos historicamente situados.
A lngua viva s existe no contexto das relaes sociais, constituindo se, os sujeitos e a linguagem,
nos mltiplos discursos e vozes que a integram. A linguagem como "cdigo", como sistema (esttico) posta
de lado, em proveito da interao discursiva como ponte, lanada entre as pessoas, socialmente, envolvidas.
Vivemos em uma corrente ininterrupta de comunicao na qual a linguagem e o pensamento,
constitutivos do homem devem ser vistos como necessariamente intersubjetivos. Bakhtin (1999) considera a
interao a realidade fundamental da linguagem e nos diz que os indivduos no recebem a lngua acabada,
pronta para ser usada, eles penetram na corrente da comunicao verbal, ou melhor, somente quando
mergulham nessa corrente que sua conscincia desperta e comea a operar. (BAKHTIN, 1999, p.108).
Caminha se, assim, para um redimensionamento da Lingustica, cujo objeto de estudo a linguagem
em uso; de forma simples, passa se a pensar o fenmeno lingustico no apenas como lngua, no nvel de
construo sinttica de frases e da construo de estruturas morfossintticas, mas como linguagem, com o seu
contexto, intenes e atitudes que visa a uma aptido para a comunicao e eficcia na interao.
Primeiros estudos da linguagem em uso
Nessa nova dimenso lingustica, a noo de interao surge como categoria de anlise a partir da
dcada de 60 do sculo XX. Nos anos de 1960, os primeiros passos foram dados pelos linguistas Bally e
Jakobson; Bally foi o primeiro linguista, segundo Teixeira e Flores (2005), a formular um raciocnio direcionado
para a enunciao. Bally constri uma anlise fundamentada na presena da enunciao no enunciado. Ao
retomar as noes de dictum (a estrutura semntica da frase) e de modus (reao de um sujeito modal diante
do dictum), tidas como fundamentais em sua Linguistique Gnrale et Linguistique Franaise, mostram a
presena de um sujeito e de um verbo modal no enunciado. Roman Jakobson que se volta para os fenmenos
comunicacionais juntamente com os trabalhos desenvolvidos por Dell Hymes e, em seguida, por Gollfman e
John Gumperz. A anlise interacional deve dar conta dos fenmenos dinmicos e emergente do processo da
interao.
Para Morato (2004), a partir dos estudos de Hymes e Gumperz acerca da linguagem com vistas para o
contexto social, os estudos lingusticos voltam se para os fenmenos comunicacionais contribuindo, com isso,
para o surgimento e formao de uma Lingustica Interacional.
Del
competnc
audio bas
no dava co
que preside
da fala. Des
assim, sua p
O u
fazer pedido
podem ser
faladas no c
Hym
possibility,
appropriate
pragmtica
Can
segunda ln
a) Co
b)Com
regras de in
c) Com
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lingustico n
falantes, re
problemtic
Compet
Habilidasentensenten
l Hymes, em
ia lingustica
seada ou for
onta queste
em a forma
ssa forma, e
preocupao
surio da ln
a) conhe
b) apren
os ou solicita
c) recon
usados para
contexto em q
mes (1972) a
denominad
eness, deno
(CANALE; SW
nale e Swain
gua, retoma
ompetncia G
mpetncia S
nterao nec
mpetncia Di
ompetncia E
nas situaes
epetio de fr
cos ou compl
tncia Comu
ade no apeas gramaticas.
m 1966, intr
a de Choms
rmulada por
es de varia
o das sente
ste estudios
o com o uso r
ngua apresen
ece a gramt
nde as regra
aes, pedir d
hece a realid
a cada ocasi
que so usad
apresenta qu
da compet
ominada co
WAIN, 1980)
n (1980) e C
m o conceito
Gramatical - c
cio-Lingustic
cessrias a um
scursiva - n
Estratgica -
s em que a c
rases, nfase
licados, aban
unicativa
enas de empcalmente co
roduz o con
sky. Esta d
r regras gram
o da lngua.
enas, mas t
o inclui a no
real da lngu
nta essas hab
tica e o vocab
as do falar; s
desculpas, ag
dade social, s
o particula
das ou produ
uatro tipos d
tncia gram
mpetncia
).
Canale (198
o de compet
conhecimento
ca - adequa
m discurso;
fase na habi
- soma de t
comunicao
e nas palavra
ndono e/ou s
pregar as reorretas, mas
nceito de co
definida por
maticais. Par
Ento, Hym
ambm as n
oo de adeq
a pelo falant
bilidades qua
bulrio da ln
sabe como a
gradecer e co
suas relaes
r, sendo cap
uzidas.
de competn
matical; fea
sociolingust
83), preocup
tncia de Hy
o do lxico, d
o comunica
lidade de pro
todas as est
verbal falha
as principais,
substituio d
egras gramas tambm, d
ompetncia
r Chomsky c
ra Hymes, o
es props es
ormas socia
quao no
te, em suas i
ando:
ngua alvo;
tuar nos dive
onvidar de fo
s com as out
pazes de inte
ncias para te
asibility, de
tica; e att
pados em co
mes e prop
da sintaxe e d
ativa ao conte
oduzir discur
tratgias que
a. Algumas d
, pedido de a
de uma frase
aticais de umde saber qu
comunicativ
como uma i
conceito de
sse conceito,
is e culturais
mbito da co
nterlocue
ersos tipos d
orma apropria
ras pessoas e
erpretar tant
estar se um
enominada
estedness,
omo se pro
em os segui
da semntica
exto conside
rsos com coes
e podem se
destas estrat
ajuda, mmic
e j iniciada,
ma lngua couando, onde
LETRAS | 6
va, em rea
nterao m
e competnc
, que inclui n
s que define
ompetncia;
s, enquanto
de conversas
ada.
e os tipos de
to sentenas
enunciado
competnc
denominada
cessa a aqu
ntes compo
a de uma lng
erando os pa
so e coern
eu usadas po
gias so: ap
ca, substitui
dentre outro
om o objetie e para qu
67
o noo
ental de fal
cia chomskya
no s as reg
m a adequa
demonstran
ser social.
podendo as
e linguagem q
escritas qua
comunicati
cia discurs
a competn
uisio de u
nentes:
gua;
rticipantes e
ncia;
or um usu
proximao d
o de conceit
os.
vo de form usar estas
de
a e
ano
gras
o
ndo,
ssim
que
anto
ivo:
iva;
ncia
uma
as
rio
dos
tos
ars
Os
outros, a
conhecimen
Gof
ou mais ato
passa a ser
Esse
pesquisado
na comunic
quem fala p
so mutuam
Goffman su
analise da c
Vale
interaciona
que devolve
ou seja, da
conhecimen
comportam
sociolingus
No
bem como d
Estudo da
Esse
investigao
Sociolin
uma tecorrespoalgum pr
LETRAS | 68
pressuposto
comunicao
nto de mund
ffman (1972)
ores que exe
vista a partir
e socilogo f
res linguist
cao face a
para quem f
mente ratific
urgem algun
conversao
e ressaltar t
l, no que diz
eu uma Soci
viso socio
nto de como
mento lingus
stico.
tpico segu
de tericos q
a linguage
es novos es
o, segundo K
ngustica Int
eoria fundamonde a um cropsito com
8
os para essa
o baseada
do.
), socilogo
ercem uma i
r do uso da f
faz um conv
tas, socioling
face. Para G
ala em uma
cadas e ritua
s dos funda
juntamente
tambm os e
z respeito p
olingustica
lingustica la
o o compor
stico e de
uinte veremo
que, trabalha
em na dim
studos da li
Kerbart Orec
teracional
mentada no dconjunto demunicativo (
nova propo
nas intera
americano, e
influncia re
fala em conte
vite no seu te
guistas, antr
Goffman (200
lngua, mas
almente gov
mentos da S
como as no
estudos de A
pragmtica e
interacional,
aboviana. G
tamento cri
como o su
os algumas
ando tambm
menso inte
nguagem na
cchionni (200
discurso querelaes soc(FIGUEROA,
sta de Cana
es interpe
estudou a in
ecproca. Atr
extos sociais
exto A situa
oplogos, so
02) a fala
s tambm co
vernadas, em
Sociolingust
oes de con
Austin, Sear
e s teorias s
, reconhecid
Gumperz (ap
a interpreta
ucesso da c
contribuie
m com a inte
eracional:
a dimenso
05):
se ocupa daiais realizada1994, p.13).
le e Swain (
essoais e so
nterao soci
ravs de seu
s especficos.
ao neglige
ocilogos a
socialmente
omo um peq
m suma um e
tica Interacio
texto e de co
rle e Grice n
sobre os atos
da como um
ud FIGUERO
aes, de co
comunicao
es desses te
erao verba
: pragmt
interaciona
a atividade oas segundo u
1980) e Can
ocioculturais
ial e a defini
s estudos a
.
enciada (IN:
a observar a
e organizada
ueno sistem
encontro soc
onal no que
ompetncia
no quadro da
s de fala; com
paradigma d
OA, 1994) int
omo as inten
o est relac
ericos da so
al, enquadram
ica interac
al abrem ca
u evento deum conjunto
nale (1983) i
, as aes
iu como o en
relao lng
: GARCEZ; RI
situao soc
a, no apena
ma de aes f
cial. Dessas
e diz respeito
comunicativ
a teoria da
mo tambm
distinto da q
teressa se, s
nes individ
cionado ao
ociolingustic
m se em out
cional
minho para
fala, termo qde esquema
ncluem, den
humanas e
ncontro de d
gua e socieda
IBEIRO, 2002
cial engendra
as em termo
face a face q
s colocaes
o, sobretudo
va de Hymes
Sociolingust
John Gumpe
que a preced
sobretudo, p
duais levam
conhecime
ca interacion
tras teorias.
a dois tipos
queas em rela
ntre
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dois
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2) a
ada
o de
que
de
o,
.
tica
erz,
deu,
pelo
ao
nto
nal,
de
o a
LETRAS | 69
1. da linguagem em situao, cujo interesse est voltado para fenmenos observveis durante o
processo de atualizao lingustica; precisamente, para as modalidades de inscrio, no enunciado,
dos enunciadores - tanto emissores quanto destinatrios - presentes no processo, isto , para o
funcionamento do que se convencionou chamar, de acordo como Benveniste, a subjetividade da
linguagem objeto da Lingustica (ou pragmtica) da Enunciao; e
2. da linguagem encarada como forma de agir sobre o contexto interlocutivo e que permite a realizao
de um certo nmero de atos especficos, chamados de atos de linguagem, atos de discurso,
atos de fala, de forma geral, atos realizados por meio da linguagem.
Essas ltimas investigaes desenvolveram se em meio a um movimento interdisciplinar ainda nos
anos de 1960, originando a Pragmtica conversacional e Anlise da conversao pautadas na preocupao
com a descrio da ao e por uma viso comunicacional de linguagem (MARATO, 2005). E as primeiras,
denominadas de as Teorias da Enunciao (ou Lingustica da Enunciao) voltadas para as relaes entre
linguagem em uso e o sujeito, centrando se, principalmente, nas marcas do sujeito no enunciado e na
enunciao e na construo do sentido. O conceito de enunciao, conforme Maldidier e Robin, no artigo
Discurso e ideologia: bases para uma pesquisa (1994), a tentativa mais importante dos estudos lingusticos
das teorias da enunciao de ultrapassar os limites da lingustica da lngua e se volta para a linguagem
assumida por um sujeito, o sujeito da enunciao.
A Anlise da Conversao, numa perspectiva atual4, est voltada para a descrio das interaes
verbais, e se constri a partir dos enfoques psicolgico, etno sociolgico, lingustico e filosfico. O objeto de
estudo da Anlise da Conversao so os processos conversacionais. Nessa anlise foca se nas conversaes
ditas naturais, e em elementos no apenas verbais, mas entonacionais, paralingusticos e contextuais.
Mesmo sendo vocacionada para o estudo da co produo discursiva dos atos interlocutrios, do
dilogo e da linguagem em ao, face a face, a conversao pode ser estudada em outras situaes como, por
exemplo, mediada pela internet ou ainda em palestras, debates e pronunciamentos pblicos ou em textos
como o cartum da pgina seguinte.
Neste cartum de Quino, mostra se uma situao de comunicao em que as pessoas interagem pela
linguagem verbal representada pelos bales. O que chama a nossa ateno, nesse cartum, que um falante,
no caso o homem que fala no microfone (primeiro quadro), modifica a viso, a opinio de um grupo a partir do
seu discurso, de sua fala (quadro central); embora a sua mensagem no coincida com o seu pensamento
verdadeiro (ltimo quadro), este criou uma imagem na mente do grupo sensibilizando os e envolvendo os
com suas colocaes. Este cartum nos mostra a ao da linguagem que se constri a partir de elementos
verbais, mas que tambm pode ser construdo por outros elementos entonacionais, paralingusticos e
contextuais.
4Nos seus primeiros estudos, a Anlise da conversao no inclua traos de ordem entonacional, paralingustica em suas anlises.
LETRAS | 70
Fonte: Quino. In Gente. Lisboa. Dom Quixote, 1991
Breve sntese dos estudos: da Sociolingstica Interacional Pragmtica Conversacional
Sabemos que existe lngua porque existem falantes e que os falantes existem em funo de aes de
linguagem e essas aes procedem de interaes, ou seja, a nossa natureza humana no nos permite escapar
da interao; a interao, como a linguagem, parte constitutiva da nossa natureza social. A partir dessa
constatao, determinados estudiosos voltam se para o processo interacional, tomando a interao como
uma das categorias de anlise dos fatos de linguagem, e no apenas o lcus onde a linguagem acontece. Esse
procedimento tem trazido contribuies significativas para a cincia da linguagem. o que veremos a partir de
agora.
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