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Linhas introdutórias 55 jurídica, serão possíveis aplicações que evidenciem tanto princípios cons- titucionais expressos como princípios constitucionais decorrentes do sis- tema constitucional. Vejamos, então, os princípios constitucionais e infraconstitucionais que incidem na disciplina do direito processual penal. 9.1. Princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade O reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe sen- tença condenatória transitada em julgado (art. 5º, inc. LVII da CF). Antes deste marco, somos presumivelmente inocentes, cabendo à acusação o ônus probatório desta demonstração, além do que o cerceamento caute- lar da liberdade só pode ocorrer em situações excepcionais e de estrita necessidade. Neste contexto, a regra é a liberdade e o encarceramento, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, deve figurar como medida de estrita exceção. Não é outro o entendimento do STF, que por sua composição plenária, firmou o entendimento de que o status de inocência prevalece até o trân- sito em julgado da sentença final, ainda que pendente recurso especial e/ ou extraordinário, sendo que a necessidade/utilidade do cárcere cautelar pressupõe devida demonstração 33 . Na mesma linha intelectiva, o legislador ordinário, com a Lei n.º 11.719/2008, revogou o art. 594 do CPP, disposi- tivo que condicionava o direito do réu de apelar ao recolhimento à prisão, em nítida violação ao princípio referido. Pela presunção de inocência, as medidas cautelares durante a perse- cução estão a exigir redobrado cuidado. Quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico, busca e apreensão domiciliar, ou a própria exposição da figura do indiciado ou réu na imprensa através da apresentação da imagem ou de informações conseguidas no esforço investigatório podem causar prejuízos irreversíveis à sua figura. Atenta a estas premissas, a recente alteração introduzida pela Lei n.º 12.403/2011, que instituiu novas medidas cau- telares de natureza pessoal no processo penal, estabelece que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda- mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”. Do princípio da presunção de inocência derivam duas regras funda- mentais: a regra probatória, ou de juízo, segundo a qual a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado – e não este de provar sua inocência – e a regra de tratamento, segundo a qual ninguém 33. STF: HC 84.078, em 05/02/2009.

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Linhas introdutórias 55

jurídica, serão possíveis aplicações que evidenciem tanto princípios cons-titucionais expressos como princípios constitucionais decorrentes do sis-tema constitucional.

Vejamos, então, os princípios constitucionais e infraconstitucionais que incidem na disciplina do direito processual penal.

9.1. Princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade

O reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe sen-tença condenatória transitada em julgado (art. 5º, inc. LVII da CF). Antes deste marco, somos presumivelmente inocentes, cabendo à acusação o ônus probatório desta demonstração, além do que o cerceamento caute-lar da liberdade só pode ocorrer em situações excepcionais e de estrita necessidade. Neste contexto, a regra é a liberdade e o encarceramento, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, deve figurar como medida de estrita exceção.

Não é outro o entendimento do STF, que por sua composição plenária, firmou o entendimento de que o status de inocência prevalece até o trân-sito em julgado da sentença final, ainda que pendente recurso especial e/ou extraordinário, sendo que a necessidade/utilidade do cárcere cautelar pressupõe devida demonstração33. Na mesma linha intelectiva, o legislador ordinário, com a Lei n.º 11.719/2008, revogou o art. 594 do CPP, disposi-tivo que condicionava o direito do réu de apelar ao recolhimento à prisão, em nítida violação ao princípio referido.

Pela presunção de inocência, as medidas cautelares durante a perse-cução estão a exigir redobrado cuidado. Quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico, busca e apreensão domiciliar, ou a própria exposição da figura do indiciado ou réu na imprensa através da apresentação da imagem ou de informações conseguidas no esforço investigatório podem causar prejuízos irreversíveis à sua figura. Atenta a estas premissas, a recente alteração introduzida pela Lei n.º 12.403/2011, que instituiu novas medidas cau-telares de natureza pessoal no processo penal, estabelece que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”.

Do princípio da presunção de inocência derivam duas regras funda-mentais: a regra probatória, ou de juízo, segundo a qual a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado – e não este de provar sua inocência – e a regra de tratamento, segundo a qual ninguém

33. STF: HC 84.078, em 05/02/2009.

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56 Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar

pode ser considerado culpado senão depois de sentença com trânsito em julgado, o que impede qualquer antecipação de juízo condenatório ou de culpabilidade34.

A propósito da dimensão do princípio da presunção de inocência, George Sarmento enfatiza a necessidade de “cristalizar a presunção de inocência como um direito fundamental multifacetário, que se manifesta como regra de julgamento, regra de processo e regra de tratamento”. Cria--se assim “um amplo espectro de garantias processuais que beneficiam o acusado durante as investigações e a tramitação da ação penal”, porém, “sem impedir que o Estado cumpra sua missão de investigar e punir os criminosos, fazendo uso de todos os instrumentos de persecução penal pre-vistos em lei”, assegurando o combate legítimo e efetivo da criminalidade35.

Vale destacar ainda que o princípio da presunção de inocência tem sido encarado como sinônimo de presunção de não culpabilidade. São expressões equivalentes. Esta é a nossa posição. Não podemos desmerecer, contudo, que em face da redação esboçada no inc. LVII do art. 5º da CF, ensaiou-se uma distinção entre presunção de inocência e presunção de não culpabilidade.

Ao tratarmos do tema em livro específico, juntamente com Alex Sam-paio, alertamos que “a redação que demos ao princípio levou ao equi-vocado raciocínio de que em face daquele contra o qual há instaurada uma ação penal”, seria presumível sua culpabilidade, mercê de contra ele existir “suporte probatório mínimo”, que impediria a presunção de sua inocência”36. Em síntese, a presunção de inocência duraria até o início do processo. Após, o réu, em face do lastro probatório contra si angariado, poderia ter tratamento similar àqueles já definitivamente condenados. Segundo Simone Schreiber, esquadrinhando o histórico italiano, “só se poderia admitir a presunção de inocência do delinquente ocasional que houvesse negado a prática do crime, e mesmo assim enquanto não se reu-nisse a prova indiciária contra ele”, haja vista que “a própria instauração do processo criminal autorizava que se presumisse a culpa do imputado, e não sua inocência”37.

34. . LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Vol. 1. Niterói: Impetus, 2011. p. 1535. SARMENTO, George. A presunção de inocência no sistema constitucional brasileiro. In: Direitos

fundamentais na Constituição de 1988: estudos comemorativos aos seus vinte anos. Rosmar An-tonni Rodrigues Cavalcanti de Alencar (org.). Porto Alegre: Núria Fabris, 2008. p.242-243.

36. SAMPAIO, Alex; TÁVORA, Nestor. Princípios constitucionais penais. Salvador: JusPODIVM, 2008. p.183.

37. SCHEIRBER, Simone. O Princípio da Presunção de Inocência. Jus Navigandi. Teresina, ano 9, n. 790, 1 set. 2005.Disponível em: <http: // jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7198>. Acesso em: 11 set. 2006.

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Linhas introdutórias 57

É certo que na atual ordem constitucional, não podemos admitir uma distinção dessa ordem. Enquanto não transitar em julgado a sentença con-denatória, a culpa não se estabelece. Ainda assim, o STF, nas súmulas n.º 716 e 717, admite a aplicação dos benefícios da Lei de Execuções Penais, como a progressão de regime, àqueles que ainda não estejam definitiva-mente condenados, desde que exista sentença condenatória em que só a defesa tenha recorrido. É o que se tem chamado de execução provisória.

9.2. Princípio da imparcialidade do juiz

A imparcialidade – denominada por alguns de “alheiabilidade” - é entendida como característica essencial do perfil do juiz consistente em não poder ter vínculos subjetivos com o processo de modo a lhe tirar o afastamento necessário para conduzi-lo com isenção. Trata-se de decor-rência imediata da CF/88, que veda o juízo ou tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII) e garante que o processo e a sentença sejam conduzidos pela autoridade competente (art. 5º, LIII), representando exigência indeclinável no Estado Democrático de Direito.

Observa-se que tanto o impedimento como a suspeição devem ser reconhecidos ex officio pelo juiz, afastando-se voluntariamente de oficiar no processo e encaminhando-o ao seu substituto legal. A CF/88 confere ao magistrado as garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios (art. 95) para que ele possa atuar com isenção – o que inclui declarar-se suspeito ou impedido38. De todo modo, caso não reconheça a situação de imparcialidade, o juiz interessado deve ser recusado, e os permissivos legais para tanto se encontram no art. 254 do CPP (hipóteses de suspeição) e no art. 252 (hipóteses de impedimento).

Cabe notar que a imparcialidade deve ser indicativa de honestidade. É que o magistrado leva consigo os valores de sua formação, que acabam por justificar entendimentos distintos em relação a uma pluralidade de situações fáticas, o que não significa, a princípio, que seja parcial.

Deveras, o ideal do juiz imparcial é de ser concebido aproximativa-mente. Vale dizer, a isenção preconizada pelo ordenamento jurídico implica na postura de um magistrado que cumpra a Constituição, de maneira honesta, prolatando decisões suficientemente motivadas. Isso não induz que o juiz se abstraia de seus valores para que exerça seu mister.

No intuito de assegurar o princípio em tela, a 2ª Turma do STF reco-nheceu a nulidade de processo criminal por crime contra os costumes em virtude da apuração dos fatos ter ocorrido pelo mesmo juiz em sede de ação cível de investigação de paternidade. Durante o julgamento, em

38. AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 3. ed. São Paulo: Método, 2011. p. 39.

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58 Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar

voto-vista, o Ministro César Peluso “concluiu que, na espécie, pelo conteúdo da decisão do juiz, restara evidenciado que ele teria sido influenciado pelos elementos coligidos na investigação preliminar. Dessa forma, considerou que teria ocorrido hipótese de ruptura da denominada imparcialidade objetiva do magistrado, cuja falta, incapacita-o, de todo, para conhecer e decidir causa que lhe tenha sido submetida. Esclareceu que a imparciali-dade denomina-se objetiva, uma vez que não provém de ausência de vín-culos juridicamente importantes entre o juiz e qualquer dos interessados jurídicos na causa, sejam partes ou não (imparcialidade dita subjetiva), mas porque corresponde à condição de originalidade da cognição que irá o juiz desenvolver na causa, no sentido de que não haja ainda, de modo consciente ou inconsciente, formado nenhuma convicção ou juízo prévio, no mesmo ou em outro processo, sobre os fatos por apurar ou sobre a sorte jurídica da lide por decidir. Assim, sua perda significa falta da isenção inerente ao exercício legítimo da função jurisdicional”39.

9.3. Princípio da igualdade processual

Também tratado como princípio da paridade de armas, consagra o tra-tamento isonômico das partes no transcorrer processual, em decorrência do próprio art. 5º, caput, da Constituição Federal. O que deve prevalecer é a chamada igualdade material, leia-se, os desiguais devem ser tratados desigualmente, na medida de suas desigualdades.

O referido princípio ganha força com as alterações introduzidas no art. 134 da Constituição Federal assegurando a autonomia da Defensoria Pública. Seria fictícia a paridade, se o órgão ministerial, acusador oficial, desfrutasse da estrutura e condição digna e necessária de trabalho, ao passo que os defensores, assoberbados pelas demandas que se acumulam, ficassem na condição de pedintes, subjugados a boa vontade do Executivo para que pudessem galgar um mínimo de estrutura para desempenhar as suas funções. Foi um pequeno passo, porém ainda há muito a se fazer.

Embora a regra seja a isonomia processual, em situações específicas deverá haver uma preponderância do interesse do acusado, consoante se depreende do princípio do favor rei, ou favor réu, a seguir estudado (9.20).

9.4. Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência

Traduzido no binômio ciência e participação, e de respaldo constitu-cional (art. 5º, inc. LV da CF), impõe que às partes deve ser dada a pos-sibilidade de influir no convencimento do magistrado, oportunizando-se

39. STF – 2ª Turma – HC 94.641/BA – Rel. p/ o Acórdão: Min. Joaquim Barbosa – Informativo n.º 528/2008.

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Linhas introdutórias 83

Quanto ao resultado

a) declarativa: há exata correspondência entre o texto da lei e o que a mesma desejou externar;

b) restritiva: a norma disse mais do que desejava, cabendo ao intérprete aparar as arestas, para aferir o seu real alcance;

c) extensiva ou ampliativa: o texto da lei ficou aquém do que desejava; cabendo ao intérprete ampliar o seu alcance;

d) progressiva, adaptativa ou evolutiva: exige-se do intér-prete o esmero na atualização dos diplomas normativos, pois a realidade o impõe.

6.3

A LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

A lei processual penal, de regra, tem aplicação imediata, atingindo inclusive os processos que já estão em curso.Retroatividade pro réu - Paulo Queiroz e Antonio Vieira, em posição minoritá-ria, defendem que a irretroatividade da lei penal mais gravosa também deve ser aplicada à norma processual. Já a lei processual mais benéfica poderia retroagir, implicando inclusive na renovação de atos processuais.

7

A LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO

A lei processual penal tem aplicação a todos os processos em trâmite no território nacional (locus regit actum). 8

PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS

Princípio da presunção

de inocência ou da não-

culpabilidade

O reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressu-põe sentença condenatória transitada em julgado (art. 5º, inc. LVII da CF).O princípio da presunção de inocência tem sido encarado como sinônimo de presunção de não-culpabilidade. Essa é a posição adotada nesse trabalho.

9.1

Princípio da imparcialidade

do juiz

A imparcialidade é entendida como característica essencial do perfil do juiz consistente em não poder ter vínculos subjetivos com o processo de modo a lhe tirar o afastamento necessário para conduzir com isenção o processo.

9.2

Princípio da igualdade processual

Consagra o tratamento isonômico das partes no transcorrer pro-cessual, em decorrência do próprio art. 5º, caput, da Constituição Federal. O que deve prevalecer é a chamada igualdade material.

9.3

Princípio do contraditório ou

bilateralidade da audiência

Impõe que às partes deve ser dada a possibilidade de influir no convencimento do magistrado, oportunizando-se a partici-pação e manifestação sobre os atos que constituem a evolução processual.

9.4

Princípioda ampla

defesa

Deve ser assegurada a ampla possibilidade de defesa, lançando--se mão dos meios e recursos disponíveis e a ela inerentes (art. 5º, LV, CF).São duas as possibilidades: a) técnica: efetuada por profissional e obrigatória; b) autodefesa: realizada pelo próprio imputado e dependente

da sua conveniência.

9.5

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84 Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar

Princípio da ação, demanda

ou iniciativa das partes

Cabe às partes a provocação, exercendo o direito de ação, no intuito da obtenção do provimento jurisdicional. Desde a promul-gação da CF/88, já não se admite o que se chamava de processo judicialiforme. Nada impede que os juízes e tribunais concedam habeas corpus de ofício, sempre que tenham notícia de que exista ameaça ou lesão à liberdade de locomoção (art. 654, § 2º, CPP).

9.6

Princípio da oficialidade

Os órgãos incumbidos da persecução criminal são órgãos oficiais por excelência, tendo a Constituição Federal consagrado a titula-ridade da ação penal pública ao Ministério Público (art. 129, I), e disciplinado a polícia judiciária no § 4º, do seu art. 144.

9.7

Princípio da oficiosidade

A atuação oficial na persecução criminal, como regra, ocorre sem necessidade de autorização. Excepcionalmente, o início da per-secução penal pressupõe autorização do legítimo interessado, como se dá na ação penal pública condicionada à representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça.

9.8

Princípio da verdade real

O magistrado pauta o seu trabalho na reconstrução da verdade dos fatos, superando eventual desídia das partes na colheita pro-batória, como forma de exarar um provimento jurisdicional mais próximo possível do ideal de justiça.A proatividade judicial na produção probatória encontra forte resistência doutrinária.

9.9

Princípio da obriga-toriedade

A persecução criminal é de ordem pública e, em regra, não cabe juízo de conveniência ou oportunidade quanto ao seu início.A Lei. 9099/95 mitigou esse princípio, prevendo no seu art.76 a possibilidade de transação penal.Nos crimes de ação penal privada, o que vigora é o princípio oposto, ou seja, o da oportunidade, pois cabe à vítima ou ao seu representante, escolher entre dar início à persecução criminal ou não.

9.10

Princípio da indisponi-

bilidade

Iniciado o inquérito policial ou o processo penal, os órgãos incumbidos da persecução criminal não podem deles dispor.A Lei n.º 9.099/1995 também mitigou o princípio da indispo-nibilidade, trazendo o instituto da suspensão condicional do processo (art. 89).Nas ações de iniciativa privada, a vítima ou o seu representante podem desistir da ação interposta, seja perdoando o autor da infração, seja pela ocorrência da perempção (art. 60 do CPP). Vale, portanto, para essas ações, o princípio da disponibilidade.

9.11

Princípio do impulso oficial

Uma vez iniciado o processo, com o recebimento da inicial acusa-tória, cabe ao magistrado velar para que o mesmo chegue ao seu final, marcando audiências, estipulando prazos, determinando intimações etc.

9.12

Princípio da motivação

das decisões

Decorre do art. 93, inc. IX da Carta Magna, asseverando que o juiz é livre para decidir, desde que o faça de forma motivada, sob pena de nulidade insanável. Trata-se de autêntica garantia fundamental, decorrendo da fundamentação da decisão judicial o alicerce necessário para a segurança jurídica do caso submetido ao judiciário.

9.13

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Linhas introdutórias 87

11. SúMULAS APLICávEIS

11.1. STJ21. Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por

excesso de prazo na instrução.52. Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso

de prazo.64. Não constitui constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução, provocado pela

defesa.

11.2. STF• Sumúla Vinculante nº 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso

amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

523. No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

611. Transitada em julgada a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação da lei mais benigna.

697. A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o relaxamento da prisão processual por excesso de prazo.

708. É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.

716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata do regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

717. Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

12. INFORMATIvOS RECENTES

12.1. STJ

Uso se documento falso: tipicidade da conduta e princípio da autodefesa. A Turma denegou habeas corpus no qual se postulava o reconhecimento da atipicidade da conduta praticada pelo paciente – uso de documento falso (art. 304 do CP) – em razão do princípio constitucional da autodefesa. Alegava-se, na espécie, que o paciente apresentara à autoridade policial carteira de habilitação e documento de identidade falsos, com objetivo de evitar sua prisão, visto que foragido do estabelecimento prisional, conduta plenamente exigível para a garantia de sua liberdade. O Min. Relator destacou não desconhecer o enten-dimento desta Corte de que não caracteriza o crime disposto no art. 304, tampouco no art. 307, ambos do CP, a conduta do acusado que apresenta falso documento de identidade à autoridade policial para ocultar antecedentes criminais e manter o seu status libertatis, tendo em vista se tratar de hipótese de autodefesa, já que atuou amparado pela garantia consagrada no art. 5º, inciso LXII, da CF. Considerou, contudo, ser necessária a revisão do posicionamento desta Corte para acolher entendimento recente do Supremo Tribunal Federal em sentido contrário, proferido no julgamento do RE 640.139-DF, quando reconhecida a

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Linhas introdutórias 91

Exame. Raios x. Nemo tenetur se detegere. Tráfico. Entorpecentes. Uma das questões suscitadas pela defesa no writ afirma a ilegalidade da prova produzida, sob o fundamento de que a submissão dos pacientes ao exame de raios x, a fim de constatar a ingestão de cápsulas de cocaína, ofende o princípio segundo o qual ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si (nemo tenetur se detegere). A Turma entendeu que não houve violação do referido princípio, uma vez que não ficou comprovada qual-quer recusa na sujeição à radiografia abdominal; ao contrário, os pacientes teriam assumido a ingestão da droga, narrando, inclusive, detalhes da ação que culminaria no tráfico internacional do entorpecente. Ressaltou que os exames de raios x não exigi-ram qualquer agir ou fazer por parte dos pacientes, tampouco constituíram procedimen-tos invasivos ou até mesmo degradantes que pudessem violar seus direitos fundamentais, acrescentando, ainda, que a postura adotada pelos policiais não apenas acelerou a colheita da prova, como também visou à salvaguarda do bem jurídico vida, já que o transporte de droga de tamanha nocividade no organismo pode ocasionar a morte. Assim, a Turma, entre outras questões, denegou a ordem. HC 149.146-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 5/4/2011. (Info 468)

Favor rei. APN. Arquivamento. Coisa julgada material. Cuida-se de habeas corpus em que se discute, em síntese, se a decisão que determina o arquivamento da ação penal (APn) no âmbito da Justiça comum, reconhecendo a atipicidade do fato e a incidência de cláusula excludente da ilicitude, impede a instauração da APn pelo mesmo fato perante a Justiça especializada, no caso a Justiça Militar. A Turma concedeu a ordem ao entendimento de que a decisão de arquivamento do inquérito policial no âmbito da Justiça comum, acolhendo promoção ministerial no sentido da atipicidade do fato e da incidência de causa excludente de ilicitude, impossibilita a instauração de ação penal na Justiça especializada, uma vez que o Estado-Juiz já se manifestou sobre o fato, dando-o por atípico, o que enseja coisa julgada material. Registrou-se que, mesmo tratando-se de decisão proferida por juízo absolutamente incompetente, deve-se reconhecer a prevalência dos princípios do favor rei, favor libertatis e ne bis in idem, de modo a pre-servar a segurança jurídica que o ordenamento jurídico demanda. Precedentes citados do STF: HC 86.606-MS, DJ 3/8/2007; do STM: CP-FO 2007.01.001965-3-DF, DJ 11/1/2008; do STJ: APn 560-RJ, DJe 29/10/2009; HC 90.472-RS, DJe 3/11/2009; RHC 17.389-SE, DJe 7/4/2008; HC 36.091-RJ, DJ 14/3/2005, e HC 18.078-RJ, DJ 24/6/2002. HC 173.397-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 17/3/2011. (Info 466)

MP. Custos legis. Contraditório.A Turma denegou a ordem de habeas corpus por entender que o MP, quando oferta parecer em segundo grau de jurisdição, atua como custos legis, e não como parte, razão pela qual a ausência de oportunidade à defesa para se manifestar sobre essa opinião não consubstancia violação dos princípios do contraditório, da ampla defesa e da paridade de armas. Precedentes citados: HC 127.630-SP, DJe 28/9/2009, e RHC 15.738-SP, DJ 28/3/2005. HC 167.910-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 1º/3/2011.(Info 465)

12.2 STF HC e uso de documento falsoA 2ª Turma denegou habeas corpus em que pleiteada a atipicidade da conduta descrita como uso de documento falso (CP, art. 304). Na espécie, a defesa alegava que o paciente apresentara Registro Geral falsificado a policial a fim de ocultar sua condição de foragido, o que descarac-terizaria o referido crime. Inicialmente, reconheceu-se que o princípio da autodefesa tem sido aplicado em casos de delito de falsa identidade (CP, art. 307). Ressaltou-se, entretanto, que não se confundiria o crime de uso de documento falso com o de falsa identidade, porquanto

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92 Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar

neste último não haveria apresentação de qualquer documento, mas tão-somente a alegação falsa quanto à identidade. HC 103314/MS, rel. Min. Ellen Gracie, 24.5.2011. (Info 628)

Intervalo entre citação e interrogatório e ampla defesa.

Não há nulidade decorrente da inexistência de interregno entre a citação do réu e a realiza-ção de seu interrogatório, presente o advogado. Com base nessa orientação, a 1ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus no qual sustentada afronta ao princípio da ampla defesa e necessidade de assistência do réu por profissional da advocacia (CF, art. 5º, LV e LXIII). Aduziu-se que a conduta imputada ao paciente – roubo – não seria complexa, além de ele ter sido acompanhado por defensora dativa, a qual poderia ter se insurgido quanto ao alegado vício e não o fizera oportunamente. Entendeu-se não demonstrado o efetivo prejuízo para a defesa, o que inviabilizaria a declaração de nulidade do feito, de acordo com o princípio pas de nullité sans grief, adotado pelo art. 563 do CPP. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, relator, e Dias Toffoli, que concediam a ordem, ao fundamento da imprescindibilidade de antecedência mínima da citação em relação à audiência designada para interrogatório, a fim de se garantir a defesa do réu por advogado de sua livre escolha. HC 100319/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Luiz Fux, 24.5.2011. (Info 628)

Recolhimento compulsório e direito de apelar em liberdade - 1

A exigência de recolhimento compulsório do condenado para apelar viola os princípios cons-titucionais da ampla defesa, do contraditório e do duplo grau de jurisdição. Com base nesse entendimento, a 2ª Turma deferiu habeas corpus para que seja devolvido o prazo recursal e expedido contramandado de prisão em favor do paciente. No caso, o juiz decretara a prisão preventiva do réu para assegurar a aplicação da lei penal, uma vez que ele não fora localizado e, também, em decorrência da magnitude da lesão causada, consistente em gestão fraudulenta de dois consórcios (Lei 7.492/86: “Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática de crime previsto nesta lei poderá ser decretada em razão da magnitude da lesão causada. Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à prisão, ainda que primário e de bons antecedentes, se estiver configurada situação que autoriza a prisão preventiva.”). HC 103986/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 8.2.2011. (Info 615)

Recolhimento compulsório e direito de apelar em liberdade - 2

Ressaltou-se que o fato de o paciente não ter sido encontrado não seria motivo idôneo para manter a prisão cautelar. Além disso, consignou-se que o réu não estaria obrigado a cola-borar com a instrução criminal e que a fuga do distrito da culpa, por si só, não autorizaria o decreto constritivo. Assentou-se, ainda, que exigência de recolhimento compulsório do condenado para recorrer, nos termos do que disposto no art. 594 do CPP, sem que presentes quaisquer dos pressupostos do art. 312 do CPP, não seria compatível com a CF/88. Reputou--se que essa mesma conclusão se aplicaria ao disposto no art. 31 da Lei 7.492/86 (Lei do Colarinho Branco), que possui redação análoga à do art. 594 do CPP. Precedente citado: RHC 83810/RJ (DJe de 23.10.2009). HC 103986/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 8.2.2011. (Info 615)

13. QUESTõES dE CONCURSOS PúbLICOS

01. (STM – Analista Judiciário/2011) De acordo com doutrina e a jurisprudência, os princípio da ampla defesa e da plenitude de defesa são sinônimos, visto que ambos têm por escopo assegurar ao acusado o acesso aos instrumentos normativos hábeis ao exercício da defesa.

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Linhas introdutórias 93

02. (STM – Analista Judiciário/2011) Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de não ser privado de sua liberdade em um processo que seguiu a forma estabelecida na lei; desse princípio deriva o fato de o descumprimento de qualquer formalidade pelo juiz ensejar a nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse prin-cípio.

03. (STM – Analista Judiciário/2011) Os efeitos causados pelo princípio constitucional da presunção de inocência no ordenamento jurídico nacional incluem a inversão, no processo penal, do ônus da prova para o acusador.

04. (STM – Analista Judiciário/2011) Decorrem do princípio do devido processo legal as garantias procedimentais não expressas, tais como as relativas à taxatividade de ritos e à integralidade do procedimento.

05. (STM – Analista Judiciário/2011) Em decorrência da aplicação do princípio do con-traditório, constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer con-trarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não suprindo a nomeação de defensor dativo.

06. (STM – Analista Judiciário/2011) O dispositivo constitucional que estabelece serem inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos, bem como as restrições à prova cri-minal existentes na legislação processual penal, são exemplos de limitações ao alcance da verdade real.

07. (STM – Analista Judiciário/2011) A adoção do princípio da inércia no processo penal brasileiro não permite que o juiz determine, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante dos autos.

08. (STM – Analista Judiciário/2011) O processo penal brasileiro não adota o princípio da identidade física do juiz em face da complexidade dos atos processuais e da longa duração dos procedimentos, o que inviabiliza a vinculação do juiz que presidiu a ins-trução à prolação da sentença.

09. (STM – Analista Judiciário/2011) Não se admite, por caracterizar ofensa ao princípio do contraditório e do devido processo legal, a concessão de medidas judiciais inaudita altera parte no processo penal.

10. (STM – Analista Judiciário/2011) O princípio da inocência está expressamente pre-visto na Constituição Federal de 1988 e estabelece que todas as pessoas são inocentes até que se prove o contrário, razão pela qual se admite a prisão penal do réu após a produção de prova que demonstre sua culpa.

11. (Juiz Federal Substituto - TRF5/2011 – Adaptada) De acordo com a jurisprudência do STJ, deve ser interpretada de forma restritiva a norma constitucional segundo a qual o preso deve ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

12. (TRF 1- Técnico Judiciário – Área Administrativa/2011/FCC). O acusado NÃO(A) é o sujeito passivo da pretensão punitiva.(B) é parte na relação processual.(C) será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória.(D) terá direito a defensor se estiver ausente ou foragido.(E) tem o direito de permanecer calado, cumprindo-lhe prestar todos os esclarecimentos

solicitados pelo juiz.

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Linhas introdutórias 95

(E) Todas as alternativas acima estão corretas.

21. (Juiz Substituto - SC/2009/TJ-SC) (adaptada) Assinale a alternativa correta:I. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realiza-

dos sob a vigência da lei anterior, vigendo em regra o princípio da irretroatividade, salvo quando a norma processual penal material tiver conteúdo de direito penal, retroagindo em beneficio do acusado.

II. A lei processual penal não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

III. O princípio do devido processo legal consiste no direito de não ser privado da liberdade e de seus bens, sem a garantia que supõe a tramitação de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei.

IV. O princípio do juiz natural pressupõe a existência de um órgão julgador técnico e isento, com competência estabelecida na própria Constituição e nas leis de organização judi-ciária de modo a impedir que ocorra julgamento arbitrário ou de exceção.

(A) Todas as proposições estão corretas.(B) Somente as proposições II, III e IV estão corretas.(C) Somente as proposições I, II e IV estão corretas.(D) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.(E) Somente as proposições I e III estão corretas.

22. (Promotor de Justiça – BA/2008/FESMIP) (desmembrada) O princípio da presunção de inocência impede a execução da pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

23. (Promotor de Justiça – BA/2008/FESMIP) (desmembrada) No tocante ao princípio da proporcionalidade, temos a modalidade proibição de excesso, na qual o Estado atua como eficaz protetor do cidadão, protegendo-o das agressões de terceiros, tutelando o valor “segurança” e punindo eficazmente seus agressores, tutelando o valor “justiça”.

24. (Promotor de Justiça – BA/2008/FESMIP) (desmembrada) A analogia, forma de auto--integração da lei, é verificada quando há aplicação extensiva de princípios jurídicos induzidos das normas particulares.

25. (Promotor de Justiça – RO/2002/MPE-RO) Qual a finalidade mediata do direito pro-cessual penal?

26. (Defensor Público da União/2007/CESPE) Elabore dissertação acerca do sistema processual penal acusatório consagrado na atual Carta Constitucional, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:

– lastro normativo constitucional do sistema processual penal em vigor;– características do sistema processual penal acusatório;– gestão das provas e posição do juiz no sistema acusatório;– impacto do sistema processual penal acusatório ditado pela Constituição Federal no

Código de Processo Penal brasileiro.

GAb ANOTAçÃO

01 Evide:• Item “9.5. Princípio da ampla defesa”.

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96 Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar

02 Evide:• Item “9.18. Princípio do devido processo legal”.

03 Cvide:• Item “9.1. Princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade”.

04 Cvide:• Item “9.18. Princípio do devido processo legal”.

05 Cvide:• Súmula n°. 707 do STF.• Item “9.4. Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência”.

06 Cvide:• Art. 157, §1º, CPP.• Item “9.9. Princípio da verdade real”.

07 Evide:• Item “9.6. Princípio da ação, demanda ou iniciativa das partes”.

08 Evide:• Art. 399, §2º, CPP.• Item “9.22. Princípio da oralidade”.

09 Evide:• Art. 283, §3º, CPP.• Item “9.4. Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência”.

10 E

vide:• Art. 5º, LVII, CF.• Art. 387, parágrafo único, CPP.• Item “9.1. Princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade”.

11 Evide:• Art. 5º, LXIII, CF.• Item “9.26. Princípio da inexigibilidade de autoincriminação”.

12 Cvide:• Item “9.1. Princípio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade”.

13 Evide:• Item “3. Sistemas processuais penais” e “9. Princípios processuais penais”.

14 Cvide:• Item “7. Lei processual penal no Tempo”

15 Cvide:• Item “4. Fontes”.

16 Cvide:• Art. 2° do CPP.• Item “7. A lei processual penal no tempo”.

17 Evide: • Item “7. A lei processual penal no tempo”.